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SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS


SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Paloma Duarte

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
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importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-


rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Jesrael Luciano Costa


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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O sensoriamento remoto pode ser definido como um conjun-
to de técnicas que tem por objetivo à obtenção de informação sobre
objetos, sem que haja contato direto com eles, possibilitando um es-
tudo preciso sobre a superfície terrestre. A coleta dos dados que são
convertidos em imagens, números ou gráficos é realizada por meio
de sistemas sensores, que podem ser terrestres, suborbitais e orbi-
tais. Os produtos gerados por esta ferramenta são interpretados com
base no comportamento da radiação eletromagnética, que ao interagir
com os objetos, conforme os seus atributos físicos, químicos e bioló-
gicos, geram comprimentos de onda característicos, permitindo a sua
identificação. Assim, é possível realizar levantamentos diversos para
avaliação ambiental, agrícola, para fins de georreferenciamento e ca-
dastramento ambiental rural, além de outras investigações.
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Sensoriamento Remoto. Sistemas Sensores. Radiação Eletromagnética.


Espectro Eletromagnético. Mapeamento.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO

Conceitos e História do Sensoriamento Remoto _________________ 13

A Radiação Eletromagnética ____________________________________ 17

Interação entre a Atmosfera e a Energia Eletromagnética _______ 24

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
SISTEMAS SENSORES

Sistemas Sensores _____________________________________________ 32

Classificação dos Sistemas Sensores ____________________________ 33

Níveis de Aquisição de Dados pelos Sistemas Sensores __________ 39


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Recapitulando _________________________________________________ 46

CAPÍTULO 03
COMPORTAMENTO ESPECTRAL, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO
SENSORIAMENTO REMOTO

Comportamento Espectral ____________________________________ 50

Comportamento Espectral da Atmosfera e sua Influência no Sen-


soriamento Remoto ____________________________________________ 52

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Comportamento Espectral dos Solos e Elementos de Identifica-
ção _____________________________________________________________ 55

Recapitulando __________________________________________________ 64

Fechando a Unidade ____________________________________________ 69

Referências _____________________________________________________ 72
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Atualmente, falar sobre sistemas sensores parece tão comum
quanto falar sobre mapas e cartas topográficas. Com a difusão das tec-
nologias móveis, qualquer pessoa tem acesso aos produtos oriundos
de sistemas sensores, como radares e, mais especificamente, satélites.
Esses sensores fazem parte da nossa vida, através da veiculação das
notícias, da internet, da telefonia e também pelo fornecimento de ima-
gens em diversas escalas temporais.
O sensoriamento remoto consiste em um conjunto de ferra-
mentas que tem como objetivo à obtenção de informação sobre objetos,
sem que haja contato direto com eles, possibilitando um estudo preciso
sobre a superfície terrestre. Nesse sentido, o sensoriamento remoto nos
possibilita a obtenção de dados das mais diversas naturezas, como a
previsão do tempo e do clima, o monitoramento dos impactos ambien-
tais, o planejamento do uso e da ocupação do solo, manejo agrícola,
vigilância de fronteiras e dívidas, entre outros.
Os sistemas sensores são os responsáveis pela coleta de da-
dos relativos aos objetos ou alvos presentes na superfície da Terra, a
partir da captura das informações referentes à interação da radiação
eletromagnética com os objetos. Durante essa interação, os alvos ge-
ram respostas, chamadas de assinaturas espectrais, que são púnicas
para cada situação a ser observada, como cores, tonalidades, conteúdo
de água na planta ou no solo, entre outros. Essas informações possibili-
tam identificar ou mensura do que se trata aquele objeto ou aquela área
de maneira remota e indireta, contribuindo para muitos estudos.
Nesse contexto, no capítulo 1, você vai aprender sobre a radia-
ção solar, os tipos de radiação eletromagnética e o espectro eletromag-
nético, e de que formas as interações acontecem de maneira a gerar
uma assinatura espectral, permitindo a identificação de um objeto ou de SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
uma área de interesse.
No capítulo 2, você irá conhecer os sistemas sensores e al-
gumas de suas propriedades, além de suas classificações e os níveis
de aquisição de dados, que são o terrestre, o suborbital e o orbital. A
compreensão e o conhecimento dessas propriedades podem contribuir
na escolha do produto para um determinado levantamento a partir do
sensor que ele foi obtido, otimizando tempo e recursos financeiros.
Já no capítulo 3, você vai aprender sobre o comportamento
espectral dos diversos objetos que estão presentes na superfície terres-
tre, bem como alguns elementos que podem contribuir no processo de
identificação. Além disso, será discutida a aplicação do sensoriamento
remoto, de modo que você note como esta ferramenta é versátil, po-
dendo ser usada em muitas áreas e contextos, contribuindo de forma
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assertiva em levantamentos, investigações e na tomada decisão.
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INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO
REMOTO

CONCEITOS E HISTÓRIA DO SENSORIAMENTO REMOTO SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

O sensoriamento remoto consiste em um processo que envolve a


captura de informação sobre um objeto, mas sem contato direto com ele.
Para que esta operação seja possível, são usados sensores remotos que
podem ser terrestres, transportados a bordo de satélites ou de aviões.
O surgimento do sensoriamento remoto está relacionado à ori-
gem da fotografia aérea, sendo estas consideradas os primeiros pro-
dutos do sensoriamento remoto. A história do sensoriamento remoto
pode ser dividida em dois períodos: de 1860 a 1960; e de 1960 até hoje
(Conceição e Costa, 2013).
Por exemplo, os cientistas Louis-Jacques-Mandé Daguerre e
Joseph Nicéphore Niépce, no final do século XVIII, já utilizavam as foto-
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grafias aéreas para a realização de levantamentos topográficos, sendo
estes considerados os primeiros da história da Topografia.
Em 1849, o Coronel Aimé Laussedat, que era engenheiro do
exército francês, utilizou um sistema fotográfico desenvolvido por Daguerre
acoplado em um balão visando obter fotos para um mapeamento topo-
gráfico. Devido a este fato, Laussedat passou a ser considerado um dos
primeiros indivíduos a utilizar fotografias com o intuito de elaborar mapas,
sendo considerado o pai da Fotogrametria (Conceição e Costa, 2013).

A Fotogrametria pode ser definida como a ciência que es-


tuda a técnica e a arte de extrair de fotografias aéreas a forma, as
dimensões, a posição e as medidas dos objetos fotografados por
meios aéreos e terrestres. As informações obtidas através das fo-
tografias podem ser utilizadas em diversas áreas do conhecimen-
to, como a Cartografia, a Astronomia, a Meteorologia, a Agronomia,
entre outros levantamentos.

Com a invenção do avião e com aperfeiçoamento das câmeras


fotográficas e filmes, houve um grande incremento no levantamento das
mais diversas informações da superfície terrestre, já que essas tecnolo-
gias permitiram a obtenção dos dados com condições mais controladas
e com maior cobertura das áreas.
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Mesmo após o voo dos primeiros aviões e protótipos a


partir de 1906, as câmeras fotográficas que já existiam não foram
acopladas de imediato a essas aeronaves, já que exigia uma série
de adaptações e estudos que viabilizassem o encaixe, mas também
como as imagens seriam obtidas. Somente em 1909, com os ir-
mãos Wright, que as adaptações necessárias foram feitas para que
as primeiras fotografias aéreas ocorressem a partir de um avião.

Para que as aeronaves pudessem ser utilizadas na obtenção de


fotografias aéreas calibradas, foram necessários muitos anos de adapta-
ções, preparação e homologação do sistema para esta finalidade.
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O primeiro registro de fotografia aérea obtida por um avião para
mapeamento foi em 1913. A fotografia aérea ganhou grande relevância
a partir da Primeira Guerra Mundial, onde essa metodologia de obten-
ção de imagens foi muito utilizada para conhecer o território inimigo.
Entre 1860 a 1960, as fotografias áreas tinham por objetivo
principal auxiliar nos conflitos, e, neste contexto, foi desenvolvido o filme
infravermelho, que permitia a detecção da camuflagem. As fotografias
aéreas coloridas surgiram a partir de 1930, além do avanço nos estudos
de filmes sensíveis à radiação infravermelha. Em 1956, as fotografias
aéreas já eram utilizadas também para o mapeamento de formações
vegetacionais nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras fotografias
aéreas foram feitas em 1958, na região do Vale do Rio Paraíba, visando
o levantamento de recursos hídricos (Conceição e Costa, 2013).
A partir da década de 1960, com o desenvolvimento das imagens
obtidas por sensores orbitais, as informações coletadas facilitaram uma
de suas primeiras utilizações, que eram de espionagem e bélica, sendo
também beneficiadas as áreas de meteorologia e de recursos naturais.
A origem do sensoriamento remoto está relacionada ao desen-
volvimento da fotografia aérea e da pesquisa espacial. Mas, o termo
sensoriamento remoto surgiu a partir de 1960, e apresentava-se como
um modo de adquirir informação sem o contato direto com os objetos.
Desde então, o sensoriamento remoto tem exigido uma tecnologia cada
vez mais avançada, tanto em sensores quanto em softwares, como
também conhecimentos específicos para a interpretação de suas infor-
mações (Conceição e Costa, 2013).
Desta forma, podemos dizer que o campo do conhecimento do
sensoriamento remoto unifica duas grandes áreas, a física e a cartogra-
fia, imprescindíveis para entender o processo de aquisição das informa-
ções, bem como a sua interpretação. SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
Portanto, o principal objetivo do sensoriamento remoto é possi-
bilitar o estudo do ambiente terrestre através dos registros das imagens
captadas pelos sensores. As imagens, ao serem captadas, são proces-
sadas e analisadas por softwares, que permitem a interpretação dos
diferentes objetos terrestres.
A análise realizada pelos softwares é possível devido à compa-
ração das diferentes intensidades de radiação eletromagnética que são
absorvidas e/ou refletidas devido à composição química e os elementos
presentes nos objetos.
O sensoriamento remoto, portanto, consiste em uma tecnolo-
gia que possibilita a obtenção de imagens e outros tipos de dados da
superfície terrestre através da captação e registro da energia refletida
ou emitida pelos objetos terrestres (Conceição e Costa, 2013).
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O registro da energia refletida ou emitida pelos objetos terres-
tres é feito por sensores orbitais e terrestres, que captam à distância,
isto é, de forma indireta, as informações que podem ser registradas
desses objetos.
Quanto menor for a distância que o sensor estiver da superfície
terrestre, maior será a interferência da atmosfera. Isso impede que a
energia solar reflita a luz e a emita de volta ao sensor, não a captan-
do de maneira adequada (Conceição e Costa, 2013). Os sensores são
classificados conforme o seu produto final, sendo nomeados de image-
adores e não imageadores.
Os imageadores são os sensores que apresentam, como pro-
duto final, uma imagem da superfície ou a variação espacial da resposta
espectral (espectro eletromagnético) da superfície imageada.

O espectro eletromagnético pode ser definido como um


intervalo completo da radiação eletromagnética, que contém as
ondas de rádio, as micro-ondas, o infravermelho, a luz visível, os
raios ultravioletas, os raios-x, e por último, a radiação gama. A luz
visível é constituída por ondas eletromagnéticas, que apresentam
diferenças na frequência e no comprimento de onda.

Os sensores imageadores, conforme o processo que utilizam


para a formação da imagem, são classificados em:

• Sistemas fotográficos, onde as câmeras fotográficas focalizam a energia


proveniente do alvo sobre o detector, sendo o filme fotográfico.
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• Sistemas de imageamento eletro-ópticos, onde os dados são registrados na


forma de sinal elétrico, o que possibilita transmissões a distância. Os com-
ponentes ópticos do sistema focalizam a energia proveniente da superfície
sobre um detector, produzindo um sinal elétrico, transformado em valores
numéricos e armazenado em formato digital (Conceição e Costa, 2013).

Os sensores não imageadores são aqueles que não fornecem


uma imagem da superfície observada, mas, sim, informações em forma de
número ou gráficos, que podem ser utilizadas para inferir sobre o comporta-
mento espectral de uma superfície. A coleta por sensores não imageadores
ocorre por meio de aparelhos acoplados a plataformas manuais, em tripés
ou em torres, como os espectrorradiômetros (Conceição e Costa, 2013).

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A espectrorradiometria é uma das técnicas de sensoriamen-
to remoto que avalia a quantidade de energia radiante, que pode ser
originada de fontes naturais ou de fontes artificiais, além da interação
dessa energia com os alvos de interesse (Conceição e Costa, 2013).

Podemos observar que a técnica de sensoriamento remoto ob-


tém as imagens ou os dados passíveis de interpretação dos objetos
situados na superfície terrestre a partir da quantidade e da qualidade
da energia eletromagnética refletida e emitida por esses objetos. Essa
energia é resultante das interações entre a energia eletromagnética e
os objetos, que, por sua vez, são determinadas pelas propriedades físi-
cas, químicas e biológicas.
Desta forma, a energia eletromagnética refletida e emitida pe-
los objetos terrestres é a base de dados para todo o processo que per-
mite a identificação desses objetos. É a partir da quantificação da ener-
gia espectral refletida e/ou emitida por eles que é possível avaliar suas
principais características, e, assim, reconhecê-los.

A RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

O Sensoriamento Remoto consiste em um conjunto de ativi-


dades que permitem a obtenção de informações dos objetos que com-
põem a superfície terrestre sem o contato direto com eles.
Estas atividades envolvem a detecção do alvo ou objeto de
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interesse; a aquisição dos dados por meio do registro da energia ele-
tromagnética pelos sensores; e a análise, sendo o momento em que as
interpretações das informações obtidas por meio da energia eletromag-
nética emitida ou refletida pelos objetos terrestres são realizadas.
A energia eletromagnética utilizada na obtenção dos dados por
sensoriamento remoto é também denominada de radiação eletromagnética.
A energia eletromagnética pode ser definida como uma energia que se mo-
vimenta por meio de ondas magnéticas, na velocidade da luz (300.000km/
segundo) e não precisa de um meio material para se propagar. O Sol e a
Terra são as duas principais fontes naturais de energia eletromagnética
utilizadas no sensoriamento remoto da superfície terrestre (Moraes, 2002).
Para podermos utilizar os recursos oferecidos pela metodo-
logia de sensoriamento remoto, é importante compreendermos todo o
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processo, desde a aquisição até a interpretação.

