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QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará os aspectos contemporâneos da so-
ciologia da educação. Especificamente, foram enfocadas nos aspec-
tos relacionados com a crise da modernidade, polaridade indivíduo vs.
sociedade, racionalidade individualista, as noções de habitus e campo
e o construtivismo fenomenológico. Trata-se de uma pesquisa desen-
volvida pelo método hipotético-dedutivo, cuja hipótese está relaciona-
da com a aplicação da sociologia no ambiente educacional. Torna-se
importante compreender o funcionamento desta área procedimental,
pois entende-se que a educação é um setor extremamente importante
para a sociedade, pois confere suporte ao desenvolvimento da socie-
dade. Justifica-se por causa da sua real e persistente relevância, dado
que o contexto social, econômico e político depende da aprendiza-
gem. Os resultados revelam que a educação se apresenta como fator
de crescimento ao País.
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 10
CAPÍTULO 01
CRISE DA MODERNIDADE
Recapitulando ________________________________________________ 26
CAPÍTULO 02
INDIVÍDUO E ORDEM SOCIAL
Recapitulando _________________________________________________ 46
Recapitulando __________________________________________________ 65
Referências _____________________________________________________ 73
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Nesta unidade será possível compreender um pouco mais dos
aspectos que estão relacionados com a sociologia da educação, nome-
adamente, crise da modernidade, construtivismo estrutural, as questões
relacionadas com a crítica da polaridade indivíduo vs. sociedade, as-
pectos da dimensão simbólica da ordem social, o construtivismo feno-
menológico e, por fim, os limites da racionalidade individualista, conflito
e consenso.
Sendo assim, no primeiro capítulo será possível analisar todos
os elementos que giram em torno da crise da modernidade, como é o
caso da evolução histórica da sociedade, os aspectos valorativos que
podem ser observados no sistema social e, por fim, como a sociedade
se adequa aos novos aspectos.
Em seguida, no segundo capítulo será possível compreender
um pouco do construtivismo fenomenológico e as questões relaciona-
das com o construtivismo estrutural e o funcionamento da ordem social.
Por fim, não menos importante, será possível compreender
como ocorre a racionalidade individualista a partir de uma análise pri-
mária do que seria racionalidade e quais os efeitos que podem ocorrer
na sociedade. Como consequência da compreensão dos limites que a
racionalidade individualista apresenta, surgirá as questões relacionadas
com o conflito e consenso no âmbito da sociologia da educação.
Bons estudos!
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
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CRISE DA
MODERNIDADE
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
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Figura 1. Problemas da sociedade e sociologia
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Em termos políticos, a sociologia clássica deve ser entendida
à luz da hegemonia do discurso liberal. Durante a maior parte do século
XIX, século que sucedeu às revoluções democráticas nos Estados Uni-
dos e na França, o liberalismo e a teoria liberal estiveram em evidência
nos debates intelectuais a respeito da política. Até os adversários do
liberalismo se definiam em relação a este, seja como progressistas que
iam além do liberalismo, seja como conservadores que lhe opunham
resistência. No final do século, porém, a maior parte dos intelectuais
concordava com o fracasso da teoria liberal, na política e na economia,
tanto para explicar as mudanças nas práticas sociais quanto para pro-
por critérios que as regulassem. Nesses debates do fin de siècle, a po-
sição dos sociólogos clássicos se caracterizava por sua concordância
com a opinião de que os acontecimentos sociais haviam suplantado o
liberalismo clássico, ao mesmo tempo que insistia na necessidade de
rever aquela tradição política (SEIDMAN, 1983, p. 278).
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Figura 2. Objetivo da sociologia
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A desigualdade é um fenômeno socioeconômico assentado
na integração social, de forma que os desiguais compreendem parte
indispensável da sociedade, contudo ocupantes do setor mais baixo.
