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ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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5
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará, no âmbito da disciplina Movimentos
de Massa e Riscos Geotécnicos, as principais tipologias e classifica-
ções de deslizamento; noções de estabilidade de taludes, seus con-
ceitos, procedimentos e fatores atuantes e atenuantes; as modalida-
des de desastres ambientais, especialmente aquelas relacionadas à
movimentação de massas, conceituando e caracterizando: Desastre,
Susceptibilidade, Perigo, Vulnerabilidade e Risco; a relação entre Ris-
co e Perigo ambiental; as principais técnicas/procedimentos de ma-
peamento da vulnerabilidade ambiental, abordando a classificação
de riscos geológicos, as etapas de avaliação dos riscos e as ações
estruturais e não estruturais para a redução de desastres. Por fim,
discutem-se os aspectos técnicos, normativos, metodológicos e legais
geológicos e geotécnicos, especialmente aqueles relacionados aos
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
MOVIMENTOS DE MASSA NO CONTEXTO DOS DESASTRES SOCIO-
AMBIENTAIS
Tipologias/Classificação _________________________________________ 15
Recapitulando ________________________________________________ 31
CAPÍTULO 02
DESASTRES AMBIENTAIS
Recapitulando _________________________________________________ 54
9
CAPÍTULO 03
ASPECTOS TÉCNICOS, NORMATIVOS, METODOLÓGICOS E LEGAIS
GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS
Recapitulando __________________________________________________ 71
Referências _____________________________________________________ 83
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O presente módulo visa a explanação, o estudo e o aprofun-
damento acerca dos Movimentos de Massa e Riscos Geotécnicos, es-
pecialmente, aqueles relacionados aos principais processos geológicos
gravitacionais, suas tipologias, características e agentes indutores.
Logo, a compreensão dos processos geológicos, de suas especi-
ficidades e dos fatores indutores de desastres, no âmbito dos movimentos
de massa/deslizamentos, é um fator fundamental para a qualidade ambien-
tal e segurança da comunidade diretamente atingida por esses eventos.
Nesse sentido, este módulo está dividido em três eixos temáti-
cos: Movimentos de massa no contexto dos desastres socioambientais;
Desastres Ambientais; e Aspectos técnicos, normativos, metodológicos
e legais geológicos e geotécnicos.
Assim, de primeiro plano, o conteúdo orienta o aluno sobre as
principais características, tipologias e conceitos relacionadas aos principais
movimentos de massa (escorregamentos, rastejos, corridas de massa e
queda ou tombamento), abordando as noções gerais sobre estabilidade
de taludes, seus tipos e conceitos e os principais métodos de análise, bem
como, os fatores atuantes, com as causas de instabilidades e seus sinais.
Prosseguindo, após uma compreensão geral dos principais
processos geológicos e de suas características básicas, discutiremos
em seguida os temas relacionados aos desastres ambientais no âmbito
dos processos gravitacionais de movimentos de massa, especialmen-
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MOVIMENTOS DE MASSA NO CONTEXTO
DOS DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS
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CONCEITUANDO MOVIMENTOS DE MASSA
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deslizamentos assumem frequentemente proporções catastróficas, uma vez
que os inúmeros cortes, aterros, depósitos de lixo, desmatamentos, modifi-
cações na drenagem, entre outras agressões, geram novas relações com os
fatores condicionantes naturais associados à geomorfologia e à geologia. (...)
Consequentemente, torna-se muito difícil a efetiva previsão destes fenôme-
nos numa determinada paisagem. (...) A questão da previsão da ocorrência
dos deslizamentos vem assumindo importância crescente na literatura geo-
morfológica e geotécnica. (FERNANDES, et al., 2001, p. 52)
TIPOLOGIAS/CLASSIFICAÇÃO
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Tabela 1: Principais tipos de movimentos de massa em encostas
Fonte: (AUGUSTO FILHO, 1992, apud TOMINAGA, 2009, p. 28) Com adapta-
ções.