A Radiação Solar

A radiação solar é a fonte de energia para todos os processos


físicos, químicos e biológicos que ocorrem na superfície terrestre. Além
de ser uma fonte de energia para os seres vivos, é a principal fonte de
energia para a maioria dos sistemas sensores (Moreira, 2008).
O Sol é o responsável pela radiação solar, e é considerado
uma estrela de quinta grandeza, constituída por uma massa gasosa
contendo hidrogênio e hélio. A grande massa do Sol, associada às al-
tas temperaturas, exercem uma grande pressão interna, promovendo
reações nucleares. Essas reações transformam o hidrogênio em hélio,
através da fusão dos núcleos de hidrogênio em núcleos de hélio. A per-
da de massa dos núcleos de hidrogênio é compensada pela emissão de
energia, sendo denominada de radiação.

A quantidade de radiação liberada no processo reações


nucleares que ocorrem no interior do Sol é surreal! Para você ter
uma ideia, a cada segundo, 657 milhões de toneladas de hidrogê-
nio são transformadas em 653 milhões de toneladas de hélio. A
diferença de 4 milhões de toneladas de massa de hidrogênio trans-
formadas em hélio é que é convertida em radiação (Moreira, 2008).
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Quando ocorre a absorção de energia do meio por um elétron,


ele salta de um nível de energia mais próximo do núcleo para um nível
mais afastado, tornando-se um átomo instável e carregado negativa-
mente. Para que o elétron retome a sua estabilidade, é necessário que
ele transfira a energia para os outros átomos e também para o meio, o
que é explicado pela teoria ondulatória (Moreira, 2008).

A Teoria Ondulatória, as Propriedades das Ondas e as Ondas Ele-


tromagnéticas

Para a compreensão de como a radiação eletromagnética é


captada, gerando imagens e/ou dados passíveis de interpretação dos
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objetos presentes na superfície terrestre, é importante entender sobre
as características das ondas, seus tipos e propriedades, bem como a
teoria ondulatória.
As ondas são definidas como perturbações periódicas ou oscila-
ções de partículas, ou do espaço, através das quais as formas de energia
se propagam a partir de suas fontes. Desta maneira, todos os movimen-
tos ondulatórios em um meio resultam de oscilações de partículas indivi-
duais em torno de suas posições de equilíbrio (Moreira, 2008).

Os movimentos ondulatórios resultam de oscilações de par-


tículas individuais em torno de suas posições de equilíbrio, ou seja, o
movimento provocado por uma perturbação qualquer não é um des-
locamento do meio em si. Neste sentido, uma onda não propaga a ma-
téria, mas, sim, a energia, através da oscilação de cada partícula do
meio apenas em torno de sua posição de equilíbrio, que é transferida
por meio de átomos e moléculas da matéria. Um exemplo desse fenô-
meno são as "olas" em estádios de futebol: há o movimento oscilató-
rio, mas as pessoas continuam nos mesmos lugares (Moreira, 2008).

As ondas, de modo geral, necessitam de um meio material


para se propagarem, exceto as ondas eletromagnéticas, que se propa-
gam no vácuo. Ainda, a onda apresenta algumas características como
a frequência e o comprimento.
A frequência refere-se ao número de vezes que uma onda pas-
sa por um ponto do espaço em um determinado intervalo de tempo.
Isto é representado pelo número de oscilações da onda por unidade de
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tempo em relação a um ponto, expressa em ciclos por segundo ou Hertz


(Moreira, 2008).
O comprimento de onda representa a distância entre dois pon-
tos semelhantes de onda, dado em metros, e são classificadas confor-
me a sua forma, posição e sentido de propagação (Moreira, 2008).
A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas é di-
retamente proporcional à sua frequência e ao comprimento de onda,
expressa por (Moraes, 2002) (Figura 1):

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Figura 1: Onda eletromagnética

Fonte: Moreira, 2008.


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Neste sentido, as ondas podem ser categorizadas em ondas


senoidais, ondas transversais e ondas longitudinais.
As ondas senoidais são aquelas que oscilam regularmente com
uma única frequência e em um mesmo comprimento de onda. As ondas
transversais são aquelas em que os picos e os vales (ou cristas e depres-
sões) formam ângulos retos com a direção do movimento. Por fim, as
ondas longitudinais, estimuladas pelo movimento de partículas cuja vibra-
ção ocorre na mesma direção em que a onda se propaga (Moreira, 2008).
As ondas apresentam algumas propriedades importantes.
Dentre elas, podemos citar (Moreira, 2008):

• Quando duas ou mais ondas de mesma frequência são sobrepostas, elas


passam a formar uma única onda, resultante da soma simples dos desloca-

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mentos das ondas componentes.
• As ondas que oscilam em fases diferentes, não se sobrepõem e ainda se
cancelam, gerando a interferência.
• As ondas podem ser refletidas quando encontram obstáculos, e se percor-
rerem a trajetória original da onda incidente, elas podem ser sobrepor.
• A velocidade de uma onda depende da natureza do meio de propagação.
• Na mudança de um meio de propagação para outro, a onda sofre uma
mudança na velocidade, resultando em uma alteração da direção do movi-
mento, ou seja, o fenômeno da difração.

Assim, quando uma onda encontra uma superfície de separa-


ção de dois meios de natureza distinta, ela se refrata e se reflete. Isto é,
a perturbação propagada pela onda incidente transmite-se ao segundo
meio (onda refratada). Ao mesmo tempo, surge, no primeiro meio, uma
nova onda que se propaga em sentido oposto (reflexão).
Desta forma, parte da onda incidente é refletida, e as direções
das ondas refratadas e refletidas são diferentes da direção da onda in-
cidente e diferentes entre si (Moreira, 2008).
As ondas eletromagnéticas, sendo as ondas que nos interes-
sam para o estudo do sensoriamento remoto, são do tipo transversal e
não precisam de um meio para se propagarem, ou seja, propagam-se
até no vácuo.
As ondas são chamadas de eletromagnéticas em função do
campo magnético e elétricos que elas apresentam, e que surgem em
função das perturbações das cargas elétricas, que, por conseguinte,
geram uma onda eletromagnética.

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Para entender melhor o princípio responsável pela forma-


ção das ondas eletromagnéticas, acesse este vídeo: https://www.
youtube.com/watch?v=YsLDejmD4OM

As radiações eletromagnéticas recebem diversas denomina-


ções conforme a sua frequência e o seu comprimento de onda, confor-
me as definições abaixo (Moraes, 2002; Moreira, 2008):
• A radiação gama refere-se à radiação emitida por materiais
radioativos e pelo Sol, apresentando alta frequência, que amplia a sua
capacidade de penetração, e alta energia. Uma das aplicações da ra-
diação gama é na medicina, em equipamentos para radioterapia.
• Os raios-x consistem em radiações que apresentam frequ-
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ências de onda acima da radiação ultravioleta, e tem sua origem asso-
ciada ao interior da eletrosfera do átomo, por rearranjos eletrônicos. Os
raios-x são bastante utilizados na medicina para a obtenção de radio-
grafias e nos estudos relacionados à Cristalografia.

Para compreender o funcionamento de um aparelho de


Raios-x, acesse este site https://bit.ly/2LRvCGq e leia um artigo so-
bre o assunto!

• A radiação Ultravioleta (UV) corresponde às radiações que


são produzidas durante as reações nucleares que ocorrem no interior
do Sol. A radiação UV está na faixa espectral de 0,003 μm até 0,38μm,
e pode ser dividia em três bandas (Moreira, 2008):
- UV próximo (0,3 a 0,38 μm);
- UV distante (0,2 a 0,3 μm) e
- UV máximo (0,1 a 0,2 μm).
• A Radiação Visível (LUZ) consiste no conjunto de radiações
eletromagnéticas compreendidas entre os comprimentos de ondas de
0,39 μm a 0,70 μm. As radiações contidas nesta faixa de comprimento
de onda, ao incidirem no sistema visual humano, são capazes de pro-
vocar uma sensação de cor no cérebro (Moreira, 2008).
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Quando a luz branca se decompõe, o que se tem, na ver-


dade, é uma cor com diversas radiações eletromagnéticas, com
comprimentos de onda diferentes, ou seja, diferentes frequências,
que resultam em cores distintas.

Na tabela a seguir, é possível visualizar as cores que compõem


e luz branca e suas respectivas faixas no espectro eletromagnético (Ta-
bela 1).

Quadro 1: A decomposição da luz branca, as cores e as faixas espectrais

22
Fonte: Moraes, 2002.

• A Radiação Infravermelha (IV) refere-se às radiações eletro-


magnéticas em que os comprimentos de onda variam de 0,7 a 1000 μm,
e são divididas em três faixas espectrais: IV próximo (0,7 a 1.1 μm); IV
médio (1,1 a 3,0 μm); e IV distante (3,0 a 1000 μm) (Moreira, 2008).
• A radiação Micro-ondas consiste em radiações eletromagnéti-
cas que se estendem pela região do espectro de 1000 μm a aproxima-
damente 1 x 10-6 μm (1 metro).
• As Ondas de Rádio referem-se às radiações com frequências
menores que 300 MHz, ou seja, apresentam um comprimento de onda
maior que 1 metro. As ondas de rádio são muito utilizadas nas teleco-
municações.
O conjunto de estas radiações, de forma ordenada, conforme
o comprimento de onda e a frequência, é chamado de espectro eletro-
magnético (Figura 2).

Figura 2: Espectro eletromagnético.

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Fonte: Moraes, 2002.

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Para analisar o espectro magnético e associá-lo ao concei-
to de onda eletromagnética, acesse este vídeo: https://www.youtu-
be.com/watch?v=28JVQrLCFtM

O espectro eletromagnético pode apresentar denominações di-


ferenciadas de acordo com alguma propriedade especial que ele possa
apresentar (Moraes, 2002):
O espectro óptico consiste na região do espectro eletromag-
nético onde estão as energias que podem ser coletadas por sistemas
ópticos, como a ultravioleta, o visível e o infravermelho.
O espectro solar refere-se à região do espectro que comporta
os tipos de energia emitidos pelo Sol. Cerca de 99% da energia solar
que atinge a Terra encontra-se na faixa de 0,28 a 4 μm (Moraes, 2002).
O espectro visível, ou a luz, consiste no conjunto das energias
eletromagnéticas percebidas pela visão humana.
O espectro termal corresponde ao conjunto das energias ele-
tromagnéticas emitidas pelos objetos terrestres, estando nos intervalos
espectrais entre o infravermelho médio e distante.
Ao consideramos o Sol como uma fonte de energia eletromag-
nética, os sensores detectam, portanto, a energia do sol refletida pelos
objetos presentes na superfície da Terra. Desta forma, podemos dizer
que o sensoriamento remoto ocorre na faixa do espectro solar. Mas,
quando a Terra atua como fonte de energia eletromagnética, da mesma
maneira que ocorre com a energia refletida pelo Sol, os sensores tam-
bém detectam a energia emitida pelos corpos terrestres. Neste caso, o
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sensoriamento remoto ocorre na faixa do espectro termal.


Além disso, a energia eletromagnética também interage com a
atmosfera, o que promove uma mudança na trajetória da energia, como
também uma atenuação. A compreensão desde fenômeno também é
importante, pois ele afeta a quantidade de energia, a absorção pelos
objetos terrestres e sua identificação pelos sensores.

INTERAÇÃO ENTRE A ATMOSFERA E A ENERGIA ELETROMAG-


NÉTICA

A energia eletromagnética, ao atravessar atmosfera terrestre,


pode ser absorvida, refletida e espalhada. Esses fenômenos ocorrem
24
devido à presença dos gases atmosféricos, que possuem diferentes ca-
pacidades de absorção em relação ao comprimento de onda da energia
solar incidente no sistema terra-atmosfera e da energia emitida pela
superfície terrestre (Moraes, 2002).
Ainda, existem regiões do espectro eletromagnético em que
a atmosfera absorve muita energia incidente proveniente do topo da
atmosfera, sobrando pouca energia para atingir a superfície terrestre.
A interação da energia com a atmosfera pode ser comparada com
uma cortina que age como um filtro que, dependendo de seu tecido, cujo
papel é desempenhado pelos gases atmosféricos, atenuam ou impedem a
passagem da radiação eletromagnética. Os principais gases absorvedores
da radiação eletromagnética são vapores d’água (H2O), oxigênio (O2), ozô-
nio (O3) e o gás carbônico (CO2), seguido de gases como o CO (monóxido
de carbono), CH4 (metano), NO e N2O, que ocorrem em menores quantida-
des e também possuem espectros de absorção (Moraes, 2002).
Aproximadamente 70% da energia solar estão concentradas na
faixa do espectro eletromagnético entre 0,3 e 0,7 μm. Nessa faixa espec-
tral, a atmosfera absorve pouquíssimo, e, com isso, grande parte da ener-
gia solar atinge a superfície terrestre. Além disso, há também regiões no
espectro eletromagnético onde a atmosfera se comporta como um objeto
opaco, absorvendo toda a energia eletromagnética (Moraes, 2002).

Por exemplo, na região do ultravioleta e do visível, o ozô-


nio absorve quase toda a energia eletromagnética, protegendo a
superfície terrestre e toda a vida aqui presente, animal e vegetal, SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
dos raios ultravioletas. Já na região do infravermelho, os princi-
pais gases absorvedores são o vapor d’água (H2O) e o dióxido de
carbono CO2, responsáveis pela manutenção do efeito estufa, fe-
nômeno essencial para o desenvolvimento da vida na Terra.

