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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
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Atenção farmacêutica refere-se a um conjunto de ações dire-
cionadas à proteção, promoção e recuperação da saúde. São ações
realizadas pelo farmacêutico diretamente ao paciente. O atendimento
farmacêutico busca solucionar os problemas de saúde do paciente,
englobando várias ações como ouvir e identificar as necessidades,
analisar criticamente a situação, definir as condutas e tomar decisões,
bem como documentar todos esses processos. Dentro das atribuições
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
SEMIOLOGIA CLÍNICA, EXAMES LABORATORIAIS E CUIDADOS COM
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
CAPÍTULO 02
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES
Recapitulando _________________________________________________ 56
CAPÍTULO 03
PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS
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Serviços Farmacêuticos: Modelo de Declaração de Serviço _______ 73
Recapitulando __________________________________________________ 76
Referências _____________________________________________________ 84
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
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A assistência farmacêutica é definida como o conjunto de ações
que está relacionado ao medicamento como insumo essencial, visando
o acesso e o seu uso racional, de forma a auxiliar ações de saúde. Con-
forme a Resolução nº388 do Conselho Nacional de Saúde - Ministério
da Saúde, a atenção farmacêutica refere-se a um conjunto de ações
direcionado à proteção, promoção e recuperação da saúde. São ações
realizadas pelo farmacêutico diretamente ao paciente.
Dentro do conceito atenção farmacêutica, está englobado o
atendimento farmacêutico, que é a interação do farmacêutico com o
paciente, no qual irá advertir o paciente sobre as enfermidades. Apesar
dos conceitos de assistência e atenção farmacêutica serem diferentes,
ambos se complementam, sendo indispensável um para o outro.
O atendimento farmacêutico busca resolver os problemas de
saúde do paciente, englobando variadas ações como ouvir, identificar
as necessidades, fazer uma análise crítica da situação, definir as con-
dutas e tomar decisões, bem como documentar todos esses processos.
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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
SEMIOLOGIA CLÍNICA, EXAMES
LABORATORIAIS E CUIDADOS COM
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Exame Clínico
SINAIS ≠ SINTOMAS
SINAIS: São aqueles encontrados pelo farmacêutico, por
meio de exames físicos, laboratoriais ou de imagem. Exemplos:
pressão arterial, temperatura corporal, tosse, cianose, edema, pre-
sença de sangue na urina, etc.
SINTOMAS: São aquelas percepções que o paciente sente,
não são mensuradas pelo farmacêutico e podem ser influenciadas
pela cultura, inteligência e condições socioeconômicas, dentre ou-
Condições do Paciente
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Coleta de Amostra Biológica: Urina
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QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: UECE-CEV Órgão: Prefeitura de Quixeramobim -
CE Prova: Farmacêutico
Pacientes diabéticos podem ser avaliados de diferentes formas em
relação ao controle glicêmico. O exame que permite que o farma-
cêutico e o corpo clínico verifiquem o controle glicêmico de 2 a 4
meses antes do dia do exame é denominado
a) frutosamina.
b) glicemia pós-prandial.
c) teste oral de tolerância à glicose.
d) hemoglobina glicada.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Videira - SC Prova:
Farmacêutico
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2020 Banca: IBADE Órgão: IAPEN - AC Prova: Farmacêutico
O laboratório clínico pode contar com laboratórios de apoio para
realização de exames. Segundo a RDC 302/2005, o laudo emitido
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pelo laboratório de apoio deve ficar armazenado por quanto tempo?
a) 10 anos
b) 6 meses
c) 1 ano
d) 5 anos
e) Não existe período estabelecido
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: POLÍCIA CIENTÍFI-
CA - PE Prova: Perito Criminal - Farmácia
Após a realização de exame clínico, uma paciente adulta foi diag-
nosticada com alopecia areata crônica difusa. A partir desse diag-
nóstico, o médico prescreveu a administração de corticoides orais
em dose adequada para que ela pudesse ter alívio parcial dos sin-
tomas sem ser exposta a efeitos adversos graves.
Nesse caso clínico, o médico prescreveu à paciente uma dose
a) mínima tolerada.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura de Paulista -
PE Prova: Farmacêutico
No exercício das funções clínicas do farmacêutico, sobre as suas
atribuições, analise os itens abaixo:
I. Prescrever a Nutrição Parenteral no âmbito hospitalar.
II. Solicitar autorização ao corpo clínico para acessar e conhecer o
histórico do prontuário do paciente.
III. Prescrever medicamento para transtornos menores.
IV. Solicitar exames para o monitoramento dos parâmetros sanguí-
neos e os efeitos dos medicamentos.
V. Realizar e registrar suas intervenções e emitir parecer técnico.
Estão CORRETOS
a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) I, III e V.
d) II, IV e V.
e) I, II e IV
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
O exame clínico é composto pela anamnese do paciente, que é uma
entrevista estruturada que objetiva trazer de volta a memória de todos
os fatos relacionados ao indivíduo doente. Sobre o enunciado, comente
acerca das etapas que devem ser realizadas na anamnese farmacêutica.
