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ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
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importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-


rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Elton Jorge Bragança Ribeiro


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A unidade traz conceitos a respeito de obras de arte especiais
(OAE), introdução ao estudo dos compósitos e realização de ensaios me-
cânicos com esse material. OAE são importantes em diversas cidades e
facilitam o desenvolvimento urbanístico, principalmente nas grandes. A
construção de obras de grande porte, como viadutos e pontes, é essen-
cial para ligar pontos estratégicos dentro dos centros urbanos. Sem esse
tipo de obra não seria possível vencer obstáculos como rios ou avenidas.
As obras de artes especiais estão evoluindo seja nos equipamentos ou
nos materiais que utilizam. Os compósitos como os concretos que utilizam
fibras são exemplos de materiais que são projetados nas paredes dos tú-
neis. Usar material compósito tornou-se vantajoso, pois permite a interação
de dois ou mais materiais que, em geral, apresentam baixa densidade com
boas propriedades mecânicas. As propriedades desse material podem ser
testadas com a realização de ensaios físicos e químicos.
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Obras artes especiais; Compósitos; Caracterização de materiais.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
OBRAS DE ARTES ESPECIAIS

Conceitos ______________________________________________________ 13

Materiais ______________________________________________________ 15

Tipos de Obras Arte Especiais __________________________________ 18

Recapitulando _________________________________________________ 29

CAPÍTULO 02
COMPÓSITOS

Introdução ____________________________________________________ 33

Classificação dos Materiais Compósitos _________________________ 35

Recapitulando _________________________________________________ 51 ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

CAPÍTULO 03
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO EM MATERIAIS COMPÓSITOS

Introdução ____________________________________________________ 55

Elementos em Concreto Reforçado com Fibras à Flexão _________ 61

Elementos em Concreto Reforçado com Fibras ao Cisalhamento 66

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Estudando as Propriedades do Concreto com Adição de Fibras __ 70

Recapitulando __________________________________________________ 72

Fechando a Unidade ____________________________________________ 77

Referências _____________________________________________________ 80
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Obras de arte especiais são estruturas elaboradas com a fina-
lidade principal de vencer determinado obstáculo como avenidas, rios,
córregos etc. Ao construir uma OAE sobre um curso d’água, chamare-
mos de ponte; já se abaixo dessa obra houver vales secos, viadutos,
ruas e avenidas, estaremos executando um viaduto.
A construção dessas obras em geral é complexa. As pontes
são estruturas que muitas vezes precisam vencer vários quilômetros de
rios e precisam que suas fundações sejam profundas, como os tubu-
lões. O tubulão é uma fundação que precisa de sua base alargada e é
considerada perigosa para a pessoa que desce para alargar sua base.
Os túneis são outro tipo de OAE. Eles se tornaram uma al-
ternativa para vencer distâncias, permitir o transporte de pessoas por
metrôs etc. A construção dessa obra é feita tanto por métodos tradicio-
nais (explosão) como por equipamentos como tuneladoras modernas
ou pela composição dos métodos durante a obra.
Os materiais compósitos vêm ganhando cada vez mais o mer-
cado da construção civil. Esses materiais permitem a união de dois ou
mais materiais com propriedades diferentes para formar um terceiro
material de maior qualidade. A aplicação do concreto com fibra para
revestir os túneis tem como objetivo reduzir os deslocamentos das ca-
madas ou fragmentos de rochas, garantindo a proteção do túnel e a
segurança dos trabalhadores que executam a obra.
A garantia da capacidade dos compósitos a serem utilizados
em diversas obras que necessitam suportar altas cargas é assegura-
da por ensaios físicos como o de flexão e tração. Nesta unidade, você
conhecerá conceitos importantes relativos a obras de artes especiais,
classificação de materiais compósitos e ensaios importantes que com-
provem a eficiência desses materiais.
No Capítulo 1 da Unidade Estruturas Especiais serão trabalha-
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das noções de Obras de Artes Especiais. As pontes são exemplos de


uma obra desse tipo. Elas são compostas basicamente pela infraestru-
tura, mesoestrutura e superestrutura, e podem ser de feitas de madeira,
de concreto armado, de estrutura metálica, de aço e concreto (mistas)
e, ainda, assumirem diversos tipos, como em laje, em viga, em arco.
Outro exemplo de OAE que veremos são os túneis, os quais são cons-
truídos para servirem como passagem subterrânea. Quem já foi a São
Paulo provavelmente usou como meio de transporte o metrô que passa
por um túnel que foi escavado com diversas técnicas e umas delas usou
o “tatuzão” para realizar a escavação.
No Capítulo 2, você verá noções a respeito de compósitos.
Os compósitos podem ser considerados os materiais “do momento”,
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pois eles conseguem combinar as melhores propriedades de dois ou
mais materiais em um só. É um material tão importante que é usado na
construção de aviões, para tornar as próteses de membros humanos
mais leves e, no âmbito da construção civil, temos como exemplo des-
se material o próprio concreto armado, o concreto com fibra. Mas não
se engane porque esse material não é assim tão novo e ele, inclusive,
existe pronto na natureza, sendo osso humano é um tipo de compósito.
No terceiro e último capítulo da unidade, você verá noções a
respeito da caracterização dos materiais compósitos. A caracterização
de um material é fundamental para avaliar suas propriedades. Em um
concreto com fibra, por exemplo, podem ser realizados ensaios mecâni-
cos como o de tração, que vai verificar a deformação do material.
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OBRAS DE
ARTES ESPECIAIS

CONCEITOS

Consideram-se Obras de Arte Especiais (OAEs) ou estruturas ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS
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especiais as obras de grande vulto e importância. São obras que ven-


cem elementos que impedem ou dificultam a passagem ou ligação de
determinados pontos. Um exemplo desse tipo de obra é a construção
de uma ponte sobre um rio.

Obras de arte especiais são estruturas que têm a finalidade de transpor obs-
táculos, tais como avenidas, vales, rios, entre outros(...). São construções
submetidas às ações externas provenientes de cargas móveis de veículos,
forças devido ao vento, ação das águas de rios que incidem nas mesoestru-
turas e infraestruturas, variações de temperatura, retração e fluência no caso
do concreto (NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO, 2014, p. 60).

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As OAEs usam concreto armado, protendido, estrutura metáli-
ca ou a combinação desses sistemas construtivos em seus projetos. A
título de exemplo, a construção de uma ponte estaiada pode combinar o
uso de cabos de aço, concreto armado e concreto protendido. A Figura
1 mostra uma ponte estaiada e é possível observar a combinação do
uso de cabos de aço e pilares em concreto.

Figura 1 - Ponte Estaiada

Fonte: Plataforma pixabay, 2020.


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As obras especiais normalmente são mais complexas, exigem


profissionais especializados e demandam conhecimento considerável
de dados a respeito dos elementos de campo e elementos básicos de
projeto.
No Brasil, as estruturas especiais devem obedecer às Normas,
Especificações, Detalhes Padrão e Princípios Básicos estabelecidos
pelo Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER) e, em
caso de inexistência ou omissão de Normas Brasileiras, é permitida a
utilização de normas estrangeiras, desde que haja autorização, por es-
crito, do DNER.
A qualidade e durabilidade de uma obra é influenciada por di-
versos motivos e o uso de bons materiais pode ajudar a garantir esses
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dois requisitos. Assim, o DNER exige que nas obras de artes especiais
sejam aplicados os materiais que satisfaçam suas especificações e as
da Associação Brasileira e Normas Técnicas (ABNT) e, em caso de não
haver normalização, é possível (na fase do anteprojeto) a submissão do
uso do material para apreciação pelo órgão.

MATERIAIS

Geralmente, concreto, aço, elastômero, metais de soldas e


parafusos são os materiais componentes dos diversos elementos que
compõem uma estrutura de obra de arte especial. Em pontes maciças,
por exemplo, Leonhardt (1979) considera que elas podem ser execu-
tadas com pedras naturais e artificiais, concreto e aços e, para seu re-
vestimento, recomenda-se o emprego de asfalto e o concreto asfáltico.
Vale ressaltar que materiais plásticos, não metálicos e simila-
res também compõem as OAEs. Esses materiais, em geral, são empre-
gados como elementos constitutivos na drenagem, nas juntas de tran-
sição, nos apoios etc.
Brasil (1996), por meio do Manual de Projeto de Obras de Arte
Especiais do DNER, determina-se que o concreto, o aço e o elastômero
deverão satisfazer às especificações do DNER bem como da Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Concreto
O concreto é o material predominantemente usado nos tabu-
leiros (pavimentos), pilares, fundações, guarda-rodas e parapeitos de
pontes. Esse material é fundamental na construção de estruturas espe-
ciais, pois permite que se criem diversas formas e nos dá possibilidades
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diversas de resistência. Mas deve ficar atento para que sejam usados
os concretos estruturais que oferecem a resistência desejada pelo pro-
jeto. Aproveitamos para recordá-los que concretos com classe de resis-
tência inferior a C20 não são estruturais.
O concreto armado e o concreto protendido são usados nas
construções de pontes e viadutos. Os elementos que usam concreto ar-
mado têm um comportamento estrutural dependente da aderência entre
o concreto e a armadura. É sabido que o concreto possui uma ótima re-
sistência à compressão e que o aço apresenta uma grande resistência
aos esforços de tração.
Já os elementos que usam concreto protendido têm parte da
armadura previamente alongada por equipamentos de protensão, são
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os fios e cabos que podem ser tracionados antes ou depois da concre-
tagem. A finalidade do alongamento é justamente impedir ou limitar a
fissuração e os deslocamentos da estrutura, além de aproveitar melhor
os aços de altas resistências nos seus estados- limites últimos.
Normalmente são usadas as seguintes faixas de resistência:
• Concreto armado: 15 Mpa < fck <20 Mpa
• Concreto Protendido: 30 Mpa < fck <40 Mpa

Aço
O aço é o outro material mais usado nas construções. Conhe-
cer suas propriedades físicas e mecânicas é fundamental para a esco-
lha do aço adequado a ser empregado pelo engenheiro calculista em
determinado projeto.
O aço é dividido em duas classes e possui quatro categorias
em função da resistência característica de escoamento. O aço classe A
é composto de barras laminadas, enquanto o aço classe B é composto
de barras encruadas, ou seja, que tiveram a elevação da tensão de
escoamento na fase de deformação plástica. O Quadro 1 mostra as
categorias do aço e suas respectivas resistências.

Quadro 1: Categoria e Resistência do Aço


Categoria Resistencia característica ao escoamento
CA-25 250 Mpa
CA-40 400 Mpa
CA-50 500 Mpa
CA-60 600 MPa
Fonte: Autor, 2020.
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A armadura de proteção é composta por fios ou barras, cordões


ou feixes e produzem as forças de protensão. Essa armadura também é
conhecida como armadura ativa. A NBR 7481 e a NBR 7483 regulamen-
tam as características e propriedades do aço de protensão.
As armaduras de protensão são:
a) fios trefilados de aço carbono, com diâmetro de 3 a 8 mm
(rolo ou bobina)
b) cordoalhas: fios enrolados em forma de hélice e que pos-
suem alto teor de carbono, material leve e resistente;
c) barras de aço-liga de alta resistência, laminadas a quente,
com diâmetros superiores a 12 mm e comprimento limitado.

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Os produtos de aço para concreto estrutural podem ser divi-
didos em vergalhões e arames para concreto armado, tela de aço sol-
dada, fios e cordoalhas para concreto protendido e fibras de aço. As
bainhas são os tubos dentro dos quais a armadura de protensão deve
ser colocada.

Elastômeros
A borracha é um material que manifesta comportamento elásti-
co, ou seja, grandes deformações recuperáveis são produzidas, mesmo
quando esse material está sofrendo pequenos níveis de tensão.
O elastômero é um tipo de polímero que apresenta uma ca-
racterística semelhante à da borracha, a elasticidade. Um dos tipos de
elastômeros usados em obras de artes especiais é o neoprene fretado.
Esse material é usado como aparelho de apoio em pontes.
O emprego do neoprene fretado em uma ponte possibilita pe-
quenos movimentos horizontais e rotações, além de permitir que a es-
trutura seja capaz de suportar toda a carga envolvida e as vibrações
presentes em uma estrutura desse tipo (LAN, 2020). A Figura 2 aponta
o Neoprene fretado fazendo a ligação entre uma viga e um pilar de uma
ponte.

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Figura 2: Neoprene fretado colocado entre viga e pilar

Fonte: Autor, 2020.

Os aparelhos de apoio exigem manutenção e substituição.


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Dessa forma, é importante que, ao serem projetados em uma estrutura


especial, sejam previstos mecanismos que possibilitem uma reposição
rápida e fácil desse elemento.

TIPOS DE OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

As pontes, os viadutos, os túneis e as passarelas podem ser


considerados os principais tipos de obras de arte especiais. Essas es-
truturas complementam o projeto rodovário ou ferroviário permitindo
que sejam atravessados obstáculos como rios, vales, vias etc. Marchetti
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(2018) considera que a ponte e o viaduto diferem-se pelo tipo de obstá-
culo que são capazes de transpor.

Pontes
A NBR 7188:2013 define ponte como uma estrutura sujeita à
ação de carga em movimento, com posicionamento variável, utilizada
para transpor um obstáculo natural (rio, corrégo, vale etc.). As principais
partes de uma ponte de concreto armado definidas por Marchetti (2008)
são: viaduto de acesso, supraestrutura, infraestrutura e mesoestrutura
e podem ser observadas na Figura 3.

