Você está na página 1de 64

1

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

2
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes / Bianca Yuredini Santos

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.


Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

4
5
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Thainan Amadeu

6
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS

7
Esta unidade irá apresentar as patologias e distúrbios metabó-
licos do período neonatal. Especificamente, foram enfocados: Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde; Infecções Congênitas sintomas,
manejos dessas infecções, sintomas, prevenção e demais aspectos re-
lativos à temática. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, onde
foram abordados os principais conceitos e técnicas, de modo a conhecer
e compreender a temática, contextualizando com a atualidade e a apli-
cabilidade da assistência de enfermagem em neonatologia, focado ao
profissional enfermeiro. Justifica-se pela importância em se compreen-
der a importância das principais infecções nos quais os recém-nascidos
podem estar expostos, de modo a fornecer uma assistência qualificada.
Os resultados relevam a ampla tecnologia disponível para auxiliar a as-
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

sistência e o cuidado, além de também evidenciar que sempre há o aper-


feiçoamento de técnicas que visam o bem-estar e melhorias na qualidade
de assistência diversidade de infecções e a importância do conhecimento
acerca delas, haja a vista a vulnerabilidade do paciente neonatal.

Neonatologia. IRAS. Infecções Congênitas.

8
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INFECÇÕES COMUNS EM RECÉM-NASCIDOS

Diagnósticos De Infecções Frequentes Em Neonatos ____________ 12

Infecção Primária Da Corrente Sanguínea Laboratorial (Ipcsl) ____ 16

Infecção Primária Da Corrente Sanguínea Clínica – Ipscs Ou


Sepse Clínica __________________________________________________ 17

Infecções Relacionadas À Assistência À Saúde Do Trato Respira-


tório ___________________________________________________________ 17

Infecções Do Sistema Nervoso ____________________________________ 18

Infecção Do Trato Urinário _____________________________________ 19

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Infecções Do Sistema Gastrointestinal __________________________ 20

Infecções Do Sítio Cirúrgico ______________________________________ 21

Infecção Do Sítio Cirúrgico Incisional Profunda __________________ 22

Infecção Do Sítio Cirúrgico De Órgão Ou Espaço _______________ 23

Recapitulando _________________________________________________ 26

CAPÍTULO 02
INFECÇÕES CONGÊNITAS

Sífilis Congênita _______________________________________________ 29

Aids Na Gestação ________________________________________________ 33

Recapitulando _________________________________________________ 42

9
CAPÍTULO 03
PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO

A Prematuridade ______________________________________________ 45

O Recém-Nascido Asfíxico ______________________________________ 48

Icterícia Neonatal ______________________________________________ 53

Importância Da Vacinação ________________________________________ 55

Recapitulando ___________________________________________________ 57

Fechando a Unidade __________________________________________ 60

Referências ____________________________________________________ 63
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

10
Conhecer as infecções as quais os recém-nascidos estão pro-
pícios a terem contato proporciona o planejamento de um cuidado inte-
gral e qualificado a esses pacientes pela equipe multiprofissional.
Além disso, torna-se possível os avanços na enfermagem e
ciência do cuidado, de acordo com desenvolvimento e elaboração de
técnicas e protocolos assistenciais.
Diversas são as infecções os quais os RN podem estar expos-
tos, o que evidencia a importância de uma capacitação ampla e treina-
mento de profissionais que proporcionam assistência a esses pacien-
tes, como os enfermeiros e a equipe de enfermagem como um todo.
É comum existir dúvidas por parte dos próprios profissionais
sobre o manejo desses pacientes, além de dúvidas dos pais ou respon-
sáveis por esses pacientes acerca da condição de vida de seus filhos, o
que gera medo e incerteza.
Isso salienta a necessidade de profissionais preparados e uma
equipe estruturada, para que a melhor assistência possível seja forneci-
da e a garantia de acolhimento à família e a gestante portadora de HIV,
por exemplo.
À vista disso, serão discutidas e apresentadas diversas infec-
ções de cunho hospitalar ou congênitas adquiridas pelos recém-nasci-
dos, caracterizando seus aspectos gerais, tais como etiologia, sintomas

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


e complicações.
O conhecimento dessas infecções pela equipe de saúde quali-
fica uma equipe para o cuidado e tratamento desse paciente, para que,
o mesmo, possa receber melhor assistência em evidências científicas.
Além disso, é importante o profissional sempre estar apto a
melhorias na assistência, visando o planejamento de novas técnicas
ou aperfeiçoamentos das existentes, para proporcionar uma assistência
qualificada e embasada em saberes técnicos, mas claro, sem esquecer
a humanização do cuidado, item esse muito importante não só para o
paciente, mas para a família também.
Ademais, este módulo tratará de aspectos gerais e importan-
tes, como, às infecções em neonatos, seu manejo, sintomas, prevenção
e demais aspectos relativos à temática.

11
INFECÇÕES COMUNS EM
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


RECÉM-NASCIDOS

DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÕES FREQUENTES EM NEONATOS

As defesas do organismo, ou seja, o sistema imunológico do


recém-nascido apresenta limitações por ainda estar em desenvolvimen-
to, desse modo, não consegue agir como uma barreira efetiva em res-
posta a patógenos invasores, tornando, então, o organismo suscetível
a infecções diversas.
Com isso, quanto menor for o período gestacional, menos de-
senvolvido será o sistema imunológico deste bebê ao nascer.
Ademais, o sistema nervoso central (SNC) infantil apresenta um
dinamismo evolutivo muito intenso, desse modo, para compreender seu
processo de desenvolvimento e amadurecimento, é essencial a correla-
ção entre a estrutura e a função, em outras palavras, o desenvolvimento
1212
de determinada função depende diretamente do amadurecimento de seu
substrato neural anatômico correspondente (ZOMIGNANI et al., 2009).
Tal amadurecimento decorre fundamentalmente de eventos de
caráter aditivo e progressivo, sendo a proliferação e migração neuronal,
organização e mielinização, bem como de caráter e subtrativos/regres-
sivos, como a morte neuronal/apoptose, retração axonal e degeneração
sináptica.
Diante disso, tem-se que:

A pele do recém-nascido é imatura e tem mais permeabilidade, possivel-


mente em consequência à produção inadequada de ácidos-graxos livres e
pH alcalino. A quebra da integridade da pele que ocorre nesse período em
pacientes hospitalizados pode agir como facilitador da entrada de agentes
patogênicos. A produção de IgA secretória está ausente nos primeiros dias
de vida, levando a maior vulnerabilidade das mucosas dos tratos respiratório
e gastrintestinal a invasões por microrganismos patogênicos (DINIZ; FIGUEI-
REDO, 2014, p. 234).

Nessa perspectiva, Infecções Relacionadas à Assistência à


Saúde (IRAS) em neonatos contempla não só infecções relacionadas a
assistências à saúde, mas também a ausência de assistência, preven-
ção, diagnóstico e tratamento de qualidade.
A abrangência do termo “IRAS” em neonatologia se deve pela

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


objetivação em prevenir de forma abrangente as infecções em bebês,
seja no período pré-natal, perinatal ou neonatal. Conforme o esquema
na figura 1 abaixo, as “IRAS em neonatologia” podem ser Transplacen-
tárias, Precoces e Tardias.

Figura 1: IRAS em neonatologia

Fonte: Brasil, 2013

Diante disso, temos que:

13
As IRAS afetam mais de 30% dos neonatos, e quando comparados à po-
pulação pediátrica de maior idade seus índices podem ser até cinco vezes
maiores. Estima- se que no Brasil, 60% da mortalidade infantil ocorra no pe-
ríodo neonatal, sendo a sepse neonatal uma das principais causas conforme
dados nacionais disponibilizados no Sistema de Informação de Mortalidade
(SIM), acessados no endereço eletrônico http://tabnet.datasus.gov.br (BRA-
SIL, 2013, p. 9).

Vamos abordar agora as infecções atreladas aos 3 grupos in-


dicados:

- Transplacentárias

São infecções adquiridas através da via transplacentária com


acometimento intraútero. São exemplos delas: herpes simples, toxo-
plasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, hepatite B e infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV).
Algumas delas serão exploradas a seguir:

a) Herpes
A infecção neonatal pelo herpes-vírus simples (HVS) é, em geral,
transmitida através o parto. Um sinal dessa doença é a erupção vesicular,
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

que pode acompanhar ou progredir para herpes de modo disseminado.

O herpes-vírus é um patógeno capaz de causar infecção sistêmica dissemi-


nada ou doença do sistema nervoso central com altas taxas de mortalidade
nas primeiras semanas de vida. A infecção congênita é usualmente causada
pelo herpes-vírus tipo 2 presente no canal de parto. Anticorpos maternos
específicos no recém-nascido exercem importante papel na proteção contra
o desenvolvimento da doença após a exposição. Dessa forma, sabe-se que
as taxas de infecção em recém-nascidos de mães que apresentam a doen-
ça primária são mais altas que aquelas observadas em recém-nascidos de
mães com infecções recorrentes (DINIZ; FIGUEIREDO, 2014, p. 237).

O diagnóstico é feito por cultura do vírus, ou outros exames,


como PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), imunofluorescência e
também a microscopia eletrônica.
Esse vírus é transmitido através do trato genital feminino ma-
terno infectado. A transmissão transplacentária do vírus e a dissemi-
nação por via ambiente hospitalar, seja entre os recém-nascidos pelos
profissionais do hospital ou pela família, correspondem a alguns dos
casos registrados.
Mães de recém-nascidos (RN) que estão infectadas pelo HVS
podem apresentar infecção viral recente e não apresentarem sintomas
14
no presente momento do parto.

Figura 2: Herpes neonatal

Fonte: Manual MSD, 2021

b) Rubéola

A rubéola congênita pode ser adquirida pelo feto durante a


gestação. O diagnóstico é feito através de sorologia e/ou cultura viral.
Ademais, não existe tratamento específico, mas vacinação de rotina é a
forma mais eficaz para prevenção da doença.
Acredita-se que o feto é infectado durante as primeiras 16 se-
manas de gestação, especificamente entre a 8ª a 10ª semana, correndo
risco de desenvolver anomalias.
Dentre as anomalias que podem ser recorrentes da rubéola

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


congênita, temos:
a) Crescimento intrauterino retardado;
b) Microcefalia;
c) Catarata;
d) Danos auditivos;
e) Problemas cardíacos;
f) Entre outros.

Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) precoce


de provável origem materna, cuja evidência diagnóstica seja clínica, la-
boratorial ou microbiológica ocorra nas primeiras 48 horas de vida com
fator de risco da mãe para posterior infecção.
Definem-se como fatores de risco materno:
- Bolsa rota maior ou igual a 18 horas;
- Cerclagem;
- Parto inferior a 37 semanas;
- Procedimentos de medicina fetal nas últimas 72 horas;
- Infecção do trato urinário (ITU) materno sem tratamento ou
em tratamento a menos de 72 horas do parto;
- Febre materna nas últimas 48 horas;
15
- Colonização de bactéria (estreptococo B) na gestante, sem
prevenção medicamentosa intraparto, quando indicada.

- Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) tardia


de origem hospitalar

Infecção cuja evidência diagnóstica clínica, laboratorial e/ou


microbiológica acontece após as primeiras 48 horas de vida.
Será considerada como IRAS neonatal tardia, de origem hospi-
talar, a infecção diagnosticada enquanto o RN está internado.

INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA LABORATO-


RIAL (IPCSL)

Necessita dos seguintes critérios:

- CRITÉRIO 1:
Hemoculturas com resultado positivo para microrganismos não
contaminantes da pele que o mesmo patógeno não esteja relacionado
a outra infecção no paciente.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

- CRITÉRIO 2:
Apresentar algum dos sintomas ou sinais abaixo, sem relação
com outras infecções:

– Instabilidade térmica;
– Bradicardia;
– Apneia;
– Intolerância alimentar;
– Agravo do desconforto respiratório;
– Intolerância à glicose;
– Instabilidade hemodinâmica;
– Letargia.

E pelo menos um dos seguintes microrganismos:

- Micro-organismos contaminantes comuns da pele, como:


- Estafilococo coagulase;
- Proprionebacterium spp;
- Bacillus spp;
- Micrococos.
16
Devem ser cultivados por, pelo menos, duas hemoculturas co-
lhidas em dois locais diferentes, com intervalo de no máximo 48 horas
entre elas.

INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA CLÍNICA – IPS-


CS OU SEPSE CLÍNICA

Deve seguir os seguintes critérios:

- CRITÉRIO 1:
Apresentar algum dos sintomas ou sinais abaixo, sem relação
com outras infecções:

– Instabilidade térmica;
– Apneia;
– Bradicardia;
– Intolerância alimentar;
– Piora do desconforto respiratório;
– Intolerância à glicose;
– Instabilidade hemodinâmica;
– Hipoatividade/letargia.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Além de também:

– Hemograma apresentando parâmetros alterados e/ou Proteína


– C Reativa quantitativa apresentando alteração;
– Hemocultura não realizada ou negativa;
– Ausência de evidência de infecção em outro local;
– Terapia antimicrobiana instituída e mantida pelo médico que
acompanha o paciente.

INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO TRA-


TO RESPIRATÓRIO

Relativo a essa infecção, temos a Pneumonia Clínica:

17
Figura 3: Pneumonia Clínica

Fonte: Brasil, 2017


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

- Meningite

A meningite se caracteriza pela inflamação das meninges que,


anatomicamente, são membranas que envolvem o cérebro e também a
medula espinal, sendo ela ocasionada por vírus ou bactéria.
Deve seguir algum dos seguintes critérios

- CRITÉRIO 1:
Micro-organismo isolado do líquor e instituição de terapia anti-
microbiana específica pelo médico assistente.
No caso de germes contaminantes comuns da pele, apresentar:

- Difteróides;
- Propionebacterium spp;
- Bacillus spp;
- Estafilococos coagulase negativa;
- Micrococos.

18
- CRITÉRIO 2:
Apresentar algum dos sinais ou sintomas sem outra causa co-
nhecida

– Instabilidade térmica;
– Apneia;
– Bradicardia;
– Abaulamento de fontanela anterior;
– Sinais de envolvimento de pares cranianos;
– Irritabilidade;
– Convulsão;
– Instituição de terapia antimicrobiana para meningite pelo mé-
dico assistente.

Além de também:

– Exame do líquor alterado com aumento dos leucócitos, e pelo


menos 1 dos seguintes:
- Aumento de proteínas ou diminuição da glicose;
- Bacterioscopia positiva no líquor.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Apresentar os critérios

- CRITÉRIO 1:
Apresentar algum dos sintomas ou sinais sem outra causa en-
volvida

– Instabilidade térmica;
– Apneia;
– Bradicardia;
– Baixo ganho ponderal;
– Letargia;
– Vômitos.

Além de também:

– Urocultura positiva com até 2 espécies de microrganismos.

- CRITÉRIO 2:
19
Apresentar algum dos sintomas ou sinais sem outra causa en-
volvida:

– Instabilidade térmica;
– Apneia;
– Bradicardia;
– Baixo ganho ponderal;
– Hipoatividade/letargia;
– Vômitos.

Além de também

– Piúria;
– Bacterioscopia positiva pelo GRAM em urina não centrifugada;
– Nitrito positivo;
– Pelo menos duas uroculturas com isolamento do mesmo uro-
patógeno.

INFECÇÕES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

- Enterocolite necrosante:

Se caracteriza por uma síndrome por distensão abdominal,


com vômitos biliosos e hematoquezia, podendo evoluir para peritonite,
além de pneumoperitônio e até mesmo choque.

Representa a mais temida e letal emergência gastrintestinal nas unidades


de tratamento intensivo neonatal, com uma taxa de mortalidade variando de
1% a 8%1. Sua incidência é inversamente proporcional à idade gestacional,
acometendo 5 a 15% dos recém-nascidos prematuros e até 7% dos recém-
-nascidos a termo, internados em unidades de tratamento intensivo2. Pode
ser considerada a doença dos sobreviventes, uma vez que ocorre com maior
frequência em pacientes que sobreviveram às várias intercorrências do perí-
odo neonatal, como episódios de hipóxia e quadros infecciosos, e que já se
encontravam num período de realimentação (VIEIRA; LOPES, 2003, p. 160).

Alguns fatores de risco estão relacionados a essa síndrome,


como por exemplo, prematuridade, policitemia, cateterismo umbilical,
gemelaridade, ocorrência de asfixia, entre outros.
Deverá apresentar pelo menos um dos critérios abaixo:

- CRITÉRIO 1:
20
Drenagem purulenta através da incisão superficial;

- CRITÉRIO 2:
Microrganismo isolado de cultura obtida de forma asséptica da
secreção de incisão superficial;

- CRITÉRIO 3:
Apresentar ao menos algum dos sinais ou sintomas abaixo:

– Dor;
– Sensibilidade;
– Edema;
– Calor/rubor localizado.

- CRITÉRIO 4:
Diagnóstico de infecção do sítio cirúrgico feito pelo médico as-
sistente

INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO

- Infecção do sítio cirúrgico incisional superficial

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Deverá apresentar pelo menos um dos critérios abaixo:

- CRITÉRIO 1:
Drenagem com aspecto purulento pela incisão superficial;

- CRITÉRIO 2:
Microrganismo isolado de cultura obtida de forma asséptica da
secreção de incisão superficial;

- CRITÉRIO 3:
Apresentar ao menos algum dos sintomas abaixo:

– Dor;
- Sensibilidade;
– Edema;
– Calor ou rubor localizado.

Além de também:
– Incisão superficial aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura
21
da incisão resultar negativa;

- CRITÉRIO 4:
Diagnóstico de infecção do sítio cirúrgico feito pelo profissional
médico assistente.

INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO INCISIONAL PROFUNDA

A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é uma das principais infecções relaciona-


das à assistência à saúde no Brasil, ocupando a terceira posição entre todas
as infecções em serviços de saúde e compreendendo 14% a 16% daquelas
encontradas em pacientes hospitalizados. Estudo nacional realizado pelo Mi-
nistério da Saúde no ano de 1999 encontrou uma taxa de ISC de 11% do total
de procedimentos cirúrgicos analisados. Esta taxa atinge maior relevância
em razão de fatores relacionados à população atendida e procedimentos re-
alizados nos serviços de saúde (BRASIL, 2007, p. 7)

Segundo Brasil (2007), as definições de procedimento cirúrgi-


co, infecção e indicadores constituem a base que norteia o trabalho das
Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Dessa forma, a utilização de definições para os procedimentos
e critérios para diagnosticar infecções, de modo harmonizado por todos
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

os serviços de saúde, proporciona a seleção do objeto da vigilância,


permitindo assim, uma comparação entre eles.
Não obstante, a interpretação dos indicadores pode ser difícil
em razão de vários fatores, segundo Brasil (2007):

1) Diferenças entre os hospitais e procedimentos, referente ao


tempo de observação no período pós-operatório.
Pacientes, instituições ou procedimentos que apresentam me-
nor permanência hospitalar, tendem a apresentar cifras de infecção mais
baixas devido à subnotificação inevitável e não devido ao menor risco.
2) Diversidade de procedimentos e condições subjacentes.
Não é recomendada a comparação de taxas de infecção de
procedimentos distintos ou taxas do mesmo procedimento, quando a
condição da operação, estado clínico ou presença de fatores de risco
dos pacientes varia de forma significativa.
3) Ausência de ajuste de risco satisfatório.
Não existe forma plenamente satisfatória de corrigir os fatores
de risco intrínsecos. A avaliação de cirurgias limpas é limitada, uma vez
que a condição clínica do paciente não é avaliada.
Além disso, muitos procedimentos cirúrgicos importantes no
22
âmbito do controle de infecção não são classificados como limpos.

Para ser caracterizada como esse tipo de infecção, deve-se


apresentar algum dos critérios:

- CRITÉRIO 1:
Presença de secreção com aspecto purulento na incisão, aco-
metendo a fáscia dos músculos ou tecidos subjacentes.

- CRITÉRIO 2:
Apresentar os seguintes sinais ou sintomas:
– Febre;
– Dor ou sensibilidade localizada;

- CRITÉRIO 3:
Abscesso ou qualquer outra evidência de infecção envolvendo
a incisão profunda detectada diretamente durante a reoperação, exame
de radiografia ou histologia.

- CRITÉRIO 4:
Diagnóstico da ISC profunda feito pelo cirurgião que realizou o
procedimento.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO DE ÓRGÃO OU ESPAÇO

A Infecção do Sítio Cirúrgico de órgão ou espaço pode acon-


tecer em diversas partes do organismo, excluindo a incisão cutânea
superficial, a fáscia dos músculos e as camadas musculares abertas ou
manipuladas durante a cirurgia.
Essa definição é utilizada para indicação futura da localização
da infecção, por exemplo, uma cirurgia de apendicectomia com sub-
sequente abscesso subdiafragmático deve ser notificada como ISC de
Órgão ou Espaço, em razão de ter ocorrido na cavidade abdominal (es-
paço abdominal) (BRASIL, 2007).
A ISC pode ser classificada de acordo com o plano acometido,
conforme observado na figura 4 a seguir:

23
Figura 4: Classificação da Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)

Fonte: Brasil, 2007.

Deverá apresentar pelo menos um dos seguintes critérios:


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

- CRITÉRIO 1:
Infecção ocorrida pelo período de até 30 dias após o procedi-
mento cirúrgico ou até um ano em casos de colocação de implante no
local e infecção.

