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AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
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O conteúdo desta unidade tem o objetivo de servir como notas de
aula na disciplina Ações nas Estruturas de Concreto Armado, do curso de
Pós-graduação em Engenharia de Estruturas de Concreto. Esta unidade
contempla um roteiro contendo os principais conceitos para o dimensiona-
mento de estruturas de concreto, propiciando ao aluno se aprofundar um
pouco mais além do que estudou na graduação. De fundamental importân-
cia assimilar os conceitos iniciais, pois este aprendizado facilitará e muito
para obter êxito no aproveitamento dos tópicos posteriores que serão abor-
dados nesta disciplina e em outras do curso. Serão apresentadas as prin-
cipais normas utilizadas na engenharia estrutural de concretos, entretanto
haverá um foco maior em toda unidade na norma NBR 6118/2014 (“Projeto
de estruturas de concreto – Procedimento”), que é a principal norma para
as estruturas de concreto armado.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO
Normalização __________________________________________________ 13
Recapitulando _________________________________________________ 41
Recapitulando _________________________________________________ 76
CAPÍTULO 03
SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS E REABILITAÇÃO DAS ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO
9
Torção em Peças de Concreto Estrutural _______________________ 94
10
Neste módulo será abordado de forma mais aprofundada os
principais tópicos que conceituam o concreto armado e suas generalida-
des, de forma que, será inicialmente discretizado individualmente cada
material componente (concreto e aço) e em seguida de forma conjunta.
O bom entendimento desse tópico introdutório é de fundamen-
tal importância para avançar bem nos seguintes, principalmente no es-
tudo das propriedades mecânicas, sendo que estas ditam o bom ou mal
desempenho estrutural.
O primeiro capítulo contém uma introdução ao estudo das es-
truturas de concreto armado, uma síntese das principais características
mecânicas dos materiais aço e concreto, trabalhando isoladamente e
de forma simultânea, unidos, assim como uma noção de sistemas es-
truturais. Na sequência deste capítulo, serão estudados os princípios
básicos de segurança das estruturas, noções sobre procedimentos de
cálculo, estados limites, ações e suas combinações, durabilidade das
estruturas de concreto armado.
No segundo capítulo o foco será a introdução ao projeto estru-
tural e serão abordados: Solicitações normais, Colapso em vigas sob
tensões normais, Hipóteses de cálculo, Nomenclaturas e definições,
Domínios de deformação na seção, Aderência e ancoragem de barras,
Aderência entre o concreto e o aço, Comprimento de ancoragem.
No terceiro capítulo serão abordados as Solicitações tangen-
ciais e reabilitação das estruturas de concreto armado: Cisalhamento
em vigas de concreto; Torção em peças de concreto estrutural; Punção
11
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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Para Camacho (2006), a viabilidade do concreto armado como
elemento estrutural se deve a três razões básicas, a saber:
- Trabalho conjunto entre o aço e o concreto, assegurado pela
aderência entre os dois materiais;
- Proteção que o concreto fornece ao material aço dos ataques
do meio ambiente, garantindo assim a durabilidade da estrutura;
- Os coeficientes de dilatação térmica dos dois materiais são
semelhantes:
• Concreto: α = 10-5 / °C
• Aço: α = 1,2x10-5 / °C
VANTAGENS E DESVANTAGENS
NORMALIZAÇÃO
ções (1980);
- NBR-6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edifica-
ções (2019), esta cancela e substitui a versão de 1980;
- NBR-6123: Forças devidas ao vento em edificações (1988);
- NBR-7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras para
concreto armado (1996);
- NBR-8681: Ações e segurança nas estruturas (2003).
Dessas, a que está mais estreitamente ligada ao engenheiro
de edificações de concreto armado é a NBR-6118/2014, classificada
como nível 3.
Concreto endurecido
No concreto endurecido as principais características de inte-
resse são as mecânicas, destacando-se as resistências à compressão
14
e à tração. Entretanto, na engenharia estrutural, adota-se a resistência
à compressão como principal parâmetro para medir a qualidade do
concreto (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2014).
A resistência do concreto à compressão é determinada pelo
ensaio dos corpos de prova submetidos à compressão centrada, esse
ensaio também permite a obtenção de outras características, como o mó-
dulo de deformação longitudinal (módulo de elasticidade). Na Figura 1,
verifica-se um ensaio de compressão centrada, realizado em laboratório.
fcj = N rup
𝐴𝐴
fcj- resistência à compressão do corpo de prova de concreto na
idade de j dias
N rup- carga de ruptura do corpo de prova
A- área da seção transversal do corpo de prova
16
de prova cilíndrico 15 x 30 cm segundo a direção do seu diâmetro, como
mostrado na Figura 3b. Quando as tensões de compressão são aplicadas no
corpo de prova, ocorrem ao mesmo tempo tensões de tração perpendicula-
res na direção diametral, horizontais, que causam o rompimento do corpo de
prova, separando-o em duas partes. Essas tensões de tração são chamadas
tensões de fendilhamento (BASTOS, 2006).
17
Figura 3 - a. Ensaio de tração na flexo tração / b. Ensaio de tração por com-
pressão diametral / c. Ensaio de tração direta
sendo: 10
18
• αE = 0,9 para calcário
• αE = 0,7 para arenito onde Eci e fck são dados em mega
Pascal (MPa).
O módulo de elasticidade secante (Ecs) a ser utilizado nas
análises elásticas de projeto, especialmente para determinação de es-
forços solicitantes e verificação de estados limites de serviço, deve ser
calculado pela expressão (BASTOS, 2006, p. 21):
• Ecs=αi. Eci (eq. 15)
• αi= 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 ≤1 (eq. 16)
0,8 + 0,2
80
A Tabela 1 apresenta valores estimados arredondados que po-
dem ser usados no projeto estrutural.
19
Figura 4 - Gráfico (εt x εl) - Coeficiente de Poisson
20
Figura 5 - diagrama tensão-deformação idealizado.
Tração
Segundo a NBR 6118 (item 8.2.10.2), “Para o concreto não
fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão-deformação bilinear de
tração” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 27). O diagrama σ x ε do concreto
não fissurado é representado na Figura 6. A deformação máxima de
alongamento é de 0,15 ‰, e o módulo tangente inicial (Eci) pode ser
adotado como tg α.
21
Figura 6 - Diagrama tensão-deformação na tração
Características do aço
Para BASTOS (2006) a norma NBR 7480 que define os tipos
de barras de aço para utilização em estruturas de concreto armado,
sendo especificadas como barras ou fios. As barras possuem diâmetro
nominal a partir de 5mm, podendo ser maiores; os fios possuem diâ-
metro nominal menor ou igual a 10mm. Ambos os casos são manufa-
turados por meio de trefilação, laminação a frio ou extrusão. Conforme
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
b. nervurada e c. entalhada.
ℇy ℇs 2‰ ℇs
Fonte: Adaptado de BASTOS (2006).
26
Figura 9 - Diagrama tensão x deformação simplificado dos aços brasileiros.
Deterioração da estrutura
A NBR 6118 (2014, p. 16) estabelece que os mecanismos de
deterioração das estruturas “são todos aqueles relacionados às ações
mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cícli-
cas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que
atuam sobre a estrutura.”
• Mecanismos de Deterioração do Concreto
Lixiviação, expansão por sulfatos e reação álcali-agregado.
• Mecanismos de Deterioração da Armadura
despassivação por carbonatação: despassivação por ação de
cloretos.
Agressividade do ambiente
Para NBR 6118 (2014), uma das principais responsáveis pela
perda de qualidade e durabilidade das estruturas é a agressividade do
meio ambiente, que está relacionada às ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, de retração
hidráulicas outras previstas no dimensionamento.
Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade am-
biental pode ser classificada de acordo com a Tabela 6.
28
NOTAS:
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressivida-
de mais branda (uma classe acima) para ambientes internos secos
(salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apar-
tamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com con-
creto revestido com argamassa e pintura).
