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ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS


ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

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ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes / Bianca Yureidini Santos

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
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ascensão social e econômica da população de um país.


Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
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Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Hudson Goto

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade tratará dos conceitos e fundamentos do con-
creto e suas derivações de uso. Serão demonstrados os diferentes
tipos de concreto e suas principais funções específicas. Para isso
é necessário que se conheça as propriedades dos materiais consti-
tuintes do concreto, como por exemplo, o cimento e o aço. Teremos
como objetivo de estudo: o Concreto Armado e o Concreto Protendi-
do, bem como suas definições, vantagens e desvantagens, métodos
de dimensionamento e aplicabilidade de ambos. Atualmente no Brasil
o concreto ainda é o material mais utilizado nos sistemas estruturais
das edificações. Visando capacitar o profissional para atuar no setor,
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analisaremos nesta unidade os fundamentos do projeto de estruturas


possibilitando, assim, o dimensionamento de seus elementos: lajes,
vigas e pilares.

Concreto. Concreto Armado. Concreto Protendido.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO NA ATIVIDADE FÍSICA

Composição do Concreto ______________________________________ 13

Concreto Armado _______________________________________________ 18

Concreto Protendido ___________________________________________ 20

Concreto Projetado ____________________________________________ 22

Concreto de Alto Desempenho (CAD) ____________________________ 23

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Concreto de Alta Resistência (CAR) ______________________________ 25

Concreto Autoadensável (CAA) _________________________________ 25

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
CONCRETO ARMADO

Propriedades do Concreto Fresco _______________________________ 32

Propriedades do Concreto Endurecido __________________________ 34

Propriedades do Aço __________________________________________ 36

Arranjo Estrutural ______________________________________________ 38

Dimensionamento de Lajes Maciças ____________________________ 38

Dimensionamento de Vigas ____________________________________ 45


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Dimensionamento de Pilares ___________________________________ 49

Recapitulando __________________________________________________ 55

CAPÍTULO 03
CONCRETO PROTENDIDO

Breve Histórico sobre o Concreto Protendido _____________________ 59

Técnicas de Aplicação da Protensão ______________________________ 60

Estados-Limites _________________________________________________ 64

Graus de Protensão _____________________________________________ 66


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Traçado dos Cabos ______________________________________________ 67

Perdas de Protensão ____________________________________________ 69

Protensão em Estruturas Hiperestáticas _________________________ 70

Corrosões _______________________________________________________ 71

Recapitulando __________________________________________________ 72

Considerações Finais ____________________________________________ 75

Fechando a Unidade ____________________________________________ 77

Referências _____________________________________________________ 80

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Atualmente no Brasil, o concreto ainda é o material mais utili-
zado nas construções civis. Cerca de 80% das estruturas são execu-
tadas pelo sistema de concreto armado, desde unidades unifamiliares
até obras de grande porte, tendo suas vantagens e desvantagens como
qualquer outro sistema construtivo.
O concreto é muito utilizado devido a sua enorme resistência
aos esforços de compressão e isso foi descoberto desde os povos anti-
gos que já dispunham de grandes pedras para construir suas moradias
e templos. Era evidente a sua durabilidade e resistência, mesmo quando
expostos à água. Porém, quando havia a necessidade de vencer vãos
maiores, como uma viga ou até mesmo uma ponte sobre um rio, a pe-
dra não resistia se ruindo. Isso acontecia, pois as propriedades daquele
material, não garantiam resistência a tração suficiente. Daí então, surge
a ideia de unir a esse material, algo que pudesse compensar essa falta.
Sabendo da alta resistência do aço aos esforços de tração, ele foi escolhi-
do para trabalhar em conjunto com o concreto, atingindo uma aderência
ideal. Para isso, barras de aço são inseridas nas peças de concreto, nas
posições onde são maiores os esforços de tração, estas são chamadas
de armadura passiva. Assim são feitos os elementos de concreto armado.

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Uma alternativa muito utilizada é associação do concreto sim-
ples a uma armadura ativa, que tem como objetivo principal aumentar a
resistência do elemento, permitindo, assim, vencer maiores vãos, a arma-
dura ativa proporciona também uma melhora significativa em relação à
fissuração do concreto. Esse é o caso do concreto protendido, uma deri-
vação do concreto, muito usual em pontes, viadutos, grandes lajes, bar-
ragens, dentre outras. É de suma importância que se conheçam as áreas
que sofrem cada tipo de esforço em um elemento estrutural empregando,
assim, o material com propriedade adequada na região adequada.
Para que se alcance um resultado satisfatório com o uso do
concreto, seja ele armado ou protendido, é extremamente necessário
que se entenda do funcionamento da estrutura. Essa é a parte resisten-
te da edificação, cuja função é: resistir aos esforços solicitantes, trans-
mitindo-os para o solo de maneira segura.
O profissional que atua neste segmento deve se pautar sempre
nas normas vigentes. Até o século anterior, a principal norma era a NB
1, que em 1980, sofreu algumas alterações e teve sua nomenclatura
substituída, tornando-se a NBR 6118 que passou por diversas revisões
e correções até sua última versão em 2014.
Nesta unidade, abordaremos inicialmente as definições e pro-
priedades em geral do concreto, bem como de seus componentes, ve-
remos também os métodos de preparo do concreto e suas diferentes
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técnicas de aplicação para finalidades específicas. O foco será nos mé-
todos mais utilizados atualmente nas construções do Brasil e do mundo,
o Concreto Armado e o Concreto Protendido.
No Capítulo 2, onde abordaremos o tema de Concreto Armado,
veremos o comportamento estático desse tipo de estrutura, analisando os
carregamentos atuantes e as respectivas resistências. Com base nas nor-
mas vigentes, foi elaborado neste capítulo um roteiro de dimensionamento
de elementos em concreto armado, lajes, vigas e pilares, desde seu pré-di-
mensionamento, até o detalhamento de armaduras.
No último capítulo, o tema abordado será o Concreto Protendi-
do, onde serão analisadas as características mecânicas desse material
e suas diferentes técnicas de aplicação. É imprescindível que se analise
os estados-limites desse material para que se tenha um bom resultado
em seu dimensionamento, neste capítulo serão detalhados todos eles.
Além dos conhecimentos teóricos sobre as características mecânicas
do material, o capítulo também traz os conceitos de traçado dos cabos,
curvaturas fixação e posicionamento, emendas e outras informações
sobre seu projeto de dimensionamento.
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O CONCRETO

COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

O concreto é um material de construção heterogêneo constituí-


do por aglomerante (cimento), água, agregado miúdo (areia) e agregado
graúdo (brita) (COUTO, 2013). Essas substâncias devem ser aplicadas
em proporções exatas e bem definidas. Após essa mistura, o resultado
deve ser um concreto fresco, com consistência aproximadamente plás-
tica, o que permite sua moldagem em fôrmas.
O endurecimento do concreto se dá pelas reações químicas pre-
sentes entre o aglomerante e a água e a sua resistência é aumentada
com o tempo, isso é chamado de “cura do concreto”. Este processo con-
siste em um conjunto de operações e procedimentos que visam garantir
um bom resultado ao elemento estrutural. Um dos maiores cuidados que
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se deve ter é para que a água utilizada no amassamento não evapore
precocemente, prejudicando o processo de hidratação do cimento.

A eliminação da água (exsudação) durante o processo de


hidratação do cimento causa diminuição do volume de concreto na
peça, ocasionando fissuras de retração plástica. Esse fenômeno
pode ocorrer devido a condições climáticas, características inade-
quadas do cimento, erros de execução, entre outros.

Cimento Portland e suas Variações

Tal substância foi descoberta na Inglaterra, na cidade de


Portland, daí vem o nome mundialmente conhecido (Cimento Portland).
A descoberta foi feita em 1842 e cerca de oito anos depois teve sua
produção industrial iniciada.
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O cimento é um pó fino com propriedades aglomerantes, que


endurece sob a ação da água. Basicamente é formado de clínquer, uma
mistura de argila, calcário e algumas outras substâncias químicas, po-
rém, a adição de outros elementos é o que distinguir os vários tipos de
cimento. Como por exemplo: o gesso, que amplia o tempo de pega; a
argila pozolânica, que garante maior impermeabilidade ao concreto; e
até mesmo o calcário, que pode ser utilizado em maiores quantidades,
diminuindo o custo do cimento.
Todas essas diferenças encontradas na formação do material
influenciam nas propriedades de resistência, durabilidade, trabalhabili-
dade e impermeabilidade.
Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP),
no Brasil existem cinco tipos básicos de cimento:
• Cimento CP-I (NBR 5.732) ou Cimento Portland Comum:
Esse é um tipo de cimento que está entrando em desuso. Como o nome
sugere, não recebe nenhum tipo de aditivo além do gesso que retarda o
início da pega, possibilitando mais tempo em sua aplicação. Seu custo
é elevado se comparado a sua resistência.
• Cimento CP-II (NBR 11.578) ou Cimento Portland Composto:
As substâncias adicionadas a essa mistura, garantem que ele libere me-
nos calor quando entra em contato com a água. É encontrado nas ver-
sões: CP-II Z cimento portland com adição de material pozolânico; CP-II
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E cimento portland com adição de escória de alto-forno; e CP-II F cimento
portland com adição de material carbonático. Devido a sua versatilidade,
sua aplicação é muito comum em todas as etapas de uma construção.
• Cimento CP-III (NBR 5.735) ou Cimento Portland de Alto-for-
no: Em sua composição são encontrados entre 35% e 70% de escória
de alto-forno, tem grande resistência a expansão e a sulfatos, o que o
torna menos poroso e mais durável.
• Cimento CP-IV (NBR 5.736) ou Cimento Portland Pozolânico:
Composto por 15% a 50% de material pozolânico, o que proporciona
grande defesa contra o ataque de sulfatos. Sua principal característica é
o baixíssimo calor de hidratação, tornando-o uma excelente opção para
concretagens em grandes volumes e sob altas temperaturas. Sua baixa
porosidade o faz resistente a ação da água do mar e esgotos.
• Cimento CP-V ARI (NBR 5.733) ou Cimento Portland de Alta Re-
sistência Inicial: Seu processo de fabricação faz com que ele tenha altos ín-
dices de reatividade nas primeiras 24 horas após sua aplicação, o que o faz
atingir altas resistências em um pequeno intervalo de tempo. Se comparado
aos outros cimentos, sua resistência final (28 dias) também é superior.
Além desses, existem mais três tipos de cimentos especiais,
são eles:

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• Cimento RS (NBR 5.737) ou Cimento Portland Resistente a
Sulfatos: Os produtos enquadrados nesta divisão têm como caracterís-
tica principal a resistência a sulfatos, o que permite que sejam usados
de maneira proveitosa em redes de esgoto.
• Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) / (NBR
13.116): Muito adequado para construções que sofrem grandes varia-
ções de temperatura. Devido ao seu baixo índice de calorimetria, fissu-
ras por expansão ou contração do material são evitadas.
• Cimento Branco ou Cimento Portland Branco (CPB) / (NBR
12.989): Neste cimento, a argila é substituída por caulim e outras subs-
tâncias com baixo teor de manganês e ferro, essas mudanças propor-
cionam uma coloração branca ao cimento, o que pode atender algumas
necessidades arquitetônicas.
Para Battagin (2018, p. 1) “é preciso esclarecer que todos os
tipos de Cimento Portland são adequados a todos os tipos de estrutura
e aplicações. Existem, entretanto, alguns tipos de cimento que são mais
vantajosos para determinados usos.”

Agregados Miúdos e Graúdos

São partículas granulosas que compõem cerca de 70% da mis-


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tura, esse material influencia diretamente no valor do concreto, tendo
em vista que são baratos se comparados aos outros elementos.
Podem ser obtidos de forma natural, como a areia de rios, pe-
dras ou seixos rolados ou de forma artificial que é o caso das britas
originárias da trituração de rochas.
Quanto às dimensões, os agregados são divididos em miúdos
tendo a areia como a mais utilizada e graúdos que são subdivididos
entre os diferentes tamanhos de brita. Os miúdos têm diâmetro máximo
igual a 4,8mm, enquanto os graúdos possuem diâmetro máximo supe-
rior a esta medida.
As britas são extraídas através da explosão de rochas como o
basalto, granito e gnaisse e divididas da seguinte forma:
Brita 0 – 4,8mm a 9,5mm;
Brita 1 – 9,5mm a 19mm;
Brita 2 – 19mm a 38mm;
Brita 3 – 38mm a 76mm;
Pedra de mão - ≥76mm.
Atualmente, a brita mais utilizada na confecção de concreto é
a de número 1.
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Água

Tem como função, ligar o cimento as outras substâncias presen-


tes, sem a água essa mistura não acontece. A sua aplicação deve ser ana-
lisada, cautelosamente, pois a quantidade inadequada pode atrapalhar a
reação química, gerando um resultado insatisfatório ao concreto. Para tal,
é recomendado que se realize o estudo de dosagem, avaliando o local de
concretagem, qualidade dos materiais, requisitos do projeto entre outros
fatores. A NBR 12655 aborda parâmetros sobre o uso do cimento Portland
e pode ser consultada para um direcionamento da dosagem correta.

A água utilizada na mistura deve ser potável, pois a pre-


sença de impurezas, como matéria orgânica pode afetar a qualida-
de e a durabilidade dos sistemas estruturais. Além disso, a estética
da obra fica prejudicada, tendo em vista que manchas escuras apa-
recerão no concreto, devido às impurezas encontradas na água.
É importante também ser consciente no uso da água, respeitar a
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quantidade correta traz excelentes resultados à obra, além de pre-
servar o meio ambiente.