Seu grande teorizador é Karl Marx, que enfatizou a desigualdade entre
capital e trabalho. Já a exclusão tem sua base na segregação, confi-
gurando-se como fenômeno sociocultural profundamente desenvolvido
por Michel Foucault. A estes sistemas de hierarquização somam-se o
racismo e o sexismo, figuras híbridas que combinam desigualdade e
exclusão. (TENÓRIO, 2010, p.104).
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Percebe-se, portanto, que o processo de gestão das dificulda-
des sociais não é uma tarefa fácil, pois, para além de compreender as
diferenças inerentes à condição social, destaca-se a necessidade de se
encontrar um denominador comum a ser aplicado para toda a socieda-
de que, de acordo com Santos (2008, p.23),
“Esse tipo de gestão passou a ser, devido às pressões sociais, uma preocu-
pação do Estado, cuja proposta, longe de buscar eliminar esses elementos,
corresponde à manutenção da desigualdade dentro de níveis toleráveis, por
meio de políticas sociais, e à relativização da exclusão, a partir da distinção
entre as formas aceitáveis e aquelas não aceitáveis socialmente. O Esta-
do Moderno vive, então, um modelo de regulação social que produz a desi-
gualdade e a exclusão, mas procura mantê-las dentro de limites funcionais”
(SANTOS, 2008 p.23)
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A referida questão se materializa quando se compreende que
os fatos sociais estão intimamente relacionados com os aspectos que
ocorrem na sociedade, seja no âmbito social, políticos e econômico,
de maneira que não é possível compreender a sociedade de maneira
total sem os elementos ora apresentados, conforme destaca Frederico
(2005, online):
“Na medida em que não for completada pelas contribuições da outra. Ora
a passagem do abstrato ao concreto não se obtém adicionando duas ima-
gens parciais. Não se pode obter um conhecimento real dos fatos humanos
reunindo resultados parciais e deformantes de uma sociologia coisificante e
psicologista com aqueles de uma história política ou bem simplesmente posi-
tivista. O conhecimento concreto não é a soma, mas a síntese de abstrações
justificadas. No caso a que nos referimos, as abstrações não sendo justifica-
das, sua síntese era impossível. Não se trata, pois de reunir os resultados da
sociologia e da história, mas de abandonar toda a sociologia e toda história
abstratas para chegar a uma ciência concreta dos fatos humanos que não
podem chegar senão uma sociologia histórica”. (FREDERICO, 2005, online)
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de linguagem”), a crítica da linguagem como cristalizadora artificial de um
mundo dinâmico (Nietzsche), o apontamento da debilidade da razão huma-
na para acessar ao “ser” (Kant). Em resumo, toda uma concepção calcada
na crença de que a razão humana não dá conta do mundo, de que não há
verdade, não há realidade, há apenas “jogos de linguagem”, nomes (nomina-
lismo), categorias mentais, vontade de poder no que tange a eternizar o que
é passageiro. Ou seja, o mundo que vemos, sobre o qual falamos é apenas
e tão somente um construto de nossas mentes”. (CABETTE, 2014 online)
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“Inobstante a vacuidade dessas concepções, fato é que a mentalidade mo-
derna ou pós-moderna (como queiram), vem com ares de novidade e traz
consigo exatamente a apologia do “novo” e a demonização do “tradicional”
ou meramente do passado. Em meio a um mundo proteico, amorfo e male-
ável ao extremo emerge um preconceito que leva a pensar que tudo que é
posterior é melhor. Surge então o mito do “progresso”. Diz-se mito, não no
sentido explicativo, mas no sentido de “mentira”, de “falsidade”, de “erro”.
