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GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS


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GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Laura C. Campos


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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O presente trabalho tem como objetivo abordar conteúdos re-
lacionados à geologia e geotecnia, partindo da introdução a algumas
informações sobre a terra, bem como sobre os três tipos de rochas –
ígnea, sedimentar e metamórfica, para que se conheçam os seus res-
pectivos processos de origem e formação. As ações de intemperismos
são descritas para um melhor entendimento sobre como elas podem
transformar a rocha, seja por meio de fatores físicos, químicos ou bio-
lógicos. O movimento das placas tectônicas é um agente que também
contribui para a formação de rochas, conforme a escala de energia,
por isso, ele também é abordado. Os fundamentos de topografia são
explanados para que, com auxílio de equipamento, se possa conhe-
cer e mensurar, de forma ainda mais completa, as propriedades das
rochas para aplicação em grandes projetos de engenharia.
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Geologia. Geotecnia. Minerais.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
ELEMENTOS DE GEOLOGIA E MINEROLOGIA

Tipos de Rochas _______________________________________________ 15

Processos Geológicos ___________________________________________ 21

Minerais _______________________________________________________ 25

Recapitulando ________________________________________________ 28

CAPÍTULO 02
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DOS SOLOS

Capacidade de Carga __________________________________________ 31

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Índices Físicos _________________________________________________ 38

Limites de Atterberg ___________________________________________ 45

Recapitulando _________________________________________________ 48

CAPÍTULO 03
NOÇÕES BÁSICAS DE TOPOGRAFIA

Introdução à Topografia ______________________________________ 52

Equipamentos Topográficos ___________________________________ 53

Orientação ____________________________________________________ 57

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Levantamento Topográfico ______________________________________ 59

Desenho Topográfico ___________________________________________ 62

Recapitulando __________________________________________________ 67

Fechando a Unidade ____________________________________________ 71

Referências _____________________________________________________ 74
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Geologia e a geotecnia são áreas fundamentais dentro da en-
genharia, especialmente para o âmbito que envolve grandes obras. As-
sim, para obter sucesso nos grandes projetos relacionados à terra, é
necessário conhecer os componentes formados e originados das cama-
das terrestres, bem como suas propriedades para que se possa estabe-
lecer um uso adequado da mesma.
De início, estuda-se o comportamento das rochas, suas origens
e seus processos de formação, assim como suas características. Aqui,
afirma-se que a ação humana é um fator considerável na formação da
superfície terrestre. Nessa perspectiva, é possível explicar a relação dire-
ta da geologia com a economia, como também a atividade de mineração.
A mineração é uma das atividades mais importantes tanto eco-
nômica quanto socialmente, no que tange o desenvolvimento do país.
Todavia, com a série de acidentes e desastres ocorridos nos últimos
tempos, essa atividade passa a ser vista como um grande potencial de
danos para o ambiente.
Na sequência, são abordadas as noções básicas de topografia
para que haja conhecimento sobre uma determinada área, efetuando-
-se medições de distâncias, ângulos e desníveis que permitam conce-
bê-la em uma escala apropriada.

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ELEMENTOS DE GEOLOGIA E
MINERALOGIA
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A palavra “geologia” tem origem na junção dos termos gregos


ge (que significa terra) e logos (que significa estudo). Assim, de forma
sucinta, geologia quer dizer o estudo da terra.
A geologia engloba o estudo da estrutura e formação das ro-
chas, dos fenômenos genéticos e da composição da superfície, da cros-
ta terrestre e do interior do planeta Terra.
A geologia geral estabelece, de forma cronológica, a evolução
geral da Terra, assim como suas transformações estruturais e geográfi-
cas ocasionadas ao longo da história.
A geologia ambiental é caracterizada pelo estudo dos equilí-
brios e desequilíbrios geológicos ocasionados pela ação do ser humano
na superfície terrestre, sendo esse assunto relevante para os profissio-
nais de engenharia.
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A tabela a seguir relaciona a divisão da geologia e seus ramos
de estudo.

Tabela 1 - Divisões da Geologia

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Fonte: Adaptado de Marangon. Acesso em 2019.

Nas propriedades da geologia física tem-se o estudo dos ma-


teriais e seus comportamentos, além do estudo de algumas estruturas.
• Mineralogia: essa propriedade é sobre as formas, estruturas
físicas e químicas e classificações dos minerais;
• Petrografia: composição química, arranjos. Minerais, estado
de alteração, dentre outras características das rochas.
• Sedimentologia: estudo dos materiais sedimentares deposi-
tados e seu estado de origem. Estudar o estado da rocha indica os
ambientes existentes no local e permite compreender a formação do
ambiente atual.
• Estrutural: estuda os esforços causadores dos elementos es-
truturais atuantes na rocha.
• Geomorfologia: estudo da evolução da superfície da Terra,
bem como dos agentes que causam essas transformações, como ven-
to, água, gelo, clima, dentre outros que provocam as alterações no re-
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levo terrestre.
Já para as propriedades históricas, tem-se o estudo dos acon-
tecimentos passados.
• Paleontologia: compreende o estudo dos fósseis, da fauna
e da flora, micro e macroscópicas, por meio dos vestígios encontrados
nos maciços rochosos.
• Estratigrafia: estuda as sequências das formações das cama-
das e suas relações nos diferentes estratos.

Figura 1 - Composição Planeta Terra


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Fonte: IAG, 2015.

Abaixo, tem-se alguns dados básicos do Planeta Terra, dispo-


níveis de forma mais completa na página Planetário, da Universidade
Federal de Santa Catarina.
• Idade aproximada: 4,5 bilhões de anos.
• Diâmetro equatorial: 12.756,28 Km.
• Diâmetro polar: 12.713,5 Km.
• Perímetro no equador: 40.075 Km.
• Área superficial: 510,3 milhões de Km²
• Elevação média dos continentes: 623 m.
• Profundidade média dos oceanos: 3,8 Km.
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• Massa: 5.976 x 10²¹ Kg.
• Gravidade: 9,78032 m/s².
• Atmosfera: camada formada pelos gases com aproximada-
mente 1000 km de altura.
• Litosfera ou Crosta terrestre: parte sólida da Terra.
• Hidrosfera: conjunto de massas de água coberto pelos mares
e oceanos, ocupando em torno de 70% da superfície.
• Litosfera: camada de superfície sólida, de 5 a 10 km sob os
oceanos e de 25 a 90 km sob os continentes.
• Biosfera: parte formada pelos seres vivos.
• Maiores elevações: Monte Everest (8.848 metros), K2 (8.611
metros) e Kanchenjunga (8.597 metros).
• Na América do Sul: Aconcágua (6.959 metros) e Ojos del Sa-
lado (6.880 metros).

TIPOS DE ROCHAS

As rochas podem ser formadas por um ou vários tipos de compo-


nentes. Elas fazem parte de um ciclo de transformação indefinido, no que
tange ao início e fim desse ciclo. Esse ciclo permite visualizar os três tipos
principais de rochas, assim como os processos geológicos por elas sofri-
dos, os quais provocam transformações de um tipo para outro. Na figura
2, as setas simbolizam os processos químicos e físicos atuantes sobre as
rochas e as caixas alaranjadas representam os materiais rochosos.

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De modo geral, podemos dizer que as rochas são agregados
constituídos a partir de processos geológicos e classificados conforme
seu processo de origem e formação, podendo ser ígneas ou magmáti-
cas, sedimentares e metamórficas.
As rochas sedimentares ocupam pequena parcela representativa
do total de rochas presente na crosta terrestre, algo em torno de 5 a 10%,
sendo a grande maioria formada por rochas ígneas ou metamórficas.

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Figura 2 - Tipos de Rochas

Fonte: Damasceno, 2017.

Figura 3 - Ciclo das Rochas


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Fonte: Propriedades dos Minerais e Rochas. Acesso em 2019.


