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GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS


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Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
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Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas


pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!


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Professora: Aymara Gracielly Nogueira Colen

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade fala sobre a importância do controle das emis-
sões dos efluentes domésticos e industriais, do acesso ao saneamen-
to que oportuniza o tratamento dos esgotos e a disponibilidade hídrica.
A qualidade da água deve ser equivalente ou superior à quantidade
disponível, e este precioso recurso vem se deteriorando crescente-
mente em nosso planeta, principalmente, após a industrialização e
expansão da urbanização. A poluição das águas é sobretudo resultado
da atividade antrópica e decorre da adição de substâncias ou formas
de energia, que de forma direta ou indireta, alteram a composição e o
comportamento do corpo hídrico. Duas maneiras de se controlar a po-
luição é reduzir as emissões ou geração de efluentes, nesta unidade,
trata-se dos líquidos e gasosos, na fonte e a aplicação de tratamentos,
técnicas e tecnologias, de modo que os contaminantes sejam removi-
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dos ou convertidos a uma forma menos nociva. O grau de poluição do


corpo hídrico afetado é mensurado por meio de características físicas,
químicas e biológicas das impurezas existentes, que, por sua vez, são
identificadas por parâmetros analíticos dispostos nas legislações per-
tinentes, bem como nos estudos técnicos e científicos dos sistemas de
tratamento, remediação, reabilitação de compartimentos ambientais,
dentre outros, pois estes são capazes de apontar a descontaminação
de poluentes.

Caracterização de Poluentes e Contaminantes. Processos de Tratamento


de Efluentes. Controle de Áreas Contaminadas.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS E INDUSTRIAIS

Agentes Contaminantes _______________________________________ 14

Caracterização de Efluentes Domésticos e Industriais _____________ 18

Recapitulando ________________________________________________ 21

CAPÍTULO 02
TRATAMENTO DE EFLUENTES (LÍQUIDOS E ATMOSFÉRICOS)

Tratamentos Preliminar, Primário, Aeróbio e Anaeróbio e, Contro-

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le de Efluentes Domésticos ____________________________________ 26

Processos Físicos, Químicos e Biológicos no Tratamento e Con-


trole de Efluentes Industriais ___________________________________ 35

Reuso de Águas Residuárias Domésticas e Industriais, Tratamen-


to e Controle ___________________________________________________ 39

Efluentes Atmosféricos - Monitoramento e Controle Ambiental __ 54

Recapitulando _________________________________________________ 56

CAPÍTULO 03
INVESTIGAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO DE ÁREAS CON-
TAMINADAS

Conservação das Águas Superficiais e Subterrâneas, e do Solo __ 62


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Investigação, Técnicas, Tecnologias para Recuperação de Áreas
Degradadas/Contaminadas _____________________________________ 69

Uso de Geossintéticos para Controle de Agentes Contaminantes _ 76

Recapitulando __________________________________________________ 81

Considerações Finais ____________________________________________ 85

Fechando a Unidade ____________________________________________ 86

Referências _____________________________________________________ 89
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O desenvolvimento e consolidação do saneamento se findou
entre meados dos anos 1950, pois, nesse período, ampliou-se a ope-
racionalidade de sistemas ou unidades de abastecimento de água e
práticas relacionadas ao esgotamento sanitário.
As diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a Po-
lítica Federal é estabelecida pela Lei Nacional do Saneamento - Lei nº
11.445/2007, e está sendo marcada por um atual ciclo regulatório a fim
de cumprir as metas para a universalização dos serviços e garantir a
sustentabilidade financeira além de sua completa implementação. Essa
trajetória tem revelado tensões e contradições inerentes ao contexto po-
lítico-ideológico caracterizado por vínculos complexos com a estrutura
econômica e as relações sociais.
Portanto, há esta nova fase na gestão dos serviços públicos de
saneamento básico no país, tendo o planejamento assumido como posição
central na condução e orientação da ação pública. A retomada dos inves-
timentos no âmbito federal, tanto com recursos não onerosos como one-
rosos, aponta para novas estratégias do Estado brasileiro para o enfrenta-
mento dos déficits dos serviços. A expectativa é que a universalização dos
serviços de água e esgoto reduza em até R$ 1,45 bilhão os custos anuais
com saúde, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
E, a cada R$ 1,00 investido em saneamento, deverá ser gerada economia

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de R$ 4,00, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Lei nº 14.026, promulgada em 15 de julho de 2020, atuali-
za o marco legal do saneamento básico e atribui à Agência Nacional de
Águas e Saneamento Básico (ANA) a competência para editar normas
de referência sobre o serviço de saneamento. Segundo o Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), o novo marco irá contribuir para a re-
vitalização de bacias hidrográficas, a conservação do ambiente e a redu-
ção de perdas de água, bem como a eficiência energética. A ampliação
dos serviços de tratamento de esgoto, e a erradicação dos despejos dos
efluentes de forma indiscriminada em bacias, rios, córregos e mares são
metas para serem cumpridas até o ano de 2033. No tocante à erradica-
ção dos lixões, os municípios possuem prazos atualizados para encerra,
sendo 2021 para capitais e regiões metropolitanas, 2022 para cidades
com mais de 100 mil habitantes, 2023 para cidades entre 50 e 100 mil
habitantes e, por fim, 2024 para cidades com menos de 50 mil habitantes.
Embora haja avanços na questão da poluição hídrica, ainda,
há fatores limitantes que provocam riscos à saúde humana e ao am-
biente como um todo, pois as técnicas empregadas, de forma geral, não
removem completamente todas as substâncias indesejadas da água.
Os cursos d’água, após receberem uma carga poluidora, so-
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frem modificações em suas características, mas tendem a reestabele-
cer às condições existentes. A baixa ou má qualidade das águas, até
mesmo a escassez dela, vem fazendo com que a avaliação e o geren-
ciamento dos riscos hídricos sejam um dos principais desafios para a
engenharia ambiental e sanitária, e todos os setores envolvidos.
Um corpo hídrico possui capacidade de suporte, bem como
quaisquer compartimentos ambientais e é evidente que se uma carga
poluidora é lançada num manancial sem tratamento, a poluição pode se
prolongar por todo o seu percurso, acarretando diversos processos diver-
sos degradatórios. Quando a carga poluidora é lançada ao corpo recep-
tor e esta foi submetida a processos de tratamento, deve-se verificar o
cumprimento dos limites dos parâmetros estabelecidos pelas legislações
ambientais pertinentes para conservação da disponibilidade hídrica.
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CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTES

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DOMÉSTICO E INDUSTRIAIS

A Declaração Universal dos Direitos da Água, publicada pela Or-


ganização das Nações Unidas (ONU, 1992), apresenta a água como pa-
trimônio do planeta, sendo cada cidadão responsável por esse recurso.
Ainda, relata que, para minimizar os riscos de esgotamento ou de dete-
rioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis, a água deve
ser utilizada com consciência, discernimento e tecnologias adequadas.
A crescente preocupação em relação aos impactos ocasiona-
dos pelo despejo de esgoto in natura e até mesmo tratado nos corpos
hídricos resulta em uma série de legislações ambientais, critérios, políti-
cas e estudos a fim de estar sempre melhorando as condições de des-
carga e do local de despejo, as formas de destinação, etapas, técnicas
e rotas tecnológicas de modo a minimizar os impactos ambientais.
O solo e a água podem ser poluídos e contaminados por di-
versos compostos de natureza orgânica e inorgânica, que, consequen-
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temente, decompõem-se e geram constituintes e substâncias. Dentre
os contaminantes inorgânicos, pode-se citar os oriundos das práticas
agrícolas como o nitrato, fosfato, além de resíduos industriais gerados
por produção de tintas, produtos farmacêuticos, resíduo dos serviços de
mineração e metalurgia. Os contaminantes de caráter orgânico, por sua
vez, possuem presença considerável em lodos gerados em estações
tratamento de água (ETA) e esgoto (ETE), resíduos sólidos domésticos,
e, resíduos de empreendimentos agroindustriais e petroquímicos.

AGENTES CONTAMINANTES

No Brasil, estudos de tratamento e monitoramento de poluentes


e contaminantes em águas e efluentes ainda são incipientes. Há a presen-
ça de tais contaminantes em efluentes sanitários, em águas superficiais e
subterrâneas, bem como no seu destino durante os tratamentos de água e
esgotos, e muitos ainda não conseguem ser removidos de forma comple-
ta por falta de tratamento específico, técnicas e tecnologias devidamente
adequadas e avançadas. É importante ressaltar que efluentes são os resí-
duos líquidos e gasosos provenientes da produção industrial e, doméstica.
Contudo, os efluentes industriais emitem contaminantes tóxicos diversos
(metais, químicos, dentre outros) e necessitam de tratamento específico,
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conforme a composição química de cada tipo de atividade econômica.


Os contaminantes apresentam grande diversidade de natureza,
pois provém das mais variadas fontes, tais como fármacos de uso humano
ou animal, produtos de limpeza e de higiene pessoal, os quais são introdu-
zidos no ambiente via esgotos, seja ele tratado ou não. A estrutura química
das substâncias define ainda a partição do contaminante entre as fases
líquida e sólida em sistemas de tratamento como nos reatores biológicos.
Há inúmeros estudos feitos em outros países até mesmo de-
senvolvidos (que utilizam de forma significativa o sistema de tratamento
aeróbio com lodos ativados para tratar esgoto sanitário) e mostram que
sistemas de tratamento biológico de esgotos não conseguem remover
completamente compostos estrogênicos em suas diversas formas mo-
leculares. Outros hormônios, capazes de alterar as funções endócrinas
em animais aquáticos e plantas, desencadeiam a (bio)acumulação pela
cadeia alimentar, sendo o final dela, o ser humano.
Em muitos países, os sistemas de tratamento compostos por
reatores anaeróbicos, embora tenha muitas vantagens em relação à
eficácia para grande parte de contaminantes, ainda não capazes de
remover certas substâncias como os surfactantes aniônicos, efluentes
gerados, por exemplo, em lavagem de veículos, contendo, assim, água
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e óleo, lançados na rede coletora de águas pluviais. Alguns compostos
surfactantes iônicos incluem ésteres sulfatados ou sulfatos de ácidos
graxos (aniônicos) e sais de amônio quaternário (catiônico).
Ácidos graxos, fração lipídica originários de óleos vegetais e pro-
dutos de origem animal são tratados em tratamento do tipo anaeróbio e
aeróbio, devido a processos combinados de adsorção e biodegradação,
pois possuem diferentes níveis de polaridade saturação ou insaturação.
A literatura indica ainda contaminantes que necessitam um moni-
toramento expressivo no tratamento de esgotos sanitários como nonilfenol,
dibutilftalato, bezafibrato, bisfenol. O nonilfenol é subproduto da degrada-
ção de surfactantes não-iônicos (alquilfenóis polietoxilados – APEOs) de
grande uso em produtos de limpeza, o bezafibrato é um fármaco antilipê-
mico utilizado para reduzir os níveis de colesterol, o dibutilftalato é usado
como agente plastificante em alguns polímeros (ex., PVC) e o bisfenol (A)
usado na produção de policarbonato, passível de lixiviamento se houver
excesso de monômero na matriz polimérica (CESPEDES et al., 2006). O
dibutilftalato, supostamente presente no plástico usado para fabricar as
aparas de conduíte, poderia ser lixiviado e incorporado ao esgoto trata-
do. De qualquer forma, os baixos percentuais de remoção observados no
sistema anaeróbio-aeróbio sugerem que o tratamento biológico não seja
eficaz na degradação desse agente plastificante com conhecidas proprie-
dades de desregulação endócrina (LEITE, et al., 2010).

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Análises feitas em sistema de cromatografia líquida e o espec-
trômetro de massa, além de outros reagentes ou substâncias, equipa-
mentos e vidrarias combinados, são capazes de identificar tais com-
postos, esses bem onerosos em valor de mercado, pois são poluentes
complexos, como surfactante aniônico, utilizado em residências, o al-
quilbenzeno sulfonado de cadeia linear, bisfenol, hidrocarbonetos, gru-
po metileno, os ácidos graxos insaturados desprotonados, íons corres-
pondentes aos ácidos linoleicos.
O uso da fenolftaleína como padrão interno permite a análise
semiquantitativa dos compostos identificados e não identificados duran-
te as várias etapas do tratamento combinado de esgotos. Resultados ex-
ploratórios observados em diversas pesquisas sugerem que poluentes
como o LAS, bisfenol A e bezafibrato não são satisfatoriamente removi-
dos por processos anaeróbios, mas apresentaram degradação signifi-
cativa durante o pós-tratamento aeróbio. Contudo, o sistema anaeróbio
pode ser eficiente para remover alguns ácidos graxos (linoleico, oleico),
ao passo que alguns poluentes demonstraram ser persistentes ou de
difícil remoção mesmo na etapa aeróbia do tratamento (ácido láurico,
ftalato não identificado e dibutilftalato) (LEITE, 2010).

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Exemplos de Fontes de Contaminação:

-Tanques e tubulação subterrâneos.


- Bacias de contenção.
- Bombas, válvulas, selos.
- Áreas de estocagem de tambores, carregamento e descarre-
gamento.
- Áreas de reparo e manutenção.
- Caixas de drenagem e coletoras.
- Fossas sépticas.
- Acidentes.
- Disposição inadequada de resíduos (quaisquer).

Exemplos de Contaminantes dos Meios Impactados:

- Metais.
- Combustíveis.
- Metano.
- Solventes halogenados.
- Fenóis.
Contaminantes emitidos por postos de combustíveis como
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BTEX, benzeno e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são geral-


mente os principais constituintes dos combustíveis derivados do petró-
leo, e, na maioria das vezes, não se apresenta qualquer tipo de proce-
dimento para solucionar ou remediar água e solo afetados.
Na lama de rejeitos de mineração, há inúmeros contaminan-
tes, sendo os principais o óxido de ferro e sílica, metais pesados como
níquel, cobalto, cobre. O grande potencial tóxico desses contaminantes
causam alterações no pH (Potencial Hidrogeniônico) e nos parâmetros
químicos e físicos dos solos e das águas, além de que os metais pesa-
dos ficam solubilizados nestes compartimentos e não se degradam, ou
seja, ficam acumulados.
O chorume, por sua vez, é um outro contaminante que destaca
em decorrência de solos e dos cursos d’água, principalmente, se houver a
presença de metais pesados em sua composição como chumbo, cobre e
mercúrio, e outros componentes tóxicos e de grande potencial de poluição.
Pode-se citar também, via de regra, que águas para fins farma-
cêuticos requer limites de tolerância e monitoramentos físico-químicos,
microbiológicos e bioquímicos semelhantes à água potável para con-
sumo humano, haja vista a necessidade da eliminação de quaisquer
contaminantes.
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Em relação às emissões ou emanações gasosas, compostos or-
gânicos voláteis (VOCs), metano, CO2, produzidos através da decompo-
sição anaeróbia dos resíduos orgânicos depositados no aterro em unida-
des de tratamento devem ser encaminhado para a tubulação específica
referente ao sistema de tratamento desses gases (biogás) e, embora haja
a drenagem e o tratamento, são, em seguida, queimados e eliminados na
atmosfera, o que corrobora para se utilizar uma tecnologia de aproveita-
mento desses biogases, devido ao seu expressivo potencial energético.
O quadro 1 mostra fontes e as principais características de po-
luentes na atmosféricos, suas características, principais fontes e efeitos
na saúde e ambiente.

