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INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

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INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Rosilania Fernandes


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade analisará as investigações geotécnicas. Especi-
ficamente, foram enfocadas: a) introdução à investigação geotécnica,
b) sondagem a percussão, sondagens rotativas e ensaios de pene-
tração estática tipo CPT/CPTu e c) ensaio dilatométrico de Marchetti,
ensaio pressiométrico e casos históricos. Trata-se de uma pesquisa
desenvolvida pelo método hipotético-dedutivo, cuja hipótese está rela-
cionada ao fato de as investigações geotécnicas desempenharem um
papel fundamental em obras e no estudo dos solos. Essa abordagem
justifica-se, pois, consegue-se avaliar os diferentes tipos de solos,
suas características e propriedades, isso permite que os profissionais
possam projetar edificações, túneis, pontes, dentre outros tipos de edi-
ficações, de forma adequada. Os resultados mostraram que as inves-
tigações geotécnicas são essenciais para a garantia da integridade do
ambiente, pois, consegue-se evitar desastres que impactam o meio
ambiente e as pessoas. É importante que os ensaios e as sondagens
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sejam executados sob a supervisão de profissionais qualificados, uma


vez que, eles conhecem as normas e o modo de execução dos traba-
lhos, assim, assegura-se resultados coerentes.

Investigação Geotécnica. Sondagem. Ensaios. Solos. Amostras.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

Generalidades das Investigações Geotécnicas ___________________ 12

Amostragem em Solo ___________________________________________ 16

Ensaio de Palhetas _____________________________________________ 21

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
SONDAGEM A PERCUSSÃO, SONDAGENS ROTATIVAS E ENSAIOS
DE PENETRAÇÃO ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU

Sondagem a Percussão ________________________________________ 31

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Sondagem Rotativa ____________________________________________ 37

Ensaio de Penetração Estática tipo CPT/CPTU ___________________ 41

Recapitulando _________________________________________________ 46

CAPÍTULO 03
ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI, ENSAIO PRESSIONOMÉ-
TRICO E CASOS HISTÓRICOS

Ensaio Dilatométrico de Marchetti ____________________________ 50

Ensaio Pressiométrico _________________________________________ 55

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Casos Históricos _________________________________________________ 62

Recapitulando __________________________________________________ 66

Considerações Finais ____________________________________________ 71

Fechando a Unidade ____________________________________________ 72

Referências _____________________________________________________ 75
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As investigações geotécnicas são importantes para assegurar a
integridade de prédios, túneis e demais tipos de construção. Por meio de-
las, consegue-se avaliar o comportamento dos solos, suas camadas, suas
características e suas propriedades. Essa ferramenta é importante para os
profissionais que trabalham na área geotécnica. Todas as operações liga-
das à investigação devem ser executadas por profissionais especializados,
uma vez que, essa é uma atividade de grande impacto no ambiente.
Existem diversas formas de realizar investigações geotécnicas,
e elas podem ser realizadas em campo, in situ, ou no laboratório. É im-
portante que algumas medidas sejam seguidas quando da extração e ar-
mazenamento de amostras. Esses cuidados são necessários para evitar
o comprometimento destas, o que pode afetar os resultados dos ensaios.
Para isso, existem algumas normas que devem ser seguidas, não só para
a execução dos procedimentos de investigação, mas também para a ex-
tração e coletas de amostras, por isso, é essencial segui-las.
Dentre os métodos investigativos, existem as sondagens e os
ensaios, como a sondagem rotativa, a sondagem a percussão, o ensaio
de palhetas, a penetração estática, o ensaio dilatométrico de Marchetti, o
ensaio pressiométrico, dentre outros. Desses métodos, a sondagem a per-
cussão é o método mais simples e mais utilizado no Brasil. Isso se deve ao
seu baixo custo e simplicidade, porém, é importante destacar que a sonda-
gem deve ser executada sob a supervisão de um profissional capacitado.
A maioria dos ensaios são normatizados, por isso, devem ser
executados de acordo com a norma, a fim de atenderem às particularida-

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des do ensaio e obter resultados significativos que podem contribuir para
a avaliação do perfil geotécnico do solo. Dessa forma, é possível fornecer
dados precisos que auxiliam na garantia da integridade das obras.

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INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO
GEOTÉCNICA
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GENERALIDADES DAS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

Nas análises geotécnicas, o profissional atua realizando sonda-


gens para conhecer as camadas de solo, determinando suas proprieda-
des mecânicas, como deformidade e/ou resistência. O profissional deve
estudar a hidrologia subterrânea, determinando quais camadas são se-
guras para realizar o serviço ou para a execução de uma fundação.
Em algumas situações, por meio das análises, pode-se afir-
mar que o solo/subsolo pode precisar de tratamentos preliminares para
receber a obra. Isso só ocorre quando os solos são moles, não aden-
sados, expansíveis, colapsáveis, dentre outros tipos. Esse problema é
bem comum em locais ocupados de forma inapropriada pelo crescimen-
to urbano desordenado. Nesses casos, a estabilização é realizada por
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meio de tratamentos superficiais, como a construção de elementos para
drenagem e a construção de muros de contenção ou taludes naturais.
As investigações geotécnicas são realizadas para reconhecer
o perfil dos solos, bem como suas características geotécnicas. Para
entender a relevância e o interesse para a realização das investigações
geotécnicas é essencial responder a algumas perguntas:
• Qual a investigação geotécnica adequada?
• Como identificar a melhor investigação?
• Qual a melhor investigação para fornecer dados significativos
para o projeto?
A realização de projetos considerando-se aspectos geotécnicos e
geológicos é uma boa maneira de realizar a engenharia, pois, o profissional
precisa trabalhar para solucionar possíveis problemas, evitando atuar na
correção de problemas que já ocorreram. A investigação geotécnica é uma
atividade importante não só para a sociedade, mas, também para a esfera
pública e para o engenheiro geotécnico, uma vez que, ela consegue prever
possíveis problemas em fundações de edificações, por exemplo.
Conhecer as condições do subsolo, como as suas caracterís-
ticas geotécnicas e o perfil do solo a ser trabalhado é algo essencial na
elaboração de projetos de fundação. Esse processo assegura a econo-
micidade e a segurança das obras e é importante que essas atividades
sejam desenvolvidas com o apoio de estudos orográficos, hidrográficos,
pedológicos e geológicos da região de interesse. Em investigações ge-
otécnicas para construção de fundações, é essencial estabelecer um
programa a fim de determinar os objetivos que precisam ser atingidos,

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assim, vale destacar que é preciso:
• realizar a investigação preliminar para identificar as caracte-
rísticas principais do terreno, estipulando sua estratigrafia,
• realizar a investigação de projeto ou complementar para ava-
liar características relevantes do subsolo a fim de caracterizar as princi-
pais propriedades das principais camadas do solo,
• realizar a investigação para a execução com o objetivo de
confirmar condições do projeto nas áreas críticas da obra.
Quando não há investigação geotécnica ou quando os resulta-
dos gerados são interpretados inadequadamente, ocorre a elaboração
de projetos inadequados, a elevação dos custos devido a modificações
para corrigir falhas, atrasos ou ruptura da obra e até mesmo problemas
ambientais. As investigações geotécnicas são essenciais para assegu-
rar a responsabilidade ambiental e social, permitindo minimizar os cus-
tos e os riscos causados pelas obras.
É importante destacar que as análises e os resultados das in-
vestigações geotécnicas constituem um documento integrante do pro-
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jeto das obras. Por meio das investigações geotécnicas consegue-se
identificar características estruturais e geométricas fornecendo dados
essenciais para solucionar possíveis problemas no projeto. É importan-
te contar com softwares especializados para realizar as análises, mas,
deve-se saber interpretar os dados e analisar as variáveis considerando
as particularidades e as características dos solos das diversas regiões.
A investigação prévia da superfície fornece dados importantes
acerca de suas características geotécnicas e geológicas. Porém, com
as investigações subsuperficiais, é possível obter dados mais confiá-
veis, além de amostras para a realização de ensaios. A exploração sub-
superficial é algo caro, entretanto, para minimizar seus custos e tempo,
a realização dos programas de exploração subsuperficiais precisa ser
feita seguindo-se alguns passos: o reconhecimento do local, a investi-
gação superficial e, por fim, a escolha da instrumentação.
A investigação subsuperficial é um processo iterativo, ou seja,
agrega diversas adaptações e procedimentos com a descoberta de novas
informações. Dessa forma, consegue-se testar diversas hipóteses para
realizar o trabalho, além de propor estratégias para a sua mitigação. A
seleção dos métodos para a exploração e o desenvolvimento dos planos
de programas de exploração subsuperficial é baseada nos objetivos do
projeto, que podem ser condições geológicas, tamanho da área de desli-
zamento, condições superficiais, limitações orçamentárias e de tempo e
acesso à área. É importante que o engenheiro geotécnico utilize todos os
dados disponíveis sobre o local de investigação, como planos de constru-
ção, tratamento ou reparação. Esses documentos complementares são
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essenciais para melhorar o processo de planejamento investigativo.


Os programas de exploração subsuperficial precisam gerar in-
formações que permitam quantificar e qualificar as características e as
propriedades dos materiais obtidos no processo. Por isso, é essencial
que os programas de exploração disponham de dados como pressões
em camadas aquíferas, poros, valores do ângulo de atrito e da resistência
da ruptura por cisalhamento em condições residuais e indeformadas dos
depósitos geológicos em análise, a profundidade, para que haja o contro-
le das características, além de limites verticais e laterais de deslizamento.
Com a interpretação dos dados, consegue-se identificar e
quantificar possíveis soluções para as obras. Para obter esses dados
existem diversos métodos para investigação subsuperficial, que podem
ser divididos nas seguintes categorias:
• métodos para levantamento/reconhecimento (geológico, to-
pográfico, geotécnico, dentre outros),
• métodos geofísicos superficiais e de perfuração,
• sondagens com ensaios e com amostragens (rotativa, SPT,
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dentre outras),
• sondagem com amostragem/registro contínuo,
• ensaios de campo (palheta, pressiômetro, permeabilidade,
dentre outros),
• ensaios laboratoriais (compressibilidade, caracterização, re-
sistência e permeabilidade),
• procedimentos para amostragem (indeformada e deformada),
• instrumentação.
Para decidir o tipo, a quantidade e a localização de explorações
subsuperficiais em uma investigação, deve-se levar em conta os dados
e as informações necessárias para quantificar as possíveis hipóteses e
o nível de investigação. Para realizar essas atividades, deve-se consi-
derar a segurança da equipe antes de ocupar o local para proceder à
investigação. Desse modo, é importante que sejam construídas gaiolas
para proteção, além de dispositivos para alerta, quando necessário. O
local deve ser supervisionado por um engenheiro geotécnico com expe-
riência, garantindo o sucesso das investigações e assegurando que as
especificações contidas no programa de investigação sejam cumpridas.
Assim, realiza-se a atividade de campo adequadamente, permitindo-se
o alcance dos resultados desejados.
Nos dias de hoje, existem diversos tipos de ensaio que podem
ser realizados nos programas de investigação, com aplicações e usos
para diversas condições de subsolo. É importante destacar que a maior
parte dos parâmetros desejáveis são obtidos através dos ensaios de
campo ou in situ. Esses ensaios podem ser divididos em dois grupos:

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• Ensaios não destrutivos ou semidestrutivos: nesse tipo de en-
saio, a perturbação da estrutura geral do solo é mínima, o que requer
pequenas modificações nas tensões efetivas de início. Esse grupo en-
globa ensaios geofísicos sísmicos, ensaio de placa e pressiômetros,
sendo que esses ensaios permitem interpretações de dados rigorosas
com números de hipóteses simplificadoras e,
• Ensaios destrutivos ou invasivos: que geram perturbação no
solo pela imposição ou instalação de elementos ou instrumentos sensores
no subsolo. Esses ensaios englobam as sondagens SPT e os ensaios CPT
e dilatométrico. Os equipamentos utilizados nesses ensaios são mais ro-
bustos, porém, são mais fáceis de usar, além de apresentarem menor cus-
to quando comparado com os ensaios não destrutivos. Vale destacar que,
normalmente, o mecanismo ligado ao processo de instalação é complexo,
por isso, é possível realizar investigações rigorosas em poucos casos.
As investigações geotécnicas, principalmente as de campo,
avançaram muito no que se refere aos equipamentos e aos procedi-
mentos para a obtenção dos parâmetros geotécnicos dos projetos. Isso
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tem permitido adotar essas técnicas como uma prática da engenharia,
possibilitando análises adequadas dos tipos de solo.

