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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
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outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-


ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Riane Lopes de Oliveira


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Os estudos sobre incêndios, assim como as atividades que
envolvem o tema, são assuntos que crescem diariamente, com procu-
ras por novos métodos e procedimentos, que previnam acontecimen-
tos catastróficos, causados pelo fogo. Novas legislações e normas
técnicas são estudadas e criadas, bem como materiais, equipamentos
e procedimentos são inovados, para que a segurança do edifício e,
principalmente, de seus usuários seja garantida. Assim, é essencial
que os profissionais se tornem qualificados e preparados para asse-
gurar a eficácia e concretização dos projetos, diante das obras que
serão executadas. Notícias de que incêndios causaram tragédias são
anunciadas frequentemente. O desafio dos profissionais da segurança
é trabalhar com novas ferramentas, que garantam a proteção à vida,
ao patrimônio e ao meio ambiente.
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Prevenção e Combate a Incêndio. Segurança. Corpo de Bombeiros.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
ESTUDO SOBRE O FOGO, O INCÊNDIO, A COMBUSTÃO E SEUS EFEITOS

Contextualização ______________________________________________ 12

Conceitos sobre o Fogo __________________________________________ 22

Propagação do Calor ___________________________________________ 27

Combustão ____________________________________________________ 28

Recapitulando ________________________________________________ 30

CAPÍTULO 02
PROTEÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES

Causas e Fases de Incêndios ____________________________________ 34

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Classes de Incêndio ____________________________________________ 35

Fenômenos Característicos de Incêndio ________________________ 38

Métodos de Extinção de Incêndio _______________________________ 39

Agentes Extintores de Incêndio ________________________________ 40

Materiais e Equipamentos ______________________________________ 44

Equipamentos de Proteção Individual - EPI _____________________ 46

Explosivos _____________________________________________________ 47

Recapitulando _________________________________________________ 51
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CAPÍTULO 03
LEGISLAÇÃO E NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO CONTRA INCÊN-
DIOS, TÉCNICAS DE SALVAMENTO E BRIGADAS DE INCÊNDIO

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT ________________ 55

Legislações e Decretos __________________________________________ 56

Normas Regulamentadoras - NRs _______________________________ 57

Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros - AVCB __________________ 57

Técnicas de Salvamento e Brigadas de Incêndio __________________ 59

Primeiros Socorros ______________________________________________ 60

Plano de Emergência ___________________________________________ 63

Técnicas de Transportes de Emergência para Salvamento ________ 65

Brigadas de Incêndio ____________________________________________ 69


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Recapitulando __________________________________________________ 71

Fechando a Unidade ____________________________________________ 79

Referências _____________________________________________________ 83

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Ao iniciar os estudos mais a fundo sobre incêndios, fica clara a
necessidade de literaturas e materiais completos, que envolvam a segu-
rança contra incêndios, que possam ser usados como base à formação
de novos profissionais na área.
O Brasil é um país que apresenta diferenças quanto às condi-
ções climáticas, considerando suas cinco regiões de formação, embora
ultimamente as temperaturas permaneçam altas em grande parte dos
locais. Nessa perspectiva, as administrações públicas tendem a ela-
borar legislações que sejam comuns a todos os estados, bem como
legislações federais, normas técnicas e novos cursos que envolvam a
segurança e combate incêndio para que haja evolução e redução des-
ses eventos ocorridos com frequência no país.
O termo incêndio é conceituado como fogo que não possui con-
trole, com potencial para causar danos à vida, ao meio ambiente e ao patri-
mônio. De forma clara, o fogo está diretamente ligado a incêndio e, desse
modo, o presente material faz uma abordagem sobre a composição dele.
O objetivo da disciplina de Prevenção e Combate a Incêndio é
possibilitar ao aluno um conhecimento sobre os conceitos, as definições
e todas as técnicas que são necessárias para que os trabalhos de pre-
venção e de combate às chamas sejam realizados com sucesso.
O material contém os conceitos sobre a teoria do fogo, bem como
seus elementos fundamentais e a explicação sobre cada um deles, para
que a chama se mantenha em funcionamento. Em seguida, são abordadas
as causas e fases dos incêndios e suas classes, bem como as técnicas de
prevenção e extinção de incêndio e os agentes extintores, que são utiliza-

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dos em cada técnica e seus modos de atuação sobre o fogo.
São abordadas algumas das principais normas técnicas de pre-
venção e de combate a incêndio, assim como normas regulamentares
que visam a proteção dos profissionais que trabalham nesse ambiente,
e sobre a Lei Kiss sancionada em 2017, sobre prevenção e combate ao
incêndio em estabelecimentos com concentração de pessoas.
A apostila de estudos também trata dos assuntos referentes à
brigada de incêndio e suas formações, composições e atribuições com
base na NBR (Norma Brasileira) 14276. São estudadas também algu-
mas técnicas de salvamento, como transportes de emergência e planos
de emergência, em especial os planos de abandono e evacuação da
área em chamas, ação que é extremamente importante ao colocar em
execução um plano de emergência.

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ESTUDO SOBRE O FOGO, O INCÊNDIO
A COMBUSTÃO E SEUS EFEITOS
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CONTEXTUALIZAÇÃO

O fogo, energia que existe desde a formação da Terra, foi uma


das primeiras formas de energia natural que o homem utilizou. Essa
relação entre o homem e o fogo vem sendo utilizada para suprir a ne-
cessidade do homem em diversos meios, seja iluminação, aquecimento
e preparação de alimentos.
Apesar do fogo ter sido utilizado, no início, para suprir as ne-
cessidades básicas do homem, hoje ele vem sendo um dos principais
contribuintes da evolução da tecnologia. Ao longo do tempo, o ser hu-
mano aprendeu a forma de utilizá-lo sem comprometer sua saúde e
bem-estar físico.
Entretanto, um dos principais desafios do homem continua sen-
do o controle do fogo. Ainda hoje, quando o fogo nos ameaça, o homem
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atual mantém a reação do homem primitivo, fugir. Os primeiros homens,
ao lidar com o fogo, fugiam por não conhecer sua natureza e reações e
mal sabiam que um pouco de terra poderia apagar uma pequena cha-
ma. A falta de conhecimento fazia com que abandonassem o local por
não saber como combater a chama acesa e, assim, o fogo se expandia
tomando grandes proporções. O fogo, quando tomado por proporções
maiores e fora de controle, se desencadeia em incêndios, capaz de pro-
vocar perdas irreparáveis, não só à vida, mas ao patrimônio e ao meio
ambiente. Hoje, o ser humano não precisa mais fugir, visto que conhece
o fogo como o conjunto de elementos químicos que o compõe e as téc-
nicas, métodos e equipamentos adequados para lutar contra ele.
Nas ações contra o fogo, tem-se a prevenção e extinção de
incêndios, que se dá pelo conjunto de normas e atitudes adotadas, que
visam eliminar as possibilidades de sua ocorrência, assim como a re-
dução de sua expansão e sua extensão, com o uso de equipamentos
estudados e profissionais habilitados para usá-los. A extinção, por sua
vez, busca eliminar o fogo, por meio dos mais variados processos, com
o uso de táticas e equipamentos que podem funcionar de modo automá-
tico ou pela ação direta antrópica.

Grandes Incêndios no Brasil

Infelizmente no Brasil já aconteceram incêndios devastadores,


que provocaram a morte de centenas de pessoas, além da destruição
de patrimônios e do meio ambiente. O mais recente foi o incêndio ocor-

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rido no campo de Treinamento do Flamengo, clube de futebol do estado
do Rio de Janeiro. Podemos ver abaixo as mais trágicas perdas que
esse tipo de acidente causou, seja por negligência ou incidente. O fato
é que a prevenção e o combate ao incêndio devem ser assuntos cada
vez mais recorrentes, para que esses eventos não se repitam ou sejam
reduzidos, sem causar grandes perdas.

Incêndio no Campo de Treinamento do Flamengo (08/02/2019)

Um incêndio atingiu o CT do Flamengo, no Rio de Janeiro na


madrugada do dia 08/02/2019. No local, ficavam os jogadores da base
do clube carioca. Segundo os profissionais que sobreviveram, antes do
fogo iniciar, houve uma explosão no aparelho de ar-condicionado, cau-
sando curto-circuito e rápido alastramento do fogo. O incêndio deixou
10 mortos, entre jovens de 14 a 16 anos, e três feridos.
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Figura 1 - Incêndio CT Flamengo

Fonte: Veja, 2019.

Figura 2 - Incêndio CT Flamengo


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Fonte: Veja, 2019.

Figura 3 - Incêndio CT Flamengo

Fonte: Veja, 2019.


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Figura 4 - Incêndio CT Flamengo

Fonte: Veja, 2019.

Figura 5 - Incêndio CT Flamengo

Fonte: Veja, 2019.

Incêndio no Museu Nacional (02/09/2018)

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O Museu Nacional, um dos principais museus do país, localiza-
do na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi devastado por chamas
após o horário de visitação, assim ninguém se feriu. Entretanto, estima-
-se que 90% do acervo, com mais de 20 milhões de itens, tenham sido
totalmente destruído.

Figura 6 - Incêndio Museu Nacional

Fonte: Correio Braziliense, 2019.


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Figura 7 - Incêndio Museu Nacional

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Figura 8 - Incêndio Museu Nacional

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Incêndio na Creche Gente Inocente, na cidade de Janaúba, MG


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(05/10/2017)

Em 2017, o vigia da creche invadiu o local e ateou fogo com


vários alunos e alguns profissionais dentro, e em seguida ateou fogo
em si mesmo. Além do vigia, morreram mais 13 pessoas e outras 50
ficaram feridas.

Figura 9 - Incêndio na Creche Gente Inocente

Fonte: Correio Braziliense, 2019.


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Figura 10 - Incêndio na Creche Gente Inocente

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Incêndio na Boate Kiss (27/01/2013)

Uma das maiores tragédias quando se trata de vítimas decor-


rentes de incêndios. A boate Kiss pegou fogo durante um show em uma
festa universitária, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e se tornou
o segundo maior evento desse tipo, com número de vítimas no país,
deixando 242 mortos e 636 feridos.

Figura 11 - Incêndio na boate Kiss

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Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Figura 12 - Incêndio na boate Kiss

Fonte: Correio Braziliense, 2019.


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Figura 13 - Incêndio na boate Kiss

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Figura 14 - Incêndio na boate Kiss

Fonte: Correio Brazileinse, 2019.

Incêndio Edifício Joelma (01/02/1974)


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Em 1974, o edifício Joelma, localizado no centro de São Paulo,


foi totalmente consumido por um incêndio. Houve um curto-circuito no
sistema de refrigeração de um banco, que ficava localizado em boa par-
te do edifício. Essa tragédia, apesar de ter acontecido há muitos anos,
deixou 190 mortos e mais de 300 feridos. Esse evento ficou conhecido
pelas imagens das pessoas que ocupavam o prédio se atirando do local
em chamas, na tentativa de se salvarem.

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Figura 15 - Incêndio no Edifício Joelma

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Incêndio Canecão Mineiro (24/11/2001)

A casa de shows Canecão Mineiro pegou fogo devido a fogos de


artifício, deixando 7 mortos e mais de 300 pessoas feridas. O teto, que era
de isopor, contribuiu para a propagação das chamas do incêndio e, além
disso, o local não contava com saídas de emergência para o público.

Figura 16 - Incêndio no Canecão Mineiro

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Fonte: Correio Braziliense, 2019.

Figura 17 - Incêndio no Canecão Mineiro

Fonte: Correio Braziliense, 2019.


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Incêndio Gran Circo Norte-Americano (17/12/1961)

Esse incêndio se tornou o maior incêndio da história do país,


em relação ao número de vítimas. Um funcionário não tinha aceitado
sua demissão e para se vingar do proprietário do circo, ele ateou fogo
na lona que cobria o espetáculo, composta de material com alto teor de
inflamabilidade. A lona caiu em cima das pessoas, o que dificultou o pro-
cesso de fuga. A única saída que existia, estava composta por grades.
O número de vítimas fatais declarado oficialmente foi de 503 mortes,
entretanto acredita-se que esse número é bem maior.

Figura 18 - Incêndio Gran Circo Norte-Americano

Fonte: Vellamo, acesso em 2019.

Figura 19 - Incêndio Gran Circo Norte-Americano


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Fonte: Correio Braziliense, 2019.


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Incêndio Lojas Renner (27/04/1976)

Um prédio onde havia uma das unidades das lojas Renner pe-
gou fogo e foi devastado pelas chamas. O evento deixou 41 mortos e
mais de 60 feridos. Assim como o edifício Joelma, esse incêndio também
foi marcado pelas pessoas se jogando dos edifícios para fugir do fogo.

Figura 20 - Incêndio lojas Renner

Fonte: Correio Braziliense, 2019.

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No Brasil, ocorreram inúmeros outros acidentes, que deixaram
centenas de vítimas, devido à proporção dos incêndios. Acima, encon-
tram-se os maiores, de forma lamentável. Deve-se agilizar ações para
que esses eventos aqui citados, quem sabe, possam ser os mais re-
centes ao longo dos anos seguintes. Para ler mais sobre outros casos
ocorridos no país, consulte as matérias disponíveis nos links abaixo.

