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AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

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AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Eduarda Pereira Barbosa


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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O conteúdo desta unidade tem o objetivo de servir como notas de
aula na disciplina Ações nas Estruturas de Concreto Armado, do curso de
Pós-graduação em Engenharia de Estruturas de Concreto. Esta unidade
contempla um roteiro contendo os principais conceitos para o dimensiona-
mento de estruturas de concreto, propiciando ao aluno se aprofundar um
pouco mais além do que estudou na graduação. De fundamental importân-
cia assimilar os conceitos iniciais, pois este aprendizado facilitará e muito
para obter êxito no aproveitamento dos tópicos posteriores que serão abor-
dados nesta disciplina e em outras do curso. Serão apresentadas as prin-
cipais normas utilizadas na engenharia estrutural de concretos, entretanto
haverá um foco maior em toda unidade na norma NBR 6118/2014 (“Projeto
de estruturas de concreto – Procedimento”), que é a principal norma para
as estruturas de concreto armado.
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Ações e Segurança nas Estruturas. Concreto Armado.


Dimensionamento dos Elementos de Concreto.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO

Conceitos Fundamentais ______________________________________ 12

Vantagens e Desvantagens ____________________________________ 13

Normalização __________________________________________________ 13

Propriedades Mecanicas do Concreto e do Aço _________________ 14

Princípios da Verificação da Segurança nas Estruturas de Con-


creto Armado __________________________________________________ 27

Recapitulando _________________________________________________ 41

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CAPÍTULO 02
INTRODUÇÃO AO PROJETO ESTRUTURAL

Solicitações Normais ___________________________________________ 47

Aderência e Ancoragem de Barras _____________________________ 60

Recapitulando _________________________________________________ 76

CAPÍTULO 03
SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS E REABILITAÇÃO DAS ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO

Cisalhamento em Vigas de Concreto ___________________________ 82

9
Torção em Peças de Concreto Estrutural _______________________ 94

Punção em Lajes ______________________________________________ 104

Manutenção de Estruturas de Concreto Armado _________________ 112

Recapitulando __________________________________________________ 123

Fechando a Unidade ____________________________________________ 130

Referências _____________________________________________________ 134


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Neste módulo será abordado de forma mais aprofundada os
principais tópicos que conceituam o concreto armado e suas generalida-
des, de forma que, será inicialmente discretizado individualmente cada
material componente (concreto e aço) e em seguida de forma conjunta.
O bom entendimento desse tópico introdutório é de fundamen-
tal importância para avançar bem nos seguintes, principalmente no es-
tudo das propriedades mecânicas, sendo que estas ditam o bom ou mal
desempenho estrutural.
O primeiro capítulo contém uma introdução ao estudo das es-
truturas de concreto armado, uma síntese das principais características
mecânicas dos materiais aço e concreto, trabalhando isoladamente e
de forma simultânea, unidos, assim como uma noção de sistemas es-
truturais. Na sequência deste capítulo, serão estudados os princípios
básicos de segurança das estruturas, noções sobre procedimentos de
cálculo, estados limites, ações e suas combinações, durabilidade das
estruturas de concreto armado.
No segundo capítulo o foco será a introdução ao projeto estru-
tural e serão abordados: Solicitações normais, Colapso em vigas sob
tensões normais, Hipóteses de cálculo, Nomenclaturas e definições,
Domínios de deformação na seção, Aderência e ancoragem de barras,
Aderência entre o concreto e o aço, Comprimento de ancoragem.
No terceiro capítulo serão abordados as Solicitações tangen-
ciais e reabilitação das estruturas de concreto armado: Cisalhamento
em vigas de concreto; Torção em peças de concreto estrutural; Punção

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em lajes; Manutenção de estruturas de concreto armado, focando nos
tópicos de Diagnóstico e intervenção das estruturas e Reforço estrutural
com Polímeros reforçados com fibras (PRF).
Sendo assim, espera-se que o aluno tenha bom proveito deste
material, consiga assimilar o conteúdo e daí obtenha bom desempenho no
curso, assim como, melhore o seu conhecimento em relação ao assunto.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Concreto armado é o material resultante da conveniente união


do concreto simples com o aço de baixo teor de carbono, tratando-se,
portanto, de um material de construção composto. Admite-se que exista
perfeita aderência entre esses dois materiais, de forma a trabalharem
solidariamente sob as diferentes ações que atuam nas construções de
um modo geral CAMACHO (2006, p. 04).

Em um elemento estrutural qualquer, sujeito a um conjunto de esforços soli-


citantes, cabe ao material concreto a função principal de absorver as tensões
de compressão, o concreto sozinho não é adequado como elemento resis-
tente, pois, enquanto tem uma boa resistência à compressão, pouco resiste
à tração (cerca de 1/10 da resistência à compressão), embora esse tipo de
solicitação quase sempre esteja presente nas estruturas das construções
usuais (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2014, p. 19).

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Para Camacho (2006), a viabilidade do concreto armado como
elemento estrutural se deve a três razões básicas, a saber:
- Trabalho conjunto entre o aço e o concreto, assegurado pela
aderência entre os dois materiais;
- Proteção que o concreto fornece ao material aço dos ataques
do meio ambiente, garantindo assim a durabilidade da estrutura;
- Os coeficientes de dilatação térmica dos dois materiais são
semelhantes:
• Concreto: α = 10-5 / °C
• Aço: α = 1,2x10-5 / °C

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Para CAMACHO (2006), pode-se apresentar as seguintes van-


tagens do concreto armado:
• Quando está em seu estado fresco, se molda de forma sim-
ples, permitindo assim que se molde a qualquer formato;
• Tem grande capacidade de resistir aos agentes do tempo e
com grande durabilidade, se for bem executado e instalado;
• Impermeável, desde que respeitado as proporções corretas
de preparação, tendo uso em instalações que contenha a presença de
fluidos como a água;
• Possui também resistência a chamas, eletricidade e mecânico;
• Por fim, é de simples conservação e manutenção.

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As suas desvantagens são:
• Peso específico médio de aproximadamente 2400 N/m³, o
que é um alto valor;
• Não possui boa isolação acústica e de calor;
• Possui problemas estéticos recorrentes devido ao surgimento
de fissuras superficiais, geralmente ocasionadas por dilatação;
• Dificuldade em retrabalhar e adaptar.

NORMALIZAÇÃO

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi fun-


dada em 1937, pela iniciativa privada, sendo essa entidade autorizada
para a regulamentação e impressão das normas técnicas no Brasil CA-
MACHO (2006). A ABNT produz os seguintes tipos de normas técnicas:
Procedimento (NB), Especificação (EB), Método de ensaio (MB), Padro-
nização (PB), Terminologia (TB), Simbologia (SB) e Classificação (CB).
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Quando uma norma é registrada no INMETRO, passa a ser chamada
de norma brasileira registrada (NBR), recebendo ainda um número de
identificação. Essas normas são divididas em quatro níveis:
- Nível 1: normas compulsórias, de uso obrigatório em todo o
território nacional;
- Nível 2: normas referendadas, de uso obrigatório para o Po-
der Público e Serviços Públicos;
- Nível 3: normas registradas, normas voluntárias que tenham
merecido registro no INMETRO;
- Nível 4: normas probatórias, são as registradas no INMETRO
em caráter experimental, com vigência limitada.
Para o engenheiro de estruturas de concreto armado, são de
maior interesse
as seguintes normas:
- NBR-6118: Projeto de estruturas de concreto (2007);
- NBR-6118: Projeto de estruturas de concreto (2014), esta
cancela e substitui a versão de 2007;
- NBR-14931: Execução de estruturas de concreto (2003);
- NBR-9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-
-moldado (2001), revisada em 2006;
- NBR-7187: Cálculo e execução de pontes de concreto armado;
- NBR- 6122: Projeto e execução de fundações (1996), revisa-
da em 2019;
- NBR-6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edifica-
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ções (1980);
- NBR-6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edifica-
ções (2019), esta cancela e substitui a versão de 1980;
- NBR-6123: Forças devidas ao vento em edificações (1988);
- NBR-7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras para
concreto armado (1996);
- NBR-8681: Ações e segurança nas estruturas (2003).
Dessas, a que está mais estreitamente ligada ao engenheiro
de edificações de concreto armado é a NBR-6118/2014, classificada
como nível 3.

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO E DO AÇO

Concreto endurecido
No concreto endurecido as principais características de inte-
resse são as mecânicas, destacando-se as resistências à compressão
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e à tração. Entretanto, na engenharia estrutural, adota-se a resistência
à compressão como principal parâmetro para medir a qualidade do
concreto (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2014).
A resistência do concreto à compressão é determinada pelo
ensaio dos corpos de prova submetidos à compressão centrada, esse
ensaio também permite a obtenção de outras características, como o mó-
dulo de deformação longitudinal (módulo de elasticidade). Na Figura 1,
verifica-se um ensaio de compressão centrada, realizado em laboratório.
fcj = N rup
𝐴𝐴
fcj- resistência à compressão do corpo de prova de concreto na
idade de j dias
N rup- carga de ruptura do corpo de prova
A- área da seção transversal do corpo de prova

Segundo a NBR 5739 (2007, p. 01), “devem ser ensaiados a


compressão os corpos-de-prova cilíndricos de concreto, moldados con-
forme a ABNT NBR 5738 e extraídos conforme a ABNT NBR 7680”.

Figura 1 - Ensaio de Compressão Axial (laboratório do Centro Tecnológico da


Argamassa (CETA) do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais
(DCTM), da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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Fonte: Autor (2018).

Resistência característica do concreto a compressão (fck)


Define-se como resistência, conforme CARVALHO; FIGUEI-
REDO FILHO (2014), como uma característica (fck) do concreto à com-
15
pressão, quando o valor que apresenta um grau de confiança de 95%,
ou seja, fck é o valor da resistência, de modo que 95% dos resultados
dos ensaios estejam acima dele ou 5% abaixo. A Figura 2 apresenta a
curva descrevendo a distribuição normal de resistências.

Figura 2 - Distribuição normal dos resultados

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

Para determinação numérica da resistência característica do


concreto à compressão (fck) adota-se uma das equações abaixo:
• Fck=fcm.(1-1,645.δ) ou (eq. 01)
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• fck=fcm-1,645.s (eq. 02)


Onde Fcm é a resistência média e δ o coeficiente de variação
que pode ser calculado pela expressão a seguir:
• δ = 𝟏𝟏 𝒏𝒏 𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇−𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇 . (eq. 03)
� .∑𝒊𝒊=𝟏𝟏 � �²
𝒏𝒏 𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇

Sendo s=fcm.δ, o desvio padrão. (eq. 04)

Resistência do concreto a tração


A resistência do concreto à tração pura é aproximadamente
85% da resistência à tração por compressão diametral, e 60% da resis-
tência obtida pelo ensaio de flexo tração; o ensaio a tração pura não é
prático, dada a dificuldade do ensaio conforme DUMÊT (2008, p. 40):

A resistência à tração indireta (fct,sp) é determinada no ensaio de compres-


são diametral, prescrito na NBR 7222, desenvolvido por F.L. Lobo Carneiro
na década de 50, sendo o ensaio conhecido mundialmente por Brazilian test
ou splitting test. O ensaio consiste em comprimir longitudinalmente o corpo

16
de prova cilíndrico 15 x 30 cm segundo a direção do seu diâmetro, como
mostrado na Figura 3b. Quando as tensões de compressão são aplicadas no
corpo de prova, ocorrem ao mesmo tempo tensões de tração perpendicula-
res na direção diametral, horizontais, que causam o rompimento do corpo de
prova, separando-o em duas partes. Essas tensões de tração são chamadas
tensões de fendilhamento (BASTOS, 2006).

Segundo a ABNT NBR 6118 (2014, p. 23) “a resistência à tra-


ção indireta fct,sp e a resistência à tração na flexão fct,f devem ser obti-
das em ensaios realizados segundo as ABNT NBR 7222 e ABNT NBR
12142, respectivamente.”
• fctm, sp= 2𝐹𝐹 . (eq. 05)
𝑑𝑑ℎ𝜋𝜋
Com as notações indicadas na Figura 3b. E através da ABNT
NBR 12142:2010, determina-se pela equação 06, com b e d a largura
e altura da seção do corpo de prova e demais notações indicadas na
Figura 3a:
• fct,f=
3𝑃𝑃𝑃𝑃 . (eq. 06)
𝑏𝑏𝑏𝑏²
A resistência à tração direta (fct) pode ser considerada:
• fct,= 0,9. f fct,sp (eq. 07)

• ou fct,= 0,7. f fct,f (eq. 08)

Na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f , pode ser ava-

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liado o seu valor médio ou característico por meio das equações:
• fct,f = 0,7. fct, (eq. 09)

• e fct,sp =1,3. fct, (eq. 10)

Para concretos de classes até C50:


• fct = 0,3. (eq. 11)

e C50 até C90:


• fct = 2,12.ln(1+0,11.fck), com fct e fck em MPa. (eq. 12)

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Figura 3 - a. Ensaio de tração na flexo tração / b. Ensaio de tração por com-
pressão diametral / c. Ensaio de tração direta

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

Módulo de elasticidade do concreto


O módulo de elasticidade (Eci) é um parâmetro numérico re-
lativo à medida da deformação que o concreto sofre sob a ação de
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tensões, geralmente tensões de compressão. Concretos com maiores


resistências à compressão normalmente deformam-se menos que os
concretos de baixa resistência, e por isso têm módulos de elasticidade
maiores. O módulo de elasticidade depende muito das características e
dos materiais componentes dos concretos, como o tipo de agregado, da
pasta de cimento e a zona de transição entre a argamassa e os agrega-
dos (BASTOS, 2006, p. 20).
Segundo a NBR 6118, “quando não forem feitos ensaios e não
existirem dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28
dias, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade...” (ABNT NBR
6118, 2014, p. 24). Nesse caso, para determinação do Eci utiliza-se as
expressões abaixo:
• Eci = αE 5600 fck½ (MPa), de 20MPa a 50Mpa (eq. 13)
• e Eci=21,5.10³.αE., �𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 + 1,25� para fck 55 a 90Mpa(eq. 14)
1/3

sendo: 10

• αE = 1,2 para basalto e diabásio


• αE = 1,0 para granito e gnaisse

18
• αE = 0,9 para calcário
• αE = 0,7 para arenito onde Eci e fck são dados em mega
Pascal (MPa).
O módulo de elasticidade secante (Ecs) a ser utilizado nas
análises elásticas de projeto, especialmente para determinação de es-
forços solicitantes e verificação de estados limites de serviço, deve ser
calculado pela expressão (BASTOS, 2006, p. 21):
• Ecs=αi. Eci (eq. 15)
• αi= 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 ≤1 (eq. 16)
0,8 + 0,2
80
A Tabela 1 apresenta valores estimados arredondados que po-
dem ser usados no projeto estrutural.

Tabela 1 - valores arredondados de Eci, Ecs e αi em função da classe de


resistência do concreto

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 25)

Eci(t) é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em


uma idade entre 7 e 28 dias
• Eci(t)= 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 0,5 Eci para fck de 20 a 45Mpa (eq. 17)

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� � .
𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓
0,3
• Eci(t)= �𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓� . Eci para fck de 50 a 90Mpa (eq. 18)
𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓

Onde Eci(t) é a estimativa do módulo de elasticidade do con-


creto em uma idade entre 7 dias e 28 dias; fckj é a resistência caracte-
rística à compressão do concreto na idade em que se pretende estimar
o módulo de elasticidade, em mega pascal (MPa).

Coeficiente de Poissn e Módulo de elasticidade transver-


sal do concreto
O coeficiente de deformação transversal, ou coeficiente de
Poisson (ν), representa a relação entre as deformações transversais e
longitudinais na peça (Figura 4).

19
Figura 4 - Gráfico (εt x εl) - Coeficiente de Poisson

Fonte: adaptado de DUMET (2008)

O módulo de elasticidade transversal (Gc) é determinado ten-


do-se o coeficiente de Poisson. Para peças não fissuradas e material
homogêneo a expressão de G é:
• Gc= 𝐸𝐸𝐸𝐸 (eq. 19)
2(1 + 𝑣𝑣)
Segundo a NBR 6118, para tensões de compressão menores
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que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o coeficiente de Poisson


ν pode ser tomado como igual a 0,2 e o módulo de elasticidade transver-
sal Gc igual a Ecs/2,4” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 25).
• Gc= 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 (eq. 20)
2,4
Diagramas tensão versus deformação no concreto
Compressão
De acordo a NBR 6118 (2014, p. 26), item 8.2.10.1, “Para análi-
ses no estado-limite último, podem ser empregados o diagrama tensão-
-deformação idealizado...”. Este diagrama idealizado está representado
na Figura 5.

20
Figura 5 - diagrama tensão-deformação idealizado.

Fonte: adaptado de NBR 6118 (2014)

Equação geral para curva do concreto no gráfico tensão x de-


formação:
• σc=0,85.fcd. �𝟏𝟏 − (𝟏𝟏 −
𝜺𝜺𝜺𝜺 𝒏𝒏 (eq. 21)
) �
𝜺𝜺𝒄𝒄𝒄𝒄
Para o cálculo dos parâmetros n, εc2 e εcu adota-se a seguir:
1. para concretos classe até C50
• n=2, consequentemente:
• εc2 = 2‰
• εcu = 3 ,5‰
2. para concretos classe entre C50 a C90
𝟒𝟒
• n=1,4+23,42 (𝟗𝟗𝟗𝟗 − 𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇) , consequentemente: (eq. 22)

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� �
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏
• εc2 = 2‰+0,085‰(fck-50)0,53 (eq. 23)
• εcu = 2,6‰+3,5‰ (𝟗𝟗𝟗𝟗 − 𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇) 𝟒𝟒
(eq. 24)
� �
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏

Tração
Segundo a NBR 6118 (item 8.2.10.2), “Para o concreto não
fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão-deformação bilinear de
tração” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 27). O diagrama σ x ε do concreto
não fissurado é representado na Figura 6. A deformação máxima de
alongamento é de 0,15 ‰, e o módulo tangente inicial (Eci) pode ser
adotado como tg α.

21
Figura 6 - Diagrama tensão-deformação na tração

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014)

Características do aço
Para BASTOS (2006) a norma NBR 7480 que define os tipos
de barras de aço para utilização em estruturas de concreto armado,
sendo especificadas como barras ou fios. As barras possuem diâmetro
nominal a partir de 5mm, podendo ser maiores; os fios possuem diâ-
metro nominal menor ou igual a 10mm. Ambos os casos são manufa-
turados por meio de trefilação, laminação a frio ou extrusão. Conforme
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BASTOS (2006, p. 15).

O aço é um material metálico produzido em usinas siderúrgicas, constituído de


ferro com adição de até 2 % de carbono. A adição de outros materiais, como
manganês, níquel, enxofre, silício etc., proporciona a obtenção de característi-
cas específicas diferentes em função do tipo de aplicação. Os aços para Con-
creto Armado são fabricados com teores de carbono entre 0,4 e 0,6 %

Conforme o valor característico da resistência de início de es-


coamento (fyk), as barras são classificadas nas categorias CA-25 e CA-
50 e os fios na categoria CA-60. As letras CA indicam Concreto Armado
e o número na sequência indica o valor de fyk, em kgf/mm2 ou kN/
cm2. Os aços CA-25 e CA-50 são, portanto, fabricados por laminação a
quente, e o CA-60 por trefilação a frio (BASTOS, 2006, p. 28).
A resistência característica de escoamento, alongamento na
ruptura e limite de resistência são a principais características mecânicas
do aço.
Bastos (2006) ainda afirma que a resistência característica de
22
escoamento do aço à tração (fyk) é a máxima tensão que a barra ou
fio devem suportar, pois a partir dela o aço passa a sofrer deformações
permanentes, ou seja, até este valor de tensão, ao se interromper o en-
saio de tração de uma amostra, esta voltará ao seu tamanho inicial, não
apresentando nenhum tipo de deformação permanente.
Limite de resistência (fstk) é a força máxima suportada pelo ma-
terial, e com a qual ele se rompe, ou seja, é o ponto máximo de resis-
tência da barra, sendo seu valor obtido pela leitura direta na máquina
de tração.
Alongamento na ruptura: é o aumento do comprimento do cor-
po de prova correspondente à ruptura, expresso em %:
• 𝒍𝒍𝒍𝒍 − 𝒍𝒍𝒍𝒍 .100 (eq. 25)
𝜺𝜺 =
𝒍𝒍𝒍𝒍
l0 l1 - são respectivamente os comprimentos inicial e final.

Nos aços com patamar de escoamento definido, a deformação


específica (εyd), que é correspondente ao início do patamar, é obtido
pela seguinte expressão:
• 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 (eq. 26)
𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀 =
𝐸𝐸𝐸𝐸
Onde:
• Es- módulo de elasticidade do aço, admitido igual a 210000
MPa
• fyd- tensão (resistência) de escoamento de cálculo do aço,

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igual a fyk /1,15.
• fyk- resistência característica do aço à tração.

A Tabela 2 contém algumas propriedades dos aços.

Tabela 2 - Coeficientes de aderência.

Fonte: (ABNT NBR 6118, 2014)

Textura do aço para construção civil


A superfície dos vergalhões pode conter nervuras (saliências),
entalhes, ou ser lisa (Figura 7a, b e c). A capacidade de aderência entre
23
o concreto e o aço depende da rugosidade da superfície do aço, sendo
medida pelo coeficiente de aderência (η1), como indicado na Tabela 3.