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Rochas Ígneas

As rochas ígneas são originadas a partir do magma e ejetadas em


estado líquido, com origem nas camadas profundas da Terra e destino ao
exterior da crosta. Todas as rochas tiveram suas origens como lava vulcâni-
ca, com altas temperaturas. Quando esse material se resfria, são formados
os mais diversos corpos em estado sólido com formatos variados.
Quando a firmação do magma acontece dentro da crosta ter-
restre, as rochas que foram formadas nesse processo são chamadas
intrusivas. O granito é o exemplo mais comum desse processo. Essas
rochas formadas no interior só são expostas à superfície após os mo-
vimentos tectônicos e o acontecimento de processos erosivos das ca-
madas superiores das rochas. Quando o processo é inverso, ou seja,
ocorre fora da crosta, as rochas formadas são chamadas de extrusivas,
sendo o basalto o exemplo mais comum.
As rochas ígneas, também conhecidas como magmáticas, são
compostas de elementos comuns aos encontrados nos silicatos e de
alguns gases, ambos confinados no magma pela pressão causada pe-
las rochas confinantes. O fato de a massa magmática ser menos densa
pode provocar a erupção vulcânica devido ao movimento provocado
em direção à superfície. Esse movimento pode ser acompanhado da
liberação de gases devido à baixa da pressão, o que pode ocasionar
erupções mais agitadas e violentas.
A composição mineral das rochas ígneas varia, consideravel-

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mente, devido à diversidade com que é encontrada na superfície terres-
tre. Todavia, alguns minerais podem ser considerados comuns em sua
composição.
Além disso, em relação à composição química, as rochas mag-
máticas podem ser classificadas em quatro grupos principais, os quais
estão listados na tabela abaixo:

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Tabela 2 - Estudo Químico em Rochas Ígneas
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Fonte: Adaptado de Damasceno, 2017.

Livro ROCHAS MAGMÁTICAS: CONCEITOS FUNDAMEN-


TAIS E CLASSIFICAÇÃO MODAL, QUÍMICA, TERMODINÂMICA E
TECTÔNICA. Eberhard Wernick. 1 ed. 2004.
Livro ROCHAS E PROCESSOS ÍGNEOS: UM GUIA PRÁTI-
CO. Robin Gill. 1 ed. 2014.

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Rochas Sedimentares

As rochas sedimentares são originadas pela combinação e ação


dos sedimentos de outras rochas vindos de agentes externos como água,
temperatura, vento, dentre outros, além dos processos erosivos.
A formação das rochas sedimentares se dá com a deposição
de sedimentos de uma camada superior sob a inferior, devido à pressão
exercida por elas com a presença de sedimentos recentes. Ao longo do
tempo, a pressão atuante vai compactando os sedimentos e formando
um material mineral dissolvido. Como alguns exemplos, temos o areni-
to, o calcário, o carvão mineral, dentre outros.
As rochas sedimentares podem ser classificadas pela sua es-
tratificação, visto que são formadas por camadas sobrepostas que po-
dem apresentar distinção entre elas, como cor, resistência, espessura,
dentre outros elementos. Os planos de estratificação ou sedimentação
interferem em seu comportamento mecânico e costumam ser o plano
de fraqueza do maciço rochoso.

Tabela 3 - Características dos Grãos de Rochas Sedimentares

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Fonte: Adaptado de Serviços Geológicos do Brasil. Acesso em 2019.


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Livro ROCHAS SEDIMENTARES: GUIA GEOLÓGICO DE
CAMPO. Maurice E. Tucker. 4 ed. 2014.

Rochas Metamórficas

As rochas metamórficas são as rochas em que tanto a compo-


sição quanto as texturas originais sofrem alterações por pressão ocasio-
nada pela profundidade da crosta e pelo calor. Elas são formadas por
grandes cristas, possuem relevos mais suaves e não contêm fósseis. Os
principais fatores influenciadores nos processos metamórficos são a tem-
peratura, a pressão, os fluidos e o tempo necessário para o processo.
O início da formação das rochas metamórficas se dá quan-
do ela é submetida a condições diferentes das quais elas se originou.
Dessa forma, as rochas ficam submetidas a transformações até que
alcancem um estado de equilíbrio no novo meio. A formação das rochas
metamórficas ocorre em zonas praticamente inacessíveis, dificultando,
assim, o estudo de seus componentes.
As pressões atuantes podem ser:
• A Pressão Litostática relacionada às colunas das rochas so-
brejacentes e da densidade dos maciços rochosos;
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• A Pressão Dirigida é a pressão causada pelos movimentos


das placas na crosta;
• A Pressão de Fluidos age na presença de fluidos intersticiais
e alivia a pressão da crosta, ocasionando o surgimento de fraturas.
• Pressão Instantânea é aquela causada pelo choque de outros
corpos grandes que caem sobre a Terra.
Essas rochas são formadas diante das transformações físicas
e/ou químicas em outra rocha, que pode ser ígnea, sedimentar ou mes-
mo metamórfica. Só então é possível relacioná-las aos tipos de protólito
– material de origem, antes de passar por modificações, e ao tipo de
metamorfismo ligado.

Livro ROCHAS METAMÓRFICAS: CLASSIFICAÇÃO E


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GLOSSÁRIO. José Manoel dos Reis Neto. 17 ed. 2014.

PROCESSOS GEOLÓGICOS

Na superfície terrestre ocorrem alguns processos geológicos


que provocam a sua transformação. A erosão, por exemplo, está rela-
cionada ao desgaste e ao transporte dos solos e rochas sedimentados.
Assim, esses são transformados pelo intemperismo. A sedimentação
acontece quando o agente transportador está sem energia para manter
o transporte do material a ser sedimentado.
O processo de intemperismo engloba os processos geológicos
que acontecem na superfície da crosta, provocando transformações de
modo a proporcionar o modelamento superficial. Essas modificações
são agravadas pela ação de agentes externos como água, vento, tem-
peratura e clima, que podem desgastar e alterar a composição química
e física do solo.

Tabela 4 - Tipos de Intemperismo

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Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.


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Para o estudo e aplicação da geologia em obras de engenha-
ria, considera-se a Litosfera, também conhecida como Crosta Terrestre.

Figura 4 - Camadas da Terra

Fonte: Marques. Acesso em 2019.

A Litosfera é dividida em duas camadas:


• Sial: é a camada externa com profundidade entre 15 e 25 km.
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Essa camada é composta por 90% dos minerais que formam as rochas
do subsolo e geralmente possui cobertura de formações sedimentares.
Em regiões continentais, nas zonas superiores, predominam as rochas
graníticas, com alto teor de sílica e alumínio. Já em regiões oceânicas,
a Sial é quase ausente.
• Sima: é a camada interna com profundidade entre 25 e 60 km
com rochas predominantemente vulcânicas. Sua composição principal
é o basalto, com silicatos de ferro e magnésio. Em regiões oceânicas, a
Sima tem entre 5 e 10 km de profundidade.

Tectônica Global

Algumas características sobre os movimentos tectônicos da


terra são essenciais para o conhecimento geológico completo do local.
A saber, a superfície do planeta não é formada por uma placa móvel. A
crosta terrestre é constituída por aproximadamente 20 placas tectônicas
que deslizam sobre outra camada de rocha com composição mais plás-
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tica, conhecida como astenosfera.
Cada movimento de placa é independente em relação ao outro
e a região interna dessas placas permanece sem deformações. Toda-
via, é importante ressaltar que as bordas sofrem deformações com os
processos que provocam modelagem na superfície da Terra, como vul-
canismo, abalos sísmicos, movimentos tectônicos, dentre outros.
O contato entre as placas pode ser convergente, divergente ou
de transformação. O contato convergente se dá pelo choque direto das
placas, ou seja, pelo encontro de uma contra a outra. Nessa ação, é
comum a formação de cadeias de montanhas. O movimento divergen-
te é ocasionado pelo afastamento das placas. Ao se afastarem umas
das outras, o magma emerge e solidifica-se, provocando, assim, o sur-
gimento de ilhas vulcânicas. Já o movimento de transformação se dá
quando há o deslocamento das placas de forma unilateral causa atrito
entre elas, apesar do deslocamento. Esse processo provoca a ocorrên-
cia de terremotos e a formação de falhamentos.

Figura 5 - Esquema de Contato entre as Placas Tectônicas

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Fonte: Infoescola. Acesso em 2019.