Porque a apologia do “progresso” linear não corresponde à realidade. Nem
sempre o “novo” é melhor que o “anterior”. Nem sempre um progresso efetivo
o é em todos os sentidos possíveis, ou seja, sob todos os ângulos. Afirma-se
que Theodor Adorno, referindo-se a determinados “progressos” que trazem
consigo aspectos altamente negativos e até destrutivos, usou a metáfora do
“progresso do estilingue à bomba atômica”. Ora, é inegável que sob o ponto
de vista armamentista e tecnológico, a superação do estilingue ou da funda
pela arma nuclear é um salto enorme. No entanto, esse salto tecnológico é,
ao mesmo tempo, um mal terrível que pode levar o mundo e com ele a hu-
manidade a um desate fatal”. (CABETTE, 2014, online)
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No âmbito da pós-modernidade, o mundo pós-moderno se de-
para com uma realidade absolutamente fragmentada, onde aquilo que
é considerada uma conduta reprovável, se torna aceita em virtude de
um sistema que passa a diluir um valor importante para sociedade. De
maneira contrária, no pensamento tradicional, havia a consciência de
que determinado ato era errado, reprovável, ou seja, o indivíduo tinha
uma consciência sobre o que fazia era errado, mesmo assim, decidia
por continuar errando.
Portanto, observa-se que os elementos apresentados no âmbi-
to da pós-modernidade se destacam como um sistema de relativização
do certo e do errado e, portanto, considera a conduta como parte natural
de um processo social. Nesse sentido, de acordo com Cabette (2014,
online):
EXEMPLIFICANDO
Um indivíduo frequenta um mosteiro católico, onde entende
conseguir paz espiritual, acompanhando os rituais, sorvendo os incen-
sos e fazendo preces. Sai dali e vai para uma seita “Nova Era”. Ele
descobre que sua namorada está grávida e a leva para abortar a crian-
ça. Depois, participa de uma passeata em defesa do direito à vida dos
animais. Aliás, é vegetariano por convicção. Ocorre que diversamente
do hipócrita, tal pessoa não enxerga em nada disso. Ela não percebe
que matar um feto humano sem dó e sensibilizar-se com a morte de
um bezerro são coisas excludentes. Ela não percebe que entre os ritos
e doutrinas católicos e os cultos de uma seita “New Age” nada há em
comum. (CABETTE, 2014, online).
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Sendo assim, ao passo que o inconsciente possui um compor-
tamento que varia de acordo com seus desejos pessoais, poderá ter
uma variação sobre a maneira de pensar e de agir, ou seja, não existirá
um padrão de ação específico e, portanto, se perderá o foco que deseja
atingir, afinal de contas, o sujeito não estará agindo de acordo com uma
percepção de valor, mas talvez, em virtude de uma motivação social
que se apresenta o momento.
De outra forma, o sujeito incoerente agirá em conformidade
com aquilo que se deseja, mas sabendo exatamente que a sua conduta
violará valores morais, éticos e religiosos. Sendo assim, ao passo em
que a pessoa fragmentada não tem rumo, ou seja, não tem consciência
da sua realidade como pessoa que erra, o sujeito incoerente possui essa
dinâmica e, portanto, passa a ser considerado como sujeito hipócrita.
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Figura 8. Compreensão da sociedade
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TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
Lei atentamente o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente.
“A essa arrogância redundou em fracasso e numa ladeira escorre-
gadia degenerou no relativismo, no descrédito da razão humana e
na fragmentariedade já descrita. Ora, pretendendo abarcar o todo
e não o conseguindo, fracassando fragorosamente, todo conheci-
mento passou a ser dividido em partes, tudo se fragmenta e se tor-
na relativo. Não há mais visão total possível. Ao pretender dar um
passo muito largo o homem quebra as pernas”. (CABETTE, 2014,
online).
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 2
Lei atentamente o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente.
“Numa derrocada final, emerge um jogo de “tudo ou nada”. A pre-
tensão de conhecer a totalidade fracassa e fracassam também as
tentativas de conhecimento compartimentado que se conformam
como uma miríade de saberes contrastantes e confusos. Então,
em um ato de puro capricho, de birra pueril, vêm as teorias que
desprezam completamente a capacidade humana de conhecer”.
(CABETTE, 2014, online).
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 3
Lei atentamente o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente.
“A busca obstinada pela sabedoria, consciente de tratar-se de um
trabalho de Sísifo, já não é honrosa o bastante. Se o homem não
pode ser divinizado, então acaba animalizado e hoje vemos fre-
quentemente zoólogos apresentarem estudos supostamente an-
tropológicos”. (CABETTE, 2014, online).