- CRITÉRIO 2:
Infecção que envolva qualquer órgão ou tecido do organismo,
excluindo a incisão da pele, fáscia dos músculos e camadas muscula-
res, que seja aberta ou manipulada durante a cirurgia, e apresenta, ao
menos alguns dos seguintes aspectos
– Drenagem com aspecto purulento pelo dreno colocado na
incisão cirúrgica do órgão ou espaço;
– Microrganismo isolado de material obtido de forma asséptica
de um órgão ou espaço;
– Abscesso ou outra evidência de infecção que envolva órgão
ou espaço visto em exame direto durante a reoperação ou através de
exame de radiografia e/ou histopatologia;
– Diagnóstico da ISC de Órgão ou Espaço feito pelo cirurgião.

Alguns exemplos de ISC em órgão ou espaço são:

24
– Cirurgia ortopédica;
– Osteomielite;
– Cirurgia cardíaca;
– Infecções como endocardite e/ou mediastinite;
– Neurocirurgia;
– Abscesso cerebral, doenças como meningite ou ventriculite.

Desse modo, salienta-se a diversidade de infecções as quais


o recém-nascido pode estar exposto, reforçando a importância de pro-
fissionais capacitados, treinados e humanizados para o atendimento e
manejo desses pacientes.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS

25
CAPÍTULO 1
TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
O que são IRAS?
A) Infecções Relativas à Saúde;
B) Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde;
C) Irritações Relacionadas à Assistência à Saúde;
D) Irritações é Relativas à Saúde;
E) Infecções Restritas à Assistência à Saúde.

QUESTÃO 2
O que é IPCSL?
A) Infecção Pioneira de Corrente Sanguínea Laboratorial;
B) Infecção Primária de Corrente Sanguínea de Laboratório;
C) Infecção Pioneira de Corrente Sanguínea de Laboratório;
D) Infecção Persistente de Corrente Sanguínea Laboratorial;
E) Infecção Primária de Corrente Sanguínea Laboratorial.

QUESTÃO 3
Que doença está relacionada a Infecção Relacionada à Assistência
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

à Saúde do Trato Respiratório?


A) Tuberculose;
B) Efisema Pulmonar;
C) DPOC;
D) Pneumonia Clínica;
E) Asma.

QUESTÃO 4
Que doença está relacionada a Infecção no Sistema Nervoso?
A) Alzheimer;
B) Parkinson;
C) Meningite;
D) ELA;
E) TDAH.

QUESTÃO 5
Como a Infecção Primária de Corrente Sanguínea Laboratorial tam-
bém é conhecida?
A) Sepse;
B) Anemia Falciforme;
C) Mononucleose
26
D) Leucopnenia;
E) Leucemia.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Diversas são as IRAS relacionadas ao paciente neonatal. Disserte sobre
a importância do enfermeiro no manejo e conhecimento dessas infecções.

NA MÍDIA
A higienização correta das mãos pode salvar muitas vidas, e este é um
dos protocolos de segurança dos pacientes, essencial na prevenção e
controle das infecções hospitalares. O Hospital Regional Norte, em So-
bral, do Governo do Ceará, conseguiu reduzir em 42,3% a incidência de
casos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). O indi-
cador é em comparação aos pacientes internados entre 2015 e 2018,
quando começou a ser implantada uma série de Protocolos de Controle
de Infecção. Em 2016, a redução de IRAS foi de 14,61% na comparação
com o ano anterior. Já em 2017, em relação ao ano base 2015, o alcance
foi de 33,6% na redução de infecções. “Essa redução nas IRAS deve-se
a adoção dos Protocolos de Prevenção, treinamento e amadurecimento
das equipes”, avalia Kildery Teófilo, gerente de risco do HRN. Ele des-
taca o índice alcançado na Clínica Pediátrica, Obstetrícia, Unidade de
Cuidados Especiais (UCE), UTI Neonatal, Centro Cirúrgico Geral (CCG),

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, UTI Adulto e UTI Pediátrica.
Fonte: Governo do Ceará
Data: 13/02/2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.ceara.gov.br/2019/02/13/hospital-
-regional-norte-reduz-em-423-taxa-de-infeccoes/

NA PRÁTICA
As medidas de prevenção e controle das complicações ocorridas dentro
das unidades de terapia intensiva, principalmente as UTINs, são conhe-
cidas, e contam com diretrizes de recomendações internacionais para
melhor qualidade e segurança na assistência à saúde, contudo, estas
continuam sendo um grande desafio na atualidade. Cabe destacar que,
além dos riscos e complicações, a taxa de infecção nesta clientela torna-
-se muito difícil de ser estimada em virtude de fatores como a premente
necessidade de procedimentos invasivos para instalação do CVC, son-
da vesical, ventilação mecânica e medidas adicionais adotadas face a
esses procedimentos. Para a população neonatal e pediátrica em UTI
esta situação se agrava ainda mais em função da fragilidade de seu
sistema imunológico, tornando maior o risco à saúde.
A adoção de medidas básicas como higienização das mãos, precauções
27
máximas de barreira, antissepsia com clorexidina, reavaliação diária da
necessidade de manutenção do cateter, bem como adoção de um pro-
grama multidisciplinar são fundamentais para a prevenção e superação
das complicações em UTIN’s.
Fonte: Santos e Martins, 2019
Data: dez., 2019
Link: https://www.revista.fateccruzeiro.edu.br/index.php/htec/article/
view/121/82

PARA SABER MAIS


Artigo sobre o assunto: Sepse tardia laboratorialmente confirmada em
neonatos com peso de nascimento menor que 1500g
Link: https://www.redalyc.org/pdf/5704/570463831002.pdf
Artigo sobre o assunto: Infecções relacionadas à assistência em recém-
-nascidos de alto risco: perfil de resistência dos bacilos Gram negativos
Link: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/517/290
Vídeo sobre o assunto: Controle de Infecção em UTI Neonatal
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Fg616T6qz40
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

28
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


INFECÇÕES CONGÊNITAS

SÍFILIS CONGÊNITA

A transmissão vertical da sífilis se caracteriza como um grande


problema de saúde pública no Brasil. Além disso, dentre as doenças
que podem ser transmitidas da mãe para o feto, ela é a que possui
maior taxa de transmissão.

No Brasil, estudos de representatividade nacional estimam uma prevalência


em gestantes de 1,6% da infecção, em 2004, representando cerca de 50 mil
parturientes com sífilis ativa e uma estimativa de 15 mil crianças nascendo
com sífilis congênita para aquele ano, em média. Desde 1986, a sífilis congê-
nita é de notificação compulsória, tendo sido incluída no SINAN (Sistema de
Informação de Agravos de Notificação). Entretanto, embora a subnotificação
tenha sido a regra, entre os anos de 1998 e 2004 foram notificados 24.448

2929
casos da doença neste intervalo de tempo. Em 2003 observou-se uma mor-
talidade de 2,7 óbitos por 100 mil, em menores de 1 ano, demonstrando ain-
da um insuficiente controle do agravo em todo o território nacional (BRASIL,
2006, p. 6).

O Treponema pallidum é o agente causador da sífilis, sendo


ele uma bactéria. Diante disso, sobre essa bactéria, temos que:

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero


Treponema, da família dos Treponemataceae, que inclui ainda dois outros
gêneros: Leptospira e Borrelia. O gênero possui quatro espécies patogênicas
e pelo menos seis não patogênicas. As patogênicas são o Treponema palli-
dum subsp pallidum, causador da sífilis, o Treponema carateum, responsável
pela pinta, e o Treponema pertenue, agente da bouba ou framboesia. O bejel
ou sífilis endêmica é atribuído à variante T. pallidum subsp endemicum. O T.
pallidum tem forma de espiral (10 a 20 voltas), com cerca de 5-20μm de com-
primento e apenas 0,1 a 0,2μm de espessura. Não possui membrana celular
e é protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas
de ácido N-acetil murâmico e N-acetil glucosamina. Apresenta flagelos que
se iniciam na extremidade distal da bactéria e encontram-se junto à camada
externa ao longo do eixo longitudinal. Move-se por rotação do corpo em volta
desses filamento (AVELLEIRA; BOTINO, 2006, p. 112).

Segundo Brasil (2006), tem-se que a sua transmissão é pla-


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

centária, e, além disso:


- A transmissão vertical do patógeno pode ocorrer em qualquer
fase da gestação ou estágio clínico da doença na mãe do bebê;
- O fator determinante para a transmissão vertical do patógeno
é o estágio da sífilis na mãe, e, a duração da exposição do feto no útero
ao patógeno;
- A taxa de infecção da transmissão da sífilis congênita, em
mulheres em tratamento varia entre 70 e 100%, nas fases primária e
secundária da doença. Já nas fases tardia da infecção, a taxa cai para
aproximadamente 30%;
- Aborto espontâneo pode ocorrer, natimorto ou morte perinatal
em aproximadamente 40% dos fetos infectados de mães que não fazem
tratamento;
- Pode haver transmissão direta do patógeno por meio do con-
tato da criança pelo canal de parto, em casos de lesões genitais ma-
ternas. Já na amamentação, só ocorre a transmissão se houver lesão
mamária na mãe.

Quando a mulher adquire a sífilis durante a sua gravidez, pode


haver uma infecção assintomática ou sintomática nos RN.
30
Dados indicam que, aproximadamente 50% das crianças in-
fectadas nascem assintomáticas, tendo manifestação dos sintomas so-
mente 3 meses após seu nascimento.
Cabe ressaltar que, as alterações fisiopatológicas em gestan-
tes e não gestantes são as mesmas.
À vista disso, a sífilis congênita pode ser classificada em dois
estágios, sendo eles: precoce e tardia.

Sífilis congênita precoce

A sífilis congênita precoce surge até o segundo ano de vida


e deve ser diagnosticada por meio de uma avaliação epidemiológica,
minuciosa e criteriosa da situação materna, e de avaliações clínica, la-
boratorial e de estudos de imagem na criança, estes solicitados pelo
profissional médico.
Entretanto, o diagnóstico na criança não é fácil, representando
este um processo complexo. E isso se deve pela discreta manifestação
dos sintomas ou pouca especificidade nos mesmos.
Nessa perspectiva, ressalta-se que a associação de critérios
epidemiológicos, clínicos e laboratoriais deve ser a base para o diag-
nóstico da sífilis na criança.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Dentre as características da sífilis congênita, temos:

- Prematuridade;
- Baixo peso;
- Lesões cutâneas;
- Sofrimento respiratório;
- Anemia;
- Icterícia;
- Linfadenopatia;
- Petéquias;
- Edema;
- Fissura peribucal
- Entre outras.