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma clas-
se acima) em obras em regiões de clima seco, com umidade média
relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura protegidas
de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde
raramente chove.
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvano-
plastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns
de fertilizantes, indústrias químicas.
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 17).
29
Tabela 7 - Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do
concreto
Classe de agressividade ambiental (CAA)
Concreto
I II III IV
Relação água/ci-
mento em massa ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
Classe de concreto
≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(NBR 8953)
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014, p. 18).
Cálculo do cobrimento
Define-se cobrimento de armadura a espessura da camada
de concreto responsável pela proteção da armadura em um elemento
estrutural. A NBR 6118, no item 7.4.7.1 (2014, p. 19), estabelece que
“Para atender aos seus requisitos estabelecidos, o cobrimento mínimo
da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de todo
o elemento considerado.”
O cobrimento mínimo (Cmin) deve ser garantido adotando-se
um valor nominal de comprimento (Cnom), que é o cobrimento mínimo
acrescentado de uma tolerância de execução (ΔC):
• Cmin= C nom + ΔC, sendo que ΔC≥ 10 mm. (eq. 27)
5 mm.
O valor do cobrimento está intimamente ligado à durabilidade
da estrutura, e consequentemente, à agressividade do meio ambiente,
como mostrado na Tabela 8.
30
Tabela 8 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e
cobrimento nominal para ∆c = 10 mm.
Segurança e estados-limites
O cálculo, ou dimensionamento de uma estrutura deve garantir
Valores de cálculo
Para CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014). Os valores de
cálculo Fd das ações são obtidos a partir dos valores representativos,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação γf.
35
Estado Limite de Serviço (ELS)
Segundo a norma ABNT NBR 6118 (2014, p. 66) “Em geral, o
coeficiente de ponderação das ações para estados-limites de serviço é
dado pela expressão: γf = γf2 .” O coeficiente γf2 tem valor variável con-
forme a verificação que se deseja fazer (ver Tabela 11):
γf2 = 1 para combinações raras;
γf2 = ψ1 para combinações frequentes;
γf2 = ψ2 para combinações quase permanentes.
36
Combinações das ações
Segundo a NBR 6118 (2014, 65):
Combinações últimas
A NBR 6118 (2014, p. 66) estabelece, “Uma combinação última
pode ser classificada como normal, especial ou de construção e excep-
cional.”
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onde:
Fqk = representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida princi-
pal γg , γεg , γq , γεq – ver Tabela 3.5 ; ψoj , ψoε – ver Tabela 3.6
j=2
Combinações de serviço
A ABNT NBR 6118 (2014, p. 66): “As combinações de serviço
são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura e devem
ser verificadas como estabelecido a seguir”:
a) quase permanentes: podem atuar durante grande parte do
39
período de vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária
na verificação do estado-limite de deformações excessivas;
b) frequentes: repetem-se muitas vezes durante o período de
vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verifica-
ção dos estados-limites de formação de fissuras, de abertura de fissu-
ras e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para
verificações de estados-limites de deformações excessivas decorrentes
de vento ou temperatura que podem comprometer as vedações;
c) raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da
estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação do es-
tado-limite de formação de fissuras. As combinações de serviço usuais
estão dispostas na Tabela 13.
Tabela 13 - Combinações de serviço
Combina-
Cálculo das solicita-
ções de ser- Descrição
ções
viço (ELS)
Combina- Nas combinações quase perma-
ções quase nentes de serviço, todas as ações
variáveis são consideradas com Fd,ser = Σ Fgi,k + Σ ψ2j
permanentes
Fqj,k
de serviço seus valores quase permanentes
(CQP) ψ2Fqk
Nas combinações frequentes de
serviço, a ação variável principal
Combina-
Fq1 é tomada com seu valor fre-
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Fd,ser = valor de cálculo das ações para combinações de serviço; Fq1k = valor
característico das ações variáveis principais diretas; ψ1 = fator de redução
de combinação frequente para ELS; ψ2 = fator de redução de combinação
quase permanente para ELS.
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-PR Prova: Analista de Con-
trole Nível: Superior.
Assinale a opção que apresenta o coeficiente médio de crescimen-
to estimado para a resistência característica do concreto à com-
pressão por um período de sete dias, considerando o emprego de
cimento de alta resistência inicial, um coeficiente de 1,0 para um
período de vinte e oito dias e a inexistência de correlação real com
um número representativo de ensaios de campo.
a) 0,48
b) 0,80
c) 0,95
d) 1,00
e) 1,10
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: SUGEP Órgão: UFRPE Prova: Engenheiro civil
Nível: Superior.
Sobre o estado limite de utilização do concreto, analise as propo-
sições abaixo.
1) Está relacionado à ruína estrutural.
2) Está relacionado à durabilidade, aparência e conforto do usuário.
3) Verificação da fissura, deformação, abertura de fissura, descom-
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova: Analista Nível: Su-
perior.
A respeito de concreto para fins estruturais (cujas classificações
são definidas em norma pela ABNT), leia o fragmento a seguir.
“Os concretos normais, misturados em canteiro de obra e utiliza-
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dos em elementos de estruturas de concreto armado, são classifi-
cados conforme a _____. Os concretos com classe de resistência
inferior a _____ não são estruturais.”
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as la-
cunas do fragmento acima.Parte superior do formulário
a) resistência característica de tração – C15
b) resistência característica de tração – C20
c) resistência característica de compressão – C15
d) resistência característica de compressão – C20
e) resistência característica de compressão – C25
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: CVEST Órgão: IFPE Prova: Engenheiro civil Ní-
vel: Superior.
Para o projeto de estruturas de concreto armado, a NBR6118-2014
(Projeto de Estruturas de Concreto Armado – Procedimento) de-
fine os estados limites, classificando-os em Estados Limites Úl-
timos (ELU) e Estados Limites de Serviço (ELS). A partir destes
limites são verificadas as combinações de carregamentos a serem
adotadas para simularem situações que ocorrerão durante toda a
existência da edificação. Com base nesses pressupostos, julgue
as proposições a seguir.
I. O Estado Limite Último é alcançado quando a estrutura tem o seu
uso interrompido por um colapso total ou parcial da estrutura.
II. O Estado Limite de Serviço está relacionado ao funcionamento
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
adequado da estrutura.
III. A verificação da resistência da estrutura e o seu dimensiona-
mento são efetuados para atender à segurança no Estado Limite
de Serviço.
IV. Entre as ações permanentes indiretas estão as imperfeições
geométricas globais, que não devem se superpor ao carregamento
do vento, considerando-se, apenas, o mais desfavorável.
V. As combinações de carregamentos simulam a atuação simultâ-
nea de várias ações, considerando que algumas delas são favo-
ráveis e, outras, desfavoráveis. A análise é realizada para a pior
dessas situações.
Está(ão) CORRETA (S) apenasParte superior do formulário
a) I, II e IV.
b) I, II, IV e V.
c) I, IV e V.
d) IV.
e) I e V.
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QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: IF-SC Órgão: IFSC Prova: Engenheiro civil Nível:
Superior.
De acordo com a N8R 6118:2014, assinale a alternativa correspon-
dente a equação para determinação do modulo de elasticidade
(Eci) estimado para concretos de 55 MPa a 90MPa.Parte superior
do formulário
a) 21,5 . 10 3 . αE. {{Fck/10) + 1 ,25} 1/3
b) αE. 5600 . √Fck
c) (Fck/10) + 1 ,25
d) 5600. Fck
e) (21 ,5. 103 • Fck)1/3
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: EXATUS-PR Órgão: Prefeitura de Caxias do Sul-
-RS Prova: Engenheiro civil Nível: Superior.