Ainda, existem regiões do espectro eletromagnético em que a


atmosfera quase não afeta a energia eletromagnética, isto é, a atmos-
fera se comporta como um objeto transparente, sendo essas regiões
denominadas de janelas atmosféricas. São nessas regiões que são ins-
talados os detectores de energia eletromagnética, e, portanto, onde é
feito o sensoriamento remoto dos objetos terrestres (Moraes, 2002).
É importante salientar que essas constatações foram realizadas
com a atmosfera limpa, pois tanto as nuvens como os poluentes inter-
25
ferem no comportamento da energia eletromagnética, absorvendo uma
parte dela. Desse modo, as interações da energia eletromagnética com
os elementos da atmosfera influenciam na caracterização da energia so-
lar e terrestre disponíveis para sensoriamento remoto dos objetos presen-
tes na superfície terrestre. Isso ocorre, pois a energia eletromagnética,
ao atingir a atmosfera, sofre um espalhamento, aonde parte da energia
espalhada retorna para o espaço, interferindo na energia refletida ou emi-
tida pela superfície e é detectada pelos sensores orbitais (Moraes, 2002).
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26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de São Gonçalo do Ama-
rante - RN Prova: Geógrafo Nível: Superior

A imagem acima representa a obtenção de imagens por sensoria-


mento remoto e mostra que, após a radiação eletromagnética pro-
veniente do sol interagir com a atmosfera, ela atinge a superfície e
a energia refletida ou emitida podem ser captadas por um sensor
remoto (FLORENZANO, 2002). Relacione as informações contidas
na coluna A (bandas espectrais de uma imagem Landsat TM) com
a coluna B (tipo de energia captada).
Coluna A
Bandas espectrais
1. Azul
2. Verde SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
3. Vermelho
4. Infravermelho próximo
5. Infravermelho termal
Coluna B
Energia captada
I. Energia refletida
II. Energia emitida
Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta.
a) 1-II / 2-II / 3-II / 4-II / 5-I
b) 1-I / 2-I / 3-I / 4-I / 5-II
c) 1-I / 2-I / 3-I / 4-II / 5-II
d) 1-II / 2-II / 3-II / 4-I / 5-I

27
QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: FUNDEP Gestão de Concursos - FUNDEP Órgão:
Prefeitura de Lavras Prova: Gestor Ambiental - 2023 Nível: Superior
Sobre o sensoriamento remoto da vegetação, assinale a alternativa
incorreta.
a) No sensoriamento remoto, existem modelos de reflectância da vege-
tação que procuram estabelecer uma conexão lógica entre os parâme-
tros biofísicos da vegetação e as suas propriedades espectrais, facili-
tando a gestão ambiental.
b) A interação entre a radiação eletromagnética, em termos de espectro
óptico, e uma folha depende de fatores químicos, como entre pigmentos
fotossintetizantes e água, e estruturais, como a organização dos tecidos
da folha, por exemplo.
c) A análise conjunta da absorção, da transmissão e da reflexão compõe
o estudo do comportamento espectral da vegetação, que envolve prin-
cipalmente o estudo dos fatores influentes na reflexão da radiação por
folhas isoladas e por dosséis vegetais.
d) A intensidade da radiação eletromagnética emitida pelo sol sofre ate-
nuação pela interferência de diferentes componentes contidos na at-
mosfera, como, por exemplo, a vegetação, e essa intensidade do fluxo
radiante é denominada de comprimento de onda (λ).

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FAUEL Órgão: Prefeitura de São José dos Pi-
nhais - PR Prova: Técnico em Radiologia - 2019 Nível: Técnico
Assinale a alternativa CORRETA com relação aos raios X:
a) A geração de raios-x ocorre dentro de um invólucro de vidro aberto
do qual foi extraído o ar, sendo seus componentes importantes o catodo
e o anodo.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

b) A função do filamento, dentro de uma ampola de raios-x, é de fonte


produtora de energia.
c) Os raios-x são uma forma de radiação eletromagnética e viajam no
vácuo a uma velocidade aproximada de 300 mil quilômetros por segundo.
d) Os raios-x são gerados, aproveitando-se a energia do átomo e con-
vertendo-a em fótons, dentro do tubo.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:
Analista - Geografia Nível: Superior
O sensoriamento remoto utiliza sensores ativos e passivos para
obtenção de dados sobre a superfície terrestre. São características
dos sensores ativos e passivos, respectivamente:
28
1 - uso de micro-ondas e uso de ondas nos campos do visível, in-
fravermelho e termal.
2 - uso da energia termal e comprimento de onda de 0,18 cm a 7,82
cm.
3 - emissão da energia coletada e comprimento de onda de 0,18 cm
a 4,82 cm.
As características dos sensores ativos e passivos estão corretas em:
Parte superior do formulário
a) 1, 2 e 3.
b) 2 e 3 apenas.
c) 1 e 3 apenas.
d) 2 apenas.
e) 1 apenas.

QUESTÃO 5
Ano: 2021 Banca: Instituto AOCP Órgão: ITEP - Instituto Técnico-
-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte Prova: Perito Crimi-
nal - Área: Meio Ambiente - 2021 Nível: Superior
Os sensores utilizados no sensoriamento podem ser classificados
quanto à sua fonte de energia como “ativos” ou “passivos”. Refe-
rente esse assunto, é correto afirmar que
a) os radares são considerados passivos, pois são capazes de emitir
energia eletromagnética ao alvo.
b) os sensores passivos dependem de uma fonte de energia externa de
radiação eletromagnética, como a radiação solar.
c) os sensores ativos dependem da emissão de uma fonte de radiação
eletromagnética externa, como a radiação solar.
d) os radares são exemplos de sensores passivos, pois dependem de
uma fonte de energia externa. SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
e) os radares são exemplos de sensores ativos, pois dependem de uma
fonte externa de radiação eletromagnética.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O sensoriamento remoto é uma importante ferramenta para muitas áreas
do conhecimento que utilizem as geotecnologias ou, ainda, que neces-
sitem de um maior conhecimento sobre a superfície terrestre. Baseado
nesta informação, defina o sensoriamento remoto e destaque as suas
peculiaridades que contribuem para o estudo da superfície terrestre.

TREINO INÉDITO
Sobre o conceito de sensoriamento remoto, marque a alternativa
correta:
29
a) Consiste em uma técnica cujo objetivo é coletar informações sobre
objetos por meio de dados adquiridos por sensores que possuam algum
tipo de contato físico com os objetos na superfície terrestre.
b) Consiste em uma técnica para obter informações sobre um objetivo,
área ou fenômeno por meio da análise de dados coletados por um sen-
sor que acessa o objeto de maneira indireta.
c) Consiste em um conjunto de técnicas aplicadas tanto em terrenos quan-
to em fenômenos, e apresenta como objetivo o reconhecimento, a avalia-
ção e o estabelecimento de parâmetros para cartas, croquis e plantas.
d) Consiste em um conjunto de técnicas científicas e artísticas que con-
tribuem na elaboração de mapas a partir dos resultados de observações
diretas ou da pesquisa em documentos antigos.
e) Consiste em um conjunto de metodologias que utilizam sensores de
contato direto com o objeto na superfície da Terra, de modo a coletar os
dados transformados em planilhas numéricas e gráficos, sem a geração
de imagem.

NA MÍDIA
PROSPECÇÃO POR IMAGENS REMOTAS PODE FACILITAR MINE-
RAÇÃO DE OURO
Pesquisadores do Instituto de Geociências da Unicamp, em parceria
com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), desenvolveram um estudo
que poderá agregar maior eficiência à prospecção mineral do ouro.
O objetivo era explorar o sensoriamento remoto hiperespectral, ou seja,
a aplicação de sensores de alta resolução espectral para a obtenção
remota de informações detalhadas de um objeto na superfície terrestre.
A técnica pode fornecer dados valiosos para a prospecção de alguns
tipos de depósitos de ouro, elemento cuja aplicação é essencial em
áreas como medicina, construção de satélites e até mesmo fotografia.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Inovação Tecnológica


Data: 22 maio. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.inovacaotecnologica.com.br/no-
ticias/noticia.php?artigo=prospeccao-imagens-remotas-facilitar-minera-
cao-ouro&id=010175190522#.Xsrs1BpKjIU

NA PRÁTICA
A partir do entendimento da radiação eletromagnética, bem como o co-
nhecimento sobre as radiações e os comprimentos de onda, podemos
perceber a importância de determinados elementos presentes na natu-
reza, que atuam de maneira conjunta a essas radiações, possibilitando
o desenvolvimento da vida na Terra.
Graças à radiação solar e à ação absorvedora dos gases presentes
30
na atmosfera, é possível a existência do efeito estufa, que mantêm a
temperatura da Terra em taxas que possibilitam a manutenção da vida.
Entretanto, a ação do homem tem aumentado a concentração desses
gases na atmosfera, o que tem provocado um aumento da temperatura
global, ocasionando diversas consequências ambientais.
Além disso, há também o ozônio, que absorve toda a radiação ultravio-
leta, que é extremamente perigosa à vida.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: Sensoriamento Remoto: princípios e aplicações
(2019)
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hPuWMFt66oA>.
Vídeo sobre o assunto: Sensoriamento Remoto: drone minuto (2017)
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lBmuFwF8yv0>.

SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

31
SISTEMAS SENSORES

SISTEMAS SENSORES
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Os sensores podem ser definidos como os dispositivos capa-


zes de detectar e registrar a radiação eletromagnética em determina-
da faixa do espectro eletromagnético, além de gerar informações que
possam ser transformadas em produto passível de interpretação, como
uma imagem, um gráfico ou em tabelas (Moreira, 2008).
Os sistemas sensores são compostos por (Moraes, 2002; Mo-
reira, 2008):
• Coletor, que pode ser um conjunto de lentes, espelhos ou ante-
nas, que concentra o fluxo de energia proveniente da amostra no detetor.
• Filtro, que é um componente responsável pela seleção da
faixa espectral da energia a ser medida.
32
• Sistema de registro, responsável pela detecção, que pode ser
um filme ou outros dispositivos.
• Processador, que amplifica o sinal gerado pelo detetor e digi-
taliza o sinal elétrico produzido pelo detector.
• Unidade de saída, que registra os sinais elétricos captados
pelo detector para a posterior extração de informações
Os sensores remotos são dispositivos capazes de detectar a
energia eletromagnética em determinadas faixas do espectro eletromag-
nético de objetos na superfície terrestre, transformando-as em um sinal
elétrico e registrando-as de modo que possa ser armazenado ou transmi-
tido em tempo real para posteriormente ser convertido em informações.
Os sensores podem ser classificados quanto à fonte de radia-
ção, princípios de funcionamento e tipos de produto. Além disso, os
sistemas sensores também podem ser categorizados para a coleta de
dados espectrais ao nível terrestre, nível suborbital e nível orbital.

CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS SENSORES

Os sistemas sensores são classificados quanto à fonte de ra-


diação, ao princípio de funcionamento e ao tipo de produto.
Com relação à fonte de radiação, os sensores podem ser pas-
sivos e ativos. Os sensores passivos são aqueles que dependem de
uma radiação externa, ou seja, não possuem radiação própria. A fonte
externa emite a radiação, que ao interagir com os alvos, parte dela é
refletida, atingindo o detetor do sistema sensor que esteja sobre a área
irradiada. Como exemplo de sensores passivos, temos o SPECTRON-
-SE590, o Mapeador Temático (TM) do Landsat, o Haut Resolution Visi-
ble (HRV) do SPOT, entre outros (Moreira, 2008).
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Para conhecer uma aplicação prática dos sensores passi-


vos, leia o artigo “Avaliação da variação espectral do cerrado por
sensor remoto passivo”, que está disponível neste link: https://bit.
ly/3dbAmCU

Os sensores ativos são aqueles que não dependem de uma


fonte externa de radiação, pois ele emite um fluxo de radiação em de-
terminada faixa espectral, interagindo com os objetos da superfície
33
terrestre, por meio da captação do fluxo refletido. Como exemplo de
sensores ativos, podemos citar os radares, o laser, os radiômetros de
micro-ondas e câmeras fotográficas que utilizam como fonte de radia-
ção o "flash" (Moreira, 2008).

Para conhecer uma aplicação prática dos sensores ativos,


leia o artigo “Características agronômicas associadas com índices
de vegetação medidos por sensores ativos de dossel na cultura
da soja”, que está disponível neste link: https://www.redalyc.org/
pdf/4457/445744120005.pdf

Outra forma de classificação dos sensores passivos e ativos


está relacionada ao princípio de funcionamento, que pode ser de varre-
dura ou scanning; e de não-varredura ou non-scanning.
Os sistemas sensores de não-varredura registram a radiação
refletida por um alvo ou objeto da superfície terrestre em sua totalidade
e, ao mesmo tempo. Devido a essa característica, também são deno-
minados de sensores de quadro ou framing systems (Moreira, 2008).
Os dados coletados por sensores de não-varredura podem resultar em
dois produtos: imagem, representado pelos sistemas fotográficos; e
não-imagem, realizado pelos radiômetros, que não formam imagens,
mas geram dados gráficos e/ou numéricos.
Já os sistemas sensores de varredura registram a imagem a
partir da aquisição, em sequência, de imagens elementares do terreno ou
elementos de resolução, também denominados de píxel. Como exemplo
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

de sistemas sensores de varredura, temos os sensores eletro-óptico-me-


cânicos, as câmeras CCD, os radares, entre outros (Moreira, 2008).

Na literatura podem ser encontradas outras maneiras de


classificar os sistemas sensores, por exemplo, sua classificação
em imageadores e não-imageadores, que considera a fonte de ra-
diação, isto é, passivos e ativos. No caso dos sistemas não-ima-
geadores, podemos citar os radiômetros; e para os imageadores,
os sistemas fotográficos, sensores de varredura eletro-óptico-me-
34
cânicos, os radares de visada lateral, entre outros (Moreira, 2008).

