Você está na página 1de 108

1

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

2
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-


ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

4
5
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Alexsandro de Almeida Pereira


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

6
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

7
Nesta unidade abordaremos a sustentabilidade e o ecodesign,
seus conceitos, definições, principais normas técnicas e regulamentos
aplicados tendo como enfoque o desenvolvimento sustentável aplicado ao
ambiente construído, a eficiência energética e a sustentabilidade. O de-
senvolvimento sustentável tem por princípio prover as demandas atuais,
sem o comprometimento da capacidade das gerações futuras de suprir
suas próprias demandas. O ecodesign, por sua vez, é todo processo que
atente para o desenvolvimento sustentável e seus aspectos ambientais,
na busca por projetos de ambientes, solução de produtos e execução de
serviços adequados a estes princípios. Serão apresentados os benefícios,
as ferramentas e tendências de aplicação do ecodesign, a sustentabilidade
voltada ao design de interiores e a relação entre o design sustentável e o
ecodesign. Bem como os aspectos urbanos de sustentabilidade, ecode-
sign, infraestrutura verde e soluções, elementos que permitem o uso de
vegetação, as questões técnicas relacionadas à declividade de encostas,
faixa de domínio, áreas preservação e áreas passíveis de deslizamento
ou voçorocamento. Sustentabilidade e o ecodesign estão ligados às ati-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

vidades e ações que visam suprir as necessidades dos seres humanos,


através do desenvolvimento material e econômico, sem causar danos ao
meio ambiente. Os recursos naturais são utilizados com consciência para
garantir o mesmo benefício às gerações futuras.

Sustentabilidade; Ecodesign; Sustentável.

8
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E NORMAS DA SUSTENTABILIDADE E
DO ECODESIGN

Desenvolvimento Sustentável aplicado ao Ambiente Construído 13

Eficiência Energética e Sustentabilidade _______________________ 22

Normas Técnicas, Regulamentos e Certificações _______________ 28

Recapitulando ________________________________________________ 35

CAPÍTULO 02
USOS E APLICAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN

Ecodesign: Definição, Benefícios, Ferramentas de aplicação e


Tendências ____________________________________________________ 41

Sustentabilidade no Design de Interiores _______________________ 49

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


Design Sustentável x Ecodesign ________________________________ 53

Recapitulando _________________________________________________ 60

CAPÍTULO 03
ASPECTOS URBANOS DE SUSTENTABILIDADE E ECODESIGNER

Elementos que permitem o uso de Vegetação: Aspectos naturais,


Culturais e Urbanísticos ________________________________________ 66

Infraestrutura Verde e Resiliência Urbana _______________________ 74

9
Declividade em Encostas e Faixa de Domínio, Áreas Passíveis de
Deslizamento ou Voçorocamento ______________________________ 82

Recapitulando _________________________________________________ 88

Considerações Finais ___________________________________________ 94

Fechando a Unidade ___________________________________________ 95

Referências ____________________________________________________ 98
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

10
Neste módulo o direcionamento está voltado às principais ques-
tões relacionadas à sustentabilidade e o ecodesign. Atualmente estas
atitudes atreladas ao ambiente construído são cada vez mais exigidas
pelo mercado, pela sociedade e, principalmente, pelas esferas governa-
mentais. Por este motivo, torna-se importante a compreensão de que a
sustentabilidade no ambiente construído pode partir da redução do con-
sumo de energia e a aplicação de práticas de eficiência energética nas
edificações, não está somente na redução do consumo durante a fase
de canteiro de obras, mas também na utilização de materiais de menor
necessidade de energia para sua produção e transporte. Bem como o
domínio sobre os conceitos, definições, principais normas técnicas e
regulamentos aplicados ao desenvolvimento sustentável.
O princípio do desenvolvimento sustentável é prover as de-
mandas atuais, sem o comprometimento da capacidade das gerações
futuras de suprir suas próprias demandas, já o ecodesign é todo pro-
cesso que atente para o desenvolvimento sustentável e os aspectos
ambientais na busca por projetos de ambientes, solução de produtos e
execução de serviços. Buscando garantir ambiente construído susten-
tável é preciso considerar a utilização de materiais de forma apropriada,
com prioridade aos materiais reciclados, com baixo consumo de água
e, principalmente, para o consumo de energia que os empreendimentos
demandam para sua confecção. No ambiente construído, quando en-
frentamos as questões da sustentabilidade – especificamente a eficiên-
cia energética – devemos englobar todas as etapas de uma edificação,
do planejamento e projeto até a demolição e destinação dos resíduos.
A unidade também apresenta os benefícios, as ferramentas e
as tendências de aplicação do ecodesign, que surge como a mudança
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
na mentalidade para as empresas e seus responsáveis, que atinge o
cerne da produção e demanda, exigindo uma mudança desde o início
de processo. Já para os consumidores, esta mudança atinge primei-
ramente os padrões individuais de consumo e estilo de vida, poste-
riormente, um campo mais amplo envolvendo o senso comunitário e o
desenvolvimento sustentável. Aprofunda-se na sustentabilidade voltada
ao design de interiores e a relação entre o design sustentável e o ecode-
sign. Bem como os aspectos urbanos de sustentabilidade, ecodesign,
infraestrutura verde e soluções que permitem o uso de vegetação.
A relevância econômica da busca por sustentabilidade na cons-
trução civil é reforçada pelos dados de empresas e entidade de emissão
de certificações de construções verdes ao redor do mundo, que posi-
cionam o Brasil em local de destaque nesse cenário global. Dada a im-
portância foram criadas várias normas de avaliação e padronização que
11
serão abordadas ao longo da unidade e em um tópico específico, assim
como as questões técnicas relacionadas à declividade de encostas, fai-
xa de domínio, áreas preservação e áreas passíveis de deslizamento
ou voçorocamento.
Sustentabilidade e ecodesign são conceitos em constante de-
senvolvimento e evolução, a diferenciação entre design sustentável,
designer social e ecodesign serve como parâmetro para demostrar
como o aprofundamento nestas questões se faz necessário. As solu-
ções urbanísticas sustentáveis de forma simples buscam um melhor
ordenamento do ambiente urbano e uma maior qualidade de vida para
os habitantes, visa qualificar mobilidade urbana, a diminuição das po-
luições sonora e atmosférica, o correto descarte de resíduos sólidos, a
busca pela eficiência energética, o aumento na economia e o consumo
consciente de água. Para o Ministério do Meio Ambiente, o pensamento
do desenvolvimento urbano sustentável deve buscar um ordenamento
do ambiente urbano mais adequado, primando pela qualidade de vida
da população, deve incluir uma o diálogo entre os ecossistemas e ações
humana nas cidades, aspectos sociais equitativos e o desenvolvimento
econômico viável, garantindo a qualidade de vida.
No desenvolvimento sustentável os resultados devem satisfa-
zer as necessidades humanas e ambientais básicas, progresso com
responsabilidade e não prejudicando o equilíbrio ambiental e sim favo-
recendo e equidade social, afim de garantir esta mesma condição as
futuras gerações. Busca-se informar sobre um mundo mais sustentável,
em que os recursos naturais são utilizados com consciência para garan-
tir o mesmo benefício as gerações futuras.
O caminho do desenvolvimento sustentável é inequívoco.
Bons estudos!
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

12
CONCEITOS, DEFINIÇÕES &
NORMAS DA SUSTENTABILIDADE
E DO ECODESIGN

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL APLICADO AO AMBIENTE
CONSTRUÍDO

Um ambiente construído, uma edificação ou construção, pode


ocasionar em uma pequena degradação do meio ambiente. Tendo em
vista o grande mercado que envolve, o impacto sobre o meio ambiente
é significativo. Assim, uma atitude sustentável no desenvolvimento do
ambiente construído é cada vez mais exigida pelo mercado, pela so-
ciedade e, principalmente, pelas esferas governamentais, através de
normas e leis.
Hoje em dia, inúmeros empreendimentos, especialmente,
construções, se auto declaram sustentáveis, e se promovem comercial-
mente com bases nestas premissas. Entretanto, poucos atendem de
13
fato os conceitos e definições de sustentabilidade e do ecodesign, tão
pouco seguem as normas específicas para o setor. Por estas razões a
necessidade de estudar e se aprimorar no tema que busque modelos
de ambientes construídos que favoreçam o desenvolvimento social e
econômico, e minimize os impactos proporcionados no meio ambiente,
é fundamental.
Desde 1992, a noção de sustentabilidade, que ganhou des-
taque na United Nations Conference on Environment and Development
– Uned, vem sendo atrelada aos debates sobre desenvolvimento e,
consequentemente, sofrendo alterações no seu entendimento, se apre-
sentando como um princípio em evolução. Atrelado, primeiramente, à
questão do meio ambiente o conceito passou a abranger outros aspec-
tos relacionados ao desenvolvimento humano. Podemos então desta-
car a sustentabilidade ambiental, que interfere diretamente em nossa
relação com a natureza e o planeta, com a sua proteção, uso adequado
de recursos. A sustentabilidade social, que tem por objetivo diminuir a
desigualdade e propiciar a inclusão aos com direitos e serviços funda-
mentais a todas as pessoas, principalmente, saúde, educação, habita-
ção e saneamento. Por sua vez, a sustentabilidade econômica – que
forma com as duas anteriores a base da sustentabilidade – busca pro-
duzir e repartir as riquezas geradas de forma justa e igualitária, buscan-
do distribuir a riqueza de maneira a chegar a toda população, ao menos
as necessidades básicas. Por último a sustentabilidade cultual, que
tem por objetivos o reconhecimento da diversidade dos costumes, tra-
dições de um povo, seus meios de comunicação, expressão, formas de
produção agrícola, artesanato, crenças e práticas de saúde.
Neste processo de entendimento e desenvolvimentos das
questões relacionadas à sustentabilidade, surge um princípio chave, o
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

conceito de desenvolvimento sustentável, que em resumo tem como


objetivo buscar o equilíbrio entre os meios ambiental, social e econô-
mico, por meio de atividades e processos que promovam e assegu-
rem a qualidade de vida das atuais e futuras gerações (CASAGRANDE,
2006). Tal ideia surgiu inicialmente na Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas com o objetivo de de-
bater o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental, poste-
riormente, o aspecto social foi também incluído na equação. Portanto,
são princípios do desenvolvimento sustentável ações que atuem em
prol de uma sociedade mais justa, igualitária, consciente, de modo a
propiciar o benefício de todos, ao mesmo tempo, reconhecendo a finitu-
de dos naturais recursos.

14
Figura 1 – Princípios do Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: Todo Matéria, 2020.

O desenvolvimento sustentável, como representado na figura


01, engloba o desenvolvimento social e econômico, a preservação e
conservação ambiental, além de inclusão social, ecoeficiência e justi-
ça social. Da a abrangência em 2015, a Organização das Nações Uni-
das - ONU, em conjunto com diversos países, incluindo o Brasil, definiu
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), que servem como
orientações e metas para governos e empresas com foco em 2030.
Foram definidos 17 objetivos do desenvolvimento susten-
tável segundo a ONU:
1. Erradicar a pobreza
2. Erradicar a fome
3. Saúde de qualidade
4. Educação de qualidade
5. Igualdade de gênero
6. Água potável e saneamento
7. Energias renováveis e acessíveis
8. Trabalho digno e crescimento econômico
9. Indústrias, inovação e infraestruturas
10. Redução das desigualdades

15
11. Cidades e comunidades sustentáveis
12. Consumo e produção responsáveis
13. Ação contra a mudança global do clima
14. Vida na água
15. Vida terrestre
16. Paz, justiça e instituições eficazes
17. Parcerias e meios de implementação

Figura 2 – Os 17 Objetivos Para o Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: Nações Unidas, 2020.

Os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, desen-


volvido pelas Nações Unidas, são de fundamental importância para o
desenvolvimento de ações de empresas nos setores público e privado,
pois, estão atrelados ao ganho de valor agregado às atividades, produ-
tos e serviços. Faz-se importante o conhecimento e o domínio do tema.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/

Como exemplo de ações para o desenvolvimento sustentável


temos: evitar desperdícios e excessos; reflorestamento; uso de fontes
renováveis de energia, mudança e diminuição no padrão de consumo;
dentre inúmeras outras. Cabe destaque às ações voltadas ao ecode-
sign, que constitui um mecanismo estratégico para reduzir desperdí-
cios, consumo excessivo de recursos naturais e problemas de resíduos
em todo ciclo de vida do produto, (RIBEIRO 2006). No ecodesign, no-
vos elementos passam a ser considerados para o desenvolvimento de
um produto, entre eles o ciclo de vida que passa a ser considerado de
antes do produto ser concebido até seu processo de descarte e ou – de
preferência – reutilização. Os produtos eficientes ou ecoeficiente, pas-
16
sam a ser projetados de forma que geram ganhos em termos ambien-
tais e economias em seu processo produtivo.
Tais princípios até aqui abordados também podem ser incluí-
dos aos ambientes construídos – entendendo aqui ambiente construído
como todo ambiente planejado, construído e ocupado pelo homem. Os
aspectos relacionados à qualidade ambiental são fundamentais ao de-
senvolvimento do ambiente construído de forma sustentável. Assim, ar-
quitetos, projetistas e engenheiros têm buscado se adaptar a esta forma
de pensar e projetar as futuras construções atendendo às necessidades
da presente geração sem esquecer do futuro. Nos tempos atuais, em
que se acentuam as mudanças climáticas, o perigoso aquecimento glo-
bal e um aumento no custo de energia, vivenciamos uma mudança de
paradigma no setor construtivo, visando minimizar o impacto ambiental
dos ambientes construídos, buscando a economia e a conservação dos
recursos naturais, os desenvolvimentos econômico e social.
Por um longo período na história da humanidade, os recursos
naturais eram tidos como inesgotáveis, hoje entendemos que a dispo-
nibilidade de recursos é ilimitada, cabe à humanidade decidir a forma
equilibrada e sábia de utilização racional desses recursos. Uma obser-
vação das práticas adotadas na execução dos ambientes construídos
até hoje nos possibilita afirmar que é imperativo devemos mudar.
Cabe ao profissional se informar sobre as novas demandas e
os processos atuais para que se atenda a um desenvolvimento susten-
tável do ambiente construído no país. Iniciando pela mudança nas ca-
deias produtivas que devem se integrar de forma a controlar a utilização
dos recursos. Atuando de forma consciente e com menor impacto.
A questão energética é um ponto central. Os números apontam
que 95% dos brasileiros têm acesso à rede elétrica, este consumo é um
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
indicador do nível de qualidade de vida, do desenvolvimento econômico
e do ritmo de atividade dos setores industrial, comercial e de serviços.
Na construção civil, a principal fonte de emissões de gases poluentes
tem origem na fabricação dos materiais e produtos. Segundo documen-
to do CREA-MG de 2009: “Três setores da economia estão diretamente
ligados à construção civil: comercial, público e residencial. O setor in-
dustrial e de transportes estão ligados parcialmente devido à produção
e deslocamento de materiais de construção” (CREA-MG, 2009). Como
principal exemplo temos a indústria do cimento – indispensável a cons-
trução civil brasileira – que tem alto consumo energético. O mesmo es-
tudo destaca que infelizmente no Brasil ainda pouco se registra sobre o
consumo de energia no setor da Construção Civil, “os indicadores mais
abrangentes e atualizados são obtidos a partir do Balanço Energético
Nacional” (CREA-MG).
17
O Ministério de Minas e Energia Brasileiro é responsável por
formular os princípios básicos, fundamentos e por definir as diretrizes
da política energética nacional, entre uma de suas atribuições está a
publicação do Balanço Energético Nacional. Disponível em: www.epe.
gov.br

Outro fator preponderante é a emissão de poluentes, que po-


demos observar no Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efei-
to Estufa publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Neste in-
ventário notamos que a maior parte das emissões de gazes provém das
queimadas e, na sequência, o consumo de combustíveis fósseis para
geração de energia e reações químicas oriundas do processo indus-
trial, estes ligados direta e indiretamente à Construção Civil. Através dos
dados do Inventário Nacional de Emissão de Gases de Efeito Estufa –
MCT, 2005, observamos que a participação da indústria da construção
civil, é responsável por 20% geração total de CO2.
O terceiro destaque consiste no que se refere ao consumo de
água, que está incorporada, direta e indiretamente em todos os produ-
tos usados na construção. O que leva a determinar o elevado consumo
de água para a execução das obras e fabricação de seus materiais
(WATERWISE, 2017). Na indústria da construção a água é consumida
desde a produção dos materiais até a limpeza finalização da obra.
Estudos como McCormack (2007) que busca mensurar o con-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

sumo de água incorporada na fase de construção das edificações, rea-


lizou 17 estudos de caso e encontrou um volume de até 20,1 m3/m2 de
área construída. Este e outros autores destacam que, considerando
todo o processo construtivo a etapa construção dos edifícios, o volume
de água requerida no processo principal de construção é mínimo.
Para o Sindicato da Construção Civil em publicação de 2016, o
consumo de água em canteiros de obra deve ser analisado para possi-
bilitar a identificação de possíveis falhas no sistema, como vazamentos
e principalmente na busca por soluções mais sustentáveis. (SINDICA-
TO, 2016).

18
Figura 3 – Os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável – Exemplo
de desperdício de água no canteiro de obras.

Fonte: Atex, 2020.

O impacto do ambiente construído no meio ambiente é muito


grande, seja pela alteração ambiental direta da ocupação de espaços,
pelo grande uso de matéria-prima e energia extraídas da natureza para
a execução das atividades ligadas à construção civil e pelo próprio pe-
ríodo de vida da construção. Assim, deve-se buscar a implementação
dos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável em
toda a cadeia relacionada ao ambiente construído.
A maioria dos autores entende que à evolução das práticas
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
e a conscientização sobre desenvolvimento sustentável do ambiente
construído estão ancoradas nos aspectos básicos do desenvolvimento
sustentável: aspectos ambientais, econômicos e sociais. Essa estrutura
de categorização das ações pode ser utilizada para todos os fatores e
etapas da produção, como veremos:
• Dimensão ambiental: Uma construção que atente para prin-
cípios de preservação ambiental e sustentabilidade deve ser embasa-
da dentro de alguns critérios primários: a) localização; b) consumo de
água; c) uso de energia; d) os cuidados com o solo; e) utilização de
material. (PARK 2011),
• Dimensão econômica: a busca por produtividade deve ser a
chave para o valor econômico poder ser associado a uma melhoria nas
práticas de produção do ambiente construído – menor consumo de recur-
sos, durabilidade, viabilidade e competitividade econômica (SAN 2010).

19
• Dimensão social: neste aspecto uma construção deve pro-
piciar a geração de empregos, a redução da pobreza, investimentos
na educação dos trabalhadores e de seus familiares, na saúde, nos
recolhimentos justos de encargos sociais – redistribuição justas dos re-
cursos. A sustentabilidade na dimensão social deve ser mais importante
em países em desenvolvimento que buscam aumentar a qualidade de
vida de sua população (REZA 2011).

Como exemplo das três dimensões anteriormente apresenta-


das temos as ações voltadas à conservação e preservação do meio am-
biente com a substituição direta de sistemas e aos componentes com
melhor ecoeficiência. São elas; as ações econômicas que envolveriam
subsídios – ou incentivos – externos como redução de tarifas, impostos
para usos de sistemas e componentes para a economia; já as ações
sociais, por sua vez, estariam focadas nos conhecimentos, conscien-
tização e na educação ambiental do uso dos recursos empregados. O
entendimento e atenção a estas dimensões devem ocorrer em todas as
etapas da vida de uma edificação.

• Fase de Planejamento: considerada a primeira etapa, ba-


seia-se na coleta de dados necessários ao planejamento da edificação.
Dados do entorno próximo e especificamente à área onde será implan-
tada o edifício, questões climáticas, insolação, ventilação e demais fato-
res naturais. Todos os projetos concebidos devem ter como parâmetro
as definições de sustentabilidade. Atenção deve ser dada às atividades
que geram maior consumo de energia; à iluminação dos ambientes,
operação de equipamentos, elevadores, condicionamento de ar, aque-
cedores de água. Também é importante nesta fase buscar soluções
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

para a redução do consumo na própria execução da edificação. Nesta


etapa define-se os métodos construtivos adotados, os processos cons-
trutivos devem gerar menor consumo de energia e água, maior controle
e evitando perdas decorrentes do desperdício. Deve buscar uma solu-
ção de projeto que não impacte em remoção de moradias, supressão de
vegetação e rebaixamento de lençóis freáticos.
• Fase de Implantação: na etapa anterior também são defi-
nidos os recursos selecionados, que devem considerar suas caracte-
rísticas e métodos construtivos associados – não agressivos ao meio
ambiente - desde o transporte, descarga no canteiro, armazenagem,
aplicação e sua procedência, por meio da qualificação de fornecedores
responsáveis. Mas é na etapa de implantação que se garante e se con-
trola a correta utilização destes recursos, por isso sua importância. A
definição de materiais que gerem pouco resíduo, sem prejudicar o solo,
20
águas ou ar; bem como materiais recicláveis e materiais comerciais dis-
poníveis nas proximidades do canteiro, evitando-se assim longos per-
cursos de transporte.
• Fase de Uso: nesta fase do empreendimento os materiais e
mobiliários devem considerar sua durabilidade e facilidade de manuten-
ção, além da qualidade no uso dos espaços. Nesta etapa o edifico deve
ser avaliado em seu funcionamento, processos devem ser analisados,
problemas diagnosticados para a implementação de soluções na fase
de manutenção. Deve-se avaliar o consumo superior e desnecessário
de energia e de água e se necessário a adoção de alterações.
• Fase de Manutenção: Uma edificação é um bem durável,
que deve possuir uma vida útil longa. Para tanto, precisa atender al-
guns fatores; uma manutenção eficiente é muito importante, acesso às
instalações hidráulicas, elétricas e sistemas de condicionamento de ar e
aquecimento de água e a correta compatibilização dos projetos para as-
segurar a eficiência de cada um deles. Se preciso, em um projeto de re-
forma deve adotar soluções que impactem minimamente na edificação
e entorno. É importante destacar que a adequação de uma edificação
a uma nova função pode ser caracterizada como um fator sustentável,
assim, deve-se buscar sempre a reabilitação do empreendimento, pre-
servando o máximo já edificado e o seu aperfeiçoamento e atendimento
ao novo uso.
• Fase de Demolição: No entendimento do conceito anterior
o arquiteto deve prever um projeto de possibilidades de expansão e
modernização da edificação para evitar a necessidade de demolições
parciais. Porém, a viabilidade de uma demolição racionalizada deve ser
considerada. Toda construção tem uma vida útil e pode vir a ser de-
molida para sua substituição. Assim, a demolição consciente e aquela
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
comprometida com a definição já na execução com materiais e compo-
nentes reaproveitáveis, não frágeis duráveis e se possível desmontá-
veis – princípios atrelados ao ecodesign.