O recobrimento para as lajes de concreto armado, segundo a NBR
6118/2014, para a classe III de agressividade ambiental deve ser
de no mínimo (assinale a alternativa que contém a resposta corre-
ta):Parte superior do formulário
a) 25 mm (vinte e cinco milímetros).
b) 30 mm (trinta milímetros).
c) 35 mm (trinta e cinco milímetros).
d) 40 mm (quarenta milímetros).
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
45
PARA SABER MAIS
Fonte: scholar.google.com/schhp?hl=pt-BR
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INTRODUÇÃO AO
PROJETO ESTRUTURAL
Introdução
Denominam-se solicitações normais as que originam tensões
normais nas seções transversais dos elementos estruturais. Compreen-
dem, neste caso, força normal e momento fletor, ambos referidos ao
centro de gravidade da seção transversal de concreto ALMEIDA (2002,
p. 03).
Uma seção de concreto armado submetida a solicitações normais pode atin-
gir o estado limite último das seguintes formas:
a) Estado de deformação plástica excessiva: nas peças submetidas à tração
ou flexão com quantidades pequenas de armadura, admite-se que o estado
limite último seja atingido em virtude de deformação plástica excessiva da
armadura, cujo valor se fixa em 1%.
47
b) Estados de ruptura: em peças submetidas à flexão simples ou flexão com-
posta com quantidades médias ou grandes de armadura, o estado limite últi-
mo é atingido por esmagamento do concreto comprimido para deformações
da ordem de 0,35% e em peças submetidas à compressão uniforme ou com-
pressão não uniforme o estado limite último é atingido por esmagamento do
concreto para deformações da ordem de 0,2% (ALMEIDA, 2002, p. 03).
d 48
• O diagrama de tensões na região tracionada é não linear e a
maior tensão de tração é a resistência máxima do concreto. (fct)
49
- ESTÁGIO III (Dimensionamento)
Segundo ainda, Carvalho; Figueiredo Filho (2014):
• Aumenta-se o momento fletor até um valor próximo ao de
ruína (Mu), e para concretos até C50.
• A fibra mais comprimida do concreto começa a plastificar a
partir da deformação específica de 0,2%, chegando a atingir, sem au-
mento de tensão, 0,35% (Figura 13).
• Diagrama de tensões tende a ficar vertical (uniforme), com
quase todas as fibras trabalhando com sua tensão máxima, ou seja,
praticamente todas as fibras atingem deformações superiores a 0,2 % e
chegando até 0,35% (Figura 14).
• A peça está bastante fissurada, com as fissuras se aproxi-
mando da linha neutra, fazendo com que sua profundidade diminua e,
consequentemente, a região comprimida do concreto também.
50
Figura 14 - Diagramas de tensão e deformação simplificado do concreto
Hipóteses de cálculo
Segundo a NBR 6118 (2014), as hipóteses de cálculo no es-
tado-limite último de ruptura ou de deformação plástica excessiva, nos
casos de flexão simples ou composta, normal ou oblíqua, e de com-
pressão ou tração uniforme, excluídas as vigas paredes e os consolos
curtos, são as seguintes:
a) As seções transversais permanecem planas após o início da
deformação até o ELU;
b) Admite-se solidariedade perfeita entre o concreto e a armadura;
51
c) A resistência à tração do concreto é desprezada.
d) A ruína da seção transversal (peça sob ações majoradas
e materiais com resistências minoradas fcd e fyd para qualquer tipo
de flexão no ELU, fica caracterizado por deformações específicas de
cálculo do concreto (ɛc) na fibra menos tracionada, e do aço (ɛs) na fibra
mais tracionada;
e) Encurtamentos últimos ɛc = 0,2 % (para seções totalmente
comprimidas) e ɛc = 0,35% (ocorre nas seções sob flexão);
f) Alongamentos últimos: ɛs = 1%;
g) A tração nas armaduras é obtida a partir dos diagramas ten-
são x deformação. O alongamento máximo das armaduras é 1% (Fi-
gura 15);
52
Figura 16 - Diagramas de tensão no concreto no estado limite último para
concretos até a classe C50 e deformação simplificado do aço
Nomenclaturas e definições
Carvalho e Figueiredo Filho (2014) atribuíram as seguintes no-
menclaturas na seção de vigas submetidas a flexão simples para iden-
tificação dos efeitos:
• d – altura útil (distância entre o CG da armadura longitudinal
até a fibra mais comprimida do concreto);
• d’ – distância entre o CG da armadura transversal comprimida
e a face mais próxima do elemento estrutural (fibra mais comprimida do
concreto);
• Msd – momento fletor solicitante de cálculo;
53
Domínios de deformação na seção
A NBR 6118 (2014, p. 120) “estabelece critérios para a determi-
nação dos esforços resistentes das seções de vigas, pilares e tirantes,
submetidas a força normal e momentos fletores”. Os domínios repre-
sentam as diversas possibilidades de ruína da seção, esquematizados
na Figura 17.
a) DOMÍNIO 1:
54
Figura 18 – Em a. início do domínio 1 e em b. o término do domínio 1
a.
b.
b) DOMÍNIO 2:
• início: ɛs =1 % ɛc = 0 x1= 1
O concreto ainda não alcança a ruptura (ɛc < 0,35%) (Figura 19).
55
c) DOMÍNIO 3: (seção subarmada)
• Início: ɛs = 1 % ɛc = 0,35 % x= x2= 0,259d
• término: ɛs = ɛyd (deformação específica do escoamento do
aço) ɛc = 0,35 % x= x3
A ruptura do concreto ocorre simultaneamente com o escoa-
mento da armadura. As peças que chegam ao ELU no domínio 3 são
ditas subarmadas segundo CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).
Através da Figura 20, percebe-se que a ruptura do concre-
to ocorre simultaneamente com o escoamento da armadura: situação
ideal, pois os dois materiais atingem sua capacidade resistente máxima
(são aproveitados integralmente).
56
Figura 21 - Início do domínio 4
57
f) DOMÍNIO 5: (compressão não uniforme, sem tração)
• Início: ɛs< 0 ɛc = 0,35 % x= x4=h
• Término: ɛs = 0,2 % (compressão) ɛc = 0,2 % (compressão)
X=x5= +∞
58
Figura 24 - Diagrama de deformação para X2lim
• (eq. 36)
59
Os valores de x3lim e βx3lim dependem de εyd e assim da ca-
tegoria do aço da armadura, como indicado na Tabela 14.
concreto e vice-versa.
Para Leonhardt e Monning, citado por Carvalho e Figueiredo
Filho (2014), existe uma classificação da aderência em três parcelas
(por adesão, por atrito e mecânica), meramente esquemática, pois não
é possível determinar precisamente a contribuição de cada uma delas
individualmente.
Adesão: de natureza físico-química, com forças capilares na
interface entre os dois materiais, o efeito é de uma colagem provocada
pela nata de cimento na superfície do aço (Figura 26);
Após o lançamento do concreto fresco sobre uma chapa de
aço, durante o endurecimento do concreto, ocorrem ligações físico-quí-
micas com a chapa de aço na interface, que faz surgir uma resistência
de adesão, indicada pela força Rb1, que se opõe a separação dos ma-
teriais. A contribuição da adesão à aderência é pequena.
60
Figura 26 – Exemplo de aderência por adesão
61
Figura 27 - Superfície das barras
Tensão de aderência
A aderência é um fenômeno complexo: para a sua determina-
ção são efetuados ensaios de arrancamento que possibilitam encontrar
valores médios da tensão de aderência; nesses ensaios é medida a
força necessária para arrancar um pedaço de uma barra de aço de um
corpo de prova de concreto; supõe-se que, na iminência do arranca-
mento, toda a tensão atuante na barra seja transferida para o concreto
para CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).