A classificação por tipo de produto obtido por um sistema sen-


sor os categoriza em sistemas fotográficos e sistemas não fotográficos.
Os sistemas fotográficos referem-se aos dispositivos em que os
resultados são expressos em imagem, ou seja, são imageadores. Median-
te um sistema óptico, eles registram a energia refletida pelos objetos de
interesse presentes na superfície terrestre em uma película fotossensível,
denominadas de detetores representadas pelos filmes. Como exemplo de
sistema fotográfico muito utilizado no sensoriamento remoto, temos os sis-
temas aerotransportados, como as câmeras métricas (Figura 1).

Figura 3: Imagem de radar em sistemas aerotransportados, para estudo do


relevo.

Fonte: IBGE, 2009.


SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
Os sistemas sensores não-fotográficos correspondem aos
equipamentos utilizados para medir a intensidade da radiação eletro-
magnética, em determinadas faixas espectrais, emitidas pelos objetos
presentes na superfície terrestre. Um exemplo dos sistemas sensores
não-fotográficos são os radiômetros (Moreira, 2008).
Os radiômetros são sistemas passivos que medem a intensida-
de da energia radiante (radiância), que pode ser proveniente de todos
os pontos em um campo de visada, em determinadas regiões espec-
trais do espectro eletromagnético. Para ser as regiões de interesse se-
jam detectadas e os dados extraídos, é utilizado um filtro que bloqueia o
restante da radiação que incide no sistema (Moreira, 2008).
Os radiômetros podem ser classificados corno não-imageado-
res, que consistem na medição da radiância do alvo, apresentando os
35
dados de forma numérica ou em gráficos. Os radiômetros que obtém os
dados na forma numérico são chamados de radiômetros de banda, cuja
operação consiste no registro da radiação dos objetos de interesse nas
faixas largas do espectro eletromagnético.
Os sistemas sensores não-imageadores que realizam a coleta de
dados e permitem unir os valores de radiância de uma determinada faixa
do espectro eletromagnético são chamados de espectrorradiômetros. Os
espectrorradiômetros, diferentemente do radiômetro, operam em faixas
espectrais estreitas ao longo de sua faixa de atuação, registrando, portan-
to, os valores da radiância de pequenas faixas espectrais. Como exemplo
deste sistema, podemos citar o SPECTRON SE590 (Moreira, 2008).
Já os radiômetros imageadores referem-se aos equipamentos
que apresentam, como resultado final, as imagens os objetos ou de
uma área da superfície terrestre. Esses aparelhos funcionam por meio
do deslocamento da resolução do terreno, resultando em uma linha de
varredura. Devido a essas características, também são chamados de
anageadores ou scanners, e são capazes de registrar a radiação ele-
tromagnética em diferentes faixas do espectro eletromagnético, desde
o ultravioleta até o infravermelho distante.
As características dos sistemas sensores não-fotográficos ima-
geadores também são expressas em função de sua resolução. A qua-
lidade de um sensor, geralmente, está associada a sua capacidade de
obter medidas detalhadas da energia eletromagnética, sendo dada pelo
tipo de resolução que ele apresenta. Os sensores podem apresentar
as seguintes resoluções: espectral; espacial ou geométrica; temporal; e
radiométrica (Moraes, 2002; Moreira, 2008).
A resolução espectral consiste na caracterização, seja de alta
ou baixa qualidade, dos objetos na superfície terrestre em função da
largura de operação da banda espectral do sensor.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Um sensor X opera na faixa espectral de 500 nm a 700 nm,


enquanto um sensor Y opera na faixa espectral de 500 nm a 550
nm. Como podemos avaliar a sua resolução? No caso, o sensor
X apresenta menor resolução espectral do que o sensor Y, pois a
largura de faixa, isto é, a banda espectral de cada um deles corres-
ponde, respectivamente, a 200 e 50 nm (Moreira, 2008).

Desta forma, quanto mais fina for a largura da faixa em que um


36
sensor opera, melhor será a sua resolução espectral. Entretanto, se um
sensor apresentar detetores (filmes) operando em várias faixas espec-
trais do espectro eletromagnético, o sistema é chamado de multiespec-
tral, pois registra os objetos em várias faixas espectrais. Um exemplo de
sensor multiespectral são os satélites LANDSAT (Moreira, 2008).

Muitas vezes, a aplicação do termo resolução espectral


é feita de maneira equivocada, especialmente em situações que
envolvem as comparações entre um sensor que opera em menos
bandas espectrais do que outro, afirmando que o que opera em
menos banda teria a resolução menor resolução espectral. Isso
decorre porque não é a quantidade de bandas que definem uma
melhor resolução espectral, mas sim a capacidade do sensor em
individualizar dois objetos sobre a superfície imageada.

A resolução espacial ou geométrica refere-se ao campo de vi-


sada instantânea (ou Instantaneous Field of View, IFOV, do inglês). No
solo, a resolução espacial consiste na menor área do terreno que o sen-
sor é capaz de individualizar e o valor radiométrico do IFOV é a média
dos valores das radiâncias dos diferentes objetos que estão na área no
terreno, o que depende da resolução de cada sensor.

SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Para compreender melhor os conceitos relativos à reso-


lução espacial em uma situação prática, acesse este link https://
revistas.ufpr.br/biofix/article/view/60477/35944 e leia o artigo “Es-
tudo da eficiência de classificações supervisionadas aplicadas em
imagem de média resolução espacial”.

No caso de sensores fotográficos, a resolução espacial vai de-


pender das características físicas do filme utilizado, da distância focal e
da distância do objeto a ser fotografado (Moreira, 2008).
A resolução temporal varia conforme as características da plata-
forma em que o sensor se encontra, interferindo na sua definição e nas
suas funções. Para os sistemas sensores orbitais, a resolução temporal
37
consiste no intervalo de tempo que o satélite precisa para voltar a recobrir a
área de interesse, que está relacionada com a largura da faixa imageada no
solo. A resolução temporal é muito importante, pois permite acompanhar,
de maneira dinâmica, as áreas e os objetos sobre a superfície terrestre.

O sensor TM do Landsat-5 tem uma resolução temporal de


16 dias, o que significa que a cada 16 dias, o sensor orbital passa
sobre um mesmo ponto geográfico superfície terrestre. Desta for-
ma, podemos dizer que a resolução temporal do sensor TM é de 16
dias (Moreira, 2008).

A resolução radiométrica de um sensor refere-se à capacidade


que ele possui de discriminar, em uma área imageada, os objetos que
apresentam pequenas diferenças de radiação refletida e/ou emitida.
Sabemos a radiação eletromagnética que é refletida e/ou emitida
pelos objetos da superfície terrestre apresentam valores diferenciados de
acordo com suas características físicas, químicas e biológicas. No entan-
to, existem objetos que, apesar de serem diferentes, refletem ou emitem
a radiação eletromagnética com valores de intensidade muito próximos
entre si, o que os torna quase idênticos espectralmente (Moreira, 2008).
Neste contexto, a radiação, ao incidir no detetor, é transforma-
da em sinal elétrico, depois ampliada e retransmitida para um sistema
de recepção ou gravada em dispositivos presentes na plataforma. Des-
ta forma, podemos inferir que a resolução radiométrica está associada
à capacidade do sistema sensor em discriminar sinais elétricos com
pequenas diferenças de intensidade (Moreira, 2008).
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Para representar esses valores da intensidade do sinal elétrico


que são gravados, utilizam-se diversos tons de cinza, que variam de
escuro, para o valor de intensidade igual ou próximo de zero, e cinza-
-claro para o maior valor de máxima intensidade. E, entre os extremos,
existem tons de cinza intermediários (Moreira, 2008).
Os sinais obtidos pelos sistemas imageadores por meio dos de-
tetores podem ser gravados em fitas magnéticas ou no caso de satélites
não tripulados, as informações são transmitidas para as estações em terra.
Além das características apresentadas, o nível de aquisição
dos dados pelos sensores também é influenciado por uma série de ou-
tros elementos, por exemplo, o nível de aquisição dos dados.

38
NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DE DADOS PELOS SISTEMAS SENSORES

A aquisição de dados e informações, seja em forma de imagem,


números ou gráficos, dos objetos de interesse presentes na superfície
terrestre podem ser feitos em três níveis: terrestre, suborbital e orbital.

Para compreender a relação entre os diversos sensores e


os produtos gerados, leia o artigo “Uso de Diferentes Sensores de
Satélite na Discriminação de Alvos Naturais”, que está disponível
neste link: https://www.researchgate.net/publication/297480799_
Uso_de_Diferentes_Sensores_de_Satelite_na_Discriminacao_de_
Alvos_Naturais.

Aquisição de Dados ao Nível Terrestre ou Solo

Para entender o comportamento espectral dos alvos é de gran-


de importância o uso de sistemas sensores no nível do solo ou terrestre,
especialmente para se obter as informações da radiação refletida e/ou
emitida pelos objetos em superfície.
Os sistemas sensores são categorizados em decorrência da
região espectral em que operam, pois cada sensor possui característi-
cas ópticas e de detecção próprias. Essas características estão relacio-
nadas à composição dos detectores, ou seja, os elementos presentes é
que determinam a faixa espectral de atuação.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
Os sistemas sensores ao nível terrestre permitem realizar me-
didas a curta distância e em pequenas áreas amostrais, que contribuem
na obtenção de resultados mais assertivos em relação aos objetos.

Os sensores ao nível de solo são muito usados para inves-


tigar, através do comportamento espectral, anomalias das plantas,
como o estresse hídrico e de nutrientes, padrão de crescimento de
culturas, entre outros.

39
Neste sentido, os sensores são classificados em sensores que
operam na região do visível e do infravermelho próximo; sensores que
operam na região do infravermelho terminal; e sensores que operam na
região das micro-ondas.

Sensores na Região do Visível e do Infravermelho Próximo

Os sensores que operam nesta faixa do espectro registram a ra-


diação eletromagnética no intervalo de comprimento de onda de 400nm a
1100nm, podendo alcançar até 2500nm segundo a combinação de dete-
tores em um mesmo equipamento. Os equipamentos que operam nesta
região do espectro são os radiômetros de banda e os radiômetros de var-
redura contínua, e podem ser acoplados em drones ou VANTS (veículos
aéreos não tripulados VANTs) para a realização dos levantamentos.
Os radiômetros de banda caracterizam-se por operarem em
faixas longas e discretas do espectro eletromagnético. Isso significa que
em um intervalo de 400nm a 800nm, ele pode operar em faixas discre-
tas de 100nm, registrando a radiação refletida pelos objetos da superfí-
cie terrestre em quatro intervalos espectrais (400 – 500/ 500 – 600/ 600
– 700/ 700 – 800) (Moreira, 2008).
Os principais radiômetros de banda são EXOTECH e a maioria
dos satélites utilizados para o levantamento de recursos naturais como
o HRV do SPOT, o MSS da LANDSAT, CCD do CBERS, entre outros
(Figura 4).

Figura 4: Exemplo de imagem obtida por um sistema sensor CBERS, para


estudo do relevo.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Fonte: IBGE, 2009.


40
Os radiômetros de varredura contínua são caracterizados por
operarem em faixas espectrais estreitas. O equipamento, devido ao seu
sistema de dispersão, decompõe a radiação incidente em vários com-
primentos de onda, de modo a registrar a radiação refletida em diversas
faixas espectrais muito estreitas.
Os espectrorradiômetros são os representantes dos equipa-
mentos que realizam a varredura contínua, e operam na faixa espectral
de 350 a 1100nm, o que possibilita o registro da radiação refletida pelos
objetos em 256 valores radiométricos (Moreira, 2008). Isso possibilita a
obtenção da curva espectral do alvo dentro deste intervalo de compri-
mento de onda do espectro eletromagnético.
Como esses sensores operam na faixa reflexiva do espectro
eletromagnético, os dados obtidos se referem à radiação refletida pelos
objetos. Essas informações trazem, portanto, a reflectância dos objetos,
que representa a razão entre o fluxo refletido e o incidente sobre uma
área de interesse, considerando o posicionamento do objeto, do sensor
e da fonte luminosa.
Além disso, há também o fator de reflectância, que consiste na
razão entre o fluxo refletido por uma superfície qualquer e o fluxo refle-
tido por uma superfície padrão ou superfície de referência.

Para se obter o fator de reflectância de um determinado


objeto ao nível terrestre, como uma árvore, dois sensores são ins-
talados em um suporte, sendo que um mede o fluxo refletido do
objeto e o outro o fluxo refletido pela superfície padrão. Por meio SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

de uma equação, obtém-se o fator de reflectância.

Sensores Na Região Do Infravermelho Terminal

Os sensores que operam na região do infravermelho terminal


coletam os dados relativos aos objetos na superfície terrestre baseados
na premissa da Física que diz que “todo corpo com temperatura aci-
ma de 0 Kelvin (K) ou – 273 °C é capaz de absorver ou emitir energia
eletromagnética” (Moreira, 2008). Esses sensores também podem ser
acoplados em drones ou VANTS (veículos aéreos não tripulados) para
a realização dos levantamentos.
A temperatura dos objetos na superfície terrestre é, em média,
41
de 300 K ou 27 °C, sendo capazes de emitir uma energia de, no máxi-
mo, 9,6µm, que corresponde à região do termal, que vai de 8µm a 14µm
(Moreira, 2008). Dessa forma, é possível medir a radiação emitida pelos
objetos na superfície terrestre por meio de radiômetros infravermelhos.
Para que os alvos sejam identificados, é importante conhecer a
emissividade dos objetos que compõem a superfície terrestre e a medi-
da da energia emitida, para que a temperatura do corpo que está sendo
investigado seja calculada e, por conseguinte, ele seja identificado.

