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INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

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INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
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de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.


Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
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Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Josevando de Sousa Silva

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade analisará os elementos introdutórios do Geopro-
cessamento e do Georreferenciamento, além da abordagem de algu-
mas aplicações das ferramentas de Geoprocessamento e de Georre-
ferenciamento. Na introdução ao Geoprocessamento, foram tratados
os conceitos e os principais elementos que o compõem, além das eta-
pas que devem ser realizadas para o seu funcionamento, além da
importância de sua utilização. Na introdução ao Georreferenciamen-
to, foram analisados os conceitos essenciais, bem como os princípios
básicos do Sistema de Posicionamento Global (GPS) e as etapas de
execução do georreferenciamento. Por fim, foram discutidas as aplica-
ções do geoprocessamento e do georreferenciamento, demonstrando
a sua importância em diversas áreas do conhecimento para uma ges-
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tão inteligente do território e dos dados espaciais e geográficos.

Geoprocessamento. Georreferenciamento. Sistema de Informação


Geográfica.Sistema de Posicionamento Global. Localização.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
GEOPROCESSAMENTO: PRINCÍPIOS E CONCEITOS

História do Geoprocessamento _________________________________ 13

Conceitos e Definições em Geoprocessamento ___________________ 15

Geoprocessamento e o Processamento de Informações _________ 17

Componentes do Geoprocessamento ___________________________ 22

Recapitulando ________________________________________________ 27

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CAPÍTULO 02
INTRODUÇÃO AO GEORREFERENCIAMENTO

Histórico e Conceitos ___________________________________________ 32

Sistema de Posicionamento Global (GPS) _______________________ 34

Sistema de Posicionamento Global e o Georreferenciamento ____ 47

Recapitulando _________________________________________________ 50

CAPÍTULO 03
USO DO GEOPROCESSAMENTO E DO GEORREFERENCIAMENTO NA
ANÁLISE ESPACIAL

Aplicações do Geoprocessamento _____________________________ 56

Aplicações do Georreferenciamento ____________________________ 62


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Recapitulando __________________________________________________ 68

Fechando a Unidade ____________________________________________ 72

Glossário ________________________________________________________ 75

Referências _____________________________________________________ 76
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A cartografia impressa, que é expressa através de mapas, car-
tas e plantas é uma forma de representar o mundo de maneira estática,
limitando as interações do usuário com a realidade já que ela se encon-
tra “cristalizada” no papel.
Com a evolução das novas tecnologias nas últimas décadas, a
informação de qualquer natureza passou a ser difundida de forma mais
interativa, permitindo uma maior facilidade quanto ao seu acesso e a
sua manipulação. E toda essa revolução tecnológica também se refletiu
na confecção dos mais variados produtos cartográficos, permitindo a
associação de diferentes informações geográficas.
Os mapas interativos permitiram que os fenômenos e as carac-
terísticas do mundo real fossem percebidos de forma mais fácil. Graças
as tecnologias relacionadas ao geoprocessamento e ao georreferencia-
mento, sua evolução e sua disseminação, os mapas passaram a apre-
sentar uma riqueza de dados e inter-relações, facilitando os estudos do
espaço geográfico.
O Geoprocessamento consiste em um conjunto de técnicas que
envolvem os conhecimentos da informática e da cartografia aplicada à
Geografia, associando informações teóricas e práticas, com aplicações
distintas. Neste sentido, podemos dizer que o geoprocessamento não é

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uma simples ferramenta, mas também um grande aliado na obtenção de
produtos cartográficos que ampliam a capacidade de trabalho e análise
de banco de dados geográficos. Além disso, as novas tecnologias geo-
gráficas permitem, através de programas computacionais, a manipulação
e o tratamento de dados espaciais e por conseguinte a inclusão de diver-
sos tipos de informação em diferentes escalas, perfeitamente integradas.
O Georreferenciamento refere-se ao processo de conferir a um
local ou a um objeto uma referência espacial. Para que um arquivo seja
inserido em um banco de dados geográfico e seja utilizado no geopro-
cessamento e em outras aplicações que envolvem os Sistemas de In-
formação Geográfica, o arquivo deve ser georreferenciado. Um arquivo
georreferenciado significa que ele possui uma referência espacial, e isto
permite a a sua articulação, inserção, manipulação, dentre outras ope-
rações, em um software de Sistemas de Informação Geográfica ou de
ser incluído em uma base de dados geográfica.
A referência espacial consiste nas informações relacionadas à
localização exata de um objeto na superfície terrestre, que permite iden-
tificar o seu posicionamento, sendo comumente utilizado os Sistemas
de Referência Terrestre ou Geodésicos. Por sua vez, estão associados
a uma superfície que mais se aproxima da forma da Terra, e sobre a
qual são desenvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas.
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Nesta unidade, serão discutidos os aspectos principais do Ge-
oprocessamento e do Georreferenciamento, através da análise e dis-
cussão dos conceitos essenciais, bem como a aplicação destas poten-
tes ferramentas no estudo do espaço geográfico.
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GEOPROCESSAMENTO: PRINCÍPIOS

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E CONCEITOS

HISTÓRIA DO GEOPROCESSAMENTO

As representações tradicionais que conhecemos, como os ma-


pas e as cartas, são geralmente apresentadas em papel. Sabemos que
o papel é um recurso limitado, por se tratar de um material estático, e
ainda, apresentar limitações com relação ao tamanho.
O advento da cartografia digital está associado ao surgimento
dos computadores, na década de 1960, e que, de forma progressiva,
foi substituindo as técnicas analógicas e estáticas por técnicas digitais.
Entretanto, mesmo com todo o desenvolvimento apresentado na car-
tografia digital, para a sua utilização ainda são necessários processos
relacionados a cartografia analógica.
A cartografia digital pode, então, ser definida como um proces-
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so em que as etapas de construção de um mapa são executadas por
processadores digitais, reduzindo a necessidade de intervenção huma-
na (PORTOCARRERO et. al. 2018).
Antes da utilização da informática e de técnicas de impressão
na elaboração dos mapas e das cartas, as representações eram feitas
através de desenhos manuais (Figura 1).

Figura 1: Na Antiguidade, os mapas eram desenhados a mão, indicando por


meio de referências naturais ou artificiais a localização de um determinado local

Fonte: UNSPLASH, 2019.

Desta maneira, para se localizar no espaço geográfico, indicar


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um ponto ou um lugar ou representar informações para que as relações


pudessem ser compreendidas, eram feitos esquemas ou figuras a mão,
com o auxílio de técnicas cartográficas. Nos dias atuais, as represen-
tações são feitas através de softwares, modelagem e outros sistemas
utilizados em mapeamento digital.
Com o avanço das tecnologias nas últimas décadas, o proces-
so de mapeamento e geração de produtos cartográficos se tornou mais
preciso e sofisticado, além de diminuir o tempo gasto e o custo das di-
versas etapas que envolvem a elaboração de mapas e cartas.
O Geoprocessamento chegou ao Brasil no início dos anos de
1980, através do interesse de um grupo de pesquisadores da Universida-
de Federal do Rio de Janeiro. Em 1982, com a vinda ao Brasil do prof. Dr.
Roger Tomlinson, criador do primeiro Sistema de Informação Geográfica,
o (Canadian Geographical Information System), vários outros grupos de
pesquisadores do Brasil se interessaram em desenvolver tecnologias vol-
tadas para o geoprocessamento (PORTOCARRERO et al. 2018).
Na área de Geociências, as tecnologias voltadas para a ob-
tenção de produtos cartográficos são chamadas de geotecnologias. As
Geotecnologias são responsáveis pela geração de mapas e cartas para
finalidades diversas, contribuindo de forma relevante na interpretação e
na análise de diversos fenômenos espaciais.
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Para que as geotecnologias possam desempenhar a sua fun-
ção de maneira adequada, é necessário que os dados obtidos para a
elaboração das representações cartográficas, ou seja, as informações
geográficas, sejam processados de forma que gerem os resultados es-
perados. O processamento das informações geográficas é feito através
do Geoprocessamento.

CONCEITOS E DEFINIÇÕES EM GEOPROCESSAMENTO

As Geotecnologias baseiam-se em um conjunto de tecnologias


que tem por objetivo tratar e manipular as informações geográficas,
através de programas computacionais ou softwares, cujo uso está as-
sociado ao geoprocessamento.

Quando analisamos a palavra Geoprocessamento, o prefi-


xo “geo” representa o globo, a Terra, o espaço terrestre natural e

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construído, enfim, o espaço geográfico. Já o termo processamento
significa o ato ou efeito de proceder, de executar. Ou seja, no nos-
so caso, o processamento representa a análise de dados. Desta
fora, podemos dizer que o termo “Geoprocessamento”, consiste
no desenvolvimento de processos que envolvam e apoiem a aná-
lise de dados para descrever e representar o espaço geográfico.

O geoprocessamento pode ser definido como o processamen-


to informatizado de dados georreferenciados, ou seja, com referência
espacial. Para isso, o geoprocessamento integra e utiliza os conheci-
mentos das áreas de geografia, de cartografia e de informática.

Os dados Georreferenciados são os dados que apresen-


tam, como uma de suas características, uma localização geográfi-
ca a partir de um sistema de coordenadas.
Desta forma, os dados georreferenciados são aqueles que
possuem uma referência espacial, ou seja, apresentam coordena-
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das e um sistema de projeção definidos. O georreferenciamento
de um dado em meio digital acontece quando associamos a este a
sua localização geográfica, com o auxílio de programas computa-
cionais. Estes dados, quando em forma de arquivo, passarão a ter
uma localização (PORTOCARRERO et al. 2018).

A resolução de problemas nas diversas atividades humanas


consiste em uma série de etapas, como por exemplo, a reflexão sobre
o que é e como fazer, e em seguida a execução das operações. No
caso das atividades que envolvem o computador, é o ser humano quem
define os comandos, e a máquina só executa. Assim, podemos afirmar
que a informática contribui e muito para a automatização de diversos
processos, e o mesmo acontece com as informações geográficas.
Desde o aparecimento da informática e da sua utilização no
processamento de informações geográficas, surgiram várias ferramen-
tas que exercem funções como a captura, o armazenamento, o proces-
samento de dados geográficos e a apresentação de informações espa-
ciais. E foi graças a ligação técnica e conceitual dessas ferramentas que
houve o desenvolvimento do geoprocessamento (PORTOCARRERO et
al. 2018) (Figura 2).
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Figura 2: O geoprocessamento permitiu a integração de diversos tipos de


dados, oferecendo um variado conjunto de análises da superfície da Terra

Fonte: PIXABAY, 2019.

Neste sentido, o geoprocessamento não pode ser considerado


uma ferramenta simples ou específica, mas sim um conjunto de meca-
nismos que possui um aporte teórico relacionado ao uso dessas ferra-
mentas na modelagem do mundo real. Assim, a modelagem de uma
situação real em um meio computacional exige que esteja definido o
que se deseja extrair da modelagem e a sua finalidade.
A definição dos objetivos e da finalidade é de grande importân-
cia para a escolha das ferramentas e dos componentes do geoproces-
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samento, pois é a partir da clareza do que se quer observar e qual tipo
de resultado ou análise que se quer obter é que a determinação dos
componentes e ferramentas se tornarão mais assertivos.

GEOPROCESSAMENTO E O PROCESSAMENTO DE INFORMA-


ÇÕES

O Geoprocessamento, de forma geral, pode ser definido como


um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e ao tratamento de informa-
ções espaciais para um objetivo específico. Ainda, o geoprocessamento
consiste em um conjunto de técnicas computacionais que trabalha sobre
dados geográficos georreferenciados, transformando-os em informação,
que pode ser utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento.
Neste sentido, o geoprocessamento também é considerado
uma tecnologia transdisciplinar pois integra várias disciplinas, equipa-
mentos, programas, processos, metodologias e pessoas de diversas
áreas. Esta integração é necessária em todas as etapas que envolvem
o uso do geoprocessamento, desde a entrada de dados até a obtenção
do produto final e sua posterior interpretação.
Para ser utilizado, o geoprocessamento precisa de uma série

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de elementos, como os dados geográficos, os recursos humanos, os
equipamentos (de entrada, de armazenamento e processamento, e de
saída), os programas computacionais e os métodos de trabalho (Con-
ceição e Costa, 2013). Devido à grande variedade de aplicações do
geoprocessamento, os elementos essenciais podem ser combinados
de diversas formas, atendendo de forma ampla qualquer objetivo.
Os avanços da tecnologia ocorridos nas últimas décadas têm fa-
cilitado o processo de mapeamento da superfície terrestre, tornando esta
atividade mais sofisticada. Desta forma, o tempo necessário de mapea-
mento foi diminuído, minimizando os custos e aumentando a sua precisão.
Nos dias atuais, todo o processo de mapeamento é realizado
através de dispositivos eletrônicos equipados com processadores, que
executam milhões de cálculos por segundo, facilitando todas as etapas
de elaboração de mapas e outros produtos cartográficos, tornando-os
cada vez mais precisos. Desta forma, por meio da informática, podemos
transformar e/ou atualizar um mapa convencional (ou um formato analó-
gico) em um mapa gráfico (ou um formato digital).
Vimos até aqui que para que o geoprocessamento funcione,
é necessário uma série de elementos, como os dados geográficos, os
recursos humanos, os equipamentos (de entrada, de armazenamento e
processamento, e de saída), os programas computacionais e os méto-
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dos de trabalho (Conceição e Costa, 2013). O mapa é um desses ele-
mentos, que, associado ao banco de dados, são inseridos nos equipa-
mentos e através de softwares e metodologias de trabalho são obtidos
os produtos cartográficos.
O tipo de produto a ser obtido é delineado de acordo com os
objetivos pretendidos pelo usuário, ou seja, o que se espera visualizar
na associação entre um determinado banco de dados e um mapa.
Para que o mapa em formato analógico seja transformado em
um formato digital, é necessário um processo de digitalização. A digi-
talização é o processo de conversão de pontos e linhas de um mapa
convencional em um formato compatível para o uso em computador
(CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).
No processo de digitalização de um mapa, alguns elementos de-
vem ser considerados, como as características cartográficas (a escala, o
sistema de projeção e o sistema geodésico), códigos de entidades gráficas,
compilação e atualização das informações contidas no mapa, entre outros.
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A digitalização não é um processo de obtenção de bases


cartográficas, pois elas já existem em formato analógico, ou seja,
impressas. A etapa de digitalização significa, portanto, a conver-
são dos dados analógicos em dados digitais.