AMOSTRAGEM EM SOLO

Para caracterizar um determinado volume de solo, normal-


mente, não é possível examiná-lo por completo, por isso, retiram-se
amostras dele para submeter à análise. É importante que as amostras
sejam representativas da parte a ser caraterizada, a fim de evitar erros.
Para caracterizar um solo em laboratório e obter dados confiáveis, é
importante que as amostras sejam de qualidade e os ensaios sigam os
procedimentos determinados.
Existem diversas normas nacionais e internacionais que tratam da
amostragem e dos ensaios de solos, como a Norma Brasileira NBR 9820 –
Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos
de sondagem, que trata de aspectos dos amostradores, além de procedi-
mentos para extração, armazenagem, transporte e uso das amostras em
laboratórios a fim de assegurar a qualidade da amostra. Há ainda a Norma
Brasileira NBR 9604 – Abertura de Poço e Trincheira de Inspeção em Solo,
com Retirada de Amostras Deformadas e Indeformadas, que especifica os
procedimentos básicos para abrir trincheiras e poços, além de definir os
critérios para retirar amostras indeformadas e deformadas do solo.
Em laboratórios de geotecnia, dois tipos de amostras podem
ser usados para realizar os ensaios: as amostras deformadas, que con-
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sistem na fração do solo que está desagregada. Nesse caso, a amostra


é utilizada quando se deseja avaliar a textura e a constituição dos mi-
nerais, assim avalia-se de forma táctil e visual as amostras em ensaios
de classificação (massa específica de sólidos, limite de consistência e
granulometria), de compactação e de preparação de amostras para os
ensaios de permeabilidade, resistência ao cisalhamento e compressi-
bilidade. A extração dessas amostras até a profundidade de 1 metro
pode ser feita com a utilização de ferramentas simples, como enxadas e
pás, dentre outras. Em espessuras superiores a 1 metro, a extração das
amostras precisa ser feita com a utilização de ferramentas especiais,
como amostradores de parede grossa ou trados.
Já as amostras indeformadas têm formato cilíndrico ou cúbico,
devendo representar a umidade e a estrutura do solo no dia em que foi
retirada, bem como a composição mineral e a textura. Essas amostras
permitem determinar as particularidades do solo in situ, como coefi-
ciente de permeabilidade, índices físicos, resistência ao cisalhamento e
parâmetros de compressibilidade. As amostras deformadas podem ser
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obtidas de diversas formas, dependendo da densidade do solo, da cota
da amostra e da localização do lençol freático. Para solos moles, que
estão abaixo do nível da água, utilizam-se amostradores de parede fina,
já em solos mais densos e que se localizam acima do nível da água, é
preciso abrir um poço até a cota de interesse a fim de retirar do solo um
bloco com o auxílio de uma caixa metálica ou de madeira com dimen-
sões apropriadas ao número e aos tipos de ensaios a serem feitos.
Na retirada de amostras deformadas, acima do nível da água,
é importante realizar a limpeza inicial antes de começar o procedimento.
Deve-se retirar raízes, vegetações superficiais e outros tipos de mate-
riais estranhos. Se a amostra for retirada de até um metro da superfície,
realiza-se a escavação até a cota ou ponto de interesse com ferramen-
tas simples (mencionadas anteriormente), em seguida, faz-se a coleta.
Para profundidades de 1 a 6 metros, pode-se utilizar trados do tipo ca-
vadeira, se o furo a ser realizado não precisar de revestimento. Quando
a profundidade for superior a 6 metros, deve-se utilizar o trado helicoi-
dal. Os dois tipos de trado citados podem ser observados na figura 1.

Figura 1: Tipos de trado para sondagem

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Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1986)

Quando as amostras precisarem ser retiradas abaixo do nível


da água, ou o serviço com o trado helicoidal se tornar difícil, deve-se
utilizar um amostrador com parede grossa. Para cravar esse material
no solo, utiliza-se a energia de um martelo em queda livre, que bate
no amostrador e o fixa de forma dinâmica no solo. A figura 2 ilustra um
amostrador de parede grossa. É importante destacar que a norma NBR
9603 regulamenta a sondagem a trado.
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Figura 2: Amostrador de parede grossa

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1986)

Já nas amostras indeformadas, a viabilidade econômica e téc-


nica da obtenção da amostra se dá pela profundidade do nível da água
e pela natureza do solo a ser analisado. Esses fatores auxiliam na de-
terminação dos recursos e do tipo de amostrador a se utilizar, pois, al-
gumas formações são mais difíceis de serem extraídas do que outras.
Com isso, a retirada das amostras indeformadas pode ser dividida em
duas categorias: as amostras indeformadas de superfície e as amostras
indeformadas em profundidade.
• Nas amostras indeformadas de superfície, a coleta do mate-
rial é feita nas proximidades da superfície do terreno natural ou perto
da superfície de uma exploração acessível. Para isso, são utilizados
amostradores que têm o aparamento, cilindros e anéis biselados (figura
3 (a)), ou escavações, caixas (figura 3 (b)), como processo de avanço.

Figura 3: (a) cilindros e anéis biselados e (b) caixa para retirada de amostras
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indeformadas.

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista (2015)

• Nas amostras indeformadas em profundidade, o processo


para atingir a profundidade requerida é o mesmo da sondagem de re-
conhecimento, a diferença é que, nessa sondagem, utilizam-se amos-
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tradores de paredes finas, amostradores de pistão estacionário, amos-
tradores de pistão, amostrador Denison ou barrilete triplo e amostrador
de pistão Osterberg.
Dentre os amostradores de parede fina, o mais utilizado é o do
tipo Shelby, que é constituído de um tubo de aço inoxidável ou de latão
com espessura reduzida, ligado ao cabeçote que tem uma válvula esfé-
rica, dessa forma, com o avanço do amostrador no solo, o ar e a água
escapam pela janela. A figura 4 mostra um amostrador de parede fina.

Figura 4: Amostrador de parede fina

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista (2015)

O amostrador é inserido no solo por pressão constante e está-


tica, sendo retirado quando estiver cheio. Assim, libera-se a camisa do
cabeçote, selando-a e enviando-a para o laboratório. Esse amostrador
é amplamente utilizado para extrair amostras em solos moles.

Cuidados com as Amostras

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É preciso tomar alguns cuidados com as amostras, a fim de
evitar erros nos resultados. Em amostras deformadas, é preciso retirar
todos os corpos estranhos ao solo, caso isso não seja possível de ser
feito em campo, é importante informar a presença de corpos estranhos
a fim de que sejam realizadas as ações necessárias para assegurar a
confiabilidade das amostras em laboratório.
Nas amostras indeformadas, os cuidados precisam ser ainda
maiores, pois, deseja-se assegurar a manutenção da umidade e a es-
trutura do solo, a seguir são descritos os principais cuidados a se tomar
com as amostras indeformadas:
• No processo de abertura do poço e na retirada do bloco não
se pode deixar que o sol incida diretamente nas amostras quando elas
são retiradas na superfície, a escavação não pode ser até o topo da
cota do bloco. Não se deve cravar a caixa no solo, pois, pode haver
alteração estrutural do solo, também não se deve deixar folgas entre a
amostra e a caixa (caso isso não ocorra, preencher a caixa com solo
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solto e com a mesma umidade). A amostra não pode ser vibrada e não
deve ser tombada de forma brusca. O seu transporte até a superfície
deve ocorrer rapidamente,
• No tratamento do bloco com tecido e parafina é importante
estar atento para que o tratamento seja realizado em local aberto (ao
ser queimada, a parafina libera gases tóxicos), a primeira camada da
parafina não pode estar muito quente. A primeira etiqueta precisa ser
colocada no topo do bloco, de modo a evitar erros de identificação, o
tecido poroso deve ser colocado em cima da primeira camada da para-
fina, sem pressioná-lo. A parafina colocada sobre o tecido precisa estar
em uma temperatura mais elevada a fim de formar uma camada imper-
meável parafina, tecido, parafina. A segunda etiqueta deve ser posicio-
nada sobre a primeira etiqueta,
• No transporte para o laboratório, é importante que a amostra seja
posicionada no interior de outra caixa cercada de serragem e identificada
como frágil, além de indicar sua posição de permanência no transporte,
• No armazenamento em laboratório, é essencial que a amos-
tra fique em uma câmara úmida e saturada. Não se deve movimentar a
caixa sem necessidade, além de mantê-la em local seguro. A etiqueta
precisa estar visível e legível,
• Para retirar amostras e realizar ensaios, deve-se retirar a pa-
rafina e o tecido, não deixar a amostra exposta ao ar por longos perí-
odos de tempo, colocar parafina onde se retirou a amostra antes de
retornar com a amostra para a câmara úmida. Realizar um plano para
utilização do bloco antes do corte, indicando onde será cortado.
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Dimensionamento de Amostras

No dimensionamento das amostras a serem retiradas, é es-


sencial considerar o número e os tipos de ensaios a serem realizados,
além das condições do local em que ocorrerá a amostragem. Ao se
dimensionar uma amostra deformada, é preciso adotar como base a
massa do sólido estimada a fim de calcular o total de material necessá-
rio para a realização de cada ensaio. Para determinar a massa de solo
a ser retirada é importante saber qual o teor de umidade da jazida, que
pode ser feito por estimativas tácteis e visuais ou por processos rápidos.
Nas amostras indeformadas, precisa-se levar em conta as di-
mensões dos corpos de prova, chegando-se, assim, às dimensões e ao
número de blocos necessários. Para ambos os tipos de amostras, é im-
portante considerar que poderá haver perdas de materiais ao longo dos
ensaios, além da necessidade de repetição de alguns deles. Deve-se
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considerar ainda que, em muitos casos, não é possível retirar mais ma-
terial para teste devido a suas condições, a movimentação de pessoal,
a distância do laboratório, além dos equipamentos que custarão ainda
mais para a obra. Por isso, deve-se priorizar a sobra de material (não
em excesso) e não o contrário.
Para as amostras deformadas, há a norma NBR 6457 denomi-
nada “Preparação de amostras para ensaios de compactação e ensaios
de caracterização”, que define a quantidade de amostras de solos a
serem preparadas nos ensaios de compactação e caracterização para
a obtenção de partículas com tamanho inferior a 4,8 mm ou 4 mesh.
No caso das amostras indeformadas, o dimensionamento pode
ser associado à dimensão e ao tipo de amostrador utilizado para a co-
leta da amostra. Na amostragem em bloco, é essencial que ele tenha
formato cúbico, com lados entre 20 e 30 cm. Dessa forma, consegue-se
retirar entre 9 e 18 corpos de provas, com 12,5 cm de altura e 5,0 cm de
diâmetro, considerando que o solo esteja em boas condições.
Os blocos não podem ter lados inferiores a 20 cm, uma vez
que, esse fato irá diminuir consideravelmente a quantidade de amostras
com as dimensões especificadas. Caso o bloco tenha os lados com di-
mensões superiores a 30 cm, seu peso ficará muito alto, o que dificulta
seu manuseio, tanto em campo, quanto no laboratório.

ENSAIO DE PALHETAS

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O ensaio de palheta ou Vane Shear Test (VST) foi desenvolvido
no ano de 1919 na Suécia, desde então tem sido amplamente utilizado
na obtenção da resistência não drenada dos solos médios/moles, prin-
cipalmente quando se deseja realizar projetos para aterrar solos moles.
A vantagem do ensaio de palhetas é a sua simplicidade, além de ser
um ensaio prático e econômico quando se deseja determinar o valor da
resistência ao cisalhamento não drenado para argilas moles.
A principal finalidade do ensaio de palhetas é determinar in situ
a resistência de cisalhamento não drenada. Basicamente, o ensaio con-
siste em cravar uma palheta no solo (figura 5), aplicando torque em quan-
tidade suficiente para cisalhar o solo por um movimento de rotação, per-
mitindo assim determinar a resistência não drenada do solo em campo
(SU). (Posteriormente, o ensaio será explicado com mais detalhes).

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Figura 5: Esquema do ensaio de palheta

Fonte: Penna (2017)

O Equipamento para Ensaio

Para realizar o ensaio são utilizadas palhetas com seção cru-


ciforme (conforme figura 5). Essas palhetas permitem ser cravadas em
argilas saturadas com consistência mole a rija, cisalhando o solo por
um esforço de rotação nas condições não drenadas, gerando excelen-
tes resultados. Por isso, para realizar esse ensaio, é importante que se
conheça o solo previamente, para avaliar sua aplicabilidade, bem como
para facilitar a interpretação dos resultados. A figura 6 ilustra o equipa-
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mento de ensaio de palhetas.

Figura 6: Equipamento utilizado para a realização do ensaio de paleta

Fonte: Geo Coring (2019)

O equipamento é dotado de uma aleta com 4 pás, que devem


ser fabricadas em aço com alta resistência, apresentando 65 milímetros
de diâmetro e 130 milímetros de comprimento. Podem ser usadas pa-
lhetas menores quando forem realizados ensaios em areias rijas.
22
A haste utilizada no equipamento deve suportar o torque a ser
aplicado. É preciso, ainda, que ela seja capaz de conduzir a palheta até
onde se deseja realizar o ensaio (profundidade desejada). Normalmen-
te, a haste é protegida por um tubo que se mantém estacionário en-
quanto o ensaio é realizado, deve-se preencher o espaço entre o tubo
e a haste com graxa a fim de evitar que o solo entre nesse local e gere
atrito, prejudicando o ensaio.
Já o equipamento responsável por aplicar e medir o torque,
deve rotacionar o conjunto haste-palheta em aproximadamente 6 ± 0,6°/
min. Esse dispositivo é formado por um mecanismo de coroa e pinhão
acionado de forma manual ou automática.

