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MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

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MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Priscyla Maira de Souza Roque


MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade abordará a temática dos Elementos de Máqui-
nas, as Máquinas de Fluxo, Equipamentos de Minas e de Desmonte
de Rochas. Os elementos de máquinas são componentes importantes
utilizados na construção das máquinas e sua classificação está rela-
cionada à função que desempenham no conjunto mecânico, podendo
ser denominados elementos de fixação, apoio, transmissão, acopla-
mento, vedação e flexíveis. As máquinas de fluxo, por sua vez, são
máquinas especiais que trabalham com a transformação da energia
de um fluido em trabalho útil. Neste sentido, estas máquinas podem
trabalhar adicionando ou retirando energia, tais como as turbinas, ven-
tiladores, bombas e turbocompressores. As operações de mina são
caracterizadas por processos operacionais que possibilitam a retirada
e exploração do minério na lavra. Estas operações envolvem diversas
atividades, a começar pela perfuração do maciço, através do uso per-
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furatrizes, que visa realizar a prospecção geológica e abrir furos para


acondicionar os explosivos para a detonação. O desmonte de rochas
consiste em detonar o maciço rochoso através do uso de explosivos
conforme um plano de fogo previamente planejado e definido. Após o
desmonte, o material fragmentado é carregado através de máquinas
carregadeiras e transportado por meio de unidades transportadoras
para um ponto de estocagem ou britador primário.

Elementos de Máquinas. Máquinas de Fluxo. Equipamentos de Mineração.


Perfuração. Desmonte.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
ELEMENTOS DE MÁQUINAS E MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO

Elementos de Máquinas _______________________________________ 12

Elementos de Fixação: Móveis e Permanentes ____________________ 13

Elementos de Apoio ___________________________________________ 25

Elementos Flexíveis e Elásticos ________________________________ 28

Elementos de Transmissão ____________________________________ 30

Elementos de Vedação __________________________________________ 37

Máquinas de Elevação e Transporte_____________________________ 40

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Recapitulando ________________________________________________ 43

CAPÍTULO 02
MÁQUINAS DE FLUXO

Máquinas De Fluxo _____________________________________________ 46

Classificação de Máquinas de Fluxo _____________________________ 48

Recapitulando _________________________________________________ 52

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CAPÍTULO 03
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE MINERAÇÃO, PERFURAÇÃO E
DESMONTE APLICADO

Unidades de Perfuração ______________________________________ 58

Unidades Escavo-Empurradoras _______________________________ 61

Unidades Escavo-Carregadeiras _______________________________ 61

Unidades de Transporte _______________________________________ 64

Explosivos ____________________________________________________ 65

Plano de Fogo _________________________________________________ 69

Recapitulando __________________________________________________ 77

Fechando a Unidade ____________________________________________ 81

Referências _____________________________________________________ 84
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Este módulo tem como objetivo apresentar a você, aluno, infor-
mações e conhecimentos a respeito dos elementos de máquinas, má-
quinas de fluxos, equipamentos utilizados nas operações de minas e
desmonte de rochas.
Como o assunto é extenso, este material foi dividido em ca-
pítulos para que você absorva o máximo deste conteúdo. No primei-
ro capítulo, serão apresentados os elementos de máquinas utilizados
na construção de conjuntos mecânicos, suas funções e classificações.
Além disso, você irá aprender sobre as máquinas de elevação e equipa-
mentos utilizados para realizar o transporte de materiais.
O segundo capítulo abordará sobre as máquinas de fluxo, isto
é, máquinas utilizadas para promover a transformação da energia de
um fluido em trabalho. São máquinas que trabalham com a adição ou
retirada de energia do fluido.
Por fim, o terceiro capítulo apresentará sobre os principais
equipamentos utilizados nas operações de mina para realização das ati-
vidades de perfuração, carregamento e transporte de materiais. Aborda-
rá também sobre o plano de fogo, um importante documento elaborado
para definir o planejamento e a execução de um desmonte de rochas.
Este aprendizado possibilitará a você compreender os aspectos
envolvidos na construção, funcionamento e manutenção de uma máqui-
na, assim como, definir a aplicação destes equipamentos nas atividades
industriais, prezando pela eficiência produtiva, otimização dos processos,

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definição de planos de manutenção assertivos e redução de custos.

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ELEMENTOS DE MÁQUINAS E
MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO
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ELEMENTOS DE MÁQUINAS

Homem e máquina, uma parceria de grande sucesso. Nos dias


de hoje, é praticamente impossível imaginar a vida sem o uso das má-
quinas. Seja nas indústrias, em casa, nos meios de locomoção ou na
prestação de serviços, as máquinas estão presentes em todos os luga-
res, trazendo facilidades para o nosso dia a dia.
Além disso, elas se transformaram em equipamentos essenciais
para as atividades de mineração e, por isso, é importante que o profis-
sional conheça a respeito dos componentes de máquinas utilizados para
fixação, apoio, transmissão de potência, acoplamentos e vedações. Este
conhecimento servirá de base para o entendimento de como as máquinas
são construídas e também de como funcionam, assim como é de funda-
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mental importância para sua aplicação na prática, ou seja, no desenvolvi-
mento das atividades de operação e manutenção destes equipamentos.
Na concepção de uma máquina são empregados diversos ele-
mentos de máquinas, com diferentes finalidades, para a construção de
um conjunto mecânico. Estes elementos podem ser classificados em
elementos de fixação, apoio, flexíveis, transmissão e vedação.

ELEMENTOS DE FIXAÇÃO: MÓVEIS E PERMANENTES

Na mecânica é muito comum a necessidade de unir uma ou


mais peças, chapas, barras ou perfis para a construção de um conjunto
mecânico ou uma estrutura. Por mais simples que seja esta construção,
é necessário utilizar elementos específicos para promover essa união.
Estes elementos são denominados: elementos de fixação. Os elemen-
tos de fixação mais conhecidos e utilizados são os: rebites, pinos, cavi-
lhas, parafusos, porcas, arruelas, anéis elásticos, chavetas etc.
Para projetar um conjunto mecânico é importante escolher cor-
retamente o elemento de fixação adequado aos tipos de peças que se-
rão fixadas. Elementos de fixação mal dimensionados ou inadequados
poderão comprometer toda a estrutura da máquina. O dimensionamen-
to correto, por sua vez, evita a concentração de tensões e rupturas nas
peças por fadiga de material.
A união entre as partes se dá através de duas maneiras distin-

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tas, união móvel e união permanente. Na união móvel, os elementos de
fixação podem ser montados e desmontados sem causar qualquer dano
às partes que foram unidas. São exemplos de união móvel: a fixação
feita com o uso de parafusos, arruelas e porcas.

Figura 1 – União Móvel.

Fonte: Barbosa, 2011.

Na união permanente, os elementos de fixação, uma vez insta-


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lados, não poderão ser retirados sem que fiquem inutilizados. É o caso
de uniões feitas através do uso de rebites e soldas, por exemplo.

Figura 2–União Permanente.

Fonte: Barbosa, 2011.

Embora as soldas representem um excelente mecanismo


de união permanente entre as peças, sua aplicação não é recomen-
dada em situações em que o conjunto é submetido ao calor, pois a
solda pode danificar a superfície das peças unidas.

Rebites
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Os rebites são exemplos de união permanente que são utili-


zados em situações em que a solda não é recomendada por diferentes
motivos, tais como: composição do material a ser fixada, facilidades do
processo de construção e tensões provenientes da solda.

Figura 3 – Rebite.

Fonte: SENAI,1996.

Os rebites são elementos de máquinas que podem ser fabrica-


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dos em aço (comum ou inox), alumínio, cobre ou latão. Possui um eixo/
corpo cilíndrico e uma cabeça que poderá ter vários formatos.
Na indústria, os rebites são amplamente aplicados para unir per-
manentemente as partes de estruturas metálicas, caldeiras, turbinas, na-
vios, aviões, treliças e veículos de transporte. Os rebites podem se apre-
sentar em diferentes formatos e suas dimensões de cabeça e corpo são
padronizadas, conforme medidas preestabelecidas em normas técnicas.

Quadro 1 – Tipos de Rebites.

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Fonte: Barbosa, 2011.

Analisando o quadro 1, observa-se que um rebite do tipo cabe-


ça redonda larga que tiver um diâmetro de corpo de 5 mm terá obriga-
toriamente uma cabeça com diâmetro de 10 mm, pois a especificação
técnica para este tipo de rebite é de que a cabeça deverá ter o diâmetro
de 2 vezes maior que o diâmetro do corpo.
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Além disso, é muito importante conhecer as especificações
dos rebites para que seja identificado e utilizado o rebite mais adequa-
do para cada situação.
As especificações dos rebites dependem do(a):
• Tipo de material usado para fabricar o rebite;
• Tipo de cabeça (formato);
• Medida do diâmetro do corpo do rebite (d);
• Comprimento útil do rebite (medida da parte que fará a união
propriamente dita entre as peças. Esta medida se dá pela diferença entre
o comprimento do corpo (L) e o comprimento restante necessário para for-
mar a outra cabeça do rebite (z), também conhecido por sobra necessária).

Figura 4 – Comprimento Útil de um Rebite.

Fonte: Barbosa, 2011.

A rebitagem é o processo de fixação do rebite nas peças a


serem fixadas.
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Filme sobre o assunto: Rebitagem Manual


Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=gv-xV_
WJS7I
Observação: O vídeo mostra o processo de rebitagem atra-
vés de uma rebitadeira manual.

Pinos e Cupilhas

Os pinos são elementos de fixação para junção móvel que permi-


tem a união mecânica entre as peças. Neste tipo de união, as peças são
alinhadas e formam uma espécie de conexão, permitindo a articulação do
conjunto. São constituídos de um corpo cilíndrico que serve para alinhar
furos concêntricos e unir duas ou mais peças. Os pinos estão disponíveis
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em diversas formas: podem ter cabeças ou não, serem cônicos, fixos com
o auxílio de roscas ou contra-pinos, dependendo do tipo de aplicação.

Quadro 2 – Pinos.

Fonte: SENAI, 1996.

A cupilha, também conhecida por contrapino, constitui-se de


uma haste dobrada que forma uma cabeça circular, apresentando ainda
duas extremidades de comprimento desigual. A cupilha é um elemento
de fácil manuseio que é introduzida em um furo na extremidade de um
pino ou parafuso com porca castelo. As extremidades da cupilha são vi-
radas para trás, possibilitando, assim, o travamento que impede a saída

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da porca ou do pino durante as vibrações das peças unidas.

Figura 5 – Cupilha.

Fonte: Barbosa, 2011.

Parafusos e Roscas

Dentre os elementos de fixação, os parafusos são os mais uti-


lizados. Eles são empregados para unir peças de máquinas, formando
um conjunto com porcas e arruelas. São empregados para fixação de
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forma não permanente, permitindo que o conjunto possa ser facilmente
montado ou desmontado.
Os parafusos são fabricados em aço de baixo ou médio teor de
carbono e, em alguns casos, podem ser protegidos contra a corrosão atra-
vés de processos de cromagem ou galvanização. Basicamente, os parafu-
sos se diferenciam segundo quatro critérios: formato da cabeça, da rosca,
da haste e do tipo de acionamento do objeto. Eles podem ser subdivididos
em quatro grupos: passantes, não passantes, de pressão e prisioneiros.

Quadro 3 – Classificação de Parafusos.


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Fonte: SENAI, 1996.