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Figura 1: Escorregamento Rotacional
b) Escorregamentos Translacionais/Planares
O Movimento de Massa é do tipo Translacional ou Planar quan-
do o ocorre em uma área plana e com solos de características menos
profundas (solos rasos).
Sua ocorrência se dá em áreas cujos maciços/solos se carac-
terizam pela grande declividade. Por ocorrerem em solos com profun-
didade rasa, sua falha/ruptura tem a característica de ser de pequena
espessura, baixa largura e de grande comprimento. Nesse caso, os
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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Figura 2: Residências atingidas por escorregamentos translacionais rasos
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Figura 4: Principais Evidências superficiais do processo de Rastejo
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terial pode ser originada por adição de água em solos predominantemente
arenosos, terremotos, cravação de estacas ou amolgamento em argilas mui-
to sensitivas. (SOUZA, 2014, p. 40)
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Figura 6: Esquema de Movimento de Massa do tipo Queda/Tombamento/Ro-
lamento
Conceito de Talude
De uma forma geral, Talude pode ser definido como uma área
que possui uma determinada inclinação/ângulo com o plano horizontal,
podendo ser natural, como encostas, ou artificial, como cortes de solos
ou aterros construídos.
Análise da Estabilidade
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Tabela 4: Classificação do talude em função de FS
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hidráulicas de grande porte (corpo de barragens, canais ou tubulações de
sistemas de produção hidroelétrica); estações de tratamento de água de
abastecimento urbano ou esgoto sanitário; rodovias e ferrovias dentro do
perímetro urbano de cidades de grande porte; vias urbanas; rios e canaliza-
ções pluviais em áreas urbanas densamente ocupadas e situações similares.
6.1.4.1.2 Médio grau de segurança, possível em todos os casos citados an-
teriormente quando houver, entre o talude e o local a ser ocupado, espaço de
utilização não per- manente, considerado como área de segurança. Também
no caso de haver proximidade imediata de leito de ferro- vias e de rodovias
fora do perímetro urbano; corpo de diques de reservatórios de águas pluviais
com habitações próximas, rios em áreas imediatamente a jusante do períme-
tro urbano de cidades de grande porte, sujeitas a inundações.
6.1.4.1.3 Baixo grau de segurança, adotável desde que sejam instituídos pro-
cedimentos capazes de prevenir acidentes em rodovias, túneis em fase de
escavação, minas, bacias de acumulação de barragens, canteiros de obras
em geral. (ABNT/NBR 11.682, 2009a, p. 7)
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Tabela 5: Fatores desencadeadores de movimentos de massa
Estabilização de Taludes
Por fim, cabe destacar que existem dois grandes grupos de mé-
todos que podem ser utilizados para analisar a instabilidade de um Talu-
de: os Métodos Determinísticos e os Métodos Probabilísticos, a saber:
- Métodos determinísticos: as condições reais do talude devem
ser previamente conhecidas. Estes métodos indicam se o talude é ou
não estável. Trata-se de analisar os valores dos aspectos físicos e re-
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geo-
grafia Nível: Superior
Os cursos d´água, que se configuraram ao longo da história como
apoio à sedentarização da sociedade, têm sido objeto de diversas
intervenções do poder público no espaço geográfico. Nas áreas
urbanas, as canalizações dos corpos hídricos têm favorecido:
(A) o acúmulo de detritos ao longo dos cursos d´água, em especial nas
pontes, em virtude de diâmetros insuficientes.
(B) a instalação de movimentos de massa em suas margens, em virtude
da realização de cortes e aterros nos taludes.
(C) o assoreamento, em virtude do transporte e depósito de sedimentos
a montante.