A Execução do Ensaio

O ensaio de palhetas pode ser realizado de duas formas distin-


tas, os ensaios do tipo A ocorrem sem uma perfuração prévia, o que per-
mite obter melhores resultados. Normalmente, ensaios desse tipo são
feitos em terrenos que apresentam solos com baixa consistência, per-
mitindo que a sua cravação seja realizada a partir do nível do terreno.
Já o ensaio do tipo B, é executado com perfuração prévia, ou
seja, realiza-se uma escavação posterior à cravação da palheta. Es-
ses ensaios costumam apresentar mais erros quando comparados aos
ensaios do tipo A, pois, pode ocorrer a translação da palheta, além do
atrito, que podem afetar os resultados. O ensaio é feito com a inserção

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da palheta no interior do solo até a profundidade do ensaio. Em seguida,
aplica-se e mede-se o torque. O tempo máximo permitido entre a colo-
cação da palheta no interior do furo e a sua rotação é de até 5 minutos.
Na determinação da resistência amolgada imediata, logo após a aplica-
ção do torque máximo, deve-se realizar dez revoluções completas na
palheta e refazer o ensaio para a obtenção desse parâmetro.
Por meio do ensaio de palheta, consegue-se determinar os se-
guintes parâmetros geotécnicos: a resistência ao cisalhamento não dre-
nado, a sensibilidade (relação existente entre a resistência não drenada
e a resistência não drenada amolgada) e a razão de sobreadensamento
(OCR).
• A resistência não drenada pode ser calculada pelo ensaio de
palhetas de acordo com a equação 1, que é definida pela norma NBR
10905 – Ensaios de Palheta:

23
Na qual, T = Torque requerido para cisalhar o solo em kNm
(quilo newton metros) e D = diâmetro da palheta em m (metros). É im-
portante destacar que essa equação foi deduzida das palhetas retangu-
lares, considerando a relação entre a altura e o diâmetro das palhetas,
sendo que a altura é igual ao dobro do diâmetro. O ensaio é normalmen-
te realizado em várias profundidades com o intuito de avaliar a resistên-
cia do solo ao longo da profundidade.
• A sensibilidade (St) da argila pode ser calculada dividindo a
razão da resistência não drenada indeformada (Su) pela resistência não
drenada amolgada (Sur), de acordo com a equação 2:

A tabela 1 apresenta os valores de sensibilidade para argilas

Tabela 1: Valores de sensibilidade para argilas

Fonte: Skempton e Northey (1952, apud Baroni, 2010)


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• Já a razão de sobreadensamento ou OCR, pode ser calcula-


da para diferentes tipos de argila, de acordo com a equação 3:

Na qual, Ip = Índice de plasticidade, Su = Resistência não dre-


nada e σi*ϑo.
Com os ensaios de palhetas consegue-se obter alguns resul-
tados típicos. A figura 7 representa um ensaio em que se obteve dois
resultados, um de resistência indeformada (linha azul) e outro da amol-
gada (linha vermelha).

24
Figura 7: Resultado típico de ensaio de paleta

Fonte: Queiroz (2013)

Já a figura 8, ilustra o resultado de ensaio de palheta sem a


ruptura do solo, com isso, não é possível definir a resistência ao cisa-
lhamento do solo nesse ponto ensaiado.

Figura 8: Resultado do ensaio de paleta sem ruptura

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Fonte: Queiroz (2013)

Há ainda a possibilidade de obter resultados considerando a


profundidade em função da resistência não drenada indeformada, con-
forme a figura 9. Pode-se ainda realizar vários testes em diversos furos
e colocar os resultados em um único gráfico, permitindo avaliar o com-
25
portamento do solo ao longo de diversos pontos ao longo de um terreno.

Figura 9: Resultado do ensaio de paleta

Fonte: Fernando (2015)

Para conhecer mais sobre o ensaio de palhetas, consulte a


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

norma 10905 – Ensaio de Palhetas, acessando: https://pt.slidesha-


re.net/titosantos31/nbr-10905-ensaio-de-palheta.

26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES - Geólogo
As investigações geológico-geotécnicas do subsolo são ativida-
des importantes para a elaboração de mapas geológicos. Alguns
tipos destas investigações que receberam simbologias na NBR
13441: 1995 são:
a) sondagem elétrica vertical (SEV), poço de inspeção (PI), trincheira
em solo (TR) e galeria em rocha (GR).
b) galeria em rocha (GR), sondagem manual (SM) e escavação sísmica
(ES).
c) explosão controlada (EC) e nível d’água injetado (NI).
d) teodolito elétrico (TE) e galeria em rocha (GR).
e) sondagem elétrica (SE), poço artesiano (PA), trincheira em solo (TR)
e galeria em rocha (GR).

QUESTÃO 2
Prova: UFMT - 2022 - POLITEC-MT - Perito Oficial Criminal - Perfil:
Geologia
Os ensaios de permeabilidade em solos são correntemente utiliza-
dos em investigações geológico-geotécnicas com o objetivo de de-
terminar os coeficientes de permeabilidade dos terrenos naturais
e ou tecnógenos, seja para implantação ou consolidação de obras
civis e ou avaliações ambientais. São realizados com frequência

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em locais de projetos de barragens, canais superficiais, implan-
tação de aterros sanitários, investigação de áreas contaminadas,
entre outras. Sobre os tipos e realizações de ensaios de permeabi-
lidade em solos, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Sob o ponto de vista hidrogeotécnico, os ensaios são classificados
conforme a maneira de realização, ou seja, ensaios de carga constante
ou carga variável.
b) O ensaio de carga constante é aplicado quando a permeabilidade é
muito baixa, enquanto o ensaio de carga variável se aplica a solos gra-
nulares ou solos com alta permeabilidade.
c) Os ensaios de permeabilidade em solos podem ser realizados em
furos de sondagens, poços de inspeção, trincheiras e em cavas, este
último, conhecido no meio técnico como ensaio Matsuo.
d) Os ensaios de carga constante, quando estabelecidos pela introdu-
ção de água, são denominados de ensaio de infiltração e, quando reali-
zados por meio da retirada de água, ensaios de bombeamento.
e) Os ensaios de carga variável, quando estabelecidos pela introdução
27
de água, são denominados de ensaios de rebaixamento e, quando rea-
lizados por meio da retirada de água, ensaios de recuperação.

QUESTÃO 3
Prova: FAURGS - 2023 - UFRGS - Técnico de Laboratório Área -
Geologia
A execução de sondagens para investigação geológico-geotécnica,
que envolve a coleta de amostras de solo e/ou sedimento, tem orien-
tação no Manual de Sondagens da ABGE, de 2013. Assinale a afir-
mação INCORRETA, tendo em vista o que estabelece o referido ma-
nual sobre a coleta de amostras de solo e sedimento em sondagens.
a) Na sondagem a trado, as amostras para estudos geológicos devem
ser coletadas, no mínimo, a cada metro.
b) Na sondagem a trado, deve ser coletada, no mínimo, uma amostra
para cada tipo de solo.
c) Amostras indeformadas de solo ou sedimento são coletadas em trin-
cheiras ou poços de inspeção.
d) As sondagens a percussão, tipo SPT, não possibilitam a amostragem
de solo ou sedimento.
e) Ensaios de penetração padronizados (SPT) devem ser realizados a
cada metro ou de acordo com especificação da fiscalização.

QUESTÃO 4
Prova: FEPESE - 2022 - CASAN - Engenheiro Civil
Analise o texto abaixo:
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Nas investigações geotécnicas, quando da realização do SPT


(Standard Penetration Test), o índice de resistência à penetração
é determinado pelo número de golpes correspondente à cravação
de ............. cm do amostrador padrão, após a cravação inicial de
............ cm , utilizando-se martelo de ............. kg de massa.
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as
lacunas do texto.
a) 15 • 15 • 65
b) 15 • 30 • 45
c) 15 • 30 • 65
d) 30 • 15 • 45
e) 30 • 15 • 65

QUESTÃO 5
Prova: UFMT - 2022 - POLITEC-MT - Perito Oficial Criminal - Perfil:
Geologia
As sondagens, por perfuração mecânica em solos e rochas, são
28
amplamente utilizadas em Geotecnia e para pesquisa mineral, cada
qual com seus métodos, procedimentos e equipamentos. Sobre
essas sondagens, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Entre as várias dimensões diametrais, em sondagens geotécnicas ro-
tativas utilizam-se barriletes NWM/HWM, enquanto em sondagens para
pesquisa mineral, pelo sistema wireline, diâmetros NQ/HQ.
b) O martelo de bater na sondagem a percussão perfaz um total de 75kg
que cai em queda livre de uma altura de 0,65m.
c) Os procedimentos para a execução do Standard Penetration Test -
SPT consistem na medida de número de golpes durante a cravação do
barrilete amostrador padrão, a cada metro, até alcançar o impenetrável.
d) Uma sondagem mista configura a associação de sondagem à per-
cussão e rotativa num mesmo ponto de investigação.
e) Os sistemas que normatizam as dimensões e as nomenclaturas para
sondagens rotativas adotam a combinação de duas ou mais letras para
designar diâmetros e modelos dos equipamentos.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Para o desenvolvimento de fundações, por exemplo, é essencial conhe-
cer sobre o perfil dos solos, bem como suas características geotécnicas.
Para isso, é preciso realizar investigações geotécnicas considerando
diversos fatores, assim, discorra sobre a importância das investigações
geotécnicas e dos seus impactos para as obras.

TREINO INÉDITO

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


Nas investigações geotécnicas para fundações, é importante que as
investigações sejam desenvolvidas considerando estudos, exceto:
a) orográficos.
b) hidrográficos.
c) pluviométricos.
d) pedológicos.
e) geológicos.

NA MÍDIA
DIAGNÓSTICO DO SOLO PELA AMOSTRAGEM É PRIMORDIAL
PARA BONS RESULTADOS DO CULTIVO”, EXPLICA AGRÔNOMO
Para recuperar áreas de pastagens degradadas e garantir a fertilidade
do solo, o agricultor familiar Flávio Martins do Prado, do município de
Confresa (1.160 km a Nordeste de Cuiabá), participou de uma demons-
tração técnica e prática sobre como coletar amostras de solo ministrada
pelos técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e
Extensão Rural (Empaer).
29
A atividade foi realizada na fazenda do produtor, localizada no Assenta-
mento Rural Fartura, em uma área de 20 hectares. Foram coletadas 60
amostras de solo.
Conforme o agricultor Flávio, que busca em sua propriedade maior de-
sempenho e produtividade, fazer a análise de solo é o princípio de tudo
para avaliar a situação nutricional da terra e com os resultados realizar
as correções necessárias.
Ele esclarece que recebeu instruções técnicas importantes, como por
exemplo, cavar em diferentes profundidades do solo, mapear a área
para fazer a coleta e os cuidados com a retirada das amostras.
Fonte: Midia News.
Data: 03 fev. 2023.
Leia a notícia na íntegra: https://www.midianews.com.br/cotidiano/diag-
nostico-do-solo-pela-amostragem-e-primordial-para-bons-resultados-
-do-cultivo-explica-agronomo/438685

NA PRÁTICA
Por meio das investigações geológicas, os profissionais da área con-
seguem identificar as regiões de risco, bem como suas particularida-
des, permitindo realizar construções de forma mais segura, mesmo em
locais que possam apresentar algum pequeno problema. Para isso, é
importante que o engenheiro geotécnico realize ensaios e sondagens
que o permitam autorizar uma construção ou não. Os ensaios garantem
a segurança e a estabilidade das obras desde que realizados de acordo
com as normas e com os padrões estabelecidos.
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Na realização das análises, quando forem constatadas dúvidas, é es-


sencial que os profissionais realizem novos testes, mesmo encarecen-
do um pouco mais a obra. Pois, a segurança precisa vir em primeiro
lugar e isso só é garantido quando se conhece exatamente o que está
sendo executado. Assim, evitam-se os impactos ambientais e os danos
à vida das pessoas, além de construírem-se obras mais seguras.