Devemos, portanto, buscar algumas ações para se viabilizar


a sustentabilidade nos ambientes construídos. Nas questões ambien-
tais atenção ao gerenciamento de recursos naturais e a preservação do
meio ambiente. Do ponto de vista econômico, busca pela eficiência na
implementação das construções e o planejamento estratégico de toda
vida útil do edifício. E na dimensão social a conscientização e valori-
zação dos princípios atrelados ao desenvolvimento sustentável. Mui-
tas são as diretrizes que garantem a sustentabilidade da construção de
uma edificação, o campo do desenvolvimento sustentável no ambiente
construído é amplo, multidisciplinar e em constante desenvolvimento,
21
não se esgota aqui o que existe de relevante sobre o tema. Deve-se
buscar estudos complementares e constante atualização profissional
dada a relevância e importância deste campo.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade no ambiente construído pode partir da re-


dução do consumo de energia e a aplicação de práticas de eficiência
energética nas edificações. Como vimos, a eficiência energética de uma
construção não está somente na redução do consumo durante a fase de
canteiro de obras, mas também na utilização de materiais de menor ne-
cessidade de energia para sua produção e transporte. Bem como propi-
ciar soluções que garantam uso inteligente de energia durante toda vida
útil da edificação. Dada a relevância deste tema abordaremos neste
tópico especificamente com maior profundidade questões relacionadas
à eficiência energética e sustentabilidade.
Afim de garantir uma construção sustentável, devemos pen-
sar na utilização de  materiais apropriados, eventualmente reciclados,
consumo de água e é preciso atentar para o consumo de energia que
o empreendimento demanda. Quando enfrentamos as questões da
sustentabilidade, especificamente a eficiência energética, no ambiente
construído, devemos englobar todas as etapas de uma edificação, do
planejamento e projeto da, passando para dentro do canteiro de obras
até a demolição e destinação dos resíduos.
Reduzir os indicadores de consumo energético, busca garantir
a sustentabilidade na construção civil, mas também passa por valorizar
o empreendimento tornando este ainda mais rentável. Os selos atribuí-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

dos as edificações sustentáveis, agregam valor à obra e são imprescin-


díveis atualmente – veremos alguns exemplos mais a diante. Isto é de-
vido à urgência da questão, atualmente, de acordo com a agências do
setor de energia, a construção civil é responsável por aproximadamente
metade do consumo total de energia elétrica produzido no planeta. No
Brasil, segundo dados, de forma semelhante, 44% de toda energia elé-
trica consumida no país é destinada ao setor da construção civil – neste
sentido conseguir no  Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE)  uma
boa etiqueta pode valorizar um imóvel.
Eficiência energética na construção civil consiste na busca por
um conjunto de medidas estratégicas para conseguir realizar determina-
da obra com qualidade superior e com um consumo de energia inferior
que o normal. Busca-se assim a eficiência energética nas edificações,
a aplicação de novas alternativas de materiais, de técnicas construtivas
22
que contribuem para a conscientização de consumidores, construtores
e investidores quanto aos benefícios socioculturais, financeiros e am-
bientais obtidos com o aumento da eficiência energética na construção
civil.

Eficiência energética é definida como a obtenção de um serviço com bai-


xo dispêndio de energia. Não se trata da redução do serviço, mas do uso
eficiente e racional da energia e da redução do consumo (propiciando, por
consequência, a redução dos níveis de emissões de gases na atmosfera). No
âmbito da arquitetura e da construção civil, um edifício é considerado mais
eficiente do que outro se oferece as mesmas condições ambientais com me-
nor consumo de energia. (LAMBERTS, et al. Pag, 39, 2004).

Em relação ao consumo de energia das edificações no seu pe-


ríodo de uso, cabe destacar que este sofre variação para cada finalida-
de de uso da edificação. Com base em dados de consumo percentual
de energia elétrica por setor em 2009 verifica-se que o setor Industrial
foi responsável por 44%, o residencial foi responsável por 24% do con-
sumo, o setor público por 8% e outros usos completam o consumo glo-
bal. Tal informação auxilia na fase de desenvolvimento do projeto e se
soma a outras como localização, insolação, ventilação que devem ser
consideradas para otimizar o consumo de energia das edificações.
Na fase de solução projetual deve-se priorizar as soluções de
edificações com condicionamento térmico adequado, aliado a um baixo
consumo de energia elétrica, através de proteção adequada contra a
insolação excessiva, isolamento térmico, qualidade de ventilação e de
iluminação. Grande parte das soluções na fase de projeto para eficiên-
cia energética se devem ao aproveitamento da insolação e iluminação.
Mas não apenas, atualmente, podem ser adotadas soluções diferentes
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
de fontes renováveis de energia como utilização de painéis solares, uti-
lização de materiais com menores níveis de emissões de gazes nocivos
e de materiais que podem ser reciclados.
Alguns outros importantes aspectos que podem ser observa-
dos na concepção do projeto, que podem auxiliar na eficiência ener-
gética das edificações, são; janelas com controle de iluminação e ven-
tilação; telhados e coberturas orientados para reduzindo a insolação
principalmente no verão; aberturas zenitais – aberturas na parte supe-
rior da cobertura – fixas ou não, que podem servir para gerar o efeito
estufa necessário quando fechadas – com a concentração de calor no
ambiente interno – ou para resfriar os ambientes quando abertas; con-
trole da radiação solar nas aberturas por anteparos e brises solei de
sombreamento, que podem ser fixos ou móveis; por fim a vegetação
externa para redução da temperatura através da evapotranspiração do

23
vegetal e também pelo sombreamento e ainda telhados verdes (FIGU-
RA-4), com superfícies gramadas, que retardam o aquecimento e res-
friamento do telhado.

Figura 4 – Exemplo de telhado verde, residência projetada pelo Studio MK7.

Fonte: Sustentarqui, 2020

No quesito iluminação é preciso adotar soluções que asse-


gurem o uso mais inteligente da iluminação natural, o que resulta em
um menor gasto com a energia elétrica dentro do edifício. Desta for-
ma, pode-se otimizar o consumo e aumentar a eficiência energética dos
ambientes. Além das soluções que primam pelo aproveitamento da luz
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

natural, podemos destacar algumas medidas que podem ser aplicadas


quanto à iluminação e o consumo de energia: a doção de sensores
de acionamento automático, sensores de iluminação e de movimento
são excelentes para reduzir o consumo de energia – luzes de ambien-
tes de circulação, banheiros, garagens, jardins, são acionadas quando
necessário e quando é detectada a presença de usuários, evitando o
desperdício.
Ainda sobre soluções de iluminação, é importante entender so-
bre a adoção de energias renováveis. A possibilidade de uso de turbinas
eólicas de grande porte em escala urbana, ou de pequeno porte para
residências e, principalmente, painéis fotovoltaicos, que transformam a
energia solar em energia elétrica para casas, fábricas ou iluminação de
vias. A adoção da produção de energia através de um destes sistemas,
além de uma solução sustentável na construção civil, também é impor-
24
tante do ponto de vista econômico, a medida reduz os custos mensais
com energia e ainda possibilita a redistribuição do excedente produ-
zido, colaborando para a redução de demanda sobre todo o sistema
de energia. Atualmente, um grande número de empresas e residências
aproveitam o potencial da luz solar para a economia de energia e até
para a valorizar do imóvel.

Saiba um pouco mais sobre as principais forma de produção e


uso de energia solar através do Portal e Cycle, que oferece dicas sobre
consumo sustentável e opções de descarte correto de objetos em um
mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade.
Disponível em: www.youtube.com/user/eCycleBr

Em muitas construções é extremamente difícil evitar a neces-


sidade do condicionamento de ar, dependendo da região, local da edifi-
cação, do tipo de edificação, dos usos principais, cada um destes fato-
res deve ser considerado para saber se o empreendimento demandará
maior ou menor uso desta solução. Assim, quando o uso do ar condicio-
nado é imprescindível para garantir o bem-estar de todos os usuários
que irão trabalhar ou viver no edifício, deve-se buscar soluções para
otimizar este recuso. Algumas alternativas visam criar soluções que di-
minuam a necessidade de manter o ar condicionado ligado o dia inteiro
e, assim, buscar também neste item, compromisso com a sustentabili-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
dade e a gestão de qualidade da construção civil.
A ventilação natural deve ser sempre valorizada, ventilação
cruzada, grande abertura, direcionamento para os ventos dominantes,
tudo para que em dias mais amenos somente a ventilação natural seja
suficiente para arejar o ambiente e controlar a temperatura dos espa-
ços. Para um correto isolamento térmico, é fundamental que tenha um
sistema de controle térmico no edifício, buscando manter a temperatura
de um ambiente dentro do ideal para seu uso – é importante salientar
que a temperatura interna dos ambientes podem variar conforme o uso
à que o local foi destinado. O isolamento térmico ideal deve ser pro-
jetado de acordo com cada ambiente e, basicamente, visa garantir a
estabilidade da temperatura, assim, o isolamento térmico garante um
consumo de energia elétrica inferior e, consequentemente, mais eficien-
te energeticamente e mais sustentável.
25
O isolamento térmico é propiciado pela correta solução das es-
trutural envoltória da construção. Mais uma vez, as medidas que devem
ser tomadas para uma estrutura envoltória eficiente variam de acordo
com a característica do climática de cada região. É relevante destacar
que a extensão territorial do Brasil leva a uma grande variedade climáti-
ca entre regiões, o que precisa ser considerado e também dificulta uma
padronização de ações para soluções envoltórias genéricas – deve-se
assim, estudar cada edificação, caso a caso.
Entretanto, podemos destacar algumas das medidas de maior
relevância: a cobertura verde, que além de uma solução estética liga-
da ao paisagismo, também ajuda no processamento do gás carbônico,
reduz a temperatura e pode absorver até 90% a mais da incidência tér-
mica da cobertura do que de uns sistemas de coberturas tradicionais; a
pintura clara, aplicada nas paredes externas e na cobertura do edifício,
solução simples e de baixo custo, que tem por objetivo aumentar a
reflexão da radiação solar e, assim, melhorar a inércia térmica da edi-
ficação, auxiliando na redução do consumo de energia do edifício; por
fim, os vidros de portas e janelas externas podem ter soluções tecno-
lógicas empregadas, melhorando suas características térmicas, como
por exemplo, temos vidros eletrocrômicos que permitem o controle de
luz, filtrando a radiação solar que incide sobre eles, vidros duplos, vidros
com maior capacidade de reflexão entre outras soluções disponíveis no
mercado.
Todas as soluções técnicas que foram brevemente apresenta-
das visam melhorar a eficiência energética de um edifício e precisam
ser cuidadosamente estudadas e projetadas. Para tanto, existem fer-
ramentas e softwares disponíveis no mercado, que podem ajudar na
simulação de eficiência energética destas edificações. Estas simula-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

ções de desempenho energético demonstram os pontos de consumo


de energia um edifício. Diante deste diagnóstico, é possível determinar
práticas para otimização do consumo de energia e melhores indicado-
res de sustentabilidade dentro da construção.
Simulações em softwares podem ser realizadas antes da cons-
trução do edifício, na fase de projeto, tendo por base o projeto arquite-
tônico, desta forma anterior a fase de execução, os responsáveis pelo
empreendimento podem determinar o nível de consumo energético do
edifício e uma projeção detalhada dos efeitos que diferentes soluções po-
dem gerar na obra (Figura 5). Por exemplo, pode-se analisar qual será o
impacto no consumo de energia se for utilizado um determinado material
na fachada, ou o efeitos das estruturas de sombreamento, o direciona-
mento de cada fachada de um imóvel residencial, entre inúmeros fatores
que interferem na gestão da eficiência energética de um edifício.
26
Figura 5 – Exemplo de um programa de análise de eficiência energética
baseado em modelo 3D.

Fonte: Total CAD, 2020.

Já, durante as etapas de construção e manejo de uma obra,


muitas são as opções para melhorar a eficiência energética atrelada à
edificação, como o reaproveitar recursos, utilização de materiais reno-
váveis, o emprego de destinação adequada e reciclagem de resíduos,
entre outros mecanismos. Na fase de uso, as soluções provenientes
do projeto devem ser otimizadas com a utilização de equipamentos de
condicionamento de ar e de iluminação mais eficientes, com luminárias
e lâmpadas de alto desempenho e eficiência energética; e utilização
de produtos que necessitem de baixo consumo de energia (MOURA,
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
MOTTA, 2013).
Quando os empreendedores tomam a decisão por buscar alter-
nativas para reduzir o consumo de energia em seus edifícios, buscam
o aumento da eficiência energética e passam a colaborar para melho-
res indicadores de sustentabilidade na construção civil no Brasil. Para
além deste importante fator, as vantagens financeiras são evidentes, e
ultrapassam o consumo de energia elétrica, já existe no país um público
disposto a pagar mais pelo valor incorporado pelas soluções atreladas
ao desenvolvimento sustentável.
Vem daí a importância das etiquetas de certificação. Surgiram
diversas certificações recentemente ou muitas já existentes tiveram
seus padrões atualizados, buscando o objetivo de atestar a eficiência
energética de uma obra e seu grau de sustentável. Alguns destes novos
certificados surgiram no Brasil, através de parcerias com o Ministério do

27
Meio Ambiente, entidades ligadas ao mercado da construção civil e ór-
gãos de certificação. No próximo tópico abordaremos algumas destas.

O Ministério do Meio Ambiente e o Programa das Nações Uni-


das para o Desenvolvimento Simulação disponibilizam uma série de
vídeos sobre eficiência energética e eficiência energética para edifica-
ções. O material audiovisual traz o tema de forma didática e deverá
apoiar capacitações destinadas aos setores público e privado. Uma sé-
rie de oito vídeos está disponível no canal do YouTube do Ministério do
Meio Ambiente: www.mma.gov.br

NORMAS TÉCNICAS, REGULAMENTOS E CERTIFICÕES

Como observamos, a construção civil se destaca no consumo


de energia elétrica, água, produção de gases e de resíduos. Tais fatos
decorrem da forma pouco eficiente com que o setor enfrenta as ques-
tões do desenvolvimento sustentável e a eficiência energética. Boa par-
te destas questões estão atreladas à baixa atenção a quesitos básicos
de conforto térmico, além do fato da construção civil ser um setor reco-
nhecidamente conservador e tradicionalmente resistente a inovações e
adoção de mudanças.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Porém, também como vimos, é evidente a necessidade do


momento de se adotar princípios sustentáveis e soluções tecnológicas
que possam reduzir o consumo de energia. Medidas vêm sendo ado-
tadas para mudar este curso, como fontes alternativas de energia, e
soluções técnicas na fase de projeto, que podem ser realizadas para
que haja melhor desempenho das edificações e para que o consumo
de energia passe a ser mais eficiente. Somado a adoção de materiais
sustentáveis e conceitos de arquitetura bioclimática, o cenário vem se
mostrando mais favorável, principalmente quando são observados os
resultados econômicos a longo prazo, além dos benefícios sociais e
ambientais decorrentes.
Assim, os aspectos do desenvolvimento sustentável devem
ganhar cada vez mais destaque, dada a relevância econômica da bus-
ca por sustentabilidade na construção civil. Tal tendência é reforçada
28
pelos dados do Green Building Council (GBC), entidade responsável
pela emissão de certificações de construções verdes em 165 países
do mundo, segundo a qual o Brasil tem destaque nesse cenário global.
Tais aspectos passaram a ser tão importantes que foram criadas várias
normas de avaliação e padronização.
Cabe destacar uma primeira norma que entrou em vigor no dia
12 de maio de 2008, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,
ABNT, a série NBR-15.575:2008 Normas Técnicas de Desempenho de
Edifícios Habitacionais de até Cinco Pavimentos, que apensar de não
ser atrelada exclusivamente as questões de sustentabilidade está ligada
diretamente a estas questões por tratar do desempenho que a edifica-
ção deve possuir depois de pronta. Aborda: requisitos gerais; sistemas
estruturais; pisos internos; sistemas de vedações verticais externas
e internas; sistemas de coberturas; sistemas hidrossanitários. Para o
CREA_MG, a NBR-15.575 já está sendo considerada como a norma-
-mãe da construção civil brasileira: “deverá se constituir na grande refe-
rência técnica necessária para a avaliação da sustentabilidade e das no-
vas tecnologias aplicáveis à construção habitacional.” CREA-MG, 2009).
Diferente da maioria das normas, a NBR-15.575 não busca in-
formar como um produto deve ser empregado na execução de uma
obra, mas qual deve ser o seu comportamento após a execução. Busca-
-se garantir que um determinado produto atinja um desempenho em sua
fase de uso. Os principais objetivos da norma são conforme destacados
pelo CREA-MG no documento Sustentabilidade e Eficiência Energética
no Ambiente Construído:

estabelecer claramente os conceitos e as responsabilidades quanto aos pra-


zos de garantia e tempos de vida útil; facilitar as relações comerciais, pro-

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


movendo a diferenciação entre os níveis de desempenho que as diferentes
edificações se propõem atingir; implementar as práticas de sustentabilidade
nas edificações, a partir dos conceitos de desempenho e vida útil; facilitar
a inovação tecnológica; permitir maior flexibilidade de design nos projetos;
reduzir os custos da edificação, sob o conceito do custo no ciclo de vida (Life
Cicle Costing); otimizar a aplicação dos recursos governamentais. (CREA-
-MG, 2009)

Somam-se a esta norma as ações da Etiqueta PBE Edifica que


foi criada, através de pesquisas, pelo Programa Nacional de Conserva-
ção de Energia Elétrica (Procel) em parceria direta com Instituto Nacio-
nal de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Que apresenta um
selo (Figura 6), que mede a eficiência energética de construções, com
o objetivo de incentivar o uso racional da eletricidade e reduzir gastos
desnecessários.
29
Figura 6 – Celo Edificações PROCEL.

Fonte: CREA-MG, 2009


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Em 2009, através da portaria nº 163 do INMETRO, foi aprova-


do o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Ener-
gética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C). Nesta
mesma portaria foram aprovados seus documentos complementares,
o Regulamento de Avaliação da Conformidade do Nível de Eficiência
Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RAC-C), e
também o Manual para aplicação do RTQ-C. (CREA-MG, 2009)
Esta Etiqueta Nacional De Conservação de Energia (ENCE)
deve ser obtida via RTQ-C e RAC-C. O RTC-C contém os quesitos
– predefinidos – necessários para classificação do nível de eficiência
energética do edifício. E o RAC-C apresenta o processo de avaliação
das características da edificação para etiquetagem no INMETRO em
seu Laboratório de Inspeção. A etiquetagem do edifício ou de um em-
preendimento é voluntária e aplicável a construções com área útil su-

30
perior a 500m² – para validação técnica – ou atendidos por alta tensão
– que se abriga no grupo tarifário. (CREA-MG, 2009)
Deve-se destacar que é possível ser fornecida uma etiqueta
para o edifício completo ou para parte deste, o que facilita sua execu-
ção. Também podem ser etiquetados edifícios em fase de projeto ou
edifícios construídos, no caso dos ainda não foram construídos, estes
só poderão receber a etiqueta parcial de envoltória. O CREA-MG des-
creve que as exigências do RTQ-C precisam de avaliação feita por um
laboratório de inspeção acreditado pelo INMETRO: “de forma que este
verifique as características projetadas e construídas do edifício para
indicar qual o nível de eficiência alcançado por este” (CREA-G 200).
Atualmente o Laboratório de Eficiência Energética (LabEEE) da Univer-
sidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é um dos mais destacados e
o principal laboratório de inspeção acreditado pelo INMETRO.
Mundialmente e no Brasil, além das iniciativas descritas an-
teriormente, existem organismos independentes de certificação, que
através de um sistema de ranqueamento e de checklists fornecem ates-
tados sobre o grau de sustentabilidade de edifícios. Podemos desta-
car duas certificações internacionais, o selo AQUA (Démarche HQE®
- Haute Qualité Environnementale - Alta Qualidade Ambiental) e selo
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) que analisam
itens como localização do empreendimento, impacto na vizinhança, se-
leção de materiais e equipamentos, sistemas de eficientização energé-
tica, consumo de água, relação com a sociedade, entre outros.
A certificação AQUA, no Brasil foi adaptada por uma parce-
ria formada entre a Fundação Vanzolini, a Escola Politécnica da USP
(POLI-USP) e o Centre Scientifique et Technique du Batiment (CSTB),
que adequaram a certificação francesa para nosso país. A busca pela
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
certificação tem dois mecanismos principais:
• O procedimento de gestão do empreendimento. Visando
minimizar os impactos da construção e/ou de reabilitação do meio am-
biente, através de ações dos gestores, que devem garantir a participa-
ção de todos os atores sociais envolvidos e/ou afetados nos processos
de decisão. A fim de garantir transparência, ética e equidade.
• O estabelecimento de critérios e objetivos prioritários:
São definidos um conjunto de 14 alvos de qualidade da edificação e do
ambiente externo. Estes objetivos são específicos para cada empreen-
dimento e, posteriormente, serão avaliados e certificados.
O LEED foi desenvolvido pelo US Green Building Council e é
um sistema de participação voluntária, que cria uma base americana
consensual para o desenvolvimento de edifícios sustentáveis. Está em
contínua evolução e podemos destacar em seus sistemas de avaliação:
31
edificações comerciais novas, grandes projetos; operação de prédios
existentes; projeto de interior; projetos de envoltória; casas; empreen-
dimentos habitacionais. Foi criado para definir um padrão comum de
avaliação para edifícios verdes, promover práticas integradas de pro-
jeto, que encarem a construção como um todo, e estimular e aumentar
a consciência do consumidor sobre os benefícios de edifícios verdes,
assim como, transformar o mercado de edificações.
O LEED fornece sistemas de avaliação do desempenho do edi-
fício para que as metas estabelecidas sejam alcançadas. Baseado em
fundamentos científicos, enfatiza estratégias que representam o estado
da arte para o desenvolvimento sustentável local, economia de água,
eficiência energética, seleção de materiais e qualidade do ar interno.
Por fim é preciso citar a ISO (International Organization for
Standardization) que é uma federação mundial de organismos nacionais
de normalização, que faz o trabalho de preparação de normas interna-
cionais. A ISO criou, através do Projeto Comitê ISO/PC 242, a norma de
desempenho, ISO 50001 - Gestão de Energia, que no Brasil foi adotada
pela ABNT com o nome de ABNT NBR ISO 50001:2018, Sistemas de
gestão de energia - Requisitos com orientações para o uso.
A ISSO 50001 tem por objetivo permitir que se estabeleçam os
sistemas e processos necessários para melhorar o desempenho ener-
gético e a eficiência energética. A importância desta normatização está
em buscar a redução na produção de gases de efeito estufa e demais
impactos relacionados aos custos/economia que esse sistema de ges-
tão de energia promoverá ao meio ambiente. A norma é compatível com
todos os tipos e tamanhos de organizações, incluindo o setor da cons-
trução civil.
A norma especifica os requisitos do sistema de gestão de ener-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

gia (EnMS), que as construções ou empreendimento devem adotar para


implementar uma política energética. E, assim, estabelecer objetivos
claros, metas e planos de ações diretas que considerem os requisitos
legais vigentes e informações relativas ao uso significativo de energia
consumida. Neste caso, segundo informações do site da Associação
Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia –
ABESCO (2020): “a ISO 50.001 é baseada no modelo de sistema de
gestão de melhoria contínua, também utilizado para outros padrões
bem conhecidos, como ISO 9001 e ISO 14001”.
Ainda segundo a ABESCO temos as exigências da ISO 50.001
para as organizações:
• Desenvolver uma política para o uso mais eficiente da energia;
• Fixar metas e objetivos para atender a essa política;
• Usar dados para melhor compreender e tomar decisões sobre
32
o uso de energia;
• Medir os resultados;
• Rever como a política funciona;
• Melhorar continuamente a gestão da energia.
• Como as demais normas de sistema de gestão ISO, a certifi-
cação ISO 50.001 não é obrigatória.