(D) a ocorrência de inundações, em virtude da velocidade da água, da
diminuição das rugosidades do leito e de sua linearidade.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geo-
grafia Nível: Superior
As bacias hidrográficas situadas nas escarpas costeiras do sul do
Brasil apresentam frequentemente canais de pequeno porte con-
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geo-
grafia Nível: Superior
A teoria da deriva continental foi proposta pela primeira vez por Alfred
Wegener, em 1912. Segundo essa teoria, é ela que controla os proces-
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sos de magmatismo, metamorfismo e sedimentação que ocorrem na
Terra. Com relação a essa teoria, assinale a opção correta:
(A) Há aproximadamente 200 milhões de anos, todas as massas conti-
nentais atuais estavam reunidas num único supercontinente denomina-
do Gondwana.
(B) Uma das evidências utilizadas por Wegener para propor a teoria
da deriva continental foi a do espalhamento oceânico: rochas próximas
da dorsal mesoatlântica eram mais jovens e rochas mais afastadas da
dorsal eram mais antigas.
(C) A principal indagação que o Wegener não conseguiu responder foi que
tipo de força seria capaz de movimentar massas continentais tão grandes.
(D) Logo após a morte de Wegener, em 1930, a teoria foi abandonada
por cerca de 20 anos, mas foi retomada com a descoberta de sedimen-
tos glaciais em alguns locais atualmente cobertos por desertos.
(E) As placas tectônicas são constituídas pelas crostas oceânicas e
continentais e pelas partes superior e inferior do manto.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geo-
grafia Nível: Superior
A zona costeira cearense possui uma complexidade própria, devido
à interação entre os elementos naturais que a definem. Por esta ra-
zão, identifica-se como risco geológico associado a este ambiente:
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: VUNESP – Órgão: MPF – Prova: Geólogo Nível:
Superior
Em um estudo de ruptura de taludes em solos argilosos homogê-
neos, para obtenção dos parâmetros a serem utilizados nos cálcu-
los de estabilidade, o ensaio que melhor se aplica é:
(A) compressão simples.
(B) triaxial normalmente adensado, não drenado.
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(C) triaxial rápido, drenado.
(D) edométrico.
(E) uniaxial drenado
TREINO INÉDITO
Assunto: MOVIMENTO DE MASSA
Sobre a especificação do movimento de massa tipo rastejo, indica-
-se que ocorre de maneira:
a. Lenta ao longo do tempo.
b. Rápida ao longo do tempo.
c. Intermitente ao longo do tempo.
d. Ampla ao longo do tempo.
e. NDA.
NA MÍDIA
O MEGADESASTRE DA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO:
NA PRÁTICA
A defesa civil da cidade em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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DESASTRES AMBIENTAIS
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I - desastres súbitos ou de evolução aguda; e II - desastres graduais ou de
evolução crônica.
§ 1º São desastres súbitos ou de evolução aguda os que se caracterizam
pela velocidade com que o processo evolui e pela violência dos eventos ad-
versos causadores dos mesmos, podendo ocorrer de forma inesperada e
surpreendente ou ter características cíclicas e sazonais, sendo assim facil-
mente previsíveis.§ 2º São desastres graduais ou de evolução crônica os
que se caracterizam por evoluírem em etapas de agravamento progressivo.
§ 4º Os desastres de nível I ensejam a decretação de situação de emergên-
cia, enquanto os desastres de nível II a de estado de calamidade pública
§ 1º Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os de-
sastres são classificados em:
I - Naturais; e II - Tecnológicos.
§ 2º São desastres naturais aqueles causados por processos ou fe-
nômenos naturais que podem implicar em perdas humanas ou outros
impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, interrupção
dos serviços e distúrbios sociais e econômicos.
§ 3º São desastres tecnológicos aqueles originados de condições tecnoló-
gicas ou industriais, incluindo acidentes, procedimentos perigosos, falhas na
infraestrutura ou atividades humanas específicas, que podem implicar em
perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente,
à propriedade, interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos.
Art. 9º Quanto à periodicidade os desastres classificam-se em:
I - Esporádicos; e II - Cíclicos ou Sazonais.