Tabela 3 - Coeficientes de aderência


Tipo de Superfície η1
Lisa 1,0
Entalhada 1,4
Nervurada 2,25
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7480 (2007)

Características geométricas do aço


As barras são geralmente fornecidas no comércio em segmen-
tos retos com comprimento de 12 m, com tolerância de até 9 %. Permi-
te-se a existência de até 2 % de barras curtas, porém de comprimento
não inferior a 6 m. Também são fornecidas em rolos, quando utilizadas
em grandes quantidades, embora não para todos os diâmetros (BAS-
TOS (2006).
Todas as barras nervuradas devem apresentar marcas de la-
minação em relevo, identificando o produtor, a categoria do aço e o
diâmetro nominal. A identificação de fios e barras lisas deve ser feita por
etiqueta ou marcas em relevo.

Figura 7 - Tipos de superfície do aço para concreto armado: a. Lisa,


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

b. nervurada e c. entalhada.

Fonte: Adaptado de BASTOS (2006)


24
Os diâmetros (φ em mm) padronizados pela NBR 7480 são os
indicados na Tabela 4, que mostra, conforme ABNT NBR 7480 (2007, p.
10 e 11) a “massa, a área e o perímetro nominal”.

Tabela 4 - Características geométricas nominais dos fios e barras

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Fonte: (adaptado de ABNT NBR 7480, 2007)

Diagrama tensão versus deformação do aço


Os diagramas tensão x deformação (σ x ε) dos aços laminados
a quente (CA-25 e CA-50) e trefilados a frio (CA-60) apresentam carac-
terísticas diferentes. Os aços CA-25 e CA-50 apresentam patamar de
escoamento bem definido (Figura 8, 1º diagrama), e a resistência de
início de escoamento (fy) fica bem caracterizada no diagrama, o que
não ocorre nos aços CA-60 (Figura 8, 2º diagrama). Por este motivo,
nos aços CA-60 a resistência de escoamento é convencional, sendo
escolhida a resistência correspondente à deformação residual de 2 ‰.
25
Isto significa que, se o aço for tensionado até o valor de fy e esta tensão
for completamente retirada, o aço não voltará ao seu estado natural
pré-tensão, pois restará nele uma deformação de 2 ‰, chamada defor-
mação residual ou permanente BASTOS (2006).

Figura 8 - Diagrama tensão x deformação real dos aços brasileiros

ℇy ℇs 2‰ ℇs
Fonte: Adaptado de BASTOS (2006).

De acordo com a NBR 7480 (2007, p. 12), “os vergalhões de-


vem atender as características mostradas na Tabela 05, onde fyk é a
resistência ao escoamento, fstk é a resistência à tração, εuk é a defor-
mação na ruptura e φ é o diâmetro da barra ou fio.”

Tabela 5 - Propriedades mecânicas dos aços na tração, valores mínimos


(NBR 7480)
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Categoria fyk fstk ℇuk em 10 ø


(MPa) (MPa) (%)
CA-25 250 1,20 fy 18
CA-50 500 1,10 fy 8
CA-60 600 1,05 fy 5
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7480 (2007)

O diagrama σ x ε e os valores da Tabela 05 devem ser obtidos


em ensaios de tração realizados segundo a NBR ISO 6892-1, porém, a
NBR 6118, item 8.3.6 (2014, p. 29) “permite, para cálculo nos Estados-
-Limites de Serviço e Último, utilizar o diagrama σ x ε simplificado mos-
trado na Figura 9, para os aços com ou sem patamar de escoamento”.

26
Figura 9 - Diagrama tensão x deformação simplificado dos aços brasileiros.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014)

PRINCÍPIOS DA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA NAS ESTRUTU-


RAS DE CONCRETO ARMADO

Requisitos de qualidade das estruturas


Segundo a NBR 6118 (2014, p. 13), no item 5.1.1, ela esta-
belece que “As estruturas de concreto devem atender aos requisitos
mínimos de qualidade durante o período de construção e durante a sua
utilização”. No item 5.1.2, a norma acrescenta que as estruturas de con-
creto, delineadas pelo projeto estrutural, devem apresentar qualidade
no que se refere a três requisitos:
• Grupo 1: requisitos referentes à capacidade resistente da es-

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trutura ou de seus elementos;
• Grupo 2: requisitos referentes ao desempenho em serviço;
• Grupo3: requisitos relativos à sua durabilidade.

O projeto estrutural deve ser feito de forma a atender aos três


requisitos, bem como considerar as condições arquitetônicas, funcio-
nais, construtivas, de integração com os demais projetos (elétrico, hi-
dráulico, ar-condicionado e outros) e exigências particulares, como
resistência a explosões, ao impacto, aos sismos, ou ainda relativas à
estanqueidade e ao isolamento térmico ou acústico.

Durabilidade das estruturas de concreto armado


Em relação à durabilidade, a ABNT NBR 6118 (2014, p. 13),
exige que as estruturas de concreto sejam projetadas e construídas de
modo a “...resistir às influências ambientais previstas e definidas em
conjunto pelo autor do projeto estrutural e pelo contratante, no início dos
27
trabalhos de elaboração do projeto.”

Deterioração da estrutura
A NBR 6118 (2014, p. 16) estabelece que os mecanismos de
deterioração das estruturas “são todos aqueles relacionados às ações
mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cícli-
cas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que
atuam sobre a estrutura.”
• Mecanismos de Deterioração do Concreto
Lixiviação, expansão por sulfatos e reação álcali-agregado.
• Mecanismos de Deterioração da Armadura
despassivação por carbonatação: despassivação por ação de
cloretos.

Agressividade do ambiente
Para NBR 6118 (2014), uma das principais responsáveis pela
perda de qualidade e durabilidade das estruturas é a agressividade do
meio ambiente, que está relacionada às ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, de retração
hidráulicas outras previstas no dimensionamento.
Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade am-
biental pode ser classificada de acordo com a Tabela 6.

Tabela 6 - Classes de agressividade ambiental (CAA)


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Classe de Classificação geral


agressividade do tipo de ambien- Risco de deteriora-
Agressividade
te para efeito de ção da estrutura
Ambiental Projeto
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1, 2 Pequeno
Marinha1
III Forte Grande
Industrial1, 2
Industrial1, 1
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré

28
NOTAS:
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressivida-
de mais branda (uma classe acima) para ambientes internos secos
(salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apar-
tamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com con-
creto revestido com argamassa e pintura).
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma clas-
se acima) em obras em regiões de clima seco, com umidade média
relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura protegidas
de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde
raramente chove.
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvano-
plastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns
de fertilizantes, indústrias químicas.
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 17).

Qualidade do concreto: Estudo do cobrimento


Para este item, a NBR 6118 (2014, p. 18) estabelece no item
7.4.1 que “...a durabilidade das estruturas é altamente dependente das
características do concreto e da espessura e qualidade do concreto do
cobrimento da armadura.”
Segundo a NBR 6118 (2014), item 7.4.2.:

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Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da
estrutura frente ao tipo e classe de agressividade prevista em projeto
devem estabelecer os parâmetros mínimos a serem atendidos. Na fal-
ta destes e devido à existência de uma forte correspondência entre a
relação água/cimento e a resistência à compressão do concreto e sua
durabilidade, permite-se que sejam adotados os requisitos mínimos ex-
pressos na Tabela 7.

29
Tabela 7 - Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do
concreto
Classe de agressividade ambiental (CAA)
Concreto
I II III IV
Relação água/ci-
mento em massa ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45

Classe de concreto
≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(NBR 8953)
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014, p. 18).

Cálculo do cobrimento
Define-se cobrimento de armadura a espessura da camada
de concreto responsável pela proteção da armadura em um elemento
estrutural. A NBR 6118, no item 7.4.7.1 (2014, p. 19), estabelece que
“Para atender aos seus requisitos estabelecidos, o cobrimento mínimo
da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de todo
o elemento considerado.”
O cobrimento mínimo (Cmin) deve ser garantido adotando-se
um valor nominal de comprimento (Cnom), que é o cobrimento mínimo
acrescentado de uma tolerância de execução (ΔC):
• Cmin= C nom + ΔC, sendo que ΔC≥ 10 mm. (eq. 27)

Quando o rigor de execução é mais elevado, pode-se ter ΔC =


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5 mm.
O valor do cobrimento está intimamente ligado à durabilidade
da estrutura, e consequentemente, à agressividade do meio ambiente,
como mostrado na Tabela 8.

30
Tabela 8 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e
cobrimento nominal para ∆c = 10 mm.

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014)

Segurança e estados-limites
O cálculo, ou dimensionamento de uma estrutura deve garantir

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que ela suporte, de forma segura, estável e sem deformações excessi-
vas, todas as solicitações a que estará submetida durante sua execu-
ção e utilização.
Existem dois aspectos para a segurança em qualquer tipo de
estrutura: uma estrutura não deve alcançar em hipótese alguma a rup-
tura; deve haver conforto e tranquilidade das pessoas que utilizam as
construções.
Estados limites
A NBR 6118 (2014, p. 5), nos itens 3.2.1 e 3.2.2, define estado
limite último e estado limite de serviço respectivamente como “estado-li-
mite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estru-
tural, que determine a paralisação do uso da estrutura e o outro, estado
em que se inicia a formação de fissuras.”
Em outras palavras, conforme CARVALHO; FIGUEIREDO FI-
LHO (2014), a finalidade do cálculo estrutural é garantir, com segurança
adequada, que a estrutura mantenha certas características que possi-
bilitam a sua utilização satisfatória da construção, durante sua vida útil,
31
para as finalidades às quais foi concebida.
Uma seção de concreto atinge o ELU por esmagamento do
concreto comprimido ou pela deformação plástica excessiva do aço tra-
cionado. Face a aleatoriedade do comportamento dos materiais, o ELU
é convencional admite-se alcançado quando:
• Fibra mais comprimida do concreto: 0,2% ≤ ɛc ≤ 0,35 %
• Alongamento máximo no aço: ɛs = 1%
• Perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido
• Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, em seu
todo ou em parte.

O Estado limite de Serviço (ELS) são estados que pela sua


ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais que não
respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção
ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da estrutura.
A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de
alguns dos seguintes estados limites de serviços:
• Formação de fissuras: estado em que se inicia a formação de
fissuras.
• Aberturas de fissuras: estado em que as fissuras se apresen-
tam com aberturas iguais aos valores máximos especificados.
• Vibrações excessivas: estado em que as vibrações atingem
os limites estabelecidos para utilização normal da construção.

Métodos de verificação da segurança


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Nestes métodos a segurança, conforme CARVALHO; FIGUEI-


REDO FILHO, (2014), é garantida fazendo com que as solicitações
correspondentes às cargas majoradas (solicitações de cálculo) sejam
menores que as solicitações últimas, sendo estas as que levariam a es-
trutura à ruptura (ou a atingir um estado limite último) se os materiais
tivessem suas resistências reais (resistências características) minoradas
por coeficientes de ponderação das resistências (resistência de cálculo).
A NBR 6118 (2014, p. 72) determina que, “...em qualquer caso
deve ser respeitada a condição: resistência de cálculo (Rd) ≥ solicita-
ções de cálculo (Sd).” Deve-se tomar cuidados especiais em relação
aos critérios de detalhamentos, ao controle dos materiais e ao controle
de execução da obra.

Resistência característica e de cálculo


A resistência característica conforme BASTOS (2006) é a re-
sistência apresentada pelo material no ensaio laboratorial, e a resistên-
cia de cálculo é a resistência característica minorada (diminuída) pelo
32
coeficiente de ponderação.
A NBR 6118(2014, p. 71), no item 12.4.1, estabelece que “a re-
sistência de cálculo pode ser obtida a partir das resistências inferiores,
conforme expressão 28”.
• fd= 𝑓𝑓𝑓𝑓 . (eq. 28)
𝛾𝛾𝛾𝛾
em que γm é o coeficiente de ponderação das resistências e fk
a resistência característica do material.
Os valores para verificação estão indicados na Tabela 9.

Tabela 9 - Valores dos coeficientes γc e γs.


Concreto Aço
Combinações
γc γc
Normais 1,4 1,15
Especiais ou de
construção 1,2 1,15
Excepcionais 1,2 1,00
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 71).

Valores de calculo da Resistência do concreto


A NBR 6118, (2014, p. 70), item 12.3.3, amplia o conceito de re-
sistência de cálculo do concreto levando em consideração a sua idade:
“No caso específico da resistência de cálculo do concreto (fcd), alguns

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


detalhes adicionais são necessários, conforme descritos a seguir”:
a) quando a verificação se faz em data j igual ou superior a 28
dias:
• fcd = fck/ γc (eq. 29)

Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concre-


to deve ser feito aos 28 dias, de forma a confirmar o valor de fck adotado
no projeto;
b) quando a verificação se faz em data j inferior a 28 dias, ado-
ta-se a expressão:
• fcd= 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 ≅ ꞵ1. 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 (eq. 30)
ϒ𝑐𝑐 ϒ𝑐𝑐 1
• em que ꞵ1 é a relação 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 dada por ꞵ1= [𝑠𝑠.�1−�28 �2 �] (eq. 31)
𝑡𝑡
onde s vale: 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝑒𝑒
• 0,38 para concreto de cimento CPIII e CPIV.
• 0,25 para concreto de cimento CPI e CPII.
• 0,20 para concreto de cimento CPV e ARI.
33
• t é a idade efetiva do concreto, em dias.

Ações nas estruturas de concreto armado


Segundo CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014, p. 53), “De-
nomina-se ação qualquer influência, ou conjunto de influências, capaz
de produzir estados de tensão ou de deformação”. Entretanto, a NBR
8681 (2003, p. 03), classifica as ações em “permanentes, variáveis e
excepcionais.”
Para a elaboração dos projetos, as ações devem ser combina-
das com a aplicação de coeficientes sobre cada uma delas, para levar
em conta a probabilidade de ocorrência simultânea. A aplicação das
ações deve ser feita de modo a se conseguirem as situações mais crí-
ticas para a estrutura.
• Ações permanentes: são as que ocorrem com valores prati-
camente constantes durante toda a vida da construção. Também são
consideradas como permanentes as ações que crescem no tempo, ten-
dendo a um valor limite constantes.
• Ações permanentes diretas: As ações permanentes diretas
são constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos pesos dos ele-
mentos construtivos fixos e das instalações permanentes. Deve-se levar
em conta o peso próprio, peso dos elementos construtivos e instalações
permanente, empuxos permanentes.
• Ações permanentes indiretas: As ações permanentes indire-
tas são constituídas pelas deformações impostas por retração e fluência
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas glo-


bais e locais, protensão e momento mínimo.
• Ações variáveis, que podem ser 1) Ações Variáveis diretas, 2)
Ações variáveis indiretas:
• Ações variáveis diretas: As ações variáveis diretas são consti-
tuídas pelas cargas acidentais previstas para o uso da construção, den-
tre elas estão, força centrífuga, cargas móveis, cargas verticais, ação do
vento, ação da água, ações variáveis durante a construção.
• Ações variáveis indiretas, podem se dividir em: 1) Variações
indiretas uniformes de temperatura e 2) Variações indiretas não unifor-
mes de temperatura
• Variações indiretas uniformes de temperatura: é a variação da
temperatura da estrutura, causada globalmente pela variação da tem-
peratura da atmosfera e pela insolação direta, é considerada uniforme.
• Variações indiretas não uniformes de temperatura: é aplicada
nos casos em que os elementos estruturais em que a temperatura pos-
sa ter distribuição significativamente diferente do uniforme, devem ser
34
considerados os efeitos dessa distribuição.
• Ações dinâmicas: quando a estrutura, pelas suas condições
de uso, está sujeita a choques ou vibrações, os respectivos efeitos de-
vem ser considerados na determinação das solicitações e a possibilida-
de de fadiga deve ser considerada no dimensionamento dos elementos
estruturais.
• Ações Excepcionais: no projeto de estruturas sujeitas a si-
tuações excepcionais de carregamento, cujos efeitos não possam ser
controlados por outros meios, devem ser consideradas ações excepcio-
nais com os valores definidos, em cada caso particular. Ex: terremotos,
tsunamis, maremotos, furacões, tufões.

Valores de cálculo
Para CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014). Os valores de
cálculo Fd das ações são obtidos a partir dos valores representativos,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação γf.

Coeficiente de ponderação das ações


As ações devem ser majoradas pelo coeficiente γf, cujos valo-
res encontram-se mostrados nas Tabela 10 e Tabela 11, com:
• γf = γf1 . γf2 . γf3 (eq. 32)

Tabela 10 - Coeficiente γf = γf1 . γf3


Ações

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Combina- Permanentes Variáveis (q) Protensão (p) Recalques de
ções de apoio e retra-
ações (g) ção
D F G T D F D F
Normais 1,41 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais ou
de constru- 1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
ção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0
onde: D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis em
geral, T é temperatura.
1. “Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso pró-
prio das estruturas, especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode
ser reduzido para 1,3.”
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

35
Estado Limite de Serviço (ELS)
Segundo a norma ABNT NBR 6118 (2014, p. 66) “Em geral, o
coeficiente de ponderação das ações para estados-limites de serviço é
dado pela expressão: γf = γf2 .” O coeficiente γf2 tem valor variável con-
forme a verificação que se deseja fazer (ver Tabela 11):
γf2 = 1 para combinações raras;
γf2 = ψ1 para combinações frequentes;
γf2 = ψ2 para combinações quase permanentes.

Nas combinações quase permanentes todas as ações variá-


veis são consideradas com seus valores quase permanentes ψ2Fqk .
Nas combinações frequentes a ação variável principal Fq1 é to-
mada com seu valor frequente ψ1Fq1k e todas as demais ações variáveis
são tomadas com seus valores quase permanentes ψ2Fqk .
Nas combinações raras a ação variável principal Fq1 é tomada
com seu valor característico Fq1k e todas as demais ações são tomadas
com seus valores frequentes ψ1 Fqk .

Tabela 11 - Valores do coeficiente γf2


γf2
Ações
ψo ψ1 ψ2
Locais em que não há predominância
de pesos de equipamentos que perma-
0,5 0,4 0,3
necem fixos por longos períodos, nem
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Cargas aci- de elevadas concentrações de pessoas¹


dentais de edi- Locais em que há predominância de
fícios pesos de equipamentos que permane-
0,7 0,6 0,4
cem fixos por longos períodos, ou de
elevada concentração de pessoas²
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Vento Pressão dinâmica do vento nas estrutu-
0,6 0,3 0
ras em geral
Variações uniformes de temperatura em
Temperatura 0,6 0,5 0,3
relação à média anual local
1. Edifícios residenciais.
2. Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

36
Combinações das ações
Segundo a NBR 6118 (2014, 65):

Um carregamento é definido pela combinação das ações que tem proba-


bilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura,
durante um período preestabelecido.
A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determina-
dos os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação da seguran-
ça em relação aos estados-limites últimos e aos estados-limites de serviço
deve ser realizada em função de combinações últimas e de combinações de
serviço, respectivamente.

Combinações últimas
A NBR 6118 (2014, p. 66) estabelece, “Uma combinação última
pode ser classificada como normal, especial ou de construção e excep-
cional.”

Combinações últimas Normais


ABNT NBR 8681 (2003, p. 07), “Em cada combinação devem
estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com
seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação”,

Combinações últimas Especiais ou de Construção


Em cada combinação devem estar presentes, segundo a ABNT
NBR 8681 (2003, p. 08), as ações permanentes e a ação variável espe-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


cial, quando existir, com seus valores característicos e as demais ações
variáveis com probabilidade não desprezível, de ocorrência simultânea,
com seus valores reduzidos de combinação.

Combinações últimas Excepcionais


Em cada combinação devem figurar, segundo a ABNT NBR
8681 (2003, p. 08), as ações permanentes e a ação variável excep-
cional, quando existir, com seus valores representativos e as demais
ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência si-
multânea, com seus valores reduzidos de combinação. Nesse caso se
enquadram, entre outras, sismo e incêndio.