Além disso, podem ser classificados conforme o formato da


cabeça:

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Quadro 4 – Classificação de Parafusos Segundo o Formato da Cabeça.

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Fonte: Barbosa, 2011.

As principais dimensões que devem ser observadas para es-


pecificar um parafuso são:
• Diâmetro externo da rosca;
• Comprimento do corpo e da região roscada;
• Tipo de cabeça do parafuso;
• Dispositivos utilizados para o seu acionamento;
• Tipo e passo da rosca.
Por sua vez, as roscas são acessórios utilizados junto aos pa-
rafusos para promover a fixação de peças e são constituídas por um
conjunto de filetes com perfis constantes e são cortadas e laminadas
em formatos cilíndrico ou cônico.
A inclinação do filete (sentido de subida) determina se a rosca
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é de direita (ou seja, o filete movimenta da direita para a esquerda) ou
de esquerda (o filete movimenta da esquerda para a direita).
Além disso, há um outro parâmetro importante em relação às
roscas: o passo. O passo de uma rosca pode ser definido pela distância
entre dois filetes consecutivos, que determina o avanço do parafuso
após um giro.

Quadro 5 - Tipos de Roscas.


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Fonte: SENAI, 1996.

Porcas

As porcas são elementos utilizados juntamente com os parafu-


sos para proporcionar a fixação destes. Geralmente, apresentam-se em
formato de prisma ou cilíndrico e possuem um furo no meio para encaixar
o parafuso. As porcas também estão disponíveis em diferentes formatos:

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Quadro 6 – Tipos de Porcas.

Fonte: SENAI, 1996.

Arruelas

As arruelas são elementos em formato de disco metálico, com


um furo central por onde passa o parafuso e possuem a função de dis-

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tribuir igualmente a força do aperto entre a porca, o parafuso e as partes
unidas. Além disso, protege a superfície, evita que a porca se afrouxe e
evita o desgaste do parafuso e da porca.
As arruelas podem apresentar diversos formatos:

Quadro 7 – Tipos de Arruelas.

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Fonte: SENAI, 1996.

Anéis Elásticos

O anel elástico, também conhecido por anel de trava ou de se-


gurança, é um elemento de fixação utilizado para impedir o deslocamento
de eixos e limitar o movimento de uma peça que desliza sobre um eixo.
São fabricados em aço e possuem o formato incompleto de um
anel.

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Figura 6 – Anel elástico

Fonte: Barbosa, 2011.

Chavetas

As chavetas são elementos de máquinas que são colocadas


entre dois elementos e transmitem o movimento entre eles. Geralmente,
possuem a forma prismática ou cilíndrica e podem desempenhar tanto
a função de elementos de fixação como de transmissão, pois, além de
permitir a fixação do material, permite também a transmissão de movi-
mento entre os elementos.
As chavetas são acondicionadas em um local denominado ras-
go de chaveta. A transmissão do movimento se dá através da força de
atrito entre a superfície da chaveta e o fundo do rasgo.

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Elas possuem três classificações: de cunha, paralelas ou de
disco. As chavetas de cunha possuem um formato em cunha e uma de
suas faces inclinada. São utilizadas para facilitar a união. Elas se divi-
dem em chavetas longitudinais e transversais.
As chavetas paralelas não possuem inclinação de faces. Já as
chavetas de disco, também conhecidas por meia-lua, são utilizadas em
eixos cônicos pois se adaptam facilmente ao formato do eixo e facilitam
a montagem.

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Fonte: SENAI, 1996.
Quadro 8 – Tipos de Chavetas.
ELEMENTOS DE APOIO

Os elementos de apoio são elementos que suportam outros


elementos de máquinas e são constituídos pelas guias, buchas e man-
cais. Além disso, auxiliam o funcionamento do conjunto mecânico e
mantêm a direção e posicionamento corretos das máquinas e equipa-
mentos, reduzindo o atrito entre os mesmos.
As guias são elementos utilizados para manter a trajetória rigoro-
sa das peças em uma única direção. Um exemplo são as portas corrediças
que permitem a manutenção da trajetória do movimento através de guias.
As guias são constituídas de peças que podem apresentar o
formato cilíndrico, retangular ou prismático e deslizam no interior de
outras peças com formatos semelhantes. Podem ser classificadas em:
guias de deslizamento e de rolamento.
As guias de deslizamento, também conhecidas por guias de bar-
ramento, funcionam a partir do deslizamento de suas partes constituintes.
Já nas guias de rolamento, o deslizamento é realizado a partir de elemen-
tos rolantes (esferas, por exemplo). Devido ao fato de gerar menos atrito,
são geralmente indicadas para o transporte de cargas mais pesadas, pois
permitem a distribuição uniforme dos esforços entre os trilhos.
O movimento constante entre as guias e as peças gera atrito e
consequentes desgastes nas peças. Para compensar este desgaste, são
utilizadas réguas de ajuste, que são uma espécie de calço para retirar as

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folgas das guias. É importante também prever a lubrificação das guias
com óleo e protegê-las se estiverem em contato com meios abrasivos.

Figura 7 – Guias.

Fonte: Barbosa, 2011.

As buchas são elementos de máquinas metálicos que possuem


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o formato cilíndrico ou cônico e são utilizadas para apoiar os eixos, re-
duzir o atrito e o desgaste entre os mesmos. Elas podem ser classifica-
das em radiais, axiais ou mistas (também denominadas cônicas). Esta
classificação leva em conta o sentido de esforço que ela suporta.
As buchas radiais são geralmente usadas para cargas pe-
quenas e são aplicadas em condições de fácil manutenção. As buchas
axiais são utilizadas para suportar os esforços de um eixo em posição
vertical. E as buchas mistas ou cônicas são utilizadas para suportar ei-
xos que demandam esforços tanto radiais quanto axiais.

Figura 8 – Buchas.

Fonte: Barbosa, 2011.

Os rolamentos são elementos que permitem o controle do movi-


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mento entre duas ou mais partes, diminuindo ao máximo a perda de ener-


gia devido ao atrito. Geralmente são constituídos por dois anéis concêntri-
cos, entre os quais são colocados elementos rolantes como por exemplo
esferas, roletes e agulhas. O anel externo é fixado em um elemento de
apoio, um mancal por exemplo, e o anel interno é fixado no eixo.

Figura 9 – Rolamento.

Fonte: Barbosa, 2011.


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No geral, a especificação de um rolamento é feita com base no
diâmetro interno do eixo. Os rolamentos podem também ser classifica-
dos em radiais, axiais ou mistos.

Quadro 9 – Classificação de Rolamentos.

Fonte: SENAI, 1996.

Os mancais são elementos de apoio que suportam um eixo e


podem ser classificados por mancais de rolamentos (rolamentos) ou
mancais de deslizamento (buchas).
Os mancais de deslizamento são elementos de baixo custo e,
usualmente, são aplicados em equipamentos pesados e de baixa rota-
ção, pois a velocidade menor evita o desgaste por atrito e o superaque-

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cimento. A principal função destes elementos é apoiar e servir de guia
para os eixos girantes.
São elementos de máquinas sujeitos constantemente às for-
ças de atrito e, por isso, podem sofrer danos devido aos esforços su-
portados. Portanto, o projeto de um mancal de deslizamento deverá
considerar a seleção de materiais apropriados para a sua construção,
prever um sistema eficiente de lubrificação e um plano assertivo para
inspeção, manutenção e reposição de peças.
Além disso é importante avaliar o dimensionamento correto en-
tre os mancais e as cargas que serão suportadas por eles. Os mancais
de rolamento foram concebidos com o propósito de resolver os proble-
mas de atrito no conjunto. Por sua vez, estes elementos possuem um
custo maior e são utilizados em situações que requerem velocidades
maiores, devido ao menor atrito dos elementos rolantes.
Neste caso, a carga principal é transferida por meio de elemen-
tos de contato, através de rolamento por esferas ou rolos.

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Figura 10 – Estrutura Mancal de Rolamento.

Fonte: Barbosa, 2011.

Filme sobre o assunto: Montagem de um mancal


Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=0JjI-
geezQz4
Observação: O vídeo mostra a sequência de atividades
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para a montagem de um mancal.

ELEMENTOS FLEXÍVEIS E ELÁSTICOS

Os elementos flexíveis são elementos de máquinas que têm a


função de armazenar a energia e, consequentemente, absorver impac-
tos ou amortecer choques e vibrações no conjunto mecânico. Para isso,
sofrem grandes deformações elásticas, mas possuem a capacidade de
retornar ao seu estado e formato iniciais.
Estes elementos podem ser representados pelas molas. As
molas geralmente são feitas em aço e são enroladas em formato cô-
nico, cilíndrico ou hélice. E também podem se apresentar em formato
helicoidal ou plano. Sua classificação é feita quanto ao seu formato e o
tipo de esforço que são capazes de suportar. Quanto ao formato, podem
ser classificadas em helicoidais ou planas.

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Figura 11 – Mola Plana.

Fonte: FRANCESCHI; ANTONELLO, 2014

Figura 12 - Molas Helicoidais.

Fonte: http://www.freeimages.com/browse.phtml?f=view&id=643414
Acesso em 04/12/2019.

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Filme sobre o assunto: Fabricação de Mola Helicoidal
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=V-
qELBYe_aA8
Observação: O vídeo mostra o processo de fabricação de
uma mola helicoidal.

Quanto ao tipo de esforço, as molas podem ser classificadas


em molas de compressão, torção e tração.

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Figura 13 – Esforços em Molas.

Fonte: FRANCESCHI; ANTONELLO, 2014.

As molas são utilizadas para transmitir potência através


de grandes distâncias e, por isso, podem substituir o uso de engre-
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nagens, eixos e mancais.

ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO

Os elementos de transmissão são elementos de máquinas res-


ponsáveis por transmitir potência ou movimento. São exemplos de ele-
mentos de transmissão: correias, polias, correntes, engrenagens, cabos
e acoplamentos.

Correias e Polias

As correias transmitem o movimento de rotação entre dois ei-


xos por meio de polias e podem ser classificadas em planas ou trapezoi-
dais. As correias planas não transmitem integralmente a potência, pois
deslizam quando em trabalho.
Ao contrário das correias planas, as correias trapezoidais são

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indicadas para evitar o deslizamento. Além disso, possibilitam trabalhar
com polias mais próximas e contribuem para evitar ruídos e choques.
As correias podem ser de transmissão ou transporte. Correias
de transmissão são aplicadas para transmissão de potência e movi-
mento em situações que exigem força, velocidade e sincronismo de
movimento. A correias de transportes são empregadas para realizar o
transporte, por meio de esteiras.
As polias são elementos movimentados por intermédio da ro-
tação de eixos e correias. São constituídas por uma coroa por onde a
correia é desenvolvida e também é conectada a um cubo de roda, atra-
vés do disco ou braço.
A transmissão realizada por correias e polias apresenta van-
tagens significantes em relação ao custo e à operação, pois apresenta
baixo custo de implantação, é resistente ao atrito e ao desgaste contí-
nuo de peças, além de não provocar ruído.

Figura 14 – Transmissão por Polias e Correias.