Para a ABNT, nas palavras de Alberto J. Fossa, gestor do Co-


mitê Brasileiro de Gestão e Economia de Energia (ABNT/CB-116):

O objetivo dessa adequação (conhecido como “high level structure - HLS”)


é o de uniformizar requisitos comuns e linguagem presentes nos textos
normativos. Porém, mais significativo, é o debate sobre os conceitos de
melhoria contínua do desempenho energético das organizações. A ISO
50001 é a primeira norma de sistemas de gestão que apresenta requisitos
específicos e mensuráveis vinculados à redução de consumo de energia e
aumento de eficiência energética, diretamente associados ao combate das
mudanças climáticas. Desta forma, a discussão do texto atual tem propor-
cionado um refinamento a respeito do significado do processo de melhoria
do desempenho energético a ser demonstrado pelas organizações (ABNT,
2020)

A construção civil gera diversos  impactos ambientais, dificil-


mente se consegue escapar e muitos deles são necessários para o de-
senvolvimento da indústria e, também, das cidades como um todo. Bus-
ca-se atingir o equilíbrio e continuar investindo no setor de forma que
os danos causados sejam minimizados. As normas e as certificações
atuam neste sentido.
Em alguns países como nos Estados Unidos, por exemplo,
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
o uso de certificações já é parte dos documentos requisitados para a
aprovação de novos empreendimentos. O Brasil não está distante de
adotar regras semelhantes, principalmente para se adequar aos parâ-
metros exigidos internacionalmente. É preciso que os profissionais es-
tejam atentos e familiarizados com as normas e creditações.

Guia interativo de eficiência energética em edificações. O Sin-


dusCon-SP em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME)
e apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável,
por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit
33
(GIZ) GmbH, apresenta o Guia interativo de Eficiência Energética em
Edificações. Disponível pelo site: www.mdr.gov.br

Filme sobre o assunto:


- Life after people, Docuentário, 2009.
- Erin Brockovich, Drama, 2000.
- Catching the Sun, Documentário, 2015.

Acesse os links:
ABNT. Disponível em: <www.abnt.org.br> Acessado em: 21 de
junho de 2020
LABEEE. Disponível em: <www.labeee.ufsc.br> Acessado em:
21 de junho de 2020
UNDP. Disponível em: <www.br.undp.org> Acessado em: 21
de junho de 2020
ABESCO. Disponível em: <www.abesco.com.br> Acessado
em: 21 de junho de 2020
MMA. Disponível em: <www.mma.gov.br> Acessado em: 21 de
junho de 2020
MME. Disponível em: <www.mme.gov.br> Acessado em: 21 de
junho de 2020
INMETRO. Disponível em: <www.inmetro.gov.br> Acessado
em: 21 de junho de 2020
FAUR USP. Labaut, Conforto. Disponível em <www.fau.usp.
br/pesquisa/laboratorios/labaut/conforto/index.html> Acessado em: 21
de junho de 2020
INMETRO, Organismos, Consulta. Disponível em: <www.in-
metro.gov.br/organismos/consulta.asp> Acessado em: 21 de junho de
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

2020

34
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: MPE-PA Prova: Estagiário
- Arquitetura
A arquitetura sustentável surgiu no final da década de 60 com a
crítica feita pela contracultura ao dogma modernista de que a tec-
nologia poderia solucionar qualquer problema. Com a crise do pe-
tróleo em 1973, vinculou-se à consciência da finitude dos recursos
naturais e depois passou a englobar várias narrativas, com des-
taque para a ameaça do aquecimento global. A resposta a essas
questões preocupantes foi a arquitetura verde, que incorporava
pelo menos três estratégias principais: a primeira trata-se da re-
dução de consumo de energia, que, em climas mais frios, signifi-
ca essencialmente usar aquecimento solar passivo e conservar o
calor pelo aperfeiçoamento da insolação e do uso de trocadores
de calor; em climas mais quentes, as medidas principais são a ex-
pulsão do calor e o uso de ventilação passiva, a fim de diminuir
a dependência de ar-condicionado; a segunda se refere à adoção
de painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas e outras formas de gerar
energia elétrica sem emissão de carbono. Considerando os precei-
tos da arquitetura sustentável, assinale a alternativa que represen-
ta corretamente uma terceira estratégia de sustentabilidade.
a) Usar materiais naturais, substituíveis ou recicláveis, além da atenção
à energia incorporada dos edifícios, bem como sua extração, transpor-
te, produção e eventual descarte ou reúso.
b) Não promover campanhas de conscientização para a adoção de sis-
temas de reaproveitamento das águas para reúso, pois são extrema-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
mente caras aos governos municipais, implicando em gastos desneces-
sários de verbas públicas.
c) Criar teses contrárias à implantação de sistemas de reaproveitamen-
to das águas para reúso, pois os sistemas convencionais antigos são
mais econômicos, mesmo quando as águas que podem ser reaprovei-
tadas são descartadas.
d) Criar campanhas que incentivem o uso tradicional de sistemas elé-
tricos nas edificações, onde energia elétrica é fornecida através das
concessionárias, uma vez que a implantação de sistemas de captação
de energia solar para gerar energia elétrica implica em grandes valores
de investimento.

35
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: SUSIPE-PA Prova: Técnico em
Gestão de Infraestrutura - Arquitetura
O Museu do Amanhã, localizado na cidade do Rio de Janeiro, teve
sua concepção elaborada pelo renomado arquiteto espanhol San-
tiago Calatrava. O edifício surgiu com o intuito de valorizar e recu-
perar a Baía de Guanabara e promover a sustentabilidade, sendo
o primeiro projeto brasileiro do gênero a ganhar o Prêmio Interna-
cional MIPIM na categoria Edifício Verde Mais Inovador em 2017.
Dentre as estratégias tecnológicas aliadas à sustentabilidade im-
plantadas no edifício estão, EXCETO
a) reaproveitamento de resíduos como sobras das estacas das funda-
ções que foram utilizadas na construção dos barracões usados na obra,
economizando, assim, toneladas de aço.
b) seleção de materiais, dando preferência a materiais com componen-
tes reciclados, de baixa toxidade, alta durabilidade e produzidos no en-
torno da obra ou em um raio de no máximo 100 km.
c) emprego da reutilização das águas de pias, lavatórios, chuveiros e
chuvas, além do volume proveniente da desumidificação do ar condicio-
nado, que sozinho pode render até 4 mil litros de água ao dia.
d) captação da água da Baía de Guanabara pelo museu para abastecer
os espelhos d’água e para o sistema de refrigeração, no qual é utilizada
na troca de calor. Depois de passar por filtragem de sólidos e ser usada
na climatização do museu, a àgua é devolvida ao mar.
e) uso da estrutura metálica da cobertura como suporte para conjuntos
móveis no formato de asas metálicas, onde estão instaladas placas fo-
tovoltaicas. Essas asas se movimentam ao longo do dia de acordo com
a posição do sol, otimizando o aproveitamento da luz solar.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: CESGRANRIO Órgão: UNIRIO Prova: Arquiteto e
Urbanista
Para uma edificação atender aos princípios atuais de sustentabili-
dade, após discussão entre os envolvidos em um projeto, foi de-
cidido que seria escolhida uma certificação empregada no Brasil,
que avaliasse várias etapas do processo de projeto, tais como:
canteiro de obras, gestão de energia, conforto ambiental e olfativo,
qualidade da água e do ar.
A certificação que atende à decisão do grupo é:
a) DGNB
b) Selo AQUA
c) LEED Gold
36
d) Procel Edifica
e) Selo azul da Caixa

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CESGRANRIO Órgão: UNIRIO Prova: Arquiteto e
Urbanista
Várias empresas da construção civil adotam ações cujo fim visa a
preservar o meio ambiente.
Entre as práticas de sustentabilidade relacionadas às edificações
e à sua execução, destaca(m)-se
a) o emprego de laje plana impermeabilizada na cobertura
b) o emprego de materiais produzidos em outras regiões
c) o uso de válvula redutora de pressão estática
d) as fachadas em planos de vidro para captação da luz
e) as coletas de pilhas e baterias

QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora - MG
Prova: Arquiteto
O planejamento ambiental visa à incorporação dos valores ecológi-
cos nos planos e projetos urbanos. Nesse sentido, pesquisadores
têm desenvolvido o conceito de infraestrutura verde urbana, que
seria o conjunto de espaços abertos ou áreas verdes que ligam o
meio urbano ao campo vizinho. Sobre a infraestrutura verde, assi-
nale a alternativa correta.
a) A infraestrutura verde é uma alternativa mais custosa que uma in-
fraestrutura urbana tradicional.
b) A infraestrutura verde pode fornecer importantes contribuições para
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
um desenho ecologicamente mais eficiente da cidade.
c) A infraestrutura verde não permite aliar a manutenção ou recupera-
ção de fragmentos de vegetação com os demais usos urbanos.
d) A infraestrutura verde pode criar um retorno financeiro de curto prazo
em termos de valor das propriedades, investimentos urbanos e aumen-
to da base fiscal municipal.
e) Os espaços livres podem conectar fragmentos de vegetação, condu-
zir as águas com segurança e oferecer melhorias microclimáticas, em
detrimento de melhorias estéticas

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Segundo o site Cidades Eficientes do Conselho Brasileiro de Cons-


trução Sustentável: “Atualmente, as edificações representam a maior
37
parcela do consumo de energia elétrica no Brasil. Segundo dados do
Balanço Energético Nacional (EPE, 20171), este consumo corresponde
a 51% do consumo total do país e pode ser significativamente reduzido,
com a implementação de medidas de eficiência energética em edifícios
existentes e concepção de novos projetos mais eficientes. Dessa for-
ma, é possível dizer que existe um grande potencial de melhoria neste
setor no que diz respeito ao consumo de energia, o que, além de gerar
benefícios quanto à otimização do uso de recursos, sobretudo naturais,
produz economias significativas dos cofres públicos”. (Fonte: Site Cida-
des Sustentáveis, 2020).
Com base no fragmento e as informações do capítulo, discorra sobre
uma medida de eficiência energética que pode ser adotada em edifícios
existentes ou na concepção de novos?

TREINO INÉDITO

Lançada em 2013, a NBR-15.575 passou a ser considerada como a


norma-mãe da construção civil brasileira e se tornou a grande referên-
cia técnica necessária para a avaliação da sustentabilidade aplicáveis à
construção civil brasileira. A NBR-15.575 se diferencia da maioria das
normas, pois, não informa como um produto deve ser empregado na
execução de uma obra. O que a NBR-15.575 busca?
a) Criar parâmetros de custos e insumos atrelados aos produtos da
construção civil.
b) Normatizar os produtos que provem de materiais reciclados.
c) Determinar qual deve ser o comportamento de um produto após a
execução.
d) Listar produtos e empresas com baixo impacto ambiental.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

e) Classificar produtos pelo grau de impacto ambiental.

NA MÍDIA

Três itens de sustentabilidade que ajudam a valorizar seu imóvel


A redução dos impactos ambientais normalmente significa reduzir as
contas no consumo. Opções como telhado verde, painel solar ou uma
cisterna são algumas que se destacam. Imóveis que agregam solu-
ções eficientes na busca por redução nos impactos ambientais, podem
valorizar, de 10% a 30% em média, segundo cartilha do Ministério do
Meio Ambiente (MMA). E também por este motivo a sustentabilidade na
construção civil ganhou mais importância, tendo em vistas estas solu-
ções que são benéficas para o meio ambiente e úteis para as rotinas
cotidianas dos espaços construídos.
38
Esse nicho, tende a se transformar em requisito básico a todos os
imóveis. Torna-se fundamental implementar a eficiência energética com
ênfase nas soluções de fontes alternativas. Como exemplo: “a redução
do consumo de água por meio de utilização de reuso sustentável; a
incorporação de tecnologias para redução no uso de gás ou energia
para aquecimento de água para o banho”. E ainda podem ser adotadas
soluções, como o uso de vegetação, para reduzir efeitos da poluição,
painéis solares para geração de energia elétrica e o reuso de água.

Fonte: O Estado de São Paulo


Data: 01/06/2020
Leia a notícia na íntegra: <https://imoveis.estadao.com.br/aquitetura-sus-
tentavel/3-itens-de-sustentabilidade-que-ajudam-a-valorizar-seu-imovel/>

NA PRÁTICA

Aquecimento com placas solares


O aquecimento com placas solares é um item que influencia diretamen-
te no consumo de energia de residências, sejam unifamiliares ou edifí-
cios, pois, incide sobre um dos maiores gastos de energia das famílias,
que são os chuveiros elétricos. Em um país como o Brasil, a opção por
placas de aquecimento de água, por meio da energia solar, é uma solu-
ção prática, barata, de fácil implementação e alto grau de retorno.
Portanto, hoje em dia nos projetos de edificações, a solução para o
aquecimento de água com placas solares tornou-se um item pratica-
mente obrigatório, que deve ser considerado em todos os projetos, ar-
quitetônico, elétrico, hidráulico. A atenção a este detalhe é fundamental.

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


PARA SABER MAIS

Filmes:
• Minimalism: a documentary about the important things
Data: 2016
Fonte: <https://minimalismfilm.com/>

• Saneamento Básico – O Filme


Data: 2007
Ref: <https://www.youtube.com/watch?v=buZmu3T8M9k>

• Habitar/Habitat: Casa Sustentável


Data: 2013
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=szpc6_t-CZo>
39
Acesse os links:
• CIDADES EFICIENTES. Disponível em: <http://cidadeseficientes.
cbcs.org.br/> Acessado em: 21 de junho de 2020

•SUSTENTAR AQUI. Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/>


Acessado em: 21 de junho de 2020

• POLI USP, Eventos. Disponível em <http://sites.poli.usp.br/eventos/


cics/> Acessado em: 21 de junho de 2020

Livros:
• Título: Manual do Arquiteto Descalço.
LENGEN, Johan Van. Manual do Arquiteto Descalço. Editora B4. Rio
de Janeiro/RJ. 2014.

• Título: 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo


energético.
HEYWOOD, Huw. 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo
consumo energético. Editora Gustavo Gili. São Paulo/SP. 2016.

• Título: Pequeno manual do projeto sustentável.


JOURDA, Françoise-Hélène. Pequeno manual do projeto sustentá-
vel. Editora Gustavo Gili. São Paulo/SP. 2012.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

40
USOS & APLICAÇÕES
DE SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN

ECODESIGN: DEFINIÇÃO, BENEFÍCIOS, FERRAMENTAS DE APLI-


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
CAÇÃO E TENDÊNCIAS

Ecodesign surge como a semente de mudança na mentalidade


para consumidores e empresas. Para as empresas e seus responsá-
veis, os empresários, a mudança está na diferença de enfoque, atin-
ge o cerne da produção e demanda transformações desde o início de
processo. Para os consumidores, esta alteração atinge primeiramente
padrões individuais de consumo e estilo de vida, posteriormente, um
campo mais amplo envolvendo o senso comunitário e o desenvolvimen-
to sustentável.
A sustentabilidade já vem de algum tempo, se considerarmos
a primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente, que ocorreu em
Estocolmo, na Suécia, no início dos anos 1970, deste então passamos
por mudanças no comportamento humano, algumas maiores, outras
41
menores, primeiramente em alguns setores e, posteriormente, em ou-
tros. A abolição dos gases CFC (clorofluorcarboneto), a diminuição no
uso de combustíveis fósseis, destinação correta de resíduos e a recicla-
gem e até os hábitos de consumo e a forma de morar. Neste caminho
o ecodesign para a sustentabilidade surge com mais um paço neste
caminho.
Atualmente vivemos em centros urbanos cada vez mais aglo-
merados de pessoas e de imóveis. Nossas cidades são formadas por
uma imensa diversidade de pessoas, de diversas classes sociais, poder
aquisitivo, níveis de escolaridades, gêneros, raças, credos. As cidades
contemporâneas são formações diversas e se deve mostrar plural e
acessível para seus habitantes em geral, sem distinção ou segregação.
No entanto, não é isso que nossas metrópoles brasileiras oferecem aos
seus moradores, pelo contrário.
Desta maneira, nossas cidades e nossa construção civil preci-
sam se apropriar das ideias e princípios do desenvolvimento sustentá-
vel e, principalmente, do ecodesign. É muito importante que a ideia de
produzir melhor e com mais eficiência seja infundida e praticada diaria-
mente no setor da construção civil, pois as matérias-primas e os recur-
sos naturais empregado na indústria da construção não são infinitos e
vão se esgotar com maior ou menor velocidade se não cuidarmos da
forma como são explorados.
Dentre estes recursos a água, por exemplo, é essencial para
a vida, e altamente consumida dentro da construção civil, somamos a
esta escoação também as emissões de CO2 e o gasto energético dos
centros de produção. Para a ONU os benefícios ambientais da produção
sustentável são bons para todos porque melhora a qualidade de vida de
milhões de pessoas, reduz a pobreza, aumenta a competitividade e re-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

duz os custos econômicos, ambientais e sociais. (IBERDROLA, 2020)


Alinhada a esta visão de produção sustentável, as empresas
de variados setores passam a investir no ecodesign, que em tradução
direto do inglês seria algo como “desenho ecológico” ou de acordo com
o termo design em inglês, o mais adequado seria “projeto ecológico”
ou “projeto sustentável”. As definições de design em português são: “a
concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário, embalagem,
publicação etc.), esp. no que se refere à sua forma física e funcionalida-
de” (Oxford Languages, 2020).
Podemos acrescentar a definição do que o próprio Ministério
do Meio Ambiente adota: ecodesign “é todo o processo que contempla
os aspectos ambientais onde o objetivo principal é projetar ambientes,
desenvolver produtos e executar serviços que de alguma maneira irão
reduzir o uso dos recursos não renováveis” (MINISTÉRIO DO MEIO
42
AMBIENTE, 2020). E completa que para o design sustentável, o produ-
to deve buscar minimizar o impacto ambiental durante seu ciclo de vida
– ou seja, busca-se reduzir a geração de resíduo e economizar custos
de na disposição final.
As definições de ecodesign, como a maioria dos conceitos
desta área, vêm se sofisticando nas última década, uma evolução do
campo de abrangência, que antes se limitava a aspectos somente fun-
cionais de desempenho do produto, mas que hoje busca informações
mais abrangentes no desenvolvimento dos produtos, levando em conta
a cultura, o território, os recursos disponíveis para toda cadeia de pro-
dução e ainda a finalização da produção, como reutilizar ou criar novos
produtos, ou uso, para os resíduos.
“Na natureza nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”.
A frase de Lavoisier, químico francês do século XVIII, pode representar
bem o princípio fundamental do ecodesign. Portanto, é uma engrena-
gem para uma economia circular – estratégia que tem por objetivo pro-
longar o uso e valor dos produtos – criando um circuito fechado, se pos-
sível isento de resíduos. Assim, a adoção deste sistema “permite que
os bens da economia circular terminem sua vida útil em condições de
terem novas funções, diferentemente da economia linear que se baseia
no princípio de comprar-usar-descartar” (IBERDROLA, 2020).
Para a indústria da construção o ecodesign também é uma es-
tratégia de competitividade utilizada pelas empresas e prestadores de
serviços, tanto no mercado interno, quanto externo, atendendo novos
modelos de produção e consumo, em aspecto mundial, contribuindo
para o desenvolvimento sustentável através da substituição sistemáti-
ca de produtos, processos de fabricação e distribuição por outros me-
nos nocivos ao meio ambiente. Alguns princípios de ecodesign já estão
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
sedo incorporados pela indústria, como:

• Escolha de materiais de baixo impacto ambiental: menos poluentes, não tó-


xicos, de produção sustentável ou reciclados, ou ainda que requeiram menos
energia na fabricação;
• Eficiência energética: minimização do consumo de energia para os proces-
sos de fabricação;
• Qualidade e durabilidade: produtos mais duráveis e que funcionem melhor,
a fim de gerar menos lixo;
• Modularidade: objetos com peças intercambiáveis, que possam ser troca-
das em caso de defeito, evitando a troca de todo o produto, o que também
gera menos lixo;
• Reutilização/Reaproveitamento:  projetar produtos para sobreviver ao seu
ciclo de vida, podendo ser reutilizados ou reaproveitados para outras funções
após seu primeiro uso. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2020).