Relembre 10 incêndios que marcaram a história do Brasil


Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/
app/noticia/brasil/2019/02/08/interna-brasil,736353/relembre-dez-
-incendios-que-marcaram-a-historia-do-brasil.shtml>.
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Os 12 Maiores Incêndios do Brasil: Existe Algo em Comum?
Disponível em:
<https://www.vellamo.eng.br/noticias/os-maiores-incen-
dios-do-brasil>.
Os maiores incêndios do Brasil antes de Santa Maria
Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/brasil/os-maiores-incendios-
-no-brasil/>.
Grandes Incêndios no Mundo
Disponível em:
<https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/grandes-in-
cendios-no-mundo-21500628>.

CONCEITOS SOBRE O FOGO

Para que o fogo tenha início, é preciso que haja o comburente


e o combustível, denominados como reagentes. Esse processo, conhe-
cido como combustão, é a reação química que libera luz e calor e para
que a reação se inicie, é necessário que haja a energia de ativação
fornecida por fontes de ignição. A presença do combustível, do combu-
rente, da reação química, que ocorre pela presença da fonte de ignição,
e do calor da reação, fonte envolvida no processo, onde se ganha ou se
perde energia, forma o conhecido tetraedro do fogo.
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O tetraedro é representado por um triângulo, e não por um


quadrado, para que cada um dos quatro elementos esteja conec-
tado diretamente com cada um dos outros elementos. Quando se
retira um ou mais componentes do tetraedro, esse fica incompleto
e, assim, a reação se extingue.

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Figura 21 - Tetraedro de Fogo

Fonte: APSEI - Associação Portuguesa de Segurança, 2016.

TEORIA DO FOGO - PARTE 1 Tetraedro do Fogo | Triângulo


do Fogo | Pirólise | A teoria do fogo
Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=kwZA-
ZzxdpVs>.

Combustível

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Entende-se como combustível qualquer substância que seja
capaz de queimar e alimentar a combustão, ou seja, de proporcionar
o desenvolvimento do fogo. Assim, onde houver combustível, o fogo
percorrerá por ele, de forma a aumentar ou diminuir sua faixa de ação.
Podem ser encontrados em forma de matéria líquida, sólida ou gasosa.
Grande parte dos combustíveis entra em combustão na fase
gasosa. Quando o componente é aquecido, o combustível transforma-
-se em vapor antes de reagir com o oxigênio para, assim, se iniciar o
processo de combustão. Dessa forma, quando um combustível é líquido
ou sólido, é preciso que haja algum tipo de energia térmica para aque-
cê-los e levá-los ao estado gasoso.
O quadro abaixo apresenta exemplos de combustíveis.

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Quadro 1 - Exemplos de Combustíveis

Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

Combustíveis Sólidos

Em grande parte dos casos, os vapores, oriundos desses ma-


teriais após seu aquecimento, que apresentam inflamabilidade. Entre-
tanto alguns componentes sólidos como ferro, parafina ou bronze se
tornam líquidos quando são aquecidos e só após esse processo produ-
zem os vapores inflamáveis.

Combustíveis Líquidos

Os combustíveis líquidos podem ser classificados entre com-


bustíveis e inflamáveis, conforme o seu ponto de fulgor. Pontos de fulgor
inferiores a 37,8ºC classificam o líquido como inflamável. Temperaturas
superiores a esta, consideram o líquido como combustível. Esses níveis
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de temperaturas são padronizados pela NFPA/EUA - National Fire Pro-


tection Association.

Combustíveis Gasosos

Os combustíveis gasosos precisam se concentrar em uma mistu-


ra ideal para que se inflamem, considerando o limite de inflamabilidade de
cada gás. A tabela abaixo mostra os limites de alguns exemplos de gases.

Tabela 1 - Limites de Inflamabilidade

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Com os dados da tabela, vê-se por exemplo, que o acetileno,


ao se misturar com o ar, inicia seu processo de queima em qualquer
concentração que esteja entre 2% e 85%. Dessa forma, é um gás em
que se deve ter uma atenção redobrada em casos de incêndios.

Comburente

O comburente é o componente que mantém as chamas ace-


sas e mais intensas. A presença deste torna a temperatura do processo
mais elevada e permite a ocorrência da combustão. O oxigênio, combu-
rente mais comum devido a sua concentração na atmosfera (21%), faz
com que a queima se dê de forma mais rápida e mais completa.

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Conforme a taxa de oxigênio presente no ambiente dimi-


nui, o processo de combustão é reduzido. A combustão se mantém
fraca quando os níveis de taxa de oxigênio ficam entre 15% e 9%, e
onde há níveis inferiores a 9%, ocorre a finalização da combustão.

Um exemplo muito comum para demonstrar a ação de um com-


burente é colocar um copo sobre uma vela acesa, o que impede a entra-
da de oxigênio, e, consequentemente, a chama diminuirá gradativamente
até se apagar por completo. Esse fenômeno ocorre devido a insuficiência
de oxigênio dentro do copo, ou seja, ao colocar o copo sobre a vela, a
entrada de ar para fornecer oxigênio à vela foi interrompida.
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Existem combustíveis que possuem oxigênio em sua com-
posição, ou seja, podem queimar em qualquer lugar, tendo ou não
a presença do ar. É o caso de nitratos, pólvoras, celuloides, dentre
outros.

No ser humano, as concentrações variadas de oxigênio podem


causar algumas reações, conforme tabela abaixo:

Tabela 2 - Reações devido às concentrações de oxigênio


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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Calor

Calor é a fonte de energia que dá início ao processo de com-


bustão. Por meio dessa fonte de energia, a temperatura dos elementos
envolvidos no processo é elevada.

Reação em Cadeia

As reações em cadeia são as reações que acontecem durante


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o fogo, onde o calor que existe no processo é originado para ativar a
queima do combustível com o comburente, mantendo-se em um ciclo
enquanto houver a presença de ambos os elementos. Essa reação se
dá por conta dos combustíveis, que após iniciarem o processo de com-
bustão, geram mais calor. Esse calor irá provocar o desprendimento de
outros gases e vapores combustíveis, o que permite o desenvolvimento
de uma transformação em cadeia ou reação de cadeia.

PROPAGAÇÃO DO CALOR

Para que haja equilíbrio térmico, é necessário que o elemento


que possui menor temperatura absorva calor, até estar com a mesma
quantidade de energia dos outros elementos. Dessa maneira, há três
formas dessa energia a serem transferidas de um componente para o
outro: por condução, convecção ou irradiação.

Condução

O processo de condução é a forma de transferir calor por, meio


de um corpo sólido de molécula, para molécula ao longo do corpo con-
tínuo. Ao aquecer, por exemplo, uma barra de ferro em uma de suas ex-
tremidades, as moléculas dessa extremidade receberão calor. O aque-
cimento ao longo da barra acontecerá de forma gradual, até chegar à
outra extremidade. Isso acontece porque as moléculas vibram de forma

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vigorosa e se chocam com as outras moléculas, transferindo-lhes calor.

Convecção

A convecção ocorre pelo processo de transferência de calor, pelo


movimento ascendente de massas de líquidos ou gases, dentro do mesmo
elemento. Isso é possível pela diferença de densidade presente no mesmo
fluido. É possível observar essa troca quando, por exemplo, uma água é
aquecida dentro de um recipiente de vidro, onde é possível observar um
movimento dentro da própria água, de baixo para cima. Conforme a água é
aquecida, ocorre sua expansão e ela se torna menos densa, ou seja, mais
leve, o que provoca seu movimento para cima. De forma análoga, o ar,
também aquecido nesse processo, se expande e tende a subir para as par-
tes mais altas do ambiente e o ar mais frio ocupa os lugares mais baixos.

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Irradiação

A irradiação é a transmissão de calor por ondas de energia que


se deslocam no espaço. Essas ondas se propagam em todas as dire-
ções e, à medida que os corpos se aproximam ou se afastam da fonte
de calor, a intensidade com que os elementos são atingidos pela fonte
também aumenta ou diminui, respectivamente.

COMBUSTÃO

A combustão pode ser classificada em relação a sua velocida-


de, sendo ativa, lenta, explosiva e espontânea. Consequentemente, a
velocidade da combustão vai depender da quantidade de concentração
disponível do comburente (normalmente é o oxigênio), visto que o com-
burente é o ativador do fogo.

Quadro 2 - Tipos de combustão


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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


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Além da sua velocidade, a combustão em sua forma produz
quatro produtos; gases de combustão, a chama, o calor e a fumaça.

Gases de Combustão

Os gases de combustão são os gases que permanecem no


ambiente, quando a temperatura dos produtos de combustão é reduzida
ao normal. A toxicidade desses gases vai depender da sua composição,
da sua concentração e, em relação ao individuo exposto, vai depender
das condições físicas e do tempo de exposição aos gases.

Chama

A chama é a reação intensa da queima de elementos, visto que


a combustão ocorre na presença de atmosfera normal, que é rica em
oxigênio. Um indivíduo exposto diretamente à chama fica suscetível a
queimaduras e a perda de danos materiais diante do calor que irradiam.

Calor

O indivíduo exposto a essa forma de energia produzida pelo


incêndio corre o risco de desidratação, esgotamento físico, problemas
respiratórios e queimaduras diante da elevação de temperatura.

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Fumaça

A fumaça produzida pelo incêndio varia com o tipo de combus-


tível utilizado como elemento. As fumaças de cor branca ocorrem na
fase inicial, devido à presença de umidade nos materiais. As madeiras,
por exemplo, provocam fumaças de cor marrom, os plásticos de cor cin-
za, quando esses possuem superfícies pintadas, e os hidrocarbonetos
produzem fumaça de cor preta durante o processo de combustão.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: PR4 (UFRJ) Órgão: UFRJ Prova: Mecânica Nível:
Fácil.
Uma das formas de transmissão de calor é a transmissão por con-
dução. Esse tipo de transmissão:
a) ocorre somente em fluidos.
b) pode ocorrer no vácuo.
c) tem fluxo de calor independentemente da condutividade da matéria
onde ela ocorre.
d) é exatamente igual ao processo de transmissão por convecção.
e) ocorre devido à diferença de temperaturas entre duas regiões de uma
partícula.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: Técnico
- Instalações I Nível: Médio.
Um sistema de refrigeração central leva ar resfriado a diversos am-
bientes de uma edificação através de dutos instalados sobre o for-
ro. Esses dutos são formados por três camadas:
• Camada interna: de pouca espessura, composta de ferro galvani-
zado, com função apenas de garantir estanqueidade do duto;
• Camada intermediária: de grande espessura, composta de lã de
rocha;
• Camada externa: de pouca espessura, composta por folhas de
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

alumínio polido.
Com relação ao isolamento térmico do duto, é função predominan-
te das camadas intermediária e externa, respectivamente, minimi-
zarem as transferências de calor por
a) condução e irradiação
b) convecção e condução
c) convecção e irradiação
d) irradiação e condução
e) irradiação e convecção

QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRÁS Prova: Téc-
nico de Enfermagem do Trabalho Junior Nível: Médio.
O fogo é o resultado da oxidação das propriedades de materiais ou
substâncias combustíveis, momento no qual são liberados diver-
sos elementos.
30
O combustível, o comburente e o calor formam o triângulo de fogo
e são necessários para que ocorra, em um primeiro momento, o (a)
a) luz
b) fumaça
c) faísca
d) combustão
e) formação de gases

QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: IGP-RS Prova: Perito Crimi-
nal - Engenharia Civil Nível: Médio.
Entende-se por fogo o resultado de uma reação química exotérmi-
ca autossustentada, envolvendo combustíveis (sólidos, líquidos e
gasosos), comburente, que é o oxidante, luz e calor. Sendo assim,
é correto afirmar que:
a) Um incêndio tem início quando, em atmosfera com concentração de
comburente suficiente, o calor, gerado pela fonte, aquece os vapores
combustíveis até a temperatura de inflamação (flash point) evoluindo à
temperatura de combustão (fire point), sendo que nesse ponto a com-
bustão se mantém mesmo sem a presença da fonte de ignição.
b) combustível, comburente e calor formam o tetraedro do fogo, que
representa a interação entre esses três vértices e sua interdependência.
Não há incêndio sem esses elementos em conjunto e em proporções
estequiométricas.
c) O incêndio é uma reação química em cadeia, ou seja, uma reação cí-
clica que envolve combustível, comburente e uma energia de ativação,

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


que se autoalimentará até que um destes for extinto: quando a concen-
tração de oxigênio presente na atmosfera aumentar significativamente;
quando a fonte de calor se esfriar; quando o combustível acabar.
d) Os combustíveis líquidos queimam diretamente: primeiro, transformam-
-se em vapor e, depois, queimam nesse estado como se fossem um gás.
e) A superfície dos combustíveis sólidos influencia a condição e propen-
são à queima, sendo uma condição importante para que um incêndio se
desenvolva no tempo; assim, poeiras, com grande superfície de contato
com o ar, devido à superfície ser imensamente maior por unidade do que
o peso (baixíssima densidade), diminuem o risco de incêndio e explosão.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CEPS UFPA Órgão: UFPA Prova: Engenheiro -
Mecânica Nível: Médio.
Em relação aos mecanismos de transferência de calor, analise as
afirmativas seguintes.
31
I - Na condução a energia é transferida de uma região de alta tempe-
ratura para outra de temperatura mais baixa dentro de um meio (só-
lido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato direto.
II - Na radiação o calor é transferido de uma superfície em alta tem-
peratura para outra superfície em temperatura mais baixa, quando
tais superfícies estão em contato uma com a outra no espaço ou
mesmo separadas, ainda que exista vácuo entre elas.
III - Na convecção a energia é transferida das regiões quentes para
as regiões frias de um fluido através da ação combinada de condu-
ção de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura.
IV Somente corpos em temperatura acima de 0°C emitem continua-
mente radiação térmica.
Estão corretas
a) I e IV, somente.
b) I e III, somente
c) I, II e IV, somente.
d) I, II e III, somente.
e) II, III e IV, somente.