TREINO INÉDITO
O plano terapêutico estabelecido pelo farmacêutico tem como fi-
nalidade:
a) Identificar os problemas de saúde.
b) Diagnosticar doenças.
c) Não solucionar os problemas de saúde.
d) Realizar uma intervenção para solucionar os problemas de saúde.
e) Prescrever somente terapias não medicamentosas.
NA MÍDIA
CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO: FAZENDO A DIFERENÇA
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
MONTANDO UM CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO
O primeiro passo para a montagem de um consultório consiste na ca-
pacitação, pois a maioria dos farmacêuticos formados antes de 2019
não teve formação clínica durante a graduação. Desse modo, adqui-
rir conhecimentos para obter competência clínica é fundamental para
quem busca empreender em um consultório. Com o primeiro passo,
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você deve decidir se vai abrir um consultório dentro de uma farmácia
comercial ou drogaria ou será instalado de forma independente, sem
relação com um estabelecimento farmacêutico.
Posteriormente, você deve ter clareza dos verdadeiros objetivos de um
consultório farmacêutico. Portanto, é necessário estudar criticamente a
legislação que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a
prescrição farmacêutica no Brasil, especificamente as Resoluções 585
e 586 do CFF, ambas publicadas em 29 de agosto de 2013. Recomen-
da-se a leitura de todas as legislações que abordam a prestação de
serviços farmacêuticos e em saúde.
Ao definir as primeiras etapas, você deve começar a se preparar em ter-
mos de recursos financeiros. Os consultórios farmacêuticos implementa-
dos em farmácias geralmente requerem um menor investimento que os
consultórios independentes. Avaliando a parte estrutural, ambos os lugares
serão semelhantes. Também deve-se definir quais serviços serão ofereci-
dos, desse modo é importante ter clareza dos serviços que podem ser ofer-
tados pelo farmacêutico clínico. Outra questão a ser planejada é a neces-
Interpretação clínica
Níveis elevados: podem estar associados ao hipogonadismo
primário, como por exemplo anorquia, insuficiência testicular, menopau-
sa, a tumores hipofisários secretores de gonadotropinas, a síndrome de
feminização testicular completa, a puberdade precoce e a fase lútea do
ciclo menstrual.
Níveis diminuídos: essa alteração pode estar relacionada ao
hipogonadismo secundário e deficiência de gonadotropina.
Estradiol
O estradiol é o estrogênio endógeno mais ativo e é produzido
nos ovários antes da ovulação. A principal função desse hormônio é pre-
parar o endométrio para receber o embrião. É comumente utilizado para
a avaliação de problemas menstruais e fertilidade nas mulheres, e no
monitoramento da terapia com gonadotropina menopáusica humana.
Os valores de referência estão descritos na Tabela 3.
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Tabela 3 – Valores de referências do estradiol.
Interpretação clínica
Níveis elevados: estão associados a tumores produtores de
estrogênio, ginecomastia, cirrose hepática e hipertireoidismo.
Níveis diminuídos: hipogonadismo primário e secundário.
Progesterona
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
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Função tireoidiana (TSH, T4 e T3)
• Hormônio tireoestimulante (TSH): controla a biossíntese e a
liberação dos hormônios da tireoide, T4 e T3. Utilizado na avaliação do
estado metabólico, principalmente, na triagem inicial e diagnósticos de
hipotireoidismo e hipertireoidismo e no monitoramento da terapia com
hormônio tireoidiano. Os valores de referência dependem da idade e do
sexo dos indivíduos (Tabela 6).
Interpretação clínica
Níveis elevados: Hipotireoidismo primário não tratado ou com
reposição insuficiente do hormônio tireóideo. Pacientes com tireoidite
de Hashimoto. Uso de vários fármacos, como anfetaminas, metoclopra-
mida, domperidona, clorpromazina, haloperidol.
Níveis diminuídos: Bócio multinodular tóxico, desidratação gra-
ve, adenoma da tireoide de funcionamento autônomo, reposição exces-
siva de hormônio tireoideo, tireoidite, doença de Graves e hipotireoidis-
mo hipofisário secundário ou hipotalâmico.
• Tiroxina total (T4):
“A T4 é a principal secreção da glândula tireoide. Utilizada prin-
cipalmente no diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo, par-
ticularmente quando manifesto ou secundário à doença hipofisária ou
hipotalâmica” (WILLIAMSON & SNYDER, 2011, p. 215).
Valores de referência: 6,09 a 12,23 μg/dL
Interpretação clínica
Níveis elevados: Hipertireoidismo, gravidez, uso de alguns fár-
macos (estrogênios, contraceptivos orais, dtiroxina, extrato tireóideo,
TSH, amiodarona, heroína, metadona, anfetaminas, algumas substân-
cias radiopacas para exames radiológicos), síndrome do paciente euti-
reoideo e em casos de hipertiroxinemia disalbuminêmica familiar.
Níveis diminuídos: Hipotireoidismo, hipoproteinemia, uso de
determinados fármacos (fenitoína, triiodotironina, testosterona, ACTH,
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corticosteroides) e na síndrome do paciente eutireoideo.