As bases cartográficas convencionais são convertidas para ba-


ses digitais por meio de dois métodos: a digitalização vetorial e a digita-
lização raster (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).
A digitalização vetorial consiste em transportar os dados repre-
sentados em um mapa (pontos, linhas e polígonos) para um computador,
através da utilização de mesas digitalizadoras e de programas computacio-
nais. As mesas digitalizadoras são periféricos eletrônicos, que apresentam
uma superfície plana e eletronicamente sensível. Nesta superfície coloca-
-se o mapa a ser digitalizado, e através de um mouse, é feito um registro
das posições ocupadas pelo cursor em relação à área da mesa, que envia
as coordenadas de um ponto na superfície da mesa para o computador.
A digitalização automática ou raster consiste na transformação
do mapa analógico em pixels, através de um scanner. Após a digitaliza-
ção, a imagem obtida (raster) sofre um processo de edição, que trata a
imagem e a prepara para a vetorização (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).

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Os pixels são unidades retangulares homogêneas de um
arquivo digital, cuja somatória em um arquivo digital é responsável
pela formação de uma figura ou imagem.

O processo de conversão de imagens raster para imagens ve-


toriais é feito de forma gradativa, e depende de fatores como: o tipo de
documento cartográfico a ser vetorizado, da sua origem e de seu estado
de conservação. A vetorização permite a definição dos atributos das
entidades, evitando perdas de representação gráfica.

A estrutura de dados vetorial está relacionada aos elemen-


tos na forma de áreas, com pontos, linhas ou polígonos. Já a estru-
tura raster está relacionada aos pixels de uma imagem.

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Através de técnicas como o processamento digital de imagens,
é possível realizar a vetorização automática de uma imagem raster de for-
ma rápida, obtendo-se, assim uma imagem que permite ser trabalhada.

Neste vídeo, você poderá observar as diferenças entre as


imagens raster e a vetorizada. Acesse o link https://www.youtube.
com/watch?v=WYmjTzNx204 e amplie o seu conhecimento sobre
o assunto.

A principal vantagem da imagem vetorial em relação à imagem


raster é a possibilidade de ampliação e redução de forma indefinida,
sem perda na resolução. Isso acontece devido ao fato de que a imagem
vetorial é redesenhada a partir das coordenadas armazenadas no arqui-
vo, diferentemente do que ocorre com a imagem raster, que é limitada
pelo número de pixels.
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A perda de resolução por uma imagem raster é facilmente
percebida em uma fotografia digital. Quando ampliamos a fotogra-
fia, ela perde resolução, ou seja, ela perde a sua qualidade e a sua
nitidez em mostrar uma informação, no caso a imagem de pessoas,
uma paisagem, entre outros. O mesmo efeito ocorre nos mapas
digitalizados quando não são vetorizados.

Para a vetorização de imagens, um dos sistemas mais utiliza-


dos na cartografia digital é o CAD (Computer Aided Design ou Projeto
Auxiliado pelo Computador).
O CAD pode ser entendido, em termos gerais, como uma apli-
cação da informática coma finalidade de facilitar e agilizar a constru-
ção de desenhos em diversas áreas como a mecânica, automobilística,
aeronáutica, eletrônica, entre outras. Esses sistemas passaram a ser
utilizados em projetos de cartografia digital devido a sua propriedade de
armazenar dados espaciais como entidades gráficas.
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A entidade é um termo usado por alguns autores para se


referir a figuras como um segmento de reta, ponto, polígono, arco,
círculo, entre outras. Algumas literaturas usam o termo objeto ao
invés de entidade.

Além disso, os sistemas CAD acessam as informações de


modo sequencial, forçando a fragmentação das informações geográ-
ficas em diversos arquivos. Assim, os mapas podem ser trabalhados
independentemente de continuidade de uma folha para outra (CONCEI-
ÇÃO e COSTA, 2013).
Os sistemas CAD apresentam diversas características impor-
tantes para o mapeamento digital, que são vinculadas aos sofisticados
recursos de representação gráfica, edição, exibição em tela e impres-
são. Devido as suas funcionalidades, são sistemas bastante usados
para digitalizar cartas topográficas.

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Cada área coberta por uma ou mais folhas de cartas to-
pográficas impressas é identificada por uma nomenclatura, que é
composta por uma sequência de letras e números. Os arquivos
gráficos digitais utilizados em sistemas de cartografia digital tam-
bém devem seguir esta sequência, respeitando a localização por
meio de um sistema de coordenadas (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).

Os softwares de CAD podem ser divididos em dois grupos, que


estão relacionados aos projetos que eles resultam: 2D e 3D. Os projetos
em duas dimensões (2D) são utilizados em trabalhos no plano, em que
a criação e a manipulação dos desenhos são realizadas sobre um sis-
tema de coordenadas cartesianas, como uso de entidades geométricas.
Nos projetos 2D é possível a manipulação das figuras desenha-
das, editando suas propriedades, alterando o valor da escala, rotacio-
nando, movendo e executando cópias simples e múltiplas. Por exemplo,
através dos níveis de visualização do comando zoom, a representação
do projeto pode ser controlada, mudando os valores de aproximação ou

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afastamento, obtendo assim um aumento ou redução do enquadramen-
to do projeto na tela do computador. Nos aplicativos 2D ainda é possível
definir cores, tipos de linhas, cotagem dos elementos, criação de textos
e de uma biblioteca de símbolos.
Já os sistemas 3D permitem definir e manipular uma geometria
tridimensional, resultando em um desenho com perspectiva de volume.
Esta geração de geometria é conhecida como modelagem geométrica,
e permitem a obtenção de várias representações visuais, ou seja, pode-
-se visualizar a geometria modelada de qualquer ponto de observação.

Por meio do CAD é possível utilizar os mapas do Google


Earth e do Google Maps para as mais diversas aplicações. Pesqui-
se, no YouTube, e encontrará diversos exemplos e tutoriais.

Para a complementação dos sistemas CAD, outros sistemas fo-


ram desenvolvidos, dentre eles, os sistemas CAM e os sistemas AM/FM.
Os sistemas CAM (Computer Aided Mapping ou Mapeamento Au-
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xiliado pelo Computador) são utilizados para produção de mapas através
de camadas de entidades gráficas georreferenciadas. Essas camadas são
utilizadas para a organização temática das entidades gráficas dos mapas
ou para a classificação dos tipos de elementos gráficos, como as linhas, os
textos, e outros elementos presentes nos mapas. Os sistemas CAM são
considerados mais sofisticados que os sistemas CAD, mas ainda sem as
possibilidades de um Sistema de Informação Geográfica (SIG).
Os sistemas AM/FM (Automated Mapping/Facility Management
ou Mapeamento Automatizado/Gerenciamento de Equipamentos) consis-
tem em sistemas baseados na tecnologia CAD, mas são menos precisos
e detalhados que os sistemas CAM. São sistemas criados para o arma-
zenamento e a análise de dados para a geração de relatórios, por meio
da associação entre atributos alfanuméricos e entidades gráficas. Essa
associação permite o modelamento e a análise de operações em rede.
Graças ao desenvolvimento dos sistemas de gerenciamento de
bancos de dados, a cartografia digital sofreu uma grande evolução, tornan-
do possível a integração da base cartográfica digital ao banco de dados
descritivo, surgindo assim os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs).
As atividades que envolvem o geoprocessamento são executa-
das pelos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). De forma geral, o
SIG é composto por componentes que são organizados de forma hierár-
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quica, que são a interface com usuário; a entrada e integração de dados;


as funções de consulta e análise espacial; a visualização e plotagem; e o
armazenamento e a recuperação de dados organizados sob a forma de
um banco de dados geográficos (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).
Com o surgimento dos SIGs, tornou-se possível a realização
de análises complexas, através da integração de dados de diversas fon-
tes e da criação de bancos de dados com referência e localização espa-
cial, isto é, coordenadas geográficas. Desta forma, os SIGs passaram a
ser vistos como um importante sistema de suporte à tomada de decisão,
oferecendo mecanismos para a manipulação e análise de dados geor-
referenciados frente a uma necessidade, como o planejamento do uso
do solo, controle e gestão do território, dentre outras aplicações.

COMPONENTES DO GEOPROCESSAMENTO

O Geoprocessamento é, portanto, o processamento de informa-


ções geográficas, ou seja, a integração de conhecimentos relacionados à
cartografia, a informática e a geografia. Mas para que o geoprocessamen-
to aconteça, é necessário a utilização de tecnologias ou geotecnologias.
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico trouxe uma
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série de avanços, não somente na cartografia, mas nas ciências de uma
maneira geral. As geotecnologias promoveram um importante progres-
so no que se refere à geração e a análise de informações espaciais para
os mais diversos fins (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).
As geotecnologias englobam diversas tecnologias de trata-
mento e manipulação de dados geográficos, por meio de métodos de
coleta e informações espaciais e programas computacionais. As princi-
pais geotecnologias usadas são a Fotogrametria, o Sensoriamento Re-
moto, e o Sistema de Posicionamento Global (GPS), todos integrados
ao Sistema de Informação Geográfica (SIG).
A fotogrametria pode ser definida como a maneira de se obter
informações sobre o espaço geográfico com o uso de uma série de pro-
cessos, que envolvem o registro, medições e interpretações de imagens
fotográficas e dos padrões de energia eletromagnéticas. É uma técnica
utilizada para a obtenção de dados brutos de fotografias aéreas, que
são bastante usadas para a elaboração de mapas básicos que necessi-
tem de um grau elevado de exatidão e precisão.

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A fotogrametria digital representa uma evolução da foto-
grametria analítica, ou seja, é uma consequência direta da evolu-
ção da eletrônica e da informática. Diferentemente da fotograme-
tria analítica, que usa imagens que foram armazenadas em papel, a
fotogrametria digital utiliza imagens digitais, que são armazenadas
em forma numérica, isto é, são armazenadas em computador como
elementos de figura (pixels).
Além disso, a fotogrametria digital difere da fotogrametria
analítica, pois realiza tanto a aquisição de dados como também a sua
análise, sendo a primeira uma técnica baseada em algoritmos mate-
máticos, que controlam todo o processo, desde o levantamento ae-
rofotográfico até a sua edição gráfica (PORTOCARRERO et al. 2018).

Neste vídeo, você verá os principais conceitos da Fotogra-


metria, e ainda compreender a sua importância e a sua relação com
os drones. Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=223Q-
23
JjDBQhc e amplie o seu conhecimento sobre o assunto.

O sensoriamento remoto refere-se ao conjunto de técnicas que


permitem observar e obter informações sobre a superfície terrestre, por
meio de sensores instalados em satélites artificiais, aeronaves e até
mesmo em balões, sem a necessidade de contato direito com o objeto.
Desta forma, o objetivo da utilização do sensoriamento remoto é possi-
bilitar o estudo do ambiente terrestre através dos registros das imagens
captadas pelos sensores (CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).
As imagens obtidas pelo sensoriamento remoto são processa-
das e analisadas por sistemas computacionais, que analisam os dife-
rentes objetos terrestres através da comparação entre as intensidades
de radiação eletromagnética absorvidas/refletidas pelas substâncias
presentes nesses objetos (Conceição e Costa, 2013). As alterações e
outros aspectos observados nas imagens obtidas podem ser transfor-
madas em informações gráficas.
O sistema de posicionamento global (GPS) consiste em um
sistema de posicionamento geográfico, responsável por fornecer as co-
ordenadas geográficas de um determinado lugar na superfície terrestre,
a partir de um receptor de sinais. Para que o sistema GPS funcione, é
necessária uma infraestrutura tecnológica, que é constituída por três
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

subsistemas: os satélites, as estações terrestres e os receptores.

Neste vídeo, você verá os principais conceitos da Fotogra-


metria, e ainda compreender a sua importância e a sua relação com
os drones. Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=223Q-
JjDBQhc e amplie o seu conhecimento sobre o assunto.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) consistem em


um sistema com capacidade para operar uma série de variáveis, den-
tre elas a aquisição, o armazenamento, o tratamento, a integração, o
processamento, a recuperação, a transformação, a manipulação, a mo-
delagem, a atualização, a análise e a exibição de informações digitais
georreferenciadas. As informações devem estar estruturadas e podem
estar associadas ou não a um banco de dados alfanumérico (Figura 3)
(CONCEIÇÃO e COSTA, 2013).

24
Figura 3: O SIG e os avanços tecnológicos permitiram o acesso a um mapa
em boa parte dos lugares

Fonte: UNSPLASH, 2019.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são considera-


dos uma das ferramentas mais representativas do geoprocessamento,
pois agregam, em sua estrutura básica, muitas funções que contem-
plam a extração da informação geográfica, bem como sua análise.
Para a utilização de um SIG, de forma que todas as suas po-
tencialidades possam ser aproveitadas, é recomendado a preparação
de um projeto, com os diversos estágios de trabalho.
Desta forma, um projeto de SIG pode ter os seguintes estágios:

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


• Definição do problema: nesta etapa, é importante delimitar os
objetivos do projeto, ou seja, quais são os problemas a serem resolvi-
dos e como eles serão resolvidos; quais são as soluções necessárias,
entre outras questões. Desta maneira, os objetivos devem ser bem es-
truturados, para que possa se extrair o máximo de informações para as
interpretações necessárias e a resolução do problema;
• Aquisição de programas computacionais e equipamentos: os su-
primentos são escolhidos de acordo com os objetivos a serem atingidos;
• Aquisição de bases de dados: os dados são escolhidos e ad-
quiridos de acordo com os objetivos a serem alcançados;
• Montagem e capacitação dos recursos humanos: de acordo
com os objetivos, os recursos humanos envolvidos no processo de aqui-
sição e análise dos dados obtidos devem ser preparados para trabalhar
o banco de dados, bem como processar e avaliar as diversas interações;
• Organização da base de dados: consiste na preparação da
base de dados de forma que as operações realizadas com o SIG gerem
os resultados esperados;
• Realização de análises: através da interação entre o banco
de dados e as bases cartográficas, são realizadas as análises com o
objetivo de encontrar as soluções para os problemas propostos;
• Interpretação, apresentação e distribuição dos resultados:
25
após a geração e a análise dos produtos cartográficos, é necessária à
sua interpretação. A interpretação dos resultados obtidos irá contribuir
para a solução dos problemas propostos nos objetivos.
No decorrer do processo de análise e interpretação dos resul-
tados, pode ser necessário a construção e/ou adaptação das ferramen-
tas dos programas computacionais de SIG. Essas novas ferramentas
são construídas com o objetivo de adaptar os programas computacio-
nais de SIG às tarefas específicas da aplicação ou de acordo com as
solicitações que variam de estudo para estudo.
Além disso, as ferramentas de SIG podem ser desenvolvidas
para automatizar processos de entrada, organização, armazenamento,
gerenciamento, análises, exibição e distribuição de dados e informa-
ções geográficas. Ainda, podem ser desenvolvidas ferramentas para re-
alizar a integração de programas computacionais de SIG a outros pro-
gramas computacionais tais como processamento de imagens, CAD,
programas de processamento de dados GNSS, programas de análise
estatística, modelagem tridimensional, entre outros.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:
NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Uni-
versitário Jr - Engenharia Florestal Nível: Superior
Em sensoriamento, o conceito de resolução é adotado para identi-
ficar as características dos sistemas imageadores. Com base nes-
sa afirmação, numere a coluna da direita de acordo com sua cor-
respondência com a coluna da esquerda.
1. Resolução Espectral.
2. Resolução Espacial ou Geométrica.
3. Resolução Temporal.
4. Resolução Radiométrica.
( ) Cada banda é gerada a partir de determinado intervalo, frequên-
cia de onda, cuja redução de amplitude ou centralização do inter-
valo resultará em melhor resolução espectral das imagens.
( ) Trata diretamente do tamanho do pixel em unidade de metrô. Toda
área imageada no limite interno de um pixel terá uma única cor. Quan-
to menor a área quadrada do pixel, maior é a resolução espacial da
imagem, consequentemente, melhor será a definição dos alvos.

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( ) Trata do período, em dias, que o sensor leva para passar sobre
uma mesma área e, ainda, da largura da faixa de imageamento.
( ) Indica a região de origem da imagem, ou seja, o tipo de onda
registrada. Essa resolução é adotada para a identificação de distin-
tos alvos, pautando-se no princípio de que certos alvos podem ser
mais bem definidos que outros em bandas de imagens.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da colu-
na da direita, de cima para baixo.
a) 3 – 1 – 4 – 2.
b) 4 – 2 – 3 – 1.
c) 3 – 4 – 2 – 1.
d) 4 – 1 – 3 – 2.
e) 1 – 2 – 4 – 3.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: NUCEPE - 2018 -
PC-PI - Perito Criminal – Biologia Nível: Superior
O geoprocessamento pode ser definido como sendo o conjunto
de tecnologias destinadas à coleta de informações espaciais, as-
sim como o desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com
diferentes níveis de sofisticação. Marque a alternativa que não se
27
aplica ao termo geoprocessamento.
a) GPS (Sistema de Posicionamento Global) utilizado como ferramenta
para coleta de dados georreferenciados.
b) Cartografia digital destinada à captação, organização e desenho de
mapas.
c) Sistemas de informação geográfica destinada à aquisição, armaze-
namento, manipulação, análise e apresentação de dados não referen-
ciados espacialmente.
d) Processamento digital de imagens que utiliza procedimentos e técni-
cas destinadas à manipulação numérica de imagens digitais cuja finali-
dade é corrigir distorções das mesmas e melhorar o poder de discrimi-
nação dos alvos.
e) Ferramentas computacionais para geoprocessamento que permitem
realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao
criar bancos de dados georreferenciados.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: Prefeitura de Jataí - GO Prova: Qua-
drix - 2019 - Prefeitura de Jataí - GO - Analista Ambiental Nível: Superior
Acerca de sensoriamento remoto, assinale a alternativa correta.
a) Todos os sistemas de sensoriamento remoto produzem imagens.
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b) Os sensores de observação captam somente a luz visível e as mi-


cro-ondas.
c) A obtenção de informação sobre um determinado alvo dá-se sempre
por contato direto com o alvo.
d) Ocorre pela interação entre a radiação eletromagnética (REM) e o alvo.
e) Independe do uso de sensores de REM para registrar imagens.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: Prefeitura de Cristalina - GO Pro-
va: Quadrix - 2019 - Prefeitura de Cristalina - GO - Engenheiro Am-
biental Nível: Superior
Acerca de sensoriamento remoto, assinale a alternativa incorreta.
a) As imagens geradas por técnicas de sensoriamento remoto represen-
tam um meio comum de aquisição de dados espaciais para utilização
em projetos de SIG.
b) Os sistemas sensores podem ser mantidos no nível orbital ou su-
borbital. Sistemas no nível do solo não podem ser considerados como
sensores remotos.
c) Os sensores remotos são equipamentos que captam e registram
energia refletida ou emitida pelos elementos da superfície terrestre. O
sistema sensor é o equipamento capaz de transformar a energia eletro-
28
magnética em sinal digital.
d) Os sensores são classificados a partir de quatro resoluções: espa-
cial; espectral; radioelétrica (radiométrica); e temporal. Os sensores re-
motos, dependendo de suas características, podem ser instalados em
plataformas aéreas e orbitais. As câmeras fotográficas e as câmeras de
vídeo podem ser exemplos de sensores.
e) Uma das aplicações do sensoriamento remoto é o mapeamento da
variabilidade espacial de alguns parâmetros de qualidade de água de
ambientes aquáticos, como clorofila, sólidos em suspensão e matéria
orgânica dissolvida.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: IBGE Prova: INSTITUTO AOCP - 2019
- IBGE - Analista Censitário – Geoprocessamento Nível: Superior
Ao utilizar uma composição falsa-cor convencional com a seguin-
te associação: B(azul) – com a banda do verde; G(verde) – com a
banda do vermelho; e R(vermelho) – com a banda do infravermelho
próximo, tem-se o destaque de feições/atributos da superfície ter-
restre. Qual alternativa destaca, de maneira mais adequada, a colo-
ração que representa área urbana e corpos d’água sem sedimento,
respectivamente, nessa composição de bandas?

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a) Vermelho e Preto.
b) Magenta e Ciano.
c) Cinza escuro e Ciano.
d) Ciano e Magenta.
e) Cinza claro e Preto.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A cartografia tem se desenvolvido cada vez mais no meio digital, espe-
cialmente com o avanço tecnológico que temos presenciado ao longo
da história. Desta forma, novas ferramentas têm sido criadas para otimi-
zar as operações de geoprocessamento e dos SIGs; A partir disto, des-
creva as diferenças entre os sistemas utilizados em cartografia digital
(CAD, CAM, AM/FM) e os SIGs?

TREINO INÉDITO
O Geoprocessamento consiste no processamento de informações
geográficas, ou seja, a integração de conhecimentos relacionados
à cartografia, a informática e a Geografia. Para que o geoprocessa-
mento aconteça, é necessário a utilização de geotecnologias. Mar-
que a alternativa que não represente uma geotecnologia:
a) Sistemas de Informação Geográfica.
29
b) Fotogrametria.
c) GPS.
d) Sensoriamento Remoto.
e) Cartografia.

NA MÍDIA
ÁREAS DE ALERTA DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA QUASE
DOBRA EM 2019
O ano de 2019 já é o pior desde 2016 na comparação da área com alertas
de desmatamento na Amazônia registrados pelo sistema Deter-B, desen-
volvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Divulgado
publicamente pela plataforma Terra Brasilis na sexta-feira (11), os dados
de setembro mostram que, nos primeiros nove meses do ano, a área com
alertas chegou a 7.853,91 km². Esse número é quase o dobro da compa-
ração do mesmo período de 2018: o aumento foi de 92,7%.
Considerando todo o ano de 2018, o balanço parcial de 2019 também
é maior: o avanço foi de 58,7% - os dados do Inpe mostram que o total
da área incluída em alertas entre janeiro e dezembro do ano passado
foi de 4.947,40 km².
Fonte: GazetaWeb.com
Data: 11 out. 2019.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Leia a notícia na íntegra: https://gazetaweb.globo.com/portal/noti-


cia/2019/10/_87950.php

NA PRÁTICA
As técnicas de Geoprocessamento podem ser utilizadas em diversos
estudos relacionados à compreensão dos processos que ocorrem no
espaço geográfico. Existem estudos, por exemplo, que utilizam as téc-
nicas de geoprocessamento para caracterizar e mapear áreas de riscos
de incêndios florestais.
O geoprocessamento é considerado como uma das alternativas metodo-
lógicas para o desenvolvimento de estudos que buscam o entendimento
da estrutura, da função e da dinâmica dos elementos da paisagem a fim
de definir a espacialização de fenômenos como o risco aos incêndios.
O uso do geoprocessamento justifica-se pelo fato que os recursos com-
putacionais podem contribuir nos estudos temporais e espaciais de pre-
visão e combate aos incêndios. Através da detecção de locais de maior
risco, por meio de um Sistema de Informações Geográficas (SIG), pode
ser viabilizada medidas de combate e prevenção às causas dos incên-
dios. Isso permite o planejamento, por parte dos gestores, as atividades
de prevenção a longo prazo.
Neste sentido, um Sistema de Informação Geográfica pode coletar, so-
30
brepor, manipular e visualizar um grande volume de dados, que podem
ser obtidos a partir da análise da possibilidade de início de um incêndio
florestal, do seu potencial de propagação e dos efeitos relacionados.

PARA SABER MAIS


Aula sobre o assunto: Introdução ao Geoprocessamento
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=mdXawbRyk9M

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

31
INTRODUÇÃO AO GEORREFEREN-
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

CIAMENTO

HISTÓRICO E CONCEITOS

Nos dias atuais, a ação de nos localizarmos em algum Estado,


Município ou até mesmo em uma rua, a qualquer hora, constitui-se em
uma tarefa relativamente simples. Basta acessar os diversos aplicativos
existentes, e por meio de um GPS (Sistema de Posicionamento Global,
em português) instalado no equipamento eletrônico, é possível se loca-
lizar com bastante precisão.
Entretanto, a ação de se localizar nem sempre foi tão simples,
como é relatado pela própria história da cartografia e das navegações.
Desta forma, se localizar de forma mais exata possível no espaço geo-
gráfico tornou-se uma importante questão a ser resolvida pela ciência. A
conquista de novas fronteiras exigia um deslocamento seguro e o domí-
32
nio sobre a arte de navegar, isto é, saber ir e voltar de um local a outro,
com conhecimento de seu posicionamento, durante todo o trajeto, tanto
na terra como no mar ou no ar (ROQUE et al. 2006).
Neste sentido, para que um arquivo seja inserido em um banco
de dados geográfico, isto é, para que seja utilizado no Geoprocessa-
mento e em outras aplicações que envolvem os Sistemas de Informa-
ção Geográfica, o arquivo deve ser georreferenciado. Um arquivo ge-
orreferenciado significa que ele possui uma referência espacial, e isto
permite a a sua articulação, inserção, manipulação, dentre outras ope-
rações, em um software de Sistemas de Informação Geográfica ou de
ser incluído em uma base de dados geográfica.
A referência espacial consiste nas informações relacionadas à
localização exata de um objeto na superfície terrestre, que permite iden-
tificar o seu posicionamento, sendo comumente utilizado os Sistemas de
Referência Terrestre ou Geodésicos. Por sua vez, estão associados a uma
superfície que mais se aproxima da forma da Terra, e sobre a qual são de-
senvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas (MELO et al. 2014).
O arquivo georreferenciado é considerado um metadado, pois
apresenta um conjunto de informações descritivas sobre os dados, in-
cluindo as características de seu levantamento, produção, qualidade e
estrutura de armazenamento. Estas informações são essenciais para

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


promover a sua documentação, integração e disponibilização, bem
como possibilitar sua busca e exploração. Assim, torna-se possível a
sua inserção em banco de dados geográficos.
O processo de georreferenciamento é considerado de funda-
mental importância no tratamento da informação geográfica, pois está
relacionado diretamente com a qualidade cartográfica.
Quando os arquivos não possuem uma referência espacial, os
mesmos devem ser georreferenciados. Para que isto possa acontecer,
é necessário algumas operações que envolvem uma transformação ge-
ométrica, que tem por objetivo estabelecer uma relação entre o sistema
de referência do arquivo geográfico e um sistema de referência terres-
tre. Esta operação pode ocasionar a alteração de algumas de suas ca-
racterísticas como posição, forma ou tamanho.
Para que haja a referência espacial, també necessária a co-
leta de informações espaciais pontuais, lineares e poligonais, que são
realizadas pelo GPS. Desta forma, a área ou objeto passa a ser georre-
ferenciado, ou seja, passa a possuir uma localização específica, indivi-
dualizada dentro do globo terrestre.
Por exemplo, é possível georreferenciar as árvores para acom-
panhar um projeto de reflorestamento, através das coordenadas geo-
gráficas de cada uma das árvores; georreferenciar um curso de água,
33
coletando os dados por meio de GPS por todo o seu percurso; e ge-
orreferenciar uma área, através da coleta dos dados nos seus limites,
formando um um polígono.

O Georreferenciamento é uma técnica essencial na des-


crição de imóveis rurais, contribuindo tanto no controle cadastral
desses imóveis como também dos direitos reais a eles relativos.
No Brasil, o cadastramento dos imóveis rurais é usado para a ob-
tenção, por parte do proprietário, do Certificado de Cadastro de
Imóvel Rural (CCIR) que é um documento expedido pelo INCRA
que comprova a regularidade cadastral do imóvel rural. Este docu-
mento apresenta informações sobre o titular, a área, a localização,
a exploração e a classificação fundiária do imóvel rural.

Para compreendermos como o georreferenciamento é realiza-


do, precisamos conhecer e entender o funcionamento do Sistema de
Posicionamento Global, bem como suas características e as metodolo-
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

gias associadas.

SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS)

O GPS (Sistema de Posicionamento Global ou Global Positio-


ning System em inglês) pode configurar-se em um equipamento isolado
ou um elemento que compõem diversos aparelhos eletrônicos, como ce-
lulares, que fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas (Figura 4).

Figura 4: Equipamento GPS tanto de forma isolada como também um ele-


mento acessório de aparelhos de telefonia móvel

Fonte:PIXABAY, 2019.
34
O Sistema de Posicionamento Global (GPS, do original em in-
glês Global Positioning System) consiste em um sistema que inclui um
conjunto de satélites que transmitem uma informação eletrônica, e que
fornecem a posição de um objeto ou de ponto qualquer com referencia-
mento, isto é, coordenadas terrestres, a um aparelho receptor.
O advento da tecnologia GPS permitiu que qualquer pessoa,
munida de um receptor, localize-se em qualquer lugar do planeta. Além
disso, a presença dos satélites contribuem não somente para a comuni-
cação cartográfica, na medida em que colaboram com o estabelecimento
de uma cartografia digital, captando imagens e criando mapas por meio
de softwares e hardwares de processamento digital, mas também na cap-
tação e no envio da localização por meio de coordenadas geográficas.

Histórico e Evolução do Sistema de Posicionamento Global

O sistema GPS foi criado em 1973, pelo Departamento de De-


fesa dos EUA, sendo chamado de Sistema Navstar/GPS (Navigation
System with Time and Ranging Global, e foi declarado totalmente ope-
racional em 1995.
O sistema funciona a partir de um conjunto de (28) vinte e oito

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satélites, sendo (24) vinte e quatro operacionais e (4) quatro sobressa-
lentes. Os sobressalentes tem por objetivo substituir, em caso de falha
ou defeito, um dos satélites operacionais.
O conjunto de satélites permanece em órbita, e esta ocorre em
seis planos, a partir do Equador em direção aos polos. Cada um dos
satélites circunda a Terra duas vezes por dia, a uma altitude de 20.200
quilômetros e a uma velocidade de 11.265 quilômetros por hora. Os
satélites têm a bordo relógios atômicos, que fornecem o tempo preciso
e a localização dos objetos na superfície terrestre.

O relógio atômico é um medidor de tempo que funciona


com base em uma propriedade do átomo. Como um pêndulo de
relógio, o átomo pode ser estimulado externamente, que no caso
dos satélites em órbita eles são estimulados por ondas eletromag-
néticas, para que sua energia oscile de forma regular. É o relógio
mais preciso já construído pelo homem, e ainda assim, ele atrasa
um segundo a cada 65 mil anos.
35
Os dados coletados pelos satélites são enviados para os apa-
relhos receptores de GPS e para as estações remotas existentes ao
redor do planeta, que compõem os três segmentos do sistema, que são
o espacial, de controle e o de usuários.

Segmentos dos Sistemas de Posicionamento Global

O seguimento espacial consiste na constelação de (24) vinte e


quatro satélites que compõem o GPS. O sistema orbital é dividido em
seis planos, com quatro satélites cada, em um período de revolução
de 12 horas siderais. Com essa configuração, em qualquer ponto da
superfície da Terra, há, no mínimo, quatro satélites acima da linha do
horizonte, 24 horas por dia. Os satélites utilizam o Datum World Geode-
tic System (Sistema Mundial Geodésico de Datum), chamado WGS- 84
(PORTOCARRERO et al. 2018).
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

O tempo sideral refere-se ao tempo das estrelas, que é de-


finido a partir da relação entre as 24 horas siderais – um dia sideral
– e o intervalo de tempo que a Terra leva para fazer uma rotação
completa (360 graus) em relação as estrelas.

No segmento espacial, os satélites devem assegurar as se-


guintes funções (PORTOCARRERO et al. 2018):
• Manter uma escala de tempo bastante precisa e, para isso,
cada satélite possui um relógio atômico;
• Emitir sinal de rádio que informa sobre a posição precisa do
satélite e a hora em que é transmitido, pois o receptor GPS, ao receber
esse sinal, determina o tempo exato que ele levou no percurso e o cál-
culo da distância percorrida (que é realizado multiplicando esse tempo
pela velocidade da luz);
• Emitir dois sinais, através dos códigos denominados pseudo-
aleatórios, sobre as duas frequências específicas do sistema.
O segmento de controle consiste nas estações de controle que
monitoram os satélites GPS. As estações de controle estão localizadas
nos Estados Unidos, além de algumas antenas de transmissão espalha-
das pela superfície terrestre.
Além disso, outra função importante das estações de controle
36
central é determinar as órbitas de cada satélite e prever a sua trajetória
nas 24 horas posteriores. As informações são enviadas para cada sa-
télite, para depois serem transmitidas por ele, informando o receptor do
local onde é possível encontrar o veículo espacial (Figura 5) (PORTO-
CARRERO et al. 2018).

Figura 5: Envio de informações para os satélites e sua posterior transmissão,


indicando ao receptor o local onde é possível onde está o objeto

Fonte: PIXABAY, 2019.

O segmento de usuários refere-se aos receptores, ou seja, aos

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


aparelhos de GPS e às antenas que recebem as informações dos saté-
lites e calculam a sua posição precisa, além da velocidade. Os recepto-
res são capazes de registrar as medidas de pseudodistâncias com base
nas duas frequências, L1 e L2, transmitidas pelos satélites.

A pseudodistância, também chamada de pseudorange é


um fenômeno que ocorre entre o receptor, que é o usuário, e entre
pelo menos quatro satélites, para que ocorra a sincronização do
relógio do receptor com os relógios dos satélites.
Se considerarmos a distância tridimensional (fator geo-
métrico) três satélites seriam suficientes para determinar a distân-
cia do usuário, pois seriam obtidas três distâncias. Entretanto, o
quarto satélite é necessário para que haja a sincronização das dis-
tâncias obtidas. Desta forma, são necessários quatro satélites ou
mais para que seja possível, em tempo real, determinar a posição
geocêntrica do ponto a ser coletado pelo GPS.
Além disso, o receptor GPS também poderá informar de
37
forma precisa velocidade e a direção do deslocamento, devido a
constante atualização de posição.

Como acompanhamos até então, o GPS se comunica com o


seu usuário através de sinais emitidos pelos satélites. Esses sinais são
gerados na frequência de 10,23 MHz e modulados sobre portadoras,
pois só assim conseguem ser enviados.
Para que os sinais sejam enviados, são usadas duas portado-
ras para permitir a compensação, de primeira ordem, do efeito da refra-
ção ionosférica. Essas portadoras têm as suas frequências geradas a
partir da frequência fundamental, da seguinte forma:

L1 com frequência w1 = 154 x 10,23 = 1575,42 MHz


L2 com frequência w2 = 120 x 10,23 = 1227,60 MHz

Que correspondem aos comprimentos de onda:

λ1 = 19,05 cm e
λ2 = 24,45 cm.

Os sinais L1 e L2 que são transmitidos para o usuário contêm


INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

informações sobre:
• As efemérides do satélite;
• As correções do relógio do satélite;
• Parâmetros atmosféricos;
• Parâmetros orbitais de todos os satélites (almanaque);
• Outros dados relevantes sobre o sistema em geral.
Além dos sinais, os satélites também trasmitem códigos, e que
podem ser de quatro tipos: Código P, Código Y, Código C/A e Códigos
Não Padrão.
O código P tem seu nome derivado de preciso, e está disponível
apenas para usuários autorizados, sendo modulado sobre a portadora
L2. O Código Y é usado em substituição do código P quando o AS (anti-
-spoofing) é ativado, ou seja, quando há a suspeita de um ataque ciber-
nético, o código P é multiplicado por um código secreto, denominado W.
O Código C/A, ou código de fácil acesso, é modulado sobre a
portadora L1, e está disponível para todos os usuários. Já os códigos
não Padrão são os códigos NCS e NSY, que são usados para proteger
o usuário do mau funcionamento do sistema de frequência do satélite.
Os dados recebidos também são utilizados para a classifica-
ção dos receptores, que podem ser:
• Os receptores de Código C/A, que também são conhecidos
38
como receptores de navegação, e possuem precisão de posicionamen-
to da ordem de 18 m;
• Os receptores L1, que são usados em georreferenciamento
para a determinação das coordenadas dos vértices das propriedades e,
por meio de técnicas específicas, é feito o transporte de coordenadas;
sua precisão é de aproximadamente 18 m, e, quando utilizado em mé-
todo relativo, sua precisão pode chegar na ordem do centímetro;
• Os receptores L1 e Código C/A, que apresentam a mesma
aplicação que os equipamentos anteriores;
• Os receptores L1 e L2, que, por usarem o sinal de duas porta-
doras, são mais precisos, chegando a ordem do milímetro. São utiliza-
dos no georreferenciamento para o transporte de coordenadas;
• Os receptores L1 e L2 mais os códigos C/A e P são utilizados
por usuários autorizados, e permitem a determinação absoluta de coor-
denadas precisas.
Devido a relação custo, benefício e precisão, os receptores
mais utilizados são o L1 e o L1 e L2. Com o receptor L2 as coordena-
das do ponto de base da propriedade são obtidas, e com o L1 se faz
o rastreio dos vértices da área, pelo método relativo, com relação as
coordenadas da base.
Para que a localização fornecida pelo GPS seja correta e preci-

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sa, também é necessário uma série de cuidados em relação a adequa-
ção do receptor às referências geodésicas que mostrem o elipsoide de
representação da região, e consequentemente, o datum, bem como o
sistema de coordenadas.
No Brasil podem ser utilizados três elipsoides distintos (POR-
TOCARRERO et al. 2018):
• O mundial, também denominado como WGS84;
• O de Heyford, com o datum em Córrego Alegre;
• O SAD69, com o datum em Chuá.
A partir de fevereiro de 2005 passou a ser utilizado um novo
datum, denominado de SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocên-
trico para as Américas).

No site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE) existem diversas informações sobre o SIRGAS, como os apli-
cativos para download para conversão das coordenadas, o estatuto,
as bases, relatórios e outras informações para a utilização correta
39
do sistema. Acesse https://www.ibge.gov.br/geociencias/informaco-
es-sobre-posicionamento-geodesico/sirgas/16257-centro-de-anali-
se-ibge.html?=&t=downloads e amplie o seu conhecimento!

Quando o receptor GPS é ligado pelo usuário, ele utiliza


como padrão a referência WGS84, que é o sistema mundial. O usu-
ário, ao utilizá-lo, deve configurar o GPS para que as leituras se-
jam feitas nos elipsoides brasileiros, ou posteriormente, realizar as
conversões com softwares específicos, para que a localização dos
objetos seja feita de forma precisa.

Além da escolha do elipsoide de representação da superfície,


o usuário também deve estar atento para a escolha do sistema de coor-
denadas, sendo as mais utilizadas no Brasil:
• UTM (coordenadas planas cuja projeção é a Universal Trans-
versa de Mercator);
• Latitude/longitude, que correspondem as coordenadas geo-
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

gráficas ou geodésicas.

Precisão em Mapeamentos e Restrições ao uso do GPS

A utilização do GPS tem por objetivo a localização de pontos


de interesse na superfície da Terra, e para que a localização seja acu-
rada, é necessário uma série de precauções que possam garantir a
precisão dos dados obtidos. A precisão, que é muito importante para a
representação da realidade cartográfica, se tornou problemática quan-
do passou a ser exigida no formato digital.
Os problemas decorrentes da necessidade de grande precisão
na localização estão relacionados ao próprio Sistema de Posicionamen-
to Global (GPS), que possui alguns erros inerentes ao processo de
determinação da posição geográfica de um objeto terrestre e mesmo ao
tipo de aparelho utilizado na medição (PORTOCARRERO et al. 2018).
Desta maneira, existem uma série de restrições que devem ser
consideradas pois são fontes de erros que podem comprometer o ma-
peamento e qualquer outro propósito relacionado a localização.
A primeira das restrições está relacionada aos cálculos realiza-
dos pelo sistema para mensurar o tempo e a velocidade do sinal. Como
40
o satélite emite os sinais na frequência das ondas de rádio, e saben-
do-se que a velocidade da luz só é constante no vácuo, o sinal acaba
sofrendo degradação quando atravessa a ionosfera terrestre.

A Ionosfera é uma parte integrante da termosfera, que é


uma das camadas que formam a atmosfera, e está localizada entre
50 km a 1000 km acima da superfície terrestre. Esta camada é ca-
racterizada por sofrer ionização da radiação solar, sendo, portanto,
muito reativa. Para saber mais sobre ela, assista a esta sugestão
de vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ex60dbZn_Wo e co-
nheça mais sobre as camadas da atmosfera.

A ionosfera interfere no sinal pois diminui a sua velocidade,


ocasionando erros de cálculo na localização dos pontos de coordena-
das. Esses efeitos relacionados a ionosfera também podem ser poten-
cializados em função da hora do dia, da estação do ano, da latitude e do
ciclo das explosões solares.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Na Ionosfera também ocorre um fenômeno chamado de
“aurora polar”, que se refere a um fenômeno óptico composto de
um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, em
decorrência do impacto de partículas de vento solar com a alta at-
mosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre (Fi-
gura 6). No hemisfério norte, ela é conhecida como “aurora bore-
al”, enquanto no hemisfério sul ela é chamada de “aurora austral”.

Figura 6: Fenômeno da aurora polar

41
Fonte: PIXABAY, 2019.

Entretanto, os aparelhos GPS podem corrigir esses erros atra-


vés da utilização de alguns softwares comerciais, que a partir de sua
instalação nos aparelhos receptores, corrigem as anomalias no momen-
to em que os dados são processados.
A troposfera é outra camada que compõem a atmosfera, mais
próxima da superficíe terrestre, e que também exerce interferência e
refração dos sinais. A refração pode causar um atraso da propagação,
que pode gerar um erro de 2 a 5%, dependendo das condições de tem-
peratura, umidade e pressão, que variam de acordo com as caracterís-
ticas ambientais de cada local (PORTOCARRERO et al. 2018).
Outras interferências nos dados obtidos pelo GPS podem estar
relacionados a erros nos relógios atômicos ou na órbita dos satélites.
A responsabilidade pelo ajuste e pela manutenção do sistema de posi-
cionamento global é do Departamento de Defesa dos EUA, que tam-
bém pode desligar o sistema de acordo com seus interesses, como por
exemplo, em locais de conflito armado ou sob ameaça militar.
Além dos erros inerentes aos fatores ambientais e ao próprio
sistema, também existem os erros provocados pela ação humana, que
em nomenclatura internacional são chamados de Selective Availability
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

(SA), ou, em tradução livre, disponibilidade seletiva.


A disponibilidade seletiva (SA) consiste na degradação intencio-
nal imposta aos sinais de GPS, realizada através da manipulação dos da-
dos das efemérides transmitidas e dos relógios dos satélites, impedindo
que o cálculo das coordenadas não sejam realizados no posicionamento
absoluto. A SA foi removida do sinal do GPS em maio de 2000, por meio
de um decreto do governo americano (PORTOCARRERO et al. 2018).

Os EUA mantiveram uma função ativa, até os anos 2000,


que introduzia erro proposital ao sistema GPS civil. Apenas os mi-
litares americanos tinham acesso ao sinal sem erro, com o objetivo
de obterem uma vantagem estratégica, já que impediriam inimigos
de usarem o próprio sistema contra os EUA. No entanto, desde
2000 essa função foi desativada. Além disso, com o aparecimento
de outros sistemas GNSS (Global Navigation Satelite System - Sis-
tema de Navegação Global por Satélite) tornou o SA inútil.

42
Outro fator que pode ser uma fonte de interferência e de pos-
sibilidade de erro de precisão é a disposição geométrica dos satélites.
Existem diversos outros erros que descrevem a propagação dos erros
na geometria dos satélites, conforme descritos a seguir.
O DoP (Dilution of Precision) é um fator importante para a qua-
lidade do resultado das medições do GPS. O DoP é responsável por in-
dicar, em uma escala padronizada, se a geometria espacial dos satélites
está adequada, ou seja, se a posição dos satélites no céu está correta.
Quanto mais perto do horizonte os satélites se encontram,
mais atmosfera e obstáculos os sinais enfrentam até chegar ao recep-
tor. Além disso os satélites precisam estar relativamente espalhados no
céu para haver uma melhor triangulação (tecnicamente trilateração) de
sinal, princípio fundamental dos sistemas GNSS.
O DoP pode ser dividido em vários componentes:
• HDoP, que é a influência da geometria na posição planimétri-
ca ou horizontal (latitude/longitude);
• VDoP, que é o efeito da geometria dos satélites na definição
das altitudes ou da posição vertical;
• PDoP, que é a influência da geometria dos satélites na posição
tridimensional (latitude/longitude/altitude), substituindo o HDoP e VDoP;
• TDoP, que é o efeito da geometria dos satélites na definição

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


da posição e do tempo;
• GDoP, que é a influência para a definição da posição tridimen-
sional e do tempo, isto é, a combinação de PDoP e TDoP;
• RDoP, que é a medida relativa da DoP para uma base ou vetor.
Na Tabela 1, é possível conhecer os níveis de DoP e assim
classificar a qualidade do sinal:

Tabela 1: Nível de DoP e a precisão do sinal de GPS

43
Fonte: FORESTGIS, 2018.

O DoP aparece na tela do GPS, indicando, por meio de nú-


meros como os apresentados na Tabela 1, sobre a precisão dos
dados daquele momento.

Para ter mais segurança na recepção dos dados e das medidas


das coordenadas, além de minimizar o erro de leitura em virtude das os-
cilações existentes nos receptores, recomenda-se que sejam observados
quatro satélites (Portocarrero et al. 2018). Para a obtenção da posição de
determinada latitude-longitude ou coordenada UTM, o receptor GPS pre-
cisa somente receber o sinal de três satélites. No entanto, para a posição
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

de altitude, é necessário receber os sinais de quatro satélites.


Outro fator importante que interfere na qualidade do sinal é o cut-
-off-angle, que se refere a um parâmetro de posicionamento dos satélites
em relação ao horizonte, que pode acarretar erros nas medições do GPS.
O ângulo que indica esse posicionamento ocorre apenas quando os satéli-
tes estão localizados a menos de 15º acima do horizonte, fazendo com que
o receptor não consiga captar o sinal, ocasionando a imprecisão.
O multicaminhamento (ou efeito multipath ou multicaminho) é
um fenômeno que ocorre quando o o sinal de satélite do GPS “bate”
em estruturas próximas, como edifícios, estruturas concretadas, torres
de transmissão de energia e de telefonia móvel, árvores e montanhas,
entre outros, que diminuem a precisão do sinal. Quando isto acontece,
o receptor GPS detecta o mesmo sinal duas vezes em diferentes inter-
valos. No entanto, é um erro de fácil resolução, pois geralmente causa
imprecisão de poucos metros.
Para que a precisão dos sinais de GPS possam ser melhora-
dos, especialmente para trabalhos em que a acurácia seja um fator pri-
mordial, há algumas alternativas que contribuem neste processo. Uma
delas é a utilização de um segundo receptor, que pode porporcionar aos
usuários uma precisão métrica ou até milimétrica. O uso de um segundo
receptor é chamado de DGPS (Diferential Global Positioning System –
44
GPS Diferencial) (PORTOCARRERO et al. 2018).
Os aparelhos DGPS são similares ao GPS tradicional, apre-
sentando, como diferencial, um link que opera na frequência do rádio,
que é utilizado para receber as correções diferenciais provenientes
de uma estação-base. As correções acontecem em tempo real, e, por
meio delas, é possível eliminar diversos erros de localização e precisão
(PORTOCARRERO et al. 2018).
A correção dos erros ocorre da seguinte maneira: a estação-
-base calcula e transmite o erro de cada satélite através de sinais de
rádio. Esses dados são recebidos pelas estações remotas, que aplicam
a correção para o cálculo imediato das posições. Cabe salientar que,
para ter acesso a este tipo de serviço que envolve o acesso imediato
aos dados, é necessário o pagamento periódico à empresa que mantém
as estações de correção.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tam-


bém possui o serviço de DGPS. Você pode acessar o site https://

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


www.ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-posicionamento-
-geodesico/servicos-para-posicionamento-geodesico/16332-rbmc-
-ip-rede-brasileira-de-monitoramento-continuo-dos-sistemas-gns-
s-em-tempo-real.html?=&t=o-que-e e obter maiores informações.
Além disso, existe também a Rede Brasileira de Monitoramento
Contínuo do Sistema GPS (RBMC), que possui estações fixas com
receptores de última geração. A RBMC é totalmente automatizada
e permite ao interessado obter, com o GPS, as coordenadas geodé-
sicas de um ponto qualquer do território nacional.

O DGPS é muito útil para a elaboração de mapeamentos digi-


tais temáticos por Sistemas de Informação Geográfica, pois permite a
criação, por meio do apoio à digitalização de mapas temáticos, de pro-
dutos cartográficos relacionados ao uso do solo, geologia e geomorfolo-
gia, além de cartas especiais, como as de navegação costeira e aérea.
Além disso, o DGPS também pode ser usado para a elabora-
ção de mapas hidrográficos, de levantamentos sísmicos e gravimétri-
cos, mapas para a tomada de decisão na agricultura de precisão, além
de calibração de sistemas de retransmissão de dados.

45
Tipos de Sistemas de Posicionamento Global

Além desses sistemas de posicionamento existem ainda os


GPS cadastrais, os topográficos e os geodésicos.
Os sistemas de posicionamento global cadastrais possuem fun-
ções de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) associadas ao GPS. O
pós-processamento dos dados coletados é realizado nos próprios apare-
lhos ou através de notebooks, tábletes, entre outros, através da utilização
de um software específico. Esses equipamentos aprsentam grande ca-
pacidade de aquisição e armazenamento de dados alfanuméricos asso-
ciados às feições espaciais levantadas (PORTOCARRERO et al. 2018).

O GPS cadastral diferencia-se do GPS de navegação ou


ainda do DGPS devido justamente à capacidade de adquirir e ar-
mazenar os dados alfanuméricos associados às feições espaciais
levantadas, como os pontos, as linhas e os polígonos. Isso permite
a realização de mapeamentos cadastrais através de SIG próprios
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

para cadastro urbano e rural.

O GPS topográfico é um equipamento similar ao GPS cadas-


tral, entretanto os primeiros também apresentam evoluções tecnológi-
cas, como softwares de pós-processamento voltados ao uso de SIG, e
diversos acessórios, como tripés, antenas externas, mochilas, bastões
com níveis de calagem para medição da profundidade, podendo ser
utilizados até em áreas marítimas (PORTOCARRERA et al. 2018).
Esses acessórios conferem uma maior precisão à aquisição
dos dados, pois o sinal capta medidas centimétricas e até milimétricas.
Por isso, são considerados topográficos, pois permitem aquisição de
dados para mapeamentos temáticos em escalas de 1:2.000, 1.1.000 ou
maiores (PORTOCARRERA et al. 2018).
O GPS geodésico consiste em aparelhos de dupla frequência,
o que confere uma maior precisão na obtenção de dados, além de so-
frerem menos interferência por parte da ionosfera. São equipamentos
mais adequados para projetos em que são necessários uma grande
precisão diferencial e cartográfica, de milímetros. Conseguindo mapea-
mentos na escala de 1:1000 ou mais.

46
SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL E O GEORREFEREN-
CIAMENTO

A referência espacial refere-se às informações pertinentes à loca-


lização exata de um objeto na superfície da Terra, identificando o seu posi-
cionamento através dos Sistemas de Referência Terrestre ou Geodésicos,
sobre os quais são desenvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas.
Quando o arquivo geográfico possui referência espacial, ele
é chamado de arquivo georreferenciado, podendo ser inserido direta-
mente no banco de dados geográficos. Desta forma, esse arquivo pode
ser integrado a outras informações, resultando em diversos produtos
cartográficos para várias finalidades.
Nos casos em que o arquivo não apresenta uma referência es-
pacial, é necessário que ele seja georreferenciado. Para isso, é preciso
uma série de operações, chamada de transformação geométrica, que
visa estabelecer uma relação entre o sistema de referência do arquivo
geográfico e um sistema de referência terrestre. Essa relação promove
a alteração de algumas de suas características como posição, forma ou
tamanho (ROQUE et al. 2006).
O processo de georreferenciamento é considerado de funda-
mental importância no tratamento da informação geográfica, pois está

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


relacionado diretamente com a qualidade cartográfica.

Etapas do Georreferenciamento

O georreferenciamento pode ser dividido em três grandes eta-


pas (MELO et al. 2014):
A primeira etapa consiste na seleção da transformação de co-
ordenadas adequada, que também é chamada de mapeamento direto.
Nesta fase, o modelo matemático a ser utilizado é selecionado para
estabelecer uma relação entre o sistema de coordenadas da imagem
digital com o sistema de referência terrestre.
A segunda etapa é denominada de mapeamento inverso, e
consiste na construção da nova imagem, baseado na operação utilizada
na etapa anterior, definindo a localização dos pixels.
A terceira etapa é a reamostragem, em que os valores de cada
pixel da nova imagem são definidos, com base na imagem original.
Vamos tratar de forma mais detalhada sobre cada etapa nos
próximos itens.

47
Transformação de Coordenadas

A transformação das coordenadas corresponde a mecanismos


matemáticos usados para mover um sistema de coordenadas para ou-
tro. Para essa transformação, podem ser utilizados diversos modelos
matemáticos, dentre eles:
• Modelo de correções independentes, ou correção dos erros
sistemáticos, que tem por objetivo corrigir as diversas distorções sis-
temáticas que podem ocorrer na aquisição de uma imagem de senso-
riamento remoto, devido as suas características e posicionamento das
plataformas (MELO et al. 2014).
• Modelo fotogramétrico, que utiliza as equações de colineari-
dade, semelhante ao aplicado na fototriangulação (MELO et al. 2014).
• Modelo polinomial, ou correção de precisão, que constitui a cor-
reção das coordenadas através da relação geométrica entre as coordena-
das da imagem bidimensional e um Sistema de Referência Terrestre, tendo
como resultado uma imagem corrigida. Esta relação se baseia em funções
polinomiais cujos parâmetros são determinados a partir de Pontos de Con-
trole do Terreno (do inglês ground control point - GCP) (MELO et al. 2014).
O modelo polinomial está presente na maioria dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), pois ele não utiliza informações inerentes
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

à aquisição da imagem como, por exemplo, se ela foi digitalizada ou se


é uma imagem de sensoriamento remoto. Além disso, também não faz
distinção sobre o status ou o nível de correção geométrica da imagem.

Para compreender melhor sobre o Modelo Polinomial e


seus desdobramentos, leia o artigo “Decifrando o Georreferencia-
mento”, de Danilo Heitor Caires Tinoco Bisneto Melo e colaborado-
res, disponível na revista Geografia Ensino & Pesquisa, vol. 18, n.
3, set./dez. 2014.

Mapeamento Inverso

Após a transformação geométrica, o equacionamento da ima-


gem se completa com o mapeamento inverso, que calcula a posição
correta de cada pixel para a nova imagem.
O mapeamento inverso executa a reconstrução da nova ima-
48
gem que, raramente, coincide hermeticamente com a imagem original,
em decorrência do tipo de transformação geométrica e de sua precisão.
Durante este processo, é formulada uma função inversa sobre a equa-
ção utilizada na etapa anterior, por exemplo, quando se aplica a trans-
formação geométrica (T), o mapeamento inverso irá efetuar a transfor-
mação T-1 (MELO et al 2014).
De acordo com as características aplicadas no mapeamen-
to direto, a inversão pode ocorrer de forma numérica e não de forma
algébrica. Entretanto, este processo ocorre de forma automática, sem
mediação com o usuário, fundamentado na ideia de otimização compu-
tacional (MELO et al 2014).
O mapeamento inverso é de extrema importância para a reali-
zação da última etapa da transformação geométrica, a reamostragem.

Reamostragem

O mapeamento inverso é o responsável por efetuar o rearranjo


dos pixels, enquanto a reamostragem implica na extração dos valores
presentes nos pixels da imagem original e sua relocação nas coordena-
das da imagem de saída (MELO et al 2014).
A reamostragem trabalha pixel a pixel, primeiro ao longo das

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


linhas e depois ao longo das colunas, como uma janela móvel. Além
disso, corresponde a um processo de conversão e recuperação dos va-
lores da imagem original para a nova imagem, fundamentada em inter-
poladores, isto é, uma função contínua para que sejam reamostrados os
tons de cinza, por meio de interpolação. O uso de interpolação permite
dispor dos novos valores a partir de uma sequência discreta de amos-
tras pontuais previamente conhecidas (MELO et al 2014).
Os principais métodos utilizados na reamostragem são: vizinho
mais próximo (ou de interpolador de ordem 0), interpolação bilinear e
convolução.

Para compreender melhor sobre Mapeamento Inverso e a


Reamostragem, leia o artigo “Decifrando o Georreferenciamento”, de
Danilo Heitor Caires Tinoco Bisneto Melo e colaboradores, disponível
na revista Geografia Ensino & Pesquisa, vol. 18, n. 3, set./dez. 2014.

49
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2022 Banca: COPEVE/UFAL - FUNDEPES Órgão: TCE AL Pro-
va: COPEVE/UFAL - FUNDEPES - TCE AL - Agente de Controle Ex-
terno - Área: Engenharia Ambiental – 2022 Nível: Superior
O Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) refere-se ao con-
junto de constelações de satélites artificiais utilizados para posicio-
namento na superfície da Terra. Dadas as afirmativas sobre o GNSS,
I. Atualmente, um conjunto de satélites das constelações GNSS já
estão disponíveis e os receptores atuais são capazes de captar
dados de várias constelações simultaneamente.
II. A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) é um con-
junto de estações de referência utilizada como suporte para levan-
tamentos GNSS, atualmente administrada pelo Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
III. Para realizar o georreferenciamento de imagens de satélite, são
comumente utilizados pontos de controle, coletados em campo
através da tecnologia GNSS; porém, para que esses pontos sejam
precisos, é necessário obter o máximo de satélites pertencentes a
uma única constelação.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Verifica-se que está(ão) correta(s)


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconô-
micos – FEPESE Órgão: CELESC Prova: FEPESE - CELESC - Téc-
nico Industrial - Área: Agrimensura – 2022 Nível: Médio
Quanto ao conceito de diluição da precisão (DOP) no posiciona-
mento GNSS, é correto afirmar que:
a) Quanto menos satélites visíveis, menor é o valor esperado do DOP.
b) Quanto maior a distribuição espacial (abertura) dos satélites, maior é
o valor esperado do DOP.
c) Quanto maior o valor do DOP, melhor é a qualidade esperada do po-
sicionamento GNSS.
d) Quanto mais obstruções aos sinais dos satélites GNSS, menor é o
valor esperado do DOP.
e) Em geral, espera-se que o DOP vertical seja pior que o DOP hori-
50
zontal.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: IDECAN Órgão: SEMACE Prova: IDECAN - 2023 -
SEMACE - Fiscal Ambiental - FA02 Nível: Superior
A topografia pode ser vista como a ciência que estuda todas as
características presentes na superfície de um território, como o re-
levo e outros fatores próprios de determinada região.
Segundo o Manual Técnico de Posicionamento/INCRA, “a topogra-
fia clássica pode ser adotada de forma isolada ou em complemento
a trabalhos conduzidos por posicionamento GNSS, principalmente
onde este é inviável, em função de obstruções físicas que preju-
dicam a propagação de sinais de satélites. Os posicionamentos
executados pelos métodos poligonação, triangulação, trilateração
e triangulateração, devem permitir o tratamento estatístico das ob-
servações pelo método dos mínimos quadrados. Portanto, eles de-
vem contemplar observações redundantes, ou seja, o número de
observações deve ser superior ao número de incógnitas.”
Assinale a correta definição da Poligonação.
a) O posicionamento é baseado na observação de distâncias entre os
vértices intervisíveis de uma rede de triângulos.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


b) Se baseia na observação de direções e distâncias entre vértices conse-
cutivos de uma poligonal. A coleta de dados é realizada com a instalação
de um equipamento de medição sobre um dos vértices da poligonal, deste,
é observada a direção em relação ao vértice anterior (vértice “ré”), a dire-
ção ao vértice posterior (vértice “vante”) e as distâncias entre os vértices.
c) A determinação de coordenadas é obtida por meio da observação
de ângulos formados entre os alinhamentos de vértices intervisíveis de
uma rede de triângulos.
d) Se baseia na determinação de coordenadas a partir da observação
de ângulos e distâncias ou azimutes e distâncias. A determinação de
coordenadas do ponto de interesse é realizada a partir da observação
da distância entre um dos vértices conhecidos até o vértice de interes-
se, bem como do ângulo formado entre o alinhamento do vértice de
interesse e o alinhamento dos vértices conhecidos.
e) São observados ângulos e distâncias entre os vértices intervisíveis
de uma rede de triângulos e se destaca por possibilitar uma melhor pre-
cisão e melhor análise estatística das observações e das coordenadas,
tendo em vista o elevado número de observações redundantes.

QUESTÃO 4
Ano: 2022 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: TCE-AL Prova: COPEVE-
51
-UFAL - 2022 - TCE-AL - Agente de Controle Externo - Engenharia
Ambiental Nível: Superior
O Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) refere-se ao con-
junto de constelações de satélites artificiais utilizados para posicio-
namento na superfície da Terra. Dadas as afirmativas sobre o GNSS:
I. Atualmente, um conjunto de satélites das constelações GNSS já
estão disponíveis e os receptores atuais são capazes de captar
dados de várias constelações simultaneamente.
II. A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) é um con-
junto de estações de referência utilizada como suporte para levan-
tamentos GNSS, atualmente administrada pelo Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
III. Para realizar o georreferenciamento de imagens de satélite, são
comumente utilizados pontos de controle, coletados em campo
através da tecnologia GNSS; porém, para que esses pontos sejam
precisos, é necessário obter o máximo de satélites pertencentes a
uma única constelação.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitu-
ra de Lavras - MG Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 -
Prefeitura de Lavras - MG - Engenheiro Agrimensor Nível: Superior
Um munícipe de Lavras-MG decide proceder a atualização e desca-
racterização de sua propriedade (antes) rural para urbana junto a
prefeitura, cartório e INCRA-MG. Para tal, se necessário, ainda con-
sulta, a Lei Complementar nº 419, de 17 de dezembro de 2020, em
que, no seu Anexo V – Memorial descritivo do Perímetro Urbano e
Anexo VI – Mapa do Perímetro Urbano, auxiliará os seus trabalhos
de campo e escritório.
Para o levantamento dos limites de sua propriedade, o munícipe
se utiliza de receptores GNSS, adotando a técnica IBGEPPP para o
pós-processamento dos dados. Ainda se utiliza dos sistemas MA-
PGEO2015 e ProGriD, também do IBGE, para cálculos diversos.
Com relação aos sistemas IBGE-PPP, MAPGEO2015 e ProGriD, do
IBGE, bem como dos parâmetros dos anexos da lei citada acima,
assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
52
( ) O MAPGEO2015 serviu de base para o desenvolvimento do mo-
delo mais recente, denominado de “hgeoHNOR2020”.
( ) O MAPGEO2015 é um aplicativo para transformação de coorde-
nadas entre sistemas de referência oficiais, como, por exemplo, de
coordenadas geodésicas do SAD-69 para WGS-84.
( ) Apesar da utilidade da técnica IBGE-PPP, os resultados são for-
necidos através de relatórios que não são aceitos pelo INCRA em
processos para a certificação de imóveis rurais.
( ) No Anexo V – Memorial Descritivo do Perímetro Urbano, os limi-
tes do município de Lavras estão com suas coordenadas em UTM,
no meridiano central do fuso 22.
( ) O ProGriD se vale de arquivos contendo uma grade de valores
em latitude e longitude que permite a direta transformação entre o
Córrego Alegre, SAD69 e SIRGAS2000.
Assinale a sequência correta.
a) F V V F F
b) V V V F V
c) V F F F V
d) F V F V F

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Os satélites de GPS trabalham de forma conjunta, com o objetivo de de-
tectar um ponto na superfície terrestre. Neste sentido, descreva de que
forma os segmentos orbital e receptor do GPS funcionam juntos para a
localização de um ponto na Terra?

TREINO INÉDITO
O sistema de posicionamento global é composto por um conjunto
de satélites que circundam a órbita da Terra, e que é responsável
pelo fornecimento de dados que permitem a localização de qual-
quer ponto ou objeto na superfície. Sobre o GPS, é correto afirmar:
a) O sistema GPS funciona a partir de um conjunto de 24 satélites, sen-
do 20 operacionais e 4 sobressalentes.
b) Os satélites têm a bordo relógios analógicos, que são equipamentos
que fornecem o tempo preciso e a localização dos objetos na superfície.
c) O sistema GPS é formado por dois segmentos, o segmento espacial
e o segmento de controle.
d) O segmento espacial consiste na constelação de 24 satélites que
compõem o GPS, que se distribuem em seis planos na órbita terrestre,
com 4 satélites cada.
e) Os segmentos de controle consistem em estações de controle localiza-
dos no Brasil e em algumas antenas de transmissão espalhados pela Terra.
53
NA MÍDIA
O QUE ACONTECERIA NO MUNDO SE O GPS PARASSE DE FUN-
CIONAR
Para começar, teríamos que usar nossos cérebros para prestar atenção
para o mundo ao redor de nós quando fôssemos de A a B. Talvez isso não
fosse algo ruim: teríamos menos probabilidade de parar em rios e penhas-
cos por causa da nossa confiança cega nas ferramentas de navegação.
Você provavelmente já ouviu várias histórias sobre pessoas que se per-
deram justamente por causa do GPS. A minha é de um casal sueco que
escreveu errado o nome da ilha italiana de Capri e acabou a quilômetros
dali em Carpi, perguntando onde estava o mar. Mas há exceções.
Fonte: Folha de São Paulo
Data: 13 nov. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2019/11/o-
-que-aconteceria-no-mundo-se-o-gps-parasse-de-funcionar.shtml

NA PRÁTICA
O Sistema de Posicionamento Global pode ser utilizado em diversas
aplicações, até mesmo no monitoramento da variação do nível de água
de um rio. Apesar do GPS ter sido concebido com o objetivo primário
de posicionamento geodésico e de navegação, o sistema possibilitou
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

analisar diversos fenômenos terrestres, ampliando as aplicações do po-


sicionamento geodésico.
As soluções geodésicas trazem, entre outras informações, os valores
de altitude de diversos pontos da superfície terrestres, que podem ser
correlacionadas com as variações do nível de um rio em um determi-
nado local, desde que associadas a uma estação de monitoramento
contínuo do GPS.
A mudança no nível da água do rio pode ser relacionada com a variação
das altitudes por meio de uma anticorrelação: quando o nível do rio au-
menta, o volume de água aumenta e consequentemente gera uma carga
sobre a crosta terrestre, alterando os valores da altitude daquele ponto.
Desta forma, seria possível monitorar, a distância, o nível de rios e
corpos d’agua, gerando informações importantes do ponto de vista de
abastecimento, geração de energia e aspectos ambientais.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: Descomplicando: DATUM e Sistemas de Coor-
denadas e Como funciona o GPS
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=YW8lwn8L6rA e
https://www.youtube.com/watch?v=KTmUGf3P3ag

54
USO DO GEOPROCESSAMENTO E

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


DO GEORREFERENCIAMENTO NA
ANÁLISE ESPACIAL

O objetivo principal do Geoprocessamento é o fornecimento de


ferramentas e soluções computacionais para que diferentes usuários,
de qualquer área do conhecimento, possam realizar estudos que deter-
minem as evoluções espacial e temporal, além de fenômenos geográfi-
cos e as inter-relações entre eles (Figura 7).

55
Figura 7: O geoprocessamento permite a integração de diversas informações,
fornecendo uma ampla abordagem do espaço geográfico

Fonte: UNSPLASH, 2019.

Já o Georreferenciamento trata de fornecer as coordenadas


de uma imagem ou mapa em um determinado sistema de referência. O
processo de georreferenciamento é iniciado com a obtenção das coor-
denadas (pertencentes ao sistema no qual se planeja georreferenciar)
de pontos da imagem ou do mapa a serem georreferenciados, conheci-
dos como pontos de controle.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Os pontos de controle são locais que oferecem uma fei-


ção física perfeitamente identificável, tais como intersecções de
estradas e de rios, represas, pistas de aeroportos, edifícios proe-
minentes, topos de montanha, dentre outros. Os pontos de contro-
le podem ser obtidos por meio de atividade de campo, a partir dos
levantamentos topográficos e com a utilização do GPS.

Neste sentido, vamos conhecer as principais aplicações e as ten-


dências de utilização do Geoprocessamento e do Georreferenciamento.

APLICAÇÕES DO GEOPROCESSAMENTO

O Geoprocessamento consiste em um conjunto de tecnologias


destinadas a coleta e ao tratamento de informações espaciais, bem
como ao desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com dife-
rentes níveis de complexidade.
De forma geral, o termo geoprocessamento pode ser aplicado
56
aos profissionais que trabalham com cartografia digital , processamento
digital de imagens e sistemas de informação geográfica.
A cartografia digital refere-se as tecnologias destinadas a cap-
tação, a organização e ao desenho de mapas. O processamento digital
de imagens consiste no conjunto de procedimentos e técnicas desti-
nadas a manipulação numérica de imagens digitais, cuja finalidade é
corrigir distorções das mesmas e melhorar o poder de discriminação
dos alvos. E por fim, os sistemas de informação geográfica que são os
sistemas destinados à aquisição, armazenamento, manipulação, análi-
se e apresentação de dados referenciados espacialmente.
Com relação ao processamento digital de imagens, as funções
de processamento gráfico e de imagens são agrupadas de acordo com
o tipo de dado tratado, que corresponde a uma geometria distinta, que
podem ser: análise geográfica, processamento de imagens, modelagem
de terreno, redes, geodésia e fotogrametria, e produção cartográfica.
A Análise Geográfica consiste na combinação de informações
temáticas, que podem ser realizadas tanto no domínio vetorial quanto
no domínio matricial (“raster”). Existe uma série de procedimentos de
análise geográfica, que é denominado de Álgebra de Mapas, e que in-
cluem as seguintes funções:
• Reclassificação;

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


• Intersecção (“overlay”);
• Operações, boleanas e matemáticas entre mapas; e
• Consulta ao banco de dados.

Para compreender melhor sobre a Álgebra de Mapas, aces-


se o link http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/cap8-algebra.pdf
e leia o Capítulo 8, Álgebra de Campos e Objetos, dos autores João
Pedro Cordeiro, Cláudio Clemente Faria Barbosa e Gilberto Câmara.

O Processamento Digital de Imagens refere-se ao tratamento


de imagens obtidas por satélite e por meio de scanners.
Com o advento dos satélites de alta resolução e a evolução
das técnicas de fotogrametria digital, esses produtos tem sido cada vez
mais utilizados em diversos estudos e levantamentos, especialmente
em estudos ambientais e cadastrais. Mas para que o processamento
digital atenda aos objetivos destes estudos, é necessário que haja uma
série de funções, como:
57
• Realce por modificação de histograma;
• Filtragem espacial;
• Classificação estatística por máxima verossimilhança;
• Rotação espectral (componentes principais);
• Transformação IHS-RGB; e
• Registro.
A Modelagem Numérica do Terreno é um método que permite
o cálculo de declividade, volume, cortes transversais, linha de visada,
entre outros. A modelagem envolve algumas etapas básicas, como:
• Determinação do modelo a partir de pontos esparços ou linhas;
• Geração de mapas de contorno (isolinhas);
• Geração de mapas de declividade e de aspecto (Figura 10);
• Visualização 3D (com imagens e temas) (Figura 10);
• Cálculo de volumes; e
• Análise de perfis.

Figura 8: Exemplo de mapas gerados que são posteriormente aplicados em


software em 3D, para avaliação de declividade e aspecto
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Fonte: PIXABAY, 2019.

A Geodésia e Fotogrametria são técnicas que permitem a reali-


zação, através de programas específicos, de procedimentos de restitui-
ção e ortoretificação digital, que antes eram executados por equipamen-
tos analógicos. É uma metodologia muito importante para a cartografia
automatizada e atualização de mapeamentos diversos.
A Produção Cartográfica refere-se aos sistemas utilizados para
produção de cartas, com recursos muitas vezes altamente sofisticados
de apresentação gráfica. O sistema de produção permite uma definição
interativa de uma área de plotagem, a inserção de legendas, textos ex-
plicativos e notas de crédito. Os pacotes mais sofisticados dispõem de
controladores para dispositivos de gravação eletrônica a laser, o que
assegura a produção de mapas de alta qualidade.
A Modelagem de Redes é um a metodologia baseada no concei-
58
to de redes. As redes são estruturas lineares conectadas que armazenam
informações sobre os recursos que fluem entre localizações geográficas
distintas. Cada nó de cada arco que compõem uma rede apresentam
características próprias, que são armazenadas em um bando de dados.
Com o auxílio dessas metodologias, o Geoporcessamento
pode ser utilizado em diversos segmentos, destacando-se o cadastral,
a cartografia automatizada, o ambiental, as redes, planejamento agro-
pecuário e geografia voltada para negócios.
O segmento Cadastral envolve as metodologias relacioandas
ao geoprocessamento em aplicações de cadastro urbano e rural, que
são realizadas por órgãos governamentais, especialmente prefeitu-
ras. As escalas do cadastramento geralmente variam entre 1:1.000 a
1:20.000. Os sistemas de informação geográfica podem ser utilizados
como base de consulta ao banco de dados geográfico, além da intera-
ção com as diversas variáveis que envovem essas informações, além
de gerar os produtos cartográficos.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Para compreender melhor sobre o segmento cadastral e o
uso do geoprocessamento, acesse o link https://repositorio.unesp.
br/handle/11449/128176 e consulte a dissertação de mestrado in-
titulada “Compartilhamento de informações entre os Sistemas de
Cadastro e de Registro de Imóveis utilizando um SIG cadastral”
de Priscila da Silva Victorino, do Programa de Pós-graduação em
Ciências Cartográficas, UNESP campus Presidente Prudente.

A Cartografia Automatizada é o segmento responsável pela


transformação de mapas e cartas analógicos em mapeamentos básicos
e temáticos variados em formato digital. Para que ela seja realizada, é
necessário dispor de ferramentas como a aerofotogrametria digital e
de técnicas sofisticadas de entrada de dados, como os digitalizadores
ópticos, e de produção de mapas.
O segmento ambiental é uma área mais generalista, e pode traba-
lhar em projetos tanto de instiuições públicas quanto privadas, bem como
estar relacionado a várias áreas do conhecimento, como a agricultura,
meio ambiente, ecologia, planejamento urbano e regional, dentre outros.
Para que o geoprocessamento atenda as necessidades de cada
setor, é importante que haja uma estrutura de sistema de informações
geográficas que sejam capazes de integrar os diversos dados existentes
59
no banco de dados geográfico, gerenciar e converter as várias projeções
cartográficas, realizar a modelagem numérica de terreno, processar as
imagens e gerar os diversos produtos cartográficos de cartas.

Para compreender melhor sobre a aplicação do geopro-


cessamento no segmento ambiental, acesse o link https://revistas.
ufpi.br/index.php/equador/article/view/9253 e leia o artigo “Geo-
processamento aplicado na análise da fragilidade ambiental do
município de Brejo, Maranhão” de Paulo Roberto Mendes Pereira,
Francisco Wendell Dias Costa e Audivan Ribeiro Garcês Júnior, na
Revista Equador, da Universidade Federal do Piauí.

O segmento de redes refere-se ao uso do geoprocessamento


para atender as diversas demandas relacionadas ao serviços que são
oferecidos em rede, como os serviços prestados por concessionárias
de água, energia e telefonia. Um dos objetivos de se usar o geoproces-
samento neste segmento é a verificação do atendimento do serviço,
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

mapeamento das redes, dentre outros.


Para serem usados nos segmentos de rede, os sistemas de in-
formação geográfica devem apresentar duas características básicas: uma
forte ligação com bancos de dados relacionais e a capacidade de adapta-
ção e personalização. Por se tratar de um segmento mais específico, os
pacotes básicos disponíveis no SIG são insuficinetes, devendo portanto
ser desenvolvida linguagens específicas para a aplicação do SIG.

Para compreender melhor sobre a aplicação do geopro-


cessamento no segmento ambiental, acesse o link https://periodi-
cos.unipe.edu.br/index.php/interscientia/article/view/444 e leia o
artigo “Geoprocessamento aplicado à espacialização de serviço
de abastecimento de água em municípios da Paraíba” de Gedeão
Costa Floriano dos Santos e Maria Adriana Mágero de Freitas Ri-
beiro, da Revista InterScientia.

O segmento de Planejamento Rural envolve a aplicação do


60
geoprocessamento nos setores agropecuários, para atender as neces-
sidades de planejamento da produção e da distribuição dos seus produ-
tos, dentre outras aplicações (Figura 9).

Figura 9: Os drones são instrumentos bastante utilizados com o objetivo de


mapeamento e apoio da tomada de decisão no planejamento rural

Fonte: PIXABAY, 2019.

Da mesma forma que acontece no segmento de redes, para


serem usados no planejamento rural, os sistemas de informação ge-
ográfica devem apresentar duas características básicas: uma forte li-
gação com bancos de dados relacionais e a capacidade de adaptação

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


e personalização. Por se tratar de um segmento mais específico, os
pacotes básicos disponíveis no SIG são insuficinetes, devendo portanto
ser desenvolvida linguagens específicas para a aplicação do SIG.

Para entender melhor sobre a aplicação do geoprocessa-


mento no planejamento rural, acesse o link https://www.locus.ufv.
br/bitstream/handle/123456789/20425/artigo.pdf?sequence=1 e
leia o artigo “ Usos de geoprocessamento na avaliação de degra-
dação de pastagens no assentamento Ilha do Coco, Nova Xavanti-
na, Mato Grosso, Brasil” de Gabriel Caymmi Vilela Ferreira e José
Ambrósio Ferreira Neto, da Revista Engenharia na Agricultura.

A geografia para negócios, ou Business Geographic, como é


mais conhecida, é um segmento que atua na logística e em seus di-
versos aspectos, como a distribuição de equipes de vendas em uma
determinada localidade ou na localização de novos nichos de mercado.
Para a utilização do SIG no segmento de Business Geographic, as
61
ferramentas devem ser capazes de trabalhar com uma grande capacidade
de dados espaciais para fins de planejamento de negócios. Além disso, os
sistemas de informação geográfica devem ser adaptados ao cliente, com
a utlização de ferramentas de particionamento e segmentação do espaço
para a localização de novos negócios e alocação de equipes.

Para conhecer como o geoprocessamento pode ser apli-


cado em estudos voltados para os negócios, acesse o link https://
www.researchgate.net/profile/Marcilio_Souza_Junior/publica-
tion/284087038_Adotando_Tecnicas_de_Geolocalizacao_e_Bu-
siness_Intelligence_PARA_VISUALIZACAO_DOS_ATENDIMEN-
TOS_MOVEIS_DE_URGENCIA_A_PARTIR_DE_UM_DASHBOARD/
links/564bf1ce08ae020ae9f85af0/Adotando-Tecnicas-de-Geolocali-
zacao-e-Business-Intelligence-PARA-VISUALIZACAO-DOS-ATEN-
DIMENTOS-MOVEIS-DE-URGENCIA-A-PARTIR-DE-UM-DASHBO-
ARD.pdf e leia o artigo “Adotando técnicas de geolocalização e
business intelligence para visualização dos atendimentos móveis
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

de urgência a partir de um dashboard” de Michael Melville, Jéssica


Medeiros, Marcílio Souza Júnior e Allan Alves.

Por meio desses exemplos, podemos constatar que cada seg-


mento apresenta características próprias e requer soluções especializa-
das a partir de um pacote básico, o que nem sempre é compreendido
pelos usuários. Em Geoprocessamento, a distância entre a compra do
software e um resultado operacional por parte do usuário é muito gran-
de, pois envolve muitos detalhes e etapas, como a geração de dados
geográficos, a disponibilidade de metodologias de trabalho adequadas
e os mecanismos de divulgação dos resultados obtidos.

APLICAÇÕES DO GEORREFERENCIAMENTO

O georreferenciamento tem por objetivo mais amplo fornecer a


localização específica de um bem, objeto, ou outro referencial de inte-
resse, de forma individualizada dentro do globo terrestre. O Sistema de
Posicionamento Global (GPS) possui um papel fundamental no proces-
so de georreferenciamento.
Nos dias atuais, sabemos que o GPS possui diversas aplica-
62
ções como, por exemplo, a navegação, que contribui na aviação geral e
comercial, além da navegação marítima.
Ainda, praticamente qualquer cidadão que quiser saber a sua
posição, se localizar no espaço geográfico ou até mesmo encontrar o
seu caminho para determinado local pode se beneficiar com a utiliza-
ção do sistema GPS. Os veículos mais modernos já possuem um GPS
de fábrica para ser utilizado com esta finalidade, permitindo uma visão
geral da área que se está percorrendo (Figura 10).

Figura 10: O GPS é um equipamento muito difundido, fazendo parte do nosso


dia a dia

Fonte: PIXABAY, 2019.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Entretanto, para fins de georreferenciamento, devido à neces-
sidade de exatidão dos dados coletados, é necessária a utilização de
GPS ou de DGPS mais específicos, que permitam:
• O georreferenciamento e a plotagem dos pontos de campo
no mapa a ser construído com o auxílio dos sistemas de informação
geográfica (SIG);
• A construção de perfis topográficos, com a coleta de pontos
com intervalo conhecido em um determinado perfil de encosta, para fins
de investigação ambiental e agrícola;
• A localização em campo com uma carta temática ou topo-
gráfica, com o cuidado de programar o GPS sob o mesmo sistema de
coordenadas (latitude/longitude ou em coordenadas UTM).
O Georreferenciamento é uma ferramenta que permite, por-
tanto, determinar a posição exata de um objeto qualquer na superfície
terrestre. Desta forma, o georreferenciamento é muito utilizado na de-
terminação de imóveis rurais

63
O georreferenciamento de imóveis é obrigatório para as áre-
as rurais, ou seja, os imóveis rurais. Existem algumas discussões que
já tratam da necessidade de georreferenciamento de áreas urbanas,
para eliminar as sobreposições de propriedades e locação inadequa-
da de loteamentos, além de melhorar o planejamento urbano. A regu-
lação do espaço urbano é feita pela lei 10.257/2001, o Estatuto da Ci-
dade, que regulamenta os instrumentos urbanísticos e jurídicos para
a regularização fundiária, por meio do cadastro multifinalitário.

Nesse tipo de mapeamento, as coordenadas geográficas de


posição de todas as suas confrontações estão disponíveis, permitindo
ao proprietário saber exatamente onde começa e onde termina a sua
propriedade.
Desta forma, georreferenciar um imóvel significa definir a sua
forma, sua dimensão e sua localização através de levantamento topo-
gráfico. Além disso, um memorial descritivo, em que o imóvel rural é
descrito, deve ser elaborado por um profissional habilitado, com a emis-
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

são da devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo


as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais.
As coordenadas do imóvel rural devem ser georreferenciadas
ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional fixada pelo
INCRA, de acordo com a orientação prevista no artigo 176, § 4º, da lei
6.015/75, com redação dada pela Lei 10.267/01 (ROQUE et al. 2006).
Desta maneira, todos os imóveis rurais do país, ou seja, aque-
les que foram assim definidos pela autoridade municipal, responsável
pelo zoneamento urbano e rural, sejam eles de propriedade pública ou
privada, devem ser georreferenciados.

Para compreender sobre o georreferenciamento de áreas


rurais, acesse o link http://publicacoes.facthus.edu.br/index.php/
geral/article/view/126 e leia o artigo “Georreferenciamento: regula-
rização de imóveis rurais” de Marcos Morais Alves, Alcione Wag-
ner de Souza e Fabiana de Araújo Lana, no Jornal de Engenharia,
Tecnologia e Meio Ambiente.
64
A Lei 10.267/01, também chamada de Lei do Georreferencia-
mento, está em vigor desde 2011, e passou a exigir que o proprietário
de imóveis rurais relate ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) seu exato posicionamento, característica e extensão,
bem como seus confrontantes.

Para conhecer a Lei nº 10.267/01, conhecida como a Lei


do Georreferenciamento, acesse o link http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10267.htm e analise-a na íntegra.

As informações obtidas pelo georreferenciamento, bem como


o memorial, são apresentadas ao INCRA e são confrontados com os
dados já existentes e registrados. Se estiver tudo em conformidade aos
registros do INCRA, o órgão irá emitir a Certidão de Cadastro de Imóvel
Rural (CCIR) ao proprietário.
O georreferenciamento dos imóveis rurais permite não só ao IN-
CRA a legalização dos reais proprietários das terras, como também ga-

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


rante que o imóvel esteja registrado de forma correta, evitando sobrepo-
sições, desentendimentos por causa da posse, a usucapião, entre outros.

O georreferenciamento e o memorial descritivo permitem


que o INCRA emita o Cadastro de Imóvel Rural. Este documento é
muito importante e essencial para a realização de quase todos os
procedimentos que envolvem o terreno de uma propriedade rural.
Desta forma, para a solicitação de algum benefício go-
vernamental, a partilha de sua posse, bem como as operações de
compra, venda, arrendamento, entre outras, é necessário o Cadas-
tro de Imóveis Rurais.
Além disso, o Cadastro de Imóveis Rurais também é soli-
citado pelas instituições financeiras para que elas aceitem como
forma de garantia os imóveis rurais.

O georreferenciamento não é utilizado somente para fornecer


a localização exata de um imóvel rural, podendo ser aplicado em diver-
65
sas outras áreas.
Uma das aplicações do georreferenciamento é a determinação
da localização dos solos mais representativos existentes no Brasil. Esse
trabalho teve por objetivo o armazenamento, a manipulação e a dispo-
nibilização das informações sobre os solos brasileiros, que resultou em
um sistema chamado “SIGSOLOS”.

Para saber mais sobre a relação entre o georreferenciamen-


to e a criação de um bando de dados dos principais solos do Brasil,
acesse o link http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbcs/v28n5/22822.pdf e
leia o artigo “Estrutura e organização do sistema de informações
georreferenciadas de solos do Brasil (SIGSOLOS – versão 1.0)”, de
C. S. Chagas, W. Carvalho Júnior, S. B. Bhering, A. K. Tanaka, e J.
F. M. Baca, na Revista Brasileira de Ciência do Solo.

Também é possível, através do georreferenciamento associado


aos sistemas de informação geográfica, a integração de dados e estatísti-
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

cas como, por exemplo, dados em saúde. O georreferenciamento de da-


dos de saúde pública, como mortalidade, nascidos vivos, agravos de no-
tificação, informações hospitalares diversas, entre outros, constitui-se em
uma ferramenta interessante para a melhor gestão dos recursos públicos.

Para saber mais sobre a relação entre o georreferencia-


mento e os dados relacionados a saúde, acesse o link https://www.
arca.fiocruz.br/handle/icict/1290 e leia o artigo “Georreferencia-
mento de dados de saúde na escala submunicipal: algumas expe-
riências no Brasil”, Christovam Barcellos, Walter Massa Ramalho,
Renata Gracie, Mônica de Avelar F. M. Magalhães, Márcia Pereira
Fontes e Daniel Skaba, no Repositório Institucional da Fiocruz.

Além disso, esses dados podem ser integrados a outras bases


de dados, como dados ambientais e socioeconômicos, e serem subme-
tidas a procedimentos de avaliação de sua distribuição espacial, detec-
tando fenômenos e anomalias diversas.
66
O uso do georreferenciamento também é recomendado em es-
tudos de impacto de vizinhança para a instalação de empreendimentos
com potencial geração de impactos ambientais. O estudo do impacto de
vizinhança é recomendado pela Lei número 10.257, de 10 de julho de
2001, que é o Estatuto da Cidade, e tem por objetivo avaliar as áreas do
entorno para a instalação de atividades econômicas.

Para saber mais sobre o Estatuto da Cidade, acesse o link


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm e
tenha acesso ao documento, na íntegra!

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

67
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de São
Cristóvão - SE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - Prefeitura de
São Cristóvão - SE - Técnico Ambiental Nível: Médio
Para corrigir o georreferenciamento de uma imagem de satélite
que se encontra deslocada em 3 m na direção norte e em 4 m na
direção leste da sua posição verdadeira, é preciso deslocá-la
a) 4 m na direção sudoeste.
b) 3 m na direção oeste.
c) 5 m na direção sudoeste.
d) 5 m na direção sul.

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de São Lourenço da
Serra - SP Prova: Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Lourenço da
Serra - SP - Fiscal de Meio Ambiente Nível: Médio
Trata-se de um sistema computacional que permite capturar, arma-
zenar, manipular, analisar e apresentar dados georreferenciados,
ou seja, informações que possuem uma localização geográfica. O
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

sistema processa dados gráficos e alfanuméricos, permitindo que


informações de diferentes fontes sejam integradas em um mesmo
ambiente. Esses dados podem ser provenientes de satélites, le-
vantamentos de campo, mapas impressos, entre outros. O sistema
descrito é amplamente conhecido pela sigla:
a) GEOCOM.
b) SGEO.
c) SIG.
d) SIGE.
e) GECO.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: FUNDATEC Órgão: IF-SC Prova: FUNDATEC - 2023
- IF-SC - Professor EBTT - Topografia e Geodesia Nível: Superior
De acordo com as normas técnicas de georreferenciamento de imó-
veis rurais, no posicionamento relativo estático, tanto o(s) recep-
tor(es) do(s) vértice(s) de referência quanto o(s) receptor(es) do(s)
vértice(s) de interesse devem permanecer estáticos durante todo
o levantamento, sendo que o tempo mínimo de coleta irá variar de
acordo com a linha de base. Sabendo-se que a linha de base de um
levantamento é de 50 km, qual o tempo mínimo de coleta de dados?
68
a) 20 minutos.
b) 30 minutos.
c) 60 minutos.
d) 120 minutos.
e) 240 minutos.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: FUNDATEC Órgão: IF-SC Prova: FUNDATEC - 2023
- IF-SC - Professor EBTT - Topografia e Geodesia Nível: Superior
Ao realizar um georreferenciamento de imóveis rurais, é de suma
importância atentar-se aos valores de precisão posicional para vér-
tices definidores de limites de imóveis. Analise as assertivas abaixo:
I. A precisão posicional em vértices situados em limites naturais
deve ser melhor ou igual a 5,00 m.
II. A precisão posicional em vértices situados em limites inacessí-
veis deve ser melhor ou igual a 7,50 m.
III. A precisão posicional em vértices situados em limites artificiais
deve ser melhor ou igual a 0,50 m.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba
- SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba - SP
- Analista Ambiental Nível: Superior
No Sistema de Informação Geográfica (SIG) tem-se o plano de in-
formação (PI) rede de drenagem de uma microbacia de segunda
ordem. Sabe-se que esse PI foi extraído digitalmente de uma carta
topográfica, também no formato digital. Ainda, como ele perdeu
seu georreferenciado no momento da extração, é formado apenas
por linhas com identificador 1, estando algumas deslocadas à es-
querda em relação a sua posição real no campo, em cerca de 1,01
centímetros. Visando à localização correta, precisa e real da rede
drenagem, é correto afirmar que
a) é suficiente se ter as coordenadas reais e equivalentes aos cantos
do PI, para se proceder com o georreferenciamento e se ter os rios em
locais reais, de acordo com o que se vê no campo.
b) a partir de um PI digital de referência da microbacia contendo seus
69
rios, com datum e sistema de coordenadas reais, pode-se amostrar
coordenadas reais de pontos definidos no PI rede de drenagem para
proceder com o georreferenciamento, de forma a se ter feição de inte-
resse no seu local correto.
c) o georreferenciamento não permite a correção do deslocamento da rede
de drenagem, sendo necessária a realização de uma operação de sobre-
posição de soma entre carta topográfica original e o PI rede de drenagem.
d) a reamostragem do tamanho do pixel da imagem com a rede de
drenagem é necessária para que os rios ocupem sua posição correta,
sendo essa operação realizada previamente ao georreferenciamento.
e) baseando-se em PI com sistema de coordenadas e datum, respecti-
vamente SIRGAS 2000 e SAD69, procede-se ao georreferenciamento e
reamostragem da rede de drenagem por meio de digitalização em tela.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O Georreferenciamento tem por objetivo fornecer a localização específica
de um bem, objeto, ou outro referencial de interesse, de forma individua-
lizada dentro do globo terrestre. Para que o georreferenciamento seja fei-
to, é necessária uma série de etapas. Descreva as etapas que envolvem
o georreferenciamento de um determinado local no espaço geográfico.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
O georreferenciamento dos dados gráficos de um sistema de infor-
mação geográfica (SIG) deve ser feito:
a) Exclusivamente por coordenadas UTM.
b) Por meio de um sistema de coordenadas terrestres qualquer.
c) Exclusivamente por coordenadas geográficas.
d) Por um elemento de matriz.
e) Por um geocódigo.

NA MÍDIA
LEI QUE SIMPLIFICA O GEORREFERENCIAMENTO DE PROPRIE-
DADES RURAIS É SANCIONADA
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 13.838 de 2019, publicada
nesta quarta-feira (5) no Diário Oficial da União (DOU). Oriunda do Pro-
jeto de Lei da Câmara (PLC) 120/2017, a nova lei dispensa a carta de
anuência no processo de georreferenciamento de imóveis rurais.
Com a dispensa da anuência expressa dos confrontantes para reali-
zação da descrição georreferenciada, bastará a declaração do próprio
requerente de que respeitou os limites e as confrontações.
Autor da proposição quando ainda era deputado federal, o senador Irajá
(PSD-TO) disse, durante a votação no Senado, em maio, que a inicia-
70
tiva beneficia mais de 15 milhões de pequenos, médios e grandes pro-
dutores em todo o país.
Fonte: Agência Senado
Fonte: Agência Senado
Data: 05 jun. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www12.senado.leg.br/noticias/mate-
rias/2019/06/05/lei-que-simplifica-o-georreferenciamento-de-proprieda-
des-rurais-e-sancionada

NA PRÁTICA
O georreferenciamento pode ser utilizado em diversas aplicações, den-
tre elas usar a localização para a otimização de processos diversos. Um
dos exemplos é o uso do georreferenciamento para o monitoramento de
disposição de resíduos nas grades cidades.
O gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em um município cons-
titui um dos maiores desafios para o poder público municipal. Quando
não são dispostos de forma adequada, podem causar diversos impac-
tos ambientais e sociais.
O monitoramento dos pontos de descarte irregular por meio de georre-
ferenciamento podem contribuir na adoção de medidas para a melhor
disposição dos pontos de coleta, além da quantidade de pontos neces-

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


sários e as áreas em que esse tipo de despejo ocorre.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: “IEPEC: Aula gratuita do curso on-line Uso do
GPS em atividades agropecuárias” e “Como se planejar para o Georre-
ferenciamento”.
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=23gA36o9dik&t=1s
e https://www.youtube.com/watch?v=sndqcg93_JM

71
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os sistemas originários do tipo CAD são utilizados basicamente para


desenhos vetoriais, que envolvem elementos cartográficos de caráter
técnico e também a sua edição gráfica. Já os Sistemas de Informação
Geográfica podem integrar vários dados geográficos, além de realizar
análises a partir destes, através de um banco de dados vinculado aos
elementos gráficos, a base de dados.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

72
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Para compreender o funcionamento de um satélite de GPS, é neces-


sário entender um pouco de Geometria. Por meio da geometria, é feito
um esquema tridimensional para saber o tempo gasto para calcular a
distância de um ponto demarcado na Terra. O aparelho receptor calcula
a sua distância para algum satélite que integra o sistema GPS. Então,
o receptor (aparelho de GPS) precisa da distância em relação a, pelo
menos, mais dois satélites. Com as três distâncias (três satélites), o
aparelho “imagina” três esferas e elas se juntam em dois pontos (mapa
bidimensional). Logo, quando este se junta a mais um satélite, tem-se o
ponto tridimensional (latitude, longitude e altitude).

TREINO INÉDITO

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS


Gabarito: D

73
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O Georreferenciamento pode ser dividido em três grandes etapas: a


transformação das coordenadas, o mapeamento inverso e a reamostra-
gem. A primeira etapa consiste na seleção da transformação de coor-
denadas adequada, que também é chamada de mapeamento direto.
Nesta fase, o modelo matemático a ser utilizado é selecionado para
estabelecer uma relação entre o sistema de coordenadas da imagem
digital com o sistema de referência terrestre.
A segunda etapa é denominada de mapeamento inverso, e consiste na
construção da nova imagem, baseado na operação utilizada na etapa
anterior, definindo a localização dos pixels.
A terceira etapa é a reamostragem, em que os valores de cada pixel da
nova imagem são definidos, com base na imagem original.
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: B

74
EFEMÉRIDE: consiste em uma tabela astronômica que, com intervalos
de tempo regulares, registra-se a posição relativa de um astro.

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

75
CONCEIÇÃO, R. S. COSTA, V. C. Cartografia e Geoprocessamento. v.
2. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013. 264p.

FOREST GIS. Acurácia GPS: O que são PDOP, HDOP, GDOP, multi-
caminho e outros? FOREST GIS, 2018. Disponível em: http://forest-gis.
com/2018/01/acuracia-gps-o-que-sao-pdop-hdop-gdop-multi-caminho-
-e-outros.html/. Acesso em: 13 02 2020.

MELO, D. H. C. T. B. VOLPI, E.M. SILVA, H. M. MENEZES, L. A. MOU-


RA, P. V. Decifrando o Georreferenciamento. Geografia Ensino & Pes-
quisa, vol. 18, n. 3, p.85 – 102, 2014.

PORTOCARRERO, H. CONCEIÇÃO, R. S. COSTA, V. C. Geoproces-


samento. Volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2018. 376p.

ROQUE, C. G. OLIVEIRA, I. C. FIGUEIREDO, P.P. BRUM, E. V. P. CA-


MARGO, M. F. Georreferenciamento. Revista de Ciências Agro-Am-
bientais, v.4, n.1, p.87-102, 2006.

Figura 1: https://unsplash.com/photos/RFId0_7kep4 acesso em 31 10 2019


INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO E GEORREFERENCIAMENTO - GRUPO PROMINAS

Figura 2: https://pixabay.com/pt/illustrations/globo-terra-mundo-globali-
za%C3%A7%C3%A3o-895580/ acesso em 31 10 2019

Figura 3: https://pixabay.com/pt/vectors/mecanismo-de-varredu-
ra-146465/ acesso em 31 10 2019

Figura 4: https://pixabay.com/pt/vectors/de-emerg%C3%AAncia-desas-
tres-fogo-4314516/ acesso em 31 10 2019

Figura 5: https://unsplash.com/photos/Ky9JHrdvb1o acesso em 31 10 2019

Figura 6: https://pixabay.com/pt/photos/navega%C3%A7%C3%A3o-
-carro-unidade-estrada-1048294/ e https://pixabay.com/pt/vectors/gps-
-faixa-rastreamento-geocaching-98409/ acesso em 11 11 2019

Figura 7 https://pixabay.com/pt/illustrations/gps-sat%C3%A9lite-naviga-
tor-regime-de-1826792/ acesso em 11 11 2019

Figura 8: https://pixabay.com/pt/photos/northern-lights-aurora-boreal-
-noite-3847784/ acesso em 11 11 2019
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Figura 9: https://unsplash.com/photos/Ky9JHrdvb1o acesso em 11 11 2019

Figura 10: https://pixabay.com/pt/photos/montanhas-3d-al%C3%ADvio-


-neve-2033920/ acesso em 11 11 2019

Figura 11: https://pixabay.com/pt/illustrations/rede-terra-cadeia-de-blo-


co-globo-3537401/ acesso em 11 11 2019

Figura 12: https://pixabay.com/pt/photos/drone-agricultura-de-precis%-


C3%A3o-2734228/ acesso em 11 11 2019

Figura 13: https://pixabay.com/pt/vectors/meios-de-comunica%C3%A7%-


C3%A3o-sociais-conex%C3%B5es-3846597/ acesso em 11 11 2019

Figura 14: https://pixabay.com/pt/photos/navega%C3%A7%C3%A3o-


-gps-viagens-1726067/ acesso em 11 11 2019

Figura 15: https://pixabay.com/pt/photos/paisagem-natureza-colza-


-campo-3369304/ acesso em 11 11 2019

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