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PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS


PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
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rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Larissa Danielle Melo Costa


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade fundamentará os Conceitos para Elaboração do
Laudo Pericial. Especificamente, foram enfocados: a) os Conceitos de
Meio Ambiente e Ecossistemas que estão Presentes no Meio b) as
Características da Perícia Ambiental c) Técnicas e Métodos para a
Avaliação de Impacto Ambiental. O objetivo desta abordagem é de
orientar o leitor às características que englobam a perícia ambiental e
os critérios de análises para a elaboração do laudo de perícia. Os que-
sitos legais que contemplam as Políticas Públicas Ambientais visam
Assegurar um Meio Ambiente de Qualidade para a Vida, portanto a
perícia ambiental desenvolve o papel de identificar os danos causados
pelo empreendimento em uma ação civil. O Laudo Pericial fundamen-
ta as evidências constatadas pelo perito e serve como prova jurídica,
a fim de responsabilizar o empreendimento pelos atos que causaram
danos ao meio ambiente. As Provas Periciais são fundamentadas em
metodologias específicas, garantindo que a perícia apresente a real
caracterização do meio ambiente, e assim, de forma justa, possibilite
a conclusão do laudo pericial.
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Impacto Ambiental. Meio Ambiente. Avaliação de Danos. Prova Pericial.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 10

CAPÍTULO 01
ECOLOGIA E O DIREITO AMBIENTAL

Conceitos de Ecologia _________________________________________ 11

Direito Ambiental _______________________________________________ 19

Recapitulando ________________________________________________ 25

CAPÍTULO 02
CARACTERÍSTICAS DA PERÍCIA AMBIENTAL

Princípios e Processos da Perícia Ambiental ____________________ 30

A Perícia Ambiental ____________________________________________ 35

Recapitulando _________________________________________________ 42

CAPÍTULO 03
AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
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Avaliação de Impactos Ambientais ____________________________ 46

Métodos de AIA ________________________________________________ 50

Recapitulando ________________________________________________ 60

Fechando a Unidade ___________________________________________ 65

Referências ____________________________________________________ 68

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Para compreender as interações que ocorrem no meio ambien-
te, a Ecologia é a ciência que estuda as características dos ecossistemas
que o envolve. As atividades humanas que interferem no equilíbrio am-
biental e assim na qualidade de vida da população, necessitam muitas
vezes, da intervenção do Estado para lidar com o conflito de interesses.
As Políticas Públicas criadas pelo Estado estabelecem limites
para que tanto o Estado, quanto o empreendimento e o indivíduo con-
vivam em harmonia com a natureza. Para tanto, a Perícia Ambiental é
um meio que o poder judiciário utiliza para conduzir o ato processual, e
solucionar o conflito de interesses entre as partes. Cabe ao juiz requerer
a perícia ambiental, quando o conhecimento jurídico é insuficiente para
responder os quesitos que envolvem as questões ambientais.
Esta unidade abordará os conceitos de Ecologia e Metodolo-
gias utilizadas na avaliação de impactos ambientais, a fim de funda-
mentar as Ações Públicas, movidas pelo Ministério Público ou demais
interessadas, na condução da perícia ambiental.
A Questão Ambiental abordada pelo poder judiciário, deve ser
analisada e averiguada por profissionais competentes, profissionais es-
tes denominados peritos. O Perito deve deter amplo conhecimento dos
requisitos legais elaborados pela política pública brasileira, e estão su-
jeitos às diretrizes dispostas no Código de Processo Civil.
Desta forma, a Perícia Ambiental tem por finalidade averiguar
as declarações das partes em relação aos danos ambientais causados
na área de conflito, e desta forma, fornecer parâmetros técnicos e es-
pecíficos, através do laudo pericial, de forma a auxiliar a decisão do juiz
ao final do processo.
Uma vez que a Política Nacional do Meio Ambiente não es-
tabelece quais as metodologias que o profissional da área ambiental
deve utilizar ao avaliar os impactos ambientais, esta unidade apresenta
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as principais metodologias e mais utilizadas no meio técnico científico.

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ECOLOGIA E O DIREITO AMBIENTAL

CONCEITOS DE ECOLOGIA
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Ecologia é a ciência que estuda as condições de existência


dos seres vivos e suas interações com o meio ambiente. É uma ciência
multidisciplinar, ou seja, envolve a biologia vegetal, animal, taxonomia,
fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geolo-
gia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica.
O ecossistema é o conceito que engloba todas as ciências contidas na
ecologia (CASSINI, 2005).
As principais áreas de estudo são:
• Ecologia Vegetal – relações das plantas entre si e com o meio
ambiente;
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• Ecologia Animal – envolve a dinâmica dos animais com o
meio ambiente;
• Sinecologia – estuda o ciclo de nutrientes, reservas energéti-
cas, e o desenvolvimento do ecossistema;
• Autoecologia – estudo da interação entre o organismo e seu
meio ambiente, e adaptabilidade genética da população em meio às
condições locais;
• Ecologia Populacional – crescimento populacional, mortalida-
de, natalidade, competição;
• Ecologia Humana – relações entre os seres humanos e as
demais espécies que compõem o meio ambiente.

A Sinecologia é subdividida em Ecologia Terrestre e Ecolo-


gia Aquática. A primeira abrange ecossistemas como microclimas,
química dos solos, fauna terrestre, ciclos hidrológicos, ecogenéti-
ca e produtividade. Já a segunda, é também conhecida como lim-
nologia, que estuda a vida nos corpos d’água.

A sobrevivência em sociedade depende do conhecimento dos


indivíduos para com o meio ambiente. A figura 1.1 demonstra os níveis
de organização dos seres vivos.

Figura 1.1 – A organização dos seres vivos


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Fonte – KASKANTZIS NETO, 2005.

Desta forma, todos os seres vivos estão inter-relacionados a


partir do ecossistema que habitam. O Ecossistema é formado por um
meio físico: solo, água, ar e os seres vivos, que convivem em equilíbrio.
Seu sistema é equilibrado de tal forma que quando consome algum re-
curso, ele providência o mesmo, de outras maneiras. Qualquer mudan-
ça em seu fluxo natural ocasiona seu desequilíbrio, e resulta em uma
resposta instantânea do sistema (KASKANTZIS NETO, 2005).
Levando em consideração que a perícia ambiental determina
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as alterações que ocorrem no meio físico, biológico e antrópico, é im-
portante que o perito conheça as características destes meios.

O Princípio da Propriedade Emergente é um conceito re-


levante ao estudarmos os impactos causados no meio ambiente.
Este princípio define que as propriedades emergentes individuais
podem não produzir impactos, porém de forma associada, resul-
tantes da interação entre todos os componentes, produzem impac-
tos significativos ou relevantes.

Ambiente Biológico

O meio biológico consiste no conjunto de plantas e animais e


suas inter-relações envolvendo troca de matéria e energia. É preciso
compreender o meio biológico e as complexas relações entre si e com
os demais meios. No meio biológico, algumas espécies podem indicar
a qualidade ambiental, já outras tem valor científico e econômico, ou
podem ser consideradas raras ou ameaçadas de extinção, e assim, ne-
cessitam de proteção (NAIME, 2014).
Os seres vivos que compõem o ecossistema vivem em um lo-
cal específico seu habitat natural desemprenhando funções específicas
nicho ecológico. Todos os seres vivos sofrem influências de diversos
fatores do meio ambiente, como:
1) Fatores Abióticos – compostos físicos e químicos de um am-
biente, capazes de influenciar os seres vivos presentes no ecossistema.
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• Luz: influencia o comportamento, a distribuição, e morfologia


dos seres vivos.
• Temperatura: fator limitante de sobrevivência dos seres vivos,
pois a temperatura afeta as reações químicas de cada um. De forma
genérica, eles só se desenvolvem na faixa entre 0ºC e 50ºC, que cor-
responde a tolerância das atividades metabólicas.
• Ação da água: a temperatura, movimento, ar, PH influenciam
nas características da água. A movimentação da água permite o deslo-
camento, provoca queda de temperatura e aumento da quantidade de
oxigênio dissolvido. Já a turbidez, reduz a intensidade luminosa;
• Oxigênio e outros gases: utilizados para a respiração e fotos-
síntese.
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• Umidade: afeta a taxa de transpiração dos seres vivos, sendo
que de forma geral, a umidade é menor durante o dia e maior durante
a noite.
• Alimentos: a disponibilidade de alimentos de qualidade dispo-
níveis no ecossistema afeta a produtividade, a longevidade, o desenvol-
vimento e a mortalidade dos seres vivos.
• Clima: inclui os padrões de chuva, temperatura e vento que
afetam o ecossistema.
• Solo: o húmus, lixiviação, erosão e laterização, são fatores
do solo. Estas características estão relacionadas à presença da água,
granulometria, porosidade, ar, pH e salinidade.
2) Fatores Bióticos – resultado da interação entre os seres vi-
vos de um determinado ecossistema.
• Produtores: responsáveis pela oxigenação do meio ambiente.
• Consumidores: alimentam-se de outros seres vivos.
• Decompositores: alimentam-se do resto de outros seres vivos.

Para conhecer mais sobre os fatores que influenciam o


meio ambiente, acesse o link abaixo, que simplifica o entendimen-
to aos conceitos de ecologia, ecossistemas, níveis tróficos, fatores
bióticos e abióticos, elaborado pelo Me Salva! ECO13.
https://www.youtube.com/watch?v=k4A0HXt1NhI

Ambiente Físico
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O meio físico é constituído pela: Litosfera, Hidrosfera e Atmos-


fera. Os danos gerados neste meio impactam a qualidade de vida dos
seres que os habitam.
Litosfera:
Este meio é composto pelas rochas, que podem ser classifica-
das em três tipos: rochas ígneas ou magmáticas, sedimentares, e me-
tamórficas. O intemperismo causado sobre estas rochas formam várias
camadas, sendo a mais superficial denominada de solo. O solo pode
ser composto por (KASKANTZIS NETO, 2005):
• Areia – rocha sedimentar formada a partir do quartzo e outros
minerais. A principal característica da areia é seu alto grau de permeabi-
lidade, permitindo que a água passe facilmente por seus grãos;
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• Argila: também é uma rocha sedimentar, porém ao contrário
da areia, seu grau de permeabilidade é baixo, dificultando a passagem
da água;
• Húmus: composto pela decomposição de animais e vegetais;
• Calcário: formado por rocha sedimentar, geralmente o carbo-
nato de cálcio.

O berço da vida dos oceanos é o local onde há intensa vida


orgânica. Geralmente são características de locais úmidos como
na desembocadura de rios para o mar, em que o solo fica sob a
água durante a maré alta, e exposta durante a maré baixa.

A Geologia do Solo estuda a composição das rochas que o


formam, analisando a infiltração subterrânea fluxo de água e demais
compostos e sua configuração.
Segundo Sousa (2018), o limite entra a zona de saturação e
a zona de aeração do solo, onde há o acumulo de água da chuva infil-
trada, é denominado lençol freático. A contaminação da água freática
e do subsolo é um risco à saúde humana, e tratar estes sistemas de-
mandam centenas de anos e disponibilidades de recursos financeiros
(KASKANTZIS NETO, 2005). Suas principais fontes de contaminação
são de origem antrópica.
a) Percolação local de substâncias concentradas advindas de
lixões, aterro sanitário, industrialização, acidentes.
b) Infiltração em forma de linhas, por efluentes de tubulações
danificadas, água de chuva das estradas.
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c) Infiltração difusa, a partir das utilizações excessivas de agro-


tóxicos, herbicidas e pesticidas.
d) Infiltração proveniente de lagos e lagoas de concentração.
Hidrosfera:
Este meio é composto pelos mares, lagos e rios, porém apenas
uma pequena parcela de toda a água existente no mundo, é potável.
Mesmo que a disposição de água potável seja pequena, a problemática
que envolve este assunto não está relacionada à sua quantidade, e sim
em como fornecer água e saneamento adequado para todos os seres
vivos, a partir do cenário de crescimento populacional e desenvolvimen-
to econômico intensivo.
Segundo Kaskantzis Neto (2005), a água é caracterizada por
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duas dimensões: química e biológica. A primeira dimensão refere-se à
composição da água, que em seu estado puro é composta apenas por
moléculas de oxigênio e hidrogênio. A segunda dimensão adiciona à pri-
meira, a presença de organismos vivos, como fitoplâncton, zooplâncton,
células, insetos, entre outro.