Quadro 1. Fontes e características de poluentes na atmosfera

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Fonte: (MÜLLER, 2016 apud LABOGEF).

CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS E INDUSTRIAIS


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A poluição ambiental define-se como toda a ação ou omissão


do homem que, direta ou indiretamente, desencadeie um desequilíbrio
nocivo (de curto ou longo prazo) no ambiente, pela descarga de material
e energia atuando sobre águas, solos e o ar (VALLE, 2004). Assim, os
materiais residuais são advindos de processos produtivos ou ativida-
des e serviços, definidos como resíduos (subprodutos) que apresen-
tam certo potencial de utilização, passando a ser considerado como
matéria-prima, independente de realização de tratamentos, e, quando
inservíveis, são ditos rejeitos (por não possuir possibilidade técnica ou
econômica de uso), devendo ser destinado adequadamente.
Os efluentes industriais possuem elevada diversidade, devido
à dinâmica de seus respectivos processos produtivos. A Cartilha de Re-
síduos elaborada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL, 2013)
apresenta algumas classes de substâncias estão discriminadas a seguir:
1) Solventes clorados ou halogenados: aqueles que em sua
estrutura contém átomos de cloro (Cl), flúor (F), bromo (Br) e iodo (I). Os
solventes halogenados mais utilizados são: clorofórmio, diclorometano,
tetracloreto de carbono, tricloroetano e bromofórmio.
2) Solventes contendo acetonitrila ou composto cianeto: con-
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tém em sua molécula cianeto que quando incinerada gera gás cianídri-
co, que é altamente tóxico (letal). A acetonitrila quando misturada com
algum composto incompatível, como ácidos fortes, por exemplo, não li-
bera esse gás, entretanto essa mistura pode desprender muito calor. Se
a sua unidade possuir resíduos contendo misturas e misturas contendo
acetonitrila, é essa planilha que deve ser preenchida.
3) Solventes (em geral): hidrocarbonetos (pentano, hexano, to-
lueno benzeno, ciclohexano, xileno) éteres (éter etílico, éter dietílico e
outros), ésteres (acetato de etila ou etanoato de etila) aldeídos (aldeído
acético), cetonas (acetona), álcoois (metanol, etanol, álcool isopropílico,
álcool butilico, etc.).
4) Resíduos de pesticidas e herbicidas: em qualquer estado
físico (líquido ou sólido), em soluções com solventes orgânicos, água /
tampão / ácidos ou bases.
5) Medicamentos: todas as sobras de medicamentos que não
serão mais utilizados ou que estão vencidos.
6) Sólidos perigosos: com metais pesados (tálio, mercúrio, chum-
bo e cádmio) armazenados ou estocados; sólidos orgânicos sem metais
pesados; peróxidos orgânicos; outros sais; lâmpadas fluorescentes.
7) Óleos especiais: todos os óleos utilizados em equipamentos
elétricos que estejam contaminados com policloreto de bifenila (PCB’s
como o Ascarel). Esse óleo não pode ser queimado, pois o seu proces-

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so de destruição gera gases muito tóxicos que não podem ser jogados
na atmosfera (dioxinas), separe-os dos demais.
8) Materiais diversos: os que não são solventes orgânicos, tais
como tintas, vernizes, resinas diversas, óleos de bomba de vácuo (exce-
ção àqueles contaminados com PCB’s), fluídos hidráulicos, dentre outros.
9) Ácidos e bases: ácido clorídrico, ácido nítrico, ácido sulfúri-
co, ácido perclórico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido
de amônia, etc.
10) Radioativos: resíduos sólidos ou líquidos contaminados
com materiais radioativos ou frascos contendo restos de materiais ra-
dioativos. Os rejeitos radioativos líquidos devem, obrigatoriamente ser
separados dos sólidos.
11) Desconhecidos: todos os resíduos que não possam ser
identificados, no estado sólido ou líquido.

Agrupamento de Compostos Contaminantes:

- Contaminação por compostos orgânicos: os compostos fenó-


licos representam um dos principais poluentes das águas residuárias de
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origem industrial. São provenientes de indústrias químicas e farmacêu-
ticas e dos esgotos hospitalares que, mesmo em baixas concentrações,
alteram a potabilidade da água e o sabor dos peixes contaminados.
Outro importante resíduo contaminante é o detergente para limpeza de
equipamentos, utilizados por várias indústrias. Esses compostos afe-
tam, principalmente, a fauna dos corpos receptores. Os vazamentos de
oleodutos e tanques contendo produtos petrolíferos, ou seus derivados,
são igualmente desastrosos ao Meio Ambiente (UEL, 2003).
- Contaminação por compostos inorgânicos: Os principais com-
postos inorgânicos que ameaçam a integridade dos recursos hídricos
são basicamente os metais pesados, provenientes de indústrias quími-
cas e farmacêuticas, de usinas siderúrgicas, indústrias de fertilizantes,
além das atividades de mineração (UEL, 2003).

A poluição por microplásticos em ambientes hídricos está


sendo cada vez mais detectada. E, de distintas e diversas formas,
acarreta também inúmeros efeitos devido à ingestão em diferentes
níveis tróficos (da cadeia alimentar) até os processos de biodegra-
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dação dos plásticos por bactérias.


Observam-se significativos riscos que estas micropartí-
culas podem trazer para o ser humano e toda a biota aquática e
terrestre por possuir expressiva durabilidade e persistência no am-
biente além de atuar como vetor para outros contaminantes quími-
cos, orgânicos e inorgânicos, introduzindo assim toxicidade.
Com o desenvolvimento das pesquisas na área ambiental
e sanitária, aponta-se a presença do microsplástico já nas tornei-
ras de nossas casas, bem como na água mineral engarrafada, ade-
mais na cerveja, no sal marinho de cozinha e frutos do mar, pois as
tecnologias de tratamento de água e/ou efluente ainda não atuam
para tal remoção.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019. Banca: IBFC. Órgão: SESACRE. Prova: Biólogo
Os efluentes hospitalares, contaminados por medicamentos, hor-
mônios e resíduos químicos, em contato com o ecossistema aquá-
tico leva a um risco diretamente relacionado com a existência de
substâncias perigosas, as quais podem ter potenciais efeitos ne-
gativos sobre o balanço biológico dos ambientes naturais. A com-
plexidade dos poluentes presentes nesses efluentes hospitalares
pode integrar amplo grupo de contaminantes. Sobre este assunto,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) Os efluentes hospitalares devem ser encaminhados para a estação de
tratamento de esgoto doméstico mais próxima e para então ser realizado
o tratamento adequado. A utilização de métodos físico-químicos visando
ao tratamento desses efluentes, através da sedimentação/coagulação,
filtração e posterior desinfecção obteve reduções de 98% em relação aos
índices de DQO e 98,5% em relação aos microrganismos patogênicos.
b) A complexidade dos poluentes presentes nestes efluentes hospitala-
res pode integrar amplo grupo de contaminantes, tais como microrga-
nismos patogênicos, surfactantes, residuais de medicamentos e seus
metabólitos, desinfetantes, radionuclídeos entre outros, associando-se

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sempre o potencial de toxicidade desses descartes.
c) Os efluentes oriundos de sistemas de saúde possuem normas e le-
gislações para o seu lançamento, como no caso da Resolução CONA-
MA Nº 430/2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lança-
mento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17
de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
d) Os efluentes da lavanderia hospitalar constituem uma das causas
mais significativas de danos ambientais entre os vários setores das uni-
dades de cuidados de saúde típicas, em virtude de suas características
refratárias, devido à presença de sanitizantes, desinfetantes, antibióti-
cos, agentes de limpeza e outros surfactantes.
e) Nenhuma das anteriores.

QUESTÃO 2
Ano: 2019. Banca: FUNDEP. Órgão: Prefeitura de Uberlândia - MG.
Prova: Fiscal de Meio Ambiente
Proteger-se contra agentes contaminantes presentes no ar é, às
vezes, necessário para prevenir doenças respiratórias em regiões
altamente poluídas. Quando existe uma ou mais substâncias quí-
micas em concentrações necessárias para provocar danos à saú-
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de humana, pode-se classificar esse ambiente atmosférico como
poluído. Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em
primários ou secundários.
Um agente poluente que é classificado como secundário e apresen-
ta sua molécula composta por apenas dois elementos químicos é o:
a) Dióxido de enxofre.
b) Trióxido de enxofre.
c) Ácido sulfúrico.
d) Monóxido de carbono.
e) Nenhuma das anteriores.

QUESTÃO 3
Ano: 2016. Banca: IBFC Órgão: SES-PR. Prova: Inspetor de Sanea-
mento.
Dentre as doenças ocasionadas por veiculação hídrica (transmiti-
das por água contaminada) estão, EXCETO:
a) Gastroenterite.
a) Leishmaniose visceral.
a) Hepatite A (HAV).
a) Shigelose.
a) Todas as anteriores.
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QUESTÃO 4
Ano: 2016. Banca: COMVEST. Órgão: UFAM. Prova: Operador de
Estação de Tratamento de Água e Esgoto
As doenças de veiculação hídrica são aquelas em que o mecanis-
mo de transmissão necessita da água para a transmissão da doença,
desde a fonte de contaminação (normalmente o homem doente) até
o reservatório de contaminação (normalmente o homem sadio). Assi-
nale a alternativa que contém apenas doenças de veiculação hídrica:
a) Cólera, malária, hepatite A.
b) Febre tifoide, leptospirose, dengue.
c) Malária, leptospirose, diarreias agudas.
d) Cólera, febre tifoide, hepatite A.
e) Dengue, hepatite A, diarreias agudas.

QUESTÃO 5
Ano: 2017. Banca: IBFC. Órgão: EMBASA. Prova: Engenheiro (En-
genharia Sanitária/Sanitária Ambiental).
A Lei N° 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelece diretrizes na-
cionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19
de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de
22
junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no
6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Com base
no enunciado, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmações que
seguem, tendo como base o tema “Meio Ambiente”.
( ) Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos
hídricos que obrigue à adoção de racionamento declarada pela
autoridade gestora de recursos hídricos, o ente regulador poderá
adotar mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de co-
brir custos adicionais decorrentes garantindo o equilíbrio financei-
ro da prestação do serviço e a gestão da demanda.
( ) A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abasteci-
mento de água não poderá ser também alimentada por outras fontes.
( ) Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão ad-
mitidas soluções individuais de abastecimento de água e de desti-
nação final dos esgotos residenciais apenas, visto que a preserva-
ção da vida está na escala de prioridades, com pontuação máxima.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima
para baixo.
a) V, F e V.
b) F, V e F.
c) V, V e F.
d) V, V e V.

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e) Nenhuma das anteriores.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O desenvolvimento de projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança
do Clima (CQNUMC) possibilita a obtenção de incentivos financeiros para
investimentos em eficiência energética. Qual o propósito do MDL?

TREINO INÉDITO
Sobre as tecnologias de tratamento de efluentes, marque a opção
que mostre uma tecnologia inovadora.
a) Tratamento de esgoto com a tecnologia sustentável chamada Nereda.
b) Tratamento de desinfecção.
c) Biorremediação.
d) Tratamento biológico por lagoas de estabilização.
e) Fossas sépticas e sumidouros.

NA MÍDIA
EMPRESA DESPEJA DEJETOS DE BANHEIROS QUÍMICOS NO RIO
ARAGUAIA APÓS CARNAVAL
23
Dejetos de banheiros químicos foram flagrados jogados no Rio Araguaia,
após as festas carnavalescas deste ano no município de Xambioá, nor-
te do Tocantins, sendo assim caracterizado como crime ambiental, além
de contribuir para a proliferação de diversas doenças parasitárias e in-
fecciosas e a degradação d’água. Ademais, a Secretaria de Meio Am-
biente e Turismo ficou na responsabilidade de realizar a análise da água
para assegurar a segurança de banhistas, pescadores e ribeirinhos.
É importante lembrar que para realizar o descarte correto dos dejetos
sanitários acumulados nos banheiros químicos, um caminhão com uma
bomba sucção devem aspirar os detritos e, depois, transportá-los para
estações de tratamentos de esgoto.
Fonte: Olhar 21
Data: 28 fev. 2020.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.olhar21.com.br/noticia/3953/

NA PRÁTICA
A demanda pelos inúmeros usos de recursos hídricos é crescente, pois
atende ou tenta atender as necessidades antrópicas que vão de expandi-
do e, consequentemente, provocando deterioração. De forma mais nítida
nas águas superficiais e, de forma mais atual nas águas subterrâneas, o
que retrata a busca por fontes naturais hídricas. Percebe-se então que as
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águas residuárias ainda necessitam da universalização (meio urbano e


rural) de seu tratamento para reduzir diversos impactos ambientais como
poluição e contaminação e, assim, promover a qualidade ambiental. Essa
realidade interfere diretamente na disponibilidade para abastecimento hu-
mano e, dos ecossistemas. O controle da qualidade do ar também se
agrega ao conceito de qualidade ambiental haja vista que a atmosfera
recebe as emissões de todas as atividades socioeconômicas e sistemas
produtivos, e é de extrema importância a implementação de equipamen-
tos específicos para mitigar o efeito poluente dos efluentes gasosos, que
possuem complexidade em sua composição química.

24
TRATAMENTO DE EFLUENTES

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(LÍQUIDOS E ATMOSFÉRICOS)

O segundo capítulo deste módulo busca explanar aos profissio-


nais da área ambiental e sanitária sobre o cenário técnico/tecnológico,
social e econômico do setor de saneamento e da qualidade requerida
pelo ambiente que vivemos a exemplo das preocupações associadas
ao controle de doenças, que compreendem a necessidade de boas con-
dições de saneamento e qualidade do ar, que caracterizam qualidade
de vida e desenvolvimento de um país.
Os esgotos oriundos de uma cidade e que contribuem à es-
tação de tratamento de esgotos são basicamente originados de três
fontes distintas:
• Esgotos domésticos (efluente de residências, instituições e
comércio).
• Águas de infiltração (que são infiltradas para a subsuperfície e
percoladas para a camada subterrânea que recarrega o lençol freático).
25
• Despejos industriais (diversas origens e tipos de indústrias).
No Brasil, de forma geral, adota-se, predominantemente, o sis-
tema separador de esgotamento sanitário, o que separa as águas plu-
viais em linhas de drenagem independentes e que não contribuem à Es-
tação de Tratamento de Esgoto (ETE) (MEDEIROS, 2019). No entanto,
conforme a mesma autora, há países que adotam o sistema combinado,
no qual os esgotos e as águas pluviais são veiculados conjuntamente
pelo mesmo sistema e dessa forma para um dimensionamento da ETE
deve-se levar em consideração a parcela correspondente às águas plu-
viais, as características ambientais, socioeconômicas e edafoclimáticas,
pois estas se relacionam diretamente com a composição do afluente, o
esgoto bruto demandado.
Com o desenvolvimento das atividades econômicas como os
parques tecnológicos industriais e considerando crescimento populacio-
nal, percebe-se um aumento significativo das emissões dos poluentes
também na atmosfera, ultrapassando os parâmetros apresentados pela
legislação pertinente.
A prevenção da contaminação atmosférica pode se dá por meio
da alteração da formação de contaminantes e/ou o impedimento do seu
lançamento na atmosfera, equivalente à forma do processo gerador.

