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A tese de doutorado de E.

Robrahn-González (1996) apresenta um levantamento

sistemático de 645 sítios para o Brasil Central, dos quais 124 estão relacionados à Tradição

em pauta, com 119 localizados em Goiás14 e 5 no Mato Grosso. Dos situados em GO, 117

estão a céu aberto e 2 sob abrigo, os localizados no MT todos estão a céu aberto. Destes,

seja em GO ou MT, a grande maioria possui morfologia circular, implantados em vertentes

suaves e topo de elevações.

Através de um universo de 47 sítios selecionados, a autora teve como meta principal

em seu trabalho discutir o Brasil Central como área de confluência de diversos grupos

ceramistas, a saber: Tradição Una; Tradição Aratu, Tradição Uru; Tradição Tupiguarani. Do

ponto de vista arqueológico, esta confluência materializou-se numa mistura de elementos

tecnológicos, morfológicos e estilísticos dos conjuntos cerâmicos, o mesmo ocorrendo com a

forma e implantação dos assentamentos. A autora também apresenta um modelo de

deslocamento dos grupos ceramistas Uru, grupos provenientes do oeste e grupos Aratu,

provenientes do leste. Embora este trabalho seja inovador ao discutir interações sociais,

centrar-me-ei apenas nos dados referentes à Tradição Aratu.

A abordagem feita por Robrahn-González esteve centrada não em fragmentos, mas

no recipiente cerâmico enquanto artefato, pensado como vetor de informação,

especialmente, para tarefas cotidianas cujo teor sociológico pode remeter a esferas não

materiais da cultura (Ibid: 78). Para tal, as análises focaram-se em fragmentos de bordas,

bases, ombro e apêndices, elementos fundamentais que possibilitam analisar o artefato.

Cabe destacar que o material lítico não foi tratado nesta tese

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