O estado puro da água nunca é obtido diretamente pela


natureza, que agrega desde diversos gases – dióxido de carbono e
nitrogênio – substancias sólidas – detritos orgânicos, solo – sais
– nitrato, cloreto e carbono – , até íons que conferem caráter alca-
lino ou ácido à ela. Por isto, para uso humano, é imprescindível o
tratamento da água.

Os níveis de qualidade da água e suas características dependem


do uso ao qual ela será destina. De forma resumida, a Agência Nacional
Águas (ANA) divide os usos da água em cinco grandes categorias: abaste-
cimento, fins industriais, geração de energia, irrigação, e outros usos.
1) Abastecimento: outorga para o abastecimento humano e ur-
bano.
2) Indústria: outorga para uso em atividades econômicas.
3) Hidroelétricas: outorga para a geração de energia elétrica.
4) Irrigação: outorga para supri-la a deficiência total ou parcial
da água na agricultura.
5) Outros usos: outorga para qualquer atividade humana que
altere as condições naturais da água, podendo ser uso consuntivo ou
não consuntivo. Inclui, também, atividades de lazer e recreação.
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A Agência Nacional Águas (ANA) realiza estudos e emite


normas, com o objetivo de assegurar o acesso a todos os recur-
sos hídricos. Em seu site, ela fornece atlas interativo para todos os
tipos de usos.
Acesse o link para mais informações: http://www3.ana.
gov.br/

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Atmosfera:
Este meio é composto por todos os gases que existem na Ter-
ra. O ar além de ser essencial para a respiração de muitos seres vivos,
ele também é o habitat de várias espécies.
Os gases que compõe a atmosfera, principalmente, são: nitro-
gênio (78%), oxigênio (21%) e argônio (0,9%), e por gases menores,
entre eles o vapor de água e o dióxido de enxofre, que totalizam apenas
0,1% do volume total. Ademais, há a presença de microrganismos e
materiais particulados.
A emissão de gases na atmosfera sempre existiu. Os fenôme-
nos naturais como erupções vulcânicas, a decomposição anaeróbica
de matérias orgânicas, e descargas elétricas de raios contribuem para
a poluição da atmosfera. Entretanto, o desenvolvimento industrial e o
crescimento populacional induzem o aumento desta poluição.
A Resolução CONAMA 03 de 1990 define em seu artigo 1 que
poluição atmosférica ocorre quando as concentrações de substâncias
emitidas no ar, ultrapassam os limites aceitáveis, de forma a afetar a
saúde, a segurança e o bem estar da população, bem como gerar da-
nos à fauna e à flora, e todos os componentes do ecossistema.
Os principais poluentes atmosféricos são o monóxido de car-
bono (CO), gás carbônico (CO2), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de
nitrogênio (NO2), material particulado (MP), hidrocarbonetos (HC), sul-
feto de hidrogênio (H2S), ozônio (O3), dioxinas e furanos, entre outros.
Sabe-se ainda que esses poluentes possam ter maior ou menor impac-
to sobre a qualidade do ar, de acordo com sua concentração na atmos-
fera e condições meteorológicas locais.

Figura 1.2 – Poluição do ar


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Fonte – Arionauro Cartuns.


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Um dos principais meios atenua a poluição atmosférica é a par-
tir da geração de energia. As fontes geradoras de energia são diversas,
podendo ser de origem natural quando a natureza é quem produz ener-
gia ou artificial quando as atividades humanas é quem produz.
A principal causa dos problemas ambientais relacionados ao
uso da energia artificial, ou seja, energia voltada para alimentação, mo-
radia e comércio, indústria e agricultura, e transporte, é o emprego de
combustíveis fósseis como o carvão, petróleo, gás, ou mesmo a lenha.,
o uso da hidroeletricidade e a energia nuclear.

Recursos Ambientais

O homem recorre aos recursos disponíveis na natureza para satis-


fazer suas necessidades. Os recursos ambientais podem ser componentes
do meio ambiente associado a fins energéticos ou qualquer elemento reti-
rado da natureza para preencher as necessidades humana. (ART, 1998).
Os recursos ambientais podem ser renováveis ou não renová-
veis. Os recursos renováveis são aqueles que após seu uso, voltam a
estar disponíveis no meio ambiente. Já os nãos renováveis, são os que
não podem ser produzidos após seu consumo, embora, em longo pra-
zo, possam ser substituídos por outros.
• Recursos Não Renováveis:
As principais fontes de energia utilizadas pelas atividades hu-
manas, e que não são renováveis são: o petróleo, gás natural, carvão
mineral e energia nuclear. (Tabela 1.1).

Tabela 1.1 – Fonte de Energia Não Renováveis


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• Recursos Renováveis:
As principais fontes de energia utilizadas pelas atividades hu-
manas, e que são renováveis, são: hidrelétrica, energia eólica, energia
solar e biomassa.

Tabela 1.2 – Fontes de Energia Renováveis

DIREITO AMBIENTAL

As políticas ambientais brasileiras são caracterizadas pelo di-


reito difuso, que se preocupa com questões da coletividade. Portanto,
todas as legislações ambientais visam a equidade social, a fim de res-
guardar os recursos ambientais.

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Na área ambiental, a legislação mais importante é a Lei Fe-


deral n.º 6938/81 que cria a PNMA. Ela é regulamentada pelo Decre-
to Federal n.º 99274/90.
A PNMA estabelece a estruturação do SISNAMA e cria os
instrumentos de proteção ambiental: licenciamento ambiental, EIA/
RIMA, Zoneamento.

O Direito Ambiental é conceituado como o conjunto de princí-


pios e normatizações sistemáticas que regulam as atividades humanas
e protegem o meio ambiente. Os princípios fundamentais da legislação
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ambiental são:
a) Princípio da Prevenção ou Precaução – considera que a pre-
venção dos aspectos ambientais é o principal objetivo das legislações
ambientais.
b) Princípio da Cooperação – colaboração, tanto do Estado quan-
to da população em geral, para a implementação das leis ambientais.
c) Princípio da Publicidade e da Participação Popular – todas
as questões ambientais devem ser divulgadas com a maior transpa-
rência possível, fomentar a participação da população em projetos e
problemas.
d) Princípio do Poluidor Pagador – na teoria, este princípio atri-
bui à responsabilidade do dano ambiental para aquele que o causou.
e) Princípio In Dúbio Pro Natura – o interesse coletivo deve
sobressair ao interesse individual.
A legislação ambiental se apoia na Constituição Federal de
1988, que em seu artigo 225, estabelece diretrizes para assegurar a
efetividade de que:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presen-
tes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

A constituição federal também determina as competências le-


gais dos Órgãos Governamentais:
1) União – competência legislativa primitiva e concorrente.
• Ministério do Meio Ambiente (MMA);
• SISNAMA;
• CONAMA;
• IBAMA;
2) Estados – competência legislativa concorrente.
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• Conselho Estadual de Meio Ambiente;


• Secretaria Estadual de Meio Ambiente;
• Órgãos ambientais (CETESB, FEMA…).
3) Municípios – competência legislativa suplementar.
• Conselho Municipal de meio Ambiente;
• Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Legislações e Normas Ambientais Vigentes

As principais legislações e normas ambientais brasileiras são


decorrentes da PNMA e estão sintetizadas abaixo.
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Flora:
Define as diretrizes em relação à exploração de florestas, prin-
cípios e fundamentos para o manejo florestal de maneira sustentável.
• Código Florestal – Lei n.º 12651/12: Dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa; altera as Leis n. 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; revoga as Leis n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
14 de abril de 1989, e a Medida Provisória n.º2.166-67, de 24 de agosto
de 2001; e dá outras providências.
Fauna:
Estabelece que os animais são patrimônio da união, proíbe a caça
profissional e o comércio de animais silvestres e ameaçados de extinção.
• Proteção à Fauna – Lei n.º 5197/67: Dispõe sobre a proteção
à fauna e dá outras providências.
Ação Civil Pública:
Atribui o poder de ação do Ministério Público ou entidade civis
contra aqueles que causarem quaisquer danos ao meio ambiente.
• Lei n.º 7347/85: Disciplina a Ação Civil Pública de responsa-
bilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens
e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e
dá outras providências.

Art. 3: A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cum-
primento de obrigação de fazer ou não fazer recuperação ambiental.
Art. 4: Ação cautelar Evitar e prevenir os danos ambientais bem como aos
demais interesses difusos ou coletivos.
Art. 6: Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a ini-
ciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil e, indicando-lhe os elementos de convicção.
Parágrafo 1º, art. 8º: O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidên-
cia, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular,
certidões, informações, exames, perícias, no prazo que assinalar, o qual não
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poderá ser inferior a 10 (dez) dias.


Art. 10: Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
anos, mais multa de ..., a recusa, o retardamento ou a omissão de dados
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo
Ministério Público.
Art. 13: Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado re-
verterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais
de que participarão necessariamente o Ministério Público e representante da co-
munidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
Art. 18: Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem con-
denação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
advogado, custas e despesas processuais.

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Regras Sobre a Biodiversidade:
Tratam da Biossegurança, regras e técnicas para a manipula-
ção genética e liberação destes organismos no meio ambiente, e tam-
bém de assuntos relacionados às sementes transgênicas.
• Lei n.º 11105/2005: estabelece normas de segurança e meca-
nismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a ma-
nipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o
armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação
no meio ambiente e o descarte de ORGANISMOS GENETICAMENTE
MODIFICADOS (OGM) e seus derivados, tendo como diretrizes o estí-
mulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a
proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do
princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
Lei de Patentes:
Relacionada à propriedade intelectual, ou popularmente co-
nhecida como lei de patentes. É aplicada aos produtos e aos processos
de produção. Proíbe o patenteamento dos elementos que constituem o
meio ambiente, tendo como exceção apenas as sementes transgênicas.
• Lei n.º 9279/96: regulam direitos e obrigações relativos à pro-
priedade industrial.
Crimes Ambientais:
A responsabilidade ambiental contempla três esferas: Adminis-
trativa, Civil e Penal. O Governo aplica as sanções penais mediante
iniciativa própria ou por denúncia da sociedade.
• Lei n.º 9605/98: dispõe sobre as sanções penais e adminis-
trativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e
dá outras providências.

Capítulo II - Da Aplicação da Pena - Art. 6º Para imposição e gradação da pe-


nalidade, a autoridade competente observará: ... III – a situação econômica
do infrator, no caso de multa.
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Art. 8º- Penas restritivas de direito: ... IV – prestação pecuniária.


Art. 12- A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima
ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo
juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual repa-
ração civil a que for condenado o infrator.
Art. 15- São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime: ... a) para obter vantagem pecuniária; c) afetando ou
exposto a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente.
Art. 17- A verificação da reparação a que se refere o parágrafo 2º do art. 78
do código penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental,
e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a pro-
teção do meio ambiente.