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Os movimentos das placas também provocam outros movi-
mentos como o tsunami, por exemplo, a depender da escala do terre-
moto. Utiliza-se a escala de magnitude para mensurar a energia libera-
da por cada terremoto. Abaixo têm-se as variações da Escala Richter e
os efeitos dos terremotos provocados por essa energia.
É importante frisar que a tabela não possui um limite máximo
de graus - medida da escala. Os efeitos de cada abalo sísmico variam
conforme vários fatores como: tipo do terreno, distância, tipos de edifi-
cações, dentre outros.

Tabela 5 - Efeitos do terremoto conforme Energia Liberada


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Fonte: Adaptado de Marques, 2019.

Figura 6 - Movimento do Tsunami

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Fonte: Marques. Acesso em 2019.

Figura 7 - Movimento do Tsunami

Fonte: Marques. Acesso em 2019.

MINERAIS

Os minerais são elementos químicos com composição e es-


trutura química definida conforme alguns limites, que vão lhes garantir
conjuntos e propriedades físicas únicas. São materiais cristalizados e

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formados de forma natural na Terra por meio de processos geológicos.
A rocha pode ser compreendida como um agregado dos mine-
rais. Esse termo implica que os minerais possuem misturas em sua apre-
sentação, mas mantém suas propriedades únicas e individuais. A maioria
das rochas é constituída por mais de um mineral, mas estes podem apre-
sentar quantias significativas de impurezas sendo, nesses casos, consi-
derados como rochas. Como exemplo, tem-se o calcite que é o principal
mineral formador do calcário, sendo uma grande unidade rochosa.
Os minerais são sólidos originados por processos inorgânicos.
Sua maioria possui estrutura cristalina e composição química individual
que define um conjunto de características particulares. Para a identifica-
ção dos minerais, são analisadas algumas propriedades físicas que não
necessitam de processos sofisticados.
Em algumas rochas e nos minerais há a presença de proprie-
dades vetoriais e escalares. Algumas características como dureza, re-
sistência à compressão e clivagem são exemplos de aspectos vetoriais
enquanto o peso, o volume e porosidade são características escalares.
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Forma Cristalina

A maior parte dos cristais tem sua formação em locais sem


condições necessárias para a evolução dos átomos constituintes e,
assim, não exibem a forma cristalina, conforme a figura abaixo. Essa
condição de crescimento condiciona o mineral a um aglomerado sem
geometria definida, porém sua matéria essencial se mantém cristalina.

Figura 8 - Forma Cristalina da Ametista (Quartzo)

Fonte: Hipercultura. Acesso em 2019.

Cor

A cor é uma propriedade bem conhecida nos minerais, todavia,


não serve como parâmetro de identificação, já que os minerais podem
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apresentar variedades em sua coloração devido às impurezas na estru-


tura cristalina. O quartzo, por exemplo, possui diversas cores, como a
roxa, apresentada na figura acima; mas também branca, preta, verde e
rosa. É importante observar a cor dos minerais em superfícies recentes,
visto que podem sofrer alterações diante da exposição.

Brilho

O brilho se dá pela iluminação refletida pelo material mineral.


Podem apresentar o brilho metálico, que são vistos nos minerais quase
ou totalmente opacos com um aspecto brilhante de um metal e superfí-
cies refletoras; e o brilho não metálico possui propriedades translúcidas
ou transparentes de um metal.

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Clivagem

A clivagem é caracterizada pela ruptura em superfícies planas


e brilhantes em alguns minerais. A maneira conforme ela se dá constitui
o plano de clivagem. Esse plano se dá pela estrutura cristalina enfra-
quecida, ou seja, as forças de ligação na estrutura são fracas.

Fratura

As fraturas são caracterizadas pela maneira como um mineral se


rompe quando não são rompidos pela clivagem. As fraturas acontecem
quando há interseção com as superfícies com ligações químicas fracas.

Densidade Relativa

A densidade relativa informa o quão pesado é o material do


que um volume igual de água a uma temperatura de 4ºC. Por exemplo,
se um material apresenta densidade relativa 3, isso quer dizer que ele
pesa três vezes mais que o mesmo volume de água.
Obs. A dureza e o peso específico/volumétrico, que são carac-
terísticas importantes dos materiais, serão abordados em outro módulo.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: PR4 (UFRJ) Órgão: UFRJ Prova: Geólogo
O estabelecimento inicial da escala geológica de tempo, durante o
século XIX, baseou-se inicialmente numa divisão em eras, perío-
dos e épocas que permanece até hoje.
Esta subdivisão temporal baseou-se:
a) nas datações de caráter radiométrico ou isotópico.
b) nas datações relativas baseadas em fósseis e no contexto paleoam-
biental.
c) na análise de dados radiométricos, litoestratigráficos e bioestratigráficos.
d) na análise das sucessões litológicas e do conteúdo fóssil correspon-
dente.
e) na sucessão de eventos paleobiológicos com reconhecimento de
eventos catastróficos.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: PR4 (UFRJ) Órgão: UFRJ Prova: Geólogo
Pode ser incluída como parte dos processos de intemperismo físico:
a) a decomposição pelo ácido carbônico e as variações de temperatura.
b) a hidrólise e a hidratação.
c) a oxidação e a cristalização de sais.
d) a acidólise e a hidrólise.
e) a cristalização de sais e o congelamento.
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QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: INCAB Órgão: SOPH Prova: Biólogo
Em nossa crosta terrestre encontram-se rochas que podem ser
classificadas em três grandes classes: ígneas, metamórficas e se-
dimentares. As rochas ígneas formam-se:
a) pelos sedimentos produzidos, quando as rochas existentes são in-
temperizadas e erodidas em pequenos pedaços.
b) abaixo ou na superfície da terra, quando o magma brota, resfria-se e
endurece.
c) quando uma rocha preexistente é submetida a altas temperaturas, pres-
sões, fluidos quimicamente ativos ou a uma combinação desses agentes.
d) por meio da junção entre sedimentos de rochas sedimentares e me-
tamórficas por descargas elétricas.
e) a partir da deposição de carbonato de cálcio sobre substrato orgânico.

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QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: FAU UNICENTRO Órgão: Pref. Godoy Moreira
Prova: Engenheiro Civil
A definição a seguir: "Rochas formadas no interior da terra que
provocam transformações mineralógicas e texturais nas rochas
preexistentes, em função de mudanças de temperatura e pressão,
em presença de fluidos quimicamente ativos" refere-se às:
a) Rochas metamórficas.
b) Rochas ígneas.
c) Rochas sedimentares.
d) Rochas magmáticas.
e) Rochas amígdalas.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: En-
genheiro Júnior
As descontinuidades são as estruturas presentes em um maciço
rochoso que devem ser investigadas, pois afetam os parâmetros
do maciço.
Na caracterização das descontinuidades, o(a):
a) espaçamento corresponde à distância entre duas descontinuidades
adjacentes de diferentes famílias.
b) tipo de material de preenchimento influencia a resistência ao cisalha-
mento do maciço rochoso, mas não sua condutividade hidráulica.
c) mergulho de uma descontinuidade é definido pelo ângulo que a inter-

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seção do plano da descontinuidade, com o plano horizontal, faz com a
direção norte.
d) abertura e a conectividade das descontinuidades afetam o valor da
condutividade hidráulica do maciço.
e) direção de uma descontinuidade é o ângulo de inclinação do plano
com o plano horizontal.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Cite quais são os tipos de intemperismo e descreva cada um deles.

