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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Paloma Duarte

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
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ascensão social e econômica da população de um país.


Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
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qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Jesrael Luciano Costa

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Nesta unidade serão discutidos os principais conceitos rela-
tivos aos imóveis rurais, bem como a articulação dessas definições à
legislação agrária. Além disso, será feita uma contextualização his-
tória acerca das terras rurais, relacionando o Novo Código Florestal
e o Cadastro Ambiental Rural, para demonstrar a importância desta
normativa para o levantamento das propriedades rurais no Brasil. Ain-
da, serão discutidas as principais orientações relativas à determinação
dos limites e das confrontações das propriedades rurais, como tam-
bém os métodos de posicionamento, cujas orientações são de grande
importância para o georreferenciamento preciso e correto dos imóveis
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rurais e, consequentemente, atender aos requisitos exigidos por dife-


rentes órgãos governamentais.

Georreferenciamento. INCRA. Cadastro Ambiental Rural. Posicionamento.


Limites.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONCEITOS INICIAIS E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Conceitos Iniciais ______________________________________________ 13

O Registro de Imóveis e o Georreferenciamento __________________ 15

Legislação Brasileira e as questões Ambientais relacionadas às


Propriedades Rurais ___________________________________________ 19

Recapitulando ________________________________________________ 26

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CAPÍTULO 02
O CADASTRO AMBIENTAL RURAL E O ESTABELECIMENTO DE LI-
MITES E DIVISAS

Introdução ____________________________________________________ 31

Caracterização do Imóvel Rural _________________________________ 32

Os Limites de uma Propriedade ________________________________ 34

Os Vértices e a Delimitação de Limites de Imóveis ______________ 39

Confrontantes e Divisas de Imóveis _____________________________ 41

Alteração de Parcela Certificada ________________________________ 41

Recapitulando _________________________________________________ 45

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CAPÍTULO 03
O CADASTRO AMBIENTAL RURAL E A DETERMINAÇÃO DE LIMITES
E CONFRONTANTES

Introdução ____________________________________________________ 50

Posicionamento por GNSS _____________________________________ 51

Posicionamento pelo RTK e DGPS ______________________________ 54

Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) _______________________ 56

Posicionamento por Topografia Clássica ________________________ 56

Posicionamento por Geometria Analítica _______________________ 59

Posicionamento por Sensoriamento Remoto ___________________ 60


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Base Cartográfica ______________________________________________ 60

Aplicação dos Métodos de Posicionamento _____________________ 61

Recapitulando _________________________________________________ 64

Fechando a Unidade ___________________________________________ 69

Referências ____________________________________________________ 72

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O processo histórico de ocupação, registro e venda de terras no
Brasil é bastante conturbado. As terras disponíveis foram adquiridas e re-
gistradas, por muito tempo, por meio de registros informais por escrito e
de forma verbal, não havendo comprovações substanciais de que, de fato,
aquela propriedade pertencia àquele proprietário. No decorrer das déca-
das, a necessidade do Estado em controlar o registro de terras, bem como
em saber a extensão tanto das terras privadas quanto das terras públicas,
demonstrou a importância da criação de um cadastro de imóveis.
O cadastro rural foi concebido em 2001, e teve por objetivo
criar um sistema de cadastro que interligasse as informações territoriais
com os dados cartorários, a fim de verificar as informações relativas à
propriedade das terras, bem como solucionar problemas relacionados
aos limites e divisas entre propriedades. Ainda, o sistema também for-
neceria a dimensão das terras públicas, a sua disponibilidade e a quan-
tidade de terras empossadas de maneira irregular.
O aumento das demandas e das discussões relativas ao meio
ambiente também revisitou a necessidade de um levantamento das
áreas de proteção e de outras delimitações territoriais que visavam a
proteção ambiental. Neste sentido, houve um grande esforço para pri-

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meiro, aprovarem um Novo Código Florestal, cuja última versão datava
de 1965 e apresentava-se totalmente defasada e pouco articulada com
as discussões ambientais nacionais e internacionais.
Com a aprovação do Novo Código em 2012, também foi criado
o Cadastro Ambiental Rural, que tem por objetivo, além de cadastrar as
propriedades rurais por meio de memoriais georreferenciados, obter infor-
mações ambientais sobre as áreas de proteção e de interesse ambiental.
Neste contexto, na primeira parte desta unidade serão abor-
dados os conceitos fundamentais relacionados aos imóveis rurais e à
importância do georreferenciamento de imóveis no contexto do cadas-
tramento. Em seguida, será discutida a articulação entre o Novo Código
Florestal e o Cadastro Ambiental Rural, onde serão evidenciados os
objetivos desse cadastramento, bem como sua importância para o go-
verno, a sociedade e os proprietários rurais.
Na segunda parte desta apostila, serão examinadas as normas do
INCRA referentes à determinação dos limites e das confrontações para o
georreferenciamento de móveis rurais. As normas são de grande importân-
cia para mostrar os elementos essenciais que devem ser levantados pelo
executor do georreferenciamento para delimitar os limites e as confronta-
ções, que posteriormente serão utilizadas no processo de posicionamento.
Na terceira parte, serão avaliados os métodos recomendados pelo
INCRA para o posicionamento e georreferenciamento dos imóveis rurais.
11
Neste capítulo, o aluno examinará os principais métodos e as orientações
acerca da obtenção das coordenadas com vistas ao georreferenciamento,
bem como as informações referentes à precisão e à utilização dos métodos
para as diversas finalidades requeridas para o Cadastro Ambiental Rural.
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CONCEITOS INICIAIS E A LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

CONCEITOS INICIAIS

Desde a ocupação territorial e a formação socioeconômica do


Brasil, os processos estruturais e conjunturais conduziram o país a um
quadro de ilegalidade, de instabilidade jurídica e de fragilidade institu-
cional, com relação aos domínios territoriais. Por esta e outras razões
o Estado atua na regulação do mercado de terras, isto é, regulamenta
a posse e a propriedade, para que a gestão do território seja mais efi-
ciente e transparente. Além disso, a intervenção estatal na proprieda-
de de terras é decisiva para resolver questões históricas, bem como
problemas relacionados: à alta concentração da propriedade da terra,
às questões referentes à degradação ambiental, à exclusão social e à
pobreza rural e urbana e, ainda, à especulação e ao apossamento e
13
apropriação ilegal de terras públicas (Brasil, 2006).
De maneira geral, um imóvel rural pode ser definido como a área
formada por uma ou mais matrículas de terras contínuas, do mesmo titular,
ou seja, de mesmo proprietário ou posseiro, que pode estar localizada tan-
to na zona rural quanto na área urbana do município, desde que sua fina-
lidade seja agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial.

O termo contínuo representa as áreas confrontantes que


pertencem a mesma pessoa (física ou jurídica), podendo ser pro-
priedade e/ou posse com vários documentos, registros, matrícu-
las, escrituras ou outra documentação. Além disso, pode haver
interrupções físicas como estradas, rios e córregos, estar em um
ou mais municípios, ou estados, que mesmo assim podem ser con-
siderados um único imóvel rural (INCRA, 2013a).

A legislação agrária, portanto, tem observado a terra que desem-


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penha um papel produtivo, e não de bem patrimonial. Neste sentido, o ob-


jetivo fundamental da legislação agrária é garantir o cumprimento da fun-
ção da propriedade rural, sendo a produção, seja em pequena, média ou
grande escala, além do direito de acesso à terra para todos. Desta forma, a
legislação se preocupa com o cumprimento da função social da terra, e não
com o papel privado da terra, pois a partir do momento que ela se intitula
como propriedade rural, ela passa a ter direitos e deveres diferenciados em
relação à propriedade privada. O não cumprimento da sua função social
pode levar a propriedade a desapropriação para fins de reforma agrária.
Para que as terras classificadas como rurais cumpram o seu
papel social, existe uma série de leis, decretos e outras normas cuja
função é classificar e fiscalizar o cumprimento das exigências, para que
essas terras sejam classificadas como propriedades rurais. A implemen-
tação, fiscalização e aplicação dessas normas fica a cargo de diversos
segmentos governamentais, como o INCRA, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), o IBGE, entre outros.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
é uma autarquia federal, cujo objetivo é executar a reforma agrária e re-
alizar o ordenamento fundiário nacional. O INCRA foi criado pelo Decre-
to n.º 1.110, de 9 de julho de 1970, estando presente em todo o território
nacional por meio de 30 superintendências regionais (INCRA, 2018).

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O processo de cadastro de imóveis rurais, bem como to-
das as informações relativas ao cadastramento, as instruções nor-
mativas e todas as suas atualizações encontram-se no site do IN-
CRA, acesse: http://incra.gov.br/pt/.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)


é um órgão da administração pública federal direta, e que apresenta
diversas competências que abrangem a política agrícola, a produção
e o fomento agropecuário, estoques reguladores, informação e defesa
agropecuária, segurança alimentar e questões fundiárias.

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É importante acompanhar as mudanças na estrutura re-
gimental e organizacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, através de acessos periódicos ao site abaixo, para
informações sobre a subordinação de secretarias e departamentos
que, porventura, precisem ser consultados para fins de cadastra-
mento rural: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/acesso-a-infor-
macao/institucional/estrutura-organizacional

A necessidade tanto do conhecimento do que era pertencen-


te ao Estado, como também do registro correto das propriedades, de-
monstrou a importância do cadastramento de imóveis e o seu controle
ao longo do tempo.

O REGISTRO DE IMÓVEIS E O GEORREFERENCIAMENTO

O georreferenciamento de imóveis, ou seja, a determinação


de sua geolocalização não é algo recente. O georreferenciamento re-
fere-se à determinação dos limites do imóvel através de coordenadas
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro. No caso de pro-
priedades rurais, as coordenadas devem ter precisão posicional fixada
pelo INCRA. O cadastro rural foi criado pela Lei nº 5.868, de 12 de de-
zembro de 1972, e a partir de 1973 até o ano de 2013 foi publicada uma
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série de normativas referentes ao cadastramento rural, como pode ser
observado na Tabela 1 (INCRA, 2018).

Tabela 1: Atos normativos associados ao Cadastro Rural.


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Fonte: INCRA, 2018.

O objetivo das leis, normas e normativas é assegurar a identifica-


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ção e o registro do imóvel rural, de modo que operações como o desmem-
bramento, o parcelamento, o remembramento ou ainda, qualquer forma de
transferência, pudessem ser realizadas dentro da lei, além de assegurar
aos envolvidos a segurança das informações. Para isso, foi solicitada a
elaboração de um memorial descritivo, com as informações referentes à
propriedade no que concerne ao posicionamento, aos limites e às divisas.
Para que as exigências da lei possam ser atendidas, o memorial
descritivo deve ser elaborado por um profissional habilitado, com regis-
tro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e, ainda,
apresentar as coordenadas dos vértices que definem os limites do imóvel
georreferenciado ao Sistema Geodésico Brasileiro, com precisão posi-
cional a ser fixada pelo INCRA. A precisão posicional é necessária para
a verificação, por parte do órgão público, das possíveis sobreposições
entre imóveis que já estejam em seu cadastro georreferenciado.
Desde o ano de 2013, o registro da propriedade e do memorial
descritivo é feito pelo Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF). O SIGEF é
uma ferramenta eletrônica desenvolvida para auxiliar na administração fun-
diária do território nacional a partir da certificação do georreferenciamento
dos imóveis rurais (INCRA, 2020). Para que a propriedade possa ser regis-
trada, é necessário o cumprimento das seguintes etapas (INCRA, 2020):
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• O proprietário ou o posseiro do imóvel rural deve contratar


um responsável técnico, habilitado no CREA e credenciado junto ao IN-
CRA, para a realização da demarcação georreferenciada da sua área.
• O responsável técnico, após a demarcação e o georreferen-
ciamento, acessa o sistema SIGEF e envia o arquivo digital com os
dados cartográficos do imóvel rural.
• O SIGEF analisa os dados anexados, e se não houver incon-
sistências ou sobreposições, a certificação é aprovada, e são gerados,
automaticamente, a planta e o memorial descritivo da propriedade. Os
documentos são assinados digitalmente, podendo ser impressos e leva-
dos ao registro de imóveis.
• Se o sistema encontrar inconsistências ou sobreposições, ele
mesmo transmite uma notificação ao interessado, que poderá solucio-
ná-las e inserir os dados corrigidos novamente no SIGEF.
Após o cadastro do imóvel rural, ele poderá ser certificado. A
certificação de imóveis rurais tem por objetivo garantir que os limites
do imóvel estão corretos, que não há sobreposições entre outras pro-
priedades, que o georreferenciamento foi realizado conforme as orien-
tações do INCRA. A exigência da certificação está amparada pela Lei
n.º 10.267, do ano de 2001, e é realizada exclusivamente pelo INCRA.
A certificação é necessária para qualquer alteração de áreas,
como desmembramento, remembramento, entre outros, e também na
18
mudança de titularidade, como nos casos de compra, venda, desmem-
bramento ou partilha, conforme as recomendações do Decreto n.º 4.449
de 2002 (alterado pelos Decretos n.º 5.570 de 2005, 7.620 de 2011 e
9.311 de 2018).
Neste sentido, para que o Estado possa regulamentar e acom-
panhar as informações e os registros referentes às propriedades rurais,
é necessária a existência de um cadastramento. O cadastro, além de
fornecer os dados referentes às terras rurais, também podem trazer in-
formações sobre as áreas de proteção ambiental, controle das terras
públicas, entre outros.