Aditivos

A fim de se obter melhores resultados também é muito comum


o uso de aditivos que alteram as propriedades físicas e químicas do
concreto. Essas adições podem melhorar a sua trabalhabilidade, au-
mentar a sua resistência, e até mesmo interferir na absorção de água.
Os principais aditivos empregados na construção civil são:
• ADITIVO PLASTIFICANTE: É utilizado quando o objetivo é re-
duzir ou até mesmo manter o consumo de água por parte do concreto,
sem que a sua consistência seja modificada. Com essa aplicação a resis-
tência final é aumentada, sem alterações no tempo de pega da mistura.
• ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE: Funciona de forma pare-
cida com o aditivo plastificante, porém, a quantidade de água utilizada
deve ser ainda menor. Há uma redução de até 25% do fator água-ci-
mento. Esta adição facilita o espalhamento da massa, além de aumen-
tar a resistência final do concreto.

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• ADITIVO MOIFICADOR DE PEGA: Estes aditivos têm como
objetivo acelerar ou retardar o tempo de pega do concreto. Os acelera-
dores servem para diminuir o tempo início e fim de pega do concreto,
gerando um aumento da resistência inicial dele. Já em locais muito frios
ou em concretagens a longa distância, costuma-se utilizar o aditivo re-
tardador, aumentando assim o tempo de pega.
• ADITIVO INCORPORADOR DE AR: Estes diminuem a ten-
são superficial da água, adicionando ar ao concreto. Dessa forma, a
mistura se torna mais coesa, diminuindo a segregação e melhorando o
acabamento da peça no processo de desenforma.
• MICROSSÍLICA: Tem como função principal melhorar a per-
formance do concreto, muito utilizada em projetos complexos onde há
necessidade superior de segurança. Trabalha aumentando a resistên-
cia mecânica e a impermeabilidade do concreto.
Além desses, ainda existem outros diversos tipos de aditivos,
cada um com suas funções e características específicas, portanto, deve
ser analisada com cautela a necessidade do projeto e seguir sempre as
recomendações do fabricante.

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CONCRETO ARMADO

O concreto simples é um material que possui altíssima resistên-


cia aos esforços de compressão, porém, apenas 10% dessa resistência
é válida para esforços de tração. Com isso fez-se necessária a escolha
de um material que pudesse suprir essa necessidade, aumentando as
possibilidades de uso do concreto. O aço é um material que apresenta
um excelente desempenho quando exposto a uma tensão de tração.
Mas não basta inserir o aço sem critérios a uma peça de con-
creto, deve haver aderência, garantindo que a deformação εs num ponto
da barra de aço e a deformação εc no concreto que a circunda, devem
ser iguais, isto é: εc = εs. Essas barras de aço interligadas dentro da
peça de concreto formam uma amadura, daí o termo “Concreto Arma-
do”. Essa armadura é classificada como passiva, ou seja, as tensões
e deformações nela aplicadas devem-se única e exclusivamente aos
carregamentos aplicados nos elementos onde está inserida.
Normalmente, encontra-se apenas concreto na região onde se
encontram os esforços de compressão e aço na região tracionada da
peça. Pode-se aliviar o concreto na região comprimida, inserindo ali al-
gumas barras de aço. Entretanto, o aço jamais deve estar isolado, e sim
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atritado/fundido com o concreto. Para que haja essa aderência perfeita,


as barras de aço utilizadas nunca são lisas, mas possuem ranhuras que
aumentam a área de atrito com o concreto.
Esse trabalho conjunto é possível graças aos coeficientes de
dilatação térmica dos dois materiais serem praticamente iguais, além
disso, outro aspecto positivo é que o concreto protege o aço da cor-
rosão, desde que se tenha um cobrimento adequado nas armaduras.
Esse cobrimento deve ser o cobrimento mínimo (cmin). Acrescido de
uma tolerância de execução (∆c). Nas obras mais comuns utiliza-se ∆c
= 10mm. Quando houver um controle rigoroso da qualidade a execu-
ção, pode ser adotado ∆c = 5mm. Porém, a exigência desse controle
rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de projeto. O valor do co-
brimento varia de acordo com a classe de agressividade do ambiente.
Esses parâmetros podem ser extraídos das tabelas a seguir, disponibi-
lizadas pela ABNT NBR 6118:2014:

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Quadro1 - Classe de agressividade ambiental

Fonte: ABNT NBR 6118:2014.

Quadro 2 - Cobrimento de armadura

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Fonte: ABNT NBR 6118:2014.

O concreto armado é o material de construção mais utilizado


nos elementos estruturais no Brasil e no mundo, isso se deve aos gran-
des aspectos positivos deste sistema, porém, como em qualquer outro
ele também possui suas desvantagens.
a) Vantagens: Sem dúvidas, o principal atrativo para esse ma-
terial é seu baixo custo quando comparado a outros sistemas constru-
tivos, sobretudo, no Brasil, onde seus componentes são encontrados
com abundância. Outro fator determinante é seu tempo de durabilidade,
estruturas de concreto armado são projetadas para durarem até 100
anos, desde que tenham sua manutenção e conservação respeitadas.
b) Do ponto de vista estético, também apresenta aspectos po-
sitivos, já que sua consistência permite moldá-lo atendendo, assim, a
diferentes concepções arquitetônicas.
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Alta resistência ao fogo e impactos físicos, impermeabilidade e
mão de obra de fácil acesso são outros fatores que contribuem para a
escolha deste sistema.
b) Desvantagens: Em meio a tantas características positivas,
também é possível encontrar algumas desvantagens, o principal fator
negativo desse material é sua altíssima carga de peso próprio. O con-
creto armado tem peso específico igual a 25 kN/m³.
O concreto armado não oferece praticidade a reformas e adap-
tações, qualquer intervenção necessária acaba gerando grandes trans-
tornos. Outro ponto negativo é o isolamento termoacústico, o concreto
armado transmite calor e som com muita facilidade.

CONCRETO PROTENDIDO

O concreto protendido é um aprimoramento do concreto ar-


mado, onde o objetivo é aplicar tensões prévias de compressões, na
região que será tracionada pelo carregamento externo. Dessa forma, as
tensões de tração diminuem podendo até serem zeradas pela tração de
compressão que foi previamente aplicada. A protensão vem para auxi-
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liar o concreto na resistência aos esforços de tração.

O processo de protensão nada mais é do que aplicar tensão nos cabos de


açoantes da cura do concreto. A armadura sofre um pré-alongamento e pro-
duz um sistema auto equilibrado de esforços, sendo esse sistema a tração no
aço e a compressão no concreto, aumentando a resistência do material sem
grandes impactos de ações externas (PEREIRA, 2018, p.1).

As armaduras de protensão, também conhecidas como arma-


duras ativas são compostas por barras, fios ou feixes que têm a função
de produzir as forças de protensão.
Desde que o uso do concreto protendido se disseminou pelo
mundo, diversas formas de protensão já foram patenteadas, e continu-
am sendo aprimoradas. Conforme PEREIRA (2018):As mais usuais são
definidas da seguinte forma:
• PÓS-TRACIONADO NÃO ADERENTE (CORDOALHAS EN-
GRAXADAS): Neste método o pré-alongamento da armadura ativa ocorre
após o endurecimento do concreto. O próprio elemento estrutural é usado
como apoio. Nesse caso, não é criada aderência com o concreto, a arma-
dura fica ligada ao concreto apenas em pontos localizados. É indicado para
obras comerciais e residenciais, nas quais a fundação é do tipo radier.
• PÓS-TRACIONADO ADERENTE (COM ADERÊNCIA POS-
TERIOR): Trata-se de um tipo de concreto protendido, no qual o pré-
20
-alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do con-
creto. Nesse caso, utilizam-se como apoio partes do próprio elemento
estrutural criando, posteriormente, aderência com o concreto de modo
permanente, por meio da injeção das bainhas. A protensão com aderên-
cia posterior tem uma larga utilização, sobretudo, em obras como pon-
tes, barragens, grandes reservatórios de água, contenção de taludes
e coberturas de grande vão. Pela flexibilidade é possível aplicá-la em
quase todo o campo da construção civil.
• PRÉ-TRACIONADO (FIOS ADERENTES): um tipo de con-
creto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito
com a utilização de apoios independentes do elemento estrutural, antes
do lançamento do concreto. Assim, a ligação da armadura de protensão
com os referidos apoios é desfeita após o endurecimento da mistura. A
ancoragem das armaduras no concreto é feita por aderência. Quando
os apoios são liberados, ou simplesmente se corta a armadura disten-
dida, ela tende a voltar ao diâmetro sem carga. O aumento do diâmetro
mobiliza atrito no concreto, o que auxilia na ancoragem.
Existem algumas vantagens e desvantagens que devem ser
analisadas, entre elas destacam-se:
• Vantagens: Uma grande vantagem oferecida por este sistema

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é sua capacidade de vencer grandes vãos, o que permite uma varieda-
de no layout arquitetônico, já que a distância entre os pilares pode ser
maior. O fato de seus elementos serem mais esbeltos e o concreto ser
de maior resistência influencia diretamente no peso da estrutura, o con-
creto protendido acaba sendo mais leve do que o concreto armado, por
exemplo. Na maioria das vezes não é necessário o uso de vigas, o que
acelera o processo executivo.

As vantagens que esta técnica oferece são muitas. Isso faz


com que as estruturas durem mais e se gaste menos com manu-
tenção, tendo em vista que esse método suporta maiores esforços
por flexão, o que reduz as tensões de tração.
Essa característica faz com que o concreto protendido seja
uma excelente opção para recuperação de estruturas comprometidas.

• Desvantagens: Os aspectos negativos deste sistema estão


ligados intimamente ao seu custo. A mão de obra especializada para a
execução deste serviço ainda é escassa, além disso, o aço e o cimento
21
que devem ser usados precisam ser de alta resistência, o que encarece
significativamente o serviço. Devido à complexibilidade de execução,
as fiscalizações devem ser intensas em todas as etapas da construção.
Portanto, pode-se afirmar que o concreto protendido possibilita
a construção de edificações mais eficientes. Quando projetada de ma-
neira correta e executada com cautela, uma estrutura de concreto pro-
tendido dificilmente oferece riscos com retrabalhos. Esta técnica além
de rápida e limpa é também muito segura.
A técnica do Concreto Protendido pode ser utilizada nas mais
diversas obras, principalmente, em construções de grande porte, onde é
necessário vencer vãos com distâncias maiores que as convencionais.
Outra situação em que o concreto protendido se torna muito atrativo é
quando a peça necessita vencer grandes esforços de flexão. Exemplos
dessas obras são:
• Pontes, viadutos e passarelas;
• Peças pré-fabricadas como estacas e vigotas;
• Dormentes para ferrovia.
Segundo MEGA (2018, p. 1) “mesmo que essa seja uma so-
lução eficiente, econômica e permita maior controle tecnológico, esses
benefícios só podem ser colhidos quando há cuidado e disciplina no
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momento da concretagem”
Os erros mais comuns no processo de execução de uma estru-
tura em Concreto Protendido são:
a) Locação incorreta das cordoalhas;
b) Falta de cautela no manejo dos elementos, o que pode cau-
sar fragilidades no sistema estrutural.
c) Excesso de carga, ultrapassando a permitida quando se
aplica a tração.

CONCRETO PROJETADO

É uma técnica muito utilizada no Brasil, desde a década de 60,


que consiste, basicamente, em lançar ou projetar o concreto através de
mangueiras específicas com o auxílio de ar comprimido. O impacto do
material sobre a base garante uma compactação ideal, desprezando
necessidade de vibradores, o resultado é um concreto de alta compaci-
dade e resistência.
Segundo a (AEC, 2014, s/p) existem dois métodos de projeção
do concreto, são eles:
• VIA SECA: Neste método o cimento é misturado a seco com
os agregados e
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no bico do projetor há uma entrada de água, que o operador
pode controlar. O concreto seco ao chegar na extremidade do mangote,
sob pressão, recebe a água e os aditivos necessários, normalmente são
adicionados os aceleradores de pega.
• VIA ÚMIDA: neste processo o concreto é preparado de modo
convencional, misturando-se na câmara própria, cimento, agregados, água
e aditivos, sendo essa mistura lançada pelo mangote até o bico projetor.
Em ambos os casos deve-se preparar devidamente a superfície
que receberá o concreto. Concentrações de graxa, poeira e bolor devem
ser removidas. A próxima etapa é umedecer a região a ser concretada e
antes de receber o concreto é lançada uma camada fina de argamassa,
formando um berço que evita a reflexão excessiva do concreto.

A aplicação deve ser feita em camadas de concreto de no


máximo 50 mm cada, com intervalo entre elas de 6 a 12 horas, de
acordo com o tipo de cimento e dos aditivos empregados.