TREINO INÉDITO
Quais são as propriedades da geologia física?
a) Mineral, Paleontologia, Sedimentar, Estrutural e Geomorfologia
b) Mineral, Petrografia, Sedimentar, Estratigrafia e Geomorfologia
c) Mineral, Petrografia, Petróleo, Estrutural e Geomorfologia
d) Mineral, Petrografia, Sedimentar, Estrutural e Geomorfologia
e) Mineral, Petrografia, Sedimentar, Estrutural e Obras Subterrâneas
29
NA MÍDIA
AS PLACAS TECTÔNICAS RECÉM-DESCOBERTAS QUE PODEM
EXPLICAR TERREMOTOS MISTERIOSOS NO PACÍFICO
Dentro do manto terrestre, uma imensa camada rochosa que fica entre
a crosta e o núcleo da Terra, há uma nova camada de placas tectônicas,
diz um novo estudo da Universidade de Houston, no Texas.
E esse achado, dizem os autores da pesquisa apresentada nesta sema-
na em uma conferência no Japão, explicaria uma série de terremotos
misteriosos ocorridos no Pacífico entre 1946 e 1996.
Fonte: G1.com
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/natureza/noticia/as-pla-
cas-tectonicas-recem-descobertas-que-podem-explicar-terremotos-
-misteriosos-no-pacifico.ghtml

NA PRÁTICA
Conhecer os processos geológicos e as propriedades geotécnicas do
solo é fundamental para o profissional de engenharia. Nessa área, o
profissional terá que se relacionar com os fenômenos naturais de forma-
ção das rochas e minerais, assim como com seu impacto na sociedade.
As questões ambientais também aparecem em primeiro plano para um
engenheiro de minas ou geólogo, por exemplo, diante do impacto que
essas atividades podem causar com um estudo ou uma análise incom-
pleta. Além disso, o profissional precisa lidar com os relevos, inclusive
os relevos subterrâneos e os agentes naturais que cercam o planeta e
modelam as superfícies terrestres.
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

Saiba mais sobre a profissão de engenheiro de minas.


Disponível em: <http://g1.globo.com/pa/para/jornal-liberal-1edi-
cao/videos/v/saiba-mais-sobre-a-profissao-de-engenheiro-de-mi-
nas/3340264/>.

30
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA
DOS SOLOS

GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS


CAPACIDADE DE CARGA

Conhecer a capacidade de carga de um solo é extremamente


importante para garantir um projeto econômico e seguro, especialmente
para projeto de fundações. Assim, a capacidade de carga de um solo
pode ser definida como a tensão que causa a ruptura do loco onde exis-
te uma fundação envolvida. As fundações serão mencionadas ao longo
deste capítulo, mas não são o foco principal aqui, visto que elas serão
estudas detalhadamente em outro módulo.
Para determinar a capacidade de carga, é importante conside-
rar dois comportamentos importantes que influenciam esse quesito: a
tensão de ruptura e a deformação.
Com a capacidade de carga de um solo, tem-se a pressão que
3131
pode ser aplicada no solo – pressão admissível, determinada com um
coeficiente de segurança adotado, também chamado de fator de se-
gurança. Essa pressão deve ser admissível tanto à ruptura quando às
deformações apresentadas no solo.

A tensão aplicada ao solo deve ser sempre menor que a


capacidade de carga do solo. Esta pode ser calculada por diver-
sos métodos, todavia nenhum apresenta um resultado matemati-
camente exato.

Coeficiente de Segurança

A escolha de um coeficiente de segurança exige muita responsa-


bilidade e a sua escolha em projetos na área da mecânica dos solos não é
simples. Abaixo, tem-se um resumo dos fatores principais que ajudam na
determinação da segurança adequada e, com base nesses fatores, há al-
guns valores que são adotados mediante as características apresentadas.
É importante dizer que os acidentes envolvendo as fundações,
por exemplo, raramente acontecem por causa da ruptura do solo; mas,
sim, por causa dos recalques excessivos, como mostram as imagens a
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

seguir.

Figura 9 - Representação de Recalques

32
Fonte: Civilização Engenharia. Acesso em 2018.

Na imagem abaixo, diante da falta de simetria no carregamen-


to, aconteceu o momento de ruptura do solo, o que ocasionou a queda
da obra.

Figura 10 - Reclaque em Edificação

Fonte: Geologia de Engenharia. Acesso em 2019.

A estrutura tombou na posição mostrada na foto em 24 horas.


Acredita-se que a elevação lateral do nível do solo a manteve desse
jeito apresentado e não tombou totalmente.

Tabela 6 - Fatores que Influenciam no Fator de Segurança

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Fonte: Marangon, 2018.

33
Tabela 7 - Valores Recomendados de Fatores de Segurança

Fonte: Marangon, 2018.

Abaixo estão alguns conceitos importantes sobre capacidade


de carga, a saber:
• Capacidade de carga de ruptura – pode ser representada por
Qr: essa carga é a máxima que pode ser provocada no terreno, cau-
sando a ruptura acima desses valores. A fundação pode se deslocar
de maneira sensível ou excessiva, essa última causando o colapso da
superestrutura.
• Capacidade de carga de segurança à ruptura - pode ser re-
presentada por Qseg: a carga de segurança é a carga máxima transmi-
tida pela infraestrutura assegurando a resistência do solo, independente
das deformações possíveis nesse processo. A Qseg pode ser obtida
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

pela razão entre a carga de ruptura e o fator ou coeficiente de seguran-


ça à ruptura - FS.

• Capacidade de carga admissível: representada por Qadm, a


capacidade de carga admissível é a maior carga que o terreno admite
receber de uma infraestrutura independentemente do caso, consideran-
do os índices de segurança para ruptura e deformações excessivas,
avaliando todos os deslocamentos possíveis da fundação. Dessa for-
ma, a capacidade de carga admissível deve ser menor ou igual à carga
de segurança da ruptura.

34
A seguir tem-se uma relação usual de conversão de uni-
dades.

Para o cálculo de capacidade de carga, podem ser utilizados


métodos semi-empíricos - correlações e teorias utilizadas no âmbito da
mecânica dos solos, fórmulas teóricas - baseadas nas propriedades dos
solos, principalmente nas de resistência a cisalhamento e compressibi-
lidade dos solos ou procedimentos experimentais, realizados por meio
de execução de provas de carga, onde os resultados são interpretados
considerando-se o comportamento entre a placa e a fundação real.

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As teorias de Rankine e Terzaghi são as mais conhecidas, sen-
do esse último considerado o “pai da mecânica dos solos e da enge-
nharia geotécnica” em geral. Para melhor aprofundamento do assunto,
é recomendada a bibliografia abaixo, que tem um dos conteúdos mais
elogiados e utilizados na mecânica dos solos.
A teoria de Terzaghi é mais utilizada para o emprego de funda-
ções diretas ou rasas. É preciso saber alguns parâmetros básicos sobre
os solos, descritos de maneira simplificada nas tabelas 8, 9 e 10:

35
Tabela 8 - Classificações dos Solos - Compacidade e Consistência

Fonte: Marangon. Acesso em 2019.

Tabela 9 - Parâmetros de Resistência do Solo Baseados em SPT


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Fonte: Marangon. Acesso em 2019.

36
Tabela 10 - Parâmetros de Resistência e Deformabilidade do Solo Baseados
em SPT

Fonte: Marangon. Acesso em 2019.

Definições:

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Dando sequência, Terzaghi fez o estudo da capacidade de rup-
tura para as fundações diretas ou rasas em solos com a presença de
atrito e coesão, cujas simbologias estão descritas acima, em solos não
coesivos, onde c=0; e em solos coesivos, onde o ângulo de atrito é zero.
Uma fundação apoiada no solo com uma carga aplicada sobre
ela provocará deformações, até que ele entre em ruptura por cisalha-
mento. Essa situação acontece quando as tensões cisalhantes que es-
tão atuando no solo são maiores que a tensão que o solo suporta.
Quando a ruptura acontece, ocorre o deslocamento do terreno
e da fundação, como mostra o esquema abaixo. Nesse momento, o solo
deixa de ser elástico e se torna plástico. O movimento de massa ocorri-
do na direção ABC se dá pelas tensões de cisalhamento serem maiores
que a tensão de cisalhamento do maciço.

37
ÍNDICES FÍSICOS

O solo é composto por um grande número de partículas, com di-


mensões e formas variadas. Além disso, possui característica de porosi-
dade e consequente número de vazios. Esses vazios permitem dizer que
um solo está saturado, quando seus vazios são preenchidos e ocupados
por água; seco, quando os vazios são ocupados por ar, e natural, quando
os vazios são preenchidos por água e ar (tipo mais comum de se encon-
trar). Dessa forma, o comportamento mecânico de um solo vai depender
da quantidade relativa de cada uma das fases em que o solo se encontrará.

Figura 11 - Proporções de Pesos e Volumes do Solo.


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Fonte: Marques. Acesso em 2019.