• Tri-iodotironina (T3): A tiroxina T4 é convertida em T3 nos teci-
dos periféricos. A maior parte da T3, quando transportada, está ligada às
proteínas e apenas 0,3% está no estado livre não ligado. Esse exame é
utilizado no diagnóstico de tireotoxicose por T3 (quando T4 está normal
e o TSH está suprimido,) ou quando os níveis de FT4 estão normais,
mas o paciente apresenta sinais e sintomas de hipertireoidismo. Esse
exame também pode ser usado no monitoramento do hipertireoidismo e
na terapia reposição hormonal.
Valores de referência:
T3 total:87 a 178 ng/dL
T3 livre: 2,5 a 3,9 pg/mL
Interpretação clínica
Níveis elevados: doença de Graves e na maioria das causas
de hipertireoidismo.
Níveis diminuídos: hipotireoidismo secundário, tireoidite de
Hashimoto e hipotireoidismo neonatal. Diminuem em ≤ 25% em indiví-
Dosagem de glicemia
A dosagem de glicemia mede a quantidade do açúcar glicose.
Essa glicose tem origem nos carboidratos e constitui a principal fonte de
energia utilizada pelo corpo. Controlar as dosagens de glicemia é muito
importante, pois reduz, significativamente, as complicações da diabetes
mellitus. Dessa maneira, a avaliação da glicemia é extremamente im-
portante no acompanhamento da diabetes, além do mais, a partir dos
resultados desse exame, o farmacêutico pode realizar ajustes no trata-
mento desses pacientes.
A dosagem da glicemia geralmente é realizada em soro ou plas-
ma, visto que em amostras de sangue total a dosagem pode ser mais
baixa. A metodologia mais utilizada para a dosagem de glicemia é pelo
enzimático, com oxidase ou hexoquinase. O tubo de coleta do sangue, de
preferência deve conter fluoreto. Caso a coleta seja em tubo sem fluoreto,
a amostra deve ser centrifugada imediatamente após a venopunção, pois
o fluoreto nos tubos previne o processo de metabolismo da glicose pelas
hemácias, aumentando a estabilidade da amostra biológica.
Outro fator importante é que a dosagem de glicemia pode ser
realizada em jejum (no mínimo de 8 horas) ou pós-prandial. Atualmente,
sabe-se que dosar somente a glicemia em jejum é insuficiente para ob-
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ter um controle da diabetes, pois esse resultado reflete em uma medida
pontal. A dosagem da glicemia também pode ser efetuada pós-prandial,
de 1 a 2 horas após a ingestão de alimentos. Esse exame irá permitir a
avaliação dos picos hiperglicêmicos pós-prandiais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o termo pré-dia-
betes caracteriza aqueles indivíduos que possuem glicemia de jejum
alterada ou tolerância à glicose diminuída. Na Tabela 7 estão descritos
os valores de referência da glicemia em jejum. A Sociedade Brasileira
de Diabetes e a Academia Americana de Diabetes, adotam um ponto de
corte para a glicemia em jejum, com valores normais até 99 mg/dL. Já
a tolerância à glicose diminuída é caracterizada devido a uma alteração
na regulação da glicose no estado pós-sobrecarga, no qual o paciente
realiza um teste oral com a ingestão de 75 gramas de dextrosol, se os
níveis glicêmicos estiverem entre 140 a 199 mg/dL após duas horas
dessa ingestão, considera-se tolerância a glicose diminuída.
Interpretação clínica
Níveis elevados: diabetes, aumento da epinefrina circulante,
pancreatite aguda, encefalopatia de Wernicke (deficiência de vitamina
B1), algumas lesões do SNC, como hemorragia subaracnóidea e esta-
dos convulsivos, efeitos de alguns fármacos e substâncias (corticoste-
roides, propranolol álcool etílico, estrogênios, fenitoína, hipervitaminose
A crônica, tiazídicos).
Níveis diminuídos: distúrbios pancreáticos, endócrinos e fun-
cionais, doenças hepáticas e enzimáticas, dentre outros.
Hemoglobina glicada
A hemoglobina glicada (HbA1C) é um marcador de hiperglice-
mia crônica que reflete a média dos níveis glicêmicos dos últimos 2 a 3
meses. Esse exame é muito utilizado para avaliar o controle glicêmico,
desse modo, é crucial no acompanhamento de pacientes diabéticos e
pode ser utilizado no diagnóstico da diabetes.
Para realizar esse exame o paciente não precisa estar em je-
jum. Além do mais, esse exame possui várias vantagens, como meno-
res índices de interferências e maior estabilidade. Para fins de diagnós-
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tico, a Sociedade Brasileira de Diabetes e o Comitê de Especialistas da
American Diabetes Association, estabelecem quatro critérios possíveis
para estabelecer o diagnóstico da diabetes. Os valores de referência
desses critérios estão descritos na Tabela 8.
Colesterol Total
O colesterol total é dosado para avaliação do risco de doen-
ças cardíacas e aterosclerose. É fundamental no funcionamento das
membranas celulares e como precursor dos ácidos biliares, vitamina D,
progesterona, estrogênios, mineralocorticoides e glicocorticoides. Ge-
ralmente é solicitado em combinação com os exames envolvidos na
avaliação do perfil lipídico do paciente. Os valores de referência do co-
lesterol total estão descritos na Tabela 9.