( ) Certo
( ) Errado
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QUESTÃO 4
Lei atentamente o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente.
“A cisão verificada um século atrás entre a organização das práti-
cas sociais, as fronteiras políticas e as modalidades de formação
de identidade levaram os sociólogos a defender enfaticamente a
necessidade de uma nova ordem social coesa.” (WAGNER, sem
data, online).
( ) Certo ( ) Errado
QUESTÃO 5
Lei atentamente o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente.
“A sociedade deve ser compreendida a partir de um conjunto com-
plexo de situações e não de maneira isolada. E, para que isso pos-
sa ocorrer, faz-se necessário estruturar diálogos integrais sobre
o funcionamento da sociedade, no sentido de perceber que a so-
ciedade deve ser compreendida de acordo com um quadro social
integral.”
( ) Certo ( ) Errado
Explique quais são os efeitos sociais que podem surgir com a crise da
modernidade.
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Fonte: Alessandra Gotti
Data: 2019
Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/15432/os-desafios-da-educacao-
-brasileira-em-2019-linhas-e-cores?gclid=CjwKCAjw_L6LBhBbEiwA-
4c46urFoByD1hbiWjt32eUUCzo935wFuZyXaKT2D4x8HtDLas2jZ-
T0hDjhoC__QQAvD_BwE. Acesso em 20 de outubro de 2021.
NA PRÁTICA
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INDIVÍDUO &
ORDEM SOCIAL
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
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“Basicamente buscou-se compreender que todas as relações sociais estão
conectadas, formando um todo social, que chamamos de sociedade. A pas-
sagem de uma sociedade rural para uma sociedade urbana, com a formação
de grandes cidades, abriu novos espaços de sociabilidade, em que convive-
ram pessoas diferentes e estranhas umas às outras, com objetivos e motiva-
ções distintas. Esses novos espaços substituíram os espaços tradicionais de
relações. Essa transição é essencial para compreender a sociologia. O rápi-
do processo de urbanização provocou a degradação do espaço urbano ante-
rior, do meio ambiente, e a destruição dos valores tradicionais. As indústrias
atraíram as populações rurais para as cidades”. (MELLO, sem data online)
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Figura 9. O indivíduo na sociedade
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
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Não sou obrigado a falar a língua de meu país, nem a usar as
moedas legais, mas é impossível agir de outro modo. Se tentasse es-
capar a essa necessidade, minha tentativa seria um completo fracasso.
Se eu for um industrial, nada me proíbe de utilizar máquinas e equipa-
mentos do século XIX, mas se fizer isso, com certeza vou me arruinar,
pois não poderei competir com os que usam máquinas mais modernas.
Mesmo quando posso libertar-me e desobedecer, sempre serei obriga-
do a lutar contra tais regras. A resistência que elas impõem são a prova
de sua força, mesmo quando as pessoas conseguem finalmente ven-
cê-las. Todos os inovadores, inclusive os bem-sucedidos, tiveram que
lutar contra oposições desse tipo. (DURKHEIM, 1973, p.08).
33
Figura 10. Indivíduo, interação e sociedade
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tência, desconhece qualquer dependência de laços sociais. Neste con-
texto, as referências coletivas constituem um problema, surgindo daí
a questão de saber a natureza, as possibilidades e limites da relação
indivíduo e sociedade. (SOLDAN; RASIA, 2015, p.62).
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Na perspectiva sociológica de Émile Durkheim, a existência de
uma sociedade e a coesão social que assegura sua continuidade só se
torna possível quando os indivíduos se adaptam ao processo de so-
cialização, ou seja, quando são capazes de assimilar valores, hábitos
e costumes que definem a maneira de ser e de agir característicos do
grupo social a qual pertencem. (CANCIAN, sem data, online).
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Na perspectiva de Max Weber, as ações dos indivíduos devem
ser consideradas a partir de uma percepção interior e exterior e só as-
sim, será possível compreender o próprio funcionamento da sociedade.