Combinações últimas Usuais


A NBR 6118 ABNT NBR 6118 (2014, p. 66), item 11.8.2.4, dis-
ponibiliza a “Tabela 11.3”. Abaixo a Tabela 12 para verificação destas
combinações. Nas construções mais comuns, como por exemplo os
edifícios residenciais, a combinação última a ser considerada de modo
37
geral é a normal. Porém, onde ocorrerem ações especiais, de constru-
ção ou excepcionais importantes, elas devem ser consideradas, confor-
me mostrado na Tabela 12

Tabela 12 - Combinações últimas


Combi-
nações
Descrição Cálculo das solicitações
últimas
(ELU)
Esgotamento da
capacidade resis-
Fd = γg Fgk + γεg Fεgk + γq (Fq1k + Σ
tente para elemen-
ψoj Fqjk) + γεq ψoε Fεqk
tos estruturais de
Concreto Armado1
Esgotamento da Deve ser considerada, quando necessá-
capacidade resis- rio, a força de protensão como carrega-
tente para elemen- mento externo com os valores Pk,máx e Pk,-
Normais tos estruturais de para a força desfavorável e favorável,
mín
Concreto Proten- respectivamente, conforme definido na
dido Seção 9
S (Fsd) ≥ S (Fnd)

Perda do equilíbrio Fsd = γgs Gsk + Rd


como corpo rígido
Fnd = γgn Gnk + γq Qnk – γqs Qs,mín,
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

onde: Qnk = Q1k + Σ ψoj Qjk


Especiais
ou de Fd = γg Fgk + γεg Fεgk + γq (Fq1k + Σ ψoj Fqjk) + γεq ψoε
constru- Fεqk
ção2
Excepcio- Fd = γg Fgk + γεg Fεgk + Fq1exc + γq Σ ψoj Fqjk + γεq ψoε
nais2 Fεqk

38
onde:

Fd = valor de cálculo das ações para combinação última ; Fgk = representa


as ações permanentes diretas

Fεk = representa as ações indiretas permanentes como a retração Fεgk e va-


riáveis como a temperatura Fεqk

Fqk = representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida princi-
pal γg , γεg , γq , γεq – ver Tabela 3.5 ; ψoj , ψoε – ver Tabela 3.6

Fsd = representa as ações estabilizantes ; Fnd = representa as ações não


estabilizantes Gsk = valor característico da ação permanente estabilizante

Rd = esforço resistente considerado estabilizante, quando houver Gnk = valor


característico da ação permanente instabilizante

Qnk =Q1k +∑ψojQjk

j=2

Qnk = valor característico das ações variáveis instabilizantes

Q1k = valor característico da ação variável instabilizante considerada princi-


pal ψoj e Qjk = são as demais ações variáveis instabilizantes, consideradas
com seu valor reduzido

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Qs,mín = valor característico mínimo da ação variável estabilizante que acom-
panha obrigatoriamente uma ação variável instabilizante

1. No caso geral, devem ser consideradas inclusive combinações onde o


efeito favorável das cargas permanentes seja reduzido pela consideração
de γg = 1,0. No caso de estruturas usuais de edifícios, essas combinações
que consideram γg reduzido (1,0) não precisam ser consideradas.

2. Quando Fq1k ou Fq1exc atuarem em tempo muito pequeno ou tiverem pro-


babilidade de ocorrência muito baixa, ψoj pode ser substituído por ψ2j . Este
pode ser o caso para ações sísmicas e situação de incêndio.
Fonte: (ABNT NBR 6118, 2014).

Combinações de serviço
A ABNT NBR 6118 (2014, p. 66): “As combinações de serviço
são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura e devem
ser verificadas como estabelecido a seguir”:
a) quase permanentes: podem atuar durante grande parte do
39
período de vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária
na verificação do estado-limite de deformações excessivas;
b) frequentes: repetem-se muitas vezes durante o período de
vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verifica-
ção dos estados-limites de formação de fissuras, de abertura de fissu-
ras e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para
verificações de estados-limites de deformações excessivas decorrentes
de vento ou temperatura que podem comprometer as vedações;
c) raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da
estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação do es-
tado-limite de formação de fissuras. As combinações de serviço usuais
estão dispostas na Tabela 13.
Tabela 13 - Combinações de serviço
Combina-
Cálculo das solicita-
ções de ser- Descrição
ções
viço (ELS)
Combina- Nas combinações quase perma-
ções quase nentes de serviço, todas as ações
variáveis são consideradas com Fd,ser = Σ Fgi,k + Σ ψ2j
permanentes
Fqj,k
de serviço seus valores quase permanentes
(CQP) ψ2Fqk
Nas combinações frequentes de
serviço, a ação variável principal
Combina-
Fq1 é tomada com seu valor fre-
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

ções fre- Fd,ser = Σ Fgik + ψ1


quente ψ1Fq1k e todas as demais
quentes de Fq1k + Σ ψ2j Fqjk
ações variáveis são tomadas com
serviço (CF)
seus valores quase permanentes
ψ2Fqk
Nas combinações raras de serviço,
Combina- a ação variável principal Fq1 é to-
ções raras mada com seu valor característico Fd,ser = Σ Fgik + Fq1k
de serviço Fq1k e todas as demais ações são + Σ ψ1j Fqjk
(CR) tomadas com seus valores fre-
quentes ψ1Fqk
onde:

Fd,ser = valor de cálculo das ações para combinações de serviço; Fq1k = valor
característico das ações variáveis principais diretas; ψ1 = fator de redução
de combinação frequente para ELS; ψ2 = fator de redução de combinação
quase permanente para ELS.
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

40
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-PR Prova: Analista de Con-
trole Nível: Superior.
Assinale a opção que apresenta o coeficiente médio de crescimen-
to estimado para a resistência característica do concreto à com-
pressão por um período de sete dias, considerando o emprego de
cimento de alta resistência inicial, um coeficiente de 1,0 para um
período de vinte e oito dias e a inexistência de correlação real com
um número representativo de ensaios de campo.
a) 0,48
b) 0,80
c) 0,95
d) 1,00
e) 1,10

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: SUGEP Órgão: UFRPE Prova: Engenheiro civil
Nível: Superior.
Sobre o estado limite de utilização do concreto, analise as propo-
sições abaixo.
1) Está relacionado à ruína estrutural.
2) Está relacionado à durabilidade, aparência e conforto do usuário.
3) Verificação da fissura, deformação, abertura de fissura, descom-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


pressão e da vibração excessiva são alguns estados limites de ser-
viço abordado pela NBR 6118.
4) Os limites para fissuração são estabelecidos em função da clas-
se de agressividade ambiental.
Estão corretas:
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 1, 2 e 3, apenas.
c) 2 e 4, apenas.
d) 2, 3, e 4, apenas.
e) 3 e 4, apenas.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova: Analista Nível: Su-
perior.
A respeito de concreto para fins estruturais (cujas classificações
são definidas em norma pela ABNT), leia o fragmento a seguir.
“Os concretos normais, misturados em canteiro de obra e utiliza-
41
dos em elementos de estruturas de concreto armado, são classifi-
cados conforme a _____. Os concretos com classe de resistência
inferior a _____ não são estruturais.”
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as la-
cunas do fragmento acima.Parte superior do formulário
a) resistência característica de tração – C15
b) resistência característica de tração – C20
c) resistência característica de compressão – C15
d) resistência característica de compressão – C20
e) resistência característica de compressão – C25

QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: CVEST Órgão: IFPE Prova: Engenheiro civil Ní-
vel: Superior.
Para o projeto de estruturas de concreto armado, a NBR6118-2014
(Projeto de Estruturas de Concreto Armado – Procedimento) de-
fine os estados limites, classificando-os em Estados Limites Úl-
timos (ELU) e Estados Limites de Serviço (ELS). A partir destes
limites são verificadas as combinações de carregamentos a serem
adotadas para simularem situações que ocorrerão durante toda a
existência da edificação. Com base nesses pressupostos, julgue
as proposições a seguir.
I. O Estado Limite Último é alcançado quando a estrutura tem o seu
uso interrompido por um colapso total ou parcial da estrutura.
II. O Estado Limite de Serviço está relacionado ao funcionamento
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

adequado da estrutura.
III. A verificação da resistência da estrutura e o seu dimensiona-
mento são efetuados para atender à segurança no Estado Limite
de Serviço.
IV. Entre as ações permanentes indiretas estão as imperfeições
geométricas globais, que não devem se superpor ao carregamento
do vento, considerando-se, apenas, o mais desfavorável.
V. As combinações de carregamentos simulam a atuação simultâ-
nea de várias ações, considerando que algumas delas são favo-
ráveis e, outras, desfavoráveis. A análise é realizada para a pior
dessas situações.
Está(ão) CORRETA (S) apenasParte superior do formulário
a) I, II e IV.
b) I, II, IV e V.
c) I, IV e V.
d) IV.
e) I e V.
42
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: IF-SC Órgão: IFSC Prova: Engenheiro civil Nível:
Superior.
De acordo com a N8R 6118:2014, assinale a alternativa correspon-
dente a equação para determinação do modulo de elasticidade
(Eci) estimado para concretos de 55 MPa a 90MPa.Parte superior
do formulário
a) 21,5 . 10 3 . αE. {{Fck/10) + 1 ,25} 1/3
b) αE. 5600 . √Fck
c) (Fck/10) + 1 ,25
d) 5600. Fck
e) (21 ,5. 103 • Fck)1/3

QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: EXATUS-PR Órgão: Prefeitura de Caxias do Sul-
-RS Prova: Engenheiro civil Nível: Superior.
O recobrimento para as lajes de concreto armado, segundo a NBR
6118/2014, para a classe III de agressividade ambiental deve ser
de no mínimo (assinale a alternativa que contém a resposta corre-
ta):Parte superior do formulário
a) 25 mm (vinte e cinco milímetros).
b) 30 mm (trinta milímetros).
c) 35 mm (trinta e cinco milímetros).
d) 40 mm (quarenta milímetros).

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


QUESTÃO 7
Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: Itaipu Binacional Prova: Enge-
nheiro civil Nível: Superior.
Com relação a NBR 6118, especificamente sobre o tema mecanis-
mos de envelhecimento e deterioração, assinale a alternativa cor-
reta.Parte superior do formulário
a) Ataque por sulfatos é o mecanismo responsável por dissolver e car-
rear os compostos hidratados da pasta de cimento por ação de águas
puras, carbônicas agressivas, ácidas e outras.
b) Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concre-
to são despassivação por cloretos e despassivação por carbonatação.
c) Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concre-
to são lixiviação, expansão por sulfatos e reação álcali agregado.
d) Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadu-
ra são lixiviação, expansão por sulfatos e reação álcali agregado.
e) Despassivação por carbonatação ocorre por ação das reações entre
os álcalis do concreto e agregados reativos.
43
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Disserte a respeito da possibilidade de se tirar proveito do aumento da


resistência a compressão do concreto, após os 28 dias de idade, reali-
zando os ensaios de controle de aceitação do concreto utilizado em ida-
des correspondentes a 6 e 9 semanas (42 e 63 dias respectivamente).
Argumente também o porquê do controle da resistência a compressão
do concreto ser usualmente realizado aos 28 dias.

TREINO INÉDITO

Uma viga retangular possui as seguintes dimensões e características:


Largura nominal: 50cm
Altura nominal: 90cm
Classe do concreto: C30
Tendo como valores o cobrimento nominal de 200mm, estribos de 5mm
e barra longitudinal de aço CA50, sabendo-se que seu momento fletor é
de 10000 kN.cm, seus valores de γc = γf = 1,4 e γs = 1,15, qual é a sua
área de armadura longitudinal de flexão?
a) 9,10 cm²
b) 1,50 cm²
c) 8,10 cm²
d) 9,94 cm²
e) 2,30 cm²
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

NA MÍDIA

PROTEÇÃO CATÓDICA DE ESTRUTURAS DE CONCRETO: O QUE É?


Estima-se que, anualmente, 5% do PIB da construção civil global seja
destinado para o combate a manifestações patológicas no concreto ar-
mado, principalmente as causadas por corrosão das armaduras. Para
a pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT (Institu-
to de Pesquisas Tecnológicas) Adriana de Araújo, esse é um problema
cotidiano nas construções. “A corrosão está no nosso dia a dia: nos
postes de iluminação, nas calçadas, nas garagens dos edifícios, nas
varandas. Por quê? Por falhas de execução, por problemas de manu-
tenção e ou por falta de técnicas de prevenção”, explica a especialista,
que desenvolve um amplo estudo sobre as causas dessa patologia, e
como combatê-la.

Fonte: Portal Itambé


Data: 11 nov. 2020.
44
Leia a notícia na íntegra:
https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/protecao-catodica-
-de-estruturas-de-concreto-o-que-e-isso/?utm_source=newsmassacin-
zenta&utm_medium=email&utm_campaign=protecao-catodica-de-es-
truturas-de-concreto-o-que-e-isso/&utm_term=post_1&utm_content=-
nov_semana_2

NA PRÁTICA

O item 8.2.10.1 da ABNT NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto


– Procedimento – trata do denominado efeito Rüsch. Ele é representado
por um coeficiente de segurança (0,85) e que está associado à redução
da resistência do concreto devido ao efeito deletério das cargas de lon-
ga duração. Como ensina o professor Antonio C.R. Laranjeiras, a gran-
deza do efeito Rüsch depende da maturidade do concreto onde a carga
de longa duração é aplicada. Quanto mais tempo de cura, maior tende a
ser o coeficiente e, consequentemente, maior a resistência do material
à compressão. Foi essa análise técnica que pautou a palestra que o
professor Paulo Helene concedeu recentemente no Clube de Engenha-
ria do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Nela, o especialista mostrou
como são feitas as avaliações de resistência do concreto em estruturas,
com o objetivo de verificação da segurança. Helene selecionou casos
em que estruturas exibiram evidências claras de desgaste. “Há relatos
de que as estruturas chegam a emitir sons, ou seja, elas literalmente gri-
tam para demonstrar o risco”, afirmou. Por isso, o engenheiro civil res-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


saltou a importância das leis sobre vistoria de edificações que têm sido
aprovadas no Brasil. “Elas precisam melhorar em alguns pontos, mas
incentivá-las é o nosso papel”, disse. Paulo Helene recheou sua pales-
tra de exemplos em que o coeficiente de segurança do efeito Rüsch não
foi respeitado e resultou em desabamento de estruturas. Para ele, neste
caso é preciso preparo dos profissionais envolvidos com a construção
de edificações. “Consultores, projetistas, controladores, construtores,
fiscais, todos estão sujeitos a falhas, e não só a falhas, mas à omissão
e ao despreparo. Isso acontece em todas as profissões, mas no caso da
engenharia pode causar danos sérios”, destacou o professor da EPUSP
(Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

Título: Quando ocorre o efeito Rüsch, as estruturas gritam


Data de publicação: 20/12/2013
Fonte: http://www.cimentoitambe.com.br/wpcontent/uploads/2013/12/
paulo_helene.jpg

45
PARA SABER MAIS

Sites de pesquisas sobre o assunto: Google Acadêmico

Fonte: scholar.google.com/schhp?hl=pt-BR

Livros sobre o assunto:


Título: Estruturas de concreto armado.
Data de publicação: 2016

Título: Cálculo de estruturas usuais de concreto armado.


Data de publicação: 2017

Blogs sobre o assunto:


Site: https://www.cimentoitambe.com.br/
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

46
INTRODUÇÃO AO
PROJETO ESTRUTURAL

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS
SOLICITAÇÕES NORMAIS

Introdução
Denominam-se solicitações normais as que originam tensões
normais nas seções transversais dos elementos estruturais. Compreen-
dem, neste caso, força normal e momento fletor, ambos referidos ao
centro de gravidade da seção transversal de concreto ALMEIDA (2002,
p. 03).
Uma seção de concreto armado submetida a solicitações normais pode atin-
gir o estado limite último das seguintes formas:
a) Estado de deformação plástica excessiva: nas peças submetidas à tração
ou flexão com quantidades pequenas de armadura, admite-se que o estado
limite último seja atingido em virtude de deformação plástica excessiva da
armadura, cujo valor se fixa em 1%.

47
b) Estados de ruptura: em peças submetidas à flexão simples ou flexão com-
posta com quantidades médias ou grandes de armadura, o estado limite últi-
mo é atingido por esmagamento do concreto comprimido para deformações
da ordem de 0,35% e em peças submetidas à compressão uniforme ou com-
pressão não uniforme o estado limite último é atingido por esmagamento do
concreto para deformações da ordem de 0,2% (ALMEIDA, 2002, p. 03).

Colapso em vigas sob tensões normais


A seção transversal central da viga de concreto armado, re-
tangular, segundo CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014, p. 114),
submetida a um momento fletor M crescente, passa por 3 níveis de
deformação, denominados estágios, os quais determinam o compor-
tamento da peça até a ruína.
- ESTÁGIO I (estágio elástico): sob a ação de um momento
fletor M de pequena intensidade, a tensão de tração no concreto não ul-
trapassa sua resistência característica à tração (ftk). Este estágio pode
ser subdividido em duas fases, 1a e 1b.
1a: A carga P é de pequena intensidade, a viga apresenta uma
pequena deformação de modo que o concreto na seção (S1) não apre-
senta fissuras (Figura 10).
• Diagrama de tensão normal ao longo da seção é linear.
• As tensões nas fibras mais comprimidas são proporcionais às
deformações, correspondendo ao trecho linear do diagrama tensão-de-
formação do concreto.
• Não há fissuras visíveis.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 10 - Diagramas de tensão e deformação na seção S1 – estágio 1a

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

1 b: Aumentando gradativamente o valor da carga P (Figura 11)


• O concreto ainda resiste à tração.
• O diagrama de tensões na região comprimida é linear.

d 48
• O diagrama de tensões na região tracionada é não linear e a
maior tensão de tração é a resistência máxima do concreto. (fct)

Figura 11 - Diagramas de tensão e deformação na seção S1 – estágio 1b

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

- ESTÁGIO II (Estágio de fissuração)


Aumentando o valor do momento fletor (com o crescimento do
carregamento) as tensões de tração na maioria dos pontos abaixo da li-
nha neutra (LN) terão valores superiores ao da resistência característica
do concreto à tração (Figura 12).
• Somente o aço passa a resistir aos esforços de tração.
• Admite-se que a tensão de compressão no concreto continua

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


linear.
• As fissuras de tração no concreto na flexão são visíveis.

Figura 12 - Diagramas de tensão e deformação na seção S1 – estágio 2

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

49
- ESTÁGIO III (Dimensionamento)
Segundo ainda, Carvalho; Figueiredo Filho (2014):
• Aumenta-se o momento fletor até um valor próximo ao de
ruína (Mu), e para concretos até C50.
• A fibra mais comprimida do concreto começa a plastificar a
partir da deformação específica de 0,2%, chegando a atingir, sem au-
mento de tensão, 0,35% (Figura 13).
• Diagrama de tensões tende a ficar vertical (uniforme), com
quase todas as fibras trabalhando com sua tensão máxima, ou seja,
praticamente todas as fibras atingem deformações superiores a 0,2 % e
chegando até 0,35% (Figura 14).
• A peça está bastante fissurada, com as fissuras se aproxi-
mando da linha neutra, fazendo com que sua profundidade diminua e,
consequentemente, a região comprimida do concreto também.

Figura 13 - Diagramas de tensão e deformação na seção S1 – estágio 3


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

50
Figura 14 - Diagramas de tensão e deformação simplificado do concreto

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

• ESTÁGIOS I e II – corresponde às solicitações de serviço


(quando atuam as ações reais).
• ESTÁGIO III – corresponde ao ELU (ações majoradas e re-
sistências minoradas).
Para Carvalho; Figueiredo Filho (2014), o dimensionamento

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


das estruturas de concreto será feito no ELU (Estágio III), pois o obje-
tivo principal é projetar estruturas que resistam aos esforços de forma
econômica, sem chegar ao colapso. As situações de serviço são impor-
tantes, porém muitas vezes o próprio cálculo no ELU e o bom dimensio-
namento conduzem às verificações dessas situações, que deverão ser
feitas quando necessário.

Hipóteses de cálculo
Segundo a NBR 6118 (2014), as hipóteses de cálculo no es-
tado-limite último de ruptura ou de deformação plástica excessiva, nos
casos de flexão simples ou composta, normal ou oblíqua, e de com-
pressão ou tração uniforme, excluídas as vigas paredes e os consolos
curtos, são as seguintes:
a) As seções transversais permanecem planas após o início da
deformação até o ELU;
b) Admite-se solidariedade perfeita entre o concreto e a armadura;
51
c) A resistência à tração do concreto é desprezada.
d) A ruína da seção transversal (peça sob ações majoradas
e materiais com resistências minoradas fcd e fyd para qualquer tipo
de flexão no ELU, fica caracterizado por deformações específicas de
cálculo do concreto (ɛc) na fibra menos tracionada, e do aço (ɛs) na fibra
mais tracionada;
e) Encurtamentos últimos ɛc = 0,2 % (para seções totalmente
comprimidas) e ɛc = 0,35% (ocorre nas seções sob flexão);
f) Alongamentos últimos: ɛs = 1%;
g) A tração nas armaduras é obtida a partir dos diagramas ten-
são x deformação. O alongamento máximo das armaduras é 1% (Fi-
gura 15);

Figura 15 - Diagramas de tensão e deformação simplificado do aço


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

h) Para concretos até classe C50, admita-se que a distribuição


de tensões no concreto seja feita de acordo com o diagrama parábola-
-retângulo, com base no diagrama tensão-deformação simplificado do
concreto, com tensão máxima igual a 0,85. fcd (Figura 16).

52
Figura 16 - Diagramas de tensão no concreto no estado limite último para
concretos até a classe C50 e deformação simplificado do aço

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

Nomenclaturas e definições
Carvalho e Figueiredo Filho (2014) atribuíram as seguintes no-
menclaturas na seção de vigas submetidas a flexão simples para iden-
tificação dos efeitos:
• d – altura útil (distância entre o CG da armadura longitudinal
até a fibra mais comprimida do concreto);
• d’ – distância entre o CG da armadura transversal comprimida
e a face mais próxima do elemento estrutural (fibra mais comprimida do
concreto);
• Msd – momento fletor solicitante de cálculo;

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


• Mrd- momento fletor resistente de cálculo (máximo momento
que a seção pode resistir Msd ≤ Mrd;
• bw- largura da seção transversal de vigas de seção retangu-
lar e alma das vigas de seção em forma de T;
• h – altura total da seção transversal de uma peça;
• z – braço da alavanca: distância entre o ponto de aplicação da
resultante das tensões normais de compressão da tração no aço;
• x - Linha Neutra - “divide” a seção em duas partes: uma parte
onde os pontos são tracionados e outra onde os pontos são comprimidos;
• y- altura da linha neutra convencional: altura do diagrama
retangular de tensões de compressão no concreto na seção transver-
sal de uma peça fletida (y= 0,8 x). Admite-se distribuição uniforme de
tensões. No trecho 0,2x, a partir da linha neutra, são desprezadas as
tensões de compressão.