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Tabela 9 - Valores de referência do colesterol total
Interpretação clínica
Níveis elevados: casos de obesidade, tabagismo, dietas com
alto teor de colesterol e gorduras, insuficiência renal, hipotireoidismo,
doença de armazenamento do glicogênio, hipercolesterolemia familiar,
diabetes, cirrose biliar, doença hepatocelular, hiperlipoproteinemia dos
tipos I, IV e V, neoplasias de próstata e pâncreas.
Níveis diminuídos: ataques cardíacos, desnutrição, anemias
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
Interpretação clínica
Níveis elevados: Podem ser encontrados níveis elevados em
casos de perda de peso e atividade física regular, doenças hepáticas
crônica e em hiperalfalipoproteinemia.
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Níveis diminuídos: são encontrados em casos de pacientes
diabéticos não controlados, insuficiência renal crônica, uremia e nefro-
se, doenças hepatocelular, colestase, entre outros.
Colesterol LDL
A lipoproteína de baixa densidade (LDL), também chamada de
LDL-colesterol (LDL-C), é composta por colesterol, proteína e fosfolipí-
dios. Esses transportam o colesterol que está na corrente sanguínea do
fígado para os tecidos periféricos. A LDL é produzida através do metabo-
lismo da VLDL-colesterol. Comumente conhecida como “colesterol ruim”,
seus altos níveis estão associados a casos de aterosclerose e coronario-
patia. Os valores de referência da LDL estão descritos na Tabela 11.
Interpretação clínica
Níveis elevados: em casos de hipercolesterolemia familiar, dia-
betes, síndrome nefrótica, doenças hepáticas e renais, e em hiperlipi-
demia tipos II e III.
Níveis diminuídos: em casos de hipertireoidismo, anemia crônica,
hipolipoproteinemia, abetalipoproteinemia, doença de Tangier, entre outros.
Triglicerídeos
Os triglicerídeos são um tipo de gordura que constitui uma im-
portante fonte de energia para o corpo humano. A maior parte fica ar-
mazenada no tecido adiposo, como forma de glicerol, monoglicerídios
e ácidos graxos, que são convertidos pelo fígado em triglicerídeos. O
processo de armazenamento de triglicerídeos ocorre pelo fato de que os
triglicerídeos são transportados por lipoproteínas do sangue até o tecido
adiposo. Dos triglicerídeos totais, em torno de 80% estão localizados no
VLDL e 15% nas LDL, que são importantes no metabolismo como fonte
energética e transportadores da gordura alimentar. Os valores de referên-
cia dos triglicerídeos, avaliados em jejum estão descritos na Tabela 12.
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Tabela 12 - Valores de referência de triglicerídeos
Interpretação clínica
Níveis elevados: estão associados principalmente a um maior
risco de doenças cardiovasculares e arteriosclerose. Também podem
estar presentes em Hiperlipoproteinemia dos tipos I, IIb, III IV e V, dia-
betes, doença de Von Gierke, hipotireoidismo, pancreatite, doenças re-
nais, infarto do miocárdio, gota, entre outros.
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
Creatinina urinária
A creatina é produzida pelos aminoácidos nos rins, no pâncre-
as e no fígado. O transporte da creatina ocorre através do sangue para
outros órgãos, onde ocorre a síntese de creatinina. A creatinina uriná-
ria é excretada em uma taxa constante, desse modo existem valores
esperados para esse exame, além do mais, ela representa a filtração
glomerular e a excreção tubular ativa dos rins.
Os valores da creatinina não são afetados pela dieta ou por ati-
vidades físicas. Como medida de avaliação da função renal, é realizado
o cálculo da depuração da creatina, utilizando as medidas das creatini-
nas urinária e sérica. Os valores de referência para creatinina urinária
estão descritos na Tabela 13.
40
Fonte: Adaptado Williamson & Snyder, 2011.
Interpretação clínica
Níveis elevados: acromegalia, gigantismo, diabetes, infecções,
hipotireoidismo e em dieta com carnes.
Níveis diminuídos: em casos de hipertireoidismo, anemia, dis-
trofia muscular, diminuição de massa muscular, doença renal avançada,
leucemia e dietas vegetarianas.
Creatinina com taxa de filtração glomerular estimada
A creatinina é formada pela hidrólise da creatina e fosfocreati-
41
Fonte: Adaptado de Williamson & Snyder, 2011.
Interpretação clínica
Níveis elevados: em casos de acromegalia, necrose tubular
aguda, dietas à base de carne, ICC, desidratação, diabetes, exposição
42
a agentes e substâncias químicas nefrotóxicos, gigantismo, infecções,
neoplasias (renais bilaterais), nefrosclerose, doença renal policística,
pielonefrite, aterosclerose e obstrução da artéria renal, trombose da
veia renal, choque e hipovolemia.
Níveis diminuídos: podemos encontrar em casos de pielonefrite
bilateral crônica, hipertireoidismo, leucemia, doenças de debilitação mus-
cular, paralisias, obstrução do trato urinário e em dietas vegetarianas.
