Texto: Orientações Práticas para a Condução do Processo de Avaliação Psicológica do Risco Psicossocial no Trabalho
Resumo por citação justificada
O texto referido, de autoria de Sibele Faller e Ana Carolina Wolf Baldino
Peuker, explicita e orienta sobre o proceder do profissional em relação à avaliação psicológica do risco psicossocial no trabalho, indicando desde a primeira abordagem do cliente até o manuseio com o material resultante da avaliação. Segundo as autoras, para a preparação “é desejável que se tenha conhecimentos nas áreas de psicologia clínica e ocupacional. Para realizá-la, é essencial, claro, possuir também, treinamento específico nos fundamentos da avaliação psicológica” afim de ter respaldo para bons resultados. ( Faller e Peuker, , p. 4) Conforme indicado no texto, é necessário que os trabalhadores estejam cientes dos objetivos e procedimentos envolvidos para evitar receios recorrentes.
“Pode se fazer necessária, também, a sensibilização dos trabalhadores, a
fim de que eles tomem conhecimento dos objetivos e procedimentos envolvidos, pois o surgimento de temores oriundos do desconhecimento acerca do propósito da avaliação é frequente nesse público”. ( Faller e Peuker, , p. 5)
Destaca-se relevante também para o psicólogo “conhecer o cliente e seu
contexto de trabalho, suas idiossincrasias e seu contexto” para validar as melhores estratégias e custo-benefício. Desse modo, o profissional tem respaldo para “estruturar a operação desde o início, quanto ao formato e periodicidade das avaliações, recrutamento e treinamento de equipe, logística, bem como a aquisição de recursos e materiais e investigação dos gastos para a precificação do serviço. Questões como essas devem todas estar em contrato, já que “O contratante deve garantir condições dignas para que o psicólogo execute seu trabalho de forma a assegurar a qualidade de seu trabalho e seus rendimentos.” Quanto ao rapport, “é necessário que o psicólogo elucide as etapas da avaliação pelas quais o avaliando passará de forma simples e direta” para diminuir a possível resistência do colaborador. Outro ponto em destaque, já em relação à entrevista e testes psicológicos, as autoras reforçam que é necessário ter ciência dos conceitos de testagem e avaliação psicológica para evitar a interpretação errônea, deixando claro que “ testagem é uma das etapas da avaliação, relativa a administração, pontuação e interpretação de um ou mais testes psicológicos”. Enquanto a avaliação é complexa, multidimensional e abrange diversas fontes de dados em seu processo”. p.13 Ainda sobre a testagem, diz-se que: é necessário verificar os construtos que devem ser medidos para somente depois selecionar as possibilidades de testes psicológicos. A coerência em relação ao que se pretende verificar é imanente à escolha dos testes que devem ser adequados à ocasião e à estratégia do psicólogo. Superado esse ponto, será fundamental selecionar os testes que mais parecem se encaixar considerando a situação, a população alvo, o tempo de aplicação, modo de aplicação e até mesmo o investimento financeiro. p.16
Ainda assim, para a atuação do psicólogo se faz necessário citar que “é
imprescindível que, antes de selecionar um teste para compor a bateria de avaliação, verifique-se seu parecer que deve ser favorável e ratificado pela Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP), no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI)” p.20, Uma vez que a avaliação é uma forma de perceber a composição do sujeito. Faz-se então necessário, através dessas plataformas reguladoras, a observação e averiguação da validade desses testes. Pois só então poderão ser usados. Para o fazer do psicólogo, é imprescindível a ética, o que contempla o sigilo como parte fundamental para o processo, como elucidam as autoras “Deve-se garantir o sigilo das informações contidas no documento emitido pelo psicólogo, que será de uso exclusivo do médico do trabalho, responsável pela emissão do ASO”. P.24 Em suma,
Observa-se que a avaliação deve considerar aspectos relativos a doenças, riscos,
consequências, antecedentes, vulnerabilidades, englobando vertentes que abrangem aspectos patológicos. Por outro lado, fatores de proteção, potencialidades dos trabalhadores e qualidade de vida no trabalho, considerando elementos da psicologia positiva, precisam ser examinados, para que a abordagem considere também a saúde, e não só a doença. p29
“A cooperação entre o psicólogo que avalia o risco psicossocial, o psicólogo do RH
e o médico do trabalho é imprescindível, uma vez que são áreas de muita interface que fornecem subsídios umas para as outras.
“Dessa forma, a avaliação do risco psicossocial deve estar inserida em um plano de
melhoria contínua, abarcando as necessidades da população de trabalhadores da empresa, de forma a compor a engrenagem institucional. p.29