Sendo:
- Vt: Volume total da amostra
- Vv: Volume de vazios
- Va: Volume de água
- Var: Volume de ar
- Vs: Volume de sólidos
- Pt: Peso total da amostra
- Pa: Peso de água
- Ps: Peso seco do solo
38
- Par: Peso de ar

Esquema do Solo Seco:

Figura 12 - Esquema do Solo Seco

Fonte: Marques. Acesso em 2019.

Esquema do Solo Saturado:

Figura 13 - Esquema do Solo Saturado

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Fonte: Marques. Acesso em 2019.

Classificação das Águas no Solo

• Água Livre: é o tipo de água que tem liberdade para se movi-


mentar entre os vazios do solo. Ela pode apresentar dois tipos de equi-
líbrio: o hidrostático ou em movimento.
• Água Capilar: as partículas sólidas deixam interstícios capila-
39
res nos solos finos. Assim, a água capilar é a água que sobe por esses
interstícios. A capilaridade é uma característica que permite à água al-
cançar pontos acima do nível do lençol freático, por meio de tubos de
diâmetros pequenos.
• Água Adsorvida: os materiais argilo-minerais possuem uma
força eletroquímica em sua superfície. Essas forças provocam ação e a
aderência de uma película de água nas partículas dos solos finos.
• Água Estrutural: é a água que compõem as moléculas da es-
trutura de partícula sólida.
• Água Higroscópica: é a água no solo quando está em equilí-
brio com a umidade da atmosfera e a temperatura ambiente.

Figura 14 - Percurso das Águas no Solo


GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Marques. Acesso em 2019.

Os índices físicos são empregados em quase todas as áreas


da mecânica dos solos. Para fazer a identificação do estado em que o
solo se encontra, são utilizados índices que relacionam pesos e volu-
mes das frações possíveis - ar, água e sólido.

Teor de Umidade

O teor de umidade é dado pela relação entre o peso da água e


o dos sólidos. Para identificar o teor, primeiramente, é pesado o solo em
seu estado natural. Após esse passo, coloca-se o solo para secar em
uma estufa ligada a aproximadamente 105ºC. Depois desse processo,
o material é pesado novamente. A diferença do peso inicial para o peso
40
final após secagem é o peso da água que estava no solo e foi evaporada.

h = teor de umidade, dado em %;


Pa = peso da água, dado em g ou kg;
Ps = peso dos sólidos, dado g ou kg.
Para solos saturados, tem-se a fórmula abaixo:

Vv = volume de vazios, dado em cm³ ou m³;


Ɣa = peso específico da água, dado em g/cm³ ou kg/m³.

Para calcular o volume de vazios e o volume das partículas


sólidas - o índice de vazios, aplica-se a equação abaixo:

e = índice de vazios, dado em %;


Vv = volume de vazios, dado em cm³ ou m³;
Vs = volume de sólidos, dado em cm³ ou m³.
A relação entre o número de vazios e o volume total - a porosi-

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dade, é expressa pela seguinte fórmula:

n = porosidade, dada em %;
Vv = volume de vazios, dado em cm³ ou m³;
Vt = volume total, dado em cm³ ou m³.
A tabela abaixo traz a classificação do solo quanto ao índice de
porosidade e do volume de vazios encontrado nele.

41
Tabela 11 - Denominação Quanto ao Índice de Porosidade e ao Índice de
Vazios Encontrados nos Solos

Fonte: Adaptado de Marques. Acesso em 2019.

A relação entre a presença de água e de vazios mede o grau


de saturação no solo. Esse grau pode variar de 0 a 100%, sendo que
para zero tem-se um solo seco, e a 100% tem-se um solo saturado.

S = grau de saturação do solo, dado em %;


Va = volume de água, dado em cm³ ou m³;
Vv = volume de vazios, dado em cm³ ou m³.
A tabela abaixo apresenta a classificação dos solos em relação ao
seu grau de saturação, indo de naturalmente seco à altamente saturado.
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Tabela 12 - Classificação do Solo em Relação ao Grau de Saturação

Fonte: Adaptado de Marques. Acesso em 2019.

O peso específico natural do solo pode ser encontrado pela re-


lação entre o seu peso total e o seu volume total. Pode ser representado
com o índice 'nat' ao lado ou vir somente o símbolo Ɣ.

42
Ɣnat ou Ɣ = peso específico natural do solo, dado em g/cm³ ou kg/m³;
Pt = peso total, dado em g ou kg;
Vt = volume total, dado em cm³ ou m³.
Amplamente aplicados em ensaios de compactação, o peso
específico aparente seco do solo pode ser dado pela relação entre o
peso dos sólidos do solo e o seu volume.

Ɣs = peso específico aparente seco do solo, dado em g/cm³ ou kg/m³;


Ps = peso dos sólidos dos solos, dado em g ou kg;
Vt = volume total, dado em cm³ ou m³.
Já o peso específico aparente saturado do solo é encontrado,
caso este venha a ficar saturado, por meio das fórmulas abaixo, sendo
necessário saber o peso da água.

Sendo,

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Ɣsat = peso específico aparente saturado (g/cm³ ou kg/m³)
Psat = peso saturado, dado em g ou kg;
Ɣa = peso específico da água
O peso específico submerso do solo se refere ao seu peso
quando em estado submerso. Esse parâmetro é usado em cálculos de
tensões efetivas.

Ɣsub = peso específico submerso, dado em g/cm³ ou kg/m³;


Ɣnat ou Ɣ = peso específico natural, dado em g/cm³ ou kg/m³;
Ɣa = peso específico da água, dado em g/cm³ ou kg/m³.
O peso específico de grãos é dado em laboratório, por meio
de um equipamento determinado picnômetro. Esse peso é calculado
por fórmulas cuja relação se dá entre o peso das partículas sólidas e o
volume que essas partículas ocupam.
Tem-se um picnômetro com determinada quantidade de água.
Em seguida, é colocada a fração desejada do solo e o aparelho fica com
43
os dois materiais. O volume de água deslocado representa o volume
ocupado pelas partículas sólidas.

As incógnitas acima representam:


Ɣg = peso específico dos grãos, dado em g/cm³ ou kg/m³;
Vs = volume de sólidos, dado em cm³ ou m³;
Ps = peso das partículas sólidas, dado em g ou kg;
Pp = peso do picnômetro, dado em g ou kg;
Ps = peso das partículas sólidas, dado em g ou kg;
Pa = peso da água dentro do picnômetro, dado em g ou kg;
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Pa’ = peso específico da água, dado em 1 g/cm³ ou 1000 kg/m³.


A tabela a seguir faz um comparativo entre fórmulas brasileiras
e americanas, sendo possível encontrá-las em determinadas literaturas
de acordo com a preferência do autor.

44
Tabela 13 - Comparativo entre Fórmulas Brasileiras e Norte Americanas

Fonte: Marques. Acesso em 2019.

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LIMITES DE ATTERBERG

Os limites de Atterberg são parâmetros de avaliação criados


para medir a natureza dos solos e, principalmente, o comportamento
distinto de solos argilosos e/ou siltosos mediante o seu teor de umidade.
Algumas constatações podem ser concluídas mediante obser-
vação desses ensaios, sendo que quando o solo está mais seco, seu
comportamento é quebradiço e tende a esfarelar; um solo mais úmido
tende a apresentar comportamento plástico e não esfarela quando é
moldado, por exemplo. Já um solo muito úmido apresenta um compor-
tamento líquido, similar à uma lama.
Por meio do gráfico abaixo, é possível interpretar o comporta-
mento do sólido conforme o Limite de Contração - LC, Limite de Plasti-
cidade - LP e Limite de Liquidez - LL. No intervalo do limite de plastici-
dade, tem-se o índice de plasticidade, que permite mensurar o estado
plástico do solo. Assim como, acima, tem-se o estado líquido do solo e,
45
abaixo, o estado sólido.

Gráfico 1 - Limites de Atterberg

Fonte: Autor, 2019.