Sensores na Região de Micro-Ondas

Os sensores de micro-ondas medem a radiação eletromagné-


tica com o comprimento de onda entre 0,3 a 30cm, que corresponde à
radiação emitida pelos alvos naturais em função da temperatura a que
estão submetidos.
Esses equipamentos, diferentemente do que ocorre com os
sensores infravermelhos terminais, não são afetados pelo espalhamen-
to e absorção dos componentes atmosféricos, como partículas diversas
e as nuvens.
Os principais sistemas sensores utilizados ao nível de solo, no
Brasil, são o SPECTRON SE – 580, Sensor quântico LI – 190 AS, Sen-
sor LAI – 2000, Sensor Thermopoint, Sensor Ser IRIS MARK – IV, entre
outros (Moreira, 2008).

Aquisição de Dados ao Nível Suborbital

O nível suborbital refere-se aos equipamentos que são acopla-


dos e transportados em aeronaves tripuladas. Entre os principais equi-
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

pamentos, podemos destacar as câmeras fotográficas; os imageadores


ou scanners; e os radares. Além disso, existem outros equipamentos
mais sofisticados, que são inseridos conforme a evolução tecnológica,
como as câmeras de vídeo e os espectrômetros.

Sensores Fotográficos

Os sensores fotográficos consistem nos dispositivos que regis-


tram a energia refletida pelos objetos da superfície terrestre por meio de
um sistema óptico, onde as informações são armazenadas em um filme
fotossensível ou filme fotográfico, que atua como o detetor (Moreira, 2008).
No sensoriamento remoto, os sistemas sensores mais utiliza-
42
dos são os fotográficos aerotransportados, que envolvem as câmeras
métricas. Essas câmeras geram como produtos as fotografias aéreas,
que podem ser pancromáticas (preto e branco), colorida normal e falsa
cor, determinadas pelo tipo de filme utilizado para o levantamento.
Os filmes fotográficos são detetores capazes de responder à
radiação eletromagnética em determina faixas do espectro eletromag-
nético. Os filmes apresentam uma sensibilidade espectral que varia de
350nm, que é a faixa do ultravioleta, até 900nm, que é a faixa onde
se encontra parte do infravermelho próximo. A capacidade do filme em
detetar depende da quantidade de radiação, ou seja, do tempo de expo-
sição à luz, e não da intensidade do fluxo luminoso como acontece com
os detetores utilizados nos sensores não-fotográficos (Moreira, 2008).
No sensoriamento remoto, os filmes mais utilizados são o filme
branco e preto e os filmes coloridos. Além das cores, há também outros
elementos a serem considerados, como a sensibilidade do filme, que
pode ser normal (que são sensíveis à radiação eletromagnética entre
350nm e 700nm) e filmes sensíveis ao infravermelho próximo (com sen-
sibilidade entre 350 e 900nm).

Sensores Hiperespectrais

Os sensores hiperespectrais consistem em equipamentos que


medem a radiação refletida pelos objetos em muitas bandas espectrais,
conforme o intervalo de comprimento de onda considerado, variando de
sensor para sensor. Os sensores hiperespectrais mais utilizados são o
AVIRIS e o HYDICE.
O registro realizado pelos sensores hiperespectrais é feito atra-
vés da radiação refletida pelos alvos contidos em uma área ou faixa SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

do terreno em imagem, cuja largura e comprimento da faixa imageada


dependem do sensor utilizado e da altura do voo (Moreira, 2008).
Para cada píxel, o sensor é capaz de registrar a radiação refle-
tida pelos objetos em 200 ou mais bandas espectrais. O fato do sensor
hiperespectral registrar a radiação de todos os alvos dentro da faixa de
imageamento do terreno e ao longo da linha de voo, é possível gerar
produtos em forma de imagens.

Aquisição de Dados ao Nível Orbital

O desenvolvimento de sistemas sensores que pudessem ser


instalados em plataformas orbitais para a detecção da radiação refletida
43
e/ou emitida que pudessem realizar a identificação de objetos da super-
fície terrestre surgiu a partir dos sistemas sensores que fotografaram a
Terra a partir do espaço (Moreira, 2008).
Para isso, era importante que o sensor orbital fosse desenvol-
vido de forma que pudesse produzir imagens instantâneas do terreno,
de forma semelhante aos sistemas fotográficos usados em órbita. Desta
forma, foi concebido o sistema RBV (Return Bean Vidieon), cujo sensor,
similar a uma câmera de televisão, que permitia o registro instantâneo
de uma determinada área do terreno.
O RBV realizava o levantamento a partir da energia proveniente
da área imageada, que gerava um estímulo elétrico em uma superfície do
tubo da câmera, que era fotossensível. Por um tempo, a entrada de ener-
gia era interrompida por um obturador, para que a imagem do terreno que
havia sido imageada fosse escaneada por um feixe de elétrons, e, poste-
riormente, o sinal de vídeo era transmitido para uma base (Moreira, 2008).
Após o surgimento do sistema RBV, muitos outros sistemas
sensores foram elaborados, e podem ser divididos em imageadores ele-
tro-óptico-mecânico e imageadores do tipo CCD.

Imageadores Eletro-Óptico-Mecânico

Os imageadores eletro-óptico-mecânico são compostos por um


conjunto de espelhos giratórios ou prismas, responsáveis pela coleta da
radiação eletromagnética proveniente dos objetos da superfície terres-
tre imageada. Neste sentido, podemos dizer que este sensor possui
um sistema óptico capaz de focar a energia coletada sobre detetores,
convertendo-a em sinais elétricos (Moreira, 2008).
Esses sensores funcionam a partir da coleta da radiação eletro-
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

magnética proveniente dos objetos que estão dentro da área imageada


pelo sensor, de forma que a radiação passa por um primeiro espelho,
refletida para um segundo espelho e, posteriormente, para um terceiro
espelho, onde a radiação é separada em duas componentes. Uma com-
ponente é formada por radiação de ondas curtas e a outra é formada por
ondas longas e são transmitidas para os detetores 1 e 2, respectivamen-
te. Ainda, são utilizados dois corpos negros, para cada detetor, junto aos
espelhos, para calibrar o sistema e assim gerar as informações.
Os imageadores eletro-óptico-mecânicos são sistemas que
apresentam uma boa resolução espectral e baixa resolução geométrica
ou espacial, sendo os equipamentos mais utilizados o imageador MSS
(Multispectral Scanner Subsystem) e o TM (Thematic Mappert), sendo
constituintes dos satélites da série Landsat (Moreira, 2008) (Figura 5).
44
Figura 5: Exemplo de imagem multiespectral LANDSAT, usada para análise
das formas de relevo.

Fonte: IBGE, 2009.

Imageadores do Tipo CCD

Os imageadores do tipo CCD (Charge Coupled Device) con-


siste em um conjunto de vários detetores, que utiliza a microeletrônica
e o silício como material básico, acoplados a um circuito integrado, que
operam na faixa espectral entre 400 e 1100 nm.
O fato de não apresentar componentes mecânicos oferece ao
CCD uma grande precisão geométrica, diferente do que é observado
para o sistema LANDSAT, o que facilita o processamento das informa- SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

ções. Um dos exemplos de imageadores CCD é o HRV do satélite SPOT.

45
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP Pro-
va: Engenheiro Ambiental – GP Nível: Superior
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta a res-
peito dos sensores orbitais.
a) Os passivos, como os radares, possuem uma fonte de energia própria.
b) Os imageadores passivos têm a capacidade de emitir energia própria
e captar a energia dos alvos.
c) Os ativos possuem fonte própria de energia, que ilumina o alvo e
permite registrar a energia refletida deste alvo.
d) Os não imageadores têm como principal característica não possuir
fonte própria de energia, sendo a varredura sua principal forma de ob-
tenção de informação.
e) Os ativos, como os espectrorradiômetros, têm como principais produ-
tos as imagens de varredura.

QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: Fundação Getúlio Vargas - FGV Órgão: Tribunal
de Contas do Estado do Tocantins - TCE TO Prova: Auditor de Con-
trole Externo Nível: Superior
A respeito da resolução em sensoriamento remoto, é correto afir-
mar que:
a) o vetor para a resolução espacial é o principal elemento das imagens
de sensores remotos;
b) cada píxel de um sensor remoto representa uma mesma dimensão
de uma área para a resolução espacial;
c) na resolução radiométrica, o nível de cinza representa a intensidade
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

média de energia magnética emitida ou refletida;


d) na resolução radiométrica, cada sensor pode armazenar todos os
tons cinza;
e) a resolução temporal corresponde ao tempo de processamento de
imagens de uma área.

QUESTÃO 3
Ano: 2021 Banca: IMPARH Órgão: Prefeitura de Fortaleza - CE Pro-
va: Professor Substituto - Geografia Nível: Superior
Os avanços tecnológicos nos últimos anos nas tecnologias de
sensoriamento remoto e de geoprocessamento tem oferecido im-
portantes contribuições à ciência geográfica, permitindo a elabo-
ração e atualização de mapeamentos nas mais diversas escalas
46
cartográficas. Diversas imagens de satélite e outros dados espa-
ciais encontram-se disponíveis de forma gratuita, via WEB, per-
mitindo que muitos estudantes e pesquisadores utilizem referidos
dados em seus estudos e pesquisas. Assinale a opção CORRETA
que apenas consta a relação de satélites cujas imagens são atua-
lizadas de forma sistemática e disponibilizadas de forma gratuita.
a) LANDSAT, Sentinel, CBERS e Resourcesat.
b) CBERS, Worldview, Sentinel e Geoeye.
c) Sentinel, Quick Bird, CBERS e Resourcesat.
d) LANDSAT, Geoeye, Worldview e Sentinel.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR - Escola de Especia-
listas de Aeronáutica Prova: Aeronáutica - 2023 - EEAR - Sargento
da Aeronáutica - Topografia Nível: Superior
Para as informações abaixo, a respeito de sistemas sensores, mar-
que V para verdadeiro ou F para falso. Em seguida, assinale a alter-
nativa com a sequência correta.
( ) Os sensores orbitais termais são sistemas passivos.
( ) Os radares de abertura sintética são sistemas passivos.
( ) As câmaras métricas empregam sistemas ópticos fixos em rela-
ção ao plano do CCD.
( ) Os sensores multiespectrais permitem a aquisição de espectros
contínuos para cada píxel.
a) V - F - F - V
b) V - F - V - F
c) F - V - F - V
d) F - V - V - F
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: UniRV - GO Órgão: Prefeitura de Rio Verde - GO
Prova: UniRV - GO - 2023 - Prefeitura de Rio Verde - GO - Especia-
lista em Serviços Ambientais – Engenharia Civil, Geologia, Geral e
Medicina Veterinária Nível: Superior
Leia o fragmento de texto abaixo:
A observação da Terra por meio de satélites para compreender as
mudanças no meio ambiente causadas por fenômenos naturais e
atividades humanas tem se tornado cada vez mais frequente em di-
versas áreas de estudo. Nesse contexto, o emprego de softwares
dedicados ao Sensoriamento Remoto permite gerar imagens com
diferentes composições de cores e classificações temáticas, forne-
cendo informações importantes para estudos de geologia, vegeta-
47
ção, uso do solo, agricultura, inundações e outros fenômenos. Os
produtos gerados a partir da observação da Terra por meio de saté-
lites, sobre áreas específicas ou contextos regionais, possibilitam
diagnósticos eficientes e propõem soluções de baixo custo para os
desafios decorrentes das mudanças observadas no território.
Adaptado de: http://www3.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/
educasere/apostila.htm
Os dados de sensoriamento remoto têm-se mostrado extremamen-
te úteis para estudos e levantamentos de recursos naturais. Ana-
lisando as afirmações abaixo sobre os benefícios dos dados de
sensoriamento remoto para levantamentos de recursos naturais,
assinale a alternativa incorreta:
a) A resolução espacial do sensoriamento remoto é a obtenção de in-
formações em diversas escalas e permite o uso de imagens de satélite
para o Zoneamento Ecológico e Econômico de regiões, identificando
seus atributos físicos e conhecer a vocação natural das paisagens e seu
potencial para desenvolvimento ou preservação.
b) A resolução espectral do sensoriamento remoto é a obtenção de in-
formações sobre um alvo em diferentes regiões do espectro, fornecen-
do uma ampla gama de informações sobre o seu estado.
c) A resolução temporal do sensoriamento remoto é a coleta de informa-
ções em diferentes períodos do ano e em anos diversos, facilitando a
análise dinâmica de uma região.
d) A capacidade sinótica do sensoriamento remoto permite visualizar
grandes áreas em uma única imagem.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A coleta de dados em sensoriamento remoto, que, posteriormente, se-
rão transformados em imagens, números ou gráficos, são adquiridos
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

por meio de sistemas sensores. Os sistemas sensores podem ser clas-


sificados de diversas formas, sendo uma delas o nível de aquisição dos
dados. Sobre o nível de aquisição, comente sobre cada um deles e
sugira uma utilização para cada um deles.

TREINO INÉDITO
Sobre os níveis de aquisição de dados para o sensoriamento remo-
to, marque a alternativa correta:
a) Níveis de solo, espacial e temporal.
b) Níveis aquático, terrestre e espacial.
c) Níveis terrestre, suborbital e solar.
d) Níveis terrestre, suborbital e orbital.
e) Níveis de solo, aquático e lunar.
48
NA MÍDIA
O TAMANHO DA CONSTELAÇÃO RUSSA DE SATÉLITES SENSO-
RES AUMENTARÁ UMA VEZ E MEIA
Conforme a TASS, a próxima expansão da infraestrutura de satélites de
sensoriamento remotos domésticos é relatada em um artigo por Mikhail
Khaylov, vice-diretor geral de Roscosmos para sistemas e sistemas es-
paciais, e Valery Zaichko, vice-diretora do departamento de sistemas
espaciais de navegação (GLONASS). Atualmente, a constelação de
dispositivos de sensoriamento remoto da Rússia inclui 12 satélites. Es-
tes são, em particular, os aparelhos das séries Kanopus-V e Meteor-M,
que coletam informações no interesse de vários departamentos e estru-
turas. Note-se que oito satélites na constelação ERS fornecem dados
de alta resolução espacial.
Fonte: TECMUNDO
Data: 17 maio. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://avalanchenoticias.com.br/tecnologia/o-
-tamanho-da-constelacao-russa-de-satelites-sensores-aumentara-u-
ma-vez-e-meia/

NA PRÁTICA
A utilização dos sistemas sensores tem se tornado cada vez mais co-
mum enquanto as tecnologias avançam, e, consequentemente, seus
custos de aquisição e uso são reduzidos.
Neste sentido, os produtos obtidos pelos diversos sistemas sensores
podem ser aplicados nos mais diversos campos, como na área ambien-
tal, na área agrícola e na área de planejamento, para avaliar o uso e a
ocupação do solo. Ainda, até mesmo em sistemas de vigilância, fisca-
lização de fronteiras e divisas, avaliação de áreas de conflitos, entre
outros, o sensoriamento remoto pode atuar, pois oferece uma série de SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
sensores, terrestres, suborbitais e orbitais, que podem suprir as neces-
sidades de qualquer demanda.