Figura 3: Elementos de uma ponte de concreto armado

Fonte: Adaptado da Plataforma Vecteezy, 2020.

É denominada viaduto de acesso a parte em seco da ponte,


ou seja, a porção extensa que não atravessa o curso d’água. Já a su-
praestrutura é a parte da ponte que suporta de imediato o estrado e
é formada pelas vigas e lajes. A infraestrura tem a função de apoiar o
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terreno nos esforços propagados pela supraestrutura e mesoestrutura.


A mesoestrutura é o conjunto de elementos que recebem as cargas da
superestrutura e as transferem para a infraestrutura (NBR 9452: 2019).
Veja o que contempla cada parte de obras como pontes, viadutos, pon-
tilhão e passarela, segundo a NBR 9452:2019:
A infraestrutura contempla:
a) Viga de travamento de blocos de fundação;
b) Viga alavanca;
c) Tubulão;
d) Sapata;
e) Estaca;
f) Bloco sobre estacas; g) Bloco de transição.
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A mesoestrutura é o elemento que contempla:
a) viga-travessa;
b) pilares;
c) pilone;
d) aparelhos de apoio;
e) vigas de travamento de pilares.
A superestrutura é o elemento que contempla:
a) laje e pré-laje;
b) viga longarina;
c) viga transversina;
d) articulação;
e) estais;
f) viga em arco superior, intermediário ou inferior.

As pontes devem receber inspeções para que sejam verifica-


das as questões estruturais, funcionais e de durabilidade, bem como a
gravidade em caso de detecção problemas. Quando uma ponte apre-
senta condição excelente, sua estrutura apresenta condições satisfa-
tórias podendo apresentar defeitos isolados e irrelevantes; já quando
apresenta um condição crítica, os danos na estrutura apresentam risco
de colapso.
Os documentos mínimos que fazem parte de um projeto de
ponte de concreto armado e/ou protendido são: os elementos básicos,
memorial descritivo e justificativo, memorial de cálculo, desenhos e es-
pecificações.
Ao projetar uma ponte, o projetista calculista deve, obrigato-
riamente, considerar as ações capazes de provocar o aparecimento de
esforços ou deformações nas estruturas. A NBR 8681 classifica essas
ações como permanentes, variáveis e excepcionais.
As ações permanetes em uma ponte são as constantes ao lon-
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go da vida útil da construção, as que crescem no tempo e as que com-


preendem:
a) cargas provenientes do peso próprio dos elementos estru-
turais;
b) cargas provenientes do peso da pavimentação, dos trilhos,
dos dormentes, dos lastros, dos revestimentos, das defensas, dos guar-
da-rodas, dos guardacorpos, canalizações;
c) empuxos de terra e de água;
d) forças de protensão;
e) deformações impostas: fluência, retração e recalque dos
apoios.

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As ações consideradas permanentes podem ser classificadas
em ações diretas e indiretas. As ações diretas são as relacionadas ao
peso próprio da estrutura, dos elementos construtivos fixos, das instala-
ções permanentes e empuxos permanentes. Uma máquina pesada que
fica fixa em determinado lugar da contrução é um exemplo dessa ação.
As ações indiretas são aquelas relacionadas às deformações
impostas pela estrutura através de fenômenos de retração e fluência
do concreto, deslocamentos de apoios, imperfeições geométricas e a
protensão.
Ações consideradas variáveis são aquelas que apresentam
uma condição transitória e compreendem:
a) cargas móveis;
b) cargas de construção;
c) cargas de vento;
d) empuxo de terra provocados por cargas móveis;
e) pressão da água em movimento;
f) efeitos do movimento das águas;
g) variação de temperatura.

Assim como as ações permamentes, essas ações também po-


dem ser diretas ou indiretas. As ações diretas estão relacionadas às
cargas acidentais e as indiretas estão relacionadas às ações dinâmicas,
variações uniformes e não uniformes de temperatura.
Ações excepcionais compreendem o choque de objetos, as
explosões, enchentes, sismos etc. Essas ações podem ter uma curta
duração e possuem baixa probabilidade de ocorrerem.

Classificação das Pontes


As pontes podem ser classificadas quanto à extensão do vão
total, à durabiliade, à natureza de tráfego, ao desenvolvimento planial-
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timétrico, ao desenvolvimento altimétrico, ao sistema estrutura da su-


perestrutura, ao material da superestrutura, à posição do tabuleiro, à
mobilidade dos tramos, ao tipo estático da superestrutura e segundo o
tipo construtivo da superestrutura.

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O Quadro 2 sintetiza as características de algumas dessas
classificações (MARCHETTI, 2008).

Quadro 2: Classificação de pontes

Classificação quanto a Característica principal

Até 2 m – Bueiros;
Extensão do Vão 2 m a 10 m – Pontilhões;
Maior que 10 m – Pontes.
Permanentes, provisórias e desmontáveis
Durabilidade que diferem das provisórias por serem rea-
proveitáveis.

Pontes: rodoviárias, passarelas, aqueduto,


Natureza do tráfego
mistas, ferroviárias, canal e aeroviárias.

Desenvolvimento Planialtimé-
Pontes Retas e pontes curvas.
trico

Pontes horizontais ou em nível e pontes em


Desenvolvimento Altimétrico
rampa, retilíneas ou curvilíneas.

Ponte de madeira, pedras, concreto arma-


Material de Superestrutura
do, concreto protendido, aço.

Tipo construtivo da superes- In loco, pré-moldada, em balanços sucessi-


trutura vos ou em aduelas ou segmentos.
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Tipo estático da estrutura Isostática e hiperestática.

Fonte: Adaptado de Marchetti, 2008.

As pontes em laje são usadas para pequenos vãos, são cons-


tituídas por apenas uma laje e não possuem nenhum tipo de viga, mas,
caso o tabuleiro for formado por duas ou mais vigas, teremos uma ponte
em viga e nessa estrutura haverá uma laje superior que será a via.
As pontes rodoviárias de aço e mista de aço e concreto de-
vem ser concebidas, calculadas e detalhadas para satisfazer requitos
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de construtibilidade, segurança e utilização, respeitando os estados-li-
mites últimos e os estados-limites de serviço. Esses estado-limites são
definidos nas NBRs 8800, 16239 e 8681.
As pontes podem assumir diversos tipos. Os tipos mais co-
muns são a ponte em viga, as pontes de treliças, pontes de arco, pontes
supensas, pontes estaiadas, pontes em balanço (MARCHETTI, 2008).
A ponte em viga é muito comum. Esse tipo de ponte é idealiza-
do a partir de uma ou mais vigas que podem ser de concreto armado ou
protendo, apenas de aço reforçado, madeira etc.
As ponte treliças são aquelas em que a superestrutura é cons-
tituída por treliças que suportam esforções de tração e compressão.
Podemos encontrar essa ponte feita em madeira ou aço.
O arco dessa ponte pode estar no tabuliero superior, infierior
ou em uma posição intemediária.
Ponte pênsil é o outro nome dado às pontes supensas. A quan-
tidade de cabos é elevada e elas são menos rígidas comparadas às
estaiadas.
A ponte estaiada utiliza uma quantidade de cabos menor do
que as pontes suspensas. Essa ponte não apresenta ancoragens e ca-
bos presos a pilares.
As pontes em balanço, como o nome sugere, são apoiadas em
estruturas sólidas em uma única extremidade.

Viadutos
O viaduto é uma estrutura especial destina a atravessar um
obstáculo que não é constituído por um curso de água. A NBR 7188:2013
considera esse tipo de obstáculo como artificial. Os viadutos são muito
usados para atravessar vias e avenidas nas grandes capitais.
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Apesar de muito parecidos, viadutos e pontes vencem obstácu-


los diferentes. As pontes atravessam rios e braços de mar, enquanto os
viadutos vencem obstáculos como vales e outras vias. O viaduto é muito
utilizado nas grandes metrópoles para ajudar na fluidez do tráfego.

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Túneis
O crescimento populacional trouxe para as cidades problemas
como o congestionamento de veículos. Esse problema é muito comum
em grandes metrópoles e, na busca de uma solução para o congesti-
mento, os túneis (obras subterrâneas) mostraram-se eficazes, pois pos-
sibilitam a ligação de ruas, estradas e vias férreas, bem como podem
servir a vários outros fins como fornecimento de água e passagens de
pedestres. A Figura 4 mostra o uso de túneis para transporte ferroviário
e passagens de pessoas.

Figura 4: Túneis como soluções de acesso locais

Fonte: Plataforma Pexels.

O solo é um aspecto relevante no processo de construção de


um túnel. Os projetos de túneis costumam classificar túneis de “solo
mole” ou “solo duro” (rocha). No entanto, a execução em campo mostra
que as condições de solos são muito mais complicadas e, muitas vezes,
os solos são do tipo misto. Essa complicação torna a investigação do
solo um processo fundamental na escolha da técnica de construção e
influencia o custo e o cronograma do projeto.
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Hoje, temos diversas opções para a construção de túneis e a


seleção da técnica de tunelamento que será usada deve ser feita com
base nas condições do solo em combinação com outras condições,
como acesso, custo, variabilidade do terreno etc.

Após a obtenção das características do terreno a partir de experimentos de


laboratório e de campo, é necessário calcular as tensões primárias e secun-
dárias no terreno, a fim de avaliar a estabilidade do terreno e provável car-
regamento no revestimento do túnel. Isso ajudará na seleção de um método
de tunelamento adequado, avaliará se os métodos de melhoria do solo são
necessários (CHAPMAN, METJE e STARK, 2010, p. 64).

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Melhoramento do solo e sistemas de revestimentos
As técnicas para melhorar o solo são usadas, em geral, para
melhorar a estabilização do solo, sendo, dessa maneira, um auxílio na
construção do túnel. No “solo mole”, a estabilização é usada para redu-
zir/controlar os deslocamentos do solo (BRITO e PARANHOS, 2017).
A técnica de congelamento é um método caro e só aplicável
quando o solo contém água, de preferência, água doce. A correta utili-
zação da técnica de congelamento de solos depende da presença de
água para criar gelo, cimentando as partículas e aumentando os parâ-
metros de resistência do mesmo, garantindo uma maior estabilidade.
No caso da humidade não preencher todos os poros do solo, será ne-
cessário adicionar água (SALVADO, 2012).
Segundo Barbosa (2015), o rebaixamento do lençol freático é
outra maneira capaz de melhorar as propriedades do solo. Essa ténica
facilita a escavação de túneis e consiste em captar a água com bombas
potentes para deixar o terreno em condições para que seja escavado e
concretado. O rebaixamento do lençol freático afeta a vegetação, pois
reduz a umidade do solo, causa o adensamento do terreno (afunda-
mento), recalques diferenciais (afundamento parcial), rachaduras em
paredes, quedas de muro etc.

Existem diversas técnicas para estabilizar os solos moles dos


túneis. Na construção da linha 5 do Metrô de São Paulo, por exemplo,
foram usados métodos como o de enfilagem tubulares injetadas e o jet
grouting. Esse último consiste na injeção de nata de cimento com jatos
de alta pressão.
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Para saber mais sobre a execução da linha 5 e o método jet


grouting, acesse:
Revista Fundações Ed.84/ Execução de Jet Grouting de Desta-
ca na Construção da Linha 5 do Metrô
Disponível em: https:issuu.com/editorarudder/docs/revista_fun
dac__o_es_84_issuu

Segundo Chiossi (2013), são os túneis que tendem a atingir as


maiores profundidades nas obras de engenharia. Regiões acidentadas
como os Alpes possuem túneis que chegam a estar a 1.500 m abaixo
da superfície do terreno; enquanto isso, no Brasil, a execução de túneis
25
tem atingido pouco mais de 150 m.
A Instrução de Projeto do Departamento de Estrada e Roda-
gem de São Paulo mostra que depois de prontos alguns elementos,
como o revestimento primário e o sistema de controle de águas de in-
flitração de um túnel não podem ser mais observados. Ao contrário,
certos elementos internos como pavimento, iluminação, revestimento
funcional, sinalização, passeio, guarda-corpo, sistemas de ventilação,
canaletas de drenagem e sistemas de combate a incêndio que podem
ser vistos e precisam de manutenção.
Ao observar a seção transversal de um túnel, podemos verifi-
car o resvetimento de 1ª e 2ª fase, além da cambota e do arco invertido.
Já na seção transversal de um túnel em rocha, será observado revesti-
mento de 1ª e 2ª fase e as acoragens.

Métodos Construtivos de Túneis


Existem diversos métodos para escavar os túneis, desde mé-
todos manuais, mecanizados até o uso de explosivos. Nos países em
que o mercado de tuneladoras não é muito desenvolvido, as técnicas
com explosivo ainda são muito utilizadas. Os métodos de escação New
Austrian Tunneling Method (NATM) e Tunnel Boring Machines (TBMs)
são bem conhecidos na comunidade técnica.
Segundo Santos et al (2019), o método de escavação com ex-
plosivos utiliza furos preenchidos e selados com explosivos para o des-
monte de rochas na frente de escavação. O uso de martelete hidráulico,
pá carregadeira e caminhão basculante auxilia a remoção das rochas
que foram detonadas.
Após a detonação do material rochoso, as paredes do tunél
precisam ser consolidadas; mas, para isso, é necesário antes avaliar
algumas situções como:
• as condições de circunferência do túnel;
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

• verificar se depois da detonação ainda restaram arestas de


rochas que podem despencar e causar danos à segurana e à obra;
• As pontas foram limadas;
• É necessário aplicar o processo bate-choco?