53
Domínios de deformação na seção
A NBR 6118 (2014, p. 120) “estabelece critérios para a determi-
nação dos esforços resistentes das seções de vigas, pilares e tirantes,
submetidas a força normal e momentos fletores”. Os domínios repre-
sentam as diversas possibilidades de ruína da seção, esquematizados
na Figura 17.

Figura 17 - Domínios de deformação no estado limite último em uma seção


transversal para concretos até C50
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptada de ABNT NBR 6118 (2014)

a) DOMÍNIO 1:

• Início: ɛs = 1 % ɛc = 1 % x= -∞ (Figura 18a)


• término: ɛs = 1 % ɛc = 0 % x1= 0 (Figura18b)

A seção transversal está inteiramente tracionada. A seção re-


sistente é composta pelo aço, não havendo participação do concreto,
que se encontra totalmente fissurado, segundo CARVALHO; FIGUEI-
REDO FILHO (2014, p. 122).

54
Figura 18 – Em a. início do domínio 1 e em b. o término do domínio 1

a.

b.

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

b) DOMÍNIO 2:
• início: ɛs =1 % ɛc = 0 x1= 1

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


• término: ɛs =1 % ɛc = 0,35% x= x2= 0,259 d

O concreto ainda não alcança a ruptura (ɛc < 0,35%) (Figura 19).

Figura 19 - Término do domínio 2

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

55
c) DOMÍNIO 3: (seção subarmada)
• Início: ɛs = 1 % ɛc = 0,35 % x= x2= 0,259d
• término: ɛs = ɛyd (deformação específica do escoamento do
aço) ɛc = 0,35 % x= x3
A ruptura do concreto ocorre simultaneamente com o escoa-
mento da armadura. As peças que chegam ao ELU no domínio 3 são
ditas subarmadas segundo CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).
Através da Figura 20, percebe-se que a ruptura do concre-
to ocorre simultaneamente com o escoamento da armadura: situação
ideal, pois os dois materiais atingem sua capacidade resistente máxima
(são aproveitados integralmente).

Figura 20 - Término do domínio 3

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

d) DOMÍNIO 4: (seção superarmada)


• Início: ɛc = ɛyd x=x3 ɛc = 0,35 % x= x2= 0,259d
• término: ɛs = 0 ɛc = 0,35 % x= x4 =d

Há um banzo comprimido e outro tracionado. No ELU a defor-


mação da armadura é inferior a deformação de escoamento. A ruptura
da peça ocorre, porém de forma frágil, não avisada, pois o concreto
se rompe sem que a armadura atinja sua deformação de escoamento.
As peças que chegam ao ELU no domínio 4 são ditas superarmadas,
devendo ser evitadas tanto quanto possível. A tensão na armadura é
menor que a máxima permitida (fyd , Figura 21) segundo CARVALHO;
FIGUEIREDO FILHO (2014).

56
Figura 21 - Início do domínio 4

Fonte: Adaptado de BASTOS (2019).

e) DOMÍNIO 4a: (flexão composta com armaduras comprimidas)


• Início: ɛs = 0 ɛc = 0,35 % x= x4 =d ɛc = ɛyd x=x3
• Término: ɛs < 0 (compressão) e ɛc = 0,35 % x= x4a =h

Na Figura 22 tem-se o diagrama genérico do domínio 4a, onde


a solicitação é a compressão, possuindo pouca excentricidade. Existe
somente uma pequena parcela tracionada e a seção transversal possui
a sua maior parte comprimida. O seu Estado Limite Único caracteriza-
-se pela εcu no concreto da borda comprimida na visão de CARVALHO;
FIGUEIREDO FILHO (2014). Sua LN possui variação entre “d” e “h”,

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


sendo que passa na região de cobrimento menos comprimida da arma-
dura, ou seja, “d” < “x” < “h”. Ambas as armaduras estão comprimidas,
mesmo que a mais próxima à LN possua uma tensão irrisória.
Figura 22 - Diagrama genérico do domínio 4a

Fonte: Adaptado de BASTOS (2019)

57
f) DOMÍNIO 5: (compressão não uniforme, sem tração)
• Início: ɛs< 0 ɛc = 0,35 % x= x4=h
• Término: ɛs = 0,2 % (compressão) ɛc = 0,2 % (compressão)
X=x5= +∞

A seção é inteiramente comprimida. A ruptura é frágil, sem avi-


so pois o concreto se rompe com encurtamento da armadura (não há
fissuração nem deformação que sirvam de advertência (Figura 23) em
consonância com CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

Figura 23 - Término do domínio 5

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

Determinação dos limites da linha neutra em X2lim e X3lim


Considerando o desenho da Figura 14, o diagrama de defor-
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

mações da Figura 24 permite deduzir o valor de x2lim:


• (eq. 33)

Para concretos de classes C55 até C90, εcu depende da resis-


tência característica do concreto à compressão (fck). Para concretos de
classes até o C50, εcu = 3,5 ‰ e aplicando na equação:
• X2lim = 0,26 d , para fck ≤ 50 MPa (eq. 34)

Sendo βx2lim = x/d, tem-se:

• βx2lim = 0,26 , para fck ≤ 50 MPa Eq. 3.13 (eq. 35)

58
Figura 24 - Diagrama de deformação para X2lim

Fonte: Adaptado de BASTOS (2019)

Através da Figura 25 encontra-se X3lim :

• (eq. 36)

Para concretos de classes C55 até C90, εcu depende da resis-


tência característica do concreto à compressão (fck). Para concretos de
classes até o C50, εcu = 3,5 ‰ e aplicando na equação:
• X3lim = 3,5. d , para fck ≤ 50 MPa (eq. 37)
εyd + 3,5

• Sendo βx3lim = x/d, tem-se: βx3lim = 3,5 , para fck ≤ 50


MPa (eq. 38) εyd + 3,5

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Figura 25 - Diagrama de deformação para X3lim

Fonte: Adaptado de BASTOS (2019)

59
Os valores de x3lim e βx3lim dependem de εyd e assim da ca-
tegoria do aço da armadura, como indicado na Tabela 14.

Tabela 14 - Valores de diagrama de deformação para ℇyd , x3lim e βx3lim


para concretos de classes até C50
Aço ℇyd (‰) x3lim βx3lim

CA-25 1,04 0,77 d 0,77


CA-50 2,07 0,63 d 0,63
CA-60 2,48 0,59 d 0,59
Fonte: (Adaptado de BASTOS, 2019)

ADERÊNCIA E ANCORAGEM DE BARRAS

Aderência entre o concreto e o aço


Segundo Carvalho; Figueiredo Filho (2014), a aderência é um
fenômeno que permite o funcionamento do concreto armado como ma-
terial estrutural. Sem aderência, as barras da armadura não seriam sub-
metidas aos esforços de tração, pois deslizariam dentro da massa de
concreto e a estrutura se comportaria como sendo apenas de concreto
simples. A aderência faz com que os dois materiais, de resistências dife-
rentes, tenham a mesma deformação e trabalhem juntos, de modo que
os esforços resistidos por uma barra de aço sejam transmitidos para o
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

concreto e vice-versa.
Para Leonhardt e Monning, citado por Carvalho e Figueiredo
Filho (2014), existe uma classificação da aderência em três parcelas
(por adesão, por atrito e mecânica), meramente esquemática, pois não
é possível determinar precisamente a contribuição de cada uma delas
individualmente.
Adesão: de natureza físico-química, com forças capilares na
interface entre os dois materiais, o efeito é de uma colagem provocada
pela nata de cimento na superfície do aço (Figura 26);
Após o lançamento do concreto fresco sobre uma chapa de
aço, durante o endurecimento do concreto, ocorrem ligações físico-quí-
micas com a chapa de aço na interface, que faz surgir uma resistência
de adesão, indicada pela força Rb1, que se opõe a separação dos ma-
teriais. A contribuição da adesão à aderência é pequena.

60
Figura 26 – Exemplo de aderência por adesão

Fonte: Adaptado de BASTOS (2015)

Atrito: é a força que ocorre na superfície de contato entre os


dois materiais, e se manifesta quando há tendência ao deslocamento
relativo entre a barra de aço e o concreto, impedindo-o; é variável com
o tipo de superfície das barras e devido à penetração da pasta de ci-
mento nas irregularidades das mesmas, é tanto maior quanto maior é a
pressão exercida pelo concreto sobre as barras (por isso o atrito é maior
nos apoios e nas curvas das barras).
A intensidade das forças de atrito depende do coeficiente de
atrito entre o concreto e o aço, e em alguns casos da intensidade de
forças de compressão transversais ao eixo da barra, provenientes da
retração do concreto, de ações externas etc.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Aderência Mecânica (Engrenamento): resistência mecânica
ao arrancamento devida à conformação superficial das barras. A ade-
rência mecânica é aquela proporcionada pelas saliências (também cha-
madas de nervuras ou mossas) existentes nas superfícies das barras
de aço de alta aderência (Figura 27), e as irregularidades da laminação,
no caso de barras lisa. As saliências criam pontos de apoio no concreto,
que causam uma resistência ao escorregamento relativo entre a barra e
o concreto, aplicando forças de compressão no concreto, o que aumen-
ta significativamente a aderência.

61
Figura 27 - Superfície das barras

Fonte: PINHEIRO (2007)

Tensão de aderência
A aderência é um fenômeno complexo: para a sua determina-
ção são efetuados ensaios de arrancamento que possibilitam encontrar
valores médios da tensão de aderência; nesses ensaios é medida a
força necessária para arrancar um pedaço de uma barra de aço de um
corpo de prova de concreto; supõe-se que, na iminência do arranca-
mento, toda a tensão atuante na barra seja transferida para o concreto
para CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).
Ft- força de tração aplicada;
Ƭbm- tensão média de aderência no concreto;
•Ƭ (eq. 39)
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

𝐹𝐹𝑡𝑡 𝐹𝐹𝑡𝑡
𝑏𝑏𝑏𝑏 = =
á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 í𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝜋𝜋.Ф𝑙𝑙 𝑏𝑏
lb- comprimento da barra de aço dentro do corpo de concreto;

A Figura 28 mostra o diagrama esquemático resistência de


aderência x deslocamento relativo (ou escorregamento) para uma barra
com saliências, determinado em ensaio de arrancamento. O estágio I
(da origem ao início da curva) corresponde à aderência por adesão,
cuja ruptura ocorre com um deslocamento relativo muito pequeno, o
que implica que a adesão colabora apenas com uma pequena parcela
para a resistência de aderência total.
Após a resistência por adesão ser superada, a transferência da
força de arrancamento ao concreto ocorre principalmente pela ação de
apoio ao concreto proporcionado pelas saliências (consolo de concreto).
No estágio II, a força de transferência é distribuída da barra ao
concreto adjacente pela ação das saliências, que causam a formação
de fissuras em forma de cone (Figura 29) iniciadas na parte superior
das saliências. Nesse estágio, os deslocamentos relativos ainda são

62
pequenos, ocasionados pela deformação e esmagamento do concreto
sob ação direta das saliências.
As forças nas saliências são inclinadas em relação ao eixo da
barra, e podem ser decompostas nas direções paralela e perpendicular
ao eixo da barra. A soma das componentes paralelas iguala a força de
aderência, e a componente perpendicular introduz tensões de tração
circunferenciais no entorno da barra, que podem resultar fissuras lon-
gitudinais e radiais (comumente chamadas fissuras de fendilhamento).
O estágio III inicia com o surgimento da primeira fissura radial,
sendo também mantido pela ação das saliências sobre o concreto.
No estágio IV podem ocorrer dois modos de ruptura. Se não
existirem forças de confinamento da barra ou se elas forem de baixa
intensidade, as fissuras radiais propagam-se por toda a extensão do
cobrimento de concreto, e a ruptura ocorre pela ação de fendilhamento
do concreto (Figura 30).
Quando as tensões de confinamento são grandes o suficiente
para prevenir o fendilhamento do cobrimento de concreto, a ruptura da
aderência ocorre pelo arrancamento da barra, modificando o mecanis-
mo de transferência de força de apoio das saliências no concreto para
forças de atrito, em função da resistência ao cisalhamento dos consolos
de concreto existentes (Figura 30).

Figura 28 - Diagrama esquemático

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

63
Figura 29 - Fissuras em forma de cone

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

Figura 30 - Modos de ruptura na aderência concreto e aço


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de BASTOS (2015)

64
Regiões favoráveis e desfavoráveis para aderência
As condições de boa ou má aderência das barras (Figura 31)
são definidas no item 9.3.1 da NBR 118 (2014, p. 34):

Consideram-se em boa situação quanto à aderência os trechos das barras


que estejam em uma das posições seguintes:
a) com inclinação maior que 45° sobre a horizontal;
b) horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde
que:
— Para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm
acima da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima;
— Para elementos estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30
cm abaixo da face superior do elemento ou da junta de concretagem mais
próxima.

Figura 31 - zonas de boa e má aderência

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Fonte: (PINHEIRO, 2007)

Determinação da resistência de aderência


As tensões de aderência (Ƭb) se opõem à tendência de mo-
vimento relativo entre a barra de aço e o concreto e se manifestam na
área de contato; elas só existem quando há uma variação de tensão
na barra (se a tração for uniforme, a tensão de aderência será nula).
Na NBR 6118, no item 9.3.2.1, a tensão última (Ƭbu) é chamada de
resistência de aderência de cálculo da armadura passiva (fbd) e a nor-
ma estabelece que “essa resistência de aderência de cálculo entre a
armadura e o concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser
obtida pela seguinte expressão: fbd = η1 η2 η3 fctd” (ABNT NBR 6118,
2014, p. 34).
• fbd= ƞ1. ƞ2. ƞ3. Fctd (eq. 40)
Em que: 3
𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,15 �𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 2 (MPa)

65
ƞ1 = 1,0 para barras lisas (CA25)
ƞ1 = 1,4 para barras entalhadas (CA60)
ƞ1 = 2,25 para barras de alta aderência (CA50)
ƞ2= 1,0 para situações de boa aderência;
ƞ2= 0,7 para situações de má aderência;
ƞ3= 1,0 para ɸ< 32 mm (ɸ é o diâmetro da barra em mm)
Ƞ3= 132- ɸ /100 para ɸ> 32 mm ( com o diâmetro ɸ em mm)
fctd- resistência de cálculo de tração do concreto

Ancoragem de barras
A NBR 6118 (2014) estabelece no item 9.4.1 que “Todas as
barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que as forças a
que estejam submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto,
seja por meio de aderência ou de dispositivos mecânicos ou por combi-
nação de ambos”

Comprimento de ancoragem
A NBR 6118 (2014, p. 37) define “comprimento de ancoragem
básico como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva
necessário para ancorar a força-limite Asfyd nessa barra, admitindo-se,
ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual
a fbd...” Esse comprimento, que segundo a norma deve ser maior que
25 ɸ (ɸ é o diâmetro da barra), pode ser calculado a partir do equilíbrio
entre as forças em ação (Figura 32).
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 32 - Comprimento de ancoragem básico

Fonte: PINHEIRO (2007)

• Rst= fdb. u.lb onde, (eq. 41)


u- perímetro da barra, u=π. ɸ As=π. ɸ² /4
• As. fyd= lb. π. ɸ. fbd (eq. 42)

66
• lb =
= 1
�π.ɸ2 �.fyd ɸfyd
(eq. 43)
4
= 4fbd
π.ɸ.fbd

Comprimento necessário de ancoragem


A NBR 6118 (2014, p. 37) também prevê no item 9.4.2.5 “O
comprimento de ancoragem necessário”. Pode ser calculado por:
• lb,nec = α1.lb. 𝐴𝐴𝐴𝐴, 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ≥ lb,min (eq. 44)
𝐴𝐴𝐴𝐴, 𝑒𝑒𝑒𝑒
onde α = 1,0 para barras sem gancho;
α = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento
no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ;
α = 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme
9.4.2.2;
α = 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme
9.4.2.2 e gancho com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ;
lb é calculado conforme 9.4.2.4; lb,mín é o maior valor entre 0,3
lb, 10 φ e 100 mm.

Ganchos de ancoragem nas extremidades das barras


Os ganchos possibilitam a redução do comprimento de ancora-
gem. As barras comprimidas devem ser ancoradas sem gancho.

Ganchos da armadura de tração


As recomendações para os ganchos da armadura longitudinal
de tração se encontram no item 9.4.2.3 da NBR 6118 (Figura 33):

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Segundo a NBR 6118, os ganchos das extremidades das barras da armadura
longitudinal de tração podem ser:
a) Semicirculares, com a ponta reta de comprimento não inferior a 2Ф;
b) Em ângulo de 45º (inteiro), com a ponta reta de comprimento não inferior
a 4 Ф;
c)Em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior a 8 Ф (ABNT
NBR 6118, 2014, p. 37).

67
Figura 33 - Geometria dos ganchos de barras tracionadas, em ângulo reto,
quarenta e cinco graus interno e semicircular

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

Nas barras lisas os ganchos deverão ser semicirculares. O diâ-


metro interno de curvatura do dobramento dos ganchos das armaduras
longitudinais de tração (Фi na Figura 34), exigido a fim de evitar fissuras
no aço, deve ser, pelo menos, igual aos valores da Tabela 15, conforme
BASTOS (2015).
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 34 - Barra ancorada com gancho na extremidade.

Fonte: Adaptado de CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014)

68
Tabela 15 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D) dos ganchos (Фi)

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014, p. 37)

Gancho dos estribos


A Figura 35 apresenta as diversas formas dos ganchos de estri-
bos. Eles são confeccionados com barras de diâmetro Фt e poderão ser:
a) Semicirculares ou em ângulo de 45º (interno), com ponta
reta de comprimento igual a 5.Фt, porém não inferior a 5 cm;
b) Em ângulo reto, com ponta de comprimento maior ou igual
a 10. Фt, porém não inferior a 7 cm (neste caso não é permitido para
barras e fios lisos).
Os diâmetros da curvatura dos estribos deverão ser, no mínimo
iguais as da Tabela 16, sendo Фt, o diâmetro da barra do estribo (ABNT
NBR 6118, 2014).

Tabela 16 - Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 40)

69
Figura 35 - Ganchos das barras de estribos

Fonte: PINHEIRO (2007)

Emendas de barras
A NBR 6118 (2014, p. 42) estabelece no item 9.5.1 os tipos
possíveis de emendas entre barras para concreto armado: “por traspas-
se; por luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas;
por solda; por outros dispositivos devidamente justificados”.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Emendas por traspasse


No caso de emenda de barras por transpasse, a emenda é fei-
ta pela simples justaposição longitudinal das barras num comprimento
de emenda bem definido, como mostrado na Figura 36 e na Figura 37.
A norma ABNT NBR 6118 (2014) estabelece que a emenda por trans-
passe só é permitida para barras de diâmetro até 32 mm. Cuidados
especiais devem ser tomados na ancoragem e na armadura de costura
de tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteira-
mente tracionada.
Figura 36 - Aspecto da fissuração na emenda de duas barras

Fonte: BASTOS (2015)

70
Figura 37 - Transmissão da força Rs por bielas comprimidas inclinadas de
concreto e tração transversal em emenda de barras tracionadas

Fonte: BASTOS (2015)

Proporção das barras emendadas


Para Bastos (2015, p. 17), “a emenda de barras introduz ten-
sões de tração e de compressão no concreto na região da emenda”.
Para evitar altas concentrações de tensão, deve-se limitar a quantidade
de emendas numa mesma seção da peça.
Consideram-se na mesma seção transversal as emendas que
se superpõem ou cujas extremidades mais próximas estejam afastadas
de menos que 20 % do comprimento do trecho de traspasse.
A NBR 6118 item 9.5.2.1 (2014, p. 42) considera na mesma se-
ção transversal “as emendas que se superpõem ou cujas extremidades
mais próximas estejam afastadas de menos que 20 % do comprimento
do trecho de traspasse”, como indicado na Figura 38. Quando as barras
têm diâmetros diferentes, o comprimento de traspasse deve ser calcu-
lado pela barra de maior diâmetro.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Figura 38 - Emendas supostas na mesma seção transversal

Fonte: BASTOS (2015)

71
As barras tracionadas de uma armadura principal que podem
ser emendadas em uma mesma seção transversal devem obedecer a
uma proporção máxima, apresentada na Tabela 17.

Tabela 17 - Proporção (%) máxima de barras tracionadas emendadas.