PARA SABER MAIS


Artigo sobre o assunto: Utilização de imagem de alta resolução espacial
para o mapeamento de uso da terra e cobertura vegetal, de Elias Rodri-
gues da Cunha (2015).
Disponível em: < https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/14954 >
Artigo sobre o assunto: Registro de série de imagens LANDSAT usando
correlação e análise de relação espacial, de Jair Jacomo Bertucini Ju-
nior e Jorge Antônio Silva Centeno (2016)
Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/bcg/v22n4/1982-2170-b-
cg-22-04-00685.pdf>.
49
COMPORTAMENTO ESPECTRAL,
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO
SENSORIAMENTO REMOTO
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

COMPORTAMENTO ESPECTRAL

Como acompanhamos até aqui, o fluxo de energia eletromag-


nética, ao atingir um objeto por meio da energia incidente, sofre altera-
ções decorrentes da interação dessa energia com o material que com-
põem o objeto, sendo parcialmente refletido, absorvido e transmitido
pelo objeto (Moraes, 2002).
A absorção, reflexão e transmissão da energia incidente pode
ser total ou parcial, conforme o princípio de conservação de energia.
Assim, a capacidade de um objeto absorver, refletir e transmitir a radia-
ção eletromagnética é denominada, respectivamente, de absortância,
reflectância e transmitância, que pode apresentar valores que variam
50
entre 0 e 1 (Moraes, 2002).
O comportamento espectral de um objeto refere-se ao conjunto
dos valores sucessivos da reflectância do objeto ao longo do espectro
eletromagnético, que pode ser denominada de assinatura espectral do
objeto (Moraes, 2002).
A assinatura espectral do objeto consiste nas respostas que as
suas características físicas, químicas e biológicas, ao interagirem com
a energia, resultaram em elementos que permitem a caracterização do
objeto, a partir da forma, da intensidade e da localização de cada banda
de absorção que é gerada de acordo com essa interação (Figura 6).
Desta forma, cada objeto irá interagir de maneira diferenciada em
relação ao espectro eletromagnético segundo a energia eletromagnética
incidente, pois eles apresentam características específicas, que lhe confe-
rem propriedades específicas que se refletem no espectro. Graças a esse
fenômeno, é possível distinguir e identificar os diversos objetos terrestres
sensoreados remotamente, pois são reconhecidos devido à variação da
porcentagem de energia refletida em cada comprimento de onda.
O conhecimento do comportamento espectral dos objetos pre-
sentes na superfície terrestre é de grande relevância, tanto para sua iden-
tificação como também para a escolha das ferramentas e produtos de
sensoriamento remoto que podem evidenciar os elementos desejados.

Figura 6: A energia, ao atingir o objeto, fornece informações capturadas pelo


sensor remoto e assim é gerado um comportamento espectral.

SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Conceição e Costa, 2013.


51
Cada tipo de radiação que atinge um objeto na superfície terres-
tre gera uma informação sobre sua reflectância, que pode ser diferente
conforme a radiação. Na figura 6, podemos observar que os objetos da
superfície terrestre têm valores diferentes de reflectância para cada com-
primento de onda, que vai do azul (B – blue, em inglês) até o infraverme-
lho próximo (infrared, em inglês - IR). As curvas resultantes deste proces-
so são chamadas de assinaturas espectrais (Conceição e Costa, 2013).
Os principais objetos que devem ter o comportamento espec-
tral conhecido para que o uso do sensoriamento remoto seja assertivo
são a atmosfera, os solos, a vegetação e a água.

COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA ATMOSFERA E SUA INFLUÊN-


CIA NO SENSORIAMENTO REMOTO

A atmosfera, sem dúvida, é essencial para a sobrevivência de


todo o tipo de vida, animal e vegetal, presente no planeta Terra, pois
oferece, além dos gases essenciais para a manutenção da vida, a pro-
teção contra a radiação solar e as tempestades magnéticas, além de
ser responsável pelo efeito estufa.
A atmosfera apresenta uma estrutura vertical em função da
pressão exercida pela força gravitacional, pelo aquecimento e pela den-
sidade dos gases. A estrutura vertical é dividida em camadas de acordo
com suas características térmicas e composicionais, em: troposfera, es-
tratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Para entender melhor sobre a atmosfera e suas camadas,


bem como a composição química de cada uma delas, acesse este
link https://www.todamateria.com.br/atmosfera-terrestre/ e leia o
artigo “A atmosfera terrestre”.

Para a manutenção da vida, a troposfera é a camada mais


importante da atmosfera, mas, para o sensoriamento remoto, a com-
preensão de todas as camadas da atmosfera é fundamental, pois ela
interfere na radiação incidente (irradiância) e na radiação refletida (ra-
diância) pelos objetos da superfície, o que impacta na informação que
será coletada pelos sensores.
A interferência da atmosfera no sensoriamento remoto se ma-
52
nifesta na trajetória do fluxo de energia, por meio dos fenômenos de
refração e difração; na velocidade; e na absorção total ou parcial da
radiação solar em determinadas faixas espectrais do espectro eletro-
magnético (Moreira, 2008).
Desta forma, quando a radiação solar penetra na atmosfera ter-
restre, ela sofre atenuações causadas por reflexão, pelo espalhamen-
to e pela absorção promovida pelos constituintes atmosféricos (gases
naturais e antrópicos), por partículas dispersas e pelas nuvens. Esses
fenômenos promovem uma redução da radiação solar que atinge a su-
perfície terrestre: de 100% de radiação solar, 37% retornam para o es-
paço (26% refletida pelas nuvens e 11% pela dispersão das partículas
atmosféricas). Além disso, os gases e o vapor d'água absorvem cerca
de 16% da radiação, o que totaliza, aproximadamente, 53% de perda da
radiação global e 47% que, de fato, chega a superfície.
A chegada da radiação solar até a superfície terrestre promove di-
versos fenômenos além das perdas de radiação, como a refração, sendo a
mudança na trajetória do feixe de radiação em decorrência da mudança de
densidade entre as camadas atmosféricas. Ainda, alguns gases que com-
põem a atmosfera, como o ozônio e o monóxido de carbono, absorvem
a radiação solar em certos comprimentos de onda. Essa absorção pelos
gases pode ser total, como ocorre entre o ozônio e a radiação ultravioleta;
e parcial, como ocorre com os demais gases e os comprimentos de onda.
Existem também outros fatores complicadores, como partícu-
las dispersas e presença de nuvens. No caso do sensoriamento remoto,
a presença de nuvens é um grande problema, pois elas impedem a
passagem da radiação solar na porção refletiva do espectro eletromag-
nético, onde operam a maioria dos sistemas sensores (Moreira, 2008).
Além disso, as nuvens e as partículas presentes na atmosfera
também promovem o espalhamento da radiação solar. O espalhamento SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
pode ser definido como um processo físico resultante da obstrução das
ondas eletromagnéticas por partículas existentes nas suas trajetórias
ao penetrarem na atmosfera terrestre. A obstrução pode ser tanto da
energia incidente quanto da energia refletida (Moreira, 2008).
As partículas responsáveis pelo espalhamento de energia que
estão presentes na atmosfera apresentam tamanhos variáveis, desde
as moléculas gasosas até as gotas de chuva e granizo. O tamanho das
partículas e o comprimento de onda da energia eletromagnética inci-
dente e/ou refletida influencia tanto a direção como a intensidade do es-
palhamento. Desta forma, conforme o tamanho da partícula, podemos
ter três tipos de espalhamento: espalhamento molecular ou Rayleigh,
espalhamento Mie e espalhamento não-seletivo.
O espalhamento molecular ou Rayleigh ocorre quando a rela-
53
ção entre o diâmetro da partícula e o comprimento da onda eletromag-
nética é menor que 1 (um), sendo muito comum na atmosfera terrestre,
e é considerado simétrico em relação à direção da onda incidente e em
relação à intensidade. As moléculas dos gases presentes na atmosfera
terrestre espalham de forma mais eficiente a energia eletromagnética
de menores comprimentos de ondas.

A luz azul é mais espalhada na atmosfera, pois apresenta


um comprimento de onda menor que o vermelho, e isto explica o
motivo de enxergarmos o céu azul durante o dia e avermelhado no
início ou no final do dia. Mas, por que essas diferenças?
A luz azul tem uma frequência muito próxima da frequên-
cia de ressonância dos átomos constituintes das moléculas dos
gases da atmosfera terrestre, ao contrário da luz vermelha. Com
isto, a luz azul interage de maneira mais fácil com as moléculas e
os átomos do que a luz vermelha. Isto provoca um ligeiro atraso na
luz azul, refletida em todas as direções, através do espalhamento
Rayleigh. Já a luz vermelha, que não é refletida e, sim, transmitida,
continua em sua direção original (Moreira, 2008).
Quando o sol se encontra perto do horizonte, os raios di-
retos que chegam aos nossos olhos também precisam atravessar
uma massa de ar maior, e a dispersão aumenta a intensidade da
luz. Com isso, há uma atenuação do azul, sobrando o vermelho,
já que este apresenta um maior comprimento de onda, e, por isso,
o céu fica parcialmente avermelhado. Esse fenômeno pode ser in-
tensificado em áreas onde a baixa atmosfera apresente uma maior
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

quantidade de poluentes e outras partículas, que tornam a massa


de ar ainda mais densa.

O espalhamento mie ocorre quando os diâmetros das partí-


culas presentes na atmosfera são da mesma ordem ou próximos ao
tamanho do comprimento de onda da radiação. Já o espalhamento não-
-seletivo ocorre quando o tamanho das partículas existentes na atmos-
fera não interfere no espalhamento, ou seja, o espalhamento ocorre
independentemente do comprimento de onda, à medida que aumenta
o tamanho das partículas. Esse espalhamento é o responsável pela cor
branca das nuvens (Moreira, 2008).

54
COMPORTAMENTO ESPECTRAL DOS SOLOS E ELEMENTOS DE
IDENTIFICAÇÃO

Os solos podem ser definidos como um produto da alteração das


rochas, que, sob a ação do clima e dos organismos, e influenciada pelo
relevo e pelo tempo, resulta em um material com características e proprie-
dades químicas, físicas e biológicas diferentes do material inicial. Este ma-
terial, ao ser submetido aos processos pedogenéticos, transforma-se em
um perfil de solo, com horizontes diferenciados de acordo com o material
de origem e a ação do clima, dos organismos, do relevo e do tempo.
As paisagens e os processos responsáveis pela formação do
solo não são uniformes, o que resulta em uma grande variedade de
solos, muitas vezes, em uma mesma área de interesse. Desta forma, é
de grande importância o conhecimento básico sobre os solos, sua mine-
ralogia e suas propriedades, pois elas interferem na resposta espectral
que é coletada pelos sensores remotos.

Para conhecer ou revisar os conceitos essenciais em solos,


bem como o sistema de classificação, acesse este link https://biblio-
teca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf e leia o “Manual Téc-
nico de Pedologia” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A interação da radiação eletromagnética com o solo e seus


constituintes ocorre em nível microscópico, por meio da interação entre
a matéria e a energia. Entretanto, existem alguns parâmetros que são SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

considerados os mais importantes para a identificação dos solos em


produtos de sensoriamento remoto, que são os óxidos de ferro; o teor
de umidade; o teor de matéria orgânica; a granulometria; os argilomine-
rais; e o material de origem do solo. Há, ainda, outros parâmetros que
podem ser utilizados para refinar a identificação dos solos, como a cor
do solo, a capacidade de troca catiônica, as condições de drenagem
interna do solo, a temperatura, a localização, entre outros.
Desta forma, a quantidade de energia refletida por um determina-
do tipo de solo está relacionada com a atuação conjunta desses parâmetros
ou também podem atuar de forma preponderante e mais individualizada.

55
Óxidos de Ferro

Os óxidos de ferro são um grupo de compostos que influen-


ciam na cor do solo, conferindo-lhes diferentes tonalidades conforme a
sua composição química. Essas tonalidades são responsáveis pela re-
flectância espectral de solos, que pode ser utilizado como um parâmetro
para a sua identificação.
Os óxidos de ferro absorvem uma grande quantidade de ener-
gia eletromagnética da região do infravermelho próximo, com um máxi-
mo de absorção em 900nm. Desta maneira, quanto maior a quantidade
de óxidos de ferro no solo, os espectros de energia refletida, principal-
mente, na região do infravermelho próximo, serão mais atenuados em
razão da presença do óxido de ferro, que se sobrepõem aos outros
parâmetros do solo (Moreira, 2008).