43
Tabela 16 - Valores de referência da AST
44
Tabela 18 - Valores de referência da bilirrubina
Amilase sérica
As amilases são um grupo de hidrolases produzidas pelo pân-
creas e pelas glândulas salivares que servem para auxiliar na digestão
do amido. Ela é produzida também pela mucosa do intestino delgado, fí-
gado, ovários, placenta e pelas tubas uterinas. Esse exame é muito uti-
lizado no diagnóstico e monitoramento da pancreatite e outras doenças
pancreáticas. Seus valores de referência estão descritos na Tabela 19.
Interpretação clínica
Níveis elevados: pancreatite aguda, interferência por fárma-
cos, obstrução do duto pancreático por cálculo ou carcinoma, macro-
amilasemia, caxumba, inflamação supurativa, doenças do trato biliar,
traumatismo pancreático, insuficiência renal, alterações na permeabili-
dade do trato gastrointestinal, tumores malignos no pâncreas, consumo
ou intoxicação aguda por álcool etílico, dentre outros.
Níveis diminuídos: em casos de pancreatite fulminante aguda
ou crônica avançada, fibrose cística avançada, interferência por fárma-
cos, razão da depuração amilase: creatitina, dentre outros.
Lipase
A lipase é uma enzima glicoproteica que é filtrada pelos glo-
mérulos e reabsorvida totalmente pelos túbulos proximais. O exame de
lipase é utilizado na investigação de distúrbios pancreáticos, como a
pancreatite. Seus valores também podem estar alterados em casos de
cisto pancreático, intestino estrangulado ou infartado e peritonite. Seus
valores de referência estão descritos na Tabela 20.
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Tabela 20 - Valores de referência da lipase
Interpretação clínica
Níveis elevados: pancreatite aguda e crônica, úlceras, obs-
truções do duto pancreático ou do intestino delgado, colecistite aguda,
insuficiência renal, alcoolismo, infarto intestinal, cirrose, dentre outros.
Alguns fármacos também podem estar associados a esse aumento
(exemplos: colinérgicos e opiáceos).
Níveis diminuídos: estão associados a interferências metodo-
lógicas, como por exemplo, presença de hemoglobina, quinina, metais
e íons cálcio nas amostras.
Fosfatase alcalina
A fosfatase alcalina (ALP) é encontrada em variados tecidos
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
Interpretação clínica
Níveis elevados: doenças ósseas, renais, hepáticas, hiperti-
reoidismo, doença de Hodgkin, sepse extrahepática, colite ulcerativa,
pancreatite, fenitoína e consumo de álcool etílico, hiperparatireoidismo,
final da gestação, crianças até 10 anos de idade e durante o estirão de
crescimento pré-puberal podem apresentar três a quatro vezes os valo-
res do adulto, administração de ergosterol, diabetes, reações adversa
a substâncias terapêuticas, como por exemplo, a clorpropamida, uso
crônico de agentes anticonvulsivantes, dentre outros.
Níveis diminuídos: Hipotireoidismo, deficiência de vitamina
B12, anemia franca, hipofosfatemia, ingestão excessiva de vitamina D,
deficiência nutricional de zinco ou magnésio, síndrome de Burnett, do-
46
ença celíaca, alguns fármacos (corticosteroides, trifluoperazina, agen-
tes antilipêmicos, alguma hiperalimentação), dentre outros.
Creatinoquinase (CK)
A creatinoquinase (CK) é uma enzima utilizada como marcador
de lesão do músculo cardíaco. Possui maior atividade no músculo es-
triado, tecido cardíaco e no cérebro. A determinação da sua atividade
é importante na investigação de doença do músculo esquelético e no
diagnóstico de infarto do miocárdio e em acidente vascular encefálico.
Os valores de referência da CK estão descritos na Tabela 22.
Eritrograma
Leucograma
• Leucócitos
Os leucócitos podem estar aumentados ou diminuídos em um
paciente. Quando eles estão aumentados chamamos esse processo de
leucocitose, e quando se encontram diminuídos recebem o nome de
leucopenia.
Leucocitose: está relacionado a várias infecções e processos
inflamatórios, mediado por variadas moléculas que são liberadas devi-
do à resposta imunológica, como macrófagos, interleucinas, fatores de
necrose, dentre outros. As infecções podem ter origens de vírus, bac-
térias, fungos, protozoários ou espiroquetas e, geralmente, fazem parte
50
da resposta na fase aguda do organismo.
Leucopenia: está relacionada a infecções virais, como por exem-
plo, hepatites A e B, rubéola, Epstein-Barr, etc., e a infecções bacterianas,
como salmonela, micobactérias, estafilococos, etc. Também está associa-
da a anemias, como anemia falciforme, anemia aplásica, dentre outras.
• Neutrófilos
São células produzidas devido aos processos inflamatórios
através de mediadores químicos. Também podem encontrar-se aumen-
tados ou diminuídos, processos chamados de neutrofilia e neutropenia,
respectivamente.
Neutrofilia: pode ser encontrado em crianças com síndrome de
Down.
Neutropenia: está associada a infecções virais, anti-inflama-
tórios não hormonais, antibióticos (ex: cloranfenicol), antitérmicos (ex:
dipirona), tratamento quimioterápico, dentre outros.