Tipo de carregamento
Tipo de barra Situação
Estático Dinâmico
Em uma camada 100 100
Alta aderência
Em mais de uma camada 50 50
ø < 16 mm 50 25
Lisa
ø≥ 16 mm 25 25
Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 43)

Comprimento de traspasse de barras isoladas


A NBR 6118 (2014, p. 43) estabelece, “Quando a distância livre
entre barras emendadas estiver compreendida entre 0 e 4φ, o compri-
mento do trecho de traspasse para barras tracionadas deve ser:”
• L0t = α0t.lb,nec ≥ l0t,min (eq. 45)
onde: lb,nec = comprimento de ancoragem necessário;
lb = comprimento de ancoragem básico;
α0t = coeficiente que é função da porcentagem de barras emen-
dadas na mesma seção, conforme a Tabela 18.
• l0t,min ≥ 0,3. α0t. lb (eq. 46)
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

� 15ø
200𝑚𝑚𝑚𝑚

Tabela 18 - Valores do coeficiente α0t


Barras emendadas na
≤ 20 25 33 50 > 50
mesma seção (%)

Valores de α0t 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0


Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 43)

Comprimento de traspasse de barras isoladas comprimidas


Nas emendas de barras comprimidas existe o efeito favorável
da ponta da barra e, por este motivo, o comprimento da emenda (l0c)
não é majorado como no caso de emenda de barras tracionadas. O
comprimento de transpasse é, conforme a ABNT NBR 6118 (2014):
• L0c = lb,nec ≥ l0c,min (eq. 47)

72
onde:
lb = comprimento de ancoragem básico, como definido no item
2.2.2;
lb,nec = comprimento de ancoragem necessário, como defini-
do no item 2.2.2;
• l0c,min ≥ 0,6. lb (eq. 48)
� 15ø
200𝑚𝑚𝑚𝑚

Armadura tranversal nas emendas por traspasse de barras


isoladas
a) Armadura principal tracionada
Nos casos em que φ ≥ 16 mm ou quando a proporção de bar-
ras emendadas na mesma seção for maior ou igual a 25 %, a armadura
transversal deve:
• ser capaz de resistir a uma força igual a de uma barra emen-
dada, considerando os ramos paralelos ao plano da emenda;
• ser constituída por barras fechadas se a distância entre as
duas barras mais próximas de duas emendas na mesma seção for < 10
φ (φ = diâmetro da barra emendada);
• concentrar-se nos terços extremos da emenda. (Figura 39).

Figura 39 - Disposição da armadura transversal nas emendas de


barras tracionadas

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 44)

b) Armadura principal comprimida


É necessário que sejam mantidos os critérios determinados no
caso anterior, com ao menos uma barra de armadura transversal po-
sicionada a uma distância após as extremidades da emenda em 4 φ,
como mostra a Figura 40.
73
Figura 40 - Disposição da armadura transversal nas emendas de barras
comprimidas

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 44)

Emendas por traspasse em feixes de barras


Podem ser feitas emendas por traspasse em feixes de barras
quando, respeitado o estabelecido na norma ABNT NBR 6118 (2014),
item 2.2.4.1, as barras constituintes do feixe forem emendadas uma
de cada vez, desde que em qualquer seção do feixe emendado não
resultem mais de quatro barras. As emendas das barras do feixe devem
ser separadas entre si 1,3 vez o comprimento de emenda individual de
cada uma.
Emendas por luvas rosqueadas ou prensadas
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Para emendas rosqueadas ou prensadas a resistência da


emenda deve atender aos requisitos de normas específicas. Na ausên-
cia destes, a resistência deve ser no mínimo 15 % maior que a resistên-
cia de escoamento da barra a ser emendada, obtida em ensaio.
Emendas por solda
Segundo a NBR 6118 (2014), as emendas por solda exigem
cuidados especiais quanto à composição química dos aços e dos eletro-
dos e quanto às operações de soldagem que devem atender às especi-
ficações de controle do aquecimento e resfriamento da barra, conforme
normas específicas. As emendas por solda podem ser:
• de topo, por caldeamento, para bitola não menor que 10 mm;
• de topo, com eletrodo, para bitola não menor que 20 mm;
• por traspasse com pelo menos dois cordões de solda longitu-
dinais, cada um deles com comprimento não inferior a 5 φ, afastados no
mínimo 5 φ (ver Figura 41);
• com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de
solda longitudinais, fazendo-se coincidir o eixo baricêntrico do conjunto

74
com o eixo longitudinal das barras emendadas, devendo cada cordão
ter comprimento de pelo menos 5 φ (ver Figura 41).

Figura 41 - Emendas por solda

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014, p. 46)

75
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: engenheiro-ci-
vil Nível: Superior.
As emendas por solda, das barras das estruturas de concreto ar-
mado, exigem cuidados especiais quanto à composição química
dos aços e dos eletrodos e quanto às operações de soldagem, que
devem atender às especificações de controle do aquecimento e do
resfriamento da barra, conforme normas específicas. Sendo assim,
as emendas por solda podem ser:
a) de topo, por caldeamento, para bitola não menor que 10 mm.
b) de topo, com eletrodo, para bitola não menor que 10 mm.
c) por traspasse, com, pelo menos, dois cordões de solda longitudinais,
cada um deles com comprimento não inferior a 3 vezes o diâmetro da
barra.
d) com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de solda
longitudinais, devendo cada cordão ter comprimento de, pelo menos, 3
vezes o diâmetro da barra.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: EXATUS-PR Órgão: PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAXIAS DO SUL-RS Prova: engenheiro-civil Nível: Superior.
No cálculo de estruturas de concreto, o comprimento de ancora-
gem básico (que é o comprimento reto de uma barra de armadura
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

passiva necessário para ancorar a força-limite) de uma barra de


aço, deve ser de no mínimo:Parte superior do formulário
a) 12 (doze) vezes o diâmetro da barra.
b) 18 (dezoito) vezes o diâmetro da barra.
c) 22 (vinte e duas) vezes o diâmetro da barra.
d) 25 (vinte e cinco) vezes o diâmetro da barra.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: PROGEPE Órgão: UFPR Prova: engenheiro-civil
Nível: Superior.
De acordo com a NBR 6118, as barras de aço para concreto armado
podem ser emendadas. De acordo com a NBR 6118, são permitidas
emendas por:
a) contato de topo.
b) transpasse, por solda, por luvas com preenchimento metálico e ros-
queadas ou prensadas.
c) transpasse por solda e por anodização.
76
d) colagem epoxídica.
e) Luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas e por
anodização

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: UNILAVRAS Órgão: PREFEITURA DE BOM DES-
PACHO DE MINAS-MG Prova: Gestor público municipal – enge-
nheiro civil: Superior.
De acordo com a norma NBR 6118 (Projeto de Estruturas de concre-
to – Procedimento), a bitola limite para transpasso do tipo emenda
é de:
a) 16 mm.
b) 20 mm.
c) 25 mm.
d) 32 mm.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: ENEM Órgão: ENEM Prova: Eng. Civil: Superior.
Nas estruturas em concreto armado, o detalhamento das armadu-
ras objetiva facilitar a execução e montagem dos elementos es-
truturais, além de garantir que as premissas adotadas no dimen-
sionamento sejam cumpridas. Para efetuar um bom detalhamento,
devemos compreender a influência que a aderência dos compo-
nentes exerce sobre a resistência final dos elementos, garantindo
que as resistências calculadas sejam realmente alcançadas. Sobre

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


o conceito de aderência e sua influência nos elementos, é correto
afirmar que:
I - A aderência garante a solidarização entre o aço e o concreto, por
meio da resistência resultante da interação entre os dois elementos.
II - Ao aumentar a aderência entre a barras de aço e o concreto, a
transferência dos esforços pode ocasionar uma considerável redu-
ção na capacidade de carga dos elementos estruturais.
III - A aderência é a propriedade responsável pela transferência das
forças entre os diferentes componentes do concreto armado.
IV - A aderência pode ser ocasionada pelas ações químicas, pelo
atrito ou pelas ações mecânicas dos dois materiais.
V - Para vigas de grandes vãos, devemos garantir que não haja
aderência entre os elementos, para não ocorrer o escorregamento
entre a barra de aço e o concreto.
É correto o que se afirma apenas em:
a) II, IV e V.
b) I.
77
c) I e III.
d) I, III e IV.
e) I e IV.

QUESTÃO 6
Ano: 2016 Banca: PREFEITURA DO RJ IBFC Órgão: PREFEITURA
DO RJ Prova: Engenheiro Nível: Superior.
Segundo a NBR 6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento), quanto à caracterização do domínio 4, é correto
afirmar que:
a) A linha neutra encontra-se a uma distância x fora da seção trans-
versal e, consequentemente, a seção está totalmente tracionada. São
situações típicas: tração não uniforme, sem compressão e tração uni-
forme.
b) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, x variando
entre 0 e x lim(3-4)Parte da seção está comprimida e. a outra parte tracio-
nada. São situações típicas: flexão simples ou composta sem ruptura à
compressão do concreto.
c) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, xlim(3-4) variando
entre x e d. Parte da seção está comprimida e a outra parte tracionada.
São situações típicas: flexão simples ou composta com ruptura à com-
pressão do concreto e aço em escoamento.
d) A linha neutra encontra-se dentro da seção transversal, xlim(3-4) varian-
do entre x e d. Parte da seção está comprimida e a outra parte tracio-
nada. São situações típicas: flexão simples ou composta com ruptura à
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

compressão do concreto e aço sem escoamento.

QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: Comperve Órgão: MPE-RN Prova: analista-do-
-ministério-público-estadual-engenharia-civil Nível: Superior.
No acompanhamento da concretagem de uma viga, o Engenheiro
Civil responsável pela obra percebe que o comprimento do aço
existente não condiz com o previsto no detalhamento descrito em
projeto, de modo que o comprimento de ancoragem não foi res-
peitado na execução. De acordo com esse profissional, é essen-
cial que o comprimento de ancoragem das barras seja corrigido de
modo aParte superior do formulário
a) garantir que os esforços a que as barras da armadura estão subme-
tidas sejam integralmente transmitidos ao concreto.
b) impedir que as barras da armadura deslizem dentro da massa de
concreto e trabalhem, assim, de forma solidária ao concreto.
c) conferir uma maior resistência às barras da armadura, aumentando o
78
coeficiente de segurança do elemento estrutural.
d) garantir que a deformação das barras da armadura não atinja o limite
de escoamento do material.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Dissertar um texto, argumentando sobre os principais problemas rela-


cionados a emendas e posicionamento de barras de ancoragem gera-
dos na confecção da armadura (armazenamento, corte, dobra e monta-
gem) em canteiros de obras.

TREINO INÉDITO

Considere uma obra que utiliza aço CA- 50 com barras de 25 mm. Sa-
bendo-se que o valor do comprimento de ancoragem (Ib) foi de 75,0 cm,
determine o valor de projeto da resistência de aderência fbd em kgf/cm².
Considere as áreas calculadas e efetivas iguais.
a) 362,00.
b) 36,23.
c) 0,36.
d) 3.623,00.
e) 3,62.

NA MÍDIA

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


SEÇÃO SUBARMADA, SUPERARMADA E NORMALMENTE ARMADA

De acordo com o tipo de ruptura à flexão normal simples, os elementos


de concreto armado podem ser classificados como subarmados, supe-
rarmados e normalmente armados.
- Seção subarmada: possui uma pequena taxa de armadura, com rom-
pimento no domínio 2. A ruptura é dúctil, com aviso prévio, pois ocorre a
deformação excessiva da armadura e o concreto não é esmagado. Ou
seja, a armadura escoa antes da ruptura do concreto, com a armadu-
ra tracionada trabalhando com a máxima tensão de cálculo (ARAÚJO,
2014, v. 1; SILVA, 2015).
- Seção superarmada: possui uma alta taxa de armadura, com rompi-
mento no domínio 4. A ruptura é frágil, sem aviso prévio, pois com o
excesso de armadura o aço não chega a se deformar e o concreto é
esmagado. Ou seja, o concreto é esmagado antes do escoamento da
armadura, que está tracionada com tensões inferiores à máxima tensão
de cálculo (ARAÚJO, 2014, v. 1; SILVA, 2015).
79
- Seção normalmente armada: possui taxa de armadura adequada, com
rompimento no domínio 3. A ruptura é dúctil, com aviso prévio, pois
ocorre a deformação excessiva da armadura e o concreto é esmagado
(ARAÚJO, 2014, v. 1; SILVA, 2015).

Fonte: www.tudoengcivil.com.br
Data: agosto/2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.tudoengcivil.com.br/2019/08/
sub-sup-super-armada.html

NA PRÁTICA

No setor da construção civil o controle de qualidade dos produtos e


serviços é feito por meio de fiscalização de trabalhos e realização de
ensaios que exigem, na maioria das vezes, equipamentos modernos e
profissionais qualificados, sendo o método mais comum o ensaio de re-
sistência à compressão do concreto, uma vez que este é um dos parâ-
metros mais importantes do projeto estrutural. Porém, ao realizar este
tipo de controle de qualidade, é desprezada a premissa básica da exis-
tência do concreto armado: aderência entre o concreto e a armadura
de aço. Para avaliação da aderência existem diversos tipos de testes,
sendo mais comum o de arrancamento. Após estudos, concluiu-se que
a resistência à compressão do concreto é fator determinante para a
aderência entre os materiais. A partir disso o ensaio de arrancamento
foi adaptado, de modo que o ensaio é realizado utilizando-se de equi-
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

pamentos simples e de baixo custo e ainda, permite que o controle do


concreto seja realizado no próprio canteiro de obras. Diante disso, esse
trabalho teve como objetivo desenvolver e avaliar a eficiência para esti-
mativa da resistência do concreto através da tensão de aderência obtida
por meio do ensaio, quando ele é executado com diferentes diâmetros
e comprimentos de aderência, visando relacionar a resistência com os
comprimentos. Foi observado que para concretos de mesma classe, à
medida que o comprimento de aderência aumenta a resistência à com-
pressão estimada decresce, mas que os resultados apresentam bastan-
te proximidade com os valores obtidos através de método tradicional.
Sendo assim, o método pode ser adotado para realização do controle
do concreto, desde que sejam determinadas e avaliadas, previamente,
a classe do concreto e o comprimento de aderência.

Título: Avaliação da eficiência do ensaio de aderência aço-concreto


para estimativa da resistência à compressão axial do concreto.
Data de publicação: 01/11/2014
80
Fonte: https://r.search.yahoo.com/_ylt=AwrJ6y4Jb95fMIMAGV7z-
6Qt.;_ylu=Y29sbwNiZjEEcG9zAzUEdnRpZAMEc2VjA3Ny/RV=2/
RE=1608441737/RO=10/RU=http%3a%2f%2frepositorio.roca.ut-
fpr.edu.br%2fjspui%2fbitstream%2f1%2f4011%2f1%2fPB_COE-
CI_2014_1_11.pdf/RK=2/RS=koQTwPvFWUSLJAClvmR2BptwzbA-

PARA SABER MAIS

Filme sobre o assunto: Estádios de Cálculo e Domínios de deformação.


Data de publicação: 2019
Disponível em: <https://youtu.be/aRKD6qfHnjI>.

Título do livro: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Con-


creto Armado
Descrição: CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jas-
son Rodrigues de. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de
concreto armado: Segundo a NBR 6118:2014. 4ª edição, São Carlos:
EduFSCar, 2014.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

81
SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS &
REABILITAÇÃO DAS ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO

As vigas, em geral, são submetidas simultaneamente ao mo-


mento fletor e a força cortante. Neste capítulo, considera-se o efeito
conjunto dessas duas solicitações, com destaque para o cisalhamento.

Comportamento resistente
Segundo Bastos (2015, p. 01) “a ruptura por efeito de força cor-
tante é iniciada após o surgimento de fissuras inclinadas, causadas pela
combinação de força cortante, momento fletor e eventualmente forças
axiais”.
A viga bi apoiada (Figura 39), quando submetida a forças F,
82
com armação longitudinal tracionada e com estribos, pode resistir aos
esforços de flexão e de cisalhamento, ao mesmo tempo.
Suas seções permanecerão no estádio 1 enquanto ela estiver
submetida a pequenos valores e a tensão de tração não ultrapassar a
resistência do concreto.
Aumentando a carga, automaticamente a resistência à tração
do concreto será ultrapassada e surgirão fissuras. A peça passará para
o estádio 2. A resultante de tração é resistida exclusivamente pelas bar-
ras longitudinais. No início da fissuração da região central, os trechos
junto aos apoios, sem fissuras, ainda se encontram no Estádio I, confor-
me PINHEIRO (2004).
Continuando o aumento do carregamento, surgem fissuras nos
trechos entre as forças e os apoios, as quais são inclinadas, por causa
da inclinação das tensões principais de tração σI (fissuras de cisalha-
mento). A inclinação das fissuras corresponde aproximadamente à in-
clinação das trajetórias das tensões principais, isto é, perpendicular à
direção das tensões principais de tração. Com carregamento elevado, a
viga, em quase toda sua extensão, encontra-se no Estádio II. Em geral,
apenas as regiões dos apoios permanecem isentas de fissuras, até a
ocorrência de ruptura, para PINHEIRO (2004).
A Figura 42 indica a evolução da fissuração de uma viga de
seção T, para vários estágios de carregamento.

Figura 42 - Evolução da fissuração de uma viga

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: PINHEIRO (2004)

83
Modelo de treliça
Segundo Pinheiro (2004), o modelo clássico de treliça foi idea-
lizado por Ritter e Mörsch, no início do século XX, e se baseia na analo-
gia entre uma viga fissurada e uma treliça.
Considerando uma viga bi apoiada de seção retangular, Mörs-
ch admitiu que, após a fissuração, seu comportamento é similar ao de
uma treliça, Figura 43, formada pelos elementos:
• banzo superior → cordão de concreto comprimido;
• banzo inferior → armadura longitudinal de tração;
• diagonais comprimidas → bielas de concreto entre as fissuras;
• diagonais tracionadas → armadura transversal (de cisalha-
mento).
Na Figura 40 está indicada armadura transversal com inclina-
ção de 90°, formada por estribos, segundo PINHEIRO (2004).

Figura 43 - Analogia de treliça


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: PINHEIRO (2004)

Modos de ruína
Para Pinheiro (2004), existem inúmeros modos de ruptura em
vigas de concreto armado quando estas se submetem a flexão: devido
ao cisalhamento que rompe o banzo comprimido, devido a esmagamen-
to da biela, devido a falha de ancoragem no apoio, ruína por flexão, na
armadura transversal.

Cisalhamento que rompe o banzo comprimido


Quando há insuficiência na armadura de cisalhamento ela ten-
de a escoar, o que causa uma grande quantidade de fissuras. Isso gera
decréscimo na altura da região comprimida e consequentemente sobre-
carrega o concreto, que pode sofrer esmagamento, conforme Figura 44.

84
Figura 44 - Ruptura do banzo comprimido devido a força cortante

Fonte: PINHEIRO (2004)

Ruptura por esmagamento da biela


Este tipo de ruptura ocorre, em geral, no caso de seções muito
pequenas para as solicitações realizadas sobre estas e, dessa forma,
as tensões de compressão principais podem atingir altos valores, que
se tornam incompatíveis com a resistência à compressão do concreto.
A ruptura por esmagamento de biela costuma acontecer em
caso de seções pequenas demais para as solicitações, desse modo
as tensões principais de compressão podem atingir valores altíssimos,
incompatíveis com a resistência do concreto à compressão.

Figura 45 - Ruptura por esmagamento da biela

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: PINHEIRO (2004)

Ruptura por falha de ancoragem no apoio


Por causa do efeito de arco, há muita solicitação no apoio da
armadura longitudinal e, com ancoragens insuficientes, existe a possibi-
lidade de ocorrer o colapso da união da diagonal que sofre compressão

85
com o banzo tracionado que está unido ao apoio.
Este rompimento acontece bruscamente, tendo sua propaga-
ção e causando uma ruptura ao longo da altura da viga.
Ruínas por flexão
Conforme PINHEIRO (2004), nas vigas dimensionadas entre
os domínios dois ou três, pode ocorrer a abertura de trincas (que de-
vem ser entendidas como sinais de ruína), sendo que essas aberturas
podem ocorrer após o escoamento da armadora. Todavia, nas vigas no
quarto domínio, quando ocorre a ruína (não demonstra sinais de nenhu-
ma ocorrência) a causa é o esmagamento no concreto comprimido.
Ruptura da armadura transversal
Este tipo de ruptura é causado devido ao cisalhamento oriundo
da ruptura da armadura transversal, conforme Figura 46, sendo o modo
de ruptura mais comum por cisalhamento, resultante da falta de capaci-
dade da armadura transversal em resistir às solicitações de tração por
força cortante, o que faz com que a peça tenda a se dividir em duas
partes distintas.

Figura 46 - Essa forma de ruptura é prevenida adequando-se, através do


dimensionamento, o valor da armadura transversal de modo que a seguinte
relação seja verificada: Vsw ≥ Vsd- Vc
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: PINHEIRO (2004)

Ruína por flexão localizada da armadura longitudinal


Quando grandes aberturas de fissuras de cisalhamento são
criadas por meio da alta deformação de uma armadura transversal,
esse deslocamento das seções adjacentes tende a ocasionar uma fle-
xão localizada na armadura longitudinal. Isso ocorrendo, a viga sofrerá
um meio de ruína decorrente também do cisalhamento (Figura 47).

86
Figura 47 - Ruína por flexão localizada da armadura longitudinal

Fonte: PINHEIRO (2004)

Modelos de cálculo
A NBR 6118, item 17.4.1 (2014, p. 133), preconiza que o di-
mensionamento de elementos lineares (como as vigas) à força cortante
pode ser feito segundo “[...] dois modelos de cálculo que pressupõem
a analogia com modelo em treliça, de banzos paralelos, associado a
mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no interior do
elemento estrutural e traduzidos por uma componente adicional Vc.”
- O modelo I admite:
• bielas com inclinação θ = 45°;
• Vc constante, independente de VSd.
• VSd é a força cortante de cálculo, na seção.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


- O modelo II considera:
• bielas com inclinação θ entre 30° e 45°;
• Vc diminui com o aumento de VSd.

- Nos dois modelos, devem ser consideradas as etapas de cálculo:


• verificação de compressão na biela;
• cálculo da armadura transversal;
• deslocamento al do diagrama de força no banzo tracionado.

