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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Graduação

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

TEORIA COMPORTAMENTAL
UNIDADE 5

Nesta unidade estudaremos a Teoria Comportamental, que é um


conjunto de idéias mais aprofundado do que foi o conjunto apresentado
pela Teoria das Relações Humanas, da qual se originou. A Teoria das
Relações Humanas e a Teoria Comportamental ou Behaviorista representam
a participação e a contribuição significativa de psicólogos e da psicologia no
âmbito da Teoria Geral da Administração.

OBJETIVOS DA UNIDADE:
• Conhecer as origens da Teoria Comportamental e as etapas
do processo decisório, a ênfase nas pessoas e no ambiente
externo à organização.

PLANO DA UNIDADE:
• Origens da Teoria Comportamental.

• Concepções da Teoria Comportamental.

• Conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos


individuais.

• Teorias da motivação.

• Estilos de administração.

• Críticas à Teoria Comportamental.

• Dimensões bipolares da Teoria Comportamental.

Bons estudos!

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

Para melhor conduzirmos o aprendizado sobre esta teoria vamos abordar


suas origens, a consideração da organização que até então era “vista”
pelas teorias anteriores como de natureza só formal ou só informal. Esta
teoria será considerada contendo ambas as naturezas, funcionando de
forma cooperativa, na qual se admite a possibilidade de conflitos entre os
objetivos da organização formal (administração) e da organização informal
(indivíduos), entendendo esses conflitos como tratáveis por negociação,
visando à obtenção de integração e equilíbrio entre os objetivos da
administração e das pessoas. Estudaremos a natureza administrativa do
homem que trabalha nas organizações, apresentado como um ser limitado
na qualidade de sua decisão pelo conhecimento e experiência sobre os
assuntos, objeto da decisão. Enquanto nas teorias anteriores os incentivos
eram considerados apenas como salariais ou sociais, na Teoria
Comportamental os dois tipos de incentivo serão considerados,
apresentando de forma relevante as teorias da motivação utilizadas pelos
líderes nos processos de liderança.

ORIGENS
A Teoria Comportamental surgiu como um desdobramento ou uma Unidade de comando -
Método pelo qual cada
evolução da Teoria das Relações Humanas, mas não a livra de suas críticas,
subordinado só pode re-
da mesma forma como foi criticada a Teoria Clássica e a Administração correr a um único chefe
Científica, por terem formulado princípios parciais, incompletos, até mesmo e dele receber ordens.

contraditórios, como se fossem únicos e definitivos. Fayol (1975), por exemplo, Especialização - Método
formulou o princípio da “unidade de comando”, que não se harmoniza com pelo qual cada subordi-
nado realiza uma peque-
o princípio da especialização. Portanto, a cada chefe se reportam vários
na parcela repetitiva e
operários com tarefas que podem requerer especializações variadas e, especializada do traba-
conseqüentemente, exigindo a orientação técnica especializada de mais lho ou do bem inteiro a
de um nível de chefia de especialização técnica na empresa. ser produzido.

Você deve estar se perguntando: de que modo os operários portadores


de várias especializações diferentes podem receber orientação de um único
chefe de autoridade hierárquica na cadeia escalar
da organização?

Na realidade do dia-a-dia, os operários


especializados, ao necessitarem de orientação
especializada devido à pressa com que as tarefas
necessitam ser realizadas, acabam por recorrer a
mais de um chefe, ou seja, adotam o princípio da
“supervisão funcional”, apresentado por Taylor
(1978). Como acabamos de constatar, na própria
abordagem clássica, na qual Taylor e Fayol foram
os maiores expoentes, existem contradições.

Mesmo a Teoria Comportamental não


concordando com o mecanicismo orientado para a execução de tarefas,
representado pela abordagem clássica da administração, omitindo o aspecto
comportamental, critica a Teoria das Relações Humanas por ter se dedicado
a demonstrar que a abordagem clássica não estava correta em suas idéias
e princípios para a obtenção da máxima eficiência no trabalho, ao invés de

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ter se dedicado a verificar o que era correto em relação a idéias e princípios


para o aumento da eficiência no trabalho. Afinal, tanto o esforço em relação
à tarefa quanto ao comportamento estão corretos e se complementam.