22
Art. 19- A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,
fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e
cálculo de multa.
Parágrafo único: A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá
ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
Capítulo VIII - Disposições Finais – art. 79-A. Para o cumprimento do dispos-
to nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis
pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos
estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade
ambiental, ficam autorizadas a celebrar, com força de título executivo extraju-
dicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis
pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimen-
tos e atividades utilizadoras de recursos naturais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores (vide, também, art. 19 da Lei da ACP).
Parágrafo único: O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-
-se-á, exclusivamente, a permitir que pessoas físicas ou jurídicas mencionadas
no caput possam promover as necessárias correções de suas atividades, para
o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais compe-
tentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha de:
III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto
e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas.

As Leis e Normas Ambientais não se restringem apenas às


que estão mencionadas neste capítulo.
Dependendo da área a ser analisada, faz-se necessária a
busca por legislações acerca do assunto.
Algumas Legislações Pertinentes: Lei n.º 9985 de 2000,
que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Natureza (SNUC); Lei n.º 11445 de 2007, que institui a Política Na-
cional de Saneamento; Lei n.º 12305 de 2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, entre outras.

Leis e Normas Técnicas Úteis:


Para a realização da perícia ambiental, é necessário analisar as
situações de acordo com a legislação e normas aplicáveis a cada situação.
a) Água: Decreto n.º 23.777/34 – indústria açucareira Lei nº
7.661/88 – gerenciamento costeiro Lei n.º 7.754/98 – florestas em nas-
centes de rios Lei n.º 9.433/97 – Política Nacional de Recursos Hídricos
Resolução nº 357/05 – CONAMA.
23
b) Ar: Decreto – Lei n.º 1.413/75 – poluição por atividades in-
dustriais Lei nº 6.803/80 – zoneamento industrial Portaria no 231/76
Resolução no 03/90 – CONAMA Resolução nº 06/93 – CONAMA Reso-
lução n.º 18/86 – CONAMA.
c) Camada de Ozônio: Decreto n.º 2.679/98 Decreto n.º
2.699/98.
d) Série ISO 14000 – normatização de produção que visa à
proteção ambiental através do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
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24
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: COPASA Prova: FUMARC - 2018
- COPASA - Agente de Saneamento - Técnico Meio Ambiente
O estudo da Ecologia trata, principalmente, de níveis de organiza-
ção além do organismo individual, cujo interesse abrange:
a) Organismos.
b) Órgãos.
c) Populações.
d) Tecidos.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova:
FCC - 2016 - Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior
- Analista Ambiental - Engenharia Ambiental
A partir dos anos de 1990, ocorreu à adoção de novos paradigmas
teóricos e científicos para se estudar a relação entre a sociedade
e a natureza. Oriundas da ecologia e dos movimentos ambienta-
listas, tais orientações definiram o conceito de sustentabilidade
ecológica como:
a) A capacidade de uma sociedade de ocupar certo território, exploran-
do seus recursos naturais sem ameaçar, ao longo do tempo, a integri-
dade ecológica do meio ambiente.
b) A capacidade de uma parte da população nativa se apropriar os re-
cursos de um lugar, modificando-os sem manter a probidade e equidade
ambientais de biomas variados.
c) A condição básica que se precisa para preservar os recursos naturais
dos biomas mais ameaçados do planeta para poder utilizá-los no presente.
Hoje se consome apenas o que é produzido e o que se pode tirar da terra.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

d) A condição primordial para manter o planeta apenas assolando al-


guns ecossistemas já em vias de destruição total, preservando outros
que têm sido usados dentro de padrões de qualidade.
e) Um ciclo de uso da matéria prima encontrada na Terra, utilizando os
recursos de hoje sem preocupação com quaisquer danos, é uma forma
de prevenção para manutenção da atualidade.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: EDUCA Órgão: Prefeitura de Maturéia - PB Pro-
va: EDUCA - 2016 - Prefeitura de Maturéia - PB - Analista Ambiental
Acerca das noções básicas de Ecologia, julgue os itens a seguir:
I. Ecologia é a ciência que estuda a relação dos seres vivos entre si
25
e sua interação com o meio ambiente.
II. Meio ambiente diz respeito ao conjunto de fatores bióticos e
abióticos que possibilitam a sobrevivência de um indivíduo, popu-
lação, comunidade.
III. População é a associação entre os seres de diferentes espécies
em uma determinada área.
IV. Comunidade diz respeito ao conjunto de organismos de uma mes-
ma espécie que habitam determinado espaço em um tempo definido.
Estão corretos os itens:
a) Apenas III e IV.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e IV.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Criciúma - SC Pro-
va: FEPESE - 2016 - Prefeitura de Criciúma - SC - Advogado
Assinale a alternativa correta, de acordo com a Lei da Ação Civil
Pública Lei n° 7.347/85.
a) A apelação, em ação civil pública ambiental, é recebida, em regra,
nos efeitos suspensivo e devolutivo.
b) Todos os legitimados para propor ações civis públicas em matéria
ambiental podem tomar dos interessados compromissos de ajustamen-
to de suas condutas às exigências legais.
c) A suspensão de liminar em ação civil pública pode ser requerida, ao
Presidente do Tribunal, por qualquer demandado, para evitar grave le-
são à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública.
d) A multa arbitrada pelo descumprimento da liminar pode ser executa-
da provisoriamente, se confirmada por sentença.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

e) A promoção de arquivamento de inquérito civil público, caso o re-


presentante do Ministério Público se convença da inexistência de fun-
damento para a propositura da ação civil, deve ser homologada pelo
Conselho Superior do Ministério Público.

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE -
2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
O Ministério Público ajuizou ações na esfera cível e criminal contra
empresa exploradora de petróleo, alegando prejuízos decorrentes
de vazamento de óleo combustível em águas marinhas. O vazamen-
to de óleo resultou na mortandade da fauna aquática e o Instituto
26
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) determinou, então, a imediata proibição de pesca na re-
gião, por seis meses. Na fase de provas, foi provada a regularidade
das instalações da empresa, que contava com as melhores tecno-
logias disponíveis, e a idoneidade dos esforços para a reparação
do problema, tendo o prejuízo ocorrido por motivo de força maior.
Determinado pescador profissional ajuizou ação indenizatória indi-
vidual pelos mesmos fatos, requerendo danos materiais e morais.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A pretensão indenizatória na ação civil pública pelo dano ambiental
difuso é imprescritível.
b) A pretensão do pescador é imprescritível.
c) A responsabilidade da empresa pela poluição gerada é objetiva em
todas as ações.
d) Se reconhecida processualmente, a força maior afastará a obrigação
de indenizar.
e) O reconhecimento da força maior como determinante do dano não
tem repercussão na ação criminal.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A Lei Federal n.º 9.985/2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza no Brasil. A Unidade de Conservação é o espa-
ço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob-regime es-
pecial de administração. As Unidades de Conservação dividem-se em dois
grupos com características específicas: Unidades de Proteção Integral e
Unidades de Uso Sustentável. Quais são as unidades de conservação que
constitui o segundo grupo Unidades de Uso Sustentável? PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Sobre a Responsabilidade Civil por Dano Ambiental, é correto afirmar.
a) O código civil estabelece que a responsabilidade pelo dano ambiental
não exija prova da culpa.
b) A responsabilidade objetiva aplica-se às pessoas físicas, às pessoas
jurídicas de direito privado e às pessoas jurídicas de direito público.
c) A responsabilidade é apenas a empresa como pessoa jurídica nas
esferas administrativa, civil e penal.
d) O Poder Público deve comprovar que os riscos existem, e que a pes-
soa que explora a atividade foi a causadora do dano.
e) Tendo havido licença ambiental regularmente expedida, não há que se
falar em responsabilidade da empresa em razão da ocorrência de danos.
27
ambientais em virtude da ocorrência de caso fortuito ou força maior.

NA MÍDIA
MINISTÉRIO PÚBLICO REQUER DEMOLIÇÃO DE OBRAS EM ÁREA
DE PROTEÇÃO AMBIENTAL EM FORTIM
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) requer a demolição
das obras do Empreendimento Turístico Praia Canoé, em Fortim, litoral
leste do Ceará.
Por meio de uma Ação Civil Pública ambiental e de Improbidade Admi-
nistrativa, o órgão solicita que sejam removidas todas as intervenções
que estejam em desacordo com a licença emitida pela Superintendên-
cia Estadual do Meio Ambiente (SEMACE).
De acordo com laudos emitidos pelos servidores do MPCE, da SEMA-
CE e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), o complexo tu-
rístico pode ocupar apenas o espaço do empreendimento localizado no
tabuleiro pré-litorâneo.
Mesmo com a proibição de obras em áreas protegidas pela legislação
ambiental, os responsáveis pelo estabelecimento construíram em áreas
de preservação permanente inseridos em dunas fixas, móveis e frontais,
planície fluviomarinha e superfície de deflação ativa e faixa de praia.
Diante dos danos ambientais provocados, o Ministério Público requereu
a desocupação, demolição e remoção de todos os materiais e entulhos
das edificações erguidas em desconformidade com a licença emitida
pela SEMACE.
Foi solicitada também a reparação dos danos já causados ao meio am-
biente por meio de indenização, que serão qualificados pela perícia a
ser realizada pela SEMACE, bem como a condenação de todos os en-
volvidos nas sanções previstas da Lei de Improbidade Administrativa.
Na ação proposta, a Promotoria ressaltou que a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente (SEMMAN) não atende aos requisitos estabelecidos pela
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

legislação para conceder licenciamento ambiental, tais como o órgão am-


biental capacitado, composta de uma equipe multidisciplinar de nível supe-
rior para analisar o licenciamento ambiental e equipe de fiscalização e de
licenciamento formados por servidores públicos efetivos de nível superior.
Diante disso, o órgão ministerial solicitou a nulidade de todas as licenças
concedidas pelo órgão municipal em favor do empreendimento turístico.
Em nota, a empresa Praia Canoé esclareceu que ainda não foi oficial-
mente notificada da Ação Civil Pública, mas afirma que possui todas as
licenças exigidas por lei e que os empreendimentos turísticos citados
encontram-se em pleno funcionamento, desde 2016, gerando emprego
e renda para a população de Fortim.
Fonte: Diário do Nordeste
28
Data: 26 fev 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/online/mi-
nisterio-publico-requer-demolicao-de-obras-em-area-de-protecao-am-
biental-em-fortim-1.2068522

NA PRÁTICA
A Ecologia é a ciência que estuda os ecossistemas. Para compreender
as interações que ocorrem no meio ambiente, é essencial conhecer o fun-
cionamento dos ecossistemas que estão inseridos no meio em análise.
A Perícia Ambiental somente é viável a partir do estudo do meio ambiente
em que o perito realizará o laudo pericial. As interferências, desequilíbrios,
impactos positivos e/ou negativos gerados pelos empreendimentos e pela
população, influenciam na qualidade de vida da sociedade, e necessitam
muitas vezes, da intervenção do Estado para sanar o conflito ocasionado.
As Políticas Públicas criadas pelos Estados fundamentam e estabele-
cem limites para que tanto o Estado, quanto o empreendimento e o
individuo convivam em harmonia com a natureza.