Verificação da compressão na biela


Segundo Pinheiro (2004), independente da taxa de armadura
transversal, deve ser verificada a condição:
VSd ≤ VRd2
VSd é a força cortante solicitante de cálculo (γf VSk); na região
de apoio, é o valor na respectiva face (VSd = VSd, face );
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína da
87
biela; no modelo I (item 17.4.2.2 da NBR 6118, 2014):
• VRd2 = 0,27 αv2 fcd bw d (eq. 49)
• α v2 = (1 – fck / 250) fck em MPa (eq. 50)
ou
• α v2 = (1 – fck / 25) fck em kN/cm2 (eq. 51)

Peças de concreto armado com armadura de cisalhamento


Cálculo da armadura transversal
Nas peças de concreto armado não protendido, a solicitações
tangenciais é analisada por meio das peças fissuradas à flexão. Desse
modo, as tensões na armadura transversal das peças de concreto ar-
mado podem ser determinadas a partir de modelos de comportamento
de treliça. Esses modelos, em geral, não consideram de forma especial
a existência de cargas concentradas na visão de FUSCO (2008).
Nas analogias de treliça, supõe-se que o concreto apresente
uma fissuração suficientemente intensa para que a peça possa ser as-
similada a esse tipo de estrutura. Em conformidade com Fusco (2008,
p. 142):

Na analogia clássica, supõe-se que a treliça resistente tenha banzos parale-


los e diagonais comprimidas inclinadas a 45” em relação ao eixo longitudinal
da peça, esse modelo simplificado de cálculo ignora a existência de esque-
mas resistentes alternativos aos de treliça, e ignora os efeitos decorrentes do
possível não paralelismo dos banzos da peça e os de inclinações das bielas
diagonais diferentes de 45°.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Segundo Pinheiro (2004), além da verificação da compressão


na biela, deve ser satisfeita a condição:
• VSd ≤ VRd3 = Vc + Vsw (eq. 52)
VRd3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por
tração diagonal;
Vc é parcela de força cortante absorvida por mecanismos com-
plementares ao de treliça (resistência ao cisalhamento da seção sem
armadura transversal);
Vsw é a parcela de força absorvida pela armadura transversal.
No cálculo da armadura transversal considera-se VRd3 = VSd ,
resultando:
• Vsw = VSd – Vc (eq. 53)

a) Cálculo de VSd
De acorno a NBR 6118 (2014, p.134), item 17.4.1.2.1, “Para o
cálculo da armadura transversal, no caso de apoio direto (se a carga e a
88
reação de apoio forem aplicadas em faces opostas do elemento estru-
tural, comprimindo-o)”, valem as seguintes prescrições:
• para carga distribuída, VSd = VSd, d/2 , igual à força cortante na
seção distante d/ 2 da face do apoio;
• a parcela da força cortante devida a uma carga concentrada
aplicada à distância a < 2d do eixo teórico do apoio pode ser reduzida
multiplicando-a por a / (2d). Nesses casos, considerar VSd = VSd,face (ou
VSd = VSd,eixo) está a favor da segurança.

b) Cálculo de Vc
Para modelo I, na flexão simples:
• Vc = 0,6 fctd bw d (eq. 54)
• fctd = fctk, inf / γc
• fctk, inf = 0,7 fct,m = 0,7 . 0,3 fck2/3 = 0,21 fck 2/3
fck em MPa

c) Cálculo da armadura transversal


De acordo com o modelo I:
• Vsw = (Asw / s) 0,9 d fywd (sen α + cos α ) (eq. 55)
Asw é a área de todos os ramos da armadura transversal;
s é o espaçamento da armadura transversal;
fywd é a tensão na armadura transversal;
α é o ângulo de inclinação da armadura transversal (45° ≤ α ≤
90°).
Em geral adotam-se estribos verticais (α = 90°) e o problema

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


consiste em determinar a área desses estribos por unidade de compri-
mento, ao longo do eixo da viga:
• asw = Asw / s (eq. 56)
Nessas condições, tem-se:
• Vsw = asw 0,9 d fywd (eq. 57)
ou
• asw = Vsw / (0,9 d fywd) (eq. 58)
A tensão fywd, no caso de estribos, é dada pelo menor dos valo-
res: fyd e 435MPa. Portanto, para aços CA-50 ou CA-60, pode-se adotar:
fywd = 435 MPa = 43,5 kN / cm2

Armadura transversal mínima


Para garantir ductilidade à ruína por cisalhamento, a armadura
transversal deve ser suficiente para suportar o esforço de tração resistido
pelo concreto na alma, antes da formação de fissuras de cisalhamento.
Segundo o item 17.4.1.1.1 da NBR 6118 (2014, p.133), “a ar-
madura transversal mínima deve ser constituída por estribos, com taxa
89
geométrica”.
• ρsw = Asw ≥ 0,2fctm (eq. 59)
bw. s. senα fywk
fctm = 0,3 fck2/3
fywk é resistência característica de escoamento da armadura
transversal.
Portanto, a taxa mínima ρsw,min da armadura transversal depen-
de das resistências do concreto e do aço. Os valores de ρsw,min são da-
dos na Tabela 19.

Tabela 19 - Valores de ρsw,min (%)


CONCRETO
AÇO
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
CA25 0,1768 0,2052 0,2317 0,2568 0,2807 0,3036 0,3257
CA50 0,0884 0,1026 0,1159 0,1284 0,1404 0,158 0,1629
CA60 0,0737 0,0855 0,0965 0,107 0,117 0,1265 0,1357
Fonte: BASTOS (2015)

A armadura mínima é calculada por meio da equação:


• asw,min = Asw /s = ρsw,min .bw (eq. 60)

Peças de concreto armado sem armadura de cisalhamento


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Ruptura de peças sem armadura de cisalhamento


É o princípio fundamental de segurança do concreto estrutural
que a segurança em relação a um eventual colapso não dependa da
resistência à tração do concreto, a fim de que seja eliminado o risco de
colapso não avisado.
A fissuração, que é a ruptura por tração do concreto, jamais
deve ser a causa de colapso de uma estrutura.
De acordo Fusco (2008, p. 170):

Por essa razão, procura-se fazer com que os possíveis estados limites últi-
mos de solicitações tangenciais somente possam ocorrer com carregamen-
tos superiores àqueles que provocariam estados limites últimos de solicita-
ções normais. Dessa maneira, procura-se eliminar o risco de colapso não
avisado, decorrente das tensões de tração provocadas pelos estados múlti-
plos de tensões gerados pela presença do cisalhamento.

Também segundo Fusco (2008), para essa garantia, nas peças


estruturais lineares as armaduras transversais são sempre obrigatórias.
90
Nas vigas usuais, mesmo que as forças cortantes sejam pouco signifi-
cativas, exige-se pelo menos um mínimo de armadura transversal.
Nas peças não fissuradas, o cisalhamento é resistido pelo pró-
prio concreto, enquanto as tensões principais de tração dos estados
múltiplos de tensões existentes na alma da peça não provocam a ruptu-
ra do concreto por tração, Figura 48a.
Conclui que, como aparente exceção a esse princípio geral de
segurança, dispensa-se a armadura transversal nas vigas de pequeno
porte e nas estruturas laminares sujeitas a cargas perpendiculares à
sua superfície média, desde que as tensões de cisalhamento sejam in-
feriores a certos limites.
Para Fusco (2008), em vigas de pequeno porte, simplesmente
apoiadas, com altura relativamente grande em comparação com o vão,
a dispensa da armadura de cisalhamento pode ser admitida quando as
cargas externas podem ser transmitidas diretamente aos apoios, pelo
chamado arqueamento dos esforços, independentemente da eventual
fissuração da alma, como mostrado na Figura 48b.

Figura 48 - a. Ruína por flexão localizada da armadura longitudinal / b. Trans-


missão direta das cargas para os apoios

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de Bastos (2015)

Nas lajes e nas faixas de laje sem armadura de cisalhamento,


Figura 49, a fissuração por flexão pode ocorrer sem que a integridade
da peça fique inviabilizada, pois essa fissuração é sempre menos con-
centrada que nas vigas. Como indicado nessa Figura, a ruptura da peça
91
somente ocorre quando surge a fissura crítica, que é a primeira fissura
inclinada, característica da ruptura por força cortante, segundo FUSCO
(2008).

Figura 49 - Ruptura de faixas do lajes sem armadura do cisalhamento

Fonte: MOREIRA et al. (2015)

Mecanismos resistentes ao cisalhamento


Segundo Fusco (2018, p.174), “a segurança em relação a es-
tados limites últimos de forças cortantes em peças de concreto armado
sem armadura de cisalhamento é garantida por diferentes mecanismos
resistentes”.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

O modelo de cálculo adotado pela NBR-6118/2003 pressupõe


a analogia com uma treliça de banzos paralelos, associado a mecanis-
mos resistentes complementares desenvolvidos no interior do elemento
estrutural e traduzidos por uma componente Vc.
Segundo a NBR 6118/2003, a resistência ao cisalhamento Vc
é dada pela seguinte expressão: 2
• Vc=0,6. ftd.bw.d = 0,126.( 𝑓𝑓𝑓𝑓) 3 (eq. 59)
onde ftd e fc são as resistências à tração e à compressão do
concreto, respectivamente, bw é a largura da alma e d é altura útil da
viga.
Na expressão acima se observa que Vc é função apenas da
resistência do concreto, não levando em conta a influência da taxa de
armadura longitudinal e o efeito de escala. Em conformidade com Bas-
tos (2015, p. 85):

Em uma fissura inclinada existe uma resistência ao deslizamento entre as


duas superfícies do concreto, de um lado e do outro da fissura, devido à

92
rugosidade e engrenamento dos agregados e da própria matriz do concre-
to, que proporcionam uma transferência de força cortante através da fissura
inclinada.
São quatro os parâmetros mais importantes no mecanismo de atrito entre
as superfícies nas fissuras: tensão de cisalhamento nas interfaces, tensão
normal, largura e escorregamento da fissura.
O mecanismo de engrenamento dos agregados na interface das fissuras
proporciona uma contribuição significativa à resistência à força cortante de
vigas de Concreto Armado e Protendido. Ensaios experimentais indicaram
que entre 33 % e 50 % da força cortante total pode ser transferida pelo en-
grenamento das interfaces. Outras considerações que esses pesquisadores
apresentaram são:
a) os fatores que mais influenciam o fenômeno são a largura da fissura e o
tamanho dos agregados. A resistência diminui com o aumento da largura da
fissura e a diminuição do tamanho dos agregados. Concretos com maiores
resistências tendem a apresentar superfícies menos rugosas, e consequen-
temente menores transferência de força cortante;
b) quanto menor a largura da fissura maior é a área de contato, e consequen-
temente maior a transferência de força cortante;
c) a contribuição do engrenamento dos agregados é maior nas seções onde
as fissuras por força cortantes desenvolvem-se dentro da alma da viga, e me-
nor nas fissuras inclinadas que são continuidade de fissuras de flexão, inicia-
das na borda tracionada da viga. A porcentagem da contribuição é maior para
valores baixos e médios da tensão ou resistência última à força cortante, mas
é ainda notada em valores maiores, quando o efeito do engrenamento dos
agregados diminui;
d) o uso de estribos de pequeno diâmetro (menor espaçamento) favorecem
o engrenamento dos agregados.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


A Figura 50 ilustra os três mecanismos de transferência da for-
ça cortante em viga com armadura transversal: Vcz proporcionada pelo
banzo de concreto comprimido, Vay proporcionada pelo engrenamento
dos agregados ou atrito das superfícies nas fissuras inclinadas, e Vd
proporcionada pela ação de pino da armadura longitudinal.

Figura 50 - Resistência ao cisalhamento das peças fissuradas por flexão

Fonte: BASTOS (2015)


93
TORÇÃO EM PEÇAS DE CONCRETO ESTRUTURAL

Torção em peças de concreto armado


Para Bastos (2015, p. 01), “um conjugado que tende a torcer
uma peça fazendo-a girar sobre o seu próprio eixo é denominado mo-
mento de torção, momento torçor ou torque”. O caso mais comum de
torção ocorre em eixos de transmissão.
Bastos (2015) afirma que nas estruturas de concreto, a ligação
monolítica entre as vigas e as lajes e entre vigas apoiadas em outras
vigas, dá origem a momentos de torção, que, de modo geral, podem
ser desprezados por não serem essenciais ao equilíbrio. Entretanto, no
caso da chamada torção de equilíbrio, como se verá adiante, a conside-
ração dos momentos torçores é imprescindível para garantir o equilíbrio
do elemento estrutural.
A torção de peças estruturais foi investigada experimentalmen-
te desde os primórdios do concreto armado. Os ensaios confirmaram
que nas seções de concreto armado as tensões principais de tração e
de compressão são inclinadas de 45° e com traçado helicoidal. Após o
surgimento das fissuras de torção que se desenvolvem em forma de
hélice, apenas uma casca externa e com pequena espessura colabora
na resistência da seção à torção. Conforme exemplo ilustrado na Figura
51, ficou evidenciado em ensaios de seções ocas ou cheias com arma-
duras idênticas, que apresentaram as mesmas deformações e tensões
nas armaduras, segundo BASTOS (2015).
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 51 - Seções estudadas por MÖRSCH

Fonte: FUSCO (2008)

Segundo Fusco, a torção provoca uma fissuração decorrente


de um estado de cisalhamento simples, no qual a tensão principal de
tração σ1, tem módulo igual a , estando inclinada a 45° em relação ao
94
eixo da peça, como mostra a Figura 52.

Figura 52 - Estado de cisalhamento simples na torção

Fonte: CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO (2014).

Em princípio, a fissuração ocorrerá quando a tensão principal


de tração, que tem módulo igual à tensão de cisalhamento τt devida à
torção, for igual à resistência fct do concreto à tração, ou seja, a condi-
ção de fissuração é dada por
• τ,= fct (eq. 59)
No caso de seções retangulares cheias, de comprimento L e
de seção transversal de comprimento b e espessura h, as máximas

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


tensões tangenciais τ, valem
• τ, = (b < h) (eq. 60)
lembrando que essa expressão não fornece o diagrama de ten-
sões ao longo da espessura da peça, mas tão somente o valor máximo
no meio do lado maior da seção. A tensão no meio do lado menor é
dada por τB = μτt , sendo conforme a Tabela 20.

Tabela 20 - Parâmetros α e μ para determinação de τB.


h/b 1 1,5 2 4 8 ꚙ
Α 0,208 0,231 0,246 0,282 0,307 0,333
Μ 1 0,859 0,795 0,745 0,742 0,742
Fonte: FUSCO (2008)

No caso de seções abertas compostas por elemento retangu-


lares, no meio de cada um desses elementos atua a correspondente
tensão máxima τ,tmax dada por,

95
• τ,tmax = (eq. 61)
onde, ht é a espessura do elemento considerado, e It é o mo-
mento de inércia à torção da seção, determinado aproximadamente por
Lt
• It = (eq. 62)
É importante assinalar que essauas últimas expressões so-
mente podem ser consideradas válidas desde que se possa admitir a
seção transversal da peça como indeformável em seu próprio plano.
Segundo Fusco (2008), nas estruturas de concreto com seções
abertas, sem diafragmas nem enrijecedores eficientes, a restrição difi-
cilmente poderá ser obedecida. Além disso, como a fissuração acarreta
existe uma significativa perda de rigidez do concreto na concepção de
estruturas de concreto deve ser evitada a consideração da segurança
contando com a rigidez a torção de peças de seções abertas.

Analogia da treliça espacial


Segundo Bastos (2015), a treliça clássica, inicialmente conce-
bida, admitia que a viga apresentasse fissuras inclinadas de 45° com o
eixo longitudinal, Figura 53. Os banzos paralelos representam a arma-
dura longitudinal, as diagonais comprimidas desenvolvem-se em hélice,
com inclinação de 45°, representando as bielas de compressão e os
montantes verticais e horizontais representam estribos fechados a 90°
com o eixo longitudinal da viga.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 53 - Treliça espacial para viga com torção simples com armadura
longitudinal e transversal

Fonte: BASTOS (2015)

96
Torção combinada com momento fletor e força cortante
A Figura 54 mostra as trajetórias das fissuras numa viga de
concreto de seção retangular. As fissuras apresentam-se com trajetó-
rias inclinadas de aproximadamente 45° com o eixo longitudinal da viga.

Figura 54 - Trajetórias das fissuras na viga vazada de seção retangular

Fonte: Adaptado de BASTOS (2015)

Quando o valor do momento fletor é elevado comparativamen-


te ao momento de torção, a zona comprimida pelo momento fletor fica
isenta de fissuras.
No caso da força cortante elevada, uma face vertical deverá
ficar isenta de fissuras, sendo aquela onde as tensões de cisalhamento
da torção e do esforço cortante têm sentidos contrários, segundo BAS-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


TOS (2015).

Formas de ruptura por torção


Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob torção pura pode
ocorrer de alguns modos: escoamento dos estribos, da armadura lon-
gitudinal, ou escoamento de ambas as armaduras. No caso de vigas
super armadas à torção, o concreto comprimido compreendido entre as
fissuras inclinadas pode esmagar pelo efeito das tensões principais de
compressão, antes do escoamento das armaduras, na visão de BAS-
TOS (2015).

Ruptura por Tração


A ruptura brusca também pode ocorrer por efeito de torção,
após o surgimento das primeiras fissuras, sendo assim, essa a ruptura
pode ser evitada pela colocação de uma armadura mínima, para resistir
às tensões de tração por torção.
97
Segundo Bastos (2015, p. 15), “sendo as armaduras longitu-
dinal e transversal diferentes, a menor armadura determinará o tipo de
ruptura. Uma pequena diferença nas armaduras, pode, no entanto, ser
compensada por uma redistribuição de esforços”.

Ruptura por compressão


Com armaduras colocadas longitudinalmente e transversal-
mente pode surgir forte empenamento das faces laterais, ocasionando
tensões adicionais ao longo das bielas comprimidas, podendo ocorrer o
seu esmagamento.

Ruptura dos cantos


A mudança de direção das tensões de compressão nos cantos
origina uma força que pode levar ao rompimento dos cantos da viga.
Segundo Bastos (2015, p. 16), “os estribos e as barras longitu-
dinais dos cantos contribuem para evitar essa forma de ruptura. Vigas
com tensões de cisalhamento da torção muito elevadas devem ter o
espaçamento dos estribos limitados a 10 cm para evitar essa forma de
ruptura”.

Torção simples – Análise de forças e tensões na treliça generalizada


Nas décadas de 60 e 70, a treliça clássica foi generalizada por
LAMPERT, THÜRLIMANN e outros, com a admissão de ângulos variá-
veis (θ) para a inclinação das bielas, Figura 55:
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Figura 55 - Modelo de treliça espacial sob torção

Fonte: De Domenico (2020)

98
Diagonais de compressão
Considerando-se o plano ABCD da treliça espacial generali-
zada e que os esforços internos resistentes devem igualar o esforço
solicitante (TSd), tem-se:
• τSd = 2 l Cd sen θ (eq. 63)

A força nas diagonais comprimidas surge da Eq. 4:


• Cd = τSd (eq. 64)
2 l sen θ
com:
Cd = força na diagonal comprimida;
TSd = momento de torção de cálculo;
θ = ângulo de inclinação da diagonal comprimida;
l = distância entre os banzos.
A força de compressão Cd nas diagonais atua sobre uma se-
ção transversal de área:
• y . t = l cos θ . t (eq. 65)
com: t = espessura da casca ou da parede da seção oca;
y = largura de influência da diagonal inclinada da treliça.
Assim, substituindo a força Cd da Eq. 64 por σcd y t = σcd l cos
θ . t, a tensão de compressão na diagonal (σcd) assume o valor:
σcd l cos θ t = TSd → σcd = TSd
2 l sen θ 2 l sen θ ( l cos θ)
• σcd = (eq. 65)
como l² = A , determina-se a forma final para a tensão na dia-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


gonal de compressão:
• σcd = TSd (eq. 66)
Ac t sen2 θ )
Como TSd = τt 2 Ac t, a Eq. 66 pode ser escrita como:
• σcd = 2Ttd (eq. 67)
sen2 θ )

Armadura longitudinal
Conforme as forças indicadas no nó A da Figura 53, fazendo o
equilíbrio de forças na direção x, tem-se:
• 4 Rld = 4 Cd cos θ (eq. 68)
com Rld = resultante em um banzo longitudinal. Como 4Rld =
Asl fywd, substituindo na Eq. 68 fica:
• Asl fywd = 4 Cd cos θ (eq. 69)
Substituindo a Eq. 64 na Eq. 69 fica: Asl fywd = 4TSd
. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐θ
2 l sen θ

99
Isolando a armadura longitudinal:
• Asl f ywd = 2TSd (eq. 70)
. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐θ
l fywd
Com o objetivo de evitar fissuração entre os vértices da seção
vazada, a armadura deve ser distribuída no perímetro ue = 4l, de modo
que a taxa de armadura longitudinal por comprimento do eixo médio da
seção vazada é:
• (eq. 71)

ou
• (eq. 72)

com:
Asl = área total de armadura longitudinal;
Ae = área interna delimitada pelo eixo da parede fina;
ue = perímetro do contorno da área Ae.