Sífilis congênita tardia

A sífilis congênita tardia surge após o segundo ano de vida. Da


mesma forma que a sífilis congênita precoce, o seu diagnóstico deve
ser estabelecido por meio da associação de diversos critérios, sendo
31
eles epidemiológicos, clínicos e laboratoriais.
Além disso, deve-se investigar a possibilidade de a criança ter
sido exposta a bactéria por meio de exposição sexual.
Ademais, as principais características da sífilis congênita tardia
são:
- Tíbia em “Lâmina de Sabre”;
- Articulações de Clutton;
- Fronte “olímpica”;
- Nariz “em sela”;
- Dentes de Hutchinson;
- Molares em “amora”;
- Rágades periorais;
- Mandíbula curta;
- Arco palatino elevado;
- Ceratite intersticial;
- Surdez neurológica;
- Dificuldade no aprendizado.

Figura 4:Dentes de Hutchinson


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Governo do Paraná, 2020

Relativo ao cenário atual, vários países no mundo possuem as


bases de prevenção contra a sífilis congênita.
Diante disso, as orientações consistem em:

- Número elevado de consultas pré-natais;


- Disponibilidade de testes rápidos e acessíveis na Atenção Pri-
mária à Saúde;
- Tratamento com penicilina;

O impacto de uma oferta adequada de serviços de saúde é mais significativo


quando se considera que a intervenção de mais curto prazo em saúde pú-
blica (duração de nove meses), com alta efetividade dos resultados, previne
desfechos adversos da gestação e reduz os gastos com a assistência ao

32
recém-nascido. A sífilis congênita e as suas consequências podem ser evita-
das, se houver o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Por isso, em
países desenvolvidos são realizados testes sorológicos em todos os bebês,
mesmo sem sintomas, com mães com teste positivo para sífilis. No entanto,
se uma mulher adquire a doença no final da gravidez, o teste pode ser nega-
tivo mesmo se o RN estiver contaminado. E ainda, outros podem ter resul-
tados falso positivos devido à passagem de anticorpos da mãe. Tudo isso,
somado a um quadro clínico discreto e problemas de infraestrutura dificultam
o diagnóstico e pode afetar gravemente a implementação de programas de
prevenção da sífilis em países menos desenvolvidos (COSTA et al., 2020, p.
201).

AIDS NA GESTAÇÃO

Os serviços que hoje são considerados porta de entrada para


o diagnóstico da infecção pelo HIV e da sífilis em gestantes acontecem
através do Sistema Único de Saúde SUS), pelas Unidades Básicas de
Saúde (UBS), o Programa da Saúde da Família (PSF) e os Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA ou COAS).
Os testes sorológicos (ELISA e confirmatório), e o teste rápido
para HIV, podem ser realizados por profissionais de saúde capacitados,
na rotina do pré-natal.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Em uma gestante portadora de HIV, alguns fatores estão rela-
cionados ao aumento de risco de transmissão do HIV, sendo eles:

- Virais: carga viral, genótipo e fenótipo;


- Maternos: estado clínico e imunológico, presença de outras
Infecções Sexualmente Transmissíveis
- Comportamentais: reinfecção, seja por reexposição sexual ou
compartilhamento de seringas;
- Obstétricos: trabalho de parto, via de parto e ruptura de mem-
branas amnióticas;
- Inerentes ao recém-nascido: prematuridade, peso corporal ao
nascer a amamentação.

Cerca de 65% dos casos de transmissão vertical do HIV ocorrem durante o


trabalho de parto ou no parto propriamente dito. Os 35% restantes ocorrem
intraútero, principalmente nas últimas semanas de gestação. O aleitamen-
to materno representa risco adicional que se renova a cada exposição da
criança ao leite materno. Assim sendo, as oportunidades para intervenções
de prevenção da transmissão vertical, principalmente durante o trabalho de
parto, não podem ser perdidas. Na entrada da parturiente na maternidade
deve ser oferecido o teste rápido para o HIV para todas as gestantes que
não tenham realizado investigação para HIV no pré-natal ou cujo resultado

33
não esteja disponível, após o consentimento verbal da gestante ou familiar
responsável quando a parturiente não tiver condições de fazê-lo (distúrbios
psiquiátricos, por exemplo) (BRASIL, 2007, p. 60).

Durante o pré-natal, a gestante deve fazer exames para detecção


de IST’s, como o HIV. A recomendação do Ministério da Saúde é de que o
teste seja feito já na primeira consulta e no terceiro trimestre da gravidez.
Para que a transmissão para o feto seja evitada, a gestante
deve dar início ao tratamento com medicamentos antirretrovirais indica-
dos pelo médico.
Os remédios devem ser tomados diariamente para combater o
vírus. No entanto, não há eliminação total do organismo e cura.
Ademais, sua quantidade pode ser reduzida de modo a não
prejudicar o funcionamento do sistema imunológico da mãe e do feto.
Nesse caso, o paciente chegou à “carga indetectável”, o que
diminui as chances de transmissão do HIV.
Gestante portadora do HIV que não realiza tratamento tem
aproximadamente 25% de chance de transmitir o HIV. Quando seguida
as recomendações médicas, as chances decaem para menos de 1%,
como relata o Ministério da Saúde.
A Terapia Antirretroviral (TAR) faz com que crianças com infec-
ção por HIV, em alguns casos, não desenvolvam essa infecção.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

A TAR mudou de forma significativa a forma como a infecção


por HIV se manifesta em crianças.
Com isso, infecções oportunistas e o déficit de crescimento
apresentam menor frequência do que antes da existência da TAR.
Embora a TAR diminua nitidamente os efeitos dos distúrbios
no cérebro e na medula espinhal, parece haver uma taxa maior de pro-
blemas de comportamento, desenvolvimento e cognição em crianças
infectadas por HIV que recebem tratamento. (BRASIL, 2007)
Não está claro se esses problemas são causados pela infec-
ção por HIV, pelos medicamentos usados para tratar o HIV ou por outros
fatores biológicos, psicológicos e sociais que são comuns entre crian-
ças infectadas por HIV. (BRASIL, 2007)
Como a TAR permitiu que crianças e adultos sobrevivessem
por muitos anos, mais pessoas estão desenvolvendo complicações de
longo prazo resultantes da infecção por HIV.
Essas complicações incluem obesidade, doenças do coração,
diabetes e doença renal.
Essas complicações parecem estar relacionadas à própria in-
fecção por HIV como também aos efeitos de determinados medicamen-
tos da TAR.
34
Diagnóstico neonatal

- Exames preventivos pré-natais;


- Exames de sangue;
- Após o diagnóstico, é necessário monitoramento

O diagnóstico da infecção por HIV em crianças, começa com a


identificação da infecção por HIV em mulheres grávidas, tendo em vista
os exames pré-natais de rotina.
Os exames rápidos para detecção do HIV podem ser realiza-
dos em dois momentos: mulheres em trabalho de parto e na sala de
parto onde será realizado o parto no hospital.
Esses exames podem disponibilizar os resultados em minutos
ou até mesmo horas.

- Crianças com mais de 18 meses de idade e adolescentes:


No caso de crianças com mais de 18 meses de idade e ado-
lescentes, é possível utilizar os mesmos exames de sangue oferecidos
para diagnosticar a infecção por HIV em adultos.
Eles são exames de sangue que costumam ser feitos à procura
de anticorpos (proteínas fabricadas pelo próprio organismo que defen-
dem o organismo de patógenos) contra o HIV e antígenos do HIV.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


- Crianças com menos de 18 meses de idade
Em crianças com menos de 18 meses de idade, os exames de
sangue padronizados para detectar anticorpos contra o HIV ou antíge-
nos do HIV para adultos não apresentam utilidade, visto que o sangue
do RN, cuja mãe está infectada por HIV, geralmente possui anticorpos
contra o HIV.
Desse modo, para realização do diagnóstico definitivo de in-
fecção por HIV em crianças com menos de 18 meses de idade, é feito
o exame de sangue especial que se chama Teste de Amplificação dos
Ácidos Nucléicos.
Esse exame detecta a presença de material genético (DNA ou
RNA) através de PCR. Caso encontrado, o diagnóstico é positivo.
Além disso, o NAT deve ser feito de modo frequente, na maio-
ria das vezes nas primeiras duas semanas de vida do RN, depois um
mês e posteriormente 4 meses de idade.
Esses exames frequentes identificam a maioria dos bebês in-
fectados por HIV até os seis meses de idade. É possível que os exames
sejam feitos com mais frequência em alguns bebês que estão sob um
risco muito grande de apresentar HIV.
35
Exames devem ser realizados em todos os bebês cujas mães:
- Têm a infecção por HIV;
- Correm risco de ter a infecção por HIV.

- Monitoramento
Posterior ao diagnóstico, deve ser realizado o monitoramento
do número de linfócitos CD4+ e do número de partículas virais de HIV
no sangue.

O valor de CD4 decai em virtude da piora da infecção por


HIV, com isso, se esse valor for baixo, o RN fica propenso a outras
infecções graves.

Paralelamente, a carga viral fica em níveis altos à medida que


a infecção por HIV piora. Sendo assim, a carga viral ajuda a prever a
velocidade em que o valor de linfócitos CD4 provavelmente diminuirá
nos anos seguintes.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

O valor de CD4 e a carga viral servem de auxílio aos médicos


quanto a determinação de quando devem iniciar os medicamentos an-
tirretrovirais, os possíveis efeitos do tratamento e se outros medicamen-
tos podem ser necessários para prevenir infecções mais severas.
Antes da TAR, cerca de 10% a 15% das crianças de países
industrializados e 50% a 80% das crianças de países em desenvolvi-
mento morriam, antes mesmo de completar quatro anos de vida.
Atualmente, tendo a TAR, grande parte das crianças com HIV
vivem até a fase adulta.
Com isso, cada vez mais jovens adultos que foram infectados
no nascimento, também tiveram seu próprios filhos.
Não se sabe se a infecção por HIV ou a TAR administrada a
crianças infectadas por HIV durante períodos críticos do crescimento
e desenvolvimento causará outros efeitos colaterais posteriormente na
vida. (COSTA, 2017)
No entanto, até o momento, tais efeitos colaterais não foram
observados em crianças infectadas, no nascimento ou antes dele, que
foram tratadas com TAR e que são agora adultos jovens. (COSTA, 2017)
Devido à forma como o HIV se mantém oculto nas células das
pessoas, os medicamentos não eliminam totalmente o vírus do corpo.
Mesmo quando os exames não detectam os vírus, alguns deles perma-
36
necem dentro das células.
Em um caso registrado, foram administradas altas doses da
TAR a uma criança que nasceu de uma mãe infectada por HIV que não
recebeu ou fez uso do tratamento adequado.
Embora a TAR tenha sido interrompida quando a criança tinha 15
meses de idade, em seus 24 meses de idade, os médicos ainda não ha-
viam conseguido detectar o HIV replicando no paciente. (COSTA, 2017)
Entretanto, a equipe médica conseguiu detectar o vírus mais
tarde. Há estudos de pesquisa em andamento para descobrir se ad-
ministrar doses altas de TAR para suprimir o vírus, mesmo que por um
curto período, é melhor para a saúde. (COSTA, 2017)
Os médicos recomendam que as pessoas não interrompam
sua TAR.
Não existe atualmente cura para a infecção por HIV e ainda
não se sabe se a cura é mesmo possível. Entretanto, sabe-se de fato
que a infecção por HIV é tratável e que a sobrevida de longo prazo é
possível caso uma TAR eficaz seja administrada.