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

29
CARACTERÍSTICA DA PERÍCIA
AMBIENTAL

PRINCÍPIOS E PROCESSOS DA PERÍCIA AMBIENTAL


PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Com a promulgação da Lei n.º 9605/98 Lei dos Crimes Am-


bientais, os Tribunais Brasileiros passam a receber inúmeros processos
movidos pela coletividade, pelo Ministério Público (MP) e pelo Estado
visando à proteção dos recursos ambientais.
A crescente concentração populacional juntamente com o in-
tenso desenvolvimento econômico são os principais fatores que influen-
ciam o desequilíbrio ecológico, e consequentemente, a qualidade de
vida. É a partir das ações judiciais movidas por causa do desequilíbrio
ambiental que surge a necessidade da perícia ambiental, prevista no
Código de Processo Civil.
3030
A solicitação da prova pericial acontece na etapa de averigua-
ção da verdade dos fatos. “Nas questões que envolvem a natureza,
informações e documentos não são suficientes para elucidar o caso,
necessitando, portanto, de prova técnica baseada em metodologias es-
pecíficas para a averiguação concreta dos danos e efeitos causados ao
ecossistema”. Esta prova somente tem validade se produzida por profis-
sionais especializados na área (ROVERI; OLIVEIRA; PEREIRA, 2010).
Diante desta nova realidade, encontra-se a perícia ambiental, que
exerce a atividade profissional de relevante interesse social, exigindo uma
abordagem multidisciplinar e a atuação de profissionais altamente qualifi-
cados analisar as questões ambientais, além de estudos e pesquisas que
fundamentam os trabalhos avaliatórios e periciais de responsabilidade.

Perícia Judicial

Em todas as áreas técnicas científicas em que o conhecimento


jurídico não é suficiente para emitir um parecer, faz-se necessária à pe-
rícia, a fim de apurar os fatos reais, e assim, esclarecer os conflitos de
interesses (ALMEIDA, 2000).
A resolução de conflitos de interesses pelo Estado é funda-
mentada pelo ato processual: Processo, Ação e sua Jurisdição, uma
vez que o Estado atua como intermediador destes conflitos.

Processo: forma sistemática de proceder, necessária ao


válido exercício do poder, onde ao fim, espera-se que um juiz de
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

direito ou tribunal, com regular jurisdição, profira decisões sobre o


Direito entre as partes autor e réu.
Jurisdição: poder que detém o Estado para aplicar o direi-
to, com o objetivo de solucionar os conflitos de interesses.
Ação: todos têm o direito de ação, em que os interessados
têm o direito de solicitar o seu pronunciamento, exigindo que o
Estado preste, de forma jurisdicional, a solução do conflito.

Os atos processuais são públicos e seguem as diretrizes esta-


belecidas no Código de Processo Civil. Podem ser de três formas: Ato
das Partes, do juiz, e Atos utilizados pelo escrivão durante a tramitação
do processo.
31
1) Ato das Partes: pode ser através de petição, de afirmação,
juntando provas, acordos entre as partes, e até sobre a desistência do
processo.
2) Ato dos Juízes: aonde o juiz conduz o processo segundo
procedimento legal, resolvendo os conflitos e resultando em uma sen-
tença ou decisão ou despacho.
3) Ato do Escrivão: estão relacionados com a autuação da petição
inicial dos processos, mencionado o juízo, a natureza da situação, registro,
as partes envolvidas, data de início, e demais documentações cabíveis.
O juiz é a autoridade pública que detém o poder de julgar e
solucionar o conflito de interesses, na qualidade de administrador da
Justiça do Estado. Ele constrói sua decisão a partir do confronto dos
pedidos, com as provas, normas legais, a doutrina e a jurisprudência.
Para julgar e solucionar o conflito cabe ao juiz analisar o proces-
so, item a item, e quando necessário, requerer aos conhecimentos de um
perito especializado no assunto, para proferir sua decisão. O juiz instrui o
processo e, através das provas, busca estabelecer as premissas de fato.
O juiz é soberano ao tomar a decisão sobre o processo, não
estando obrigado a acatar o laudo do perito, podendo adotar o parecer
de um dos assistentes técnicos ou ainda não acatar nenhum deles, soli-
citando nova perícia, ou formando sua convicção com outros elementos
ou fatos que julgar provados nos autos, ou fazendo uma inspeção judi-
cial, conforme artigos 440 a 443 do CPC (ARAÚJO, 2002).

Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase


do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre
fato, que interesse à decisão da causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou
mais peritos.
Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: I - jul-
gar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

observar; Il - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis


despesas ou graves dificuldades; III - determinar a reconstituição dos fatos. Pa-
rágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando es-
clarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,
mencionando nele tudo quanto for útil à decisão da causa. Parágrafo único.
O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

Durante o processo, tanto as partes quanto o juiz podem apresen-


tar quesitos suplementares, em função dos já formulados, com o intuito de
esclarecer as questões abordadas no processo e pela perícia realizada.
Cabe ao juiz estabelecer os quesitos que a perícia deve abor-
dar, ou seja, definir os questionamentos que a perícia deve responder a
32
partir da atuação do perito e dos assistentes técnicos dentro do assunto
pertinente, e caso o perito aborde questões que não foram indagadas
no processo, o juiz pode indeferir a prova apresentada, e até mesmo
anular o laudo pericial.

Quando ocorre a necessidade de substituir o perito por


não cumprir o prazo, o juiz informará o ocorrido à corporação pro-
fissional de peritos, podendo, ainda, aplicar multa de valor propor-
cional ao prejuízo causado sob o ato processual.

Perito e Assistente Técnico

Quando o juiz requisita a perícia para esclarecer, tecnicamente


a existência ou não dos danos ambientais, apresentados nos atos pro-
cessuais, é que se faz necessária a presença do perito.
“O perito deve ser um profissional de confiança do juiz, pois
atuará como auxiliar da justiça, no local onde ocorreram as diligências”.
(BENITE, 1993). Desta forma, além dos requisitos morais e éticos ine-
rentes a esta função, o perito deve ser capacitado tecnicamente na área
ambiental, a fim de diminuir as dúvidas presentes no processo.
A atuação do perito visa satisfazer a finalidade da perícia, ve-
rificando os fatos do processo, certificando-os, apreciando-os ou inter-
pretando-os. Cabe ao perito, portanto, confeccionar o laudo pericial que
fundamentará a decisão proferida pelo juiz (CHAGAS NETO, 2006). As
responsabilidades do perito sobre as informações contidas no laudo são
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

estabelecidas nos artigos 146 e 147 do Código de Processo Civil:

Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a
lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo. Parágrafo único. A escusa será apresentada, den-
tro de cinco dias contados da intimação, ou do impedimento superveniente,
sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la art. 423.
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, res-
ponderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por dois (2) anos,
a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.

O conhecimento do perito deve abranger as normas específi-


cas que disciplinam a atividade pericial, bem como “Os códigos e leis
33
vigentes do Código Civil Brasileiro e do Código do Processo Civil, sendo
obrigatória a comprovação deste conhecimento”. (ARAÚJO, 2000).
Cabem ao perito estimar suas despesas com equipamentos
e demais instrumentos necessários para a realização da perícia. Seus
honorários são baseados na complexidade e extensão da perícia, na
natureza da perícia, e no tempo necessário para a averiguação dos
fatos, que devem compreender:
• Vistorias;
• Buscas e investigações;
• Estudos;
• Cálculos;
• Deslocamentos;
• Demais atividades técnicas necessárias ao desempenho de
suas funções.
Em contrapartida, os assistentes técnicos não são nomeados pelo
juiz, e sim pelas partes. Eles são profissionais de confiança das partes, e
nada impede que concluam, de forma tendenciosa, a perícia realizada.
Os Assistentes Técnicos devem satisfazer os quesitos abor-
dados no processo, a fim de auxiliar as conclusões do perito, porém
eles não possuem a função de fiscalizar o perito. O art. 429 do CPC
possibilita que estes profissionais solicitem documentos às partes e aos
órgãos públicos, entrevistem testemunhas, analisem fotos e plantas do
território, para anexar ao laudo pericial.
As principais características que os assistentes técnicos de-
vem apresentar são:
a) Estar tecnicamente preparado e habilitado na matéria que
irá discutir;
b) Estudar e conhecer o problema, para que tenha suas pró-
prias convicções;
c) Participar em conjunto com o advogado, no que lhe compete
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

tecnicamente, na elaboração da inicial, contestação e quesitos;


d) Estar junto ao perito para ajudá-lo e convencê-lo de suas
convicções;
e) Participar, se o perito permitir, na elaboração do laudo;
f) Estar à disposição dos advogados, perito e interessados, para
dirimir dúvidas e participar intensamente da produção da prova pericial;
g) Administrar tecnicamente o que lhe compete, com clareza
e objetividade, para sempre que solicitado prestar esclarecimentos aos
advogados e interessados.

34
A interferência do assistente técnico, juntamente com as
informações privilegiadas que o advogado tem, contribui para qual
caminho a perícia será direcionada.

A PERÍCIA AMBIENTAL

A perícia é caracterizada pela atividade humana e que consiste


na intervenção de um processo, a partir do conhecimento técnico profis-
sional acerca da verificação, valoração e interpretação de fatos. O perito
não necessita de conhecimentos jurídicos, apenas conhecimentos téc-
nicos sobre a área de estudo, para conceituar as causas e os efeitos do
determinado fato. A figura 2.1 ilustra as etapas da perícia.

Figura 2.1 – Fluxograma Básico de Pericial

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte – ALMEIDA, 2000


35
Desta forma, a perícia ambiental é um artifício utilizado em
processos judicial estando sujeito às diretrizes previstas pelo CPC que
atenderá os questionamentos ambientais, onde o objeto em discussão
é o dano ambiental ou o risco de sua ocorrência (ARAÚJO, 2002).
A legislação ambiental regulamenta a tutela e proteção do meio
ambiente a nível Federal, Estadual e Municipal, e caracteriza os princí-
pios e normas que regem as atividades humanas que possam causar
quaisquer danos ao meio ambiente, visando a sustentabilidade.
Portanto, as perícias ambientais devem ser conduzidas por
profissionais com formação de nível superior, registro profissional vali-
dado por órgão competente e conforme os seguintes requisitos legais:
• Lei n.º 5194 de 1966 (CONFEA) – regula o exercício das pro-
fissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras
providências.
• Resolução n.º 1002 de 2002 (CONFEA) – adota o Código de
Ética Profissional da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Ge-
ologia, da Geografia e da Meteorologia e dá outras providências.
• Resolução n.º 218 de 1973 (CONFEA) – discrimina atividades
das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e
Agronomia.
• Resolução n.º 345 de 1990 (CONFEA) – dispõe quanto ao
exercício por profissional de Nível Superior das atividades de Engenha-
ria de Avaliações e Perícias de Engenharia.
• Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
• Constituição Federal de 1988.
• Leis Ambientais Federais, Estaduais e Municipais.
• Código e Defesa do Consumidor.
• Resoluções do CONAMA.
• Código Florestal.
A Resolução n.º 345/90 editada pelo CONFEA define alguns
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

conceitos importantes para a perícia ambiental:

Art. 1º - Para os efeitos desta Resolução, define-se:


a) Vistoria é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das
causas que o motivaram.
b) Arbitramento é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre
alternativas tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
c) Avaliação é a atividade que envolve a determinação técnica do valor qua-
litativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento.
d) Perícia é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.
e) Laudo é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que obser-

36
vou e dá as suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, funda-
mentadamente.Art. 2º - Compreendem-se como a atribuição privativa dos En-
genheiros em suas diversas especialidades, dos Arquitetos, dos Engenheiros
Agrônomos, dos Geólogos, dos Geógrafos e dos Meteorologistas, as vistorias,
perícias, avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas
partes integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras e ser-
viços de utilidade pública, recursos naturais e bens e direitos que, de qualquer
forma, para a sua existência ou utilização, sejam atribuições destas profissões.