§ 1º São desastres esporádicos aqueles que ocorrem raramente com possi-
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Tabela 6: Classificação de Perigo, baseado em UN-ISDR (2004).
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Risco Aceitável, Tolerável e Intolerável
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• os danos e prejuízos associados ao desastre em potencial (ex.: número
de mortos, feridos, danos materiais, prejuízos diretos e indiretos esperados)
(UFRGS, 2016, p. 123).
Figura 12: Ilustração do layout da carta síntese, com a composição dos quatro
conjuntos de dados principais: mapas temáticos; dados de chuvas; zonea-
mento de suscetibilidades e legendas; e informações gerais.
Figura 13: Esquema dos diversos mapas que compõe o mapa de risco
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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Fonte: (UNDRO, 1991, apud UFSC, 2014, p. 41)
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: IDAF Prova: Saneamento Am-
biental Nível: Superior
O estudo dos riscos constitui uma importante ferramenta para a
prevenção e a mitigação dos efeitos dos desastres. Esse estudo
leva em consideração duas dimensões: a existência de ameaças e
a vulnerabilidade.
Nas análises tradicionais de risco, a vulnerabilidade é mensurada
a partir:
(A) da abrangência espaço-temporal dos desastres no interior das zo-
nas de risco.
(B) dos danos potenciais de uma ameaça sobre pessoas, bens e am-
bientes.
(C) dos efeitos multiplicadores decorrentes das formas de ocupação do
solo.
(D) da magnitude das perdas humanas que sucedem os eventos catas-
tróficos.
(E) da probabilidade de ocorrência de processos naturais não constantes.
QUESTÃO 2
Ano: 2012 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC Prova: Geologia Nível:
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
Superior
Nas últimas décadas, a ocupação desordenada de áreas urbanas
tem ocasionado vários cenários de risco, tanto em relação a escor-
regamentos quanto a inundações. Em uma caracterização de risco
de escorregamento, os principais componentes geológico-geotéc-
nicos analisados são:
(A) declividade do terreno, clima, altura do talude de escavação, escoa-
mento de água superficial, trincas e rachaduras em casas e no terreno.
(B) declividade do terreno, altura da encosta natural, altura do talude de
escavação, escoamento de água superficial, trincas e rachaduras em
casas e no terreno.
(C) vulnerabilidade das construções, altura do talude de escavação, es-
coamento de água superficial, trincas e rachaduras em casas e no terreno.
(D) vulnerabilidade das construções, altura da encosta natural, escoa-
mento de água superficial, trincas e rachaduras em casas e no terreno.
(E) clima, vulnerabilidade das construções, altura do talude de escava-
ção, escoamento de água superficial, trincas e rachaduras em casas e
no terreno.
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QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC Prova: Geologia Nível:
Superior
A crescente internacionalização dos intercâmbios suscita o apro-
fundamento de um processo por meio do qual ocorre a desloca-
lização das indústrias mais poluentes em direção a países que,
ou carecem de normas ambientais, ou, pelo menos, possuem le-
gislação ambiental mais flexível. O risco desse aprofundamento
procede, simultaneamente, dos fluxos comerciais e dos fluxos de
capitais repartidos no espaço mundial.
GRZYBOWSKI, L. “A mundialização prejudica o meio ambiente?”
Atlas de la mundialización. Valencia: Fundación Mondiplo, 2011, p.
119. Adaptado.
O processo sob risco de aprofundamento mencionado no texto
acima é denominado:
(A) Cartelização
(B) Hiperdistribuição
(C) Justiça ambiental
(D) Dumping ambiental
(E) Zoneamento ecológico
QUESTÃO 4
Ano: 2012 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC Prova: Geologia Nível:
QUESTÃO 5
Ano: 2012 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC Prova: Geologia Nível:
Superior
Em relação a cartas de riscos geológicos, assinale a opção correta:
(A) Devem representar a situação potencial (suscetibilidade), uma vez
55
que a confecção dessas cartas é demorada e os eventos geológicos de
alto risco possuem elevado dinamismo.