43
A busca por estas práticas ambientais resultam em um grande
conjunto de metodologias que visam proporcionar uma maior qualida-
de ambiental no funcionamento dos produtos e serviços, tendo como
objetivo principal, o benefício dos mais diversos setores da sociedade.
Podemos simplificar esta abordagem com pilares: reutilização, recicla-
gem e redução. A Figura 7 a seguir ajuda a compreender melhor:

Figura 7 – Representação Ciclo de Produto Dentro do Ecodesign

Fonte: Site Dpadv, 2020.

Para tanto, busca-se algumas características dos novos produ-


tos sustentáveis:
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

• menos material – a produção deve otimizar a quantidade de


materiais e energia;
• facilidade de reciclagem – buscar a utilização de materiais
que sejam fáceis de identificar;
• reutilizar ou reciclar; priorizar materiais biológicos – o material
empregado deve ser de preferência biodegradável;
• longa duração – os materiais empregados devem durar para
prolongar a vida útil do produto o máximo possível;
• multifuncional, reutilizável e reciclável – produtos adequados
para usos diversos, reutilizados e também fabricados com materiais re-
cicláveis.
• reduzir as emissões de gazes – diminuindo as emissões de
CO2, com as meditas anteriores ou redução do tamanho dos produtos
ou números de componentes.
44
• inovadores – a tecnológica deve melhorar a eficiência e a
sustentabilidade dos produtos.
• mensagem ecológica – cabe ao design sustentável transmitir
de forma clara os conceitos atrelados à sustentabilidade com mensa-
gens que fazem parte do mesmo produto.

Muitos são os exemplos de ecodesign em bens de consumo:


chinelos, móveis biodegradáveis, roupas, louça de vidro reciclado, al-
mofadas, vasos de planta, xícaras de café, escovas de dentes, canudos
de metal, óculos de sol de bambu, calçados feitos com plástico retirado
de oceânico, dentre inúmeros outros. Na indústria da construção civil o
ecodesign vem crescendo, ligado a produtos e até a edificações como
um todo.
Ottman (1997) elaborou quatro aspectos que devem ser ana-
lisados para se obter informações para a aplicação do ecodesign nas
várias fases de um produto. Tais aspectos podem ser resumidos em um
checklist: 1 – Definição da matéria-prima a ser utilizada; 2 – Manufatura;
3 – Uso; 4 – Pós-uso e disposição final. Seguindo esta definição pode-
mos apresentar algumas aplicações e usos do design ecológico dentro
da construção civil.
Na etapa de definição da matéria-prima a ser utilizada na fabri-
cação dos produtos, alguns aspectos relativos à esta devem ser consi-
derados: buscar minimizar o potencial de degradação do meio ambien-
te; derramamento de óleo; fracionamento da terra e priorizar a utilização
de recursos renováveis. Aqui podemos citar como exemplo, materiais
não convencionais como o Tijolo de Solo-Cimento BTC, que é um tijolo
formado por areia argilosa, um pouco de cimento ou cal e água, que
é comprimido em prensas – sem a etapa de queima, gerando menor
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
impacto ambiental.
Também podemos citar as telhas ecológicas que são feitas
com fibras, de madeiras como pinho, eucalipto ou de outros materiais
como sisal, bananeiras e coco e ainda as telhas feitas de materiais re-
ciclados, como papel, asfalto e resina. Técnica também utilizada para
fazer concreto reciclado, que reutiliza materiais de outras obras para
sua produção.
Temos então a etapa de manufatura. Deve-se segundo Ott-
man, estudar os passos adotados para reduzir ao máximo a produção
de resíduos físicos, além do consumo de água e energia e as emissões
de gases e efluentes. Para o processo de construção civil, esta etapa é
uma das mais importantes, pois, requer o maior controle a fim de evitar
a geração dos resíduos sólidos e desperdícios.
A falta do correto gerenciamento de obras e a ausência de
45
planejamento das etapas de trabalho, leva ao retrabalho, desperdício
de material, “quebra-quebra” e gastos com mão de obra. A má ges-
tão acarreta, ainda, à inexpressiva capacidade de gestão do resíduo
produzido, deixando de atender à Resolução do Conselho Nacional do
Meio Ambiente - CONAMA 307/2002, que determina que os gerado-
res de resíduos na construção civil terão como objetivo a não geração
de resíduos, ou ao menos a redução, a reutilização, a reciclagem e a
destinação final. É nesta resolução que consta a proibição da disposi-
ção em bota-foras, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e aterros
sanitários, devendo o poder público municipal especificar locar correto
para o descarte.
Já na etapa de uso, algumas questões principais devem ser
respondidas: Podemos redesenhar o produto? Podemos tornar o pro-
duto seguro e mais agradável? Podemos utilizar de materiais melhores
ecologicamente? Na construção civil estas perguntas devem buscar ser
respondidas e solucionadas nas fazes dos projetos. E como abordado
anteriormente, vários aspectos podem ser pensados para melhorar o
desempenho ambiental do edifício em relação ao seu uso. Como exem-
plo, temos a reutilização de água; as soluções de conforto ambiental,
eficiência energética e as fontes alternativas de energia.
Por fim, na etapa de pós-uso e destinação final, algumas ou-
tras perguntas devem ser respondidas segundo Ottman (1997), as que
melhores se aplicam à construção civil são: “Pode-se projetar produtos
para serem duráveis? Serem reutilizáveis? Fáceis de reparar? Remanu-
faturados? Pode-se utilizar materiais e ingredientes biodegradáveis ou
passíveis de compostagem?” Tais questões podem parecer abstratas
ao se aplicar em edifícios, mas têm a base de suas respostas embasa-
das ao conceito de vida útil, ou seja, o tempo ao qual o edifício e seus
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

sistemas se presta as atividades para as quais foi projetado, atendendo


aos níveis de desempenho das normas, como a já mencionada ABNT
NBR 15575/2013.
Segundo Rezende, Brito & Freitas (2017) na publicação “A prá-
tica do ecodesign na construção civil e a busca pelo direito fundamental
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”:

A Norma introduz o conceito de vida útil de projeto – VUP, que é uma estima-
tiva teórica de tempo que compõe a vida útil. Poderá ou não ser atingida em
função da eficiência e constância dos processos de manutenção, cuidados
na utilização do imóvel, alterações do clima ou no entorno da obra etc. O
projeto deve especificar o valor teórico da Vida Útil de Projeto (VUP) previsto
para cada um dos sistemas que o compõem, não inferior ao limite mínimo
correspondente estabelecido na norma ABNT NBR 15575/201. (REZENDE,
BRITO & FREITAS. 2017)

46
Para acrescentar informações práticas temporais, a tabela
abaixo apresenta a vida útil de projeto de alguns elementos de uma
construção da norma ABNT NBR 15575/201. Quadro 1

Quadro 1 – Tabela de vida útil de projeto ciclo de produto dentro do ecodesign.

Fonte: REZENDE, BRITO & FREITAS, 2017

Dada a importância do ecodesign, soluções que atendam seus


princípios ganham espaço de destaque na mídia e são tomadas como
itens de referência e tendências. O reaproveitamento de materiais, por
exemplo, vem sendo visto cada vez mais em projetos de interiores, a
utilização do plástico, principalmente reciclados, ganha enorme espaço
entre os designers de móveis e objetos de decoração (figuras 8 e 9).
Iluminação e a ventilação (climatização) podem atender os
princípios sustentáveis em pequenas mudanças, alterações de layout,
posicionando a mesa de trabalho perto da janela, por exemplo, modifi-
cações nas escolhas de decoração, pintar as paredes de cores claras
ou tons pasteis e trocar as lâmpadas convencionais incandescentes e
fluorescentes pelos modelos de LED, mais eficientes e duráveis e no
momento de especificar equipamentos eletrônicos, atenção para mode-
los que consumam menos energia elétrica.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
A simplicidade caminha lado a lado com o ecodesign e o de-
sign sustentável. Ao optar pelo menor uso de materiais e também pelo
menor uso de itens de decoração, a solução projetual pode facilitar a
iluminação e a ventilação dos ambientes, bem como facilitar sua limpe-
za e a manutenção. Assim, a simplicidade e o minimalismo podem ser
considerados as maiores tendência dentro do ecodesign e do design
sustentável.

47
Figura 8 – Mesa de projeto, exemplo de móveis sustentáveis feitos com o lixo
plástico

Fonte: Sustentarqui, 2020

Figura 9 – Mesa de projeto, exemplo de móveis sustentáveis feitos com o lixo


plástico
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: Sustentarqui, 2020

48
Assim como o setor da construção civil é reconhecido por sua
importância no desenvolvimento econômico e social das cidades, é
reconhecido, também, por ser uma atividade que causa muitos impac-
tos ao meio ambiente. As soluções de desenvolvimento sustentável,
uma delas o ecodesign, tem por objetivo obras menos impactantes aos
recursos naturais e edificações mais sustentáveis. O setor deve incor-
porar alternativas ambientais para viabilizar a utilização eficiente em to-
das as etapas do ciclo de vida dos produtos. Para tanto, deve se buscar
o esforço contínuo e duradouro na gestão ambiental, a fim de criar con-
dições favoráveis ao correto equilíbrio entre os processos produtivos, os
produtos e a sustentabilidade.

Existem três certificações atreladas ao ecodesign; 1- Cradle


to Cradle (C2C): 2 - ISO 14062: 3 - ISO 14001: Cada uma entende a
diferentes aspectos da certificação. Trabalhar com elas garante a inova-
ção, a qualidade e a relação com os princípios da sustentabilidade e do
ecodesign, além de agregar valor ao produto.

SUSTENTABILIDADE NO DESIGN DE INTERIORES

Destacamos até o momento as mudanças climáticas, a escas-


sez de água, a diminuição dos recursos naturais e a ação do homem
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
sobre o meio ambiente, gerando muitos dos problemas ambientais na
atualidade. Mas também demonstramos diante deste grande impacto
ambiental causado, em larga escala pela indústria da construção ci-
vil, como os profissionais desse setor estão reavaliando seus princípios
e buscando novas formas de atuação. Devemos, portanto, estender o
alcance desta mudança consciente e comprometida de atitude para o
designer de interiores e como este seguimento pode enfrentar esses
problemas assumindo e promovendo a abordagem sustentável de seus
projetos.
O autor do livro Sustentabilidade no Design de Interiores, Siân
Moxon lembra que as novas tecnologias disponíveis ao mercado de
design atualmente devem incluir itens de iluminação energeticamente
eficiente, do tipo LED, materiais economicamente viáveis e pinturas ató-
xicas, termicamente isolantes que são desenvolvidos usando nanotec-
49
nologia. Destaca ainda que é preciso lembrar das lições e do aprendi-
zado válidos do passado, que envolvem o uso de prioritário de materiais
locais e fornecedores próximos, incorporando o chamado design pas-
sivo e utilização de materiais naturais, sempre que possível. Percebe-
mos, assim, que os assuntos voltados à temática da sustentabilidade e
ao ecodesign relacionados ao projeto de interiores, podem incorporar
produtos e recursos de alta tecnologia e sofisticação, mas depende ex-
clusivamente destes.
Assim é preciso focar primeiramente nos princípios sustentá-
veis voltados ao design de interiores, pois, este campo também está
sujeito à geração de resíduos – podendo ser resultantes tanto dos pro-
cessos de reformas e quanto no desenvolvimento de materiais, mobi-
liários e demais elementos utilizados. A sustentabilidade no design de
interiores é empregada desde a concepção, passando pela especifica-
ção do mobiliário, na definição dos revestimentos, tintas e até mesmo
em sistemas de captação de água pluvial, iluminação natural, ventilação
entre outros.
Estes princípios importantes podem ser descritos no princípio
dos 5R – Repensar, Reduzir, Recusar, Reutilizar e Reciclar. Voltados à
criação de um design sustentável, esses princípios se apresentam da
seguinte maneira:
• Repensar os materiais a serem especificados, deve-se evi-
tar a compra de produtos novos. A requalificação de espaços, objetos,
móveis é uma forte tendência do design de interiores e se apresenta
alinhada com este princípio. Se for necessário adquirir novos materiais,
é preciso se atentar a origem destes, bem como ao descarte das emba-
lagens e dos produtos anteriores.
• Recusar materiais fora dos padrões sustentáveis. Atentando-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

-se às empresas que tenham compromisso claro com o meio ambiente.


Tão importante como buscar materiais sustentáveis é a prática de evi-
tar materiais não sustentáveis e empresas que não se alinhem a estes
princípios.
• Reutilizar os materiais e objetos que inicialmente foram fa-
bricados para outras finalidades e usos, mas que já não podem mais
exercer sua real função, ou encontram-se subutilizados, evitando extra-
ção de matérias-primas da natureza. “A reutilização permite usar menos
material bruto, evitando o descarte em aterros e poupando o uso de
energia e água” (MOXON, 2012).
• Reciclar o que for possível em relação aos produtos. E dar
preferência a materiais provenientes de produtos reciclados e reciclá-
veis. Reciclar visa reduzir o consumo de água, energia e matéria-prima
utilizados na linha de produção. A indústria da reciclagem ainda contri-
50
bui para o aspecto social, gerando trabalho e renda.
• Reduzir a demanda pela produção de novos objetos. Pode
ser objetivado a partir da especificação de materiais com maior durabi-
lidade ou através da utilização de materiais reformados e ou reciclados.
Dentro do design de interiores objetos podem ganhar novos usos, palle-
ts, tábuas, caixas de madeira e até vergalhões de obra. Como exemplo,
temos o ambiente de uma sala (Figura 10) que utiliza de caixas de feira
pintadas como mesa de centro.

Figura 10 – Mesa de centro de material reutilizado

Fonte: Promob.com, 2020

Alinhados com os princípios de sustentabilidade, design sus-


tentável e sua aplicação ao design de interiores podemos destacar
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
algumas soluções que estão difundidas no meio da construção civil.
Vamos analisar algumas destas soluções para melhorar os projetos de
interiores.
Um dos princípios do design sustentável é a adoção de ma-
teriais reciclados e, principalmente, recicláveis. Neste quesito é impor-
tante atentar a algumas questões: nem todo material pode ter com-
ponentes reciclados, por isso, existem normas que determinaram as
porcentagens de material reciclado e como podem ser utilizados, tendo
por princípios a qualidade e a segurança do produto; é preciso atenção
à especificação de uso. Alguns resíduos podem ser tóxicos e não são
indicados a todos os ambientes e usos; nem todo material reciclado é
reciclável. Portanto, o ciclo de vida total do produto deve ser considera-
do. Alguns materiais e produtos misturam na sua composição elemen-
tos recicláveis e outros não, assim necessitam de uma tecnologia de
51
reciclagem e logística reversa específica e não vantajosa.
A qualidade do ar é outro fator relevante, alguns produtos, pi-
sos, forros, tintas e revestimentos, liberam agentes químicos no ar e
estes agentes precisam estar em níveis seguros. A liberação destes
agentes é maior na fase de demolição, atualmente existem empresas
especializadas na realização de demolições e na retirada com seguran-
ça destes materiais, além de descartarem corretamente os resíduos.
A iluminação artificial deve ser adequada, eficiente e aconche-
gante. As lâmpadas do tipo LED possuem uma grande variedade de
opções e adequações à cada ambiente. A vida útil e economia deste
tipo de lâmpada se torna incomparável diante das demais. A ilumina-
ção pode então ser utilizada para valorizar ambientes, dar conforto aos
usuários e ainda reduzir o consumo de energia.
A atenção ao potencial do espaço projetado é uma das princi-
pais maneiras de garantir a sustentabilidade. O posicionamento ideal
dos móveis e objetos em relação à circulação e janelas possibilitam
melhores resultados ou mesmo a doção de acessórios, como tapetes
que visam melhorar a climatização do ambiente. A qualidade correta da
iluminação natural em ambientes de estudo e trabalho, a livre circulação
de ar, a entrada da luz do sol nos ambientes adequados, soluções de
layout que trazem ganhos relevantes aos espaços interiores.
Por fim, quando pensamos em sustentabilidade, plantas e ve-
getações nos vêm à mente. Elas podem contribuir com a qualidade do
ar, temperatura, troca de gazes, além da humanização dos espaços e
da estética. Porém, uma medida que deve ser considerada é a especi-
ficação de espécies nativas e regionais, que possuem menor manuten-
ção e menor consumo de água, por estarem mais adequadas ao clima.
Outras duas questões importantes para a incorporação de vegetação
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

ao design de interiores de forma sustentável são: escolher espécies


adequadas a quantidade de luz e ventilação do local e o fornecimento
da quantidade de água necessária para o desenvolvimento da espécie
escolhida.
É quase inevitável pensar no tema da sustentabilidade e es-
tratégias de ecodesign em projetos de interiores sem questionar nos-
so modelo de consumo e nossas escolhas. Muitas vezes fora dos pa-
drões do mercado. O cliente deve estar seguro e consciente de suas
escolhas, e entender que os impactos não serão somente em relação
a beleza e aos custos, mas também em relação a exemplos positivos
que poderemos causar a sociedade, na nossa qualidade de vida e dos
demais ecossistemas.

52
Os sistemas de  automação predial, utilizados na construção
civil, podem ser grandes aliados nas soluções sustentáveis de projetos
de interiores, devem ser aplicados em diversas áreas. Sendo possível
elaborar produtos que proporcionam grande economia, maior seguran-
ça, conforto ambiental, bem como sofisticação e flexibilidade a todos os
seus usuários.

DESIGN SUSTENTÁVEL X ECODESIGN

Para o desenvolvimento de projetos de interiores eficazes do


ponto de vista da sustentabilidade é conveniente um importante traba-
lho de pesquisa. Muitas soluções aqui apresentadas e disponíveis no
mercado são disponibilizadas aos projetistas e clientes. E um significa-
tivo conhecimento que deve ser a correta compreensão das diferenças
entre o design sustentável e o ecodesign.
Partimos do entendimento que o ecodesign pode ser uma par-
te do design sustentável. Isto porque sua metodologia, seus concei-
tos, seus objetivos buscam soluções das necessidades sobre o meio
ambiente, entretanto, não incluem, necessariamente, o aspecto social
envolvidos. Como vimos a tríade do desenvolvimento sustentável deve
abarcar os três aspectos, ser viável economicamente, socialmente equi-
tativo e ecologicamente benéfico.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
O Ecodesign surge em 1992, através de empresas do setor
eletrônico, com foco em métodos para projetar produtos ecoeficientes,
mas sua primeira definição foi dada por Papanek (2005) no livro “Design
for the real world”. O objetivo era estabelecer “um conjunto de práticas
de projeto usadas na criação de produtos e processos ecoeficientes”
ou ainda “um sistema de projetar onde o desempenho respeita o meio
ambiente, a saúde e segurança em todo o ciclo de vida do produto e do
processo” (FIKSEL, 1995). Percebe-se que o principal objetivo do eco-
design é o de projetar produtos, serviços e lugares que visem a integra-
ção entre as questões ambientais – nas múltiplas fases do sistema de
produção, afim de reduzir o uso de recursos não renováveis ou minimi-
zem o impacto ambiental. Resumindo, o foco do ecodesign é ambiental.
Pazmino, 2007 desenvolveu um quadro comparativo entre o ecodesign
e o design formal (Quadro 2).
53
Quadro 2 – Quadro Comparativo Ecodesign x Design Formal

Fonte: PAZMINO, 2007

Por sua vez, o Design Sustentável é definido por Pazmino


(2007), como um processo de maior abrangência e complexidade, en-
globa que a solução do produto atinja os três pilares do desenvolvimen-
to sustentável; seja economicamente viável, ecologicamente correto e
socialmente equitativo. Para tanto, o design deve buscar satisfazer as
necessidades humanas de toda a sociedade, buscando uma visão mais
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

ampla de atendimento às comunidades menos favorecidas.


Para o design sustentável existe a interdependência de todos
os fatores envolvidos no desenvolvimento de um produto. Para uma
solução ser sustentável ela deve englobar esses conceitos em toda a
cadeia do produto. Manzini e Vezzoli (2002) afirmam que “para atingir a
sustentabilidade ambiental é necessário que ocorram percursos ideal-
mente praticáveis na mudança tecnológica e na mudança cultural”. Não
é o bastante o uso de novas tecnologias, com menor impacto no meio
ambiente, é preciso considerar as pessoas afetadas pelo produto. Se-
gundo Kazazian (2005):

A interdependência é um precioso revelador de sentido e direção, que se


trate da biosfera ou de organizações humanas: qualquer fenômeno reper-
cute no conjunto, que, por sua vez, mais ou menos tarde e de forma mais

54
ou menos intensa, acaba repercutindo na fonte do fenômeno. Um produto
interdependente pode ser considerado um poluidor nômade. A cada etapa
do seu ciclo de vida (extração das matérias primas, fabricação, distribuição,
utilização, valorização), fluxos de entrada (matérias e energias) e de saída
(resíduos, emissões liquidas e gasosas) produzem impactos negativos sobre
o meio ambiente (poluições, resíduos, nocividades…) em diferentes lugares
do planeta. (KAZAZIAN, 2005. p.35)

Como observamos, apesar dos temas serem bem próximos,


os objetivos e conceitos são bem diferentes. Buscando simplificar o en-
tendimento vamos introduzir o conceito de design social, para fechar o
raciocínio. Usaremos por base o autor Pazmino (2007), que define que
o objetivo do design social é “desenvolver produtos que atendam às
necessidades reais específicas de cidadãos menos favorecidos, social,
cultural e economicamente”. Portanto o público-alvo do design social é
a populações com necessidades especiais por condições social, idade,
saúde ou inaptidão. A quadro comparativo entre o Design Social x De-
sign Formal (Quadro 3)

Quadro 3 – Quadro Comparativo Design Social x Design Formal

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: PAZMINO, 2007

55
No campo do design social também entra o design inclusivo,
esta área visa desenvolver produtos e soluções que podem ser utili-
zados por todos. A área do design de interiores também engloba as
soluções para portadores de necessidades especiais, idosos e medidas
de ergonomia. Este campo ganha cada vez mais mercado por dois as-
pectos: a inclusão social e o envelhecimento da população brasileira.