QUESTÃO DISSERTATIVA - DISSERTANTO A UNIDADE


Discorra sobre quais são e como funcionam os quatro componentes do
fogo quando entram em contato.

TREINO INÉDITO
Preencha as lacunas com os números correspondentes as suas
definições:
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(1) Irradiação
(2) Reação em Cadeia
(3) Combustíveis Gasosos
(4) Tetraedro
(5) Condução
( ) O aquecimento ao longo da barra acontecerá de forma gradual até
chegar à outra extremidade.
( ) Os combustíveis gasosos precisam se concentram em uma mistura
ideal para que se inflamem.
( ) É a transmissão de calor por ondas de energia que se deslocam no
espaço.
( ) A presença do combustível, do comburente, da reação química, que
ocorre pela presença da fonte de ignição e do calor da reação, fonte
envolvida no processo onde se ganha ou se perde energia.
( ) Tratam das reações que acontecem durante o fogo, onde o calor que
existe no processo é originado para ativar a queima do combustível com
32
o comburente.

NA MÍDIA
SÃO FRANCISCO SOFRE COM A POLUIÇÃO DA FUMAÇA ORIGI-
NADA EM INCÊNDIO NA CALIFÓRNIA
Em novembro de 2018, um grande incêndio causou pelo menos 60 mor-
tos e deixou centenas de pessoas desaparecidas. O evento se prolon-
gou por dias e durante algum tempo, os moradores da região sofreram
com a poluição causada pela fumaça originada do incêndio.
Fonte: G1 - O Portal de Notícias da Globo
Data: 16/11/2018
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/11/16/
sao-francisco-sofre-com-a-poluicao-da-fumaca-originada-em-incendio-
-na-california.ghtml

NA PRÁTICA
Apesar de saber dos conceitos, propriedades, características e riscos
sobre os componentes físicos e químicos, e seus efeitos envolvidos no
fogo, que é a base de um incêndio, o que se vê comumente é a ação
criminosa de pessoas provocando incêndios nos mais diversos locais
ao redor do mundo, sem se preocupar em ferir o direito à vida e à segu-
rança da população como um todo.
Por mais que o evento incêndio seja controlado por profissionais com-
petentes e qualificados, os efeitos posteriores que a toxicidade, de fu-
maças e gases, por exemplo, podem causar nos seres humanos, são
danosos, podendo levar até mesmo à morte, ainda que a vítima tenha

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


sido salva do incêndio em si, ou mesmo não ter sido atingida por ele.
É necessário que as pessoas que praticam esse tipo de crime se cons-
cientizem do mal causado, bem como devem ser aplicadas as punições
cabíveis, com rigor e severidade.

33
PROTEÇÃO E COMBATE CONTRA
INCÊNDIOS E EXPLOSÕES
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Os incêndios podem ser oriundos de diversas causas, sendo


elas causas naturais ou artificiais. Quando um incêndio é provocado
naturalmente, entende-se que foi provocado pelos fenômenos da natu-
reza, e que tal ação independe da natureza ou vontade humana. Já um
incêndio desencadeado artificialmente, quer dizer que foi provado pela
ação humana, seja ela acidental, quando o homem não teve a intenção
de provocá-lo, ou proposital, quando há a intenção de provocá-lo e tor-
na-se uma ação criminosa.

CAUSAS E FASES DE INCÊNDIOS

Para facilitar a compreensão sobre incêndios, eles foram dividi-


dos em três fases: a fase inicial, a queima livre e a queima lenta.
3434
Fase Inicial

A fase inicial do incêndio é a parte onde o calor é consumido


em grande parte durante o aquecimento dos combustíveis. Com a tem-
peratura do ambiente pouco elevada em relação à temperatura normal,
o calor também está sendo produzido e toma maiores proporções, de
acordo com o aumento das chamas.
Nessa fase, a temperatura ambiente fica em torno de 38ºC,
há produção de gases inflamáveis, bem como gases como dióxido de
carbono, monóxido de carbono e vapores d’água, além da ampla oferta
de oxigênio presente o ar, com níveis superiores a 20%.

Queima Livre

Nessa fase, diante do oxigênio presente, o ar é levado para


dentro do ambiente em que ocorre o incêndio pela pressão negativa
(convecção). Reciprocamente o ar quente é expulso do ambiente ocu-
pando lugares mais altos.
Na queima livre, os gases aquecidos se espalham tomando o am-
biente de cima para baixo e a temperatura nos locais mais altos podem
ultrapassar 700ºC. Além disso, as elevadas temperaturas nesses lugares
podem provocar ignição (faíscas) de combustíveis situados nessas áreas.

Queima Lenta

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No processo de queima lenta, as chamas podem se apagar,
caso o comburente seja insuficiente para manter a combustão. Nessas
situações, os níveis de oxigênio podem ser inferiores a 9%.
Nesse processo, o ambiente é ocupado por fumaça densa e,
devido ao aumento de pressão interna, há saída de gases pelas abertu-
ras existentes de forma rápida. Além disso, o calor intenso no local faz
com que os combustíveis presentes liberem vapores combustíveis.

CLASSES DE INCÊNDIO

Para facilitar as ações de combate a incêndio, e torná-las mais


eficientes e seguras, a NFPA (National Fire Protection Association)
elaborou uma classificação dos incêndios, conforme tipo de material
combustível envolvidos no processo. O emprego dessas classes visa
35
facilitar o uso do agente extintor adequado para cada tipo de elemento
combustível. São elas, classes A, B, C e D.
Os combustíveis empregados na classe A são materiais que
possuem fácil combustão e propriedade de queimar em sua superfície
e profundidade. São os sólidos comuns, como a madeira, o papel, os
tecidos, a borracha, entre outros. Diante de suas dimensões, há sobras
de resíduos após a queima desses materiais. Sendo assim, o método
adequado para a extinção de incêndios com esses tipos de materiais é
o resfriamento com o uso de água.
Na classe B, os combustíveis utilizados são líquidos inflamáveis,
líquidos combustíveis e gases inflamáveis, como óleos, gasolinas, graxas,
vernizes, tintas, entre outros. Além disso, os materiais envolvidos aqui não
queimam em superfície e não deixam resíduos após o processo de quei-
ma. Diante dessas características, os métodos indicados para acabar com
o incêndio são o abafamento com espumas e a quebra de reação em ca-
deia. Quando se tratar de gases, o método mais eficiente é o isolamento,
onde há retirada ou controle do material combustível, seja por meio da
retirada de fontes, ou pelo fechamento de registros, por exemplo.
Na classe C, são classificados materiais elétricos energizados
tais como transformadores, fios, motores, entre outros. Nesse caso, a
utilização de água é vedada, visto que pode ocorrer a condução de
energia e risco para os envolvidos no combate ao fogo.
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Se um material é sólido e não se encontra energizado, o


incêndio assume a propriedade da classe A. Porém, caso o ma-
terial possua capacitores ou quaisquer outros equipamentos que
mantêm energia elétrica, mesmo que não estejam ligados a uma
fonte de energia, os procedimentos de combate ao incêndio devem
assumir as orientações da classe C.

A classe D agrupa os combustíveis mais peculiares, visto que


a utilização da água é impossível como emprego total ou parcial. Nes-
sa classe estão os combustíveis metálicos, alcalinos em sua maioria.
Grande parte deles queima de forma agressiva e produz luz e calor de
forma elevada e, assim, os incêndios precisam ser contidos por abafa-
mento e quebra de reação em cadeia.
Nos EUA, Europa, Ásia e na Austrália, os incêndios ainda pos-
suem a classe K, conhecida no continente americano, e para o restante
36
conhecido como classe F. Esse extintor ainda é pouco utilizado no Brasil
e, por ser raro, o preço de acesso se torna inviável. Para essa clas-
se, esse tipo de extintor é utilizado em incêndios que envolvem óleos
vegetais, animais ou gorduras com equipamentos de cozinha, sejam
residenciais, ou comerciais. É conhecido também por Kitchen, por ser
empregado em cozinhas e a letra inicial ser a “K”.

Quadro 3 - Simbologia das Classes de Incêndio

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


37
FENÔMENOS CARACTERÍSTICOS DE INCÊNDIO

Os fenômenos característicos de incêndio são fenômenos que


caracterizam a rápida propagação do incêndio, seja por uma ignição
súbita, uma ignição explosiva ou por outras formas. A ignição súbita
também é conhecida por flasover e a ignição explosiva por backdraft.
Em um espaço confinado, por exemplo, onde há presença de
radiação térmica total, é gerado nos combustíveis presentes a pirólisis,
momento em que os gases elevam a temperatura e há partículas em
suspensão. A presença de uma fonte de ignição faz com que ocorra
a transição de um incêndio, que se encontra em progressão para um
incêndio generalizado, de proporção maior. O fator que permite essa
mudança de estado dos incêndios é denominado flashover.
Já o fenômeno backdraft, se dá por uma explosão diante de
entrada inesperada de ar, em um ambiente pouco ventilado, com alta
concentração de gases aquecidos.
Algumas diferenças foram colocadas no quadro a seguir, para
facilitar a compreensão desses fenômenos.

Quadro 4 - Características Flashover e Backdraft


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Room Flashover Videos


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QqM-
38
Vm72FMRk>.
Veja o fenômeno backdraft em câmera lenta
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=THR-
DLkDZV5Y>.
Backdraft training
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Et_Y_
kZXoQQ>.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Conforme visto no tópico sobre o fogo, a extinção de um incên-


dio se dá pela eliminação de um ou mais de seus elementos, que com-
põem o tetraedro de fogo. Dessa forma, se um de seus lados for extinto,
a chama não terá o que é necessário para permanecer acessa. Nessa
perspectiva, há alguns métodos utilizados para extinção dos incêndios.

Abafamento

A técnica de abafamento consiste em eliminar o comburente


do fogo, em sua maioria o oxigênio, de forma com que a chama per-
maneça fraca, até se apagar por completo. Alguns agentes extintores,
que serão vistos nó tópico principal a seguir, podem ser utilizados para
a realização dessa técnica, como terra, areia, cobertores, vapor d’água,
espumas, entre outros.

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Isolamento

O isolamento consiste na retirada do material combustível do


processo que ainda não foi queimado, ou separá-lo do combustível que
ainda está em processo de queima. Assim, a chama se apagará sem a
combustão, pois, não terá combustível para ser consumido.

Resfriamento

O resfriamento se dá pela retirada de calor do material, ou seja,


redução de temperatura do combustível, resfriando-o para que o mate-
rial atinja medidas abaixo de seu ponto de fulgor.

39
AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO

Água

A água é o agente extintor mais conhecido e utilizado na ex-


tinção de incêndios, devido a sua abundância na natureza. É indicada
principalmente para conter incêndios de classe A e age por resfriamento,
visto que possui alta propriedade de absorção de calor, e por abafamen-
to, quando aplicada em forma de neblina ou jato contínuo, por exemplo.
Possui baixo custo, facilidade de obtenção e transporte, e algumas carac-
terísticas particulares, como alta capacidade de absorção de calor, alto
grau de expansão, elevada tensão superficial, condutibilidade elétrica,
baixa viscosidade e capacidade de reagir com outros componentes, por
esse motivo, em algumas situações podem ser desconsiderado seu uso.

Espuma

A espuma possui ação por abafamento, e por conter água em


sua formação, possui uma ação secundária de resfriamento. É constitu-
ída de bolhas de ar ou gás CO2, envolvidas por películas de água.
A espuma pode ter formação química ou mecânica. A Espuma
Química é resultado da combinação da reação entre soluções aquosas de
sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. Já a Espuma Mecânica é com-
posta por uma mistura de água com pequenas porcentagens de concen-
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

trado gerador de espuma e entrada de ar forçada (entre 1% e 6%). Dessa


maneira, é produzido um volume alto da solução, formando a espuma.
Uma característica da espuma é sua expansividade. Além dis-
so, por conter a presença de água e, consequentemente, conduzir ele-
tricidade, o uso de espumas não é indicado para incêndios com focos
em equipamentos energizados. Assim, seu uso é indicado para focos
em líquidos e sólidos combustíveis, apesar de ter um custo elevado
para aplicação em componentes sólidos.
A NFPA classifica as espumas de combate a incêndio em três
tipos, conforme sua capacidade de expansão:
Espuma Baixa: possui taxa de expansão até 20:1. Essa espuma
é eficiente no controle e extinção de incêndios provocados por líquidos
inflamáveis da classe B. Ela também pode ser empregada em incêndios
de classe A, que requer o resfriamento e bom poder de penetração.
Espuma Média: Taxa de expansão entre 20:1 a 200:1. A es-
puma média pode ser utilizada no abafamento de vapores de produtos
40
químicos perigosos.
Espuma Alta: Taxa de expansão acima de 200:1. Espumas
com alta taxa de expansão são empregadas em incêndios ocorridos em
espaços confinados. Sua aplicação geralmente é feita por geradores
especiais, pois, utilizam espuma sintética.