- Prevenção

A terapia preventiva atual para mulheres grávidas infectadas é


altamente eficaz para minimizar a transmissão (COSTA, 2017).

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Gestantes infectadas por HIV devem iniciar a terapia antirretro-
viral (TAR) por via oral. Idealmente, a TAR deve ser iniciada assim que
a infecção por HIV é diagnosticada, e a mulher estiver preparada para
cumprir a terapia receitada.
Gestantes infectadas por HIV que já estiverem usando TAR
devem continuar a terapia durante a gestação (COSTA, 2017).
Mulheres infectadas por HIV também devem continuar a TAR
enquanto tentam engravidar.
Além da TAR materna, o medicamento antirretroviral zidovudi-
na (ZDV) costuma ser administrado através de via intravenosa à ges-
tante em seu trabalho de parto. (COSTA, 2017)
A ZDV é administrada ao RN exposto ao HIV através da via
oral, duas vezes ao dia, durante as primeiras 4 a 6 semanas de vida.
Esse tratamento de mães e crianças reduz a taxa de trans-
missão de do HIV. Além disso, parto por ceareana realizado antes do
início do trabalho de parto, também diminui o risco de o recém-nascido
adquirir a infecção por HIV.
Salienta-se que pode haver recomendação médica de parto
por cesariana, para mulheres nas quais infecção não foi controlada por
TAR. Posterior ao parto, a TAR é continuada para todas as mulheres
37
infectadas por HIV (COSTA, 2017).
Nos países cujo existem boas fórmulas de leite infantil e água
potável facilmente acessível, as mães infectadas por HIV devem dar ma-
madeiras de fórmula a seus bebês e ser desencorajadas de amamentar
seus filhos com leite materno ou de doar o leite materno a bancos de leite.
Nos países em que os riscos de desnutrição ou diarreia infec-
ciosa devido ao uso de água contaminada, ou seja, não potável para
alimentar bebês ou preparar fórmulas forem elevados, os benefícios da
amamentação superam o risco de transmissão do HIV. (COSTA, 2017)
Nos países em desenvolvimento, as mães infectadas por HIV
devem continuar a amamentar durante os primeiros 6 meses de vida do
bebê e depois desmamar rapidamente o bebê, passando-o para alimen-
tos. (COSTA, 2017)
Muitas vezes, seus bebês recebem TAR durante todo o pe-
ríodo de amamentação. Ademais, a mãe infectada por HIV não deve
pré-mastigar os alimentos para o seu bebê.

- Vacinação
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Quase todas as crianças com HIV devem receber a vacina-


ção adequada, ou seja, a de rotina.

- Difteria, tétano e coqueluche (DTaP);


- Vacina contra poliovírus inativa;
- Gripe (vacina com vírus inativado, não vivo);
- Haemophilus influenzae;
- Streptococcus pneumoniae;
- Hepatite A e hepatite B.

Atualmente, a vacina meningocócica conjugada é recomenda-


da para uso rotineiro e de compensação em crianças, adolescentes e
adultos que possuem infecção por HIV.
A vacina contra o rotavírus com vírus vivos pode ser adminis-
trada de acordo com o cronograma de rotina para bebês, sendo ele
expostos ou que possuam a infecção por HIV.
A imunização contra a gripe com vírus inativados que é realiza-
da todos o anos, pode ser feita nas crianças infectadas por HIV, sendo
maiores de seis meses de idade, e a imunização com vírus inativados
38
ou vivos deve ser feita por todos que moram na mesma residência.
Contudo, a eficácia de qualquer vacina possui menor taxa de
sucesso em crianças com infecção por HIV, visto que apresentam pou-
cas células CD4+, sendo então, suscetíveis a doenças passíveis de
prevenção por vacina quando ficam expostas a uma dessas doenças
mesmo tendo recebido a vacina para determinadas doenças.
Desse modo, crianças que vão para adoção, e necessitam de
cuidados infantis e escolarização, o médico responsável determina o
risco de exposição a doenças infecciosas, além do mesmo necessitar
de acompanhamento.
Diante disso, a transmissão de diversas infecções a uma crian-
ça ou bebê infectados por HIV constitui um perigo maior do que a trans-
missão de HIV por parte dessa criança a outras.
Reforça-se que crianças infectadas por HIV devem participar
de atividades rotineiras da infância de acordo com sua condição física.
A interação com outras crianças é importante para autoestima
e interação social.
Diante disso, a privacidade da criança deve ser respeitada,
desse modo, não há necessidade de exposição a creche de que a crian-
ça é portadora do HIV, haja vista a pouca probabilidade de transmissão
a outras crianças.
Caso se possa contar com assistência médica em domicílio

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


ou de serviços sociais adequados, a criança portadora do HIV pode ter
uma vida normal, fora do hospital, mesmo estando em situação debilita-
da em casos de agravos.
Desse modo, no geral, os cuidado com RN com HIV incluem:
- Realizar higiene com compressas macias;
- Banho imediato após o parto;
- Caso necessário, aspiração delicada de mucosas;
- Monitoramento laboratorial;
- Suspensão da amamentação e substituição do leite materno
por fórmula infantil;
- Alta com consulta em ambulatório especializado em 3 semanas;
- Não escrever o diagnóstico do RN em sua carteirinha.

A carga viral do HIV é muito alta, sendo a transmissão por


essa via correspondente a, aproximadamente, 1/3 dos casos peri-
natais.
39
O conhecimento de incidência, da etiologia, da patogênese, do
diagnóstico, do manejo de infecções durante a gestação, parto e no
período neonatal é importante, pois, podem ocorrer prejuízos e compli-
cações para a qualidade de vida do feto e recém-nascido.
Apesar de a incidência de infecções congênitas e perinatais
serem variáveis em diferentes populações, elas podem ocorrer em até
10% de todos os nascidos vivos.
Os efeitos imediatos e a longo prazo relativo as infecções de
transmissão vertical (mãe-filho) representam um importante problema
de saúde pública em escala mundial.
O feto e o recém-nascido podem adquirir infecções causada por
vírus e micro-organismos, tais como vírus, bactérias, fungos e protozoários.

[...] as práticas sexuais e a drogadição influenciarão, principalmente, a inci-


dência de sífilis, hepatite B, infecção pelos vírus HIV, CMV e Herpes simplex.
O nível socioeconômico e as condições de habitação e saneamento também
facilitam a disseminação de infecções como CMV, sífilis, toxoplasmose e in-
fecções bacterianas. O estado de imunização natural e/ou ativa da popu-
lação geral e das mulheres de idade fértil interfere nas taxas de infecções
congênitas como a rubéola. Os hábitos higiênico-alimentares influenciarão a
incidência de infecção pelo Toxoplasma gondii. A atividade profissional ma-
terna pode facilitar a sua exposição a crianças infectadas por vírus da rubé-
ola, parvovírus B19 (eritema infeccioso ou 5a moléstia), herpes vírus tipo 6
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

(exantema súbito), varicela, hepatite A e B, enterovÌrus, etc. As complicações


obstétricas perinatais associam-se ‡ maior incidência de infecções bacteria-
nas. No Brasil, são poucos os estudos que nos permitem estimar a ocorrên-
cia de infecções pelos vários patógenos possíveis (PINHATA; YAMAMOTO,
1999, p. 18).

Na maioria das vezes, a mãe não apresenta história evidente


de infecção na gestação. Os achados clínicos e/ou laboratoriais orien-
tam a suspeita de uma infecção congênita.
Nesse sentido, os achados da suposta doença podem ser cau-
sados por diferentes agentes, fazendo com que o diagnóstico etiológico
usualmente dependa de alguns testes laboratoriais específicos.
Por outro lado, o diagnóstico precoce se torna possível no caso
de a mãe ou o recém-nascido serem identificados por meio de testes
laboratoriais de triagem no pré-natal, ou então logo após o nascimento
desse bebê.
Geralmente, esses diagnósticos laboratoriais de infecção con-
gênita são feitos através de reações sorológicas. A interpretação desses
testes requer o entendimento das reações imunológicas referentes ao
agente etiológico em que se suspeita.
Anticorpos IgG maternos, contendo anticorpos contra micror-
40
ganismos patogênicos aos quais a mãe tenha sido exposta previamente
ou durante a gestação, passam pela placenta a partir da segunda me-
tade da gravidez.
Sendo assim, além do conhecimento acerca das infecções
congênitas no geral, deve-se conhecer o básico de imunologia para
compreensão dos testes laboratoriais e seu diagnóstico.
Além disso, para a enfermagem, devem-se compreender as
devidas complicações ocasionadas por essas infecções para que pos-
sam ser implementadas as ações de assistência e cuidados de enfer-
magem de acordo com as devidas necessidades de cada paciente.
Com isso, reforça-se a importância do aperfeiçoamento, atua-
lização e capacitação profissional da equipe multidisciplinar, a fins da
implementação de um melhor atendimento, cuidado, orientação e trata-
mento desses indivíduos.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS

41
CAPÍTULO 2
TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
Qual é a causa da Sífilis?
A) Vírus;
B) Fungo;
C) Bactéria;
D) Carrapato;
E) Pulga.

QUESTÃO 2
Qual das características abaixo representa a sífilis congênita?
A) Lesões cutâneas, anemia e espirros frequentes;
B) Icterícia, sofrimentos respiratórios e lesões cutâneas;
C) Excesso de peso, pele ressecada e inchaço agudo no tímpano;
D) Cólicas, petéquias e edema;
E) Prematuridade, excesso de peso e tosse.

QUESTÃO 3
Quais fatores estão relacionados ao aumento de risco de transmis-
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

são do HIV através da gestante portadora de HIV?


A) Compartilhamento de seringas;
B) Abraços;
C) Contato com as lágrimas da gestante;
D) Usar a mesma piscina;
E) Usar os mesmos talheres.

QUESTÃO 4
O que é TAR?
A) Transtorno antirretroviral;
B) Terapia da gestante não portadora de HIV
C) Terapia intravenosa
D) Terapia antirretroviral;
E) Vacina contra Hepatite A.

QUESTÃO 5
Qual das opções abaixo não se refere ao cuidado com o recém-
-nascido portador de HIV?
A) Monitoramento laboratorial;
B) Escrever o diagnóstico do RN em sua carteirinha;
C) Higiene com compressas macias;
42
D) Suspensão da amamentação;
E) Não levar a criança para a creche, caso ela possua movimentos mais
agressivos, como dar mordidas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Muitos RN’s nascem portadores de HIV, necessitando de monitoramen-
to por profissionais de saúde, a fim de detectar sua carga viral e evitar
possíveis agravos de saúde. Diante disso, disserte sobre a atuação do
enfermeiro perante o RN portador de HIV.