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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD)

Concretos que recebem grandes adições de aditivos super-


plastificantes minerais e metacaulim são conhecidos como concreto de
alto desempenho. Outro fator que o caracteriza é a combinação de três
fatores: empacotamento das partículas grossas, ajuste granulométrico
dos finos e controle do estado de dispersão da matriz cimentícia.
Esse concreto apresenta alta resistência a carbonatação e bai-
xos índices de fissuração, além da grande resistência a compressão.
Um fator importante que deve ser levado em consideração
quando se trata do CAD é a menor capacidade de se deformar e o alto
calor de hidratação.
O concreto de alto desempenho apresenta um comportamen-
to durante a utilização da construção em um nível bem mais elevado.
Entende-se desempenho não somente como a resistência mecânica,
mas também o acabamento, a trabalhabilidade, a integridade e, princi-
palmente, a durabilidade.
O CAD não é uma mistura nova nem revolucionária, é apenas
um desenvolvimento do concreto comum. Dispõe das mesmas maté-
rias-primas e princípios de resistência, porém, alguns procedimentos
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especiais são necessários para superar os parâmetros convencionais e
atingir o desempenho esperado. Tais procedimentos estão fundamenta-
dos na diminuição da porosidade do concreto, por meio da modificação
da estrutura dos poros, diminuir a relação água-cimento é uma ação ide-
al para tal. Utilizar agregados graúdos com menores diâmetros também
é um método empregado, isso aumenta o esqueleto inerte, melhorando
a compacidade da mistura. O uso de aditivos minerais ajuda no reforço
das ligações químicas entre as partículas, refinando os poros e grãos. O
resultado de todas essas ações é um concreto com maior compacidade,
durabilidade e resistência mecânica, logo, maior desempenho.
Devido ao alto nível de resistência a grandes esforços, este
concreto é atrativo em obras de grande porte, como edifícios com mui-
tos pavimentos e em regiões com altos níveis de gás carbônico (CO2),
por conta de sua baixa suscetibilidade a agentes corrosivos.

a) Vantagens: O alto desempenho desse material faz com que ele possua inú-
meras vantagens, como por exemplo: As peças feitas deste concreto podem
ter seus tamanhos reduzidos sem que percam a capacidade de sustentação,
o que faz aumentar a área útil da construção, além de reduzir seu peso, esse
é um atrativo e tanto para o uso do CAD. Tem um índice de impermeabilidade
altíssimo, ou seja, é bem resistente à presença de umidade. E por fim, talvez
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uma de suas maiores vantagens, o fato de ser pouco poroso, impede a ação
de agentes externos que causariam carbonatação em seu interior.
b) Desvantagens: O grande número de aspectos positivos não faz do CAD
um material de fácil preparação e manuseio. O concreto deve ser preparado
com as dosagens certas de cimento e aditivos especiais, ou não se tornará
durável. Sua consistência grudenta exige uma mão de obra especializada
para trabalhá-lo e não errar o ponto ou desperdiçar o material. Esses as-
pectos negativos fazem com que não haja muita representação profissional
qualificada no mercado.

O concreto de alto desempenho vem sendo muito utilizado


por profissionais que visam melhorar o conceito de sustentabilida-
de nas obras. Já que este material permite garantir um aumento sig-
nificativo de área para a edificação, aumentar o tempo de vida útil da
mesma e reduzir o consumo de materiais como, por exemplo, o aço.

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CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA

A resistência do concreto talvez seja a mais importante medida


de qualidade, embora o resultado deva ser um conjunto ideal de todos
os fatores.
A elaboração do CAR requer muita cautela na seleção dos ma-
teriais, de forma que garanta boa trabalhabilidade e elevada resistência.
O cimento influencia diretamente nos resultados de resistências inicial e
final da mistura, teores elevados de cimento podem resultar no aumento
da temperatura do concreto atrapalhando o resultado adequado.
Como nos outros casos, o fator água-cimento é crucial para um
resultado ideal, quanto maior o teor de cimento e menor o teor de água,
maior será a resistência obtida com a mistura.
Em 1970 quando as obras começaram a contar com o Concre-
to de Alta Resistência, ele apresentava valores de resistência à com-
pressão (fck) superiores a 40 MPa, enquanto o concreto convencional
apresentava em torno de 20 a 25 MPa.
Com o avanço da tecnologia, hoje o concreto de alta resistên-
cia atinge fatores de resistência de aproximadamente 50 MPa.
Esse material é utilizado com mais frequência em obras que

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realmente sofrem altos esforços de compressão, como elementos es-
beltos e de grandes dimensões, isso acontece devido ao seu valor mais
alto se comparado aos outros concretos.

Para construções que necessitam de ainda mais resistên-


cia, existe o Concreto de Ultra Alto Desempenho, que pode atingir
um FCK de até 200 MPa. Tem um valor muito alto e é utilizado em
obras específicas.

CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA)

É um tipo de concreto que preenche cada vazio das fôrmas


por meio, exclusivamente, de seu peso próprio, dispensando qualquer
tecnologia de adensamento ou vibração externa.
Duas propriedades essenciais para considerar um concreto
autoadensável são:
• Fluidez: Capacidade de escoamento do concreto, a fim de
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preencher totalmente os espaços.
• Coesão: Capacidade de se manter homogêneo e íntegro de-
pois de aplicado nas formas
A principal diferença do CAA para os outros concretos está na
dosagem dos finos. A adição de superplastificantes também contribui
em sua característica, permite que se alcance alta fluidez na mistura,
também são utilizados aditivos modificadores de viscosidade, oferecen-
do maior coesão, o que evita exsudação e segregação no concreto.
Estruturas com grande número de armaduras dificultam
a aplicação do concreto, tendo em vista que sua densidade interfere em
seu escoamento a fim de preencher toda a fôrma. Esse é um grande
atrativo do concreto autoadensável, tendo em vista sua alta fluidez e
capacidade de se moldar na fôrma dispensando intervenções huma-
nas. Paredes de concreto e obras arquitetônicas especiais são métodos
construtivos que contam com as vantagens desse tipo de concreto.
A norma da ABNT NBR 15823 é o documento que contempla
as melhores formas de produção e aplicação deste material. Do ponto
de vista técnico, podemos afirmar que as vantagens do concreto autoa-
densável são superiores aos seus pontos negativos.
Como a intervenção humana pode ser minimizado para o bom-
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beamento e espalhamento, se economiza com mão de obra. Além dis-


so, ele pode alcançar longas distâncias, o que evita o deslocamento de
profissionais até a fôrma em questão. Outra economia gerada por esse
método é com a energia, já que o procedimento é feito de forma rápida
e dispensa equipamentos como vibradores etc.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de Riacho da Cruz –
RNProva: Prefeitura de Riacho da Cruz - RN - Engenheiro Civil
A respeito do concreto armado assinale a alternativa INCORRETA.
a) Os seus componentes são facilmente encontrados e relativamente a
baixo custo, configurando-se como uma tecnologia construtiva econômica.
b) No concreto armado as barras da armadura absorvem as tensões
de tração e o concreto absorve as tensões de compressão, graças ao
fenômeno da aderência.
c) O concreto armado também pode ser definido como a junção do con-
creto simples e de um material resistente à tração, de modo que ambos
resistam solidariamente aos esforços solicitantes.
d) As vigas são elementos lineares, normalmente retas e horizontais em
que a flexão é preponderante, destinadas a receber as cargas aplicadas
numa construção, a exemplo de pessoas, móveis, pisos e paredes.
e) As lajes são os elementos planos que se destinam a receber a maior
parte das ações aplicadas numa construção, a exemplos de pessoas,
móveis, pisos e paredes.

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QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: UFCG Órgão: UFCG Prova: UFCG - 2019 - UFCG
- Engenheiro - Engenharia Civil - Engenharia Estrutural.
Com relação aos tipos de protensão, a NBR 6118:2014 classifica,
no que diz respeito à aderência, os seguintes tipos
I - Concreto com armadura ativa pré-tracionada.
II - Concreto com armadura ativa pós-tracionada.
III - Concreto com armadura ativa pós-tracionada sem aderência.
IV - Concreto com armadura ativa pré-tracionada sem aderência.
V - Concreto com armadura passiva pré-tracionada.
Com base nas afirmações acima, está correto apenas o que se in-
dica em:
a) I, II e IV.
b) I, II e V.
c) I, III e IV.
d) II, III e V.
e) I, II e III.

QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FUDNATEC Órgão: Prefeitura de Nova Petrópolis
– RSProva:FUNDATEC - 2015 - Prefeitura de Nova Petrópolis - RS
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- Engenheiro Civil.
Com o objetivo de melhorar algumas características do concreto,
usa-se aditivos, que são produtos químicos adicionados ao con-
creto, antes ou durante a mistura. Seu uso deve ser criterioso,
pois, em alguns casos, pode trazer severos prejuízos por modi-
ficarem as características do concreto. Um produto fundamental
para as empresas fornecedoras de concreto usinado, por permitir
o transporte do concreto a longa distância, são os aditivos:
a) Aceleradores de pega.
b) Expansores.
c) Incorporadores de ar.
d) Plastificantes.
e) Retardadores de pega.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: UFMT Órgão: Prefeitura de Várzea Grande - MT
Prova: UFMT - 2018 - Prefeitura de Várzea Grande - MT - Técnico de
Desenvolvimento Econômico e Social - Engenheiro Civil
Sobre os cimentos Portland utilizados no concreto estrutural, assi-
nale a afirmativa INCORRETA.
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a)O cimento comum é um cimento sem qualquer adição além do gesso.


b)O cimento de alto forno foi desenvolvido para se obter baixo calor de
hidratação.
c)Os cimentos de alta resistência inicial desenvolvem rapidamente a
sua resistência e são especialmente indicados para aplicação de pro-
tensão em curtas idades e reparos estruturais de emergência.
d) O cimento branco é aplicado em concretos brancos para fins arquite-
tônicos, possuindo as classes de resistência 25, 32 e 40.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Corumbá – MS-
Prova: FUNDATEC - 2018 - Prefeitura de Corumbá - MS - Gestor de
Obras e Projetos - Engenheiro Civil
O cobrimento da armadura em estruturas de concreto armado de-
pende, principalmente, do(a):
a) Classe de agressividade ambiental.
b)Tipo de armadura.
c)Energia de vibração do concreto.
d)Relação água-cimento.
e) Índice de deterioramento do concreto.

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QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Corumbá – MS-
Prova: FUNDATEC - 2018 - Prefeitura de Corumbá - MS - Gestor de
Obras e Projetos - Engenheiro Civil
Em relação à cura do concreto analise as assertivas a seguir, assi-
nalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
() O objetivo da cura é evitar a evaporação prematura da água ne-
cessária à hidratação do cimento.
() A proteção contra a secagem prematura deverá ser realizada du-
rante os primeiros 7 (sete) dias após o lançamento do concreto.
() Agentes de cura, como a aplicação de aditivos, não são recomen-
dados.
() O endurecimento poderá ser antecipado por meio de tratamento
térmico devidamente controlado.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para
baixo, é:
a) F – V – V – V.
b) V – F – F – F.
c) V – V – F – V.
d) F – V – V – F.

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e) V – F – V – V.

QUESTÃO 7
Ano: 2016 Banca: ESAF Órgão: FUNAI Prova: ESAF - 2016 - FUNAI
- Engenheiro Civil.
Sobre dosagem de concreto autoadensável (CAA), assinale a op-
ção correta.
a) O CAA deve possuir um alto volume de agregado graúdo.
b) A adição do agente de viscosidade afeta a fase aquosa da pasta de
cimento, na qual cadeias de polímeros solúveis em água podem absorver
alguma água livre no sistema, reforçando, assim, a viscosidade da pasta
de cimento. Como resultado, mais água livre estará sujeita à exsudação.
c) As adições minerais são materiais finamente moídos, que são incorpora-
dos ao concreto com a finalidade de obter características específicas. Es-
tes são geralmente utilizados em pequenas quantidades, com a finalidade
de reduzir os custos e melhorar a trabalhabilidade do concreto no estado
fresco, podendo até melhorar a sua resistência à fissuração térmica.
d) Os aditivos superplastificantes e os modificadores de viscosidade são os
mais utilizados; outros, como os incorporadores de ar, são menos usados.
e) Os métodos de dosagem do CAA são os mesmos dos utilizados para
os concretos convencionais

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QUESTÃO DISSERTATIVA– DISSERTANDO A UNIDADE
Um engenheiro civil foi contratado para construir uma ETE (estação de tra-
tamento de esgoto) em um condomínio. Durante a fase de projetos, existe
uma tarefa importantíssima, a escolha dos materiais adequados, ignorar ou
negligenciar esta etapa significa comprometer os resultados da obra.
Levando em consideração a presença de agentes agressores e altos
níveis de acidez, qual(is) o(s) tipo(s) de cimento mais indicado(s) para a
composição desse concreto? Justifique a sua resposta.

TREINO INÉDITO
“Um grande aspecto positivo deste material é a economia gerada
com a mão de obra, exige até três vezes menos operários para a
execução do serviço. Isso porque requer menos esforço durante o
bombeamento e o acabamento, além de ser facilmente lançado a
grandes distâncias, o que dispensa o deslocamento de pessoal”.
O trecho acima se refere ao:
a) Concreto armado.
b) Concreto projetado.
c) Concreto Autoadensável.
d) Concreto de alto desempenho.
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e) Concreto de alta resistência.

NA MÍDIA
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DE CIMENTO E CONCRETO
O grande avanço do setor da construção civil no país faz com que a de-
manda por concreto seja crescente e em larga escala. Porém, um fator
que não pode ser desprezado é o cuidado com a emissão de poluentes
no processo de fabricação dos elementos constituintes do concreto. A
empresa Votorantim, assumiu um compromisso de reduzir as taxas de
emissão de gases do efeito estufa, durante o processo de mineração e
fabricação do cimento e concreto.
O foco é a busca por combustíveis alternativos que sejam renováveis,
a fim de substituir os fornos que transformam a argila e o calcário em
cimento, já que esses são os principais poluentes da indústria.
Fonte: O Estadão.
Data: 12nov. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://economia.estadao.com.br/noticias/go-
vernanca,votorantim-cimentos-anuncia-metas-de-sustentabilidade-e-
-quer-reduzir-emissoes-em-12-ate-2030,70003511460

NA PRÁTICA
Os conhecimentos sobre a composição do concreto e seu funcionamento
30
nas estruturas são imprescindíveis ao profissional da Engenharia Civil.
Atualmente, a grande maioria das edificações sofre de patologias, so-
bretudo, os elementos estruturais em concreto armado, tais patologias
comprometem o bom funcionamento da construção, gerando riscos aos
que usufruem da mesma. Esses problemas, em sua maioria, têm origem
na fase de projetos, execução ou escolha dos materiais, logo, fica claro
que foram ignoradas ou negligenciadas as recomendações técnicas.
E no caso das edificações já comprometidas por essas falhas, também
se faz necessária a experiência nas técnicas estruturais, para que se
escolha o melhor método a ser aplicado no prognóstico.