Sendo assim, questões relacionadas com história, política, cultura, eco-
nomia e emoções são capazes de influenciar diretamente o comporta-
mento do indivíduo no sistema social. Nesse sentido, Bastos e Gomes
(2012, online) destacam que:
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Para Weber a sociedade capitalista moderna precisa de um
maior grau de racionalização para sustentar a ação dos indivíduos, ne-
cessitando estabelecer regras a serem obedecidas. A racionalidade dos
indivíduos os capacita a fazer a própria vontade. Para compreender o
capitalismo precisaríamos fazer um estudo mais aprofundado do pas-
sado comparando várias sociedades e outras civilizações. Compreen-
demos também que o capitalismo moderno estabeleceu novas formas
de ações para os homens, com instituições de leis e princípios burocrá-
ticos. O capitalismo reduzia tudo, inclusive a educação, à mera busca
por riquezas material e estrutural. Weber, por sua vez, defendia que
para todas as disciplinas tanto as ciências naturais como as ciências da
cultura o conhecimento é uma conquista que nunca termina. (BASTOS,
GOMES, 2012 online)
40
Contudo, existem posicionamentos críticos acerca da possibi-
lidade de coexistência entre as teorias, pois a harmonização entre as
teorias não possibilita integração e crescimento, visto que os problemas
conceituais do indivíduo e da sociedade continuarão a existir.
41
e todo, singular e plural, indivíduo e sociedade, e nos diversos níveis e
planos em que as pessoas se agrupam. Assim, trata-se de uma tensão
que atravessa a discussão das relações das pessoas com seus vários
grupos de inserção: família, grupos de amigos, grupos de trabalho, or-
ganizações etc. (BASTOS, GOMES, 2012, online).
(2012, online):
42
As polaridades que demarcam o nosso campo de pesquisa e
profissão requerem maiores estudos. Apesar de problema tão central
para a compreensão de qualquer fenômeno psicológico, psicossocial,
psicossociológico ou sociológico, maior clareza de como lidar com a
polaridade indivíduo-coletividade possui implicações nítidas para quais-
quer práticas, tanto no nível dos indivíduos como no dos grupos, das or-
ganizações e da sociedade. O inadequado tratamento dessas tensões
pode levar a entendimentos e explicações que nos aprisionem no redu-
cionismo de ambos os lados, especialmente quando tratamos o coletivo
como coisa, com existência independente das ações humanas que as
concretizam. Isso é muito claro, por exemplo, no caso das organiza-
ções e mesmo quando se utiliza o conceito de cultura. Estamos aqui
diante do reducionismo ao qual se referiu Elias (1994), de transformar
processos em estados, isto é, no primeiro passo para que tais estados
sejam tomados como coisas, como substantivos e, portanto, passem
a integrar o nosso discurso explicativo dos fenômenos psicológicos e
psicossociais. (BASTOS, GOMES, 2012, online).
- O construtivismo fenomenológico
Ainda na perspectiva de tentar compreender o comportamento
no sentido de extrair a realidade social, percebe-se o construtivismo
fenomenológico. Iniciando a compreensão do construtivismo fenome-
nológico, convém destacar que construtivismo é uma acepção filosófica
que faz parte da construção das relações entre o indivíduo pensante e
o objeto definido.
E, para entender melhor esta teoria, convém destacar que se
entende a fenomenologia como um conjunto de pressupostos capazes
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Desse modo, compreende-se que o conhecimento epistemoló-
gico não é fruto apenas do conhecimento sistêmico, mas também por
meio de processos de sínteses projetivas. A relação da epistemologia
pode interferir com a realidade, sendo que o fato epistemológico interpõe
na correlação de forças na produção do saber epistemológico. Portanto,
nascem de relações complexas de proporcionalidades a construção e a
fenomenalidade. Todo conhecimento surge de fatos fenomenológicos,
ou seja, realidades concretas, sendo o resultado final o objeto construí-
do, como realidade fenomenológica pensada. Entretanto, a razão como
sujeito cognoscente dirige a realidade, o fato fenomenológico, em uma
relação dialética, surgindo o pensamento como análise científica produ-
zida. (VASCONCELOS, 2015, online).