(B) Devem ser elaboradas em escalas 1:5.000 ou superiores, uma vez
que as zonas de risco devem ser identificadas com elevada acurácia
nas cartas.
(C) A legenda deve informar as unidades cronoestratigráficas da área
de estudo.
(D) Riscos elevados, médios e baixos devem ser representados pelas
cores vermelha, amarela e verde nas cartas de riscos geológicos.
(E) Os diferentes níveis de riscos podem ser representados na forma de
polígonos (regiões), linhas (trechos) ou pontos (moradias).
TREINO INÉDITO
Assunto: SUSCETIBILIDADE
Sobre a compreensão do termo suscetibilidade, no âmbito do mo-
vimento de massa, assinale a alternativa correta:
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
NA MÍDIA
A MORTE NO LIXÃO
O Morro do Bumba, que nem sequer estava na lista de locais de risco
da Prefeitura de Niterói, é emblemático. De forma trágica, tornou-se o
símbolo do descaso do poder público com as ocupações irregulares no
Brasil. “Até então, nunca se cogitou tirar aquelas pessoas dali”, admite
o prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT). Não se entende tal omissão, já
que seu antecessor, Godofredo Pinto, encomendou um estudo à Uni-
versidade Federal Fluminense, que diagnosticou a possibilidade da tra-
gédia. Nada foi feito. Da pior forma, a imprudência da população e do
poder público cobrou seu preço. “Meu primo morreu soterrado quando
estava na igreja. Agora estou procurando minha mãe”, explicava, deso-
rientado, o comerciário Valdeir Fonseca, 38 anos, sem se dar conta de
56
que antes mesmo das chuvas da semana passada, ele já vivia a tragé-
dia de ter sua casa construída sobre um aterro sanitário.
Fonte: Francisco Alves Filho
Data: 2010
Leia na íntegra em: https://istoe.com.br/64153_A+MORTE+NO+LIXAO/
NA PRÁTICA
Na cidade do Rio de Janeiro, na década de 90, houve um grave desastre
(desmoronamento) com um edifício de classe média alta. Muitas pessoas
morreram nesse desastre, causando, portanto, grande comoção nacio-
nal. Nas investigações que giravam em torno do desabamento do edifício
foram constatados o uso de material sem qualidade e, ainda, eventos
naturais que contribuíram para o desabamento. Nesse sentido, de acordo
com a instrução normativa I de agosto de 2012, como pode ser avaliado o
desastre ambiental ocorrido com o desabamento do edifício.
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ASPECTOS TÉCNICOS, NORMATIVOS,
METODOLOGICOS E LEGAIS GEOLÓGICOS
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
E GEOTÉCNICOS
Cada vez tem sido mais frequente o uso dos métodos cartográ-
ficos geotécnicos e geológicos para a construção de obras civis, plane-
jamento territorial urbano e diagnósticos físicos de áreas com probabili-
dade de desastres, tornando-se ferramenta indispensável para a gestão
ambiental, uma vez que é capaz de estabelecer informações geológicas
claras e precisas que podem mitigar os efeitos dos desastres ambien-
tais, especialmente aqueles relacionados aos movimentos de massa.
Com esses métodos cartográficos é possível identificar as ca-
racterísticas físicas e químicas das rochas e solos, bem como, o com-
portamento da chuva nessas áreas, através da correta análise do relevo
5858
local. Sendo possível assim, avaliar os possíveis riscos que as ativida-
des humanas correm durante o processo de uso e ocupação do solo.
Com suas informações é possível estabelecer planos e diretri-
zes de gerenciamento ambiental mais eficazes e coerentes, contribuin-
do assim para o aprimoramento das políticas públicas frente aos efeitos
dos eventos adversos.