A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS RE-


LACIONADAS ÀS PROPRIEDADES RURAIS

Para que o Estado possa regulamentar as informações e os


registros referentes às propriedades rurais, bem como a relação entre
elas e o meio ambiente, é necessária a existência de um cadastramento
para esta finalidade. Portanto, o cadastro, além de fornecer os dados
referentes às terras rurais, como a propriedade e a legalidade, também

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pode contribuir no planejamento do uso e da ocupação do solo, já que
informa a realidade de uma determinada parcela do território e, ainda,
na relação entre as propriedades, os usos e o meio ambiente.

O Código Florestal

A legislação florestal brasileira sofreu importantes modifica-


ções nos últimos anos, com o intuito de adaptar-se às leis e aos novos
debates nacionais e internacionais relacionados ao uso e à preservação
dos ecossistemas florestais. A partir dessas discussões, denúncias e
estudos de uso e ocupação do solo, percebeu-se que grande parte das
áreas que foram delimitadas pelo Código Florestal de 1965, para pre-
servação e proteção, encontravam-se irregularmente ocupadas.

Para você ter uma dimensão da desatualização do Código


Florestal de 1965 e da falta de fiscalização e de controle, cerca de
98,2% das propriedades rurais situadas no estado de São Paulo,
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no ano de 2012, não possuíam reserva legal averbada.

A falta de controle em relação às áreas de preservação, como


também a redução da proteção ambiental aos ecossistemas associados
às áreas rurais, motivou a revisão do Código Florestal de 1965.

Se você quiser saber como é o texto e as recomendações


exigidas pelo Código Florestal, Lei n.º 4.771, de 15 de setembro de
1965, acesse http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm e
compare com o Código Florestal atual.

Neste sentido, para que a legislação pudesse atender às neces-


sidades nacionais com relação à preservação ambiental, ao mesmo tem-
po, em que se alinhava às normas internacionais, foi promulgada a Lei n.º
12.651, de 25 de maio de 2012, conhecida como o novo Código Florestal.
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O texto original do Código Florestal foi modificado em alguns


pontos pela Lei n.º 12.727, de 17 de outubro de 2012, que você pode
acessar neste link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/L12727.htm e também pelo Decreto n.º 7.830, de 17 de
outubro de 2012, quer pode ser acessado por este link: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7830.htm.

De forma resumida, o Código Florestal disciplina as normas


gerais relativas à proteção da vegetação; à exploração e ao suprimento
de matéria-prima florestal; e ao controle de origem de produtos e de
incêndios florestais. Além disso, o código trouxe a implementação de
instrumentos econômicos e declaratórios, além de mecanismos de fi-
nanciamento, a fim de reduzir a dependência de normas de comando e
controle que prevalecia no regime anterior (Machado, 2016).
Ainda, com relação às normas referentes à proteção da ve-
getação nativa, o Código Florestal incluiu, em seu rol de proteção, as
áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito; a
exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle
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da origem dos produtos florestais; o controle e prevenção dos incêndios
florestais; e a previsão de instrumentos econômicos e financeiros para
que esses objetivos fossem alcançados (Machado, 2016).
A partir de sua atualização, o Código Florestal se consolidou
como o dispositivo legal mais atualizado da legislação brasileira, dis-
ciplinando e orientando o uso da terra e a conservação dos recursos
naturais. O Novo Código Florestal é uma materialização das muitas
exigências da área ambiental, além das pressões de ordem nacional
e internacional sobre as questões ambientais, como o desmatamento.
Com a nova legislação, o Brasil, além de assegurar a sua soberania
internacional, também normatizou e ampliou a rigidez das orientações
já existentes na Política Nacional do Meio Ambiente (Machado, 2016).
O Código Florestal, juntamente com a Lei n.º 6.938 de 31/08/1981,
que trata da Política Nacional do Meio Ambiente; a Lei n.º 9.605 de
12/02/1998 e Decreto n.º 6.514 de 22/07/2008, que se referem à Lei de
Crimes Ambientais; à Lei n.º 9.985 de 18/07/2000, que instituiu o Siste-
ma Nacional de Unidades de Conservação (SNUC); e à Lei n.º 11.428 de
22/12/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa
do bioma Mata Atlântica, além de outras, regulamentaram todo o arcabou-

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ço ambiental e as questões relacionadas a essa temática (Machado, 2016).
Entretanto, mesmo com um Código Florestal moderno e ino-
vador em termos de preservação ambiental, houve e ainda existe uma
grande dificuldade em sua implantação, como a escassez de recursos
econômicos e humanos para a fiscalização e implementação das nor-
mas, os custos elevados que as exigências da legislação ambiental re-
presenta para os proprietários rurais, entre outros.
Além das atualizações referentes às normas ambientais, o Có-
digo Florestal Brasileiro também trouxe, como uma normativa, a criação
do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O cadastro ambiental rural tem por
objetivo oferecer informações ao Governo Federal e aos órgãos am-
bientais estaduais sobre a localização de cada imóvel rural, e sua situa-
ção em relação à adequação ambiental.
A partir das informações do cadastramento, é possível acompa-
nhar e orientar os produtores rurais na elaboração e na implementação das
ações necessárias para a recomposição de áreas com passivos ambien-
tais nas suas propriedades ou posses rurais, seja em áreas de preservação
permanente, de reserva legal ou de uso restrito (Machado, 2016).

O Cadastro Ambiental Rural

No Brasil, a comercialização de terras foi regulada pelo Estado


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em 1850, quando foi promulgada a Lei de Terras, estabelecendo, a par-
tir daí, o marco na constituição dos mercados de terras rurais. A Lei de
Terras brasileira tinha como objetivo, entre outros, impedir a ocupação
de terras livres e conceder a propriedade de terras aos particulares. Com
isso, a lei pretendia não somente a regularização das posses existentes,
mas também a sua transmissão, por meio de compra e venda. Mas para
que essa regularização ocorresse, era necessário o cadastramento dos
títulos de propriedade, para que o Estado, por exclusão, chegasse ao
conhecimento de sua propriedade, que seriam as terras devolutas.
Entretanto, mesmo com a necessidade de ter um cadastro
para controlar e diferenciar o que eram terras do Estado e proprieda-
des privadas, bem como os problemas relacionados às titularidades das
terras, passou-se muito tempo até existir um sistema que permitisse a
realização deste tipo de cadastro.
Com a atualização do Código Florestal, em 2012, foi criado, no
âmbito do Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente (SI-
NIMA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Por sua vez, o Cadastro Am-
biental Rural foi criado pela Lei n.º 12.651/2012, no âmbito do Sistema
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, e regulamenta-
do pela Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), n.º
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2 de 5 de maio de 2014 (Machado, 2016).


O cadastro ambiental rural consiste em um registro público eletrô-
nico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, cujo obje-
tivo é integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais
referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), das
áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação
nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas, compondo
base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento (Machado, 2016).
Toda a articulação legal e dos atos normativos envolvidos no
cadastro rural podem ser observados na tabela 2 (INCRA, 2018).

Tabela 2: Atos normativos que precederam e sucederam a criação do Cadas-


tro Ambiental Rural.

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Fonte: INCRA, 2018.

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Para que o Cadastro Ambiental Rural seja realizado, é preciso
que o proprietário ou o possuidor do imóvel rural requeira no órgão am-
biental municipal, ou estadual, além de atender a uma série de solicitações:
• a identificação do imóvel;
• a comprovação da propriedade ou posse;
• a identificação do imóvel por meio de planta e memorial des-
critivo, que deve apresentar a indicação das coordenadas geográficas
com, pelo menos, um ponto de amarração do perímetro do imóvel. Além
disso, deve informar a localização dos remanescentes de vegetação
nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Res-
trito, das Áreas Consolidadas e, caso existente, também a localização
da Reserva Legal (INCRA, 2013a);

Para que a localização dos núcleos vegetacionais seja pre-


cisa, é necessária a realização de um levantamento dos produtos
cartográficos da região, para a delimitação, em escala maior, das
áreas de interesse para, posteriormente, serem verificadas e deli-
mitadas em campo.
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• a planta georreferenciada do perímetro do imóvel, das áreas
de interesse social e das áreas de utilidade pública, com a identificação
do responsável direto pelo imóvel em caso de impossibilidade do pro-
prietário ou possuidor rural (INCRA, 2013a).

O georreferenciamento das propriedades rurais, para fins


de Cadastro Ambiental Rural, deve seguir as recomendações e as
normas do INCRA.

Importância do Cadastro Ambiental Rural

Para que a sociedade e poder público pudessem definir o uso


adequado do solo, tanto para as atividades agropecuárias como para a
expansão das cidades, ao mesmo tempo que preservava o meio ambiente,
era necessário conhecer a realidade fundiária do Brasil. Desta forma, esta
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realidade só seria conhecida através do cadastramento das propriedades.


Com as novas tecnologias e a disseminação de metodologias
avançadas na localização e no mapeamento de áreas, foi possível
avançar tanto no cadastro rural como também no cadastro urbano. Isso
possibilitou a implantação de instrumentos de regulação dos mercados
de terras nas áreas urbanas e rurais.
Especificamente para as áreas rurais, o cadastro permitiu a re-
dução e o controle da ocupação das terras devolutas e as intervenções
nelas realizadas como, por exemplo, a supressão da vegetação nativa e
outras atividades contra o meio ambiente. Além de coibir a posse ilegal
das terras, o CAR permite que o Estado possa recuperar as proprieda-
des, de maneira que elas possam ser destinadas à reforma agrária ou à
criação de novas áreas ambientalmente protegidas.
Ainda, o Cadastro Ambiental Rural concede ao proprietário de
terras uma série de benefícios, como o acesso às linhas de créditos
disponíveis para a atividade agropecuária, seja mediante instituições
públicas ou particulares. Em muitas operações de financiamento agrí-
cola, o CAR constitui-se em uma das exigências para o prosseguimento
do processo, já que é através dele que as informações como o regis-
tro de posse ou propriedade, bem como o atendimento das exigências
ambientais, podem ser obtidas, facilitando o processo de verificação de
autenticidade das informações.
24
Por fim, o Cadastro Ambiental Rural permite identificar as áre-
as tituladas, as áreas ocupadas e as terras públicas. Nesse sentido, a
titulação atua como uma ferramenta que permite a ampliação da trans-
parência do mercado de terras, enquanto proporciona a possibilidade
de recuperar áreas ocupadas e terras griladas.