NA MÍDIA
EM APENAS 1 ANO, 24 MIL BEBÊS FORAM DIAGNOSTICADOS
COM SÍFILIS NO BRASIL
Somente em 2019, foram notificados 24.130 casos de sífilis em bebês,
a maioria dos quais (44,6%) residiam no Sudeste. Depois, vinham as
regiões Nordeste (26,3%), Sul (13,7%), Norte (9,2%) e Centro-Oeste
(6,1%). Os dados são do Boletim Sífilis de 2020, divulgado pelo Mi-
nistério da Saúde. Os maiores percentuais de casos de sífilis congê-
nita em 2019 ocorreram em crianças cujas mães tinham entre 20 e 29
anos de idade (55,1%), seguidas daquelas nas faixas de 15 a 19 anos
(22,3%) e de 30 a 39 anos (17,6%). As consequências da sífilis em be-
bês são terríveis, e incluem cegueira, surdez, problemas neurológicos e

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


até mesmo, a morte. Em 2019, do total de 24.253 casos, houve 23.864
(98,4%) casos de sífilis congênita em neonatos (até 28 dias de vida),
dos quais 23.396 (96,5%) foram diagnosticados na primeira semana de
vida. Quanto ao diagnóstico final dos casos, observou-se que 93,5% fo-
ram classificados como sífilis congênita recente, 3,7% como aborto por
sífilis, 2,5% como natimorto e 0,2% como sífilis congênita tardia.
Fonte: Observatório do Terceiro Setor
Data: 22/12/2020
Leia a notícia na íntegra: https://observatorio3setor.org.br/noticias/em-
-1-ano-24-mil-bebes-foram-diagnosticados-com-sifilis-no-brasil/

NA PRÁTICA
No tratamento da Sífilis, a assistência de enfermagem precisa ser feita em
torno das gestantes e parceiros com o desenvolvimento de atividades con-
duzidas pelo enfermeiro, propiciando uma melhor qualidade, com acompa-
nhamento da sífilis na consulta Pré-Natal, ações associadas à educação
em saúde, monitorando de casos da enfermidade, fazendo sempre a notifi-
cação para um tratamento necessário dos parceiros sexuais, orientando na
realização de exames sorológicos para propiciar possibilidades de cura. A
ação de conhecer e buscar é a ferramenta mais eficaz do enfermeiro, pois
43
promove tanto o contato precoce das mães, quanto a prática assistencial
ao atendimento de saúde. Quando identificada a necessidade do serviço
especializado, deve-se inserir a programação do calendário de atendimen-
to pré-natal, nas consultas e de suporte da equipe de enfermagem, asse-
gurando-se que todas as avaliações sejam feitas.
Fonte: Silva, 2018
Data: 20/08/2018
Link do artigo: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/assis-
tencia-do-enfermeiro

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: Entenda as diferenças entre HIV e AIDS
Link: https://www.youtube.com/watch?v=-N3iytVuiGw
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

44
PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


AO RECÉM-NASCIDO

A PREMATURIDADE

Diversas são as causas que levam uma gestante ter um parto


antes de completar as 37 semanas, ou seja, um parto prematuro. As mais
comuns estão relacionadas a doenças obstétricas ou ginecológicas.
A seguir, serão abordadas situações que podem ocasionar o
parto prematuro, entretanto, quando controladas, podem diminuir o ris-
co de prematuridade:

- Hipertensão na gestação

Durante a gravidez, mulheres que não possuem pressão alta,


podem sofrer alterações.
4545
A hipertensão materna durante a gestação é preocupante e
exige acompanhamento médio, podendo ser controlada sem riscos.

- Diabetes gestacional

A diabete gestacional é ocasionada pelo aumento do nível de


glicose a nível sanguíneo ocorrido durante a gravidez, apresentando
risco para mãe e bebê, caso não seja controlada.
Uma dieta balanceada e exercícios físicos orientados são es-
senciais para a saúde de ambos.

No Brasil, em torno de 7% das gestações são complicadas pela hiperglicemia


gestacional. Habitualmente, o diagnóstico do diabetes gestacional é realiza-
do por busca ativa, com testes provocativos que empregam sobrecarga de
glicose, a partir do segundo trimestre da gestação. Mais recentemente, tem-
-se recomendado a triagem precoce de gestantes de alto risco na primeira
consulta pré-natal, o que permite identificar casos de diabetes preexistente e
que não devem, portanto, ser rotulados como diabetes gestacional. Embora
a maior parte dos casos de diabetes gestacional se resolva no período pós-
-parto, a definição se aplica independentemente de a condição persistir após
a gravidez (WEINERT et al., 2011, p. 436)

- Parto prematuro anterior


PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Mulheres que tiveram outros filhos prematuros, apresentam


mais chances de ter um bebê prematuro de novo. Por isso, se faz ne-
cessário o acompanhamento médico.

- Doenças uterinas:

Algumas causas de prematuridade podem estar relacionadas a


doenças de cunho uterino, como:

- Miomas;
- Malformação uterina;
- Insuficiência do colo do útero;
- Entre outras.

Estas doenças podem ser diagnosticadas e tratadas durante o


pré-natal, prevenindo riscos de um parto prematuro.

- Infecções maternas
Mesmo parecendo simples, uma infecção urinária, muito comum
46
durante a gravidez, pode apresentar grave risco para a gestação. Assim
como qualquer outra infecção vaginal ou sistêmica quando não tratadas,
podem levar a um parto prematuro. Mas, afinal, o que é a prematuridade?
A prematuridade é nascimento do bebê antes da 37ª semana,
tendo peso inferior a 1500g.
Diante disso, a prematuridade pode ser classificada nos TRE
tipos a seguir:

- Prematuro extremo
Bebês que nascem antes de 28 semanas, apresentando um
organismo mais imaturo. Esse prematuro necessita de mais interven-
ções médicas para que consiga se desenvolver, tendo em vista que
órgãos vitais como pulmões, coração, entre outros, não estão comple-
tamente desenvolvidos.

- Prematuro moderado:
Bebês que nascem entre a 29ª e 33ª semana, apresentando
sistema nervoso central e sistema respiratório não totalmente desenvol-
vido. Além disso, podem apresentar dificuldade em manter uma tempe-
ratura ideal para o organismo.

- Prematuro tardio:

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Bebês que nascem entre a 34ª e 36ª semana. Apesar de ainda
ser considerado prematuro, bebês que são prematuros tardio, possuem
quase todas suas funções vitais e órgãos preparados, entretanto ainda po-
dem apresentar alguns distúrbios metabólicos e/ou dificuldade em respirar.
Com isso, existem algumas formas seguras de se controlar a
gravidez, sendo recomendável a procura de consulta médica para utili-
zação do melhor método para a mulher em questão.
Dentre as formas existentes, algumas serão demonstradas na
figura 5 abaixo:

47
Figura 5: Prolongamento de gravidez
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Isto É, 2021.

O RECÉM-NASCIDO ASFÍXICO

A asfixia no bebê é definida como uma síndrome clínico-neu-


rológica, sendo ela caracterizada por hipoxemia, hipercapnia e acidose,
que são decorrentes de hipóxia e isquemia no período periparto. Ade-
mais, a incidência varia de 1 a 8 por 1.000 nascidos vivos.
Dentre as características gerais da asfixia, temos que, de acor-
do com Costa (2017):

- Interrupção do fluxo sanguíneo através do cordão umbilical;


- Alteração da troca gasosa a nível placentário por descola-
mento da placenta;
- Alteração da perfusão placentária;
- Falha na expansão pulmonar imediatamente após o nascimento.

Na maioria dos casos, a asfixia é provocada por fatores que


48
comprometem a oxigenação e a perfusão intraútero, sendo as causas
neonatais responsáveis por apenas 10% dos casos.
Os fatores que podem comprometer a circulação umbilical es-
tão relacionados às compressões do cordão umbilical provocadas pelo
prolapso, nó verdadeiro, circulares, hematomas e compressões de cor-
dão umbilical.
O descolamento de placenta pode comprometer a oxigenação
do feto por diminuir a oxigenação da placenta e por representar perda
de volume de sangue do feto formando o coágulo retro placentário.
Dessa forma, no descolamento prematuro de placenta, além
do componente hipóxico, o choque hipovolêmico no feto representa um
agravante para o prognóstico da criança.
A alteração da perfusão placentária pode ocorrer na hiperten-
são arterial crônica, na pré-eclâmpsia, no trabalho de parto prolongado
ou em outras situações que cursam com insuficiência placentária.
Com menor frequência, pode ocorrer asfixia por depressão res-
piratória após o nascimento como, por exemplo, quando se administra
opioides à mãe antes do parto, ou em recém-nascidos com obstruções
ou compressões de vias aéreas.

Fatores de risco para asfixia neonatal

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


Dentre os fatores de risco para asfixia perinatal, temos, segun-
do Costa (2017):
- Durante a gestação:
Ausência de pré-natal, tabagismo, alcoolismo e uso de drogas
ilícitas materna, diabetes melito, cardiopatia, hipertensão arterial crôni-
ca, pré-eclâmpsia e anemias.

- No período periparto, trabalho de parto e parto:


- Placenta prévia;
- Descolamento prematuro de placenta;
- Prolapso, nó e circular de cordão umbilical;
- Gestação múltipla;
- Trabalho de parto prematuro;
- Trabalho de parto prolongado;
- Entre outras.
- Imediatamente após o nascimento:
- Depressão respiratória no feto;
- Malformações;
- Obstruções de vias aéreas.
49
Fisiopatologia

Segundo Costa (2017), sobre a fisiopatologia, tem-se o que


segue abaixo:

- Circulação e respiração
Durante a presença de hipóxia, a respiração fetal é o primeiro
a se alterar. Com isso, há inversão do movimento do fluxo de líquido
pulmonar, tornando-se um fluxo de fora para dentro dos pulmões e, si-
multaneamente, desencadeando movimentos respiratórios rápidos, que
são seguidos de apneia primária.
Em caso de persistência da hipóxia, ocorre novo esforço respi-
ratório com movimentos respiratórios irregulares de amplitude e profun-
didade variáveis, denominado de gaspings.
Após algum tempo, ocorre novamente um período de apneia,
denominado de apneia secundária. A seguir, o feto evolui para o óbito,
caso não sejam aplicadas as manobras de reanimação.
Na apneia primária, a frequência cardíaca começa a declinar,
mas nesse momento, a pressão arterial ainda se mantém elevada,
usualmente, até o início da apneia secundária, quando então ocorre
uma queda acentuada da pressão arterial e da frequência cardíaca.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

Essas alterações podem ser iniciadas ainda intraútero e, ao


nascer, o neonato pode encontrar-se em qualquer fase de alteração do
padrão cardiorrespiratório. Se uma criança nasce em apneia primária,
um estímulo tátil pode induzir a respiração.
Na apneia secundária, o recém-nascido não responde à esti-
mulação, havendo necessidade de iniciar imediatamente a ventilação.
Na prática clínica, qualquer recém-nascido que se encontra em apneia
ao nascer deve ser considerado como apneia secundária e iniciada ime-
diatamente as manobras de reanimação.