TRATAMENTOS PRELIMINAR, PRIMÁRIO, AERÓBIO E ANAERÓ-


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BIO E, CONTROLE DE EFLUENTES DOMÉSTICOS

Historicamente, no Brasil e no mundo, o saneamento surgiu


com crescimento da urbanização e industrialização. O marco inicial des-
ta infraestrutura foi por meio do Imperador Dom Pedro II que contratou
em 1855 uma companhia Inglesa (City) para implantação da primeira
rede de esgoto que removia apenas sólidos sedimentáveis presentes
no esgoto sanitário (SILVA, 1975). Para a remoção e estabilização mais
completa do material orgânico, que se dá por meio de processos bioló-
gicos, só foi possível a partir do século XX.
A Lei nº. 11.445/2007 se refere às diretrizes nacionais para o sa-
neamento básico, assegurada pela Constituição define-o como um conjun-
to dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, mane-
jos de resíduos sólidos e de águas pluviais. O saneamento ambiental inclui
as questões de preservação e conservação ambiental, tais como qualidade
do ar, qualidade da água, qualidade do solo, destinação adequada dos re-
síduos e efluentes, impactos ambientais e educação ambiental.
As tecnologias convencionais de tratamento de esgotos são
26
desenvolvidas tendo por principal referência o lançamento em corpos
d'água. As exigências para atender aos padrões de qualidade dos cor-
pos receptores / mananciais de abastecimento são restritivas, em de-
corrência da fragilidade dos ecossistemas aquáticos e da necessidade
de conservação dos usos múltiplos da água (ABES, 2006).
Os processos de tratamento de efluentes é fundamental para
um sistema de proteção de melhoria da saúde pública e da sustentabi-
lidade do meio. Conforme conceitualização da Fundação Nacional de
Saúde saneamento é conjunto de ações socioeconômicas que têm por
objetivo alcançar níveis de salubridade ambiental, por meio de abas-
tecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos
sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do
solo, drenagem urbana, controle de doenças de veiculação hídrica ou
transmissíveis por resíduos e pela atmosfera, e demais serviços e obras
especializadas, com a finalidade de proteger e aprimorar as condições
de vida urbana e rural (FUNASA, 2004).
Conforme Prado (2018), nas áreas urbanas, os principais agen-
tes poluidores de águas são os esgotos, que, na maioria das vezes, são
lançados diretamente nos corpos de água. Frente à degradação inten-
sa dos recursos hídricos, os esgotos de diversas cidades brasileiras
vêm sendo tratados em estações de tratamento de esgoto (ETE’s), que
operam com diferentes sistemas tecnológicos, e minimizam de forma

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significa os impactos ambientais nos corpos hídricos.
As ETEs são unidades em que o esgoto, após sair das nossas
residências e passar pela rede coletora por meio de um longo sistema
de tubos subterrâneos, é levado para ser tratado, podendo, assim, ser
devolvido ou destinado aos cursos d’água receptores.
Estudos de Von Sperlling (2005, 2012) asseguram que a funcio-
nalidade das estações de tratamento de esgotos domésticos, geralmente,
dá-se em três etapas: tratamento primário (grade-caixa de areia e caixa
de gordura), tratamento secundário (anaeróbio e/ou aeróbico) com a pre-
sença lagoas de estabilização (anaeróbia e/ou aeróbica). Depois de ver as
duas primeiras etapas de tratamento de efluentes, a terceira etapa pode
ser aplicada quando necessário ou pertinente, pois são úteis para remover
poluentes específicos, que não foram retirados pelos outros processos an-
teriores, além de que a estação precisa investir em tecnologias para tal fim.
O sistema para o tratamento do esgoto é escolhido e dimensio-
nado de acordo o perfil da localidade e características socioeconômicas
e ambientais. Os processos mais conhecidos são realizados por trata-
mento biológico (aeróbio ou anaeróbio), contudo existem sistemas que
utilizam processos químicos para a purificação do efluente. Verifica-se
que há inúmeras técnicas e tecnologias, simplificadas, alternativas e
27
convencionais para pós-tratamentos e até mesmo a combinação deles.
Após o tratamento, os efluentes são destinados cursos d’águas
com rios e mares com níveis aceitáveis de impacto ambiental, referen-
ciados pela Resolução CONAMA nº 357/2005, que estabelece as con-
dições e padrões de lançamento de efluentes, alterada pela Resolução
CONAMA nº 430/2011.

A localização geográfica (clima, insolação) das regiões


tropicais favorece o metabolismo microbiano e a decomposição
das águas residuárias, por isso a tecnologia mais utilizada para o
tratamento deste efluente líquido são reatores anaeróbios e lagoas
de estabilização, além de ter um custo considerado baixo para sua
implantação e de operação.

Etapas do Processo de Tratamento e Controle de Efluentes Sani-


tários

As águas residuárias são tratadas a partir do conceito de bar-


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reiras múltiplas, que é a combinação de processos unitários utilizados


no sistema de tratamento. O principal objetivo da estação de tratamento
de esgoto é tratar o esgoto por meio da remoção de contaminantes e
patógenos até um nível de depuração aceitável para o seu retorno ao
ambiente ou para reuso, conforme Spellman (2014), por meio de méto-
dos físicos, químicos e biológicos.
Para alcançar diferentes níveis de remoção dessas substân-
cias, são combinados diferentes níveis individuais de procedimentos em
uma variedade de sistemas, classificados como tratamento preliminar,
primário, secundário e terciário. O tratamento mais rigoroso das águas
residuárias inclui a remoção de poluentes específicos assim como a
remoção e controle de nutrientes (UNITED NATIONS, 2003).
Conforme as pesquisas de Von Sperling (2005), a figura 1 mos-
tra, de uma forma geral, as etapas de tratamento de esgotos domésti-
cos e industriais realizados em uma Estação e Tratamento de Esgotos
ou Efluentes (ETE) e suas respectivas descrições.

28
Figura 1. Etapas de tratamento de esgotos domésticos e industriais

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29
Fonte: (VON SPERLING, 2005) (adaptado).

O tratamento terciário é um complemento do tratamento se-


cundário, capaz de remover poluentes específicos por meio da desin-
fecção, obviamente antes do lançamento do efluente ao curso d’água
receptor, e casos especiais, remover nitrogênio e fósforo, pode-se citar
como processos as lagoa de maturação, desinfecção, sistema wetlands,
filtrações específicas, e outros processos de remoção de nutrientes.
A figura 2 mostra de forma esquemática e geral etapas de tra-
tamento de uma Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, orientada
pela NBR 12209/2011.

Figura 2. Esquema geral ilustrativo de tratamento de efluente de ETE


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Fonte: (COLEN, 2011).

Tratamento Biológico de Efluentes (Aeróbio e Anaeróbio)

O tratamento biológico é significantemente eficiente para de-


gradar a matéria orgânica, pois o processo ocorre por ação de agentes
(micro)biológicos como algas, protozoários e bactérias, dentre outros
microrganismos.
Os sistemas de tratamento anaeróbio (sem presença de oxi-
gênio) mais utilizados são lagoas anaeróbias, os tanques sépticos, os
filtros anaeróbios e os reatores, como os reatores UASB. Os biorreato-
res de membrana (MBR) são membranas micro porosas realizam um
processo de ultra filtração, permitindo apenas a passagem através dela
de água, alguns íons e moléculas de baixo peso molecular, barrando os
sólidos e bactéria, todavia não elimina os contaminantes, só os transfe-
30
rem de fase; - necessita de limpeza química para remoção de substân-
cias aderidas na membrana.
Nas estruturas dos sistemas anaeróbicos é recomendado equi-
pamentos queimadores de gases, pois o processo converte parte o ma-
terial orgânico em gases como gás carbônico e metano, e, dependendo
do efluente a ser tratado, do controle realizado e das características dos
equipamentos, há mitigação na emissão de odores.
Os sistemas aeróbios (com presença de oxigênio) mais comuns
são lagoas aeradas, filtros biológicos e os sistemas de lodos ativados
que propiciam a melhor eficiência em remoção de cargas. As lagoas ae-
radas são encontradas com maior frequência em países desenvolvidos,
já que a aeração necessita de fornecer oxigênio aos microrganismos
aeróbios e, assim, requer grandes quantidades de energia elétrica e
um controle rigoroso, principalmente, do pH, oxigênio dissolvido (OD) e
Demanda Biológica de Oxigênio (DBO).
Atualmente, o excesso de algas no efluente final, ou mais pro-
priamente o potencial de proliferação de cianobactérias, associado a
concentrações elevadas de clorofila-a, nitrogênio, fósforo e sólidos em
suspensão, tem aguçado o rigor dos legisladores ambientais em rela-
ção às lagoas. No entanto, os sistemas de lagoas gozam de invejá-
vel capacidade de remoção de patógenos, especialmente quando se
incluem as lagoas de maturação e de polimento, é possível reduzir a

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densidade de coliformes termotolerantes abaixo de 103 -1 org 100 mL,
número tomado por referência por constituir padrão de classificação de
certas águas naturais, inclusive as usadas para irrigação.
Os processos biológicos de remoção de matéria orgânica bio-
degradável constituem a alternativa mais interessante sob os pontos de
vista técnico e econômico para a efetiva redução de concentração dos
compostos predominantes no esgoto. Ademais, o emprego de agentes
químicos ou físicos é imprescindível para a remoção de patógenos, des-
tacando-se nesta função os compostos clorados e a radiação ultravioleta.

Em esgotos domésticos os principais parâmetros a serem


tratados são: sólidos (DBO, DQO), nitrogênio, fósforo e coliformes
totais e termotolerantes.

A figura 3 mostra uma estação de tratamento de esgoto de ca-


ráter sustentável localizada no estado de São Paulo, em que os subpro-
31
dutos utilizados no processo de tratamento são capazes de reduzir o
impacto ambiental e minimizar o consumo dos recursos naturais e de
energia do ambiente.

Figura 3. Visão geral de uma Estação de Tratamento de Esgoto Sustentável


em São Paulo
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Fonte: (AESABESP, 2019).

Sistemas Não-convencionais de Tratabilidade Sanitária

Segundo a Organização Mundial da Saúde, bilhões de pesso-


as ainda não têm acesso à água potável e ao saneamento, resultando
em perdas humanas e doenças de veiculação hídrica, com expressivos
impactos ambientais, o que afeta diretamente o desenvolvimento socio-
econômico do país (WHO, 2017).
O Atlas Esgotos da Agência Nacional das Águas revela que ape-
nas 39% da carga orgânica gerada diariamente no país (9,1 mil t) é re-
movida pelas 2.768 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) existentes
no Brasil, antes dos efluentes serem lançados nos corpos d´água. O res-
tante, 5,5 mil toneladas, podem alcançar os corpos hídricos, consideran-
do que o país tem 5.570 municípios. Ou seja, 43% da população possui
esgoto coletado e tratado e 12% utilizam-se de fossa séptica (solução
individual), assim, 55% possuem tratamento considerado adequado, 18%
têm seu esgoto coletado e não tratado, o que pode ser considerado como
um atendimento precário, e, 27% não possuem coleta nem tratamento,
32
isto é, sem atendimento do serviço de coleta sanitário (ANA, 2017).
Destarte, parte da população nacional não possui fonte segura
ou convencional de água para consumo, tampouco para a recepção e
tratamento adequado dos efluentes, principalmente, a população que
reside em municípios de interiores do estado, áreas rurais, localidades
ou comunidades tradicionais. É importante ressaltar que há diversas
tecnologias de tratamento não-convencionais ou alternativas, bem
como sistemas individuais, coletivos ou unifamiliares, que podem ser
aplicadas nessas áreas e são essenciais para a qualidade do ambiente.
A fossa séptica (NBR 7229/1993 e NBR 13969/1997), sistema in-
dividual de esgoto para tratamento primário e secundário, é uma espécie
de caixa que pode receber todo o esgoto doméstico, remove os sólidos
sedimentáveis e flotáveis, entretanto deve ser seguida de dispositivo de
filtração na relação solo x água com funcionalidade de sumidouro, vala de
(in)filtração ou filtros de areia e até mesmo de caráter biológico-anaeróbico.
Os wetlands (sistema alagado construído - SAC) é um método
de tratamento realizado em áreas úmidas, construídas para a remoção
de poluentes através da filtração e da depuração da matéria orgânica
por microrganismos formadores do biofilme, aderido ao substrato pre-
sente no sistema, podendo atender demandas hidrossanitárias individu-
ais, unifamiliares ou coletivas.
Em relação aos sistemas descentralizados, aqueles que co-

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letam, tratam e fazem a disposição final ou reúso do esgoto em local
próximo à sua geração, ocorre e funciona diferentemente dos sistemas
convencionais. Podem ser subdivididos em pequenos sistemas des-
centralizados (unifamiliares) e grandes sistemas centralizados (grandes
estações de tratamento de esgoto) e podem-se encontrar diversas no-
menclaturas como onsite, individual, cluster, satellite, semi-centralized.

O Saneamento Ecológico é uma alternativa para tratamento


de efluente doméstico que não integra à concepção atual do ciclo
urbano da água, sendo uma solução mais sustentável, pois, para
tratamento e reuso domiciliar dos efluentes, leva-se em considera-
ção os conceitos da ecoeficiência. Prevê a separação das diferentes
formas de águas residuárias nas suas origens, com o objetivo de
valorizá-las, podendo, assim, serem reaproveitadas. A segregação
de águas residuárias na escala residencial permite soluções dife-
renciadas para o gerenciamento de água e de resíduos em ambien-
33
tes urbanos, aumentando a eficiência da reciclagem de água e de
nutrientes, permitindo ao mesmo tempo uma redução no consumo
de energia em atividades de saneamento convencionais, além de
não ocorrer o lançamento dos efluentes tratados ou não em corpos
hídricos. (Embora esta prática experimente aceitação crescente em
vários países, não há soluções de consenso consolidadas).
Vide site OTSS - Observatório de Territórios Sustentáveis e
Saudáveis (https://www.otss.org.br/saneamento-ecologico)

O desenvolvimento de estudos e consolidação tecnológica so-


bre a redução do consumo de água no uso doméstico está em ascen-
são, especialmente no caso de edifícios de usos públicos (shopping
centers, aeroportos, estações rodoviárias, edifícios públicos e outros)
(NBR 15.097/2004 e NBR-5626/1998) e outras normas técnicas corre-
latas. Percebe-se também a busca para o desenvolvimento de novos
modelos de gestão das águas e protótipos por parte do setor industrial,
empresarial e científico, para aperfeiçoamento dos sistemas de geren-
ciamento do setor hídrico-sanitário.
É de competência legal dos municípios promover a gestão dos
serviços de saneamento, formular políticas e elaborar o plano municipal
de saneamento básico e, assim, implantar as propostas apresentadas
pelo estudo e diagnóstico desses planos tanto no meio urbano quanto
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no meio rural.