O bate-choco é um processo perigoso que compreende as


pontas prestes a cair após a detonadação. Esse processo pode ser fei-
to com cabeçotes fresadores, intervindo com fresa nos pontos neces-
sários. A execução tradicional do bate-choco é feita com rompedores.
Outro método para a construção de túneis é o NATM que foi de-
senvolvido pelos austríacos Ladislaus von Rabcewicz, Leopold Müller e
Franz Pacher na década de 1950 e é uma técnica usada para realizar a
26
abertura de túneis. A Instrução Normativa do Departamento de Estradas
de Rodagem de São Paulo afirma que, na comunidade técnica, o termo
NATM é comumente utilizado para identificar os túneis executados por
etapas com revestimento em concreto projetado.

O NATM é definido como um método em que o maciço do entorno da seção


do túnel é integrado ao seu suporte, formando um grande anel fechado. Essa
estrutura é feita a partir de concreto projetado e quando existe necessidade,
se utiliza também cambotas metálicas, tal como tirantes e enfilagens. A es-
cavação é realizada a partir de explosivos, sendo a detonação dos mesmos
feita de maneira controlada, e permite desagregar desde solos até rochas
sãs (ESTANQUEIRO e SALVI, 2020).

O NATM instala suporte de solo em movimento e conforme ne-


cessário, adicionando reforço ao concreto projetado quando preciso. O
suporte final e permanente é geralmente (mas nem sempre) um forro de
concreto moldado no local colocado sobre uma membrana impermeabi-
lizante. O NATM é mais adequado para túneis de curto alcance.
As tuneladoras ou TBMs são esquipamentos perfuradores de
túneis, geralmente, com seção transversal circular e alto nível de com-
plexidade. No Brasil, a tuneladora do tipo shield é popularmente conhe-
cida como “tatuzão”. Ressalta-se que as obras subterrêneas não são
executadas apenas por um método. O NATM, por exemplo, é usado
para preparar o terreno para entrada da tuneladora. A Figura 5 mostra a
chegada do “tatuzão” na linha 5 do Metrô São Paulo.

Figura 5: Tuneladora Shield (“tatuzão”)

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Wikimedia Commons - Fotografias do Governo do Estado de São


Paulo

27
Segundo MAIDL et al. (2008), as tuneladoras são equipamentos
que têm origem no início do século XIX. A tuneladora do tipo shield foi um
equipamento apresentado e experimentado no ano de 1918 por Brunel.

Inspeção em Obras de Artes Especiais


A realização de inspeção em OAE é fundamental para coleta
de dados para verificar o diagnóstico e o prognóstico dessas estruturas.
A NBR 9452:2019 menciona que o objetivo da inspeção é manter ou
reestabelecer a segurança, a funcionalidade e a durabilidade da OAE.
Essa norma cita quais são os tipos de inspeções e conceitua
cada tipo. Veja no Quadro 3 uma síntese do que diz a norma:

Quadro 3: Tipos de inspeções


Tipo de Inspeção Descrição
• É a 1ª inspeção realizada na obra;
• Efetuada logo após a conclusão e instalação da
Inspeção Cadastral obra;
• É realizada também quando se integra a um sistema
de monitoramento ou acompanhamento viário.
• É periódica;
• É visual;
Inspeção rotineira • Realizada em prazo não superior a um ano;
• Verificasse nessa inspeção a evolução de anomalias
detectadas em inspeções anteriores.
• Tem periodicidade de 5 anos (pode ser postergada
para 8 anos em alguns casos especificados em nor-
ma);
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Inspeção especial • Deve ser pormenorizada e contemplar mapeamento


gráfico e quantitativos das anomalias;
• Pode ser feita de forma antecipada em casos espe-
ciais.
• Gerada por demanda não programada (necessidade
Inspeção extraordi- de avaliação com mais critério; ocorrência de impacto
nária de veículo, trem ou embarcação; ocorrência de even-
tos, como inundações, sismos etc.).
Fonte: Elaborado a partir da NBR 9452: 2019.

28
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: DPE-MT Prova: Engenheiro Civil.
Com relação às partes principais de uma ponte sob o ponto de vis-
ta funcional, analise as afirmativas a seguir.
I. A infraestrutura é a parte da ponte por meio da qual são transmiti-
dos ao terreno de implantação da obra, rocha ou solo, somente os
esforços recebidos da superestrutura.
II. A mesoestrutura é a parte da ponte que recebe os esforços da
infraestrutura e os transmite à superestrutura.
III. A superestrutura é a parte da ponte que suporta de imediato o
estrado.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 3ª Região (MG) Prova: Analista
Judiciário - Engenharia
Considere a ponte estaiada representada abaixo.

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Segundo essa concepção estrutural, para suportar as cargas mó-


veis, o tabuleiro da ponte estaiada está submetido aos esforços de:
a) alongamento e fissuração.
b) flexão e tração.
c) tração e torção.
d) cisalhamento e tração.
e) flexão e compressão.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: Engenheiro -
Engenharia Civil
29
A presença de nível elevado do lençol freático muitas vezes impos-
sibilita a execução de alguns serviços de engenharia, exigindo o
uso de sistemas de rebaixamento. Para a escolha do melhor siste-
ma, alguns parâmetros técnicos devem ser levados em considera-
ção, tais como: qualidade das fundações vizinhas, altura do lençol
freático e do rebaixamento, duração do rebaixamento, entre outros.
São exemplos de sistemas de rebaixamento do lençol freático:
a) poços profundos e poços filtrantes.
b) bombeamento direto e poços profundos.
c) bombeamento direto e bombeamento profundo.
d) poços filtrantes e bombeamento profundo.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: PR-4 UFRJ Órgão: UFRJ Prova: Contra – Mestre
Ofício – Geral
Na execução de fundações e assentamento de instalações, pode
ser necessário o rebaixamento do lençol. A finalidade dessa provi-
dência é eliminar:
a) a possibilidade de deslizamentos no local da escavação.
b) vazamentos da tubulação de esgoto existente no local da escavação.
c) vazamentos da tubulação de água potável existente no local da es-
cavação.
d) ou diminuir o fluxo de água do lençol freático para o interior do local
de escavação.
e) empoçamento da água da chuva no local da escavação.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Transpetro Prova: Enge-
nheiro Júnior – Civil
Entre as obras de arte conhecidas na Engenharia Civil, encontram-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

-se as pontes. A fim de eliminar os inconvenientes usuais causa-


dos pelo adensamento do aterro junto às estruturas das pontes e o
desconforto dos desníveis provocados, a NBR 7187:2003 (Projeto
de pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedi-
mento), recomenda a utilização da(o):
a) mísula
b) laje de transição
c) dolphin
d) guarda-corpo
e) aparelho de apoio

30
QUESTÃO 6
Ano: 201 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Engenheiro Civil
(HUAP-UFF)
Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. De
acordo com a definição de elementos de concreto protendido, a
protensão tem os seguintes objetivos:
I. Impedir ou reduzir a fissuração.
II. Impedir ou reduzir os deslocamentos da estrutura em serviço.
III. Propiciar o melhor aproveitamento dos aços especiais no Esta-
do-Limite Último.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) I e III, apenas
c) II e III, apenas
d) Somente I
e) I, II e III

QUESTÃO 7
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão AL-MS Prova: Arquiteto
Na estrutura de concreto protendido, o conjunto formado por fios,
cordoalhas ou barras e seus dispositivos complementares, como
ancoragens, tubos, formas plásticas para nichos etc. é denominado:
a) fretagem.
b) cabo.
c) bainha.
d) extensor.
e) suporte.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

As pontes, viadutos, túneis etc. são Obras de Arte Especiais que têm
como finalidade principal vencer obstáculos como rios, avenidas, entre
outros. Discorra como os túneis podem ajudar a melhorar o trânsito e a
vida das pessoas nas grandes cidades.

TREINO INÉDITO

A extensão do vão é o que diferencia as pontes dos bueiros e pontilhos.


Para ser considerado ponte, o vão deve medir:
a) até 2 m
b) de 5 m a 10 m
c) até 9
31
d) mais que 10 m
e) mais que 15 m

NA MÍDIA

Um ano após queda de viaduto na Marginal Pinheiros, Prefeitura de SP


faz sete obras emergenciais na cidade
Um ano após o viaduto da Marginal Pinheiros ceder e provocar um caos
no trânsito da cidade, a Prefeitura de São Paulo realizou sete obras
emergenciais em pontes, viadutos, passarelas e pontilhões espalhados
pela capital paulista. Outras cinco obras estão em andamento.
Fonte: G1
Data: 13 de novembro de 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noti-
cia/2019/11/13/um-ano-apos-queda-de-viaduto-na-marginal-pinheiros-
-prefeitura-de-sp-faz-sete-obras-emergenciais-na-cidade.ghtml

NA PRÁTICA

As Obras de Arte Especiais estão presentes principalmente no cotidiano


dos moradores das grandes metrópoles. Os viadutos são alternativas
para cidades onde o tráfego é intenso, pois a ideia é que sua construção
não interrompa o fluxo das rodovias. Por serem construções que estão
sujeitas a cargas móveis de veículos, ventos, ação de rios, variação de
temperatura etc., é necessário que passem por vistorias periódicas. Há
uma falsa impressão de que essas obras sofrem pouca degradação,
mas isso não é verdade.
As vistorias nas Obras de Arte Especiais visam verificar o estado de
conservação e detectar danos para que sejam realizadas as manuten-
ções necessárias. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Trans-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

porte vem realizando desde 2016 a manutenção e reabilitação de pon-


tes e viadutos federais.
Fonte: Vistoriando obras de arte especiais
Disponível em: <https://issuu.com/sind_issuu/docs/revista_ed_138_web>.

PARA SABER MAIS

Documentário: Megaconstruções, apresentada pelo Discovery


Documentário: Obras Incríveis, apresentado pelo National Geographic
Channel
A incrível obra do túnel entre a Europa e ÁSIA Marmaray
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=n4380Ab0kW0>.
32
COMPÓSITOS

INTRODUÇÃO

Atualmente, diversos materiais são desenvolvidos a partir da


modificação de um material existente por meio de incorporação de al-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

gum componente que venha melhorar as características do novo mate-


rial produzido. Tomaremos com exemplo o concreto simples. Os mate-
riais empregados nesse produto, juntos, apresentam boa resistência à
compressão e baixa resistência à tração, mas se incorporamos a esse
concreto barras de aço serão desenvolvidas as resistências de tração e
flexão. Essa união de um ou mais materiais diferentes com a finalidade
de desenvolver um produto com características melhores é denominada
compósito.
Segundo Callister (2012), um compósito pode ser considerado
como qualquer material multifásico que exibe uma proporção significa-
tiva das propriedades de ambas as fases constituintes, de modo que é
obtida uma melhor combinação de propiedades. Diante dessa defini-
33
ção, o material compósito não é uma novidade, pois, como se sabe, as
civilizações do Antigo Egito e da Mesopotâmia fabricavam o tijolo adobe
(tijolo de grandes dimensões feito de palha e barro/argila) nas constru-
ções de grandes monumentos, inclusive no capítulo 5 do livro de Êxodo
o uso desse tipo de tijolo é mensionado.
Um compósito não é obrigatoriamente um material produzido
pelo homem. Na natureza, encontramos os chamados compósitos na-
turais como, por exemplo, o osso e a madeira. O osso é considerado
um compósito formado por tendões, músculos e cartilagens que, juntos,
dão características de flexibilidade e resistência.

Atualmente, os mercados de materiais compósitos estão cada vez mais di-


fundidos. Estudos recentes mostram que o maior mercado continua a ser
o dos transportes (31%), mas a construção civil (19,7%), marinha (12,4%),
equipamento eléctrico/electrónico (9,9%), produtos de consumo (5,8%), apa-
relhos e equipamentos comerciais são também mercados em grande expan-
são. O mercado aeroespacial e de aeronaves representa apenas 0,8 % o que
é surpreendente tendo em conta a sua importância na origem dos compósi-
tos (Ventura, 2009).

O desenvolvimento dos materiais compósitos no campo mé-


dico tem se desenvolvido com sucesso e as próteses são exemplos
dessa evolução. Segundo Francisco (2020), o desenvolvimento das
próteses transtibiais passou por constante evolução de design e sele-
ção de materiais desde o século XX até as mais sofisticadas próteses
em materiais. O emprego das fibras de carbono melhora o desempenho
mecânico, reduz o peso, aumenta a durabilidade etc. Na Figura 6, te-
mos uma prótese ortopédica reforçada em fibra de carbono.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

34
Figura 6: Perna Ortopédica

Fonte: Pexels, 2020.

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS COMPÓSITOS

Segundo Callister, os materiais compósitos podem ser classif-


cados em: compósitos reforçados com partículas, compóstitos reforça-
dos com fibras e compósitos estruturais. Cada tipo pode ainda receber
subdivisões. A Figura 7 apresenta o esquema de classificação (divisão
e subdivisão) dos materiais compósitos.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

35
Figura 7 Classificação dos compósitos

Fonte: Elaborado com base em Callister, 2008 p. 360.

Como vimos, o objetivo de criar um compósito é produzir novos


produtos com propriedades melhores. Pode-se buscar, por exemplo,
maior resistência à temperatura, rigidez, tenacidade etc. A grande varie-
dade de compósitos existentes é constituída por duas fases (VILARDO,
2018; CALLISTER, 2012):

a) Fase matriz: sua característica principal é ser contínua e


envolver a outra fase;
b) Fase dispersa: nos compósitos reforçados com partículas,
as partículas possuem dimensões praticamente iguais em todas as dire-
ções; nos compósitos reforçados com fibras, essa fase apresenta gran-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

de razão entre comprimento e diâmetro.