Podemos então definir a cartografia, no âmbito da geologia,
como sendo um processo que tem por objetivo avaliar todos os aspec-
tos geológicos e geotécnicos que fazem parte do meio físico/espacial,
com o objetivo de levantar as informações necessárias para qualquer
fim desejado, como: engenharia, planejamento territorial, planos de de-
fesa civil, sistemas de drenagem e saneamento etc.
Com relação à coleta, armazenamento e tratamento dos dados,
a ferramenta de cartografias geotécnicas abarca uma gama imensa de
informações/dados que devem ser tratados com instrumentos específi-
cos capazes de analisar esses dados, como por exemplo os Sistemas
de Informação Geográficas – SIG.
Nesse sentido, destacamos as principais cartas geotécnicas,
suas características e tipos, a saber:
59
Fonte: (BITAR, et al., 1992; PRANDINI, et al., 1995, apud FRANCO, et al.
2010, p.162, com adaptação)
definir, identificar e isolar os atributos que devem ser utilizados para carac-
terização das unidades homogêneas, tratamento dos dados através da hie-
rarquia das informações obtidas e elaboração dos documentos cartográficos,
privilegiando meios alternativos para obtenção de informações (atributos) do
meio físico (rocha, solo, água, relevo e suas relações) mais adequados às
condições socioeconômicas brasileiras, à extensão territorial, à baixa den-
sidade de informações pré-existentes, sem perder de vista a qualidade das
informações. (FRANCO, et al., 2010, p. 166).
62
Fonte: (UFRGS, 2016, p. 90)
Fonte: (SOUZA, 2009, apud TOMINAGA, et al., 2009, p. 76) ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: PC Prova: Geografo Nível: Superior
O Brasil pertence a uma região biogeográfica denominada Neotropi-
cal, resultado da ampliação de espaços de bacias hidrográficas dos
crátons da antiga Gondwana. Foi a partir desses fragmentos de con-
tinente que a vegetação da Gondwana expandiu-se para novas áreas
formadas com a deriva dos continentes. Há diferentes critérios de
classificação da vegetação brasileira e sua distribuição. Segundo Ab’
Saber, a classificação em domínios morfoclimáticos considera que
uma formação vegetal é resultado de sua história e de sua ecologia
e reúne grandes combinações de fatos geomorfológicos, climáticos,
hidrológicos, pedológicos e botânicos. Sob essa perspectiva, o domí-
nio morfoclimático que representa suas verdadeiras características é:
(A) o domínio das terras baixas florestadas da Amazônia: a maior exten-
são de florestas tropicais úmidas contínuas do mundo, que se dividem
em florestas de inundação e de terra firme. No meio da floresta apare-
cem tipos especiais, que são os campos e a caatinga amazônica. Tem-
peraturas constantes e precipitações elevadas favorecem a pujança da
sua vegetação.
(B) o domínio das florestas costeiras (mata atlântica): a mata atlântica
é fisionomicamente semelhante às matas amazônicas. Guarda a maior
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: PC Prova: Geografo Nível: Superior
Analise as afirmações que tratam sobre o efeito estufa:
I. É o processo que só ocorre devido a ações do homem em relação
ao uso de combustíveis fósseis e que provoca acúmulo de CO2 na
atmosfera, levando ao aumento da temperatura média do planeta.
Estudos comprovam que a intensificação do efeito estufa tem afe-
tado a vida de diversos organismos no planeta.
II. O aumento do efeito estufa tem levado a uma aceleração do ciclo
hidrológico em nosso planeta e, como resultado desse processo
natural, fenômenos climáticos e meteorológicos extremos se tor-
naram mais frequentes nas últimas décadas.
Baseado no consenso da maior parte da comunidade científica é
correto afirmar que:
(A) As afirmativas I e II são falsas.
(B) As afirmativas I e II são verdadeiras.
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(C) A afirmativa I é verdadeira e a II, falsa.
(D) A afirmativa II é verdadeira e a I, falsa.