Ft- força de tração aplicada;
Ƭbm- tensão média de aderência no concreto;
•Ƭ (eq. 39)
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
𝐹𝐹𝑡𝑡 𝐹𝐹𝑡𝑡
𝑏𝑏𝑏𝑏 = =
á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 í𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝜋𝜋.Ф𝑙𝑙 𝑏𝑏
lb- comprimento da barra de aço dentro do corpo de concreto;
62
pequenos, ocasionados pela deformação e esmagamento do concreto
sob ação direta das saliências.
As forças nas saliências são inclinadas em relação ao eixo da
barra, e podem ser decompostas nas direções paralela e perpendicular
ao eixo da barra. A soma das componentes paralelas iguala a força de
aderência, e a componente perpendicular introduz tensões de tração
circunferenciais no entorno da barra, que podem resultar fissuras lon-
gitudinais e radiais (comumente chamadas fissuras de fendilhamento).
O estágio III inicia com o surgimento da primeira fissura radial,
sendo também mantido pela ação das saliências sobre o concreto.
No estágio IV podem ocorrer dois modos de ruptura. Se não
existirem forças de confinamento da barra ou se elas forem de baixa
intensidade, as fissuras radiais propagam-se por toda a extensão do
cobrimento de concreto, e a ruptura ocorre pela ação de fendilhamento
do concreto (Figura 30).
Quando as tensões de confinamento são grandes o suficiente
para prevenir o fendilhamento do cobrimento de concreto, a ruptura da
aderência ocorre pelo arrancamento da barra, modificando o mecanis-
mo de transferência de força de apoio das saliências no concreto para
forças de atrito, em função da resistência ao cisalhamento dos consolos
de concreto existentes (Figura 30).
63
Figura 29 - Fissuras em forma de cone
64
Regiões favoráveis e desfavoráveis para aderência
As condições de boa ou má aderência das barras (Figura 31)
são definidas no item 9.3.1 da NBR 118 (2014, p. 34):
65
ƞ1 = 1,0 para barras lisas (CA25)
ƞ1 = 1,4 para barras entalhadas (CA60)
ƞ1 = 2,25 para barras de alta aderência (CA50)
ƞ2= 1,0 para situações de boa aderência;
ƞ2= 0,7 para situações de má aderência;
ƞ3= 1,0 para ɸ< 32 mm (ɸ é o diâmetro da barra em mm)
Ƞ3= 132- ɸ /100 para ɸ> 32 mm ( com o diâmetro ɸ em mm)
fctd- resistência de cálculo de tração do concreto
Ancoragem de barras
A NBR 6118 (2014) estabelece no item 9.4.1 que “Todas as
barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que as forças a
que estejam submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto,
seja por meio de aderência ou de dispositivos mecânicos ou por combi-
nação de ambos”
Comprimento de ancoragem
A NBR 6118 (2014, p. 37) define “comprimento de ancoragem
básico como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva
necessário para ancorar a força-limite Asfyd nessa barra, admitindo-se,
ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual
a fbd...” Esse comprimento, que segundo a norma deve ser maior que
25 ɸ (ɸ é o diâmetro da barra), pode ser calculado a partir do equilíbrio
entre as forças em ação (Figura 32).
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
66
• lb =
= 1
�π.ɸ2 �.fyd ɸfyd
(eq. 43)
4
= 4fbd
π.ɸ.fbd
67
Figura 33 - Geometria dos ganchos de barras tracionadas, em ângulo reto,
quarenta e cinco graus interno e semicircular
68
Tabela 15 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D) dos ganchos (Фi)
69
Figura 35 - Ganchos das barras de estribos
Emendas de barras
A NBR 6118 (2014, p. 42) estabelece no item 9.5.1 os tipos
possíveis de emendas entre barras para concreto armado: “por traspas-
se; por luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas;
por solda; por outros dispositivos devidamente justificados”.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
70
Figura 37 - Transmissão da força Rs por bielas comprimidas inclinadas de
concreto e tração transversal em emenda de barras tracionadas
71
As barras tracionadas de uma armadura principal que podem
ser emendadas em uma mesma seção transversal devem obedecer a
uma proporção máxima, apresentada na Tabela 17.
� 15ø
200𝑚𝑚𝑚𝑚
72
onde:
lb = comprimento de ancoragem básico, como definido no item
2.2.2;
lb,nec = comprimento de ancoragem necessário, como defini-
do no item 2.2.2;
• l0c,min ≥ 0,6. lb (eq. 48)
� 15ø
200𝑚𝑚𝑚𝑚
74
com o eixo longitudinal das barras emendadas, devendo cada cordão
ter comprimento de pelo menos 5 φ (ver Figura 41).
75
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: engenheiro-ci-
vil Nível: Superior.
As emendas por solda, das barras das estruturas de concreto ar-
mado, exigem cuidados especiais quanto à composição química
dos aços e dos eletrodos e quanto às operações de soldagem, que
devem atender às especificações de controle do aquecimento e do
resfriamento da barra, conforme normas específicas. Sendo assim,
as emendas por solda podem ser:
a) de topo, por caldeamento, para bitola não menor que 10 mm.
b) de topo, com eletrodo, para bitola não menor que 10 mm.
c) por traspasse, com, pelo menos, dois cordões de solda longitudinais,
cada um deles com comprimento não inferior a 3 vezes o diâmetro da
barra.
d) com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de solda
longitudinais, devendo cada cordão ter comprimento de, pelo menos, 3
vezes o diâmetro da barra.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: EXATUS-PR Órgão: PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAXIAS DO SUL-RS Prova: engenheiro-civil Nível: Superior.
No cálculo de estruturas de concreto, o comprimento de ancora-
gem básico (que é o comprimento reto de uma barra de armadura
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: PROGEPE Órgão: UFPR Prova: engenheiro-civil
Nível: Superior.
De acordo com a NBR 6118, as barras de aço para concreto armado
podem ser emendadas. De acordo com a NBR 6118, são permitidas
emendas por:
a) contato de topo.
b) transpasse, por solda, por luvas com preenchimento metálico e ros-
queadas ou prensadas.
c) transpasse por solda e por anodização.
76
d) colagem epoxídica.
e) Luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas e por
anodização
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: UNILAVRAS Órgão: PREFEITURA DE BOM DES-
PACHO DE MINAS-MG Prova: Gestor público municipal – enge-
nheiro civil: Superior.
De acordo com a norma NBR 6118 (Projeto de Estruturas de concre-
to – Procedimento), a bitola limite para transpasso do tipo emenda
é de:
a) 16 mm.
b) 20 mm.
c) 25 mm.
d) 32 mm.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: ENEM Órgão: ENEM Prova: Eng. Civil: Superior.
Nas estruturas em concreto armado, o detalhamento das armadu-
ras objetiva facilitar a execução e montagem dos elementos es-
truturais, além de garantir que as premissas adotadas no dimen-
sionamento sejam cumpridas. Para efetuar um bom detalhamento,
devemos compreender a influência que a aderência dos compo-
nentes exerce sobre a resistência final dos elementos, garantindo
que as resistências calculadas sejam realmente alcançadas. Sobre
QUESTÃO 6
Ano: 2016 Banca: PREFEITURA DO RJ IBFC Órgão: PREFEITURA
DO RJ Prova: Engenheiro Nível: Superior.
Segundo a NBR 6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento), quanto à caracterização do domínio 4, é correto
afirmar que:
a) A linha neutra encontra-se a uma distância x fora da seção trans-
versal e, consequentemente, a seção está totalmente tracionada. São
situações típicas: tração não uniforme, sem compressão e tração uni-
forme.
b) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, x variando
entre 0 e x lim(3-4)Parte da seção está comprimida e. a outra parte tracio-
nada. São situações típicas: flexão simples ou composta sem ruptura à
compressão do concreto.
c) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, xlim(3-4) variando
entre x e d. Parte da seção está comprimida e a outra parte tracionada.