- Comprometimento clínico e neurológico


Em recém-nascidos a termo, o comprometimento renal, neuro-
lógico, cardíaco e pulmonar ocorre em 50%, 28%, 25% e 25% dos casos,
respectivamente, dependendo do grau e extensão da lesão asfíxica.
Na fase inicial da asfixia ou quando a hipóxia não é tão acen-
tuada, pode haver comprometimento de órgãos periféricos, mas à me-
dida que a hipóxia se acentua ou se perpetua, ocorre também compro-
metimento de órgãos nobres como o coração e o cérebro.
Tal mecanismo de lesão progressiva pode ser explicado pela
redistribuição do débito cardíaco que ocorre na fase inicial da asfixia,
50
mas que entra em falência na fase mais avançada do processo asfíxico.

- Distúrbios metabólicos
Com a hipoxemia e má perfusão tecidual, o metabolismo
anaeróbico torna-se preponderante, com diminuição da produção de
energia e formação de acido lático e ocorrência de acidose metabólica.
Além da acidose metabólica, outros distúrbios metabólicos,
como a hipoglicemia, a hipocalcemia, a hiponatremia e a hiperpotasse-
mia podem ser encontradas na asfixia perinatal.

Devido ao metabolismo anaeróbico, com baixa produção de energia, as re-


servas hepáticas de glicogênio são rapidamente consumidas, podendo pre-
dispor à hipoglicemia nas primeiras horas de vida, após a reanimação neo-
natal. A acidose também pode aumentar a incorporação do cálcio ao osso
sob a ação da calcitonina que se encontra elevada na presença da acidose,
levando à hipocalcemia. A diminuição da produção de energia pode alterar o
funcionamento da bomba de sódio e potássio e predispor à hiperpotassemia
e hiponatremia. Por outro lado, a ocorrência de insuficiência renal, relativa-
mente frequente na asfixia, também explica a presença de hiperpotassemia.
(COSTA, 2017, p. 33)

A hiponatremia pode ocorrer também pelo aumento da natriu-


rese decorrente da lesão tubular renal ou devido à síndrome de secre-

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


ção inapropriada de hormônio antidiurético.

- Comprometimento pulmonar:
Na asfixia perinatal, pode haver comprometimento do sistema
respiratório devido a síndrome de aspiração de mecônio, síndrome de
escape de ar, hipertensão pulmonar, síndrome do desconforto respira-
tório, edema e hemorragia pulmonar. (COSTA, 2017)

- Síndrome de aspiração de mecônio:


Devido à redistribuição do fluxo sanguíneo na asfixia com di-
minuição da circulação mesentérica, ocorre aumento do peristaltismo
intestinal e relaxamento do esfíncter anal com eliminação do mecônio
para o líquido amniótico. (COSTA, 2017)
Se a hipóxia persiste, o feto apresenta alteração do padrão
respiratório com movimentos respiratórios rápidos e gasping, possibili-
tando a aspiração do mecônio através da glote aberta para os pulmões.
A síndrome de aspiração de mecônio também pode se associar
à síndrome de escape de ar, seja por mecanismo de válvula em vias
aéreas parcialmente obstruídas, seja por pressões excessivas utilizadas
na ventilação com pressão positiva durante as manobras de reanimação.
51
- Hipertensão pulmonar:
A hipertensão pulmonar persistente ocorre em decorrência da
hipóxia, de modo a facilitar a passagem de sangue através do forame
oval e canal arterial, havendo persistência do canal arterial.

- Edema pulmonar:
Durante a asfixia pode também ocorrer lesão endotelial com
extravasamento de líquido e proteínas para dentro dos alvéolos pulmo-
nares, provocando e edema pulmonar. (COSTA, 2017)
- Síndrome do desconforto respiratório:
Na asfixia perinatal, pode ocorrer lesão da célula de pneumóci-
to tipo II com consequência da diminuição de produção de surfactante.
Somado a isso, o extravasamento de proteínas e líquidos pode inativar
o surfactante alveolar, possibilitando a ocorrência de síndrome de des-
conforto respiratório em prematuros tardios.

- Hemorragia pulmonar:
A hemorragia pulmonar pode ser devida a trombocitopenia, al-
teração dos fatores de coagulação e por atonia e lesão do endotélio
capilar com extravasamento de sangue para os alvéolos.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

- Comprometimento cardíaco
A acidose reduz a contratilidade miocárdica e diminui a respos-
ta a catecolaminas, provocando a hipotensão arterial. Além disso, na
asfixia grave, também ocorre a disfunção cardíaca devido à sobrecarga
hemodinâmica decorrente, sobretudo, da hipertensão pulmonar, aco-
metendo predominantemente o coração direito com insuficiência tricús-
pide e insuficiência cardíaca. (COSTA, 2017)
A ocorrência de arritmia cardíaca pode ser observada na pre-
sença de hiperpotassemia.

- Comprometimento renal e suprarrenal


O comprometimento renal ocorre em cerca de 50 a 60% dos
casos de asfixia grave e, em geral, se associa a lesão neurológica. Com
a isquemia renal, pode haver necrose tubular aguda e, mais raramente,
necrose cortical ou medular, levando à insuficiência renal.
Na asfixia perinatal, pode eventualmente ocorrer hemorragia
suprarrenal devido a alterações ocorridas pela coagulação.
Em geral, a hemorragia é unilateral, assintomática e só diag-
nosticada se realizado exame de ultrassonografia. Quando há compro-
metimento bilateral, pode haver a insuficiência adrenal, sendo caso gra-
ve. (COSTA, 2017)
52
- Comprometimento gastrointestinal
A redistribuição de fluxo sanguíneo pode provocar diminuição
da perfusão dos intestinos com risco de enterocolite necrosante.
Por outro lado, a vasoconstrição periférica também pode com-
prometer o fígado, provocando disfunção hepática, que pode evoluir com
colestase, aumento de enzimas hepáticas e distúrbios de coagulação.

- Comprometimento neurológico
O quadro neurológico da asfixia perinatal é representado clas-
sicamente pela encefalopatia hipóxico-isquêmica. O edema cerebral
também pode ocorrer com certa frequência, mas a hemorragia intracra-
niana é ocasional. A encefalopatia hipóxico-isquêmica será discutida em
capítulo especifico. (COSTA, 2017)

ICTERÍCIA NEONATAL

O amarelão em bebê é chamado de icterícia neonatal. Consis-


te no acúmulo de bilirrubina no organismo do RN, podendo ser tratada
através de fototerapia.
É assíduo em crianças pequenas e sua detecção não é possí-
vel na gravidez. Desse modo, a icterícia não é uma doença, mas sim,

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


representa um sinal de alterações no fígado, sendo ocasionada pelo
excesso de pigmento biliar.
Relativo à bilirrubina, ela é formada quando a hemoglobina so-
fre decomposição, sendo isto, parte do processo normal de reciclagem
de glóbulos vermelhos velhos ou danificados.
Além disso, este processo de destruição ocorre na medula ós-
sea, baço e fígado.
Em normalidade, a bilirrubina produzida é levada para o fígado
através dos vasos sanguíneos e, é eliminada para o intestino, por meio
das vias biliares, após o seu armazenamento na vesícula biliar.
Entretanto, os casos de anormalidade em qualquer etapa des-
te processo, pode ocorrer o acúmulo dessa substância no corpo, provo-
cando assim a icterícia.
Devido a limitada capacidade do fígado em processar grande
quantidade de bilirrubina que é produzida, tendo em vista que o fígado
não processa bem glóbulos vermelhos, a bilirrubina se acumula no san-
gue, sendo depositada na pele.
Diante disso, o resultado é a icterícia, sendo até “normal” em
recém-nascidos saudáveis, podendo desaparecer sozinha.
Quanto aos sintomas da icterícia, temos:
53
- Pele e esclera dos olhos amarelada;
- Urina escura e febre baixa;
- Em casos graves, pode haver sonolência excessiva ou falta
de apetite.

Fototerapia

Consiste em uma modalidade terapêutica mais utilizada mun-


dialmente para o tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal.

Estima-se que só nos Estados Unidos um número superior a 350.000 recém-


-nascidos receba anualmente este tratamento. Entretanto, apesar da vasta
literatura de investigação em humanos, animais e laboratório a respeito do
mecanismo de ação, efeitos biológicos, complicações e uso clínico da fotote-
rapia, existe ainda considerável desinformação acerca de como a fototerapia
age, qual a dose de energia luminosa necessária para a eficácia clínica e
como ela deve ser administrada (CARVALHO, 2001, p. 72)

- Mecanismo de ação da fototerapia


A eficácia da fototerapia depende diretamente da transformação
fotoquímica da bilirrubina nas áreas nas quais o indivíduo está exposto à
luz. Essas reações mudam a estrutura da molécula de bilirrubina, permi-
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

tindo assim que os fotoprodutos possam ser eliminados através dos ór-
gãos fígado ou ruim, de modo a não sofrerem modificações metabólicas.
Portanto, o mecanismo de ação básico da fototerapia é a utili-
zação de energia luminosa na transformação da bilirrubina em produtos
mais hidrossolúveis.
A bilirrubina absorve luz na região de 400 a 500 nanômetros. A
luz emitida nesta faixa penetra na epiderme e atinge o tecido subcutâneo.
Dois mecanismos são propostos para explicar a ação e eficá-
cia da fototerapia na redução dos níveis séricos da bilirrubina: fotoiso-
merização e fotooxidação.

- Fotoisomerização
Após irradiada pela luz, a molécula de bilirrubina dá origem a
dois tipos de isômeros: o isômero geométrico ou configuracional e o
isômero estrutural ou lumirrubina.
O isômero geométrico forma-se de modo rápido, sendo rever-
sível à molécula de bilirrubina que lhe deu origem, no entanto, sua ex-
creção é devagar em recém-nascidos.
Assim, a formação de isômeros estruturais é mais lenta do que
a do isômero geométrico, entretanto, esta reação, é irreversível.
54
A lumirrubina, é solúvel em água, e rapidamente excretada
pela bile e através da urina do RN ictérico, sem precisar de conjugação.