Para saber mais sobre as normas para o Cadastro Ambiental


Rural, como o tamanho da propriedade, entre outros elementos, aces-
se este documento com todas as orientações https://www.gov.br/pt-
-br/servicos/inscrever-imovel-rural-no-cadastro-ambiental-rural-car

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

25
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2021 - TJ-SC - Titu-
lar de Serviços de Notas e de Registros - Provimento Nível: Superior
O Novo Código Florestal criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), re-
gistro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos
os imóveis rurais, para integrar as informações ambientais das pro-
priedades e posses rurais, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento. Conforme a Lei n.º 12.651/2012, a Reserva Legal deve
ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário
do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título.
Nesse contexto, o citado diploma legal estabelece que:
a) o cadastramento do imóvel no CAR é considerado título para fins de
reconhecimento do direito de propriedade ou posse;
b) a inscrição do imóvel rural no CAR deve ser feita, exclusivamente,
por averbação do Registro de Imóveis;
c) o registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Car-
tório de Registro de Imóveis;
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

d) a supressão de novas áreas de floresta ou outras formas de vege-


tação nativa, após a implantação do CAR e a sua averbação no RGI,
apenas será autorizada pelo oficial de Registro de Imóveis;
e) a área de Reserva Legal deve ser registrada no CAR, por meio de
averbação no RGI, sendo possível a alteração de sua destinação, nos
casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, desde
que precedida de nova averbação.

QUESTÃO 2
Ano: 2021 Banca: IBFC Órgão: SEAP-PR Prova: IBFC - 2021 - SEA-
P-PR - Agente Profissional - Engenheiro Florestal Nível: Superior
Com relação à redação do decreto n.º 7.830, de 17 de outubro de 2012,
que dispõe sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Sistema de
Cadastro Ambiental Rural (SICAR), assinale a alternativa correta.
a) Após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo
cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor poderá
ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, re-
lativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação
Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito
b) O proprietário ou possuidor rural inscrito no CAR que for autuado pe-
las infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, entre a inscrição
no CAR e um ano após a implantação o PRA, serão automaticamente
26
incluídos no PRA
c) As multas decorrentes das infrações cometidas antes de 22 de julho
de 2008 serão consideradas como convertidas em serviços de preser-
vação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regula-
rizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA
d) O proprietário ou possuidor rural inscrito no CAR que não aderiu ao
PRA e foi autuado pelas infrações cometidas antes de 22 de julho de
2008, durante o prazo legal, ficará impedido de promover a regulariza-
ção da situação
e) A recomposição das áreas de reserva legal não poderá ser feita utili-
zando-se espécies exóticas e nativas consorciadas

QUESTÃO 3
Ano: 2021 Banca: IBFC Órgão: SEAP-PR Prova: Agente Profissio-
nal - Engenheiro Florestal - IBFC - 2021 - SEAP-PR Nível: Superior
Com relação à redação do decreto n.º 7.830, de 17 de outubro de
2012, que dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SI-
CAR), assinale a alternativa incorreta.
a) Entre os objetivos do SICAR estão: receber, gerenciar e integrar os
dados do CAR de todos os entes federativos

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


b) A inscrição no CAR é obrigatória para todas as propriedades e pos-
ses rurais com natureza declaratória e permanente
c) Caso detectado pendências ou inconsistências nas informações de-
claradas e nos documentos apresentados no CAR, o órgão responsável
deverá notificar o requerente, de uma única vez, para prestar informa-
ções complementares ou promova a correção e adequação das infor-
mações prestadas. Dessa maneira, enquanto não houver manifestação
do órgão competente acerca de pendências ou inconsistências nas in-
formações declaradas e nos documentos apresentados para a inscrição
no CAR, será considerada efetivada a inscrição do imóvel rural no CAR,
para todos os fins previstos em lei
d) Compete a polícia Militar Estadual realizar vistorias de campo, caso
seja necessário a verificação das informações declaradas e acompa-
nhamento dos compromissos assumidos
e) A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a ade-
são ao PRA, a que deverá ser requerida pelo interessado no prazo de
um ano, contado a partir da sua implantação, prorrogável por uma única
vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: Titular
de Serviços de Notas e de Registros – Provimento Nível: Superior
27
Um cidadão que possua um imóvel rural e pretenda realizar o ca-
dastro ambiental rural (CAR) desse bem deverá considerar, à luz
do disposto na Lei n.º 12.651/2012, que
a) a informação da reserva legal do imóvel no CAR é indispensável,
ainda que já tenha sido averbada na matrícula do imóvel.
b) o cadastro compõe base de dados para controle, planejamento am-
biental e econômico e combate ao desmatamento.
c) o cadastramento será considerado título para fins do direito de pro-
priedade do cidadão.
d) o cadastramento será considerado título para o reconhecimento do
direito de posse do cidadão.
e) o cadastramento deverá ser feito, preferencialmente, no cartório de
imóveis da localidade da propriedade.

QUESTÃO 5
Ano: 2021 Banca: Fundação Carlos Chagas - FCC Órgão: TJ GO -
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Prova: FCC - TJ GO - Juiz
Substituto - 2021 Nível: Superior
O Ministério Público Estadual ajuizou uma ação civil pública em
face dos atuais proprietários da Fazenda São Pedro requerendo a
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

instituição da Reserva Legal. Em contestação, os réus alegaram


que a supressão da vegetação nativa respeitou os percentuais de
Reserva Legal previstos pela legislação vigente à época do fato. A
narrativa trazida pela defesa restou comprovada por prova docu-
mental e pericial. A Fazenda não está inscrita no Cadastro Ambien-
tal Rural (CAR). A ação deverá ser julgada
a) procedente, diante da ausência de inscrição da Fazenda São Pedro
no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
b) improcedente, uma vez que a supressão da vegetação nativa respei-
tou a legislação vigente à época do fato.
c) procedente, uma vez que toda propriedade rural deve possuir uma
Reserva Legal em percentual fixado pelo atual Código Florestal.
d) procedente, visto que a supressão foi realizada pelos antigos proprie-
tários, cabendo aos novos proprietários instituir uma Reserva Legal nos
moldes estabelecidos pelo atual Código Florestal.
e) improcedente por se tratar de obrigação dos proprietários que reali-
zaram a supressão da vegetação nativa.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O Novo Código Florestal Brasileiro, promulgado por meio da Lei Federal
n.º 12.651, no ano de 2012, também trouxe, juntamente com as modifica-
ções na lei, a criação do Cadastro Ambiental Rural. O Cadastro Ambiental
28
Rural tem diversos objetivos, tanto na área ambiental como também nos
elementos cadastrais. Explique os objetivos do CAR e a sua importância
para o governo, para os proprietários e para o meio ambiente.

TREINO INÉDITO
Sobre as diferenças entre o Cadastro Rural e o Cadastro Ambiental
Rural, marque a alternativa correta:
a) o Cadastro Rural é um meio de cadastramento das terras rurais para
realizar o levantamento ambiental dessas áreas.
b) o Cadastro Ambiental Rural é um mecanismo de cadastramento de
terras rurais para realizar o levantamento de registro de propriedade.
c) o Cadastro Rural é mais recente, e foi normatizado por meio da pro-
mulgação da Federal n.º 12.651/2012.
d) o Cadastro Ambiental Rural foi criado no ano de 2001, e tinha como
intuito abastecer o sistema governamental com informações georrefe-
renciadas sobre as propriedades rurais.
e) o Cadastro Ambiental Rural foi uma alternativa criada, juntamente
com o Novo Código Florestal, para o mapeamento e controle das áreas
protegidas e/ou passíveis de proteção.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


NA MÍDIA
CINTURÃO CITRÍCOLA DE SP E MG PRODUZIRÁ 287,76 MILHÕES
DE CAIXAS DE LARANJA NA SAFRA 2020/2021
Quebra de 25,6% em relação à temporada anterior deve-se à menor
reserva nutricional das plantas e às condições climáticas desfavoráveis.
A safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângu-
lo/Sudoeste Mineiro é estimada em 287,76 milhões de caixas de 40,8
kg, conforme o anúncio online feito hoje (11) pelo Fundecitrus. O núme-
ro é 25,6% menor do que safra anterior, finalizada em 386,79 milhões
de caixas, e 12,5% inferior à média dos últimos dez anos. Cerca de
20,56 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro.
A produtividade média é estimada em 790 caixas por hectare, ante as
1.045 caixas por hectare obtidas na temporada anterior.
Fonte: AGROLINK
Data: 15 maio 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://www.agrolink.com.br/noticias/cinturao-
-citricola-de-sp-e-mg-produzira-287-76-milhoes-de-caixas-de-laranja-
-na-safra-2020-21_433990.html

NA PRÁTICA
Os dados obtidos pelo Cadastro Ambiental Rural podem ser utilizados,
não somente para o acompanhamento da situação ambiental das pro-
29
priedades rurais, mas também para a análise de outros indicadores. Por
exemplo, é possível realizar estimativas de crescimento da produção
das propriedades rurais, bem como o manejo da vegetação nativa e
ações de reflorestamento e de ampliação das reservas florestais. Ainda,
pode-se acompanhar a transformação de terras rurais em áreas urba-
nas, para comportar o crescimento das cidades ou em decorrência da
redução de uma determinada atividade agrícola, que pode ocorrer em
função de problemas estruturais e conjunturais, que o país ou a região
possam estar enfrentando, ou ainda interesses imobiliários.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: CapCAR: Capacitação para o Cadastro Ambien-
tal Rural (Serviço Florestal Brasileiro, 2015)
Acesse os links: https://www.youtube.com/playlist?list=PLV1gW1Sb0A-
dEGGjQI13kZFAQjYY8eK9gr
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

30
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS
O CADASTRO AMBIENTAL RURAL E O
ESTABELECIMENTO DE LIMITES E DIVISAS

INTRODUÇÃO

Para que o Cadastro Ambiental Rural seja realizado, é neces-


sário um conjunto de conhecimentos relativos às áreas de cartografia,
da topografia e dos métodos de coleta de dados e de mapeamento para
que as normas relativas ao georreferenciamento de imóveis rurais seja
executado de maneira correta e assertiva. Neste sentido, a compreen-
são do conceito de imóvel rural, bem como dos elementos naturais e
artificiais que possam existir no entorno da propriedade, são relevantes
para o estabelecimento dos limites e, ainda, quais os métodos de posi-
cionamento serão utilizados para o georreferenciamento da área.

31
Para saber mais sobre o georreferenciamento de imóveis
rurais e as questões jurídicas e técnicas envolvidas, leia o artigo
disponível neste link: http://nucleus.feituverava.com.br/index.php/
nucleus/article/view/2709/2577

CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL RURAL

O imóvel rural pode ser definido como um objeto do título de


domínio, bem como aquele passível de titulação.

As recomendações de georreferenciamento de imóveis


LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

rurais pelo INCRA utiliza o conceito de imóvel rural apresentado


pela Lei de Registros Públicos (Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
1973) e não pelo Estatuto da Terra (Lei n.º 4.504, de 30 de novem-
bro de 1964), o que torna os procedimentos de certificação mais
próximos e menos conflituosos com relação ao registro de imóveis
(Machado, 2016).

O entendimento dos conceitos e das normas sobre o imóvel


rural são indispensáveis para a execução do serviço de georreferencia-
mento, para que o levantamento seja realizado em propriedades que
realmente atendam aos requisitos para o cadastramento.

Para saber mais sobre a definição de imóveis rurais, seu


dimensionamento e suas classificações, acesse este vídeo: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=tYVryatU-rs e amplie o seu co-
nhecimento.