Pós Químicos

Os Pós Químicos são eficientes no combate de incêndios que


envolvam líquidos inflamáveis. Seu funcionamento se dá pelas partículas
do produto químico divididas, que interceptam os radicais livres e que-
bram o processo de oxidação da reação em cadeia da combustão da
chama. Sem capacidade para resfriar, não isenta o combustível contra a
“re-ignição” caso esse seja exposto a alguma outra fonte de ignição.
Os principais tipos de Pós Químicos utilizados são o bicarbo-
nato de sódio (NaHCO3), o bicarbonato de potássio (KHCO3) e o fos-
fato de monoamônio (NH4H2PO4). Com o uso desse tipo de material,
as chamas podem se extinguir por abafamento, resfriamento, quebra de
reação em cadeia e por proteção contra a irradiação do calor.

Gás Carbônico (CO2)

Esse tipo de material extintor é o mais recomendado para in-


cêndios classe C, pois, além de não conduzir eletricidade, o gás carbôni-

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


co possui pressão própria para descarregar o extintor. Sua propriedade
de gás permite penetrar e espelhar com facilidade na área incendiada e
não deixa resíduos em sua ação combatente.
Sua ação é por abafamento e pode ter efeito de resfriamento
dependendo da condição como é aplicado. É importante estar atento ao
utilizar o CO2, já que é um gás asfixiante simples. Uma concentração
desse gás de 20% por exemplo, pode causar a morte de um indivíduo
entre 20 e 30 minutos.

Extintores de Incêndio

Para a história sobre como surgiu os extintores, há relatos de


que o médico alemão M. Fuches inventou, no ano de 1734, algumas
bolas de vidro cheias de solução salina para serem atiradas no fogo.
O extintor com modelo mais moderno e automático foi criado por
um militar inglês, o Capitão George William Manby. O capitão esteve pre-
41
sente em um incêndio no ano de 1813, que começou no quinto andar de
uma edificação, onde as mangueiras utilizadas normalmente para conter
incêndios não alcançavam por causa da altura do edifício, que era superior
ao comprimento das mangueiras. Com isso, não pôde ser feito para conter
o incêndio e evitar que o fogo se espalhasse, tomando conta do quarteirão.
Diante de tal fato, o capitão George fez uma declaração certei-
ra de que a aplicação de água em uma situação momentânea crítica,
mesmo que em pequena quantidade, surtiria algum efeito. Entretanto,
caso uma quantidade maior de água fosse utilizada num momento pos-
terior do incêndio, a aplicação da água não teria efeito para conter o
fogo, pois, as chamas se alastrariam significativamente com alta veloci-
dade e causariam destruição certeira.
Seguindo sua linha de pensamento, em 1816, ele criou um
equipamento cilíndrico feito de cobre, com altura de 60 centímetros e
capacidade para suportar 15 litros. O objeto era envasado com até três/
quartos de um líquido que ele descrevia como um líquido antichamas,
sendo uma solução de potassa cáustica. O um/quarto recente era pre-
enchido com ar comprimido.
Os extintores são aparelhos elaborados com o intuito de conter as
chamas em sua fase imediata, ou seja, na sua fase inicial. Assim, são feitos
para serem utilizados rapidamente e, dessa forma, sua eficácia é garantida
se for permitido fácil acesso a esses aparelhos, um bom trabalho de manu-
tenção e ao conhecimento do operador, em relação às técnicas de extinção
de incêndio e da operação dos aparelhos extintores propriamente ditos.
Os extintores recebem o nome do agente extintor, que preen-
chem seu interior. Podem ser divididos em portáteis, quando são ma-
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

nuais e operados por uma única pessoa, ou podem ser sobre rodas,
quando exige um ou mais indivíduos para operá-lo. Os extintores que
funcionam por reação química são chamados de extintores químicos, e
os demais extintores são denominados pressurizados, sendo de pres-
são interna ou de pressão injetada.
Os extintores de pressão interna já possuem o gás dentro do re-
cipiente misturado com o agente extintor. Outra maneira de se encontrar
esse tipo é quando o próprio agente extintor se encontra comprimido.
Os extintores de incêndio são equipamentos utilizados para
combater pequenos incêndios ou princípios de incêndio, visto que pos-
suem pequenas quantidades de agentes dentro de seus compartimen-
tos. São caracterizados e vantajosos pela sua eficácia, pela portabili-
dade e pela fácil mobilidade. Podem ser classificados como portáteis,
feitos para serem transportados com peso inferior a 20kg e podem vir
sobre rodas, com pesos maiores e maior quantidade de agente extintor.
Os extintores também são regidos por algumas regras quan-
42
to a sua utilização, sua capacidade extintora, seu manuseio e modo
de aplicação. Sua capacidade extintora se relaciona com a quantidade,
tipo e eficácia do agente extintor e mede o quão eficiente tal agente será
diante do princípio de incêndio.
Para garantir a segurança de quem estiver manuseando o
equipamento, deve-se manter uma distância segura do foco de incên-
dio, observar a direção do vento, escolher o extintor, de acordo com a
classe de incêndio e observar que o extintor é usado sempre para prin-
cípios de incêndios, e não para eventos maiores.
Os extintores também devem ser inspecionados de forma peri-
ódica, por profissional habilitado, para verificar se este se encontra em
condições adequadas de operação como localização devida, acesso
ao equipamento, identificação, lacre, peso, integridade física, selo con-
forme norma técnica (NBR 12962 - Extintores de Incêndio - Inspeção e
Manutenção) entre outros requisitos. Conforme o resultado da inspe-
ção, pode haver a necessidade de reparos ou substituições nas peças,
para garantir a funcionalidade do extintor. Podem ser realizadas recar-
gas totais ou parciais do agente extintor contido no aparelho e deve ser
realizado, a cada cinco anos, o teste hidrostático nas peças do extintor
que estiverem sujeitas à pressão.
O quadro a seguir descreve os extintores mais recomendados,
de acordo com as classes de incêndio.

Quadro 5 - Aplicação de Extintores de Acordo com o Incêndio

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


43
Figura 22 - Alguns Componentes do Extintor

Fonte: Extinfran, 2018.

Os extintores devem vir dotados de sistema de segurança,


sendo o lacre, que comprova que o extintor ainda não foi utilizado e o
pino de segurança, que trava o extintor e impede que esse seja usado
acidentalmente.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Para a realização do combate a incêndio com eficiência, o uso


de alguns materiais e equipamentos complementares é necessário para
auxiliar nas operações que serão realizadas. Materiais como manguei-
ras, mangotes, esguichos para a aplicação de água, ferramentas como
chaves e peças para transportes além de acessórios hidráulicos e esca-
das são fundamentais para o controle total do incêndio.
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

As mangueiras são os equipamentos utilizados na condução


da água sob pressão. São tubos enroláveis para melhor manuseio, de
nylon e possuem revestimento interno de borracha. Possuem compri-
mento entre 15m e 30m. Os esguichos são os equipamentos metálicos
que possuem uma extremidade para a entrada, junta storz e comando
para as operações de fechamento, jato de chuveiro e jato compacto.
As chaves de mangueira são hastes de ferro utilizadas na conexão de
mangueiras que possuem juntas storz.
Há equipamentos de proteção, que agem de formas passiva
ou ativa, mediante os incêndios. As medidas de proteção passivas são
incorporadas no sistema construtivo da edificação. Assim, sua funcio-
nalidade está durante o uso habitual do edifício e que reage de forma
passiva ao desenvolvimento do incêndio, sem condições que propor-
cionem o crescimento das chamas. Garantem resistência ao fogo, atu-
am no escape dos usuários mediante situação de incêndio, e ajudam
no ingresso da edificação para ações de combate e resgate, como por
44
exemplo dampers corta foro e portas corta fogo.
Já a proteção ativa, é o tipo de proteção que precisa ser acio-
nada manualmente ou de forma automática em resposta aos eventos
provocados pelo fogo, como por exemplo, os extintores portáteis.
Visando a segurança, a agilidade e a orientação diante de um
incêndio, são utilizados alarmes e iluminação de emergência e sinaliza-
ção para rotas de fuga.
Os alarmes de emergência são ativados em uma central, que
permite que todos os alarmes de abandono de uma determinada área
sejam ativados simultaneamente.

Figura 23 - Alarme de Incêndio

Fonte: Airduto - Engenharia e Execução, 2019.

O sistema de iluminação de emergência é instalado em todas as


áreas de acessos, circulações, escadas e áreas de escape, para permitir
que qualquer evacuação necessária seja realizada com segurança. A ilu-

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


minação deve ser forte o bastante para garantir que local seja esvaziado,
principalmente mediante a fumaça produzida pelo incêndio. Esse tipo de
sistema possui autonomia por 2 horas e sinaliza todas as rotas de fuga,
que podem ser utilizadas no momento de abando do local em chamas.

Figura 24 - Iluminação de Emergência

Fonte: Fireneze, 2019.


45
Figura 25 - Iluminação de Emergência

Fonte: Expolux, 2019.

As sinalizações de rotas de fuga são dotas de placas fotolumines-


centes e localizadas em pontos estratégicos da edificação, de modo a per-
mitir a saída mais rápida e segura do local. As placas devem ser elabora-
das para que qualquer pessoa seja capaz de identificar a saída do prédio.

Figura 26 - Sinalização de Rota de Fuga


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Projeb Extintores, 2019.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

Diante do ambiente ao qual o profissional do corpo de bombei-


ros está submetido, é fundamental que seja utilizado os EPIs - Equipa-
mentos de Proteção Individual, para garantir sua proteção e seu desem-
penho profissional.
É necessário que os EPIs garantam a proteção da cabeça, dos
olhos, proteção auditiva e respiratória, do tronco e de todos os membros
do corpo. Por isso devem ser usados capacetes, balaclavas (uma es-
pécie de capuz que protege o rosto e pescoço do calor), óculos, vesti-
mentas que ofereçam proteção ao calor, luvas e botas específicas para
combate a incêndios, máscara facial, dentre outros.

46
EXPLOSIVOS

De acordo com a NR 19, explosivos são materiais ou substân-


cias que, quando iniciados, sofrem decomposição muito rápida em pro-
dutos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento
súbito de pressão.
Embora tenham ações destruidoras e serem conhecidos pela
destruição que causam à vidas humanas e ao meio ambiente, os explo-
sivos possibilitaram a execução de grandes obras ao redor do mundo
inteiro, que a priori, seriam impossíveis de serem concretizadas sem a
utilização destes elementos.

Definições

Algumas definições são importantes para a caracterização dos


explosivos. São elas
Explosão: ato violento e expansivo que resulta de uma grande
pressão, originados pela ação de um explosivo por meio de detonação,
deflagração ou outro meio que libere pressão.
Detonação: evento em que uma onda de choque com alta
energia sustentada passa pelo corpo de um explosivo, provocando
sua transformação em produtos mais estáveis, com a liberação de alta
quantidade de calor. É característico de autos explosivos.
Deflagração: é a autocombustão de um corpo, independente

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


de seu estado físico, e que contém em sua composição os reagentes,
combustível e comburente, misturados em proporção correta. Ocorre
na superfície, por causa da transferência de calor presente na zona de
chama em contato com a zona gasosa, também presente na superfície.
É característico dos baixos explosivos.

Classificações

Os explosivos são classificados em três formas: pelo ponto de


vista químico, pela sua aplicação na prática e quanto à sua combustão,
descritos à seguir.

Ponto de Vista Químico

De acordo com esse ponto de vista, os explosivos podem ser


47
compostos por substâncias simples (presença de apensas uma subs-
tância explosiva) ou por substâncias mistas (compostas por substâncias
que, quando isoladas, não são explosivas). Essa classificação leva em
conta a teoria dos explosóforos, em que as propriedades explosivas
das substâncias dependem da presença do grupamento estrutural ex-
plosóforo. Esses explosóforos são caracterizados pelo baixo calor na
formação de suas ligações químicas, assim, eles estão expostos a se
decompor com apenas um pequeno impulso.