Armadura transveral
Na Figura 53, fazendo o equilíbrio do nó A, na direção do eixo
Z, tem-se:
• Rwd = Cd sen θ (eq. 73)
onde Rwd representa a força nos montantes verticais e horizon-
tais da treliça espacial.
Substituindo a Eq. 64 na Eq. 71 tem-se:
• Rwd = τSd τSd (eq. 74)
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 θ =
2 l sen θ 2l
Sendo s o espaçamento dos estribos e l . cotg θ o comprimento
de influência das barras transversais da treliça que representam os es-
tribos (ver Figura 49), tem-se:
• Rwd = l cotg θ As,90 fywd (eq. 75)
s
Igualando as Eq. 73 e Eq. 74 fica:
l cotg θ A , f = τSd
s 90 ywd
s 2l
Isolando a armadura transversal relativamente ao espaçamen-
to s dos estribos:

• (eq. 76)

100
Dimensionamento de Elementos lineares sujeitos à torção unifor-
me − Estado-limite último
Generalidades
A NBR 6118 (2014, p. 138), no item 17.5.1, pressupõe “...um
modelo resistente constituído por treliça espacial, definida a partir de um
elemento estrutural de seção vazada equivalente ao elemento estrutural
a dimensionar”.
Geometria da seção resistente
Segundo a NBR 6118 (2014, p. 139), “A seção vazada equiva-
lente se define a partir da seção cheia com espessura da parede equi-
valente he dada pela eq. 75”:
• he ≤ A/u (eq. 77)
• he ≥ 2 c1 (eq. 78)
onde:
• A = área da seção cheia;
• u = perímetro da seção cheia;
• c1 = distância entre o eixo da barra longitudinal do canto e a
face lateral do elemento estrutural.
Torção de compatibilidade
A NBR 6118 (2014, p.139), no item 17.5.1.2, estabelece quanto
a torção de compatibilidade, “...é possível desprezá-la, desde que o ele-
mento estrutural tenha a capacidade adequada de adaptação plástica
e que todos os outros esforços sejam calculados sem considerar os
efeitos por ela provocados.”
Para garantir um nível mínimo de capacidade de adaptação

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


plástica, deve-se respeitar a armadura mínima de torção e limitar a força
cortante, tal que:
• Vsd ≤ 0,7 VRd2 (eq. 79)

Torção de equilíbrio
A NBR 6118 (2014, p.139), item 17.5.1.3, admite-se satisfeita
a resistência do elemento estrutural, em uma dada seção, quando se
verificarem simultaneamente as seguintes condições:

TSd ≤ TRd,2; TSd ≤ TRd,3; TSd ≤ TRd,4 onde TRd,2 representa o limite
dado pela resistência das diagonais comprimidas de concreto; TRd,3 repre-
senta o limite definido pela parcela resistida pelos estribos normais ao eixo
do elemento estrutural; TRd,4 representa o limite definido pela parcela re-
sistida pelas barras longitudinais, paralelas ao eixo do elemento estrutural.

101
• TRd,2 = 0,5αv2 . fcd . Ae . he . sen 2θ (eq. 80)
com:
αv2 = 1 – (fck/250), fck em MPa;
θ = ângulo de inclinação das diagonais de concreto, arbitrado
no intervalo 30° ≤ θ ≤ 45°;
Ae = área limitada pela linha média da parede da seção vaza-
da, real ou equivalente, incluindo a parte vazada;
he = espessura equivalente da parede da seção vazada, real
ou equivalente, no ponto considerado.
Para o cálculo da armadura transversal, a NBR 6118 (17.5.1.6)
determina que: “a resistência decorrente dos estribos normais ao eixo
do elemento estrutural deve atender à expressão seguinte, semelhante
à Eq. 75, desenvolvida anteriormente” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 140):
• TRd,3 = (As,90/s) fywd 2 Ae cotg θ (eq. 81)
donde, com TSd = TRd,3 , calcula-se a área da armadura trans-
versal:
• As,90/s τSd = tgθ (eq. 82)
.
2 Ae f ywd
onde:
As,90 = área de um ramo do estribo, contido na área correspon-
dente à parede equivalente;
fywd = resistência de cálculo de início de escoamento do aço da
armadura passiva, limitada a 435 MPa.
Para o ângulo θ de inclinação das diagonais comprimidas igual
a 45° a Eq. 82 transforma-se em:
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

• (eq. 83)

E para a armadura longitudinal, a NBR 6118, item 17.5.1.6


(2014, p. 141), descreve: “a resistência decorrente da armadura longitu-
dinal deve atender à expressão seguinte, já deduzida na Eq. 71”:
• TRd,4 = (Asl /ue) 2 Ae fywd tg θ (eq. 84)
donde, com TSd = TRd,4 , calcula-se a área de armadura longi-
tudinal:
• (eq. 85)

onde: Asl = soma das áreas das barras longitudinais;


ue = perímetro da área Ae
Para o ângulo θ de inclinação das diagonais comprimidas igual
a 45° a Eq. 85 transforma-se em:

• (eq. 86)

102
Armadura mínima
A NBR 6118, item 17.5.1.2 (2014, p. 138), estabelece que,
“Sempre que a torção for necessária ao equilíbrio do elemento estru-
tural, deve existir armadura destinada a resistir aos esforços de tração
oriundos da torção.” Essa armadura deve ser constituída por estribos
verticais e barras longitudinais, conforme a seguir:
• (eq. 87)

com fywk ≤ 500 mPA.


fazendo Asw = As,90mín , a Eq. 85 fica:

• (eq. 88)

com: Asl,mín = área mínima de armadura longitudinal;


As,90mín = área mínima da seção transversal de um ramo vertical
do estribo;
ue = perímetro da área Ae ;
bw = largura média da alma; s = espaçamentos dos estribos
verticais;
fct,m = resistência média à tração do concreto.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


fywk = resistência de início de escoamento do aço da armadura
(≤ 500 MPa).

Solicitações combinadas
Flexão e torção
A NBR 6118, descreve no item 17.7.1.1 (2014, p. 143) que
“Nos elementos estruturais submetidos a torção e a flexão simples ou
composta, as verificações podem ser efetuadas separadamente para a
torção e para as solicitações normais, devendo ser atendidas comple-
mentarmente as prescrições a seguir”:

- Armadura longitudinal: “Na zona tracionada pela flexão, a armadura de


torção deve ser acrescentada à armadura necessária para solicitações nor-
mais, considerando-se em cada seção os esforços que agem concomitante-
mente.”
- Armadura longitudinal no banzo comprimido pela flexão: “No banzo
comprimido pela flexão, a armadura longitudinal de torção pode ser reduzida
em função dos esforços de compressão que atuam na espessura efetiva

103
he no trecho de comprimento Au correspondente à barra ou feixe de barras
consideradas.”
- Resistência do banzo comprimido: “Nas seções em que a torção atua
simultaneamente com solicitações normais intensas, que reduzem excessi-
vamente a profundidade da linha neutra, particularmente em vigas de seção
celular, o valor de cálculo da tensão principal de compressão não pode su-
perar os valores estabelecidos na Seção 22. Essa tensão principal deve ser
calculada como em um estado plano de tensões, a partir da tensão normal
média que age no banzo comprimido de flexão e da tensão tangencial de
torção calculada por:” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 143)

• (eq. 89)

Torção e força cortante

• (eq. 90)

onde VSd é a força cortante de cálculo e TSd é o momento de


torção de cálculo.

PUNÇÃO EM LAJES

Introdução
Lajes planas
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Para Carlesso, et al. (2019), lajes planas são lajes de concreto


armado que não se apoiam em vigas, mas diretamente nos pilares da
estrutura. Nos pontos de ligação entre pilar e laje, elevadas tensões de
cisalhamento culminam na tendência do pilar “furar” a laje, o que se
denomina “efeito de punção”.
Vantagens do uso das lajes planas, em relação ao tradicional
piso com lajes e vigas:
• Solução mais econômica do que a solução tradicional;
• Permite a redução do pé-direito;
• Facilita a passagem de dutos sob a face inferior;
• As formas são mais simples e econômicas;
• Maior ventilação e iluminação, pela ausência de vigas;
• Menores prazos de execução;
• Facilidade de armação e concretagem.
Desvantagens:
• Em edifícios residenciais, normalmente não há uma disposição
regular dos pilares e assim a laje plana pode se tornar antieconômica;
104
• A ausência de vigas pode deixar a estrutura muito deformável
frente às ações horizontais, o que é um sério problema em edifícios
altos;
• Para edifícios altos deve-se projetar uma série de elementos
de contraventamento, como paredes estruturais ou pilares-parede nas
caixas dos elevadores.

Critério de dimensionamento
Segundo Cordovil, a partir de ensaios de punção realizados
em lajes de concreto armado, pode-se observar que o panorama da
fissuração (Figura 56), antes da ruptura, apresenta fissuras predomi-
nantemente radiais, não indicando uma tendência à formação de um
sólido parecido com um elemento axi-simétrico, segundo CORDOVIL
(1997). O sólido que se forma com uma fissura circunferencial, não mui-
to definido, somente ocorre na ruptura da laje quando o concreto perde
todas as suas resistências, inclusive ao cisalhamento, por pulverização
do material na região solicitada.
As barras tracionadas das armaduras de flexão permitem, em
função da taxa de armadura, a maior ou menor ocorrência de fissuras
na massa de concreto. Essa fissuração, juntamente com a microfissura-
ção do cimento endurecido e da zona de transição, configura um quadro
muito complexo. Isso torna o estabelecimento de uma teoria geral acei-
tável para o problema da punção em lajes de concreto armado.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


Figura 56 - Panorama da fissuração em lajes

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Segundo Cordovil (1997), os ensaios demonstram que as de-


formações circunferenciais, inicialmente, são maiores que as deforma-
ções radiais. Por isso, as fissuras radiais surgem em primeiro lugar.
Somente na ocasião da ruptura há a formação de uma fissura quase
circular, que limita o contorno de um sólido deslocado ao redor do pilar.
As Figuras 57 e 58 ilustram situações de rupturas em lajes planas com
105
e em armadura de cisalhamento. As Figuras 59 e 60 ilustram os tipos
mais comuns de armadura de cisalhamento.

Figura 57 - Superfície de ruptura da laje sem armadura de cisalhamento

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Figura 58 - Ruptura na zona além da armadura de cisalhamento


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Figura 59 - Armadura constituída por estribos ou chapas dobradas

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

106
Figura 60 - Armadura tipo pino

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Dimensionamento segundo a NBR 6118/2014


O modelo de cálculo corresponde à verificação do cisalhamen-
to em duas ou mais superfícies críticas definidas no entorno de forças
concentradas (Figura 61). Primeira superfície crítica (contorno C), do pi-
lar ou da carga concentrada, deve ser verificada indiretamente a tensão
de compressão diagonal do concreto, através da tensão de cisalhamen-
to. Segunda superfície crítica (contorno C’), afastada 2d do pilar ou car-
ga concentrada, deve ser verificada a capacidade da ligação à punção,

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


associada à resistência à tração diagonal. Essa verificação também se
faz através de uma tensão de cisalhamento, no contorno C’. Terceira
superfície crítica (contorno C”), apenas deve ser verificada quando for
necessário colocar armadura transversal. As Figuras 62 e 63 ilustram
situações de perímetro crítico em lajes planas.

107
Figura 61 - Superfície crítica em pilares

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Figura 62 - Perímetros críticos em pilares internos


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

Figura 63 - Perímetros críticos em pilares de extremidade

Fonte: Adaptado de CORDOVIL (1997)

108
- Verificações e cálculo da armadura

• (pilar interno, com momento) (eq. 91)

• (pilar interno, carga simétrica) (eq. 92)

sendo
• d = (dx + dy) / 2 (eq. 93)
onde
d é a altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’, externo
ao contorno, C da área de aplicação da força e deste distante 2d no
plano da laje;
dx e dy são as alturas úteis nas duas direções ortogonais;
u é o perímetro do contorno crítico C’;
u.d é a área da superfície crítica;
FSd é a força ou a reação concentrada de cálculo.
A força de punção FSd pode ser reduzida da força distribuída
aplicada na face oposta da laje, dentro do contorno considerado na ve-
rificação, C ou C’.
K é o coeficiente que fornece a parcela de MSd transmitida ao
pilar por cisalhamento, que depende da relação C1/C2. O coeficiente K
assume os valores indicados na Tabela 21.

Tabela 21 - valores de K
C1/C2 0,5 1 2 3

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


K 0,45 0,6 0,7 0,8
onde:
C1 é a dimensão do pilar paralela à excentricidade da força;

C2 é a dimensão do pilar perpendicular à excentricidade da força.

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014)

Para pilares circulares internos deve ser adotado o valor K =


0,6.
Os valores de Wp devem ser calculados pelas expressões a
seguir:
- Para um pilar retangular:
• Wp = C12 / 2 + C1C2+4C2d+16d²+2π dC1 (eq. 94)
- Para um pilar circular:
• Wp = (D + 4d)² (eq. 95)
109
onde D é o diâmetro do pilar;
Wp pode ser calculado desprezando a curvatura dos cantos do
perímetro crítico, através da expressão:
• (eq. 96)

onde dl é o comprimento infinitesimal no perímetro crítico u;


e é a distância de dl ao eixo que passa pelo centro do pilar e
sobre o qual atua o momento fletor MSd.

- Verificação dos perímetros:


a) Perímetros C – na face do pilar
τ sd ≤ τ rd2 = 0,27. α v .fcd
onde
α v = 1- (fck / 250) , fck em Mpa.
τSd é calculado conforme eq. 91 ou eq 92, com u0 (perímetro do
contorno C) em lugar de u.

b) Perímetros C´ – verificação sem armadura


• (eq. 97)

• (eq. 98)

• d=(dx+dy)/2 (ver eq. 93)


onde
d é a altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’ da área
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

de aplicação da força, em centímetros;


ρ é a taxa geométrica de armadura de flexão aderente (arma-
dura não aderente deve ser desprezada);
ρx e ρy são as taxas de armadura nas duas direções ortogo-
nais assim calculadas:
- Na largura igual à dimensão ou área carregada do pilar acres-
cida de 3d para cada um dos lados;
- No caso de proximidade da borda, prevalece a distância até a
borda, quando menor que 3d. Essa verificação deve ser feita no contor-
no crítico C’ ou em C1’ e C2’, no caso de existir capitel.

c) Perímetros C’ – dimensionamento com armadura


• (eq. 99)

onde:
sr é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção,
não maior do que 0,75d;
110
Asw é a área da armadura de punção em um contorno comple-
to paralelo a C’;
α é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção
e o plano da laje;
u é o perímetro crítico ou perímetro crítico reduzido no caso de
pilares de borda ou canto.
fywd é a resistência de cálculo da armadura de punção, não
maior do que 300 MPa para conectores ou 250 MPa para estribos (de
aço CA-50 ou CA-60). Para lajes com espessura maior que 15 cm, es-
ses valores podem ser aumentados conforme estabelece a 19.4.2.

- Asw é a área da armadura de punção num contorno paralelo


a C’
• (eq. 100)

• (eq. 101)

- Armadura de punção obrigatória

No caso de a estabilidade global da estrutura depender da re-


sistência da laje à punção, deve ser prevista armadura de punção:
mesmo que

seja menor que

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


τrd1
Essa armadura, deve equilibrar um mínimo de 50% de
Fsd
A Figura 64 ilustra um exemplo de disposição da armadura
contra a punção.
Figura 64 - Disposição da armadura de punção

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014)

111
- Armadura para evitar o Colapso Progressivo

Para garantir a ductilidade local e a consequente proteção con-


tra o colapso progressivo, a armadura de flexão inferior que atravessa o
contorno C deve estar suficientemente ancorada além do contorno C’,
conforme Figura 60, e deve ser tal que:
• As,ccp.fyd ≥ 1,5 Fsd (eq. 102)

Figura 60: Disposição armadura contra o colapso progressivo.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014)

As é a somatória de todas as áreas das barras que cruzam


cada uma das faces do pilar.
FSd pode ser calculado com γf igual a 1,2.
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MANUTENÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Introdução
A era de ouro da engenharia civil brasileira aconteceu na dé-
cada de 70, durante o chamado “milagre brasileiro”, período marcado
por intenso desenvolvimento econômico. Além de milhares de obras
residenciais, outras com características e portes notáveis surgiram ra-
pidamente em todo país, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, Ponte
Rio-Niterói, Usina Nuclear de Angra dos Reis, Rodovia dos Imigrantes.
Os conceitos de patologia, desempenho, durabilidade, vida útil
e agressividade do meio ambiente, são elementos básicos para a com-
preensão da importância de um projeto bem detalhado e coerente com
o ambiente o qual a estrutura será instalada. O atendimento aos requi-
sitos de qualidade e durabilidade das construções deve ser analisado
em todas as etapas do processo construtivo e nos trabalhos de reparo
112
e reforço. Estes requisitos são indispensáveis para o desenvolvimento
sustentável.
A necessidade de melhoria nos processos de execução de es-
truturas, a obrigação de reduzir custos, o cumprimento de prazos pré-
-estabelecidos, garantir a qualidade e a durabilidade da edificação e
acima de tudo a satisfação do usuário final é a meta que as empresas
buscam em todas as suas áreas de atuação. De nada adianta ter um
projeto adequado e equipamentos de última geração se a mão-de-obra
envolvida não tem o treinamento e a fiscalização mais rígida.
É difícil fiscalizar uma obra como um todo, mas se há o mínimo
de capacidade dos trabalhadores, o nível de problemas reduz gerando
melhorias na obra. Por outro lado, o tempo passa e os materiais se
degastam, perdem parte de suas propriedades e com isso diminuem o
desempenho, vulnerabilizando o conjunto. Para edificações mais anti-
gas, acima de 30 anos, a manutenção preventiva torna-se ainda mais
imprescindível.
Lapa (2008) ainda afirma que muitos são os problemas que
ocorrem nas estruturas e que poderiam ser evitados caso houvesse
um controle mais rigoroso na elaboração dos projetos, na especifica-
ção e utilização dos materiais, no uso adequado da estrutura aliado
a um programa de manutenção preventiva das estruturas de concreto
armado, podendo assim evitar ou retardar a necessidade de trabalhos
de recuperação ou reforço das estruturas. Constatasse também que a
correta escolha da técnica a ser utilizada numa recuperação estrutural
associada à mão de obra qualificada é que vai garantir o sucesso do

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


trabalho realizado, pois a escolha errada pode acabar agravando ainda
mais a situação do problema.
A utilização de fibra para recuperação estrutural, principalmen-
te de concreto é crescente e tem como grande objetivo melhorar as
características do material. Segundo Daldegan (2016), as fibras podem
melhorar diversas características do concreto, desde sua trabalhabilida-
de ainda em estado fresco, durante o processo de cura e ainda aumen-
tando a capacidade estrutural já na fase endurecida.
O desenvolvimento de pesquisas e a inovação tecnológica fo-
ram responsáveis pelo surgimento de diversos tipos de fibras para o
concreto. Muitas delas já patenteadas por empresas do setor privado.
Segundo Vitor, Santos e Trawtuein (2018), nos últimos anos diversas
pesquisas sinalizaram a importância das fibras de aço como reforço em
vigas de concreto armado, proporcionando um aumento de resistência
ao cisalhamento e tenacidade, podendo até substituir parte das arma-
duras transversais.

113
Diagnóstico e intervenção das estruturas de concreto
Para De Oliveira (2015, p. 17) “toda estrutura avisa antes do
colapso. Isso ocorre porque a ruptura em peças normalmente armadas
é projetada para ocorrer no domínio 3, onde o esmagamento do concre-
to e escoamento do aço levam a uma ruptura dúctil”.
Nem toda ruptura avisa antes do colapso. Sendo assim, um
mal projeto pode proporcionar situações de real perigo e de difícil iden-
tificação.
Segundo De Oliveira (2015), para que uma enfermidade seja
perfeita e completamente entendida (diagnosticada), é necessário que
se conheça suas formas de manifestação (sintomas), os processos de
surgimento (mecanismos), os agentes desencadeadores desses pro-
cessos (causas) e em que etapa da vida da estrutura foi criada a predis-
posição a esses agentes (origens).

Nos últimos anos, as normas vêm incorporando, mais intensamente, em


seus textos tais medidas - critérios de durabilidade - que se fundamentam
predominantemente nos mecanismos de deterioração do concreto (expan-
são e corrosão) e do aço (corrosão).
Evidentemente, quanto mais cedo a enfermidade for detectada, menor terá
sido a perda de desempenho, e mais simples e barato será o tratamento
(terapia) (DE OLIVEIRA, 2015, p. 17).

Segundo Sitter (1983), adiar uma terapia significa aumentar os


custos numa progressão geométrica de razão igual a cinco (regra dos
cincos).
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Portanto, é de grande importância a realização de inspeções


periódicas através de profissional habilitado, para que sintomas de en-
fermidades possam ser detectados precocemente.
De Oliveira (2015) sugere, por meio da Figura 65, uma série de
passos para o diagnóstico de patologias.
É importante notar o “Exame Visual” presente no início do flu-
xograma. Essa importante etapa do processo diagnóstico se refere jus-
tamente a tentativa em identificar as trincas, fissuras e deformações que
são os principais sintomas que indicam a presença de um problema.