Compósito = fase matriz (aglutinante) + fase de reforço (enchimento)

O aglunitante tem a função de proteger a fibra, manter um re-


forço unido (aglutinado) e em uma configuração estável. Já o enchimen-
to tem como principal atribuição resistir aos carregamentos mecânicos
(CALLISTER 2012). A matriz pode ser polimérica, metálica, cerâmica e
carbonada, enquando que a fase dispersa (enchimento) pode ser um
material fibroso (polimérico, cerâmico, metálico, de carbono ou natural),
particulado, em flocos ou em filamentos.
Para Abramovich (2017), umas das principais vantagens de

36
um compósito em relação a outros materiais existentes, como metal ou
plástico, são sua alta resistência e rigidez, aliadas à baixa densidade,
permitindo a redução do peso da peça acabada.

Uma boa interface, ou seja, uma boa compatibilidade química


entre a matriz e a fase dispersa é essencial para a resistência e rigidez
de um compósito.

Compósitos Reforçados com Partículas


Os elastômeros, os plásticos e o concreto são exemplos de
materiais que recebem reforços particulados. Os dois primeiros rece-
bem partículas muito pequenas (negro de fumo, por exemplo), enquanto
o concreto recebe o reforço de partículas grandes (CALLISTER, 2012).
Os metais e as ligas metálicas, que também estão no grupo de
compósitos particulados, são materiais reforçados por dispersão. Para
aumentar a resistência e o endurecimento desse materiais podemos
usar os óxidos (fase dispersa).

O negro de fumo é um produto petroquímico, muito barato,


composto basicamente por carbono. Esse particulado é produzido a
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

partir da combustão de gás natural ou óleo e é muito usado na fabrica-


ção de pneus para aumento da resistência mecânica.

Concreto
Como vimos anteriormente, as partículas (fase dispersa) nos
compósitos são os enchimentos e, no caso do concreto, esse papel é
assumido pelo agregados (partículas de areia e brita) que operam na
redução do preço global desse compósito. Já a fase matriz do concreto
é assumida pelo cimento Portland . Ambas as fases desse compósito
são materiais cerâmicos (frágeis) em que os agregados são ligados uns
aos outros através da pasta de cimento.
37
Concreto Armado
A resistência à tração do concreto é pequena em relação à
sua resistência à compressão (ARAÚJO, 2001). Ao se desejar que o
elemento tenha características de resistência à compressão, tração e
flexão, produz-se o concreto armado. A resitência do concreto é aumen-
tada com o reforço dos vergalhões, arames, barras ou malhas de aço.
Na construção de uma edificação, o concreto armado pode ser aplicado
em fundações, pilares, vigas e lajes.
A aplicação do concreto armado em pisos é bastante difundida
nas indústrias, estacionamentos, pátios de carga e descarga, aeropor-
tos, estradas etc. justamente por suas vantagens relativas à resistência,
durabilidade, baixo custo e pouca manutenção.
Os pisos industriais podem ser classificados quanto ao seu re-
forço estrututal. Cristelli (2010) classifica esses pisos em:
• Pisos de concreto simples: aqui os esforços de tração e com-
pressão são resistidos apenas pelo concreto (ausência de armadura);
• Pisos com armadura distribuídas: são pisos compostos por
placas de concreto e uma tela posicionada no terço superior destas
com o objetivo de controlar a fissuração;
• Pisos estruturalmente armados: esse piso é muito usado em
áreas onde os carregamento são elevados, possui armadura positiva na
parte inferior da placa e armadura no terço superior;
• Pisos reforçados com fibras: nesse piso, a adição de fibras
pode substituir a armadura convencional.
• Piso de concreto protendido: esse tipo de piso usa armadura
tracionada por cabos.

Em geral, os pisos de concreto armado são formados por


placas de concreto, aço, juntas de transferência (barras de aço), além
das sub-bases e um solo de apoio. Para que esse piso, ou qualquer ou-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

tro elemento de concreto armado, tenha um bom desempenho, é essen-


cial que os materiais resistam solidariamente aos esforços solicitantes
e isso é atingindo através da aderência (Concreto Armado = concreto +
armadura + aderência).
É importante também atentar para a qualidade dos materiais
que são empregados na composição do concreto. Dessa maneira, a
realização de ensaios físicos, químicos e mecânicos ajudam a garantir
um um produto final com as propriedades desejadas.

38
Segundo Pinheiro e Muzardo (2003), a aderência é a proprie-
dade que impede que haja escorregamento de uma barra em relação
ao concreto que a envolve. A aderência pode ser decomposta em três
parcelas: adesão, atrito e aderência mecânica. Para saber mais sobre
a aderência, acesse:
Fundamentos do concreto e projeto de edifícios.
Capítulo 10 - Aderência e Ancoragem
Disponível em: http://www.set.eesc.usp.br/mdidatico/concreto/
Textos/10%20Ancoragem.pdf

Compósitos Reforçados com Fibras


As fibras (fase dispersa) são capazes de produzir compósitos
de alta resistência, mas é importante percebermos que o compósito
atingirá essa característica tanto pela influência das propriedades da
fibra quanto pelo comprimento da fibra.
Para termos um aumento satisfatório da resistência e da rigi-
dez, a fibra precisa ter um certo comprimento (comprimento crítico) que
depende do diâmetro (d) e da sua resistência máxima (σf), assim como
da resistência da fibra-matriz (τc) (CALLISTER, 2012). Através da equa-
ção abaixo é possível determinar esse comprimento crítico (lc) da fibra.
σ𝑓𝑓 ∗ d
𝑙𝑙𝑐𝑐 =
2 ∗ τ𝑐𝑐
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Quanto maior o comprimento da fibra mais satisfatório será o


aumento da resitência/rigidez. Segundo Callister (2012), fibras denomi-
nadas contínuas são fibras que apresentam >15 e fibras descontínuas
ou curtas têm comprimentos menores. Essas fibras curtas podem não
atingir um comprimento razoável para ampliar a resistência de determi-
nado material, por isso, as fibras contínuas são as mais indicadas para
uso no compósitos.

39
Com base no diâmetro e no tipo de material, os materiais com-
pósitos fibrosos são classificados em whiskers (monocristais muito re-
sistentes e com diâmetro pequeno), fibras (normalmente polímeros ou
cerâmicas) e arames (metais e ligas com diâmetro relativamente gran-
des).
Fonte: Obtenção e caracterização de compósitos de polihidró-
xibutirato (PHB), reforçados com whiskers de celulose extraídos da fo-
lha do buriti.
Disponível em: http://bia.ifpi.edu.br/jspui/bitstream/prefix/440/1/
2019_dis_fwssilva.pdf

Segundo Pinheiro e Muzardo (2003), a aderência é a proprie-


dade que impede que haja escorregamento de uma barra em relação
ao concreto que a envolve. A aderência pode ser decomposta em três
parcelas: adesão, atrito e aderência mecânica.
Os compósitos podem ser reforçado tanto com fibras naturais
como com fibras artificiais e fibras sintéticas, mas há autores que cate-
gorizam as fibras apenas segundo a sua origem, podendo ser naturais
(orgânicas e inorgânicas) ou artificiais.
Em relação à composição, as fibras podem ser orgânicas ou
inorgânicas. As fibras orgânicas se dividem, ainda, em naturais ou arti-
ficiais. As fibras classificadas como naturais podem ser subdivididas em
vegetais, animais e minerais (BARBOSA, 2011). A celulose, o sisal, o
bambu e a juta são exemplos de fibras naturais orgânicas. O amianto e a
lã de rocha são exemplos de fibras inorgânicas. O aço, o vidro as fibras
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

acrílicas, as de nylon e de poliéster são exemplos de fibras artificiais.


De Paula (2011) afirma que há diversos incovenientes no uso
dos compósitos de fibras naturais, pois estas variam muito mais em
propriedades do que as fibras produzidas pelo homem. Tanto as fibras
artificiais como as sintéticas são produzidas pelo homem. A diferença é
que a primeira usa como matéria-prima produtos da natureza, enquanto
que segunda usa como matéria-prima produtos químicos da indústria
petroquímica.

Concreto Reforçado com Fibras


A NBR 15530:2019 define fibra de aço como arames de aço
trefilados a frio, retos ou em outras conformações; cortes, retos ou em
40
outras conformações, de chapas, fibras produzidas por fusão, fibra de
arame trefilado a frio e fibras usinadas. Essas fibras possuem caracte-
rísticas ideais para servirem de reforço ao concreto.
Os concretos reforçados com fibra apresentam um melhora-
mento no controle de fissuração. Ao adicionarmos fibra ao concreto,
teremos alteração desse material tanto no estado fresco quanto no es-
tado endurecido. No estado fresco, a trabalhabilidade é muito afetada,
sendo necessário o uso de um aditivo que mantenha uma boa trabalha-
bilidade; já no estado endurecido, a adição traz enormes benefícios ao
concreto, pois, além de distribuir melhor a fissuração, há uma limitação
das aberturas das fissuras no estado-limite de serviço (estado ligado à
durabilidade, ao conforto do ususário etc.).
Conforme Leite e Castro (2020), existem fibras de diversos ma-
teriais disponíveis no mercado da construção civil: aço, polímero, vidro
etc. São as propriedades do material que constitui as fibras o que vai
definir sua função no concreto. As principais propriedades são destaca-
das na Figura 8.

Figura 8: Propriedades das fibras que definem sua função no concreto

Fonte: Autor, 2020.


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

As fibras de vidro, cerâmica, carbono, poliamida aromática,


aço e boro podem ser consideradas as principais fibras empregadas
em compósitos. Dessas fibras, as de carbono e e as poliamidas aromá-
ticas oferecem diversas qualidades aos compósitos, mas apresentam
alto custo, o que torna o seu uso inviável em alguns casos.
Devido à diversidade de fibras que podem ser usadas no con-
creto, vamos destacar para o nosso estudo o uso de fibra de aço e de
polipropileno.
A fibra de aço é um elemento descontínuo que pode ser produ-
zido em tamanhos variados e com mesmo tipo de aço. De Figueiredo
(2010) afirma que no mercado brasileiro há três tipos mais comuns de
fibras de aço, que são:
41
1. Fibra de aço corrugado: produzida a partir do fio chato que
sobra da produção da lã de aço, pode ser cortado com dimensão entre
25 mm e 50 mm; é considerada de baixo custo e interfere pouco na
consitência do concreto;
2. Fibra com ancoragem em gancho e seção retangular: pro-
duzida para atuar como reforço do concreto, é fabricada a partir de cha-
pas de aço que são cortadas na largura da fibra e, concomitantemente,
conformadas;
3. Fibra de aço com ancoragem em gancho e seção circular: é
produzida a partir de fios trefilados progressivamente, até se chegar ao
diâmetro desejado.
Na Figura 9 é possível observar a geometria das fibras de acor-
do com a NBR 15530:2019.

Figura 9: Geometria das fibras de aço

Fonte: Adaptado de Bianchi. 2019.


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Usar as fibras de aço no concreto é muito indicado para estru-


turas contínuas como pavimentos e túneis, pois, apesar de não elimina-
rem as fissuras, serão capazes de dificultar sua propagação, além de
permitirem uma redistribuição de esforços no material. Na Figura 10 é
possivel perceber que no concreto sem fibras há uma concetração de
tensões na face da fissura; já no concreto que recebe o reforço com
fibra, temos uma “costura” e, consequentemente, uma retenção da pro-
pagação dessas fissuras.

42
Figura 10: Fibras atuando como conexão para transferência de tensões

Fonte: Autor, 2020.

Outra fibra muito utilizadas no concreto é a de polipropileno.


Sua produção dá-se a partir da resina de polipropileno do tipo homopolí-
mero em vários tamanhos e formas. Lucena (2017) reconhece que as fi-
bras de polipropileno usadas em reforço da matriz cimentícia, podem se
apresentar em três diferentes formas geométricas: monofilamentadas,
multifilamentadas (filme fibrilado) e fita extrusada. A Figura 11 mostra a
característica física da fibra de polipropileno.

Figura 11: Fibras de polipropileno

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Site Maccaferri. Acesso em 2021.

43
As vantagens e desvantagens dessa fibra estão dispostas no
quadro abaixo.

Quadro 4: Características da fibra de polipropileno


Fibra de Polipropileno
Vantagens Desvantagens
Alto ponto de fusão Baixa resistência ao fogo
Resistência a álcalis Sensibilidade à luz do sol e oxigênio
Baixo preço do material Baixo módulo de elasticidade e fraca
aderência com a matriz cimentícia
Fonte: Adaptado de Bentur e Mindess, 2007.

A adição de um alto teor de fibra de polipropileno no concreto


é essencial para a redução do peso do concreto. Essa fibra, quando
usada para reforçar a matriz cimentícia, pode se apresentar em formas
geométricas diferentes: monofilamentadas, multifilamentadas (filme fi-
brilado) e fita extrusada. O estudo do emprego de diferentes teores da
fibra na matriz cimentícia trouxe a seguinte conclusão (LUCENA, 2017):
• Alto teor de fibra: não só evita a propagação como também
pode desviar as microfissuras;
• Baixo teor de fibra: contribui para evitar a propagação das
microfissuras.