São situações típicas: flexão simples ou composta com ruptura à com-
pressão do concreto e aço em escoamento.
d) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, xlim(3-4) varian-
do entre x e d. Parte da seção está comprimida e a outra parte tracio-
nada. São situações típicas: flexão simples ou composta com ruptura à
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: Comperve Órgão: MPE-RN Prova: analista-do-
-ministério-público-estadual-engenharia-civil Nível: Superior.
No acompanhamento da concretagem de uma viga, o Engenheiro
Civil responsável pela obra percebe que o comprimento do aço
existente não condiz com o previsto no detalhamento descrito em
projeto, de modo que o comprimento de ancoragem não foi res-
peitado na execução. De acordo com esse profissional, é essen-
cial que o comprimento de ancoragem das barras seja corrigido de
modo aParte superior do formulário
a) garantir que os esforços a que as barras da armadura estão subme-
tidas sejam integralmente transmitidos ao concreto.
b) impedir que as barras da armadura deslizem dentro da massa de
concreto e trabalhem, assim, de forma solidária ao concreto.
c) conferir uma maior resistência às barras da armadura, aumentando o
78
coeficiente de segurança do elemento estrutural.
d) garantir que a deformação das barras da armadura não atinja o limite
de escoamento do material.
TREINO INÉDITO
Considere uma obra que utiliza aço CA- 50 com barras de 25 mm. Sa-
bendo-se que o valor do comprimento de ancoragem (Ib) foi de 75,0 cm,
determine o valor de projeto da resistência de aderência fbd em kgf/cm².
Considere as áreas calculadas e efetivas iguais.
a) 362,00.
b) 36,23.
c) 0,36.
d) 3.623,00.
e) 3,62.
NA MÍDIA
Fonte: www.tudoengcivil.com.br
Data: agosto/2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.tudoengcivil.com.br/2019/08/
sub-sup-super-armada.html
NA PRÁTICA
81
SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS &
REABILITAÇÃO DAS ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Comportamento resistente
Segundo Bastos (2015, p. 01) “a ruptura por efeito de força cor-
tante é iniciada após o surgimento de fissuras inclinadas, causadas pela
combinação de força cortante, momento fletor e eventualmente forças
axiais”.
A viga bi apoiada (Figura 39), quando submetida a forças F,
82
com armação longitudinal tracionada e com estribos, pode resistir aos
esforços de flexão e de cisalhamento, ao mesmo tempo.
Suas seções permanecerão no estádio 1 enquanto ela estiver
submetida a pequenos valores e a tensão de tração não ultrapassar a
resistência do concreto.
Aumentando a carga, automaticamente a resistência à tração
do concreto será ultrapassada e surgirão fissuras. A peça passará para
o estádio 2. A resultante de tração é resistida exclusivamente pelas bar-
ras longitudinais. No início da fissuração da região central, os trechos
junto aos apoios, sem fissuras, ainda se encontram no Estádio I, confor-
me PINHEIRO (2004).
Continuando o aumento do carregamento, surgem fissuras nos
trechos entre as forças e os apoios, as quais são inclinadas, por causa
da inclinação das tensões principais de tração σI (fissuras de cisalha-
mento). A inclinação das fissuras corresponde aproximadamente à in-
clinação das trajetórias das tensões principais, isto é, perpendicular à
direção das tensões principais de tração. Com carregamento elevado, a
viga, em quase toda sua extensão, encontra-se no Estádio II. Em geral,
apenas as regiões dos apoios permanecem isentas de fissuras, até a
ocorrência de ruptura, para PINHEIRO (2004).
A Figura 42 indica a evolução da fissuração de uma viga de
seção T, para vários estágios de carregamento.
83
Modelo de treliça
Segundo Pinheiro (2004), o modelo clássico de treliça foi idea-
lizado por Ritter e Mörsch, no início do século XX, e se baseia na analo-
gia entre uma viga fissurada e uma treliça.
Considerando uma viga bi apoiada de seção retangular, Mörs-
ch admitiu que, após a fissuração, seu comportamento é similar ao de
uma treliça, Figura 43, formada pelos elementos:
• banzo superior → cordão de concreto comprimido;
• banzo inferior → armadura longitudinal de tração;
• diagonais comprimidas → bielas de concreto entre as fissuras;
• diagonais tracionadas → armadura transversal (de cisalha-
mento).
Na Figura 40 está indicada armadura transversal com inclina-
ção de 90°, formada por estribos, segundo PINHEIRO (2004).
Modos de ruína
Para Pinheiro (2004), existem inúmeros modos de ruptura em
vigas de concreto armado quando estas se submetem a flexão: devido
ao cisalhamento que rompe o banzo comprimido, devido a esmagamen-
to da biela, devido a falha de ancoragem no apoio, ruína por flexão, na
armadura transversal.
84
Figura 44 - Ruptura do banzo comprimido devido a força cortante
85
com o banzo tracionado que está unido ao apoio.
Este rompimento acontece bruscamente, tendo sua propaga-
ção e causando uma ruptura ao longo da altura da viga.
Ruínas por flexão
Conforme PINHEIRO (2004), nas vigas dimensionadas entre
os domínios dois ou três, pode ocorrer a abertura de trincas (que de-
vem ser entendidas como sinais de ruína), sendo que essas aberturas
podem ocorrer após o escoamento da armadora. Todavia, nas vigas no
quarto domínio, quando ocorre a ruína (não demonstra sinais de nenhu-
ma ocorrência) a causa é o esmagamento no concreto comprimido.
Ruptura da armadura transversal
Este tipo de ruptura é causado devido ao cisalhamento oriundo
da ruptura da armadura transversal, conforme Figura 46, sendo o modo
de ruptura mais comum por cisalhamento, resultante da falta de capaci-
dade da armadura transversal em resistir às solicitações de tração por
força cortante, o que faz com que a peça tenda a se dividir em duas
partes distintas.
86
Figura 47 - Ruína por flexão localizada da armadura longitudinal
Modelos de cálculo
A NBR 6118, item 17.4.1 (2014, p. 133), preconiza que o di-
mensionamento de elementos lineares (como as vigas) à força cortante
pode ser feito segundo “[...] dois modelos de cálculo que pressupõem
a analogia com modelo em treliça, de banzos paralelos, associado a
mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no interior do
elemento estrutural e traduzidos por uma componente adicional Vc.”
- O modelo I admite:
• bielas com inclinação θ = 45°;
• Vc constante, independente de VSd.
• VSd é a força cortante de cálculo, na seção.
a) Cálculo de VSd
De acorno a NBR 6118 (2014, p.134), item 17.4.1.2.1, “Para o
cálculo da armadura transversal, no caso de apoio direto (se a carga e a
88
reação de apoio forem aplicadas em faces opostas do elemento estru-
tural, comprimindo-o)”, valem as seguintes prescrições:
• para carga distribuída, VSd = VSd, d/2 , igual à força cortante na
seção distante d/ 2 da face do apoio;
• a parcela da força cortante devida a uma carga concentrada
aplicada à distância a < 2d do eixo teórico do apoio pode ser reduzida
multiplicando-a por a / (2d). Nesses casos, considerar VSd = VSd,face (ou
VSd = VSd,eixo) está a favor da segurança.
b) Cálculo de Vc
Para modelo I, na flexão simples:
• Vc = 0,6 fctd bw d (eq. 54)
• fctd = fctk, inf / γc
• fctk, inf = 0,7 fct,m = 0,7 . 0,3 fck2/3 = 0,21 fck 2/3
fck em MPa
Por essa razão, procura-se fazer com que os possíveis estados limites últi-
mos de solicitações tangenciais somente possam ocorrer com carregamen-
tos superiores àqueles que provocariam estados limites últimos de solicita-
ções normais. Dessa maneira, procura-se eliminar o risco de colapso não
avisado, decorrente das tensões de tração provocadas pelos estados múlti-
plos de tensões gerados pela presença do cisalhamento.
92
rugosidade e engrenamento dos agregados e da própria matriz do concre-
to, que proporcionam uma transferência de força cortante através da fissura
inclinada.