Fonte: FRANCESCHI; ANTONELLO, 2014. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Correntes

As correntes são elementos que realizam a transmissão de po-


tência e movimento através da rotação de um eixo, tanto em sentido
horário como anti-horário. Geralmente, são elementos metálicos consti-
tuídos por uma série de anéis ou elos.
O formato da corrente está ligado à sua aplicação. Por isso, é
possível encontrar correntes em variados formatos, como por exemplo:
corrente de rolo, de buchas, de elos etc. O movimento se dá através do
acoplamento entre os elos da corrente com os dentes da engrenagem.
Por isso, é de grande importância prever a lubrificação do sistema para
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que o funcionamento seja duradouro e leve.

Figura 15 – Corrente.

Fonte: SENAI, 1996.

Engrenagens

As engrenagens são elementos de máquinas em formato de ro-


das com dentes padronizados e são responsáveis por transmitir movimento
e força entre dois eixos e sua principal característica é de realizar o trabalho
permitindo o máximo de rendimento e aproveitamento da potência gerada.
O engrenamento é a denominação o processo pelo qual as
rodas dentadas são acionadas e geram trabalho útil. Este movimento
pode ser direto ou indireto. O engrenamento direto se dá pelo acopla-
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

mento entre duas rodas dentadas, sem o auxílio de correntes. Em con-


trapartida, no engrenamento indireto, as movimentações das rodas são
realizadas por meio de correntes.
Segundo MELCONIAN (2008), as engrenagens são usadas para
transmitir torque e velocidade angular em diversas aplicações. Existem vá-
rias opções de engrenagens e sua classificação depende da sua aplicação:
As engrenagens cilíndricas de dentes retos são aplicadas para
transmitir o movimento de um eixo a outro. Os dentes são paralelos ao
eixo e configuram o tipo mais simples de engrenagem.

Figura 16 –Engrenagem Cilíndrica de Dente Reto.

Fonte: SENAI, 1996.


32
Nas engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais, os dentes
são dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo.
São utilizadas em situações que requerem grandes esforços, pois pos-
sibilitam realizar o trabalho proporcionando alta resistência e de forma
mais silenciosa.

Figura 17 - Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais.

Fonte: SENAI, 1996.

As engrenagens cilíndricas com dentes internos são compos-


tas por duas rodas, uma externa e outra interna, que giram simultanea-
mente e no mesmo sentido. São utilizadas em transmissões planetárias

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


e em comandos finais de máquinas pesadas, permitindo economia no
layout e distribuição uniforme da força.

Figura 18 - Engrenagens Cilíndricas com Dentes Internos.

Fonte: SENAI, 1996.

Há também as engrenagens cilíndricas com cremalheira, que


são empregadas para transformar o movimento giratório em movimento
33
longitudinal, ou seja, no mesmo sentido do comprimento.

Figura 19 - Engrenagens Cilíndricas com Cremalheira.

Fonte: SENAI, 1996.

As engrenagens tipo cônica possuem a forma de tronco de co-


nes e são utilizadas em situações de eixos concorrentes, ou seja, que
se cruzam e formam um ângulo de 90 graus entre si. Neste caso, os
dentes podem ser tanto retos quanto inclinados em relação ao eixo de
rotação da engrenagem.

Figura 20 – Engrenagem Cônica.


MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Fonte: SENAI, 1996.

Por fim, as engrenagens rosca sem fim são utilizadas com o


objetivo de reduzir o movimento entre eixos concorrentes. Neste caso,
os dentes da engrenagem se acoplam a um pinhão ou rosca sem fim.

34
Figura 21 – Engrenagem Rosca sem Fim.

Fonte: SENAI, 1996.

Filme sobre o assunto: Engrenagens


Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=-
cBbS5XJxWYM
Observação: O vídeo mostra o processo de fabricação de
uma engrenagem, desde o material bruto até o acabamento final.

Cabos de Aço

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


Os cabos de aço são elementos de máquinas capazes de
transmitir movimentos, mesmo submetidos a grandes cargas de tração
e esforços dinâmicos, e deslocam em diferentes posições (vertical, incli-
nada e horizontal). São amplamente empregados em equipamentos de
transporte e elevação de cargas, como elevadores, carregadeiras etc.
São fabricados a partir de arames de aço, esticados a frio e enrolados
entre si de modo a formar pernas. Essas pernas são enroladas em es-
pirais, ao redor de um elemento central, denominado alma.

É importante prever um plano de lubrificação periódico


dos cabos de ação com óleos lubrificantes apropriados, de forma
a protegê-los de corrosão, deterioração, aumentando assim a sua
35
durabilidade e vida útil.

Figura 22 – Estrutura de um Cabo de Aço.

Fonte: SENAI, 1996.

A alma do cabo de aço pode ter diferentes composições, con-


forme o tipo de aplicação:
• Alma de fibra: é utilizada para cargas mais leves e pode ser
composta por fibras naturais (sisal ou rami) ou artificiais (polipropileno);
• Algodão: é utilizado em cabos de pequenas dimensões;
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

• Asbesto: é utilizado em cabos sujeitos a altas temperaturas;


• Aço: é aplicado em cabos para cargas pesadas.

Filme sobre o assunto: Fabricação de um cabo de aço


Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?-
v=hO6Y3AEqBYc
Observação: O vídeo mostra a fabricação de um cabo de aço.

Acoplamento

O acoplamento é um conjunto mecânico que transmite o movi-


mento entre duas árvores ou eixos. Pode ser classificado em fixo, elás-
tico ou móvel.
36
Acoplamentos são empregados para evitar o desalinhamento
entre os eixos e absorver vibrações. Os acoplamentos fixos são utilizados
para unir árvores, formando uma peça única. Já os acoplamentos elás-
ticos são aplicados para suavizar movimentações bruscas, e os móveis
são utilizados para acoplar com movimento por meio de acionamentos.

Figura 23 – Acoplamentos.

Fonte: SENAI, 1996.

Os acoplamentos que operam por atrito são denominados


embreagem (fricção) ou freios.

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Eixos

Os eixos são elementos de máquinas utilizados que são utiliza-


dos para suportar outros elementos mecânicos, não transmitindo potên-
cia. Geralmente, são fabricados em aço ou ligas metálicas, o que lhes
confere grande resistência.

ELEMENTOS DE VEDAÇÃO

A vedação é o processo usado para impedir a passagem, de


maneira estática ou dinâmica, de líquidos, gases e sólidos particulados
(pó) de um meio para outro. Os elementos usados para vedação são
conhecidos como juntas, retentores, gaxetas e guarnições.
Para promover uma vedação eficiente, estes elementos preci-
sam resistir aos agentes externos, como por exemplo, produtos quími-
37
cos, calor, pressão, desgaste e envelhecimento.

O material utilizado para vedação deve ser compatível com


o produto ou peça a ser vedada para que não ocorra nenhuma re-
ação entre eles.

Juntas

As juntas são elementos de máquinas empregadas em partes


estáticas de equipamentos, isto é, em partes que não se movimentam.
Há uma diversidade de juntas disponíveis e sua seleção está relacio-
nada às condições operacionais a que serão submetidos e ao tipo de
líquido confinado.
As juntas de borrachas são elementos de vedação confeccio-
nados em material emborrachado e são empregadas amplamente em
equipamentos, flanges etc.
Os anéis de borrachas podem ser utilizados para vedação em
partes tanto estáticas quanto dinâmicas. São comumente empregados
para impedir vazamento em cilindros hidráulicos ou pneumáticos.
As juntas de papelão são utilizadas em equipamentos princi-
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

palmente como tampa de caixa de engrenagens.


As juntas metálicas são aplicadas para vedação em condições
de alta pressão e temperatura e geralmente são produzidas em aço de
baixo teor de carbono.
As juntas de teflon são aplicadas para vedação de fluidos como
água, óleo, ar e podem suportar temperaturas de até 260º C.
As juntas de amianto são empregadas para a vedação de for-
nos e equipamentos devido ao fato de suportar elevadas temperaturas
e resistir quimicamente a diversos compostos corrosivos.
Juntas de cortiça são empregadas para vedação de fluidos
como água, óleo e ar submetidos a baixas pressões.

Retentores

Os retentores são elementos de vedação que têm como função


básica reter e manter óleos e graxas no interior de uma máquina. São

38
empregados geralmente entre partes que movimentam entre si.

Figura 24 – Retentor entre um Mancal e um Eixo.

Fonte: SENAI, 1996.

Gaxetas

As gaxetas são elementos de vedação utilizados para impedir


a passagem de fluido de um local para outro, seja de forma total ou par-
cial. Elas podem ser fabricadas em diferentes tipos de materiais, como
por exemplo: algodão, asbesto, náilon, teflon, borracha, alumínio, latão
e cobre. A estes materiais são adicionados outros componentes, como

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


óleo, sebo, graxa, silicone, grafite e mica, para promover a autolubrifi-
cação destes componentes.
As gaxetas são fabricadas em formato de corda para serem
recortadas ou de anéis, já prontos para a montagem.

Selo Mecânico

Os selos mecânicos são elementos de vedação que utilizam


princípios hidráulicos para retenção de fluidos e apresentam vantagem
em relação às gaxetas, pois não permitem vazamentos e podem ser sub-
metidos a situações de grande velocidade, alta pressão e temperatura.
São geralmente utilizados para vedação de produtos tóxicos e
inflamáveis. Industrialmente, são aplicados para vedação em equipa-
mentos de bombeamento, como bombas de polpa, combustíveis, esgo-
tamento sanitário, entre outros.

39
MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO E TRANSPORTE

As máquinas de elevação são equipamentos responsáveis pela


movimentação e transporte de cargas de um determinado ponto a outro.
O projeto construtivo de uma máquina de elevação deve obe-
decer às normas técnicas específicas e principalmente ao correto di-
mensionamento de capacidade nominal.

A capacidade nominal é a capacidade máxima de carga


que um equipamento pode suspender.

Há uma diversidade de equipamentos utilizados para esta fina-


lidade. Porém, destacam-se pela sua aplicabilidade em maior escala:
os guindastes, pontes rolantes, transportadores, elevadores e guinchos.
Os guindastes são equipamentos são equipamentos de iça-
mento de cargas, montados sobre um veículo, que possuem uma lan-
ça conectada à base do veículo, responsável pela elevação segura da
carga. A lança possui uma grande mobilidade, podendo girar e formar
diversos ângulos com o plano horizontal.
Os guindastes são aplicados para movimentação de cargas
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

geralmente muito pesadas. Devido a isso, é importante que o dimensio-


namento deste equipamento seja feito de forma correta e que os planos
de manutenção estejam em dia para evitar a ocorrência de acidentes.
Além disso, é imprescindível que os operadores de guindastes sejam
treinados e habilitados para esta atividade.

40
Figura 25 – Componentes de um Guindaste.

Fonte: FRANCESCHI; ANTONELLO, 2014.

As pontes rolantes são equipamentos utilizados geralmente


para movimentação de cargas em locais fechados, como galpões por
exemplo, e por isso sua principal função é movimentar materiais de di-

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


fícil locomoção. Estes equipamentos podem se movimentar através de
movimentos longitudinais, transversais e verticais motorizados.
Dependendo de seu tamanho e capacidade nominal, as pontes
rolantes podem ser operadas remotamente por um operador em cabines.

Figura 26 – Ponte Rolante.

Fonte: Duren, 2019.

Os transportadores de correia são equipamentos de transporte


41
utilizados para movimentação de material, geralmente a granel, a dis-
tâncias consideravelmente longas, de um ponto a outro dentro de uma
unidade operacional. São muito utilizados nas indústrias de mineração,
siderurgia, alimentos etc.

Figura 27 – Transportador de Correia.