A Teoria Comportamental dá um novo sentido à Teoria da Administração


ao se preocupar em aproveitar o que é relevante de cada uma das teorias
anteriores – trata-se de uma teoria agregadora das boas idéias apresentadas
anteriormente. Iniciando um novo modo de apresentar as idéias, ou seja,
ao invés de ser uma abordagem normativa ou impositiva, adotou uma
abordagem que descreve e explica, sendo por isso uma teoria não impositiva.

O “pai do processo decisório” da Teoria Comportamental foi o economista


americano Herbert Simon, que a influenciou bastante mediante uma
abordagem sobre o processo decisório da administração. Considerado um
dos maiores autores dessa teoria, Simon publicou pelo menos três livros nos
Estados Unidos que prestaram relevante contribuição à Teoria
Comportamental. O primeiro, intitulado “Comportamento Administrativo”,
foi lançado em 1947 – há divergências. O segundo, “Teoria das Organizações”,
foi lançado em 1958 juntamente com James March e o terceiro foi “A
Capacidade de Decisão e Liderança”, publicado em 1960.

Porém inúmeros autores contribuíram para essa teoria, formando um


conjunto relevante de conhecimentos sobre o comportamento humano no
trabalho.

CONCEPÇÕES DA TEORIA COMPORTAMENTAL


Concepções da Teoria Comportamental em relação:

À ORGANIZAÇÃO - sistema social, cooperativo, racional destinado à


obtenção de resultados razoáveis, dada a limitação do tomador de decisões.

No funcionamento do processo de alcance de seus propósitos, tanto a


Organização formal -
organização formal quanto a organização informal interagem. A organização
aquela que é baseada é definida pela relação de pessoas que decidem participar cooperativamente,
na estrutura, nas nor- à medida que esta cooperação resulte em benefícios mútuos, ou seja,
mas e nos procedimen- atendam à obtenção do objetivo comum, tanto para as pessoas quanto
tos em relação aos car-
para a empresa. Nesse sentido, a cooperação ou participação dos esforços
gos e tarefas, definida,
oficializada por escrito no trabalho resulta de um processo racional dos indivíduos, em que são
e comunicada pela ad- avaliados os resultados favoráveis e os resultados desfavoráveis dos esforços
ministração para todos a serem realizados. Os conflitos são entendidos como naturais e devem ser
os níveis hierárquicos.
negociados quando surgirem.
Organização informal -
aquela formada pelo
Dois autores destacam-se quanto às contribuições ao estudo da
conjunto dos grupos in- cooperação racional no trabalho – Chaster Barnard, e em relação ao processo
formais, aqueles que se decisório - Herbert Simon, conforme seus estudos publicados sobre o
formam espontanea-
assunto.
mente por laços de afi-
nidade e lealdade no Os objetivos da empresa ou da organização são: lucro, aumento do lucro,
trabalho. rentabilidade, crescimento do número de produtos vendidos, crescimento
do faturamento, redução dos custos, aumento da qualidade e da
produtividade etc.
Já os objetivos dos indivíduos no trabalho são: maiores salários, promoção
ou crescimento profissional, reconhecimento, satisfação social no
relacionamento com os colegas de trabalho.

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

A organização é definida como um sistema social cooperativo, racional


por depender da decisão do indivíduo em participar do esforço. No trabalho,
os indivíduos têm a perfeita noção de que dependem da cooperação de
outros para poder obter o resultado pretendido, mas para que isso ocorra,
ele também precisa cooperar com os outros. Sendo assim, nenhum indivíduo,
isoladamente, se sente confortável para decidir negar a sua colaboração
quando também necessita da cooperação dos outros colegas de trabalho.