O Limite de Liquidez representa, como comentado, o teor de


umidade em que o solo se encontra líquido. O resultado desse ensaio é
expresso em porcentagem (%) e realizado em laboratório, por meio do
aparelho Casagrande, seguindo as diretrizes da NBR 6459:2016, que
foi corrigida em 2017.
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No Limite de Plasticidade, o solo passa do estado plástico para


o estado sólido, perdendo, dessa forma, a propriedade de ser moldado
e passa a apresentar comportamento quebradiço. O resultado desse
índice também é expresso em porcentagem (%) e é determinado em
laboratório, seguindo os parâmetros estabelecidos pela NBR - 7180. O
índice de plasticidade - IP é obtido pela diferença entre o limite de liqui-
dez e o limite de plasticidade.

Conforme o resultado do cálculo do IP, o solo recebe a seguinte


classificação, em relação à sua plasticidade:
• Se IP = 0, o solo não plástico;
• IP entre 0,1 e 7,0, o solo é pouco plástico;
• IP entre 7,1 e 15,0, o solo apresenta plasticidade média;
• Para IP > 15, o solo é muito plástico.

46
Vídeo LIMITE DE LIQUIDEZ E PLASTICIDADE - NBR 6459
E NBR 7180
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=Ug-
gypd-78kI >.

O limite de contração, também expresso em porcentagem, é o


momento em que o solo saturado não consegue mais reduzir seu volu-
me no processo de secagem.

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47
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT 3ª Região Prova: Analista Judi-
ciário
Em mecânica dos solos, a propriedade que representa a parcela da
resistência do solo independente da existência de tensão normal
atuante é:
a) o atrito.
b) a coesão.
c) a permeabilidade.
d) a porosidade.
e) o cisalhamento.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: CEBRASPE Órgão: PCie PE Prova: Perito Criminal
No que concerne às propriedades dos solos, assinale a opção cor-
reta.
a) A contratilidade relaciona-se ao formato dos grãos dos solos are-
nosos quando submetidos à diminuição de umidade e ao aumento de
força de compressão.
b) A permeabilidade só depende do grau de saturação em que o solo se
encontra, no seu estado natural.
c) A capilaridade permite a passagem de água entre os vazios dos solos
preenchidos por ar, o que é intensificado pela ação da gravidade.
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d) A expansibilidade provoca a diminuição do volume do solo devido ao


aumento de umidade.
e) A compressibilidade está relacionada com a deformação dos solos
devido à diminuição de volume provocada pela ação de uma força de
compressão.

QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF 2ª Região Prova: Analista Judi-
ciário
Como resultado da deterioração das rochas originam-se os solos,
que se caracterizam por serem misturas de diversos tamanhos de
grãos, com diferentes minerais. Neste contexto, a propriedade que
o solo apresenta de permitir o escoamento de água através dele é
denominada de:
a) adsorção.
b) umidade.
c) percolação.
48
d) empuxo.
e) permeabilidade.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: VISAN Prova: Engenheiro
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome que se dá
à ação produzida por um maciço de solo sobre as obras com ele
em contato. A determinação é fundamental para a análise e o pro-
jeto de obras como muros de arrimo, cortinas de estacas-prancha,
construção de subsolos, encontro de pontes etc.
a) ruptura de terra
b) recalque de terra
c) compacidade de terra
d) consistência de terra
e) empuxo de terra

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Téc-
nico Júnior
A Figura a seguir esquematiza uma estrutura de contenção de en-
costa.

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Essa estrutura é um tipo de muro de arrimo, denominado:
a) atirantado
b) de flexão
c) de gabiões
d) por gravidade
e) com contraforte

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Cite os métodos que podem ser utilizados para o cálculo da capacidade
de carga de um solo.

TREINO INÉDITO
"Os materiais argilo-minerais possuem uma força eletroquímica
49
em sua superfície. Essa força provoca ação e a aderência de uma
película de água nas partículas dos solos finos". Em relação à clas-
sificação das águas no solo, estamos falando de qual água?
a) Água Livre
b) Água Adsolvida
c) Água Estrutural
d) Água Higroscópica
e) Água Capilar

NA MÍDIA
CINCO PESSOAS MORREM EM DESABAMENTO DE PRÉDIOS NA
MUZEMA, COMUNIDADE NA ZONA OESTE DO RIO
Dois prédios desabaram na Muzema, comunidade na Zona Oeste do
Rio, na manhã desta sexta-feira (12). Ao menos cinco pessoas morre-
ram e nove ficaram feridas (veja a lista mais abaixo). Bombeiros vascu-
lham os escombros para tentar localizar outras vítimas. De acordo com
a Defesa Civil, há 13 desaparecidos.
(ATUALIZAÇÃO: ao fim do trabalho de buscas, todas as vítimas foram
encontradas. No total, 24 pessoas morreram, entre os que foram acha-
dos sem vida e os que morreram no hospital.)
Fonte: G1.com
Data: 12/04/2019
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noti-
cia/2019/04/12/imovel-desaba-na-zona-oeste-do-rio.ghtml
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NA PRÁTICA
Conhecer as patologias em infra e superestrutura permite o entendi-
mento de fatores básicos na engenharia, como: durabilidade, estética,
resistência, dentre outros. Para o profissional da área, é imprescindível
o conhecimento sobre as manifestações patológicas, pois quanto an-
tes for diagnosticada e recuperada, menores serão os custos para a
recuperação. É válido ressaltar, porém, que quanto melhores e mais
estudados forem o projeto e o planejamento, bem como as técnicas que
serão utilizadas, menores as chances de investir em recuperação de es-
truturas futuras. Nas pequenas construções no Brasil – onde, em busca
de economia, opta-se por contratar simples pedreiros ou qualquer pro-
fissional sem qualificação para a execução e acompanhamento da obra,
inclusive na função de responsável técnico, sem oferecer qualquer se-
gurança ao cliente, no que se refere à estabilidade e durabilidade da
obra, pode-se causar riscos e prejuízos materiais e humanos.
Faz-se necessário, então, que seja dada a devida importância para to-
das as etapas da execução de uma obra, seja qual for a sua finalida-
50
de, evitando-se, dessa forma, os vícios na construção civil e quaisquer
outras áreas da engenharia. É importante também que esses valores
sejam incorporados aos conceitos dos profissionais da área, para que
seja dada a devida atenção e responsabilidade às obras.

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51
NOÇÕES BÁSICAS DE TOPOGRAFIA
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA

O termo "topografia" vem do idioma grego, que significa:


• topos = lugar
• graphen = descrever
Em linhas gerais, é a "descrição de um lugar".
É a disciplina que analisa as particularidades presentes no solo
de uma determinada área, efetuando medições de distâncias, ângulos e
desníveis que permitam conceber essa área em uma escala apropriada.
Há, no entanto, pessoas que confundem Geodésia com Topo-
grafia. Enquanto a primeira tem o objetivo de mapear extensas porções
de superfície, a segunda tem a finalidade de mapear uma restrita por-
ção de superfície.
5252
EQUIPAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Os métodos de levantamento de medidas evoluíram com o


passar do tempo, vejamos na tabela abaixo esse desenvolvimento:

Tabela 14: Evolução do Equipamento Topográficos

GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

53
Fonte: Adaptado de Gonçales, 2007.

Teodolito

É um instrumento comumente usado por topógrafos para medi-


ção de ângulos horizontais e verticais, que possui uma vasta aplicação
em diversos setores. No mercado, existem diversos modelos e marcas
e são classificados de acordo com sua finalidade, quanto à forma e
quanto à precisão.
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

Figura 15 - Teodolito

Fonte: Brandalize; et al. Acesso em 2019.

Estação Total

É um equipamento montado num só bloco, que se faz da jun-


54
ção do teodolito e do distanciômetro eletrônicos. Tem a finalidade de
medir ângulos e distâncias.

Figura 16: Estação Total

Fonte: Veiga, 2012.

GPS

O GPS (Global Positioning System) é um equipamento de na-


vegação e localização. Com ele, é possível determinar através das co-
ordenadas, de forma rápida, qualquer ponto na superfície terrestre. O
sistema GPS é dividido em três segmentos diferentes, que Jauch et al
(2014, p.12) explica:

"Segmento Espacial - É constituído por 32 satélites, divididos em 6 planos

GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS


orbitais. Além destes, há outros 4 satélites desativados, que podem ser reati-
vados se necessário. Suas órbitas duram 11 horas e 58 minutos, para realizar
a “varredura” de um mesmo ponto pelo menos 2 vezes por dia.