PARA SABER MAIS


Como fazer corretamente uma coleta de solo para análise. Disponível
em https://www.youtube.com/watch?v=NjfDp6VkmUk

30
SONDAGEM A PERCUSSÃO, SONDAGENS
ROTATIVAS E ENSAIOS DE PENETRAÇÃO
ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


SONDAGEM A PERCUSSÃO

O ensaio Standard Penetration Test (SPT) é a técnica mais ro-


tineira, comum e econômica utilizada para a realização de investigações
geotécnicas. Essa ferramenta é utilizada em quase todo o mundo, pois,
pode ser empregada para definir a estratigrafia e/ou para a determinação
de fundações profundas e diretas. Isso demonstra a versatilidade do en-
saio, pois, ele pode ser aplicado para, praticamente, qualquer operação.
Esse ensaio, quando comparado aos demais, apresenta algu-
mas vantagens, como a simplicidade do equipamento e seu baixo cus-
to. Além disso, ele permite a obtenção de valores numéricos que podem
ser associados às metodologias empíricas do projeto.
O equipamento utilizado para a sondagem SPT é composto,
3131
basicamente, por um tripé com roldana e cabo, tubos de revestimen-
to, composição de cravação ou perfuração, cavadeira ou trado-concha,
trépano de lavagem, trado helicoidal, cabeça de bateria, amostrador pa-
drão, martelo padrão para cravar o amostrador, balde para esgotamento
do furo, medidor de nível de água, recipiente para amostras, caixa de
água, bomba de água e demais ferramentas necessárias à operação. O
esquema do ensaio pode ser observado na figura 10:

Figura 10: Esquema do ensaio SPT

FONTE: VIANA (2018)

O equipamento contém ainda um martelo prismático ou cilíndri-


co, que pode ter ou não coxim de madeira para a cravação das hastes
e dos tubos de revestimento, pesando 65 quilogramas. Existe ainda um
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amostrador fixado na ponta da haste, sendo este bipartido e com dois


furos para a saída de ar e de água, com diâmetro interno de 34,9 mm
e diâmetro externo de 50,8 mm, denominado barrilete tipo Raymond. O
barrilete pode ser observado em detalhes na figura 11:

Figura 11: Barrilete tipo Raymond

Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001)

A execução do Ensaio

O ensaio SPT foi normatizado no ano de 1958 pela American


Society for Testing and Materials (ASTM), porém, no Brasil, o ensaio é
32
normatizado pela NBR 6484. O ensaio consiste em cravar no solo um
amostrador padrão no fundo de uma escavação, com revestimento ou
não, devido à queda de um martelo com massa de 65 kg de uma altura
de 75 centímetros, conforme a figura 9.
O valor do índice de resistência à penetração ou NSPT é a
quantidade de golpes necessários para fazer com que o amostrador pe-
netre 30 cm no solo depois de uma cravação inicial de 15 cm. Quando
a penetração for inferior a 5 cm depois de 10 golpes em sequência, ou
quando a quantidade de golpes em um mesmo ensaio for superior a 50,
interrompe-se a cravação do amostrador e suspende-se o ensaio de
penetração. Esses fenômenos podem ser chamados também de impe-
netrabilidade do ensaio SPT.
Durante a realização dos ensaios devem ser coletadas amos-
tras do solo, de acordo com a recomendação da norma NBR 6484. A
norma define que tais amostras devem ser colhidas pelo amostrador
padrão em cada metro de perfuração após o primeiro metro de profundi-
dade ou quando tiver alguma mudança de material no solo, quando isso
ocorrer, deve-se medir a resistência de penetração do solo.
Existe ainda a sondagem SPT – T, que consiste em medir o
torque nas sondagens de simples reconhecimento. Com isso, conse-
gue-se avaliar a posição do nível da água, os índices de resistência à
penetração, a profundidade de ocorrência dos principais tipos de solo
em um terreno e o momento de torção no amostrador, que é medido
pelo torque. Quando preciso, a medição do torque é feita após cada
ensaio de penetração SPR. Depois de ter cravado o amostrador padrão

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


em 45 cm no solo, é retirada a cabeça de bater e acopla-se o adaptador
de torque. Dessa forma, mede-se o torque residual e máximo com um
torquímetro calibrado (a medida é dada em Kgfm).
A norma NBR 8036 denominada programa de sondagens de
simples reconhecimento de solos para fundações de edifícios define a
quantidade de furos e suas localizações em edificações. Para áreas de
projeção de construção com até 200 m2, devem ser realizados no mínimo
dois furos, já em áreas de projeção de construção, variando entre 200 m2
e 400 m2 devem ser realizados no mínimo três furos. Em áreas de proje-
ção de até 1.200 m2, deve ser realizado no mínimo um furo a cada 200
m2. Para áreas de projeção variando entre 1.200 e 2.400 m2, deve-se
realizar uma sondagem a cada 400 m2 quando exceder 1.200 m2.
As principais variações referentes no ensaio SPT no mundo
estão associadas aos seguintes fatores:
• técnicas de escavação (uso de bentonita, revestimento da perfu-
ração ou não, ensaio realizado na região revestida, dentre outras coisas),
• características dos equipamentos (rigidez e peso das hastes,
33
massa do martelo, dentre outras coisas),
• condições do subsolo (tamanho das partículas, coeficiente de
uniformidade do solo, índice de vazios, dentre outras coisas).

Resultado do Ensaio SPT – Perfil Geotécnico

Os resultados obtidos no ensaio SPT são dispostos em um dese-


nho denominado perfil geotécnico, que é um documento elaborado para
cada furo realizado na sondagem ou nas seções do subsolo. Porém, esse
documento precisa conter os dados da empresa que executou o serviço,
o nome do interessado, a assinatura do geólogo ou do engenheiro res-
ponsável, o diâmetro do tubo revestido e do amostrador, a cota da broca
do furo, a profundidade em relação à broca do furo na transição das ca-
madas e do fim da perfuração, além da posição das amostras coletadas,
deve conter também a indicação dos solos amostrados, os índices de
resistência à penetração (calculados pela soma dos golpes aplicados nos
últimos 30 cm de cravação), a data de observação e a posição do nível
de água, a descrição dos solos que formam as camadas do subsolo, de
acordo com a norma NBR 6502, a data de começo e término da sonda-
gem, a indicação dos processos de perfuração utilizados e os respectivos
trechos, além das posições dos tubos de revestimento.
As sondagens precisam ser representadas em escala 1:100,
exceto para sondagens mais profundas, que podem ser utilizadas esca-
las menores. O perfil geotécnico gerado após a sondagem é essencial
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

para a composição do relatório de sondagem, bem como a posição dos


furos executados para a sondagem no local investigado.

Aplicações para Ensaio SPT

O ensaio SPT pode ser aplicado em diversas operações de


amostragens para identificar diferentes tipos de solo, até a previsão de
tensões admissíveis em fundações diretas nos solos granulares. A pri-
meira aplicação ligada ao SPT, citada neste trabalho, refere-se à simples
determinação do perfil de subsolo. O quadro 1 apresenta a classificação
de solos utilizada no Brasil, que segue a norma NBR 7250, sendo que
esta classificação é baseada nas medidas de resistência à penetração:

34
Quadro 1: Classificação dos solos

Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001)

O ensaio SPT pode ser usado ainda na engenharia a fim de ob-


ter parâmetros que podem ser utilizados em análises dos problemas ge-
otécnicos, como em obras de contenção, fundações, barragens, dentre
outros. Existem diversas correlações para avaliar esses problemas, po-
rém, é preciso considerar as limitações existentes nessas correlações.
O primeiro parâmetro que pode ser calculado é a densidade
relativa dos solos granulares, de acordo com a equação 4:

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Na qual, Dr = densidade relativa, σ’vo = tensão efetiva de re-
pouso (kPa) e NSPT = número de golpes aplicados no ensaio SPT.
A segunda correlação está ligada ao ângulo de atrito. Existem
algumas formas de prever o ângulo do solo através dos ensaios SPT,
dentre elas, vale destacar a equação 5:

Na qual, = ângulo efetivo do solo, que pode ser calculado pe-


las equações 6 ou 7:

O peso específico para solos argilosos pode ser obtido confor-


me o quadro 2.

35
Quadro 2: Peso específico dos solos argilosos

FONTE: GODOY (1972, APUD CINTRA ET AL.,2003)

O peso específico para solos arenosos pode ser obtido no qua-


dro 3.

Quadro 3: Peso específico dos solos arenosos

Fonte: Godoy (1972, apud Cintra et al.,2003)

A coesão de argilas pode ser obtida pelo quadro 4.


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Quadro 4: Coesão de argilas

Fonte: Alonso (1983)

O módulo de elasticidade dos solos pode ser calculado pela


equação 8:

Na qual, E = módulo de elasticidade em solos adensados e N60


= número de golpes considerando a correção de energia da cravação,
36
partindo do pressuposto de que 60% da energia teórica produzida pelo
martelo é transmitida para o amostrador.
A resistência não drenada das argilas pré-adensadas pode ser
calculada pela equação 9:

Na qual, Su = resistência não drenada em argilas pré-adensadas.


O coeficiente da variação volumétrica (mv) em solos pré-aden-
sados pode ser calculado de acordo com a equação 10:

O módulo de elasticidade não drenado (Eu), para os solos pré-


-adensados, pode ser calculado pela equação 11:

A resistência à compressão das rochas brandas (σc) pode ser


calculada pela equação 12:

Diversas correlações podem ser utilizadas para prever recal-


ques e tensões admissíveis nas fundações diretas, o cálculo da capa-
cidade de carga para fundações profundas, dentre outras coisas. Po-

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rém, é importante destacar que a utilização de qualquer correlação para
estimar parâmetros geotécnicos precisa ser condicionada às situações
parecidas em que foram obtidas.

Para aprender um pouco mais sobre o ensaio SPT, acesse:


https://www.apl.eng.br/artigos/2016-METODOLOGIA-EXE-
CUTIVA-SONDAGEM-PERCUSSAO-SPT.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=X4MK91AL_lk.

SONDAGEM ROTATIVA

A sondagem rotativa é um conjunto motomecanizado que visa


37
a retirada de amostras contínuas de materiais rochosos por meio da
ação de um perfurante que sofre a ação de forças de rotação e de pe-
netração. Essa sondagem é utilizada quando a sondagem SPT alcan-
ça a camada rochosa, solos impenetráveis à percussão e matacões. A
sondagem rotativa tem como finalidade obter amostras, que são deno-
minadas como testemunhos de sondagem, além de abrir furos para que
outros ensaios possam ser realizados. O quadro 5 ilustra os diâmetros
mais utilizados da sondagem rotativa:

Quadro 5: Diâmetros mais utilizados da sondagem rotativa

Fonte: Alonso (1997)

A figura 12 ilustra o equipamento utilizado para a realização da


sondagem rotativa, o qual é composto por sonda rotativa (que pode ser
de acionamento mecânico, manual ou hidráulico), motor (movido à ele-
tricidade, gasolina ou diesel), cabeçote de perfuração e guincho, Hastes
(tubos com comprimento variando de 1,5 a 6,0 metros, ligados através
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

de niples – o objetivo desses tubos é transmitir o movimento de perfu-


ração e rotação da ferramenta de corte, além de conduzir água para
refrigerar e limpar o furo). Há ainda os barriletes (tubos que recebem o
testemunho), que podem ser:
• simples, nesse caso, o testemunho está sujeito à erosão pelo
fluido de circulação, por isso, são utilizados apenas em rochas brandas
com qualidade excelente,
• duplo rígido, quando formado por dois tubos que giram no
mesmo sentido, no qual circula o fluido. Esses barriletes são emprega-
dos em rochas com boa qualidade,
• duplo livre, quando os barriletes são estacionários, por isso,
são utilizados apenas quando se deseja recuperar o material de enchi-
mento na descontinuidade das rochas,
• tubo interno removível, nesse tipo, o tubo interno é removido
do interior da coluna de perfuração, com isso, consegue-se grande re-
cuperação do material perfurado.
Há ainda as coroas, que são os elementos cortantes, sendo
38
constituídas pela matriz (elemento para fixação de diamantes), pelo cor-
po (que liga a coroa com os elementos superiores), pelas saídas de
água (orifícios que escoam a água da refrigeração) e por diamantes
industriais (que podem ser cravados ou impregnados na matriz).
Os revestimentos são utilizados para estabilizar os furos quando
preciso. O sistema para circulação de água é constituído por um conjunto
de motor, bomba, tanque e mangueira. Esse sistema tem como objetivo
resfriar a coroa, expulsar os detritos e dar estabilização adicional à pare-
de por meio de pressão hidrostática e, por fim, a caixa de testemunhos.

Figura 12: Equipamento utilizado na sondagem rotativa

Fonte: Lima (2017) INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

A Execução da Sondagem

O ensaio deve ser realizado em terreno seco. Inicialmente, é pre-


ciso limpar a área para eliminar obstáculos em potencial que podem afetar
o ensaio. Pode-se ainda criar sulcos ao redor da área a ser sondada para
evitar a interferência de água de enxurradas quando chover, e se for o caso.
A sonda deve ser ancorada firmemente, estando nivelada com o solo, de
modo que não haja vibração excessiva, que pode afetar a sondagem.
Em locais cobertos com lâmina de água de grande espessura
ou alagados, a sondagem deve ser executada sobre uma plataforma
fixa ou flutuante, desde que esteja ancorada firmemente, além de estar
39
com o assoalho totalmente coberto e que cubra, pelo menos, a área do
tripé ou o raio de cerca de 1,5 m, os quais devem ser contados ao redor
do contorno das sondas.
No local em que será realizada a sondagem, é importante que
haja a cravação do piquete, identificando a sondagem e servindo de
ponto de referência para as medidas de profundidade e, também, para
auxiliar na amarração topográfica. Quando tiver solo onde for realizado
o furo, este deve ser sondado pela técnica SPT até atingir a condição
de SPT impenetrável.
Todos os recursos da sondagem rotativa devem ser utilizados
para garantir que todo o material atravessado seja recuperado (os recur-
sos são: utilização de acessórios e equipamentos adequados, uso de lama
bentonítica como o fluido da perfuração, dentre outras coisas). Deve-se
registrar as características da coluna de perfuração e das sondas rotati-
vas usadas, as características da coroa, o tempo para realização das ma-
nobras, a avaliação da pressão aplicada na composição, a velocidade de
rotação, a velocidade de avanço, a vazão de água circulante e a pressão.
A sequência correta dos diâmetros deve ser estabelecida previa-
mente, sendo alterada apenas quando houver necessidade técnica. Para
controlar a profundidade do furo, deve-se avaliar a diferença do compri-
mento total das hastes com a peça da perfuração e a sua sobra em relação
aos piquetes de referência. Quando a sondagem alcançar o lençol freático,
deve-se anotar sua profundidade. Caso haja artesianismo não surgente, é
preciso registrar o nível estático, caso o artesianismo seja surgente, além
do nível estático, deve-se medir o nível dinâmico e a vazão.
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Os níveis de artesianismo devem ser medidos antes e ao térmi-


no das operações de sondagem. Após terminar a última medida do nível
de água ou mediante a finalização do furo seco, deve-se preencher o
orifício, após isso, é importante identificar esse local de sondagem. Em
sítios de barragens, o preenchimento de todo o furo deve ser feito com
cimento, nos demais casos, deve-se preencher o furo com solo ou solo
cimento em toda a sua profundidade.
É importante destacar que após cada manobra (ciclos para o
corte e a retirada de testemunhos), os testemunhos são retirados com
cuidado e colocados na caixa de testemunho. Após a obtenção destes,
consegue-se classificar o material retirado ou prospectado, bem como
um índice de qualidade, denominando Rock Quality Designation (RQD),
que pode ser calculado através da equação 13.