Quesitos da Perícia Ambiental

Os quesitos são as questões que envolvem o ato processual, e


que devem ser respondidas de maneira objetiva, clara, fundamentada,
e imparcial.
Os quesitos são diferenciados em cinco categorias.
1) Identificação da área: a localização da área do empreendi-
mento ou limites de intervenção; a presença ou proximidade de Unidade
de Conservação (UC), APP, ou RL.
2) Identificação do dano: descrição das atividades e interven-
ções realizadas na área identificada e a magnitude do aspecto ambien-
tal significativo; datar quando houve tais danos; estabelecer os efeitos à
saúde, segurança e bem estar da população; criar condições desfavo-
ráveis às atividades socioeconômicas, de forma a afetar negativamente
a biota; alterar as condições naturais do meio ambiente.
3) Nexo de causalidade: identificar a pessoa física e/ou jurídica
responsável pelo dano.
4) Possibilidade de recuperação do meio ambiente: verificar se
as áreas afetadas são passíveis de recuperação ambiental, e descrever
quais as medidas que devem ser adotadas; caso não seja possível re-
cuperar a área, estimar a valoração do dano ambiental.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

5) Outras considerações: informar se o empreendimento possui


as licenças ambientais regulares e anexar suas cópias; se houve vantagem
econômica com a exploração de recursos ambientais extraídos de forma
irregular ou proibidos, e qual o valor monetário desta vantagem; informar se
os atos descritos constituem atos de infração ambiental; anexar as AIAs do
empreendimento; descrever demais considerações pertinentes à perícia.

Para responder aos quesitos da perícia, o perito utiliza dados


37
técnicos das normas, fotografias, referências bibliográficas especia-
lizadas, modelos matemáticos, questionários de respostas, visitas ao
local em análise, resultados de análises de laboratório, entre outros.

Prova da Perícia Ambiental

Segundo o CPC: Todos os meios legais, bem como os moral-


mente legítimos, ainda que não especificados nesse código, são hábeis
para provar a verdade dos fatos em que funda a ação ou a defesa. Al-
meida (2008) define a prova pericial como:

(...) A prova pericial consiste em exames, vistorias e avaliação. Como o juiz


não é conhecedor de todas as técnicas disponíveis, e não possui conheci-
mentos científicos ou técnicos para tal, nem deveria conhecer, é claro, ele
procura e nomeia pessoas de “sua confiança”, que atendam a matéria a ser
julgada. Perceba, a nomeação depende de um bom trabalho do perito (...).

As provas da perícia são referentes aos quesitos levantados,


que caracterizam a controvérsia da versão dos fatos citados pelas partes.
Portanto, são elas que viabilizam a legitimação do processo civil: a re-
construção da verdade e a aplicação do direito positivo (SARAIVA NETO,
2008). O CPC estabelece como espécies de prova art. 342 a 443:
a) A confissão;
b) Depoimento pessoal e de testemunhas;
c) Apresentação de documentos;
d) Os livros empresariais;
e) Perícia ambiental e inspeções judiciais;
f) Demais materiais que julgar relevante e que não tenha sido
obtido por ato ilícito.
A prova é considera a força primordial dos processos que en-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

volvem questões ambientais, pois os fatos apresentados por ela repre-


sentam a verdade real (ABELHA, 2004), uma vez que mensurar e deli-
mitar o dano ambiental é uma atividade bastante complexa.
O juiz pode obter convicção a partir de qualquer prova apre-
sentada, mesmo que esta prova seja contraditória, pois antes de pon-
derar o valor da prova, ele deve estabelecer a sua credibilidade – a cre-
dibilidade não é abalada caso a prova aponte para diferentes caminhos.

Laudo Pericial

O Laudo Pericial é constituído por fundamentação técnica dos


38
exames e vistorias realizados na perícia ambiental. Deve-se analisar
e interpretar os fatos a partir de métodos adequados, conduzindo a
conclusões irrefutáveis. Não deve contemplar considerações jurídicas
pois estas cabem apenas ao juiz e advogados da ação e sim clarear as
questões ambientais levantadas, de forma objetiva, conclusiva, e ética.
Segundo Almeida (2000), o laudo deve contemplar três fases,
sendo elas: síntese do conflito de interesses; exposição dos fatos ave-
riguados nos exames e vistorias; conclusão e respostas aos quesitos
levantados. A figura 2.2 apresenta o conteúdo do laudo pericial.

Segundo o artigo 433 do Código de Processo Civil, o laudo


pericial é o resultado, exclusivamente, das conclusões do perito, de
forma que não considera o parecer dos assistentes técnicos sem
que o perito autorize a participação do mesmo em sua elaboração.

Figura 2.2 – Síntese de Conteúdos Aplicados aos Textos de Perícia

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte – VIEIRA, 2010


39
O laudo pericial documentado não segue uma estrutura fixa,
porém, é recomendado que contemplasse as seguintes informações:
• Número do processo e quem solicitou a perícia ambiental;
• Nomes que identifiquem as partes envolvidas no processo;
• Quesitos da perícia;
• Identificação da equipe que realizou a perícia tanto o perito
quanto aos demais assistentes técnicos bem como registro profissional,
data e assinatura;
• Documentos e legislações utilizadas para a fundamentação
da perícia;
• Metodologias que foram utilizadas;
• Descrição do local da perícia;
• Data, hora e período de tempo das diligências;
• Apresentação e discussão dos resultados obtidos através da
perícia;
• Conclusões;
Levando em conta que a perícia ambienta averigua e analisa
os danos ambientais, devem-se levar em consideração os fatores abió-
ticos, bióticos e socioeconômicos. Portanto, o perito deve analisar, caso
caiba nos quesitos da perícia, a localização, discussão e conclusão dos
fatores identificados.
1) Localização
• Local da Área: localização da área afetada e sua vizinhança;
• Situação Legal da Área: descrição do local, a finalidade à qual
seu uso se destina se é UC, APP, RL, entre outros.
• Clima: caracterizar os fatores climatológicos do local.
• Recursos Hídricos: identificar e mapear os recursos hídricos
do entorno e subterrâneos.
• Solo: caracterizar o perfil do terreno, mapear os solos.
• Ecossistema, Vegetação e Fauna: descrever a mapear a ve-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

getação e fauna que são afetadas na área, mas principalmente, aqueles


de interesse econômico.
• Infraestrutura: descrever a atual infraestrutura, insumos, equi-
pamentos e tecnologias utilizadas para a operação.
2) Discussão
• Diagnóstico do meio ambiente, descrição da utilização dos
recursos ambientais.
• Avaliação ambiental, social, econômica e cultural da área;:
• Impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais espera-
do na localidade.
• Perspectivas da evolução ambiental.
• Considerações Complementares – alternativas tecnológicas
40
e recomendações.
• Apreciação dos quesitos.
3) Conclusão
• Deve ser sucinta e conclusiva.
Caso haja concordância com a conclusão do perito, os assis-
tentes técnicos também poderão assinar, junto ao perito, o laudo final.
Porém, o assistente técnico pode apresentar seu próprio parecer con-
testando a conclusão do perito.
Após sua confecção, o laudo deve ser entregue ao cartório onde
foi nomeado, possibilitando a continuidade do processo, onde as partes
se manifestarão a respeito das conclusões do perito (JULIANO, 2007).

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

41
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: VUNESP - 2014 -
TJ-RJ - Juiz Substituto
No Processo Penal, o perito:
a) Deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito
oficial.
b) Deve, quando trabalha em dupla, chegar a um consenso com seu
colega acerca do objeto da perícia, não podendo apresentar laudo di-
vergente em separado.
c) Pode ser ouvido em audiência e pode, inclusive, ter determinada sua
condução coercitiva.
d) Pode ser considerado suspeito, mas nunca impedido.

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PC-ES Prova: FUNCAB - 2013 -
PC-ES - Perito Criminal
O perito cumpre o papel de auxiliar do Juízo na prestação jurisdicio-
nal, encarregando-se de supri-lo de elementos técnicos específicos.
Sobre a atuação do perito, é correto afirmar:
a) O perito sempre deve prestar esclarecimentos em audiência.
b) Para manter a imparcialidade, o perito nunca deve contatar os assis-
tentes técnicos.
c) O perito deve abster-se de interpretação de leis.
d) Nem sempre o perito tem seu trabalho apresentado por escrito.
e) Para se ater somente à atribuição que lhe é conferida pelo Juízo, o
perito não pode ter acesso aos autos.

QUESTÃO 3
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Ano: 2007 Banca: FCC Órgão: MPU Prova: FCC - 2007 - MPU - Ana-
lista Pericial - Engenharia Florestal
Texto associado
Durante a vistoria o perito deve, principalmente,
a) Fazer levantamento topográfico georreferenciado da propriedade do
autuado e levantamento taqueométrico das áreas queimadas nas pro-
priedades vizinhas.
b) Fazer levantamento planialtimétrico detalhado das áreas afetadas do
autuado e dos vizinhos e elaborar relatório fotográfico.
c) Realizar um inventário florestal por amostragem da área remanes-
cente e obter a declividade média do local com o uso de clinômetro.
d) Fazer um croqui da propriedade, contendo as áreas queimadas e
42
obter amostras de madeira queimada para análise laboratorial.
e) Dimensionar as áreas queimadas nas propriedades e verificar se há
rebrota de gramíneas do gênero Brachiaria nas trilhas utilizadas para
extração da madeira.

QUESTÃO 4
Ano: 2005 Banca: EJEF Órgão: TJ-MG Prova: EJEF - 2005 - TJ-MG
- Juiz
A remuneração do perito será paga:
a) Pelo réu quando ordenado o exame, de ofício, pelo juiz.
b) Pelo réu quando ambas as partes requererem o exame.
c) Por ambas as partes quando requerido o exame pelo Ministério Pú-
blico e deferido pelo juiz.
d) Pela parte que houver requerido o exame.

QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: CREMESP Prova: FCC - 2016 - CRE-
MESP - Advogado
Considere a seguinte situação hipotética: No processo “X”, o peri-
to judicial prestou informações inverídicas que acabaram compro-
metendo a instrução processual e o deslinde da controvérsia. Con-
siderando que o perito agiu com culpa, não possuindo a intenção
deliberada de prestar as informações inverídicas, de acordo com o
Código de Processo Civil, o perito responderá pelos prejuízos que
causar à parte:
a) Mas não ficará inabilitado para atuar em outras perícias uma vez que
não agiu com dolo.
b) E ficará inabilitado para atuar em outras perícias pelo prazo de até
três anos, independentemente das demais sanções previstas em lei.
c) E ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

cinco anos, independentemente das demais sanções previstas em lei.


d) E somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se com-
provarem que a conduta culposa praticada decorreu de ato omissivo.
e) E somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se com-
provarem que a conduta culposa praticada decorreu de ato comissivo.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Considere a seguinte situação hipotética: Em um processo penal, o Juiz
nomeou um perito para analisar as provas e circunstancias dos fatos.
Quais são as obrigações que este perito tem durante sua vistoria?

43
TREINO INÉDITO
A responsabilidade social empresarial, quando relacionada ao de-
senvolvimento ambiental, pode ser definida como:
a) Consequência da globalização e normas estabelecidas pelo mercado.
b) Utilizando os recursos naturais até o seu esgotamento.
c) Aplicação da gestão pautada no desenvolvimento e proporcionando
ambiente de trabalho adequado.
d) Capacidade de as empresas produzirem bens de consumo ou serviços
economizando recursos naturais, ou pela diminuição do desperdício.
e) Resultado de suas metas econômicas associadas com suas políticas
internas.