PARA SABER MAIS


Vídeos sobre o assunto: O Canal da Engenharia – (2015)
Acesse o link: https://www.youtube.com/ocanaldaengenharia

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CONCRETO ARMADO

PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO

O concreto tem a capacidade de adquirir a forma pla-


nejada pelo profissional logo nas primeras horas após sua aplicação. A
partir daí o material se mantém em seu estado fresco até que se inicia
o processo de pega do aglomerante (cimento), ou seja, quando as rea-
ções químicas se iniciam em conjunto com a água, solidificando a peça.
Quando encerrada esta etapa, o concreto atinge seu estado endurecido
e, ao decorrer dos dias, adquire sua resistência mecânica tornando-se
um material com característica de uma rocha.
Uma dosagem correta dos componentes é um fator fundamen-
tal para um resultado satisfatório do concreto, além de é claro, cuida-
dos no transporte, lançamento adequado conforme as normas, um bom
3232
adensamento e respeito ao tempo de cura.

Consistência e Trabalhabilidade

“A consistência traduz as propriedades intrínsecas da mistura


fresca relacionada com a mobilidade da massa e a coesão entre os ele-
mentos componentes, tendo em vista a uniformidade e a compacidade do
concreto” (ALMEIDA,2002, p.7). Os processos de transporte, lançamento
e adensamento do concreto devem garantir a obtenção de uma massa
homogênea e sem vazios. A trabalhabilidade não é apenas uma carac-
terística específica do concreto, mas também envolve as considerações
relacionada à natureza da obra e aos métodos de execução adotados.
Um outro fator a ser considerado quando se trata de trabalha-
bilidade do concreto é a segregação dos elementos. A ausência de se-
gregação é fundamental para que se obtenha uma compacidade ideal
da mistura. Geralmente, exageros na vibração do concreto resultam em
um concreto mais fraco e sem consistência.
Para SOBRAL (2000) a determinação correta da quantidade de
água adicionada ao concreto fresco durante o processo de preparação

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é de grande importância para o êxito da operação. Se a mistura estiver
muito seca, o resultado é um adensamento inapropriado e superfícies
externas mal-acabadas, além de custo excessivo do concreto, pelo fato
de se aumentar consumo. Porém, a mistura sendo muito úmida pode
levar à segregação e à baixa qualidade, além de encarecer a mistura.
Pode-se dizer, no entanto, que um pequeno excesso de água na mistu-
ra, geralmente, é menos prejudicial do que a sua falta.

Exsudação

Exudação é a tendência da água de amassamento de vir à su-


perfície do concreto recém lançado. Em conseqüência, a parte superior do
concreto torna-se excessivamente unida, produzindo um concreto poroso
e menos resistente (ALMEIDA, 2002, p.8). Esse fenômeno faz com que a
água carregue até a superficie partículas finas de cimento, formando uma
pasta fina que impede a ligação de novas camadas, essa pasta deve ser
removida com cautela. Outro efeito nocivo desse fenômeno é a acumula-
ção de água sobre as barras metálicas da armadura, isso diminui a ade-
rência. A exsudação pode ser controlada pelo proporcionamento ideal de
um concreto trabalhável, evitando-se o uso de água além do necessário.
Desde que não afete as características mecânicas da peça,
33
esse fenômeno não é prejudicial, a evaporação nesse caso faz com que
o fator água/cimento diminua, aumentando assim a resistência da peça.

Poder de Retenção de Água

Esse é um processo que consiste em fazer o contrário da ex-


sudação. Dois fatores que sempre contribuem para que ocorra esse
fenômeno são: cura indadequada e excesso ou falta de vibração.

PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO

Peso Específico

A natureza dos agregados é um fator determinante para o peso


específico do concreto endurecido, além disso, os métodos de compac-
tação e granulometria dos componentes também influenciam neste valor.
Os valores oscilam entre 2,3 tf/m³ para concreto simples e 2,5
tf/m³ para concreto armado.
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Deformações

a) As deformações do concreto podem ser de duas naturezas:


a) Deformações causadas por variação das condições ambientes: re-
tração e deformações provocadas por variações de umidade e tempe-
ratura ambiente;
A retração nada mais é do que a diminuição do volume de con-
creto, esse fenômeno ocorre desde o fim da cura até atingir um estado
de equilíbrio compatível com as condições do ambiente. Na figura abai-
xo podemos observar essa variação ao longo do tempo:

34
Figura 1 - Diagrama de deformação do concreto simples

Fonte: Almeida (2002).

Nos primeiros três ou quatro meses essa retração acontece de


forma mais rápida, após isso o processo continua, porém, mais lento.
Já a variação da temperatura do ambiente não se transmite
imediatamente ao concreto, sua ação é retardada sobre a variação da
temperatura deste. O coeficiente de dilatação térmica para o concreto
armado, segundo a NBR6118, é considerado igual a 10^(-5)ºC, salvo

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quando determinado especificamente parta o concreto a ser usado.
b) Deformações causadas pela ação de cargas externas: de-
formação imediata ou deformação lenta. A deformação imediata ocorre
com a aplicação de uma carga superior a que a peça pode suportar, en-
quanto a deformação lenta é aquela que acontece com o acréscimo de
carga no concreto, onde se mantém as solicitações por um determinado
prazo de tempo.

Resistência à Compressão

A característica mais importante do concreto é a sua capacida-


de de resistência à compressão simples. Corpos de prova padroniza-
dos possibilitam a análise desses resultados que variam de acordo com
cada concreto.

Quando agentes externos interferem na cura do material,


sejam eles chuva, aplicações artificiais de umidade, calor excessi-
35
vo, dentre outros, a resistência ainda pode ser obtida, porém, não
a mesma que foi planejada.

De acordo com a NBR 6118:2014, o resultado dos ensaios de


corpo de prova que obtiverem 95% de confiança dentro do intervalo ad-
mitido para a resistência característica que é de 28 dias, será a resistên-
cia característica à compressão do concreto, mais conhecido como Fck.
A partir desse valor, ainda se aplica o coeficiente de ponderação
das resistências (γf) (item 12.4, NBR 6118:2014) com objetivo de con-
siderar uma não conformidade dos materiais, gerando uma redução de
seus valores originais. A resistência utilizada para fins de cálculo (Fcd) é
retirada do item 12.3.1 da NBR 6118:2014 e se dá pela seguinte equação:

Alguns fatores influenciam nessa característica, são eles:


• Fator água/cimento: Quanto menor for o teor de água, maior
é a resistência do concreto e menor é a trabalhabilidade;
• Idade do concreto: A resistência do concreto aumenta com o
passar do tempo;
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• Qualidade dos materiais: Materiais de boa qualidade resultam


em concretos de boa resistência, ao passo que materiais de qualidade
inferior dão concretos de menor resistência.

Resistência à Tração

“A resistência à tração indireta (fct,s/p) e a resistência à tra-


ção na flexão (fct,f) devem ser obtidas em ensaios realizados segundo
as ABNT NBR 7222 e ABNT NBR 12142, respectivamente” (ABNT –
6118:2014, p.23). Para fins de dimensionamento é desprezada tendo
em vista que é muito baixa com relação ao concreto. Porém, é levada
em consideração para a verificação das deformações sob as cargas de
serviço, além de estarem relacionadas à fissuração.

PROPRIEDADES DO AÇO

Este material é composto por ferro e pequenas quantidades


de carbono, quando é bem dimensionado atinge altas resistências a
diferentes esforços. Sua principal característica é a resistência à tração,
mas também pode auxiliar na resistência à compressão.
36
Características Mecânicas

As principais características mecânicas desse material são: a


sua resistência, seu limite de elasticidade e a sua capacidade de alon-
gamento na ruptura. Ensaios de tração são responsáveis por apresen-
tar essas informações.
A resistência do aço é definida pela máxima força de tração
que uma barra pode suportar, dividida pela área da seção transversal do
corpo de prova. Já a máxima tensão que o material consegue suportar
sem produzir deformações plásticas é definida como limite elástico.
Essa capacidade do material se deformar plasticamente sem
atingir o rompimento é chamada de ductilidade e pode ser medida por
meio da estricção ou alongamento. Quanto maior este fator, maior será
a redução da área ou alongamento antes da sua ruptura.
O aço que compõe a armadura passiva possui as seguintes
características:
- Massa específica: 7850 kg/m³
- Coeficiente de dilatação térmica: α = 10^(-5)°C / para -20°
- Módulo de elasticidade: 210GPa

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Aderência

Como já foi citado anteriormente, a existência do concreto ar-


mado é decorrente da solidariedade existente entre o aço e o concreto
simples, ou seja, deve haver uma aderência entre ambos. Para PINHEI-
RO; MUZARDO; SANTOS, (2004) essa aderência é dividida em:
a) Aderência por adesão: O atrito é notado ao se processar o
arrancamento da barra de aço do bloco de concreto que a envolve. As
forças de atrito dependem do coeficiente de atrito entre aço e o con-
creto, sendo que o atrito é a função da rugosidade superficial da barra,
e decorrem da existência de uma pressão transversal, exercida pelo
concreto sobre a barra.
b) Aderência por atrito: O atrito é notado ao se processar o
arrancamento da barra de aço do bloco de concreto que a envolve. As
forças de atrito dependem do coeficiente de atrito entre aço e o concre-
to e decorrem da existência de uma pressão transversal, exercida pelo
concreto sobre a barra.
c) Aderência mecânica: É decorrente da existência de nervuras
ou entalhes na superfície da barra. Este efeito também é encontrado
nas barras lisas, em razão da existência de irregularidades próprias ori-
ginadas no processo de laminação das barras.
37
Os mais comuns a serem utilizados nos elementos de concreto
armado são os da categoria CA-50, que possuem, obrigatoriamente, ra-
nhuras transversais ou oblíquas, aumentando a aderência com o concreto.

ARRANJO ESTRUTURAL

“Um dos pontos mais delicados do projeto estrutural consiste


em escolher os elementos a serem utilizados e arranjá-los de maneira
eficiente” (GIONGO, 2007 p.18). Essa afirmação se dá porque a ideali-
zação do arranjo está ligada intimamente aos carregamentos aplicados
na estrutura, já que o objetivo é coletá-los e transmiti-los ao solo de
forma controlada e segura.
Então, nessa fase o engenheiro calculista – atendendo à con-
cepção arquitetônica – deve escolher os elementos que serão utilizados
e como eles se comportarão quando associados.
Segundo Giongo (2007) existem dois tipos de subsistemas es-
truturais que são capazes de atender às mais complexas exigências.
São eles:
a) Subsistemas horizontais: Coletam forças gravitacionais e as
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transmitem para os elementos verticais gerando assim esforços de flexão;


b) Subsistemas verticais: Suportam os subsistemas horizontais
e as transmitem para o solo;

DIMENSIONAMENTO DE LAJES MACIÇAS

Para o cálculo de dimensionamento de lajes maciças de con-


creto armado, deve ser seguido um conjunto de etapas, o primeiro pas-
so deve ser o pré-dimensionamento da altura dessa laje, depois a de-
terminação dos vãos, análise de suas condições de vinculação, cálculo
das cargas atuantes, obtenção das reações de apoio e as verificações
dos momentos e armaduras correspondentes. Por último é feita a verifi-
cação quanto ao cisalhamento, com isso podem ser detalhadas.

Pré-Dimensionamento de Lajes

Esta etapa é fundamental para uma boa estimativa do peso da


estrutura, que faz parte do cálculo das ações. Com ele pode-se prever o
peso próprio e as rigidezes entre os elementos. Segundo Santos (2014)
a equação a seguir define a espessura ideal para lajes maciças:

38
Onde:
d→ altura útil da laje;
→ diâmetro das barras;
c→ cobrimento nominal da armadura;

Figura 2 - Sessão transversal da laje

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Fonte: (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2004)

A altura útil da laje pode ser estimada por meio da seguinte


equação:

Onde:

n→ Número de bordas engastadas;


lx→ Menor vão;
ly→ Maior vão.
A NBR 6118:2014 especifica que nas lajes maciças devem ser
respeitadas as seguintes espessuras mínimas:
• 5 cm para lajes de cobertura em balanço;
• 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
• 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor
ou igual a 30 kN;
39
• 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior
que 30 kN.

Vãos

Essa etapa se resume em determinar os vãos livres (l0), os


vãos efetivos (lef) e a relação entre os vãos efetivos.
Quando a relação entre os vãos for menor ou igual a dois, a
laje deverá ser armada nas duas direções, no caso de um resultado
maior que dois a armação será unidirecional.
De acordo com os itens 14.7.2.2 e 14.6.2.4 da NBR 6118:2014
o vão efetivo deve ser calculado da seguinte maneira:
lef=l0+a1+a2
Onde:
lef →Vão efetivo
l0 →Vão livre
a1/a2 →Menor valor entreT1/2 e 0,3 x h

Figura 3 - Vão efetivo


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Fonte: Figura 14.5 NBR 6118:2014.