Como vimos, os três termos são diferentes, apesar de próxi-


mos. Usaremos as imagens a seguir para explicar graficamente que o
design sustentável é a junção do design social com o ecodesign:

Figura 11 – Imagem Esquemática Design Social


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: PAZMINO, 2007

A figura anterior demonstra que o design social acontece quan-


do temos a relação entre a busca por benefícios para a sociedade e, ao
mesmo tempo, atentamos para questões econômicas e viáveis.

56
Figura 12 – Imagem Esquemática Ecodesign

Fonte: PAZMINO, 2007

Por sua vez, a figura 12 monstra que o ecodesign acontece


quando temos a relação entre a busca por benefícios para o meio am-
biente natural e sua preservação e, também, ao mesmo tempo atenta-
mos para questões econômicas e viáveis:

Figura 13 – Imagem Esquemática Design Sustentável

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: PAZMINO, 2007

57
Para atingir o design sustentável considera-se a interdepen-
dência dos múltiplos fatores envolvidos na confecção de um produto ou
projeto de um ambiente construído. Não se trata de implantar tecnolo-
gias e soluções mirabolantes, que impactem menos o meio ambiente, é
preciso incorporar o aspecto social, as pessoas envolvidas na utilização
do produto, em todo seu ciclo de vida. O ecodesign faz parte do design
sustentável, seus conceitos respondem às necessidades do meio am-
biente e o design social busca solucionas questões que envolvem os
aspectos sociais envolvidos, e apenas como um design com o foco no
desenvolvimento sustentável é que poderá obter um resultado viável
economicamente, socialmente equitativo e ecologicamente benéfico.
No design sustentável, os resultados devem satisfazer as ca-
rências humanas e ambientais básicas, desenvolvendo com responsa-
bilidade e não prejudicando o equilíbrio ambiental, favorecendo e equi-
dade social, afim de garantir esta mesma condição às futuras gerações.

O livro Sustentabilidade no design de interiores – do autor


Sian Moxon, da editora Gustavo Gili; Edição: 1ª (15 de agosto de 2012),
aborda como a sustentabilidade pode contribuir para o design de inte-
riores. Destina-se a profissionais, estudantes que busquem conteúdos
relacionados a sustentabilidade e projetos de interiores. Amplamente
ilustrado, o livro é uma referência fundamental de aprofundamento
sobre o tema.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Filmes sobre o assunto:


- Design Ecológico, Documentário.
- Abstract: The Art of Design, Documentário, 2018.
- Uma Verdade Inconveniente, Documentário, 2007

Acesse os links:
SUSTENTARQUI. Disponível em: <www.sustentarqui.com.br>
Acessado em 21 de junho de 2020
IBERDROLA. Disponível em: <www.iberdrola.com> Acessado
em 21 de junho de 2020
DESIGNFERA. Disponível em: <www.designfera.com.br>
Acessado em 21 de junho de 2020
DESIGNBRASIL. Disponível em: <www.designbrasil.org.br>
Acessado em 21 de junho de 2020
58
RECYCLART. Disponível em: <www.recyclart.org> Acessado
em 21 de junho de 2020
DESIGNCULTURE. Disponível em: <www.designculture.com.
br> Acessado em 21 de junho de 2020
ECYCLE. Disponível em: <www.ecycle.com.br> Acessado em
21 de junho de 2020
IINSPIRADAS. Disponível em: <www.iinspiradas.com.br>
Acessado em 21 de junho de 2020
ARCHDAILY. Disponível em: <www.archdaily.com.br> Acessa-
do em 21 de junho de 2020

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

59
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: CS-UFG Órgão: UFG Prova: Arquiteto e Urbanista
A figura a seguir apresenta o Restaurante Ibérico, de Beti Font Ar-
quitetura Sustentável & Lighting Design.

Perspectiva do Restaurante Ibérico (23015), de Beti Font Arquitetura Susten-


tável & Lighting Design. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/constru-
cao>. Acesso em 23 jan. 2017
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Com base nas imagens, os itens numerados são, respectivamente:


a) 1 - telhado verde; 2 - captação de água; 3 - sistema de aquecimento
solar; 4 - captação de água pluvial; 5 - sistema de irrigação; 6 - Sistema
de filtragem de água; 7 - caixa d’água.
b) 1 - captação de água pluvial; 2 - sistema de irrigação; 3 - sistema de
aquecimento solar; 4 - captação de água pluvial; 5 - sistema de irriga-
ção; 6 - sistema de filtragem de água; 7 - caixa d’água.
c) 1 - telhado verde; 2 - captação de água; 3 - sistema de aquecimento
solar; 4 - captação de água pluvial; 5 - sistema de irrigação; 6 - caixa
d’água; 7 - caixa d’água.
d) 1 – captação de água pluvial; 2- sistema de irrigação; 3 – sistema de
aquecimento solar; 4 – captação de água pluvial; 5 – ponto de água; 6
– caixa d’água; 7 – Sistema de filtragem de água.

60
QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: CEF Provas: Arquiteto 
Para a garantia da sustentabilidade das edificações, a busca por
certificações tem-se intensificado nos últimos anos. Entre as me-
todologias de avaliação existentes, destaca-se o uso do LEED
(Leadership in Energy and Environmental Design) e, no Brasil, da
Alta Qualidade Ambiental (AQUA). Acerca desse assunto, assinale
a opção correta.
a) A metodologia de avaliação proposta pelo GBC (Green Building Cha-
lenge) é a CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building
Environmental Efficiency).
b) O LEED, um sistema de rotulagem ambiental de componentes e edi-
fícios, considera multicritérios na sua avaliação e proporciona um rótulo
ambiental no final da avaliação.
c) Na categoria saúde, o sistema AQUA avalia conforto térmico, acústi-
co, visual e olfativo.
d) No caso do sistema LEED, a certificação é obtida segundo a classifi-
cação: certificada, prata, ouro e platina.
e) A desvantagem do sistema AQUA é que ele não possui categoria
específica para a fase de execução e canteiro de obra.

QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: STJ Prova: Analista
Judiciário - Arquitetura
Acerca da sustentabilidade urbana, julgue o item subsequente.
Instalados nas fachadas ou na cobertura de um edifício, os painéis
fotovoltaicos, cujas fotocélulas transformam a energia solar em
eletricidade por meio de semicondutores fabricados com compos-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
tos de silício, produzem eletricidade para as necessidades inter-
nas, podendo até fornecer energia para a rede pública.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: Arquiteto
Com relação à eficiência energética em edifícios, considere:
I. Coletores solares para geração de calor para o aquecimento de
água.
II. Escolha correta dos materiais de construção opacos e translúci-
dos em função da forma.
III. Gerenciamento dos elevadores.
Os itens I, II e III correspondem, respectivamente, a tecnologias
61
a) solares ativas, solares passivas e proativas.
b) solares passivas, solares ativas e proativas.
c) proativas, solares passivas e solares ativas.
d) solares ativas, solares passivas e proativas.
e) proativas, solares ativas e solares passivas.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: CETRO Órgão: AMAZUL Prova:  Arquiteto
Assinale a alternativa que apresenta as principais características
de um Edifício Ecológico (Green Building).
a) Foco nos objetivos da edificação, que incluem a satisfação do usuá-
rio e a responsabilidade ambiental da edificação em relação ao meio
ambiente. Análise e tratamento dos processos produtivos em todo o
ciclo de vida da edificação, desde a extração de matéria-prima para
fabricação de materiais e componentes de construção, até a destina-
ção do entulho de obra e outros produtos resultantes da demolição da
edificação. Opção por materiais, componentes e sistemas alternativos
que contribuam para o uso racional dos recursos naturais no âmbito da
edificação, tais como exploração da energia solar, reaproveitamento da
água da chuva, reciclagem e reutilização.
b) Foco na eficiência energética da edificação e na produtividade das
atividades do usuário; uso intensivo de tecnologia de ponta sob a forma
de componentes, equipamentos e sistemas destinados à automação
predial; disponibilidade de vários serviços e facilidades (telecomunica-
ções, transmissão de dados e rede de dados).
c) Foco em materiais e tecnologias construtivas que maximizam apro-
veitamento dos espaços. Opção por componentes e sistemas que
viabilizam o uso racional de recursos como ar, água, energia e outros
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

combustíveis. Opção de construção de edifícios altos preparados para


suportar grandes impactos e movimentações.
d) Foco no desempenho da edificação ao longo da vida útil e na satis-
fação do usuário; valorização dos aspectos estéticos e institucionais do
empreendimento; ações para integração da edificação com a cidade e
com a sociedade por meio de parcerias entre a sociedade civil orga-
nizada, a indústria e o governo; uso da tecnologia de ponta somente
em casos em que a tecnologia não viabilize, por si só, o desempenho
adequado da edificação.
e) Foco na sustentabilidade, não só da edificação, mas também da in-
dústria da construção; ampliação das preocupações com o meio am-
biente; ações voltadas para o desenvolvimento sustentável das cida-
des e da indústria, tais como uso preferencial de tecnologias e recursos
disponíveis na região onde a edificação será construída, contribuindo
62
para o desenvolvimento socioeconômico do local; envolvimento da so-
ciedade na definição de instrumentos legais para a regulamentação da
produção das edificações e suas partes, ou seja, projeto, fabricação
de materiais e componentes, construção, operação/ uso, manutenção,
demolição, entre outras atividades

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Na imagem abaixo vemos exemplos de móveis construídos com pallets.


Este tipo de solução tornou-se muito popular e foi amplamente desen-
volvida em propostas de design de interiores, que buscam alternativas
sustentáveis. Qual princípio do design sustentável os moveis feitos com
pallets empregam?

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


Móveis feitos de pallets. Fonte: Arqblog, 2020.

TREINO INÉDITO

A indústria da construção civil adota o ecodesign também por uma es-


tratégia de competitividade. As construtoras devem, portanto incorporar
no ambiente construído soluções e princípios do ecodesign, como:
a) Escolha de materiais de baixo valor econômico e alto valor ambiental.
b) Eficiência energética: minimização do consumo de energia para os
processos de fabricação.
c) Qualidade e durabilidade reduzidas. Seguindo princípios da obsoles-
cência programada.
d) Modularidade. objetos produzidos em larga escala com materiais
63
plásticos e formas metálicas.
e) Reaproveitamento:  produtos devidamente descartados de forma a
aproveitar o deslocamento do transporte de lixo e usinas de reciclagem.

NA MÍDIA

Loft nova-iorquino tem decoração totalmente vegana e sustentável


A escritora e digital influencer Kim-Julie Hansen usou peças da West
Elm para seu novo lar no SoHo. O veganismo neste caso também está
relacionado à moda, beleza e, claro, decoração. A cliente deste imóvel
entrou para este estilo de vida em 2011 e, desde então, fala sobre o
assunto no seu site e no Instagram - é dela uma das contas veganas na
rede social de maior destaque.
A reportagem aborta um loft característico do SoHo, em Nova York, em
que a proprietária queria incrementar a casa com produtos totalmente
veganos, além de elementos que fossem sustentáveis, e não degra-
dassem o meio ambiente - do processo de produção até o seu eventual
descarte dos materiais e produtos no futuro.
Como exemplo: por não existirem elementos feitos de lã ou couro, as
roupas de cama para o frio foram feitas de material sintético, com tec-
nologia ultra-soft. Em um dos quartos, a vista para a cidade faz parte da
decoração, uma solução simples, mas elegante. Soma-se a estas ou-
tros exemplos de designer sustentável aplicado ao projeto de interiores.

Fonte: Casa Voge


Data: 13/01/2018
Leia a notícia na íntegra: www.casavogue.globo.com/Interiores/apar-
tamentos/noticia/2018/01/loft-nova-iorquino-tem-decoracao-totalmente-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

-vegana-e-sustentavel.html acessado em junho de 2020.

NA PRÁTICA

O uso de plantas para melhorar a qualidade do ar em ambientes


internos
Como sabemos os benefícios das plantas e áreas verdes para as ci-
dades são amplamente difundidos. Entretanto, cumprem importante
papel dentro de ambientes internos, como casas e escritórios. A em-
presa aérea espacial americana, NASA, no final da década de 1980 já
estudava certas plantas para garantir um ar mais puro e limpo dentro
do espaço confinado das estações espaciais. As plantas podem filtrar
certos compostos nocivos no ar, tornando-o muito mais saudável, além
de embelezar e melhorar o clima interno. Por isso, utilizar plantas como
64
opção simples e prática de design sustentável deve ser uma importante
solução de um projeto de interiores. Como exemplo temos: Aloe Vera
ou Babosa, Gérberos, Azaleias e entre outras.

Fonte: www.exame.com/estilo-de-vida/7-plantas-que-ajudam-a-limpar-
-o-ar-em-casa/ acessado em junho de 2020.

PARA SABER MAIS

Filmes sobre o assunto:


• Design Ecológico, Documentário, Disponível em: documentar on de-
mand – Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7neWgExucQU
• Abstract: The Art of Design, Documentário, Disponível em: Netflix Brasil.
• Uma Verdade Inconveniente, Documentári, Disponível em Netflix Brasil.

Livros:
• MANZINI E & VEZZOLI C. O desenvolvimento de produtos susten-
táveis. São Paulom EdiUSP, 2002. MERICO Fernando Krieger. Econo-
mia e sustentabilidade – O que e como se faz. São Paulo.
• KAZAZIAN T. Haverá a Idade das Coisas Leves: Design e Desen-
volvimento Sustentável. Editora SENAC, São Paulo, 2005;
• KWOK G. A., GRONDZIK T. W. Manual de Arquitetura Ecológica.
Editora Bookman;
• PAPANEK V. Arquitectura e Design: Ecologia e Ética. Editora Alme-
dina, 2007;
• BARBERO, Silvia. Ecodesign. Editora, 2009.

Acesse os links:
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
• CUBOVERDE. Disponível em: <cuboverde.com.br/> Acessado em: 21
de julho 2020.
• FGMF. Disponível em: <fgmf.com.br> Acessado em: 21 de julho 2020.
• BCMFARQUITETOS. Disponível em: <bcmfarquitetos.com> Acessa-
do em: 21 de julho 2020.
• METROARQUITETOS. Disponível em: <metroarquitetos.com.br>
Acessado em: 21 de julho 2020.
• NITSCHE ARQUITETOS. Disponível em: <www.nitsche.com.br>
Acessado em: 21 de julho 2020.
• AR-ARQUITETOS. Disponível em: <www.ar-arquitetos.com.br> Aces-
sado em: 21 de julho 2020.

65
ASPECTOS URBANOS DE
SUSTENTABILIDADE & ECODESIGN

ELEMENTOS QUE PERMITEM O USO DE VEGETAÇÃO: ASPECTOS


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

NATURAIS, CULTURAIS E URBANÍSTICOS

Nos tempos atuais, a grande maioria dos países sofre com o


devastador e desalinhado crescimento urbano e uma perspectiva de
crescente caos, proveniente do ultrapassado e duvidoso modelo de
ocupação urbana – desenvolvido a partir do século XVIII, desde a era
industrial. No Brasil, que serve de exemplo para a maioria das cidades
latino-americanas, houve uma intensa urbanização nas últimas seis dé-
cadas, levando a uma rápida concentração de interesses nas cidades.
As indústrias, serviços e, conseguintemente, postos de trabalhos, so-
mados à mecanização do campo, geraram uma rápida e desordenada
ocupação das cidades, levando a problemas atuais como o déficit ha-
bitacional, saneamento básico, mobilidade, escassez de emprego, que
são os principais dilemas sociais enfrentados pelas cidades brasileiras.
66
Nos últimos 60 anos a distribuição populacional brasileira se
transformou e inverteu a distribuição da população no espaço nacio-
nal. Em 1945, a população urbana correspondia a menos de 25% da
população total do pais, já em 2000 a proporção de urbanização atingia
82%, considerando um contingente populacional ainda muito maior que
no passado, um total de 169 milhões - enquanto a população total au-
mentou 20%, a população das cidades aumentou 40%, concentrada em
nove áreas metropolitanas, que por sua vez são responsáveis por um
terço da população brasileira (ROMERO, 2009). As projeções estatísti-
cas do IBGE em 2004, demonstravam um cenário em que a população
brasileira pode atingir o ápice em 2060 com 260 milhões de habitantes,
com a maioria ocupando regiões urbanas. (IBGE 2004)
É fundamental questionar qual será a situação das cidades bra-
sileiras diante dessas previsões. Sendo que parte dos desafios passam
pelo caminho da sustentabilidade urbana. Tentar buscar um equilíbrio
entre o desenvolvimento da industrialização em relação aos recursos
naturais, a manutenção das áreas verdes, dos parques, das nascentes,
cuidar das emissões de poluentes – essa poluição toda pode interferir,
inclusive, nas áreas de vegetação que estejam longe das metrópoles.
No entanto, sem deixar de ponderar que a noção de sustentabilidade
é evolutiva, conforme as relações científicas e tecnológicas de cada
época e que novas necessidades e demandas humanas, espaciais e
ambientais fazem parte desta equação e planejamento do futuro das
cidades. Portanto, o urbanismo sustentável também é um conceito em
constante ajuste e adequação às necessidades humanas, resultante
de experimentos, vivências, pesquisas e interações dos fenômenos
socioculturais, econômicos, ambientais, tecnológicos.
As soluções urbanísticas sustentáveis de forma simples, bus-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
cam um melhor ordenamento do ambiente urbano e uma melhor quali-
dade de vida para os habitantes, melhora mobilidade urbana, diminui-
ção da poluição sonora e atmosférica, o correto descarte de resíduos
sólidos, a busca pela eficiência energética, aumento na economia e
consumo consciente de água, entre outros aspectos. Diversos autores
trabalham atualmente com o tema, para Romero (2007):

(...) cidade sustentável é o assentamento humano constituído por uma socie-


dade com consciência de seu papel de agente transformador dos espaços
e cuja relação não se dá pela razão natureza-objeto e sim por uma ação
sinérgica entre prudência ecológica, eficiência energética e equidade socio-
espacial. (ROMERO, pag. 103, 2007)

Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente (2020), o pen-


samento do desenvolvimento urbano sustentável deve buscar um me-
67
lhor ordenamento do ambiente urbano, primando pela qualidade de vida
da população. A noção de desenvolvimento urbano deve ir muito além
da ideia de crescimento coordenado, deve incluir um diálogo entre os
ecossistemas e ações humana nas cidades, aspectos sociais equitati-
vos e o desenvolvimento econômico viável, garantindo a qualidade de
vida para esta e futuras gerações.
Podemos afirmar que para se construir um desenvolvimento
sustentável urbano é preciso ocorrer uma mudança clara na visão de
mundo, que hoje em dia se caracteriza por ser extremamente mecani-
cista, para uma visão ecológica, holística. Para isso, precisamos buscar
uma visão integrada e articulada dos processos. No Relatório Brun-
dtland da ONU, apresentado pelo documento intitulado Nosso Futuro
Comum, é destacado: “O desenvolvimento sustentável só será alcança-
do quando as atividades humanas atenderem às necessidades do pre-
sente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atende-
rem às suas próprias necessidades” (Relatório Brundtland, (1987).
A busca por utilizar técnicas e princípios para planejar e regular
a construção e o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, surgiu
dentro do urbanismo como uma corrente nomeada de Novo Urbanis-
mo, emergiu na década de 1980 nos Estados Unidos. Segundo EcoD
(2020), “o objetivo era resgatar a qualidade de vida e melhorar o rela-
cionamento entre o homem e a cidade, promovendo o desenvolvimento
sustentável”, pensando a longo prazo, buscava-se o crescimento orde-
nado que minimizasse os impactos sociais, ambientais e econômicos
das ações urbanas.
Como na arquitetura ou no design de interiores, pensar em ur-
banismo sustentável é pensar antes de tudo em urbanismo de qualida-
de. Passando também pela retomada de conceitos ligados à susten-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

tabilidade. Nesse ponto podemos retomar o princípio dos 5 R’s, como


atitudes básicas para o desenvolvimento sustentável, reduzir, reciclar,
reutilizar, recusar e repensar. Indicaremos, portanto, uma análise ba-
seada nos princípios dos primeiros 5 R’s:

• Reduzir: Atrelado ao urbanismo sustentável, principalmente,


às práticas de redução de resíduos sólidos – com gerenciamento e des-
carte adequados do lixo e demais resíduos produzido pelas cidades.
O princípio da redução também pode ser aplicado a diferentes deman-
das urbanas, como por exemplo; a mobilidade urbana e a ocupação de
áreas urbanizáveis.
A mobilidade urbana, que provoca impactos diretos em inúme-
ras questões urbanas, precisa ser transformada e, para isso, deve-se
almejar o desenvolvimento de soluções que busquem alternativas ao
68
tradicional sistema de mobilidade urbana das metrópoles modernas,
que investe no intenso fluxo de veículos, principalmente de baixa capa-
cidade de passageiros, movidos por motores que utilizam combustíveis
fósseis. A mudança dos modais, modelos de centralidade, densidade e
corredores de bairros, criar vias de acesso diversificado entre os bair-
ros, investimento em conectividade e revitalizando caminhos para con-
forto e segurança dos pedestres, destinação de vias para circulação de
bicicletas, destinação de espaços e ruas para circulação exclusiva de
transporte público são algumas outras excelente estratégia que podem
ser adotadas.
Estas propostas, de forma simplificada, visam uma redução
das distâncias e tempo de percurso para o deslocamento das pessoas
e mercadoria e, paralelamente, também se almeja uma significativa re-
dução na emissão de gases altamente poluentes e, consequentemente,
de seu impacto na atmosfera, além de uma minimização da poluição
sonora produzida pelo excesso de veículos.
Do ponto de vista da ocupação urbana desordenada – que
também impacta nas questões de mobilidade – as soluções visam re-
duzir as áreas ocupadas pela cidade e, assim, investir em planejamento
estratégico: valorizando espaços livres, controle de densidade, novas
centralidades, uso misto, fachadas ativas, boa infraestrutura das cons-
truções e qualidade da infraestrutura urbana. Isso garante uma melhor
eficiência da oferta de equipamentos, serviços e infraestrutura por área
ocupada da cidade, buscando garantir o acesso de todos a estes servi-
ços de forma mais barata, equilibrada e acessível a todos.