Caracterização de materiais compósitos com fibras


A qualidade de uma estrutura compósita é influenciada tam-
bém pelo controle da qualidade dos materiais, por exemplo, a variação
na granulometria dos agregadaos ou a resistência do cimento irá afetar
o resultado da produção do concreto. Assim, realizar a caracterização
dos materiais é fundamental para a uniformidade do produto final.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

O material constituinte da fibra irá definir o módulo de elasticidade e a resis-


tência mecânica da mesma, as quais são duas das propriedades que mais
influenciam a capacidade de reforço que a fibra pode proporcionar ao con-
creto. As fibras que possuem módulo de elasticidade inferior ao do concreto
endurecido, como as poliméricas, são chamadas de fibras de baixo módulo.
Já as fibras que possuem módulo de elasticidade superior ao do concreto
(FIGUEIREDO, 2011).

Para o concreto com fibra, as propriedades básicas que devem


ser avaliadas no estado fresco e endurecido são apresentadas no qua-
dro a seguir.

44
Quadro 5: Propriedade a serem avaliadas em compósitos com fibras
Propriedades no estado endure-
Propriedades no estado fresco
cido
Trabalhabilidade Resistência mecânica
Exsudação Permeabilidade
Durabilidade (resistência do
Início e fim de pega. concreto a certos agentes, baixa
permeabilidade)
Fonte: Autor, 2020.

Analisar o comportameto mecânico e térmico dos materiais


compósitos torna-se essecial para obter suas propriedades e entender
a relação estrutura/propriedade. Com a caracterização mecânica é pos-
sível coletar dados sobre tensão, deformação, coeficiene de poisson
etc. Já a realização de análises térmicas podem fornecer dados rela-
tivos à temperatura de transição vítrea, grau de cura, identificação da
pureza dos materiais entre outros dados. Na tabela, são sintetizadas
as características mecânicas de resistência obtidas por Song, Hwang
e Sheu (2004) no estudo das propriedades de resistência de concretos
reforçados com fibras de polipropileno.

Tabela 1: Ensaio de resistência


Resis-
Resis-
Resistên- tência à
tência à
Tipo de Estatística cia à com- tração Slump
tração
concreto descritiva pressão dia- (cm)
na flexão
(Mpa) metral
(Mpa)
(Mpa)
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Média 24,35 2,38 5,98


Concreto re-
forçado com
Desvio Padrão 1,83 0,16 0,36 12
fibras de po-
lipropileno
Coeficiente de
7,5 6,7 6,0
variação (%)

45
Média 23,02 2,17 5,89

Concreto
convencio- Desvio Padrão 1,77 0,15 0,36 16
nal
Coeficiente de
7,7 6,9 6,1
variação (%)
Fonte: Adaptado de Song, Hwang e Sheu (2004).

Os resultados da tabela evidenciam como as fibras melhoram


as resistências de compressão, tração e flexão do concreto.
Umas das características mais importantes que as fibras intro-
duzem nos compósitos é o aumento da tenacidade ou a capacidade de
absorção de energia. Conhecer as propriedades de cada material do
compósito concreto com fibras é importantíssimo para saber se há com-
patibilidade da matriz cimentícia com a fibra e se haverá nesse compó-
sito a eficiência que se deseja no estado endurecido.

Os principais parâmetros que influenciam a tenacidade são o


tipo, o volume o aspecto, a natureza de deformação e a orientação das
fibras. Uma das formas de medir essa característica mecânica é através
de teste de impacto. Para saber mais, assista ao vídeo “Ensaios de
Materiais – Ensaio de impacto”, disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=H__Miv1UsmI
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Ao realizar as análises de um compósito, é desejável que um


material que não seja misturável, que as fases sejam compatíveis qui-
micamente, que as propriedades de mecânicas das fases sejam com-
plementares. Para as fibras de aço, por exemplo, alguns ensaios como
resistência à tração, módulo de elasticidade, ensaio de dobramento são
essenciais para se conhecer as propriedades desse material e sua com-
patibilidade com o concreto.
Como a fibra de aço é um produto que adquirimos pronto no
mercado, o fabricante é quem realiza muitos dos ensaios necessários
para garantir a qualidade da fibra. A NBR 15530:2019 especifica a com-
posição e as características de concretos de referência utilizadas na
46
avaliação do desempenho de fibras de concreto. Ela destaca que é o
usuário final quem deve se satisfazer com a eficácia da fibra em seu
próprio concreto e isso reforça a ideia da necessidade de verificar a
compatibilidade entre o concreto e a fibra a ser empregada.
É preciso entender que as propriedades finais do compósito
são dependentes da quantidade de fases que constituem o compósito,
da geometria do enchimento e nisso incluem-se: a forma, o tamanho a
distribuição e orientação das partículas.
Amaral e Moraiva (2020) analisaram as propriedades térmicas
do concreto reforçado com fibras de polipropileno e polietileno de alto
módulo. Os ensaios realizados em corpos de provas foram o de condu-
tividade térmica, dilatação térmica e resistência à compressão. Antes de
se proceder os ensaios os corpos de provas foram expostos a tempe-
raturas de 200 °C. A conclusão após os ensaios foi de que a adição de
fibras altera as propriedades térmicas do concreto, reduzindo sua dila-
tação térmica. Mais uma vez, percebemos que são as caracterizações
dos materiais isolados e do compósito que nos permitem verificar se a
adição alterará ou não as propriedades do concreto.
As fibras de polipropileno usadas em reforço da matriz cimentí-
cia podem se apresentar em três diferentes formas geométricas: mono-
filamentadas, multifilamentadas (filme fibrilado) e fita extrusada.

Atualmente as fibras sintéticas, como as fibras de polipropileno, também são


usadas como reforço de concretos em escala industrial. Produzidas em uma
grande variedade de formas, possuem baixo módulo de elasticidade, grande
deformação, resistência a alcalinidade e baixo custo. Suas desvantagens são
a baixa resistência ao fogo, sensibilidade a luz solar e aderência limitada à
matriz, entretanto essas desvantagens são contornáveis (RESENDE, 2003).

Mogre e Parbat (2012) afirmam que o uso de alta fração volu-


métrica de fibras de polipropileno para o concreto é vantajoso, pois:
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

• Inibe fissuras por retração plástica;


• Aumenta a resistência à tração;
• Aumenta a resistência à flexão;
• Aumenta a resistência à fadiga;
• Aumenta, em geral, a durabilidade e a resistência à fissuração;
• Impede o lascamento;
• Fornece resistência ao impacto;
• Fornece resistência à abrasão;
• Aumenta a tenacidade.

47
Outras Fibras para concreto
Há várias fibras que podem ser inseridas no concreto, inclusi-
ve, as fibras vegetais. Há pesquisadores que defendem o uso de fibras
vegetais. As fibras sintéticas, segundo Auersvaldt et al (2019), necessi-
tam de matéria-prima mineral e química, além de gerarem resíduos que
podem ser prejudiciais ao ambiente.
Auersvaldt et al (2019) realizaram a incorporação de fibras de
bambu ao concreto e, quando compararam o concreto sem a fibra e
com a fibra, concluíram através de ensaios mecânicos que ocorreu um
aumento de 7,38% na tração diametral, 16,17% de aumento da tração
na flexão por três pontos e redução de 9,02% de compressão para o
concreto com fibra. Observa-se que apesar da redução detectada, ela
não foi capaz de impossibilitar a utilização do concreto com adição de
fibra. Os resultados obtidos mostram que é, sim, possível usar fibras
vegetais para aumentar a resistência do concreto.
As fibras de vidro também são viáveis para o uso em concre-
to. Segundo Vaz (2015), as primeiras tentativas do uso dessa fibra no
concreto não tiveram sucesso devido ao ataque alcalino da pasta de
cimento hidratada às fibras e isso levou ao desenvolvimento das fibras
de vidro para que resistissem a esse ataque.
Provou-se que é possível, por exemplo, o reforço com fibras
de vidro no pavimento intertravado de concreto. Para o ensaio de resis-
tência mecânica à compressão em peças desse compósito, obteve-se
o aumento da resistência.
A Figura 12 mostra um gráfico com a comparação do concreto
base e de concreto reforçados com fibra de vidro com diferentes teores
da fibra.

Figura 12: Comparação da resistência à compressão axial dos corpos-de-prova


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte: VAZ, 2015.

48
O gráfico acima mostra que, além do aumento da resistência
à compressão, o teor de fibra inserido também pode aumentar essa re-
sistência. Mas não se deve esquecer que há sempre um teor adequado
e que, dependendo do tipo de fibra usado, o resultado da compressão
pode ou não aumentar.
Se comparar, por exemplo, os resultados da compressão da
fibra de bambu e da fibra de concreto, temos redução com a primeira
e aumento com a segunda, mas isso pode ter ocorrido, por exemplo,
devido à fibra de bambu necessitar de mais água no traço. Cada caso,
cada tipo de fibra deve ser analisado em todos os aspectos e segundo
as necessidades de onde esse concreto será inserido.

O concreto projetado reforçado com fibras de aço é um dos re-


centes desenvolvimentos alcançados para a execução do revestimento
de túneis. Ele apresenta uma série de vantagens quando comparado
ao reforço da tela metálica. A fibra altera o sistema tradicional de esca-
vação e execução do revestimento dos túneis construídos pelo método
NATM. Para saber mais acesse:
Concreto com Fibras de Aço.
Disponível em: http://www.pcc.usp.br/files/text/publications/bt_
00260.pdf

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

49
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: COPASA Prova: Analista de Sa-
neamento - Engenheiro Mecânico
O concreto é um compósito em que as fases matriz e dispersa são
cerâmicas. Quais são as técnicas usadas para aumentar a resistên-
cia do concreto, empregando-se um reforço?
a) Reforço na forma de vergalhões, arames, barra ou malhas de aço;
introdução de tensões residuais compressivas no elemento estrutural;
pós-tracionamento.
b) Reforço na forma de vergalhões, arames, barra ou malhas de aço;
introdução de tensões residuais trativas no elemento estrutural; pré-tra-
cionamento.
c) Utilização de reforço duro com eliminação de defeitos internos; intro-
dução de tensões residuais compressivas no elemento estrutural; pós-
-tracionamento.
d) Utilização de reforço macio como polímero; introdução de tensões
residuais compressivas no elemento estrutural; pré-tracionamento.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FADESP Órgão: Prefeitura de Marabá - PA Prova:
Engenheiro Civil
As estruturas de concreto armado, em diversos casos, precisam
passar por um processo de reforço estrutural. Tal procedimento
ocorre com o intuito de aumentar ou melhorar a capacidade por-
tante dessas estruturas. Neste contexto, as principais vantagens
do reforço estrutural com fibra de carbono seriam:
a) elevada resistência à compressão, técnica eficaz de implantação rá-
pida, mínimas alterações nas dimensões da estrutura devido à pouca
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

espessura do compósito, manutenção da carga do sistema devido à


leveza do material, resistência à corrosão e pouca maleabilidade, facili-
tando o manuseio e a aplicação.
b) reforço aplicado em estruturas existentes, facilidade na aplicação e
elevada resistência à tração e compressão, permitindo sua aplicação
tanto na zona tracionada quanto comprimida das estruturas de concreto
armado.
c) reforço aplicado em estruturas existentes e em execução, facilidade
na aplicação e elevada resistência à compressão, permitindo sua apli-
cação na zona comprimida das estruturas de concreto armado.
d) elevada resistência à tração, técnica eficaz de implantação rápida,
mínimas alterações nas dimensões da estrutura devido à pouca espes-
50
sura do compósito, manutenção da carga do sistema devido à leveza
do material, resistente à corrosão e com maleabilidade, facilitando o
manuseio e a aplicação.

QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: INCA Prova: Analista em Ciência
e Tecnologia Pleno K – I - Engenharia de Infraestrutura – Engenha-
ria Civil
O concreto reforçado com fibras é definido como sendo o concreto
produzido com cimento hidráulico, contendo agregados miúdos,
ou miúdos e graúdos e fibras descontínuas discretas. Essas fibras
podem ser produzidas a partir de material natural (por exemplo,
asbesto, sisal, celulose) ou são produtos industrializados como vi-
dro, aço, carbono e polímeros (por exemplo, polipropileno, kevlar).
Algumas outras características significativas das fibras são: o fa-
tor de forma, forma e textura superficial, comprimento e estrutura,
cuja fibra pode suportar uma tensão máxima (Շf), que depende da
resistência da aderência interfacial (Ƭ); do diâmetro médio da fibra
(d); e do comprimento da fibra (L), onde L < Lc, e Lc é o compri-
mento crítico da fibra. A fórmula que melhor condiz com a tensão
máxima da fibra é:
a) Շf = T/L * d.
b) Շf = d x L/ T.
c) Շf = T x L/d.
d) Շf = Ƭ x d x L.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Engenheiro Civil
(HUPEST-UFSC)
Concretos com fibras são materiais resultantes da mistura do con-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

creto comum com fibras descontínuas, geralmente esparsas na


massa do concreto, sendo também denominados de concretos re-
forçados com fibras. As fibras apresentadas em diversas formas e
tamanhos, têm o comprimento e o diâmetro, em geral, limitados a
50 mm e 0,5 mm, respectivamente, e funcionam na massa do con-
creto como se fossem armaduras difusas visando complementar
as armaduras de aço, melhorando algumas das propriedades do
concreto como a resistência e o alongamento de ruptura à tração.
As fibras mais utilizadas na confecção de concreto são:
I. Aço IV. Juta
II. Vidro V. Sisal
III. Polímeros orgânicos
51
Assinale a alternativa correta.
a) I, III apenas
b) I, II, III, IV, V
c) II, III apenas
d) III, IV apenas
e) I, II, III apenas

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: UFOP Órgão: UFOP Prova: Engenheiro - Enge-
nharia Mecânica
Sobre os materiais, é possível afirmar que:
I. os metais são extremamente bons condutores de eletricidade e
de calor, além de serem bastante fortes, deformáveis, e respondem
pelo extensivo uso em aplicações estruturais.
II. os materiais cerâmicos são tipicamente isolantes à passagem de
eletricidade e de calor e são mais resistentes a altas temperaturas
e ambientes rudes do que metais e polímeros.
III. o fiberglass é um tipo de material compósito no qual fibras de
vidro são embutidas dentro de um material polimérico.
IV. os semicondutores tornaram possível o advento do circuito in-
tegrado que revolucionou a eletrônica e as indústrias de computa-
dores.
Marque a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Todas as afirmativas são verdadeiras.