Natureza Humana –– Homem Administrativo


As teorias Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia, conforme
foram abordadas nas unidades anteriores, consideraram a natureza humana
como: econômica, social e organizacional, respectivamente. A Teoria
Comportamental considerou a natureza humana como administrativa, ou
seja, o “Homem Administrativo” - um indivíduo que no dia-a-dia de seu
trabalho, para decidir, necessita de dados e informações atualizados, o que
quase sempre não se obtém devido à pressa com que as decisões precisam
ser tomadas.

Na realidade, o homem administrativo carrega algumas características e


uma delas é a de não ter uma vocação para o resultado máximo e sim para
o resultado normal ou satisfatório. Ele não tem vocação para o excepcional.
Outra característica é a do indivíduo no trabalho ter que decidir com os
dados e as informações disponíveis. Portanto, ao ter que decidir, contará
com o conhecimento, a personalidade e a experiência sobre o assunto,
favorecendo a decisões tanto ótimas quanto medíocres a cada tipo de
decisão. Podemos concluir que a média das decisões tomadas concorrerá
para a obtenção de resultados satisfatórios, mas nunca para resultados
ótimos. Nunca lucro máximo, vendas máximas etc.

No aspecto do comportamento administrativo para a solução de


problemas, a Teoria Comportamental se apóia nas contribuições de Herbert
Simon, encontradas nos livros “Comportamento Administrativo” e “Teoria
das Organizações”, escritos por Simon em co-autoria com James March.

Etapas do Processo Decisório


Existem inúmeros modelos de processo decisório na administração
propostos por estudiosos da Teoria Comportamental. Sendo assim, vejamos
um modelo simples e prático adotado pelos administradores:

1. Definição do problema que requer uma decisão para a solução;


2. Busca de dados e informações sobre o problema;
3. Definição das possíveis alternativas para a tomada de decisão;
4. Análise comparativa das alternativas obtidas;
5. Seleção da melhor alternativa;
6. Tomada de decisão;
7. Avaliação dos resultados decorrentes da decisão tomada.

A qualidade da decisão vai estar condicionada à formação do decisor,


à experiência, ao prazo, à quantidade de qualidade das informações.

Tratando-se de uma combinação difícil de ser realizada, o Administrador


terá de se contentar com decisões razoáveis, dificilmente ótimas. A qualidade
das decisões influencia a qualidade dos resultados da organização.

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Entre todas as teorias da Administração, inclusive as posteriores, a Teoria


Comportamental foi a única a admitir resultados razoáveis para a
organização e não máximos como as demais.

Portanto, a organização é como um sistema social, cooperativo, racional


destinado à obtenção de resultados razoáveis, dada a limitação dos
tomadores de decisões.

CONFLITO ENTRE OS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS E OS OBJETIVOS INDIVIDUAIS


A teoria comportamentalista admite o conflito pela difícil integração dos
mesmos.

Os dois grandes desafios para os administradores são procurar


integrar os objetivos organizacionais com os objetivos individuais e
negociar conflitos, quando surgirem.

Motivo, Incentivo e Motivação


Para que a motivação seja obtida de maneira adequada torna-se
necessário que o nível hierárquico imediatamente superior compreenda o
significado de motivo e a sua influência no comportamento das pessoas.

√ Motivo é uma necessidade interior que conduz o indivíduo a realizar


esforços para atingir resultados (objetivos e metas) para a organiza-
ção e, em contrapartida, para ele próprio;
√ Incentivo é um benefício relacionado ao cargo, dependente do indi-
víduo ocupante do cargo e que é controlado pela administração da
empresa. Serve para corresponder ao motivo do indivíduo e conse-
qüentemente impulsioná-lo para alcançar objetivos e metas do cargo;
√ Motivação é a maneira pela qual indivíduos e grupos são estimula-
dos a realizar esforços para atingir objetivos e metas da organização
e, em contrapartida, os seus próprios resultados.

TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Modelo de Maslow - A hierarquia de necessidades

O modelo mais comentado é o do psicólogo americano Abraham Maslow.