32
Imóvel Rural com Propriedade Reconhecida

O imóvel rural com propriedade reconhecida é o imóvel que


consta em um documento, onde a aquisição da sua titularidade é ates-
tada. Este documento pode ser (INCRA, 2013a):
• uma comprovação da inscrição da área (matriculada ou trans-
crita) em um cartório de registro de imóveis;
• uma descrição da área, mas que ainda não é registrada, sen-
do suscetível de registro com efeito translativo de domínio ou constitu-
tivo da propriedade formal. Exemplo: uma escritura de compra e venda
relativa a uma parcela, que foi devidamente delimitada e caracterizada
(INCRA, 2013a).
Os títulos de domínio são referentes a apenas uma parcela.
Entretanto, existem algumas exceções que permitem a existência de
mais de um título, como:
• no caso da matrícula ou da transcrição se referir a áreas des-
contínuas, onde cada área corresponde a uma parcela. Por exemplo,
parcelas de um mesmo proprietário, mas que estão separadas por ele-
mentos naturais, artificiais ou por outra propriedade.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


• No caso de haver o interesse em remembrar ou unificar áreas
contínuas, mas que possuem títulos distintos. Exemplo: a soma das
áreas por meio de compra, onde a área resultante (a soma) será uma
única parcela;
• No caso de haver o interesse em parcelar/desmembrar a área
objeto do título de domínio sem a transferência de titularidade, ou seja,
quando ocorre a divisão da propriedade e a área titulada será dividida
em duas ou mais parcelas;
Para as situações de imóveis com áreas encravadas, há tam-
bém algumas orientações sobre os procedimentos, como:
• Se a propriedade apresentar uma área encravada que seja
objeto de título próprio, a parcela que será georreferenciada correspon-
derá à área entre os perímetros externo e interno.
• Se a área interna está integrada ao imóvel a que se refere o
título de domínio, mas está ocupada por posseiros, a área interna não
deve ser deduzida da parcela. Entretanto, se a área interna ocupada por
posseiros estiver com a situação prevista na matrícula, a área encrava-
da não integrará o imóvel matriculado.

Imóvel Rural sem Propriedade Reconhecida

Os imóveis rurais passíveis de titulação são as propriedades


33
que apresentam as seguintes características (INCRA, 2013a):
• Áreas públicas ocupadas por particulares e incluída em ação
de regularização fundiária promovida por órgão público; e
• Áreas particulares sobre as quais é exercida a posse por meio
de usucapião.

O imóvel ou parcela, neste caso, será somente certificado


após a titulação, ou seja, após o reconhecimento da propriedade
pelo requerente.

OS LIMITES DE UMA PROPRIEDADE

O limite pode ser definido como uma divisão entre uma unida-
de territorial e outra, geralmente entre duas áreas com proprietários ou
relações territoriais de poder diferentes uma da outra (INCRA, 2013a).
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Na averiguação dos limites de um imóveis, tanto para a titula-


ção quanto para a certificação, eles devem ser identificados, levantados
e descritos para retratar da maneira correta o imóvel rural. A identifica-
ção e a descrição devem ser efetuadas conforme os parâmetros a se-
guir, enquanto o levantamento apresenta outras orientações que serão
apresentadas no próximo capítulo.

Tipos de Limites

Antes da identificação dos limites, é importante observar e ana-


lisar os documentos relacionados a eles, buscando solucionar impasses
ou dúvidas relativas à sua localização. Para isso, é importante avaliar os
seguintes elementos:
• A matrícula ou a transcrição do imóvel, pois são nestes docu-
mentos que são descritos os limites da propriedade; no caso dos imó-
veis que são passíveis de titulação devem ser observados os limites
de respeito, além de outras indicações para assegurar o limite legal e
correto do imóvel (INCRA, 2013a);
• As matrículas e/ou as transcrições dos imóveis vizinhos, para
o cruzamento das informações;
• Os documentos que atestam a propriedade, como a escritura
34
pública; carta de arrematação; carta de partilha; sentença de usucapião;
título de legitimação de terras devolutas; entre outros;

No caso de imóveis com sentença de usucapião, acesse


este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ge1iPu1usus&lis-
t=PL9lweLLpgwr5lfB3L21ALfWQDRBR39X1&index=15 e aprenda
de maneira mais detalhada sobre como realizar o georreferencia-
mento nestas situações de titulação.

• As documentações técnicas da propriedade, como as plantas,


os memoriais descritivos, as cadernetas de campo, entre outros.
Além dessas orientações, devem ser averiguadas, junto ao
proprietário ou posseiro do imóvel objeto do levantamento, informações
verbais sobre os limites da propriedade, para verificação e comparação
com as informações já coletadas, quando houver dúvidas sobre a loca-

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


lização exata dos limites.
Já no caso dos limites comuns aos imóveis georreferenciados,
deve ser feito um novo levantamento para a verificação e a confirmação
das informações obtidas com as já existentes. No caso de concordân-
cia, o proprietário pode utilizar as mesmas informações de posiciona-
mento do imóvel vizinho.
A identificação dos limites deve ser feita no local e com a pre-
sença dos proprietários de ambas as propriedades, para a verificação
correta dos limites entre os imóveis e para a concordância dos envol-
vidos. Se houver dúvidas e divergências sobre as informações dadas
pelos proprietários em relação às divisas, o técnico deve procurar um
acordo, levando em consideração os dados levantados pelo georrefe-
renciamento, de modo a garantir às partes o que, de fato, é de direito.

Descrição de Limites

Os limites devem ser descritos por meio de segmentos de reta,


interligados por vértices, e sendo identificados por seus respectivos có-
digos e valores de coordenadas. Desta forma, não é permitido a utili-
zação de elementos curvos na descrição de limites de imóveis rurais,
como os arcos de circunferência e de elipse, entre outros.
Os seguimentos de reta descritos nos documentos que ates-
35
tam a propriedade representados em planta consistem nos elementos
físicos que definem, em campo, o limite entre imóveis. Esses elementos
podem ser artificiais ou naturais (INCRA, 2013a).
Os elementos ou limites artificiais correspondem, como o pró-
prio nome já diz, aos objetos artificiais que foram inseridos ou cons-
truídos no local, e que servem como um referencial de divisas. Esses
elementos podem ser uma cerca, muro, estrada, vala, canal, linha ideal
e limite artificial não tipificado (INCRA, 2013a).

O canal é uma cavidade escavada por maquinários para


a passagem da água, podendo ser revestida ou não por material
que lhe confere sustentação. A linha ideal é uma linha reta imagi-
nária e idealizada, sem estar associada a nenhum elemento físico.
Exemplos: limites com faixas de domínio não materializados; linha
entre marcos implantados para fins de desmembramento, no caso
de limites ainda não materializados; linhas que não foram materia-
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

lizadas para não inviabilizarem o trânsito de veículos e máquinas,


entre outros (INCRA, 2013a).

Os elementos ou limites naturais são aqueles presentes na na-


tureza, muitas vezes anteriores à instalação da propriedade, como os
corpos d’água ou cursos d’água, a linha de cumeada, a grota, a crista de
encosta, o pé de encosta e limite natural não tipificado (INCRA, 2013a).

O limite não tipificado, seja natural ou artificial, refere-se


aos elementos que não são descritos pelas recomendações do IN-
CRA, devendo ser assim denominados caso o elemento que seja
encontrado no limite, não seja especificado pela norma.

Os corpos d’água pode ser definidos como qualquer acúmulo


significativo de água, tais como: lagos, lagoas entre outros. Já os cur-
sos d’água referem-se às águas correntes, tais como: rios, córregos,
riachos, entre outros.

36
Ao determinar o limite através da utilização de elementos na-
turais como os cursos d’água, é preciso verificar a legislação com
relação ao limite mínimo e máximo da margem. Acesse este vídeo: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=iq-puSPjIfA&list=PL9lw-eLLpgwr5l-
fB3L21ALfWQDRBR39X1&index=14 e amplie o seu conhecimento.

A linha de cumeada é a linha que une os pontos mais altos de


uma cadeia de montanha, tornando-se o divisor de águas. Muitas vezes
a linha de cumeada não se constitui em um divisor de águas quando
há a presença de cortes produzidos por movimentos epirogênicos ou
imposição tectônica. A denominação linha de crista ou de cumeada é
utilizada apenas para as formas montanhosas, em que os pontos mais
altos se dispõem de modo a formar uma linha.
A grota é uma cavidade feita pelas águas pluviais em encostas,
morros e montanhas, podendo também ser observada às margens dos
rios após as enchentes. Já a crista e o pé da encosta referem-se, res-

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


pectivamente, ao topo e à base desta forma de relevo.

Alguns elementos naturais são mais fáceis de reconhecer


na paisagem e, consequentemente, de serem georreferenciados.
Mas, as formas de relevo como as montanhas e encostas, com li-
nhas de cumeada e cristas nem sempre são de fácil visualização
ou entendimento. Para compreender melhor os procedimentos,
acesse: https://www.youtube.com/watch?v=1u8HhO35NPY&lis-
t=PL9lweLLpgwr5lfB3L21ALfWQDRBR39X1&index=10

Para descrever de forma adequada os limites e os elementos


físicos que o compõe é necessário que o levantamento seja realizado
conforme a realidade observada no campo, associada à precisão do po-
sicionamento para representar mudanças de direção ou da sinuosidade
dos elementos físicos. Neste sentido, existem algumas recomendações
com relação à descrição e ao georreferenciamento desses elementos,
que variam em função das suas características.
Sobre o georreferenciamento de cercas, muros, canais e valas,
37
se estes elementos apresentarem longos trechos aparentemente retos,
devem ser instalados vértices. Muitas vezes esses elementos físicos são
construídos sem o auxílio de instrumentos precisos de medição, o que
pode provocar mudanças em sua direção, o que visualmente pode ser
imperceptível, mas que pode comprometer a demarcação dos limites.
A estrada pode ser considerada como limite se estiver entre o
imóvel a ser georreferenciado e uma estrada confrontante a algum elemen-
to, como as cercas, linhas ideais, entre outros, que delimitam em campo a
faixa de domínio, se houver instrumento jurídico que a defina. Se não hou-
ver este tipo de situação, o limite será a própria estrada (INCRA, 2013a).
A linha ideal, por ser considerada uma reta perfeita, pode ser des-
crita através da determinação dos vértices extremos dessa linha, que de-
vem ser do tipo “M” (marco). E no caso de identificação de limite artificial
não tipificado, a denominação limite artificial não tipificado deve ser usada.
A utilização de corpos d’água e de cursos d’água deve ser feita
com bastante atenção, observando se o limite coincide com a margem
ou com o eixo, conforme a descrição do registro de imóveis. No caso de
não haver nenhuma descrição, deve-se observar o Decreto n.º 24.643,
de 10 de julho de 1934, sobre o Código de Águas, que classifica os lei-
tos dos cursos d’água em públicos e privados. Se o leito for classificado
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

como público, o limite será traçado pela margem; no caso de leito parti-
cular, o limite será traçado pelo eixo (INCRA, 2013a).

Para conhecer e compreender melhor sobre as normativas


relacionadas aos corpos e cursos d’água, acesse o Código de Águas
neste link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm

Além das questões relacionadas ao leito dos rios, há também a


morfologia fluvial. Os corpos e cursos d’água apresentam sinuosidade,
ou seja, não são paralelos. Neste caso, para utilizar esse elemento físi-
co natural como limite ou confrontante, deve ser feito um adensamento
de vértices para a sua descrição, conforme a realidade observada em
campo. Da mesma maneira, as formas de relevo, como a crista e o pé
de encosta, também apresentam sinuosidade e diferenças de altitude, o
que pode ser solucionado com o adensamento de vértices.
Para a linha de cumeada, não há a necessidade da implanta-
ção de marcos para caracterizar o limite do imóvel ao longo do elemento
natural, podendo seguir as mesmas recomendações de adensamento
38
de vértices para a determinação de limites de corpo e curso d’água. No
caso da grota, o levantamento deve seguir pelo eixo dela, utilizando-se
as mesmas orientações de adensamento de vértices para a linha de
cumeada. No caso de identificação de limite natural não tipificado, ele
deve ser denominado limite natural não tipificado (INCRA, 2013a).