QUESTÃO 6
Ano: 2015 Banca: FUNDATEC Órgão: UDESC Prova: Técnico Uni-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

versitário de Desenvolvimento - Engenheiro


A tecnologia de reforço de estruturas de concreto armado sofreu
grande desenvolvimento motivado pelas pesquisas de novos ma-
teriais e também porque a intervenção em estruturas danificadas é
ainda a opção mais conveniente do ponto de vista financeiro. Qual
o material que atualmente melhor se presta ao reforço de estrutu-
ras de concreto existentes?
a) Fibra de coco.
b) Fibra de carbono.
c) Fibra de asbestos.
d) Fibra de bambu.
e) Fibra de vidro.
52
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Os materiais compósitos reforçados por partículas são divididos em


compósitos com partículas grandes e compósitos reforçados por dis-
persão. Qual a principal diferença entre eles? E considerando que o
concreto armado é um compósito reforçado por partícula grande, por-
que o tamanho da partícula agregada é considerado importante nesse
material?

TREINO INÉDITO

Em relação a compósitos, podemos afirmar:


a) Os compósitos são materiais que possuem apenas uma fase – a
matriz;
b) Os compósitos são classificados em reforçados com partículas, refor-
çados com fibras e estruturais;
c) O concreto é um compósito estrutural;
d) As fibras curtas são contínuas;
e) Na natureza não encontramos fibras. Só é possível obter fibras arti-
ficiais.

NA MÍDIA

Empresa de Joinville é premiada em concurso nacional

A Rôgga Empreendimentos, de Joinville, conquistou a segunda colo-


cação na categoria gestão da produção e pesquisa e desenvolvimento
(P&D) com o projeto “sistema de revestimentos industrializados para
pisos e vedações verticais em materiais compósitos reforçados”, segun-
do colocado na categoria gestão da produção e P&D, mostrou a me-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

lhoria do ambiente construído por meio de um revestimento compósito


industrializado que acelera o processo de execução dos revestimentos
internos e melhora o desempenho do produto final.

Fonte: NSC TOTAL


Data: 11 de dezembro de 2020
Leia a notícia na íntegra:
https://www.nsctotal.com.br/colunistas/loetz/empresa-de-joinville-e-pre-
miada-em-concurso-nacional

53
NA PRÁTICA

Estudar a interação entre matriz e fibra é fundamental para o melhora-


mento das propriedades de um compósito. Em geral, as fibras naturais
são usadas como reforço há muitos anos, mas perderam espaço para
as fibras sintéticas que costumam apresentar propriedades superiores.
O uso de materiais compósitos faz parte do nosso dia a dia. Temos
contato com os mais diversos compósitos, desde os simples aos mais
complexos. A madeira é um compósito natural (combinação de fibras de
celulose e lignina) e usual, assim como o concreto armado que apesar
de não ser natural (mas artificial), é também muito comum em nosso
cotidiano.
Conhecer os materiais compósitos é fundamental para idealizar pro-
dutos com combinações diferentes que resultem em um novo material
com propriedades ainda melhores.

Fonte: Estudo das propriedades mecânicas de compósitos de matriz


poliéster reforçados com fibras de hemp e biotratamento.
Disponível em: https://uenf.br/posgraduacao/engenharia-de-materiais/
wp-content/uploads/sites/2/2013/07/Disserta%C3%A7%C3%A3o-fi-
nal-1.pdf

PARA SABER MAIS

Título: Ciência e Engenharia dos Materiais – uma introdução


Data de publicação: 01/2012
Fonte: WILLIAM JR, D. CALLISTER. Ciência e Engenharia de Mate-
riais: uma introdução. Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2012.

Título: Veja como a Airbus constrói uma estrutura em fibra de carbono


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Data de publicação: 06/08/2017


Fonte:<https://www.aeroflap.com.br/veja-como-airbus-constroi-uma-
-estrutura-em-fibra-de-carbono/>

Título: Estudo experimental de vigas curtas de concreto com fibras de


aço sujeitas à flexão
Data de publicação: 20/05/2019
Fonte:<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S198341952019000200
288&script=sci_arttext&tlng=pt>.

54
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
EM MATERIAIS COMPÓSITOS

INTRODUÇÃO

Características como baixa densidade, rigidez, resistência à


ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

abrasão e ao impacto e baixa tendência à corrosão podem ser combi-


nadas para a obtenção dos materiais compósitos. Como vimos, os com-
pósitos combinam as melhores propriedades de um ou mais materiais.
Quando nos referimos ao emprego de técnicas, métodos e
processos que trazem novidades e praticidades para a produção de
bem ou serviços, os compósitos reforçados com fibras são os mais im-
portantes. Isso porque eles são capazes de combinar as baixas den-
sidades de um material com a alta resistência das fibras (VENTURA,
2009).
Mas devemos lembrar que as características mecânicas dos
compósitos reforçados por fibras não são dependentes exclusivamente
das propiedades das fibras. A intensidade que a carga é aplicada e, em
55
seguida, é transmitida da matriz para as fibras influência as caracterís-
ticas mecânicas do compósito.
Conforme Callister (2012), as propriedades dos compósitos são
uma função das propriedades das fases constituintes, das suas quan-
tidades relativas e da geometria da fase dispersa. Para os compósitos
reforçados com fibras haverá um ganho nas seguintes propriedades:
• Resistênica à tração;
• Módulo de elasticidade;
• Densidade;
• Resistência específica;
• Módulo específico.

Conhecer e/ou determinar as propriedades mecânicas é funda-


mental para determinar como e qual material será aplicado para compor
o compósito. As propriedades mecânicas são capazes de descrever o
comportamento do material que está submetido a determinada força. Ao
realizar ensaios mecânicos nos compósitos, estamos buscando o ponto
até onde o material resiste ou até que ponto ele transmite os esforços
sem se romper.
Para um compósito de concreto com fibra, a adesão entre a ma-
triz cimentícia e a fibra é fundamental para o desempenho do material.
• Alta adesão entre matriz e fibra: resulta em compósito com
boa resistência, mas frágil;
• Baixa adesão entre matriz e fibra: o compósito será pouco re-
sistente mecanicamente, mas a energia absorvida durante uma fratura
aumenta.

A matriz terá como função dar forma ao material e distribuir os


esforços solicitados, já a fibra será a grande responsável pelas proprie-
dades mecânicas dos materiais. Essas propriedades serão caracteri-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

zadas, principalmente, pelo volume ocupado pelas fibras em relação


ao volume do material. Nos compósitos reforçados por fibras, o arranjo
desse material na matriz pode ocorrer de diversas maneiras, como pode
ser observado na Figura 13.

56
Figura 13: Possíveis arranjos das fibras no compósito

Fonte: Callister, 2012.

A orientação e a concetração das fibras dentro do compósito


irá influenciar tanto a resistência como outras propriedades do compó-
sito. As propriedades mecânicas de tração, compressão, flexão e ci-
salhamento são influencidas por diversos fatores como, por exemplo,
duração da carga aplicada e condições climáticas (CALLISTER, 2012).
A determinação dessas propriedades normalmente é feita com corpos-
-de-prova e tem os métodos de ensaios normatizados. Conhecer as
propriedades mecânicas é fundamental para que um determinado ma-
terial não sofra deformação excessiva e não venha a fraturar.

Conceitos de Tensão e deformação


Tensão pode ser definida como uma resistência interna à apli-
cação de uma força externa por unidade de área (REIS, 2019). As ten- ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

sões (cargas) podem ser de tração, compressão, cisalhamento e torção


(HIBBELLER, 2012). A Figura 14 mostra como essas forças agem em
um corpo.

57
Figura 14: Tipos de tensões

Fonte: Autor, 2020.

• Tração
Na tração simples, a força aplicada sobre um corpo é perpen-
dicular às suas superfícies. Para essa tensão, adotamos a fórmula: σ=
F / Ao. Quando há deformação por tração ocorre um alongamento ao
longo do eixo de aplicação da força e uma contração ao longo dos dois
outros eixos.
• Compressão
A força de compressão, quando aplicada a um material, resulta
em uma redução do volume ou das dimensões do material. Um exemplo
de elemento que recebe essa força é o pilar.
• Cisalhamento
Quando ocorre o cisalhamento simples, a força aplicada sobre
determinado corpo é a paralela às suas superfícies. E, para esse caso,
adota-se a seguinte fórmula de tensão: τ = F/Ao
• Torção
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Essa força pode ser observada quando a seção transversal de


uma peça está sob ação que age para torcê-la.

A deformação ocorre quando é aplicada uma força a determi-


nado corpo e e há uma tendência que ele mude de forma e de tamanho.
Essas mudanças não precisam ser necessariamente visíveis. O grau
em que se dará a deformação depende da intensidade da tensão im-
posta. Segundo Callister (2012), para a maioria dos materiais que são
submetidos a níveis de tração relativamente baixos, vale a relação de
proporcionalidade: 𝜎 = 𝐸𝜖. No Quadro, tem-se os valores típicos de E
para alguns materiais.

58
Quadro 6: Valores típicos de módulo de elasticidade para alguns materiais
Material Módulo de Elasticidade (E)
Metais Varia entre 45 GPa (magnésio) e 407 GPa (tungstênio)
Cerâmicas Entre 70 GPa e 500 GPa
Polímeros Entre 0,007 GPa e 4 GPa
Fonte: Adaptado de Callister, 2012.

Diagrama tensão x deformação para o concreto com fibra


Ao introduzir fibras ao concreto, a tenacidade do compósito au-
mentará. Isso significa que o material conseguirá armazenar energia
sem se romper. Essa propriedade mecânica pode ser quantificada
através do cálculo da área sob a curva tensão/deformação. Na Figura
15, é possível observar que a energia absorvida pelo concreto com fibra
é muito maior do que a do concreto sem fibra.

Figura 15: Gráfico comparativo de energia absorvida

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Resende, 2003.

Deformação elástica
Um material que está sob determinado carregamento e sofre
deformação elástica é aquele que tem uma deformação instantânea,
reversível, com tensão e deformação proporcionais. Esses materias se-
guem a lei de Hooke.
σ
𝐸𝐸 =
𝜀𝜀

59
E = módulo de elasticidade ou módulo de Young;
σ = tensão normal;
ε = deformação específica
O comportamento elástico é diferente entre os materiais, por
exemplo, o módulo de elasticidade de um material cerâmico é maior
nesses materiais do que em um material de metal, e isso está direta-
mente ligado aos tipos de ligações atômicas que cada material possui.
Quanto maior o módulo de elasticiade de um material, mais
rígido ele será e menor será a deformação elástica. Para o concreto,
a deformação não é linear e não se determina esse módulo, mas o
chamado módulo tangencial ou secante. Os valores desse módulo de-
pendem também das propriedades dos agregagdos usados na mistura.

Quando a deformação elástica é dependente do tempo, ou


seja, quando mesmo com a retirada do carregamento há a necessida-
de de uma parcela de tempo para que a recuperação do material seja
completa, estaremos diante do fenômeno chamado de Anelasticidade.

Deformação plástica
Imagine um bloco de gelatina e que você está empurrando seu
dedo nesse bloco. Dependendo da força que você aplicar, a gelatina
poderá sofrer uma deformação. É o que o ocorrer quando aplicamos
um carregamento em determinado material. Esse material vai se defor-
mando e, a partir do ponto em que a tensão deixa de ser proporcinal,
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

ocorrerá a deformação plástica, isto é, uma deformação permanente e


não recuperável.
Na deformação plástica, ocorre o movimento de grandes núme-
ros de discordâncias. Quando a deformação é produzida por esses mo-
vimentos, temos o que chamamos de escorregamento. Esse movimento
é uma resposta à aplicação de uma tensão cisalhante. Segundo Callister
(2012), essa deformação pode ser por deslizamento ou maclação.
A deformação por maclação ocorre quando uma força de cisalha-
mento pode produzir deslocamentos atômicos tais que em um dos lados
dos planos os átomos estejam localizados em posições de imagem de es-
pelho em relação aos átomos no outro lado do plano (CALLISTER, 2012).
Na Figura 16 são comparados os dois tipos de deformações plásticas.
60
Figura 16: Tipos de deformações elásticas

Fonte: Callister, 2012.

Os materias que suportam uma grande deformação plástica


têm comportamento dúctil e os que fraturam com uma baixa deforma-
ção plástica possuem comportamento frágil (SMITH e HASHEMI, 2013).
São os ensaios de tração que geralmente avaliam a resistência e a duc-
tilidade de um material. Esse ensaio é realizado com a aplicação de um
esfroço que tende a alongar ou esticar o corpo de prova até a ruptura.