Na qual, l>10 cm = comprimento de fragmentos recuperados e


40
que apresentam comprimento superior a 10 cm, l barrilete = comprimen-
to total do barrilete utilizado.
O RQD pode aparecer em perfis de sondagem como recupera-
ção, porém, com este material, é possível avaliar a qualidade da rocha,
de acordo com a classificação apresentada no quadro 6. As sondagens
rotativas podem ser a continuidade das sondagens SPT quando estas
forem classificadas como impenetráveis. Dessa forma, no perfil geotéc-
nico do furo, deve-se apresentar além do RQD e do número de golpes,
a percussão e a descrição da rocha, assim, têm-se uma sondagem mis-
ta, sendo seu perfil geotécnico semelhante ao ilustrado na figura 15.

Quadro 6: RQD de maciços rochosos

Fonte: Santos (2016)

Para conhecer mais sobre a sondagem rotativa, acesse:

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


https://www.apl.eng.br/artigos/2106-SONDAGEM-ROTATI-
VA-METODOLOGIA-EXECUTIVA.pdf.

ENSAIO DE PENETRAÇÃO ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU

Os Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone (CPTu) são uma das fer-


ramentas de prospecção geotécnicas mais poderosas do mundo. Através
dos resultados gerados pelo ensaio, consegue-se determinar a estrati-
grafia de subsolos, prever a capacidade de carga para fundações e obter
as propriedades geomecânicas dos materiais que compõem o subsolo.
Esse tipo de ensaio foi utilizado pela primeira vez no ano de 1930, sendo
que somente após 1950 ele começou a ser utilizado no Brasil.
As principais vantagens do ensaio são a capacidade de des-
crever detalhadamente a estratigrafia do subsolo, de registrar continua-
mente a resistência à penetração, a eliminação de influências exercidas
por operadores nas medidas realizadas no ensaio e a obtenção dos
41
parâmetros de projeto.
O ensaio CPT é mais caro quando comparado com o SPT, po-
rém, fornece resultados mais completos do que este. Basicamente, os
equipamentos utilizados para a execução do ensaio tipo cone pode ser
dividido em três classes, considerando a metodologia usada e os esfor-
ços a serem medidos.
A primeira classe é a do cone mecânico, nesse caso a medida
dos esforços para a cravação é realizada na superfície do terreno. Já
na segunda classe, a do cone elétrico, os esforços de cravação são me-
didos diretamente na ponteira, utilizando uma célula de carga elétrica.
No terceiro método, o piezocone, além das medidas feitas no ensaio de
cone, consegue-se monitorar de forma contínua os poropressões no
processo de cravação.
O equipamento utilizado para a execução do ensaio de cone ou
piezocone é composto pelo dispositivo de cravação, que pode ser manu-
al, conforme a figura 13 ou mecanizado, conforme a figura 14. Há os ele-
mentos de sondagem, que englobam hastes, tubos e o cone, o cone, que
é formado por duas partes, sendo uma ponta cônica que tem ângulo de
vértice igual a 60°, conectado a uma luva que tem seção transversal igual
a 10 cm2 (o material de construção do cone deve apresentar a rugosida-
de máxima de 0,01 mm), e os dispositivos para a medição de esforços,
como piezômetros, manômetros, células de cargas, dentre outras coisas.

Figura 13: Equipamento manual utilizado no ensaio CPT/CPTU


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Santos (2016)


42
Figura 14: Equipamento mecanizado utilizado no ensaio CPT/CPTU

Fonte: Adaptado de ECD Ambiental (2013)

A Execução do Ensaio

No Brasil, o ensaio é regulamentado pelo Associação Brasileira


de Normas Técnicas (ABNT), no Método Brasileiro (MB) 3406 intitulado
Solo – Ensaio de penetração de cone in situ (CPT). O ensaio consiste
em cravar no solo a ponteira cônica em uma velocidade constante de 20
mm/s, para obter dados, como resistência lateral (fs), resistência da ponta
(qc) e poropressões nos ensaios de piezocone. A utilização de piezocone
permite corrigir a resistência total mobilizada no processo de cravação
por meio da geração de valores de poropressões. Após a realização do
ensaio, pode-se obter um perfil semelhante ao da figura 15, no qual os

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parâmetros qc, fs e Rf são plotados em função da profundidade.

Figura 15: Perfil geotécnico de sondagem mista

43
Fonte: Santos (2016)

O parâmetro Rf também pode ser chamado de razão de atrito


e pode ser calculado através da equação 14:

Após a obtenção dos resultados no ensaio CPT/CPTU, conse-


gue-se utilizá-los em diversas aplicações, a primeira delas é para de-
terminar a estratigrafia do subsolo, para isso deve-se, primeiramente,
calcular o valor de Rf. Depois de calculado, deve-se observar o quadro
7 para a classificação de subsolo.

Quadro 7: Classificação de subsolo de acordo com o ensaio CPT/CPTU

Fonte: Begemann (1965)

A resistência ao cisalhamento não drenado (Su) de argilas


pode ser calculada pela equação 15:
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Na qual, σ’vo = tensão efetiva no solo de repouso, Nkt = ao


fator da capacidade de carga, que é obtido pela aplicação de teoria de
equilíbrio limite. Para determinar a tensão de pré-adensamento (σ’vm)
das argilas, utiliza-se a equação 16:

O coeficiente de empuxo das argilas (ko) é calculado de acordo


com a equação 17:

Na qual, ` = ângulo de atrito efetivo. Outra forma de calcular o


coeficiente de empuxo é pela equação 18:

44
Na qual, σ’vo = tensão efetiva do solo em repouso e σ’vo =
tensão total do solo em repouso. Pode-se calcular também a densidade
relativa nas areias pela equação 19:

Pode-se ainda calcular o módulo de deformabilidade em 25%


da tensão desviadora máxima de areias, de acordo com a equação 20:

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45
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Bagé - RS - Laboratorista
de Solo
Em uma obra geotécnica, a sondagem do solo ou subsolo é de essen-
cial importância para se avaliar a situação em que as diversas cama-
das de solo se encontram. No Brasil, o ensaio de campo mais utiliza-
do é o SPT (Standart Penetration Test) por ser um ensaio simples e
de baixo custo. Sobre o ensaio SPT, analise as seguintes assertivas:
I. É possível, através da sondagem SPT, realizar a avaliação da re-
sistência à penetração das camadas de solo investigadas no ensaio.
II. Após a sondagem SPT, gera-se um documento de análise, deno-
minado Boletim de Sondagem.
III. O martelo padronizado, utilizado na cravação dos tubos de reves-
timentos e da composição de hastes, deve ter uma massa de 100 kg.
IV. A sondagem SPT é constituída por um método indireto, em que
não é realizada retirada de solo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.
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QUESTÃO 2
Prova: IDECAN - 2023 - SEMACE - Fiscal Ambiental - FA04
O ensaio de penetração padronizado, também chamado de Stan-
dart Penetration Test – SPT, é executado no transcorrer da sonda-
gem do solo, mediante orientações descritas na ABNT NBR 6484.
Sobre o Standard Penetration Test – SPT, é correto afirmar que ele
tem por finalidade
a) identificar a resistência oferecida pelo solo à cravação do amostrador
padrão, a cada 10 metros perfurados.
b) a determinação dos tipos de solo em suas respectivas profundidades
de ocorrência.
c) o conhecimento do tipo de solo atravessado através da colheita de
uma amostra deformada, a cada 2 metros perfurados.
d) determinar a posição do nível ou dos níveis de água quando encon-
trados durante a perfuração a cada 2 metros perfurados.
e) determinar a coleta, para exame posterior, de uma parte representati-
va do solo colhido pelo trado-concha durante a perfuração, até 2 metros
46
de profundidade.

QUESTÃO 3
Prova: IBADE - 2022 - Prefeitura de Barra de São Francisco - ES -
Engenheiro Civil
A normativa que trata de sondagem de simples reconhecimento
com SPT, diz que o SPT é o ensaio para determinação do índice de
resistência à penetração N. Das alternativas abaixo assinale a que
representa a definição do N.
a) Índice de resistência à penetração determinado pelo número de gol-
pes correspondente à cravação de 30 cm do amostrador-padrão, após
a cravação inicial de 15 cm, utilizando-se martelo de 65 kg de massa.
b) Procedimento de execução do ensaio onde o amostrador é cravado
no solo com o uso do martelo elevado manualmente por meio de um
cabo têxtil que passa pela roldana localizada na parte superior do tripé
ou torre de sondagem.
c) Procedimento de execução do ensaio onde o amostrador é cravado
no solo com o uso de martelo acionado mecanicamente.
d) Índice de granulometria do solo, determinado pelo número de vazios
encontrado ao logo do caminho do amostrador.
e) Índice medido em centímetros que define a penetração máxima em
solos grossos.

QUESTÃO 4
Prova: FAU - 2022 - EMDUR de Toledo - PR - Engenheiro Civil

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Sobre Fundações, assinale a alternativa CORRETA sobre o ensaio
de SPT:
a) SPT significa Sinal Penetration Test.
b) É um ensaio realizado para a execução de perfuração de solos com
bate-estaca.
c) Neste ensaio crava-se um revestimento para evitar fechamento do furo
aberto no solo. O solo é escavado pela percussão (queda e torção sucessi-
va) do trépano e os detritos formados são retirados por circulação de água.
d) No ensaio de SPT é determinado um índice que permite que se esti-
me a percolação do solo.
e) Com esse ensaio pode-se determinar o nível de viscosidade do solo.

QUESTÃO 5
Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Auditor de Controle Externo - Enge-
nharia Civil
Na sondagem à percussão para simples reconhecimento, o SPT
(standard penetration test) é um ensaio executado:
47
a) durante a cravação do amostrador bipartido;
b) durante o procedimento de lavagem com o trépano;
c) na cravação do trado em concha;
d) ao longo da perfuração com sonda rotativa;
e) após o impenetrável à percussão.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A sondagem rotativa é um método de investigação direto, muito utilizado
na engenharia geotécnica, por meio dela consegue-se indicar o grau de
alteração, o tipo de rocha, a coerência, a xistosidade, dentre outras ca-
racterísticas. A sondagem ocorre por um movimento de avanço do furo
por meio de movimentos de rotação e pressão de uma coroa responsável
pelo corte. Utiliza-se uma bomba para fazer com que a água circule, sendo
esta associada à sonda a fim de refrigerar a coroa e retirar os detritos e os
pós da sondagem. Diante desse breve resumo sobre a sondagem rotativa,
discorra sobre esse processo e como ele pode trabalhar em conjunto com
outro tipo de sondagem para a realização de investigações geotécnicas.

TREINO INÉDITO
Sobre o ensaio SPT marque a opção incorreta:
a) esse é o método de investigação mais simples.
b) o equipamento utilizado no ensaio é simples.
c) o custo dos equipamentos é alto.
d) é um ensaio de baixo custo.
e) permite a obtenção de valores que auxiliam em metodologias empí-
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ricas de projeto.