O resultado da relação entre o maior e o menor vão é chamado


de λ, ele é dado pela equação abaixo:

40
Vínculos

São classificados três tipos de vinculação de lajes, são eles:


bordos livres, bordos simplesmente apoiados e engastes. Abaixo a ima-
gem ilustra nove possibilidades de vinculação entre as lajes.

Figura 4 – Vinculações entre as lajes

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Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2014).

Carregamentos Atuantes

As cargas atuantes em uma laje consistem no somatório do


peso próprio, peso de revestimentos, peso de paredes ou divisórias e as
sobrecargas de utilização. Os pesos específicos de materiais da cons-
trução civil estão dispostos na NBR 6120:1980.
Para BASTOS (2019), alguns valores totais das sobrecargas
fixas são comuns em lajes:
•Peso específico do concreto armado 25 kN/m3
•Peso específico do concreto simples 24 kN/m3
•Peso específico do tijolo furado 13 kN/m3
41
• Peso específico do tijolo maciço 18 kN/m3
• Revestimento de piso de tacos 0,7 kN/m²
• Revestimento de piso de mármore, ladrilhos, cerâmica, gra-
nitina 0,85 kN/m²
• Enchimento de lajes rebaixadas 14 kN/m3
• Assoalho com barrotilhos 0,27 kN/m²
• Assoalho com vigamento (8 x 16) 0,34 kN/m²
• Forro de madeira 0,16 kN/m²
• Forro de fibro-cimento com 6 mm de espessura 0,18 kN/m²
• Reboco de laje 0,25 kN/m²
• Carga acidental em forros não destinados a depósitos 0,5 kN/m²

Reações de Apoio

Todas as ações aplicadas nas lajes são transmitidas totalmen-


te para as vigas. Essa transmissão de carga possui uma intensidade
variada ao longo do trecho da viga. O cálculo das reações pode ser feito
mediante o uso de tabelas. Segundo o método de Marcus, as reações
são calculadas da seguinte forma:
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Onde:
vx evy→ Reações nos bordos x e y respectivamente;
q→ Carregamento total (Kn/m²);
kx,ky→ Coeficientes encontrados na tabela de Marcus, de
acordo com o fatorλ;
lx,ly→ Vão da laje na direção x e y, respectivamente;
βy,βx→ Coeficiente que depende da vinculação da laje, vide a
próxima figura:

Figura 5: Condições de vinculação

Fonte: Mota (2017).


42
Momentos Fletores

Segundo BASTOS (2015), os momentos fletores nas lajes ma-


ciças são determinadas conforme a laje é armada em uma ou em duas
direções. As lajes armadas em uma direção são calculadas como vigas
segundo a direção principal e as lajes armadas em duas direções po-
dem ser aplicadas diferentes teorias, como a Teoria da Elasticidade e a
das Charneiras Plásticas.
No caso das lajes armadas em uma direção, considera-se que
a flexão na direção do menor vão da laje é preponderante à da outra di-
reção, desse modo a laje será dimensionada de maneira análoga a uma
viga com largura constante de um metro, segundo a direção principal da
laje. Na direção secundária desprezam-se então os momentos fletores
existentes. Como mostra a figura abaixo.

Figura 6 - Momentos fletores em laje com armadura unidirecional

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Fonte: Mota (2017).

Os esforços solicitantes nas lajes armadas em duas direções


podem ser determinados por diferentes teorias. Uma delas é utilizando
as tabelas de Marcus, que define os momentos positivos e negativos
através das equações abaixo:

Onde:
→ Momentos fletores positivos e negativos, respectiva-
mente; (kN.m/m);
43
→ Coeficientes tabelados, de acordo com a vincula-
ção da laje e em função de
q → Carga total atuante na laje (kN/m²);
lx → Vão da laje na menor direção (m).

Dimensionamento das Armaduras

Calculados os momentos fletores passa-se à determinação


das armaduras. Admitindo-se a largura b = 1m obtém-se dessa forma
uma armadura por metro linear. Segue abaixo um passo a passo para
o dimensionamento:
1° Passo: Determinação do momento fletor de cálculo, em
kN.m/m.
Md = Mk • yf
Onde:
Mk → Momento fletor característico, obtido após a compatibili-
zação de momentos (kN.m/m);
yf → Coeficiente de ponderação das ações. O mesmo vale 1,4.
2° Passo: Cálculo do coeficiente kmd.
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Onde:
Md → Momento de dimensionamento, (kN.m/m);
bw → Largura da viga considerada para o cálculo da laje (bw
= 1m);
d → Altura útil da laje (como mostra a figura 2.4 deste capítulo);
fcd → Resistência de cálculo a compressão do concreto (fcd=-
fck • 1,4).
3° Passo: Cálculo dos coeficientes kx e kz, dispondo do valor
de kmd:

kz=1-0,4×kx
4° Passo: Cálculo da armadura de aço necessária (As):

Onde:
As → Área de aço em (cm²/m);
Md→ Momento fletor de cálculo;
44
Ks→ Coeficiente retirado da tabela de kmd;
d→ Altura útil da laje.
5º Passo: Espaçamento entre as barras (S):
O espaçamento entre as barras de aço da laje é determinado
através da equação (As):

Onde:
→ Área de aço da barra utilizada;
As → Área de aço necessária para a laje.
Porém, o espaçamento máximo entre as barras deve respeitar
o valor resultante da equação a seguir:

Onde:
h → Altura da laje.
6° Passo: Cálculo do número de barras (ni):
A quantidade de barras a serem inseridas na laje é descoberta
através da seguinte equação:

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Onde:
l → Largura livre, na direção perpendicular à das barras;
s → Espaçamento das barras.
Dificilmente, o valor de ni resultará em um número inteiro. Nes-
sa situação utiliza-se o primeiro número inteiro imediatamente inferior.

DIMENSIONAMENTO DE VIGAS

Em estruturas de edifícios as vigas têm a finalidade de servir de


apoio para as lajes, suportar as paredes ou ações de outras vigas, absor-
vendo estes carregamentos e distribuindo-os aos pilares. Além disso, as
vigas podem formar pórticos rígidos com os pilares, garantindo a seguran-
ça pela ação do vento, assegurando a estabilidade global (CUNHA,2014).

Pré-Dimensionamento de Vigas

Conforme a ABNT NBR 6118:2014 recomenda, a seção trans-


45
versal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm. Estes
limites podem ser reduzidos, desde que respeitem um mínimo absoluto
de 10 cm em casos excepcionais sendo, obrigatoriamente, respeitadas
as seguintes condições:
a) Alojamento das armaduras e suas interferências com as ar-
maduras de outros elementos estruturais, respeitando os espaçamen-
tos e cobrimentos estabelecidos na norma ABNT NBR 6118:2014;
b) Lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT
NBR 14931:2004. Para Cunha (2014) pode-se admitir os seguintes va-
lores para a largura de vigas:
• bw = 12 cm quando o vão for ≤ 4 m;
• bw = 20 cm quando o vão for entre 4 e 8 m;
• bw = 25 a 30 cm quando o vão for > 8 m.
Contudo, na maioria das vezes, a largura da viga deve ser ar-
bitrada de forma que ela fique embutida na alvenaria. Já as alturas das
vigas devem, se possível, ser padronizadas em dimensões múltiplas de
5 cm. Um método simples para obter este valor é através de seu vão.
Vide a equação:
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Onde:
h → Altura da viga;
l → Vão da viga.
Em certas ocasiões podem existir restrições arquitetônicas
para a altura das vigas, um caso comum é a sua interferência em jane-
las e portas que têm medidas padronizadas, e pode divergir com o pé
direito da obra. Sugere-se para este caso utilizar a equação:

Carregamentos Atuantes

Na maioria dos casos, os carregamentos aplicados nas vigas


são: o seu peso próprio, as reações de apoio das lajes e o peso da
alvenaria, ocasionalmente, as vigas podem receber cargas de outras
vigas. As vigas também podem receber cargas de pilares, um exemplo
são as vigas de transição de fundação. Exceto as cargas provenien-
tes de outras vigas ou de pilares, que são concentradas, as demais
são consideradas uniformemente distribuídas (PINHEIRO; MUZARDO;
46
SANTOS, 2004). O Peso próprio da viga é obtido de forma similar ao
da laje, multiplicando-se o peso específico do concreto (yconc) pelas
dimensões da viga.
qpp = γconc × b × h
Onde:
gpp → Peso próprio da viga;
b → Base da viga;
h → Altura da viga.
O carregamento da laje é calculado através da área de influên-
cia da laje sobre a viga.
Para o cálculo do peso das alvenarias, geralmente, nenhum
desconto é feito para vãos de esquadrias de pequeno porte. Somente é
levada em consideração essa carga quando a área de portas e janelas
for maior do que 1/3 da área total, devendo-se nesse caso incluir o peso
dos caixilhos, vidros etc. O valor da carga da alvenaria na viga é calcu-
lado de acordo com a seguinte equação:
qalv = γalv × h × l
Onde:
γalv → Peso específico da alvenaria (Kn/m²);
h → Altura da alvenaria (m);

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l → Comprimento da viga (m).

Dimensionamento das Armaduras

O cálculo das armaduras é feito a partir dos diagramas de es-


forços, já dispondo dos seus valores de cálculo, ou seja, multiplicados
pelo coeficiente de ponderação das ações γf = 1,4. Utiliza-se a equação
a seguir para descobrir o momento fletor encontrado na viga:

Essas armaduras são de dois tipos, longitudinais e transver-


sais mais conhecidas como estribos. As armaduras longitudinais são
dimensionadas a partir das mesmas equações utilizadas para o cálculo
das lajes
Já a quantidade de barras é descoberta através da equação
abaixo:

Onde:
As → Área de aço necessária;
As → Área de aço da barra utilizada.
47
As barras transversais ou estribos são responsáveis por supor-
tar os esforços cortantes.
Primeiramente, deve ser verificado se há esmagamento das bie-
las de concreto nas diagonais de compressão, por meio do cálculo da
resistência do concreto a esse esforço, tendo que possuir valor maior que
o cortante máximo atuante na viga, utiliza-se para isso a equação abaixo:

Onde:
Vsd → Esforço cortante máximo (Kn);
Vrd2 → Esforço resistente ao cisalhamento (Kn).
Vsd é encontrado através da equação:

Onde:
q → Carregamento distribuído na viga;
l → Comprimento da viga.
Vrd2 é obtido através da próxima equação:
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Onde:
av2 → 0,88 quando fck = 30MPa;
fcd → Resistência de cálculo do concreto;
bw→ Base da viga;
d→ Altura útil da laje.
Não havendo o risco de esmagamento, inicia-se então o cálcu-
lo para determinar a armadura transversal, definindo primeiro a parcela
do esforço cortante absorvida pelo próprio concreto:

Onde:
fctd → Valor de resistência tabelado que varia conforme a clas-
se do concreto.
A parcela do esforço para a qual a armadura deve ser dimen-
sionada é a que não é resistida pelo concreto, assim sendo:

Esse resultado é aplicado diretamente na equação que define


a área de aço necessária para o estribo:

Chegando assim ao valor necessário de aço para resistir aos


48
esforços cisalhantes.
Segundo a ANBT NBR 6118 (2014) o espaçamento mínimo en-
tre estribos, na direção longitudinal da viga deve ser suficiente para a
passagem do vibrador, garantindo um bom adensamento. Para que não
ocorra ruptura por cisalhamento nas seções entre os estribos, o espa-
çamento máximo deve ser 30 cm.

DIMENSIONAMENTO DE PILARES

Pilares são elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos


na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes e
cuja função principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e con-
duzi-las até as fundações (SCADELAI EPINHEIRO, 2005, p.1).

Esses elementos podem ser subdivididos em três tipos:


- Pilares centrais: situados internamente ao piso; para situação
de projeto considera-se como esforço solicitante a força normal (N) de
compressão;
- Pilares de extremidade: situados nas bordas do piso; para
situação de projeto consideram-se como esforços solicitantes a força

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normal (N) de compressão e o momento fletor (M), atuando segundo o
plano constituído pelo pilar e pela viga;
- Pilares de canto: situados junto aos cantos do piso; para si-
tuação de projeto consideram-se como esforços a força normal (N) de
compressão e dois momentos fletores (Mx e My), atuando segundo os
planos constituídos pelo pilar e por cada uma das vigas nele apoiadas.

Pré-Dimensionamento de Pilares

Pré-dimensionar um pilar é determinar sua seção em planta,


posicionando-o de maneira a formarem-se pórticos com maior rigidez.
Para dimensionamento dos pilares consideram-se os esforços
solicitantes de cálculo, que incluem os momentos fletores, esforços cor-
tantes e axiais. No caso de pré-dimensionamento o cálculo se baseia
em funções simplificadas. A estimativa da seção transversal do pilar
pode ser feita por meio da seguinte equação. CUNHA, (2014):

Onde:
Ac → Área da seção transversal;
49
Nd → Carregamento de cálculo do pilar;
σid → Tensão ideal de cálculo do pilar;
γcorr → Coeficiente de correção, a fim de considerar os esfor-
ços solicitantes de flexão;
Os valores de coeficientes de correção estão dispostos na ta-
bela abaixo:

Tabela 1 – Coeficiente de correção

Fonte: Cunha (2014).