Aplicação na Prática

Nessa classificação, os explosivos ainda são classificados


como altos (nessa categoria ainda são subdivididos em altos explosivos
primários e secundários) ou baixos explosivos.
Altos explosivos primários ou iniciadores: São explosivos cuja
finalidade é transformar outros explosivos. O impulso inicial exigido
nesse tipo de explosivo é a chama ou um choque, transformando, em
sequência, em uma detonação. Possuem características de sensibili-
dade, visto que podem explodir pela ação do fogo ou pelo impacto de
um golpe e de manuseio perigoso. Além disso, apresentam velocidade
de detonação menor do que os explosivos que se iniciam, são menos
estáveis em relação aos explosivos não iniciadores e em sua maioria
são inorgânicos. Para iniciar uma explosão, são necessárias pequenas
quantidades em relação a explosivos menos sensíveis e, normalmente,
são utilizados em espoletas, detonadores e espoletas de percussão.
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Altos explosivos secundários: Esses explosivos são utilizados


em trabalhos de destruição, pela ação dos gases produzidos em seu pro-
cesso de transformação. Para iniciação completa, precisam da detonação
de outro explosivo detonado por chama ou choque. Possuem característi-
cas de insensibilidade ao choque mecânico e à chama, entretanto, se ex-
plodem com muita violência ao serem ativados por um choque explosivo.
Baixos explosivos ou propelentes: A finalidade destes explosivos
é a produção de um efeito balístico. São exigidos pelo impulso inicial de
uma chama e possuem transformação de deflagração, com velocidade
de transformação regular e sua decomposição é dada pela queima ou
a deflagração. Sua ação é considerada menos destrutiva e libera altos
volumes de gás de combustão, de forma definida e controlável.

48
Quanto à Combustão

Quanto à combustão, os explosivos se classificam em comple-


to e incompleto.
Explosivos de combustão completa: Nesse tipo de combustão,
há queima até o CO2 e H2O, tendo em alguns casos a queima do O2.
Explosivos de combustão incompleta: Nessa classificação, acon-
tece a queima de forma incompleta, gerando o CO como subproduto.

- O ≥ 2C + H/2 → O explosivo é combustão completa


- O < - 2C + H/2 → O explosivo é de combustão incompleta

Para fixar, veja o exemplo a seguir:


A nitroglicerina (fórmula elementar C3H5O9N3) é um explosivo
de combustão completa?
C=3, O=9, H=5
De acordo com a fórmula para saber se a combustão é com-
pleta, a soma “2C + H/2” deve ser menor ou igual à quantidade de O.
Vejamos:
2C + H/2 = 2(3) + 5/2 = 8,5
A quantidade de O é igual a 9.

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Como 9>8,5 podemos afirmar que a nitroglicerina é um explo-
sivo de combustão completa.

Propriedade dos Explosivos

Os explosivos apresentam inúmeras propriedades que os tor-


nam particulares. Por isso, é importante observar suas características,
para escolher o melhor produto a ser utilizado, de acordo com a finali-
dade do trabalho.
Dentre as propriedades que mais se destacam estão se enqua-
dram a brisância, a estabilidade, a sensibilidade, compatibilidade com
outros materiais, a potência explosiva, o processo de combustão, espe-
cialmente a quantidade de calor liberado, a temperatura e a velocidade
de detonação desses explosivos. Leva-se em consideração também o
custo de fabricação e emprego de tais produtos e o grau de toxicidade
das substâncias liberadas no processo. A sensibilidade, por exemplo,
49
é determinada pela altura ao qual deve cair um peso sobre o explosivo
para provocar sua detonação. Quanto maior a sensibilidade, menor a
quantia de energia que será preciso para fazer com que o produto ex-
ploda, ou seja, romper a resistência à detonação. Já a velocidade de
detonação é medida pela velocidade necessária para decompor o ex-
plosivo. É importante para otimizar o desempenho do explosivo e definir
o modo como vai ocorrer a liberação de energia.
Há muitos tipos de explosivos no mercado, como explosivos
plásticos, pólvoras, petardo, anfo, entre outros. Seu uso, por exemplo,
pode ser militares ou industriais, mas seja qual for a finalidade, é impor-
tante estar atento sobre o material que está sendo usado, ser ministrado
por profissionais, e atender as legislações específicas para atividades
com esses materiais.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Au-
xiliar de Saúde Nível: Médio.
Para haver fogo, é necessária a presença de três elementos que
formam o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado
ou tetraedro do fogo. Para extinguirmos o fogo, basta retirar um
desses elementos.
Quando retiramos ou reduzimos o elemento denominado de com-
burente, estamos extinguindo o fogo pelo método denominado de
a) Abafamento
b) Isolamento
c) Resfriamento
d) Sufocamento
e) Quebra da reação em cadeia

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Au-
xiliar de Saúde Nível: Fácil
Os extintores de pó-químico seco são constituídos de um cilindro
que possui, no seu interior, um pó a base de bicarbonato de sódio
ou bicarbonato de potássio, o qual é impulsionado para fora por
meio de gás propelente, geralmente o nitrogênio.
Esse extintor é indicado para combater princípios de incêndios
das classes

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a) A e B
b) B e C
c) C e D
d) A e C
e) B e D

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova:
Moço Nível: Fácil.
O brigadista de incêndio de uma embarcação é informado de que
está ocorrendo um incêndio em um paiol, onde se encontram ar-
mazenados tambores contendo gasolina.
O agente extintor mais adequado a ser utilizado para combater
esse incêndio é a(o)
a) água
b) espuma
51
c) dióxido de carbono
d) pó químico especial
e) pó químico seco

QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRT 24ª Região Prova: Administrati-
va - Segurança Nível: Médio.
Um Técnico Judiciário com especialização em segurança de dig-
nitários adentra no setor de segurança eletrônica e vigilância da
Instituição e se depara com um cenário de princípio de incêndio.
As chamas vieram dos monitores de TV que estavam juntamente
com o DVR. Para a extinção do fogo, o técnico terá que buscar o
extintor de incêndio para a classe de incêndio do tipo
a) C
b) A
c) B
d) D
e) K

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE BA Prova: Segurança Judu-
ciária Nível: Médio
Os extintores de incêndio são concebidos segundo os métodos
de extinção a que eles se destinam: por abafamento, resfriamen-
to, quebra da reação em cadeia ou pelo conjunto de dois ou mais
elementos. Nesse sentido, o extintor de incêndio à base de água
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destina-se à extinção de incêndios pelos métodos de


a) resfriamento e extinção conjuntiva
b) abafamento e extinção conjuntiva.
c) resfriamento e quebra da reação monoestática.
d) abafamento e resfriamento.
e) abafamento e quebra da reação monoestática.

QUESTÃO DISSERTATIVA - DISSERTANTO A UNIDADE


Exemplifique e discorra sobre os principais tipos de pós químicos utili-
zados para combater o incêndio.

TREINO INÉDITO
Marque "V" para verdadeiro ou "F" para falso nas afirmativas a se-
guir. Justifique as alternativas que julgar como falsas.
( ) A Espuma Química é composta por uma mistura de água com peque-
nas porcentagens de concentrado gerador de espuma e entrada de ar
52
forçada. Já a Espuma Mecânica é o resultado da combinação da reação
entre soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio.
( ) Os Pós Químicos são eficientes no combate de incêndios que envol-
vam líquidos inflamáveis.
( ) O gás carbônico, ao contrário do que é dito, não é o material extintor
mais recomendado para incêndios classe C, pois, conduz eletricidade e
não possui pressão própria para descarregar o extintor.
( ) Os agentes água e espuma são adequados para classe A, B e C,
mas não para a classe D, pois, nessa classe o agente extintor deve ser
compatível com metais.

NA MÍDIA
PF PRENDE 73 PESSOAS POR EXTRAÇÃO ILEGAL DE PEDRAS
COM EXPLOSIVOS NA SERRA DA CANASTRA
O foco do grupo preso pela Polícia Federal era a extração de quartzito no
Parque da Serra da Canastra. O material era feito com o uso de explosivos.
Fonte: Folha de São Paulo
Data: 20/02/2019
Leia a notícia na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/cotidia-
no/2019/02/pf-prende-73-pessoas-por-extracao-ilegal-de-pedras-com-
-explosivos-na-serra-da-canastra.shtml

NA PRÁTICA
Ainda no que tange ao uso de explosivos, como podemos observar na
notícia acima, nota-se que as pessoas não possuem o conhecimento
devido quanto ao uso desses materiais. É muito comum que bandidos

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tenham fácil acesso aos explosivos, para realizar crimes desta magnitu-
de, o que evidencia a facilidade de obtenção destes produtos. Conforme
estudado, é sabido que conforme a propriedade do explosivo, esse pode
precisar de apenas um impacto para dar início à sua ação. Além disso,
certos explosivos possuem sensibilidade elevada e alta velocidade para
sua detonação. O uso indevido, em especial por pessoas que não são
habilitadas para lidar com tais materiais, coloca em risco a própria vida
e a de pessoas ao redor, além do crime direito contra o meio ambiente.

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LEGISLAÇÃO E NORMAS RELATIVAS
À PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS, TÉC-
NICAS DE SALVAMENTO E BRIGADAS
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DE INCÊNDIO

A proteção e o combate contra incêndio são compostos por equi-


pamentos e sistemas que precisam ser acionados, manual ou automatica-
mente, para funcionarem em situação de incêndio, detectando com rapidez
os focos de incêndio, para eliminá-los e garantir a vida e a segurança de
todos os envolvidos. Para que tais ações sejam concluídas com eficácia,
as normas técnicas e legislações são elaboradas, para orientar os profis-
sionais técnicos habilitados e permitir conhecimento e entendimento sobre
a proteção, o combate e a segurança contra incêndio, sejam nas edifica-
ções, indústrias, meio ambiente ou qualquer outra área de risco.

5454
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT

A ABNT é o órgão de utilidade pública, responsável pelas nor-


matizações técnicas do país em todos os setores, com o objetivo de
garantir que os produtos originados da produção sejam desenvolvidos
com tecnologia e segurança.
Dessa forma, a seguir se destacam como os principais siste-
mas de proteção contra incêndios, de acordo com a Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT):
NBR 5419:2015 - Sistema de Proteção Contra Descargas At-
mosféricas (Pára Raios.);
NBR 5667:2006 - Sistema de Hidrantes;
NBR 9077:2002 - Saídas de Emergência em Edifícios;
NBR 10897:2014 (Versão Corrigida:2014) - Sistemas de prote-
ção Contra Incêndio por Chuveiros Automáticos - Requisitos;
NBR 10898:2013 - Sistema de Iluminação De Emergência;
NBR 11742:2018 - Porta Corta-Fogo Para Saída de Emergência;
NBR 11861:1998 - Mangueira de Incêndio - Requisitos e Méto-
dos de Ensaio;
NBR 12615:2020 - Sistema de combate a incêndio por espuma
– Espuma de baixa expansão;
NBR 12962:2016 - Extintores de Incêndio - Inspeção e Manu-
tenção;
NBR 12693:2013 - Sistemas de Proteção Por Extintores de In-
cêndio;

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NBR 12779:2009 - Mangueira de Incêndio - Inspeção, Manu-
tenção e Cuidados;
NBR 13434:2004 - Sinalização de Segurança Contra Incêndio
e Pânico;
NBR 13714:2000 - Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos
Para Combate A Incêndio;
NBR 14276:2020 - Brigada de Incêndio;
NBR 15219:2020 - Plano de emergência — Requisitos e pro-
cedimentos
NBR 15808:2017 - Extintores de Incêndio Portáteis;
NBR 17420:2010 - Sistema de Detecção e Alarme Automáticos
de Incêndio - Projeto, Instalação, Comissionamento e Manutenção de
Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio – Requisitos.

55
Até a elaboração final deste material, as normas NBR
9077:2002, NBR 12693:2013, e NBR 15808:2017 estavam em pro-
cesso de revisão. Fiquem atentos quanto às atualizações!

LEGISLAÇÕES E DECRETOS

Em 2017, foi aprovada a Lei 13.425/2017 que estabelece as


regras gerais sobre prevenção e combate a incêndios em estabeleci-
mentos, edificações e áreas de concentração de pessoas. A lei ficou
conhecida como Lei Kiss Federal, uma menção à boate Kiss, que foi
alvo de um incêndio na cidade de Santa Maria, em RS, no ano de 2013,
matando 242 jovens.
Além do exemplo da lei federal acima citada, cada estado pos-
sui sua legislação referente à segurança, à proteção e ao combate ao
incêndio, no que tange a legislações, decretos, portarias cobranças de
taxas de acordo com o tipo de serviço, além das Instruções Técnicas -
ITs e pareceres. O estado de Minas Gerais, por exemplo, possui 41 ITs,
enquanto o estado de São Paulo tem 44 Instruções Técnicas publica-
das. Ambos são publicados pelo Serviço de Segurança Contra incêndio
e pânico no site do Corpo de Bombeiros do estado em questão.
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As normas estaduais e municipais devem ser analisadas


no que se refere à prevenção e combate a incêndios. Elas podem
ser mais restritivas do que as normas nacionais, mas nunca po-
dem ser menos restritivas.

Legislações referentes ao estado de Minas Gerais http://


www.bombeiros.mg.gov.br/legislacao.html

56
NORMAS REGULAMENTADORAS – NRS

Outro documento normativo importante é o que contém as Nor-


mas Regulamentadoras. Ao todo, são 37 NRs que visam a segurança
dos trabalhadores (sendo duas revogadas até a elaboração desse mate-
rial), nos mais diversos setores produtivos do país. As NRs que lidam com
serviços relacionados a incêndios e explosivos são as NRs 19, 20 e 23.
NR 19 - Explosivos
NR 20 - Segurança e Saúde com Inflamáveis e Combustíveis
NR 23 - Proteção Contra Incêndios
A NR 19 chama atenção para a maneira de armazenar os ex-
plosivos, bem como seu manuseio e transportes adequados, para man-
ter a segurança e integridade dos trabalhadores. Além disso, trata não
só de explosivos para fins de detonação, mas também para comércio de
fogos de artifício e outros artefatos acessíveis com facilidade.
A NR 20 lida com os fatores de risco de acidentes provenientes
das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, con-
forme descrito na própria norma.
A NR 23 responsabiliza os empregadores pela adoção de me-
didas de prevenção de incêndios, bem como informações sobre utiliza-
ção dos equipamentos, procedimentos para evacuação dos locais de
trabalho de forma segura e sobre os dispositivos de alarme existente.
Além disso, há outras definições sobre alguns conceitos básicos sobre
o fogo, treinamentos e brigadistas.