OS VÉRTICES E A DELIMITAÇÃO DE LIMITES DE IMÓVEIS

Como pode ser observado até aqui, a definição dos limites está
baseada, geralmente, na instalação de vértices. Os vértices têm por
objetivo marcar o ponto onde a linha limítrofe do imóvel rural muda de
direção ou onde existe a interseção desta linha com qualquer outra linha
limítrofe de imóvel contíguo (INCRA, 2013a).
Os vértices utilizados para a delimitação de limites de imóveis
são classificados por tipos, visando evidenciar tanto a forma de posicio-
namento, se é direto ou indireto, bem como a sua caracterização em
campo. Os principais tipos de vértices são o vértice tipo M; vértice tipo
P e vértice tipo V.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Vértice Tipo “M” (Marco)

O vértice tipo M é utilizado para o posicionamento de pontos de


forma direta, materializado em campo por marco. No caso de limites já
consolidados, como os definidos por elementos físicos, a implantação
dos marcos é opcional. Mas, se os limites não foram definidos por ele-
mentos físicos, a implantação de marcos é indispensável.
Os marcos podem ser construídos com diversos materiais,
como concreto, rocha, metal ou material sintético. O padrão de constru-
ção e as dimensões do marco devem ser definidos pelo técnico, para
garantir a sua durabilidade e a estabilidade no terreno (INCRA, 2013a).

Existem diversos modelos de vértices em M, como, por


exemplo (INCRA, 2013a):
Marco de concreto: traço 1:3:4, alma de ferro com diâme-
tro de 4,2 mm, em forma de tronco de pirâmide, com as seguintes
dimensões: 8 x 12 X 60 cm;
39
Marco de granito: em forma de tronco de pirâmide, com as
seguintes dimensões: 8 x 12 X 60 cm;
Marco de ferro: tubo de ferro galvanizado com diâmetro de
4,95 cm, 90 cm de comprimento e base pontiaguda, com dispositi-
vos que dificultem a sua retirada;
Marco de material sintético: resistente ao fogo, em forma de
tronco de pirâmide, com as seguintes dimensões: 8 x 12 X 60 cm.
Além dos padrões relacionados aos materiais, o topo do
marco deve conter uma plaqueta de identificação com o código
inequívoco do vértice, no centro que será realizada a medição. A
plaqueta deve ser construída com material que garanta durabilida-
de e a sua fixação no marco.

Vértice Tipo “P” (Ponto)

O vértice tipo P é utilizado no posicionamento realizado de for-


ma direta, mas sem a materialização por marco. Neste caso, os limites
são definidos por elementos naturais e/ou artificiais, como as cercas e
os cursos d’água.
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Vértice Tipo “V” (Virtual)

O vértice tipo V é aplicado quando o posicionamento é feito de


forma indireta, podendo ser utilizado nas seguintes situações:
• Quando o local não permite a implantação de um marco es-
tável, como as áreas de brejo, banhados e pântanos; e quando o limite
não coincide com um elemento físico.
• Quando o limite não possui um elemento físico que o caracte-
rize em campo e a implantação de um marco é inviável, como nas áreas
utilizadas na agricultura, onde o marco atrapalharia o desenvolvimento
da atividade.
• Quando os locais são inacessíveis, como morros e montanhas.

Para saber como você pode criar os vértices virtuais, aces-


se este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_hg0XF-DiCw e
amplie o seu conhecimento sobre o assunto!

40
CONFRONTANTES E DIVISAS DE IMÓVEIS

No georreferenciamento visando o cadastro ambiental rural é


essencial a identificação dos confrontantes. Deste modo, quando o imó-
vel de divisa estiver inscrito no registro público, ele será identificado
pelo número da matrícula ou da transcrição e pelo Código Nacional de
Serventia (CNS7) do cartório onde estiver registrado.

Para consultar o Código Nacional de Serventia, é neces-


sário acessar o banco de dados referente ao Cadastro Nacional de
Serventias Públicas e Privadas do Brasil, onde estão reunidos to-
dos os cadastros do país, podendo ser acessado por Estado. Para
pesquisar, acesse: https://portal.mj.gov.br/CartorioInterConsulta/.

No caso dos imóveis que não possuírem registro, eles serão

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


identificados pelo objeto, ou seja, pelo imóvel de divisa, independente
do tipo (INCRA, 2013a):
• Rodovias e ferrovias. Exemplo: Rodovia BR-262;
• Logradouros públicos. Exemplo: Rua Dr. Aldo Lupo;
• Cursos ou corpos d’água públicos. Exemplo: Rio Doce;
• Terrenos de marinha;
• Terrenos reservados ou terrenos marginais;
• Áreas devolutas;
• Áreas com registro desconhecido.

Para entender melhor sobre os confrontantes, bem como


algumas dicas para a sua utilização, acesse este vídeo: https://
www.youtube.com/watch?v=AdF97mZXjZs

ALTERAÇÃO DE PARCELA CERTIFICADA

Após o processo de georreferenciamento, levantamento dos


limites e das confrontações e o posicionamento desses elementos, o
41
processo de cadastro é continuado, de forma que o resultado seja a
certificação do imóvel. Entretanto, no decorrer do processo pode haver
a necessidade de alterar a parcela certificada, através do desmembra-
mento, do parcelamento ou do remembramento.

Desmembramento ou Parcelamento

O desmembramento ou o parcelamento consiste na divisão do


imóvel certificado. Para que ele seja realizado, é importante seguir uma
série de orientações, a fim de manter regularizados os registros referen-
tes ao imóvel.
No caso do parcelamento de imóvel certificado que apresente
uma parcela confrontante certificada, é importante incluir um vértice en-
tre os alinhamentos de vértices já certificados. Quando este fato ocorrer
em alinhamento comum a outra parcela já certificada, será necessário
efetuar a alteração da parcela confrontante (INCRA, 2013a).
Na Figura 1 é possível observar esta situação hipotética, onde
as parcelas A e B encontram-se certificadas e o desmembramento da
parcela B requer a inclusão de um vértice entre o alinhamento já certifi-
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

cado comum à parcela A.

Figura 1: Exemplo de desmembramento/parcelamento com alteração do


confrontante

Fonte: INCRA, 2013a.

No caso da parcela a ser desmembrada ou parcelada ser con-


frontante com outra parcela já certificada e que a inclusão de vértices
entre alinhamentos certificados não seja necessária, a realização do
desmembramento é condicionada à inclusão de vértices entre alinha-
mentos já certificados, e sem excluir os vértices do perímetro original
(INCRA, 2013a) (Figura 2).

42
Figura 2: Exemplo de desmembramento/parcelamento sem alteração do
confrontante.

Fonte: INCRA, 2013

No caso de não haver parcela confrontante certificada, a rea-


lização do desmembramento é condicionada à instalação de vértices
entre os alinhamentos já certificados, e sem excluir os vértices do perí-
metro original (Figura 3).

Figura 3: Exemplo de desmembramento/parcelamento sem parcela confron-


tante certificada.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Fonte: INCRA, 2013.

Para saber mais sobre o desmembramento de imóveis ru-


rais, bem como alguns exemplos práticos, acesse este vídeo: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=yxGNZc9ElrY

Remembramento

O remembramento consiste na ação de unir duas ou mais par-


celas certificadas, com ou sem registro informado. No caso de um re-
membramento entre parcelas certificadas e não certificadas, é neces-
43
sária a certificação das parcelas que não a possuem, para, em seguida,
dar prosseguimento ao processo de remembramento (Figura 4).

Figura 4: Exemplo de remembramento hipotético de parcelas certificadas

Fonte: INCRA, 2013.

Quando o remembramento envolver somente parcelas não


certificadas, pode-se georreferenciar diretamente o perímetro externo,
correspondente ao conjunto de parcelas.
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Para saber mais sobre o remembramento de imóveis ru-


rais, acesse este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PxO-
28TjojJA

44
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pes-
quisa - FADESP Órgão: Polícia Científica do Pará Prova: FADESP -
Polícia Científica do Pará - Perito Criminal - Área Agronomia - 2019
Nível: Superior
O georreferenciamento dos imóveis rurais passou a ser uma exi-
gência a partir da Lei 10.267/2001. Além dessa Lei, a Nota Técnica
de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Incra, de 2003, apre-
senta especificações, metodologias e definição dos equipamentos
a serem utilizados nas atividades de georreferenciamento. Os prin-
cipais métodos de levantamento topográficos planimétricos são
poligonação, polar/irradiação simples, interseção avante e interse-
ção a ré. Apesar de todos os métodos de levantamentos topográ-
ficos planimétricos estarem contemplados pelas normas técnicas
definidas pelo INCRA, dois deles são mais utilizados pelos profis-
sionais que prestam serviços a esse órgão:
a) poligonação e interseção avante.
b) poligonação e polar/irradiação simples.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


c) interseção a ré e interseção avante.
d) poligomação e interseção a ré.
e) polar/irradiação simples e interseção a ré.

QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: IFPA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia do Pará Órgão: IFPA - Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Pará Prova: IFPA - Professor de Ensino Básico, Téc-
nico e Tecnológico - Área: Agrimensura - 2022 Nível: Superior
O código inequívoco do vértice refere-se a um conjunto de caracteres
alfanuméricos organizados de tal forma que não ocorra mais de um
vértice, mesmo que em imóveis distintos, com o mesmo código. Con-
forme a regra constante na Norma Técnica para Georreferenciamento
de Imóveis Rurais do INCRA, 3ª Edição, os caracteres do código con-
forme exemplo a seguir D1RTM00967, sendo CORRETO afirmar:
a) Os quatro primeiros caracteres se referem ao código do credenciado
responsável pelo posicionamento do vértice. O quinto caractere se refere
ao tipo do vértice e os caracteres seguintes se referem a uma sequência de
números inteiros, sendo incrementada à medida que o profissional efetue
a definição de um novo vértice. Devendo-se observar que não deve haver
repetição de número em vértices do mesmo tipo e do mesmo credenciado.
b) Os quatro primeiros caracteres se referem ao Código do projeto de
45
Georreferenciamento do credenciado responsável pelo posicionamento
do vértice. O quinto caractere se refere ao tipo do vértice e os carac-
teres seguintes se referem a uma sequência de números inteiros, sen-
do incrementada à medida que o profissional efetue a definição de um
novo vértice. Devendo-se observar que deve haver, no máximo, duas
repetições de número em vértices, do mesmo tipo e do mesmo creden-
ciado, quando o imóvel georreferenciado for lindeiro.
c) Os quatro primeiros caracteres se referem ao código da Unidade da
Federação – UF no INCRA, onde o profissional é credenciado respon-
sável pelo posicionamento do vértice. O quinto caractere se refere ao
tipo do vértice materializado, ou não, e os caracteres seguintes se refe-
rem a uma sequência de números inteiros ou fração existente, sendo in-
crementada à medida que o profissional efetue a definição de um novo
vértice. Devendo-se observar que não deve haver repetição de número
em vértices, do mesmo tipo e do mesmo credenciado.
d) Os quatro primeiros caracteres se referem ao código alfa numérico
do credenciado responsável pelo posicionamento do vértice O quinto
caractere se refere ao tipo do vértice e os caracteres seguintes se refe-
rem a uma sequência de números inteiros, sendo incrementada à medi-
da que o profissional efetue a definição de um novo vértice. Devendo-se
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

observar que não deve haver repetição de número em vértices, do mes-


mo tipo e do mesmo credenciado.
e) Os quatro primeiros caracteres se referem ao código numérico do
credenciado responsável pelo posicionamento do vértice. O quinto ca-
ractere se refere ao tipo do vértice e os caracteres seguintes se referem
a uma sequência de números inteiros, sendo incrementada à medida
que o profissional efetue a definição de um novo vértice. Devendo-se
observar que não deve haver repetição de número em vértices, do mes-
mo tipo e do mesmo credenciado.

QUESTÃO 3
Ano: 2021 Banca: AMEOSC - Associação dos Municípios do Ex-
tremo Oeste de Santa Catarina Órgão: Prefeitura de São Miguel do
Oeste - SC Prova: AMEOSC - 2021 - Prefeitura de São Miguel do
Oeste - SC - Arquiteto Nível: Superior
As curvas de nível são muito utilizadas em topografia para de-
monstrar os níveis dos terrenos. As alternativas a seguir apresen-
tam propriedades das curvas de nível, COM EXCEÇÃO DE:
a) Todos os pontos localizados sobre uma curva de nível têm a mesma
altitude.
b) Dependendo da situação do terreno, uma curva de nível pode se
bifurcar.
46
c) Terrenos planos possuem curvas de nível mais espaçadas entre si do
que terrenos acidentados.
d) Uma curva de nível tem seu início e fim coincidindo, ou seja, fecha-se
em si.