Matéria Orgânica

A matéria orgânica do solo pode ser definida como todo o mate-


rial orgânico de origem animal ou vegetal que está depositado ou em inte-
ração com as partículas do solo, e em diversos graus de decomposição.
Tanto a composição quanto o conteúdo de matéria orgânica no
solo interferem na reflectância dos solos, de modo que quanto maior é o
teor de matéria orgânica, menor será a reflectância do solo no intervalo
de comprimento de onda entre 400 a 2500 nm. Contudo, a contribuição
da matéria orgânica para a identificação de solos por meio de sensoria-
mento remoto só é possível quando esta ultrapassa os 2% de presença
no solo. No caso de uma quantidade abaixo de 2%, outros parâmetros
se destacarão no espectro eletromagnético (Moreira, 2008).
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Ainda, a matéria orgânica, de acordo com seu grau de decom-


posição, pode absorver mais ou menos energia. Desta maneira, quanto
mais decomposto é o material orgânico, maior é a absorção de energia
eletromagnética e, consequentemente, menor é a reflectância nesta re-
gião espectral (Moreira, 2008).

Para aprender mais sobre a matéria orgânica e suas carac-


terísticas, e de que forma elas podem interferir na identificação dos
solos e outros elementos na superfície terrestre, leia o capítulo 9,
56
“A Matéria Orgânica do Solo” disponível neste link: https://ainfo.
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137613/1/Tony-2015.pdf

Rugosidade e Crosta Superficial

A rugosidade e a formação de crostas superficiais no solo es-


tão relacionadas aos processos de degradação do solo, em decorrência
da remoção da vegetação nativa ou de uma cultura agrícola, onde há a
exposição da camada superficial dos solos. Essa exposição, associado
aos processos de lixiviação, removem os horizontes superficiais, e o
que sobra são os materiais mais resistentes, conferindo um aspecto
mais endurecido a superfície. Ainda, a formação de crostas também
pode ocorrer em virtude de grande trânsito de maquinário agrícola, que
compacta o solo devido ao peso das máquinas.
As áreas que apresentam rugosidade ou crostas superficiais
apresentam diferenças no comportamento espectral quando compara-
das às áreas adjacentes do com o mesmo tipo de solo em condições
normais. Além disso, a formação de crosta faz com que solos úmidos
apresentem um comportamento espectral de solo seco, apresentando
valores maiores de reflectância na região espectral de 430 a 730 nm.
A rugosidade interfere na reflectância do solo, pois altera os
padrões de espalhamento e de sombreamento, e pode ser provocada
pelo manejo do solo agrícola, com a formação de torrões, como também
a quebra das estruturas do solo, o que aumenta de 15 a 20% a reflec-
tância dos solos em relação aos que apresentam estrutura bem definida
(Moreira, 2008).

Teor de Umidade
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

O teor de umidade refere-se à capacidade do solo em reter


água até o nível de saturação, que varia conforme o tipo de solo, mine-
ralogia, teor de matéria orgânica, entre outros.
O solo, quando úmido, apresenta uma cor mais escura em vir-
tude do aumento da absorção da radiação eletromagnética, que se eleva
devido à presença da água. Isso promove uma redução na reflectância
do solo na região do visível e do infravermelho próximo ao espectro ele-
tromagnético quando comparado ao seu estado seco. De maneira geral,
os solos úmidos apresentam uma reflectância menor que os solos secos,
na faixa de comprimento de onda de 400 a 2600 nm (Moreira, 2008).

57
Granulometria e Textura do Solo

A granulometria refere-se aos diversos tamanhos de partículas


que compõem o solo. Por meio da caracterização textural, é possível infe-
rir a porcentagem das frações areia, silte e argila presentes no solo, e, as-
sim, determinar a sua textura principal, bem como as variações texturais.
Devido às variações texturais, um solo pode apresentar uma
reflectância espectral diferente de outro solo da mesma classe em fun-
ção da concentração e do tamanho das partículas que compõem os
solos (Moreira, 2008).
Por outro lado, o arranjo físico e a agregação dessas partículas no
solo originam as estruturas, que, juntamente com a textura, são responsá-
veis pela quantidade e pelo tamanho de espaços porosos no solo. Esses
espaços, dependendo da quantidade e do tamanho, afetam o volume de
água que irá ocupar esses espaços, influenciando no teor de umidade.
No caso da granulometria, quanto maior a presença das frações
mais finas silte e argila, especialmente esta última, maior o aumento da
reflectância em todos os comprimentos de onda entre 400 e 1000 nm. Os
solos com texturas mais grosseiras, acima de 2mm, apresentam pouca
influência na absorção adicional da radiação solar (Moreira, 2008).
Até aqui, podemos perceber que cada constituinte do solo in-
terage com a radiação eletromagnética de maneira única. Entretanto, é
importante salientar que o solo, por se tratar de um complexo mineral
e com diversas propriedades, deve ter todos os parâmetros analisados
em conjunto para se obter uma identificação mais precisa do objeto.

Comportamento Espectral da Vegetação e Elementos de Idenificação


SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Para compreender a interação entre a radiação solar e a ve-


getação, é importante conhecer algumas características das plantas,
pois cada uma delas irá responder de maneira diferenciada a radiação
eletromagnética.
Independente da forma como a vegetação se apresenta, uma
floresta, uma pastagem ou uma cultura agrícola, é essencial conhecer
o indivíduo que a compõem, pois ele pode evidenciar peculiaridades
importantes para a sua identificação por meio de sistemas sensores.

58
Para conhecer a anatomia de uma planta e suas principais
partes, conhecimento essencial para compreender a interação da
radiação eletromagnética com a vegetação, assista a este vídeo
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KQCFWpaC-
guU&list=PLJRMDIfhjwU4UmAJldPJm0Oqbv_dUgu8u>.

O uso do sensoriamento remoto para os estudos relacionados à


vegetação apresenta dois aspectos: o primeiro, relacionado à folha; e o
segundo, relacionado ao conjunto vegetacional de uma determinada área.
Todos os estudos têm por objetivo o entendimento de diversos aspectos
relacionados ao processo solo-planta, que pode se refletir nas folhas, como
também manejo agrícola e outras interações importantes referentes ao
campo da agricultura. Além disso, há também o interesse ambiental, a par-
tir dos levantamentos possíveis feitos por sensoriamento remoto.
De maneira geral, a radiação solar quando chega à superfície
terrestre, ela interage com a planta e essa interação resulta em três con-
sequências: (1) uma parte dessa radiação é absorvida pelos pigmen-
tos contidos na folha, que participa da síntese de compostos ricos em
energia (fotossíntese), altera as estruturas moleculares (fotoconversão)
e acelera diversas reações; (2) uma parte da radiação é refletida pelas
folhas, fenômeno denominado de reflexão; e (3) uma terceira parte da
radiação é transmitida através das camadas de folhas que compõem a
copa e das partes que constituem a folha (Moreira, 2008).
As quantidades de radiação absorvida, refletida e transmitida
pelas folhas das plantas variam na mesma espécie, dependendo dos SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
fatores ambientais aos quais elas estão sujeitas, e também de uma
espécie para outra. Dentre essas três consequências da interação da
radiação eletromagnética, a absorção é que mais interessa ao senso-
riamento remoto, pois é através dela que as informações sobre as con-
dições das plantas podem ser estimadas.
Entretanto, devido à limitação dos sistemas sensores suborbitais
e orbitais de utilizarem os dados de absorção, os dados referentes à ener-
gia refletida são mais utilizados em sensoriamento remoto (Moreira, 2008).
Os principais mecanismos que influenciam a quantidade de
energia eletromagnética refletida pelas folhas são os pigmentos, os es-
paços ocupados pela água e ar e as estruturas celulares com dimen-
sões do comprimento de onda da radiação incidente, além do conteúdo
de água, maturação, idade da folha e condições de exposição das fo-
59
lhas (expostas ao sol ou à sombra) (Moreira, 2008).
No caso da vegetação, a radiação eletromagnética contida na
faixa de comprimento de onda entre 400 e 3.000 nm é denominada de
espectro reflectido, onde o intervalo de comprimento de onda é dividido
em duas regiões: do visível e do infravermelho (Moreira, 2008).
A região do visível compreende toda radiação eletromagnética
da faixa espectral de 400 a 700nm, sendo a maioria desta radiação
absorvida pelos pigmentos fotossintetizantes presentes nas folhas. Os
pigmentos podem ser a clorofila (tipo A e tipo B) e, em menor quantida-
de, carotenoides, xantofilas e antocianinas (Moreira, 2008).
Devido às características dos diferentes pigmentos, a absorção
da radiação é mais acentuada nos comprimentos de ondas de 480nm
(clorofila A) e 680nm (clorofila B), além de apresentar uma absorção
muito baixa entre 540 a 620 nm. Ainda, quando há a presença de mais
de um pigmento, também ocorrem alterações nas regiões de absorção.
A região do infravermelho compreende as radiações eletromag-
néticas com comprimentos de onda entre 700 nm e 1 mm, sendo dividida
em três partes: (1) infravermelho próximo (700 a 1300 nm); (2) infraverme-
lho médio (1300 a 2500 nm); e (3) infravermelho distante (2500nm a 1 mm).
Na região do infravermelho próximo, o comportamento da ra-
diação eletromagnética é influenciado pelas propriedades ópticas da fo-
lha, que são dependentes das estruturas celulares internas, bem como
do conteúdo de água presente na folha. Essas características promo-
vem uma baixa absorção nessa região espectral.
Na região do infravermelho médio do espectro eletromagnético
a reflectância da vegetação é caracterizada por uma redução dos valo-
res da energia refletida devido à quantidade de água líquida presente
na folha, com bandas de absorção entre 1400nm, 1900nm e 2500nm
(Moreira, 2008).
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Todas essas observações ao nível foliar são essenciais para


compreender o comportamento espectral das diferentes coberturas ve-
getais, de forma que através das informações coletadas pelos sensores
seja possível a identificação de espécies e problemas relacionados ao
manejo agrícola, ambientais, entre outros.
Entretanto, também devemos considerar as outras partes das
plantas, bem como o seu conjunto na formação de uma cobertura vege-
tal, pois essas partes também interferem nos padrões avaliados pelos
sensores remotos, já que todos eles interagem com a radiação solar.
O dossel vegetativo é o conjunto de todas as copas da vege-
tação, em uma determinada área, independente da espécie; ou ainda,
pode ser definido como tudo que está na parte aérea de uma comuni-
dade de plantas e que está envolvido diretamente com as interações da
60
energia solar (Moreira, 2008)
A interação da radiação solar com os dosséis vegetativos ocor-
re pelos pigmentos das folhas, já que elas são as principais componen-
tes e as mais visíveis de um núcleo vegetacional. Entretanto, quando
se avalia o conjunto, é importante observar a porcentagem de cobertura
do solo pelas plantas, que pode classificar o dossel em duas categorias:
dossel incompleto e dossel completo (Moreira, 2008).
O dossel pode ser classificado como incompleto quando apre-
senta baixa porcentagem de cobertura do solo, por exemplo, quando
uma cultura agrícola se encontra em estágio inicial de desenvolvimento
vegetativo. Neste caso, durante o crescimento da cultura, a energia re-
fletida da área será a somatória das plantas e do solo. A influência dos
valores de energia refletida vai diminuindo à medida que a vegetação
atinge o seu máximo desenvolvimento.
Quando a vegetação atinge o desenvolvimento máximo, o dos-
sel passa a ser completo, o que é representado por uma cobertura ve-
getal próxima a 100% (Moreira, 2008). Contudo, mesmo com a vegeta-
ção atingindo o seu desenvolvimento máximo, há espécies vegetais que
apresentam dosséis incompletos devido ao espaçamento das plantas,
como nas plantações de café.
O destino da radiação que incide em um dossel vegetativo de-
pende de suas características como o comprimento de onda, o ângulo
de incidência e polarização, além das próprias características do dossel
e, em última análise, as folhas que compõem o dossel. As folhas, neste
caso, passaram a ser de menor importância, pois, para que as suas
características que sobressaiam, é importante que os elementos acima
descritos favoreçam um determinado comportamento que este se reflita
no espectro eletromagnético.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

Comportamento Espectral da Água e Elementos de Identificação

A água é um dos recursos naturais mais importantes para a exis-


tência e a manutenção da vida e se apresenta em três estados físicos:
sólido, líquido ou gasoso. No caso do sensoriamento remoto, as proprie-
dades físicas da água são muito importantes, pois elas interferem no
comportamento espectral de diversos objetos que compõem a superfície
terrestre, como também o seu próprio comportamento espectral.
Desta forma, a absorção da radiação eletromagnética ocorre
de maneira diferenciada para cada um dos estados físicos da água. Isso
significa que, para a identificação da água ou corpos d’água nas áreas
de interesse, basta conhecer o comportamento espectral e identificá-lo
61
por cor ou pela própria feição na paisagem.
Na vegetação composta por folhas verdes, a água contida nas
células e nos espaços intracelulares apresenta picos de absorção em
1300, 1750 e 2100 nm. Além disso, o comportamento da água no in-
terior das folhas verdes, em termos de absorção de energia, é muito
semelhante à absorção da energia pela água nas formas sólidas e ga-
sosas, o que pode contribuir em processos de identificação de objetos.
Existem alguns fatores que interferem na reflectância da água,
como as partículas dispersas, a vegetação, a matéria orgânica dissolvi-
da, entre outros.
O fitoplâncton e a matéria orgânica nos ecossistemas aquáti-
cos possuem uma relação próxima com a água, já que são distribuídos
em função do seu movimento. O fitoplâncton, além de produzir matéria
orgânica, também, juntamente com esta última, absorvem e espalham
parte da radiação solar, interferindo, de alguma forma, nas propriedades
ópticas da água.
À medida que a concentração da matéria orgânica aumenta na
água, a sua reflectância diminui devido ao aumento da absorção, em
todo espectro do visível, sendo mais notável na região espectral do azul
e do vermelho (Moreira, 2008).
As partículas diversas transportadas pelas águas superficiais de
origem pluvial e fluvial, pelo vento, pela erosão, entre outros, como os frag-
mentos de minerais provenientes de rochas e solos, também interferem na
absorção da energia pela massa de água. A alteração da coloração e da
granulometria podem aumentar ou reduzir a reflectância da água, além de
modificar a amplitude dos espectros de reflectância, principalmente, nas
faixas do vermelho e infravermelho próximo (Moreira, 2008).