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As NRs são disponibilizadas no site da Escola Nacional da Ins-
peção do Trabalho - ENIT pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, no
campo “Saúde e Segurança do Trabalho”. É importante acessar pelo
site oficial do Governo Federal, pois, as NRs estão em constante atuali-
zação e são publicadas sempre em suas versões mais recentes.

AUTO DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS – AVCB

De acordo com a Lei Estadual nº 14.130/2001 e Decreto Estadual


nº 46.595/2014, no estado de Minas Gerais, as edificações destinadas ao
uso coletivo devem ser regularizadas junto ao Corpo de Bombeiros Militar
de Minas Gerais - CBMMG. Esse processo de regularização tem o objetivo
de garantir a segurança mínima contra incêndio e pânico nas edificações.
Para atestar a segurança da edificação, foi criado pelo CBM-
-MG (Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais) o Auto de Vistoria
do Corpo de Bombeiros - AVCB. Esse documento é emitido após a ve-
57
rificação das medidas de segurança instaladas em acordo com o Pro-
cesso de Segurança Contra Incêndio e Pânico - PSCIP. O AVCB possui
validade de 05 anos, excetuado pelas edificações que fazem recepção
de público, cuja validade é de 03 anos.
É importante lembrar que cada estado do país possui sua for-
ma de regularização e certificação de que as edificações se encontram
em segurança para ocupação.

Figura 27- Exemplo de modelo de AVCB estado de SP


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Fonte: Soluções Industriais, 2019.


58
Figura 28 - Exemplo de modelo de AVCB estado de MG

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Fonte: Vellamo, 2019.

TÉCNICAS DE SALVAMENTO E BRIGADAS DE INCÊNDIO

Além de controlar o incêndio de determinado local, um dos


principais trabalhos dos profissionais que lidam com fogo é salvar as
vítimas que se encontram em situações perigosas, sendo muitas vezes,
a ação prioritária em casos mais complicados.
Alguns procedimentos de emergência podem ser aplicados
nas vítimas de incêndio, para manter os sinais vitais e evitar complica-
59
ções mais graves. Esses procedimentos são os denominados primeiros
socorros, que consistem em fazer um atendimento imediato à vítima de
incêndio, nesse caso, ou que seja vítima de outros tipos de acidentes,
bem como em qualquer indivíduo que esteja com um mal súbito.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, qualquer pessoa,
ainda que leiga na área da saúde, estará sujeita a complicações penais,
caso deixe de prestar ajuda a algum necessitado ou acidentado, seja
com procedimentos de primeiros socorros ou ao chamar algum outro
tipo e ajuda para a vítima.

PRIMEIROS SOCORROS

A finalidade dos primeiros socorros prestados às vítimas de in-


cêndio é preservar a vida, reduzir a situação grave das lesões e, depois
de feitos os primeiros socorros, encaminhar os indivíduos ao socorro
completo adequado.
Ao deparar-se com a situação, é necessário agir com calma e
cautela, transmitir confiança e tranquilidade às vítimas em desespero,
agir rapidamente dentro dos limites conhecidos sobre primeiros socor-
ros. É preciso saber identificar como a vítima se encontra, para saber
aplicar os procedimentos adequados, analisar o local, para verificar se
o ambiente está seguro para a realização do atendimento, utilizar os
equipamentos adequados de segurança e fazer a sinalização da área.
Há inúmeros procedimentos de primeiros socorros, que são exe-
cutados conforme a situação e os sintomas apresentados pela vítima.
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Vias Aéreas

Quando os primeiros socorros devem ser feitos pelas vias aé-


reas, é necessário fazer contato com a vítima, em seguida imobilizar
a coluna cervical e posicionar as costas da vítima em uma superfície
dura. Na sequência, efetuam-se manobras de elevação do queixo ou da
mandíbula e deve-se visualizar a cavidade oral para retirada de corpos
estranhos, se for o caso.

Respiração e Ventilação

É necessário expor o tórax do paciente para ver, ouvir e sentir


algum movimento respiratório e, após a análise, realiza-se a respiração
boca a boca. Para verificar a respiração, o socorrista deve sentir o ar
60
que é expirado pela vítima e observar os movimentos respiratórios do
tórax. Em caso de parada respiratória, recomenda-se posicionar a ca-
beça da vítima e iniciar a respiração boca a boca.

Vias Circulatórias: Hemorragias

Nessa situação, é indicado verificar a existência de pulso, e


caso haja ausência de pulso, deve dar início ao procedimento de mas-
sagem cardíaca. Caso haja pulso, é feito o controle dos sangramentos
e o aquecimento do paciente. É importante lembrar que a cabeça da
vítima deve se manter alinhada em todo o tempo.

Reanimação Cardiopulmonar - RCP

A recomendação sobre a reanimação cardiopulmonar – RCP


é que as compressões torácicas sejam executadas continuadamente,
para manter o fluxo contínuo de sangue para o coração, cérebro e ou-
tros órgãos vitais.

Estado de Choque

Uma situação de choque é identificada quando há falha no re-


cebimento de sangue pelo sistema circulatório. Os principais sintomas
de uma vítima que se encontra nesse estado é a frequência do pulso,

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que se dá de forma rápida, respirações curtas, rápidas e irregulares,
apresenta a pele fria, úmida, pálida e extremidades arroxeadas e nível
de consciência agitado ou lento.
Causas como hemorragias e/ou fraturas graves, dores inten-
sas, queimaduras graves, exposições prolongadas a frio ou calor ex-
tremos, acidente por choque elétrico, ferimentos extensos ou graves e
infecções graves são comuns nesse tipo de ocorrência. Para socorrer a
vítima nesses casos é indicado deitar a vítima de costas, sempre com
a cabeça alinhada e cervical imobilizada, elevando os membros infe-
riores, caso não haja fraturas. Se houver a presença de hemorragia,
deve-se comprimir o local. Após, cubra a vítima e providencie transporte
para remoção imediata para atendimento hospitalar adequado.

61
Hemorragia

A hemorragia se dá pela perda constante de sangue, ocasio-


nada pelo rompimento dos vasos sanguíneos, podendo ser externa ou
interna. A hemorragia externa é visível, portanto, é mais fácil de identi-
ficar. Caso seja prestado algum atendimento, a vítima pode chegar ao
estado de choque. Para atendimentos em casos de hemorragia externa
é necessário fazer a proteção com o uso de luvas. Identifica-se o local
da hemorragia, e se atentar para não realizar atendimento no local er-
rado. Colocar um pano limpo no local do ferimento e uma atadura em
volta, pronta ou improvisada com objetos que não causem dificuldade
circulatória, como fios, barbantes, entre outros. Em sequência deve fei-
to o curativo compressivo, sem prejudicar a circulação do membro em
questão. Se a hemorragia for em um braço ou uma perna, deve-se ele-
var o membro, excetuado em casos onde há fraturas.
Faça pressão na área com os dedos para auxiliar a estancar
a hemorragia. Caso o sangue continue saindo, mesmo após a realiza-
ção dos procedimentos anteriores, não retire os panos já posicionados.
Coloque outro pano limpo por cima para não causar interferências no
processo de coagulação.
O uso de torniquete pode levar à amputação cirúrgica de mem-
bro, caso não seja afrouxado corretamente e no tempo certo, portando,
evite o uso desses objetos, ou tenha certeza de usá-los corretamente.

Queimaduras
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Diversas são as causas das queimaduras, mas as mais co-


muns em relação ao combate a incêndio são as chamas (térmicas), va-
pores quentes, líquidos ferventes, sólidos superaquecidos, substâncias
químicas, radiações, frio ou calor excessivo e eletricidade.
Queimaduras Térmicas: São causadas pelo calor, por meio de
líquidos, sólidos, gases quentes e do calor de chamas. Para os cuidados
com esse tipo de queimadura deve-se utilizar água corrente no local atingi-
do e nunca estourar as bolhas que poderão ser formadas na área afetada.
Queimaduras Elétricas: São causadas pelo contato com a ele-
tricidade de alta e baixa tensão à medida que a corrente elétrica atra-
vessa o corpo. A prioridade de atendimento nesse tipo de emergência
está em saber se a vítima ainda permanece em contato com a fonte
elétrica que originou a queimadura. O individuo pode precisar de reani-
mação cardiopulmonar, devido ao risco de paradas cardíacas, por isso,
ele deve ser encaminhados ao hospital o mais rápido possível.
62
Queimaduras Químicas: As queimaduras químicas são provo-
cadas pelo contato de substâncias corrosivas, líquidas ou sólidas com
a pele. A reação do produto químico com a pele continua até que seja
totalmente removido. Deve-se retirar a roupa com substância e fazer a
lavagem no local imediatamente. Nesse caso, é extremamente impor-
tante a identificação do produto que causou a queimadura.
Queimadura por Radiação: É causada pela exposição à luz solar
ou a fontes nucleares. É indicada a aplicação de água corrente ou toalhas
molhadas no local e ingerir muito líquido devido ao risco de desidratação.
A gravidade das queimaduras depende da causa, da profundi-
dade, do percentual e do local afetado e do comprometimento das vias
aéreas. Elas podem ser classificadas, de acordo com a profundidade,
em 1º, 2º ou 3º graus. Queimaduras de 1º apresentam vermelhidão, dor,
edemas; de 2º, bolhas e dores intensas e queimaduras; e de 3º apre-
sentam pele esbranquiçada, necrose e indolor.
Nesses casos, a área afetada não deve ser tocada, não tentar
retirar os pedaços de roupa grudados na pele. Caso seja necessário,
fazer um recorte em volta da roupa que está sobre a região afetada.
Nunca usar manteigas, pomadas, creme dental ou qualquer outro pro-
duto doméstico sobre a queimadura. Não utilizar algodão para cobrir a
queimadura e não fazer o uso de ou água gelada para resfriar a região.

PLANO DE EMERGÊNCIA

A elaboração de um plano de emergência necessita de uma

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metodologia que necessita de um conjunto de execuções e coordena-
ções compenetradas, adaptadas de acordo com a situação em anda-
mento, visando a proteção da vida, do patrimônio e ao meio ambiente.
O plano é desenvolvido levando em consideração os riscos, os
recursos a serem utilizados e a situação de emergência, no caso os in-
cêndios. O objetivo desse plano é unir as operações que serão executas
ao combate contra o incêndio, bem como se atentar às informações e
fornecê-las ao corpo de bombeiros, para tornar o atendimento eficiente.
Para elaborar o plano de emergência, que deve ser elaborado por
uma equipe capacitada ou profissional habilitado, é necessário levar em
consideração os seguintes aspectos: a localização, a estrutura da constru-
ção, o tipo de ocupação, a população, as características de funcionamento
do local, se há portadores de deficiência, se há profissionais com recursos
e qualificações para prestar serviços imediatos (brigadistas, bombeiros ci-
vil, entre outros) e os materiais existentes para serem usados no ato, como
extintores de incêndio, hidrantes, iluminação de emergência, entre outros.
63
Para qualificar o local, algumas técnicas mais comuns de aná-
lise de risco podem ser utilizadas, como as técnicas What If, Checklist,
Hazop e Árvore de falhas, lembrando que existem outras técnicas que
também podem ser aplicadas.
No que tange à implantação do plano de emergência elabora-
do, devem ser feitos trabalhos completos de divulgação e treinamento
aos usuários do local, para garantir que todos estejam informados e
conheçam os procedimentos de emergência a serem executados. Além
disso, sempre que houver a presença de um visitante, esse também
deve ser informado do plano de emergência e deve haver uma cópia
do plano, que deve estar sempre disponível, em locais de fácil acesso.
Ainda sobre a implantação, deve-se também realizar exercícios de si-
mulação de evacuação e abandono da área, com a participação de toda
a população, sendo simulados parciais a cada 6 meses e simulados
completos a cada 12 meses.
Ao identificar uma situação de emergência contra incêndio é ide-
al que siga uma sequência de passos, para que o controle da situação
seja feito de forma mais eficaz e segura possível. De início, identificada
a situação de emergência, emite-se um alerta aos ocupantes do local e
aos responsáveis por prestar apoio à situação, como brigadistas ou bom-
beiros civis. Dado o alerta, é feita uma análise para a identificação dos
procedimentos a serem tomados, colocando em preferência as situações
que exigem emergência com uso dos recursos disponíveis no local.
O corpo de bombeiros, bem como outros órgãos competentes,
deve ser acionado de forma imediata. É importante passar informações
como nome e telefone utilizado para contato, endereço do local e carac-
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

terísticas da situação de emergência aos profissionais que atenderem ao


chamado. No local, os primeiros socorros devem ser prestados às vítimas,
priorizando seus sinais vitais, até que chegue socorro especializado.
Deve-se eliminar o maior número possível de riscos, como pos-
síveis fontes de energia, válvulas de gás inflamável e solicitar o aban-
dono parcial ou total da área para o ponto de encontro definido. Faz-se
um isolamento da área para a realização dos trabalhos de emergência
e para evitar que outras pessoas não autorizadas acessem o local de
incêndio. É feito o confinamento do incêndio para evitar e minimizar sua
evolução e consequências, e realizado o combate até que as chamas
estejam contidas, para restabelecer a situação normal da área.
Devem ser realizadas manutenções no plano de emergência
sempre que for necessário, pelos profissionais competentes, bem como
uma revisão do plano, quando houver alguma alteração significativa nas
características do local, quando for constatada necessidade de melhoria
no plano, e quando a última revisão realizada tiver completado 12 meses
64
TÉCNICAS DE TRANSPORTES DE EMERGÊNCIA PARA SALVA-
MENTO