QUESTÃO 4
Ano: 2022 Banca: IFPA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia do Pará Órgão: IFPA - Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Pará Prova: IFPA - Professor de Ensino Básico, Téc-
nico e Tecnológico - Área: Agrimensura - 2022 Nível: Superior
No tocante aos padrões de precisão, a Norma Técnica de georrefe-
renciamento de imóveis Rurais do INCRA, 3ª Edição, determina os
valores de precisão posicional a serem observados para vértices
definidores de limites de imóveis, os quais são:
a) Para vértices situados em limites artificiais: melhor ou igual a 0,45 m;
para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,30 m; e
para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,80 m.
b) Para vértices situados em limites artificiais: melhor ou igual a 0,20 m;
para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,50 m; e
para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 5,50 m.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


c) Para vértices situados em limites artificiais melhor ou igual a 0,50 m;
para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,00 m; e
para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m.
d) Para vértices situados em limites artificiais melhor ou igual a 0,10 m;
para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,50 m; e
para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,00 m.
e) Para vértices situados em limites artificiais melhor ou igual a 0,10 m;
para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 2,00 m; e
para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 6,50 m.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Cambo-
riú - SC Prova: Engenheiro Civil Nível: Superior
Assinale a alternativa correta em relação às curvas de nível
a) Uma curva de nível pode se bifurcar.
b) Duas curvas de nível podem se cruzar.
c) Terrenos planos apresentam curvas de nível mais próximas umas das
outras.
d) Pode-se dizer que são curvas planas que unem pontos de igual altura.
e) Curvas de nível jamais podem ser tangentes entre si.

47
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Uma das reflexões trazidas pela implementação do Cadastro Ambiental
Rural está relacionada aos limites e aos confrontantes dos imóveis ru-
rais. Considerando que esses imóveis são distantes e, desta maneira,
facilita o processo de fusão de parcelas de forma irregular, de que ma-
neira o CAR contribuiu para evitar esse procedimento?

TREINO INÉDITO
Sobre os vértices utilizados para a delimitação dos limites, marque
a alternativa correta:
a) O vértice P é utilizado de forma direta e não é materializado por marco.
b) O vértice V se posiciona de maneira direta e materializado por marco.
c) O vértice M tem seu posicionamento realizado de forma indireta, sem
a materialização por marco.
d) O vértice P se posiciona de maneira direta e materializado por marco.
e) O vértice V se posiciona de maneira indireta e materializado por mar-
co de madeira.

NA MÍDIA
MPF APONTA INCONSTITUCIONALIDADE EM NORMA DA FUNAI
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

QUE PERMITE OCUPAÇÃO DE TERRAS NÃO HOMOLOGADAS


Segundo a Câmara de Populações Indígenas do MPF, a Instrução Nor-
mativa 9/2020 extrapola competência e subverte missão legal da autar-
quia indígena.
A Instrução Normativa 9/2020, publicada em 22 de abril pela Fundação Na-
cional do Índio (Funai) para disciplinar o requerimento, análise e emissão
da Declaração de Reconhecimento de Limites em relação a imóveis priva-
dos, é inconstitucional e ilegal. A avaliação é da Câmara de Populações In-
dígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/
MPF). Para o coordenador do órgão, subprocurador-geral da República
Antônio Bigonha, a norma subverte a missão legal da Funai e transforma a
autarquia num “cartório de certificação de grilagem de terra indígena”.
Fonte: ECODEBATE
Data: 05 maio 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/05/
mpf-aponta-inconstitucionalidade-em-norma-da-funai-que-permite-ocu-
pacao-de-terras-nao-homologadas/

NA PRÁTICA
Antes das leis que regulamentaram tanto o Cadastro Rural como o Ca-
dastro Ambiental Rural, a identificação dos imóveis rurais para fins de
registro era baseada, unicamente, em descrições literais, sem medições
48
ou comprovações materiais, que eram realizadas por qualquer pessoa.
Essa situação promovia muitos erros devido a sua imprecisão e a falta
de segurança na comunicação dos dados, causando muitas indefinições
dos limites de um determinado imóvel, além das superposições de áreas.
Com a promulgação das respectivas leis, foi estabelecido um novo
marco para a identificação dos imóveis rurais, baseado na medição do
imóvel com suporte geodésico. A partir da promulgação do Decreto n.º
4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamenta a Lei 10.267/2001,
de Cadastro Rural, ficou estabelecido que todo e qualquer imóvel rural
localizado em território brasileiro deveria conter seus limites, baseados
em vértices, vinculados a um sistema de coordenadas referenciado ao
Sistema Geodésico Brasileiro (SGB). A obrigatoriedade do georreferen-
ciamento das propriedades rurais constituiu-se em uma importante ação
para o ordenamento e a regulamentação da estrutura fundiária do país.
Além disso, através dos mecanismos de cadastramento foi possível re-
conhecer as áreas devolutas, e ainda as áreas que seriam destinadas
à preservação ambiental, de modo que o poder público pode reestabe-
lecer seus domínios, bem como a fiscalização do cumprimento da lei.

PARA SABER MAIS

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Vídeo sobre o assunto: Por dentro do Georreferenciamento de Imóveis
Rurais (MUNDOGEO, 2019).
Artigo sobre o assunto: Diferenciação entre terrenos de marinha e terre-
nos marginais de rios públicos ou navegáveis e sua aplicação ao geor-
referenciamento de imóveis rurais, de Katiuscia Fernandes Moreira,
Marcelo Ferreira Anselmo, para a Revista Regent.
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=7A-rCHgD3gg e https://
www.fateppiracicaba.edu.br/regent/index.php/FATEP/article/view/16/18

49
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

O CADASTRO AMBIENTAL RURAL E A


DETERMINAÇÃO DE LIMITES E CON-
FRONTANTES

INTRODUÇÃO

O posicionamento, juntamente com as orientações sobre os


limites e os confrontantes, compõem o conjunto de normas relativas ao
Cadastro Ambiental Rural e também ao Cadastramento Rural.
Os métodos de posicionamento, bem como as especificações
técnicas e a utilização do Sistema Geodésico Local (SGL) para o cálcu-
lo de área, entre outras recomendações, estão baseadas nas recomen-
dações do INCRA. Neste sentido, vamos discutir os principais métodos
de posicionamento, bem como suas especificidades.

50
POSICIONAMENTO POR GNSS

O GNSS (Global Navigation Satellite System ou Sistema Glo-


bal de Navegação por Satélite) refere-se ao conjunto dos sistemas de
navegação com cobertura global, além de uma série de infraestruturas
espaciais e terrestres, que associadas a esses sistemas permitem uma
maior precisão e confiabilidade dos dados gerados.
O GNSS comporta os seguintes sistemas (INCRA, 2013b):
• NAVSTAR-GPS (NAVigation System with Timing and Ranging –
Global Positioning System): é o sistema norte-americano de posicionamen-
to, conhecido no Brasil como GPS (Sistema de Posicionamento Global).
• GLONASS (Globalnaya Navigatsionnaya Sputnikovaya Siste-
ma), sistema de posicionamento russo;
• Galileu, sistema de posicionamento europeu;
• Compass/Beidou (China’s Compass Navigation Satellite Sys-
tem – CNSS), sistema de posicionamento chinês.
O posicionamento por GNSS é feito por diferentes métodos e
procedimentos. Para o georreferenciamento de imóveis rurais, os mais
recomendados são os que apresentam uma maior precisão, já que o

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


estabelecimento e o posicionamento de vértices de referência e de limi-
tes (artificiais e naturais) exigem uma excelente acurácia com relação à
localização, já que envolve limites e divisas de propriedades.
Os principais métodos de posicionamento por GNSS recomen-
dados pelo INCRA para o georreferenciamento de imóveis rurais são
o posicionamento relativo; posicionamento relativo estático; posiciona-
mento relativo estático-rápido; posicionamento relativo semicinemático
(ou stop and go); posicionamento relativo cinemático; e posicionamento
relativo a partir do código C/A (INCRA, 2013b).

Para você entender melhor como funciona o sistema


GNSS, acesse este vídeo https://www.youtube.com/watch?v=dJv-
3NwBnSPQ e amplie o seu conhecimento!

Posicionamento Relativo

No posicionamento relativo, as coordenadas do vértice de inte-


resse são determinadas a partir de um ou mais vértices com coordena-
51
das conhecidas. Para que
a articulação entre as coordenadas ocorra, é necessário que
dois ou mais receptores GNSS coletem os dados simultaneamente,
além de um deles ocupar um vértice de referência.
No posicionamento relativo utiliza-se as observáveis: fase da
onda portadora, pseudodistância ou a sua combinação. A fase da onda
portadora proporciona uma melhor precisão e, por isso, ela é a úni-
ca observável aceita na determinação de coordenadas de vértices de
apoio e vértices situados em limites artificiais. Já na observável pseu-
dodistância, ela permite somente a determinação de coordenadas de
vértices situados em limites naturais (INCRA, 2013b).
A realização do posicionamento relativo usando a observável fase
da onda portadora pode ser executado por meio de quatro outras metodo-
logias: posicionamentos estáticos; estático-rápido; semicinemático; e cine-
mático. Já o posicionamento relativo usando a observável pseudodistância
foi categorizado como posicionamento relativo a partir do código C/A.

Posicionamento Relativo Estático


LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

No posicionamento relativo estático, os receptores dos vértices


de referência e os receptores dos vértices de interesse permanecem es-
táticos durante todo o levantamento, e o sistema realiza o rastreamento
dos vértices de forma mais lenta.

Posicionamento Relativo Estático-Rápido

O posicionamento relativo estático-rápido é feito da mesma ma-


neira que o posicionamento relativo estático, diferindo somente no tem-
po de duração do rastreamento, que é inferior a 20 minutos. Como não é
necessário manter o receptor coletando dados no deslocamento entre os
vértices de interesse, esse método constitui-se em uma alternativa para os
casos onde ocorram obstruções no intervalo entre os vértices de interesse.

Posicionamento Relativo Semicinemático (Ou Stop and Go)

O posicionamento relativo semicinemático apresenta caracte-


rísticas do posicionamento estático-rápido e do cinemático. O receptor
que ocupa o vértice de interesse permanece estático, com um tempo
de ocupação bastante curto, coletando dados no deslocamento entre
um vértice de interesse e outro. Quanto maior a duração da sessão de
52
levantamento com a coleta de dados íntegros, sem perdas de ciclos,
melhor a precisão na determinação de coordenadas (INCRA, 2013b).
É importante observar que, como os dados são coletados no
deslocamento entre os vértices de interesse, o posicionamento relativo
semicinemático não deve ser utilizado em áreas com muitas obstruções.

Posicionamento Relativo Cinemático

No posicionamento relativo cinemático, os receptores que co-


letam os dados dos vértices de interesse permanecem em movimento,
enquanto um ou mais receptores estão estacionados nos vértices de
referência. A cada instante de observação, que coincide com o intervalo
de gravação, é determinado um conjunto de coordenadas.
Este método é apropriado para o levantamento dos limites de-
finidos por feições lineares com muita sinuosidade. No entanto, as mes-
mas recomendações feitas para o método semicinemático com relação a
sua utilização em locais com muitas obstruções devem ser observadas.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Posicionamento Relativo a Partir do Código C/A

O posicionamento relativo a partir do código C/A é feito com a


utilização da observável pseudodistância, a partir do código C/A, e as
coordenadas tornam-se disponíveis após a etapa de pós-processamento.
Da mesma forma que os outros métodos, o posicionamento re-
lativo a partir do código C/A também opera com um ou mais receptores
ocupando os vértices de coordenadas conhecidas enquanto os outros
coletam os dados dos vértices de interesse. Devido à menor precisão
proporcionada pela pseudodistância a partir do código C/A, este méto-
do não é adequado para a determinação de coordenadas de vértices
situados em limites artificiais, sendo aceito apenas na determinação de
limites naturais, condicionado ao alcance dos valores de precisão-pa-
drão estabelecidos pelo INCRA (INCRA, 2013b).