Tal modelo ganhou muita aceitação e, por isso, é muito utilizado. Ele é
empregado nas funções empresariais, no Marketing, ao estudar o
comportamento do consumidor, na produção, nas realizações da fabricação,
no sentido de obter horas extras, troca de turnos e também em Finanças e
Administração de Pessoas, também conhecida por Recursos Humanos.

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

Exemplos de motivos de acordo com Maslow:

1. Fisiológicos: constituem o nível basilar relacionados à sobrevivência


e envolvem as necessidades relacionadas à alimentação (fome, sede),
horas de descanso no trabalho, desejo sexual, abrigo, etc.;
2. Segurança: relacionado ao ambiente de trabalho saudável e sem ris-
co, plano de saúde, plano de previdência, casa própria, estabilidade
de emprego etc.;
3. Sociais: envolvem necessidades de aceitação pelos grupos e realiza-
ção de amizades no trabalho, clube recreativo, atividades comemora-
tivas da empresa etc.;
4. Estima: são as necessidades relacionadas ao reconhecimento e or-
gulho do indivíduo, como status, promoções na organização e o pres-
tígio conquistado pelo seu trabalho.
5. Auto-realização: são as necessidades mais elevadas do indivíduo
proporcionadas através do trabalho criativo e desafiador, capacidade
e autonomia e poder para decidir, bem como a possibilidade de
autodesenvolvimento.

Segundo essa teoria de motivação, as necessidades humanas ocorrem


hierarquicamente. Primeiro existe a necessidade fisiológica. Enquanto o
indivíduo estiver com essa necessidade insatisfeita, não adianta querer
satisfazê-lo em sua necessidade de segurança, social e de estima. Então,
ao procurarmos satisfazer a necessidade de motivação de um ser humano,
torna-se necessário verificar se a necessidade hierarquicamente de nível
inferior encontra-se satisfeita.

Se tivermos um servente na empresa trabalhando em ambiente de alto


risco (necessidade de segurança insatisfeita) não adianta querer motivá-lo
em relação à necessidade de nível 3, ou seja, a necessidade social, dando
lhe um nome pomposo para o cargo: “Servente oficial”.

Modelo de Frederick Herzberg - Teoria dos dois Fatores

1-Fatores Motivacionais satisfacientes em relação ao cargo.


São fatores controlados pelos funcionários: o trabalho em si, a realização,
o reconhecimento, o progresso profissional e a responsabilidade.

2-Fatores Higiênicos insatisfacientes em relação ao contexto do cargo.


São os fatores não motivadores, dados e controlados pela empresa. Ao
se observar atentamente este modelo, verifica-se que ele é muito genérico
quanto a considerar os motivos: as condições de trabalho, a administração
da empresa, o salário, as relações com o supervisor, os benefícios e serviços
sociais.

ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO
McGregor propôs, no final da década de 1950, uma teoria para o estilo
de administração a ser adotada em função da natureza humana. Para
procurar evidenciar a diferença da sua nova teoria quanto ao que já existia,
ele a denominou de “Teoria X” e “Teoria Y”. A “Teoria X” baseia-se em
julgamentos equivocados a respeito dos empregados, que no caso seria o
estilo adotado pelos clássicos. A “Teoria Y” refere-se à concepção atual e

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

sem preconceitos a cerca do comportamento humano na organização.


Vejamos, a seguir, no quadro comparativo como ele as relacionou.

McGregor. Estudos de economia moderna: aspectos humanos da


empresa. Lisboa: Livraria clássica Editora: Lisboa, 1970.

McGregor, em seu modelo de motivação denominado de Teoria Y,


considerou a capacidade humana de exercer em grau relativamente elevado
à imaginação, o talento e o espírito criador na solução de problemas
organizacionais. Essas qualidades humanas encontram-se em quantidade e
facilmente distribuídas entre as pessoas.

Na realidade das organizações, as potencialidades intelectuais do ser


humano médio são utilizadas apenas em parte. Portanto, cabe às
organizações uma melhor utilização das capacidades e potencialidades das
pessoas. Pela não utilização dessas capacidades e potencialidades, não cabe
culpar os indivíduos e sim a própria organização.