Aplicações de Sensoriamento Remoto


SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

O sensoriamento remoto pode ser aplicado em uma grande


variedade de estudos relacionados às áreas ambientais, agricultura de
precisão, georreferenciamento, planejamento do uso e da ocupação do
solo e ainda, monitoramentos diversos.
Um dos seus usos primeiros e fundamentais está associado ao
mapeamento em diversas escalas. Por meio das imagens obtidas por
sensores suborbitais e orbitais, é possível realizar diversos levantamentos
sobre as características geológicas, geomorfológicas, de vegetação e de
solos para finalidades diversas. E, a partir desses produtos, aplicá-los em
situações mais específicas, além de permitir as comparações temporais.
Na área ambiental, o sensoriamento remoto pode ser aplicado em
62
investigações voltadas à detecção de vulnerabilidades naturais e antrópi-
cas dos diversos compartimentos que compõem uma paisagem. A partir
dos dados obtidos pelos sensores, é possível predizer o tipo de solo e
outras propriedades que podem ser propícias aos processos erosivos, por
exemplo. Além disso, é possível acompanhar a evolução do desmatamen-
to ou da recomposição de áreas de mata nativa, ou de interesse ambiental.
Em estudos e trabalhos que envolvam georreferenciamento,
a utilização do sensoriamento remoto é muito interessante, pois per-
mite a delimitação de áreas de interesses, como áreas de preservação
ambiental, além de avaliar a cobertura vegetacional e, assim, planejar
de forma mais assertiva o uso e a ocupação do solo. Ainda, o sensoria-
mento remoto tem sido muito utilizado em estudos sobre o ordenamento
territorial e planejamento urbano, para contribuir na melhor organização
das cidades, bem como a sua expansão futura.
Na área agrícola, o sensoriamento remoto, além de contribuir
nas questões relacionadas ao georreferenciamento e a certificação de
áreas para registro no Cadastro Ambiental Rural, também é aplicado em
uma série de situações. Por exemplo, estudos para o acompanhamento
do desenvolvimento de pastagens, degradação de solos e de cursos
d’água, além da avaliação de manejo de culturas agrícolas.
Ainda, através das propriedades relacionadas à reflectância, é
possível aplicar os sensoriamentos remotos em estudos de exploração
mineral, para a detecção de jazidas e de outros bens minerais.

Para saber mais sobre a aplicação do sensoriamento re-


moto em pesquisas minerais, leia o capítulo “Sensoriamento re-
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

moto em exploração mineral no Brasil", disponível no link: https://


bit.ly/2XazUzm

O sensoriamento remoto, portanto, constitui-se em uma ferra-


menta essencial para diversos levantamentos e estudos que possam
ser realizados de maneira indireta e a distância. Além disso, essa ferra-
menta permite a integração dos dados coletados com os Sistemas de
Informação Geográfica, de modo a contribuir na geração de produtos
cartográficos mais completos.

63
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: FUNDEP Gestão de Concursos - FUNDEP Órgão:
Prefeitura de Lavras Prova: Gestor Ambiental - 2023 Nível: Superior
Sobre o sensoriamento remoto e geoprocessamento, analise as
afirmativas a seguir.
I. No sensoriamento remoto, uma fotografia é obtida por meio de
reações químicas em um filme sensível à luz.
II. O termo “bandas” refere-se ao número de faixas espectrais pos-
síveis de serem registradas.
III. A resolução radiométrica é inerente ao número de níveis de cin-
za (DNs) utilizados para registrar as informações em cada cena e é
expressa em bits.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.

QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: Fundação Getúlio Vargas - FGV Órgão: TCE TO -
Tribunal de Contas do Estado do Tocantins Prova: Auditor de Con-
trole Externo - Área: Engenharia Ambiental - 2022 Nível: Superior
Sobre os dados de sensoriamento remoto, analise as afirmativas
abaixo a respeito dos benefícios para os levantamentos de recur-
sos naturais:
I. Sua visão sinótica permite ver grandes extensões de área em
uma mesma imagem.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

II. Sua resolução espacial permite a obtenção de informações so-


bre um alvo na natureza em distintas regiões.
III. Sua resolução espectral permite a coleta de informações em
diferentes épocas do ano e em anos distintos.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I;
b) II;
c) III;
d) I e II;
e) II e III;

QUESTÃO 3
Ano: 2022 Banca: COPEVE/UFAL - FUNDEPES Órgão: TCE AL - Tri-
64
bunal de Contas do Estado de Alagoas Prova: Agente de Controle
Externo - Área: Engenharia Ambiental - 2022 Nível: Superior
O Sensoriamento Remoto é a técnica que faz uso de sensores para
analisar as manifestações da radiação eletromagnética de alvos
sem contato direto da área ou fenômeno sob investigação. Sobre
os sensores, é possível afirmar que
a) a missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) é conhecida
por obter imagens úteis à obtenção de dados altimétricos da superfície
terrestre fazendo uso do sistema Light Detection and Ranging (LiDAR).
b) a principal diferença entre os sistemas de Radio Detection And Ran-
ging (RADAR) e Light Detection and Ranging (LiDAR) está relaciona-
do com o comprimento de ondas eletromagnéticas distinto usado pelos
dois segmentos.
c) as técnicas de Light Detection and Ranging (LiDAR) é uma das mais
indicadas para obtenção de dados altimétricos na superfície terrestre,
possibilitando a obtenção de produtos como o Modelo Digital de Terreno
(MDT) e Modelo Digital de Superfície (MDS).
d) os dados LiDAR são adquiridos por um processo de varredura a laser
e sua resolução depende, dentre outros fatores, da quantidade de pon-
tos adquiridos por metro quadrado, sendo usualmente apenas orbital.
e) os sensores de Radio Detection And Ranging (RADAR) são conside-
rados sensores ativos, ou seja, produzem sua própria radiação, operan-
do na faixa espectral ultravioleta.

QUESTÃO 4
Ano: 2022 Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Esta-
dual Paulista - VUNESP Órgão: PC RR - Polícia Civil de Roraima Pro-
va: Perito Criminal - Área: Engenharia Florestal - 2022 Nível: Superior
As imagens multiespectrais de sensoriamento remoto SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
a) apresentam como menor unidade espacial o número digital, sendo
que cada um deles representa sempre uma área com as mesmas di-
mensões na superfície terrestre.
b) possuem como elemento básico o píxel, sendo que, para um mesmo
sensor remoto, sua dimensão varia dentro dos limites de imagem em
função de alterações no relevo.
c) em função de sua natureza digital ou discreta, constituem-se um ar-
ranjo de elementos sob forma de uma malha ou grid, no qual cada cela
tem sua localização definida em um sistema de coordenadas do tipo
linha e colunas.
d) são formadas por celas, as quais possuem um atributo numérico z,
responsável por sua localização na forma de coordenadas do tipo lati-
tude e longitude.
65
e) apresentam natureza digital e não-discreta e têm como menor ele-
mento que as forma os números digitais, os quais são representativos
da localização de suas feições espaciais.

QUESTÃO 5
Ano: 2022 Banca: Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconô-
micos - FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Camboriú Prova:
Especialista Ambiental - Área: Engenharia Florestal - 2022 Nível: -
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego de técnicas de
sensoriamento remoto e geoprocessamento para realização de
diagnósticos ambientais.
a) O índice da água da diferença normalizada (NDWI) não serve para
detectar a condição de umidade da vegetação.
b) O índice de vegetação da diferença normalizada, conhecido como
NDVI, é obtido por meio de relações entre as medições de refletância
espectral adquiridas na região da cor verde e do vermelho.
c) O índice de vegetação da diferença normalizada, conhecido como
NDVI, sugere a presença de superfície com cobertura vegetal quando
seu valor é próximo a 1.
d) A razão entre as refletâncias espectrais adquiridas na região da cor
verde e do vermelho são mais eficazes para identificar vegetação do
que a razão entre as cores vermelha e o infravermelho próximo.
e) Para identificação de corpos hídricos, pode-se empregar o índice da
água da diferença normalizada, conhecido como NDWI, obtido por meio
de relações entre as medições de refletância espectral adquiridas na
região da cor azul e do infravermelho próximo.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O Google Earth é um software que utiliza imagens de satélite armaze-
nadas na internet, visando massificar e facilitar o uso desses produtos
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

em diversas aplicações. É uma ferramenta muito interessante e gratuita


para levantamentos prévios, contribuindo, até mesmo, na escolha dos
produtos mais adequados para a realização de análises mais detalha-
das. Neste sentido, de que forma os levantamentos prévios podem ser
realizados através do Google Earth, e como eles podem contribuir na
escolha de outros produtos?

TREINO INÉDITO
Com relação às resoluções de uma imagem obtida por sistemas
sensores e suas características, relacione a primeira e a segunda
coluna, e marque a alternativa que represente a sequência correta:

66
a) 1 – 2 – 3 – 4.
b) 2 – 1 – 4 – 3.
c) 3 – 4 – 2 – 1.
d) 4 – 3 – 1 – 2.
e) 4 – 3 – 2 – 1.

NA MÍDIA
SENSORIAMENTO REMOTO PODE AJUDAR NA PROTEÇÃO DE
TERRAS INDÍGENAS
As imagens de satélites detalham padrões dos alvos de interesse, como
os diferentes tipos de vegetação, a presença de corpos d'água, solo
exposto, área urbana.
Mapas digitais e fotografias aéreas são alguns dos produtos gerados
pela tecnologia geoespacial. Hoje, o Brasil conta com mais de seiscen-
tas terras indígenas demarcadas em todo seu território, o que represen-
ta uma área de aproximadamente 1.181.511,25 km². Dessa área, cerca
de 98,23% fazem parte da chamada Amazônia Legal, que engloba os
estados do país onde há a presença da floresta. Fazem parte do grupo,
além de todos os estados da região Norte, o Maranhão e o Mato Grosso. SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS
Por conta do tamanho, monitorar as ocorrências de desmatamento e
degradação das terras indígenas e acompanhar as mudanças de uso e
ocupação do solo exige esforço das autoridades brasileiras.
Fonte: INFORCHANNEL
Data: 04 abril. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://inforchannel.com.br/sensoriamento-re-
moto-pode-ajudar-na-protecao-de-terras-indigenas/

NA PRÁTICA
Uma das aplicações do sensoriamento remoto é na área da saúde, por
meio de levantamento de áreas epidêmicas, ou seja, áreas onde se
concentram uma determinada enfermidade, como a dengue. A partir
dos produtos do sensoriamento remoto, juntamente com dados numé-
67
ricos gerados pelos órgãos de saúde, é possível compartimentar uma
determinada área conforme o número de casos em cada local.
Desta forma, é possível criar uma ferramenta não só para entender a
dinâmica da epidemia, mas, também, de encontrar elementos naturais
ou artificiais que, muitas vezes, não são vistos em campo, como casas
abandonadas, áreas como acúmulo de água, entre outros. Assim, tor-
na-se possível uma fiscalização mais efetiva de combate, bem como
concentrar as ações referentes à prevenção, por meio de planejamento
dos itinerários nas áreas mais afetadas.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: A planetary perspective with LANDSAT and
Google Earth Engine (2013) (apesar de ser em inglês, a explicação com
as imagens e suas diferenças são compreensíveis).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ezn1ne2Fj6Y>.
Vídeo sobre o assunto: LANDSAT 8: band by band (2016) (apesar de
serem em inglês, os esquemas mostrando a composição das camadas
para a formação da imagem são compreensíveis).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A6WzAc1FTeA>.
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

68
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O sensoriamento remoto pode ser definido como um conjunto de tec-


nologias que tem por objetivo a coleta de informações, de maneira in-
direta, de objetos ou áreas da superfície terrestre através de sistemas
sensores. Uma das peculiaridades do sensoriamento remoto, portanto,
é a capacidade de coleta de informações de maneira remota e indireta,
ou seja, sem contato físico com o alvo de interesse.
Graças a essas particularidades, o sensoriamento remoto tem se tornado
uma ferramenta essencial em diversas áreas do conhecimento, devido
à interação das características físicas, químicas biológicas dos alvos, é
possível identificá-los, além de permitir o seu monitoramento e avaliação,
de acordo com os objetivos de cada estudo e/ou levantamento.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B

SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

69
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os sistemas sensores, com relação ao nível de aquisição de dados, podem


ser classificados em sensores terrestres, sensores suborbitais e sensores
orbitais. Os levantamentos realizados por sensores a nível terrestre têm
por objetivo a realização de pesquisas básicas sobre como os objetos ab-
sorvem, refletem e emitem radiação. Esses dados geram informações so-
bre como os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais.
Os sensores suborbitais são aqueles em que operam por meio de equi-
pamentos acoplados a aeronaves tripuladas, e geram como produtos as
fotografias aéreas, usadas para diversas finalidades, além de câmeras
de vídeo e radares.
Já os sensores a nível orbital produzem dados que são muito utilizados
em levantamentos variados, conforme a distância entre o sensor e a
superfície terrestre, e são utilizados para as mais diversas finalidades,
executados por balões meteorológicos e por satélites.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

70
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Por meio do Google Earth, é possível realizar os levantamentos prévios


para escolher os produtos e sensores para a realização de investiga-
ções diversas. O Google Earth trabalha com uma biblioteca de imagens
com vários tipos de sensores, orbitais e suborbitais, de modo que pode
fornecer informações até um determinado limite de detalhe.
A partir do momento em que as necessidades forem avaliadas, esco-
lhem-se os sistemas sensores e os adequados para a realização dos
trabalhos, conforme os objetivos do levantamento.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

71
CONCEIÇÃO, R. S. da. COSTA, V. C. Cartografia e geoprocessamen-
to. V. 2. 264p. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Manual Técnico de Geomorfologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação
IBGE, 2009.

MORAES, E. C. Fundamentos de Sensoriamento Remoto. Notas Técnicas.


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SENSORIAMENTO REMOTO - GRUPO PROMINAS

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