ELEMENTOS EM CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS À FLEXÃO

O concreto é um material de natureza frágil e quando está sob


carregamento sofre deformações elásticas, plásticas e viscosas como
fluência secundária ou uma combinações dessas deformações.
Segundo Figueiredo (2011), a introdução de fibras no concreto ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

resulta em um produto com melhores propriedades e mais resistência.


As fibras de de aço, de polímeros, de carbono, de vidro ou naturais são
exemplos que podem ser introduzidos no concreto. Realizar ensaios
mecânicos como, por exemplo, o ensaio de flexão é importante para
determinar informações a respeito do quanto esse concreto aumentou
sua capacidade de resistência.

61
Quando o processo de fabricação de um compósito reforçado
por fibra garante que as fibras fiquem alinhadas, surge a anisotropia das
propriedades. Isso significa que as propriedades do material dependem
da direção em que se aplica a carga em relação à direção das fibras.
Fonte: Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais
SMITH, William F.; HASHEMI, Javad. Fundamentos de enge-
nharia e ciência dos materiais. AMGH Editora, 2013.

Ensaio de flexão
O ensaio de flexão é amplamente usado em materias como fer-
ro fundido, compósitos, polímeros etc. Ao aplicar esse ensaio, pode-se
obter resultados a respeito de deflexão máxima de ruptura, os módulos
de ruptura, elasticidade, resiliência e tenacidade.
Para o concreto, o ensaio que determina a resistência à tração
na flexão é normatizado pela NBR 12142:2010. Podemos destacar a
norma internacional da Sociedade Americana para Ensaios e Materiais
ASTM C 393 (ASTM – American Society for Testing and Materials). Essa
norma trabalha o ensaio de flexão para fibras e materiais compósitos.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

A NBR 12142:2010 afirma que a máquina de ensaio deve ser


equipada com um dispositivo de flexão que assegure a aplicação da
força perpendicularmente às faces superior e inferior do corpo de pro-
va, sem excentricidades e os CPs devem ser ensaiados imediatamente
após terem sido retirados do local de cura.

O ensaio de flexão apresenta duas modalidades: flexão a 3


pontos e flexão a 4 pontos. A Figura 17 mostra como são realizados os
ensaios de 3 e 4 pontos.

62
Figura 17: Modalidades de ensaio de flexão.

Fonte: a) Silva et. al, 2005 b) Savaris e Pinto, 2017

A NBR 12142 emprega o princípio da viga simplesmente apoia-


da com duas forças concentradas nos terços do vão e o cálculo para
obter o valor da resistência à tração na flexão é feito de acordo com a
seguinte fórmula:
fct,f = F.l / b.d2

Mas, se ao realizar o ensaio, a ruptura ocorrer fora do terço


médio, a uma distância não for superior a 5%, o cálculo deve obedecer
à seguinte expressão:
fct,f = 3.F.a / b.d²

fct,f : é a resistência à tração na flexão, expressa em megapas-


cals (MPa);
F: é a força máxima registrada na máquina de ensaio, expres-
sa em newtons (N);
l: é a dimensão do vão entre apoios, expressa em milímetros
(mm);
b: é a largura média do corpo de prova, expressa em milíme-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

tros (mm);
d: é a altura média do corpo de prova, expressa em milímetros
(mm);
a: é a distância média entre a linha de ruptura na face tracio-
nada e a linha correspondente ao apoio mais próximo, em milímetros
(mm).

Segundo Gama (2017), as curvas típicas do ensaio de flexão


podem ser tipo a, b e c. No tipo a, ocorre a ruptura antes mesmo que
a fibra se deforme; na ruptura do tipo b, há deformação das fibras e a
ruptura 5% de deformação após este ponto; e do tipo c, quando não há
deformação das fibras e nem ruptura e, nesse caso, o ensaio deve ser
63
interrompido e o valor máximo registrado. Na figura 18 podemos obser-
var as curvas típicas do ensaio de flexão.

Figura 18: Tipos de curva obtidos no ensaio de flexão

Fonte: Gama, 2017.

Ensaio de flexão – 3 pontos


O ensaio consiste em aplicar uma carga P crescente em uma
barra padrão. A aplicação da carga cessará com ruptura na barra. Essa
ruptura ocorre por tração e, no caso de um concreto reforçado com fi-
bra, por exemplo, ela inicia-se nas fibras inferiores. Durante a realização
do ensaio de flexão em 3 pontos, as fibras sofrem compressão na parte
superior e tração na parte inferior.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Para a realização do ensaio de tração na flexão, a máquina a


ser usada é definida conforme a NBR 5739:2018. Essa norma também
define que, ao realizar o ensaio, as seguintes características da máqui-
na devem ser observadas:

a) a distância entre apoios e pontos de aplicação de força deve permanecer


constante durante o ensaio;
b) a força deve ser aplicada normalmente à superfície do corpo de prova,
evitando excentricidade;
c) a direção das reações deve ser mantida paralela à direção da força duran-
te todo o ensaio;
d) a força deve ser aplicada de forma gradual e uniforme, evitando choques.

64
Ensaio de flexão – 4 pontos
A NBR 12142:2010 sugere que o comprimento da viga seja
igual a três vezes o valor da distância dos cutelos de aplicação da força.
O ensaio de flexão a quatro pontos pode ser realizado em uma máquina
universal. Neste ensaio, a seção transversal da viga deve ser quadrada
e possuir os lados com a mesma dimensão desta distância dos cutelos.
A execução desse ensaio pode ser vista na Figura 19.

Figura 19: Máquina Universal realizando ensaio em um compósito

Fonte: Souza et al, 2017.

Quando se realiza esse ensaio, o momento entre internos en-


tre os apoios permanece constante e, por isso, nos espaços entre es-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

ses apoios atuam apenas tensões de tração e compressão ao longo da


seção transversal.
O momento máximo no ensaio de flexão a quatro pontos é
dado por:

M = P/2 x C

Onde:
M é o momento máximo;
P é a carga aplicada pela máquina;
C é a distância entre o apoio externo e interno

65
Durante o ensaio de flexão são monitoradas a carga aplicada
e a deflexão da barra. O ensaio é caracterizado por trabalhar apenas
no regime elástico de deformação até a fratura ou deformação de 5%
do CP. Através desse ensaio, é possível conhecer o comportamento do
material e estudar os efeitos da geometria do seu perfil quando subme-
tido a esforços de flexão.
Fonte: Ensaio de Flexão
Disponível em: https://biopdi.com.br/artigos/ensaio-de-flexao/

ELEMENTOS EM CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS AO CI-


SALHAMENTO

A capacidade que determiando material tem de suportar uma


carga sem que ocorra uma deformação em demasia ou sua ruptura é
dependente, dentre outros fatores, da resistência desse material. Os
ensaios de tração, compressão e cisalhamento são formas de verificar
a resistência de um material.
A tensão de cisalhamento é também chamada de tensão de
corte e atua de forma paralela à superficie considerada. Ao ser aplicada,
ocorre a produção de um escorregamento, ou seja, um deslizamento
das seções adjacentes. Um exemplo desse tipo de tensão é a que é
aplicada no uso da tesoura. Normalmente, as tensões de cisalhamen-
to não são distribuídas uniformemente na seção transversal (BAÊTA;
SANTOS, 1999).
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

Tanto no ensaio de tração como no de compressão, a força


aplicada no corpo de prova age ao longo do eixo longitudinal do corpo.
Mas o mesmo não acontece no ensaio de cisalhamento. Nesse caso,
a força é aplicada perpendicularmete ao eixo longitudinal do corpo de
prova.
Para descobrir qual a resistência de um material ao cisalha-
mento realiza-se o ensaio de cisalhamento. Esse ensaio consiste na
aplicação lenta de carga até a ruptura do material ensaiado, o que se
obtém ao final do ensaio é o valor de tensão ao cisalhamento.
O cálculo aplicado para obter a tensão de cisalhamento é o
seguinte:
TC = F/S

66
TC = tensão de cisalhamento;
F = força cortante;
S = área do corpo.

Segundo Hibbeler (2010), um ponto importante sobre a fórmu-


la da tensão de cisalhamento é que ela não pode ser usada para de-
terminar a tensão de cisalhamento em seções transversais curtas ou
achatadas ou em pontos onde ocorrem mudanças repentinas na seção
transversal ou em um ponto sobre um contorno inclinado. Essa fórmula
deve ser usada para para elementos prismáticos retos com material
homogêneo e que tenham comportamento linear elástico.
Segundo a definição do dicionário Michaelis On-line, cisalha-
mento é o ato de cortar ou causar deformação numa superfície a partir
de uma tensão provocada por forças. Essas forças atuam em sentidos
iguais ou contrários, mas na mesma direção. Ao usar a tesoura para
cortar um papel ou um pedaço de tecido, por exemplo, você está cisa-
lhando o material.
Colocar um material como o concreto sob uma tensão cisa-
lhante não é recomendável, pois por ele ser um material frágil a tendên-
cia é que ocorra uma ruptura brusca desse material. Mas ao realizar a
introdução de fibras nesse concreto, a fragilidade desse material sofre
redução, tornando-o mais resistente para que possa ser exporto a um
certo grau de cisalhamento sem que se frature bruscamente.
Usar fibras em uma matriz cimentícia é ideal para reduzir fis-
suras e, consequentemente, aumentar a durabilidade e resistência do
concreto. Figueiredo (2011) afirma que as fibras de aço possuem alta
resistência e alto módulo de elasticidade, podendo, assim, atuar como
reforço no concreto endurecido e até mesmo substituir parte da arma-
dura convencional em algumas situações. Malatesta e Contreras (2009)
também chegaram a um melhoramento das propriedades do concreto
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

ao estudarem dosagens de concretos com fibras de aço. Eles obtive-


ram, além de outras melhorias, um aumento da resistência ao cisalha-
mento.

Ensaio de Cisalhamento por Entalhe em V


Segundo Siqueira (2009), para se obter o valor do módulo de
cisalhamento, convencionalmente, utiliza-se o ensaio de cisalhamento
Iosipescu normatizado pela Sociedade Americana para Testes de Ma-
teriais – ASTM D5379. Essa norma é projetada para produzir dados de
propriedades de cisalhamento.
Segundo a ASTM D5379, os fatores influenciam a resposta ao
67
cisalhamento e devem, portanto, ser relatados, os quais incluem: mate-
rial, métodos de preparação e acondicionamento do material, sequência
de empilhamento de espécimes, preparação de espécimes, condicio-
namento de espécimes, ambiente de teste, alinhamento e preensão de
espécimes, velocidade de teste, tempo em temperatura, conteúdo vazio
e reforço percentual de volume. A Figura 20 mostra o equipamento usa-
do no Ensaio de Cisalhamento por Entalhe em V.

Figura 20: Acessório de teste de cisalhamento para materiais compósitos

Fonte: Grip-Engineering, 2020.

Ensaio de Cisalhamento Interlaminar em Três Pontos (Short-beam)


O ensaio de cisalhamento pode também ser realizado com ci-
salhamento interlaminar em três pontos (Figura 10). Conforme Botelho
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

e Rezende (2002), o ensaio de cisalhamento em três pontos deve for-


necer uma região de cisalhamento puro e uniforme, ser reprodutível,
não necessitar de um equipamento especial de ensaios e fornecer uma
resposta de tensão/deformação confiável.
Esse teste de cisalhamento é descrito na ASTM D2344. O teste
consiste em na flexão de três pontos e é executado usando um curto in-
tervalo de carga em relação à espessura da amostra. Ao final do ensaio,
temos uma falha de cisalhamento interlaminar no interior da amostra. A
resistência do feixe curto medida é altamente sensível a problemas com
porosidade, adesão da fibra à matriz e a resistência camada a camada
dentro do laminado composto. Na Figura 21 é apresentado um modelo
de equipamento para a realização do ensaio de cisalhamento.
68
Figura 21: Equipamento para ensaio de cisalhamento em três pontos

Fonte: Bellis, 2017.

Ensaio de Cisalhamento de tração ±45º


Esse ensaio é normatizado pela ASTM D3518 e sua vantagem
é que ele produz uma curva de tensão de cisalhamento versus defor-
mação de cisalhamento ao longo do carregamento e, portanto, fornece
uma medição do módulo de cisalhamento além da resistência ao cisa-
lhamento. A desvantagem é o uso obrigatório de extensômetros colados
para medição de deformação de cisalhamento o que torna o ensaio
caro.

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

O artigo científico “Resistência ao cisalhamento direto do con-


creto reforçado com fibras de aço” faz um comparativo entre um con-
creto de referência e outro concreto que recebe a adição de fibras. Para
saber mais sobre acesse:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistaec/article/view/3243.