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TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
Leia atentamente o trecho abaixo e assinale a alternativa corres-
pondente.
“Recomenda-se cautela ao lidar com relações lineares e facilmente
identificáveis entre esses dois complexos fenômenos, em quais-
quer das direções em que tais relações sejam estabelecidas. Pri-
meiro, porque estaríamos incorrendo em um erro categórico, ao
reificarmos o conceito de sociedade/organização; segundo, por-
que estaríamos deixando de capturar a natureza eminentemente
processual, dinâmica e fluida dessa rede de relações, que articula
pessoas, suas ações mediadas por artefatos físicos e simbólicos e
os produtos dessas ações, uma rede em que as ações e cognições,
individuais e coletivas, em espiral e recursivamente, vão construin-
do (criando ordem) e dissolvendo (criando desordem) relações,
entendimentos recíprocos, explicações e significados comparti-
lhados. Talvez o grande desafio à compreensão de estruturações
complexas como as relações entre indivíduos e sociedade/organi-
zações esteja no desenvolvimento de estratégias metodológicas
para explorar e intervir nos processos que articulam pessoas, gru-
pos e organizações”. (BASTOS, GOMES, 2012, online).
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 2
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Leia atentamente o trecho abaixo e assinale a alternativa corres-
pondente.
“As polaridades que demarcam o nosso campo de pesquisa e pro-
fissão requerem maiores estudos. Apesar de problema tão central
para a compreensão de qualquer fenômeno psicológico, psicosso-
cial, psicossociológico ou sociológico, maior clareza de como lidar
com a polaridade indivíduo-coletividade possui implicações níti-
46
das para quaisquer práticas, tanto no nível dos indivíduos como no
dos grupos, das organizações e da sociedade”.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 4
Leia atentamento o trecho abaixo e assinale a alternativa corres-
pondente.
“A fenomenologia se caracteriza, principalmente, por estudar os
fenômenos em sua essência pura, seja a essência da percepção,
da consciência ou outras. Mas também a fenomenologia é uma fi-
losofia que substitui as essências na existência e não pensa que
se possa compreender o homem e o mundo de outra forma senão
a partir de sua ‘faticidade’. É o ensaio de uma descrição direta de
nossa experiência tal como ela é”. (TRIVINOS, 1987, p.34).
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 5
Leia atentamento o trecho abaixo e assinale a alternativa corres-
pondente.
“Da fenomenologia, Bourdieu não rejeita o descritivismo, que con-
sidera apenas como uma etapa do processo de investigação. Mas
absorve o rompimento com o senso comum, com as pré-noções,
com as doutrinas, com os modos de apreender o mundo.” (BOUR-
DIEU, 2001:209).
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
49
Figura 15. Desenvolvimento social e educação
50
Transpondo essa discussão teórica para o campo da Socio-
logia da Educação, é preciso reconhecer o esforço de Bourdieu para
evitar tanto o objetivismo quanto o subjetivismo na análise dos fenô-
menos educacionais. O ator da Sociologia da Educação de Bourdieu
não é nem o indivíduo isolado, consciente, reflexivo, nem o sujeito de-
terminado, mecanicamente submetido às condições objetivas em que
ele age. Em primeiro lugar, contrapondo-se ao subjetivismo, Bourdieu
nega, da forma mais radical possível, o caráter autônomo do sujeito
individual. Cada indivíduo passa a ser caracterizado por uma bagagem
socialmente herdada. Essa bagagem inclui, por um lado, certos com-
ponentes objetivos, externos ao indivíduo, e que podem ser postos a
serviço do sucesso escolar. Fazem parte dessa primeira categoria o
capital econômico, tomado em termos dos bens e serviços a que ele dá
acesso, o capital social, definido como o conjunto de relacionamentos
sociais influentes mantidos pela família, além do capital cultural insti-
tucionalizado, formado basicamente por títulos escolares. A bagagem
transmitida pela família inclui, por outro lado, certos componentes que
passam a fazer parte da própria subjetividade do indivíduo, sobretudo,
o capital cultural na sua forma “incorporada”. Como elementos consti-
tutivos dessa forma de capital merecem destaque a chamada “cultura
geral”, expressão sintomaticamente vaga; os gostos em matéria de arte,
culinária, decoração, vestuário, esportes etc., o domínio maior ou menor
51
Figura 16. Aprendizagem e conscientização
52
As normas regulariam a prática tradutória, principalmente no
que diz respeito ao texto como um elemento cultural representativo de
um grupo social específico. As bases para compreender a análise das
normas iniciais fundamentam as escolhas básicas dos tradutores e,
com isso, promovem arquétipos relacionados aos modelos de significa-
do tanto nas sociedades de partida quanto nas de chegada. (SERPA,
CAMARGO, 2018, p.04).