• Reutilizar: este princípio do desenvolvimento sustentável apli-


cado ao desenvolvimento urbano busca dar prioridade aos processos
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
de gestão das cidades, valorizando a história, a cultura e os recursos
de cada cidade. O foco deve ser em alternativas a substituição através
de demolição de construções antigas, evitando a descaracterização do
cenário urbano, prejuízos em relação a empreendimentos já estabele-
cidos, aproveitamento de infraestrutura já existente, a conservação dos
patrimônios histórico e cultural e garantindo a permanência dos usuá-
rios dos espaços urbanos, são alguns dos objetivos de se pensar em
reutilização no cenário urbano. O reaproveitamento de edifícios pode
ser feito através do retrofit, tombamento, adequação de uso, reforma,
entre outras soluções.
Além da revitalização de espaços urbanos e de espaços pú-
blicos, associada à implementação de espaços verdes, também são
soluções e formas de pensar o urbanismo sustentável, transformando
e reutilizando territórios que podem estar subaproveitados e que carre-
69
gam um potencial de valorização muito grande. Na revitalização de par-
ques, pode-se, por exemplo, desenvolver espaços de equilíbrio entre
grandes áreas verdes e áreas construídas, com a inclusão de plantas,
proporcionando sombreamento e facilitando a circulação dos ventos, a
purificação do ar, impedindo a formação de ilhas de calor causadas pelo
excesso de construções de concreto.

• Reciclar: A produção de enormes quantidades de resíduos é


um dos grandes problemas das grandes cidades contemporâneas, es-
pecialmente se eles não tiverem, como no caso da maioria das cidades
da América Latina, destinação adequada. Busca-se evitar a contamina-
ção do meio ambiente, principalmente do solo e leito de rios, a disse-
minação de doenças, com o intuito de minimizar os grandes impactos
ambientais. Atualmente existem diversas normas que regulamentam o
descarte e a destinação final ambientalmente adequada de resíduos. A
reciclagem em seu aspecto básico atrelada ao urbanismo é fundamen-
tal, mas também devemos pensar em reciclagem nas cidades como
forma de planejar espaços de outra maneira, pensando alternativas que
proponham novas formas de ocupação urbana. Desta madeira é pos-
sível trabalhar para a implementação do uso misto do território, ofere-
cendo diversidade de comércios, moradia, trabalho, educação e lazer
de forma mais agrupada, atentando para a diversidade e o reaproveita-
mento urbano.
Podemos ainda pensar na reciclagem dos sistemas de abaste-
cimento de energia, por exemplo, com a valorização das energias alter-
nativas e renováveis. O sistema de iluminação, como um todo, pode ser
reciclado, o investimento em espaços bem iluminados, com lâmpadas
de baixo consumo de energia, pode  garantir segurança e ambientes
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

atraentes, aumentando o tempo de utilização destes espaços e tam-


bém sua eficiência de uso. Ainda sobre iluminação, é preciso reciclar o
modelo de ocupação e implantação de edificações no espaço urbano,
buscando valorizar a iluminação natural, possibilitando planejamentos
de construções que valorizem a entrada da luz natural e seu aproveita-
mento.

• Recusar e Repensar: É preciso sobretudo recusar o modelo


de cidade atual, recusar que a cidade contemporânea é a única for-
ma de urbanização viável. Cidades segregadas social e espacialmente,
carentes de infraestrutura, sem valores histórico e afetivo, com alto ín-
dices de poluição e degradação do meio ambiente não são os únicos
modelos de cidades possíveis. É preciso acreditar que as cidades se
desenvolveram e chegaram a este estágio atual levadas por um modelo
70
econômico e político específico e que estas mesmas cidades podem ser
transformadas e firmarem um novo modelo.
Deve-se recusar soluções ultrapassadas e comprovadamente
ineficientes; alargamento de vias, canalização de leitos de rios, espraia-
mento urbano, segregação espacial, rodoviarismo entre tantas outras
soluções. É preciso repensar a cidade e acreditar que é possível um
modelo de cidade que se desenvolva de forma sustentável e negar, de
forma gradual, consciente e constante todo o resto.

Assim é preciso repensar a cidade e seus processos consti-


tuintes. Refletir tendo como foco o desenvolvimento sustentável. Re-
considerar seguindo os conceitos anteriormente descritos e alguns ou-
tros aplicados em uma cidade que busque o desenvolvimento de um
urbanismo sustentável:

• Prioridade ao pedestre: o foco no pedestre é um conceito


que pretende estimular a locomoção a pé como um processo agradável
e atraente, buscando a redução do uso do automóvel e de transpor-
tes individuais, dos índices de poluição, busca-se também a diminuição
dos índices de sedentarismo e o tempo de permanência em ambientes
fechados e de baixa salubridade. Portanto, busca criar ruas melhores
voltadas ao pedestre: que esteja limpas, que sejam seguras, arboriza-
das, com pouco ruído, que tenham calçadas amplas e dotadas de sina-
lizações, com mobiliário urbano confortável, acessíveis, com ilumina-
ção adequada, assim, fazendo com que as pessoas percam o receio e
saiam às ruas.

• Uso misto e complementariedade: esse conceito, entende


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
que quanto mais variada for a diversidade de usos e de pessoas, bem
como maior a concentração de pessoas, mais vivo e interessante é um
lugar. Assim, o uso combinado e compartilhado de diferentes funções
da cidade, como moradia, comércio, lazer, escritórios e educação no
mesmo espaço, deve ser incentivado. Este princípio busca evitar lon-
gos deslocamentos, reduzindo estresse, poluição, engarrafamento e
aumentando a qualidade de vida dos habitantes, através de quadras e
prédios agrupados de forma a se complementarem e atraírem as pes-
soas a utilizarem o espaço público.

• Densidade equilibrada: a densidade urbana requer um cui-


dado devido a sua importância para a preservação ambiental. A concen-
tração de pessoas em uma menor área tende a proporcionar um melhor
desempenho do gasto energético, reduzindo e distribuição de energia
71
por m², reduzindo a emissão de gases nocivos, otimizado o transporte
público e demais redes de infraestrutura: água, esgoto, energia, dados.
Não existe uma densidade ideal, muitos fatores interferem nesta de-
finição, como por exemplo, evitar o aumento do uso de terrenos com
edificações mediante a oferta de área em uma cidade.

• Diversidade de moradores: atenta aos princípios do desen-


volvimento social, uma cidade sustentável deve promover o convívio
entre pessoas de diferentes extratos sociais, culturas, idades e ativida-
des. Buscando uma convivência equilibrada e promovendo a variedade
de ideias, de necessidades e de interesses. Ampliando a diversidade de
relações de convívio e de vizinhança. Busca-se uma maior qualidade
social, tornando o espaço urbano mais solidário, justo e inteligente.

• Senso de comunidade: esse conceito tem por objetivo refor-


çar a identidade local, a sensação de pertencimento, através da eleva-
ção da segurança e o bem estar da comunidade. O princípio é elevar
o sentimento de pertencimento e de integração com um lugar único,
característico e reconhecido dentro da cidade por seus moradores. A
comunidade tende a se organizar para trabalhar em melhorias e exigir
melhorias e direitos.

• Espaços públicos: aqui as soluções devem priorizar locais


seguros e atraentes para garantir o vigor dos espaços públicos. Mais
uma vez a diversidade, desta vez a diversidade de atrativos, busca con-
ciliar praças, parques, cafés, restaurantes, calçadões, orlas com áreas
amplas e arborizadas com adoção de jardins e paisagismo. Tudo inte-
grado e combinado com o uso continuo e segurança pública eficiente,
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

para atrair mais pessoas para a rua e, conseguintemente, aumentar a


segurança e o uso, em um ciclo virtuoso.

• Ambiente construído: neste aspecto o urbanismo susten-


tável busca por construção com alto padrão de desempenho, ou seja,
edificações projetadas e construídas com o emprego de técnicas e ma-
teriais que busquem a redução e o impacto ambiental. Principalmente
em relação ao consumo de energia, a geração de gases poluentes e o
descarte de resíduos. Os projetos devem incentivar o uso de soluções
de iluminação e ventilação naturais, além de aquecimento solar, apro-
veitamento de águas e o respeito à paisagem e ao entorno natural da
edificação. Para além destas soluções, todas as construções devem
priorizar soluções de design sustentável também para os espaços inter-
nos, com alta qualidade e vida longa.
72
• Conectividade e integração regional: buscando a susten-
tabilidade, um centro urbano precisa ter conectividade e integração,
assim os bairros devem estar ligados por uma rede de caminhos que
possibilite múltiplas alternativas de locomoção e interação. Deve-se dar
preferência ao transporte coletivo de alta capacidade, inteligente e inte-
grado em toda a região metropolitana, além dos estímulos a outros mo-
dais, como o deslocamento a pé e o uso de bicicletas. Assim, a cidade
se torna um intricado de múltiplos centros, de diversas características,
ou seja, cada um com suas vocações.

• Harmonia com a natureza: a busca por uma relação cordial


com o ambiente natural é atingida através da utilização da luz natural,
da troca de gazes e o ar fresco e limpo circulando livremente entre os
prédios, posicionados de forma conveniente entre as ruas, os jardins,
áreas livres, parques e praças. Esta harmonia também está em prédios
que buscam a melhor orientação solar e dos ventos dominantes e o
equilíbrio entre áreas verdes e áreas construídas a diversidade e rique-
za de parques formados por plantas nativas. O sombreamento feito com
árvores, protegendo o pedestre ao longo das calçadas proporcionando
conforto e beleza. Todos estes elementos podem ser estimulados para
melhorar as condições e qualidade de vida dos moradores das cidades.

Segundo estes princípios, o planejamento urbano deve possi-


bilitar a construção ou expansão das cidades de formas mais humana,
eficiente e sustentável. Muitas cidades ao redor mundo já aderiram a
estes conceitos para garantir o desenvolvimento e reduzir seus impac-
tos sociais, econômicos e ambientais.

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Muitos dos conceitos até aqui apresentados são debatidos e


devem estar presente no Plano Diretor de seu município. O Plano Di-
retor é o instrumento básico de política urbana para o desenvolvimento
do município, e tem sua principal finalidade a de orientar a atuação do
poder público governante e também da iniciativa privada na construção
dos espaços edificados urbanos, bem como na oferta dos serviços pú-
blicos necessários, visando assegurar as melhores condições de vida
para toda a população. Tendo por característica ser participativo e aber-
to à comunidade. É importante estar atento e participar para saber se os
caminhos determinados para sua cidade estão dentro dos princípios do
desenvolvimento sustentável.
73
INFRAESTRUTURA VERDE E RESILIÊNCIA URBANA

Segundo a Agenda 21 uma construção sustentável é

“um processo holístico que aspira a restauração e a manutenção da har-


monia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamen-
tos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica”.
Nesse cenário, podemos perceber que o desenvolvimento sustentável será
alcançado com ações que equilibrem as questões ambientais, econômicas e
sociais.” (AGENDA 21, 2020)

No urbanismo sustentável, não é proposto o travamento do


desenvolvimento das cidades, mas sim um desenvolvimento ligado à
promoção ecológica de alternativas que agregam tecnologia e eficiên-
cia sem destruir ou esgotar os recursos disponíveis, de forma social e
economicamente planejadas. Assim, a construção sustentável das cida-
des, como nas edificações, busca soluções no ecodesign e no design
sustentável.
Atualmente, podemos encontrar os melhores exemplos de
ecodesign e design sustentável nas soluções voltadas à infraestrutu-
ra verde, na valorização dos aspectos naturais do meio urbano e em
soluções que visem o uso de elementos que permitam a utilização da
vegetação para a solução de problemas.
Segundo Herzog (2010), podemos considerar o modelo de ur-
banização tradicional, como um modelo predominantemente formado
pela infraestrutura “cinza”, ou seja, principalmente, pelas ruas asfalta-
das, os automóveis, concreto, ambientes áridos, poluição e o foco no
transporte por automóvel e a economia em grande escala. Outros auto-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

res como Hisayasu e Pellegrino (2009) descrevem que os sistemas de


infraestruturas adotados como convencionais desrespeitam os elemen-
tos naturais do meio ambiente, o que leva aos danos no ecossistema ur-
bano, à diminuição das áreas verdes urbanas, contaminação dos solos,
poluição do ar, comprometimento da qualidade das águas superficiais e
subterrâneas, entre outros problemas.
Um tema que também é estudado com frequência entre os
pesquisadores mundiais diz respeito ao aquecimento global e às mu-
danças climáticas como justificativa para a maioria das catástrofes e
prejuízos econômicos, sociais e ambientais. No entanto, para Herzog
(2010), estas mudanças climáticas tornaram-se mais visíveis, cada vez
mais frequentes, levando à constatação de que as áreas urbanas são
mais vulneráveis a esses eventos. A infraestrutura “cinza” substitui a
paisagem do sítio natural pela paisagem urbana construída, acentuan-
74
do os efeitos do microclima urbano, um dos mais graves problemas
causados pelas técnicas do urbanismo tradicional.
A problemática socioambiental urbana, associada à relação
da sociedade com a natureza no meio urbano, pode ser contemplada
em diferentes escalas. Para Lemos (2010), tais problemas apesar de
afetarem todos em escala global, devem ser considerados no planeja-
mento local das cidades, onde as ações de uso e de ocupação do solo
são estruturadas de forma direta. Assim, ainda segundo Lemos (2010),
as questões tem influência de cada característica histórico-cultural, da
conjuntura socioespacial, das configurações política e socioeconômica
urbanas. Assim, surge diante destes conflitos, a infraestrutura verde,
citada por Herzog (2010), que possibilita a redução dos impactos nega-
tivos da urbanização, ao proporcionar alternativas de baixo consumo e
eficiência energética, menor emissão dos gases de efeito estufa, estra-
tégias de conservação e proteção da biodiversidade e de prevenção e
diminuição da poluição das águas, do ar e do solo, entre outros. (HER-
ZOG, 2010)
Um guia criado em 2010 por CNT, Center for Neighborhood
Technology, organização de pesquisa fundada em 1978, voltada à me-
lhoraria das áreas urbanas, apresenta os benefícios ambientais, sociais
e econômicos associados à aplicação da infraestrutura verde, que já
apontamos anteriormente. Cabe aqui o destaque para o manejo de
águas, tendo em vista que a maior parte dos benefícios da utilização de
infraestrutura verde está diretamente ligada a esta questão.
A organização Public Utilities Board (PUB) desenvolveu um
material destinado ao manejo de águas, “Active, Beautiful, Clean Wa-
ters Programme” (ABC Waters) que busca difundir o conteúdo produzi-
do ao longo de vários anos em Cingapura, que tinha por objetivo inte-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
grar os drenos, canais e reservatórios com o ambiente circundante de
maneira holística. O programa ABC Waters visa criar córregos, rios e
lagos belos e limpos, com espaços comunitários bonitos para todos os
gostos, trabalhando o manejo de águas pluviais. Neste o manejo das
águas é explicado a partir de cinco mecanismos: purificação, detenção,
retenção, condução e infiltração. (CINGAPURA, 2011. p85).

• Purificação: As águas pluviais escoadas podem ser purificadas através de


um ou uma combinação dos seguintes processos de tratamento: sedimenta-
ção; filtração ou absorção biológica.
• Detenção Tem a função de desacelerar o fluxo das águas pluviais para
aliviar a pressão sobre o sistema de drenagem a jusante através de uma
série de métodos como a infiltração através da vegetação; aumentando a
permeabilidade de uma área e assim diminuindo o escoamento superficial;
ou armazenando-o temporariamente (por algumas horas) em alguma insta-

75
lação local.
• Retenção O objetivo é aliviar a pressão sobre o sistema de drenagem a
jusante. A água é retida por um longo período de tempo (em uma cisterna,
bacia ou lagoa), quer para utilização numa fase posterior, ou até que esteja
pronto, para ser lançado no sistema de drenagem ou nos corpos d’água.
• Convergência Refere-se à forma pela qual o escoamento superficial é trans-
portado e dirigido a partir do ponto inicial de chuva para a sua descarga final
Infiltração É o processo pelo qual a água se infiltra no solo para recarga do
lençol freático e aquíferos, com o benefício adicional de purificação. (CINGA-
PURA, 2011. p86).

Alguns benefícios do manejo das águas e da utilização da in-


fraestrutura verde de acordo com o CNT (2010), são: reduzir a demanda
de água; melhorar a recarga de aquíferos; reduzir o consumo energé-
tico; melhorar a qualidade do ar; reduzir co2 atmosférico; reduzir ilhas
de calor; melhorar qualidade estética; reduzir poluição sonora; aumen-
tar possibilidade de lazer e recreação; promover a agricultura urbana;
promover habitat para espécies; criar oportunidades de educação am-
biental. Todos estes benefícios calcados em um processo de desenvol-
vimento urbano sustentável, podem ser alcançados através de soluções
da infraestrutura urbana atreladas ao ecodesign e o design sustentável.
Parte do conceito do emprego de soluções de infraestrutura
verde está nas diversidades de escalas: particular, local, estadual, re-
gional e até nacional – políticas públicas por exemplo. Nas menores es-
calas, as propostas estão ligadas às edificações – tetos e muros verdes,
quintais e jardins; em escalas intermediárias ela pode ser implantada
em parques já existentes ou para manejo das águas pluviais – jardins
de chuva, canteiros pluviais, alagados construídos, e pavimentação per-
meável. Nas escalas maiores, atua na proteção das principais ligações
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

da paisagem, grandes parques e do habitat. (BENEDICT e MCMAHON,


2006).
Para cada escala temos tipologias de infraestrutura verde va-
riadas, entre elas podemos destacar:
• Pavimento Permeável: Trata-se de soluções para pavimen-
tações com maior capacidade de permeabilidade, comparada com os
pavimentos tradicionais. Existem muitas formas de se utilizar os pavi-
mentos drenantes: asfalto poroso, blocos intertravados, concreto per-
meável, concregrama, brita e pedriscos (Figura 14).

76
Figura 14 - Exemplo de piso permeável

Fonte: Mevodobrasil, 2020

• Parede Verde: Umas das soluções mais empregadas rela-


cionadas à infraestrutura verde, pelo seu impacto visual e relativa facili-
dade de implantação. Consiste em produzir um jardim em uma parede,
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
muro ou fachadas, cobrindo de vegetação. Ameniza a precipitação, os
impactos das radiações térmicas e ondas sonoras (Figura 15).

77
Figura 15 - Exemplo de parede verde

Fonte: R7, 2020

• Telhado Verde: Esta outra solução também é uma das tipo-


logias de infraestrutura verde que já ganhou mais espaço há bastante
tempo, em diversos locais do mundo. No Brasil vem ganhando cada vez
mais território. A solução basicamente utiliza da vegetação para o reco-
brimento de coberturas das edificações, permitindo que a precipitação
encontre, primeiramente, uma vegetação ao invés de uma superfície
impermeável. (figura 16).

Figura 16 - Exemplo de telhado verde.


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: Ecocasa, 2020

• Biovaleta: ou valas biorretentoras são formadas por valas


e vegetação que recebem as águas de escoamento superficial, pro-
venientes da rua, com resíduos de óleo, sedimentos, borracha ou ou-

78
tro tipo de poluição, e assim realizam um primeiro tratamento destas
águas. (Figura 17) (VASCONCELLOS, 2011. HERZOG, 2013).

Figura 17 - Esquema de biovaleta

Fonte: Convallis, 2020

• Jardim de Chuva: Os jardins de chuva são estruturas cons-


truídas e incorporadas à paisagem, recebem e retêm as águas prove-
nientes das chuvas em jardins, localizados paralelos às vias. Ou seja,
são construídos próximos do meio fio, fonte do escoamento superficial,
no meio do caminho entre o sistema de drenagem e as localizações
impermeáveis. (Figura 18)

Figura 18 - Exemplo de jardim de chuva


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: A tribuna, 2020

79
• Canteiro pluvial: Esta solução consiste em jardins de peque-
na dimensão localizados em nível mais baixo das vias, sendo uma parte
integrante das calçadas de vias públicas ou de condomínios. O objetivo
é o de receber águas do escoamento superficial proveniente de áreas
impermeáveis. A retenção desta grande quantidade de água, diminuin-
do a quantidade destinada aos leitos de água, reduzindo enchentes e
inundações. (Figura 19)

Figura 19 - Exemplo de canteiro pluvial

Fonte: Infraverde, 2020

• Bacia de Detenção: Como na descrição anterior, as lagoas se-


cas, também chamadas de bacias de detenção têm por objetivo reter uma
grande quantidade da água da chuva, que se precipita em um curto perío-
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

do de tempo e devolver ao sistema em uma menor velocidade. Podem ser


projetadas em uma praça ou em uma área de baixada. (Figura 20)

80
Figura 20 - Exemplo de telhado verde

Fonte: Ecocasa, 2020

• Alagado construído: trata-se de uma solução próxima à an-


terior, com a diferença que os alagados construídos são regiões ala-
gadas rasas, que têm formas semelhante as de corpos hídricos, com
extensa área coberta por vegetação. O processo de funcionamento se
baseia em tentar criar maneiras de fazer a água percorrer lentamente
um caminho formado por áreas de vegetação densa e desta forma reter
os sedimentos e poluentes para que sejam decantados ou absorvidos
pelos microorganismos contidos nas plantas. (CINGAPURA, 2011).