A ação de impulso ao se deparar com uma situação de incêndio,


onde é possível a visualização de pessoas, é fazer a remoção dessas
do local em chamas. Entretanto, o ideal é que não se retire o indivíduo,
visto que os socorristas devem ser os responsáveis pelo cuidado e pela
manutenção do estado estável do paciente, até que a equipe de resgate
chegue ao local. Todavia, haverá situações em que será necessário o
transporte das vítimas, conhecido como transportes de emergência.
Os transportes de emergência podem ser feitos dos seguintes
modos:
Transporte apoiado: Nesse tipo de transporte, a vítima deve
estar consciente, e caso possa andar, ela é apoiada pela pessoa socor-
rista. O braço da vítima é passado pelos ombros do socorrista, por trás
do pescoço e segurado por uma das mãos do socorrista. Com o outro
braço, a vítima é envolvida pela cintura.
Transporte cadeirinha: Nesse caso a vítima também deve estar
consciente. Os socorristas se posicionam um de frente para o outro em
pé. Com a mão esquerda, cada um segura seu próprio punho direito, e
com a mão direita, seguram o punho esquerdo do socorrista a sua frente.

Figura 29 - Transporte cadeirinha

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Rosa, 2019.

Transporte por cadeira: Para esse tipo de transporte, a vítima


não precisa estar consciente. A vítima deve ser colocada em uma cadei-
ra que não seja de abrir e fechar e que seja resistente.

65
Figura 30 - Transporte por cadeira

Fonte: Rosa, 2019.

Transporte por arrastamento: O transporte por arrastamento


deve ser feito somente por um brigadista, caso a vítima esteja incons-
ciente, podendo ser executado em um local plano ou inclinado.

Figura 31 - Transporte por arrastamento


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Rosa, 2019.

Levantamento pelos membros/extremidades: A vítima é trans-


portada por dois socorristas, sendo segurada pelos braços, nas axilas e
pelas pernas, em posição aberta. Após posicionamento, ambos erguem
a vítima ao mesmo tempo.
66
Figura 32 - Levantamento por extremidade

Fonte: Rosa, 2019.

Transporte nos braços: esse transporte é executado por um


bombeiro, e se torna ágil e eficaz, especialmente quando as vítimas
possuem estrutura física pequena.

Figura 33 - Transporte nos braços

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Rosa, 2019.

Arrasto pelo pescoço: o socorrista deve amarrar as mãos da ví-


tima uma á outra e depois passá-las por trás de seu pescoço. Dessa for-
ma, será possível arrastar o indivíduo acidentado pelo percurso. Esse
transporte não deve ser empregado caso a vítima esteja com fratura na
67
coluna ou no pescoço.

Figura 34 - Arrasto pelo pescoço

Fonte: Rosa, 2019.

Arrasto tipo bombeiro: Utilizado em situações onde a vítima se


encontra inconsciente. Consiste em segurar a vítima, levantá-la, apoiá-
-la em pé, ajoelhar-se e erguer a vítima, passando-a para as costas. Há
melhores detalhes nas imagens abaixo.

Figura 35 - Arrasto tipo bombeiro


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Rosa, 2019.

Transporte pendurado: Pode ser usado em vítimas conscientes


ou não. O socorrista fica de costas para a vítima, passa os ombros dela
em volta do pescoço e a inclina para frente para levantá-la.

68
Figura 36 - Transporte pendurado

Fonte: Rosa, 2019.

Noções Básicas de Primeiros Socorros


https://www.youtube.com/watch?v=64gG42Lpp8c
Links de acesso aos vídeos sobre transporte de emergência:
Transporte cadeirinha
https://www.youtube.com/watch?v=RIp167L8ozY
Transporte cadeira
https://www.youtube.com/watch?v=vMkDtw_5yaY
Transporte por arrastamento
https://www.youtube.com/watch?v=Y7vxaF78Iwg

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


Levantamento pelos membros/extremidades
https://www.youtube.com/watch?v=gGYblsnmHyg
Transporte nos braços
https://www.youtube.com/watch?v=QJScmEZMcE8
Arrasto pelo pescoço
https://www.youtube.com/watch?v=P3fMB3LVqdA
Arrasto tipo bombeiro
https://www.youtube.com/watch?v=vGSl8cupnTk
Transporte pendurado
https://www.youtube.com/watch?v=kDY6fNk28ts

BRIGADAS DE INCÊNDIO

Segundo a NBR 14276, brigada de incêndio é um grupo orga-


nizado de pessoas, de preferência voluntárias ou indicadas, treinadas
e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de
69
incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área
preestabelecida na planta. O brigadista é qualquer pessoa que pertença
a brigada de incêndio.
A função da brigada de incêndio é orientar as pessoas em uma
evacuação com segurança, prestar primeiros socorros, combater os fo-
cos de incêndio protegendo a vida, as propriedades e o meio ambiente
e prestar informações necessárias ao corpo de bombeiros sobre a situ-
ação decorrente.
Para ser um candidato brigadista, deve-se atender aos crité-
rios, ou sua maioria, a seguir:
- Permanecer na edificação durante deu turno de trabalho;
- Possuir boa condição física e boa saúde;
- Possuir bom conhecimento das instalações;
- Ter mais de 18 anos;
- Ser alfabetizado.
Após o processo de seleção, os candidatos selecionados de-
vem realizar o curso de formação, com carga horária mínima definida
pela norma. Seja qual for a carga horária, a validade do treinamento
completo de todo brigadista é de no máximo 12 meses. Os certificados
de brigadista são emitidos àqueles que concluírem o curso com apro-
veitamento mínimo de 70% na avaliação teórica e prática, e são expedi-
dos por instrutor em incêndio e instrutor em primeiros socorros, também
com validade de um ano.
Dentre as ações preventivas atribuídas à brigada de incêndio,
as que se destacam são o conhecimento do plano de emergência con-
tra incêndio da planta em questão, a avaliação dos riscos existentes, a
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

inspeção dos equipamentos de combate a incêndio e das rotas de fuga.


Além disso, para ações de emergência, deve-se aplicar os procedimen-
tos estabelecidos no plano de emergência contra incêndio até que seus
recursos estejam esgotados.
Todos os membros brigadistas devem receber EPIs, de acordo
com sua função, sendo EPIs para proteção da cabeça, dos olhos, do
tronco, dos membros superiores e inferiores e do corpo todo.
É válido ressaltar ainda que, todo brigadista deve utilizar o tem-
po todo algum objeto de identificação, que o permita ser identificado
como membro da brigada de incêndio.

70
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: METRO SP Prova: Engenheiro de
Segurança do Trabalho Nível: Médio.
Deseja-se realizar o dimensionamento do número mínimo de bri-
gadistas, conforme Decreto Estadual vigente e Instruções técnicas
do Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo, em uma Indústria
na área de infraestrutura de energia e transporte, em único pavi-
mento (térreo), grau de risco alto e com uma população fixa de
5000 funcionários, para um único setor.
Dados: População fixa por pavimento ou compartimento até 10
funcionários igual a seis brigadistas.
O número mínimo total de brigadistas desta indústria deverá ser de
a) 250 pessoas.
b) 256 pessoas.
c) 334 pessoas.
d) 500 pessoas.
e) 505 pessoas.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª Região Prova: Segurança e
Transporte Nível: Difícil.
Atenção: Considere o texto que segue para responder à questão.
“O barracão de uma fábrica de isopor no bairro Planta Perneta, em
Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi destruído por conta

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


de um incêndio na tarde de quarta-feira (12/09/2012). O fogo come-
çou por volta das 13 horas, em um depósito onde ficavam máqui-
nas desativadas e tambores de cola, segundo o proprietário. O teto
do local era de madeira, o que também facilitou a propagação das
chamas. Parte da estrutura, máquinas e todo o estoque foram des-
truídos. Apenas um escritório de contabilidade ficou intacto. O pro-
prietário contou que não tinha seguro do estabelecimento. Ninguém
ficou ferido. O fogo foi controlado às 15 horas, aproximadamente.
O Corpo de Bombeiros utilizou um hidrante de uma escola ao lado
para auxiliar na extinção do fogo. Até a tarde desta quarta-feira, ain-
da não era possível determinar a causa do incêndio.”
(Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteu-
do. phtml?id=1296604 Data: 12/09/2012, 18h34min, Patrícia Pereira,
com informações de Marcelo Andrade.)
O AVCB, conforme os Decretos Estaduais que instituem o Regu-
lamento de Segurança contra incêndio são exigidos para todas as
71
edificações comerciais e industriais. Este documento refere-se
a) ao Parecer Técnico, que é emitido pelo profissional técnico para cons-
tatar as condições mínimas satisfatórias de segurança contra incêndios,
devendo ser revalidado anualmente.
b) à Autorização para Adequação, que é uma licença de funcionamento
que estabelece um período para adequação e execução das medidas
exigidas, devendo ser revalidado a cada ano.
c) ao Laudo de Inspeção, que é emitido pelo Corpo de Bombeiros e rela-
ta que a edificação possui as condições de segurança contra incêndios
previstas pela legislação vigente, devendo ser revalidado a cada 2 anos.
d) ao Auto de Vistoria, documento emitido pelo Corpo de Bombeiros,
que certifica que as condições de segurança contra incêndio estão de
acordo com a legislação vigente, devendo constar no processo e ser
revalidado a cada 3 anos.
e) ao Auto de Licença de funcionamento, documento emitido após a
intervenção técnica de profissional habilitado e, que autoriza o funcio-
namento das atividades comerciais e industriais e que estão de acordo
com a legislação vigente, devendo ser revalidado a cada 3 anos.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: METRO SP Prova: Engenheiro de
Segurança do Trabalho Nível: Médio.
Para o dimensionamento do número de brigadistas de uma Enti-
dade Beneficente que apoia a inclusão de crianças e jovens por-
tadores de deficiência física, de acordo com a Instrução Técnica
− IT 17 do Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo, com uma
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

população fixa de 10 funcionários em um único pavimento térreo,


o percentual de brigadistas desta população é de
a) 50%
b) 70%
c) 80%
d) 90%
e) 100%

QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: CNMP Prova: Técnico Administrati-
vo Nível: Médio
O Decreto Distrital nº 23.154/2002 dispõe sobre as infrações às nor-
mas técnicas vigentes de instalação de sistema de proteção contra
incêndio e pânico. Para efeito de entendimento e aplicação deste
Decreto Distrital, são adotadas as seguintes normas técnicas:
I. Normas da ABNT pertinentes e aplicáveis a cada sistema.
72
II. Normas da ISO ( International Organization for Standardization)
pertinentes e aplicáveis a cada sistema.
III. Normas da NFPA ( National Fire Protection Association) perti-
nentes e aplicáveis a cada sistema.
IV. Regulamento de Segurança contra Incêndio e Pânico do Distrito
Federal.
V. Normas técnicas editadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito
Federal.
Está correto o que consta em
a) I e IV, apenas.
b) I, II, III, IV e V.
c) IV e V, apenas.
d) I, IV e V, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: CNMP Prova: Técnico Administrati-
vo Nível: Médio
Adelson, responsável pela prevenção contra incêndios, em uma
edificação do CNMP com 13 m de altura e área de 1.300 m 2, infor-
mou ao seu superior que, para atender às disposições da Norma
Técnica nº 001/2002 do CBMDF, dentre outros, são exigidos siste-
mas de proteção para esta edificação coletiva:
I. hidrantes de parede.
II. SPDA.