NA MÍDIA
JUIZ DETERMINA PERÍCIA PARA IDENTIFICAR CRIME AMBIENTAL
NA FAZENDA DE MINISTRO EM MATO GROSSO
O juiz André Luciano Costa Gahyva, da 1ª Vara Cível de Diamantino
208 km a médio-norte de Cuiabá, determinou a produção de prova pe-
ricial para saber sobre possíveis danos ambientais causados em área
rural do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
A Ação promovida pelo Ministério Publico alega que foi constatado des-
mate e degradação na área de reserva legal dentro de uma propriedade
de Mendes, em Diamantino, bem como captação de águas superficiais
perante a margem de um rio sem outorga concedida pela Secretaria de
Meio Ambiente (SEMA).
Segundo o juiz André Luciano Costa Gahyva, não foi possível constatar,
após acusação e defesa, se a área realmente está degradada. Justamen-
te por isso tornou-se necessário realização de perícia especializada.
“As alegações trazidas na peça de defesa dos requeridos deixam este
juízo em dúvidas sobre a existência, ou não, de atividade lesiva ao meio
ambiente, não restando claro, até agora, se a conduta praticada pelos
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

réus na inicial causou ou esteja em vias de causar dano irreparável ou de


difícil reparação ao meio ambiente”, afirmou o juiz no dia 6 de fevereiro.
Por desconhecer a verdadeira situação, o magistrado negou pedido li-
minar que buscava antecipar adequações. Gilmar Mendes é processa-
do em ainda mais 4 ações por crimes ambientais. Familiares do ministro
também são acionados no processo.
O membro do STF já negou publicamente irregularidades em suas ter-
ras em Diamantino.
Fonte: Só Notícias
Data: 09 fev 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.sonoticias.com.br/geral/juiz-determina-pericia-para-identifi-
44
car-crime-ambiental-em-fazenda-de-ministro-em-mt/

NA PRÁTICA
A Perícia Ambiental é um meio que o poder judiciário utiliza para con-
duzir o ato processual, e solucionar um conflito de interesses entre as
partes. Cabe ao juiz requerer a perícia ambiental, quando o conheci-
mento jurídico é insuficiente para responder os quesitos que envolvem
questões ambientais.
Toda via o perito nomeado para realizar a perícia deve possuir amplo
conhecimento sobre a área da perícia, e seguir as diretrizes dispostas
no CPC e demais legislações e normas ambientais. Para auxiliar o pe-
rito, as partes podem nomear assistentes técnicos que irão representa-
-los junto à perícia ambiental realizada.
Ao final da perícia, o perito elabora o laudo pericial, documento este que
concluirá de forma objetiva, os quesitos averiguados durante o ato de
perícia, que auxiliará na decisão do juiz.

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

45
AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS


PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

A Resolução CONAMA 237/97 exige a expedição da licença


ambiental para os empreendimentos que de alguma forma impactam
o meio ambiente. O Órgão Ambiental Administrativo competente auto-
riza a localização, instalação, ampliação e operação de atividades que
utilizam os recursos naturais, destes empreendimentos. Ele estabelece
quais as condições, restrições e medidas de controle das atividades
exercidas pela empresa, seja ela privada ou pública.
A licença, entretanto, não tem caráter definitivo. Após a expedição
de qualquer tipo de licença ambiental, os requisitos estabelecidos devem
ser acompanhados e monitorados, e cabe ao órgão responsável a sua co-
4646
brança por via administrativa ou judicial. Constatado o não cumprimento
dos requisitos, a licença pode suspensa ou cancelada (ARAUJO, 2002).
As Resoluções que contribuem de forma expressiva para a
gestão ambiental são: CONAMA n.º 01/86 e a CONAMA n.º 237/97.
Estas duas Resoluções Regulamentam o Licenciamento Ambiental es-
tabelecidos na PNMA.
A Lei Complementar 140 (LC 140) regulariza as atribuições dos
entes federativos. A atuação do poder público é fundamental para asse-
gurar as diretrizes estabelecidas na Constituição, tendo o dever de prote-
ger o meio ambiente. Um ponto bastante importante da LC 140 é disposto
no art. 3, que se refere aos atrasos dos órgãos ambientais em proceder
com a licença ambiental, e com o custo real e complexidades dos servi-
ços que o órgão licenciador presta. Esta lei não altera as regras, prazos
e atividades descritas na Resolução CONAMA 237/97, pelo contrário, o
objetivo principal desta Lei é em diminuir a responsabilidade dos órgãos
menos com menor capacidade técnica em expedir a licença ambiental.
Neste contexto, em 1986 surge o termo Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA), disposta e criada pela Resolução CONAMA 01, efeti-
vando a obrigatoriedade da AIA, para o procedimento de licenciamento
ambiental, aos empreendimentos com atividades potencialmente polui-
doras e causadoras de degradação ambiental.
A AIA é uma ferramenta decorrente dos inúmeros impactos am-
bientais do crescimento das atividades humanas e do desenvolvimento
econômico mundial, principalmente nos países desenvolvidos.
Portanto, a AIA tem o papel de encontrar e estabelecer possí-
veis formas de minimizar o impacto ambiental, através da tomada de
ações necessárias para conter o dano ambiental. Ela é parte integrante
das políticas ambientais e planejamento da gestão ambiental.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Recentemente a ONU elaborou a Agenda 2030: Transfor-


mando nosso mundo, contendo 17 objetivos de desenvolvimento
sustentável para as nações seguirem.
Estes objetivos relacionam-se com as pessoas, o planeta,
a prosperidade, a paz e a parceria.
Saiba mais em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agen-
da2030/

As políticas ambientais e a exigência da AIA é uma imposição da


47
Constituição Nacional de 1988, e a Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA) de 1986, submete aos Órgãos Ambientais do Governo Brasileiro,
a responsabilidade sobre as avaliações de impactos ambientais.

A PNMA não estabelece como a avaliação de impacto am-


biental deve ser aplicada, quais são os procedimentos e requisitos
formais, as competências, entre outros aspectos de sumo impor-
tância para sua implementação.

A Regulamentação desta Lei veio através do Decreto n.º


88351/89, o qual foi revogado pelo Decreto n.º 99274/90. O referido
decreto dispõe que cabe ao Poder Público:
• Manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais,
visando à compatibilização do desenvolvimento econômico com a pro-
teção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
• Proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante
a implantação de unidades de conservação e preservação ecológica;
• Manter, através de órgãos especializados da Administração
Pública, o controle permanente das atividades potencial ou efetivamen-
te poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de
proteção ambiental;
• Incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido
os planos e programas regionais ou setoriais de desenvolvimento indus-
trial e agrícola;
• Implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema perma-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

nente de acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental;


• Identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Na-
cional do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaça-
das de degradação, propondo medidas para sua recuperação;
• Orientar a educação, em todos os níveis, para a participação
ativa do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidan-
do para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
contemplem o estudo da ecologia.

48
Definições e Caracterização da AIA como Instrumento da Susten-
tabilidade

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pode ser conceituada


como Procedimento, estudo técnico, documento científico, fase de li-
cenciamento ambiental, instrumento de gestão ambiental, ferramenta
da política ambiental, entre outras (BARBOSA, 2006).
Todas estas definições agregam características de prevenção
e planejamento das ações antrópicas que possam causar algum dano
ambiental significativo.
Dependendo do ponto de vista analisado, segundo Pierri Es-
tades (2002), a AIA admite definições conceitual, administrativa e até
mesmo técnica.
1) Conceitual:
• Analisar os processos para obter informações prévias, de
forma objetiva, em relação aos efeitos significativos das atividades hu-
manas sob o meio ambiente, promovendo a redução e até mesmo a
inexistência de impactos ambientais.
2) Administrativa:
• Associação dos diversos trâmites legais que possibilitam a
aceitação ou modificação de um projeto potencialmente poluidor, e de
valoração do meio ambiente que a sociedade faça. Ou seja, é um pro-
cesso de controle de projetos que envolvem a participação pública.
3) Técnica:
• Identificação, prevenção, valoração e prevenção dos danos
ambientais causados por um projeto.

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

No Brasil, a AIA é realizada pelo processo de licenciamen-


to ambiental, constituída por estudos ambientais técnicos multi-
disciplinares, em formato de documento e relatório EIA e o RIMA,
tendo por objetivo prevenir os impactos ambientais, planejar as
atividades antrópicas, e auxiliar na tomada de decisão dos órgãos
públicos ambientais.

Para o órgão ambiental determinar se um determinado empre-


endimento possui impacto ambiental significativo, existem estudos am-
bientais que antecedem a avaliação de impacto ambiental, fundamen-
49
tando quais são as atividades humanas que necessitam do EIA/RIMA
para a obtenção da licença ambiental.
Segundo Burszytn (1994), a AIA deve ser aplicada com a fina-
lidade de:
• Servir de instrumento para identificar e elencar os aspectos
ambientais em todas as fases do projeto com enfoque no desenvolvi-
mento do empreendimento e a proteção ao meio ambiente;
• Realizar uma síntese do meio ambiente afetado e seus fato-
res socioambientais, definindo as limitações e como a atividade pode
modificar este ecossistema;
• Viabilizar canais de comunicação em que a população inte-
ressada tenha a oportunidade de garantir a qualidade ambiental da lo-
calização do empreendimento.
Para satisfazer esta finalidade, a AIA apresenta como resultado
um inventário do meio ambiental atual antes da implantação do projeto fun-
damentado em estudos técnicos e a comunicação com a população. O in-
ventário deve ser aceito pelos órgãos ambientais para que o projeto inicie.
A AIA também é caracterizada por procedimentos sistemáticos
e científicos que visam à análise técnica dos danos ambientais. A análi-
se científica deve ser realizada por profissionais capacitados (BARBO-
SA, 2006).

MÉTODOS DE AIA

As técnicas e os métodos de AIA são utilizados para identificar,


avaliar e sintetizar os impactos de um projeto. Entretanto, a dificuldade
em prever a evolução do meio ambiente, mostra que aplicação de mé-
todos é um tanto quanto limitada. Quando o assunto é impactos sociais,
que envolvem aspectos econômicos, culturais, e psicológicos, estas li-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

mitações tornam-se ainda mais evidentes (LA ROVERE, 2001).


As metodologias representam os mecanismos para promover a
aplicação da avaliação de impacto ambiental na identificação e interpre-
tação dos aspectos envolvidos, e assim prevenir os impactos ambientais
resultantes de uma determina atividade humana (AGRA FILHO, 1991).
Os métodos são diferenciados, entre si, de acordo com a aná-
lise que ele fornece. Para a identificação e sintetização dos danos am-
bientais, segundo La Rovere (2001), os métodos mais utilizados são:
1) Check List;
2) Matrizes de Interação;
3) Diagramas de Sistemas;
4) Métodos Cartográficos;
50
5) Redes de Interação;
6) Métodos Ad Hoc.
E os métodos que englobam a avaliação são:
1) Método de Battelle;
2) Análise Multicritério;
3) Folha de Balanço;
4) Matriz de Realização de Objetivos.

Check List

Este método foi o primeiro a ser utilizado no EIA (Estudo de Im-


pacto Ambiental). Sua função é de identificar previamente os impactos
relevantes às atividades exercidas pela empresa, pois consistem em
listar, de maneira padronizada, os aspectos ambientais significativos do
projeto. Este é um método simples e estático, que não permite a eviden-
ciação das relações entre os aspectos identificados.
Atualmente há inúmeras listas de checagem padronizadas de
acordo com o tipo de projeto (Figura 3.1) hídrico, rodovias, usina seja
em meio físico e manual ou computadorizada. O Check List pode, além
de identificar os aspectos ambientais, valorar e ponderar cada um deles
(NASCIMENTO, 2013).
Neste método, os aspectos podem ser identificados em quatro
diferentes lisas:
a) Listas Simples – aspectos ambientais são analisados sem a
sua interpretação e valoração.
b) Listas Descritivas – aspectos ambientais são identificados e
interpretados para a análise de seus impactos.
c) Listas de Escala – inclui escala de avaliação subjetiva aos
aspectos ambientais identificados nas listas descritivas.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

d) Listas de Verificação – introduz fatores de ponderação nas


listas de escalas de avaliação.