53
Figura 17. Normas e Tradução
54
“A educação escolar, no caso das crianças oriundas de meios culturalmen-
te favorecidos, seria uma espécie de continuação da educação familiar, en-
quanto para as outras crianças significaria algo estranho, distante ou mesmo
ameaçador. A posse de capital cultural favoreceria o êxito escolar, em segun-
do lugar, porque propiciaria um melhor desempenho nos processos formais
e informais de avaliação. Bourdieu observa que a avaliação escolar vai muito
além de uma simples verificação de aprendizagem, incluindo um verdadeiro
julgamento cultural e até mesmo moral dos alunos. Cobra-se que os alunos
tenham um estilo elegante de falar, de escrever e até mesmo de se com-
portar; que sejam intelectualmente curiosos, interessados e disciplinados;
que saibam cumprir adequadamente as regras da “boa educação”. Essas
exigências só podem ser plenamente atendidas por quem foi previamente
(na família) socializado nesses mesmos valores”. (NOGUEIRA, 2002, online)
RACIONALIDADE INDIVIDUALISTA
55
Figura 18. Aspectos gerais da racionalidade
56
Figura 19. Racionalidade e a produção do conhecimento
57
Figura 20. Processo de escolha racional
58
Ademais, ainda no que se refere ao processo de construção
das escolhas racionais, observa-se que os indivíduos neste processo
acabam por escolher situações que possam beneficiar o crescimento
pessoal, ou seja, favorecer os resultados pessoais, independentemente
de seu no âmbito profissional, conforme destaca Elster (1994 p.30).
59
CONFLITO E CONSENSO
60
Por isso, se torna importante pensar sempre num sistema de
ensino que esteja voltado para a inclusão social, ou seja, que possibilite
a inserção de várias pessoas neste processo educacional, no sentido
de que se construa uma identidade cidadã nos sujeitos que têm acesso
ao sistema educacional. Esta questão se justifica em virtude da neces-
sidade de o sujeito necessitar de requisitos importantes para o exercício
pleno da cidadania, qual seja, formação educacional ampla e adequa-
da, conforme estabelece Rodrigues (1988, p.71) da seguinte forma:
61
Diante do que se observa, a sociologia da educação acaba por
direcionar o sistema educacional a partir de duas realidades específi-
cas, quais sejam, consenso e conflito. Onde, no caso do consenso, a
sociedade é compreendida como um sistema que se baseia na ordem
social, que se caracteriza pela participação espontânea da população
em todo o processo. Ainda no que se refere à perspectiva do consenso,
a educação teria como objetivo principal a manutenção do consumo.
Já no que se refere aos aspectos do conflito, a sociedade é visualizada
como um sistema em pleno conflito em virtude do desequilíbrio causado
pelos elementos do poder que são identificados na sociedade. Nesse
sentido, de acordo com Rodrigues (1988, p.71), observa-se que:
62
Entretanto, a despeito dos tipos específicos que podem ser ob-
servados no processo educacional, seja de consenso ou de conflito,
sempre apresentaram certa fragilidade na consubstanciação dos as-
pectos do aprendizado, ou seja, nunca conseguiram apresentar uma
política educacional que pudesse influenciar diretamente na formação
da sociedade, em virtude de várias questões, como é o caso da má
distribuição de renda e da corrupção, conforme estabelece Rodrigues
(1988 p.72).