Todos os sistemas de tratamento de esgoto produzem


alguma quantidade de lodo (biomassa microbiana) que deve ser
removido periodicamente para o correto funcionamento dos siste-
mas e ser direcionado para diversas aplicações, agregando valor,
como insumo agrícola, fabricação de tijolos ecológicos, biocom-
bustíveis sólidos e líquidos, dentre outros.

A SALTA-z é um exemplo importante de ser citado, pois é uma


Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água a ser
destinada ao consumo humano, e que, está em conformidade com a
definição preconizada na Portaria Federal (PRC Nº05 de 28/09/2017,
Anexo XX, Art. 5º, Inciso VII). O sistema simplificado é composto por
adutora para recalque da água bruta por meio de bombeamento ao re-
servatório, dosador para coagulação, dosador para cloro, filtro, efluente
34
filtrado, dreno de sedimentos, caixa com leito filtrante para retenção do
sedimento e desta forma é capaz de promover a saúde e a inclusão
social por meio de ações de saneamento e saúde ambiental.

PROCESSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS NO TRATAMEN-


TO E CONTROLE DE EFLUENTES INDUSTRIAIS

Os esgotos não-domésticos ou industriais são aqueles prove-


nientes de processos comerciais ou industriais. Esse tipo de efluente
deve ter um destino especificamente adequado para evitar a contami-
nação nos ecossistemas aquáticos, bem como nos terrestres, além das
implicações legais. A NBR 9800/1987 define critérios para lançamento
de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sa-
nitário e os parâmetros de emissão dos respectivos efluentes conforme
a Resolução Conama nº 430/2011.
As águas residuárias industriais são provenientes dos processos
produtivos de inúmeras atividades, que são incorporadas aos seus pro-
dutos para lavagem de equipamentos e fábricas, tratamentos químicos,
biológicos, dentre outros. Os esgotos industriais são extremamente di-
versos e adquirem características próprias em função do processo indus-
trial. Essas variações podem ser causadas, por exemplo, pelas variações
das propriedades físicas das partículas sólidas, tipo e volume do esgoto

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industrial tratado, tipos e condições de operações, processos de trata-
mento de esgotos e práticas que se relacionam com o manuseio destes
(APHA/AWWA/WPCF, 1980). Shoppings, petroquímicas, siderúrgicas,
indústrias químicas, metalúrgicas, bases de armazenamento de combus-
tíveis, transportadoras, construtoras, indústrias têxteis, matadouros, cer-
vejarias, indústrias alimentícias, são exemplos de atividades que geram
impactos hídricos, residuais e sanitários, de médio e grande magnitude.
A etapa de caracterização dos efluentes deve ser considerada
como uma tarefa básica e indispensável, a fim de que o problema de
tratamento seja adequadamente equacionado/dimensionado, através
da obtenção de informações e de como essas são obtidas, para a ado-
ção de métodos físicos, químicos e biológicos inerentes a sua compo-
sição e vazão.
Cada caso detém um tratamento e um estudo individual para
que seja determinado qual o tipo de processo deve ser utilizado para a
ETE Industrial. A figura 4 ilustra instalações específicas de uma Estação
de Tratamento de Esgoto Industrial – ETEI, no caso compacta, para
atender a demanda específica do efluente de interesse.

35
Figura 4. Ilustração de estação de tratamento de esgoto industrial – ETEI
(Compacta)

Fonte: ECOLOGIC (2020).

Para evitar contaminação do solo, da água e outros comparti-


mentos ambientais as indústrias devem realizar ações para tratamento
correspondente com o tipo de efluente gerado. Como não há uma so-
lução padrão para a execução e submissão destes processos de trata-
mento, considera-se fatores diferentes composições químicas, físicas e
biológicas desses efluentes, toxicidade, presença de material suspen-
so, temperatura, volume, cor, dentre outros parâmetros contribuem para
a definição do tratamento.
Para que os níveis de poluição sejam corrigidos, o efluente
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pode ser submetido a três diferentes tipos de processos básicos: os de


ordem química, os de ordem física e os de ordem biológica (figura 5),
lembrando que sempre deve ser considerado a natureza do efluente
(VON SPERLING, 2005).

Figura 5. Processo de tratamento de efluentes líquidos industriais

36
Fonte: (VON SPERLING, 2005 e 2012) (adaptado).

Os processos físico-químicos são recomendados na remoção


de poluentes inorgânicos, metais pesados, óleos e graxas, cor, sólidos
sedimentáveis, sólidos em suspensão através de coagulação-flocula-
ção, matérias orgânicas não biodegradáveis (celulose, lignina, tanino
etc.), sólidos dissolvidos por precipitação química e compostos através
de oxidação química. Quando existem sólidos voláteis (dissolvidos ou
em suspenção), o tratamento biológico é o mais indicado.
Na escolha do tipo de tratamento, dois parâmetros são funda-
mentais para realizar avaliação química (Demanda Bioquímica de Oxigê-
nio - DQO) e biológica (Demanda Biológica de Oxigênio) do efluente. Se
a DQO for igual ou menor que o dobro da DBO, é possível que grande
parte da matéria orgânica seja biodegradável, podendo ser adotados os
tratamentos biológicos convencionais. Se a DQO for muito além do dobro
da DBO (triplo ou quádruplo), é possível que grande parte da matéria
orgânica não seja biodegradável. Por exemplo, se houver a presença de
celulose, que não é biodegradável e não tóxica, poderá ser aplicado o
tratamento biológico. Caso grande parte da matéria não-biodegradável
for causadora da poluição, os processos físico-químicos por precipitação
química e coagulação-floculação poderão ser os mais adequados.
O procedimento para avaliar esta eficiência, objetivando ofere-

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cer subsídios para estudo preliminar, é recorrer aos ensaios de flocula-
ção (Jar-test) que é uma simulação do que realmente ocorre na estação
de tratamento. O quadro 2 mostra os tipos de processo para tratamento
de águas residuárias provenientes de indústrias.

Quadro 2. Tipo de processo para tratamento de efluentes líquidos industriais

Fonte: (ABES, 2006) (adaptado).

A eletrocoagulação, oxidação de cianetos, precipitação de me-


tais tóxicos, cloração para a desinfecção, oxidação por ozônio são mé-
todos químicos que também podem ser aplicados para tratamento.
Polímeros têm sido utilizados como auxiliares de floculação
com o objetivo de aumentar a resistência dos flocos contra as forças de
37
cisalhamento e diminuir as dosagens de coagulantes primários, além
disso, podem melhorar a qualidade do efluente, reduzir o volume de
lodo, remover microrganismos patógenos, aumentar a eficiência da de-
sinfecção e economizar nos gastos dos processos. Contudo, há efluen-
tes com alta carga orgânica, com nutrientes eutrofizantes, que neces-
sitam de um pós-tratamento e o sistema de lodo ativado (tratamento
biológico) é capaz de remover nitrogênio, fósforo e matéria orgânica.
Os reatores anaeróbios, por sua vez, potencializam a decompo-
sição da matéria orgânica, e, assim, a biomassa pode ser convertida em
biogás e ser aproveitada como energia renovável, como os lodos gerados
nos diversos sistemas de tratamento, podem também ser convertidos em
biocombustíveis sólidos, líquidos e gasosos, ainda podem ser utilizados
na produção de novos materiais, de caráter renovável e sustentável.

Tratamento de Efluentes Onsite e Offsite

Muitas indústrias realizam o tratamento de seus efluentes em


estações próprias a fim de evitar a sobrecarga no sistema público, pois a
demanda hídrica e sanitária é crescente, proporcionalmente ao emprego
de tecnologias. Porém, há empreendimentos que contactam empresas
especializadas para realizar este serviço e essas ficam responsáveis por
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todo o procedimento relacionado à implantação, operação, manutenção,


tratamento e encaminhamento adequado do efluente tratado, essa mo-
dalidade é intitulada de onsite. Esses possuem equipamentos específicos
para o condicionamento e destinação adequada do efluente. Observa-
-se um maior interesse dos empresários em melhorar os processos pro-
dutivos de seus respectivos empreendimentos, reduzindo a geração de
efluente e mantendo a regularização da atividade econômica, sendo a
instalação de ETEs compactas uma opção atrativa e eficiente.
O método offsite, por sua vez, é uma opção caracterizada se-
gura e viável para geradores que não possuem seu sistema ou outras
estruturas, em que os efluentes são coletados e destiná-los a centrais
de tratamento especializadas, sem interferir nas operações da empre-
sa. Importante lembrar que todas as análises laboratoriais físicas, quí-
micas e microbiológicas, radioativas, dentre outras, deverão sempre ser
realizadas por profissionais habilitados.
Pode-se citar a Sabesp, que possui infraestrutura para receber
os esgotos não domésticos ou industriais e encaminhá-los às estações
de tratamento. Dessa forma, a indústria ou comércio delega a responsa-
bilidade da tratabilidade do efluente para a companhia de saneamento,
para, assim, armazenar e dar a destinação correta.
38
REUSO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMÉSTICAS E INDUSTRIAIS,
TRATAMENTO E CONTROLE

As fontes alternativas e estratégias para uso sustentável de


águas residuárias domésticas é uma forma de amenizar os problemas
de disponibilidade de água potável.
A Resolução nº 54 (2005) do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH) estabelece modalidades, diretrizes e critérios que se
refere à reutilização das águas. A Resolução CONAMA nª 357/2005 e a
nº 430/2011 corroboram com o direcionamento deste uso, pois dispõem
sobre a classificação dos corpos de água no tocante ao seu enquadra-
mento, bem como condições e padrões de lançamento de efluentes.
Ademais, as Políticas Nacionais de Meio Ambiente (1981) e de Recur-
sos Hídricos (1997) também direciona o uso e os processos de gestão
e conservação adequadas destes usos.
No Brasil, a utilização de água de reuso para fins não potáveis
ainda é muito incipiente, tanto para a utilização de águas provenientes de
estações de tratamento de esgoto - ETE(s) doméstica e industrial, como
as oriundas de residências (águas cinzas). No entanto, as indústrias de
um modo geral, e em suas respectivas plantas industriais específicas, têm
avançado com maior expressividade neste ponto, devido a questões am-
bientais e econômicas. Cabe ressaltar que a aplicabilidade destas águas,

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seja no setor industrial ou no doméstico, necessita ter procedimentos de
gestão técnica e processual adequados conforme o recurso demandado.
De acordo com a CETESB (2012), há processos de reutiliza-
ção direta ou indireta das águas residuárias, decorrente de ações pla-
nejadas ou não:
• Reuso indireto não-planejado: quando a água utilizada é des-
carregada no meio ambiente e novamente aproveitada, em sua forma
diluída, de maneira não intencional e não controlada.
• Reuso indireto planejado: processo que descarrega os efluen-
tes de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâne-
as, que, por sua vez, são utilizadas de maneira controlada, no atendi-
mento de alguma necessidade.
• Reuso direto não-planejado: quando os efluentes, depois de
tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até
o local do reuso.
Reciclagem: Reuso interno da água, antes de sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição (fun-
ciona como uma fonte suplementar de abastecimento do uso original).
Já a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambien-
39
tal - ABES (1992) classificou o reuso de água em duas grandes catego-
rias: potável e não potável.
• Reuso potável (direto): quando o esgoto recuperado, por meio
de tratamento avançado, é diretamente reutilizado no sistema de água
potável (prática pouco difundida no Brasil devido aos grandes investi-
mentos necessários para a purificação das águas).
• Reuso potável (indireto): caso em que o esgoto, após trata-
mento, é disposto na coleção de águas superficiais ou subterrâneas
para diluição, purificação natural e subsequente captação, tratamento e
finalmente ser utilizado como água potável (é o caso das cidades onde
a coleta para o abastecimento é realizada no mesmo manancial do lan-
çamento dos efluentes de estações de tratamento de esgotos).
• Reuso não-potável: não exige níveis elevados de tratamento,
tornando-se o processo mais viável técnica e economicamente, com
inúmeras aplicações (CNRH, 2005):
- Fins agrícolas: produção agrícola e cultivo de florestas plan-
tadas.
- Fins industriais: processos, atividades e operações indus-
triais.
- Fins urbanos: irrigação paisagística, lavagem de logradouros
públicos e veículos, desobstrução de tubulações, construção civil, edifi-
cações, combate a incêndio.
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- Manutenção de vazões e recarga de aquíferos subterrâneos:


redução da captação de água e redução do lançamento de efluentes
industriais em cursos d´água.
- Aquicultura: criação de animais ou cultivo de vegetais aquá-
ticos.
- Água cinza de uma edificação: direciona (recomenda-se tubu-
lações separadas) a água servida para um tratamento (sofrem processo
de depuração e desinfecção antes de retornarem para a distribuição
não potável) e uma redistribuição para descargas de bacias sanitárias,
irrigação de jardins, lavagem de pisos (economia de 40% do forneci-
mento de água potável pelas companhias locais de abastecimento).

Lei de Niterói torna o reaproveitamento de água obrigató-


rio em prédios (reportagem da Globo News).
Acesse o Link: http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-
-solucoes/videos
40
Segundo estudos da ANA e da ONU o consumo diário no geral
para uso doméstico representa cerca de 8% da captação de água no
mundo, ou seja, em média uma pessoa bebe de 2 a 4 litros de água por
dia e são necessários em média 250 litros de água por dia para atender
as necessidades de abastecimento e saneamento. A região sudeste,
por sua vez, gasta 25 litros de água a mais por dia que a média nacional.
Cerca de 12% de todo o uso doméstico brasileiro se refere à
lavagem de roupas e louças, e com maior expressividade se relaciona
ao uso de chuveiro e vaso sanitário com 28% e 29% respectivamente,
como pode-se observar na figura 6.

Figura 6. Consumo Doméstico de Água no Brasil

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Fonte: (eCYCLE, 2012).