Acesse o link para obter mais informações e conhecimento


acerca das Principais Metodologias de Avaliação de Impacto am-
biental utilizada no Brasil. Suas principais dificuldade e vantagens
advindas da experiência de grandes nomes brasileiras.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=m2VhGQ33BFo
51
DEBATES FINEP: Metodologias de Avaliação de Impactos
de Projetos C,T&I.

Figura 3.1 – Exemplo de Lista Descritiva para a Atividade de Oficina

Fonte – BACCI; LANDIM; ESTON, 2006.

As vantagens do Check List estão na aplicação imediata de


avaliação qualitativa dos danos significativos, e em sua capacidade de
organização de todos os aspectos ambientais identificados evita a omis-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

são dos impactos significativos. Porém, não identifica os impactos dire-


tos, não leva em consideração à evolução temporal destes impactos e
tão pouca a dinâmica dos SGA (NASCIMENTO, 2013).

Matrizes de Interação

As Matrizes de Interação consistem na listagem de controle


bidimensional, considerando os aspectos ambientais e suas ações. A in-
ter-relação destes dois elementos possibilita a identificação das causas
e efeitos, ou seja, o impacto ambiental gerado.
Embora, muitas vezes, incorporarem características de avaliação,
52
na realidade é um método de identificação direta dos impactos ambientais.
Frequentemente podem destacar os seguintes atributos de impactos:
• Tipo de Ação;
• Ignição;
• Sinergia e Criticidade;
• Extensão;
• Periodicidade;
• Intensidade.
A Matriz de Leopold, segundo Nascimento (2013), foi elabora-
da em 1971 e contém 100 colunas onde estão representadas as ativi-
dades do projeto, e 88 linhas referentes aos aspectos ambientais, so-
mando 8800 possíveis interações entre os aspectos ambientais e as
atividades humanas. Visto a dificuldade de analisar as 8800 interações,
normalmente, opera-se com números inferiores de interações (Figura
3.2) – ao máximo 50 interações significativas.

Figura 3.2 – Exemplo de Matriz de Interação: detalhes da Matriz de Leopold

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte – CAVALCANTE; LEITE, 2016.

Este método é de fácil compreensão e interpretação dos resul-


tados, pois além de abordar aspectos físicos, biológicos e socioeconô-
micos, expõe informações qualitativas e quantitativas, o que possibilita
a tomada de decisão para a continuidade dos estudos ambientais (CA-
VALCANTE; LEITE, 2016).
A vantagem deste método consiste na visualização clara e sim-
plificada dos impactos ambientais, e o seu baixo custo. Como desvanta-
gens, não identifica impactos indiretos, características temporais e dinâ-
micas dos SGA. Para Nascimento (2013), a subjetividade das matrizes
de interação não proporciona a avaliação da frequência das interações,
53
e a possibilidade de projeções ao longo do tempo.

Diagramas de Sistemas

Este método é caracterizado por uma rede de integração que


mostra os efeitos das ações externas aos fluxos de energia de um SGA.
São fundamentados no consumo de processos de energia entre os ele-
mentos e componentes ambientais, quando submetidos a determinadas
atividades humanas (NASCIMENTO, 2013).
Como os impactos ambientais são medidos em termos de fi-
xação e fluxo de energia entre os recursos ambientais, sua principal
vantagem é em identificar os impactos indiretos, mensurando-os e evi-
tando-os a partir de uma unidade comum de conversão de escalas.
São métodos pouco utilizados devido a sua complexidade de
aplicação e estabelecimento dos fluxos de energia. A dificuldade de
mensurar os ruídos, os impactos sociais, características estéticas, entre
outros, inviabiliza sua utilização para identificar todos os impactos am-
bientais do projeto.

Métodos Cartográficos

Estes métodos necessitam do suporte de outros métodos


para a sua aplicação, uma vez que não exploram a potencialidade dos
recursos que oferece. Desta forma, em quaisquer situações de diagnós-
tico ambiental, a utilização deste método é considerada essencial.
Eles utilizam a superposição de mapas de capacidade para o
uso do solo na agricultura, recreação, silvicultura e meio urbano pos-
sibilitando o uso combinado destes quatro mapas. Resulta no mapea-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

mento dos aspectos ambientais considerando a causa dos impactos.


Em seguida, interpretam os dados gerados e elabora mapas contendo
a capacidade de cada atividade humana (NASCIMENTO, 2013).
As vantagens estão na objetividade de representação e dis-
tribuição espacial dos impactos ambientais. Porém, limita-se a traduzir
aspectos ambientais mapeáveis, desconsiderando os impactos socioe-
conômicos e a dinâmica dos SGA.

A utilização dos Métodos Cartográficos requer conheci-


54
mento e habilidade em softwares de geoprocessamento e análise
espacial, como por exemplo:
• Arcview.
• SIGs.

Redes de Interação

As Redes de Interação foram criadas para identificar os im-


pactos indiretos e suas interações ações, efeitos e impactos, utilizando
fluxogramas, gráficos ou diagramas. Uma ação qualquer, dificilmente
ocasiona apenas um impacto. Na grande maioria dos casos, cada ação
de um projeto gera mais de um impacto que, por sua vez, provocam
uma cadeia de impactos.
Esta técnica tem como objetivo identificar os efeitos causados
pelos aspectos ambientais, através do Método de Sonrensen que ca-
racteriza diversos usos do solo, que por sua vez, desdobram-se em as-
pectos que causam o impactado em condição inicial, sua consequência
e seus efeitos. Além de resultar em uma rede de inúmeros efeitos, ele
também indica ações corretivas (NASCIMENTO, 2013).
Em função do conhecimento prévio do projeto, este método
pode ter duas abordagens distintas, dependendo das informações espe-
cificadas. Suas principais vantagens estão na abordagem integradas dos
impactos e suas interações, entretanto, não detectam a importância rela-
tiva dos aspectos ambientais, temporais, espaciais e a dinâmica do SGA.

Métodos Ad Hoc

Este método é aplicado em casos específicos e são uteis para


PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

situações onde há falta de informações, proporcionando orientações para


outras avaliações. O especialista selecionados para a aplicação do método
são pessoas com conhecimento técnico e científico sobre a área afetada,
e se organizam em equipe e reuniões para que, em tempo reduzido, obte-
nham as informações dos possíveis impactos do projeto. A experiência pro-
fissional é fator essencial para o método Ad Hoc (NASCIMENTO, 2013).
A vantagem da metodologia Ad Hoc está na rápida estimativa
dos aspectos e impactos ambientais que a atividade gera, além da fácil
compreensão e baixo custo. Não realiza análise detalhada das interven-
ções envolvidas, resultando em uma subjetividade de alto nível.
Os órgãos ambientais limitam a utilizam de Ad Hoc, e quando
utilizado, as opiniões devem estar fundamentadas em conhecimento
55
técnico e científico criteriosos.

Método de Battelle

O Método de Battelle é um índice expresso nas unidades de


impacto ambiental (EIU), podendo ser aplicado em cada atividade para
a sua condução. (KLING, 2005).
Seu procedimento, de forma hierarquizada, possibilita a valo-
ração e avaliação dos impactos ambientais, apresentando um índice
correspondente ao somatório dos impactos gerados. Ao associar valo-
res quantitativos às considerações qualitativas, o método divide o meio
ambiente em quatro sessões:
• Ecologia.
• Contaminação Ambiental.
• Aspectos estéticos.
• Aspectos de Interesse Humano.
Cada uma destas sessões contém um número de componen-
tes, aos qual a administração é quem específica, totalizando 18 compo-
nentes subdivididos em 78 parâmetros (Figura 3.3).
Atribui-se um valor de relevância a cada parâmetro ambiental
medidos em suas respectivas unidades e em seguida convertidos cada
qual, associado ao índice de qualidade ambiental. A escala de valora-
ção deve estar no intervalo entre 0 e 1. Na figura, os números que estão
entre parênteses, são padrões para todos os projetos similares, e repre-
sentam o peso de cada indicador de impacto (KLING, 2005).
As vantagens deste método estão em sua objetividade que
possibilita a comparação das possíveis causas e sistematização da
análise da qualidade ambiental, e sua capacidade de valoração e ava-
liação dos impactos ambientais. Este método destaca-se dos demais,
pois permite a consideração de incertezas e alertas para os possíveis
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

impactos (NASCIMENTO, 2013).


Suas dificuldades concentram-se na determinação dos valores
perdendo informações importantes sobre os aspectos, na complexida-
de de compreensão da metodologia, e na ausência de mecanismos de
avaliação e demonstração das interações entre os impactos existentes
(NASCIMENTO, 2013).

56
Figura 3.3 – Parâmetros ambientais adaptados do método Battelle.

Fonte – KLING, 2005.

Análise Multicritério

A Análise Multicritério (AMC) consiste na construção de um


modelo que solucione o critério de decisão para a sua estrutura. São
operados de forma sequencial, passando por cada fase, porém não de
forma linear. As principais etapas deste método são:
• Definição das Ações que devem ser Analisadas;
• Formulação de Critérios de Análise;
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

• Avaliação das Ações em Relação a cada Critério;


• Agregação Final pelo Método AMC.
As alternativas são as ações que podem ser isoladas e avalia-
das. Elas representam diversas hipóteses e possibilidades. Cada alter-
nativa é representada por um valor segundo um critério, e por sua vez,
cada critério está associado a uma preferência (MELLO et. al, 2003).
Os critérios são as ferramentas que possibilitam a comparação
das ações em relação a algum ponto de vista determinado (Figura 3.4)
(MELLO et. al, 2003). Podem ser objetivos ou subjetivos, proporcionan-
do a este método um apoio à tomada de decisão e permitindo que os
critérios subjetivos sejam valorados, mesmo que haja incertezas.

57
Neste vídeo é apresentado um resumo dos conceitos e
aplicações da avaliação de impactos ambientes.
Link: https://slideplayer.com.br/slide/357248/

Sua utilização permite a análise sistemática, de forma gradual


e não estática, além do uso de instrumentos estatísticos e probabilísti-
cos, análise de sensibilidade, e possibilidade de agregar conhecimento
técnico e teórico aos processos.
É um método bastante complexo que dificulta a participação e
compreensão de pessoas sem conhecimento e preparação. A fragmen-
tação do ambiente não considera as inter-relações do SGA.
A principal utilização deste método é em estudos ambientais
para empreendimentos hidrelétricos, pois este setor de atividade neces-
sita de análises sistemáticas considerando múltiplos fatores.

Figura 3.4 – Exemplo de Critérios adotados para Análise Multicritério de Loca-


lização de UTE
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

Fonte – ZAMBON, et. al, 2005.

Folha de Balanço

O método de Folha de Balanço e planejamento define a existên-


58
cia de dois grupos: os produtores representam as empresas, pessoas,
atividades ou local; e os consumidores, grupos fechados. “A partir disto
é contabilizado o valor monetário dos custos e benefícios das possíveis
alternativas para cada parte afetada”. A classificação dos produtores e
consumidores possui elevada subjetividade (NASCIMENTO, 2013).
O foco inicial não está em calcular o índice global, pois os aspec-
tos ambientais não significativos são analisados apenas qualitativamente.

Matriz de Realização de Objetivos

A Matriz de Realização é um pouco mais vantajosa que o mé-


todo de folha de balanço, pois considera os grupos afetados sem definir
os grupos de produtores e consumidores (NASCIMENTO, 2013).
Os impactos das alternativas são avaliados em termos de cus-
tos e benefícios a partir da ponderação dos diferentes objetivos sociais
e dos grupos afetados.