- Fotooxidação
Em ambiente aeróbico (com oxigênio disponível) pequena par-
te da molécula ativa de bilirrubina passa pelo processo de oxidação, le-
vando à produção de complexos pirólicos, sendo eles solúveis em água
e posteriormente excretados através da urina.
A contribuição quantitativa da fotooxidação para a diminuição
dos níveis séricos de bilirrubina ainda não se encontra totalmente co-
nhecida. No entanto, o que se espera é que sua contribuição é pequena
através dos resultados obtidos

Prevenção da Icterícia

Não há como evitar o aparecimento da maioria dos tipos de


icterícia. Deve-se acompanhar e, em alguns casos, realizar tratamento.
Recém-nascidos que mamam bem, eliminam de forma mais
fácil a bilirrubina, podendo obter um grau de icterícia mais leve do que
em casos em que se mama pouco e que não esteja hidratado.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

Nos dias atuais, a imunização caracteriza-se como uma tecno-


logia de grande importância para a saúde, sendo uma medida preven-
tiva de doenças, que abrange a população de forma global, conferindo
proteção individual e coletiva.
A vacinação é um dos serviços oferecidos pela rede pública,
como o Sistema Único de Saúde (SUS), que vem alcançando índices
satisfatórios, uma vez que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do
Brasil é hoje considerado um dos mais completos em escala mundial.
Nesse sentido, a eliminação de doenças como, por exemplo,
sarampo e poliomielite, por meio dos programas nacionais de imuniza-
ção, foi um determinante favorável e crucial para que o governo bra-
sileiro instituísse o acesso universal da população à grande parte das
vacinas disponíveis no mercado internacional.
No entanto, há situações especiais de saúde, que demandam
uma atenção diferenciada e atenciosa referente à imunização, sendo
este o grupo de recém-nascidos (RN) de risco.
Estes são considerados os que respondem a, pelo menos, um
55
dos critérios abaixo:
- Residir em área de risco;
- RN com menos de 37 semanas de idade gestacional;
- Peso ao nascer inferior 2.500 gramas;
- Asfixia grave;
- Hospitalização ou intercorrência na maternidade ou em uni-
dade de assistência ao RN;
- Necessidades de orientações especiais à alta da maternidade
ou em assistência ao RN;
- Ser filho de mãe adolescente e ser RN de mãe com baixa
instrução (menos de 8 anos de estudo).
Desse modo, quando se fala em recém-nascidos de risco, a
vacinação desempenha um papel crucial, tendo em vista que este gru-
po, é o mais vulnerável e susceptível às doenças, exigindo um nível
maior de serviços de saúde direcionados a esse público, de forma a
facilitar o máximo do desenvolvimento do RN.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

56
CAPÍTULO 3
TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 1
O que é prematuridade?
A) Nascimento do bebê antes da 40ª semana, tendo peso inferior a 1000g;
B) Nascimento do bebê antes da 37ª semana, tendo peso inferior a 1500g;
C) Nascimento do bebê antes da 30ª semana, tendo peso inferior a 2000g;
D) Nascimento do bebê antes da 25ª semana, tendo peso inferior a 3000g;
E) Nascimento do bebê antes da 20ª semana, tendo peso inferior a 400g.

QUESTÃO 2
Qual das causas abaixo é referente a Icterícia neonatal?
A) Aumento do nível de glicose no sangue da grávida;
B) Excesso de fast food;
C) Excesso do pigmento biliar;
D) Sonolência excessiva;
E) Diabetes.

QUESTÃO 3
Quais dos métodos abaixo é eficaz para o prolongamento da gra-
videz?

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


A) Sexo;
B) Alimentos picantes;
C) Sedentarismo;
D) Anel de plástico que envolve a região da vagina;
E) Medicamentos inibidores de contrações uterinas antecipadas.

QUESTÃO 4
O que não é característica da asfixia em recém-nascidos?
A) Alteração da troca gasosa a nível placentário por descolamento da
placenta;
B) Falha na expansão pulmonar imediatamente após o nascimento;
C) Interrupção do fluxo sanguíneo através do cordão umbilical;
D) Expansão pulmonar normal imediatamente após o nascimento;
E) Alteração da perfusão placentária.

QUESTÃO 5
Qual das opções abaixo se refere ao período em que o bebê nasce
prematuro tardio:
A) Bebês que nascem entre a 20ª e 24ª semana;
B) Bebês que nascem entre a 34ª e 36ª semana;
57
C) Bebês que nascem entre a 36ª e 40ª semana;
D) Bebês que nascem entre a 29ª e 33ª semana;
E) Bebês que nascem entre a 27ª e 30ª semana.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A fototerapia tem se mostrado uma boa alternativa para cura da icte-
rícia. Disserte sobre a importância do profissional de enfermagem em
conhecer o procedimento de fototerapia.

NA MÍDIA
DEPOIS DE VER MEU BEBÊ NASCER COM ASFIXIA, MELHOREI
COMO ENFERMEIRA
Nos últimos três anos, a enfermeira Ailda dos Santos Nascimento cuida
de bebês que nascem com falta de oxigenação no cérebro e precisam de
atenção especial na UTI Neonatal do Hospital Regional de Itanhaém, no
litoral sul de São Paulo. A asfixia ocorre antes do nascimento (em 90%
dos casos) ou logo depois. Ela é a terceira causa de óbito neonatal (atrás
da prematuridade e das infecções) e pode causar sequelas permanentes.
Em agosto, a vida tratou de inverter os papéis. Ailda se viu na posição de
mãe de UTI no próprio hospital em que trabalha, uma experiência trans-
formadora. Segundo Ailda, "Depois de ver meu bebê nascer com asfixia,
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

melhorei como enfermeira", diz. O trabalho de parto durou metade de um


dia. "Nicolas ficou preso no canal da vagina durante mais de duas horas.
Nasceu pálido e não chorou. Olhei para os pediatras, meus colegas de
hospital, e percebi que ele seria intubado e levado para a UTI", conta.
Ailda logo pensou que o filho precisaria da hipotermia terapêutica. "Como
enfermeira, esse é um dos protocolos que amo fazer. Trabalhamos com
muita dedicação, procuramos fazer tudo certinho porque vemos crianças,
lá na frente, não desenvolvem qualquer tipo de sequela.
Fonte: UOL
Data: 28/10/2020
Leia a notícia na íntegra:
https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/cristiane-segatto/2020/10/28/
depois-de-ver-meu-bebe-nascer-com-asfixia-sou-uma-enfermeira-me-
lhor.htm

NA PRÁTICA
O desempenho da enfermagem na UTI Neonatal reúne diversas ativida-
des, dentre as quais se destacam: procedimentos invasivos especializa-
dos, cuidado voltado para o conforto, preservação do repouso do RN, arti-
culação dos processos de cuidado humanos e tecnológicos, entre outros.
Tais cuidados irão resultar na recuperação, desenvolvimento e propor-
58
cionar a adaptação do RN ao ambiente extrauterino. O cuidado de en-
fermagem deve estar focado às necessidades do binômio mãe-filho e
os demais familiares, criando uma proposta para o cuidado centrado na
família, encorajando-os ao envolvimento afetivo.
Relativo ao aleitamento, no caso do enfermeiro, seu papel é o de infor-
mar as mães e familiares sobre os benefícios do leite materno, fornecer
suporte e cuidado à mulher nutriz e seu filho, propor intervenções para
obter uma lactação efetiva e fortalecer o binômio e família.
Fonte: Prazeres et al., 2021
Data: 19/05/2021
Link do artigo: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/14588-Arti-
cle-199410-1-10-20210519.pdf

PARA SABER MAIS


Artigo sobre o assunto: Asfixia perinatal associada à mortalidade neona-
tal precoce: estudo populacional dos óbitos evitáveis.
Link: https://www.scielo.br/j/rpp/a/QNNcSB87tTrthCqmBWMXhmg/?for-
mat=pdf&lang=pt
Vídeo sobre o assunto: Palestra: Asfixia Perinatal
Link: https://www.youtube.com/watch?v=3RnDk1EsUy4

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS

59
GABARITOS

CAPÍTULO 01

TREINOS INÉDITOS
1 2 3 4 5
B E D C A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O conhecimento de IRAS em neonatal pelo enfermeiro é o essencial


para a garantia de um cuidado integral e qualificado, de modo a priorizar
as necessidades específicas de cada RN, a fins de promoção de uma
boa recuperação.
Diante disso, é necessário sempre atualização profissional, além de
também preparo da equipe no manejo adequado do RN afetado por
alguma IRAS.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

60
GABARITOS

CAPÍTULO 02

TREINOS INÉDITOS
1 2 3 4 5
C B A D B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

RN com HIV, quando não acompanhados, podem sofrer agravos em


sua saúde posteriormente, com isso, cabe ao enfermeiro orientar e in-
formar a família a importância da adesão ao tratamento, uma vez que o
RN não tem autonomia para seguir tal tratamento.
Desse modo, o RN é vulnerável e o enfermeiro deve se atentar à ele
como um todo e seu contexto socioeconômico inserido e de sua família,
o que salienta a necessidade de um profissional com um olhar huma-
nizado e preparado para sanar dúvidas de que é possível proporcionar
uma vida saudável ao RN.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS

61
GABARITOS

CAPÍTULO 03

TREINOS INÉDITOS
1 2 3 4 5
B C E D B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A fototerapia é importante para recuperação de RN ictéricos, diante dis-


so, conhecer os benefícios e como funciona o procedimento é essencial
para o enfermeiro, visto que o mesmo é o profissional que presta assis-
tência integral, junto a equipe de enfermagem, de modo a qualificar a
assistência e fornecer a fototerapia em quantidade necessária a cada
RN, de acordo com suas necessidades individuais.
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

62
AVELLEIRA, J. C. R.; BOTTINO, G.. Sífilis: diagnóstico, tratamento e
controle. Anais brasileiros de dermatologia, v. 81, p. 111-126, 2006.

BRASIL. Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e


sífilis. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 2007.

COSTA, H. S. et al. Sífilis congênita: repercussões e desafios. Arquivos


catarinenses de medicina, v. 46, n. 3, p. 194-202, 2017.

DINIZ, L. M. O.; FIGUEIREDO, B. C. G. O sistema imunológico do re-


cém-nascido. 2014.

ISTO É. Os avanços para evitar o parto prematuro. Isto é. 2021. Dis-


ponível em: https://istoe.com.br/74957_OS+AVANCOS+PARA+EVI-
TAR+O+PARTO+PREMATURO/. Acesso em: jul. 2021

MUSSI-PINHATA, M. M.; YAMAMOTO, A. Y. Infecções congênitas e pe-


rinatais. J Pediatr, v. 75, n. Supl 1, p. 15-30, 1999.

VIEIRA, M. T. C.; LOPES, J. M. A. Fatores associados à enterocolite


necrosante. Jornal de Pediatria, v. 79, p. 159-164, 2003.

PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL- GRUPO PROMINAS


WEINERT, L. S. et al. Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento
multidisciplinar. Arquivos Brasileiros de endocrinologia & metabologia, v.
55, n. 7, p. 435-445, 2011.

63
PATOLOGIAS E DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO PERÍODO NEONATAL - GRUPO PROMINAS

64

Você também pode gostar