Figura 21 - Exemplo de alagado construído

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Fonte: Ecocasa, 2020

81
Os valores sustentáveis em arquitetura e urbanismo agregam
à recuperação da concepção das ruas como espaço de convivência e
circulação de pessoas, a infraestrutura verde, em suas diferentes esca-
las, busca intervir com soluções estruturais para mitigar os efeitos dos
problemas ambientais. A modificação dos espaços tem como principal
finalidade promover qualidade de vida e minimizar impactos ambientais,
de maneira a ocupar os espaços de forma mais inteligente, utilizando,
para tanto, meios técnicos variados, levando ao desenvolvimento sus-
tentável como princípio ético de alteração dos espaços urbanos, promo-
vendo o compromisso de todos pelo bem-estar comum.

O PUB é uma diretoria estatutária do Ministério do Meio Am-


biente e Recursos Hídricos. É a agência nacional de água que geren-
cia o suprimento de água de Cingapura, a captação de água e a água
usada de maneira integrada. Em seu site é possível encontrar amplo
material sobre infraestrutura verdes e o tratamento de águas. <www.
pub.gov.sg/about> Acessado em Junho de 2020.

DECLIVIDADE EM ENCOSTAS E FAIXA DE DOMÍNIO, ÁREAS PAS-


SÍVEIS DE DESLIZAMENTO OU VOÇOROCAMENTO

A cidade deve ser tomada como organismo complexo, que pre-


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

cisa conjugar seu desenvolvimento aos princípios do desenvolvimento


sustentável, através da gestão inteligente, de acessibilidade, da redu-
ção e neutralização dos impactos negativos e promovendo a diversida-
de. Todos estes princípios são fundamentados por referências biblio-
gráficas e normas técnicas específicas e cabe, portanto, à abordagem
de alguns elementos relevantes para o desenvolvimento sustentável
dentro das cidades. Conforme afirma Brian Edwards (2008), escritor do
Guia Básico para a Sustentabilidade, “a abordagem multidisciplinar é
inerente à sustentabilidade.”
Entende-se que o planejamento urbano deve estar voltado,
também, à apropriação de novos espaços, assim como a reorganização
dos já ocupados. Tendo em vista a grande utilidade para a implementa-
ção de formas de ocupação viáveis do ponto de vista da manutenção do
equilíbrio ambiental físico sobre o perímetro de expansão das cidades.
82
Neste caso a geomorfologia do sítio urbano deve constituir-se em um
dos principais fatores de estudo na orientação do processo de ocupa-
ção (CORRÊA, 2007).
A grande demanda por espaços nas cidades, e a já detalhada
falta de planejamento e organização para estas novas ocupações por
parte do poder público, necessitam de especial atenção e estudos de
cunho geomorfológicos dentro do cenário urbano. Segundo Osvando
Girão, a busca pelo entendimento das características físicas, naturais,
morfológicas e de seus processos morfogenéticos, visa além de análises
acerca das fragilidades das áreas urbanas diante dos eventos naturais
(disritmias pluviométricas, enchentes, deslizamentos etc.), “constitui-se
em subsídio fundamental à compreensão da dinâmica dos componen-
tes do sistema ambiental físico de um espaço urbano” (CORRÊA, 2007)
Desta forma, entender e caracterização e avaliação dos pro-
cessos que envolvem a declividade em encostas e faixa de domínio,
áreas passíveis de deslizamento ou voçorocamento, revestem-se, des-
ta maneira, de grande importância ao delineamento de políticas para a
ocupação nas áreas de expansão urbana. Assim como também no en-
tendimento de quais são processos morfodinâmicos e suas interações
com outros fatores que influenciam no equilíbrio dinâmico ambiental,
um aspecto de destaque para o fundamental planejamento do uso do
solo ocupado nas cidades e a mitigação de situações que devem ser
evitadas, apesar de já instaladas.
Outra questão é a das faixas de domínio de rodovias federais,
um problema recorrente observado em relação às ocupações irregula-
res por famílias socialmente vulneráveis. Nosso modelo atual de gestão
de faixas de domínio de rodovias quanto ao seu processo de ocupação
mostra-se inadequado às situações reais que pretende resolver. Não
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
podemos pensar em desenvolvimento sustentável urbano sem esten-
der este problema das ocupações irregulares por famílias socialmente
vulneráveis de terras da união, estados, municípios ou mesmo de áreas
privadas, pois, exemplifica o padrão de vulnerabilidade social de nossas
cidades.
Esta questão tomada aqui como exemplo pode ser resolvida,
segundo Goldner (2017), com a mudança nos conceitos de gestão des-
sas terras públicas incorporados nos parâmetros de projetos de desen-
volvimento urbano, levando-se em conta o que indica as bibliografias
disponíveis, nacional e estrangeira e, principalmente, as normas e regu-
lamentações, são elas:

• a restrição no fornecimento de serviços públicos, tornando a ocupação des-


confortável;

83
• a construção de vias laterais de acesso, que também é uma solução a
conflitos de trânsito;
• o isolamento de travessias de regiões urbanizadas, interferindo na relação
entre trânsito e comércio;
• preferência por redutores eletrônicos de velocidade, para dificultar o desvio
do trânsito pelo comércio local.
(GOLDNER, 2017, s.p.)

Entretanto, a ocupação desordenada dos centros urbanos


não pode ser resolvida apenas com o cerceamento das ocupações e
deslocamento da população, salvo em situações de risco de vida. A
ocupação de encostas, de faixas lindeiras a rodovias, redes elétricas e
demais faixas non aedificandi se caracteriza e se reafirma pela segre-
gação socioespacial das cidades brasileiras e pela carência de infraes-
trutura urbana a preços condizentes com toda a sociedade.
Com a falta de opção, a ocupação de áreas irregulares, que
causam transtorno a toda sociedade e trazem risco a própria vida, os
moradores destas áreas ignoram o poder público e involuntariamente
contribuem para o caos recorrente das ocupações urbanas. Portanto, a
solução para estas ocupações, antes de ser apenas normativa ou impe-
ditiva, passa pelo desenvolvimento urbano sustentável, atento aos seus
princípios de igualdade social, desenvolvimento econômico e cuidado
ao meio ambiente.
Já as ocupações de encostas em áreas de expansão urba-
na no Brasil, como descrito anteriormente, resulta em grande parte do
processo migratório rumo aos grandes centros urbanos durante os úl-
timos 60 anos, levando o direcionamento dos egressos para as áreas
desvalorizadas dos centros urbanos, normalmente para a região das
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

áreas de várzeas fluviais ou de encostas abruptas, representativas de


riscos à ocupação, para os menos providos de recursos financeiros que
encontram nesses locais uma das poucas, senão a única alternativa à
ocupação no espaço urbano.
Esta ocupação, acarreta em danos às áreas de encostas, que
são exemplificados pelo início e consequente desenvolvimento de pro-
cessos erosivos na superfície de encostas que, geralmente, levam à
perda de solo e ao processo de voçorocas. Bem como o assoreamento
rápido de calhas de rios, causando a diminuição da qualidade e quan-
tidade da água que flui nos cursos fluviais. E ainda o que pode ser pior
segundo Ribeiro (2014), “a instabilidade provocada pela atuação antró-
pica pode ainda levar a desastres de grandes proporções no referente
à perda de vidas, quando da ocorrência de eventos desencadeadores
de grande magnitude”.
84
O processo de erosão é um fenômeno natural que tem preo-
cupado o homem a várias décadas e, portanto, desperta o interesse de
muitos pesquisadores, principalmente no que se refere às causas que
levam a sua origem. Outros tantos se debruçam sobre a evolução e con-
trole das erosões, tendo em vista que podem atingir e inutilizar exten-
sas áreas de terras (Pedro & Lorand, 2004). A evolução dos processos
erosivos, apesar de ser um fenômeno natural, vem sendo intensificada
por ações e atividades humanas de diversas formas, principalmente nas
áreas urbanas decorrentes da ocupação irregular de encostas, levando
este fenômeno, sistema natural e de busca de equilíbrio da paisagem, a
se tornar um grande transtorno.
Já as voçorocas podem ser caracterizadas como uma forma
de relevo gerada a partir de um conjunto de processos morfogenéticos,
subordinados aos fatores climáticos, litológicos, pedológicos, topográfi-
cos, fitogeográficos e antrópicos e também à dimensão, à morfologia e
ao estágio evolutivo dessa forma erosiva. Portanto, à medida que ela
aumenta e também modifica a sua configuração, os elementos dos pro-
cessos atuantes, também, levam as suas mudanças, tanto do ponto de
vista qualitativo, quanto quantitativo. (VIEIRA, 1975).

“o voçorocamento e as sucessivas reativações erosivas ocorrem em res-


posta aos períodos chuvosos, onde o escoamento superficial e nos drenos
subterrâneos são maiores. As voçorocas possuem formas de canais incisos,
resultantes de mecanismos erosivos característico dos domínios das encos-
tas, elas se multiplicam cada vez mais e estão espraiadas em ambientes
geobiofisicamente diversificados, podendo ser reconhecidas como indicado-
ras de desajustes nos ecosssistemas, principalmente quando modificados
por intervenção humana.” (NETTO, 1997)

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


Figura 22 - Exemplo de processo de erosão

Fonte: Arsgeologia, 2020

85
Podemos pegar este tema como exemplo de degradação am-
biental no meio urbano, pois, sua ocorrência é observada nas atuais
zonas metropolitanas no Brasil, tais como as de Recife, Belo Horizonte,
São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A recorrente desestabilização
das encostas encontra ressonância na ocupação desordenada dessas
superfícies urbanas, principalmente nas periferias das cidades. Estes
processos de desestabilização tem início, normalmente, com a retirada
a cobertura vegetal e camada superficial dos terrenos, seguindo-se da
realização de cortes de taludes – normalmente para o nivelamento do
terreno – para construção de casas, edifícios e até mesmo abertura de
vias de acesso que podem ser pavimentadas ou não. Com a ampliação
e intensificação da ocupação, considerando períodos relativamente cur-
tos de tempo, ocorre o desencadeamento de processos de deposição
final de lixo, materiais descartados e águas pluviais servidas nas encos-
tas (FERNANDES e AMARAL, 1996).
Portanto, as soluções apontadas para o desenvolvimento sus-
tentável devem considerar estes elementos, visando à implantação de
medidas de salva guarda, que possam ser mitigadoras, bem como de
controle desses processos de desgaste e erosão, deve-se, portanto,
levar em conta os aspectos dos meios físico, biótico e socioeconômico.

A USP possui uma revista chamada LABVERDE, que se con-


centra em publicações direcionadas à temática da sustentabilidade,
ecodesigner e infraestrutura verde. As principais áreas de interesse da
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Revista LABVERDE são Arquitetura Urbanismo e Design e áreas afins


como Engenharias, Ciências Ambientais, Geografia, Ciências Agrárias,
Ciências Humanas e Comunicações. Os temas mais frequentes pren-
dem-se à Sustentabilidade, Infraestrutura Verde, Planejamento Ambien-
tal, Resiliência Urbana e Mudanças.
Disponível em: www.revistas.usp.br

Filmes sobre o assunto:


- Infraestrutura Verde, Programa Capital Natural, BandNews
TV, 18/05/2013.
- WEBINAR - Projetos de Infraestrutura Sustentaveis Infraes-
trutura Verde, 23/06/2016.
- Diferente sim, por que não? | Cecilia Polacow Herzog | TE-
DxRio, 2015.
86
Acesse os links:
INVERDE WORDPRESS. Disponível em <www.inverde.wor-
dpress.com> Acessado em: 21 de Julho de 2020
ECODESENVOLVIMENTO. Disponível em <www.ecodesen-
volvimento.org> Acessado em: 21 de Julho de 2020
PUB ABOUT. Disponível em <www.pub.gov.sg/about> Acessa-
do em: 21 de Julho de 2020
PUB ABCWATERS. Disponível em <www.pub.gov.sg/abcwa-
ters> Acessado em: 21 de Julho de 2020
TED. Disponível em <www.ted.com> Acessado em: 21 de Ju-
lho de 2020
REVISTAS USP. Disponível em <www.revistas.usp.br> Aces-
sado em: 21 de Julho de 2020
PORTAL IGE UNICAMP. Disponível em <www.portal.ige.uni-
camp.br> Acessado em: 21 de Julho de 2020
ANEEL. Disponível em <www.aneel.gov.br> Acessado em: 21
de Julho de 2020
Disponível em <www.mme.gov.br> Acessado em: 21 de Julho
de 2020

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

87
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano:  2010  Banca:  FGV  Órgão:  FIOCRUZ  Prova:  Tecnologista em
Saúde - Urbanismo
Na Europa, grandes intervenções urbanas foram realizadas na se-
gunda metade do século XIX. Pretendeu-se com elas trazer de volta
a natureza para a cidade através da criação de parques urbanos e
ampliação das áreas verdes urbanas.
Do ponto de vista ambiental, pode-se afirmar que essas experiên-
cias foram positivas para a qualidade de vida urbana devido à im-
plantação de parques públicos, saneamento e infraestrutura em
geral.
Assinale a afirmativa que mostra porque atualmente este tipo de
intervenção é considerado inadequado para o meio ambiente.
a) Por que elas mantinham uma perspectiva antropocêntrica e busca-
vam controlar a natureza.
b) Por que não foi possível realizar este tipo de intervenção em outras
cidades mundiais pelos altos custos envolvidos.
c) Por que quando realizadas em cidades dos países subdesenvolvidos in-
crementaram o crescimento de favelas e outros assentamentos informais.
d) Por que estas intervenções requerem sistemas políticos autoritários
o que é inconcebível na atual conjuntura política mundial.
e) Por que, nesse sentido, as soluções do urbanismo moderno, defen-
didas nos CIAMs, se mostraram mais eficientes para a preservação da
natureza e para a qualidade de vida do ambiente urbano.

QUESTÃO 2
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova: Ana-


lista Judiciário - Arquitetura
Um projeto arquitetônico para edifício judiciário em Cuiabá prevê
laje com cobertura vegetal, constituindo um telhado verde. A im-
plantação dessa ideia contempla:
I. Cálculos estruturais considerando o peso da terra e lajes com
inclinação de até 5° e impermeabilização dupla.
II. Sistemas hidráulicos para abastecimento do sprinkler de irriga-
ção e para drenagem do excedente de águas pluviais.
III. Reforços na infraestrutura considerando o peso da terra e das
camadas isolantes e filtrantes e lajes com inclinação de 20°.
IV. Acessos para visitação e manutenção e barreiras físicas nos
limites da laje de cobertura para segurança dos usuários.
V. Lajes com substrato (camadas isolantes e filtrantes) para rece-
88
ber as placas pré-moldadas com solo e vegetação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.
e) I, II e IV.

QUESTÃO 3
Ano:  2017  Banca:  FCC  Órgão:  TRT - 11ª Região (AM e RR)  Pro-
va: Analista Judiciário - Arquitetura
A figura representa uma situação de paisagismo urbano.

A figura
a) representa uma solução de drenagem urbana desenvolvida em paí-
ses europeus e da América do Norte, no entanto, de aplicação inviável
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
no contexto nacional.
b) demonstra problemas construtivos típicos de praças no Brasil, como
a infiltração de água no canteiro por ruptura da guia e a contaminação
do solo por compostos orgânicos.
c) mostra um corte típico de detalhamento construtivo de tratamento de
via e passeio públicos largamente utilizado no paisagismo brasileiro.
d) ilustra uma tipologia de infraestrutura verde denominada jardim de
chuva, que proporciona a retenção controlada das águas pluviais.
e) mostra uma solução paisagística adequada apenas a localidades
com infraestrutura precária desprovidas de redes convencionais de dre-
nagem pluvial.

89
QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: TRT - 8ª Região (PA e
AP) Prova: Analista Judiciário - Arquitetura
Sustentabilidade urbana busca a harmonia da sociedade com o
meio ambiente no âmbito das cidades. A respeito desse tema, as-
sinale a opção correta.
a) A criação de ciclovias, coleta seletiva, plantio direto, transporte solidá-
rio são exemplos de alternativas que visam atingir a harmonia ambiental
e social nas cidades.
b) Como exemplo de sustentabilidade urbana, alguns aterros sanitários
próximos aos centros urbanos têm sido utilizados para geração de ener-
gia elétrica a partir da queima do biogás ou dióxido de carbono produzi-
do pela decomposição do lixo.
c) A utilização de verde urbano como indicador de qualidade ambiental
urbana deve se basear na quantidade de vegetação existente em todo
o município, em relação à área construída.
d) Os domos urbanos de CO2 são decorrentes do calor emitido pelos
materiais empregados na construção civil, estando concentrados no
centro da cidade e reduzindo-se à medida que se desloca para as áreas
periféricas.
e) Assentamentos humanos equitativos são aqueles nos quais todas as
pessoas, sem qualquer tipo de distinção, têm acesso igual à moradia,
infraestrutura, serviços de saúde, água e alimentação adequadas, edu-
cação e espaços abertos.

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: PUC-PR Órgão: TJ-MS Prova: Técnico de Nível
Superior - Arquiteto
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

O planejamento contemporâneo da paisagem nas cidades ultra-


passa a dimensão estética, incorporando soluções de problemas
associados à água, ao clima e à ecologia urbana de forma geral.
Estratégias que abrangem esses conteúdos promovem espaços
públicos mais estimulantes e uma imagem local associada ao equi-
líbrio ambiental. Nesse contexto de tratamento paisagístico, são
medidas consideradas sustentáveis
a) presença de vegetação, proteção da fauna urbana e canalização de
cursos d’água.
b) calçamento com blocos de concreto intertravado, remoção de espé-
cies vegetais exóticas e impermeabilização de encostas com risco de
deslizamento.
c) canalização de cursos d’água, planejamento da arborização urbana e
promoção do uso da madeira no mobiliário urbano.
90
d) promoção de áreas permeáveis com controle do risco de contamina-
ção de aquíferos, planejamento da arborização urbana e instalação de
biovaletas nas calçadas e estacionamentos.
e) remoção de espécies vegetais exóticas, uso de palafitas em ocupa-
ções de fundo de vale e promoção de áreas permeáveis com controle
do risco de contaminação de aquíferos

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Atente para a definição de Infraestrutura Verde do Fórum da Constru-


ção: “Infraestrutura Verde é uma alternativa ao manejo de água da chu-
va econômica, sustentável e amigável ao meio ambiente. O principal
objetivo é o reaproveitamento da água da chuva, através da infiltração
(evapotranspiração), captura e reuso, mantendo e até recuperando a
hidrologia natural” (Fórum da Construção, disponível em www.forumda-
construcao.com.br. Acessado em 12/07/2020).
Descreva um exemplo de solução baseado em infraestrutura verde que
poderia ser aplicado em sua região e o porquê.

TREINO INÉDITO

“Uma depressão do terreno (natural ou artificial) que, em caso de chu-


va  forte, consegue recolher fluxos de água superficial de telhados,
calçadas e outras superfícies urbanas impermeáveis ou semipermeá-
veis.” (BibLus. Disponível em: biblus.accasoftware.com. Acessado em
12/06/2020).
A qual estrutura de infraestrutura verde o fragmento se refere:
a) Calhas de Chuva
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
b) Piso Drenante
c) Jardim de Chuva
d) Calha Drenante
e) Cobertura Verde

NA MÍDIA

Unesco propõe ‘solução verde’ para melhorar gestão da água no mundo.

Um relatório de boas práticas foi lançado no 8º Fórum Mundial da Água.


Este documento defende potencial das ações que devem ser baseadas
na natureza para reduzir risco hídrico emergenciais, principalmente em
países como o Brasil. A busca por soluções fundamentadas na natureza
pode ter um papel importante na melhoria do abastecimento, também po-
91
dem interferir na redução do impacto dos recorrentes desastres naturais.
A Conclusão está no Relatório Mundial das Nações Unidas sobre De-
senvolvimento dos Recursos Hídricos que defende que reservatórios,
os canais de irrigação e as estações de tratamento e reuso de água não
sejam os únicos – possíveis - instrumentos de gestão hídrica à dispo-
sição. Observa-se que para estes mesmos fins, a Unesco já tem como
recomendação a chamada “infraestrutura verde”, ou seja, soluções que
visam a resiliência urbana, embasadas na natureza (SbN).
De forma prática, as sugestões buscam ampliar significativamente a
qualidade, a quantidade e o acesso à água de qualidade, seriam a ex-
tensão da cobertura vegetal – podendo ser para pastagens, zonas de
reflorestamento, áreas úmidas e florestas – a recomposição de solos,
jardins e, principalmente, a proteção do conjunto das bacias hidrográfi-
cas. Porém, apesar destes benefícios, o relatório, infelizmente, aponta
que o mecanismo verde ainda é pouco conhecido e “subutilizado” em
comparação com as chamadas “tecnologias cinzas”, como o asfalta-
mento, barragens e cisternas.

Fonte: Site G1.


Data: 19/03/2018
Leia a notícia na íntegra: Disponível em: https://g1.globo.com/df/distri-
to-federal/noticia/unesco-propoe-solucao-verde-para-melhorar-gestao-
-da-agua-no-mundo.ghtml. Acessado em 13/06/2020.

NA PRÁTICA

A solução que ficou conhecida como “telhado verde” sem dúvidas é uma
das mais conhecidas dentre aquelas que fazem parte das soluções de
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

infraestrutura verdes. A vantagem para os profissionais é que esta téc-


nica vem sendo aprimorada e tem excelente aceitação no mercado. Por
ser uma técnica que pode ser empregada tanto em escalas menores,
como em grandes projetos, cabe ao profissional dimensionar a área que
receberá a cobertura.
Deve-se tomar alguns cuidados com esta solução, principalmente em
relação à impermeabilização da cobertura onde o jardim será execu-
tado, sobre a forma de irrigação – dadas as eventuais dificuldade de
acesso – e a escolha adequada das plantas que serão utilizadas na
composição paisagística.