Para você conhecer, na prática, os métodos de posicio-


namento por GNSS, acesse este vídeo https://www.youtube.com/
watch?v=bhVUSIKsivk&t=2s e amplie o seu conhecimento!
53
POSICIONAMENTO POR RTK E DGPS

O posicionamento por RTK (Real Time Kinematic) e DGPS (Di-


fferential GPS) consiste na transmissão instantânea de dados de corre-
ções dos sinais de satélites, dos receptores instalados nos vértices de
referência aos receptores que percorrem os vértices de interesse. Isso
permite que a informação coletada pelos receptores, que consistem nas
coordenadas precisas dos vértices, sejam repassadas em tempo real.

Para você conhecer, na prática, a operação de um GPS de


precisão RTK, acesse este vídeo https://www.youtube.com/wat-
ch?v=ClJqJlrkDus e amplie o seu conhecimento!

Posicionamento por RTK Convencional


LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

No modo convencional, o RTK fornece os dados de correção por


meio de transmissões de rádio do receptor instalado no vértice de refe-
rência aos receptores que percorrem os vértices de interesse. Entretanto,
o posicionamento por RTK convencional apresenta, como fatores limitan-
tes, o alcance de transmissão das ondas de rádio, que varia conforme o
meio e a detecção dos limites artificiais, pois depende da solução do vetor
das ambiguidades como inteiro (solução fixa) (INCRA, 2013b).

Posicionamento por RTK em Rede

O posicionamento por RTK em rede consiste em operar com


várias estações de monitoramento contínuo, que estão conectadas por
um servidor central, a partir do qual são distribuídos, por meio da Inter-
net, os dados de correção aos receptores móveis. Este método possi-
bilita, dependendo do número de estações de referência envolvidas, a
obtenção de mais de um vetor, permitindo o ajustamento das observa-
ções com maior precisão e controle. Entretanto, apresenta como fator li-
mitante a utilização da rede de telefonia celular, pois a oscilação do sinal
atrapalha a distribuição dos dados de correção aos receptores móveis.

54
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ofe-
rece o serviço de RTK em rede, onde são disponibilizados os da-
dos de correção via protocolo Internet, conhecido por Networked
Transport of RTCM via Internet Protocol (NTRIP), em formato defi-
nido pelo Radio Technical Committee for Maritime Service (RTCM).
Para saber mais sobre esse assunto, acesse: https://www.
ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-posicionamento-geo-
desico/servicos-para-posicionamento-geodesico/16332-rbmc-ip-
-rede-brasileira-de-monitoramento-continuo-dos-sistemas-gnss-
-em-tempo-real.html?=&t=acesso-ao-produto

Differential GPS (DGPS)

O DGPS funciona de maneira análoga ao RTK, utilizando a


observável pseudodistância a partir do código C/A. Desta maneira, este

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


método apresenta uma menor precisão em relação ao RTK, o que res-
tringe sua aplicação nos serviços de georreferenciamento de imóveis
rurais com relação ao posicionamento dos vértices situados em limites
naturais (INCRA, 2013b).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tam-


bém oferece um serviço de DGPS em rede, onde são disponibilizados
dados de correção via protocolo Internet conhecido por Networked
Transport of RTCM via Internet Protocol (NTRIP), em formato definido
pelo Radio Technical Committee for Maritime Service (RTCM).
Para saber mais sobre esse assunto, acesse: https://www.
ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-posicionamento-geo-
desico/servicos-para-posicionamento-geodesico/16332-rbmc-ip-
-rede-brasileira-de-monitoramento-continuo-dos-sistemas-gnss-
-em-tempo-real.html?=&t=acesso-ao-produto

55
POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO (PPP)

O posicionamento por ponto preciso (PPP) consiste na obten-


ção das coordenadas do vértice de interesse de forma absoluta, não
sendo necessário o uso de receptor instalado sobre um vértice de coor-
denadas conhecidas (INCRA, 2013b).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dis-


ponibiliza um serviço on-line de PPP, que processa os dados no
modo estático e no modo cinemático. Para utilizar o serviço, aces-
se: http://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_sobre_posicionamento_
geodesico/rbmc/tutorial_ppp/NTRIP_PPP_21_05_2013.pdf

POSICIONAMENTO POR TOPOGRAFIA CLÁSSICA


LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Para o georreferenciamento de imóveis rurais, a topografia clás-


sica pode ser adotada de maneira individual, com a obtenção dos pontos
a partir de suas metodologias. Além disso, também pode ser usada como
um complemento aos dados e as informações obtidas pelo posicionamento
por GNSS, principalmente onde este é inviável, como em áreas com obs-
truções físicas que prejudicam a propagação dos sinais de satélites.
Os principais métodos de posicionamento por topografia utili-
zados e recomendados pelo INCRA são a poligonação, a triangulação,
a trilateração, a triangulateração, a irradiação, a interseção linear, a in-
terseção angular e o alinhamento.

Poligonação

A poligonação consiste na observação das direções e das dis-


tâncias entre vértices consecutivos de uma poligonal. A coleta de dados
é realizada com a instalação de um equipamento de medição sobre
um dos vértices da poligonal, e a partir dele é observada a direção em
relação ao vértice anterior (vértice “ré”), a direção ao vértice posterior
(vértice “vante”) e as distâncias entre os vértices (INCRA, 2013b).

56
Nos trabalhos de georreferenciamento de imóveis rurais,
pode ser utilizado um dos três tipos de poligonais previstos na
Norma NBR 13.133/1994 da Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT), que regulamenta os levantamentos topográficos.

Triangulação

O posicionamento por triangulação tem por objetivo a determi-


nação de coordenadas a partir da observação de ângulos formados en-
tre os alinhamentos de vértices intervisíveis de uma rede de triângulos
(INCRA, 2013b).

Trilateração

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


O posicionamento por trilateração consiste na observação de
distâncias entre os vértices intervisíveis de uma rede de triângulos.

Os posicionamentos por topografia realizados através dos


métodos de poligonação, triangulação, trilateração e triangulatera-
ção, devem permitir o tratamento estatístico das observações pelo
método dos mínimos quadrados (INCRA, 2013b). Para isso, é neces-
sário que eles gerem observações redundantes, ou seja, o número
de observações deve ser superior ao número de incógnitas. Ainda,
para que a análise estatística possa ser realizada, os posicionamen-
tos deverão se apoiar em, no mínimo, quatro vértices de referência,
sendo dois vértices de “partida” e dois de “chegada”, com exceção
da poligonal do “tipo 1”, que se apoia em apenas dois vértices.

Triangulateração

O posicionamento pelo método da triangulateração consiste na


observação dos ângulos e distâncias entre os vértices intervisíveis de
57
uma rede de triângulos. A triangulateração, quando comparada com a
trilateração e triangulação, apresenta uma melhor precisão, gerando aná-
lises estatísticas das observações mais confiáveis e assertivas das coor-
denadas, em virtude do elevado número de observações redundantes.

A triangulação, a trilateração e a triangulateração são alter-


nativas interessantes para serem utilizadas para a implantação de
vértices de referência. A partir deles, é possível determinar as co-
ordenadas dos vértices de limite, por irradiação, interseção linear
ou interseção angular.

Irradiação

O posicionamento pelo método da irradiação consiste na de-


terminação de coordenadas a partir da observação de ângulos e distân-
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

cias ou azimutes e distâncias.


A determinação de coordenadas do ponto de interesse é feita
a partir da observação da distância entre um dos vértices conhecidos
até o vértice de interesse, bem como do ângulo formado entre o alinha-
mento do vértice de interesse e o alinhamento dos vértices conhecidos
(INCRA, 2013b).
Ainda, a determinação das coordenadas por irradiação pode ser
realizada nos casos em que o azimute da direção estabelecida entre o
vértice conhecido e o vértice de interesse são observados diretamente.

Interseção Linear

A determinação de coordenadas através do método de inter-


seção linear é feita a partir da observação das distâncias do ponto de
interesse a dois vértices de coordenadas conhecidas (INCRA, 2013b).

Interseção Angular

O posicionamento por interseção angular consiste na observa-


ção dos ângulos entre os alinhamentos formados por dois vértices de
coordenadas conhecidas e o vértice de interesse. Trata-se de um méto-
58
do bastante preciso no posicionamento de vértices situados em locais
inacessíveis, onde é possível a realização de observações precisas dos
ângulos entre os alinhamentos.

Alinhamento

O posicionamento por alinhamento baseia-se na determinação


das coordenadas de um vértice que se encontra em uma direção defi-
nida por outros dois de coordenadas conhecidas. Neste caso, a única
observação necessária é à distância de um dos vértices conhecidos até
o vértice de interesse.
Este método de posicionamento é bastante recomendado na
determinação de vértices em locais onde as obstruções físicas impe-
dem o levantamento por métodos GNSS. Além disso, dispensa o uso de
estação total, sendo necessária apenas uma trena, sendo uma alterna-
tiva aos métodos tradicionais de topografia.

POSICIONAMENTO POR GEOMETRIA ANALÍTICA

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O posicionamento por geometria analítica consiste em uma
metodologia indireta de obtenção de dados, por meio da determinação
das coordenadas por cálculos analíticos a partir de vértices posiciona-
dos de forma direta. Os principais métodos de posicionamento por geo-
metria analítica são a paralela e a interseção de retas.
Para que a distorção nos valores de área, distância e azimute
sejam mínimos, é importante atribuir um valor de altitude para cada um
dos vértices obtidos a partir de posicionamento por geometria analítica.
Quando não for possível a obtenção desses valores, deve ser atribuído
a cada um o valor da altitude média dos vértices utilizados como refe-
rência para essa determinação.

Paralela

O método de posicionamento por geometria analítica paralela


consiste na determinação de coordenadas de vértices a partir de uma
linha paralela a outra, onde seus vértices foram determinados por outro
método de posicionamento, além da distância de afastamento entre as
linhas (INCRA, 2013b).

59
Interseção de Retas

O método de posicionamento por geometria analítica através


da interseção de retas determina as coordenadas do vértice de interes-
se a partir da interseção de dois segmentos de retas, cujos vértices são
determinados de forma direta.

POSICIONAMENTO POR SENSORIAMENTO REMOTO

No posicionamento por sensoriamento remoto, as informações


geométricas de elementos físicos são obtidas de forma indireta a partir
de sensores ao nível orbital ou aerotransportados.
Para a realização do georreferenciamento de imóveis rurais, as
seguintes ferramentas de sensoriamento remoto podem ser utilizadas:
• Aerofotogrametria;
• Radar aerotransportado;
• Laser scanner aerotransportado; e
• Sensores orbitais (satélites).
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Os valores de coordenadas dos vértices obtidos por sensoria-


mento remoto também podem ser adquiridos de órgãos e empresas pú-
blicas ou privadas, ou ainda produzidos pelo próprio técnico, conforme
as suas habilitações.

O posicionamento por sensoriamento remoto não deve ser


aplicado na determinação de vértice tipo “M”, vértices em limites
por cerca e vértices referentes a mudanças de confrontação.

BASE CARTOGRÁFICA

O método de posicionamento por base cartográfica consiste na


utilização desta como uma fonte de informações espaciais. Geralmente,
apresentam uma finalidade específica, e as bases cartográficas só po-
dem ser utilizadas nos formatos raster ou vetorial, não sendo possível
a utilização de bases cartográficas em meio analógico ou digitalizadas
(INCRA, 2013b).
Ao obter informações posicionais a partir de base cartográfi-
60
ca, o técnico deve verificar qual foi método de posicionamento utilizado
para a representação do elemento de interesse e, desta forma, associ-
á-lo ao vértice em questão.

O posicionamento por base cartográfica não deve ser utili-


zado na determinação de vértices tipo “M” (marco).

APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO

Os vários métodos de posicionamento vistos até aqui, juntamen-


te com as características técnicas utilizadas para sua execução, devem
garantir a precisão posicional conforme a aplicação do vértice. Neste sen-
tido, os vértices podem ser aplicados como apoio ou como limite.