O consumo europeu diário gira em torno de 300 litros de água


por habitante, ou seja, duas vezes menos que nos EUA e no Japão e,
20 vezes mais que na África. Cerca de 20% da população espanhola,
chiprina, maltanesa e italiana vive com escassez de água (ONU, 2013).
Pode-se mencionar como exemplo o reuso de águas prove-
nientes de ETE(s) de um programa desenvolvido pela Companhia de
Saneamento do Estado de São Paulo – SABESP, onde já são reapro-
veitados 780 mil metros cúbicos de água por mês, volume suficiente
para abastecer toda a população de um município como Taubaté cuja
população é de aproximadamente 230.000 habitantes. A reutilização
dessa água apresenta-se de forma atrativa, como menor custo, confia-
bilidade tecnológica e suprimento garantido. No aspecto qualidade, os
riscos inerentes são gerenciados com adoção de medidas de planeja-
41
mento, monitoramento, controle e sinalização adequados.

Reuso de Águas Cinzas

As águas cinzas (greywater) são as águas servidas ou águas


residuárias proveniente de atividades domésticas (esgotos domésti-
cos). De acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, 2016),
as águas são águas já utilizadas em banheiro (chuveiro, banheira e pia),
máquinas de lavar, tanques, não incluindo efluentes de pia de cozinha
e bacia sanitária. Na cultura brasileira, é comum a utilização das pias
de cozinha como local de despejo de restos de alimentos, devido à pre-
sença de óleos e gorduras, e, por isso, muitos autores não incluem o
efluente da pia, devido à presença da alta carga orgânica.
A NBR 13.969 (ABNT 1997, p. 21) diz que:

No caso do esgoto de origem essencialmente doméstico ou com característi-


cas similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qua-
lidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação
dos jardins, lavagem dos pisos e dos veículos automotivos, na descarga dos
vasos sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água,
na irrigação dos campos agrícolas e pastagens, dentre outros.

Diferentemente da água de chuva (pluvial), cuja oferta depende


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de fatores meteorológicos, a produção de águas cinzas é proporcional ao


consumo de água nas residências, pois é gerada enquanto houver pesso-
as utilizando as instalações hidrossanitários de uma edificação, e, variam
de acordo com a região, com o clima e com os costumes da população.
O quadro 3 apresenta uma simulação de volumes gerados de
água cinza por dispositivos sanitários em uma habitação, e percebeu-se
uma economia de cerca de 22% no consumo de água potável, que pode
ser obtido com a adoção do reuso de água cinza.

Quadro 3. Percentual de esgoto bruto e água cinza gerados em uma habitação

42
Fonte: (NSWHEALTH, 2000).

Em uma escala maior, resulta em preservação dos mananciais


por diminuir a quantidade de água captada e por reduzir o lançamento
de esgoto sanitário pelas áreas urbanas.
Os estudos realizados no Brasil e no exterior indicam que as
águas cinzas contêm elevados teores de matéria orgânica, de sulfatos,
fósforo, nitrogênio, turbidez, no entanto, moderada contaminação fecal.
Assim, o tratamento diante desta composição indicada pode ser con-
siderado simples, pode ser físico ou químico – dependendo da carga
orgânica destes efluentes – e, até mesmo, biológico.
A escolha da reutilização das águas cinzas devem ser conso-
nante e adequada a finalidade do reuso (quadro 4).

Quadro 4. Reutilização de águas cinzas

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43
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44
Fonte: a) (LABCAU, 2004); b) (ZARED FILHO, 2003); c) (SUSTENTARQUI,
2015); d) (PRILLWITZ E FARWELL, 1995).

A norma NBR 13.969/97 classifica, em termos gerais, os valo-


res dos parâmetros dos efluentes e direciona a forma de (re)uso, como
mostra o quadro 5. Destarte, em caso de reuso menos exigentes (por
exemplo, descarga de bacias sanitárias) pode-se prever o uso da água
de enxágue das máquinas de lavar, apenas desinfetando, reservando
aquelas águas e (re)circulando para a bacia sanitária, em vez de envi-
á-las para o sistema de esgoto para posterior tratamento. Em termos
gerais, podem ser definidos as seguintes classificações e respectivos
valores de parâmetros para esgotos, conforme o reuso.

Quadro 5. Classificação e parâmetros para reutilização de águas

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45
Fonte: (ABNT, NBR 13.969, 1997) (adaptado).

Embora a água cinza não possua contribuição dos vasos sa-


nitários, contem parte significativa de microrganismos patogênicos e
presença de consideráveis densidades de coliformes termotolerantes. A
limpeza das mãos após o uso do toalete, lavagem de roupas e alimen-
tos fecalmente contaminados ou o próprio banho são algumas das pos-
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síveis fontes de contaminação. Outro aspecto importante no gerencia-


mento de água cinza é a sua elevada biodegradabilidade (ABES, 2006).

Pesquisas foram realizadas em empresas de lavagem de


ônibus e percebeu-se que o custo da lavagem utilizando águas cin-
zas no processo caiu de R$ 2,43 para R$ 0,54. Além disso, os resí-
duos retirados pela filtragem podem ser revendidos e reciclados.

A remoção dos contaminantes presentes nas águas cinzas


dependerá da eficiência dos sistemas de tratamento, cuja tecnologia,
dependerá da qualidade desejada ao tipo de uso ou usuário da água.

46
Tratamento e Controle para Reuso de Domésticas (Águas Cinzas)

É imprescindível a realização de um tratamento específico


para que a água possa ser reutilizada, pois o efluente contém elevada
turbidez e pode haver a presença de coliformes termotolerantes, e, este
uso deve ser direcionado a fim de atender as demandas e expectativas
do usuário, sem comprometer a saúde.
Existem diversos tipos de tratamentos domésticos, convencio-
nais e alternativos, com várias etapas distintas e possibilidades de as-
sociações entre estas, conforme o item 2.1 deste capítulo.
Segundo a NBR 13.969/97, o reuso de águas residuárias é
recomendado como uma forma de disposição final de efluentes, e, para
isso, esta norma orienta ao usuário um tanque séptico com tratamento
preliminar ou primário, para proceder ao tratamento complementar e
disposição final destes efluentes, inclusive procedimentos de projeto,
construção e operação para o reuso local de esgoto tratado (haja vista
seja mais utilizado na etapa secundária) e técnicas consideradas vi-
áveis. A água cinza pode ser condicionada até atingir características
compatíveis com qualquer tipo de reuso, como mostra a figura 7.

Figura 7. Aplicações para reuso de águas cinzas

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Fonte: (BARRY e PHILLIP, 2006).

Em função de suas características físico-químicas e biológicas,


as águas cinzas podem ser tratadas por processos de tratamento se-
melhantes aos utilizados em estações de tratamento de esgoto sanitário
(ABES, 2006).
47
Para produzir água de reuso inodora e com baixa turbidez, uma
Estação de Tratamento de Águas Cinzas - ETAC - deve ser composta
por, pelo menos, os níveis primários (eliminação de sólidos mais gros-
seiros) e secundário. Para assegurar baixas densidades de coliformes
termotolerantes, o tratamento deve prever desinfecção (nível terciário)
(ABES, 2006). No tratamento secundário, a etapa aeróbia do tratamento
é obrigatória, por ser a única capaz de remover turbidez de maneira con-
sistente. No tratamento terciário, por meio da desinfecção, os organismos
presentes no esgoto sanitário são seletivamente inativados pelos agen-
tes químicos que, geralmente, são cloro, dióxido de cloro e ozônio.

Figura 8. Estação de tratamento de águas cinzas (ETAC) para reuso em


edificação
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Fonte: (JEFFERSON et al., 1999).

O reuso de águas cinzas em edificações é atraente e pertinente,


desde que seja projetado para este fim, respeitando todas diretrizes, ou
seja, evitar que a água reutilizada seja misturada com a água tratada e
não permitir o uso da água reutilizada para consumo direto, preparação
de alimentos e higiene pessoal (JEFFERSON et al., 1999). Outra razão
para a separação e reuso da água cinza é que pesquisas de opinião rea-
lizadas indicam uma aceitabilidade dessa corrente após tratamento.
A filtração seguida por desinfecção é a técnica mais utilizada
para tratamento de águas cinza residenciais no Reino Unido, sendo
considerado eficiente, embora seja simples e baixo custo. O sistema
de filtro de areia pode ser composto por um tanque de volume variável
(dimensões dependentes da vazão com que se vai trabalhar), areia,
brita e em alguns casos carvão mineral. Sua eficiência varia com vários
48
fatores, entre eles destacam-se a taxa de aplicação, a qualidade do
efluente, a espessura e a granulometria das camadas filtrantes, cons-
tituído das seguintes etapas, a saber: (a) coagulação/ floculação, (b)
decantação e (c) filtração em filtro de areia.
Conforme a NBR 13.969, para a elaboração do projeto com ope-
racionalidade de filtros, tem que se atentar a alguns fatores determinan-
tes na figura 9. De acordo com norma, esse instrumento é caracterizado
como sendo a “[...] filtração do esgoto através da camada de areia, onde
se processa a depuração por meio tanto físico (retenção), quanto bioquí-
mico (oxidação), devido aos microrganismos fixos nas superfícies dos
grãos de areia, sem necessidade de operação e manutenção complexa”.

Figura 9. Diretrizes específicas para elaborar e operacionalizar filtros

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Fonte: (ABNT, NBR 13.969, 1997) (adaptado).

Os parâmetros microbiológicos são os que receberam a maior


atenção nas diversas regulamentações de reuso de água.

Em condomínios residenciais, recomenda-se aplicar o mé-


49
todo denominado APPCC que se refere à análise de perigos e pontos
críticos de controle para implantar sistema de reuso de água cinzas.

Reuso de Águas Residuárias Industriais

A indústria é o segundo maior usuário mundial de água per-


dendo somente para a agricultura/irrigação, que estão incluídas parte
das indústrias, as agroindústrias, conforme mostra a figura 10. Alguns
materiais demandam maior utilização de água tanto na fabricação direta
quanto no resfriamento e lavagem dos equipamentos. Um quilo de alu-
mínio, por exemplo, demanda a utilização de aproximadamente 100 mil
litros de água. A fabricação de um carro completo chega a gastar 400
mil litros. Em países em desenvolvimento, este consumo tende a cres-
cer, enquanto nos países desenvolvidos a se estabilizar.

Figura 10. Demanda de recursos hídricos por setores


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Fonte: (FAO, 2015).

Pode-se falar que muitas indústrias conseguiram avançar cer-


ca de 60% em relação ao reaproveitamento de água.
A legislação brasileira é também rigorosa com as indústrias no
que diz respeito ao tratamento de efluentes, pois são significantemente
responsáveis pelas emissões de diversos poluentes, e despejam, anu-
almente, milhares de toneladas de rejeitos tóxicos nas águas superfi-
ciais e subterrâneas (lençol freático) ou em aterros.
A reutilização das águas residuárias proveniente dos proces-
sos produtivos industriais e agroindustriais busca minimizar os elevados
custos dos usos das águas e a real escassez de oferta. Vários setores
têm desenvolvido práticas e processos de reuso, recuperação e reci-
50
clagem da água para diferentes fins, além da incansável e desafiadora
qualidade para se posicionar o efluente de forma aceitável. Ademais, di-
minuir a demanda de água é um avanço não só pela questão ambiental
e preservação da água, mas por questões econômicas.
Para se pensar no aperfeiçoamento do uso da água na indús-
tria, é necessário abordar o problema de forma sistemática. A identifi-
cação de correntes passíveis de redução ou de reuso, por parte dos
técnicos da empresa que permitam uma intervenção a médio prazo.
Neste sentido, sugere-se a instalação de programas de gestão do uso
da água que contenham os seguintes instrumentos:
• Balanço hídrico da (agro)indústria.
• Banco de dados das correntes aquosas.
• Capacitação em larga escala sobre aplicação de tecnologias
sustentáveis.
• Otimização de reuso baseado na síntese de redes de trans-
ferência de massa.
• Sistema georreferenciado de informações sobre as fontes e
consumidores de água.
• Readequação de metodologia de processo produtivo.
• Aplicação de metodologia de avaliação de impacto.
• Avaliação ambiental da inserção da empresa no ciclo hídrico
regional, dentre inúmeros.

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A água na indústria pode possuir várias aplicações: como ma-
téria prima, como fluido auxiliar de diversas atividades, utilizada na gera-
ção de energia elétrica, como fluido de aquecimento e/ou resfriamento,
para o transporte e assimilação de contaminantes (MIERZWA; HESPA-
NHOL, 2005). Por isso, a qualidade para estas aplicações é bastante
variada e a escolha do número de parâmetros a serem atendidos está
relacionada, em cada caso, aos riscos ao processo, produto ou sistema,
e estes parâmetros devem ser monitorados do ponto de vista qualitativo
e quantitativo perante o aparato legal pertinente.
Hespanhol et al., (2002) publicaram um estudo que evidenciou
que o custo da água industrial na região metropolitana de São Paulo
caiu de R$ 9,69 para R$ 2,00 o metro cúbico quando suas utilidades
passaram a ser abastecidas com a água de reuso.

Em 1972, foi realizada pela ONU, a 1ª Conferência Interna-


cional para o Meio Ambiente Humano, um marco na questão am-
51
biental e que gerou a publicação do Guia de Reuso de Efluentes:
Métodos de Tratamento de Esgoto e Seguridade da Saúde Pública
(Reuse Guide of Effluents: Methods of Wastewater Treatment and
Public Health Safeguards) visando à proteção da saúde pública.

A água industrial pode ser de uso direto quando entra em con-


tato com o produto nos processos industriais ou indireto quando parti-
cipa nas utilidades coadjuvantes. Assim, a água pode ser incorporada
no produto final, a exemplo do que ocorre nas indústrias de cerveja e
refrigerante, de produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica, de
cosméticos, de alimentos e conservas e de fármacos e imunobiológicos.
A água participa ainda de torres de refrigeração para conforto térmico
dos ambientes, em câmaras de refrigeração próprias nos processos de
destilação ou, ainda, no resfriamento dos reatores, nas caldeiras para
a geração de vapor industrial, consumo humano, em serviços de rega
e lavagem das áreas comuns e na reserva para combate a incêndios.
O controle da contaminação da água é crucial, representados
por dois grandes grupos principais, químico e microbiológico, uma vez
que a água tem grande capacidade de agregar compostos e de se con-
taminar novamente após a purificação. As técnicas empregadas para
remover os contaminantes variam desde uma simples filtração até pro-
cessos mais avançados como a osmose reversa.
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A água utilizada em laboratórios farmacêuticos requer um grau


mais elevado de qualidade, logo exigem processos de tratamento mais
elaborados para o seu tratamento como a bidestilação, e remoção de
contaminantes específicos, dependendo do setor da atividade industrial
(ANVISA, 2010). O uso de água em caldeiras, por exemplo, requer a
remoção de contaminantes como cálcio e magnésio para a redução de
dureza e muitos processos de dessalinização e abrandamento.
Águas originadas de drenagem de pátios, setor agrícola, e
águas salobras, devem, sempre que possível, ser destinadas a usos
menos restritivos ou menos exigentes.