Fonte: Evacon, 2019.

Segundo Brasil (1985), há ainda outros equipamentos de ele-


vação e transporte que podem ser resumidamente conceituados da se-
guinte forma:
• Macacos – destinam-se à elevação de cargas a pequena altu-
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

ra, com ou sem deslocamento horizontal, a pequena distância;


• Talhas – são máquinas constituídas essencialmente por um
redutor de velocidade ligado a um tambor e polias de acionamento e
suspensão de carga;
• Guinchos – são compostos essencialmente de tambor com
cabo, freio, redutor, motor, chassi e destinam-se à elevação ou ao arras-
te de carga a grande altura ou distância.

42
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Equipamento Médico Odontológico
A necessidade de unir peças como chapas, perfis e barras na
construção mecânica, seja de forma permanente, seja de forma a
permitir algum movimento relativo, requer a utilização de elemen-
tos específicos de união como rebites, pinos, cavilhas, parafusos,
porcas, arruelas e chavetas. Acerca desses elementos de fixação,
julgue o item subsequente.
As cavilhas são elementos usados com a finalidade de alinhar ou
fixar componentes de máquinas, estabelecendo uma conexão entre
eles, de modo que seja possível a articulação das peças juntadas.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Equipamento Médico Odontológico
Mancais de rolamentos são muito comuns em equipamentos médico-
-odontológicos. Considerando os cuidados que se deve ter na mon-
tagem e desmontagem desses componentes, julgue o item a seguir.
A presença de ruído excessivo em um mancal de rolamento não

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


caracteriza falha do mancal e o equipamento pode continuar ope-
rando normalmente.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Equipamento Médico Odontológico
A necessidade de unir peças como chapas, perfis e barras na
construção mecânica, seja de forma permanente, seja de forma a
permitir algum movimento relativo, requer a utilização de elemen-
tos específicos de união como rebites, pinos, cavilhas, parafusos,
porcas, arruelas e chavetas. Acerca desses elementos de fixação,
julgue o item subsequente.
Os anéis elásticos ou anéis de retenção são empregados em eixos
e furos com a função de posicionar ou limitar o curso de peças
deslizantes sobre o eixo, ou de evitar o deslocamento axial de ei-
xos e árvores em relação a seus mancais.
43
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2015 – FUB
– Técnico em Mecânica
Os laboratórios de tecnologia mecânica, de usinagem e de ciên-
cia dos materiais contêm elementos de máquinas que podem ser
utilizados, ensaiados ou fabricados. A respeito de elementos de
máquinas, julgue o item que se segue.
O torquímetro é a ferramenta adequada para se realizar uma medi-
da acurada da pré-carga em um parafuso em quaisquer condições.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2015 – FUB
– Técnico em Mecânica
No que diz respeito à operação de guinchos e guindastes, julgue o
próximo item.
Guincho e guindaste são expressões semânticas equivalentes,
utilizadas para designar equipamento destinado a mover cargas,
vertical e horizontalmente.
( ) Certo.
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

( ) Errado.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Os elementos de máquinas são componentes importantes na constru-
ção de um projeto mecânico. Eles podem ser classificados conforme
a finalidade a que se destinam, como por exemplo, os elementos de
fixação, flexíveis e de vedação. Descreva a finalidade de cada grupo de
elemento de máquinas acima na construção de um conjunto mecânico
e cite pelo menos um exemplo de cada um.

TREINO INÉDITO
A manutenção de um fluido em um conjunto mecânico é possível
através do emprego de elementos de máquinas específicos de:
A) Fixação.
B) Apoio.
C) Vedação.
D) Transmissão.
E) Elevação.
44
NA MÍDIA
BRASIL PERDE A CORRIDA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
O Brasil ficou para trás em automação industrial nos dez anos entre 2008
e 2017, quando se olha para esse movimento na comparação internacio-
nal, e terá dificuldade para ingressar na quarta revolução industrial, dizem
especialistas. Um dos motivos é seu pequeno estoque de robôs industriais.
Robôs industriais são máquinas automáticas, reprogramáveis e capazes
de realizar mais de uma atividade em pelo menos três eixos de movimento.
Embora tenham surgido no final dos anos 1970, ainda estão no centro da
chamada indústria 4.0. Ela prevê a integração e refinamento das atividades
dessas máquinas por meio de tecnologias como internet das coisas.
Fonte: Valor Econômico
Data: 29 jul. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.valor.com.br/brasil/6368169/bra-
sil-perde-corrida-da-automacao-industrial

NA PRÁTICA
Os elementos de máquinas são componentes importantes que são en-
contrados em um conjunto mecânico para diferentes finalidades, seja
para fixação, apoio, transmissão de potência, flexibilidade, vedação etc.
O conhecimento a respeito destes componentes, suas características e
aplicação se torna um diferencial para o profissional que deseja traba-
lhar na indústria, na concepção de projetos de máquinas ou até mesmo
na operação e manutenção destes equipamentos.

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


Compreender a atuação dos componentes envolvidos na construção
de uma máquina possibilita ao profissional diagnosticar falhas, perdas e
pontos de melhoria contínua para viabilizar o aumento da produtividade,
performance e vida útil de um equipamento.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Introdução aos Elementos de Máquinas Telecur-
so 2000
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=1OKNlSvCZi0

45
MÁQUINAS DE FLUXO
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

MÁQUINAS DE FLUXO

Desde os tempos antigos, o homem sempre buscou encontrar al-


ternativas para tornar o desenvolvimento do trabalho menos árduo. A prin-
cípio, o transporte de água, por exemplo, era realizado através de baldes
de barro. Com o aumento da população e a formação de grupos comuni-
tários cada vez maiores, houve a necessidade de mecanizar o processo.
Assim, as primeiras máquinas de fluxo desenvolvidas foram as
rodas de conchas e as bombas de parafuso para elevar a água e, tem-
pos depois, foram desenvolvidos moinhos para extrair energia do vento.

4646
As máquinas de fluxo estão bastante presentes no nosso
cotidiano, como por exemplo, os secadores de cabelo, os venti-
ladores domésticos e até mesmo os carros, no qual máquinas de
fluxo operam os sistemas de lubrificação, refrigeração e direção.

As máquinas de fluxo são equipamentos utilizados para trans-


formar a energia mecânica de um fluido em trabalho útil. Esses equipa-
mentos podem trabalhar ora adicionando ou retirando energia do fluido
para realizar trabalho.
As máquinas de fluxo podem ser classificadas em dois grupos:
as máquinas de deslocamento positivo e as máquinas de fluxo (ou turbo-
máquinas). A diferença entre eles se deve ao fato de, no primeiro caso, o
fluido ficar confinado em alguma região do equipamento, enquanto no se-
gundo caso isso não ocorre, pois há o fluxo contínuo através da máquina.
Um exemplo do primeiro caso é a bomba de pistão que é uma
máquina de deslocamento positivo, pois o fluido fica retido dentro do
conjunto pistão/cilindro sendo submetido à variação de pressão pela va-
riação do volume do recipiente. Neste caso, ao desligar o equipamento,
o fluido continua confinado em seu interior.
Já as bombas centrífugas são exemplos de máquinas de fluxo,

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


pois o fluido escoa pelo rotor, por onde recebe energia. Quando desli-
gadas, o fluido escoará para fora da máquina.
Tanto as máquinas de fluxo, como as máquinas de desloca-
mento positivo, podem ser divididas em dois grupos: as máquinas hi-
dráulicas e as máquinas térmicas.
As máquinas hidráulicas trabalham, geralmente, com fluidos
como água, óleo e outros líquidos, considerados como incompressíveis
nas aplicações normais. Trabalham também com o ar, sendo neste caso
chamadas de ventiladores.
Como exemplos de máquinas de fluxo, citam-se: as turbinas
hidráulicas, os ventiladores, as bombas centrífugas, as turbinas a vapor,
os turbocompressores e as turbinas a gás.
Uma característica importante das máquinas de fluxo é que o
fluido não se encontra confinado em seu interior. O fluido opera em um
fluxo contínuo através dela, estando sujeito às variações de energia
devido aos efeitos dinâmicos da corrente de fluido.

47
CLASSIFICAÇÃO DE MÁQUINAS DE FLUXO

Figura 27 – Classificação de Máquinas de Fluxo.

Fonte: BRASIL, 2010.

Em relação ao sentido de transmissão de energia, as máqui-


nas de fluxo podem ser classificadas em: geradora (geratriz) ou motora
(operatriz).
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

As máquinas geradoras trabalham transformando a energia me-


cânica em energia de fluido, como por exemplo, as bombas e ventilado-
res. As máquinas motoras transformam a energia do fluido em energia
mecânica. É o caso das turbinas, do gerador eólico e do moinho de vento.
Quanto ao tipo de energia envolvido no processo, podem ser
classificadas em: máquinas de deslocamento positivo ou turbomáqui-
nas. E quanto à direção do escoamento do fluido, podem ser classifica-
das em axiais, radiais, mistas ou tangenciais.
No escoamento axial, o fluxo entra pelo rotor e sai do rotor
na direção axial, ou seja, no mesmo sentido do eixo. A principal força
atuante é de sustentação. O escoamento radial é caracterizado pela
entrada do fluido no rotor na direção axial e saída na direção radial, ou
seja, há mudanças significativas no raio de entrada e saída do fluxo pelo
rotor. Neste caso, predomina-se a atuação da força centrífuga. Por fim,
nas máquinas de fluxo misto, o raio de trajetória do fluido varia de forma
moderada durante o processo.
Quanto à forma dos canais entre as pás do rotor, podem ser
classificadas em máquinas de ação e máquinas de reação. Nas máqui-
48
nas de ação, toda energia do fluido é transformada em energia cinética,
antes da transformação em trabalho processado pela máquina.
Um exemplo deste tipo de equipamento são as turbinas Pelton,
nas quais os bocais aceleram o fluido promovendo jatos livres de alta
velocidade, que transferem movimento para o rotor.
Nas máquinas de reação, as pás do rotor formam canais em
forma de injetores, como no caso das turbinas, causando a diminuição
da pressão do fluido ao passar pela máquina. Também, podem formar
canais em forma de difusores, como no caso de bombas, ventiladores
e turbocompressores.
Em relação ao número de entradas para aspiração, classificam-
-se em máquinas de sucção simples ou de dupla sucção. Nas máquinas
de sucção simples há somente uma boca de sucção para a entrada do
fluido. Já nas máquinas de dupla sucção, o fluido entra por duas bocas
de sucção paralelamente ao eixo.
Em relação ao número de rotor, podem ser dividas em máqui-
nas de simples estágio ou de múltiplo estágio. O rotor constitui a princi-
pal parte de uma máquina de fluxo, pois configura o local onde acontece
a transformação da energia de fluido em energia mecânica. Em seu
interior, há um conjunto de pás giratórias que dividem o espaço interno
por onde o fluxo se movimenta.

Figura 28 – Pás de Rotores de Algumas Máquinas de Fluxo.

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Fox, 2013.