NA MÍDIA
A GEOTECNIA NOS PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
A empresa chilena Innra, especializada em tecnologia de inovação para
mineração focada em geotecnia, escolheu Minas Gerais para abrir sua
primeira unidade brasileira, a Innra Brasil.
Para apresentar as novidades para o setor de sondagens geotécnicas e
de pesquisa mineral, a companhia realiza hoje um evento de inaugura-
ção das suas operações, que já começaram a ser implantadas em Nova
Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A expectativa da Innra Brasil, que conta com uma experiência de mais
de 20 anos no mercado, é que, já no primeiro trimestre de 2023, a em-
presa tenha uma estrutura capaz de produzir equipamentos 100% fabri-
cados no Brasil, bem como disponibilizar uma equipe técnica capacita-
da para dar suporte aos seus clientes.
Para o engenheiro e um dos fundadores da Innra, Ronald Ambler, as
48
expectativas da empresa no cenário brasileiro são tanto para o mercado
de geotecnia quanto para o de exploração de mineração. “São soluções
que consistem em mostrar e validar tecnologias de última geração que
não só permitem trabalhar cuidando da integridade de seus trabalhado-
res e do meio ambiente, mas também tornam essa atividade eficiente
em termos de produtividade”, afirma Ambler, que também é especialista
em análise de sistemas e engenharia de execução mecânica.
Fonte: Diário do comércio.
Data: 20 out. 2022.
Leia a notícia na íntegra: https://diariodocomercio.com.br/economia/em-
presa-traz-tecnologia-de-ponta-para-mg/

NA PRÁTICA
Através das investigações geotécnicas, consegue-se prever problemas
e categorizá-los de acordo com a sua categoria e o risco que apresen-
tam. É importante realizar ensaios laboratoriais e in situ nas amostras
a fim de obter parâmetros como deformabilidade, resistência, estados
de tensão, dentre outros. Vale ressaltar que esses testes e os ensaios
devem ser executados sob a supervisão de um profissional capacitado.
Após a realização dos ensaios é essencial descrever os métodos e os
equipamentos utilizados. É importante que a escolha e a descrição do
método sejam realizadas considerando o tipo da obra para obter dados
precisos e que forneçam informações precisas acerca do subsolo. Des-
sa forma, assegura-se a segurança da obra, bem como, a diminuição
de problemas geotécnicos.

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PARA SABER MAIS
Manual técnico para elaboração e uso da Carta Geotécnica. Disponível
em https://www.ecodebate.com.br/2023/03/14/manual-tecnico-para-e-
laboracao-e-uso-da-carta-geotecnica/

49
ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI,
ENSAIO PRESSIONOMÉTRICO E CASOS HIS-
TÓRICOS
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI

O dilatômeto de Marchetti ou DMT foi desenvolvido na Itália


por Silvano Marchetti no ano de 1970. Inicialmente, o equipamento foi
desenvolvido com o intuito de medir o módulo de deformabilidade e a
tensão in situ do solo. Para minimizar as deformações geradas pela
penetração no solo e melhorar a correlação do DMT, com o comporta-
mento obtido na pré-inserção, foi escolhido um corpo de prova fino, em
forma de lâmina e com uma membrana circular posicionada em uma
das faces da lâmina. Quando comparada ao ensaio CPT, a lâmina gera
menos deformações no solo por causa da sua forma geométrica.
A lâmina é ligada à superfície de controle, conforme figura 18,
5050
que é constituída de válvulas para controlar o fluxo de gás (oxigênio,
nitrogênio ou ar comprimido) e dois manômetros (responsáveis por re-
gistrar a pressão). O cabo eletropneumático sai da unidade e passa
pelo interior da haste de cravação, que é do tipo CPT, em seguida, ele é
conectado à lâmina do dilatômetro. Nesse processo, a corrente elétrica
é gerada através de baterias ou pilhas. A figura 16 ilustra com detalhes
a geometria da lâmina e sua membrana.

Figura 16: Unidade de controle, lâmina e membrana DMT

Fonte: Damasco Penna (2019)

A lâmina penetra no solo verticalmente, sendo empurrada pelo


sistema de cravação em velocidades constantes, que podem ser entre 2
e 4 cm/s. De 20 em 20 cm a cravação é interrompida, aplica-se pressão
a fim de inflar a membrana, realizando três medições. Após essa leitura,
a membrana penetra mais 20 cm no solo e o ensaio continua assim até

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o ponto de interesse.
Com o fornecimento de corrente elétrica e de pressão gerada
pelo gás ocorre a ativação da membrana em três níveis. O primeiro
deles se dá pelo contato da membrana com um espaçador presente no
disco sensor. O segundo nível é a condição desligada, pois, não ocorre
o contado, assim, interrompe-se o circuito. A terceira condição ocorre
quando o sinal é ligado novamente, quando o cilindro de aço inoxidável
entra em contato com o disco sensor, reativando o sinal. O princípio de
funcionamento da membrana pode ser observado na figura 17:

51
Figura 17: Princípio de funcionamento da membrana

Fonte: Adaptado de Marchetti (1980)

A membrana é de aço inoxidável e sua espessura pode variar


de 0,20 a 0,25 mm, dependendo do tipo de solo a ser analisado, sendo
que as membranas mais espessas são utilizadas em solos mais resis-
tentes. É importante realizar a calibração da membrana ao início e ao
final de cada sondagem, pois, ela é rígida e a leitura das pressões cor-
rigidas pela calibração é essencial para a obtenção de dados corretos.
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

A unidade de controle visa monitorar e controlar a pressão de


gás fornecida à lâmina, além de fazer com que a posição da membrana
seja perceptível. A unidade é composta por dois manômetros, sendo um
para melhorar a precisão em baixas pressões (de 0 a 10 bars) e outro
para pressões mais elevadas (de 0 a 70 bars).
Esse ensaio pode ser aplicado para diversos problemas geo-
técnicos, dentre eles, vale destacar a previsão de recalque, a identifica-
ção estratigráfica do solo, a avaliação do módulo de deformabilidade de
solos, identificação de superfícies de escorregamento em taludes, aná-
lise da capacidade de carga em uma fundação, dentre outras coisas.
As principais vantagens do ensaio são o fato de os resultados
não serem dependentes do operador, não é preciso realizar um furo
prévio (eliminando, em partes, a dispersão por amolgamento). O ensaio
é rápido e tem alta repetibilidade. Já as suas principais desvantagens
são o fato de que a lâmina e a membrana podem ser susceptíveis à
danificação (quando penetrada em solos com pedregulhos ou areias
densas), não se consegue medir o poropressão diretamente, e em solos
52
densos, a força de reação é elevada.

A Execução do Ensaio

No ano de 1986, a ASTM normatizou a execução do ensaio DMT,


permitindo que ele fosse executado de acordo com normas preestabele-
cidas, assegurando a sua reprodutibilidade e coerência. Para executá-lo,
deve-se inicialmente conectar o conjunto de lâmina, cabos e unidade de
controle. O cabo eletropneumático precisa ser passado pelas hastes me-
tálicas e, em seguida, ser conectado à lâmina. Depois de passar o cabo
pelas hastes, é preciso conectá-lo à unidade de controle, é importante que
nesse momento seja escutado o sinal de áudio ao pressionar a membrana.
Em seguida, conecta-se o cilindro de gás à unidade de controle, poste-
riormente, conecta-se a lâmina à haste de cravação (é essencial que seja
realizada a calibração). Após esse procedimento, pode-se iniciar o ensaio.
O ensaio é realizado, basicamente, seguindo-se quatro passos.
O primeiro deles consiste em inserir a lâmina no solo, na posição vertical
e até a profundidade em que será realizada a primeira leitura das pres-
sões. Após a penetração abre-se de forma gradual a válvula de controle
de fluxo, deve-se escutar um sinal de áudio no painel de controle durante
esse procedimento. Quando a membrana começa a mover o solo ho-
rizontalmente, o sinal sonoro é interrompido. Nesse momento, inicia-se
a leitura da primeira pressão (que deve ser obtida cerca de 15 a 30 se-
gundos após o ensaio ter começado). O terceiro passo se dá quando

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ocorre a expansão da membrana, uma vez que, a válvula de controle da
pressão continua injetando gás no sistema. Enquanto ocorre a expansão,
o sinal de áudio continua desligado e volta a funcionar apenas quando a
lâmina alcança um deslocamento horizontal de 1,1 mm, sinalizando para
o operador que está realizando o ensaio, a leitura da segunda pressão (é
importante que a segunda leitura seja realizada entre 15 e 30 segundos
depois da primeira). Depois dessa etapa, válvulas de relaxamento de flu-
xo e de ventilação são utilizadas para gerar um relaxamento de pressão
até que a membrana volte para sua posição inicial.
Pode-se realizar ainda uma terceira leitura, porém, ela é op-
cional, caso opte por fazê-la, é importante ventilar a pressão depois da
segunda leitura, até que o seu sinal seja interrompido. Depois disso,
despressuriza-se de forma lenta para que haja a reativação do sinal,
realizando a terceira leitura. Depois desses passos, a lâmina é avan-
çada até a próxima profundidade em uma velocidade entre 2 e 4 cm/s
até o lugar para realizar uma nova medição. Após o término do ensaio,
pode-se obter gráficos, conforme o mostrado na figura 18:
53
Figura 18: Gráfico com parâmetros obtidos no ensaio DMT

Fonte: Adaptado de Marchetti (2015)

Analisando a figura 18, é possível observar os parâmetros mais


significativos que podem ser obtidos no ensaio DMT, que são o índice
do material (Id), o módulo de confinamento (M), a resistência ao cisa-
lhamento não drenada (Su) e o índice de tensão horizontal (Kd). É im-
portante que os diagramas sejam dispostos em conjunto, dessa forma,
consegue-se ter uma visão geral sobre o que está acontecendo no solo.

Algumas Considerações sobre o Ensaio


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

O DMT foi desenvolvido para que fosse possível avaliar diver-


sas propriedades dos solos arenosos e argilosos em um único ensaio.
As leituras realizadas no ensaio não são aplicadas diretamente, por
isso, precisam de correção, principalmente, quando o solo tiver sido
amolgado na penetração da lâmina. Por isso, foi preciso desenvolver
correlações empíricas dos resultados com as propriedades do solo an-
tes que a lâmina fosse inserida. Essas correlações foram estabelecidas
por meio de comparações de parâmetros obtidos em pesquisas com
elevado controle de qualidade, com provas de carga, com ensaios labo-
ratoriais, observações in loco e diversos ensaios de campo.
Há ainda uma correlação utilizada para indicar o tipo de solo,
bem como a estimativa do peso específico relativo. Essa correlação
consiste de um gráfico construído considerando-se o índice do material
ID e o módulo dilatométrico ED, conforme a figura 19:

54
Figura 19: Correlações do índice do material e o módulo dilatométrico

Fonte: Marchetti e Crapps (1981, apud Esparza, 2016)

ENSAIO PRESSIOMÉTRICO

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


A primeira tentativa de introduzir uma sonda no interior de um furo
e expandi-la para medir, in situ, propriedades de deformação de solos ocor-
reu no ano de 1933. O engenheiro alemão Kögler foi o responsável pelo
trabalho. Na época, foi concebido um aparelho que conseguia mensurar a
quantidade de gás requerida para expandir a sonda. Porém, o engenheiro
teve grandes dificuldades no cálculo das distribuições das tensões e do
volume de gás injetado, pois, sua teoria era bem simplificada e não satis-
fazia a condição de equilíbrio. Desde então, o ensaio evoluiu bastante, até
chegar ao equipamento e método adotado nos dias de hoje.
Atualmente, o princípio do ensaio é o mesmo que foi sugerido
por Kögler: insere-se uma sonda cilíndrica no interior do solo com o
intuito de pressurizá-lo horizontalmente, com isso, consegue-se obter a
tensão radial (σrr), a pressão horizontal (P) no solo e o aumento no raio
da cavidade. Dessa forma, consegue-se a obtenção da curva de tensão
versus deformação in situ de um solo. Normalmente, o ensaio é exe-
cutado em várias profundidades no solo a fim de gerar parâmetros dos
diversos tipos de solo. A figura 20 ilustra o princípio de funcionamento
55
do ensaio de pressiométrico:

Figura 20: Princípio de funcionamento do ensaio de pressiométrico

Fonte: Adaptado de Briaud (1992)

Existem diversos tipos de pressiômetros, que se diferem basica-


mente pelo modo como a sonda é inserida no solo. Os principais tipos de
pressiômetros são os de pré-furo (PBPMT ou PPF), os autoperfurantes
(SBPMT ou PAP) e os de inserção direta ou de cravação (CPMT ou PC).
O pressiômetro pré-furo é o tipo mais utilizado, sua sigla PBPMT
equivale ao seu nome na língua inglesa Prebored Pressuremeter. Esse
equipamento é posicionado no interior de um furo de sondagem realizado
previamente. Um exemplo clássico desse tipo é o pressiômetro de Ménard.
Existem quatro tipos principais desses pressiômetros comercializados:
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

• o primeiro deles tem uma sonda que é dividida em três célu-


las: uma célula responsável pela medição e outras duas pela guarda. As
células de guarda são cheias de gás, fazendo com que a expansão da
célula de medição (cheia com água) seja isolada dos efeitos de ponta.
Há uma membrana de borracha que é protegida contra punção por meio
de tiras de aço sobrepostas. A pressão é gerada por nitrogênio compri-
mido, sendo que a expansão do volume é monitorada por manômetros.
Um exemplo desse pressiômetro pode ser observado na figura 21, que
representa o pressiômetro de Ménard:

56
Figura 21: Pressiômetro de Ménard

Fonte: Silva (2001)

• o segundo deles é semelhante ao primeiro, a diferença é que


a sonda é composta por apenas uma célula, que deve apresentar um
comprimento maior para tornar os efeitos de ponta desprezíveis. Um
exemplo desse pressiômetro pode ser observado na figura 22, que é o
pressiômetro de Teste de Carga Lateral (LLT) do Oyo:

Figura 22: Pressiômetro de Teste de Carga Lateral (LLT) do Oyo

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Silva (2001)

• o terceiro deles é igual ao primeiro, porém, a sonda é constitu-


ída de apenas uma única célula, que deve apresentar um comprimento
57
maior para tornar os efeitos de ponta desprezíveis. Além disso, a fonte de
pressão consiste de um macaco de parafuso, que provoca o movimento do
pistão, forçando a água no interior da sonda. O número de rotações do pa-
rafuso no macaco, ou a distância percorrida pelo pistão, fornece o aumento
do volume na sonda. Um exemplo desse pressiômetro pode ser observado
na figura 23, que representa o pressiômetro Texam da Roctest:

Figura 23: Pressiômetro Texam da Roctest

Fonte: Silva (2001)

• o quarto deles é parecido com o primeiro, porém, a sonda é


INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

constituída de apenas uma única célula, que deve apresentar um com-


primento maior para tornar os efeitos de ponta desprezíveis. A diferença
é que, nesse caso, a sonda é inflada com gás. Um exemplo desse tipo
é o pressiômetro Tri-mod da Roctest.
O pressiômetro autoperfurante é dividido em três categorias:
• na primeira categoria, a sapata de corte é alimentada por um mo-
tor localizado no interior da sonda, sendo que ela é constituída por apenas
uma célula cheia de água. A pressão é gerada por um macaco de parafuso
que movimenta um pistão, dessa maneira, a água é forçada para o interior
da sonda. Para monitorar o aumento de volume, utiliza-se um medidor de
vazão, enquanto que para monitorar a pressão, adota-se um manômetro.
Um exemplo desse equipamento pode ser observado na figura 24, que é
o pressiômetro PAF76 do “Laboratoire des Ponts et Chaussées” (LCPC):

58
Figura 24: Pressiômetro PAF76 do Laboratoire des Ponts et Chaussées

Fonte: Silva (2001)

• na segunda categoria, a sapata de corte é alimentada por um


conjunto de varas para perfuração localizadas pela superfície, sendo que a
sonda é constituída por apenas uma célula que é cheia com água. A pres-
são é gerada por um gás. E quando o raio da sonda aumenta, sua medida
é feita com o auxílio de três sensores elétricos dispostos à altura média da
sonda, enquanto que a pressão é medida por manômetros e transdutores
dispostos na sonda. Um exemplo desse pressiômetro pode ser observado
na figura 25, que é o pressiômetro Camkometer do Cambridge In Situ.

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


Figura 25: Pressiômetro Camkometer do Cambridge In Situ

Fonte: Silva (2001)


59
• na terceira categoria, a sapata de corte é alimentada pela
superfície por meio de um conjunto de varas de perfuração sendo que
a sonda é constituída por apenas uma célula que é cheia com água. A
pressão é gerada por um macaco de parafuso que movimenta um pis-
tão, dessa maneira, a água é forçada para o interior da sonda. Para mo-
nitorar o aumento de volume, utiliza-se um medidor de vazão, enquanto
que para monitorar a pressão, adota-se um manômetro. Um exemplo
desse tipo é o pressiômetro Boremac da Roctest.
Os pressiômetros de inserção direta ou de cravação (PC) são
de vários tipos, porém, a ideia, nesse caso, é associar as vantagens do
ensaio CPT com as dos ensaios pressiométricos. Dessa forma, os perfis
de CPT são armazenados na penetração. Assim, ao se interromper a
penetração, o pressiômetro é expandido. No PC, a penetração se dá com
a mesma velocidade do ensaio CPT, enquanto que a cravação ocorre ao
soltar o martelo de uma determinada altura, estabelecida previamente.

A Execução do Ensaio

Antes de realizar o ensaio, é preciso calibrar o equipamento.


Para tal, é preciso seguir a norma ASTM (D4719-2000) intitulada Stan-
dard Test Method for Prebored Pressuremeter Testing in Soils. A calibra-
ção é feita para compensar possíveis perdas de volume devido à com-
pressibilidade do equipamento e à expansão da tubulação, bem como,
as perdas de pressão devido à rigidez da membrana presente na sonda.
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Depois de executar a calibração, inicia-se o ensaio, até atin-


gir a cota ou a profundidade correspondente à profundidade a meio de
sonda. Na realização do ensaio, é importante que a expansão da sonda
ocorra em incrementos de pressão iguais ou com volume igual. Caso
seja adotado o método das pressões iguais, é importante antecipar qual
será a máxima pressão que o solo a ser ensaiado irá suportar, para isso,
utiliza-se o quadro 8:

Quadro 8: Estimativa da pressão máxima de solos

60
Fonte: Briaud (1992)

Os incrementos de pressão ao longo do processo devem ser


iguais, sendo que o valor corresponde a um dez avos (1/10) do valor estipu-
lado da pressão máxima aplicável ao solo. Cada aumento de pressão ocor-
re por 1 minuto, além do tempo requerido para que se atinja o patamar de
pressão desejado. Isso implica que, após 10 minutos, o ensaio acabaria,
porém, a máxima pressão no solo é alcançada entre 7 e 14 incrementos.
As leituras de volume injetado se referem a cada variação de
pressão (∆P), que precisa ser efetuada em 30 segundos (V30) e em 60
segundos (V60). Essa leitura gera dois gráficos, um deles representa a
relação existente entre a pressão aplicada e o V60. Já o outro gráfico
representa a relação da pressão e a diferença no volume entre V60 e
V30. Neste último caso, a evolução de V60 e V30 com a pressão consegue
obter o valor no qual o solo entra em cedência (Py), ou seja, quando há
um aumento considerável em V60 – V30, conforme a figura 26:

Figura 26: P x V60-V30 na obtenção de Py

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de ASTM D4719 (2000)

No caso de incrementos de volume iguais, é importante que o


aumento seja um quarenta avos (1/40) de V0. Agora, o tempo para a
aplicação de cada patamar de volume é de 15 segundos, além do tempo
requerido para atingir o volume desejado. Em cada volume realiza-se
a medição da pressão no final de 15 segundos, com isso, consegue-se
61
traçar uma curva que relaciona o volume injetado com a pressão. Nes-
se processo, a sonda alcança o dobro do seu volume inicial depois dos
40 incrementos de volumes após 10 minutos, ou seja, 40 (número de
incrementos) multiplicado por 15 segundos (tempo de cada incremento)
resultando em 600 segundos.
Após a realização do ensaio, consegue-se calcular parâmetros
como módulo de deformação pressiométrico, a pressão efetiva e a pres-
são limite, a tensão horizontal em repouso, a capacidade de carga do
pressiômetro, dentre outras coisas.

CASOS HISTÓRICOS

Mesmo o ser humano conhecendo métodos e práticas para a


execução de obras civis, de levantamentos geotécnicos, dentre outras
coisas, ainda continuam ocorrendo graves acidentes em vários tipos de
estruturas geotécnicas. A geotécnica tem evoluído consideravelmente
nos últimos anos, com avanços técnicos e científicos que permitiram so-
lucionar problemas complexos na área. Mesmo diante desses avanços,
a prática é totalmente diferente do que se projeta, pois, podem haver
interferências de ordem econômica e financeira, ou mesmo por ignorân-
cia, que conduzem à execução de práticas perigosas.
O número de desastres tem aumentado consideravelmente tan-
to em países desenvolvidos, como em países subdesenvolvidos e em
obras subterrâneas como na construção de túneis. O aumento no número
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

de desastres pode ser justificável devido à generalização das obras, mes-


mo com os avanços científicos na área. As generalizações são citadas,
pois, o número de obras aumentou, assim como suas complexidades.
Diante desse cenário, é importante que os profissionais atuem
de forma consciente e saibam que cada obra apresenta particularidades
e complexidades que podem variar em menor ou maior grau. Tendo isso
em mente, o profissional poderá executar projetos com segurança e
evitar que ocorram desastres.
Constantemente, podem ser observados desastres envolven-
do edificações. A seguir são apresentados alguns exemplos. O primeiro
deles ocorreu na Rússia no ano de 2013. Nesse caso, um túnel rodo-
viário sofreu um colapso. Na figura 27, pode-se observar o prédio que
afundou (aparentemente, ele não foi afetado em sua estrutura, porém,
recomenda-se demoli-lo):

62
Figura 27: Colapso da frente de um túnel na Rússia

Fonte: Marques (2015)

Outro caso pode ser observado na figura 28. Esse acontecimento


se deu na China. Ao observar as figuras (a) e (b) pode-se inferir que, apa-
rentemente, as estacas estavam pouco armadas ou não tinham armadura.

Figura 28: Colapso um edifício na China (a) visão geral, (b) detalhe das arma-
duras

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Marques (2015)

Um terceiro exemplo pode ser observado na figura 29. O desli-


zamento ocorreu em Portugal, afetando gravemente uma área urbana.
A construção foi realizada em uma região em que havia grande acúmulo
de água, porém, ela foi executada sem medidas de contenção, como
63
drenagem, canalização, dentre outras coisas. A imagem mostra que o
deslizamento foi de grandes proporções, conforme a figura (a), porém,
as estacas permaneceram intactas (b). Nesse caso, era esperado que
o movimento do deslizamento de terra atuasse exercendo uma grande
força horizontal que iria colapsar a estrutura.

Figura 29: Deslizamento de terra em Portugal (a) proporções do desastre e


(b) situação das estacas
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Marques (2015)

As principais causas de rotura em estruturas estão ligadas a


aspectos como:
• extrapolação do conhecimento e de boas práticas de enge-
nharia,
• não dar atenção aos indícios de começo das falhas,
• má supervisão durante a execução da obra,
• projeto com pouca robustez e sem redundância,
• falha na manutenção e na inspeção.
No que se refere especificamente à geotecnia pode-se relatar
fatores como:
• falta de entendimento dos problemas ou de princípios geo-
mecânicos,
• investigação inadequada,
64
• modelação imprecisa,
• análise imprecisa,
• ausência de observação,
• monitoramento ineficiente.
Um estudo realizado por Day (2009), considerando vários ca-
sos históricos dispostos na literatura – que tratavam de desastres liga-
dos à geotecnia –, aponta as principais causas de maus comportamen-
tos ou roturas. Esses dados podem ser observados no quadro 9:

Quadro 9: Principais causas de maus comportamentos ou roturas

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Day (2009, traduzido por Marques, 2015)

Day (2009) observou ainda que os comportamentos indeseja-


dos eram relacionados à associação de duas ou mais razões citadas.
Em roturas de estruturas geotécnicas, a água e/ou a pressão de água
são fatores que contribuem significativamente para isso.

65
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Cristinápolis - SE - Enge-
nheiro Civil
Acerca de um determinado ensaio de campo, apontado pela ABNT
NBR 6122:2019 como um dos mais comumente realizados para de-
finir parâmetros do solo, analise as características abaixo:
• Parâmetros como resistência e tensão-deformação podem ser
obtidos.
• Consiste em uma investigação complementar de campo.
• Utiliza uma sonda cilíndrica no interior do terreno.
• De acordo com o modo de inserção do equipamento no solo, este
pode ser classificado como “em pré-furo” ou “autoperfurante”.
As características acima definem que tipo de ensaio?
a) Dilatométrico.
b) De Cone.
c) De Palheta
d) De Placa.
e) Pressiométrico.

QUESTÃO 2
Prova: FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Engenheiro Civil
Relacione os principais ensaios de campo que devem ser realiza-
dos para a elaboração de um projeto de fundações, com suas res-
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

pectivas finalidades, conforme a norma ABNT NBR 6122:2019.