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

59
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CES-
GRANRIO - 2014 - Petrobras - Engenheiro de Meio Ambiente Júnior
Para analisar os impactos ambientais de um projeto e de suas al-
ternativas são necessários, dentre outros aspectos, a identificação
e o estabelecimento das relações do tipo causa-condição-efeito.
Corresponde a um exemplo de técnica ou método que permite evi-
denciar as conexões de dependências entre os diferentes impac-
tos resultantes das ações de um projeto, de modo a mostrar o re-
lacionamento dos impactos diretos ou primários com os impactos
indiretos ou de ordem inferior, a (o):
a) Superposição de Cartas.
b) Matriz de Leopold.
c) Rede de Sorensen.
d) Listagem Descritiva.
e) Método de Battelle.

QUESTÃO 2
Ano: 2009 Banca: VUNESP Órgão: CETESB Prova: VUNESP - 2009
- CETESB - Arquiteto
Os métodos quantitativos utilizados em avaliação de impactos
ambientais podem ser classificados em duas categorias, sendo a
primeira centrada preponderantemente na identificação e sintetiza-
ção dos impactos, e a segunda que incorpora, de forma mais efeti-
va, o conceito de avaliação, podendo explicitar as bases de cálculo
ou a ótica de diferentes grupos sociais. Pertencem a uma mesma
categoria das duas listadas acima os métodos:
a) Listagem de Controle (Check Lists) e Ad Hoc.
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

b) Ad Hoc e de Battelle.
c) Battelle e Cartográfico.
d) Cartográfico e Análise Multicritério.
e) Análise Multicritério e Listagem de Controle (Check Lists)

QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Transpetro Prova: CES-
GRANRIO - 2012 - Transpetro - Profissional de Meio Ambiente Júnior
A avaliação dos impactos ambientais corresponde a uma etapa im-
portante no planejamento e projeto de uma atividade ou empreen-
dimento potencialmente poluidor, podendo ser realizada por diver-
sos métodos ou técnicas.
60
Sobre o assunto, associe as características com os respectivos
nomes dos métodos ou técnicas de avaliação de impactos ambien-
tais apresentados a seguir.
I - Baseia-se na reunião de especialistas e técnicos que tenham
conhecimentos teóricos e práticos em setores relacionados às ca-
racterísticas do empreendimento em análise.
II - Trata-se de uma listagem ponderal cuja importância relativa de
cada um dos parâmetros ambientais, em relação à soma dos im-
pactos do projeto, é dada pela atribuição dos pesos.
III - Corresponde a uma evolução das listagens de controle, que
relaciona os fatores ambientais com as ações decorrentes de um
projeto, atribuindo valores à magnitude e à importância do impacto
ambiental para cada um dos relacionamentos.
P - Método de Battelle.
Q - Método Ad Hoc.
R - Rede de Sorensen.
S - Matriz de Leopold.
As associações corretas são:
a) I - P, II - R, III - Q
b) I - Q, II - P, III - S
c) I - Q, II - R, III - S
d) I - R, II - S, III - P
e) I - S, II - Q, III – P

QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: FUNIVERSA Órgão: MPE-GO Prova: FUNIVERSA
- 2010 - MPE-GO - Engenheiro Ambiental
Diferentes metodologias foram desenvolvidas para se determinar
os impactos ambientais, desde os inícios dos anos 70 do século
XX. Assinale a alternativa correta a respeito dos métodos utiliza-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

dos para a determinação de impactos ambientais.


a) Método Ad Hoc consiste em declarações feitas por especialistas so-
bre o tipo e a intensidade de um impacto.
b) Listas de Controle são quadros bidimensionais que facilitam a deter-
minação dos impactos decorrentes da interação entre as atividades do
projeto e os elementos específicos do meio ambiente.
c) Matriz de Leopold apresenta uma variação do método ad hoc, mas
que garanta que uma lista de parâmetros predefinidos seja examinada
durante a avaliação.
d) Redes de Interação compreendem uma lista de controle sofisticada
dividida em quatro categorias: ecologia, físico-química, estética, interes-
se humano e social.
61
e) Sistema Batelle consiste na ampliação das matrizes que permitem
indicar impactos ambientais de primeira ordem e indiretos, os quais são
decorrentes daqueles de primeira ordem.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: PC-RJ Prova: IBFC - 2013 - PC-RJ -
Perito Criminal - Engenharia Ambiental
Os métodos de avaliação de impacto ambiental servem de referência
nos estudos ambientais para se determinar de forma mais precisa a
significância de uma alteração ambiental. Também são usados para
padronizar e facilitar a abordagem do meio físico, que em geral leva em
consideração vários aspectos. Em um Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), deve-se tomar cuidado, pois, a maioria dos métodos apresenta
caráter subjetivo na abordagem do meio físico. Portanto, devem ser
utilizados critérios bem definidos para a escolha do método a ser usa-
do, ou seja, cada método tem uma aplicação definida, sendo utilizado
conforme o caso. Nestes termos é correto afirmar que:
a) O método Ad Hoc possui baixo grau de subjetividade.
b) O método Check List identifica impactos diretos e indiretos, caracte-
rísticas temporais e dinâmicas dos sistemas.
c) O método de redes de interação detecta a importância relativa dos
impactos, aspectos temporais e espaciais e dinâmicas dos sistemas.
d) O método superposição de cartas oferece resultados subjetivos, não
quantifica magnitude, difícil integração de dados socioeconômicos e
não considera dinâmica dos sistemas.
e) O método matrizes de interação identifica impactos indiretos, caracterís-
ticas temporais e dinâmicas dos sistemas e magnitude sem subjetividade.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A avaliação de impactos ambientais é um instrumento da Política Na-
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

cional do Meio Ambiente. A AIA possui característica que a torna uma


importante ferramenta para a tomada de decisão do gestor. Com isto,
quais são as principais características da AIA?

TREINO INÉDITO
Para se determinar os impactos ambientais existem diversas metodologias.
São vários os projetos de turismo que devem receber esta determinação
de impactos, no caso do Município em estudo: construção de um grande
hotel, construção de um parque temático etc. São exemplos destas meto-
dologias internacionalmente reconhecidas para determinação de impactos
ambientais, além de Método Ad Hoc; e de Listas de Controle; Matriz de:
a) Leopold; Redes de Interação; Sobreposição de Cartas Legais e SO
62
14.000.
b) Bertold; Redes de Interação; Sobreposição de Cartas Legais e Sis-
tema Battelle.
c) Leopold; Redes de Interação; Sobreposição de Cartas Temáticas e
Sistema Battelle.
d) Bertold; Redes de Interação; Sobreposição de Cartas Temáticas e
ISO 14.000.
e) Leopold; Redes de Interação; Sobreposição de Cartas Legais e BS
7.750.

NA MÍDIA
VICUNHA E ECOERA DE OLHO NO IMPACTO AMBIENTAL DO USO
DA ÁGUA
Preocupados com o impacto ambiental da produção têxtil, a Vicunha,
maior produtora mundial de índigos e brins, e o Movimento Ecoera, con-
sultoria com foco em ações sociais e ambientais que atua nos setores
de moda, beleza e design, está lançando o projeto Pegada Hídrica na
indústria têxtil, que pretende criar uma metodologia para mensurar o
consumo de água na produção de jeans.
A ideia do projeto, explicou o diretor executivo de Operações e Planeja-
mento Estratégico da Vicunha Têxtil, Marcel Yoshimi Imaizumi, é utilizar
métricas próprias para analisar o mercado da produção de uma calça
jeans. “A gente não sabe se este número que está aí, de 15 mil litros
de água para produção de um jeans é real. Isso é nos Estados Unidos.
Nossa indústria não tem uma metodologia unificada”, conta.
A especialista em sustentabilidade e fundadora do Ecoera Chiara Ga-
daleta, que atua nos setores de moda, beleza e design, afirmou que é
preciso mapear os produtos para desmistificar quanto cada um real-
mente gasta de recursos hídricos. “A moda é um indicador do seu tem-
po, mas parou de representá-lo, porque hoje precisamos pensar em um
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

mundo sustentável. Então, a moda tem que acompanhar isso, porque


precisamos nos vestir”, afirmou.
Com a pegada hídrica, o que a Vicunha e a Ecoera pretendem é dar
ferramentas de medição para que seja possível estabelecer metas de
redução do consumo de água na produção têxtil. “Isso significa engajar
também o varejo e o consumidor de modo à viralizar a mensagem. É
uma plataforma de boas práticas”, sintetizou Chiara.
O projeto calculará o volume de água gasto em toda a sua cadeia de
produção, desde o plantio do algodão até o final do processo, durante
a lavagem na casa do consumidor. Além disso, o trabalho identificará a
situação atual da empresa, indicando maneiras de redução e formas de
compensação por meio de projetos socioambientais como recuperação
63
do solo, conservação dos recursos hídricos, estoque de carbono e cria-
ção de corredores para a biodiversidade.
O cálculo será dividido em três indicadores de pegada hídrica: azul, verde
e cinza. A pegada azul refere-se ao volume extraído das fontes de água
doce, de superfícies ou subterrâneas. A pegada verde representa a água
proveniente da chuva ou umidade do solo. Já a pegada hídrica cinza diz
respeito ao volume de água necessário para diluir os poluentes e devol-
ver a água tratada às redes de esgoto, de acordo com a legislação. A
soma dos três indicadores confere a pegada hídrica total do produto.
Fonte: Correio Braziliense
Data: 1 mar 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-sau-
de/2019/03/11/interna_ciencia_saude,742290/vicunha-e-ecoera-de-o-
lho-no-impacto-ambiental-do-uso-da-agua.shtml

NA PRÁTICA
Os conceitos e diretrizes estabelecidas pela Política Nacional do Meio
Ambiente regulamenta o Licenciamento Ambiental aos empreendimen-
tos com atividades potencialmente poluidoras. Porém, não a normatiza-
ção para as metodologias aplicadas à avaliação de impacto ambiental.
Com isto, o presente capítulo aborda as técnicas, internacionalmente
mais utilizadas, para auxiliar a Gestão Ambiental, a identificação dos
aspectos ambientais e relevância do impacto, e desta forma, contribuir
para a preservação do meio ambiente, bem como a prevenção e mitiga-
ção dos danos causados.
O Laudo Pericial deve seguir metodologias que comprovem a causa e o
efeito do impacto ambiental gerado pelo empreendimento. A metodologia
utilizada para a identificação, previsão e análise do impacto não é deter-
minada pela legislação, portanto cabe ao perito escolher e aplicar a que
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

apresentará os resultados reais dos impactos sob o meio ambiente.

64
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

As unidades que constituem este grupo são: Área de Proteção Ambien-


tal, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva
Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentá-
vel e Reserva Particular do Patrimônio natural.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

65
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Durante uma vistoria, o perito precisa ter acesso aos autos do processo,
ter uma equipe técnica para auxiliar em suas análises. É extremamente
importante que haja sempre imparcialidade sobre os fatos, abstendo-se
de interpretações de leis. Cabe a ele, ao final da vistoria, apresentar lau-
do em forma escrita e que conste todas as análises, provas e conclusão
do ato pericial.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

66
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O processo de AIA é regido por Lei ou Regulamentação Específica, pois


os principais componentes do processo são previstos em Lei ou outra
figura jurídica que tenha instituído a AIA em uma determinada jurisdi-
ção. No caso de organizações como banco multilateral ou uma empresa
que adote voluntariamente a AIA, o processo é regido por disposições
internas que emanam da alta direção. Desta forma, o processo de AIA
é documentado e possui dupla conotação; por um lado, os requisitos
a serem atendidos são estabelecidos previamente; por outro, em cada
caso, o cumprimento desses requisitos deve ser demonstrado com aju-
da de registros documentais elaboração de Estudo de Impacto Ambien-
tal (EIA), o parecer de análise técnica, as atas de consulta pública etc..

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

PERÍCIAS AMBIENTAIS - GRUPO PROMINAS

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