O rotor gira em uma velocidade altíssima, e isso gera uma


zona de vácuo no centro da bomba. O exterior do rotor fica, consequen-
temente, em alta pressão. Esta diferença de pressão faz com que a
49
energia seja transferida pelo rotor ao fluido.
Nas máquinas de simples estágio, a bomba possui um único
rotor dentro da carcaça, sendo indicadas para altura manométricas me-
nores que 100 metros.
Já nas bombas de múltiplo estágio, a bomba possui dois ou
mais rotores associados em série dentro da carcaça. Este fato permite
a elevação do fluido a alturas superiores a 100 metros.
Quanto ao posicionamento do eixo, as máquinas de fluxo po-
dem estar dispostas com o eixo na direção horizontal ou vertical. O eixo
horizontal constitui a forma construtiva mais comum. Já o eixo vertical é
muito utilizado em bombas para extração de água em poços artesianos,
por exemplo.

Figura 29 – Exemplo de uma Carcaça e Rotor de um Soprador Centrífugo.


MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Fox, 2013.

Durante o escoamento de um fluido, as máquinas de fluxo


realizam trabalhos tanto adicionando energia ao sistema quanto
retirando energia deste. Máquinas que adicionam energia ao sis-
tema são denominadas bombas. Máquinas que retiram energia do
sistema são denominadas turbinas.

De modo geral, as máquinas de fluxo trabalham adicionando ou


retirando energia de um fluido. Durante o escoamento, é comum que o
fluido perca energia devido aos obstáculos existentes nas tubulações, tais
50
como válvulas, bifurcações, joelhos etc. Esta diminuição da energia (pres-
são do fluido) ao longo do escoamento é denominada perda de carga.
Para que o fluido continue se movimentando e realize trabalho,
é necessário, portanto, adicionar energia ao sistema conferindo-lhe au-
mento de pressão até um valor suficientemente capaz de promover o
escoamento. Neste caso, são utilizadas máquinas de fluxo específicas,
como as bombas para escoamento de líquidos e ventiladores, para es-
coamento de gases.
Os ventiladores são aplicados em condições que requerem um
baixo aumento da pressão do fluido. Sopradores destinam-se a condi-
ções de médio aumento da pressão e os compressores, em condições
que necessitam de um grande aumento da pressão do fluido.
Quando as máquinas de fluxo trabalham retirando energia do
fluido são denominadas turbinas. Durante o escoamento, o fluido se
choca com as pás da turbina e perde parte de sua energia para movi-
mentar estas pás, ou seja, ele realiza trabalho sobre a turbina.
Uma forma matemática de compreender esta dinâmica de adi-
ção e retirada de energia do sistema, através das máquinas de fluxo, é
através da equação de Euller:

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


Esta equação informa que ao aplicar um torque no sistema
(bombas), ocorre uma variação na quantidade de movimento angular
do fluido, adicionando energia ao sistema. Na situação inversa, há uma
variação na quantidade de movimento angular que produz um torque
(turbinas), retirando energia do sistema.

51
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: INPI Prova: CESPE – 2014 – INPI –
Pesquisador em Propriedade Industrial (Classe A, Padrão I) – Cargo 4
Considerando os componentes de um sistema de escoamento em
uma planta industrial — máquinas de fluxo, como, por exemplo, bom-
bas e sopradores, e uma rede de tubos com seus dispositivos auxilia-
res, como válvulas e medidores de vazão, julgue o item subsecutivo.
A vazão de um escoamento aumenta com a redução do diâmetro
da tubulação.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: INPI Prova: CESPE – 2014 – INPI –
Pesquisador em Propriedade Industrial (Classe A, Padrão I) – Cargo 4
Considerando os componentes de um sistema de escoamento em
uma planta industrial — máquinas de fluxo, como, por exemplo, bom-
bas e sopradores, e uma rede de tubos com seus dispositivos auxilia-
res, como válvulas e medidores de vazão, julgue o item subsecutivo.
Durante o funcionamento de uma bomba, a voluta fornece energia
cinética ao fluido; o rotor, canal de seção crescente, recebe o fluido
vindo da voluta e transforma a energia cinética em energia de pressão.
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: CESPE – 2015 – MPU
– Analista do MPU – Engenharia Química
As bombas são máquinas que adicionam energia a uma corrente
fluida quando o escoamento é líquido ou pastoso. Com relação a
esses equipamentos, julgue o item a seguir. Para a escolha de uma
bomba, deve-se considerar a necessidade de vazão do fluido que
se deseja transportar, além de sua natureza e condições. A perda de
carga a ser vencida pelo bombeamento não interfere nessa escolha.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: INPI Prova: CESPE – 2014 – INPI –
Pesquisador em Propriedade Industrial (Classe A, Padrão I) – Cargo 4
52
Considerando os componentes de um sistema de escoamento em
uma planta industrial — máquinas de fluxo, como, por exemplo, bom-
bas e sopradores, e uma rede de tubos com seus dispositivos auxilia-
res, como válvulas e medidores de vazão, julgue o item subsecutivo.
A válvula esférica deve ser usada somente na posição comple-
tamente aberta ou completamente fechada, não sendo adequada
para o controle de fluxo.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2015 – FUB
– Técnico em Mecânica
Os sistemas hidráulicos e pneumáticos possuem importantes apli-
cações na área de potência e controle de processos industriais.
Acerca desses sistemas, julgue o item subsequente.
A associação de bombas em paralelo possibilita que a curva carac-
terística da associação seja obtida com a soma, para cada altura
manométrica, das vazões de cada uma das bombas. Esse tipo de
associação faz com que não haja colapso total no fornecimento
caso uma das bombas venha a falhar.
( ) Certo.
( ) Errado.

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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
As máquinas de fluxo são equipamentos bastante presentes em nosso
cotidiano, principalmente na indústria, pois são capazes de transformar
a energia intrínseca de um fluido, seja ele um líquido ou um gás, em
trabalho útil. A respeito das bombas e turbinas, explique a diferença do
princípio de funcionamento desses equipamentos para transformar a
energia do fluido em trabalho efetivo.

TREINO INÉDITO
Conforme Henn (2006), máquinas de fluxo têm como principal de-
finição a troca de energia promovida entre um sistema mecânico e
um fluido, fazendo a troca de energia de um fluido em energia me-
cânica ou no sentido inverso. São consideradas máquinas de fluxo
que adicionam energia ao fluido para realizar trabalho:
A) Bombas e turbinas.
B) Turbinas e ventiladores.
C) Ventiladores e compressores.
D) Compressores e turbinas.
53
E) Turbinas e sopradores.

NA MÍDIA
CORAÇÃO: AS CURIOSIDADES POR TRÁS DESSA EFICIENTE
BOMBA
O coração é uma estrutura muscular que pode ser traduzida como uma
grande bomba. Responsável pela circulação do sangue por todo o cor-
po, é dividido em dois circuitos – o menor, que leva sangue aos pul-
mões, e o maior, do lado esquerdo, que faz a circulação do sangue pelo
organismo. Além dessa divisão em circuitos, essa bomba precisa de um
mecanismo composto por válvulas para seu completo funcionamento.
É de certa forma uma estrutura muscular muito complexa, como se for-
masse um cachecol. Para ser eficiente, ela precisa estar envolvida em
uma disposição circular para que, na hora que o coração contraia, a ca-
vidade diminua, fazendo com que o sangue seja ejetado para o pulmão
e para a circulação.
É um órgão tão fantástico que poucos talvez tenham conhecimento de
sua eficiência. Esse mecanismo de contração, que faz o sangue se mo-
vimentar para o organismo, ocorre quase 100 mil vezes ao dia, ou seja,
para que o sangue realize seu circuito, o coração contrai milhares de
vezes em apenas 24 horas.
O órgão movimenta, por minuto, de 3,5 a 4,5 litros de sangue. Às vezes
mais, como nas gestantes, que chegam a bombear outros dois litros adicio-
nais para nutrir a placenta e o feto. Por falar em gravidez, uma curiosidade
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

dessa fase é que o coração do bebê se inicia a partir de um tubo. Em pou-


cas semanas, se transforma em um órgão com as quatro cavidades.
Fonte: Minha vida
Data: 3 jan. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.minhavida.com.br/saude/mate-
rias/34269-coracao-as-curiosidades-por-tras-dessa-eficiente-bomba

NA PRÁTICA
As máquinas de fluxo são equipamentos utilizados em larga escala na
indústria, pois possibilitam que o sistema transforme a energia de um
fluido, seja ele um líquido ou gás, em trabalho útil.
Na mineração, esses equipamentos podem estar presentes em diferentes
etapas do processo produtivo. Nas etapas de beneficiamento mineral, por
exemplo, podem ser representados pelas bombas de polpa, responsáveis
por promover o escoamento da polpa de minério pelas tubulações. Além
disso, na mineração subterrânea, é possível encontrar potentes ventilado-
res que são responsáveis pela ventilação interna da mina, garantindo o
fornecimento de ar puro para purificação e diluição do ar interno da mina.
54
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: Máquinas de Fluxo – Introdução a Máquinas de
Fluxo
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=Wcp3qM-Xi-U

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

55
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE
MINERAÇÃO, PERFURAÇÃO E DES-
MONTE APLICADO
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

A demanda por recursos minerais ao longo dos anos favoreceu


o avanço da mecanização nas operações unitárias dos empreendimen-
tos minerários. A movimentação de grandes massas de rochas nas mine-
radoras só se tornou possível através do uso de equipamentos robustos
e tecnológicos que realizam, de forma rápida e eficiente, os trabalhos de
perfuração, carregamento e transporte de materiais nas minas, denomi-
nando-se operações unitárias da lavra, seja a céu aberto ou subterrâneo.
Com o surgimento dos equipamentos mecanizados, pode-se
ter preços mais competitivos e agilidades nas operações de perfuração,
escavação, carregamento e transporte, apesar do alto custo de aquisi-
ção dos equipamentos (RICARDO e CATALANI, 2007).
A perfuração de rochas corresponde à primeira etapa deste
ciclo e tem por objetivo executar furos no maciço rochoso, através do
5656
uso de perfuratrizes, para acondicionar as cargas de explosivos e aces-
sórios iniciadores para a etapa subsequente, ou seja, o desmonte.
Após a detonação, o material proveniente do maciço rochoso
é fragmentado e encontra-se apto para ser carregado para uma uni-
dade de transporte. O carregamento pode ser realizado por diferentes
equipamentos, tais como: carregadeira, retroescavadeira, escavadeira,
entre outros. Neste caso, o material a ser carregado e, posteriormente,
transportado poderá ser estéril ou minério, dependendo somente das
necessidades da operação na mina.
O transporte, geralmente é realizado por caminhões, como os fo-
ra-de-estrada. Além disso, a mina pode contar com o apoio de equipamen-
tos auxiliares que são destinados a darem suporte às operações. Estes
equipamentos podem ser identificados pela motoniveladora, carregadeira/
retroescavadeira de pequeno porte, caminhão pipa, trator de esteira, entre
outros (JESUS, 2013). A seleção do tipo e porte do equipamento depende-
rá de uma série de fatores, como por exemplo: geometria da mina, produti-
vidade, tipo de minério, método de lavra, layout da mina etc.
A figura abaixo ilustra perfeitamente o ciclo dessas atividades
em uma mina a céu aberto:

Figura 30 – Carregamento e Transporte em uma Mina.

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Quevedo, 2009.


57
A classificação de equipamentos em uma operação de mina
pode se dar da seguinte forma:
• Unidades de perfuração;
• Unidades escavo-empurradoras;
• Unidades de escavo-carregadoras;
• Unidades de transporte.