A tensão ideal de cálculo é equacionada em função da taxa de


armadura, resistência de cálculo do concreto e resistência de cálculo de
aço para deformação de 0,2 %. Comumente se adota aço CA-50 e taxa
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de armadura de 2%. A tensão ideal de cálculo vale:

Onde:
σid → Tensão ideal;
fcd→ Resistência de cálculo do concreto;
ρ → Taxa de armadura;
fsd→ Resistência de cálculo do aço;
Para a estimativa do esforço axial solicitante no pilar (Nd), uti-
liza-se a equação:

Onde:
Nd → Esforço axial de cálculo;
1,4 → Coeficiente de majoração da ação;
Ai → Área de influência do pilar;
qt → Carregamento do pavimento tipo por unidade de área;
np → Número de pavimentos;
qc → Carregamento do telhado;
Para fins de pré-dimensionamento pode-se considerar de ma-
neira aproximada os seguintes valores para os carregamentos (qt) em
pavimentos de edifícios. CUNHA (2014):
50
- Laje maciça ou nervurada, com paredes em blocos de con-
creto: 1500 kgf/m²;
- Laje maciça ou nervurada, com paredes em tijolos cerâmicos:
1200 kgf/m²;
- Laje nervurada com blocos leves (EPS): 1000 kgf/m²;
- Lajes não maciças com paredes em gesso acartonado: 800
kgf/m².
Para o carregamento de cobertura (qc), podem ser admitidos
os valores a seguir: (CUNHA, 2014):
- Telhas de concreto, com madeiramento: 150 kgf/m²;
- Telhas cerâmicas, com madeiramento: 120 kgf/m²;
- Telhas de fibrocimento, com madeiramento: 50 kgf/m²;
- Telhas de aço e estrutura de aço: 50 kgf/m²;
- Telhas de alumínio e estrutura de aço: 40 kgf/m²;
- Telhas de alumínio e estrutura de alumínio: 30 kgf/m².
A sua altura é dada através do maior resultado entre:

Onde:

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lp → Altura do pilar;
l0 → Distância entre as faces internas dos elementos estruturais;
h → Altura da seção transversal do pilar, medida no plano da
estrutura;
l → Distância entre os eixos dos elementos estruturais aos
quais o pilar está vinculado.
Para melhor entendimento, vide a figura:

Figura 7 - Altura do pilar

Fonte: Cunha (2014).


51
Carregamentos Atuantes

As ações atuantes no pilar são obtidas através de uma análise


na planta, na qual se observa quais vigas se apoiam no pilar. Além das
cargas das vigas, também é considerado o peso próprio do pilar, sendo
calculado através da equação:

Onde:
h → Altura do pilar;
A → Área da seção do pilar.

Índices de Esbeltez

O índice de esbeltez é a razão entre o comprimento de flam-


bagem e o raio de giração, nas direções a serem consideradas na NBR
6118 (2014), conforme mostra a equação:
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Onde:
l0 → Distância entre as faces internas dos elementos estruturais;
h→ Dimensão do pilar na direção considerada.

Momentos Mínimos

Para suprir os problemas da falta de retilineidade do pilar ou


o desaprumo, devemos considerar o momento mínimo de primeira or-
dem. Através da equação abaixo:

Onde:
Nd → Carregamento de cálculo;
h → Dimensão da direção considerada.

Excentricidade de 1ª Ordem

São imperfeições geradas pelos momentos mínimos e são cal-


culadas da seguinte forma:
52
Onde:
Mdmín → Momento mínimo da direção considerada;
Nd → Carregamento de cálculo.

Momento de 2ª Ordem

Estão estreitamente ligados ao índice de esbeltez, quando este


for maior que 35, deve ser calculado, utilizando a equação a seguir:

Onde:
Nd → Carregamento de cálculo;
Ac → Área da seção;

Raio de Giração

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Uma determinada área tem um Momento de Inércia Ix em rela-
ção ao eixo x. Se concentrarmos esta área em uma faixa estreita, para-
lela ao eixo x, e com o mesmo momento de inércia Ix, a distância dessa
faixa ao eixo x, segundo o dicionário ECIVIL (2015) é denominada "Raio
de Giração". Ela é definida por:

Onde:
h → Dimensão da direção considerada;

Excentricidade de 2ª Ordem

Segundo o dicionário ECIVIL (2015) efeitos de 2ª ordem são os


que se somam aos obtidos numa análise de primeira ordem (em que o
equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica inicial),
quando a análise do equilíbrio passa a ser efetuada considerando a
configuração deformada. São obtidos através da equação:

Onde:
l0 → Distância entre as faces internas dos elementos estruturais;
r → Raio de giração
53
Momento Total

Somatório dos momentos mínimos com os momentos relativos


majorados. O que será de fato utilizado para o dimensionamento das
armaduras. Ele se dá pela seguinte equação:

Ábaco de Venturini

É uma coletânea de 96 ábacos, uma espécie de ferramenta


utilizada para o dimensionamento de pilares de seção retangular, atra-
vés de alguns coeficientes pode-se verificar informações que levam a
encontrar a área de aço necessária no elemento. O ábaco estará dispo-
nível em anexo ao fim desse trabalho.
Porém, é necessário saber qual dos 96 ábacos será utilizado,
e isso é feito através da relação abaixo:
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Um dos coeficientes que se deve calcular é o μ, através da


equação:

Sendo assim, utiliza-se a relação entre os fatores μ e v, para


encontrar o coeficiente ω situado no ábaco adequado. Com isso, pode-
-se iniciar os cálculos das armaduras.

Dimensionamento das Armaduras

A área de aço necessária para o pilar é encontrada através da


equação:

O diâmetro mínimo para as barras de um pilar é de 10mm, e


a quantidade de barras é definida através da mesma equação utilizada
para as vigas.
Já o espaçamento entre as barras deve ser determinado res-
peitando as seguintes informações:

ou

54
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Instituto UniFil Órgão: Prefeitura de Marilena -
PR Prova: Instituto UniFil - 2019 - Prefeitura de Marilena - PR - En-
genheiro Civil
O símbolo base apresentado na imagem abaixo, utilizado nos cál-
culos de estruturas em concreto armado refere-se

a) ao esforço solicitante de cálculo.


b) ao esforço resistente de cálculo.
c) à força normal resistente de cálculo.
d) à força cortante solicitante de cálculo.

QUESTÃO 2
Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: EBSERH Prova: VUNESP - 2020

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- EBSERH - Engenheiro Civil
A laje maciça de concreto da figura, com espessura de 12 cm, está
apoiada em quatro vigas e está submetida a uma sobrecarga de 3,0
kN/m2.

Considerando o peso específico do concreto armado de 25 kN/m3


, o carregamento uniformemente distribuído da laje sobre as vigas
V1 e V2 é:
a) 4,0 kN/m.
b) 5,0 kN/m.
c) 6,0 kN/m.
55
d) 8,0 kN/m.
e) 10 kN/m.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FUNRIO Órgão: IF-BA Prova: FUNRIO - 2014 - IF-
-BA - Engenheiro Civil.
Em relação aos pilares de concreto armado, a NBR 6118:2007 pres-
creve que
I – pilares com índice de esbeltez inferior a 40 são considerados
pilares curtos;
II – os pilares de canto devem ser calculados à flexão composta e
oblíqua;
III – a bitola mínima da armadura longitudinal é 10 mm.
Quantas dessas prescrições estão corretas?
a) Apenas a primeira
b) Apenas a segunda.
c) Todas estão corretas.
d) Apenas as duas primeiras.
e) Apenas a primeira e a terceira.
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QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: UFCG Órgão: UFCG Prova: UFCG - 2019 - UFCG
- Engenheiro - Engenharia Civil.
Uma viga de concreto armado com resistência de cálculo fcd = 15
MPa, tem largura de 20 cm, e altura útil de 45 cm. A posição da linha
neutra na viga é igual a 10 cm, contados da face superior, o mo-
mento resistente de cálculo, dado pela resultante de compressão
do concreto, será:
a) 20,6 kN.m
b) 30,5 kN.m.
c) 81,6 kN.m.
d) 101,6kN.m.
e) 90,5kN.m.

QUESTÃO 5
Ano: 2020 Banca: COTEC Órgão: Prefeitura de São Francisco - MG
Prova: COTEC - 2020 - Prefeitura de São Francisco - MG - Enge-
nheiro Civil
Um engenheiro civil foi contratado para a execução do cálculo es-
trutural de concreto armado, para uma residência unifamiliar. Pro-
veniente desse projeto, separou-se uma viga, para realizar uma
análise. A viga possui uma seção transversal de 16 cm X 55 cm, e a
56
seguinte disposição de barras longitudinais.

Baseando-se na NBR6118:2014 e na NBR 7480:2007, a área da se-


ção transversal da viga (A) e a área da seção transversal da arma-
dura longitudinal (As + As’), em cm², é, respectivamente:
a) 0,88 e 2,98 cm².
b)0,96 e 2,13 cm².
c)880 e 2,98 cm².
d)880 e 2,13cm².
e)960 e 2,98 cm²..

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QUESTÃO 6
Ano: 2017 Banca: CONSEP Órgão: Prefeitura de Mesópolis - SP Pro-
va: CONSESP - 2017 - Prefeitura de Mesópolis - SP - Engenheiro Civil
Se a massa específica real não for conhecida, qual massa especí-
fica deve-se adotar para efeito de cálculo para concreto simples?
a) 2.500 kg/m³.
b) 2.400 kg/m³.
c) 2.000 kg/m³.
d)1.800 kg/m³

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Um engenheiro contratado para projetar uma estrutura em concreto ar-
mado de uma residência precisa pré-dimensionar a largura de um a
viga, cujo vão é de 5m, adotando os critérios citados neste material,
qual será o valor adequando para tal viga?

TREINO INÉDITO
Para favorecer a estrutura em possíveis ocasiões desfavoráveis,
utiliza-se um fator de majoração da resistência do concreto, esse
coeficiente é:
a) 1,6.
57
b) 1,8.
c) 1,2.
d) 2,4.
e) 1,4.

NA MÍDIA
A QUEDA DO EDIFÍCIO ANDREA
Conceitos e normas são fundamentais e devem ser respeitados quando
o assunto é projeto estrutural, afinal, vidas estão sujeitas a sofrerem
as consequências da falta destes fatores. Além disso, as manutenções
dessas estruturas devem ser regulares e adequadas. O concreto arma-
do é um material muito resistente e durável, como vimos ao longo deste
capítulo, porém, isso depende de um bom estado de conservação.
Um episódio trágico e recente é a queda do edifício Andrea em Forta-
leza. A falta de manutenção de alguns elementos estruturais acarretou
corrosões nas barras de aço, que não foram devidamente tratadas, le-
vando a edificação à ruína.
É importante que toda e qualquer intervenção, reparo ou reforma em
uma estrutura seja acompanhado e fiscalizado por um profissional devi-
damente capacitado, evitando falhas e erros de execução.
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: GEN Exatas


Data: 13 jan. 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://genexatas.com.br/desabamento-do-edificio-andrea-e-a-impor-
tancia-do-atendimento-as-normas-tecnicas/

NA PRÁTICA
Como foram citadas neste material, as estruturas de concreto armado
são as mais usuais no sistema construtivo de nosso país e até do mun-
do, portanto, é indispensável a um profissional da área da construção
civil ter conhecimentos aplicados a tal sistema estrutural, seja ele um
arquiteto, engenheiro, tecnólogo, dentre outros.
É fundamental salientar que tais profissionais devem estar em conjun-
to na hora de definir um projeto estrutural, tendo em vista que para o
arranjo estrutural ser adequado, os projetos arquitetônicos, hidráulicos,
elétricos precisam se comunicar com o estrutural.
O profissional deve sempre prezar pela segurança e conforto da edifi-
cação, de forma que não deixe de lado a funcionalidade e a economia
do serviço executado.

PARA SABER MAIS:


Documentários sobre o assunto: Mega Construções (Discovery, 2003
58
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS
CONCRETO PROTENDIDO

BREVE HISTÓRICO SOBRE O CONCRETO PROTENDIDO

Logo que se iniciou o uso do concreto protendido, a baixa re-


sistência dos aços de protensão utilizados fez com que o resultado não
fosse tão satisfatório. A força de protensão que era aplicada inicialmente
era muito baixa e ainda se reduziriam com as chamadas perdas de pro-
tensão, que podem ocorrer devido à fluência do concreto ou sua retra-
ção e até mesmo pelo escorregamento de ancoragem. Dessa forma, a
protensão não apresentava vantagens ao sistema.
Com o passar dos anos, o aço foi se desenvolvendo e atingin-
do resistências muito superiores. Durante a segunda guerra os conhe-
cimentos sobre o assunto já estavam mais disseminados e a partir daí
a técnica começou a ser utilizada com mais frequência, se tornando um
5959
dos métodos mais comuns nas estruturas da atualidade.
Ao fim a Segunda Guerra Mundial, o cenário era de muita des-
truição e isso fez com que o concreto protendido fosse empregado em
obras de reconstrução de pontes, residências, prédios etc.
A partir disso, o concreto protendido ganhou muito espaço nos
mais diversos tipos de construção, seja no Brasil ou no mundo. Ainda exis-
tem alguns fatores que desaceleram seu avanço no país, como a falta de
conhecimento de muitos profissionais que só se especializam nos sistemas
convencionais, impostos mais altos do que em outros métodos construtivos
e, principalmente, a popularidade de sistemas padrões e tradicionais.
Porém, existem muitos fatores que nos permitem enxergar um
futuro muitíssimo promissor para este material, o desejo por constru-
ções mais eficazes, seguras e econômicas é um ponto importante, além
da modernização da arquitetura, exigindo cada vez edificações mais
esbeltas e altas, com vão livres superiores aos atuais etc.
Para isso é importante que engenheiros e construtores bus-
quem conhecimentos técnicos e disseminem métodos como o concreto
protendido que servem para facilitar e promover melhores resultados
nas construções. Com isso se diminui chance de retrabalhos, além de
contribuir para um avanço da infraestrutura sem prejudicar o ambiente
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

em que se vive.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DA PROTENSÃO

A operação de protensão, que consiste no estiramento (ou tracionamento)


da armadura de protensão, geralmente feita por meio de cilindro hidráulico,
pode ser realizada antes ou após a confecção da peça, ou seja, antes ou
depois do lançamento e endurecimento do concreto. Quando o estiramento é
feito antes, tem-se a pré-tensão (ou pré-tração), e após o endurecimento do
concreto tem-se a pós-tensão (ou pós-tração). (BASTOS 2019, p.12)

Para esta execução é preciso prender os cabos nas pontas


da peça, é comum que sejam utilizados grupos metálicos compostos
por cunhas, conforme as imagens a seguir. Essas cunhas podem ser
de diversos tipos, sua função é permitir uma boa fixação por um custo
relativamente baixo.