114
Figura 65 - Fluxograma para auxiliar no diagnóstico das patologias estruturais

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: DE OLIVEIRA (2015)

115
Reforço estrutural com Polímeros reforçados com fibras (PRF)
Introdução
Dentre todos os tipos de compósitos, os polímeros reforçados
com fibras (PRF) ou fibre reinforced polymers – (FRP), têm atraído a
atenção de muitos pesquisadores envolvidos com aplicações da enge-
nharia estrutural.
A aplicação principal deste sistema de reforço está nos elemen-
tos que necessitam de acréscimo aos esforços de tração, pois apresen-
tam grande vantagem sobre os reforços com chapas de aço em relação
ao peso dos elementos de reforço e velocidade de aplicação. Podem
ser utilizados também para reforço ao cisalhamento e compressão.
Para utilização como elemento de reforço estrutural é costume
trabalhar-se mais frequentemente com compósitos de fibra de carbono
de elevada resistência à tração e com módulo de elasticidade seme-
lhante ao do aço de construção.
Para Zucchi (2015, p. 29), “A resistência e a rigidez dos com-
pósitos de PRF dependem, basicamente, do tipo de fibra, da matriz po-
limérica e da interface entre estas duas”. A Figura 66 mostra um gráfi-
co comparativo das características mecânicas e físicas de um material
compósito qualquer com materiais tradicionais como o aço e o alumínio.

Figura 66 - Comparação de algumas propriedades entre o aço, o alumínio e


material compósito de PRF
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: ZUCCHI (2015)

Tipos de reforço com PRF


- Reforço para flexão
Este tipo de reforço leva ao aumento da carga máxima e à
redução da deformação por ruptura. Conforme ilustra a Figura 67, um
elemento de reforço em material composto, aplicado à superfície inferior
de uma viga, contribui, junto com as armaduras, para a resistência aos
esforços de tração.

116
Figura 67 - Aplicação de PRF para reforço a flexão

Fonte: Adaptado de ZUCCHI (2015)

- Reforço ao cisalhamento
Para aumentar a eficácia do sistema de reforço flexional e evi-
tar o colapso por cisalhamento, pode-se recorrer à aplicação de uma
amarração nas zonas terminais do reforço flexional, que aumenta a re-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


sistência ao cisalhamento e evita o descolamento do reforço. Geralmen-
te é feito um reforço em “U” nos lados acessíveis da peça (Figura 68).

117
Figura 68 - PRF utilizado para conter efeitos de cisalhamento em vigas de
viaduto

Fonte: Adaptado de ZUCCHI (2015)

- Reforço a compressão
Para aumentar a capacidade da peça faz-se um cintamento do
elemento, dispondo as fibras perpendicularmente ao eixo da carga, de
modo a bloquear a dilatação transversal, como mostra a Figura 69. O
comportamento do elemento comprimido é determinado pelas caracte-
rísticas mecânicas das fibras utilizadas, pelo número de camadas e pela
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

superposição da amarração do confinamento.

Figura 69 - Utilização de PRF para confinamento de pilares

Fonte: Adaptado de ZUCCHI (2015)

118
Materiais mais utilizados para reforço de concreto com PRF
Polímeros reforçados com fibras de carbono (PRFC)
As fibras de carbono resultam do processo de carbonização de
fibras de polímeros orgânicos, sendo suas características mecânicas
diretamente dependentes da estrutura molecular obtida. Para a utiliza-
ção como elemento de reforço estrutural é costume trabalhar-se mais
frequentemente com compósitos de fibras de carbono de elevada resis-
tência à tração e com módulo de elasticidade semelhante ao do aço de
construção da Figura 70.
Segundo Zucchi (2015, p. 34), os compósitos de PRFC são
produzidos em forma de mantas, tecidos ou laminados, destacando-se
como os mais apropriados para o reforço de elementos estruturais de
concreto armado, por permitirem uma menor interferência nas dimen-
sões dos elementos e maior relação entre ganho de resistência e peso
próprio.
Os reforços com mantas ou tecidos de PRFC são aplicados so-
bre um adesivo epóxi previamente aplicado sobre a superfície de con-
creto preparada, que tem a função de transferir os esforços da estrutura
para o compósito.
Para acabamento da superfície, poderá ser utilizado revesti-
mento de proteção à ação do fogo.
ZUCCHI (2015) salienta diversas razões que fazem das fibras
de carbono uma das melhores alternativas para a formação de compó-
sitos estruturais de reforço:
- Elevada razão resistência/peso, podendo ser cinco vezes

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


mais leves que o aço, com resistências à tração 8 a 10 vezes mais altas.
- Módulo de elasticidade e resistência à tração mais altos den-
tre as fibras (carbono, aramida e vidro), proporcionando boa rigidez ao
reforço.
- Excelente comportamento à fadiga, fundamental em aplica-
ções de cargas cíclicas.
- Não são afetadas por solventes, ácidos e bases, à tempera-
tura ambiente.
- São capazes de manter seu módulo de elasticidade e resis-
tência à tração quando submetidas a altas temperaturas, no entanto,
oxidam e se degradam quando submetidas a altas temperaturas.
- São imunes à corrosão, podendo ser aplicadas em ambiente
marinho sem prejudicar a durabilidade do sistema.
- Considera-se o homem como o valor central do trabalho den-
tro de uma perspectiva universal.

119
Figura 70 - Rolos de mantas de PRFC

Fonte: SILVA (2006)

Polímeros reforçados com fibras de vidro (PRFV)


Os PRFV são feitos de vários tipos de vidro. Dependendo do
tipo de vidro utilizado, terão quantidades variáveis de óxidos de cálcio,
de magnésio, e, por vezes, de boro, e diferentes funcionalidades e pro-
priedades mecânicas (Figura 71).

Figura 71 - Variedades de perfis de PRFV com diferentes tipos de vidro


AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Fonte: SILVA (2006)

Zucchi (2015) afirma que a fibra de vidro é um material leve e


forte. Apesar de não ser tão forte e rígida como compósitos de fibra de
carbono, que é menos frágil, a sua matéria-prima é muito mais barata.
As fibras de vidro podem ser produzidas pelo processo de fusão direta

120
no qual as fibras são formadas rapidamente, forçando-se a passagem
de vidro derretido através de vários pequenos orifícios.
Segundo Correia et al. (2014), os perfis pultrudidos em PRFV
são materiais compósitos constituídos por uma matriz polimérica e
pelo reforço em fibra de vidro, sendo este o principal responsável pelo
comportamento mecânico e a matriz pela distribuição de tensões entre
fibras, estabilidade dimensional e proteção das fibras contra agentes
agressivos. A matriz é normalmente composta por resinas epoxídicas,
fenólicas, poliéster ou viniléster, que podem ser misturadas com ele-
mentos secundários para obter determinadas características (diferente
cor, melhor resistência ao fogo etc.). O reforço de fibras, por sua vez,
é normalmente composto pela combinação de mechas unidirecionais e
mantas bi ou multidirecionais.

Polímeros reforçados com fibras de aramida (PRFA)


A fibra de aramida é uma fibra sintética, encontrada sob diver-
sas formas, e sua designação decorre dos termos poliamida aromática
ou (Aromatic Poliamid), que expressam sua composição química. Os
polímeros aromáticos são reconhecidos pela sua estabilidade térmica
em altas temperaturas sendo, portanto, muito aplicadas em situações
de proteção ao fogo.
Para Zucchi (2015), a aramida se popularizou com a fabricação
do Kevlar, utilizado na confecção dos coletes à prova de balas. As prin-
cipais utilizações das fibras de aramida na indústria são para produtos
balísticos, tecidos antichama (Figura 72) e fabricação de partes de au-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


tomóveis e aeronaves.

Figura 72 - EPIs para alta temperatura - produzidos com tecido de aramida

Fonte: ZUCCHI (2015)

121
Além da resistência a altas temperaturas, as fibras de aramida
podem ser consideradas bastante duráveis, apresentando excelente re-
sistência química, sendo resistentes à corrosão na presença da maioria
dos produtos químicos, solventes, combustíveis, detergentes e ao ata-
que da água do mar, sendo esta durabilidade inerente à corrosão das
fibras de aramida uma das mais importantes vantagens competitivas
que justifiquem a sua utilização. Um problema potencial é que as fibras
de aramida podem absorver água, o que pode causar o inchamento
das fibras acarretando, em longo prazo, problemas de aderência ou de
durabilidade.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

122
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: IF-ES Órgão: IF-ES Prova: Engenheiro civil Nível:
Superior.
Foi solicitado ao engenheiro civil que realizasse uma vistoria em
uma obra que apresenta algumas manifestações patológicas. De-
pois de concluída a vistoria, o profissional emitiu seu parecer téc-
nico em que continha as imagens seguintes.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Podemos afirmar que as manifestações identificadas nas imagens


são:
a) I – Fissuras de flexão, II – Fissuras de Retração hidráulica ou de con-
tração térmica, III – Fissuras de recalque.
b) I – Fissuras de cisalhamento, II – Fissuras de escorregamento da
armadura, III – Fissuras de flexão.
c) I – Fissuras de Torção, II – Fissuras de Flexão, III – Fissuras de recalque.
d) I – Fissuras de recalque, II – Fissuras de flexão, III – Fissuras de Re-
tração hidráulica ou de contração térmica.
e) I – Fissuras de flexão, II – Fissuras de flexão, III – Fissuras de recalque.
123
QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TER-RS Prova: Analista Judiciá-
rio - Engenharia Civil Nível: Superior.

A Figura representa uma viga de concreto armado, biapoiada em


dois pilares, sujeita a um carregamento vertical uniformemente
distribuído de cima para baixo, com uma laje de cobertura imper-
meabilizada apoiando nela uma de suas bordas. Verificou-se a
existência de fissuras próximas aos apoios, conforme ilustrado no
desenho. De acordo com essas informações, é correto afirmar que
a possível causa dessas fissuras é
a) a deficiência de armadura de cisalhamento.
b) a retração da argamassa de revestimento devido ao ataque de sul-
fatos.
c) a oxidação da armadura de aço.
d) o recalque dos apoios.
e) a expansão térmica da laje de cobertura.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: UFMT Órgão: TJ-MT Prova: Analista Judiciário -
Engenharia Civil Nível: Superior.
Na coluna da esquerda estão discriminadas as causas da fissura-
ção dos concretos estruturais e na coluna da direita, o aspecto da
fissuração visível na peça. Numere a coluna da direita de acordo
com a da esquerda.

Assinale a sequência correta.


a) 2, 4, 1, 3
b) 3, 4, 2, 1
c) 3, 1, 2, 4
d) 1, 2, 3, 4
124
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: CL-DF Prova: Engenheiro Civil Ní-
vel: Superior.
Uma viga de concreto armado de seção transversal retangular
deve ser executada com concreto de fck igual a 25 MPa e estribos
com barras de aço CA50 com área da seção transversal de 0,3 cm²
, perpendiculares à armadura longitudinal de flexão. Para o deta-
lhamento da armadura transversal utilizou-se os seguintes dados:
− Força cortante solicitante de cálculo de 124 kN.
− Parcela da força cortante resistida por mecanismos complemen-
tares ao modelo de treliça igual a 52 kN.
− Altura útil da seção transversal igual a 46 cm.
Considerando que as bielas de compressão do concreto estejam
inclinadas de 45º em relação ao eixo longitudinal da barra, o espa-
çamento entre os estribos com dois ramos, em centímetros, é
a) 17,5.
b) 10,0.
c) 12,5.
d) 15,0.
e) 20,0

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CETREDE Órgão: EMATER-CE Prova: Agente de
ATER - Engenharia Civil Nível: Superior.
“Em peças de concreto armado, o concreto resiste às tensões in-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


ternas de compressão, enquanto a armadura resiste aos esforços
internos de tração, obtendo-se um momento resistente que equili-
bra o momento atuante” Walter Pfeil (1985). Podemos, ainda, afir-
mar que
a) os dois materiais (concreto e aço) possuem pouca aderência recí-
proca
b) seus coeficientes de dilatação são muito diferentes e complementares
c) as armaduras são também utilizadas para absorverem tensões de
cisalhamento provocadas por esforços cortantes.
d) os esforços de momentos de torção são absorvidos diretamente pelo
concreto auxiliado pela geometria da seção, independentemente da ar-
madura.
e) a aderência recíproca permite que, na prática, cada material aja in-
dependentemente cumprindo sua função de resistir a compressão (con-
creto) e tração (aço).

125
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: FUNDEP Órgão: Prefeitura de Santa Bárbara -
MG Prova: Engenheiro Civil Nível: Superior.
Por volta de 1900, W. Ritter e E. Mörsch propuseram uma teoria
para determinar a armadura de cisalhamento necessária ao equi-
líbrio de uma viga de concreto armado, em que o mecanismo re-
sistente da viga no estádio II (fissurada) pudesse ser associado
ao de uma treliça, e que as armaduras e o concreto equilibrassem
conjuntamente o esforço cortante. Sobre o modelo de funciona-
mento da viga ao cisalhamento como treliça, assinale a alternativa
incorreta.
a) A partir da configuração da viga na ruptura, Mörsch idealizou um me-
canismo resistente que assemelha a viga a uma treliça de banzos pa-
ralelos e isostática.
b) Na treliça de Mörsch, os elementos resistentes são as armaduras
longitudinal e transversal e o concreto comprimido, cujas interseções
formam os nós da treliça.
c) O conceito de bielas de compressão (concreto íntegro entre fissuras)
mostra como o aço e o concreto se unem para transferir cargas.
d) Com o crescimento das pesquisas experimentais, verificou-se que
o cálculo com a treliça de Mörsch conduz a uma armadura transversal
menor que a necessária.

QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: MPE-RN Prova: Analista do
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Ministério Público Estadual - Engenharia Civil Nível: Superior.


Os esforços internos em elementos estruturais são definidos como
resultantes de
componentes de tensões que ocorrem nas seções retas desses
elementos. Em relação aos esforços internos e às componentes
de tensões, o esforço solicitante que resulta da integração da dis-
tribuição da componente de tensão cisalhante ao longo da seção
reta é
a) o esforço cortante.
b) o momento de flexão.
c) o esforço normal.
d) o momento de torção.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Em relação ao surgimento de fissuras em uma laje maciça, molda in-


-loco, logo após a sua concretagem, durante os primeiros dias de cura.
126
Cite os fatores que podem causar tal patologia e descreva meios para
evitar que aconteça.

TREINO INÉDITO
Na viga detalhada abaixo, qual a nomenclatura da força resistente uti-
lizada para verificação da compressão na biela e qual seu valor calcu-
lado em KN:

DADOS:
• Fck = 25MPa
• CA-50
• d=80cm · d’ = 5cm

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


• γc = 1,4
• γs = 1,15
a) VRd3 e 86,79 Kn.
b) VC e 867,9 Kn.
c) VRd1 e 867,9 Kn.
d) VRd2 e 86,79 Kn.
e) VRd2 e 867,9 Kn.

NA MÍDIA

COREIA DO SUL CRIA “CURATIVO” PARA ESTRUTURAS DE CON-


CRETO

Os curativos para pequenos ferimentos na pele inspiraram pesquisa-


dores do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia da Cons-
trução (Korea Institute of Civil Engineering and Building Technology
[KICT]) a criar um “band-aid” para estruturas danificadas de concreto.
127
Batizado de TRM (Textile Reinforced Mortar [argamassa têxtil reforça-
da]) o invento consiste em placas que medem 1 m x 2 m cada uma, e
que utilizam tecido de fibra de carbono com 2 centímetros de espessura
como matéria-prima. Superleves, as placas evitam criar sobrecarga na
área a ser recuperada. “Esperamos concluir a pesquisa até o final de
2020, mas os resultados, após testes em 130 corpos de prova, ao longo
de 6 meses, nos deixam animados”, diz o pesquisador-chefe, o profes-
sor-doutor do KICT, Hyeong-Yeol Kim.
A equipe utiliza como elemento colante argamassa produzida à base
de cimento com 50% de escória de alto forno em sua composição. Se-
gundo os pesquisadores, o cimento com essas características tem alta
resistência ao fogo e permite que o invento seja utilizado em estruturas
que podem estar expostos a riscos de incêndio. Além disso, nos tes-
tes em laboratório, os corpos de prova em que foram aplicados os
“curativos” se submeteram a métodos de envelhecimento acelerado e
variáveis ciclos de umidade, seja em situação de alta temperatura ou
congelamento-degelo. “As simulações consideraram condições am-
bientais adversas e mostraram que o TRM pode ser aplicado também
em superfícies expostas constantemente à umidade”, explica Hyeong-
-Yeol Kim.

Fonte: Portal Itambé


Data: 03 dez. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://www.cimentoitambe.com.br/massa-
-cinzenta/coreia-do-sul-cria-curativo-para-estruturas-de-concreto/
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

NA PRÁTICA

Para o coordenador-técnico da COSEDI (Comissão de Segurança de


Edificações e Imóveis), o engenheiro civil Marcelo Solera, a lição que
o desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza-CE, deixa é de que
os condomínios precisam se preocupar com a manutenção das edifi-
cações pelas quais são responsáveis. “Houve uma clara negligência
do condomínio daquele prédio para com a manutenção. A ponto de
comprometer totalmente a estrutura do prédio”, diz o engenheiro, que
palestrou recentemente na Habitacon, em Curitiba-PR.
Solera alerta que a melhor forma de evitar acidentes e problemas com
a estrutura em imóveis, que podem causar desabamentos e provocar
vítimas, é fazer a manutenção periódica da edificação. A orientação é
que, uma vez por ano, o dono do imóvel contrate um engenheiro civil para
fazer uma avaliação e verificar se há necessidade de manutenção da
edificação. “A responsabilidade legal pela manutenção é do proprietário
128
do imóvel e, no caso de um prédio, do síndico”, alerta o coordenador da
COSEDI, organismo ligado à prefeitura de Curitiba.
Fonte: www.cimentoitambe.com.br
Data: 20 nov. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.cimentoitambe.com.br/massa-
-cinzenta/queda-de-predio-em-fortaleza-ce-e-alerta-para-condominios/

PARA SABER MAIS

Trabalhos publicados: www.acervodigital.ufpr.br


Título: Dissertação - AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ESTRUTURAL
DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO REFORÇADAS COM LÂMINAS
DE CFRP TENSIONADAS

Título do livro: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Con-


creto Armado
Descrição: CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jas-
son Rodrigues de. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de
concreto armado: Segundo a NBR 6118:2014. 4ª edição, São Carlos:
EduFSCar, 2014.

Título do livro: FUSCO, Péricles Brasiliense. Estruturas de concreto: so-


licitações tangenciais. Pini, 2008.

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

129
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
B D D C A
06 07
C C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Sabe-se que o concreto aumenta sua resistência com o passar do tem-


po, mesmo após ter atingido sua idade madura; no entanto, sua resis-
tência característica não varia com o tempo. A norma estabelece que
os ensaios de compressão centrada dos corpos de prova devam ser
realizados em idade padrão de 28 dias, considerando que é nesta idade
que o concreto deverá estar apto para ser utilizado e atender as es-
pecificações prescritas de projeto. Não atender ao que exige a norma
é agir de má fé, adulterando resultados pré-estabelecidos em projetos
elaborados com base na normalização.
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

130
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A E B D D
06 07
D A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O canteiro de obras é a região onde será construído um determinado


empreendimento. Este espaço tratamos de organizar previamente, an-
tes de iniciar qualquer atividade direta referente a construção. Normal-
mente, subdividimos esta área em duas outras básicas: uma de traba-
lho fixa e a outra temporária. A fixa, é o local onde se desenvolvem os
serviços da execução da obra e a outra destinamos às operações de
apoio. É nesta região de apoio que normalmente se prepara o espaço
para receber, armazenar e beneficiar as barras destinadas para confec-
ção da armadura que será utilizada na obra e consequentemente, onde
ocorrerão boa parte dos problemas.
Normalmente, os problemas já iniciam no recebimento e armazenamen-

AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS


to do aço, pois as barras devem ser organizadas e armazenadas de for-
ma que os diâmetros fiquem agrupados para facilitar no momento dos
serviços de corte e dobra. Por conseguinte, entre outros, os problemas
relacionados com emendas e posicionamento das barras de ancoragem
ocorrem no momento do corte, dobra e montagem. Na etapa de corte e
dobra podem ocorrer interpretação de projetos contendo erros; projetos
com detalhes ininteligíveis; erros na interpretação do desenho por par-
te de quem irá executá-lo, deixando de preparar alguma peça que faz
parte do detalhe; descuido na dobra de determinados itens, deixando
de efetuar a dobra ou até mesmo fazendo-a com dimensão diferente
do previsto; erros frequentes no corte de barras retas, cortando com di-
mensão diferentes do projeto, etc. A montagem das peças sequencia os
serviços de armação na obra e consequentemente termina, em alguns
casos, escancarando todos aqueles erros cometidos na etapa anterior,
na fase de corte e dobra. Entretanto, tem alguns erros inéditos também
nesta etapa, e o principal deles é não posicionar as peças em seus de-
vidos lugares, evidenciando entre outros, problemas de ancoragem nos
131
AÇÕES NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - GRUPO PROMINAS

Gabarito: B
TREINO INÉDITO
elementos estruturais.

132
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A A B D E
06 07
D A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A maioria das patologias em edificações ocorre por consequência


de falhas de execução e pela falta de controle dos materiais empregados
na construção. São erros em que a displicência e o desconhecimento
das tecnologias, causadas pelos profissionais envolvidos, acabam en-
carecendo a obra em até cinco vezes, como alerta a professora-doutora
Sandra Maria de Lima, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Para melhorar os resultados, é
importante que os construtores invistam em treinamento e contratação
de profissionais especialistas em patologias.
Caso contrário, seguirão se repetindo problemas em obras – o que não
é um “privilégio” apenas do Brasil. Em países como França, Alemanha,
Reino Unido e Itália, estudos mostram que quase 50% dos investimen-

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tos em construção civil são destinados às obras de recuperação estru-
tural.
Na construção civil brasileira não há dados precisos, mas as
manifestações patológicas são igualmente preocupantes.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

133
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