Chefia e Liderança
Embora a Teoria Comportamental tenha se dedicado ao estudo da
Liderança, é interessante incluirmos esse tópico sobre chefia. É comum
encontrarmos a confusão entre os termos chefia e liderança.
IMPORTANTE
Todo líder não deixa de ser um “chefe”, mas nem todo chefe é um
líder. O chefe dá ordens e se esconde atrás do cargo, já o líder motiva o
seu pessoal a caminhar com ele em direção aos objetivos organizacionais.

O líder é um orientador, um facilitador da evolução de sua equipe, não


usa o cargo para impor a sua importância. Por ser preparado sob liderança,
ele sabe que sua importância não pode ser imposta por ele, tem de ser
reconhecida pelas pessoas que o cercam. Esse reconhecimento social é
também denominado de aceitação ou de legitimidade.

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

IMPORTANTE
A liderança é um processo de influenciar pessoas e grupos para
atingirem resultados (objetivos e metas) para a organização. Há pessoas
que são líderes natos, outras não. Por outro lado, a capacidade de
liderança pode ser aprendida e as pessoas comuns, uma vez preparadas,
podem se tornar líderes incomuns.

Estilos de liderança
Blair J. Kolasa (1973), em “White e Lippitt”, traçou três estilos de liderança
que julgamos terem emergido de suas pesquisas. Em diversas experiências,
eles variaram sistematicamente o clima de liderança dos grupos de meninos
de 10 anos que trabalhavam em seus hobbies. Conforme tinham postulado,
criaram três estilos de liderança: o autocrático, o democrático e o laissez-faire.

Kolasa. Ciência do comportamento da administração. LTC: Rio de Janeiro, 1978.

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Kolasa (1973) considera que os resultados expostos anteriormente são


de caráter geral, tendo aparecido variações individuais. Por exemplo, nem
todos os sujeitos se mostraram satisfeitos com o enfoque democrático e
nem todos trabalharam da maneira mais eficiente sobre esse estilo de
liderança. Algumas pessoas mais estruturadas “não atuam bem fora de
liderança”. Ainda existe muita discussão sobre esses estilos de liderança.

CRÍTICAS A TEORIA COMPORTAMENTAL

Apesar de a Teoria Comportamental ter considerado a existência da


organização formal e da informal, ela acabou privilegiando o comportamento
das pessoas, ou seja, a organização informal, deixando de lado as situações
referentes à estrutura, às normas e aos regulamentos, às tarefas e aos
cargos. O estudo e as concepções sobre a estrutura organizacional, os cargos
e o como fazer para obter maior produtividade com as tarefas foi deixado de
lado. Portanto, teve uma abordagem incompleta, parcial ou simplificada da
realidade da organização.

Autores comportamentalistas preferem fazer alterações organizacionais


seja na estrutura, nas tarefas ou nos processos, para obter melhorias no
comportamento humano e organizacional.

Como crítica positiva, podemos enfatizar a abordagem agregativa,


considerando as contribuições válidas de mais de uma teoria sobre a
organização, por tê-la admitida de dupla natureza - formal e informal.
Também por ter procurado explicar e descrever as suas principais idéias,
deixando por conta dos administradores, avaliarem os momentos da
aplicação, usando o próprio julgamento sobre quando adotar as idéias, ao
invés de tê-las colocado de forma impositiva, conforme a Abordagem Clássica,
a Teoria das Relações Humanas e a Teoria da Burocracia, que foram as únicas
a impor suas idéias como se fossem normas rígidas de conduta administrativa.
A Teoria Comportamental tem sido uma teoria mais elogiável do que criticável.