60
Figura 8 - Cunha tripartida embutida em furo cônico

Fonte: Bastos (2019).

Figura 9 - Cunha do tipo bipartida e cordoalha galvanizada

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Fonte: Bastos(2019).

a) Pré-tensão (ou pré-tração na NBR 6118) - Normalmente é apli-


cada na produção de peças pré-moldadas, nas pistas de protensão, com o
alongamento dessa armadura de protensão antes do lançamento do concre-
to. Nas extremidades da pista encontram-se estruturas para a ancoragem da
armadura, normalmente são mistas aço com concreto, formadas por blocos
de reação de concreto enterrados no solo por meio de elementos de funda-
ção e componentes em aço onde as cordoalhas têm as pontas.
As cordoalhas de protensão são colocadas ao longo da pista
de protensão e passando no interior das fôrmas das peças, como na
produção de vigas. Essas cordoalhas são fixadas em uma das extremi-
dades, conhecida como ancoragem passiva, da pista de protensão e na
outra (ancoragem ativa) os fios são esticados (estirados), comumente,
de um a um através de um cilindro hidráulico apoiado na estrutura de
reação. Essa tensão de tração gerada pelo cilindro sempre é mais baixa
61
do que a tensão limite do regime elástico do aço.
Após o término desse processo de alongamento, o fio é preso
nos elementos da ancoragem ativa, e o cilindro é retirado para, continu-
amente, ir estirando os fios seguintes. Com isso, a extremidade onde o
estiramento é feito passa a ser chamada ancoragem ativa e a extremi-
dade em que não é estirada é a ancoragem passiva.
Com todas as cordoalhas estiradas e fixadas nas ancoragens
da pista de protensão, o concreto é projetado na fôrma, cobrindo e ade-
rindo ao aço de protensão. Após um período necessário para o concreto
adquirir resistência, as cordoalhas são soltas das ancoragens. Nesse
momento ocorre a transferência da protensão para as peças, pois as
cordoalhas, ao tenderem elasticamente a voltar à deformação inicial
zero, são impedidas pelo concreto e, dessa forma, comprimem uma
parte ou toda a seção transversal da peça, ou seja, passa a exercer
uma nova força de protensão que comprime a peça por todo seu com-
primento. Como a protensão é transferida ao concreto devido à aderên-
cia entre os dois materiais, tem-se a pré-tensão com aderência inicial.
Depois dessas etapas as cordoalhas já podem ser cortadas,
de modo que as peças sejam desmoldadas e transportadas para onde
serão estocadas, para reiniciar um novo ciclo de produção.
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

A NBR 6118 (2014) no item 3.1.7 define o método de protensão


com aderência inicial da seguinte forma:

concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é feito uti-


lizando-se apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamen-
to do concreto, sendo a ligação da armadura de protensão com os referidos
apoios desfeita após o endurecimento do concreto; a ancoragem no concreto
realiza-se somente por aderência.

Esse método é muito utilizado na criação de elementos pré-


-moldados, pois o ambiente de fábrica permite a industrialização e a
produção de quantidades altas de peças, com maior controle de quali-
dade do processo de produção.
O processo de cura natural ou a cura térmica com vapor aque-
cido, também costuma ser utilizado a fim de garantir a transferência da
força de protensão em até um dia.
b) Pós-tensão (ou pós-tração na NBR 6118) - Já neste método
a armadura de protensão é alongada depois do concreto da peça ter
adquirido a resistência mínima para resistir às tensões de compressão
oriundas da protensão, com a armadura fixada no concreto nas extre-
midades da peça.
A pós-tensão é inserida na produção de peças em quantidades
menores, onde a repetição não é algo existente, e tem sido aplicada com
62
frequência na produção de peças pré-moldadas, para uso em viadutos e
pontes de vãos com aproximadamente 40m ou em lajes e pisos estruturais.
Dentro da fôrma são inseridos dutos ou bainhas, distribuídos
ao longo de todo o comprimento da peça. O concreto é projetado na
fôrma, cobrindo as armaduras passivas, placas de aço, os dutos etc.
Depois do enrijecimento do concreto, as armaduras de proten-
são normalmente chamadas por cordoalhas, que formam o chamado fio
ou cabo de protensão, são inseridas no interior dos dutos, atravessando
a peça de uma ponta à outra.
Quando o concreto se mostra com a resistência esperada, a ar-
madura de protensão presa em uma das extremidades é alongada pelo
cilindro hidráulico, posicionado e apoiado na peça na outra extremidade.
Ao fim desta operação, a força no cilindro hidráulico é diminuí-
da, e a armadura, que tende a voltar à deformação inicial zero, cede ou
movimenta-se contrariamente ao estiramento em poucos milímetros e
por meio de cunhas as cordoalhas se fixam na placa de aço do sistema
de ancoragem.
Portanto, o concreto da peça é comprimido enquanto a ope-
ração de estiramento acontece, e a protensão é mantida por forças
transferidas pela armadura, de forma concentrada nas placas de aço

ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS


apoiadas no concreto.
A NBR 6118 (2014) no item 3.1.8 define o processo de proten-
são com aderência posterior da seguinte forma:

Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realiza-


do após o endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes
do próprio elemento estrutural, criando posteriormente aderência com o con-
creto, de modo permanente, através da injeção das bainhas.

Assim como na pré-tensão, a forma mais convencional de fixar


uma cordoalha ou fio é com acunha de aço. Porém, a diferença é que
na pós-tensão não se utiliza o dispositivo porta-cunha, já que a cunha é
colocada diretamente no interior de um furo cônico que fica na placa de
aço e isso configura um sistema muito eficiente e de baixo custo.
Desse modo, a armadura, fixada nas extremidades da peça
exerce a força de protensão, que comprime o concreto de uma parte ou
de toda a seção transversal. Portanto, dessa forma a inserção da força
de protensão ocorre de modo concentrado, através de placas de aço
embutidas no concreto nas extremidade das vigas.
Os conjuntos de cordoalhas devem ser estirados em estágios
diferentes, de forma que possibilite incrementar força de protensão na
peça quando necessário, conforme diferentes estágios de construção e
63
as cargas vão sendo progressivamente majoradas.
Ao fim do processo de estiramento o duto é comumente preen-
chido com calda de cimento sob pressão, para proteger o aço e garantir
aderência com o concreto, o que faz com que ambos os materiais traba-
lhem de modo solidário, em conjunto, e com comportamento satisfatório
da peça na resistência à fissuração e à flexão. Com a injeção de calda
de cimento obtém-se a pós-tensão com aderência, e sem a injeção da
nata obtém-se a pós-tensão sem aderência.
c) Protensão com Pós-tensão com Cordoalha Engraxada: É
um método quem vem ganhando muito espaço no Brasil e no mundo,
especialmente em lajes maciças e nervuradas, pisos industriais, vigas
e em reforço estrutural.
A cordoalha de sete fios é envolvida com graxa para minimizar
o atrito com a capa de polietileno durante a movimentação na operação
de alongamento. Essa capa funciona como um duto, restringindo o con-
tato do concreto com a cordoalha. As cordoalhas ou fios são colocados
na fôrma da peça ou estrutura, presas em uma das pontas por dispo-
sitivos específicos de ancoragem e são envoltas pelo concreto após o
lançamento na fôrma.
Assim que o concreto adquire a resistência esperada, as cor-
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

doalhas são alongadas por um cilindro hidráulico, uma a uma, e fixadas


na ancoragem ativa. Já que não existe aderência entre as cordoalhas
e o concreto, essa força que comprime o concreto da peça localiza-se
apenas nas extremidades.
Para a NBR 6118 (2014) , esse processo é definido como:

Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realiza-


do após o endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes
do próprio elemento estrutural, mas não sendo criada aderência com o con-
creto, ficando a armadura ligada ao concreto apena sem pontos localizados

ESTADOS-LIMITES

Os Estados-Limites devem ser considerados no projeto das es-


truturas em Concreto Protendido, relativamente, à verificação da segu-
rança e das condições em serviço. Apresentam-se a seguir as definições
dos Estados-Limites conforme descritos no item 3.2 da NBR 6118 (2014).

Estado-Limite Último (ELU)

O Estado-Limite Último é o “estado-limite relacionado ao co-


64
lapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a
paralisação do uso da estrutura”. (ABNT NBR-6118, 2014).

Estado-Limite de Serviço

Esse é o estado que deve atender às condições de segurança e


conforto do usuário, além da boa aparência e preservação. Isto envolve
equipamentos e máquinas que possam vir a sobrecarregar a estrutura.
Quando uma estrutura alcança um Estado-Limite de Serviço,
a sua utilização pode ficar comprometida, mesmo que ainda não te-
nha esgotada sua capacidade resistente, ou seja, a estrutura pode não
mais oferecer condições de conforto e durabilidade, embora sem ter
alcançado a ruína. Os Estados-Limites de Serviço definidos pela NBR
6118 (2014) são: a) Estado-Limite de Formação de Fissuras (ELS-F): É
o estado em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este
estado-limite é atingido quando a tensão de tração máxima na seção
transversal for igual à resistência do concreto à tração na flexão.
b) Estado-Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W): Nesse
estado as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos

ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS


especificados. No caso das estruturas de Concreto Protendido com pro-
tensão parcial, a abertura de fissura característica está limitada a 0,2
mm, a fim de não prejudicar a estética e a durabilidade;
c) Estado-Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF):
Onde as deformações atingem os limites estabelecidos para a utiliza-
ção normal. Os elementos fletidos como as vigas e as lajes apresentam
flechas em serviço. O cuidado que o projetista estrutural deve ter é de
limitar as flechas aos valores aceitáveis da norma, que não prejudiquem
a estética e causem insegurança aos usuários;
d) Estado-Limite de Descompressão (ELS-D): É o estado em
que em um ou mais pontos da seção transversal a tensão normal é nula,
não havendo tração no restante da seção. Verificação usual no caso do
concreto protendido. Neste caso, a seção comprimida pela protensão
vai sendo descomprimida pela ação dos carregamentos externos, até
atingir o ELS-D. Esta verificação deve ser feita no Estádio I (concreto
não fissurado, comportamento elástico linear dos materiais), conforme
o item 17.3.4 da NBR 6118.
e) Estado-Limite de Descompressão Parcial (ELS-DP): Estado
no qual se garante a compressão na seção transversal, na região onde
existem armaduras ativas. Essa região deve se estender até uma dis-
tância da face mais próxima da cordoalha ou da bainha de protensão
que fica a critério do projetista.
65
f) Estado-Limite de Compressão Excessiva (ELS-CE): Quan-
do o concreto é submetido a tensões de compressão inicia-se um pro-
cesso de danificação progressiva, principalmente pelo crescimento de
microfissuras a partir de falhas preexistentes no concreto e na interface
pasta-agregados. Processo este responsável pelo comportamento não
linear do concreto e pelo efeito Rüsch. Sob tensões superiores a 50 %
da resistência à compressão, acentua-se a microfissuração interna do
concreto. Quando as tensões ficam acima de 70% a microfissuração
torna-se instável. Por isso que no projeto das peças protendidas em
serviço é geralmente adotada a tensão de apenas 50 ou 60% da re-
sistência característica do concreto à compressão. A NBR 6118 (item
17.2.4.3.2) fixa o limite de 0,7fckj para verificação simplificada no Esta-
do-Limite Último no ato da protensão (corresponde ao instante da trans-
ferência da protensão para o concreto da peça).
g) Estado-Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE): estado em
que as vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização nor-
mal da construção. O projetista deverá limitar as vibrações de tal modo
que não prejudiquem o conforto dos usuários na utilização das estruturas.

GRAUS DE PROTENSÃO
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

A força de protensão limita ou anula a tensão de tração que


atua na seção transversal e, por conseqüência, a ocorrência ou não de
fissuras por conta, principalmente, da intensidade da protensão.
Em algumas situações em que é preciso evitar a fissuração, como
em reservatórios, estruturas em contato com água do mar etc., ou outras
situações em que basta restringir a abertura das fissuras. Essas questões
estão relacionadas com o nível de protensão, também chamado grau de
protensão, que é a relação entre o momento fletor de descompressão e o
momento fletor máximo atuante na estrutura:

Para Bastos (2019) o momento fletor de descompressão é de-


finido como aquele em que se alcança o Estado-Limite de Descompres-
são (ELS-D), isto é, que leva a uma tensão normal zero em algum ponto
da seção transversal da peça (geralmente a borda tracionada pelo mo-
mento fletor máximo). O grau de protensão avalia se na seção em que
atua o momento fletor máximo ocorre ou não tensão de tração. Uma
viga fletida com Kp = 1 está sob protensão total, e valores inferiores
definem a protensão limitada e a protensão parcial.