As legislações vigentes que estabelecem regras para que


sejam atendidos os requisitos mínimos de qualidade da água para
as boas práticas de fabricação para a Indústria Farmacêutica es-
tão descritos nas Resoluções da Diretoria Colegiada da ANVISA
(RDC/2010) n° 17 e nº 49.
52
Águas de reuso e/ou recuperada em uma empresa são solu-
ções com finalidade de para fechar um ciclo entre o balanceamento
hídrico demandado e ofertado. Há técnicas mais complexas como os-
mose reversa, nanofiltração, ultrafiltração e ozonização que podem ser
aplicadas ao reuso de efluentes tratados retornando a determinadas
atividades industriais, após o tratamento.
A indústria sucroenergética tem adotado um conjunto de me-
didas a fim de adequar a captação e utilização de água à legislação
ambiental. A Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
conduziu um estudo que sugere a instalação de um desarenador, caixa
de areia mecanizada com remoção contínua que separa a areia e ou-
tros detritos do meio, para aumentar a eficiência térmica da caldeira, a
substituição de trocadores de calor por placas de chillers, equipamento
que produz água gelada para arrefecer o ar, produtos ou equipamentos
de redução de temperatura na fermentação do mosto, a limpeza a seco
da cana-de-açúcar e a instalação de torres de refrigeração para reutili-
zação da água em operações unitárias da própria usina.

GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS


Os Planos de Conservação e Reuso de Água (PCRA) apre-
sentam metodologias que podem ser empregadas em ações para
uma caracterização mais assertiva para as atividades e processos in-
dustriais, ressignificando o consumo de água e geração de efluentes.
Acesse o Link: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSe-
brae/bis/manual-de-conservacao-e-reuso-da-agua-na-industria,3a-
a6381b363dd510VgnVCM1000004c00210aRCRD

Em Tel Aviv, Israel, 100% da água é reutilizada para irriga-


ção no deserto (a água tratada percorre 100 km de duto até chegar
ao local) e para banhos e descargas nas residências.
Na República da Namíbia, o esgoto doméstico é tratado so-
mente para fins potáveis — com qualidade suficiente para se beber
e preparar alimentos. Enquanto isso, os esgotos industriais são co-
letados e tratados separadamente para voltarem para as indústrias.
No Japão, as indústrias só utilizam água de reuso, também
53
muito utilizada para a irrigação urbana. No país, já existe o sistema de
encanamento duplo, um para água de reuso e outro para água potável.
Acesse o link: https://bluevisionbraskem.com/inteligencia/
agua-de-reuso-na-industria-um-caminho-para-a-sustentabilidade/

EFLUENTES ATMOSFÉRICOS - CONTROLE E MONITORAMENTO


AMBIENTAL

A poluição atmosférica é definida pela a presença de substân-


cias nocivas que se apresentam em forma de gases ou de particulados
no ar, com quantidade suficiente para afetar suas condições padrões,
prejudicando, assim, todo o ambiente e a saúde humana. É um subpro-
duto proveniente das instalações atividades e processos produtivos in-
dustriais. A grande quantidade de indústrias e o aumento do número de
veículos contribuem como fator decisivo para o agravamento da poluição
do ar, principalmente, nas grandes cidades do mundo, com uma gama
enorme de gases e partículas lançadas na atmosfera (FILHO, 2020).
Parte significativa das discussões sobre poluição atmosférica,
leva em consideração os sete maiores poluentes, CO (monóxido de carbo-
no), hidrocarbonetos (especificamente CH4), chumbo, NO2, SO2, oxidan-
tes fotoquímicos e particulados, e em estados e cidades superpopulosas,
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nacionais e internacionais, é mais difícil a dispersão dos compostos no ar.


Últimas pesquisas da OMS – Organização Mundial de Saúde mostram que
cerca de 100 milhões de pessoas em cidades latino-americanas respiram
um ar que não atende aos padrões de qualidade estabelecidos. Outras 123
milhões, nos Estados Unidos e Canadá, sofrem com um ar que também
não alcança os níveis de qualidade estabelecidos nesses países.
Os poluentes podem ser classificados em primários e secun-
dários. Os primários são os poluentes emitidos diretamente de fontes
identificáveis (CO, NOx, SO2, HCs e material particulado). Os secundá-
rios são os poluentes produzidos na atmosfera pela interação entre dois
ou mais poluentes primários, com ou sem ativação fotoquímica (O3,
HNO3, H2SO4, H2O2, PAN...) (CCDRC, 2012).
A prevenção da poluição ou redução na fonte deve ter início já
na escolha da tecnologia a ser utilizada em um empreendimento qual-
quer. É importante ressaltar que há uma expressiva busca no mercado
por tecnologias mais limpas e/ou que emitam o mínimo de gases con-
taminantes, para que seja possível fazer o controle e atender os limites
estabelecidos e, assim, promover qualidade ambiental.
Para o controle, é imprescindível a caracterização dos proces-
sos de forma sistêmica para avaliar o desempenho de um empreendi-
54
mento, sua produção, ações, gestão, procedimentos, metodologias e
protocolos. O estabelecimento de limites de emissões, das fontes de
poluentes, é uma estratégia básica de controle ambiental
A Resolução Conama nº 382/2006 estabelece os limites máxi-
mos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas e o Progra-
ma Nacional de Controle da Poluição do Ar – PRONAR, corrobora com
o estabelecimento do lançamento de efluentes atmosféricos, no mesmo
viés, a Resolução Conama nº 491, de 19 de novembro de 2018 dispõe
sobre a qualidade do ar. O controle de processo faz parte de uma longa
avaliação sistêmica, cuja análise visa verificar o desempenho, isso im-
plica procurar conhecer todas as tecnologias disponíveis no mercado,
de forma a poder optar pela menos poluidora possível.
Para que os gases possam ser tratados ou controlados, é ne-
cessária a implantação de um sistema de ventilação capaz de captar,
concentrar e conduzir tais gases até os equipamentos de controle, onde
os poluentes serão retidos e o residual mais limpo lançado para o ar
(ALVARES JR; LACAVA; FERNANDES, 2002).
A Lei nº 12.187/2009, que instituiu a Política Nacional sobre
Mudanças do Clima (PNMC), e seus decretos regulamentadores de-
terminam e orientam a elaboração de planos setoriais de mitigação e
adaptação às mudanças climáticas.

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Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) são um in-
cremento ao processo de redução de emissões de gases poluen-
tes ou contaminantes, bem como se refere a capturar carbono (ou
sequestrar) além de valorizar o uso de tecnologias de baixa emis-
são de carbono.

O IPCC - The Intergovernmental Panel on Climate Chan-


ge - está em seu sexto ciclo e produzirá os relatórios de avaliação
de seus três grupos de trabalho, três relatórios especiais, um re-
finamento do relatório de metodologia e do relatório de síntese. O
Relatório de Síntese será o último dos produtos AR6, com lança-
mento previsto para 2022.
55
QUESTÃO 1
Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: SEGEP-MA. Prova: Analista Am-
biental – Engenheiro Ambiental
O reuso de água tem por finalidade tentar diminuir a escassez hí-
drica em algumas localidades ou mesmo a diminuição de sua re-
tirada dos corpos hídricos, seja qual for o motivo é uma forma de
diminuir a pressão causada pela demanda de usos e aplicação do
uso da água. NÃO é correto reuso de água para:
a) Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas
de domínio de autoestradas, campus universitários, cinturões verdes,
gramados residenciais e telhados verdes.
b) Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fi-
brosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamen-
tais, proteção contra geadas.
c) Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de pro-
cessamento.
d) Recarga de aquíferos: recarga de aquíferos potáveis, controle de in-
trusão marinha, controle de recalques de subsolo.
e) Usos domiciliares: banho, lavagem de pisos, irrigação de plantas or-
namentais.
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QUESTÃO 2
Ano: 2018. Banca: FUNDEP. Órgão: CODEMIG. Prova: Engenheiro
Civil.
A tecnologia de retenção e armazenamento de água da chuva deve
estar presente desde a fase inicial do projeto de um edifício.
Sobre o aproveitamento da água de chuva, antes descartada, assi-
nale a alternativa INCORRETA.
a) O volume do reservatório de águas pluviais deve ser suficiente para
atender à demanda de irrigação de jardins, uso em descargas sanitárias
e lavagem de pisos, mesmo no período de seca.
b) Quando chove, a primeira vazão de água (first flush) tem que ser elimi-
nada, pois há folhas, fezes de animais e toda sujeira que estava no telhado.
c) As prumadas devem ser separadas com identificação, uma vez que
a água de aproveitamento deve circular em tubulações independentes
das de água potável.
d) Caso o volume do reservatório de águas pluviais chegue ao valor
mínimo, um sensor de reposição tipo boia faz a identificação e solicita o
preenchimento do reservatório com água potável.
e) Todas as anteriores.

56
QUESTÃO 3
Ano: 2019. Banca: IBADE. Órgão: DEPASA - AC. Prova: Laboratorista.
As tecnologias ambientais trabalham a favor do ecossistema, bus-
cando soluções criativas e sustentáveis que amenizem o impacto
ambiental causado por nós humanos ao mundo como um todo.
Hoje, já pleiteamos o uso quase cíclico de nossa principal matéria
prima: a água.
Analise as afirmativas e assinale a opção correta.
I. Com as ETE’s (Estação de Tratamento de Esgoto) é possível tra-
tar a água advinda do esgoto e, em alguns casos, eliminar acima de
95% de suas impurezas.
II. O objetivo principal da ETE é que o esgoto volte para a natureza
de modo que sua decomposição final não contamine o solo ou os
lençóis freáticos.
III. Enquanto a ETE trata do esgoto, a ETA (Estação de Tratamento
de Água) trata a água advinda de poços artesianos, rios, dentre ou-
tras fontes naturais, porém ambas estações podem ser utilizadas
para o tratamento de esgoto, se assim for requerido.
a) Somente a afirmativa II está correta.
b) Somente a afirmativa III está correta.
c) Somente a afirmativa I está correta.
d) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

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e) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

QUESTÃO 4
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: SABESP – SP. Prova: Engenheiro
01 - Sanitarista
A FUNASA – Fundação Nacional de Saúde é o órgão responsável
pelo financiamento de ações de implantação, expansão e melho-
rias dos sistemas de esgotamento sanitário, em especial nos mu-
nicípios com mais de 50.000 habitantes, visando ao controle de
doenças de veiculação hídrica. A implantação e ampliação do sis-
tema de esgotamentos sanitário envolvem, além de concepção do
Sistema de Esgoto Sanitário, os projetos de:
a) Interceptores de esgoto sanitário, de classificação de resíduos e de
estações elevatórias.
b) Redes coletoras, de classificação de resíduos e de estações elevatórias.
c) Estações elevatórias, de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e
de Estação de Tratamento de Água (ETA).
d) Estações elevatórias, de interceptores e de Estações de Tratamento
de Esgoto (ETE).
e) Rede coletora, de interceptores e de dimensionamento de fossas
57
sépticas.

QUESTÃO 5
Ano: 2019. Banca: COTEC. Órgão: Prefeitura de Unaí - MG. Prova:
Especialista em Saúde Municipal - Biólogo.
A poluição hídrica tem como um dos principais responsáveis o
despejo de esgoto in natura nos cursos d’água. Por isso, a instala-
ção de sistema de esgotamento sanitário, com coleta e tratamento
desses resíduos antes de jogá-los nos cursos d’água, é imprescin-
dível para a manutenção da qualidade da água.
Sobre o sistema de esgotamento sanitário, assinale a alternativa
CORRETA.
a) A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) consiste em uma instala-
ção domiciliar para despejo do esgoto residencial na rede hidrográfica.
b) A rede coletora é formada pelo conjunto de tubulações destinado a tratar
os esgotos das edificações e reutilizar a água proveniente desse processo.
c) O interceptor de esgoto recebe apenas efluentes das canalizações
principais, não tendo conexão direta com as ligações prediais.
d) Os emissários são interceptores que conduzem os esgotos coletados
em indústrias para um destino adequado, ou seja, a Estação de Trata-
mento de Água (ETA).
e) A instalação da rede de esgoto apresenta o menor custo de todo sis-
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tema de saneamento básico para o Estado, haja vista que parte desse
valor é dividido com o cidadão.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A disponibilidade de água é uma grande preocupação mundial, pois é um
recurso finito e o consumo é muito intenso pelas atividades antrópicas
como irrigação, (agro)indústrias e doméstico o que altera a qualidade e a
quantidade hídrica nas bacias hidrográficas. O reuso de águas residuárias
é uma alternativa viável e atrativa para diversos fins, além de controlar ou
minimizar a poluição, promove o desenvolvimento sustentável, cujos be-
nefícios estão associados aos aspectos econômicos, ambientais e sociais.
Aponte a classificação e as formas de reutilização dos efluentes orientada
pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).

TREINO INÉDITO
Para que haja a eficiência da remoção dos principais constituintes
das águas residuárias, é necessário que ocorra as operações ou
processos num sistema de tratamento de esgoto.
Marque a alternativa que NÃO se correlaciona com as etapas de
tratamento e seus respectivos processos:
58
a) Processos físicos (primário): gradeamento, remoção de areia, sedi-
mentação.
b) Processo biológico (secundário): processos aeróbios ou anaeróbios para
remover matéria orgânica, por meio de reatores e lagoas de estabilização.
c) Processo bioquímico (terciário): desinfeção e oxidação química para
remover nitrogênio, fósforo e microrganismo patógenos.
d) Processo físico (preliminar): remoção de DBO5 e DQO.
e) Processo físico (primário): decantação para que os sólidos em sus-
pensão se sedimentem.