Com a Teoria Comportamental houve uma negação da idéia de poder


baseado na coerção, conforme adotado pela abordagem Clássica e pela
Teoria da Burocracia, que enfatizavam o poder (autoridade x obediência),
apresentando em contrapartida um conceito novo na Teoria da Administração,
“colaboração e consenso”, na integração de objetivos individuais e
organizacionais, visando mais a liderança democrática que leve em
consideração o ser humano em relação a sua natureza e aos seus objetivos.

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

Dimensões bipolares da Teoria Comportamental

Chiavenato, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio


de Janeiro: Campus, 1999, pág 311-312

Considerações às Teorias de Motivação


As principais teorias da motivação são: a Teoria de Maslow, a Teoria
de McGregor e a Teoria de Herzberg.

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Cabe à organização considerar que existem objetivos individuais e


organizacionais interagindo e não só objetivos organizacionais a serem
considerados. É mais sensato esperar melhores resultados de organizações
que são apoiadas em grupos estáveis, autônomos e participativos nas
decisões, mediante comunicações diretas em estruturas flexíveis, não
burocráticas, que se orientam em direção aos objetivos e não a
procedimentos para servir à estabilidade e a propósitos de manutenção do
status-quo da organização.

Uma crítica que pode ser feita é a de que a motivação humana tem sido
colocada quase que exclusivamente como responsabilidade da empresa, sob
a responsabilidade do líder. Como se a felicidade fosse algo só alcançável no
espaço da empresa. Não devemos esquecer que vários tipos de satisfações
e insatisfações são atingíveis fora do local de trabalho. Sobre esse ponto de
vista podemos colocar em dúvida a veracidade do conjunto de necessidades
humanas e se este vale todo o tempo independente de situações imprevistas
em relação ao indivíduo. As necessidades humanas só podem ser realizadas
na empresa?

Idéias novas trazidas pela Teoria Comportamental da Administração

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UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL

As próximas teorias que vamos estudar são agregadoras, ou seja,


apesar de acrescentarem novas idéias, elas aproveitam idéias formuladas
das teorias estudadas anteriormente. Se você seguiu as instruções, leu e
releu o material didático, então já cumpriu a fase de familiaridade com a
dinâmica de estudo da disciplina, que leva à auto-aprendizagem dirigida. À
medida que superamos dificuldades, nos esforçamos e assimilamos alguns
conhecimentos, preparamos um alicerce e progressivamente o conhecimento
vai sendo realizado com mais facilidade, maior rapidez e menos esforço. É
uma espécie de construção: começando pelo alicerce e, posteriormente,
cada tijolo assentado vai dependendo dos anteriores e assim
sucessivamente, até que a construção seja concluída. Aqui, a construção
final é a nossa profissão, que deve ser sólida. Ela é construída a partir de
uma decisão e um esforço pessoal na construção dos primeiros esforços na
preparação do alicerce e sucessivamente no domínio de cada unidade de
estudo dessa disciplina.

LEITURA COMPLEMENTAR
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da
Administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

Leia a parte sobre “Teoria Comportamental da


Administração”. Este conteúdo é comum em mais de um livro do mesmo
autor e em edições e editoras diferentes. Você também poderá aprofundar
seu aprendizado lendo a Parte IV, “Enfoque comportamental”, de
Maximiniano, Antônio C. Amaru, Teoria geral da administração, editora Atlas:
Rio de Janeiro, 2002.

É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!

Agora que você concluiu a quinta unidade e estudou a Teoria


Comportamental, dispõe de conhecimento substancial sobre as quatro
primeiras teorias da Administração, lembra-se delas? A Abordagem Clássica,
envolvendo a Administração Científica e a Teoria Clássica, a Teoria das
Relações Humanas, a Teoria da Burocracia e a Teoria Comportamental. Mas
não ficamos só no estudo das teorias em si, fomos além: aprimoramos os
recursos teóricos para fazer reflexões, comparações, aguçar o raciocínio
analítico e crítico em relação à administração.
Na unidade 6 estudaremos a Teoria Estruturalista, que é uma teoria que
recebeu a influência da Sociologia, da mesma forma que a Teoria da
Burocracia. Não deixe de fazer suas leituras e reflexões.

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