São quatro os parâmetros mais importantes no mecanismo de atrito entre
as superfícies nas fissuras: tensão de cisalhamento nas interfaces, tensão
normal, largura e escorregamento da fissura.
O mecanismo de engrenamento dos agregados na interface das fissuras
proporciona uma contribuição significativa à resistência à força cortante de
vigas de Concreto Armado e Protendido. Ensaios experimentais indicaram
que entre 33 % e 50 % da força cortante total pode ser transferida pelo en-
grenamento das interfaces. Outras considerações que esses pesquisadores
apresentaram são:
a) os fatores que mais influenciam o fenômeno são a largura da fissura e o
tamanho dos agregados. A resistência diminui com o aumento da largura da
fissura e a diminuição do tamanho dos agregados. Concretos com maiores
resistências tendem a apresentar superfícies menos rugosas, e consequen-
temente menores transferência de força cortante;
b) quanto menor a largura da fissura maior é a área de contato, e consequen-
temente maior a transferência de força cortante;
c) a contribuição do engrenamento dos agregados é maior nas seções onde
as fissuras por força cortantes desenvolvem-se dentro da alma da viga, e me-
nor nas fissuras inclinadas que são continuidade de fissuras de flexão, inicia-
das na borda tracionada da viga. A porcentagem da contribuição é maior para
valores baixos e médios da tensão ou resistência última à força cortante, mas
é ainda notada em valores maiores, quando o efeito do engrenamento dos
agregados diminui;
d) o uso de estribos de pequeno diâmetro (menor espaçamento) favorecem
o engrenamento dos agregados.
95
• τ,tmax = (eq. 61)
onde, ht é a espessura do elemento considerado, e It é o mo-
mento de inércia à torção da seção, determinado aproximadamente por
Lt
• It = (eq. 62)
É importante assinalar que essauas últimas expressões so-
mente podem ser consideradas válidas desde que se possa admitir a
seção transversal da peça como indeformável em seu próprio plano.
Segundo Fusco (2008), nas estruturas de concreto com seções
abertas, sem diafragmas nem enrijecedores eficientes, a restrição difi-
cilmente poderá ser obedecida. Além disso, como a fissuração acarreta
existe uma significativa perda de rigidez do concreto na concepção de
estruturas de concreto deve ser evitada a consideração da segurança
contando com a rigidez a torção de peças de seções abertas.
Figura 53 - Treliça espacial para viga com torção simples com armadura
longitudinal e transversal
96
Torção combinada com momento fletor e força cortante
A Figura 54 mostra as trajetórias das fissuras numa viga de
concreto de seção retangular. As fissuras apresentam-se com trajetó-
rias inclinadas de aproximadamente 45° com o eixo longitudinal da viga.
98
Diagonais de compressão
Considerando-se o plano ABCD da treliça espacial generali-
zada e que os esforços internos resistentes devem igualar o esforço
solicitante (TSd), tem-se:
• τSd = 2 l Cd sen θ (eq. 63)
Armadura longitudinal
Conforme as forças indicadas no nó A da Figura 53, fazendo o
equilíbrio de forças na direção x, tem-se:
• 4 Rld = 4 Cd cos θ (eq. 68)
com Rld = resultante em um banzo longitudinal. Como 4Rld =
Asl fywd, substituindo na Eq. 68 fica:
• Asl fywd = 4 Cd cos θ (eq. 69)
Substituindo a Eq. 64 na Eq. 69 fica: Asl fywd = 4TSd
. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐θ
2 l sen θ
99
Isolando a armadura longitudinal:
• Asl f ywd = 2TSd (eq. 70)
. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐θ
l fywd
Com o objetivo de evitar fissuração entre os vértices da seção
vazada, a armadura deve ser distribuída no perímetro ue = 4l, de modo
que a taxa de armadura longitudinal por comprimento do eixo médio da
seção vazada é:
• (eq. 71)
ou
• (eq. 72)
com:
Asl = área total de armadura longitudinal;
Ae = área interna delimitada pelo eixo da parede fina;
ue = perímetro do contorno da área Ae.
Armadura transveral
Na Figura 53, fazendo o equilíbrio do nó A, na direção do eixo
Z, tem-se:
• Rwd = Cd sen θ (eq. 73)
onde Rwd representa a força nos montantes verticais e horizon-
tais da treliça espacial.
Substituindo a Eq. 64 na Eq. 71 tem-se:
• Rwd = τSd τSd (eq. 74)
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 θ =
2 l sen θ 2l
Sendo s o espaçamento dos estribos e l . cotg θ o comprimento
de influência das barras transversais da treliça que representam os es-
tribos (ver Figura 49), tem-se:
• Rwd = l cotg θ As,90 fywd (eq. 75)
s
Igualando as Eq. 73 e Eq. 74 fica:
l cotg θ A , f = τSd
s 90 ywd
s 2l
Isolando a armadura transversal relativamente ao espaçamen-
to s dos estribos:
•
• (eq. 76)
100
Dimensionamento de Elementos lineares sujeitos à torção unifor-
me − Estado-limite último
Generalidades
A NBR 6118 (2014, p. 138), no item 17.5.1, pressupõe “...um
modelo resistente constituído por treliça espacial, definida a partir de um
elemento estrutural de seção vazada equivalente ao elemento estrutural
a dimensionar”.
Geometria da seção resistente
Segundo a NBR 6118 (2014, p. 139), “A seção vazada equiva-
lente se define a partir da seção cheia com espessura da parede equi-
valente he dada pela eq. 75”:
• he ≤ A/u (eq. 77)
• he ≥ 2 c1 (eq. 78)
onde:
• A = área da seção cheia;
• u = perímetro da seção cheia;
• c1 = distância entre o eixo da barra longitudinal do canto e a
face lateral do elemento estrutural.
Torção de compatibilidade
A NBR 6118 (2014, p.139), no item 17.5.1.2, estabelece quanto
a torção de compatibilidade, “...é possível desprezá-la, desde que o ele-
mento estrutural tenha a capacidade adequada de adaptação plástica
e que todos os outros esforços sejam calculados sem considerar os
efeitos por ela provocados.”
Para garantir um nível mínimo de capacidade de adaptação
Torção de equilíbrio
A NBR 6118 (2014, p.139), item 17.5.1.3, admite-se satisfeita
a resistência do elemento estrutural, em uma dada seção, quando se
verificarem simultaneamente as seguintes condições:
TSd ≤ TRd,2; TSd ≤ TRd,3; TSd ≤ TRd,4 onde TRd,2 representa o limite
dado pela resistência das diagonais comprimidas de concreto; TRd,3 repre-
senta o limite definido pela parcela resistida pelos estribos normais ao eixo
do elemento estrutural; TRd,4 representa o limite definido pela parcela re-
sistida pelas barras longitudinais, paralelas ao eixo do elemento estrutural.
101
• TRd,2 = 0,5αv2 . fcd . Ae . he . sen 2θ (eq. 80)
com:
αv2 = 1 – (fck/250), fck em MPa;
θ = ângulo de inclinação das diagonais de concreto, arbitrado
no intervalo 30° ≤ θ ≤ 45°;
Ae = área limitada pela linha média da parede da seção vaza-
da, real ou equivalente, incluindo a parte vazada;
he = espessura equivalente da parede da seção vazada, real
ou equivalente, no ponto considerado.
Para o cálculo da armadura transversal, a NBR 6118 (17.5.1.6)
determina que: “a resistência decorrente dos estribos normais ao eixo
do elemento estrutural deve atender à expressão seguinte, semelhante
à Eq. 75, desenvolvida anteriormente” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 140):
• TRd,3 = (As,90/s) fywd 2 Ae cotg θ (eq. 81)
donde, com TSd = TRd,3 , calcula-se a área da armadura trans-
versal:
• As,90/s τSd = tgθ (eq. 82)
.