69
ESTUDANDO AS PROPRIEDADES DO CONCRETO COM ADIÇÃO
DE FIBRAS

Vamos, hipoteticamente, produzir um concreto com fibra. O pri-


meiro passo é realizar a seleção dos materiais. Devemos selecionar o
tipo de cimento (CPI, CP II-S, CP II-E, CP II-F...), os agregados ( areia
fina, media ou grossa, brita ou seixo), água, se será usado algum aditivo
e, é claro, o tipo de fibra.
A seleção do material deve buscar atender às características
que se deseja no produto final. Por exemplo, você deseja usar fibra
de vidro, de aço, de carbono ou fibra natural? Para decidir isso, vários
fatores podem influenciar a decisão, tais como: preço da fibra, disponi-
bilidade no mercado, se deseja um produto mais resistente etc.
A fibra de carbono é muito resistente e cara, a fibra de vibro é
mais barata, porém com resistência menor que a do carbono. As fibra
de aço são muito empregadas em pisos e pavimentos de concreto.
Após selecionar os materiais, eles devem ser caracterizados
física e quimicamente. A caracterização dos materiais é a forma correta
de avaliar e selecionar o material adequado, pois, mesmo após você
escolher, por exemplo, que quer usar um cimento do tipo CP I, pode
acontecer de ele não satisfazer suas necessidades, não ser compatível
com o aditivo ou com a fibra.
Agora que você já selecionou o material, já fez as caracteriza-
ções de cada um individualmente é a vez de produzir o material compó-
sito. Vamos produzir um concreto com fibra de aço para ser aplicado em
um pavimento de concreto.
A escolha dessa fibra foi determinada por ela apresentar um
módulo de elasticidade alto, melhor ancoragem e uma boa resistência
à tração. O objetivo é reduzir as fissuras que venham a surgir no pa-
vimento. Para a dosagem desse concreto é importante realizar testes
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

com teores variados de fibras e, após analisar a interação e os resulta-


dos mecânicos para cada dosagem, define-se qual volume de fibra será
empregado na confecção compósito final. A Figura 22 mostra como fica
um concreto com adição de fibra de aço.

70
Figura 22 - Concreto com fibras de aço

Fonte: Target, 2019.

O procedimento para o confecção do concreto pode ser em


betoneira e a adição das fibras é feita por último. Determina-se quantos
corpos de prova serão produzidos para a realização dos ensaios de re-
sistência à tração, compressão, flexão, módulo de elasticidade. O ideal
é produzir um concreto de referência, ou seja, que não tem adição de
fibra para que se compare os resultados dos ensaios.

ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

71
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: KLC Órgão: Prefeitura de Lupionópolis - PR Pro-
va: Prefeitura de Lupionópolis - PR - Engenheiro Civil
A tensão de flexão tende:
a) A encurtar a peça no sentido da reta da força aplicada.
b) A deslocar paralelamente em sentido oposto duas seções de uma peça.
c) A modificar o eixo geométrico de uma peça.
d) A girar as seções de uma peça, uma em relação às outras.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Vilhena - RO Prova:
Fiscal de Obras e Posturas
Conforme a NBR 12 142, o ensaio de flexão do concreto consiste na
aplicação de carga em qual região do vão de uma viga bi-apoiada?
a) Nos apoios
b) Nos terços médios
c) Exatamente no centro
d) Qualquer local
e) Na seção transversal do corpo de prova

QUESTÃO 3
Ano: 2020 Banca: FADESP Órgão: UEPA Prova: Técnico de Nível
Superior - Engenharia Civil
Com relação à flexão simples reta e oblíqua e a flexão composta de
materiais isotrópicos, é correto afirmar que o eixo neutro:
I - Sofre uma rotação em relação aos eixos principais de inércia e
um deslocamento em relação ao centro gravidade da seção trans-
versal.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

II – Coincide com um dos eixos principais de inércia, passando


pelo centro de gravidade da seção transversal.
III – sofre uma rotação em relação aos eixos principais de inércia, mas
ainda passando pelo centro de gravidade da secção transversal.
A descrição de cada item indica, respectivamente:
a) I – Flexão simples oblíqua, II – Flexão simples reta e III – Flexão
composta.
b) I – Flexão composta, II – Flexão simples oblíqua e III – Flexão simples
reta.
c) I – Flexão composta, II – Flexão simples reta e III – Flexão simples
oblíqua.
d) I – Flexão simples oblíqua, II – Flexão composta e III – Flexão simples reta.
72
QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRAS Prova: En-
genheiro Mecânico - Júnior
A fibra de carbono é um material de alto desempenho utilizado
como reforço em compósitos avançados com matriz polimérica.
Uma razão para a referida aplicação é que essas fibras:
a) não retêm os seus elevados módulos de tração e as suas grandes
resistências, mesmo em temperaturas elevadas.
b) envolvem processos de fabricação excessivamente caros, que não
possuem uma boa relação custo-benefício.
c) são afetadas pela umidade ou por uma grande variedade de solven-
tes, ácidos e bases, na temperatura ambiente.
d) exibem pouca diversidade de características físicas e mecânicas, o
que não permite que os compósitos que as incorporam possuam pro-
priedades especificamente engenheiradas.
e) possuem os maiores módulos específicos e as maiores resistências
específicas dentre todos os materiais de reforço como fibra.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP – Órgão: PC-ES Prova: Perito
Oficial Criminal – Área 4
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) O crescente uso de polímeros reforçados com fibras de carbono
no setor aeronáutico deve-se, principalmente, ao constante desa-
fio que essa indústria possui na obtenção de componentes que
exibam os maiores valores de resistência mecânica e de rigidez
específicas entre os materiais disponíveis. A substituição do alu-
mínio por compósitos poliméricos estruturais, por exemplo, permi-
te uma redução de peso de 20 a 30%, além de 25% na redução do
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

custo final de obtenção das peças.


( ) A aeronave supersônica F22, que atinge velocidades de 1,5
Mach, utiliza, em sua estrutura, 24% de material compósito polimé-
rico, 39% de titânio, 16% de alumínio, 6% de aço e 15% de outros
materiais, sendo que 50% do peso em compósito é constituído da
matriz de resina bismaleimida (BMI). A aeronave F22, apesar de
suas velocidades de voo, não utiliza, em suas superfícies externas,
material retardante de chama, devido às características de resis-
tência térmica e química da BMI.
( ) No setor aeroespacial, tem-se, ainda, os compósitos carbono/
carbono constituídos por uma matriz de carbono, proveniente de
precursores à base de resinas ou piches. A aplicação do carbono
73
tem sido incentivada pela sua alta deformação na ruptura, mas li-
mitada devido à sua alta sensibilidade a imperfeições, anisotropia,
variabilidade nas propriedades, dificuldades no processo de ob-
tenção de componentes de grandes dimensões e formatos com-
plexos.
a) V – V – F.
b) V – F – V.
c) V – V – V.
d) V – F – F.
e) F – V – V.

QUESTÃO 6
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO – Órgão: Petrobras Prova: Técni-
co de Projetos, Construção e Montagem Júnior - Mecânica
Hoje em dia, os polímeros e os materiais compósitos são bastante
utilizados pela indústria para a fabricação de diversos componen-
tes. Existe uma gama muito grande de opções.
Os materiais compósitos apresentam como característica:
a) terem como vantagem a sua alta relação peso/resistência.
b) utilizarem materiais termoplásticos na matriz e materiais termofixos
de reforço.
c) utilizarem apenas um componente em sua formação.
d) serem isotrópicos quando os materiais de reforço forem alinhados.
e) serem formados por uma matriz pouco resistente e por materiais de
reforço muito rígidos.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Usar concreto com adição de fibras apresenta vantagens e desvanta-


gens. Esse material pode ser aplicado em piso, pavimentos de con-
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

creto, túneis etc. As estruturas que recebem esse concreto geralmente


estão em contato com o meio elástico. Realize uma pesquisa e liste as
principais vantagens do uso do concreto com fibras de aço e explique
qual a função dessa fibra no concreto.

TREINO INÉDITO
Ao reforçar um concreto com uso de fibras de aço espera-se que:
a) Ocorra um aumento das fissuras
b) A absorção de energia seja menor
c) Os esforços não sejam redistribuídos
d) As fibras não melhorem a trabalhabilidade nem a tenacidade
e) O emprego das fibras reduza a fissura no concreto.
74
NA MÍDIA

As fibras de aço para o concreto


O concreto reforçado com fibra é um material compósito composto de
cimento Portland, agregado e fibras. O concreto não reforçado normal
é quebradiço com uma baixa resistência à tração e capacidade de de-
formação. O esforço real das fibras é aumentar a tenacidade do con-
creto. Pode-se entender fibras de aço destinadas ao uso em concretos
reforçados com fibras, em todos os tipos de concreto e outros compósi-
tos cimentícios, inclusive em concreto com aplicação por bombeamen-
to (concreto projetado) ou utilizados em pavimentação, pré-moldados,
preparação in situ ou reparo.
Fonte: Revista Digital AdNormas
Data: 29 de dezembro de 2019
Leia a notícia na íntegra:
https://revistaadnormas.com.br/2019/12/29/as-fibras-de-aco-para-o-
-concreto

NA PRÁTICA

O uso de materiais compósitos está presente em nosso cotidiano, por


exemplo, na construção de aeronaves, em coletes a prova de balas, na
construção de pisos industriais.
As fibras de carbono são leves e muito resistentes, por isso são muito
usadas no desenvolvimento de aeronaves, mas por serem mais caras
seu uso acaba ficando mais restrito. A fibra de vidro é conhecida tam-
bém como fiberglass. Essa fibra é usada em hélices de aviões, fusela-
gem, telhas, caixas d’água etc., e ao contrário das fibras de carbono são
mais pesadas e mais baratas.
Outro tipo de fibra muito usada é a fibra de aço. Em geral, essa fibra é
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

aplicada em pisos industriais, pavimentos de concreto, revestimento de


túneis com concreto projetado, tubos de concreto e em muitas outras
aplicações. Essa fibra é muito eficaz na redução de fissuras do concreto.

Fonte: As vantagens da fibra de carbono em relação ao aço na indústria


automobilística.
Disponível em: https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/
as_vantagens_da_fibra_de_carbono_em_relacao_ao_aco_na_indus-
tria_automobilistica_rv_03-24_10_2019.pdf

75
PARA SABER MAIS

Título: Ciência e Engenharia dos Materiais – uma introdução


WILLIAM JR, D. CALLISTER. Ciência e Engenharia de Materiais: uma
introdução. Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2012.

Título: O uso de fibras de aço no concreto


Data de publicação: 11/10/2016
Fonte: <http://blog.arcelormittal.com.br/o-uso-de-fibras-de-aco-no-con-
creto/>.

Título: Guia completo sobre aplicação de fibras de aço na construção


civil
Data de publicação: 11/07/2019
Fonte: <https://blog.belgobekaert.com.br/construcao-civil/fibra-de-aco-
-para-concreto/>.
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

76
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
C E C D B
06 07
E B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os túneis são obras capazes de vencer obstáculos como edificações,


rochas, cursos d’água etc. Essa sua capacidade é muito importante
para os grandes centros urbanos.
Imagine que você é um usuário do transporte público ou mesmo tenha o
seu transporte particular. Em uma cidade populosa, você provavelmente
irá enfrentar engarrafamentos, dependerá de ônibus que muitas vezes
atrasam, ou estão sucateados. A construção de túneis para implantação
de metrôs, por exemplo, irá facilitar muito a sua vida.
Em São Paulo, a construção do túnel para o metrô São Paulo, por exem-
plo, agrada muito os usuários, pois os ajudam a chegar a determinados
pontos da cidade de forma mais rápida.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

77
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A D C B D
06 07 08 09 10
B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA
Os materiais compósitos reforçados por partículas são divididos em
compósitos com partículas grandes e compósitos reforçados por disper-
são. Qual a principal diferença entre essas partículas? E considerando
que o concreto armado é um compósito reforçado por partícula grande,
porque o tamanho da partícula agregada é considerado importante nes-
se material?
A diferença entre os compósitos com partícula grande e por dispersão
pode ser colocada em um quadro. Veja:
Partícula Grande Partícula por dispersão
O tamanhão da partícula é maior; Partícula extremamente pequena na
fase dispersa;
Fase particulada mais dura que a ma- Essas partículas inibem o movimento
triz; de discordância;
Fase particulada mais rígida que a A deformação plástica é restringida
matriz; com essa partícula;
Parte da tensão aplicada na matriz é Tração e dureza são melhoras com
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

transferida para essa partícula. essas partículas.


Os agregados do concreto mais comuns são britas, seixos e areia. Os
agregados são fundamentais para questões de retração e resistência
do concreto. Imagine que você produziu um concreto com maior teor
de agregados, isso resultará em um concreto com menor retração. E
também resultará em um concreto com maior resistência à compressão,
já que os agregados apresentam maior resistência à compressão. Des-
sa maneira, um concreto que apresenta, por exemplo, mais agregado
graúdo terá maior resistência.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
78
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
C B C E A
06 07 08 09 10
E

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Lista de algumas vantagens das fibras no concreto, segundo Braz e


Nascimento (2015):
• Retardamento das fissuras;
• Elas tendem a reforçar o compósito sobre todos os modos de carrega-
mento que induzem a tração;
• As fibras melhoram a ductibilidade e a tenacidade do concreto,
• Melhoram a resistência ao cisalhamento, à torção e à fadiga.

Dentre as principais funções das fibras em um concreto há o melhora-


mento das resistências mecânicas como, por exemplo, o aumento da
tração e da resistência à compressão, além de que as fibras no concreto
são capazes de reduzir as fissuras do concreto.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E
ESTRUTURAS ESPECIAIS - GRUPO PROMINAS

79
ABNT NBR 7481, Tela de aço soldada - Armadura para concreto - Rio
de Janeiro, 1990.

ABNT NBR 7483, Cordoalhas de Aço para Estruturas de Concreto Pro-


tendido – Especificação - Rio de Janeiro, 2020.

ABNT NBR 9452, Inspeção de Pontes, Viadutos e Passarelas De Con-


creto - Procedimento - Rio de Janeiro, 2019.

ABNT NBR 7188, Carga Móvel Rodoviária e de Pedestres em Pontes,


Viadutos, Passarelas e Outras Estruturas - Rio de Janeiro, 2013.

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