1. Ensaio de palheta.
2. Ensaio de placa.
3. Ensaio pressiométrico.
( ) Este ensaio tem o objetivo de caracterizar a deformabilidade e
resistência do solo sob carregamento de fundações rasas.
( ) Este ensaio permite a obtenção de propriedades de resistência
e tensão-deformação do material.
( ) Este ensaio é empregado na determinação da resistência ao ci-
salhamento, não drenada, de solos moles.
Assinale a opção que mostra a relação correta, segundo a ordem
apresentada.
a) 1, 2 e 3.
b) 3, 2 e 1.
c) 2, 3 e 1.
d) 2, 1 e 3.
e) 3, 1 e 2.
66
QUESTÃO 3
Prova: FUMARC - 2023 - AL-MG - Técnico de Apoio Legislativo -
Técnico em Edificações
Sempre que as características da obra e/ou do terreno exigirem,
será estabelecido um programa de investigação direta do subsolo
que inclua, conforme o caso, vários ensaios “in loco”.
Correlacione os tipos de ensaios com suas características, nume-
rando os parênteses.
Tipo de Ensaio
1 – SPT-T (Standard Penetration Test com Torque)
2 – CPT (Cone Penetration Test) 3 – Sondagem Rotativa 4 – Pres-
siômetro 5 – Vane Test
Características
( ) uma palheta de seção cruciforme é cravada em argilas satu-
radas, de consistência mole, e é submetida ao torque necessário
para cisalhar o solo por rotação.
( ) com uso de uma coroa amostradora de aço, na qual são incrus-
tados pequenos diamantes.
( ) possibilita informar o momento torsor entre amostrador e solo.
( ) consiste na cravação estática lenta de um cone, mecânica ou
elétrica, que armazena em um computador os dados a cada 20 cm.
( ) para estabelecer estimativas de recalque ou para a previsão de
capacidade de carga-limite.
A sequência CORRETA de correlação entre o tipo de ensaio e suas
características é, de cima para baixo:

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


a) 1, 3, 4, 5, 2
b) 3, 1, 5, 2, 4
c) 4, 2, 1, 3, 5
d) 5, 3, 1, 2, 4

QUESTÃO 4
Prova: Instituto UniFil - 2021 - Prefeitura de Marechal Cândido Ron-
don - PR - Engenheiro Civil
A NBR 6122 - Projeto e execução de fundações, faz algumas colo-
cações relacionadas aos tipos de ensaios de solos in situ. Relacio-
ne o tipo de ensaio com sua descrição e assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
( ) Realizados com o penetrômetro estático (mecânico ou elétrico),
que consistem na cravação no terreno, por prensagem, de um ele-
mento padronizado, permitindo medir separadamente a resistência
de ponta e total (ponta mais atrito lateral) e ainda o atrito lateral
local (com a luva de atrito) das camadas de interesse.
67
( ) Que consistem em medir, nas argilas, em profundidades dese-
jadas, o momento de torção necessário para girar, no interior do
terreno, um conjunto composto por duas palhetas verticais e per-
pendiculares entre si, permitindo determinar as características da
resistência das argilas.
( ) Ensaios que consistem em se produzir um regime de percolação
no maciço do solo, obtendo-se o coeficiente a partir da vazão, ou
da variação da carga hidráulica registrada ao longo do tempo.
( ) Ensaios que consistem no carregamento lateral do solo por
meio de uma sonda radialmente dilatável que, pela aplicação de
uma pressão interna crescente, permite a determinação da relação
pressão de formação lateral a diversas profundidades.
1. Ensaios pressiométricos.
2. Ensaios de penetração de cone (C.P.T.).
3. Ensaios de palheta (vane-test).
4. Ensaios de permeabilidade.
a) 2 – 4 – 1 – 3.
b) 4 – 1 – 3 – 2.
c) 1 – 2 – 4 – 3.
d) 2 – 3 – 4 – 1.

QUESTÃO 5
Prova: FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Técnico Superior Engenheiro
Civil
Os processos semidiretos fornecem características mecânicas
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

dos solos prospectados. A figura abaixo ilustra um equipamento


utilizado em um determinado ensaio que visa, por meio de corre-
lações indiretas, determinar informações sobre a natureza dos so-
los. Assinale a alternativa que apresenta o ensaio que utiliza esse
equipamento ou similar.

a) Ensaio de SPT.
b) Ensaio Pressiométrico.
68
c) Ensaio de Dilatométrico.
d) Ensaio de Penetração de Cone.
e) Ensaio da Palheta.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O ensaio pressiométrico foi desenvolvido na Alemanha pelo engenheiro
Kögler em 1933. Em 1960, um engenheiro francês, Louis Menard avan-
çou muito na técnica investigativa proposta por Kögler. Menard foi um
grande difusor da técnica, incentivando a sua utilização ao redor do mun-
do, sendo que o equipamento melhorado foi utilizado pela primeira vez na
cidade de Chicago, nos EUA. O objetivo do ensaio na época foi estudar
a deformabilidade do solo, a fim de auxiliar em um projeto de fundação.
Diante disso, com suas palavras, discuta brevemente sobre os objetivos,
a realização do ensaio, dentre outros assuntos relevantes do tema.

TREINO INÉDITO
São componentes utilizados no ensaio dilatométrico de Marchetti,
exceto:
a) lâmina.
b) unidade de controle.
c) coroa.
d) cabos eletropneumáticos.
e) manômetros.

NA MÍDIA

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


GEÓLOGOS EXPLICAM DESABAMENTO DE CÂNION EM CAPITÓ-
LIO E VEEM BRASIL ATRASADO EM AVALIAÇÕES DE SEGURAN-
ÇA DE ÁREAS TURÍSTICAS
Na segunda-feira (10), dois dias após o desabamento de um bloco ro-
choso nos cânions que circundam o lago de Furnas, no município de
Capitólio, em Minas Gerais, matando dez pessoas, o governador do
estado, Romeu Zema, participou de uma entrevista coletiva em que ten-
tou explicar o que causou a tragédia. “Foi algo inédito, nunca aconteceu
anteriormente”, afirmou. “Nos últimos 100 anos, não sabemos de ne-
nhuma ocorrência dessas. Seria [algo] muito difícil de prever.”
Mas não é o que pensam os especialistas ouvidos pelo Jornal da Unesp.
Segundo o presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo),
Fábio Reis, o tombamento de blocos, tal como o que ocorreu em Capitólio,
é um processo natural e recorrente. “A gente não consegue saber a hora
exata em que algo assim irá ocorrer. Mas é possível constatar se uma ro-
cha como aquela está se movimentando ou se tem risco de se movimen-
tar”, diz. O que possibilita esse conhecimento são tecnologias já disponí-
69
veis e consolidadas para a prática do monitoramento geotécnico, somadas
à extensa gama de estudos sobre fenômenos que afetam as mais diversas
formações rochosas. “Embora o governador tenha falado em acontecimen-
to ‘imprevisível’, isso é superprevisível”, explica Reis, que é docente do
Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da Unesp Rio Claro.
Alexandre Perinotto, especialista em Geologia Regional e Geologia Se-
dimentar e também docente do IGCE-Unesp, explica que o acidente não
poderia ser evitado. “Mas o desastre sim”, diz. Ele explica que a definição
de desastre implica a ocorrência de um fenômeno natural que causa da-
nos a pessoas. Se a região tivesse sido objeto de um estudo de mapea-
mento de riscos, seria possível determinar de antemão se havia risco de
desabamento iminente, alto, médio ou baixo. Esta avaliação deveria ser
usada como base para gerenciar a presença humana na área. Assim,
mesmo que o bloco caísse, as pessoas não estariam ali. “O fenômeno
natural vai ocorrer, mas será apenas parte da evolução da paisagem,
como acontece há bilhões de anos. Mas não teremos um desastre”, diz.
Fonte: Jornal da unesp.
Data: 5 maio 2022.
Leia a notícia na íntegra:
https://jornal.unesp.br/2022/01/14/geologos-explicam-desabamento-
-de-canion-em-capitolio-e-veem-brasil-atrasado-no-monitoramento-de-
-seguranca-de-areas-turisticas/

NA PRÁTICA
Para evitar problemas decorrentes da falta de investigação, é importante
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

conhecer os esforços atuantes, as características e particularidades dos


solos, dentre outras coisas. Muitas vezes, apenas a sondagem de sim-
ples reconhecimento já é suficiente para avaliar as características dos so-
los, mas, há casos em que é preciso realizar outros tipos de investigação.
Dessa forma, é importante definir os parâmetros, como número de pon-
tos a serem sondados, o posicionamento, a profundidade a ser atingida,
dentre outros fatores. Por isso, é importante realizar as investigações
com profissionais qualificados e que sejam especialistas. Sempre que
necessário, o especialista em geotecnia deve consultar livros, outros
colegas e demais recursos para assegurar a qualidade do seu serviço.
É essencial monitorar os pontos de controle e os ensaios a fim de evitar
falhas catastróficas que possam comprometer a integridade estrutural
das obras e colocar a vida de outras pessoas em risco.

PARA SABER MAIS


Métodos/ensaios alternativos de investigação do subsolo. Disponível
em https://www.youtube.com/watch?v=FdoXzhPEaTI
70
As investigações geotécnicas são ferramentas importantes
para auxiliar os profissionais da área geotécnica a entenderem o com-
portamento dos solos, bem como suas características e propriedades.
Com essa ciência, é possível obter parâmetros que servem de base
para o projeto de edificações, permitindo a construção de obras mais
seguras e menos susceptíveis a falhas.
Portanto, é importante que os profissionais saibam qual técnica
escolher dentre as várias opções existentes. Cada uma tem suas vanta-
gens e desvantagens, mas, auxiliam no entendimento do comportamen-
to de diferentes tipos de solo e rochas. É preciso saber, ainda, retirar
amostras adequadamente, bem como as normas para armazená-las, a
fim de preservar suas características, evitando a perda de propriedades
que geram erros nos ensaios.
Assim, é essencial atuar de modo profissional e ético, seguindo
à risca todas as etapas e processos das investigações geotécnicas. É
importante acompanhar a execução do ensaio para evitar agravantes
que possam comprometê-lo e gerar danos catastróficos no futuro. Outro
ponto a ser destacado é: sempre que uma dúvida surgir, realize pes-
quisas ou converse com outros profissionais, pois, isso irá auxiliá-lo a
encontrar soluções para os problemas.

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

71
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

No reconhecimento de perfis dos solos, bem como de suas caracte-


rísticas geotécnicas podem ser utilizados ensaios em campo ou in situ
e em laboratórios de amostras deformadas e indeformadas dos solos.
Quando a investigação geotécnica não é executada ou seus dados são
interpretados de forma incorreta, os projetos podem apresentar erros,
elevando os custos e os problemas ambientais gerados pela obra.
Em se tratando de custos, estima-se que as investigações geotécnicas
custam entre 0,2 e 0,5% dos custos de obras denominadas convencio-
nais. É importante ressaltar que esses custos tendem a se elevar, caso
a obra seja realizada em um local que tenha solos que sofram com con-
dições adversas ou sejam consideradas obras especiais. A vantagem de
realizar as investigações geotécnicas reside na capacidade de prever os
custos fixos que são associados aos projetos, bem como suas soluções.
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

Assim, com as investigações geotécnicas consegue-se conhecer a es-


tratigrafia do terreno, permitindo montar perfis geotécnicos que auxiliam
na realização de diversas análises posteriores. Dentre elas, vale desta-
car a análise de estabilidades e a identificação de diversos parâmetros
geotécnicos com o auxílio dos trabalhos in situ e de laboratório.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

72
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A sondagem rotativa é um método investigativo que utiliza um conjunto


motomecanizado para a extração de amostras de materiais rochosos,
com formato cilíndrico e contínuo. O perfurante, chamado coroa, con-
tém os elementos cortantes que sofrem a ação de uma força de rotação
e penetração em conjunto, retirando assim o material rochoso. O mate-
rial rochoso ou a amostra é chamada de testemunho e, após a sua reti-
rada, ela é guardada com cuidado no interior da caixa de testemunhos.
A sondagem rotativa pode ser executada em conjunto com a sonda-
gem SPT, dessa maneira, tem-se a sondagem mista. Nesse método
conjugado, o equipamento avança em solos alterados e rochas, assim,
obtêm-se testemunhos na rocha que se deseja explorar, permitindo a
realização de diversos ensaios para avaliar o solo. Com isso, indicam-
-se fatores como índice de qualidade da rocha, grau de alteração, fatu-
ramento, dentre outras características das rochas.

TREINO INÉDITO

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


Gabarito: C

73
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Inicialmente, o ensaio pressiométrico foi concebido com o intuito de mi-


nimizar ou até mesmo eliminar efeitos do amolgamento gerado quando
a sonda era posicionada dentro da massa do solo. Nos dias de hoje, o
equipamento é visto como uma importante ferramenta em investigações
geotécnicas, sendo usado para avaliar o comportamento da tensão e da
deformação dos solos in situ.
O ensaio é realizado por meio da aplicação de pressão uniforme nas
paredes de um furo de sondagem, com isso, é importante a realização
do ensaio em um pré-furo. Os resultados são obtidos em uma curva
pressiométrica que é gerada nas fases do ensaio. Todos os ensaios de
campo necessitam de cuidados especiais. No ensaio pressiométrico,
seja na inserção da sonda no furo ou em qualquer outra etapa do pro-
cesso, é preciso estar atento aos equipamentos e seus parâmetros de
trabalho. Outro ponto importante está associado à calibração do equi-
pamento, é importante realizá-la a fim de obter resultados confiáveis.
INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

74
APL. Entenda a importância das investigações geotécnicas para evitar
patologias nas suas obras. 2019. Disponível em: https://blog.apl.eng.br/
entenda-a-importancia-das-investigacoes-geotecnicas-para-evitar-pa-
tologias-nas-suas-obras/. Acesso em 06 set. 2019.

AQUI ACONTECE. Defesa Civil explica monitoramento em área de ins-


tabilidade. 2019. Disponível em: http://www.aquiacontece.com.br/no-
ticia/maceio/06/09/2019/defesa-civil-explica-monitoramento-em-area-
-de-instabilidade/144821. Acesso em: 09 set. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9603 –


Sondagem a trado. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 10905 – Ensaio de Palhetas. Rio de Janeiro, 1989.

______. NBR 6484 – Solo: Sondagens de simples reconhecimento com


SPT: Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.

______. NBR 7250 – Identificação e descrição de amostras de solos ob-


tidas em sondagens de simples reconhecimento. Rio de Janeiro, 1982.

ASTM. Standard D4719 – Standard Test Method for Prebored Pressu-


remeter Testing in Soils. Annual book of ASTM Standards, American So-
ciety for Testing and Materials, 2000.

INVESTIGAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO - GRUPO PROMINAS


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