• Linfócitos
Os linfócitos também são células responsáveis pelo mecanis-
Plaquetograma
• Cor
A cor da urina pode variar praticamente de incolor a preto. A va-
riação de cor ocorre devido a alterações das funções metabólicas, ou por
substâncias ingeridas ou ainda, devido a condições patológicas. As causas
mais comuns da alteração da cor da urina estão descritas na Tabela 26.
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Fonte: Adaptado deStrasinger& Lorenzo, 2009.
• Aspecto
Aspecto é o termo utilizado que se refere à transparência ou
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QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: SESAP-RN Prova: Farma-
cêutico
A resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 585, de
29 de Agosto de 2013, regulamenta as atribuições clínicas do far-
macêutico. Com base nessa resolução, considere o caso de um
paciente com diagnóstico de diabetes e hipertensão arterial que
buscou a farmácia para aquisição dos seus medicamentos pres-
critos. Durante a anamnese farmacêutica, foram detectados dieta
inadequada e histórico familiar de cardiopatias. Por essa razão, o
farmacêutico decide investigar possível dislipidemia e solicita per-
fil lipídico. Em relação às atribuições clínicas regulamentadas, a
conduta farmacêutica pode ser considerada
a) inadequada, pois glicose, função renal e pressão arterial deveriam ter
sido avaliadas juntamente com o lipidograma
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 2
Ano: 2020 Banca: COTEC Órgão: Prefeitura de São Francisco - MG
Prova: Farmacêutico
Homem de 37 anos, IMC 28,1 kg/m2 (Normal: < 25 kg/m2), sedentá-
rio, dislipidêmico e hipertenso não tratado, relata incômodo e dor
no hipocôndrio direito, enjoos frequentes, cansaço físico e irritabi-
lidade. Aferição da pressão arterial apresentou média de valores de
140/90 mmHg em consultório. Paciente realiza exames laboratoriais
a pedido do seu médico cardiologista para uma análise mais deta-
lhada. Exames solicitados: glicemia em jejum, HBA1c, Perfil Lipídi-
co, Renal e Hepático, Amilase, Lipase e Exame de Urina Rotina. Os
resultados emitidos pelo laboratório estão descritos a seguir.
56
Fonte: ALVARENGA, F. Q. 2020.
QUESTÃO 3
Ano: 2020 Banca: COTEC Órgão: Prefeitura de São Francisco - MG
57
Prova: Farmacêutico
Paciente IQA, mulher, 65 anos, obesa (IMC 33 kg/m2 ), portadora
de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão, comparece ao serviço
clínico farmacêutico para atendimento levando consigo seus re-
sultados de exames laboratoriais. Resultados: Colesterol total 231
mg/dL (Normal: < 200mg/dL), HDL: 38 mg/dL (Normal: > 40 mg/dL),
Triglicerídeos 587 mg/dL (Normal: < 150mg/dL), Glicemia em jejum
159 mg/dL (Normal: < 100mg/dL), HbA1c: 11,8 % (Normal para dia-
béticos: < 7%), Creatinina 0,8 mg/dL (Normal: < 1,2 mg/dL), Microal-
buminúria: 140 mg/24 horas (Normal: < 30mg/24 horas). A partir da
análise dos resultados, considere as afirmativas a seguir.
I - É possível afirmar que, nos últimos três meses anteriores à reali-
zação dos exames, a glicemia da paciente esteve descontrolada com
base nos exames de hemoglobina glicosilada e glicemia em jejum.
II - Correlacionando os resultados dos exames referentes ao per-
fil lipídico e a microalbuminúria, pode-se verificar a presença de
dislipidemia mista e fator preditivo de morbilidade e mortalidade
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
cardiovascular aumentado.
III - O controle da pressão arterial, a orientação nutricional para
adesão à dieta equilibrada e a perda de peso constituem-se como
medidas necessárias para pormenorizar a resistência à insulina e
às suas complicações.
IV - A partir da análise dos dados clínicos e laboratoriais, descar-
ta-se a possibilidade de coexistência de síndrome metabólica e de
disfunção das células beta pancreáticas nesta paciente.
V - A hemoglobina glicosilada oferece vantagens para avaliação
dos níveis glicêmicos, 3 a 4 meses retrógrados, pois, independe do
estado de jejum para a sua avaliação e possui menor variabilidade
no dia a dia, sendo uma dosagem indireta da glicemia.
Estão CORRETAS apenas as afirmações:
a) I, II, IV e V, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) I, II, III e V, apenas.
d) I, III, IV e V, apenas.
e) I, II, III e IV, apenas.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFAI Prova: Farmacêutico
A paciente S.M.B., de 45 anos, procurou a Unidade Básica de Saú-
de (UBS) próximo de sua casa, e a anamnese indicou sobrepeso,
histórico familiar de diabetes e sedentarismo. Após realização de
exames laboratoriais, foram obtidos os seguintes resultados: gli-
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cemia de jejum 150 mg/dL; hemoglobina glicada 8,5%.
Durante a consulta, foram estabelecidas as metas glicêmicas, mu-
danças de estilo de vida (alimentação e exercícios físicos) e acom-
panhamento com equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (NASF), além de terapia medicamentosa.