NA MÍDIA
MINAS PASSA A SER O TERCEIRO ESTADO A FAZER REUSO DE
ÁGUA NÃO POTÁVEL NO BRASIL
Minas deu um importante passo rumo à gestão sustentável e consciente
de seus recursos hídricos. O Governo publicou a Deliberação Normativa
65 no dia 20 de junho do ano corrente, que regulamenta o reuso direto
de água não potável proveniente de Estações de Tratamento de Esgotos
(ETEs) de sistemas públicos e privados a fim de minimizar o impacto so-
bre o consumo de água potável. A água pode ser aplicada em usos urba-
nos, como lavagem de praças, pátios, ruas, avenidas e estacionamentos,
além de lavagem de veículos comuns e uso predial comercial ou industrial
(restrito a descargas sanitárias). O recurso também pode ser aproveitado

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na construção civil e na mineração, e também para fins ambientais, como
em projetos de recuperação florística ou de áreas degradadas.
Fonte: Agência Minas
Data: 22 jun. 2020.
Leia a notícia na íntegra: http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/minas-
-passa-a-ser-o-terceiro-estado-a-fazer-reuso-de-agua-nao-potavel-no-brasil

NA PRÁTICA
Para que o lançamento de esgotos nos corpos hídricos seja adequado e
atenda os parâmetros da legislação, é necessário projetar estações de tra-
tamento que garantam a remoção dos principais poluentes a fim de promo-
ver a conservação do ambiente, ecossistema e saúde humana, embora o
efluente já tenha sido tratado e despejado a um corpo hídrico receptor.
O tratamento de esgoto na modalidade convencional é realizado pela
etapa preliminar (remoção dos sólidos grosseiros), tratamento primário
(remoção de sólidos e da matéria orgânica em suspensão). No tratamen-
to secundário, é feita a remoção biodegradável e sólidos em suspensão
ainda remanescentes e, algumas vezes, quando pertinente, é praticada
a desinfecção. No tratamento terciário, é realizada a desinfecção de fato.
Durante muito tempo, o costume de se realizar o reuso de água era lançar
59
os efluentes à montante dos rios para serem novamente captados à jusan-
te por outros usuários, apostando no poder de autodepuração natural dos
rios e no próprio ciclo hidrológico que guarda na sua essência o concei-
to da reutilização das águas, assim denominado de reuso indireto ou não
planejado. Devido ao aumento das cargas poluidoras lançado nos rios e,
devido, principalmente, à ausência de tratamento das águas residuárias
urbanas, os rios se encontram com a capacidade de suporte ultrapassada
e não consegue mais se auto depurarem. Já no reuso chamado de direto
ou planejado, os efluentes podem ser tratados internamente para uma de-
terminada finalidade, ou externamente para utilizações distintas.
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60
INVESTIGAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO

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DE ÁREAS CONTAMINADAS

A conservação dos recursos naturais tem sido cada vez mais


discutida em todas as esferas da sociedade. Essas discussões têm con-
tribuído tanto para a elaborações de leis mais restritivas ou atualização
destas, ademais sua respectiva implementação. O controle de áreas
contaminadas advém também da aplicação de tecnologias, principal-
mente, as mais inovadoras, mais limpas ou mais sustentáveis, e muitas
dessas já estão disponíveis para serem utilizadas ou aperfeiçoadas.
A ação antrópica responsável pela contaminação de rios, lagos,
oceanos, água subterrâneas e dos solos geram inúmeros impactos so-
bre o ambiente, prejudicando o funcionamento natural dos seus proces-
sos. Os impactos negativos são inúmeros, entre eles, têm-se destruição
da vegetação aquática e próxima dos rios afetados, alteração da vazão
hídrica, degradação de manguezais e estuários, acúmulo de sedimen-
tos em rios, provocando assoreamento, contaminação nos rios e solos
61
próximos, destruição de áreas de reprodução de peixes e de áreas de
preservação permanente e vegetação nativa, além de impactos sociais.
De acordo com a Resolução Conama nº 001, artigo 1º do 1986,
impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, quí-
micas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:
I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população.
II - As atividades sociais e econômicas.
III - A biota.
IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente.
V - A qualidade dos recursos ambientais.
Alguns dos principais meios impactados pelas áreas contami-
nadas são:
• Solo superficial.
• Subsolo.
• Águas superficiais.
• Águas subterrâneas.
• Ar.
• Biota.
As tecnologias ou soluções geossintéticas são aplicadas para
a conservação ambiental, principalmente, em áreas subterrâneas do
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solo e para a recuperação de áreas poluídas. Representam geotécni-


cas de grande interesse como aplicação em aterros sanitários, lagoas
de estabilização aeróbia, anaeróbica, facultativas e de maturação, ativi-
dades (industriais) potencialmente poluidoras, postos de combustíveis e
barragens de rejeitos para evitar a dispersão de contaminantes.
Importante apontar que, segundo dados do Inea (Instituto Es-
tadual do Ambiente), o Rio de Janeiro já registrou no 2014, 270 áreas
contaminadas e reabilitadas (INEA, 2015). Um ano depois, houve um
crescimento de 21% de contaminação. No ano de 2018, a CETESB
(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) registrou 4657 áreas
contaminadas no estado de São Paulo, e proposta de soluções para a
resolução desses impactos se revela de extrema importância.

CONSERVAÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS,


E DO SOLO

Os estudos hidrológicos sempre apresentam de forma unânime


a água como o maior e mais importante elemento para vida. Compõe
70% do nosso corpo, regula as funções orgânicas e temperatura inter-
62
na, dentre outras, e, em mesma porcentagem está presente na biosfera/
ecosfera do planeta Terra, o que nos leva a compreensão que seu uso
precisa ser mais sustentável, pois é um recurso imensurável e finito.
Para que o recurso hídrico mantenha suas quantidades em equi-
líbrio no planeta, o ciclo hidrológico, modelador da litosfera, deve circular
a água entre a superfície terrestre e a atmosfera, pois é um fenômeno na-
tural, impulsionado fundamentalmente pela radiação e precisa passar por
todos os estados físicos da matéria, sólido, líquido e gasoso em seus res-
pectivos processos: condensação; precipitação; infiltração; detenção; es-
coamento superficial e subterrâneo; evaporação e evapotranspiração, com
interceptação da biomassa (cobertura vegetal), além de ciclar nutrientes.
A figura 11 mostra de forma esquemática o fenômeno do ciclo hidrológico.

Figura 11. Ciclo hidrológico

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Fonte: (OBSERVATÓRIO HISTÓRICO GEOGRÁFICO, 2016).

O país apresenta cerca de 12% do volume total de água dispo-


nível no mundo (ANA, 2018) – possua 12 grandes bacias hidrográficas
- e considerando que o próprio ciclo hidrológico recupere e reutilize a
água, fez com que, por muito tempo, os brasileiros não se atentassem
para sua economia ou ecoefiência, algo já comum em países desen-
volvidos. O bom aproveitamento dos recursos hídricos é uma área de
prioridade e relevância expressiva na agenda mundial.

63
O ODS 6 - Objetivo nº 6 do Desenvolvimento Sustentável da
ONU (Organização das Nações Unidades) da Agenda 2030 com o tema
‘Água Potável e Saneamento’ se refere assegurar a disponibilidade e
gestão sustentável da água e saneamento para todos. Nesse sentido,
melhorar a qualidade da água, reduzir a poluição, minimizar o despejo
e a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzir a
proporção de águas residuais não tratadas e, aumentando substan-
cialmente a reciclagem e reutilização segura deste recurso, em asso-
ciação às práticas conservacionista, é evidentemente essencial.

O Atlas Esgotos, um estudo sobre a despoluição de Bacias Hi-


drográficas revela que menos da metade (42,6%) dos esgotos do País é
coletada e tratada e, apenas 39% da carga orgânica gerada diariamente
no País (9,1 mil t) é removida pelas 2.768 Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE) existentes no Brasil, o restante, 5,5 mil toneladas, podem
alcançar os corpos hídricos. A Resolução Conama nº 430/2011 pres-
creve o tratamento de pelo menos 60% do DBO (Demanda Bioquímica
de Oxigênio), antes do lançamento, contudo, 70% dos municípios não
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possuem estações de tratamento (ANA, 2017).


O mesmo levantamento supramencionado aponta que 38,6% dos
esgotos não coletados têm destinações como fossas rudimentares ou ne-
gras, lançados em rede de águas pluviais ou em sarjetas, disposição direta
no solo e nos cursos d’água. Destarte, mais de 110 mil km cursos d’água
estão com a qualidade comprometida devido ao excesso de carga orgâni-
ca, caracterizando, assim, uma situação de poluição hídrica. O quadro 6
a seguir mostra dados de coleta e tratamento dos esgotos nos municípios
brasileiros, bem como o percentual de remoção de carga orgânica.

Quadro 6. Dados de coleta de tratamento dos esgotos e percentual de remo-


ção de carga orgânica - Brasil

64
Fonte: (ANA, 2017).

O mapa do saneamento (figura 12) elaborado pelo Senado Fe-


deral (2016) mostra o cenário brasileiro atendido pela rede coletora de
esgoto e pela rede adequada de abastecimento.

Figura 12. Mapa do saneamento do Brasil

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Fonte: (SENADO FEDERAL - 2016).

Normas Técnicas Brasileiras (ABNT) da Unidade:


- NBR 9814 de 05/1987: Execução de rede coletora de es-
goto sanitário.
- NBR 12212 de 09/2017: Projeto de poço tubular para cap-
tação de água subterrânea — Procedimento.
- NBR 12244 de 03/2016: Construção de poço tubular para
captação de água subterrânea.
- NBR 7229 de 09/1993: Projeto, construção e operação de
sistemas de tanques sépticos
65
- NBR 13969 de 10/1997: Tanques sépticos - Unidades de
tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos.

O Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil pu-


blicado (ANA 2015) mostrou que 21% dos pontos de monitoramento em
corpos d’água próximos a áreas urbanas resultaram num Índice de Qua-
lidade das Águas ruim ou péssimo, com destaque para a região do Se-
miárido, Minas Gerais e São Paulo, pois possuem alta densidade demo-
gráfica e estão próximas a corpos hídricos com diluição já comprometida.
Ainda que se considere que as metas da universalização dos ser-
viços de saneamento são atingidas em boa parte pelas bacias mais rele-
vantes quanto à poluição hídrica, é também prevista a disponibilização de
água para diluição da carga remanescente de esgotos após tratamento.
Todavia, percebe-se certa redução da poluição nas metrópoles
do país devido ao avanço da educação ambiental que se estende às
escolas, plano de resíduos a nível municipal, estadual e de empreendi-
mentos, permitindo economia nos gastos energéticos e de recursos na-
turais, em consonância com o desenvolvimento científico, tecnológico e
com a inovação e evolução da sociedade.
As águas subterrâneas, por estarem localizadas total ou par-
cialmente mais confinadas, são mais resguardadas da poluição ou con-
taminação do que as superficiais e não estão sujeitas aos processos de
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autodepuração comuns aos sistemas livres, todavia são quando poluí-


das, mais complexa a recuperação. Nesses aquíferos – O Brasil tem 27
aquíferos, sedo os principais Guarani, SAGA - Sistema Aquífero Grande
Amazônia (Alter do Chão), Cabeças, Urucuia-Areado e Furnas - e en-
contram-se 97% das águas doces e líquidas do planeta, o que os torna
o maior reservatório de água potável da humanidade.
A partir de 2010 houve um aumento expressivo nas concessões
de outorgas no país pela captação e água por meio de poços subterrâneos
(ANA 2016). É uma obra relativamente simples de se instalar e apresen-
ta baixo custo de operação e manutenção, viabilizando inclusive aqueles
negócios e empreendimento distantes de rios ou da rede pública de água.
Em relação à vulnerabilidade dos aquíferos à contaminação,
busca representar a variação natural conferida pela capacidade de ate-
nuação de contaminantes da zona confinada e freática, acima de um
aquífero, como resultado de processos físico-químicos (filtração, biode-
gradação, hidrólise, adsorção, neutralização, volatilização e dispersão)
os quais variam de acordo com as características físicas e a composi-
ção bioquímica da subsuperfície.

66
Nos países europeus, a importância dos recursos sub-
terrâneos gerou a aprovação de uma diretiva europeia específica
(Diretiva nº 2006/118/CE) na qual se reconhece que essas fontes
hídricas representam as massas de água doce mais sensíveis e
importantes da União Europeia, pois 75% dos europeus são abas-
tecidos por aquíferos.
O suprimento hídrico da Dinamarca e a Áustria é garantido
praticamente de forma exclusiva pelas águas subterrâneas. A Ásia
é o continente que possui o maior número de grandes usuários em
termos de volumes de águas subterrâneas.

Logo, é importante ressaltar que a contaminação das águas su-


perficiais, subterrâneas e dos solos podem ocorrer mesmo com a presença
das estruturas hidrossanitárias como tanques sépticos/fossas, e até mes-
mo disposição no solo controlada e manejada, que trata esgotos domésti-
cos. Segundo Von Sperling (2011), geralmente, esses sistemas semiestru-
turados não possuem manutenção adequada, principalmente em países
em desenvolvimento. A figura 13 mostra as estruturas supramencionadas.

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Figura 13. Estruturas hidrossanitárias: a) 3 tipos de poços tubulares profun-
dos: 1 – poço em rocha cristalina 2 – poço em sedimento com filtros 3 – poço
misto; b) fossa séptica

Fonte: a) (ABAS, 2020); b) (ARTEFACIL, 2020).

Em relação à contaminação subterrânea por postos de combus-


tíveis, por exemplo, ocorre pela percolação de derivados do petróleo no
solo, muitas vezes alcançando os lençóis freáticos, e no ar, provocando a
67
poluição deles. O impacto pode ocorrer devido a vazamentos do produto
armazenados nos tanques subterrâneos sem manutenção ou antigos, com
presença de fissuras ou rupturas em sua estrutura. As águas superficiais e
o solo também podem ser contaminados devido a acidentes no transporte
e vazamentos nas bombas do combustível. Ademais, há normas e legisla-
ções em relação a distância mínima que os postos de combustíveis podem
ser instalados para não comprometer poços de captação águas subterrâ-
neas, fossas sanitárias, e outras estruturas e áreas ambientais.
Outro fator relevante é a proteção e conservação ambiental
das áreas. Especialistas em recursos hídricos afirmam que um dos pro-
blemas relacionados à disponibilidade hídrica é o desmatamento (prin-
cipalmente em APPs – Áreas de Preservação Permanente) que degra-
dam as matas ciliares, fundamentais para a permeabilidade do solo e
funções ecológicas. A figura 14 mostra o percentual de abastecimento
destas águas superficiais e subterrâneas em municípios brasileiros.

Figura 14. Abastecimento de água superficial e subterrânea - Brasil


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Fonte: (ANA, 2018) (adaptado EBC).

A Conferência de Dublin em 1992 mostrou a existência de


sérios problemas relacionados à disponibilidade de água para a
humanidade, e estabeleceu quatro princípios para a gestão sus-
tentável da água:
(I) A água doce é um recurso finito e vulnerável, essencial
para a manutenção da vida, para o desenvolvimento e para o meio
ambiente.
(II) O seu gerenciamento deve ser baseado na participação
dos usuários, planejadores e formuladores de políticas, em todos
68
os níveis.
(III) As mulheres desempenham um papel essencial na pro-
visão, no gerenciamento e na proteção da água.
(IV) O reconhecimento do valor econômico da água. Os
resultados da conferência de Dublin sobre a água foram referen-
dados na ECO-92, realizada no estado do Rio de Janeiro em 1992,
evento que gerou a Agenda 21 (ONU, 1992).
A agenda 21, no seu capítulo 18, trata da proteção da qua-
lidade e do abastecimento dos recursos hídricos com a aplicação
de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos re-
cursos hídricos nas áreas de proteção dos recursos hídricos, da
qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos, de abastecimen-
to de água potável e saneamento, mostram as metas e atividades
que os estados, segundo sua capacidade e mediante cooperação
devem estabelecer. Destaca-se ainda temas e metas relacionadas
ao reuso de água e efluente.
Assim, após a Conferência de Dublin, com a ECO-92 e a
Agenda 21, visando regulamentar o inciso XIX, artigo 21, da Cons-
tituição Federal de 1988, foi instituída a Política Nacional de Recur-
sos Hídricos, pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.