UNIDADES DE PERFURAÇÃO

As perfuratrizes são utilizadas para realizar furos para fins de


uso na mineração e classificam-se em: percussiva, rotativas, percussi-
vo-rotativas e de furo baixo (RICARDO e CATALANI, 2007).
Sua mobilidade pode ser realizada de forma manual, a peque-
nas distâncias, ou sobre caminhões para longas distâncias; porém, a
mais utilizada é a perfuratriz sobre trator que apresenta tração própria.
Esse equipamento possibilita perfuração em diversos ângulos e na ho-
rizontal, por ser dotado de esteira, seu deslocamento é facilitado em
terrenos íngremes e desfavoráveis (RICARDO e CATALANI, 2007).
Segundo GERALDI (2011), o método mais simples para se
executar furos em uma rocha é golpeá-la, batendo a ponta de uma barra
de aço contra a superfície rochosa, e procurando girar um pouco a barra
entre dois golpes sucessivos. Este é o princípio básico da percussão,
aliado à rotação da ferramenta. As perfuratrizes podem ser percussivas,
rotativas ou percussivo-rotativas.
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Para que seja realizado um furo efetivo no maciço rochoso é


necessário que o equipamento realize quatro movimentos específicos
em perfeito sincronismo:
• Impacto ou percussão: este movimento é gerado através do
movimento do pistão, e é transmitido pelo punho para as hastes, para a
coroa e para o material que está sendo perfurado. Este movimento tem
o objetivo de provocar o cisalhamento do material.
• Rotação: este movimento é feito através de motores e reduto-
res e tem a função de abrir o furo.
• Avanço: tem a função de manter as ferramentas de corte em
constante contato com a rocha.
• Limpeza: tem como objetivo manter o furo limpo. Quanto mais
limpo estiver um furo, maior será a velocidade de penetração.

58
Tabela 1 – Critérios para Seleção de Perfuratrizes.

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


Fonte: Apostila de Operações Mineiras – SILVA. V. C (2011).

Perfuração Percussiva

As perfuratrizes percussivas, geralmente, são equipamentos


pneumáticos e utilizam praticamente toda a energia para desenvolver
o movimento de percussão. O movimento é produzido a partir de um
golpe seguido de um giro imediato na broca.
O acionamento é feito principalmente através de ar comprimi-
do, embora existam perfuratrizes mais leves, destinadas a trabalhos pe-
quenos, que podem ser acionadas por motor a gasolina.

59
Figura 31 – Perfuratriz Percussiva.

Fonte: Bernardi, 2015.

Perfuratriz Rotativa

As perfuratrizes rotativas são muito utilizadas em rochas bran-


das, isto é, rochas que apresentam maior deformabilidade e que se
fragmentam mais facilmente. Estes equipamentos são montados sobre
plataformas, o que permite maior mobilidade e facilidade de locomoção.
Ao contrário das perfuratrizes percussivas, neste equipamento
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

não há percussões, pois, o corte e desagregação na rocha é efetuado


somente pelo movimento de rotação que promove a fragmentação atra-
vés de mecanismos de corte, abrasão e esmagamento.
São indicadas para furos de grandes profundidades, como
para estudos e prospecções geológicas poços artesianos, pois preser-
vam a parte central do material do furo em sua forma mais original, os
conhecidos testemunhos.

Perfuratriz Rotativa-Percussiva

Nestes equipamentos, o trabalho de perfuração se dá através


da combinação entre movimentos de rotação e percussão. São classifi-
cados em grupos, segundo a localização do mecanismo de percussão.
Em minas subterrâneas, são utilizados equipamentos específi-
cos para realizar a perfuração dos túneis e galerias. O Jumbo é o equi-
pamento mais moderno para realizar este tipo de trabalho, pois possui
braços mecânicos que perfuram as rochas, em diferentes diâmetros.
60
O ar comprimido é utilizado em todos os equipamentos de per-
furação. Das perfuratrizes leves manuais até as grandes máquinas, a
energia de perfuração é produzida pelo ar comprimido. O acionamento
dos tratores, sobre as quais são montadas as perfuratrizes, é feito prin-
cipalmente através do ar comprimido (RICARDO e CATALANI, 2007).

UNIDADES ESCAVO-EMPURRADORAS

Corresponde ao trator de pneus ou esteira, adaptado com im-


plemento de uma lâmina à frente do trator que o transforma em uma
unidade capaz de escavar e empurrar a terra, denomina-se trator de
lâmina ou “bulldozer” (RICARDO e CATALANI, 2007).
Estes equipamentos realizam o trabalho de escavar e empur-
rar o material desagregado.

Figura 32 - Trator de Pneus “Bulldozer”.

Fonte: Bernardi, 2015. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

UNIDADES ESCAVO-CARREGADEIRAS

São equipamentos com finalidade de escavar e carregar o ma-


terial em outro equipamento de transporte, que o levará até o local de
descarga desejado, realizando assim o ciclo básico, composto de quatro
operações, executado apenas por duas máquinas diferentes. As máqui-
nas designadas são representadas pelas carregadeiras e escavadeiras,
apesar da construção bem diversa, realizam as mesmas operações de
escavação e carregamento (RICARDO e CATALANI, 2007).
As escavadeiras são equipamentos que trabalham estacionadas
próximas à bancada e podem ser montadas sobre trilhos, rodas e esteiras.
61
Realizam somente o serviço de enchimento da caçamba para abastecer
uma unidade transportadora, por isso não se movimentam pela mina.
As escavadeiras mais utilizadas são as escavadeiras hidráuli-
cas, a escavadeira Shovele a escavadeira Dragline.

Figura 33 – Escavadeira Hidráulica.

Fonte: Bernardi, 2015.

Figura 34 – Escavadeira Shovel.


MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Bernardi, 2015.

As escavadeiras do tipo Dragline são compostas por uma lon-


ga lança acoplada a polias e cabos de aço que realizam a escavação ar-
rastando a caçamba sobre o material que está sendo escavado. Quan-
do cheia, a caçamba é levantada e girada no ar até o ponto de descarga
(RICARDO e CATALANI, 2007).
Devido ao seu grande porte e capacidade, são empregadas
principalmente para decapeamento de jazidas, abertura de valas e ca-
nais, desobstrução de rios e poços de extração de cascalho e areia.
62
Figura 35 – Dragline.

Fonte: Bernardi, 2015.

As carregadeiras são equipamentos que têm a função de fazer


o carregamento do material desmontado. Podem ser montadas sobre
esteiras ou rodas pneumáticas. São comumente conhecidas pelas fa-
mosas pás-carrecadeiras.
As carregadeiras sobre rodas possuem maior mobilidade e ve-
locidades maiores, ao contrário das montadas sobre esteiras. As mais
utilizadas são as carregadeiras com caçamba frontal, as quais são acio-
nadas através de um sistema de braços articulados, instaladas na parte
dianteira do equipamento.
No momento do carregamento dos equipamentos de transpor-

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


te, são as carregadeiras que se deslocam entre o talude de material de-
sejado a ser carregado e o veículo de transporte, sendo que para formar
um ciclo completo será necessário empregar dois movimentos de frente
e dois de ré (RICARDO e CATALANI, 2007).

Figura 36 – Carregadeira sobre Pneus.

Fonte: Bernardi, 2015.

63
Figura 37 – Carregadeira sobre Esteiras.

Fonte: Bernardi, 2015.

UNIDADES DE TRANSPORTE

As unidades de transporte são representadas pelos equipa-


mentos que fazem a movimentação do material carregado até a área de
descarregamento, geralmente nos britadores primários. São utilizadas
quando a distância a ser percorrida é considerada grande. Neste caso,
torna-se necessário utilizar equipamentos mais ligeiros e que compor-
tem grande quantidade de material nas caçambas.
Os equipamentos mais empregados para realizar este traba-
lhado são os caminhões. Ferreira (2013) destaca que: os equipamentos
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

que são mais empregados na mineração para fins de transporte são os


caminhões basculantes comuns, os caminhões articulados e os cami-
nhões fora-de-estrada ou off-roads.

Figura 38 – Caminhão Fora-de-Estrada.

Fonte: Bernardi, 2015.


64
EXPLOSIVOS

Os explosivos são substâncias ou misturas de substâncias que


quando excitadas por um agente externo, são capazes de se decompo-
rem quimicamente de forma rápida, total ou parcialmente, formando um
considerável volume de gases a alta temperatura e pressão.
A reação química responsável pela decomposição dos explosivos
pode ocorrer sob a forma de combustão, deflagração ou detonação. As
condições em que a reação ocorre dependem das características quími-
cas da substância explosiva, e das condições de confinamento e iniciação
do explosivo. A reação de combustão é caracterizada por uma reação de
oxidação devido à ação do oxigênio do ar e acontece em baixa velocidade.
A deflagração consiste na reação de decomposição devido à ação
do oxigênio do ar e do agente explosivo intrínseco à substância explosiva,
ou seja, é a autocombustão de um explosivo. Esta reação atinge velocida-
des de reação maiores do que na combustão, podendo chegar a até 1.000
m/s. Um exemplo deste tipo de reação é a decomposição da pólvora.
A detonação corresponde a reação de decomposição devido
exclusivamente a ação do oxigênio presente na composição do explosi-
vo e à quantidade de energia envolvida no processo. Esta reação atinge
velocidades que podem variar de 1.500 a 9.000 m/s e é acompanhada
pela formação de onda de choque que confere à detonação um grande
potencial de ruptura do maciço.

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Os explosivos podem ser classificados por diferentes formas e
em função de suas características físicas e químicas. Podem ser clas-
sificados em relação a alguns critérios, tais como: sua aplicabilidade,
desempenho, velocidade, expansão gasosa, liberação de gases tóxicos
e composição química.
Em relação à sua aplicabilidade, os explosivos podem ser classi-
ficados como: primários/iniciadores e secundários/ruptura. Explosivos pri-
mários são utilizados como iniciadores para cargas maiores de explosivos
secundários devido ao fato de sofrerem decomposição mais facilmente
quando excitados por um agente externo. São exemplos de explosivos pri-
mários: azida de chumbo – Pb(N3)2, estifnato de chumbo - C6HN3O8Pb ,
fulminato de mercúrio – Hg(CNO)2 e nitropenta – C5H8N4O12.
Os explosivos secundários ou de ruptura são explosivos mais es-
táveis e que necessitam de maior quantidade de energia para se decompor
e iniciar o processo de detonação. Neste caso, necessitam da detonação
preliminar de um explosivo primário para serem ativados. São exemplos de
explosivos secundários: dinamites, ANFO, lamas e gelatinas.
O desempenho de um explosivo está ligado ao mecanismo de
65
decomposição da reação. Podem ser classificados em deflagrantes ou
detonantes. Explosivos deflagrantes são aqueles que se decompõem
através de uma reação de deflagração. São também denominados bai-
xos explosivos. Explosivos detonantes são decompostos a partir de
uma reação de detonação e apresentam grande potencial de ruptura.

Tabela 1 – Classificação de Explosivos Quanto à Velocidade.

Fonte: elaborado pelo autor (2019).