Assinale a alternativa correta sobre o papel do farmacêutico e a
realização de testes de controle glicêmico.
a) Farmacêuticos não podem aferir parâmetros fisiológicos em farmá-
cias e drogarias de âmbito público ou particular.
b) O autoteste de glicemia é considerado como teste laboratorial remoto
e, por esse motivo, não pode ser realizado dentro de estabelecimentos
farmacêuticos.
c) A aferição da glicemia capilar em farmácias e drogarias, pelo profis-
sional farmacêutico, tem como objetivo colher subsídios para a atenção
farmacêutica e monitoramento da terapia medicamentosa.
d) Uma vez que sejam verificadas discrepâncias entre os valores encon-
trados e os de referência, cabe ao profissional farmacêutico, no âmbito
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Prova: Farmacêutico
Na atualidade, o exame de _____ é empregado para a avaliação do
impacto do controle glicêmico sobre as complicações crônicas do
diabetes. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
a) glicemia de jejum
b) hemoglobina glicada
c) glicemia pós-prandial
d) teste de tolerância oral à glicose
TREINO INÉDITO
Um senhor com idade de 65 anos deu entrada em um hospital de-
vido a um acidente de carro. No terceiro dia, o senhor ainda estava
59
incapaz de comer, e sua glicemia em jejum era de 125 mg/dL Tam-
bém possuía cetonúria elevada (++++).
De acordo com o caso relatado, qual a possível interpretação clínica?
a) Paciente possui níveis de glicose aumentados, pois não estava em
jejum.
b) Paciente é diabético, porém, está metabolizando a glicose normalmente.
c) Paciente é diabético e não está metabolizando glicose, pois está me-
tabolizando lipídeos e formando corpos cetônicos.
d) Paciente é diabético, está metabolizando glicose e formando corpos
cetônicos.
e) Paciente não é diabético.
NA MÍDIA
Nos dias de hoje, é importante que a conduta a ser realizada diante de
alguma enfermidade seja o mais precisa possível, desse modo, é im-
prescindível a solicitação de exames com objetivos clínicos específicos,
de modo a complementar o diagnóstico, prognóstico, monitorização,
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
TÍTULO: FARMACÊUTICO PODE SOLICITAR EXAMES LABORATO-
RIAIS?
O farmacêutico Jauri Siqueira Junior possui uma página na internet com
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vários conteúdos, e um deles é sobre a solicitação de exames labora-
toriais. Respondendo à pergunta realizada no título, sim o farmacêutico
pode realizar a solicitação de exames, como já mencionado anterior-
mente, a resolução do CFF 585 e 586 diz que o farmacêutico pode
solicitar exames laboratoriais, porém, deve ser realizada no contexto de
acompanhamento farmacoterapêutico.
O acompanhamento farmacoterapêutico nada mais é que acompanhar e
monitorar os resultados da farmacoterapia, e a avaliação de exames labora-
toriais permite um processo de individualização da farmacoterapia. Devido
à grande espera para atendimentos, pela falta de investimentos financeiros
e falta de médicos, as pessoas acabam se automedicando ou possuem
baixa adesão à farmacoterapia. Um dos grupos de riscos importantes são
os idosos, pois eles são os maiores consumidores de medicamentos.
O farmacêutico pode solicitar vários exames para acompanhar variadas
doenças. Alguns deles são: acompanhamento de dislipidemias (exame
de colesterol total); acompanhamento da diabetes mellitus (exame de
hemoglobina glicada e glicemia); monitoramento de anemia ferropriva
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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS
64
Essa resolução traz as regulamentações referentes às atribui-
ções clínicas do farmacêutico. As atribuições clínicas do farmacêutico
têm como objetivo proporcionar um cuidado ao paciente, à família e à
comunidade, sempre promovendo o uso racional de medicamentos e
visando a melhoria de qualidade de vida do paciente.
Dentre as principais atribuições clínicas do farmacêutico defini-
das pela legislação, podemos citar:
• Estabelecimento de uma relação de cuidado ao paciente;
• Desenvolvimento de ações que promovam, protejam e recu-
perem a saúde, e ações que previnam doenças;
• Avaliação da farmacoterapia;
• Prescrição de medicamentos;
• Intervenções farmacêuticas;
69
Essa legislação aborda que os MIPs podem ser fracionados
e dispensados em quantidade que atenda às necessidades terapêuti-
cas do paciente, desde que seja sob orientação e responsabilidade do
farmacêutico. O fracionamento deve ocorrer no momento exato da dis-
pensação, através da embalagem original para fracionáveis, e não pode
haver exposição direta desses produtos aos pacientes/clientes.
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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
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INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
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Fonte: Conselho Federal de Farmácia, 2020.
QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: Quadrix Órgão: CRF - AL Prova: Farmacêutico
Fiscal
Assinale a alternativa que contraria o disposto na Resolução do
Conselho Federal de Farmácia nº 586/13, que regula a prescrição
farmacêutica.
a) Prescrição farmacêutica é definida como o ato pelo qual o farmacêu-
tico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacoló-
gicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente,
visando a promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção
de doenças e de outros problemas de saúde.
b) Para o exercício do ato da prescrição, será exigido, pelo Conselho
Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de
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especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica,
com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades
em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunica-
ção interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.
c) O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes esta-
belecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção
à saúde, desde que respeitados o princípio da confidencialidade e a
privacidade do paciente no atendimento.
d) A prescrição de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saú-
de (SUS), estará necessariamente em conformidade com a Denomi-
nação Comum Brasileira (DCB) ou, em sua falta, com a Denominação
Comum Internacional (DCI). A prescrição de medicamentos, no âmbito
privado, estará necessariamente em conformidade com a DCB. O ato da
prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes estabelecimentos
farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção à saúde, des-
de que respeitados o princípio da confidencialidade e a privacidade do
paciente no atendimento.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: INAZ do Pará Órgão: CRF-PE Prova: Farmacêu-
tico Fiscal
Dentre as atribuições clínicas da profissão farmacêutica estabele-
cidas pela resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013, do CFF, des-
taca-se a prescrição farmacêutica, que por sua vez é regulada pela
resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013, do CFF, estabelecendo
qual determinação para prescrição farmacêutica?
a) O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros
produtos com finalidade terapêutica, incluindo medicamentos dispensados
com prescrição médica, medicamentos industrializados e preparações ma-
gistrais - alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais
e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser apro-
vadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico.
b) O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação
exija prescrição médica, desde que condicionado à existência de diag-
nóstico prévio e apenas quando estiver previsto em programas, proto-
colos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de
instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colabo-
ração com outros prescritores ou instituições de saúde.
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c) Para a prescrição de medicamentos cuja dispensação exija prescrição
médica, os Conselhos Regionais de Farmácia exigirão o reconhecimento
de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico em
diferentes áreas, desde que comprovada a formação que inclua conhe-
cimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia,
semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.
d) O ato da prescrição farmacêutica deverá ocorrer em estabelecimen-
tos privativos do profissional farmacêutico, com a devida definição de
consultório farmacêutico, respeitando o princípio da confidencialidade e
a privacidade do paciente no atendimento.
e) A prescrição farmacêutica deverá atender a intercambialidade de me-
dicamentos, conforme a Resolução CFF nº 349/2000, que estabelece a
competência do farmacêutico em proceder a intercambialidade ou subs-
tituição genérica de medicamentos.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Pro-
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: COSEAC Órgão: UFF Prova: Farmacêutico
Observe as afirmativas a seguir em relação à prescrição farmacêu-
tica de medicamentos.
I A prescrição de medicamentos no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS) estará necessariamente em conformidade com a De-
nominação Comum Brasileira (DCB) ou, em sua falta, com a Deno-
minação Comum Internacional (DCI).
II A prescrição de medicamentos, no âmbito privado, estará neces-
sariamente em conformidade com Denominação Comum Brasileira
(DCB) ou, em sua falta, com a Denominação Comum Internacional
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(DCI).
III A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por
extenso, de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema
de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras.
Das afirmativas acima:
a) apenas a I está correta.
b) apenas a II está correta.
c) todas estão corretas.
d) apenas a II e a III estão corretas
e) apenas a I e a III estão corretas
TREINO INÉDITO
De acordo Resolução n° 585/2013 do Conselho Federal de Farmá-
NA MÍDIA
PRESCRIÇÃO ELETRÔNICA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A
CONTROLE ESPECIAL
Um dos grandes problemas de receitas médicas, principalmente de me-
dicamentos controlados, é a legibilidade da letra escrita na receita. A re-
ceita eletrônica é um grande avanço para as farmácias brasileiras, pois o
fato de o farmacêutico receber receitas legíveis contribui diretamente no
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processo de segurança da dispensação de medicamentos. Outro ponto
importante, é que isso vale também para os antimicrobianos, assim como
para substancias da Lista C1, C5 e dos adendos das listas A1, A2 e B1.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia
Data: 03/03/2020
Leia a notícia na íntegra: https://www.cff.org.br/noticia.php?id=5674.
Acesso em: 09 de novembro de 2020.
NA PRÁTICA
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA REGULAMENTADA PELO CFF
PODE SE TORNAR LEI
É de conhecimento de todos que os farmacêuticos podem prescrever os
medicamentos isentos de prescrição (MIPs) de acordo com a lei vigente.
Recentemente, foi apresentado um projeto para alterar a Lei 9.782/99 e
criar uma nova categoria de medicamentos. A proposta apresentada é
para que essa nova categoria se refira àqueles medicamentos que po-
dem ser prescritos por farmacêuticos, e que esses medicamentos con-
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
80
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSO
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
81
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSO
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
82
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSO
83
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa nº
11, de Setembro de 2016. Dispõe sobre a lista de medicamentos isentos
de prescrição. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 2016.
SILVA, P. H.; Alves, H. B.; Comar, S. R.; Henneberg, R.; Merlin, J. C.;
Stinghen, S. T. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Edito-
ra Artmed, Porto Alegre, 2016.
84
WILLIAMSON, M. A. & Snyder, M. S. WallachInterpretação de exames la-
boratoriais. 9ª edição. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2011.
85
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE EXAMES LABORATORIAIS E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS - GRUPO PROMINAS
86