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


III. chuveiros automáticos.
A afirmação de Adelson está correta quanto a
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

QUESTÃO 6
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª Região Prova: Segurança do
Trabalho Nível: Médio.
As Brigadas de Incêndio nas empresas e em repartições são grupos
organizados por pessoas voluntárias ou não, treinadas e capacitadas
para atuar na prevenção de incêndios. De acordo com a NBR 14726
(atual), o dimensionamento total de brigadistas de uma agência ban-
cária, de grupo D − serviço profissional, divisão D1 − condução de ne-
73
gócios, grau de risco médio, com uma composição mínima de Briga-
da de Incêndio por pavimento ou compartimento até 10 funcionários,
é de 4 brigadistas. O número total de brigadistas, para uma população
fixa de 36 funcionários, para um único pavimento, é de
a) 6
b) 7
c) 8
d) 18
e) 29

QUESTÃO 7
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT 9ª Região Prova: Segurança
Nível: Médio.
Definem-se Primeiros Socorros como avaliações e intervenções
que podem ser realizadas por um leigo com ou sem equipamentos
médicos.
Para um atendimento de primeiros socorros, considere que
I. Diante de uma vítima com episódio de desmaio o socorrista deve
ajudá-la a deitar-se no chão.
II. Durante uma crise convulsiva o socorrista deve colocar um ob-
jeto entre os dentes da vítima e restringir-lhe os movimentos dos
membros.
III. Para controle de hemorragia, o socorrista deve aplicar gaze ou
compressa diretamente sobre a lesão e aplicar pressão manual.
Está correto o que se afirma em
a) I e III, apenas.
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II, apenas

QUESTÃO 8
Ano: 2018 Banca: OBJETIVA CONCURSOS Órgão: LIQUIGÁS Pro-
va: Atendente I Nível: Fácil.
Sobre prevenção de acidentes e primeiros socorros, analisar os
itens abaixo:
I - Manter a sala organizada e colocar proteção em tomadas de
energia elétrica são algumas medidas que contribuem para a pre-
venção de acidentes na sala.
II - Para evitar contaminações e acelerar o processo de cicatriza-
ção, os cortes leves devem ser lavados com álcool ou vinagre, an-
tes de aplicação do curativo.
74
a) Os itens I e II estão corretos.
b) Somente o item I está correto.
c) Somente o item II está correto.
d) Os itens I e II estão incorretos.

QUESTÃO 9
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: ELETROSUL Prova: Técnico de Se-
gurança do Trabalho Nível: Médio
Um técnico de segurança foi designado para formar a brigada de
incêndio de uma empresa que atua na área de geração, transmis-
são e comercialização de energia elétrica. A empresa possui 90
funcionários em uma das unidades descentralizadas e o nível do
treinamento é intermediário. De acordo com a NBR-14276 − Briga-
da de Incêndio, são pontos importantes a serem considerados:
I. Se o funcionário já foi um brigadista da empresa por mais de um
ano, para reciclagem, ele pode ser dispensado de participar da par-
te teórica do treinamento e/ou primeiros-socorros, desde que seja
aprovado em pré-avaliação em que obtenha 70% de aproveitamento.
II. No caso de uma situação real, simulado de emergência ou even-
tos, os brigadistas devem usar somente um botton ou broche visí-
vel para facilitar sua identificação e auxiliar na sua atuação.
III. A carga horária mínima (em horas), para o nível de treinamento
intermediário, da parte teórica de combate e incêndio e primeiros
socorros é de 4 horas e para a parte prática é de 4 horas.
IV. Para o dimensionamento de instrutores e auxiliares (treinamen-
to intermediário), na parte teórica de incêndio será 1 instrutor para

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


um grupo de 30 alunos e para a parte prática de incêndio será 1
instrutor e 2 auxiliares do instrutor para o grupo de 30 alunos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I e IV.
d) I, II, e IV.
e) III e IV.

QUESTÃO 10
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: Técnico de Segu-
rança do Trabalho Nível: Médio
Determinada empresa conta com uma Brigada de Incêndio classifi-
cada como “Grupo D − Serviço profissional”, tipo de Atividade “D-3
Serviço de reparação”, caracterizado como grau de risco baixo; po-
pulação fixa por pavimento ou compartimento até 10 funcionários
75
igual a 2 brigadistas, de acordo com a NBR-14.276 − Brigada de In-
cêndio e/ou Instrução técnica do corpo de bombeiro IT 17 − Briga-
da de Incêndio. Para uma população fixa de 110 colaboradores, em
2018, em um galpão de 1500 metros quadrados de único pavimento,
o número mínimo total de brigadistas dessa empresa será de
a) 22 brigadistas.
b) 10 brigadistas.
c) 12 brigadistas.
d) 07 brigadistas.
e) 27 brigadistas.

QUESTÃO DISSERTATIVA - DISSERTANTO A UNIDADE


1- A NR 19, que aborda sobre explosivos, cita os procedimentos que
devem ser tomados quanto à fabricação de explosivos, visando a segu-
rança do trabalhador envolvido no processo. Decorra-os.
2- De acordo com a norma 14276, como procede o brigadista que dese-
ja fazer a reciclagem de seu curso?

TREINO INÉDITO
1 - A saída de emergência, de acordo com a NBR 9077:2002 com
versão em vigor, compreende os seguintes componentes para saí-
da de emergência, exceto:
a) acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às escadas,
quando houver, e respectivas portas ou ao espaço livre exterior, nas
edificações térreas;
b) escadas ou rampas;
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

c) túneis como rota alternativa;


c) descarga.

2 - Marque V ou F conforme informações que constam na NBR


14276:2006.
( ) O candidato a brigadista deve permanecer na edificação, possuir ex-
periência anterior como brigadista, possuir robustez física e boa saúde,
possuir bom conhecimento das instalações, ter responsabilidade legal
e ser alfabetizado.
( ) A brigada de incêndio deve ser organizada funcionalmente por briga-
distas, por um líder, por um chefe da brigada e um coordenador geral.
( ) As empresas que possuem em sua planta somente uma edificação
com apenas um pavimento/compartimento não precisam ter um líder
para coordenar a brigada.
( ) Não há necessidade de formação de brigada de incêndio para ocu-
pação residencial descrita como hotéis ou prédios residenciais.
76
NA MÍDIA
'LEI KISS' É SANCIONADA COM VETOS POR MICHEL TEMER
A sanção da lei ocorreu em 2017, mas o crime aconteceu em janeiro de
2013, deixando 242 mortos e familiares com sensação de impunidade.
Fonte: G1 - O Portal de Notícias da Globo
Data: 31/03/2017
Leia a notícia na íntegra: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noti-
cia/2017/03/lei-kiss-e-sancionada-com-vetos-por-michel-temer.html
BOMBEIROS SIMULAM INCÊNDIO E SALVAMENTO DE VÍTIMAS
EM VITÓRIA
Após incêndio em um prédio de 24 andares que pegou fogo e desabou
no Centro, em São Paulo, bombeiros do estado do Espírito Santo fazem
simulação de incêndio e salvamento de vítimas.
Fonte: G1 - O Portal de Notícias da Globo
Data: 05/07/2018
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/
bombeiros-simulam-incendio-e-salvamento-de-vitimas-em-vitoria.ghtml

NA PRÁTICA
1 - A criação da Lei Kiss foi um importante passo a ser dado em relação
a espaços como edificações ou estabelecimentos para reunião de pú-
blico. Torna o projeto para estes locais mais rigoroso e, em tese, é mais
um ponto para garantir a segurança dos que frequentam locais com
essas características. Apesar de positiva essa legislação, alguns pontos
importantes foram vetados em sua aprovação, como a proibição do uso
de comandas em casas noturnas, a responsabilidade das prefeituras

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS


pela fiscalização dos projetos e a previsão de punição a bombeiros,
prefeitos e donos de estabelecimentos. Além disso, foi vetada a vistoria
anual em casas noturnas pela prefeitura e pelo corpo de bombeiros.
Os tópicos vetados são extremamente importantes para garantir a aplica-
ção dos projetos necessários e uma conduta imparcial e responsável por
parte dos donos desses locais, dos profissionais habilitados e da admi-
nistração pública. Lacunas como essas dão espaço para que a sensação
de impunidade em crimes como o que ocorreu esteja sempre presente.
2 - Quando se trata de salvamento de vítimas de incêndio, todo tempo é
precioso. Por mais que sejam feitos treinamentos e simulações cotidianas,
a situação real é sempre mais dramática e exige preparação não só físi-
ca, mas também psicológica, por parte dos profissionais envolvidos. Um
caso de incêndio recente que aconteceu em São Paulo, em maio de 2018,
terminou com uma vítima que poderia ter sido salva, se contasse com 40
segundos a mais para terminar de colocar o equipamento de resgate.
Dito isso, é importante ressaltar que as condições estruturais do local em
77
incêndio sejam observadas com atenção ao realizar o salvamento da víti-
ma. Os bombeiros são as peças-chave para garantir a eficácia das opera-
ções e a conclusão de eventos deste tipo de forma mais positiva possível.
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

78
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os quatro componentes do fogo são o combustível, o comburente a


reação em cadeia e o calor.
Para que o fogo tenha início, é preciso que existam os reagentes, que
são o comburente e o combustível. Esse processo, conhecido como
combustão, é a reação química que libera luz e calor, e para que a
reação se inicie, é necessário que haja a energia de ativação fornecida
por fontes de ignição. A presença do combustível, do comburente, da
reação química, que ocorre pela presença da fonte de ignição, e do ca-
lor da reação, fonte envolvida no processo onde se ganha ou se perde
energia, forma o conhecido tetraedro do fogo.

TREINO INÉDITO
Gabarito: 5, 3, 1, 4, 2

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

79
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Bicarbonato de sódio [NaHCO3]; Bicarbonato de sódio é comumente re-


ferido como pó químico comum. É aplicado para as classes de incêndio
B e C. Ele não é compatível com espumas de proteína, porque contém
aditivos que são agentes antiespumantes e que causam a quebra das
espumas de proteína.
Bicarbonato de potássio [KHCO3]; Este pó tem maior capacidade de
extinção em incêndios classe B do que o bicarbonato de sódio. Pode ser
usado na classe C. Dependendo do processo de fabricação pode ser
usado com espuma proteica.
Fosfato de monoamônio [NH4H2PO4]. É um pó químico de múltiplo uso
“ABC”, é o único pó químico que é eficiente em incêndios de combustí-
veis da classe A. Ele é mais eficaz em incêndios classe B que o bicar-
bonato de sódio, mas é menos eficiente que o bicarbonato de potássio.

TREINO INÉDITO
Gabarito: F, V, F, F.
(F) A Espuma Química é composta por uma mistura de água com pe-
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

quenas porcentagens de concentrado gerador de espuma e entrada de


ar forçada. Já a Espuma Mecânica é o resultado da combinação da
reação entre soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato
de sódio. Justificativa: O conceito está trocado. A Espuma Química é o
resultado da combinação da reação entre soluções aquosas de sulfato
de alumínio e bicarbonato de sódio. Já a Espuma Mecânica é composta
uma mistura de água com pequenas porcentagens de concentrado ge-
rador de espuma e entrada de ar forçada.
(V) Os Pós Químicos são eficientes no combate de incêndios que envol-
vam líquidos inflamáveis.
(F) O gás carbônico, ao contrário do que é dito, não é o material extintor
mais recomendado para incêndios classe C, pois, conduz eletricidade,
e não possui pressão própria para descarregar o extintor. Justificativa:
Esse tipo de material extintor é o mais recomendado para incêndios
classe C, pois, além de não conduzir eletricidade, o gás carbônico pos-
sui pressão própria para descarregar o extintor.
80
(F) Os agentes água e espuma são adequados para classe A, B e C,
mas não para a classe D, pois, nessa classe o agente extintor deve ser
compatível com metais. Justificativa: A água é adequada apenas para
a classe A e a espuma é adequada nas classes A e B. O restante da
afirmativa está correto.

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

81
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

1 - A fabricação de explosivos somente é permitida às empresas portado-


ras de Título de Registro - TR emitido pelo Exército Brasileiro. O terreno
em que se achar instalado o conjunto de edificações das empresas de
fabricação de explosivos deve ser provido de cerca adequada e de sepa-
ração entre os locais de fabricação, armazenagem e administração. As
atividades em que explosivos sejam depositados em invólucros, tal como
encartuchamento, devem ser efetuadas em locais isolados, não podendo
ter em seu interior mais de quatro trabalhadores ao mesmo tempo.
Os locais de fabricação de explosivos devem ser mantidos em perfei-
to estado de conservação, arejados, construídos com paredes e tetos
de material incombustível e pisos antiestáticos. Devem ser dotados de
equipamentos devidamente aterrados e, se necessárias, instalações
elétricas especiais de segurança, prover sistemas de combate a incên-
dios de manejo simples, rápido e eficiente, dispondo de água em quan-
tidade e com pressão suficiente aos fins a que se destina e não devem
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES - GRUPO PROMINAS

conter materiais combustíveis ou inflamáveis.


Ao manusear de explosivos, é proibido utilizar ferramentas ou utensílios
que possam gerar centelha ou calor por atrito, fumar ou praticar atos
suscetíveis de produzir fogo ou centelha, usar calçados cravejados com
pregos ou peças metálicas externas e manter objetos que não tenham
relação direta com a atividade. Além das orientações anteriores, nos
locais de manuseio de explosivos, matérias-primas que ofereçam risco
de explosão devem permanecer nas quantidades mínimas possíveis,
admitindo-se, no máximo, material para o trabalho de quatro horas.
2 - Para a reciclagem, o brigadista pode ser dispensado de participar da parte
teórica do treinamento de incêndio e/ou primeiros socorros, desde que seja
aprovado em pré-avaliação em que obtenha 70% de aproveitamento.

TREINO INÉDITO
1 - Gabarito: C
2 - Gabarito: V, V, F, F
82
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
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