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: PC Prova: Geografo Nível: Superior
Suponha que a suscetibilidade à erosão de um terreno foi analisa-
da com base no cruzamento dos mapas de solos, geomorfologia e
uso da terra. As seguintes classes foram encontradas nesse terre-
no: a) Solos: Cambissolos e Latossolos; b) Geomorfologia: Chapa-
das e Colinas; e c) Uso da Terra: Soja sob Sistema de Plantio Direto
(SPD) e Soja sob Sistema de Plantio Convencional (SPC).
Cada classe de solos, geomorfologia e uso da terra foi classificada
como tendo fator condicionante à erosão alto ou baixo. Foi definida
ainda que uma determinada região do terreno teria suscetibilidade
à erosão muito forte, caso houvesse presença de fatores condicio-
nantes considerados altos nos três mapas. Assinale a opção que
apresenta essa condição:
(A) Latossolos, Chapadas e Soja sob SPC.
(B) Cambissolos, Colinas e Soja sob SPD.
(C) Latossolos, Colinas e Soja sob SPC.
(D) Cambissolos, Colinas e Soja sob SPC.
(E) Latossolos, Chapadas e Soja sob SPD.
TREINO INÉDITO
Assunto: PROCESSOS EROSIVOS CONTINENTAIS E MARINHOS.
Assinale a alternativa que indica o nome do processo natural de
desgaste do solo ou rocha ao longo do tempo
a. Erosão
b. Queda
c. Rolamento
d. Deslizamento
e. NDA
NA MÍDIA
NATUREZA DO DESASTRE
Um barulho grave vem do fundo da terra, como um trovão. O rio borbu-
lha, faz espuma. Em seguida, a superfície da terra racha. "Aí é um de-
sespero para sair de casa e tirar tudo", conta a agricultora Maria Pereira,
56. Conhecido como terras caídas, o processo de erosão fluvial ameaça
a existência da comunidade de Maria, conhecida como Catalão, nas
margens do rio Amazonas.
Fonte: Mariana Estarque
Data: 2018
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
Helena, de 30 anos, ganhou do seu pai um casal de coelhos. Um mês
depois, eles perceberam que o piso da casa estava frágil, em vias de
ruir. Ao chamar um técnico para analisar a situação, foi indicado que
chamassem um profissional da área de geotecnia, pois ele indicou que
o problema estaria no terreno em que a casa foi construída e, não, na
construção. Quando o geotécnico chegou na casa de Helena e quebrou
o piso para análise, identificou centenas de coelhos que, haviam perfu-
rado todo terreno da casa. Nesse sentido, indique que tipo de processo
o terreno da casa de Helena atravessou.
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ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
JUSTIFICATIVA
a alternativa “a” está correta, pois movimento de massa tipo rastejo
ocorre de forma bastante lenta ao longo do tempo, sem que seja pos-
sível a visualização de sua movimentação inicial a “olho nu” (tal como
apresentado na figura 4 da unidade).
NA PRÁTICA
A queda de blocos é um outro tipo de movimento gravitacional de massa
comum nas escarpas da Serra do Mar. Define-se uma queda de blocos
como uma ação de queda livre a partir de uma elevação, com ausência
de superfície de movimentação. Nos penhascos ou taludes íngremes,
blocos e/ou lascas dos maciços rochosos deslocados pelo intemperis-
mo, caem pela ação da gravidade (...). A queda pode estar associada a
outros movimentos como saltação, rolamento dos blocos e fragmenta-
76
ção no impacto com o substrato. As causas das quedas de blocos são
diversas: variação térmica do maciço rochoso, perda de sustentação
dos blocos por ação erosiva da água, alívio de tensões de origem tectô-
nica, vibrações e outras. (TOMINAGA, et al., 2009, p. 32).
77
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
JUSTIFICATIVA
A alternativa “a” está correta, pois suscetibilidade trata da capacidade,
em maior ou menor grau, que um ambiente apresenta para a ocorrência
de um determinado processo ou evento. Pode ser entendida como as
funções ou características condicionantes de ocorrência de evento.