2 Ae f ywd
onde:
As,90 = área de um ramo do estribo, contido na área correspon-
dente à parede equivalente;
fywd = resistência de cálculo de início de escoamento do aço da
armadura passiva, limitada a 435 MPa.
Para o ângulo θ de inclinação das diagonais comprimidas igual
a 45° a Eq. 82 transforma-se em:
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
• (eq. 83)
• (eq. 86)
102
Armadura mínima
A NBR 6118, item 17.5.1.2 (2014, p. 138), estabelece que,
“Sempre que a torção for necessária ao equilíbrio do elemento estru-
tural, deve existir armadura destinada a resistir aos esforços de tração
oriundos da torção.” Essa armadura deve ser constituída por estribos
verticais e barras longitudinais, conforme a seguir:
• (eq. 87)
• (eq. 88)
Solicitações combinadas
Flexão e torção
A NBR 6118, descreve no item 17.7.1.1 (2014, p. 143) que
“Nos elementos estruturais submetidos a torção e a flexão simples ou
composta, as verificações podem ser efetuadas separadamente para a
torção e para as solicitações normais, devendo ser atendidas comple-
mentarmente as prescrições a seguir”:
103
he no trecho de comprimento Au correspondente à barra ou feixe de barras
consideradas.”
- Resistência do banzo comprimido: “Nas seções em que a torção atua
simultaneamente com solicitações normais intensas, que reduzem excessi-
vamente a profundidade da linha neutra, particularmente em vigas de seção
celular, o valor de cálculo da tensão principal de compressão não pode su-
perar os valores estabelecidos na Seção 22. Essa tensão principal deve ser
calculada como em um estado plano de tensões, a partir da tensão normal
média que age no banzo comprimido de flexão e da tensão tangencial de
torção calculada por:” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 143)
• (eq. 89)
• (eq. 90)
PUNÇÃO EM LAJES
Introdução
Lajes planas
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Critério de dimensionamento
Segundo Cordovil, a partir de ensaios de punção realizados
em lajes de concreto armado, pode-se observar que o panorama da
fissuração (Figura 56), antes da ruptura, apresenta fissuras predomi-
nantemente radiais, não indicando uma tendência à formação de um
sólido parecido com um elemento axi-simétrico, segundo CORDOVIL
(1997). O sólido que se forma com uma fissura circunferencial, não mui-
to definido, somente ocorre na ruptura da laje quando o concreto perde
todas as suas resistências, inclusive ao cisalhamento, por pulverização
do material na região solicitada.
As barras tracionadas das armaduras de flexão permitem, em
função da taxa de armadura, a maior ou menor ocorrência de fissuras
na massa de concreto. Essa fissuração, juntamente com a microfissura-
ção do cimento endurecido e da zona de transição, configura um quadro
muito complexo. Isso torna o estabelecimento de uma teoria geral acei-
tável para o problema da punção em lajes de concreto armado.
106
Figura 60 - Armadura tipo pino
107
Figura 61 - Superfície crítica em pilares
108
- Verificações e cálculo da armadura
sendo
• d = (dx + dy) / 2 (eq. 93)
onde
d é a altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’, externo
ao contorno, C da área de aplicação da força e deste distante 2d no
plano da laje;
dx e dy são as alturas úteis nas duas direções ortogonais;
u é o perímetro do contorno crítico C’;
u.d é a área da superfície crítica;
FSd é a força ou a reação concentrada de cálculo.
A força de punção FSd pode ser reduzida da força distribuída
aplicada na face oposta da laje, dentro do contorno considerado na ve-
rificação, C ou C’.
K é o coeficiente que fornece a parcela de MSd transmitida ao
pilar por cisalhamento, que depende da relação C1/C2. O coeficiente K
assume os valores indicados na Tabela 21.
Tabela 21 - valores de K
C1/C2 0,5 1 2 3
• (eq. 98)
onde:
sr é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção,
não maior do que 0,75d;
110
Asw é a área da armadura de punção em um contorno comple-
to paralelo a C’;
α é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção
e o plano da laje;
u é o perímetro crítico ou perímetro crítico reduzido no caso de
pilares de borda ou canto.
fywd é a resistência de cálculo da armadura de punção, não
maior do que 300 MPa para conectores ou 250 MPa para estribos (de
aço CA-50 ou CA-60). Para lajes com espessura maior que 15 cm, es-
ses valores podem ser aumentados conforme estabelece a 19.4.2.
• (eq. 101)
111
- Armadura para evitar o Colapso Progressivo
Introdução
A era de ouro da engenharia civil brasileira aconteceu na dé-
cada de 70, durante o chamado “milagre brasileiro”, período marcado
por intenso desenvolvimento econômico. Além de milhares de obras
residenciais, outras com características e portes notáveis surgiram ra-
pidamente em todo país, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, Ponte
Rio-Niterói, Usina Nuclear de Angra dos Reis, Rodovia dos Imigrantes.
Os conceitos de patologia, desempenho, durabilidade, vida útil
e agressividade do meio ambiente, são elementos básicos para a com-
preensão da importância de um projeto bem detalhado e coerente com
o ambiente o qual a estrutura será instalada. O atendimento aos requi-
sitos de qualidade e durabilidade das construções deve ser analisado
em todas as etapas do processo construtivo e nos trabalhos de reparo
112
e reforço. Estes requisitos são indispensáveis para o desenvolvimento
sustentável.
A necessidade de melhoria nos processos de execução de es-
truturas, a obrigação de reduzir custos, o cumprimento de prazos pré-
-estabelecidos, garantir a qualidade e a durabilidade da edificação e
acima de tudo a satisfação do usuário final é a meta que as empresas
buscam em todas as suas áreas de atuação. De nada adianta ter um
projeto adequado e equipamentos de última geração se a mão-de-obra
envolvida não tem o treinamento e a fiscalização mais rígida.
É difícil fiscalizar uma obra como um todo, mas se há o mínimo
de capacidade dos trabalhadores, o nível de problemas reduz gerando
melhorias na obra. Por outro lado, o tempo passa e os materiais se
degastam, perdem parte de suas propriedades e com isso diminuem o
desempenho, vulnerabilizando o conjunto. Para edificações mais anti-
gas, acima de 30 anos, a manutenção preventiva torna-se ainda mais
imprescindível.
Lapa (2008) ainda afirma que muitos são os problemas que
ocorrem nas estruturas e que poderiam ser evitados caso houvesse
um controle mais rigoroso na elaboração dos projetos, na especifica-
ção e utilização dos materiais, no uso adequado da estrutura aliado
a um programa de manutenção preventiva das estruturas de concreto
armado, podendo assim evitar ou retardar a necessidade de trabalhos
de recuperação ou reforço das estruturas. Constatasse também que a
correta escolha da técnica a ser utilizada numa recuperação estrutural
associada à mão de obra qualificada é que vai garantir o sucesso do
113
Diagnóstico e intervenção das estruturas de concreto
Para De Oliveira (2015, p. 17) “toda estrutura avisa antes do
colapso. Isso ocorre porque a ruptura em peças normalmente armadas
é projetada para ocorrer no domínio 3, onde o esmagamento do concre-
to e escoamento do aço levam a uma ruptura dúctil”.
Nem toda ruptura avisa antes do colapso. Sendo assim, um
mal projeto pode proporcionar situações de real perigo e de difícil iden-
tificação.
Segundo De Oliveira (2015), para que uma enfermidade seja
perfeita e completamente entendida (diagnosticada), é necessário que
se conheça suas formas de manifestação (sintomas), os processos de
surgimento (mecanismos), os agentes desencadeadores desses pro-
cessos (causas) e em que etapa da vida da estrutura foi criada a predis-
posição a esses agentes (origens).