Quanto à expansão gasosa, os explosivos podem ser classi-


ficados de baixa ou de alta expansão gasosa. Explosivos de baixa ex-
pansão gasosa desenvolvem até 800 litros/Kg de gases por quilograma
de explosivo durante a detonação. Já os explosivos de alta expansão
gasosa superam estes valores.
Quanto à produção de gases tóxicos na reação, os explosivos
podem ser classificados em três categorias:
• Categoria A = até 30 l/kg de gases tóxicos;
• Categoria B: de 30 l/Kg até 60 l/Kg;
• Categoria C: mais de 60 l/Kg.
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Em relação à composição química, os explosivos podem ser sim-


ples, mistos ou compostos. Os principais elementos químicos presentes
na composição de um explosivo são carbono (C), oxigênio (O), hidrogênio
(H) e nitrogênio (N). Outros elementos podem também estar presentes em
função de alguma propriedade específica para diminuir a temperatura, a
quantidade de energia envolvida na detonação, entre outros fatores.
Os explosivos simples são formados por uma só substância,
como a nitroglicerina (C3H5N3O9), por exemplo.
Explosivos mistos são formados por substância que isolada-
mente não possuem propriedades explosivas, como o nitrato de amônio
(NH4NO3), que se torna explosivo quando misturado à uma proporção
ideal de óleo diesel.
Os explosivos compostos são misturas de explosivos simples
com outras substâncias que também possuem a capacidade de consu-
mir e liberar oxigênio.
Os principais produtos de uma reação de decomposição de
um explosivo são gás carbônico (CO2), água (H2O) e nitrogênio (N). A
formação de outros compostos, como por exemplo, monóxido de car-
66
bono (CO), óxido nítrico (NO2) ou óxido nitroso (NO) indicam que a
decomposição não foi completa e isto representa um grave problema
pois tratam-se de gases tóxicos.

Principais Tipos de Explosivos

A escolha do tipo de explosivo é consequência das características


do maciço rochoso. Existem vários tipos de explosivos disponíveis no mer-
cado e sua seleção dependerá de diversos fatores inerentes ao processo,
tais como: quantidade de energia envolvida na detonação, características
geomecânicas do maciço, resistência à umidade, entre outros fatores.
A pólvora negra corresponde a um dos mais antigos tipos de
explosivo. A pólvora possui ação cisalhante e tende a desmontar o ma-
terial em grandes blocos. Sua aplicação possui algumas limitações, por
exemplo, em situações onde há umidade. Atualmente, o seu consumo
caiu em desuso. Sua composição compreende uma combinação de
75% de nitrato de potássio ou de sódio, 15% de carvão vegetal e 10%
de enxofre. A pólvora negra trata-se de em explosivo deflagrante e pode
ser encontrada em formatos de grânulos ou bastões.
As dinamites são explosivos oriundos da combinação da trini-
troglicerina com outras substâncias. As substâncias mais comumente
empregadas na dinamite são:
• Base explosiva: trinitroglicerina

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• Substância Absorventes: absorvem a nitroglicerina. Ex: Ser-
ragem de Madeira, cortiça, aveia, algodão.
• Substâncias geradoras de Oxigênio: NaNO3, KNO3, NH-
4NO3, cloratos e percloratos.
• Substâncias que aumentam a potência: pó de Silício, pó de
magnésio.
• Substâncias que baixam o ponto de congelamento: NaCl, Bi-
cabornato de sódio.
• Substâncias Estabilizantes: absorvem a acidez residual da
nitroglicerina. Ex: Óxido de zinco, carbonato de cálcio, gessos etc.
• Substâncias Combustíveis: carvão em pó, parafina, enxofre.
• Explosivos complementares: trotil, troleína, nitrobenzeno.
O ANFO é de uma mistura explosiva composta de nitrato de amô-
nia e óleo diesel que, normalmente, é utilizado junto com algum explosivo
gelatinoso como a emulsão encartuchada, ou com um reforçador para ini-
ciar o processo de detonação. Além disso, é comum a adição de alumínio,
óxido de zinco e microbolhas de ar, que aumentam o poder do ANFO.
Entre as vantagens dessa mistura ressalta-se o seu baixo custo,
67
a segurança devido à alta insensibilidade aos choques, o fato de ocupar
inteiramente o volume do furo e ter presença de poucos gases tóxicos.
Já as desvantagens são: não possui resistência à água, densidade muito
baixa e tem necessidade de um iniciador especial (SILVA, 2014).
A emulsão encartuchada trata-se de um explosivo com eleva-
do poder de ruptura, grande potência de detonação e alta resistência à
água. A sua aplicação é muito viável em minerações subterrâneas, des-
montes subaquáticos, lavra a céu aberto e construções civis em geral
(MANUAL BRITANITE, 2010).

Acessórios para a Detonação

Os explosivos industriais possuem uma certa estabilidade que


permite que sejam manuseados dentro das premissas de segurança es-
tabelecidas. Portanto, para que seja iniciada uma detonação, torna-se
necessário utilizar acessórios neste processo para conferir ao explosivo
uma quantidade inicial de energia de ativação para promover a explosão.
De modo geral, os acessórios são dispositivos, instrumentos,
utilizados no processo para iniciar a explosão, de forma a obter uma
detonação eficaz e segura.
Entre os acessórios de detonação mais importantes, desta-
cam-se:
• Estopim;
• Espoleta;
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• Cordel Detonante;
• Retardos.
– O estopim configura o acessório responsável por conduzir a
chama com velocidade uniforme para a ignição de uma carga de pólvo-
ra ou detonação de uma espoleta.
– A espoleta é um acessório detonante responsável por iniciar
altos explosivos. As espoletas são sempre iniciadas por um estopim.
– O cordel detonante é utilizado para detonar cargas simulta-
neamente ou com retardos e apresenta elevada velocidade de detona-
ção. Sua iniciação é feita por espoletas.
– O retardo de cordel se constitui em um acessório que contém
em seu interior um dispositivo retardador capaz de diminuir a velocidade
da queima.

68
PLANO DE FOGO

Denomina-se Plano de Fogo, o projeto executivo para o des-


monte de rocha com uso sistemático de explosivos, onde serão defini-
dos e apresentados preliminarmente (GERALDI, 2006):
• O plano de perfuração.
• A qualificação e quantificação de explosivos.
• Os esquemas de ligação e iniciação entre os furos que serão
detonados.
O plano de fogo corresponde ao planejamento do conjunto de
elementos e operações necessárias para a realização de desmonte por
um explosivo. Configura-se em uma espécie de documento que reúne
todas as informações relevantes para uma detonação.
Para elaborar um plano de fogo, é necessário fornecer dados
específicos necessários à perfuração do furo, carregamento do explosi-
vo no furo e a detonação:
• Diâmetro da perfuração;
• Espaçamento e afastamento entre os furos;
• Inclinação da face da bancada;
• Altura da bancada;
• Profundidade das perfurações;
• Volume a ser desmontado por furo;
• Carga de fundo;
• Carga de coluna;

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• Tampão;
• Total de explosivo por furo;
• Quantidade de furos;
• Volume total a ser desmontado;
• Especificação do explosivo e dos acessórios.

69
Figura 39 – Variáveis Geométricas de um Plano de Fogo.

Fonte: Britanite, 2010.

Diâmetro da Perfuração (m)


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O diâmetro da perfuração é determinado em função do equi-


pamento utilizado para realizar a perfuração dos furos, escala de pro-
dução, resistência da rocha e ritmo de escavação. É importante salien-
tar que deve haver uma coerência entre o diâmetro do furo, a altura
da bancada e os demais equipamentos envolvidos no carregamento e
transporte do material detonado.
Quanto maior o diâmetro do furo, maior será a quantidade de
explosivos envolvida na detonação do maciço e menor será a granulo-
metria dos fragmentos gerados neste processo.

Afastamento (m)

O afastamento corresponde à distância de duas linhas sucessi-


vas de furos paralelas à face da bancada. Pode também ser entendido
pela distância entre a primeira linha de furos e a face da bancada.
A medida do afastamento tem inteira relação com a qualidade
70
da detonação. Um afastamento muito pequeno tende a projetar a rocha
a uma elevada distância da bancada. Além disso, o nível de pressão so-
nora pode ser elevado e a fragmentação poderá ser excessivamente fina.
Quando o afastamento é muito grande pode ocasionar um fe-
nômeno denominado sobreescavação. O afastamento excessivo tam-
bém pode resultar em ultralançamentos devido à grande produção de
gases nos furos e vibrações no terreno. A fragmentação da rocha tam-
bém poderá ser ineficiente, resultando em fragmentos grosseiros e pro-
blemas no pé da bancada.
O cálculo do afastamento leva em consideração as caracterís-
ticas da rocha, do explosivo a ser utilizado e o diâmetro do furo:

No qual:
= Densidade do explosivo (g/cm3)
= Densidade da rocha (g/cm3)
De= Diâmetro do explosivo (mm)

Espaçamento (m)

O espaçamento corresponde à distância entre furos sucessi-

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vos de uma mesma linha paralela à frente.
Em casos de bancadas baixas, com a relação Hb/A < 4, deve-
-se observar as seguintes condições:
1) Furos de uma mesma linha são iniciados instantaneamente:
E=0,33 (Hb+2A)
No qual:
Hb = Altura da bancada (m)
A = Afastamento (m)
2) Furos detonados com retardos:

Em casos de bancadas altas, com a relação Hb/ A > 4, deve-se


observar as seguintes condições:
3) Furos iniciados instantaneamente:

4) Furos detonados com retardos:

71
Vale ressaltar que o espaçamento nunca deve ser menor que
o afastamento. Caso isso ocorra, há grande probabilidade de gerar ma-
tacões na detonação.
A combinação entre o número do afastamento e do espaça-
mento forma uma malha de furos. Isso quer dizer que uma malha 5 X
2 tem um afastamento igual a 5 metros e um espaçamento igual a 2 m.

Inclinação da Face da Bancada

A face da bancada poderá ser vertical ou inclinada. Segundo


Quaglio (2003), a perfuração de furos inclinados é uma operação que
pode trazer muitas vantagens em relação à perfuração vertical, ainda
que requeira maior precisão na sua execução para se evitar o compro-
metimento do desmonte.
As vantagens de se trabalhar com furos inclinados são:
• Maior segurança nas operações;
• Melhor fragmentação da rocha;
• Redução no consumo de explosivos;
• Maiores afastamento e espaçamento entre furos, permitindo
maior malha;
• Eliminação do repé (porção de rocha resultante ao pé da ban-
cada que não é removida na detonação normal);
• Menor vibração do terreno;
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

• Maior estabilidade da bancada.


Em compensação há algumas desvantagens que também de-
vem ser consideradas:
• Menor produtividade da perfuratriz;
• Maior desgaste de peças (brocas e hastes);
• Maior custo de perfuração;
• Necessidade de maior comprimento de furo.

Altura da Bancada (m)

A altura da bancada (Hb) está associada aos tipos de equipa-


mentos utilizados para a perfuração e o carregamento, ao número de
bancadas e à escala de produção.
Segundo Quaglio (2003), bancadas muito altas devem ser evi-
tadas devido à imprecisão da perfuração, à velocidade de perfuração
efetiva que cai com o aumento da profundidade, havendo um aumento
da altura da pilha de material e um ligeiro aumento na razão de carga.
72
Profundidade das Perfurações (m)

A profundidade do furo (Hf) corresponde ao comprimento total


perfurado, que devido à inclinação do furo e à subfuração, será maior
que a altura da bancada.
Para calcular a profundidade total do furo, usa-se a seguinte
expressão:

Na qual:
Hb = Altura da bancada
S = Sub-perfuração

Subperfuração (m)

A subperfuração corresponde ao comprimento perfurado abai-


xo da praça da bancada, para evitar o engastamento da rocha no pé da
bancada. A subperfuração pode ser determinada através da fórmula:
S=0,3 A
Na qual:
A = Afastamento

É extremamente importante que sejam observadas as me- MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

didas de comprimento da subperfuração na elaboração de um pla-


no de fogo, pois caso estas medidas não sejam observadas, a base
da bancada não será arrancada e formará um repé, gerando preju-
ízos e necessidade de novas perfurações.