NA PRÁTICA
A avaliação da suscetibilidade resulta da análise de diversos fatores que
condicionam a ocorrência de um evento adverso. A suscetibilidade deve
ser determinada para cada um dos tipos de eventos. Ela é avaliada por
meio de indicadores geomorfológicos e climáticos, como, por exemplo,
a forma do relevo, seu escoamento superficial, sua rede hidrográfica,
tipos de chuvas, tipos de solo, entre outros. (...). Como exemplo de si-
tuações com ameaças, citam-se: a existência de blocos instáveis junto
a residências; áreas de extravasamento de rios ocupadas; a ocupação
de um edifício com materiais de baixa resistência ao fogo e com insta-
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lações elétricas precárias; a presença de taludes com possibilidade de
deslizamentos junto a uma escola.
Art. 3º Quanto à intensidade, os desastres são classificados em dois níveis:
a) nível I - desastres de média intensidade; e b) nível II - desastres de
grande intensidade
§ 2º São desastres de nível I aqueles em que os danos e prejuízos são
suportáveis e superáveis pelos governos locais e a situação de norma-
lidade pode ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível lo-
cal ou complementados com o aporte de recursos estaduais e federais.
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
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JUSTIFICATIVA:
A alternativa “a” está correta, pois a erosão é um processo natural de
desgaste do solo ou da rocha ao longo do tempo, provocado por agen-
tes desgastantes/erosivos como: a água/chuva, o vento, os animais,
as variações de temperatura, o clima etc. Trata-se de um processo de
degradação por agentes exógenos (externos) em que a massa rochosa
e/ou solo se decompõem em partículas menores. Pode-se dizer que o
processo erosivo tarda centenas e milhares de anos e ocorre de forma
ininterrupta e constante.
NA PRÁTICA
O processo erosivo continental, como o próprio nome sugere, é aquela
erosão que não envolve os processos dinâmicos dos oceanos e praias.
Sua ocorrência se dá em ambientes distantes do litoral. Basicamente,
a erosão continental diz respeito a todos os processos de desgaste do
solo ou rocha ao longo do tempo, provocados pela ação da chuva, dos
ventos, do clima e da própria atividade antrópica do homem.
81
No decorrer do estudo desse módulo foi possível analisar os
conceitos e características mais importantes relacionados aos movi-
mentos de massa, seus aspectos e principais causas indutoras, bem
como, uma noção geral sobre estabilidade dos taludes e suas principais
técnicas de análise.
Discutimos também os conceitos inerentes aos Desastres
ambientais, especialmente, aqueles relacionados aos deslizamentos,
como: perigo, vulnerabilidade, susceptibilidade e risco (aceitável, tole-
rável e intolerável), bem como, os diversos aspectos relacionados ao
gerenciamento de áreas de risco de acidentes geológicos.
Ao se compreender o comportamento dos processos geológi-
cos e geotécnicos, bem como, seus aspectos técnicos e legais, o profis-
sional certamente se colocará mais habilitado no tocante ao gerencia-
mento de riscos inerentes aos desastres ambientais que envolvem os
movimentos de massa.
ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS
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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
11682:2009 – Estabilidade de encostas. Informações de catálogo. Dis-
ponível em: http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=51490.
Acesso em 5 de setembro de 2019.
gico-geotecnicos-em-ferrovias-estudo-de-caso-estrada-de-ferro-cara-
jas-efc.html. Acesso em 8 de setembro de2019.
87
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de
Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Gestão de riscos de desastres.
Texto: Janaina Rocha Furtado. Florianópolis: CEPED UFSC, 2012. p.14.
Disponível em: http://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2014/10/
gestao_de_riscos_de_desastres_0.pdf. Acesso em 26 de julho de 2019.
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ANÁLISE DE MOVIMENTOS DE MASSA E RISCOS GEOTÉCNICOS - GRUPO PROMINAS