Segmento de Controle - Consiste em uma rede global de instalações ter-


restres que rastreiam os GPSs, monitorando suas transmissões, realizando
análises e enviando comandos ou dados para a constelação.

Segmento do Usuário - Corresponde ao uso do aparelho móvel capaz de


determinar a posição com latitude, longitude e altitude de um ponto na su-
perfície terrestre."

55
Figura 17: Constelação de satélites do GPS

Fonte: Rumos Geográficos. Acesso em 2019.

Laser Scanner 3d

Esse aparelho admite a realização de levantamentos topográ-


ficos que permitem a construção de modelos 3D, ajudando, assim, a se
adquirir um grande número de informações da superfície varrida.
Dentre as vantagens, podemos citar: levantamento dimensio-
GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

nal sem necessidade de contato com a área, baixo custo operacional,


tempo de coleta de dados reduzido, resultados rápidos e precisos.
Dentre algumas de suas aplicações podemos mencionar:
• Criação de documentação 3D
• Monitoramento de estruturas no decorrer do tempo
• Digitalização de estruturas
• Levantamento de distâncias sem a necessidade de andaimes
• Realização de mapeamento geológico colorido
• Determinação e certificação dos volumes de tanques
• Análise de desvios de tolerâncias geométricas.

56
Figura 18: Laser Scanner 3D

Fonte: Litholdo Engenharia. Acesso em 2019.

ORIENTAÇÃO

Qualquer mapa topográfico tem que ser orientado conforme o


sentido Norte-Sul geográfico ou magnético.
No sentido Norte-Sul geográfico não há variação, devido ao fato
de ser a extremidade ao norte do eixo terrestre em torno da qual gira
nosso mundo. Por isso, essa configuração é conhecida como Norte Ver-
dadeiro, devido aos meridianos geográficos serem paralelos entre si.
Já no sentido Norte-Sul magnético há uma pequena variação
devido à região envoltória magnética (magnetosfera) que envolve nosso
mundo e não está corretamente alinhada com o eixo rotacional do planeta.

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Também temos o Norte Magnético, que tem seu principal ins-
trumento nas bússolas. Trata-se de um ponto variável à superfície da
Terra para o qual as linhas do campo magnético que envolvem o planeta
apontam.

Figura 19: Norte Verdadeiro e Norte Magnético

Fonte: Heliotec. Acesso em 2019. (adaptado).


57
Azimute

O azimute pode ser verdadeiro ou magnético, ele pode ser


descrito como o ângulo que varia de 0º a 360º, partindo do norte, no
sentido horário, até o alinhamento almejado.

Figura 20: Azimute

Fonte: Métrica. Acesso em 2019.

Rumo

O rumo também pode ser verdadeiro ou magnético, podendo


ser descrito como o ângulo que varia de 0º a 90º, partindo do norte ou
do sul, no sentido horário ou anti-horário, até o alinhamento almejado.
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Figura 21: Rumo

Fonte: Métrica. Acesso em 2019.

Declinação Magnética

É o ângulo formado entre o norte verdadeiro e o norte mag-


nético. A declinação magnética altera de lugar para lugar da superfície
58
no globo terrestre, pois a grandeza desse ângulo está sujeita à posição
geográfica em que ele é observado.

Figura 22 Declinação Magnética

Fonte: Custódio. 2016.

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

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O levantamento topográfico é a ação de encontrar e mapear todas
as particularidades da superfície de um determinado local com a finalida-
de de exprimir todas as medidas e acidentes geográficos ali encontrados.
Posteriormente, esses dados levantados serão usados para elaborar as
plantas, cartas ou mapas com os detalhes encontrados do terreno.

Você sabe qual a diferença entre plantas, cartas e mapas?


Não?! Então vamos te explicar.
Todas são formas de representar um terreno, porém, o que
as diferenciam é a amplitude de cada uma. Enquanto as plantas re-
presentam uma área mais limitada, os mapas concebem uma amostra
de área maior, ficando as cartas com a representação intermediária.

59
O levantamento topográfico pode ser dividido em três categorias:
• planimétrico
• altimétrico
• planialtimétrico
A seguir iremos abordar cada um deles.

Levantamento Planimétrico

Conhecido também como planimetria, se caracteriza pelas in-


formações relativas às medições das projeções horizontais que definem
um terreno. Para a confecção da planta, faz-se um levantamento em
campo das medidas de ângulo, de distância e de direção.

Figura 23: Planta Planimétrica


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Fonte: SG Topografia. Acesso em 2019.

Levantamento Altimétrico

Conhecido também como altimetria, caracteriza-se pelas infor-


mações relativas à altura do terreno ou ao grau de declividade. Para a
confecção da planta, através das curvas de nível, faz-se o levantamento
da distância e dos ângulos verticais.

60
Figura 24: Planta Altimétrica

Fonte: Diâmetro Serviços Florestais. Acesso em 2019.

Levantamento Planialtimétrico

O levantamento planialtimétrico, como o próprio nome já sugere,


é a junção dos levantamentos planimétricos e altimétricos. A intenção é

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de prover o maior número de informações de um determinado lugar, ge-
rando uma planta mais completa. Essa técnica admite tanto a medição
das elevações/declives do terreno, quanto as projeções horizontais.

Figura 25: Planta Planialtimétrica

Fonte: HC2 Soluções. Acesso em 2019.


61
DESENHO TOPOGRÁFICO

Através do sistema de coordenadas (x, y e z), o desenho to-


pográfico pode ser representado verdadeiramente com todas as suas
características. Trata-se de todo o dimensional obtido em área, que é
posto sobre o plano do papel ou programas em CAD.
Nos desenhos, as distâncias são ampliadas ou reduzidas de
acordo com a escala, já os ângulos devem ser representados em ver-
dadeira grandeza.
A escala pode ser de: redução (ex.: 1:100), natural (ex.: 1:1) ou
ampliação (ex.: 10:1)

A escala não apresenta dimensão, ou seja, é adimensional.


Dessa forma, uma escala que apresente 1:50 denota que 1 unidade
apresentada no desenho corresponde a 50 unidades no terreno.
Exemplo: 1cm no desenho equivale a 50 cm no terreno.

Abaixo, apresenta-se uma tabela com as principais escalas uti-


lizadas pelos profissionais da área.
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Tabela 15 - Principais escalas e suas aplicações

Fonte: Veiga, 2012

62
Existem três formas de representação do relevo, são elas: pon-
to cotado, perfis e seções transversais e curvas de nível. A seguir, ire-
mos abordar cada uma delas.

Ponto Cotado

Das representações do relevo, essa é a mais simples, pois


aponta somente os pontos selecionados com sua respectiva cota. Ape-
sar de não ser possível a visualização da forma do terreno, essa meto-
dologia se estabelece como base para o desenho das curvas de nível,
sobretudo quando a área levantada é vasta.

Figura 26: Planta de Pontos Cotados

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Fonte: Carvalho; et al, 2008.

Perfis e Seções Transversais

No decorrer de um linha conhecida, representam-se os cortes


verticais do terreno. É uma espécie de complementação para as curvas
de nível.

63
Figura 27: Perfis de Seções Transversais

Fonte: Zerbato. Acesso em 2019.

Curvas de Nível

Trata-se da forma mais comum de se representar o terreno.


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Uma curva de nível é uma linha que, pertencendo a um mesmo plano


horizontal, conecta pontos com a mesma altitude.
A distância entre duas curvas de nível é nomeada como equi-
distância vertical, que sofre alterações de acordo com a escala da plan-
ta. Veja abaixo alguns dos valores recomendados:

Tabela 16: Equidistância Vertical

64
Fonte: Brandalize; et al. Acesso em 2019.

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Figura 28: Curvas de Nível

Fonte: Brasil Escola. Acesso em 2019.