64
TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
Leia atentamento o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente:
“A educação serve como base fundamental para direcionar os pro-
fissionais da educação, no sentido de construir novos contornos
no processo educacional, inclusive afastando-se de práticas ten-
denciosas”.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 2
Leia atentamento o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente:
“O processo educacional se constrói a partir de um contexto social
e, em decorrência deste processo, observa-se que tanto o homem
é produto de uma sociedade quanto também a sociedade é um pro-
duto do homem”.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 3
Leia atentamento o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente:
“A própria Sociologia surgiu no intento de se compreender a forma
QUESTÃO 4
Leia atentamento o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente:
“Isso nos faz acreditar que a importância da sociologia para a
profissão docente se dá justamente na possibilidade de oferecer
recursos para que esses educadores possam instrumentalizar-se
desse repertório para desenvolver análises da sociedade e desse
modo ajudá-los a compreender o próprio lugar da educação na so-
ciedade e também compreender as relações das instituições edu-
65
cacionais com as demais instituições que constituem a sociedade,
bem como família, igreja, trabalho etc.” (SCOTTÁ, 2012, online)
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 5
Leia atentamento o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva correspondente:
“O ator da Sociologia da Educação de Bourdieu é o indivíduo iso-
lado, consciente, reflexivo e o sujeito determinado.” (SERPA, CA-
MARGO, 2018, p.03).
( ) Certo
( ) Errado
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
67
CAPÍTULO 01
TREINOS INÉDITOS
GABARITOS
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. Certo
69
CAPÍTULO 02
TREINOS INÉDITOS
1. Certo
2. A
3. Certo
4. Certo
5. Errado
70
CAPÍTULO 03
TREINOS INÉDITOS
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. Errado
71
Chegamos ao final da unidade, onde foi possível compreender
vários aspectos relacionados com a sociologia da educação através da
análise específica de vários pontos, quais sejam: crise da modernidade,
pós-empirismo e a realidade como construção, construtivismo estrutural
e aspectos macrossociais da realidade, a crítica da polaridade indivíduo
vs. sociedade, a dimensão simbólica da ordem social, as noções de
habitus e campo e, por fim, o construtivismo fenomenológico.
Sendo assim, logo no primeiro capítulo compreendeu-se como
o sistema social era pensado a partir de uma perspectiva tradicional e
como, após a mudança que a própria sociedade apresentou, se entende
os parâmetros da crise da modernidade. Portanto, foi possível entender
quais são os elementos essenciais deste processo e como o sistema
social deve se comportar para superar esta dinâmica social em crise.
Em seguida, analisou-se a situação da polaridade do indiví-
duo, os elementos relacionados com o construtivismo estrutural e seus
aspectos que intervém diretamente no funcionamento da própria socie-
dade. Ademais, foi possível compreender o funcionamento do construti-
vismo fenomenológico e sua relação direta com a ordem social.
Por fim, não menos importante, foi possível compreender a no-
ção sobre habitus e campus, as questões relacionadas com os aspectos
da sociologia da educação frente às teorias do conflito e do consenso.
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
72
BASTOS, Antonio Virgílio B; GOMES, William Barbosa. Polaridades
conceituais e tensões teóricas no campo da Psicologia: o falso parado-
xo indivíduo/coletividade. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
pcp/a/PXsRBh7BMfCTKGsBJrwQkRn/?lang=pt. Acesso em 13 de julho
de 2021.
73
MOSCOVICI, Serge. A psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópo-
lis: Editora Vozes, 2012.
gramática do tempo: para uma nova cultura política. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
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TENÓRIO, Camila Muritiba. Da inevitabilidade da crise da modernidade
à criação de um novo contrato social. R. FACED, Salvador, n.18, p.103-
110, jul./dez. 2010.
75
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS - GRUPO PROMINAS
76