Vértices de Apoio

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Os vértices de apoio são aqueles que apresentam coordena-
das conhecidas, e são utilizados para auxiliar os diversos métodos de
posicionamento na determinação de coordenadas dos vértices de limi-
te. Os vértices de apoio também são conhecidos como vértices de con-
trole, referência ou base (INCRA, 2013b).
Os vértices de apoio para a determinação das coordenadas
dos vértices de limite podem ser tanto aqueles que compõem o Sistema
Geodésico Brasileiro (SBG) ou os vértices cujas coordenadas foram de-
terminadas a partir de vértices do SGB. Na tabela 1 é possível conhecer
os métodos de posicionamento que devem ser utilizados para a deter-
minação dos vértices de apoio (INCRA, 2013b).

Tabela 1: Métodos de posicionamento para vértices de apoio.

61
Fonte: INCRA, 2013b.

Vértices de Limite

Os vértices de limite são os vértices utilizados no posiciona-


mento dos limites e dos confrontantes, e apresentam diferentes padrões
de precisão conforme os tipos de limites:
• Limites artificiais (melhor ou igual a 0,50 m);
• Limites naturais (melhor ou igual a 3,00 m); e
• Limites inacessíveis (melhor ou igual a 7,50 m).
Devido ao padrão de precisão, é importante observar que cada
método de posicionamento deve ser usado conforme o limite a ser le-
vantado. Na tabela 2 estão discriminados os métodos de posicionamen-
to, com os códigos atribuídos a cada método, e em quais tipos de limites
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

eles podem ser usados (INCRA, 2013b).

Tabela 2: Métodos de posicionamento para vértices de limite

62
63
Fonte: INCRA, 2013

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: IESES - Instituto de Estudos Superiores do Ex-
tremo Sul Órgão: Prefeitura de Palhoça - SC Prova: IESES - 2021
- Prefeitura de Palhoça - SC - Engenheiro Civil Nível: superior
O conjunto de processos e operações realizados para obtenção
de medidas no terreno (ângulos e distâncias) capaz de definir um
trecho da superfície terrestre, com objetivo de representá-lo em
planta, denomina-se levantamento topográfico. Sobre este tema,
leia atentamente as alternativas a seguir:
I. O processo de triangulação é o método baseado em uma série de
interseções sucessivas ou encadeadas, em que se mede uma úni-
ca distância (base) e todos os ângulos dos triângulos formados. É
considerado um método pouco preciso.
II. O método de caminhamento (ou poligonação) consiste na medi-
ção de ângulos e distâncias resultando em uma sucessão de alinha-
mentos. Esta poligonação pode partir de um ponto e retornar a esse
mesmo ponto (poligonal em looping) ou partir de um ponto e chegar
a outro ponto (poligonal aberta). É o método mais utilizado para le-
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

vantamentos topográficos, com uso de teodolito e da estação total.


III. O processo de interseção de ângulos ou de distâncias é um mé-
todo utilizado em situações em que haja apenas três elementos de
um triângulo e os outros três a determinar. Geralmente, é utilizado
para determinar pontos inacessíveis.
IV. No Brasil, os levantamentos topográficos são normatizados
pela ABNT NBR 13.313 – Execução de Levantamento Topográfico.
Segundo a norma, o levantamento topográfico, em qualquer de
suas finalidades, deve ter, no mínimo, as seguintes fases: plane-
jamento e seleção de métodos e aparelhagem; apoio topográfico;
levantamento de detalhes; cálculos e ajustes; original topográfico;
desenho topográfico final; e relatório técnico.
A sequência de afirmativas corretas é:
a) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
c) As alternativas I, II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas.

QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: Reis & Reis Auditores Associados Órgão: Prefei-
tura de Juatuba Prova: Reis & Reis Auditores Associados - Prefei-
tura de Juatuba - Engenheiro - 2022 Nível: Superior
64
Segundo a NBR 13133 - Execução de levantamento topográfico,
podemos afirmar que, exceto:
a) Apoio geodésico altimétrico: conjunto de eferências de nível, mate-
rializadas no terreno, que proporciona o controle altimétrico dos levan-
tamentos topográficos e o seu referenciamento ao datum (origem) alti-
métrico do país.
b) Apoio topográfico planimétrico: conjunto de operações topográficas
clássicas (poligonais, irradiações, interseções, ou por ordenadas sobre
uma linha-base), destinado à determinação das posições planimétrica
e/ou altimétrica dos pontos, que vão permitir a representação do terreno
a ser levantado topograficamente a partir do apoio topográfico. Estas
operações podem conduzir, simultaneamente, à obtenção da planime-
tria e da altimetria, ou então, separadamente, se condições especiais do
terreno ou exigências do levantamento obrigarem à separação.
c) Apoio geodésico planimétrico: conjunto de pontos, materializados no
terreno, que proporciona aos levantamentos topográficos o controle de
posição em relação à superfície terrestre determinada pelas fronteiras
do país, referenciando-os ao datum planimétrico do país.
d) Apoio topográfico altimétrico: conjunto de pontos, materializados no
terreno, com suas alturas referidas a uma superfície de nível arbitrária

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


(cotas) ou ao nível médio do mar (altitudes), que serve de suporte alti-
métrico ao levantamento topográfico. Estes pontos são hierarquizados
pelo seu erro médio quilométrico da sua determinação, classificando-os
como de ordem superior e de ordem inferior.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: Fundação Universidade Empresa de Tecnologia
e Ciências - FUNDATEC Órgão: IFC - Instituto Federal Catarinense
Prova: FUNDATEC - IFC - Engenheiro Civil - 2023 Nível: Superior
Segundo a ABNT NBR 13133:2021, pontos convenientemente dis-
tribuídos que vinculam o terreno ao levantamento topográfico e,
por isso, são materializados com, por exemplo, estacas, piquetes,
marcos de concreto, pinos de metal ou tinta, dependendo da sua
importância e permanência, são denominados pontos de:
a) Precisão.
b) Apoio.
c) Segurança.
d) Detalhe.
e) Trilha.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: Prefeitura de São José - SC Prova:
65
Arquiteto Nível: Superior
A topografia pode ser definida como um levantamento de dados
obtidos por meio de equipamentos, métodos e cálculos que pos-
sibilitam ao projetista o conhecimento do terreno, servindo como
base para executar projetos de urbanização, estradas, edificações,
entre outros. Sua representação final pode ser de áreas, relevos,
curvas de nível e demais representações de terreno.
Em relação à topografia na implantação urbana, avalie as afirma-
ções a seguir.
I. Podem ser citados teodolitos, balizas e miras, entre os equipa-
mentos utilizados para levantamentos topográficos.
II. São necessários levantamentos planimétricos e altimétricos, ao
se realizar a urbanização planejada de um local.
III. São denominados azimutes e deflexões, os ângulos coletados
no levantamento planimétrico; no levantamento altimétrico, os ân-
gulos coletados são os rumos.
Assinale a sequência correta:
a) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas a assertiva III está correta.
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.


e) Apenas a assertiva II está correta.

QUESTÃO 5
Ano: 2020 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Linhares - ES Prova:
Técnico Agrícola Nível: Médio
O método levantamento topográfico por irradiação também é co-
nhecido como Método:
a) da Interseção.
b) das Coordenadas Bipolares.
c) de Caminhamento.
d) das Poligonais.
e) das Coordenadas Polares.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


As normas técnicas relativas ao posicionamento para a obtenção das
coordenadas para o georreferenciamento de imóveis rurais apresentam
diversas opções, conforme a precisão exigida, disponibilidade tecnológi-
ca, entre outros. Explique o que um técnico que irá realizar o georrefe-
renciamento deve observar na escolha dos métodos de posicionamento.

66
TREINO INÉDITO
Os métodos de posicionamento para o georreferenciamento de
imóveis rurais recomendados pelo INCRA são, exceto:
a) posicionamento por GNSS
b) posicionamento por base cartográfica.
c) posicionamento por celular.
d) posicionamento por topografia clássica.
e) posicionamento por sensoriamento remoto.

NA MÍDIA
FUNDAÇÃO ITESP USA TECNOLOGIA COM DRONES NA REGULA-
RIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) realiza
um trabalho de tecnologia em imóveis rurais da região do Alto Ribei-
ra para regularização fundiária rural de pequenos produtores. A ativi-
dade consiste no georreferenciamento que será realizado com drones
em mais de 3 mil imóveis rurais em aproximadamente 50 mil hectares
nos municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Ribeirão Grande,
Guapiara, Ribeirão Branco, Apiaí, Itaóca e Ribeira. O processo moderno
utiliza a tecnologia de drones ou VANTs (Veículo Aéreo Não Tripulado),

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com câmeras embutidas, de modo a obter imagens aéreas que são ca-
pazes de gerar dados georreferenciados com mais detalhes.
Fonte: Portal do Governo do Estado de São Paulo
Data: 01 mar. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/
fundacao-itesp-usa-tecnologia-com-drones-na-regularizacao-fundiaria/

NA PRÁTICA
Os sistemas de posicionamento para o georreferenciamento não são apli-
cados somente na determinação das coordenadas e, consequentemente,
da localização de imóveis rurais, bem como seus limites, confrontações
e comprovação da propriedade. O georreferenciamento, por apresentar
diversos métodos com vários graus de precisão, pode ser usado para
diferentes finalidades, como no georreferenciamento de espécies arbó-
reas, na silvicultura, no gerenciamento de frotas e de logística policial,
além da verificação de limites de propriedades e até mesmo municipais.

PARA SABER MAIS


Artigo sobre o assunto: SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL
(GPS): uma aplicação da geometria analítica, de autoria de Alessandra
de Jesus Duarte e Lucinda Maria de Fátima Rodrigues Coelho, para a
Revista Eletrônica do Curso de Licenciatura em Matemática do Centro
67
Universitário Municipal de Franca (2019).
Acesse os links: http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/RELIMAT/
article/view/1890/1347
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68
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os objetivos do CAR são o levantamento das propriedades rurais, a se-


paração das propriedades públicas e privadas, e também o monitoramen-
to das diversas áreas que apresentam como finalidade à preservação
ambiental de ecossistemas diversos. Para o governo, o CAR é de funda-
mental importância, pois além de fornecer informações sobre as áreas de
preservação ambiental, também dá um panorama sobre a situação das
propriedades agrícolas do país, se de fato elas estão cumprindo com o
seu papel social, entre outras. Para os proprietários, além da regulariza-

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


ção das terras, diversas linhas de financiamento e de apoio a propriedade
rural são oferecidos somente para as propriedades cadastradas. Para o
meio ambiente, a partir do CAR é possível monitorar as áreas de preser-
vação ambiental e se os proprietários e o governo estão cumprindo as
normas referentes ao meio ambiente e a sua preservação.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

69
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A partir do georreferenciamento dos imóveis rurais, foi possível con-


frontar as informações fornecidas pelos proprietários e posseiros com
as informações já existentes na base governamental. Desta maneira, o
CAR, além de realizar o levantamento das áreas de proteção ambiental
e o atendimento por parte dos proprietários da legislação ambiental,
também permitiu a regularização de terras públicas e privadas.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
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70
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Para a realização do levantamento com o objetivo de georreferencia-


mento de ares rurais, é importante, antes de escolher o método, co-
nhecer a propriedade e observar quais são seus limites e confrontan-
tes, bem como o tamanho, os obstáculos obstrutores, entre outros. A
observação desses elementos garante que a escolha dos métodos de
posicionamento seja mais assertivo, de maneira a obter os pontos dos
vértices de forma objetiva e precisa.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

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71
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Agrário. Núcleo de Estudos
Agrários e Desenvolvimento Rural. Mercados de terras no Brasil: estru-
tura e dinâmica. Org. Bastiaan Philip Reydon. Francisca Neide Maemu-
ra Cornélio. Brasília: NEAD, 2006.

INCRA. Manual técnico de limites e confrontações: georreferenciamen-


to de Imóveis Rurais. 1ed. Brasília: INCRA, 2013a.

INCRA. Manual técnico de posicionamento: georreferenciamento de


Imóveis Rurais. 1ed. Brasília: INCRA, 2013b.

INCRA. Procuradoria Federal Especializada. Índice de legislação agrá-


ria. Brasília: INCRA-PFE, 2018.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS DO INCRA PARA GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

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