Tampão (m)

O tampão corresponde à parte superior do furo de perfuração que


não é carregada por explosivo, e sim com terra, areia ou outro material
inerte. Sua finalidade é promover o confinamento dos gases emanados
pela queima do explosivo, maximizar a emissão de energia pelo explosivo,
controlar a sobrepressão atmosférica e diminuir a ocorrência de ultralan-
73
çamentos de fragmentos de rocha. O tampão pode ser determinado por:
T=0,7 x A

Se T > A há grande probabilidade de a detonação produzir


matacões. Porém, o ultralançamento será menor. Se T < A, o risco de
ocorrência de ultralançamentos de fragmentos de rochas será maior.

Volume de Rocha a ser Desmontado por Furo (m3)

Este parâmetro (V) corresponde à quantidade de rocha que


cada furo será responsável por desmontar durante a detonação. Este
valor pode ser determinado pela equação:
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

A quantidade de furos necessários para o desmonte pode


ser obtida dividindo-se o volume total de rocha a ser desmontado
pelo volume de um furo.

Perfuração Específica (m2)

A perfuração específica (PE) corresponde à relação entre a


quantidade de metros perfurados por furo e o volume de rocha por furo.

Altura da Carga de Explosivo (m)

A altura de carga de explosivo (Hc) pode ser determinada pela


subtração da profundidade do furo pelo tampão:
Hce = Hf - T

74
Altura da Carga de Fundo (m)

A carga de fundo corresponde a um reforço de carga de explo-


sivo no fundo do furo, onde a rocha se encontra mais coesa:
HCF = 0,3 (HF - T) ou HCF = 0,3 HCE

Altura da Carga de Coluna (m)

Este parâmetro (Hcc) corresponde à altura da carga de explo-


sivo acima da carga de fundo. Neste caso, devido à rocha estar menos
presa, não se torna necessária uma carga tão concentrada quanto à
carga de fundo.
Este valor pode ser determinado através da equação:
Hcc = Hce - Hcf
Hcc = 0,7 x Hce

Carga Total (Kg)

A carga total de explosivo se dá pela soma entre a carga de


fundo mais a carga de coluna:
CT = Hce x RL
CT = CC + CF
Na qual:

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RL = Razão Linear de Carregamento
CC = Carga de Coluna
CF = Carga de fundo

Carga de Fundo (Kg)

CF = 0,3 CT

Carga de Coluna (Kg)

CC = CT - CF
CC = 0,7 CT

75
Razão de Carregamento (Kg/m3)

Este parâmetro corresponde à quantidade de explosivo neces-


sária para desmontar um volume determinado por furo.

Razão Linear de Carregamento (Kg/m3)

Na qual:
de = diâmetro do explosivo (mm)
= densidade do explosivo (g/cm3)
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

76
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2015 – FUB
– Geólogo
Acerca de perfuração e desmonte de rochas, julgue o item subse-
quente.
Em um desmonte de rochas com explosivos, as principais fontes
de ruídos relacionam-se à liberação de gases através de fraturas
da parte superior da coluna de explosivos, com expulsão do tam-
pão; à detonação de explosivos não confinados; e à refração de
ondas sísmicas através da atmosfera.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Mineração
O desmonte de rochas para a execução de atividades de minera-
ção ou de construção civil envolve, frequentemente, a aplicação
de técnicas de perfuração e fragmentação de grandes volumes de
rochas. A respeito desse assunto, julgue o seguinte item.
Em um desmonte de rocha com o emprego de explosivos, a ener-
gia da onda de choque é transformada em ondas sísmicas que pro-

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


pagam a vibração pela rocha e por todo terreno do entorno da área
do desmonte.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: INPI Prova: CESPE – 2014 – INPI –
Pesquisador em Propriedade Industrial (Classe A, Padrão I) - Cargo 2
Os explosivos são artefatos muito utilizados nas atividades huma-
nas, como na indústria de mineração, na demolição e na pirotecnia.
Na mineração e na demolição, espera-se uma explosão geralmente
potente e com alta brisância, ao passo que, na pirotecnia, deseja-
-se um evento de propulsão do artefato pirotécnico. Nos três casos
citados, utiliza-se, geralmente, um sistema de iniciação acoplado
ao sistema explosivo propriamente dito. A partir dessas informa-
ções, julgue o item a seguir, a respeito de explosivos.
Os baixos explosivos não detonam, mas sofrem uma queima cha-
mada deflagração, o que os torna adequados para utilização em
77
cartuchos de armas de fogo.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Mineração
Com relação aos impactos da mineração no meio ambiente, julgue
o item subsequente.
A orientação da frente de lavra e o controle das detonações são
medidas que minimizam o impacto dos ruídos nos desmontes por
explosivos.
( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: CESPE – 2016 – FUB
– Técnico em Mineração
Em uma mina, a céu aberto ou subterrânea, vários equipamentos
são empregados no decapeamento, na perfuração, no desmonte,
na britagem, no transporte e no beneficiamento. Acerca desse as-
sunto, julgue o item subsequente.
Os marteletes são exemplos de perfuratrizes rotativas, equipamen-
tos empregados nas frentes de lavras.
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

( ) Certo.
( ) Errado.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O desempenho de um explosivo está ligado ao mecanismo de decom-
posição da reação, podendo ser classificado em explosivo deflagrante
ou detonante. Explique a diferença existente entre uma reação de defla-
gração e uma reação de detonação.

TREINO INÉDITO
O ANFO constitui um excelente explosivo utilizado na indústria da
mineração nas atividades de desmonte de rochas. A respeito deste
explosivo é correto afirmar:
A) Sua composição se trata de uma mistura na proporção de 94,5% de
nitroglicerina e 5,5% de óleo diesel.
B) Uma das grandes vantagens de sua utilização está na resistência à
água, podendo, portanto, ser aplicado em situações de grande umidade
e chuvas.
78
C) O ANFO possui alta sensibilidade ao choque, portanto, necessita de
acessórios de retardos para impedir a sua detonação acidental.
D) O ANFO é empregado em perfurações de grandes diâmetros, o que
requer a utilização de um equipamento de perfuração de maior porte.
E) Uma desvantagem da utilização do ANFO como explosivo e de que
ele não é capaz de ocupar inteiramente o volume do furo.

NA MÍDIA
Imensos caminhões fora de estrada, com capacidade para 240 toneladas,
circulam nas vias de uma grande área de mineração sem um operador na
cabine. Controlados apenas por sistemas de computador, GPS, radares e
inteligência artificial, os veículos se movimentam de forma eficiente entre a
frente de lavra e a área de descarga. O que soa como um filme futurista é a
realidade que começa a surgir na mina Brucutu, da Vale, em Minas Gerais.
Resultado de seis anos de pesquisa e testes, sete caminhões utilizados
no transporte de minério de ferro da frente de lavra à usina de bene-
ficiamento começaram a fazer parte da rotina das operações ao lado
de outros seis veículos operados de maneira tradicional. Quando toda
a frota for substituída por caminhões com a nova tecnologia, no início
de 2019, Brucutu será a primeira mina a operar de forma autônoma no
Brasil. Até lá serão 13 equipamentos.
Em relação ao modelo convencional de transporte, a produtividade do
sistema de operações autônomas é superior. A produtividade de cami-
nhões fora de estrada tem ganhos expressivos. A operação autônoma

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS


também aumenta a vida útil do equipamento, gera menor desgaste de
peças e redução dos custos de manutenção.
Com base em dados de mercado da tecnologia, a Vale espera conse-
guir aumento da vida útil de equipamentos da ordem de 15%. Estima-se
ainda que o consumo de combustível e os custos de manutenção sejam
reduzidos em 10% e que haja um aumento da velocidade média dos
caminhões. A operação autônoma também traz relevantes benefícios
ambientais. A economia de combustível usado nas máquinas resulta em
volume mais baixo de emissões de CO2 e particulados.
Fonte: Vale
Data: 11 nov. 2018.
Leia a notícia na íntegra: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/
Paginas/vale-tera-a-primeira-mina-operando-somente-com-caminhoes-
-autonomos-no-brasil.aspx

NA PRÁTICA
O ciclo de operação de uma mina contempla diversas operações que
são responsáveis pela retirada e movimentação do material retirado do
79
maciço rochoso para as unidades de beneficiamento.
Este ciclo de operação compreende as atividades de perfuração, des-
monte de rochas, carregamento e transporte. Cada uma dessas ope-
rações é desenvolvida por equipamentos específicos que, conforme a
sua capacidade e mecanismos de funcionamento, realizam o trabalho
de movimentação do material desmontado na mina.
Conhecer as particularidades de cada equipamento possibilita ao pro-
fissional otimizar a operação e manutenção destas máquinas, visando
ganhos de produtividade, aumento de vida útil e disponibilidade do equi-
pamento para utilização.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Os 33 (Phoenix Pictures, 2015)
Acesse os links:https://www.youtube.com/watch?v=gzpky8_Lmos
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

80
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os elementos de fixação têm a função de promover a união entre as


peças, podendo ser uma união móvel ou permanente.
Ex.: Chaveta
Os elementos flexíveis são componentes capazes de armazenar ener-
gia, absorver ou amortecer choques e vibrações.
Ex.: Molas
Elementos de vedação têm a função de impedir a passagem de fluidos de
um ambiente para outro, protegendo assim máquinas e equipamentos.
Ex.: Juntas de vedação.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

81
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

As máquinas de fluxo são equipamentos que utilizam a energia do fluido


para realizar trabalho útil, tanto adicionando energia ao sistema quanto
retirando energia deste. Máquinas que adicionam energia ao sistema
são denominadas bombas. Máquinas que retiram energia do sistema
são denominadas turbinas.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

82
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A deflagração consiste na reação de decomposição devido à ação do


oxigênio do ar e do agente explosivo intrínseco à substância explosiva,
ou seja, é a autocombustão do explosivo. Já a detonação corresponde
à reação de decomposição devido, exclusivamente, à ação do oxigênio
presente na composição do explosivo e à quantidade de energia envol-
vida no processo.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

83
BERNARDI, Héctor Adalberto. Dimensionamento de equipamentos
para as operações unitárias de lavra de mina a céu aberto. 2015. 73 f.
Trabalho Conclusão de Curso (Engenharia de Minas) – Centro Univer-
sitário Luterano de Palmas, Palmas, 2015

BARBOSA, João Paulo. ELEMENTOS DE MÁQUINAS. 2011. Dispo-


nível em: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TMEC038/Prof.Jorge_
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FOX, Robert W.; PRITCHARD, Philip J.; MCDONALD, Alan T. Introdu-


ção à mecânica dos fluidos. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Classifi-
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SÃO PAULO: GLOBO. (TELECURSO 2000)

GERALDI, J, L, P. O ABC das Escavações de Rocha. Rio de Janeiro;


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84
GERALDI, J.L.P. O ABC das Escavações de Rocha. Rio de Janeiro. Ed.
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JESUS, Leandro de. Dimensionamento de equipamento e custo opera-


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QUAGLIO, Osvail André. Otimização da perfuração e da segurança nos


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85
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, PERFURAÇÕES E DESMONTE APLICADA - GRUPO PROMINAS

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