65
Segundo Carvalho et al (2008), as curvas de nível como repre-
sentação do relevo, apresentam as seguintes características essências:

• Para facilitar a leitura e a identificação de cada curva, adota-se o sistema de


apresentar, dentro de um mesmo sistema ou intervalo altimétrico, determinadas
curvas por um traço mais espesso. Tais curvas são chamadas "mestras", e as
outras, finas, denominam-se "intermediárias". Há, ainda, as curvas "auxiliares".
• Toda curva de nível fecha-se sobre si mesma, dentro ou fora dos limites do
papel que representa o mapa no qual se está trabalhando.
• Duas curvas de nível jamais se cruzarão.
• Várias curvas de nível podem chegar a ser tangentes entre si, como no caso
em que o terreno é representado por uma rocha aflorante.
• Uma curva de nível não pode se bifurcar.
• Terrenos planos apresentam curvas de nível mais espaçadas; em terrenos
acidentados as curvas de nível encontram-se mais próximas umas das outras.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: Instituto AOCP Órgão: Pref. Pinhais Prova: Téc-
nico em Edificações
A representação da superfície de um terreno é estudada e verifi-
cada através da Topografia, a qual é derivada de duas palavras
gregas “topos”, que significa lugar, e “grafia”, que significa a des-
crição de um lugar. Nesse contexto, o levantamento planimétrico é:
a) o desenho da projeção horizontal de um terreno e também é chama-
do de Planimetria.
b) a representação gráfica dos pontos de mesma cota ou altura em re-
lação a um plano horizontal tomado como referência.
c) o desenho da projeção do relevo, da variação das alturas e também
é chamado de Planimetria.
d) a tomada de ângulos ou distâncias com objetivo de determinar as
feições morfométricas do terreno analisado, estando relacionados a um
plano de referência vertical ou horizontal.
e) a leitura de ângulos ou distâncias em que possa determinar pontos
de feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal e
vertical de referência.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: CM SJM Prova: Técnico em Ma-
nutenção

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Um topógrafo necessita realizar um nivelamento trigonométrico. Dois
equipamentos que podem ser utilizados para essa atividade são:
a) teodolito e nível topográfico.
b) mira graduada e régua.
c) régua e nível topográfico.
d) nível topográfico e mira graduada.
e) teodolito e mira graduada.

QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: EMBASA Prova: Assistente de Sa-
neamento
Analise as afirmações abaixo sobre desenho topográfico e assina-
le a alternativa correta.
I. Desenho Topográfico é a projeção de todas as medidas obtidas
no terreno sobre o plano do papel.
II. No desenho topográfico, os ângulos são representados em ver-
dadeira grandeza e as distâncias são reduzidas segundo uma ra-
67
zão constante.
a) As duas afirmações estão corretas.
b) Nenhuma das afirmações está correta.
c) Somente a afirmação I está correta.
d) Somente a afirmação II está correta.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: Pref Valença-BA Prova: Fiscal da
Construção Civil
Na Topografia, o que o levantamento planimétrico significa?
a) O desenho da projeção horizontal de um terreno.
b) A representação dos pontos de mesma cota ou altura em relação a
um plano horizontal tomado como referência no terreno.
c) O desenho que representa o relevo e a variação da altura do terreno.
d) O desenho da projeção vertical de um terreno.
e) O desenho completo de um terreno com suas projeções verticais e
horizontais.

QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: CONSULPLAN Órgão: MAPA Prova: Engenheiro
Atualmente, além das técnicas tradicionais de medições e mapea-
mento geográfico, o engenheiro dispõe de tecnologias avançadas
de monitoramento e controle, assim como sistemas de tratamento
dos dados monitorados. Com base nestas tecnologias, assinale a
afirmativa INCORRETA.
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a) O GPS é um sistema de abrangência global, tal como o nome sugere.


A concepção do sistema permite que um usuário, em qualquer local da
superfície terrestre, tenha à sua disposição, no mínimo, três satélites
rastreáveis.
b) O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de tecno-
logias voltadas à coleta e ao tratamento de informações espaciais para
um objetivo específico. Assim, as atividades que envolvem o geopro-
cessamento são executadas por sistemas específicos a cada aplicação.
c) Sistemas de Informação Geográfica (SIG) dedicam-se ao tratamento
de dados geográficos, ou seja, são sistemas que preservam o atributo
locacional de dados espaciais. Esses sistemas são capazes de arma-
zenar, manipular, visualizar e editar grandes quantidades de dados es-
truturados em um banco de dados.
d) A coleta seletiva de dados georreferenciados associados às informa-
ções ambientais e de produção derivadas de imagens de satélite e inte-
grados em ambiente SIG resumem as atividades relacionadas aos avan-
ços tecnológicos, os quais estão à disposição do agricultor através da
68
Agricultura de Precisão – Conceitos Básicos de Sensoriamento Remoto.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Descreva, de forma breve, os três tipos de levantamentos topográficos
apresentados no capítulo.

TREINO INÉDITO
Marque a alternativa que contenha alguma das aplicações do Laser
Scanner 3D:
a) Criação de documentação 3D.
b) Monitoramento de estruturas no decorrer do tempo.
c) Digitalização de estruturas.
d) Levantamento de distâncias sem a necessidade de andaimes.
e) Todas as alternativas anteriores.

NA MÍDIA
DER UTILIZA DRONES PARA PRECISÃO TOPOGRÁFICA E EFI-
CIÊNCIA NA EXECUÇÃO DE PROJETOS DE OBRAS
Há cerca de dois meses, os trabalhos topográficos realizados pelo Depar-
tamento de Estradas, Rodagem, Infraestrutura e Serviços Públicos (DER)
ganhou um grande aliado tecnológico, uma aeronave não tripulada, conhe-
cida popularmente como drone. De forma remota, o equipamento conse-
gue capturar informações detalhadas de um terreno, a chamada fotogra-
metria. O que permite um trabalho topográfico mais eficiente e preciso.
Fonte: Tribuna Popular.

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Data: 19/07/2019
Leia a notícia na íntegra: http://www.tribunapopular.com.br/noticia/der-
-utiliza-drones-para-precisao-topografica-e-eficiencia-na-execucao-de-
-projetos-de-obras-publicas-em-rondonia

NA PRÁTICA
O estudante de topografia lida com muita parte teórica no início, mas
essa disciplina é uma área de grande aprendizagem prática também,
que requer bastante expertise.
As universidades, como berço da educação devem incentivar essa prática.
Vejamos abaixo alguns relatos de universidades e de autônomos:
Aula prática de topografia
Disponível em <https://www.unidesc.edu.br/aula-pratica-de-topografia/>
Aula prática de topografia proporciona novidades aos acadêmicos de
engenharia civil.
Disponível em <https://facsaopaulo.edu.br/2019/03/14/aula-pratica-de-to-
pografia-proporciona-novidades-aos-academicos-de-engenharia-civil/>
69
Levantamento Topográfico - Passo a passo.
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=RlYTNsmZefY>
Levantamento Topográfico.
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=mHfbiaFUpgs>
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70
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

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TREINO INÉDITO
Gabarito: D

71
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Para o cálculo da capacidade de carga, podem ser utilizados métodos


semi-empíricos - correlações e teorias utilizadas no âmbito da mecânica
dos solos e fórmulas teóricas - baseados nas propriedades dos solos,
principalmente nas de resistência a cisalhamento e compressibilidade
dos solos ou procedimentos experimentais realizados por meio de exe-
cução de provas de carga, nas quais os resultados são interpretados
considerando-se o comportamento entre a placa e a fundação real.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
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72
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Levantamento Planimétrico: conhecido também como planimetria, carac-


teriza-se pelas informações relativas às medições das projeções horizon-
tais que definem um terreno. Para a confecção da planta, faz-se um le-
vantamento em campo das medidas de ângulo, de distância e de direção.
Levantamento Altimétrico: conhecido também como altimetria, caracte-
riza-se pelas informações relativas à altura do terreno ou ao grau de
declividade. Para a confecção da planta, através das curvas de nível,
faz-se um levantamento da distância e ângulos verticais.
Levantamento Planialtimétrico, como o próprio nome já sugere, é a jun-
ção dos levantamentos planimétricos e altimétricos. A intenção é de pro-
ver o maior número de informações de um determinado lugar, gerando
uma planta mais completa. Essa técnica admite tanto a medição das
elevações/declives do terreno, quanto as projeções horizontais.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA E GEOTECNIA - GRUPO PROMINAS

73
BRANDALIZE, M. C. B. Apostila de Topografia para Engenharia Civil e
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