Fonte: Telhado verde sem medo de ser feliz. Pura Arquitetura. Disponí-
vel em https://www.youtube.com/watch?v=n3ywDNmKYOc. Acessado
em 13/06/2020.
92
PARA SABER MAIS

Filmes:
• Great Museums: Elevated Thinking: The High Line in New York City
Data: 2017
Fonte: www.youtube.com/watch?v=7CgTlg_L_Sw

• O Saracura e os rios “invisíveis” de São Paulo – TV Folha.


Data: 2019
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1KZ9_AojbQU&list=PL68H-
viLG8hvXAgH1z7SDqSrr5FXQyWRmY

• Smart Cities: conceito ou realidade! | Margarida Campolargo | TEDx-


Guimarães
Dara: 2011
Fonte: www.ted.com/tedx

Acesse os links:
• ECODESENVOLVIMENTO. Disponível em: <www.ecodesenvolvimen-
to.org> Acessado em 23 Julho de 2020.

• PUB ABOUT. Disponível em: <www.pub.gov.sg/about> Acessado em


23 Julho de 2020.

• PUB ABCWATERS. Disponível em: <www.pub.gov.sg/abcwaters>


Acessado em 23 Julho de 2020.

Livros:
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
• Título: Estratégias para uma infraestrutura verde.
Vargas, Heliana Comin, Pellegrino, Paulo, Moura, Newton Becker. Es-
tratégias para uma infraestrutura verde. Editora Manole. Rio de Ja-
neiro/RJ. 2017.

• Título: Cidades para pessoas.


GEHL, Jam. Cidades para pessoas. Editora Perspectiva. São Paulo/
SP. 2013.

• Título: Infraestrutura Verde Aplicada ao Planejamento da Ocupação


Urbana
VASCONCELLOS, Andréa Araújo, Françoise-Hélène. Infraestrutu-
ra Verde Aplicada ao Planejamento da Ocupação Urbana. Editora
Appris. São Paulo/SP. 2015.
93
Considerando que a construção civil e o planejamento do es-
paço construído integram um setor reconhecido pela importância para
os desenvolvimentos econômico e social das cidades, seu estudo já se
justificaria. Sendo este setor uma atividade que causa muitos impactos
ambientais temos outra justificativa. O grande consumo de matéria-pri-
ma e energia, e a intensa produção de resíduos, entre outros impactos,
contribuem muito para a degradação ambiental.
Dentro deste panorama, devemos considerar o estudo da sus-
tentabilidade, do ecodesign e a implementação de conceitos de gestão
ambiental como objetivos primordiais a serem atingidos. Busca-se como
resultado obras menos impactantes aos recursos naturais, edificações
mais sustentáveis, ambientes urbanos mais resilientes às mudanças cli-
máticas, mais seguros e com amplo direito à cidade e seus benefícios.
Os profissionais presentes no setor da construção civil devem
elaborar alternativas ambientais para viabilizar a utilização eficiente em
todas as etapas do ciclo de vida de seus produtos. É neste ponto que
podemos verificar os ganhos e a relação dos conceitos do ecodesign e
do desenvolvimento sustentável, ambos inseridos no aspecto amplo da
sustentabilidade. Demonstra-se a relevância do ecodesign, do design
sustentável no ambiente construído como uma ferramenta de gestão e
valorização econômica no setor da construção civil, de forma que os es-
tudos nesta área garantirão construções com baixo impacto ambiental
em todas as suas fases e, consequentemente, oferecendo uma contri-
buição direta para melhoria do mundo como um todo.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

94
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A B B C B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Deve buscar medidas dentro da construção civil que visem a eficiência


energética na concepção e execução de edifícios: Como exemplo, po-
demos citar o aproveitamento de águas, adoção de soluções de apro-
veitamento da luz natural, bem como da ventilação, materiais de baixo
impacto energético em seu processo de fabricação, lâmpadas de baixo
consumo energético. Importante para o desenvolvimento da questão
explicar e relacionar o exemplo com a redução de energia.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

95
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
D D CERTO C A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os princípios do design sustentável que moveis feitos com pallets em-


pregam, principalmente, são:
- Reutilizar.
- Reduzir a demanda pela produção de novos objetos.
- Reciclar.
Deve-se explicar a característica de cada um destes princípios e a for-
ma com que se relacionam com os móveis de pallets.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

96
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
D E A E D

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Qualquer uma das práticas de infraestrutura verde descritas no capítulo


podem ser empregadas como soluções para muitos dos problemas en-
frentados na maioria das nossas cidades. Porém, é importante atrelar
a solução com o problema específico de uma região. Por exemplo: re-
giões sujeitas a alagamentos podem ter como solução lagoas drenan-
tes; áreas próximas as rodovias e a grande fluxo de veículos podem
adotar as biovaletas como solução.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

97
ABESCO: Disponível em <http://www.abesco.com.br/pt/> Acessado em
2 de junho de 2020.

ABNT: Disponível em <http://www.abnt.org.br/noticias/4984-eficiencia-


-energetica> Acessado em 03 de Junho de 2020.

Empresa de Pesquisa Energética. Disponível em: https://www.epe.gov.


br/pt Acessado em 23 de maio de 2020.

Ariadne S. de Farias1 Joceane P. Marcon2 Débora P. Schmitt3 Karen M.


Siebeneichler. INFRAESTRUTURA URBANA SUSTENTÁVEL: CON-
CEITOS E APLICAÇÕES SOB A PERSPECTIVA DO ARQUITETO E
URBANISTA. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo v.25, n.36, 1º sem.
2018.

BRITO, A. L. C. REZENDE, G. B. M., FREITAS, L. S. A Prática Do Eco-


design Na Construção Civil E A Busca Pelo Direito Fundamental Ao
Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado. Universidade Federal
de Mato Grosso, Universidade Federal de Campina Grande.

BRUNDTLAND, G. H. Our common future: the world commission on


environment and development. Oxford: Oxford University Press, 1987.

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos


sistemas vivos. 14.ed. São Paulo: Cultrix, 2008.

CASAGRANDE, Eloy. Inovação Tecnológica e Sustentabilidade:


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Possíveis ferramentas para uma necessária interface Disponível:


<www.ppgte.cefetpr.br/docentes/permanentes/ eloy/inovacao_tecnolo-
gica_sustentavel.pdf> Acessado: 15 junho de 2020.

CINGAPURA. ABC Waters Design Guidelines. Cingapura: Public Uti-


lities Board (“PUB”), 2ª edição (1ª edição: 2009), 2011.

CNT, 2010. The Value of Green Infrastructure A Guide to Recog-


nizing Its Economic, Environmental and Social Benefits. Chicago,
EstadosUnidos da América. 2010.

CONAMA. Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente -


CONAMA 307/2002. Disponível em: <www.sinduscon-caxias.com.br/
uploads/files/legfedresolucao307.pdf>
98
Comissão Brudtand - Nosso Futuro Comum. Relatório sobre as pre-
visões do futuro do meio ambiente. 1988.

CREA-MG, SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO


AMBIENTE CONSTRUÍDO, Belo Horizonte-MG, 2009 – Disponível em:
<crea-mg.org.br> Acessado: 01 junho de 2020.

DU PLESSIS, C. (Ed.). Agenda 21 for sustainable construction in


developing countries: first discussion document. Rotterdam: CSIR,
Pretoria and CIB, 2001.”

EcoDesenvolvimento.org, Em EcoD. http://www.ecodesenvolvimento.


org/noticias/ecod-basico-urbanismo-sustentavel#ixzz6P9mcszTh. Ace-
sado em 12 junho de 2020.

EDWARDS, B. Guia básico para a sustentabilidade. Barcelona: Gus-


tavo Gili, 2008.

FIKSEL, J. Design for environment: creating eco-efficient products


and processes. EUA: Editora. McGraw-Hill, 1995.

Gazeta do Povo. Disponível em https://www.gazetadopovo.com.br/vo-


zes/giro-sustentavel/o-ensino-de-arquitetura-e-urbanismo-e-sustentabi-
lidade/#_ftnref1 Acessado em 12/06/2020.

HERZOG, C. P. Guaratiba verde: subsídios para o projeto de infra-


-estrutura verde em área de expansão urbana na cidade do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 2009.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
HERZOG, C. P. Cidade para todos: (re)aprendendo a conviver com
a natureza. 1 ed. Rio de Janeiro, Mauad X: Inverde, 2013.

HERZOG, C. P.; ROSA, L. Z. Infraestrutura verde: sustentabilidade e


resiliência para a paisagem urbana. São Paulo: Revista LABVERDE,
FAU-USP, edição nº 1, outubro 2010. Disponível em: Acesso em: 06 fev
2016.

HISAYASU, Thelma Yumi Sanda; PELLEGRINO, Paulo Renato Mesqui-


ta. Infraestrutura verde para setor de urbanização informal em área de
mananciais na região metropolitana de São Paulo. Revista FAU/USP.
2009. Disponível em: . Acesso em: 08 nov. 2015.

99
Iberdrola. Em www.iberdrola.com/compromisso-social/eco-design-pro-
dutos-sustentaveis, acessado em junho de 2020.

JUNIOR, Francisco S. L. ESTUDO SOBRE FAIXAS DE DOMÍNIO DE


RODOVIA FEDERAIS OCUPADAS POR FAMÍLIA SOCIALMENTE
VULNERÁVEIS, Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tec-
nológico Curso de Especialização em Operações. Brasília 2017,

LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando Oscar


Ruttkay. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: Pro Livros,
2004.

KAZAZIAN, Thierry (org). Haverá a idade das coisas leves: design e


desenvolvimento sustentável, 2ª. Ed., São Paulo: SENAC, 2005.

MCCORMACK, M. et al. Modelling Direct and Indirect Water Require-


ments of Construction. Building Research & Information, v. 35, n. 2,
p. 156-162, 2007. 

Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://www.mma.gov.br/


cidades-sustentaveis.html. Acessado em 12/06/2020.

Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: www.mma.gov.br/inform-


ma/item/7654-ecodesign.html, acessado em junho de 2020.

MOURA, A.; MOTTA, A. L. T. S. O Fator Energia na Construção Civil.


In: IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 2013.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

MOXON, Siân. Sustentabilidade no Design de Interiores. Editora G.


Gilli, São Paulo/SP 2012.

Nações Unidas. 17 objetivos para transformar nosso mundo. Dispo-


nível em: < https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/> Acessado
em 9 de junho de 2020.

Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa - MCT, 2005

Nevo Brasil. Disponível em https://www.mevodobrasil.com/. Acessado


dia 12/07/2020.

Osvaldo GIRÃO; Antonio Carlos de Barros CORRÊA; Antonio José Tei-


xeira GUERRA; ENCOSTAS URBANAS COMO UNIDADES DE GES-
100
TÃO E PLANEJAMENTO, A PARTIR DO ESTUDO DE ÁREAS A SU-
DOESTE DA CIDADE DO RECIFE - PE - Revista de Geografia. Recife:
UFPE – DCG/NAPA, v. 24, no 3, set/dez. 2007.

Oxford University Language Centre. Em www.lang.ox.ac.uk, acessado


em junho 2020.

PAPANEK, Victor. Design for the real world – human ecology and
social change. 2ª Editor. Academy Chicago Publishers, 1985

PARK, J.; KI, D.; KIM, K.; LEE, S. J.; KIM, D. H.; OH, K. J. Using deci-
sion tree to develop a soil ecological quality assessment system
for planning sustainable construction. In: Expert Systems with Appli-
cations, 2011.

PAZMINO, Ana Verónica. Uma reflexão sobre Design Social, Eco De-
sign e Design Sustentável. I Simpósio Brasileiro de Design Sustentá-
vel. Curitiba, setembro de 2007.

PEREIRA, Gabriel; EVOLUÇÃO DE UM VOÇOROCAMENTO EM


ÁREA URBANA NO MUNÍCIPIO DE CRUZILIA, MG EVOLUTION OF
A VOÇOROCAMENTO URBAN AREA IN THE MUNICIPALITY DE
CRUZÍLIA, MG. Disponivel em http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/
territorium_terram. Acessado em 12/07/2020.

REZA, B.; SADIQ, R.; HEWAGE, K. Sustainability assessment of


flooring systems in the city of Tehran: An AHP-based life cycle
analysis. In: Construction and Building Materials, 2011.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
RIBEIRO, Maurício. Ética e Sustentabilidade Disponível – Disponivel
em www.ecologizar.com.br/EticaSustMeta.doc Acessado: 18 junho de
2020

ROMERO, Marta A. B.. Estratégias Bioclimáticas De Reabilitação


Ambiental Adaptadas Ao Projeto. In Reabilitação Ambiental Susten-
tável Arquitetônica E Urbanística / Marta Adriana Bustos Romero, org.
Brasília: FAU/UnB. 2009

_____________________Frentes do Urbano para a Construção de


Indicadores de Sustentabilidade Intra Urbana. In Paranoá: cadernos
de arquitetura e urbanismo da FAU-UnB. Ano 6, n. 4 (novembro/2007).
– Brasília: FAU UnB. 2007
101
SAN, J.T.; LOMBERA, J.T.; APREA, I.G. A system approach to the
environmental analysis of industrial buildings. In: Building and En-
vironment, 2010.

Seaira. Em <www.TotalCAD> Acessado em 2 maio de 2020.

Sindicato Da Indústria Da Construção E Mobiliário Do Rio Grande Do


Sul. Guia de Sustentabilidade na Construção Civil no Rio Grande
do Sul. Disponível em: <http://www.sinduscon-rs.com.br/wp-content/
uploads/2013/06/Cartilha_Sustentabilidade_WEB.pdf>. Acesso em: 2
de junho de 2020.

Sustentarqui. Em www.sustentarqui.com.br/moveis-sustentaveis-lixo-
-canais-amsterda, acessado em junho de 2020.

Site: argeologa.com.bre. Acessado em 12 junho de 2020. Disponível


em: http://www.arsgeologia.com.br/artigo_enchentes_urbanas.html

Topdesigners. Em www.topdesigners.com.br/ecodesign-e-design-sus-
tentavel-conceitos-tendencias-e-diferencas/, acessado em julho de
2020.

WATERWISE.  International Water Association Efficient. 2017. Dis-


ponível em: <http://www.waterwise.org.uk>. Acesso: 2 de maio de 2020.

Youtube. Disponível em: <www.youtube.com/user/eCycleBr> Acessa-


do: 9 de junho de 2020.
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Site: argeologa.com.bre. Acessado em 12 junho de 2020. Disponível


em: http://www.arsgeologia.com.br/artigo_enchentes_urbanas.html

LINKS INDICADOS:

ABESCO.Disponível em: <www.abesco.com.br> Acessado em 23 Julho


de 2020.

ABNT. Disponível em: <www.abnt.org.br> Acessado em 23 Julho de


2020.

ANEEL.Disponível em: <www.aneel.gov.br> Acessado em 23 Julho de


2020.
102
AR-ARQUITETOS. Disponível em: <www.ar-arquitetos.com.br> Aces-
sado em 23 Julho de 2020.

ARCHDAILY. Disponível em: <www.archdaily.com.br> Acessado em 23


Julho de 2020.

BCMFARQUITETOS. Disponível em: <www.bcmfarquitetos.com> Aces-


sado em 23 Julho de 2020.

UNDP. Disponível em: <www.br.undp.org> Acessado em 23 Julho de


2020.

CIDADES EFICIENTES. Disponível em: <www.cidadeseficientes.cbcs.


org.br> Acessado em 23 Julho de 2020.

CUBO VERDE. Disponível em: <www.cuboverde.com.br/> Acessado


em 23 Julho de 2020.

DESIGN BRASIL. Disponível em: <www.designbrasil.org.br> Acessado


em 23 Julho de 2020.

DESIGN CULTURE. Disponível em: <www.designculture.com.br> Aces-


sado em 23 Julho de 2020.

DESIGN FERA. Disponível em: <www.designfera.com.br> Acessado


em 23 Julho de 2020.

ECYCLE. Disponível em: <www.ecycle.com.br> Acessado em 23 Julho


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS
de 2020.

FAU USP LABAUT CONFORTO. Disponível em: <www.fau.usp.br/


pesquisa/laboratorios/labaut/conforto/index.html> Acessado em 23 Ju-
lho de 2020.

FGMF. Disponível em: <www.fgmf.com.br> Acessado em 23 Julho de


2020.

IBERDROLA. Disponível em: <www.iberdrola.com> Acessado em 23


Julho de 2020.

IINSPIRADAS. Disponível em: <www.iinspiradas.com.br> Acessado em


23 Julho de 2020.
103
INMETRO. Disponível em: <www.inmetro.gov.br> Acessado em 23 Ju-
lho de 2020.

INMETRO ORGANISMOS CONSULTAS. Disponível em: <www.inme-


tro.gov.br/organismos/consulta.asp> Acessado em 23 Julho de 2020.

INVERDE WORDPRESS. Disponível em: <www.inverde.wordpress.


com> Acessado em 23 Julho de 2020.

LABEEE UFSC. DISPONÍVEL em: <www.labeee.ufsc.br> Acessado


em 23 Julho de 2020.

METRO ARQUITETOS. Disponível em: <www.metroarquitetos.com.br>


Acessado em 23 Julho de 2020.

MMA. Disponível em: <www.mma.gov.br> Acessado em 23 Julho de


2020.

MME. Disponível em: <www.mme.gov.br> Acessado em 23 Julho de


2020.

NITSCHE ARQUTETOS. Disponível em: <www.nitsche.com.br> Aces-


sado em 23 Julho de 2020.

PORTAL IGE UNICAMP. Disponível em: <www.portal.ige.unicamp.br>


Acessado em 23 Julho de 2020.

PUB ABCWATERS. Disponível em: <www.pub.gov.sg/abcwaters>


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

Acessado em 23 Julho de 2020.

PUB ABOUT. Disponível em: <www.pub.gov.sg/about> Acessado em


23 Julho de 2020.

RECYCLART. Disponível em: <www.recyclart.org> Acessado em 23 Ju-


lho de 2020.

REVISTAS USP. Disponível em: <www.revistas.usp.br> Acessado em


23 Julho de 2020.

SITES POLI USP. Disponível em: <www.sites.poli.usp.br> Acessado em


23 Julho de 2020.

104
SUSTENTARQUI. Disponível em: <www.sustentarqui.com.br> Acessa-
do em 23 Julho de 2020.

TED. Disponível em: <www.ted.com> Acessado em 23 Julho de 2020.

FILMES E VÍDEOS INDICADOS:

Abstract: The Art of Design, Documentário, 2018.

Catching the Sun, Documentário, 2015.

Erin Brockovich, Drama, 2000.

Life after people, Docuentário, 2009.

Minimalism: a documentary about the importante things. Data: 2016.


Fonte: <https://minimalismfilm.com/>

Saneamento Básico – O Filme. Data: 2007. Ref: <https://www.youtube.


com/watch?v=buZmu3T8M9k>

Habitar/Habitat: Casa Sustentável. Data: 2013. Fonte: https://www.you-


tube.com/watch?v=szpc6_t-CZo

Design Ecológico, Documentário. Uma Verdade Inconveniente, Docu-


mentário, 2007

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS


Design Ecológico, Documentário, Disponível em: documentaryonde-
mand – Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7neWgExucQU

Abstract: The Art of Design, Documentário, Disponível em: Netflix Brasil.

Uma Verdade Inconveniente, Documentári, Disponível em Netflix Brasil.

Infraestrutura Verde, Programa Capital Natural, BandNews TV,


18/05/2013.

WEBINAR - Projetos de Infraestrutura Sustentaveis Infraestrutura Ver-


de, 23/06/2016.

Diferente sim, por que não? | Cecilia Polacow Herzog | TEDxRio, 2015.
105
Great Museums: Elevated Thinking: The High Line in New York City.
Data: 2017. Fonte: www.youtube.com/watch?v=7CgTlg_L_Sw

O Saracura e os rios “invisíveis” de São Paulo – TV Folha. Data: 2019.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1KZ9_AojbQU&list=PL68H-
viLG8hvXAgH1z7SDqSrr5FXQyWRmY

Smart Cities: conceito ou realidade! | Margarida Campolargo | TEDxGui-


marães. Dara: 2011. Fonte: www.ted.com/tedx

LIVROS INDICADOS:

BARBERO, Silvia. Ecodesign. Editora, 2009.

HEYWOOD, Huw. 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo


consumo energético. Editora Gustavo Gili. São Paulo/SP. 2016.

GEHL, Jam. Cidades para pessoas. Editora Perspectiva. São Paulo/


SP. 2013.

JOURDA, Françoise-Hélène. Pequeno manual do projeto sustentá-


vel. Editora Gustavo Gili. São Paulo/SP. 2012.

LENGEN, Johan Van. Manual do Arquiteto Descalço. Editora B4. Rio


de Janeiro/RJ. 2014.

MANZINI E & VEZZOLI C. O desenvolvimento de produtos susten-


SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

táveis. São Paulom EdiUSP, 2002. MERICO Fernando Krieger. Econo-


mia e sustentabilidade – O que e como se faz. São Paulo.

PAPANEK V. Arquitectura e Design: Ecologia e Ética. Editora Alme-


dina, 2007;

KAZAZIAN T. Haverá a Idade das Coisas Leves: Design e Desenvol-


vimento Sustentável. Editora SENAC, São Paulo, 2005;

KWOK G. A., GRONDZIK T. W. Manual de Arquitetura Ecológica. Edi-


tora Bookman;

VARGAS, Heliana Comin, Pellegrino, Paulo, Moura, Newton Becker.


Estratégias para uma infraestrutura verde. Editora Manole. Rio de
106
Janeiro/RJ. 2017.

VASCONCELLOS, Andréa Araújo, Françoise-Hélène. Infraestrutu-


ra Verde Aplicada ao Planejamento da Ocupação Urbana. Editora
Appris. São Paulo/SP. 2015.

SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

107
SUSTENTABILIDADE E ECODESIGN - GRUPO PROMINAS

108

Você também pode gostar