114
Figura 65 - Fluxograma para auxiliar no diagnóstico das patologias estruturais
115
Reforço estrutural com Polímeros reforçados com fibras (PRF)
Introdução
Dentre todos os tipos de compósitos, os polímeros reforçados
com fibras (PRF) ou fibre reinforced polymers – (FRP), têm atraído a
atenção de muitos pesquisadores envolvidos com aplicações da enge-
nharia estrutural.
A aplicação principal deste sistema de reforço está nos elemen-
tos que necessitam de acréscimo aos esforços de tração, pois apresen-
tam grande vantagem sobre os reforços com chapas de aço em relação
ao peso dos elementos de reforço e velocidade de aplicação. Podem
ser utilizados também para reforço ao cisalhamento e compressão.
Para utilização como elemento de reforço estrutural é costume
trabalhar-se mais frequentemente com compósitos de fibra de carbono
de elevada resistência à tração e com módulo de elasticidade seme-
lhante ao do aço de construção.
Para Zucchi (2015, p. 29), “A resistência e a rigidez dos com-
pósitos de PRF dependem, basicamente, do tipo de fibra, da matriz po-
limérica e da interface entre estas duas”. A Figura 66 mostra um gráfi-
co comparativo das características mecânicas e físicas de um material
compósito qualquer com materiais tradicionais como o aço e o alumínio.
116
Figura 67 - Aplicação de PRF para reforço a flexão
- Reforço ao cisalhamento
Para aumentar a eficácia do sistema de reforço flexional e evi-
tar o colapso por cisalhamento, pode-se recorrer à aplicação de uma
amarração nas zonas terminais do reforço flexional, que aumenta a re-
117
Figura 68 - PRF utilizado para conter efeitos de cisalhamento em vigas de
viaduto
- Reforço a compressão
Para aumentar a capacidade da peça faz-se um cintamento do
elemento, dispondo as fibras perpendicularmente ao eixo da carga, de
modo a bloquear a dilatação transversal, como mostra a Figura 69. O
comportamento do elemento comprimido é determinado pelas caracte-
rísticas mecânicas das fibras utilizadas, pelo número de camadas e pela
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
118
Materiais mais utilizados para reforço de concreto com PRF
Polímeros reforçados com fibras de carbono (PRFC)
As fibras de carbono resultam do processo de carbonização de
fibras de polímeros orgânicos, sendo suas características mecânicas
diretamente dependentes da estrutura molecular obtida. Para a utiliza-
ção como elemento de reforço estrutural é costume trabalhar-se mais
frequentemente com compósitos de fibras de carbono de elevada resis-
tência à tração e com módulo de elasticidade semelhante ao do aço de
construção da Figura 70.
Segundo Zucchi (2015, p. 34), os compósitos de PRFC são
produzidos em forma de mantas, tecidos ou laminados, destacando-se
como os mais apropriados para o reforço de elementos estruturais de
concreto armado, por permitirem uma menor interferência nas dimen-
sões dos elementos e maior relação entre ganho de resistência e peso
próprio.
Os reforços com mantas ou tecidos de PRFC são aplicados so-
bre um adesivo epóxi previamente aplicado sobre a superfície de con-
creto preparada, que tem a função de transferir os esforços da estrutura
para o compósito.
Para acabamento da superfície, poderá ser utilizado revesti-
mento de proteção à ação do fogo.
ZUCCHI (2015) salienta diversas razões que fazem das fibras
de carbono uma das melhores alternativas para a formação de compó-
sitos estruturais de reforço:
- Elevada razão resistência/peso, podendo ser cinco vezes
119
Figura 70 - Rolos de mantas de PRFC
120
no qual as fibras são formadas rapidamente, forçando-se a passagem
de vidro derretido através de vários pequenos orifícios.
Segundo Correia et al. (2014), os perfis pultrudidos em PRFV
são materiais compósitos constituídos por uma matriz polimérica e
pelo reforço em fibra de vidro, sendo este o principal responsável pelo
comportamento mecânico e a matriz pela distribuição de tensões entre
fibras, estabilidade dimensional e proteção das fibras contra agentes
agressivos. A matriz é normalmente composta por resinas epoxídicas,
fenólicas, poliéster ou viniléster, que podem ser misturadas com ele-
mentos secundários para obter determinadas características (diferente
cor, melhor resistência ao fogo etc.). O reforço de fibras, por sua vez,
é normalmente composto pela combinação de mechas unidirecionais e
mantas bi ou multidirecionais.
121
Além da resistência a altas temperaturas, as fibras de aramida
podem ser consideradas bastante duráveis, apresentando excelente re-
sistência química, sendo resistentes à corrosão na presença da maioria
dos produtos químicos, solventes, combustíveis, detergentes e ao ata-
que da água do mar, sendo esta durabilidade inerente à corrosão das
fibras de aramida uma das mais importantes vantagens competitivas
que justifiquem a sua utilização. Um problema potencial é que as fibras
de aramida podem absorver água, o que pode causar o inchamento
das fibras acarretando, em longo prazo, problemas de aderência ou de
durabilidade.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
122
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: IF-ES Órgão: IF-ES Prova: Engenheiro civil Nível:
Superior.
Foi solicitado ao engenheiro civil que realizasse uma vistoria em
uma obra que apresenta algumas manifestações patológicas. De-
pois de concluída a vistoria, o profissional emitiu seu parecer téc-
nico em que continha as imagens seguintes.
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: UFMT Órgão: TJ-MT Prova: Analista Judiciário -
Engenharia Civil Nível: Superior.
Na coluna da esquerda estão discriminadas as causas da fissura-
ção dos concretos estruturais e na coluna da direita, o aspecto da
fissuração visível na peça. Numere a coluna da direita de acordo
com a da esquerda.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CETREDE Órgão: EMATER-CE Prova: Agente de
ATER - Engenharia Civil Nível: Superior.
“Em peças de concreto armado, o concreto resiste às tensões in-
125
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: FUNDEP Órgão: Prefeitura de Santa Bárbara -
MG Prova: Engenheiro Civil Nível: Superior.
Por volta de 1900, W. Ritter e E. Mörsch propuseram uma teoria
para determinar a armadura de cisalhamento necessária ao equi-
líbrio de uma viga de concreto armado, em que o mecanismo re-
sistente da viga no estádio II (fissurada) pudesse ser associado
ao de uma treliça, e que as armaduras e o concreto equilibrassem
conjuntamente o esforço cortante. Sobre o modelo de funciona-
mento da viga ao cisalhamento como treliça, assinale a alternativa
incorreta.
a) A partir da configuração da viga na ruptura, Mörsch idealizou um me-
canismo resistente que assemelha a viga a uma treliça de banzos pa-
ralelos e isostática.
b) Na treliça de Mörsch, os elementos resistentes são as armaduras
longitudinal e transversal e o concreto comprimido, cujas interseções
formam os nós da treliça.
c) O conceito de bielas de compressão (concreto íntegro entre fissuras)
mostra como o aço e o concreto se unem para transferir cargas.
d) Com o crescimento das pesquisas experimentais, verificou-se que
o cálculo com a treliça de Mörsch conduz a uma armadura transversal
menor que a necessária.
QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: MPE-RN Prova: Analista do
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Na viga detalhada abaixo, qual a nomenclatura da força resistente uti-
lizada para verificação da compressão na biela e qual seu valor calcu-
lado em KN:
DADOS:
• Fck = 25MPa
• CA-50
• d=80cm · d’ = 5cm
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
129
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
B D D C A
06 07
C C
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
130
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A E B D D
06 07
D A
Gabarito: B
TREINO INÉDITO
elementos estruturais.
132
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A A B D E
06 07
D A
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
133
ABNT NBR-7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras para
concreto armado. Rio de Janeiro, 2007.
134
CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues
de. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto arma-
do: Segundo a NBR 6118:2014. 4ª edição, São Carlos: UFSCar, 2014.
135
MOREIRA, J. P. et al. Armaduras de Cisalhamento para o Aumento
da Resistência à Punção em Lajes Lisas, 2015.
136
137
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS