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NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS


NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

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NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
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Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas


pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!


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Professora: Marcos Rodolfo da Silva

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A neurociência é um campo multidisciplinar, há muitas outras
ciências que estão integradas nela, cada uma com diferentes níveis
de estudo e objetivos diferentes, mas em diálogo e coordenação contí-
nuos para alcançar um maior progresso no estudo do sistema nervoso
e de seus processos. Hoje em dia, os diferentes campos e interesses
estão abrindo, cada vez mais, novos caminhos a serem investigados
em áreas que, até agora, não estavam interessadas em explorar o cé-
rebro. A neuroanatomia é a ciência responsável pelo estudo da estru-
tura e organização do sistema nervoso, tanto no nível microanatômico,
com células neuronais quanto no nível macroanatômico, com grandes
estruturas. A neurofarmacologia é a disciplina responsável por estudar
como diferentes "drogas" afetam o sistema nervoso, tanto compor-
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tamental quanto fisiologicamente. Está relacionada à neuroquímica,


responsável pelo estudo das bases químicas do funcionamento neu-
ronal. A neurofisiologia é a disciplina responsável pelo estudo do com-
portamento e funcionamento dos neurônios, interessada na atividade
elétrica do sistema nervoso.

Neuroanatomia. Neurofisiologia. Neurofarmacologia.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE NEUROANATOMIA

Neuroanatomia e Aplicações ___________________________________ 13

Estrutura Interna dos Hemisférios Cerebrais: Memória ____________ 25

Recapitulando ________________________________________________ 29

CAPÍTULO 02
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE NEUROFISIOLOGIA

Neurofisiologia da Aprendizagem ______________________________ 33

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Mecanismos Moleculares de Armazenamento de Memória _____ 39

Neurofisiologia Clínica: Presente e Futuro _______________________ 43

Recapitulando _________________________________________________ 47

CAPÍTULO 03
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE NEUROFARMACOLOGIA

Origem e Nomenclatura da Farmacologia _____________________ 51

Relações: Estrutura-Química-Ação-Farmacologia _______________ 56

Recapitulando ________________________________________________ 67

Considerações Finais ___________________________________________ 70

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Fechando a Unidade ____________________________________________ 71

Referências _____________________________________________________ 75
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A Neuroanatomia é uma especialidade médica cuja finalidade é
a descrição do sistema nervoso. É interessada na anatomia do sistema
nervoso central: cérebro e medula espinal e do sistema nervoso perifé-
rico: crânio, coluna vertebral, vegetativa e nervos autonômicos. A espe-
cificidade desta disciplina, especialmente ao nível do sistema nervoso
central, é a ausência de diferenciação visível nos tecidos. Portanto, seu
estudo precisa levar em conta elementos organizacionais complexos
(conectividade, morfometria).
O sistema nervoso central inclui as estruturas do sistema ner-
voso onde são efetuadas a maioria das atividades de processamento de
informação, essas são revestidas por uma série de membranas deno-
minadas meninges responsáveis pela produção de fluido cerebrospinal,
o que lhes permite cobrir todos os espaços formados pelas estruturas
ósseas em que estão contidos, que têm a função de fornecer proteção.
Assim, o cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral estão localizados dentro
do crânio, enquanto a medula espinhal está localizada no interior do canal
espinhal que, por sua vez, está localizado dentro da coluna vertebral.
Já a neurofisiologia é um ramo das ciências neurológicas, que é
responsável pelo estudo funcional da atividade bioelétrica, periférica e do
sistema nervoso autonômico; usando equipamento e técnicas de análise
eletroencefalográfica avançadas, tais como, o mapeamento do cérebro,

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eletromiografia qualitativa e quantitativa, a eletroneuronografia, potenciais
evocados nas suas várias formas (auditiva, visual, sinestésica, motora e
cognitiva), polissonografia, magnetoencelografia e a estimulação transcra-
niana magnética (que também tem efeitos terapêuticos em alguns casos).
Na prática clínica da neuropsicologia que abrange o diagnóstico
de certas doenças que afetam o sistema nervoso central (epilepsia, mielo-
patia cervical, doenças dos neurónios motores), do sistema nervoso peri-
férico (neuropatia, polineuropatia, distrofia simpática reflexa), em doenças
do trato motor e músculo (esclerose lateral amiotrófica, miastenias Gravis,
miopatias) e durante a cirurgia (cirurgia de epilepsia, estimulação cerebral
profunda em cirurgias Parkinson monitorização do cérebro e coluna).
Ele também é o diagnóstico responsável pelo tratamento e
acompanhamento de pacientes com distúrbios do sono (narcolepsia,
apneias obstrutivas e hipopneias durante o sono, síndrome das pernas
inquietas, dissomnias e parassonias.
Em se tratando da neurofarmacologia, esta aparece no campo
científico no início do século XX, porque, eventualmente, os cientistas
foram capazes de compreender os conceitos básicos do sistema ner-
voso e como os nervos se comunicam uns com os outros. Antes dessa
descoberta existiam drogas encontradas mostrando alguma influência
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do seu efeito no sistema nervoso.
Em 1930, cientistas franceses começaram a trabalhar com
uma ordem de compostos chamados fenotiazinas e sintetizaram um
medicamento que poderia lutar contra a malária e que ainda esta era
uma tentativa fracassada de ciência. No entanto, demonstrou ter efeitos
sedativos, porém com o que pareciam ser efeitos benéficos para pa-
cientes com doença de Parkinson.
No final de 1940 os cientistas foram capazes de identificar neu-
rotransmissores como a noradrenalina (envolvido na contração dos va-
sos sanguíneos e aumento da frequência cardíaca e pressão arterial). A
dopamina (substância cuja escassez está presente na doença de Parkin-
son), a serotonina (conhecida pela sua vantagem sobre depressões), fo-
ram eventos históricos em neurofarmacologia permitindo que os cientis-
tas estudassem como um neurônio processa informações dentro dele.
Sendo assim, esta área é muito ampla e abrange muitos as-
pectos do sistema nervoso desde a manipulação de um neurônio sim-
ples até áreas inteiras do cérebro, medula espinhal e nervos periféricos.
Para uma melhor compreensão das bases do desenvolvimento de uma
droga, primeiro é preciso entender como os neurônios se comunicam
uns com os outros.
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CONCEITOS E APLICAÇÕES DE

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NEUROANATOMIA

NEUROANATOMIA E APLICAÇÕES

O propósito da educação especial é detectar e ajudar a diagnos-


ticar, sem encontrar uma cura para essas deficiências apresentadas por
indivíduos com esses problemas. Há uma estreita relação entre a neuro-
anatomia com essa disciplina de educação, uma vez que esse ramo da
medicina destaca o estudo das habilidades motoras, percepção, postura,
movimentos corporais entre outros. A neuroanatomia é a parte da anatomia
que lida com o estudo das diferentes partes do sistema nervoso e dos ór-
gãos dos sentidos, especialmente nos aspectos descritivos e topográficos,
bem como, uma grande conversão de textos harmônicos. (BEAR, 2002)
Nos animais vertebrados, as rotas que os inumeráveis nervos
descrevem do cérebro para o resto do corpo (ou a "periferia") e a deta-
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lhada estrutura interna do cérebro são extremamente elaboradas. De-
vido a essa complexidade, o estudo da neuroanatomia tornou-se uma
disciplina em si, embora também represente uma especialização dentro
das neurociências. A delimitação das diferentes estruturas e regiões do
cérebro serve, principalmente, para saber como funciona. Por exemplo,
muito do que os neurologistas aprenderam vem da observação de como
o dano ou "lesão" em áreas específicas do cérebro afeta o comporta-
mento ou outras funções nervosas. (BEAR, 2002)
Os neuroanatomistas trabalham, principalmente, com dissecção
anatômica, exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomo-
grafia computadorizada, realizados in vivo e com histologia. Em se tratando
dos planos anatômicos, existem 3 planos básicos, segundo Bear (2002):
• frontal ou coronal
• horizontal
• sagital
Quando o plano sagital atravessa a linha média, é chamado de
plano mediano.
• plano médio. Plano vertical imaginário que passa longitudinal-
mente através do corpo da face anterior para a posterior e divide-a em
duas metades, direita e esquerda.
• plano sagital. Planos verticais imaginários que passam para-
lelamente ao plano mediano, são nomeados pela sutura sagital do crâ-
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nio com a qual eles são paralelos. Aqueles que passam pelo meio são
médios e aqueles que não passam são conhecidos como parassagitais.
Eles dividem o corpo em direito e esquerdo.
• plano frontal ou coronal. Eles são verticais e imaginários. Eles
são nomeados para a sutura coronal ou frontal do crânio. Divida em
anterior e subseqüente. O maior eixo vertical do corpo é chamado de
eixo principal.
• plano horizontal. São planos imaginários que passam pelo
corpo, paralelos ao solo e perpendiculares aos planos frontal e sagital,
dividindo o corpo em superior e inferior.
Dentro do sistema nervoso estão os corpos dos neurônios e suas
extensões. Os corpos estão na parte interna do crânio, conhecida como
cérebro e canal medular da coluna vertebral, conhecida como medula
espinhal; moldando o Sistema Nervoso Central. A concha óssea protege
o sistema na forma de armadura e "os corpos dos neurônios são como
os generais que estão na sede dentro de um bunker". Alguns prolonga-
mentos dos neurônios cumprem a função de mensageiros servindo como
comunicação entre os neurônios dentro desse sistema. (BEAR, 2002)

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Neuroanatomia é a ciência dedicada ao estudo da anato-
mia do sistema nervoso, ou seja, a sua estrutura e organização.

Por sua vez, o Sistema Nervoso Central é organizado na forma


de níveis, garantindo, assim, algum poder ao nível superior nos outros
níveis. Sendo o inferior controlado pelo seu precessor, sob a forma de
hierarquia. O nível em que as funções são desempenhadas como per-
cepção consciente, memória ou raciocínio lógico é o córtex cerebral,
considerado o superior. Outras estruturas, como o cerebelo e os gân-
glios da base, são encontradas sob o córtex e são responsáveis por
ajustar inconscientemente os detalhes dos movimentos. Em seguida, o
hipotálamo é o controlador do ambiente interno do organismo. Abaixo
está o tronco do cérebro ou tronco, em que se assenta o cérebro, que
controla aspectos mais básicos, como manter o equilíbrio na posição
ereta, controle da pressão arterial e movimentos automáticos, como
respiração, deglutição ou mastigação. (BEAR, 2002)
O nível mais básico é o da medula espinhal que controla mo-
vimentos como caminhar ou retirar a mão de uma fonte de calor ou

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estimulação dolorosa. Vejamos:

O Cérebro

O cérebro é o órgão do corpo que mais trabalha, pois tudo que é


feito, sentido ou pensado é devido ao cérebro. É um funcionamento multidi-
recional de uma maneira muito mais complexa, pois processa a informação
sintetizando e integrando-a através de processos paralelos e simultâneos.
Sabendo disso, também é necessário lembrar que todas as in-
formações que você pode obter do mundo exterior, ocorre por meio dos
sentidos (paladar, tato, olfato, visão e audição) cujas sensações são re-
cebidas pelos respectivos órgãos (língua, pele, nariz, olhos e orelhas),
que por sua vez são controlados pelo cérebro; essas partes sensíveis
estão constantemente enviando "mensagens", informando-nos sobre
tudo o que acontece ao nosso redor. No entanto, e apesar de toda essa
informação, estudiosos da área afirmaram que o ser humano usa, apro-
ximadamente, apenas dez por cento (10%), da capacidade desse ma-
ravilhoso órgão. (BEAR, 2002)
Da mesma forma que foi determinado, geralmente, que cada
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hemisfério interage estreitamente com o seu homólogo, mas desempe-
nham funções diferentes, e cada um é responsável por uma peça cor-
poral, ou seja, que as funções realizadas pelo lado A esquerdo do corpo
são dirigidas e controladas pelo hemisfério direito, ocorrendo de manei-
ra semelhante com o hemisfério esquerdo, permitindo, assim, comple-
mentar cada uma das mensagens recebidas e executar plenamente as
funções corporais competentes para esse corpo. (BEAR, 2002)

Macroestruturas: Matéria Cinzenta e Branca

O tecido chamado "substância cinzenta" presente no cérebro


e na medula espinhal é também conhecido como uma substância acin-
zentada e é composto de corpos celulares. A "substância branca" ou
substância alba é composta de fibras nervosas. A matéria branca do
cérebro refere-se às células nervosas que estão sob o córtex ou subs-
tância cinzenta, que têm muita mielina que cobre parte de cada célula.
A mielina atua como um isolante e aumenta a taxa de transmissão de
todos os sinais nervosos. (BEAR, 2002)

Substância Branca
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Partes interiores do cérebro (matéria cinzenta revestida na sua


casca exterior) alojando uma alta concentração de axônios brancos, de-
vido à presença de revestimentos de mielina (células gliais) que isolam
os axônios. Em suma, a massa cinzenta é composta de neurônios, en-
quanto a substância branca cobre os ramos nervosos através dos quais
as células se comunicam umas com as outras.

Substância Cinzenta

As partes do córtex do cérebro são cinza devido à abundância


de neurônios e seus dendritos, que possuem membranas dessa cor. A
matéria branca adquire a cor da mielina. A palavra córtex é usada para
uma parte do cerebelo, que também tem uma camada dele. A massa
cinzenta é composta de neurônios, enquanto a substância branca cobre
os ramos nervosos através dos quais as células se comunicam umas
com as outras. Do ponto de vista funcional, a massa cinzenta forma
centros de processamento.
As macroestruturas presentes em órgãos como:

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Cerebelo

"Ele tem dobras em sua superfície na cor cinza e na parte cor-


tical penetra no branco de arborização, formando o chamado de" árvore
da vida". Entre seus dois hemisférios uma pequena eminência que se
assemelha a um verme chamado vernix é interposta dentro do cerebelo,
os núcleos cerebelares da massa cinzenta e dentro do cérebro os núcle-
os talâmicos, caudados e lenticulares da massa cinzenta. (BEAR, 2002)

Encéfalo

Os órgãos do sistema nervoso são compostos, principalmente,


por tecido nervoso, cujos elementos constituintes são neurônios e cé-
lulas gliais que dão origem à substância cinzenta formada por corpos
de células nervosas, neurilo e matéria branca, formada pelas fibras ner-
vosas ou axônios e suas vagens. Diferentemente da medula espinhal,
o cérebro é composto por um centro de substância branca cercado por
uma cobertura externa de massa cinzenta. No entanto, algumas mas-
sas importantes de substância cinzenta estão localizadas no interior da
substância branca. (BEAR, 2002)

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Figura 1 – Encéfalo

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

A substância branca localizada abaixo do córtex é formada por


axônios mielinizados que se estendem em três direções principais:
1. Fibras de associação: conectando e transmitindo impulsos
nervosos entre as convoluções do mesmo hemisfério.
2. Fibras comissurais: transmitem impulsos nervosos entre
convoluções de um hemisfério cerebral para o hemisfério cerebral opos-
to (corpo caloso, comissura anterior, comissura posterior).
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3. Fibras projeção (ascendente e descendente) transmitem im-
pulsos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa (cápsula interna).

Medula Espinhal

É a região mais caudal do sistema nervoso central, de formato


cilíndrico, acomodado no canal da coluna vertebral, entre o bordo su-
perior do atlas para o bordo inferior da segunda vértebra lombar. Atua
como um centro de reflexão, bem como serve de estrutura, por onde
passam aferentes que transportam informações para os centros supe-
riores; também fazem as informações eferentes, levando a centros su-
periores do neurônio motor inferior. (BEAR, 2002)
A medula espinhal é coberta por três envoltórios; à mesma,
que está intimamente ligada é chamada piamáter, a que vem a seguir
(em frente) é a aracnóide (entre eles não permanece um espaço preen-
chido com fluido cefalorraquidiano, o espaço subaracnóide); finalmente
o terceiro revestimento, dura-máter, é o mais forte e está cobrindo o
acima, deixando um espaço entre este último e as paredes ósseas do
canal espinhal, esse espaço é chamado epidural e é preenchido com
tecido adiposo e vasos sanguíneos. (BEAR, 2002)
Essas capas, além de servirem como meio de proteção, servem
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como suporte ou apoio da medula, pois apresentam aderências aos ossos


que a cercam. A medula espinhal está alojada dentro do canal espinhal e
continua diretamente para cima, com a medula oblonga. Inicia-se no pri-
meiro nervo cervical, ao nível do buraco occipital, e se prolonga para baixo,
mais ou menos na altura da segunda vértebra lombar, ponto em que ela
continua o filo terminal, prolongamento da piamáter. (BEAR, 2002)
A medula espinhal é achatada e o ântero-posterior mostra o
corte transversal de uma camada exterior de matéria branca e uma
massa cinzenta interna disposta como uma letra H. Existe um pequeno
tubo no centro do osso, epdima que abre o quarto ventrículo na sua ex-
tremidade superior e termina em um fundo cego na extremidade inferior
da medula espinhal. (BEAR, 2002)
Na medula existem vários sulcos longitudinais que servem
como limites para os feixes de fibras nervosas que o atravessam. Esses
sulcos incluem: o sulco medial anterior (fissura) e o sulco posterior, mais
superficial; o sulco colateral posterior, marcado pelo surgimento das ra-
ízes posteriores e do sulco colateral anterior, marcado pelo surgimento
das raízes anteriores dos nervos espinhais. (BEAR, 2002)
Esses sulcos servem como ponto de referência para localizar
os cordões anterior, lateral e posterior. Na parte inferior do sulco me-
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diano anterior está a comissura branca, através da qual decussa ou
atravessa o trato espinotalâmico e o feixe piramidal direto. Os cordões,
por sua vez, consistem fascículos, contendo algumas vias ascendentes
para o cérebro e medula espinhal e algumas vias descendentes prove-
nientes do cérebro para a medula espinhal. (BEAR, 2002)
Além disso, neles estão localizados, de acordo com Bear (2002):
• O núcleo de origem do nervo oculomotor.
• O núcleo de origem do nervo patético. São centros de refle-
xos, como o coordenador de alguns movimentos (mastigação).
• Os tubérculos quadriláteros ou colículos quadríguos, localiza-
dos atrás do aqueduto de Silvio e os pedúnculos cerebrais. Eles formam
quatro cantos arredondados ou eminências; eles estão dispostos em
pares, dois anteriores e dois posteriores ou superiores e inferiores. Em
sua estrutura eles apresentam a substância central cinza coberta pela
substância branca.

O estudo de neuroanatomia divide o sistema nervoso em


dois tipos principais: o sistema nervoso central e sistema nervoso

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periférico.

• Os tubérculos quadrilaterais anteriores ou superiores são cha-


mados de nates. Os posteriores ou inferiores são chamados testículos.

Bulbo Raquídeo

É o mais baixo dos três segmentos do tronco cerebral, localizado


entre a ponte do tronco cerebral e a medula espinhal. Seu limite anatômico
em relação à ponte do tronco cerebral se distingue muito bem, observando
o sulco ponto-bulbar no lado anterior. O nome de medula oblongata ou me-
dula ablongada é aplicado à parte do neuroeixo, intercalada entre o encé-
falo e a medula, a qual é sua continuação. Nesse órgão existem diferentes
elementos que correspondem ao cérebro, ao cerebelo, à medula espinhal
e a uma volumosa quantidade de nervos bulbares. (BEAR, 2002)
Embora o bulbo, no conjunto dos centros nervosos, seja rela-
tivamente pequeno, suas funções o tornam um elemento indispensável
para a vida. Sua supressão causa morte imediata. A medula é a porção
cônica do tronco ou tronco cerebral, que se estende desde a protube-
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rância, acima, até a medula espinhal, abaixo. As características super-
ficiais da medula espinhal mudam gradualmente em direção ao bulbo.
O bulbo termina ao nível do forame occipital. Além de estar localizado
na mesma área importante do motor e centros sensoriais, que regulam
a atividade do coração e da respiração, também inclui alguns núcleos
cranianos tais como VIII, IX, X, XI, XII, (BEAR, 2002)
No bulbo, as fibras de muitas estradas principais mudam de lugar
ou se encontram; as vias descendentes adotam características da medula
espinhal e as vias ascendentes mudam para a forma do tronco encefálico.
Na parte da frente da lâmpada, algumas características observadas na me-
dula espinal são mantidas, continua-se a ranhura acima de cada lado des-
sas pirâmides, as ranhuras de estrutura, contendo a córtico via espinal. Na
extremidade inferior do bulbo, algumas dessas fibras de projeção cruzam
a linha média para o lado oposto (decussação das pirâmides). Esse ponto
marca a separação entre medula e bulbo. (BEAR, 2002)
Na superfície posterior do bulbo, a forma de diamante do quarto
ventrículo afina para baixo, de modo que na parte inferior do bulbo a parte
posterior do ventrículo estreita-se gradualmente. A partir do o ponto de
fecho do quarto ventrículo, para a parte inferior da lâmpada, há mais meia
ranhura, é continuado para baixo, do lado de trás da medula espinhal. Ad-
jacente ao sulco, em cada lado, há uma coluna de fibras ascendentes, o
fascículo grácil. Essa coluna vertical fica ao lado do fascículo do cuneatus,
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que é mais lateral. Ambos estão separados pelo sulco intermediário pos-
terior. Os centros de substância cinzenta encontrados nas extremidades
superiores desses pacotes, os núcleos grácil e cuneiforme, são pontos
de revezamento nas vias do cordão posterior que transmitem aferentes
de toque fino e propriocepção consciente. Sua configuração morfológica,
apresenta-se como um pequeno membro do aparato nervoso que pesa
entre 6 e 7 gramas e mede cerca de 3cm de comprimento, formando uma
parte específica da medula espinhal, da qual é a sua porção superior. A
sua forma é invertida em cone truncado e a sua localização é topográfica,
na área imediata abaixo do buraco occipital, entre os dois setores da ca-
vidade craniana, e o canal espinhal. (BEAR, 2002)
Possui núcleos que controlam centros vitais, que regulam a
freqüência cardíaca, respiratória e o calibre dos vasos sanguíneos.
Também coordena respostas reflexas não vitais, como tosse, espirros,
vômitos e soluços. Ele contém núcleos que dão origem ao VIII nervo
craniano ao XII par (auditiva ou vestibular, glossofaríngeo, vago ou
vago, espinhal, hipoglosso). Os núcleos vestibulares participam da ma-
nutenção do equilíbrio. A formação reticular que também faz parte da
ponte, do mesencéfalo e do diencéfalo (tálamo e hipotálamo) desempe-
nha funções nos estados de sono e vigília. (BEAR, 2002)
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Protuberância

O tronco cerebral se alarga em uma porção chamada protube-


rância ou ponte. É assim chamada porque as camadas superficiais do
tronco cerebral, nesse nível, são compostas de fibras nervosas cruzan-
do entre os dois hemisférios do cerebelo. Esses estão ligados à face an-
terior do tronco cerebral e cobrem centros regionais e estradas longas.
Essa é uma massa nervosa localizada acima do bulbo, a qual é sepa-
rada pelo sulco bulboprotuberacional. É chamada de "ponte" de Varo-
lio porque suas fibras superficiais parecem simplesmente unir os dois
hemisférios cerebelares. Juntar-se à medula espinhal e ao cérebro, é o
tronco cerebral, com cerca de 7,5 cm. de comprimento. (BEAR, 2002)
Essa estrutura contém centros que regulam várias funções vi-
tais para a sobrevivência, incluindo batimentos cardíacos, respiração,
pressão sanguínea, digestão e certas ações reflexas, como engolir e
vomitar. Além disso, é responsável pela estimulação da função reticular
(olho) que mantém o cérebro acordado e alerta, controle do sono, o
reflexos normais, que se originam na medula espinal e mantém o tónus
muscular e a postura, que é a rigidez ou tensão que nos permite manter
as costas eretas, em pé ou sentada. (BEAR, 2002)

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Conformação externa

• A protuberância tem a forma de um cubo.


• A face anterior é convexa e apresenta um sulco mediano.
Descansa no processo basilar do occipital. Os trigêmeos são destaca-
dos nos lados.
• A superfície posterior forma a metade superior do assoalho do
quarto ventrículo.
• Nas laterais estão os pedúnculos cerebelares médios que re-
lacionam a protuberância no cerebelo.

Figura 2 – Face anterior convexa

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

• A face superior está em relação aos pedúnculos cerebrais e a


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face inferior continua com o bulbo.

Conformação Interna

Os cortes da protuberância, são, de acordo com Cagnin (2009):


• Fibras longitudinais, que são a continuação das pirâmides an-
teriores, isto é, do feixe piramidal do motor e da faixa do trilho sensível.
• Fibras bilaterais, que vão de um hemisfério para outro do ce-
rebelo.
• Fibras unilaterais, que vão do hemisfério cerebelar até a subs-
tância cinzenta da ponte e depois continuam pelos pedúnculos cerebrais.
A substância cinza da protrusão aparece, como no bulbo na
forma de núcleos e compreende:
• A continuação do núcleo do bulbo;
• E alguns núcleos da protuberância, disseminados na subs-
tância branca.

Funções de Extrusão

• A protuberância é um órgão condutor e um centro funcional.


• Órgão motriz: através da protuberância, passa pelas vias sen-
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síveis que vão da medula ao cérebro e vice-versa.


• Como todas as fibras se cruzaram, seja na medula ou no
bulbo, todas as fibras da protuberância estão relacionadas com o lado
oposto do corpo.
• Centro funcional: a protuberância é o centro da estação; sem
esse órgão, o animal não pode ficar em quatro patas e cai imediatamen-
te. Além disso, é um centro de associação que intervém nas emoções
e determina os fenômenos fisiológicos que os acompanham, como a
aceleração do pulso, respiração, etc.

Diencéfalo

O diencéfalo é uma estrutura localizada na parte central dos


hemisférios cerebrais. Está localizado entre os hemisférios e o tronco
cerebral, e através dele passa a maior parte das fibras que vão para o
córtex cerebral. O diencéfalo é composto de várias partes: tálamo, hi-
potálamo, subtálamo e epitálamo. O tálamo é formado por dois corpos
ovóides de 3 cm. longo e aproximadamente 1,5 cm. de espessura, que
fica na profundidade de cada hemisfério cerebral. O terceiro ventrículo
22
separa os dois, embora estes permaneçam unidos graças a uma ponte
de tecido talâmico chamada massa intermediária, que se estende entre
ambos. (CAGNIN, 2009)
Os tálamos são massas de massa cinzenta, portanto, contêm
corpos neuronais e numerosas conexões sinápticas. Do ponto de vista
funcional, o tálamo é uma estação de retransmissão sensível. Os im-
pulsos nervosos formam uma escala no nível talâmico, estabelecendo
sinapses antes de continuar sua jornada até o córtex cerebral. O tálamo
também constitui um centro sensitivo primitivo que serve para registrar
um tipo de sensação generalizada e imprecisa. (CAGNIN, 2009)

Filme sobre o assunto: Nise: O Coração da Loucura (2016)


Filme sobre o assunto: Se Enlouquecer Não se Apaixone
(2010)
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=Ue-
AUNvcM_xk e https://www.youtube.com/watch?v=VRcvrAhZ4G0
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno
note a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.

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O hipotálamo está localizado, como o nome sugere, abaixo do
tálamo. Apresenta uma grande variedade de funções, algumas delas
bastante incomuns. Por exemplo, produz pelo menos dois hormônios
(ocitocina e vasopressina) e contém centros que regulam a atividade da
glândula pituitária anterior, o sistema nervoso autônomo, a temperatura
corporal e a ingestão de água e alimentos. Além disso, o hipotálamo
está relacionado ao estado de vigília e à sensibilidade emocional. Em
animais de laboratório, como o gato, a liberação da influência inibitória
exercida sobre o hipotálamo no córtex cerebral causa o surgimento de
explosões de violência à menor provocação. (CAGNIN, 2009)
O subtálamo está na frente do tálamo e ao lado do hipotála-
mo, sua principal função está relacionada ao movimento do corpo. Os
caminhos neuronais que o atravessam vão para o tálamo, o cerebelo e
os gânglios da base. O epitálamo está localizado na parte posterior do
diencéfalo, próximo ao mesencéfalo. É formado pela glândula pineal ou
epífise e os núcleos da habenula. A epífise é uma glândula endócrina
que secreta o hormônio da melatonina, essa secreção está relaciona-
da à quantidade de luz solar que existe, o quanto de luz segregar. A
habenula tem a função de favorecer a comunicação entre o sistema
23
límbico e a formação reticular. (CAGNIN, 2009)

Hemisférios Cerebrais

Os hemisférios cerebrais são separados por uma profunda


fissura sagital na linha média, a fissura cerebral longitudinal. A fissura
contém a dobra em forma de foice da dura-máter, a foice do cérebro e
os vasos cerebrais anteriores. Na profundidade da fissura, uma grande
comissura, o corpo caloso, conecta os hemisférios através da linha mé-
dia. Uma segunda dobra da dura-máter separa os hemisférios cerebrais
do cerebelo e é chamada de tenda do cerebelo. (CAGNIN, 2009)
Para aumentar ao máximo a área da superfície do córtex cere-
bral, a superfície de cada hemisfério cerebral é dobrada em circunvolu-
ções separadas por sulcos ou fissuras. Para facilitar a descrição, cos-
tuma-se dividir cada hemisfério em lobos nomeados de acordo com os
ossos cranianos sob os quais eles estão localizados. As fissuras central
e parietal occipital e as fissuras laterais e a calcarina são limites utiliza-
dos para a divisão dos hemisférios cerebrais nos lobos frontal, parietal,
temporal e occipital. (CAGNIN, 2009)

Fissuras Principais
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A fissura central: tem grande importância porque a convolução


localizada na frente, contém as células motoras que iniciam os movi-
mentos do lado oposto do corpo; por trás dele está o córtex sensorial
geral, que recebe informações sensoriais do lado oposto do corpo. A
fissura central identifica a borda medial superior do hemisfério em apro-
ximadamente 1 cm., atrás do ponto médio. Ele corre para baixo e para
frente através da face lateral do hemisfério e sua extremidade inferior
é separada do ramo posterior da fissura lateral por uma ponte estreita
do córtex. A fissura central é a única fissura de um certo comprimento,
nessa superfície do hemisfério que indentifica a borda superomedial e
está localizada entre duas convoluções paralelas. (CAGNIN, 2009)
A fissura lateral: é uma fenda profunda que é encontrada prin-
cipalmente nas superfícies inferior e lateral do hemisfério cerebral. Con-
siste em um talo curto que é dividido em três ramos. O caule origina-se
na superfície inferior e, ao atingir a superfície lateral, divide-se no ramo
horizontal anterior e no ramo ascendente anterior e continua como o
ramo posterior. Uma área de casca chamada ínsula está localizada no
fundo da fissura lateral profunda e não pode ser vista da superfície a
24
menos que os lábios da fissura se separem. (CAGNIN, 2009)
A fissura parietoccipital começa na borda superomedial do he-
misfério, aproximadamente 5 cm., à frente do porte occipital. Ele desce
e avança na superfície medial para alcançar o sulco calcarino. O sulco
calcarino está na superfície medial do hemisfério. Começa abaixo da
extremidade posterior do corpo caloso e arqueia para cima e para trás
para alcançar o equilíbrio occipital, onde pára.
No entanto, em algumas células cerebrais, continua por uma
curta distância na superfície lateral do hemisfério. A fissura calcarina en-
contra-se em um ângulo agudo com a fissura parietal e occipital, aproxi-
madamente na metade do seu comprimento. (CAGNIN, 2009)

ESTRUTURA INTERNA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

Os hemisférios cerebrais são cobertos por uma camada de


massa cinzenta, o córtex cerebral. Dentro dos hemisférios cerebrais es-
tão os ventrículos laterais, massas de massa cinzenta, núcleos basais
e fibras nervosas. As fibras nervosas estão embutidas na neuroglia e
constituem a substância branca. (CAPITÃO, 2011)

Ventrículos Laterais

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Existem dois ventrículos laterais, um em cada hemisfério cere-
bral. Cada ventrículo é uma cavidade, aproximadamente com forma de
C, coberta com um epêndima e preenchida com líquido cefalorraquidia-
no. O ventrículo lateral pode ser dividido em um corpo, que ocupa o lobo
parietal, e do qual os cornos anterior, posterior e inferior se estendem aos
lobos frontal, occipital e temporal, respectivamente. O ventrículo lateral
comunica-se com a terceira cavidade ventricular através do forame inter-
ventricular. Este orifício, localizado na parte anterior da parede medial do
ventrículo lateral, é previamente limitado pelo pilar anterior do fórnice e,
posteriormente, pela extremidade anterior do tálamo. (CAPITÃO, 2011)
O corpo do ventrículo lateral se estende do forame interventri-
cular, posteriormente à extremidade posterior do tálamo. Aqui, continua-
mos com os chifres posteriores e inferiores. O corpo do ventrículo lateral
tem um telhado, um soalho e uma parede medial. O teto é formado pela
superfície inferior do corpo caloso. O assoalho é formado pelo corpo do
núcleo caudado e a borda lateral do tálamo. O lado superior do tálamo
está oculto em sua parte medial pelo corpo do fórnice.
O plexo coroide do ventrículo se projeta no corpo do ventrícu-
25
lo através do espaço entre o corpo do fórnice e o aspecto superior do
tálamo. Essa lacuna na fissura é chamada de fissura coroidal, através
da qual os vasos sanguíneos do plexo invaginam a pia-máter do tecido
coroide e o epêndima do ventrículo lateral. A parede medial é formada
pelo septo pelúcido acima; atrás do chão e do teto, junto à parede me-
dial. (CAPITÃO, 2011)

Figura 3 – Fissura

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O corno anterior do ventrículo lateral estende-se para frente, no


lobo frontal. O corpo do ventrículo é então continuado no forame interven-
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tricular. O chifre anterior tem um telhado, um soalho e uma parede medial.


O teto é formado pela superfície inferior da parte anterior do corpo caloso;
o joelho do corpo caloso limita o corno anterior anteriormente. O assoalho
é formado pela cabeça arredondada do núcleo caudado e, medialmente,
uma pequena porção é formada pela superfície superior do bico (rostro)
do corpo caloso. A parede medial é formada pelo septo pelúcido e o pilar
anterior do fórnice. O corno posterior do ventrículo lateral se estende para
trás no lobo occipital. (CAPITÃO, 2011)
O teto e a parede lateral são formados pelas fibras do tapete do
corpo caloso. Fora do tapete estão as fibras da radiação ótica. A parede
medial do corno posterior tem duas elevações. O espessamento superior
é formado pelas fibras corpo caloso, a pinça maior, que é direcionada
para trás no lobo occipital. Esse espessamento superior é chamado de
bulbo da trompa posterior. O menor espessamento é produzido pela fis-
sura calcarina. O corno inferior do ventrículo lateral se estende para fren-
te no lobo temporal. O chifre inferior tem um telhado e um chão. O teto é
formado pela superfície inferior do tapete do corpo caloso e pela cauda do
núcleo caudado. Este último é direcionado anteriormente para acabar na
amígdala. Dentro da cauda do núcleo caudado está a estria terminal, que
também termina mais cedo no corpo tonsilar. (CAPITÃO, 2011)
26
O assoalho é formado lateralmente pela eminência colateral,
produzida pela fissura colateral e medialmente pelo hipocampo. A ex-
tremidade anterior do hipocampo alarga-se e enruga-se ligeiramente,
formando o pé do hipocampo. O hipocampo é composto de massa cin-
zenta; entretanto, a superfície ventricular do hipocampo é coberta por
uma fina camada de substância branca chamada alvéolo, formada pelos
axônios das células do hipocampo. Esses axônios convergem na borda
medial do hipocampo para formar um feixe conhecido como fímbria. A
fímbria do hipocampo é posteriormente continuada com o pilar posterior
do fórnice. (CAPITÃO, 2011)
No espaço entre a estria terminal e a fímbria está a porção tem-
poral da fissura coroidal. É onde a porção inferior do plexo coroide do
ventrículo lateral invagina o epêndima do lado medial e fecha a fissura.
(CAPITÃO, 2011)

Núcleos Basais (Gânglios da Base)

O termo “núcleo basal” é aplicado a um conjunto de massas de


substância cinzenta localizadas dentro de cada hemisfério cerebral. É o
corpo estriado, o corpo da amígdala e a ante-parede (claustrum).

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Corpo Estriado

O estriado está localizado fora do tálamo. É quase totalmente


dividido por uma faixa de fibras nervosas, a cápsula interna, no núcleo
caudado e no núcleo lentiforme.
O núcleo caudado, uma grande massa em forma de C, de subs-
tância cinzenta, que está intimamente relacionada com o ventrículo lateral,
está localizado fora do tálamo. A superfície lateral do núcleo está relacio-
nada com a cápsula interna, separando-a do núcleo lentiforme. O núcleo
lentiforme é uma massa de matéria cinzenta em forma de cunha, cuja base
convexa larga é dirigida lateralmente e medialmente. Ele está enterrado
profundamente na substância branca do hemisfério cerebral e está relacio-
nado com o lado medial com a cápsula interna, que separa o núcleo cau-
dado e o tálamo. O núcleo lentiforme é relacionado lateralmente a uma fina
camada de substância branca, a cápsula externa, que a separa de uma
fina camada de substância cinzenta chamada antemuro. (CAPITÃO, 2011)
Abaixo em sua extremidade anterior, o núcleo lenticular é conti-
nuado com a cabeça do núcleo caudado. Em resumo, pode-se dizer que
o corpo estriado recebe fibras aferentes de diferentes áreas do córtex
27
cerebral, tálamo, subtálamo e tronco cerebral. Então, as fibras eferentes
voltam às mesmas áreas do sistema nervoso. A função do corpo es-
triado está ligada ao movimento muscular, que atualmente ocorre pelo
controle do córtex cerebral, e não por vias descendentes diretas para o
tronco encefálico e para a medula espinhal. (CAPITÃO, 2011)
Desse modo, a neuropsicologia se concentra na detecção de
problemas como a saúde, crianças ou pessoas com necessidades es-
peciais de modo que estejam relacionados ao sistema neuroanatômico
do ser humano, onde são refletidos no indivíduo como desvantagens
em relação àquelas pessoas ou indivíduos considerados "normais" ou
chamados de típicos ou atípicos(CAPITÃO, 2011)
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28
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
Tumores e aneurismas no forame jugular podem envolver alguns
pares de nervos cranianos. Os pares cranianos afetados nestas
afecções do sistema nervoso central são:
a) V, VI e VII.
b) I, II e III.
c) IX, X e XI.
d) VII, IX e X.
e) X, XI e XII.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
O corpo humano contém 12 pares de nervos cranianos, cada um
com sua função específica. Os pares de nervos cranianos, que
apresentam função motora e sensitiva, além do trigêmeo, são:
a) vestibulococlear, glossofaríngeo e vago.
b) oculomotor, troclear e facial.

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c) facial, glossofaríngeo e acessório.
d) vestibulococlear, hipoglosso e acessório.
e) facial, glossofaríngeo e vago.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
Uma paciente apresenta dor cervical devido à protrusão da coluna
cervical. Um dos exercícios utilizados para melhorar a postura da
coluna cervical é o exercício de Brugger. Este exercício realiza trei-
namento do paciente na facilitação dos músculos trapézio médio,
inferior e infraespinhal e
a) inibição do trapézio superior, levantador de escápula e peitorais me-
nor e maior.
b) trapézio superior e inibição do levantador de escápula e peitorais
menor e maior.
c) facilitação do trapézio superior, levantador de escápula e peitorais
menor e maior.
d) peitorais menor e maior e inibição do trapézio superior, levantador de
escápula.
29
e) trapézio superior, levantador de escápula e peitorais menor e maior.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
As grandes células gliais são chamadas de macróglia e as peque-
nas de micróglia. A função da micróglia é
a) funcionar como sinalizadores celulares.
b) funcionar como fagócitos e limpar o ambiente neural.
c) formar a bainha de mielina e fornecer sustentação aos neurônios.
d) possibilitar sinapses com a macróglia.
e) formar a bainha de mielina e limpar o ambiente neural

QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
Uma paciente apresenta dor cervical devido à protrusão da coluna
cervical. Um dos exercícios utilizados para melhorar a postura da
coluna cervical é o exercício de Brugger. Este exercício realiza trei-
namento do paciente na facilitação dos músculos trapézio médio,
inferior e infraespinhal e
a) inibição do trapézio superior, levantador de escápula e peitorais me-
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nor e maior.
b) trapézio superior e inibição do levantador de escápula e peitorais
menor e maior.
c) facilitação do trapézio superior, levantador de escápula e peitorais
menor e maior.
d) peitorais menor e maior e inibição do trapézio superior, levantador de
escápula.
e) trapézio superior, levantador de escápula e peitorais menor e maior.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Explique o que é diencéfalo.

TREINO INÉDITO
Tema: Dissecção anatômica
A alternativa correta.
a) Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dissecção ana-
tômica;
b) Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dissecção ana-
tômica;
c) Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dissecção ana-
30
tômica;
d) Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dissecção ana-
tômica;
e) NDA

NA MÍDIA
A ANATOMIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL DA ESQUIZOFRENIA:
ACHADOS DE NEUROPATOLOGIA E NEUROIMAGEM
A existência de alterações cerebrais subjacentes aos sintomas da es-
quizofrenia já era admitida desde as propostas de classificação clássi-
cas para esse transtorno. Entre as várias estratégias de pesquisa bioló-
gica utilizadas nas últimas décadas, as técnicas neuropatológicas e de
neuroimagem estão entre as que mais têm contribuído para o conheci-
mento dos mecanismos cerebrais alterados na esquizofrenia.
BUSATTO FILHO, Geraldo. A anatomia estrutural e funcional da es-
quizofrenia: achados de neuropatologia e neuroimagem. Rev. Bras.
Psiquiatr., São Paulo , v. 22, supl. 1, p. 9-11, May 2000 . Avai-
lable from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1516-44462000000500004&lng=en&nrm=iso>. access on 10 May
2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000500004.

NA PRÁTICA

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NEUROPSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
As relações entre as funções do sistema nervoso e o comportamento
humano são objeto de estudo da neuropsicologia, a qual tem o intuito
de relacionar a psicologia cognitiva com as neurociências, desvendar
a fisiopatologia do transtorno e encarar racionalmente a estratégia de
tratamento. A aprendizagem é definida como uma mudança de compor-
tamento resultante de prática ou experiência anterior. Também pode ser
vista como a mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade
dos processos neurais cognitivos. Devido ao fato da aprendizagem ser
constituída por processos neurais, é de grande valia fazer uso da neu-
ropsicologia como ferramenta de estudo para compreender esses pro-
cessos. Alterações nos processos neurais que regem a aprendizagem
levam aos chamados transtornos de aprendizagem. Estes, por sua vez,
acarretam um prejuízo considerável no futuro social da criança, já que
perturbam a conduta pedagógica esperada de acordo com sua inteli-
gência normal. Tais transtornos podem se manifestar em dificuldades
motoras ou psicomotoras, de atenção, memorização, compreensão,
desinteresse, escassa participação e problemas de comportamento.
Após compreender o funcionamento intelectual da criança, o proces-
so de aprendizagem, assim como seus transtornos, a neuropsicologia
31
pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólo-
gos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, promovendo uma intervenção
terapêutica mais eficiente.
BUSATTO FILHO, Geraldo. A anatomia estrutural e funcional da es-
quizofrenia: achados de neuropatologia e neuroimagem. Rev. Bras.
Psiquiatr., São Paulo, v. 22, supl. 1, p. 9-11, May 2000 . Avai-
lable from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1516-44462000000500004&lng=en&nrm=iso>. access on 10 May
2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000500004.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Enemy at the Gates:
Peça de teatro: Os infiltrados
Acesse os links: https://youtu.be/BaC65DQFn7I/ https://youtu.be/3lgjm-
7Q2Snk
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32
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE

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NEUROFISIOLOGIA

NEUROFISIOLOGIA DA APRENDIZAGEM

A capacidade do sistema nervoso de mudar é chamada de plas-


ticidade neuronal, que está envolvida no desenvolvimento embriológico.
No entanto, a plasticidade adulta também tem um lugar importante para
aprender novas habilidades, estabelecer novas memórias e responder
às adversidades do ambiente. De fato, aprender é o processo pelo qual
os organismos modificam seu comportamento para adaptarem-se às
condições mutáveis do ambiente que os cerca. É o principal modo de
adaptação dos seres vivos. (FERREIRA, 2008)
Portanto, o aprendizado pode ser considerado como uma mu-
dança no sistema nervoso que resulta da experiência e que causa mu-
danças duradouras no comportamento dos organismos. A aprendiza-
33
gem é o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o mundo,
enquanto a memória é o processo pelo qual o conhecimento é codifi-
cado, armazenado, consolidado e posteriormente recuperado. Apren-
dizagem e memória são processos intimamente relacionados. Não é
possível separar a aprendizagem da memória, nem é possível fazer
essa distinção dentro do circuito neural. (FERREIRA, 2008)
A medição do que foi aprendido está relacionada à memória,
sendo essa a expressão da capacidade de recuperar a informação ad-
quirida. Há grandes mudanças que ocorrem no número de neurônios ao
longo da vida, que podem explicar os grandes volumes de informações
armazenadas em uma memória, a sinapse tem sido um bom candidato
ao substrato mnemônico. A sinapse constitui o local físico que serve
como uma ponte para a passagem de informações de um neurônio para
outro, permitindo que as diferentes partes do sistema interajam funcio-
nalmente. As sinapses ou as conexões interneuronais foram calculadas
em, aproximadamente, cem trilhões no cérebro. Essas conexões são
agrupadas em série e em paralelo, elas estabelecem a base física de
velocidade e sutileza da operação do cérebro e tornam possíveis as
diferentes funções do sistema nervoso.
A figura 1 mostra a sinapse e sua complexidade:

Figura 1 - Sinapse
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Fonte: Bear et al. 2010, p. 39

Um dos fatores tróficos que permite a estruturação de ligações


interneuronais e determina se ele está em série ou em paralelo, o com-
primento das fibras que formam o circuito, é o factor de crescimento do
nervo, que foi identificado pela primeira vez em 1971, por Rita LeviMon-
talcini e Viktor Hamburger. Esse subtópico tem como objetivo revisar
34
os diferentes tipos de memória, esclarecer os mecanismos moleculares
e celulares básicos envolvidos nos diferentes tipos de memória, bem
como seus sítios neuroanatômicos envolvidos. (FERREIRA, 2008)
A memória é um processo cognitivo relativamente complicado e,
consequentemente, assume-se que o sistema neuroanatômico subjacen-
te deve ser complexo. Nos últimos anos, numerosos estudos em animais
de laboratório com alterações mnemônicas após lesões cerebrais e em
humanos com problemas de memória melhoraram a compreensão de
como o cérebro controla o funcionamento e a aprendizagem mnemônica.
Fisiologicamente, as memórias são produzidas por variações
na sensibilidade da transmissão sináptica de um neurônio para o outro.
Essas variações, por sua vez, geram novas rotas ou facilitam a trans-
missão de sinais através dos circuitos neurais do cérebro. Faixas novas
ou facilitadas são chamadas de faixas de memória. Elas são importan-
tes porque, uma vez estabelecidas, a mente pode ativá-las para repro-
duzir as memórias. (FERREIRA, 2008)
Em relação à classificação de memórias, existem as memórias
positivas e as negativas. O cérebro é inundado de informações sensíveis
de nossos sentidos. Felizmente, o cérebro pode descartar informações de-
sinteressantes. Isso é devido à inibição das vias sinápticas dessa informa-
ção, um processo chamado habituação. No nível molecular, o mecanismo
da habituação do terminal sensitivo é uma conseqüência do fechamento

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progressivo dos canais de cálcio do terminal pré-sináptico. Em contraste, o
cérebro tem a capacidade de facilitar e armazenar traços de memória com
conseqüências importantes, como dor ou prazer. (FERREIRA, 2008)
Essa é uma memória positiva, o resultado da facilitação ou
sensibilização das vias sinápticas. O mecanismo de facilitação foi estu-
dado no caracol do gênero Aplysia, da Califórnia, em que um terminal
facilitador atua no terminal sensorial. A estimulação do terminal facilita-
dor libera a serotonina no terminal de facilitação.

O sistema nervoso central inclui as estruturas do sistema


nervoso, onde são efetuadas a maioria das atividades de processa-
mento de informação, essas são revestidas por uma série de mem-
branas, denominadas meninges, responsáveis pela produção de
fluido cerebrospinal, o que lhes permite cobrir todos os espaços
formados pelas estruturas ósseas em que estão contidas, que têm
a função de proporcionar proteção.
35
A serotonina atua nos receptores de serotonina, ao nível da
membrana terminal sensitiva, que induz a formação de monofosfato de
adenosina cíclica (AMPc). Isso ativa uma proteína, a quinase depen-
dente de AMPc (PKA), que fosforila uma outra proteína, que faz parte
dos canais de potássio (K +), bloqueando sua condutância. Isso permite
que uma quantidade maior de íons Ca2+, penetre no terminal sináptico,
prolongando o potencial de ação. (FERREIRA, 2008)
Outra classificação é a da memória de curto e longo prazo, um
conceito que Herman Ebbinghausen já havia antecipado em 1885, com
sua experiência em que ele próprio memorizou uma lista de sílabas
sem sentido. Ele conseguiu descrever as leis básicas da memorização,
a curva de aprendizado e o esquecimento. As alterações físicas (estru-
turais) da sinapse ocorrem quando traços de memória de longo prazo
são desenvolvidos. As alterações estruturais mais importantes são, de
acordo com Ferreira (2008):
1. Aumento do número de locais de liberação de vesículas para
a secreção de neurotransmissores.
2. Aumento do número de transmissor vesículas
3. Aumento do número de terminais sinápticos
4. Modificações das estruturas de espinhas dendríticas, que
por sua vez, modificam a memória de longo prazo e podem ser classifi-
cadas com base no tipo de informação armazenada, pela forma como a
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informação é lembrada em:


1. Memória explícita ou declarativa,
2. Memória implícita ou processual ou não declarativa. A me-
mória explícita armazena conhecimento, permite lembrar eventos, nú-
meros, fatos, em essência, a memória dos diversos detalhes de um
pensamento integrado e requer um esforço consciente. Em contraste, a
memória implícita armazena as habilidades motoras, está mais associa-
da às atividades motoras do corpo e é inconsciente.
Essa diferenciação foi revelada, pela primeira vez, com as le-
sões das áreas de associação límbica do lobo temporal. O caso mais
famoso foi o do paciente H. M., estudado por Brenda Miller. Ele sofria de
convulsões bilaterais do lobo temporal há 10 anos, e mostrava-se rebelde
ao tratamento. A formação do hipocampo, o núcleo amigdalóide e parte
das áreas de associação límbica do lobo temporal foram excisadas. Ele
tinha uma memória normal de longo prazo, mas não conseguiu transfor-
mar a nova memória, em memória de longo prazo. Também foi mostrado
que ele poderia aprender novas habilidades motoras em um ritmo normal.
A memória explícita é muito flexível e afeta a associação de múltiplos
fragmentos e fragmentos de informação. Pelo contrário, a memória implí-
cita é mais rígida e está intimamente ligada às condições dos estímulos
36
originais sob os quais a aprendizagem ocorreu. (FERREIRA, 2008)
Em relação à memória explícita, o psicólogo Endel Tulving foi o
primeiro a classificá-la em, segundo Ferreira (2008):
1. Eventos episódicos ou autobiográficos e experiência pessoal

Figura 2 – Associação do neocórtex

NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Franco (2013)

2. Semântica dos fatos, conhecimento objetivo, o tipo de conhe-


cimento que adquirimos na escola e no livros. O conhecimento arma-
zenado como memória explícita é adquirido, primeiramente, através do
processamento nas áreas de associação pré-frontal, límbica e parietoci-
cipitotemporal do córtex, que sintetizam informações visuais, auditivas e
somáticas. A partir daí, a informação parahipocámpicas e córtices perir-
rinal é transportada, em seguida, para o córtex entorrinal, giro dentado,
hipocampo, subiculum e córtex entorrinal. A partir daqui, a informação é
retornada para os córtices do para-hipocampo e perirrinal e, finalmente,
volta para as áreas de associação do neocórtex. (Veja a figura nº 2)
37
Assim, vemos que no processamento de informação para o ar-
mazenamento da memória explícita, o córtex entorrinal tem uma dupla
função: é a principal fonte de aferentes ao hipocampo, e é a principal rota
de saída do hipocampo. É, portanto, compreensível que as alterações
na memória devido às lesões do córtex entorrinal sejam particularmente
graves, como na doença de Alzheimer, a principal doença degenerativa
que afeta o armazenamento na memória explícita. O termo hipocampo
vem do grego, que significa hipo= cavalo, e kampos= monstro marinho.
A figura (2) acima mostrou a forma do hipocampo e como a informação
viaja do córtex entorrinal de volta ao córtex entorrinal, para ir para as áre-
as de associação de uma maneira mais esquemática. (FERREIRA, 2008)
Em relação às lesões do lobo temporal medial, elas interferem
apenas no armazenamento a longo prazo de novas memórias. Isso su-
gere que o hipocampo é apenas uma estação transitória no caminho da
memória de longo prazo. O armazenamento a longo prazo da memória
explícita ocorre nas áreas de associação do córtex cerebral, que pro-
cessam inicialmente a informação sensorial. O conhecimento semântico
(objetivo) tem uma organização notável e surpreendente. Esse conhe-
cimento não é armazenado em uma única região. (FERREIRA, 2008)
Em vez disso, sempre que o conhecimento sobre algo é lem-
brado, a memória é construída a partir de diferentes partes de informa-
ções, cada uma delas armazenada em locais de memória especializa-
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

dos. Esse tipo de memória é armazenada e distribuída no neocórtex.


Em contraste, o conhecimento episódico (autobiográfico) sobre o tempo
e o lugar é armazenado nas zonas de associação dos lobos frontais.
Memória implícita não depende diretamente de processos conscientes,
nem requer uma busca consciente por informações. É construída lenta-
mente, através da repetição, e é expressa, principalmente, em execu-
ção, não em palavras. Exemplos de memória implícita são habilidades
motoras e aprendizado de certos procedimentos e regras. A memória
implícita pode ser não associativa e associativa. (FERREIRA, 2008)
Na aprendizagem não-associativa, o sujeito aprende sobre as
propriedades de um único estímulo. Exemplos desse tipo de memória
não-associativa são a habituação e a sensibilização, que são os tipos
mais simples de aprendizado. Dois tipos de aprendizagem associativa
também foram diferenciados com base nos procedimentos experimen-
tais usados para estabelecer a aprendizagem. Tradicionalmente, os filó-
sofos pensam que a aprendizagem é alcançada através da associação
de idéias. De acordo com Ivan Pavlov, filósofo russo, o que os animais e
os homens aprendem quando os pensamentos associados podem ser
analisados, na sua forma mais elementar, relaciona-se à associação de
estímulos. (FERREIRA, 2008)
38
O cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral estão localizados
dentro do crânio, enquanto a medula espinhal está localizada no
interior do canal espinhal, localizado dentro da coluna vertebral.

Foi estabelecido que o condicionamento clássico combina um


estímulo não condicionado (ENC) seguido por um estímulo condicionado
(CS) repetidamente, o que produziu uma resposta reflexa não condicio-
nada ou até que a CE cause a mesma resposta que reflete esse tempo
condicionado. Com suficiente experiência, um animal responderá ao CE
como se antecipasse o ENC. Por exemplo, se uma luz é repetidamente
seguida pela apresentação de um pedaço de carne em um cão, finalmen-
te a visão da luz fará com que o animal salive. (FERREIRA, 2008)
Um segundo modelo fundamental de aprendizagem associativa,
proposto por Edgar Thorndike e, sistematicamente, estudado por B.F. Skin-
ner é o condicionamento operante, no qual o animal é treinado para realizar
alguma ação, para obter um reforço positivo, ou seja, uma recompensa
ou para evitar a punição. O exemplo característico é quando um pombo
faminto é colocado em uma câmara de exploração, na qual o animal é

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recompensado por uma ação específica. Por exemplo, a câmera pode ter
uma alavanca em uma das paredes, que ocasionalmente pressionará por
sua aprendizagem anterior e resposta inata. No entanto, pode-se perceber
que, cada vez que pressionar a alavanca, receberá um reforçador positivo
e, dessa forma, irá pressioná-lo com mais frequência. (FERREIRA, 2008)
Assim, o condicionamento clássico aprende uma relação entre
dois estímulos e, no condicionamento operante, aprende-se a relação
entre o comportamento e as conseqüências desse comportamento. Dife-
rentes formas de memória implícita são adquiridas através de diferentes
formas de aprendizagem, e afetam diferentes regiões cerebrais. A me-
mória adquirida pelo medo, que tem um componente emocional, envolve
o núcleo da amígdala. A memória adquirida através do condicionamento
operante requer o estriado e o cerebelo. A memória adquirida através do
condicionamento clássico, sensibilização, adaptação e habituação envol-
ve reflexos, sistemas sensoriais e motores. (FERREIRA, 2008)

MECANISMOS MOLECULARES DE ARMAZENAMENTO DE MEMÓRIA

O armazenamento de memória implícita, destaca-se na expe-


39
riência repetida consolidada na memória, convertendo a forma de curto
prazo na forma de longo prazo. Como mencionado, uma única aplicação
de serotonina nos neurônios sensíveis da aplysia causa uma sensibiliza-
ção de curto prazo. No entanto, cinco aplicações produzem sensibilização
de longo prazo, com duração de vários dias. O processo pelo qual a me-
mória de curto prazo se torna memória de longo prazo estável é chamado
de consolidação. Aqui, três processos intervêm: expressão gênica, nova
síntese protéica e crescimento de conexões sinápticas. (FRANCO, 2013)

Figura 4 – Conexões sinápticas

Fonte: Elaborado pela autora (2019)


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É definido que a aplicação repetida de serotonina, o qual ativa a


subunidade catálica da PKA, ocorre no recrutamento do segundo men-
sageiro, a quinase, proteína quinase mitogênio (MAPK). Uma quinase
está frequentemente associada ao crescimento celular em ambas as
quinases que são translocadas para o núcleo do neurônio sensorial. Lá,
a subunidade catalítica ativa um interruptor genético, o CREB-1 (prote-
ína de ligação do elemento de resposta cAMP). Esse fator de transcri-
ção, quando fosforilado, liga-se a um elemento promotor chamado CRE
(elemento de resposta cAMP). Por meio da MAPK, a subunidade cata-
lítica da PKA também atua indiretamente, aliviando as ações inibitórias
do CREB-2, um repressor da transcrição. (FRANCO, 2013)
A supressão da ação inibitória de CREB-2, e a ativação do
CREB-1 induz a expressão de dois genes: enzima hidrolase de ubiqui-
tina, que ativa o proteassoma para ativar a PKA, persistentemente, e
factor de transcrição C/EBP, um dos componentes da cascata genética
necessária para o crescimento de novas unidades sinápticas de arma-
zenamento de memória explícita. O componente principal do sistema
temporal médio, para o armazenamento de memória, é expresso no
hipocampo ou Corno de Amon (CA), pelo modo como é representado
40
o deus Egípcio que foi adorado na cidade de Tebas. (FRANCO, 2013)
É caracterizada por suas grandes células piramidais. O hipocam-
po é subdividido em quatro sub-regiões: CA1, CA2, CA3, CA4. Ele recebe
a entrada de três maneiras principais: 1. via perfurante, que se projeta a
partir do córtex entorrinal para as células da granulosa do giro dentado,
via de fibras musgosas; 2. contém os axônios das células de grânulos e é
dirigido para as células piramidais CA3 da região; 3. Schaffer via colateral
do hipocampo, que consiste de lado excitatório nas células piramidais da
região CA3, que termina nas células piramidais da região CA1.
Em 1973, Timothy Bliss et Ali, descobriu nessas vias, que con-
duzem a longo prazo (potenciação de longo prazo (LTP-potenciação de
longa duração), por sua sigla), que um aumento sustentado da eficiência é
conhecido como potenciação sináptica e a transmissão sináptica, após es-
timular uma via aferente com estímulos de alta freqüência. Esse fenômeno
foi estudado, principalmente, na sinapse entre a via colateral de Schaffer e
as células piramidais CA1. No entanto, tem sido visto que LTP ocorre em
outras regiões, como o córtex, amígdala e cerebelo. (FRANCO, 2013)
A LTP tem as seguintes propriedades, de acordo com Franco
(2013):
1. Estado dependente: a membrana pós-sináptica deve ser su-
ficientemente despolarizada para promover a LTP.
2. Cooperatividade: ativação de múltiplas entradas para a cé-

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lula nervosa.

O cérebro é a estrutura mais importante do sistema ner-


voso central. É constituído de duas partes ou hemisférios que são
unidos, em conjunto, por uma estrutura chamada “corpo caloso”.
Este, por sua vez, consiste em milhões de ligações, de um hemis-
fério para o outro.

3. Especificidade: quando a LTP é induzida pela estimulação


de uma sinapse, ela não irá acontecer em sinapses inativas, que estão
em contacto com o mesmo neurônio.
4. Associatividade: uma estimulação fraca não desencadeia
LTP. No entanto, se um neurônio pré-sináptico for estimulado ao mes-
mo tempo que o neurônio pós-sináptico, um LTP será administrado. Isso
constitui a lei de Hebb, na qual há uma ativação simultânea do neurônio
pré-sináptico e do neurônio pós-sináptico.
41
A LTP é um fenômeno dependente da atividade, com fases e
é específica das sinapses ativadas, da indução rápida, da assossiação
e da duração prolongada. Esse fenómeno tem sido aplicado como um
modelo sinaptocelular de memória de longo prazo. Embora o fenômeno
da LTP tenha sido descoberto há 37 anos, seus mecanismos molecu-
lares ainda não eram bem compreendidos. As sinapses entre as co-
laterais de Schaffer e os dendritos das células piramidais de CA1 são
glutaminérgicas. (FRANCO, 2013)
A membrana pós-sináptica dos processos dendríticos tem três
tipos de receptores: glutaminérgicos tipo de NMDA (N-metil-D-asparta-
to), AMPA como não-NMDA (amino-3-hidroxi-5-hidroxi-5-metil-4-isoxa-
zolpropionato) e metabolito. O receptor do canal NMDA é permeável ao
Ca2 +, mas é bloqueado fisiologicamente por Mg2+. Durante a trans-
missão sináptica de baixa elevação subsequente Ca2+ e a espinha
dendrítica desencadeia quinases dependentes de cálcio: Ca2 +/calmo-
dulina cinase II (CaMKII), a proteína quinase C (PKC) e tirosina-quinase
de Fyn que juntos induzem a LTP. (FRANCO, 2013)
CaMKII e PKC fosforila são canais receptores não-NMDA (AMPA)
e aumentam a sensibilidade ao glutamato, desencadeando, assim, alguns
outros canais receptores de modo silencioso. Essas alterações fazem uma
contribuição pós-sináptica na expressão e manutenção da LTP. Assim, é
visto como a manutenção da LTP é devida aos receptores AMPA, enquanto
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

a indução é depende dos receptores NMDA. (FRANCO, 2013)


Subsequentemente, a célula pré-sináptica deve ser informada
de que a LTP foi induzida. Postulou-se que um segundo mensageiro ati-
vado Ca2+, como o óxido nítrico (NO), um gás que se difunde facilmen-
te de uma célula para outra, pode ser mensageiro retrógrado envolvido
em LTP. Como o armazenamento de memória, o LTP tem duas fases:
1. LTP inicial, que dura de 1 a 3 horas. Não requer síntese de
novas proteínas.
2. LTP tardia, que dura mais de 4 horas. Requer síntese de
nova proteína e RNA. Essa fase tardia recruta a via de sinalização de
cAMP-PKAMAPK-CREB, que ativa a expressão de um número de ge-
nes envolvidos na ativação persistente de PKA, e o crescimento de no-
vas áreas de sinapses.
Nos seres humanos, os mecanismos mais importantes através
dos quais o meio altera o comportamento são a aprendizagem e a me-
mória. Somos o que somos por causa do que aprendemos e do que nos
lembramos. Aprendizado e memória são dois processos intimamente
relacionados, impossíveis de separar. A memória, resultado do apren-
dizado, não é um processo simples tem, pelo menos, duas formas. A
memória implícita (não declarativa) é uma memória inconsciente das
42
habilidades motoras e perceptivas. Enquanto a memória explícita (de-
clarativa) é a memória de pessoas, lugares e objetos que requerem uma
recuperação consciente.(FRANCO, 2013)
A memória é constituída por uma aliança de diversos sistemas
que interagem, atendendo à diferentes funções mnésicas que operam
através de diferentes circuitos neuroanatômicos e neuronais. O arma-
zenamento a longo prazo da memória implícita depende da via AMPc-
-PKA-MAPK-CREB, e o armazenamento da memória explícita depende
da potencialização a longo prazo no hipocampo. (FRANCO, 2013)
Estudos sobre os mecanismos celulares e moleculares da
aprendizagem e da memória têm como foco principal a plasticidade
neuronal promovida pela potenciação sináptica de longo prazo. Os me-
canismos neurais envolvidos na aprendizagem, aquisição e consolida-
ção da memória ainda não são totalmente compreendidos e ainda tem-
-se muito a descobrir. (FRANCO, 2013)

NEUROFISIOLOGIA CLÍNICA: PRESENTE E FUTURO

Os serviços de Neurofisiologia Clínica de primeira linha, devem


ter três áreas: um ambulatório, uma área de internação e uma área cirúr-
gica. Os principais serviços do mundo, com vocação acadêmica, tam-

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bém possuem uma quarta área formada por laboratórios experimentais,
tanto de fisiologia humana quanto de experimentação animal. A área do
ambulatório geralmente consiste em pelo menos 4 laboratórios: eletro-
encefalografia, eletromiografia ou sistema nervoso periférico, potenciais
evocados e controle motor. Alguns serviços possuem laboratórios espe-
cíficos do sistema nervoso vegetativo, dor ou microneurografia, depen-
dendo do interesse acadêmico dos especialistas do serviço. Na maioria
dos centros, pelo menos alguns desses testes estão incluídos nos la-
boratórios de eletromiografia ou potenciais evocados. (HAMDAM, 2011)

Figura 5 – Neurofisiologia clínica

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

A área de internação geralmente consiste em uma unidade de


43
vídeo-eletroencefalograma (vídeo-EEG) e uma unidade de sono. O nú-
mero de quartos que compõem as diferentes unidades é variável, de-
pendendo do tamanho do hospital e do serviço. As unidades de sono
e de vídeo-EEG são aconselháveis, pois são versáteis e podem ser
empregadas em espaço para ambos os estudos, tanto a polissonografia
como a monitorização periódica de comprimento por vídeo-EEG. Re-
quer pacientes epilépticos para fins de diagnóstico, cirúrgicos ou outros.
Monitores cirúrgicos são mais exigidos em neurofisiologia clínica.
O seu objetivo é o de verificar, por várias técnicas (estimulação cortical
cerebral potenciais evocados, visuais, auditivos e estimulação motora de
raízes a motor, etc.), a funcionalidade das diferentes estruturas nervosas,
central e periférica, durante a cirurgia, a fim de estabelecer seu estado pré-
-operatório. Com isso, tenta-se preservar sua indenização durante o ato
cirúrgico e estabelecer um prognóstico pós-operatório. (HAMDAM, 2011)

Monitorizações são muito diferentes em sua natureza, exemplos de algumas


são: localização do sulco por potenciais evocados somestésicos; localização
hemisférica neurocirúrgica; área do motor primário; cápsula interna ou área de
linguagem por estimulação eléctrica; núcleo subtalâmico; localização ou outros
núcleos gânglios da base ou do tálamo; tremores de Parkinson ou outros mo-
vimentos anormais; eletrocorticografia, a fim de fazer resseções na demanda
em cirurgia de epilepsia; gravação de EEG, durante a cirurgia vascular, a fim
de controlar lesões isquêmicas; a confirmação da colocação apropriada de
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implantes cocleares elétricos em núcleos, para o tratamento de surdez; retro-


coclear da lesão bilateral; monitorização do motor da vias sensoriais ou cirurgia
do colo do útero, escoliose ou outras cirurgias; monitoramento da indenização
de troncos nervosos. As unidades de monitorização intra-operatória devem
trabalhar, principalmente, em colaboração com os serviços de Traumatologia,
Neurocirurgia, Otorrinolaringologista etc, e seu sucesso depende da compre-
ensão adequada entre os diferentes grupos. (HAMDAM, 2011, p. 54-59)

O futuro da neurofisiologia é promissor e a especialidade se adap-


ta ao mundo da medicina, que está mudando rapidamente. Não faz sentido
estar ancorado em explorações clássicas, algumas com quase um século
de idade, que mais cedo ou mais tarde estarão ultrapassadas por outras
novas tecnologias. É importante, portanto, que a Neurofisiologia Clínica es-
pecializada tenha uma base sólida em neurociências e uma profunda com-
preensão de doenças do sistema nervoso, que permita essa adaptação. O
futuro vem de mãos dadas com a abordagem multidisciplinar dos proble-
mas. O neurofisiologista precisa aprender a trabalhar com engenheiros,
biólogos, radiologistas ou outros especialistas médicos. (HAMDAM, 2011)
Existem abundantes técnicas que exploram a fisiologia do sis-
tema nervoso, onde o neurofisiologista tem que ter um papel de relevân-
cia no futuro próximo. Um exemplo é a ressonância magnética funcional
44
(fMRI). FMRI é, normalmente, localizado em serviços de radiologia, mas
os centros importantes de todo o mundo, são multidisciplinares, com uma
equipe de que participam: engenheiros, radiologistas, físicos, psicólogos,
neurologistas e neurofisiologistas. A FMRI é uma exploração funcional
do sistema nervoso e, como tal, o neurofisiologista deve estar presente.
A neurofisiologia pode fornecer a resolução temporal que falta nessas
técnicas de neuroimagem com alta resolução espacial. (HAMDAM, 2011)
Hoje, é possível em neurofisiologia, fazer registros de EEG ou
potenciais evocados de alta resolução, eletrodo de varredura e, ainda, lo-
calizar no MRI do paciente, com o direito de resolver os problemas nos al-
goritmos inversos, gerando um certa atividade. O EEG também pode ser
co-registrado na ressonância magnética para desencadear a aquisição
e ver a ativação cerebral em um momento temporário, durante um even-
to externo ou cerebral específico. Por exemplo, executar fMRI ao baixar
uma onda de ponta no EEG. Dessa forma, podemos conhecer as regiões
ativadas durante esse grafoelemento paroxístico. (HAMDAM, 2011)

A matéria cinzenta é localizada pelo revestimento da su-

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perfície do cérebro e disposta na forma de agregados denomina-
dos núcleos, que são constituídos pelos corpos dos neurônios.

Um campo muito promissor é o estudo da atividade oscilatória


cerebral. As oscilações cerebrais são um mecanismo básico da função
cerebral que surge da inter-relação dos múltiplos elementos de uma
rede neural. Diferentes patologias apresentam alterações na dinâmica
das redes neurais e suas oscilações e podem ser a causa de parte da
sintomatologia. (HAMDAM, 2011)
O resultado da colaboração interdisciplinar, especialmente com
engenheiros e físicos, são o desenvolvimente de ferramentas matemáti-
cas que permitem sua análise e tornam compreensível seu papel fisiopa-
tológico. Possivelmente, no futuro, eles poderão ter um papel diagnóstico
e planejar ações terapêuticas destinadas a mudar seu comportamento.
Possivelmente, o mecanismo de ação terapêutica de estimulação cere-
bral profunda, para tratar a doença de Parkinson, está interferindo nas
oscilações anormais presentes nesses gânglios basais dos pacientes.
Desse modo, dois campos que experimentaram um enorme
crescimento, em neurofisiologia, são os estudos do sono e o monitora-
mento neurofisiológico cirúrgico. Espera-se que esse crescimento conti-
45
nue nos próximos anos, e que outras técnicas, como a análise cinemáti-
ca da marcha, movimentos oculares, etc, desenvolvam-se e somem-se
aos testes complementares de utilidade, contribuindo para o diagnósti-
co das doenças neurológicas. (HAMDAM, 2011)
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46
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: INEP Órgão: INEP Prova: ENADE Nível: Superior
A resposta motora humana é elaborada através da integração sen-
sório-motora entre as estruturas do sistema nervoso periférico e o
sistema nervoso central, o qual interpreta os impulsos sensoriais
aferentes e elabora um sinal motor adequado para a atividade mo-
tora desejada. A quantidade de força e a precisão de uma contração
muscular estão baseadas numa ordem de recrutamento das mano-
bras musculares, que obedece a critérios de ativação. Com o auxílio
dessas informações, é possível armar que cada unidade motora
a) é inervada por apenas um neurônio, e o recrutamento das unidades
motoras é determinado pelo tamanho dos motoneurônios, sendo que
unidades motoras com motoneurônios menores são recrutadas em pri-
meiro lugar.
b) é inervada por apenas um neurônio, e o princípio de recrutamento
obedece ao tipo de tarefa a ser realizada, sendo que unidades motoras
maiores são recrutadas em primeiro lugar.
c) é inervada por apenas um neurônio, e a ordem de recrutamento obe-
dece a padrões específicos de acordo com o tamanho das manobras
musculares, sendo que manobras musculares maiores são ativadas em

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primeiro lugar.
d) possui vários motoneurônios, e a ordem de recrutamento depende
do tamanho da velocidade de condução, sendo que unidades motoras
maiores são recrutadas em primeiro lugar.
e) tem um número próprio de motoneurônios de acordo com as tarefas
desempenhadas pelo músculo, sendo que unidades motoras com maior
número de motoneurônios são ativadas em primeiro lugar.

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: FUNRIO Órgão: INSS Prova: Analista Nível: Superior
A espasticidade é uma manifestação de desordem motora, carac-
terística da síndrome
a) do sistema extrapiramidal.
b) cerebelar.
c) do sistema nervoso periférico.
d) do neurônio motor superior.
e) do neurônio motor inferior.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
47
Superior
O corpo humano contém 12 pares de nervos cranianos, cada um
com sua função específica. Os pares de nervos cranianos, que
apresentam função motora e sensitiva, além do trigêmeo, são:
a) vestibulococlear, glossofaríngeo e vago.
b) oculomotor, troclear e facial.
c) facial, glossofaríngeo e acessório.
d) vestibulococlear, hipoglosso e acessório.
e) facial, glossofaríngeo e vago.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Analista Judiciário Nível:
Superior
Considere:
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A neuroanatomia e sua localização estão corretamente associadas


em
a) I-1, II-3, IV-6, V-5; VI-2.
b) I-3, II-1, IV-6; V-5, VI-2.
c) I-1, II-4, III-3, IV-6, VI-1.
d) I-3, II-4, III-2, V-5, VI-1.
e) I-3, III-1, IV-6, V-5, VI-2.

QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: UFPR Órgão: UFPR Prova: Psicólogo Nível: Superior
A medicação psicoativa apresenta-se, frequentemente, como importan-
te aliado dos procedimentos psicoterapêuticos em diferentes quadros
clínicos. Sobre os fundamentos de psicofarmacologia, assinale a alter-
nativa correta.
a) O lítio é recomendado principalmente para pessoas com transtorno
de aprendizagem.
b) Os neurolépticos, substâncias lipossolúveis, são absorvidas rapida-
mente no estômago e, por isso, entram na corrente sanguínea 1 hora
após a ingestão.
c) A maioria dos ansiolíticos atua no sistema dopaminérgico e tem uma
48
meia-vida longa, durando de 10 a 30 horas.
d) A carbamazepina, um importante estabilizante do humor, deve ser
receitada para clientes com transtorno bipolar.
e) Estudos apontam que um terço da população mundial sofre de insô-
nia, e que a utilização de hipnóticos como o diazepam mostrou-se eficaz
no tratamento.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Explique a relação da neurofisiologia com aprendizagem

TREINO INÉDITO
Assinale a alternativa correta
a) Quando um empresário conhece detalhadamente seus custos uni-
tários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que ponto
pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
b) Quando um empresário conhece detalhadamente seus custos bi-
nários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que ponto
pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
c) Quando um empresário conhece detalhadamente seus custos one-
rosos, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que ponto
pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
d) Quando um empresário conhece detalhadamente seus custos pari-

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tários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que ponto
pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
e) NDA

NA MÍDIA
Pessoas mais inteligentes costumam obter melhor aproveitamento na
escola, permanecem mais tempo estudando, ocupam postos de traba-
lho nos quais têm autonomia e recebem salários acima da média. Além
disso, são mais atentas a estratégias que favoreçam sua saúde, tanto
física quanto mental – e vivem mais tempo. É claro que só o aspecto
cognitivo não basta, mas pesquisas têm mostrado que os benefícios de
um alto nível intelectual são numerosos – assim como as desvantagens
de uma inteligência pouco privilegiada. Obviamente existem exceções,
mas essa é a norma vigente na sociedade ocidental atual.
Fonte: Mente e cérebro
Data: Abril de 2013
Disponível em: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_delicada_
relacao_entre_memoria_e_inteligencia.html

49
NA PRÁTICA
TEMPO DE CÉREBRO
No encontro entre matemática, física, química, biologia, psicologias, fi-
losofia e artes, as neurociências fascinam o público pela possibilidade
de compreensão dos mecanismos das emoções, pensamentos e ações,
doenças e loucuras, aprendizado e esquecimento, sonhos e imagina-
ção, fenômenos que nos definem e constituem. Como interpretar as
novas descobertas das neurociências? O presente artigo aborda alguns
tópicos de amplo interesse social: o envelhecimento, a educação, as
drogas, o retorno científico à psicanálise e o problema da consciência.
RIBEIRO, Sidarta. Tempo de cérebro. Estud. av., São Paulo , v. 27, n. 77,
p. 07-22, 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100002&lng=en&nrm=iso>. access
on 10 May 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000100002.
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

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CONCEITOS E APLICAÇÕES DE

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NEUROFARMACOLOGIA

ORIGEM E NOMENCLATURA DA FARMACOLOGIA

A ciência que estuda as drogas, ou seja, toda aquela subs-


tância química que administrada em um ser humano produz alguma
resposta biológica ou alterações nas funções biológicas. Quando usada
para fins benéficos, é chamada “medicação”. Quando não cumpre ne-
nhuma função terapêutica, é conhecida por “droga”. As áreas cobertas
pela farmacologia são, de acordo com Pinheiro (2010):
• história das drogas
• origem
• propriedades físicas e químicas
• efeitos bioquímicos
• efeitos físicos
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• mecanismos de ação, absorção, distribuição e biotransformação
• efeitos terapêuticos
• efeitos tóxicos.

Farmacologia:

É a ciência que se dedica ao estudo de medicamentos. Sua


etiologia deriva de: Pharmakom = droga ou veneno + Logos = tratado
ou estudo. Assim, sua definição é: ciência biológica que estuda as pro-
priedades e ações das drogas no organismo.

Droga:

É definida como qualquer substância química capaz de intera-


gir com um organismo vivo. Essa definição não é prejudicada se o me-
dicamento é útil ou não para o tratamento de doenças, nem esclarece
sua natureza. Devemos lembrar, também, que muitas drogas não têm
efeitos terapêuticos nas doenças, embora sejam capazes de causar
ações e efeitos farmacológicos. Aqueles medicamentos que têm efeitos
terapêuticos são chamados de substâncias medicinais (medicamentos).
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A substância branca que circunda a massa cinzenta inte-


gra projeções de neurônios que se comunicam uns com os outros.
Do ponto de vista do seu funcionamento, o cérebro é dividido em
segmentos chamados lobos: os lobos frontais que regulam a fala,
comportamento, personalidade, pensamentos e atenção; os lobos
parietais, que integram a informação sensorial e sensoriais do cor-
po e lobos temporais, que regulam a linguagem e memória e occi-
pital que compõem a informação visual.

No que tange à medicina esta define substâncias medicinais


como qualquer assunto de origem humana, vegetal, animal etc., ao qual
uma atividade apropriada é atribuída para constituir um remédio. A mes-
ma lei, de 1990, também define o que é droga, ou seja, qualquer subs-
tância medicinal e as suas associações ou combinações destinada ao
uso em humanos ou animais em que estão presentes propriedades que
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prevenem, diagnosticam, tratam, aliviam ou curam doenças ou afetam
as funções corporais e/ou o estado mental. Por isso, a droga é o princí-
pio ativo, isto é, para o uso. (PINHEIRO, 2010)
No entanto, não é correto usar a palavra droga como sinônimo
de substância medicinal. Seu uso inadequado é devido a um erro de
tradução da palavra inglesa drug. Quando se refere a drogas em inglês,
é aquela que cria abuso ou dependência (droga psicoativa).

Droga:

Preparações, nas quais os medicamentos estão em seu esta-


do natural, geralmente na forma de extratos vegetais. Quando um me-
dicamento é admnistrado, ele deve ser apresentado em uma forma ade-
quada, essas formas são chamadas de forma galênica ou farmacêutica.
(PINHEIRO, 2010)

Formulário ou Forma Farmacêutica:

Prestação individualizada à qual as substâncias e excipientes


são adaptados para constituir um medicamento. Excipiente: incluído
nas formas de dosagem que são adicionadas às substâncias medicinais

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ou das suas associações para servir de veículo, permitindo a sua prepa-
ração e a sua estabilidade, modificam as suas propriedades organolép-
ticas ou determinam as propriedades físico-químicas de um fármaco e
as propriedades de biodisponibilidade. (PINHEIRO, 2010)

Medicamentos:

Composição das drogas, define as informações, de certa forma,


farmacêuticas prontas para uso medicinal imediato, disposta e condiciona-
da para a dispensa ao público, com nome, embalagem, acondicionamento
e rotulagem uniforme, para a administração o Estado deve conceder a au-
torização e registro de especialidades farmacêuticas. (PINHEIRO, 2010)

Objetivos em Farmacologia

Para beneficiar o paciente de maneira racional, um diagnóstico


correto deve ser feito. Sabemos, também, que as drogas têm grande
atividade biológica. Isso carrega um risco de toxicidade e pode levar ao
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aparecimento de efeitos indesejados. Toda droga tem alguma toxicida-
de. A toxicidade que uma droga pode apresentar depende de:
• Dosagem
• Forma de administração
• Via de administração.
Portanto, podemos dizer que, em maior ou menor grau, são
tóxicas. Isso implica um ato de decisão, existindo uma relação entre be-
nefício e risco. Essa decisão deve ser tomada levando em consideração
as características e condições de cada usuário.
Já o desenvolvimento histórico da farmacologia se caracteriza
porque o empirismo era o único caminho capaz de descobrir remédios
apropriados para doenças e seus males. Os povos primitivos relacio-
nam drogas à doenças. Observação casual, existem plantas que podem
mudar a direção da doença. Única fonte de progresso terapêutico. (PI-
NHEIRO, 2010)

Figura 6 – Histórico da farmacologia


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Fonte: Elaborado pela autora (2019)

• Droga moderna: baseia-se na experimentação do modo e do


local de ação das drogas.
Em se tratando da história da farmcologia, o século XIX é consi-
derado o ponto de partida da terapia científica. Nesse século, houve um
apoio paralelo da biologia (BTO) e química (QUI). Magendie, em 1821,
fez a preparação e o uso de vários novos medicamentos. Ele iniciou a
aplicação do método científico ao estudo sobre drogas. Já, Pasteur, cria
a microbiologia (luta contra doenças infecciosas). Buchheim, por sua
vez, foi fundador da farmacologia, como disciplina independente. Em
1847, o estudo experimental sistemático, observando a maneira como
as drogas agem. Schmiederbers, dirige o primeiro departamento autô-
nomo de farmacologia. Isso nos permite isolar plantas de ingredientes
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ativos em seu estado puro.
Além disso, como fatos históricos, destacam-se, de acordo
com Pinheiro (2010):
• 1817 a morfina é isolada.
• 1819 a cafeína é isolada. Também ajuda a sintetizar compos-
tos químicos: nos fornece novos agentes terapêuticos.
• 1832 clorofórmio (anestésico) é sintetizado.
• 1899 aspirina é sintetizada.
• No século XX, o anestésico local, a lovocaína e o barbitúrico
são sintetizados. Entre as duas guerras mundiais, as drogas antimalári-
cas são sintetizadas.
• 1935 sulfonamidas são sintetizadas. Durante a guerra mun-
dial, eles são descobertos:
• 1941 penicilina.
• 1942 anti-histamínicos.
• 1945 extratocina (tuberculose).
• Corticosteróides de 1949 (cortisona).
Em relação à origem de medicamentos, eles têm origem no:
• Reino animal.
• Reino vegetal.
• Reino Mineral.

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Origem Sintética:

Origem semi-sintética (produtos naturais que foram modifica-


dos por síntese orgânica).

Nas estruturas cerebrais profundas chamadas “gânglios


da base”, que rege o movimento e controle motor do corpo, o tála-
mo é o centro onde todas as informações processadas pelo cére-
bro, especialmente as vias que transmitem informação sobre a dor,
chega e está localizada e o hipotálamo, é a entidade que integra o
sistema nervoso ao sistema endócrino, de onde as informações
relativas à produção de vários hormônios, e temperatura corporal.

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Origem Animal

Reino vegetal: As plantas nos fornecem uma ampla variedade


de medicamentos (citostáticos). Essas substâncias são extratos ou des-
tilados de plantas. São obtidos por técnicas de extração, ingredientes
ativos de grande interesse e atividade farmacológica. Por exemplo: digi-
tal, digitalina cristalizada, digoxina, tônico cardíaco.
Reino animal: soros antitetânicos, anti-raiva, extrato de fígado,
derivados do sangue (plasma), etc.
Reino Mineral: bicarbonato de sódio, óxido de Mg, serve para
corrigir a acidez gástrica.

Origem Sintética

* Sintéticos: são os mais comuns, a maioria dos ingredientes


ativos que são usados na preparação de especialidades farmacêuticas.
Por exemplo: cortisona (corticóide), benzodiazepina (diacepan, orfidal).
* Semissintéticos: o princípio da origem natural é obtido, modi-
fica a estrutura química. Ex .: ampicilina.

Desse modo, em se tratando dos princípios ativos obtidos através da biotec-


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nologia, esses são um conjunto de técnicas industriais que baseiam a produ-


ção na atividade de microorganismos. Eles podem ser considerados, ciência
que vem do mino industrial, admitem a incorporação de engenharia genética
de microorganismos com propriedades de interesse industrial. Por exemplo:
vacinas (hepatite B), insulinas. Esses princípios estão se tornando cada vez
mais interessantes, mas são muito caros. (PINHEIRO, 2010)

RELAÇÕES ESTRUTURA QUÍMICA-AÇÃO-FARMACOLOGIA

Capaz de modificar funções celulares. Essas ações são pro-


duzidas por reações que dão origem a ligações químicas entre drogas
e certos componentes celulares (receptores). Esses, geralmente, estão
localizados na superfície da célula intersticial com a estrutura química,
dos fármacos e da ação farmacológica, substâncias de estrutura quími-
ca similar possuem ácidos similares. Classes de compostos e funções
químicas, de acordo com Santana (2014):
As ações farmacológicas estão os íons R / C a que eles podem
dar origem.
Ex .: K +, em geral, é depressor cardíaco.
Mg ++, depressor do SNC, SNP. Br -, depressor do SNC.
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Ni +, ação vasodilatadora.
Existem cátions que formam metais pesados, esses cátions (Hg,
Cu) precipitam proteínas e são germicidas. Sua ação está relacionada a
grupos químicos funcionais que possuem esses compostos orgânicos. Hi-
drocarbonetos, alifáticos, derivados halogenados, álcoois, éteres alifáticos:
depressores do sistema nervoso central usado como anestésico geral. Os
fenóis são germicidas, antissépticos, mas também irritantes locais e tóxicos
para o SNC. Se unimos a um carboxila, a atividade farmacológica é diminu-
ída, também diminui a toxicidade dos compostos que se ligam.
A ação germicida e tóxica do fenol diminui quando o ácido passa.

Figura 7 – Grupo halogenados

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

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Artihidroxibenzoico = ácido. Saliálico. Aminas, em geral, são es-
timulantes do SNC, as anfetaminas. Esteroides compostos de grande im-
portância. Hormônios sexuais masculinos e femininos e corticosteroides.
• Isometria: pode haver compostos orgânicos que tenham os
mesmos grupos funcionais e diferentes ações farmacológicas;
• Ionização: drogas, quando ativas em sua forma não ionizada,
diminuirão sua ação farmacológica. Fenololes, ativo em sua forma ioni-
zada, perde atividade se não estiver ionizado.
• pH: influencia porque a ionização de um medicamento depende-
rá do pH do meio. Ex.: ácido. Fraco (ácido, salicílico) quando está em meio
ácido, não ionizado (lipossolúvel), atravessa as membranas celulares, ati-
vidade máxima. Não ionizante, lipossolúvel ionizado e solúvel em água.
Em se tratando das Nomenclatura de medicamentos, destaca-
-se o número de código ou designação codificada. Será nomeado com
as iniciais do laboratório químico, equipe de pesquisa que preparou ou
testou o medicamento, seguido de seu número. Provisório, é descartado
quando o nome apropriado é escolhido. Ensaio clínico. (SANTANA, 2014)

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Nome Químico:

Descreve a estrutura da medicação de acordo com as regras


da IUPAC. Esse nome é geralmente complicado, o nome genérico ou
registrado é usado.
N-acetilcparaminofenol = paracetamol.

Nome Genérico:

Nome oficial, ou nome comum internacional, refere-se ao nome


comum estabelecido pelo qual conhecemos o medicamento como uma
substância específica e independente de seu fabricante. DCI. Simples,
conciso, significativo. É escolhido, aprovado e divulgado pela OMS.

Nome Comercial ou Registrado:

O nome escolhido ou usado pelo fabricante. Cada um usa um


nome comercial. Por esse motivo, é conveniente usar o nome genérico.
A especialidade farmacêutica é uma composição de droga e a
forma de dosagem definida e informação de dosagem particular prepara-
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do para uso imediato, e dispostos pelo condicionamento do medicamen-


to, para eliminação para o público, nomeando, relatórios de embalagem
e etiquetagem, e que a administração do Estado dá autorização sanitária
e registra no registro de especialidades farmacêuticas. (SANTANA, 2014)

Especialidades Farmacêuticas Genéricas (EFG):

É a especialidade com a mesma forma farmacêutica e compo-


sição quantitativa e qualitativa igual em uma substância.

Medicinal:

Outra especialidade de referência cujo perfil de eficácia é sufi-


cientemente estabelecido pelo seu uso clínico confirmado. Ex.: diclofenaco
EFG = voltarem. Não pode ser fabricado por ninguém, deve mostrar equi-
valência terapêutica com a especialidade (estudos de bioequivalência).
O fabricante deve executar métodos de controle, em matérias-
-primas, produtos intermediários, produtos: a lei de rotulagem, emba-
lagem e também o processo de fabricação, devem estar em conformi-
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dade com as diretrizes uniformes e descritas. Devem ser ajustados de
acordo com as regras de gerenciamento corretas. O fabricante deve
realizar estudos galênicos e garantir a estabilidade e as condições de
fabricação. (SANTANA, 2014)

O cerebelo está localizado na parte traseira e inferior do


cérebro. Essa estrutura regula a coordenação do movimento e
equilíbrio. É constituída por dois hemisférios unidos entre si por
um verme que dá origem a três lóbulos: lóbulo anterior, o lobo mé-
dio e o lóbulo floculonodular.

Preparado (Ou Fórmula) Oficial:

A medicação feita e garantida por um farmacêutico ou sob a


direção, dispensada em farmácias, que também deve ser descrita no
formulário nacional.

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Fórmula Mestra (FM):

A fórmula principal é o medicamento destinado a um paciente


individualizado, preparado pelo farmacêutico para preencher expressa-
mente uma prescrição opcional (médica). É dispensado em farmácia.

Fórmula Magistral Tipificada:

Recolhida na forma nacional, é de uso e utilidade muito frequente.


Produto em fase de pesquisa clínica: é aquele que se destina
apenas a ser utilizado por especialistas qualificados para a sua forma-
ção científica e experiência para pesquisa, em pessoas ou animais, e
garantem a eficácia e segurança do medicamento. Esses têm um trata-
mento legal de medicamentos. (SANTANA, 2014)
Em se tratando da expiração e conservação, seguindo as re-
comendações da Vigilância Sanitária, dependerá do que será estabe-
lecido para determinar sua validade e modo de conservação. Se não
houver pedido em espera, as denominações de lote serão feitas por
letras. (SANTANA, 2014)
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Disciplinas de Farmacologia

Abaixo destacaremos a respeito das disciplinas que intera-


gem e atuam juntamente com a farmacologia. São elas, de acordo com
Straub (2014):
Farmacocinética: O que o corpo faz com a droga.
Farmacodinâmica: Qual o efeito bioquímico e mecanismo de
ação intrínseca, o que a droga faz no corpo.
Farmacoterapia: Uso de drogas no tratamento e prevenção de
doenças.
Toxicologia: Os efeitos tóxicos produzidos pelas drogas.
Farmacognosia: Estudo da origem das drogas do reino animal
e vegetal.
Veremos em detalhes cada uma delas de acordo com Straub
(2014):

Farmacocinética:

Movimento que a droga tem pelo corpo, uma vez administrada.


Abrange a absorção, distribuição, metabolismo, excreção, efeito máxi-
mo e duração.
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ABSORÇÃO: Velocidade com a qual uma droga passa do pon-


to de administração para o ponto de ação.
Em relação aos fatores que influenciam a absorção, são eles:
• via de administração
• comida ou fluidos
• formulação da dosagem
• superfície de absorção, irrigação
• acidez estomacal
• Motilidade gastrintestinal.
• Rotas de administração: oral, parenteral e tópica.
Oral: Ação localizada (somente efeito no trato digestivo), ação
sistêmica (queremos que o medicamento seja absorvido para que exer-
ça sua função em outro órgão). Esse caminho também é chamado de
ROTA ENTERAL, porque, pela anatomia, a droga, uma vez absorvida,
passa através do fígado e depois para o órgão alvo. Uma vez que o
medicamento atinge o intestino, o medicamento tem que atravessar as
barreiras celulares de diferentes maneiras:
1) Filtração: neste mecanismo, as drogas atravessam as bar-
reiras celulares por meio de soluções de continuidade que existem nas
células (canais aquosos), onde está o fluido intersticial. Lá, a droga pas-
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sa por um processo de filtração. Deve ser de baixo peso molecular para
poder passar essa barreira celular. Geralmente é usado por substâncias
que possuem carga elétrica.
Difusão passiva: é usado por drogas lipossolúveis. Dissolvem-
-se na membrana celular, dependendo de sua lipossolubilidade, atra-
vessam a dupla camada lipídica.

Características:

- Droga solúvel em gordura (se não, não pode passar)


- A favor do gradiente de concentração (de onde há mais, para
onde há menos)
- Não consome energia
A lipossolubilidade depende do coeficiente de partição lípido-á-
gua, o estado de ionização. São elas, segundo Straub (2014):

Difusão Facilitada:

A droga precisa de um transportador para atravessar a mem-


brana, uma vez que não é solúvel em gordura. Mas se houver um trans-
portador (específico ou não específico), ele se une a ele e se torna

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solúvel em gordura para atravessar a membrana. Uma vez lá dentro,
solta a droga e sai para encontrar outra. Tem as mesmas características
da difusão passiva.

Figura 8 – Difusão facilitada

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

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Transporte Aditivo:

Quando o fármaco não solúvel em gordura não tem outra manei-


ra de atravessar, ele se une a um transportador que ajuda a ultrapassar
a barreira celular. Ele libera na corrente sanguínea. O que o diferencia
do anterior é que ele vai contra o gradiente, ou seja, precisa de energia.
A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu estado
de ionização, ou seja, o mais ionizado, menos solúvel em gordura. Se uma
droga tem uma natureza ácida fraca, em um meio ácido, a fração não ioni-
zada (solúvel em gordura) predomina. Então, uma droga ácida fraca, onde
é melhor absorvida? Em pH ácido, pela mesma regra. Uma droga base fra-
ca em meio básico, a fração não ionizada (solúvel em gordura) predomina,
então é bem absorvida em meio básico. (STRAUB, 2014)

Parenteral - Podemos distinguir:

Sublingual:

O medicamento é bem absorvido pelos vasos da língua que


vão diretamente para a veia cava e para o coração, não passam pelo
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fígado. Exemplos: Cafinitrina (angina pectóris), Captopril (anti-hiperten-


sivo), Alprazolan (crise aguda de ansiedade e pânico). Eles também
podem ser absorvidos pelas membranas mucosas da boca (como um
doce), como o fentanil.

Via Retal:

A medicação é absorvida na mucosa retal. A administração é


feita pelo esfíncter anal. É um mecanismo não suicida. Algumas vezes
esse caminho pode se comportar como um entérico, pois é absorvido
pelo plexo etmoidal e passa para o fígado É um caminho de absorção
muito rápido, mas não se sabe quanto de medicamento é absorvido.
Não é muito usado. Exemplos: Enema de corticosteroides para o trata-
mento da colite ulcerativa, Diazepan, que apresenta absorção imediata
em crises convulsivas epilépticas e febris.

Intramuscular:

A droga é administrada em um plano muscular e através dos


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vasos linfáticos e capilares, é absorvido em 30 minutos. Os planos mus-
culares adequados são os glúteos, deltoides, quadríceps.

Desvantagens:

Mais de 10 ml não devem ser administrado porque podemos


produzir necrose ulcerativa por compressão. Pode produzir abscessos
devido à manobras assépticas fracas. Medicamentos muito irritantes ou
muito contínuos podem formar cistos.

Intradérmico:

Sua aplicação está na derme, para uma boa administração,


uma pápula deve ser produzida na superfície da pele. Como exemplo
dessa rota, podemos mencionar o Mantoux (teste tuberculoso).

Intra-arterial:

Diretamente à luz arterial. Não é muito utilizado em terapêuti-


ca, sim em diagnóstico (contraste). Ex.: cateterismo.

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Subcutânea:

A medicação é injetada no espaço subcutâneo e leva de 15 a


30 minutos. Ex.: Insulina.

Intravenoso:

Nós administramos a droga no sistema venoso. A velocidade


de absorção é zero.

Desvantagens:

Formação de abscesso, flebite, que pode levar à trombose,


causando uma embolia distante. Flebite é formada pelo uso repetido da
estrada. Em caso de alergia ao medicamento, se for por via oral nos dá
tempo para pará-lo porque a droga é absorvida pouco a pouco e as ma-
nifestações são mais suaves, à medida que atingem o sangue se torna
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mais grave. Na via intravenosa, a reação alérgica pode ser mais grave e
causar choque anafilático em questão de minutos e é de aparecimento
súbito. (STRAUB, 2014)
Outra desvantagem é que a droga deve ser administrada lenta-
mente (1 ml/min.), Porque se fizermos isso mais rápido, podemos causar
hipotensão súbita, chamada de choque de velocidade. Ao perceber a me-
dicação, o organismo acredita que há um aumento da pressão arterial e,
em seguida, de maneira defensiva, a queda causa uma hipotensão súbita.
Outra desvantagem, é se o paciente tem insuficiência cardíaca, podemos
causar sobrecarga cardíaca. Dessa forma, e dependendo da medicação,
podemos causar alterações no balanço eletrolítico. (STRAUB, 2014)

Tópica:

A administração de um fármaco através da pele ou mucosa, para


atender um efeito localizado (por exemplo, pomada anti-inflamatória). Ou
pode ser absorvida e exercer a sua função em um outro organismo, através
da corrente sanguínea (transdermicamente: pomadas, emplastros). O fen-
tanil é um opioide da mesma família da morfina, que, quando administrado
por via intramuscular, dura cerca de meia hora. No curativo é liberado gra-
dualmente e dura 72 horas. É muito bom para pacientes terminais.
O nitrato é um vasodilatador coronário. Foi administrado an-
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teriormente como creme, mas não pôde ser controlado. Há também


sublingual, mas apenas para crises. As pílulas aumentam o risco de
câncer de estômago ao se ligar às aminas (nitrosaminas cancerígenas).
Por tudo isso, a melhor forma de administração é a transdérmica, que é
de rápida absorção e diminui os efeitos colaterais. O curativo de nitrato
deve ser trocado a cada 12 horas. Os adesivos de nitrato são transfor-
mados em nitrito no fígado graças ao sulfidrilo, que é finalizado após 12
horas. O efeito dura 24 horas, mas deve ser removido às 12 horas para
que o fígado tenha tempo para substituí-lo. (STRAUB, 2014)
Por fim, destacamos a respeito da via inalatória. A árvore respi-
ratória é usada para administração. Com o uso da droga dessa maneira,
podemos gerar um efeito generalizado e localizado. Ela é:

Generalizado:

Anestesia. É absorvido pelos brônquios, capilares, corrente


sanguínea, cérebro.

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Localizado:

Ventolin (sulbitamol), é um broncodilatador que é usado para


ataques de asma. Teoricamente, liga-se aos receptores β2-adrenérgi-
cos e dilata os brônquios. Se a dose for excedida, não há ß2 suficiente
e ela entra na corrente sanguínea, aumentando a frequência cardíaca
e produzindo taquicardia. Teoricamente, a ação é localizada, mas os
efeitos indesejáveis devem ser levados em conta, separados do efeito
terapêutico que desejamos.
Todas as estradas têm vantagens e desvantagens. A via ideal
seria de acordo com a patologia do paciente, mas a mais conveniente é
a via oral (levando em conta as características do paciente). Tem uma
série de vantagens: o enfermeiro pode ser ignorado porque o pacien-
te é responsável pela medicação. As desvantagens são, por exemplo,
em pacientes inconscientes devido ao risco de aspiração. Também de-
vemos levar em conta a presença de comida. Os fármacos solúveis
em água devem ser administrados antes das refeições porque, após a
ingestão, a bílis é libertada, o que melhora a sua absorção (porque os
solúveis em gordura precisam de gorduras e sais biliares para a sua
absorção). O Becozyme (vitamina B) deve ser tomado com o estômago
vazio, também o ácido fólico. Dependendo da natureza da droga pode

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dar alterações da motilidade intestinal. (STRAUB, 2014)

A árvore respiratória é usada para administração. Com o


uso da droga dessa maneira, podemos gerar um efeito generaliza-
do e localizado.

Sendo assim, a farmacologia é a disciplina responsável pelo es-


tudo de substâncias capazes de causar algum tipo de efeito no corpo. É
especialmente utilizada no campo da medicina, como uma ferramenta
para tratar várias doenças que as pessoas possam vir a apresentar. A
farmacologia é desenvolvida hoje por importantes empresas globais, que
desenvolvem remédios para uso em diferentes áreas da saúde. No en-
tanto, pode-se dizer que ela estava presente desde a antiguidade, espe-
cialmente associada ao consumo de várias espécies de plantas que têm
algum tipo de efeito sobre o comportamento do corpo. (STRAUB, 2014)
Desde tempos imemoriais, o homem entendeu que havia subs-
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tâncias na natureza que poderiam ter algum grau de efeito se fossem
consumidas. Assim, muitos vegetais mostraram-se úteis nesse sentido,
dando origem a uma grande quantidade de conhecimento no campo. No
entanto, ao contrário de hoje, as substâncias extraídas nesses momentos
da história não eram usadas apenas com o propósito de tratar as doen-
ças dos indivíduos; eles também poderiam ser usados para fins religio-
sos, especialmente em relação a drogas alucinógenas. (STRAUB, 2014)
Dessa forma, o conhecimento adquirido no passado foi sendo
conservado e passou a integrar uma espécie de herança, deixada para
as gerações futuras.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: DETRAN Prova: Psicólogo Ní-
vel: Superior
Um alcoolista, em dado momento, apresenta quadro de descoordena-
ção motora, movimentos oculares rítmicos como se estivesse lendo
(nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares, confusão mental
e depois de recobrar a consciência, perda de memória recente, inven-
tando histórias para preencher as lacunas do que não se lembrava. Ao
oferecer-lhe tiamina, o quadro obteve melhora rápida, mas o défcit de
memória acabou tornando-se permanente, incapacitando-o de man-
ter funções anteriores. Podemos dizer que este paciente apresenta:
a) demência alcoólica.
b) síndromeWernicke-Korsakoff.
c) síndrome deAlzheimer.
d) intoxicação pelo álcool.
e) delirium tremens.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: EsFCEx Órgão: EsFCEx Prova: Psicólogo Nível:
Superior

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Considerando a diferença entre sensação e percepção, podemos
armar que a sensação:
a) diz respeito aos objetos, lugares e eventos, enquanto a percepção
lida com categorias como qualidade e intensidade.
b) não proporciona uma visão da realidade, enquanto a percepção é um
reflexo da realidade.
c) implica trazer informação, enquanto a percepção supõe a organiza-
ção e a interpretação dos dados.
d) exige a percepção enquanto a percepção não é sensorial.
e) é explicita enquanto a percepção é implícita.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL Prova: Médico Psiquiatra Nível:
Superior
Um paciente de 31 anos de idade apresenta uma história de nove
anos de episódios em que come grandes quantidades de alimento,
como quatro hambúrgueres gourmet e um pote de 2 L de sorvete
diet com uma lata de leite condensado, de uma única vez. Depois,
em razão de intensos sentimentos de culpa, realiza atividades
anaeróbicas extenuantes e de forma recorrente, além de repetiti-
67
vos eventos de êmese provocados intencionalmente. Esse ciclo
acontece várias vezes por semana. Está muito envergonhado des-
se comportamento, mas diz que "não consegue parar". O paciente
era diagnosticado como obeso (grau I) e, após acompanhamen-
to com nutricionista, médico e educador físico, por cerca de dois
anos, conseguiu emagrecer. Entretanto, após esse período, pas-
sou por um grande estresse no local de trabalho, o que acabou
desencadeando um surto psicótico, segundo relatório médico do
hospital onde ele foi internado. Após algumas semanas de inter-
nação, o paciente recebeu alta com melhora clínica. Assinale a al-
ternativa que indica o neuroléptico que poderia ser utilizado pelo
paciente, sem que ele se preocupasse com ganho de peso.
a) Clozapina
b) Aripiprazol
c) Quetiapina
d) Olanzapina
e) Clorpromazina.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: Instituto AOCP Órgão: Prefeitura de João Pessoa
Prova: Farmacêutico Nível: Superior
Sobre a ação das drogas nas divisões simpática e parassimpática
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

do sistema nervoso autônomo (SNA), assinale a alternativa correta.


a) O efeito de uma droga parassimpatomimética poderia ser incremen-
tado com a associação de uma droga simpatomimética.
b) Drogas simpatomiméticas e parassimpatolíticas apresentam efeito
farmacológico semelhante, mas agem por diferentes mecanismos.
c) Anticolinesterásicos são anticolinérgicos de ação indireta.
d) O aumento da frequência cardíaca é um dos efeitos de drogas sim-
patolíticas e parassimpatomiméticas.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: Instituto AOCP Órgão: Prefeitura de João Pessoa
Prova: Farmacêutico Nível: Superior
Qual propriedade físico-química inerente à molécula de um fármaco
é necessária para que este tenha ação no sistema nervoso central?
a) Molécula polar.
b) Tamanho grande.
c) Hidrofilicidade.
d) Lipofilicidade.

68
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Explique o processo da difusão facilitada.

TREINO INÉDITO
Assinale a alternativa correta.
a) A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu estado de
conização;
b) A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu estado de
superação;
c) A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu estado de
participação;
d) A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu estado de
ionização;
e) NDA

NA MÍDIA
BRONCODILATADORES AJUDAM A TRATAR CRISES DE ASMA
Um broncodilatador é usado por quase todas as pessoas com asma
como uma maneira de abrir as vias aéreas. Para o tratamento de sinto-
mas de asma, há três tipos de broncodilatadores: beta-agonistas, anti-
colinérgicos e xantinas. Estes broncodilatadores estão disponíveis para
inalação, por comprimido, líquido e formas injetáveis, mas o método

NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS


mais utilizado para os beta-agonistas e anticolinérgicos é por inalação.
Fonte: Minha vida
Artigo na íntegra disponível para leitura através do link: https://www.
minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/17277-broncodilatadores

NA PRÁTICA
OS BRONCODILATADORES NA ASMA: A ARTE DE PRESCREVER
CORRETAMENTE, APROVEITANDO AS QUALIDADES E REDUZIN-
DO OS RISCOS
A história do desenvolvimento dos broncodilatadores do grupo ß2-ago-
nistas, que ocorreu concomitante ao entendimento da fisiopatologia da
asma, é um excelente exemplo de como o raciocínio científico caminha
baseado em hipóteses, que contêm verdades parciais, que progressi-
vamente são filtradas para se melhorar o entendimento daquilo que de-
veria ocorrer, mas às vezes não ocorre. Dessas observações contínuas
descobrem-se as falhas e evolui-se para a nova geração de interven-
ção, na tentativa de se propiciar o tratamento ideal.
Fernandes ALG. Os broncodilatadores na asma: a arte de prescrever
corretamente, aproveitando as qualidades e reduzindo os riscos. J Bras
Pneumol. 2006;32(3):11-12
69
Através da neuropsicologia estuda-se a "neuro", relacionando
aspectos da "Bio", com a "Psycho", e sempre no campo da interação
permanente com o meio ambiente. Essa disciplina não substitui ne-
nhum dos ramos ou funções da psicologia, como a conhecemos acade-
micamente, mas aprimora muitos dos desenvolvimentos já existentes.
É uma disciplina relativamente jovem, porque ao longo dos
anos a estrada humanista de um lado e biologista por outro, não fez
nada para manter o paralelismo formalizado do cartesianismo, evitando,
assim, o seu crescimento e desenvolvimento. Ainda hoje alguns argu-
mentam que a compreensão da mente humana e seu comportamento é
cada vez mais neurocientífico; e outros, de maneira oposta, exigem um
estudo do psiquismo independente do cérebro.
Sendo assim, a farmacologia atual, concentra-se principalmen-
te no controle de doenças através do uso de substâncias, que são cui-
dadosamente elaboradas e testadas. Nesse sentido, a farmacologia é
uma grande indústria, que reúne uma imensa quantidade de capital,
em busca de desenvolver soluções para a saúde. Assim, as drogas são
colocadas continuamente no mercado e tentam ter algum efeito positivo
em termos de tratamentos; drogas que, em alguns casos, transformam-
-se em sucessos de vendas, devido aos problemas que podem resolver.
Uma enorme contribuição para a farmacologia foi, sem dúvida,
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

realizada pela biologia e pela química, como foi visto ao longo deste es-
tudo. De fato, graças a esse tipo de disciplina, é possível ter uma noção
do efeito das drogas sobre o organismo, mesmo no nível mais básico,
sendo capaz de controlá-las com mais exatidão.
Dessa maneira, a farmacologia, agora, mostra um desenvolvi-
mento mais que refinado. O mesmo não pode ser utilizado apenas para o
desenvolvimento de medicamentos, para o tratamento de doenças huma-
nas, mas também para o tratamento de condições em animais, esses últi-
mos, com grande relevância em relação a algumas atividades econômicas.

70
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O diencéfalo é uma estrutura localizada na parte central dos hemisférios


cerebrais. Está localizado entre os hemisférios e o tronco cerebral, e
através dele passa a maior parte das fibras que vão para o córtex ce-
rebral. O diencéfalo é composto de várias partes: tálamo, hipotálamo,
subtálamo e epitálamo. O tálamo é formado por dois corpos ovóides de
3 cm. longo e aproximadamente 1,5 cm. de espessura, que fica na pro-
fundidade de cada hemisfério cerebral. O terceiro ventrículo separa os
dois, embora estes permaneçam unidos graças a uma ponte de tecido
talâmico chamada massa intermediária, que se estende entre ambos.

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TREINO INÉDITO
Gabarito: B
Justificativa:
a. Incorreta. Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dis-
secção anatômica;
b. Correta. Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dissec-
ção anatômica;
c. Incorreta. Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dis-
secção anatômica;
d. Incorreta. Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dis-
secção anatômica;
e. Incorreta. Os neuroanatomistas trabalham principalmente com dis-
secção anatômica;

71
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A capacidade do sistema nervoso de mudar é chamada de plasticidade


neuronal, que está envolvida no desenvolvimento embriológico. No entan-
to, a plasticidade adulta também tem um lugar importante para aprender
novas habilidades, estabelecer novas memórias e responder às adversida-
des do ambiente. De fato, aprender é o processo pelo qual os organismos
modificam seu comportamento para se adaptar às condições mutáveis do
ambiente que os cerca. É o principal modo de adaptação dos seres vivos.
Portanto, o aprendizado pode ser considerado como uma mudança
no sistema nervoso que resulta da experiência e que causa mudan-
ças duradouras no comportamento dos organismos. A aprendizagem
é o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o mundo, en-
quanto a memória é o processo pelo qual o conhecimento é codificado,
armazenado, consolidado e posteriormente recuperado. Aprendizagem
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

e memória são processos intimamente relacionados. Não é possível se-


parar a aprendizagem da memória, nem é possível fazer essa distinção
dentro do circuito neural.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
Justificativa:
a. Correto. Quando um empresário conhece detalhadamente seus custos
unitários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que ponto
pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
b. Incorreto. Quando um empresário conhece detalhadamente seus cus-
tos unitários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que
ponto pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
c. Incorreto. Quando um empresário conhece detalhadamente seus cus-
tos unitários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que
ponto pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
d. Incorreto. Quando um empresário conhece detalhadamente seus cus-
tos unitários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que
ponto pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.
e. Incorreto. Quando um empresário conhece detalhadamente seus cus-
72
tos unitários, classificando-os corretamente, ele poderá saber até que
ponto pode baixar seus preços para não incorrer em uma possível perda.

NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

73
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A droga precisa de um transportador para atravessar a membrana, uma


vez que não é solúvel em gordura. Mas se houver um transportador (es-
pecífico ou não específico), ele se une a ele e se torna solúvel em gordura
para atravessar a membrana. Uma vez lá dentro, solte a droga e saia
para encontrar outra. Tem as mesmas características da difusão passiva.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
Justificativa:
a. Incorreta. A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu
estado de ionização;
b. Incorreta. A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu
estado de ionização;
NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

c. Incorreta. A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu


estado de ionização;
d. Correta. A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu
estado de ionização;
e. Incorreta. A lipossolubilidade de um fármaco é determinada pelo seu
estado de ionização;

74
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: Des-
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NEUROANATOMIA, NEUROFISIOLOGIA E NEUROFARMACOLOGIA - GRUPO PROMINAS

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