66
TRAÇADO DOS CABOS

O traçado das cordoalhas ou cabos é uma etapa crucial no


resultado da configuração de esforços atuantes em um elemento de
concreto protendido.
Já que o objetivo principal da protensão é atuar no sen-
tido contrário dos esforços gerados pela sobrecarga externa, deve ser
projetado então um traçado de cordoalhas em função das cargas atuan-
tes no elemento e, depois disso, passar por ajustes.

Conceito Físico do Traçado dos Cabos

Segundo BASTOS (2019) a armadura de protensão pode ser


tanto retilínea, quanto curvilínea, poligonal ou de traçado misto, desde
que seja respeitada a exigência referente à armadura na região dos
apoios. No caso de apoios intermediários, deve ser disposta uma arma-
dura que seja de prolongamento das armaduras dos vãos adjacentes,
capaz de resistir a uma força de tração igual a:

ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS


Esta expressão ∆Vd é a maior diferença de força cortante de
um lado para o outro do apoio e Nd é a força de tração possivelmente
existente. A armadura a dispor em tal apoio é a obtida para o máximo
dos FSd calculados para cada um dos lados do apoio.

Curvatura do Cabo

Tais curvas não devem ultrapassar os raios mínimos determina-


dos em função do diâmetro da cordoalha. Esses valores de raios mínimos
são determinados de forma experimental, sempre de forma adequada e
documentada. Bastos (2019) sugere que se dispense a justificativa do
valor do raio de curvatura, no caso dele ser superior a 4, 8 e 12 metros.
Ainda segundo o autor citado, se a curvatura acontecer na re-
gião de extremidade da peça, causando empuxo no vazio, deve-se pro-
jetar armadura que garanta a correção da posição da cordoalha, sem
que comprometa a integridade do concreto.

67
Fixação e Posicionamento dos Cabos

Já que a posição dos fios na seção transversal do elemen-


to possui influência significativa nos momentos de protensão. Todavia,
as locações nominais, devem ser adotadas em projeto, e mantidas por
equipamentos adequadamente posicionados, com tolerâncias mínimas.

Extremidades Retas

Os cabos de protensão devem ter segmentos retos em suas


extremidades. Esses segmentos não podem ser inferiores a 100 cm.
No caso de monocordoalhas engraxadas, este valor pode ser de 50 cm.

Espaçamentos Mínimos

Os elementos da armadura de protensão precisam estar cor-


retamente afastados uns dos outros, de forma que fique garantido um
adequado envolvimento pelo concreto.
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

Os espaçamentos na direção horizontal têm como objetivo per-


mitir a total passagem do concreto. Os valores mínimos dos espaça-
mentos estão indicados nas tabelas abaixo:

Tabela 2 - Espaçamentos mínimos em casos de pós-tração

Fonte: NBR 6118, Tabela 18.1 2014.


68
Tabela 3 - Espaçamentos mínimos em casos de pré-tração

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Fonte: NBR 6118, Tabela 18.2 2014.

PERDAS DE PROTENSÃO

Perdas de protensão são todas as reduções que ocorrem na


força de protensão aplicada pelo macaco aos cabos de protensão, desde
o momento da protensão até o término da vida útil da peça. Para PFEIL
(1984) as perdas de protensão podem ser classificadas em dois grupos:
Perdas imediatas que se verificam durante a operação de esti-
ramento e ancoragem dos cabos e podem ser divididas em:
• Perdas por atrito;
• Perdas nas ancoragens;
• Perda por encurtamento elástico do concreto.
Perdas progressivas que acontecem ao longo da vida útil da
69
estrutura e podem ser provocadas por:
• Retração e fluência do concreto;
• Relaxação do concreto.

PROTENSÃO EM ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS

Algumas estruturas protendidas são altamente hiperestáticas e


a ocorrência de esforços hiperestáticos de protensão elevados, muitas
vezes em função de concepções equivocadas, pode induzir a conclusão
de que a solução utilizando a protensão é inconveniente. É preciso, por-
tanto, compreender os fenômenos que ocorrem nas estruturas protendi-
das hiperestáticas para que a protensão possa ser utilizada de maneira
adequada e eficiente.
Nas estruturas protendidas comuns, as vigas são isostáticas ou
admitidas usualmente como hiperestáticas somente à flexão. Tomando
como exemplo a viga contínua da figura abaixo, pode-se notar que os
apoios conferem hiperestaticidade na direção “y”, mas permitem a livre
deformação na direção “x”.
ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

Figura 10 -Diagrama de protensão em Hiperestaticidade

Fonte: Bastos (2019).

Os diagramas de esforços solicitantes mostram a ocorrência


de esforços cortantes e fletores hiperestáticos devido à protensão, mas
como existe livre de formação axial, não existem esforços normais hipe-
restáticos de protensão.
70
CORROSÕES

Segundo PFEIL, (1984) o aço que se utiliza na aradura de pro-


tensão está sujeito do mesmo modo à corrosão que as armaduras de
uma estrutura de concreto armado. É a conhecida corrosão eletrolítica.
Porém, devido ao aço da protensão já se encontrar sob tensão, esses
elementos se tornam ultrassensíveis e se forem afetados geram uma
fissuração transversal na peça podendo causar ruptura do material. Por
isso é importante que se respeite a proteção dessas armaduras evitan-
do o contato com agentes agressores sobre elas. Especificações para
o material que compõe a embalagem, o manuseio adequado, a segu-
rança no transporte, controle no uso de aditivos e cobertura mínima
respeitada, são fatores que contribuem para esta proteção evitando que
os processos de corrosão afetem a saúde da estrutura.

ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS

71
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Engenheiro Civil
(HUAP-UFF).
O concreto protendido tem sido utilizado com muita frequência
nas obras de construção civil, por ter uma capacidade de supor-
tar cargas e vão maiores, com as dimensões de uma viga comum.
Defina qual é o elemento mais importante do concreto protendido.
a) A força de Protensão.
b) A armadura Passiva.
c) A armadura Ativa.
d) A armadura positiva.
e) A armadura negativa.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFSM Prova: Enge-
nheiro Civil.
Com relação às cordoalhas de aço para concreto protendido, con-
forme o número de fios, estas classificam-se em:
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a) cordoalha com quatro fios e cordoalha com oito fios.


b) cordoalha com cinco fios e cordoalha com dez fios.
c) cordoalha com três fios e cordoalha com sete fios.
d) cordoalha com seis fios e cordoalha com doze fios.
e) cordoalha com quatro fios e cordoalha com nove fios.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Engenheiro Civil
(HUAP-UFF)
Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. De
acordo com a definição de elementos de concreto protendido, a
protensão tem os seguintes objetivos:
I. Impedir ou reduzir a fissuração.
II. Impedir ou reduzir os deslocamentos da estrutura em serviço.
III. Propiciar o melhor aproveitamento dos aços especiais no Esta-
do Limite Último.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) Somente I
e) I, II e III.
72
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: NC-UFPR Órgão:ITAIPU BINACIONALProva: En-
genharia civil
Entre as ferragens usadas em pavimentos rígidos, aquela que melho-
ra o desempenho, por ajudar as juntas transversais no combate aos
efeitos da erosão da camada de suporte da placa de concreto, é a:
a) barra de ligação.
b) barra de transferência.
c) armadura de pele.
d) armadura de ancoragem.
e) armadura protendida.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CETREDE Órgão: Prefeitura de Juazeiro do Nor-
te - CE Prova: Engenheiro Civil
Em relação as peças de concreto, analise as afirmativas a seguir e
marque a INCORRETA.
a) O encurtamento do concreto, decorrente dos efeitos da retração e
fluência, provoca perdas de pretensão nos cabos de aço.
b) O conjunto de fenômenos de retração e fluência das peças de con-

ESTUDOS SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E SEUS ELEMENTOS - GRUPO PROMINAS


creto age no sentido de manter a peça comprimida com ganhos relati-
vos de compressão no tempo.
c) As preocupações com a fissuração do concreto levaram engenheiros, no
início do século XX, a utilizarem o artifício de pré-compressão das vigas.
d) Ensaios de flexão de vigas pré-comprimidas revelaram excelente
comportamento sob cargas de uso.
e) Peças protendidas exigem mão de obra mais qualificada do que
aquela normalmente empregada no canteiro de obras devido as altas
tensões envolvidas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Qual a definição de protensão? Cite exemplos de sua aplicação.

TREINO INÉDITO
É o estado em que um ou mais pontos da seção transversal a ten-
são normal é nula, não havendo tração no restante da seção:
a) Estado-Limite de Abertura das Fissuras.
b) Estado-Limite de Deformações Excessivas.
c) Estado-Limite de Vibrações Excessivas.
d) Estado-Limite de Descompressão Parcial.
e) Estado-Limite Último.

73
NA MÍDIA
O USO DO CONCRETO PROTENDIDO NA CONSTRUÇÃO DE TOR-
RES DE ENERGIA EÓLICA
Esta reportagem relata sobre o uso do concreto protendido para cons-
truir as torres utilizadas em grandes parques eólicos, quem vem sendo
um grande mercado para o setor da construção, já que a busca por
fontes de energia sustentável se torna maior exponencialmente. Este
setor emprega muitos profissionais, principalmente, nas regiões norte e
nordeste do país, onde estão concentrados grandes parques eólicos e a
mão de obra ainda é escassa. Estas torres são construídas em fábricas
e indústrias e levadas pré-moldadas até o campo onde serão instaladas.
Além das torres em concreto, também são utilizadas torres metálicas
para o serviço em questão, depende sempre da opção do projetista.
Fonte: Belgo Bekaert Arames
Data: 13jul. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://blog.belgobekaert.com.br/geotech/
energia-eolica/

NA PRÁTICA
Como em todas as áreas da engenharia, os projetos estruturais em
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concreto protendido também contam com softwares que surgem com


a finalidade de agilizar o serviço em questão. Além de acelerar o pro-
cesso, também evita a chance de erros, desde que se saibam todos os
fundamentos que devem ser aplicados ao programa.
Um bem popular para essa área é o SAP 2000, que produz análises
estruturais através dos métodos finitos. Devido à precisão dos resulta-
dos, velocidade de processamento, algoritmos numéricos eficientes e
precisos elementos finitos, ele se tornou o programa mais utilizado em
todo o mundo para corroborar nos projetos estruturais.
Porém, é sempre válido reforçar que é extremamente necessário que se
conheçam os fundamentos e conceitos sobre a estática das estruturas
para que se manipule corretamente qualquer software.

PARA SABER MAIS


Ler catálogo “Concreto Protendido” da empresa Rudloff

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O mercado da construção civil está sempre em desenvolvi-
mento e cada vez mais competitivo. Os profissionais desse segmen-
to buscam maneiras de executar edificações que tenham sempre mais
qualidade com um custo/benefício atraente e sempre no menor prazo
possível. Essa demanda exige aprimoramento nos métodos de cons-
trução utilizados, não sobrando espaço para técnicas obsoletas.
O concreto protendido atende muito bem esses requisitos, já
que permite construções pesadas e eficientes de formas rápida, segura
e limpa. A cada ano que passa surgem no Brasil novas empresas que
são capacitadas e especializadas nos fundamentos e boas práticas do
concreto protendido.
Existem algumas boas práticas que devem ser levadas em
consideração para maior e melhor controle de execução, são elas:
• O profissional encarregado de fazer a montagem precisa ter
conhecimento técnico e experiência suficiente para comandar a ação;
• É ideal que a mesma equipe faça todo o processo, desde o
início até o fim da protensão;
• O aço que será utilizado deve ser conferido ao chegar à obra,
garantindo sua integridade e conformidade com os projetos;

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• Todos os equipamentos de proteção precisam ser fiscaliza-
dos antes do início da execução;
• O material que ficar estocado deve ser armazenado de forma
segura contra umidade e outras intempéries;

O Concreto protendido é uma técnica construtiva muito


promissora para os profissionais da construção civil, haja vista
que as edificações tendem a ser cada vez mais modernas e arquite-
tonicamente mais especiais, surgindo a necessidade de materiais
que sejam mais eficientes do que os convencionais para a execu-
ção dessas obras de arte.

Ao fim desta análise técnica feita sobre o concreto protendido,


observa-se que são necessários diversos elementos específicos para
sua execução, além de variadas formas diferentes de aplicar a proten-
são em um elemento estrutural.
Observamos também as vantagens e desvantagens que se
equilibram entre o avanço e o desuso deste material no Brasil.
75
Com base nisso é importante que o profissional da engenha-
ria esteja sempre atento às demandas do mercado, principalmente, no
que tange aos sistemas estruturais, já que são as responsáveis pelos
grandes avanços da construção. Mas é importante que os conhecimen-
tos sejam desenvolvidos sempre respeitando as normas, legislações e
recomendações técnicas prezando, assim, por resultados satisfatórios,
atendendo à segurança dos que utilizarão tais obras.
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GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O cimento mais adequado para esta situação é o Cimento RS tendo em


vista que os produtos enquadrados nesta divisão têm como característi-
ca principal a resistência a sulfatos, o que permite que sejam usados de
maneira proveitosa em redes de esgoto.
O Cimento CP-IV também possui boa resistência a estes agentes, tam-
bém podendo ser utilizado.

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TREINO INÉDITO
Gabarito: B

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CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Segundo e equação proposta , temos o resultado de


Logo a altura desta viga deve ser de 50 cm.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir numa estru-


tura um estado prévio de tensões, de modo a melhorar sua resistência
ou seu comportamento sob ação de diversas solicitações.
Exemplos de aplicação são: Grandes vãos; Controle e redução de defor-
mações e da fissuração; Projetos arquitetônicos ousados; Recuperação
e reforço das estruturas; Pontes, viadutos, fundações; dentre outros.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

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