INVESTIGAÇÃO, TÉCNICAS, TECNOLOGIAS PARA RECUPERA-

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ÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS/CONTAMINADAS

Área contaminada é definida pela Companhia Ambiental do


Estado de São Paulo (CETESB) como sendo um local onde há com-
provadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de
quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma plane-
jada, acidental ou até mesmo natural, ou resíduos e efluentes descar-
tados indevidamente (Decreto nº 59.263/2013 - SP). Nessa área, os
poluentes ou contaminantes podem concentrar-se na subsuperfície nos
diferentes compartimentos do ambiente (solo, sedimentos, rochas, ma-
teriais utilizados para aterrar os terrenos, águas subterrâneas, zonas
não saturada e saturada, paredes, pisos e estruturas de construções), e
podem permanecer por um período de tempo indeterminado.
Na Legislação Ambiental Federal e do Estado de São Paulo,
o termo "poluição" é mais aplicado e claramente definido, enquanto o
emprego do termo "contaminação" é limitado a algumas citações. Essa
definição favorece assumir os dois termos como sinônimos. Portanto,
além de conferirem efeitos adversos aos ecossistemas, a exposição de
69
pessoas aos diferentes tipos de contaminantes pode resultar em riscos
ou danos irreversíveis à saúde (NBR 16210:2013). A legislação ambien-
tal brasileira é recente, mas bastante sofisticada no que diz respeito
ao gerenciamento de áreas contaminadas. De tal modo, a Resolução
Conama nº 420/2009 impõe aos estados o cadastramento e divulgação
pública de suas áreas contaminadas, assim tomarem as devidas toma-
das de decisões para remediação, reabilitação, ou, medidas cabíveis.
Para que os processos de investigação, remediação, gerencia-
mento de áreas contaminadas e monitoramento (figura 15) sejam efeti-
vos é necessário profissionais multidisciplinares, envolvendo geólogos,
engenheiros, geógrafos, toxicologistas, químicos, biólogos, dentre outros
profissionais. O tratamento e monitoramento de áreas contaminadas é
um processo que é dividido em fases rigorosamente desenvolvidas para
atender às normativas ambientais definidas pelos órgãos de controle.

Figura 15. Etapas básicas de gerenciamento de áreas contaminadas


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Fonte: (CETESB, 2007; SÃO PAULO, 2013; CONAMA, 2009).

A Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo,


70
referência nacional na área de saneamento, por meio da Decisão
de Diretoria Nº 038 do ano de 2017, dispõe sobre Procedimento
para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâne-
as”, refere-se à revisão do “Procedimento para o Gerenciamento
de Áreas Contaminadas.

Existem diferentes tipos de atividades antrópicas com grande po-


tencial de contaminação (figura 16). Independentemente da atividade prin-
cipal, é importante verificar a condição da estrutura comprometida quando
exposição às substâncias químicas, bem como sua área direta e indireta,
nos meios físicos, biótico e socioeconômicos. Além do risco à exposição,
há possibilidades de degradação nesses compartimentos pelas instalações
ou fontes emissores que não passam por manutenção ou monitoramento.

Figura 16. Principais empreendimentos com potencial para contaminação

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Fonte: (AUTORA, 2020).

Conforme a Decisão de Diretoria nº 038/2017/C, de 07 fe-


vereiro de 2017 (CETESB, 2017), as áreas de contaminação podem
ser investigadas por meio da classificação, como:
71
• Área Suspeita de Contaminação (AS).
• Área Contaminada sob Investigação (ACI).
• Área Contaminada com Risco Confirmado (ACRi).
• Área Contaminada em Processo de Remediação (ACRe).
• Área Contaminada em Processo de Reutilização (ACRu).
• Área em Processo de Monitoramento para Encerramento
(AME).
• Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR); além da área
potencias de fato (AP).

A figura 17 mostra uma pluma de contaminação no solo de um


local que se está instalado um tanque de combustível em um posto, o
que impactou o solo e o lençol freático. A Resolução Conama nº 319, de
4 de dezembro de 2002 dispõe sobre a prevenção e controle da polui-
ção em postos de combustíveis e serviços.

Figura 17. Pluma de contaminação no solo em um posto de combustível


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Fonte: (BRASIL POSTOS, 2015).

Os indícios de contaminação devem ser constatados por meio


da ocorrência de vazamentos ou do manejo inadequado de substân-
cias, matérias primas, produtos, resíduos e efluentes, bem como da pre-
sença das mesmas na superfície do solo ou nas paredes e pisos das
edificações e da existência de instalações com projeto inadequado ou
fora das normas existentes (CETES, 2013). Além da avaliação de risco,
72
também imprescindível para avaliar os potenciais de contaminação e
dar condições para os procedimentos de elaboração e execução das
análises confirmatórias.
A figura 18 mostra uma pluma de contaminação emitida pelos
gases da lagoa de estabilização de uma ETE na região norte do País.

Figura 18. Pluma de contaminação de gases emitidos por uma ETE

Fonte: (GOOGLE EARTH, 2019) (adaptado).

É importante lembrar sobre a falta de equipamentos e tecnolo-

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gias instaladas que aproveita o biogás, como metano (CH4) e dióxido
de carbono (CO2) gerados por meio da decomposição anaeróbia dos
resíduos orgânicos em estações de tratamento, bem como aterros.
Inicia-se a investigação com a finalidade de remediação, pois,
dessa forma, é possível definir medidas de intervenção para serem apli-
cadas na contenção de contaminantes. Os protocolos de remediação
podem ser soluções de engenharia ou medidas de controle institucional,
propostas em conjunto ou isoladamente, os quais estimam atender os
requisitos de preservação dos bens a serem protegidos. Essas medidas
visam à restrição do acesso à área contaminada. (CETESB, 2017).
Ainda segundo a CETESB (2017) o Processo de Identificação
de Áreas Contaminadas é constituído por seis etapas:
• Identificação de áreas com potencial de contaminação.
• Priorização de áreas com potencial de contaminação.
• Avaliação preliminar.
• Investigação confirmatória.
• Investigação detalhada.
• Avaliação de risco.
Há diversas frentes e áreas para que se possa realizar o estu-
do de identificação de uma área com indícios de contaminação como:
73
- Diagnóstico dos compartimentos ambientais.
- Mapeamento georreferenciado de pontos de controle e áreas
potenciais.
- Tipologia e classificação de contaminantes, análises labora-
toriais de interesse: física, química, microbiológica, toxicológica, radio-
ativa, dentre outras.
- Mapeamento de possíveis áreas contaminadas, fundamento
da legislação de uso.
– Estudo de uso e ocupação do solo (nível local, municipal.
estadual ou federal) (depende do objeto de estudo).
- Aplicar os valores orientadores de prevenção e intervenção
para solo e de - Intervenção para Águas Subterrâneas, conforme região
de estudo e investigação de interesse (Sugestão Referencial: Decisão
de Diretoria nº 256/2016/E da CETESB), bem como as resoluções do
Conama já citadas nesta unidade.
- Identificação da pluma de contaminação disposta na forma de
líquido ou vapor.
- Programas de monitoramento preventivo da qualidade de
água e solo.
- Programas de monitoramento corretivo (frequência da reali-
zação de campanhas de amostragem no compartimento ambiental de
interesse).
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- Coleta de sedimentos e água superficial na área de deposi-


ção de contaminantes retidos ou acumulados, normalmente delimitando
uma bacia hidrográfica.
- Caracterização do perfil estratigráfico, na investigação de áre-
as contaminadas ou sob remediação.

“Screening” (métodos de “screening”) são levantamentos


expedidos que têm como função confirmar ou não a suspeita de
contaminação numa determinada área de interesse, através de téc-
nicas que economizam tempo e investimentos.

Reabilitação, Remediação e Tecnologias para Áreas Degradadas/


Contaminadas

Pode-se definir uma área degradada onde ocorrem processos


74
de alteração das propriedades físicas e/ou químicas de um ou mais
compartimentos do ambiente, e, assim, uma área contaminada pode
ser considerada um caso particular de uma área degradada, onde ocor-
rem alterações (CETESB, 2010).
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), que
introduz instrumentos de planejamento ambiental e determina a respon-
sabilização e penalidades para casos de poluição, em seus artigos 2º e 4º,
apresenta como objetivo dessa lei a "recuperação de áreas degradadas e
ao poluidor obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados".
De acordo com Cetesb (2017), reabilitar uma área contamina-
da pode ser por remoção, contenção ou redução das concentrações de
substâncias contaminantes e controle dos riscos, para que esta não se
espalhe, possibilitando o uso atual e uso futuro da área. Na área, pode
ter ocorrência de contaminantes nas seguintes fases:
•Livre: apresentando altas concentrações do contaminante, ou
produto puro no subsolo.
•Gasosa ou vapor: com o contaminante como um gás ou vapor
na atmosfera.
•Adsorvida: contaminantes retidos nas partículas do solo com alto
teor de argila ou de material orgânica por adsorção, sobretudo em solos.
•Dissolvida: o contaminante está dissolvido em meio aquoso.
A investigação de remediação objetiva selecionar, dentre as

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várias opções de técnicas e tecnologias existentes, aquelas, ou a com-
binação destas que são possíveis, apropriadas e legalmente permissí-
veis para o caso considerado.
Com a evolução das tecnológica o direcionamento das solu-
ções são cada vez mais sustentáveis como os processos de atenuação
natural, a biorremediação e a fitorremediação. Essas tecnologias am-
bientais podem contribuir de forma significativa no controle das plumas
de contaminação no solo e águas subterrâneas, além de serem econo-
micamente viáveis.
As técnicas de remediação mais implantadas na região sudeste
são: bombeamento e tratamento (“pump and treat”), remoção e tratamento
de compostos orgânicos em fase livre – LNAPL (produto menos denso do
que a água – “light non-aqueous phase liquid”) e DNAPL (mais denso do
que a água – “dense non-aqueous phase liquid”), extração de vapores,
remoção de solo/resíduo, extração multifásica (simultaneamente extrai a
água, o contaminante e o vapor do solo), “air sparging” (injeção de oxigênio
para volatilizar o contaminante), atenuação natural monitorada, barreira hi-
dráulica, cobertura de resíduos/solo contaminado, biorremediação.
A nanorremediação, área inovadora e de grande expansão e
interesse pela descontaminação mais efetiva, mesmo em áreas de di-
75
fícil acesso, caracteriza-se por um processo de aplicação de partículas
com dimensões entre 1 e 100 nm (10-9m) na remediação de solos e
águas subterrâneas contaminadas, tanto através de processos de redu-
ção química quanto de catálise, porém as nanopartículas metálicas são
as mais aplicadas, é uma técnica que pode ser utilizada para compostos
inorgânicos, como metais.
A remediação prevê a realização de bombeamento de contami-
nantes em fase livre no aquífero, instalando detectores ou dispositivos
de ventilação, com intuito de minimizar os riscos de explosão e incêndio.
Outra técnica que pode ser lembrada é a inertização de contaminantes
que a ser indicada para compostos de caráter inorgânico.
Qualquer que seja a técnica escolhida deverá proteger a saú-
de humana e o ambiente, não representando um risco maior do que a
situação atual, além de oferecer benefícios ambientais comprovados ou
bem sucedidos – caso de sucesso.

USO DE GEOSSINTÉTICOS PARA CONTROLE DE AGENTES CON-


TAMINANTES

Os geossintéticos podem ser definidos como materiais que se


constituem de polímeros, naturais (borracha extraída da seringueira, ce-
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lulose, proteínas, polissacarídeos) ou sintéticos (produtos derivados de


petróleo produzidos em laboratório como polietileno e polipropileno) e
são fabricados de acordo com as propriedades necessárias para cada
tipo de empreendimento. Esses materiais possuem um controle de qua-
lidade industrial rigoroso, sendo uma alternativa segura, reduz a capta-
ção ou extração de recursos naturais, pois substituem o uso do aço e
concreto, além de prevenir impactos ambientais.
A composição física, química e mecânica desses polímeros se
constitui de plastômeros, elastômeros, asfaltos e materiais termoplás-
ticos, são bidimensionais e apresentam como característica principal
sua baixa permeabilidade. A matriz polimérica é misturada ou formula-
da com aditivos, que possuem diferentes funções, como antioxidantes,
protetores contra radiação ultravioleta, estabilizantes térmicos, dentre
outros (GREENWOOD et al., 2012).
Com o desenvolvimento e expansão da indústria petroquímica
e a consequente disseminação dos produtos plásticos, iniciou-se um
uso expressivo dos geossintéticos após segunda guerra mundial e se
alavancou ainda mais a partir dos anos 70.
Segundo a NBR ISO 10318 (2013), as principais aplicações dos
geossintéticos são em reservatórios, barragens, depósitos de resíduos
76
líquidos e resíduos sólidos (saneamento), canais, obras viárias, ferrovias,
fundações e estruturas de suporte, túneis e estruturas subterrâneas, sis-
temas de drenagem, e sistemas diversos para o controle de erosão.
A Sociedade Internacional de Geossitéticos no Brasil descreve
os geossintéticos e as inúmeras aplicações desses materiais. Esses
geram benefícios como baixo custo de implantação, facilidade de insta-
lação, durabilidade, garantia do controle de qualidade e revela a capaci-
dade de atender os projetos supramencionados. Trata-se, portanto, de
uma tecnologia muito atrativa com caráter sustentável, ademais podem
ser aplicadas na recuperação e proteção de áreas contaminadas.
Para a área do saneamento, as geomembranas se destacam
pela sua aplicabilidade. São produtos que atuam no controle de fluxo e
funcionam como mantas impermeabilizantes, utilizadas em barragens,
rios, canais e também estão sendo largamente aplicadas na base dos
aterros, impedindo que contaminantes, como o chorume, entrem em
contato com o solo e lençóis freáticos. O quadro 7 mostra as principais
funções/aplicações dos geossintéticos.

Quadro 7. Principais aplicações dos geossintéticos

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Fonte: (VERTEMATTI, 2004) (adaptado).

A impermeabilidade é uma propriedade muito evidente para a


funcionalidade desse material para as mais variadas finalidades, im-
pede a migração de umidade e de vapores, reserva a parte aquosa
de efluentes, e contém rejeitos das mais variadas origens, de origem
doméstica e industrial.

77
A capacidade de um polímero de reagir com alguma es-
pécie química está relacionada com os grupos moleculares que o
compõem. Quanto mais semelhante for a polaridade do material
e a polaridade do fluido, maiores serão as chances de interação
química entre eles, logo, maior será a degradação (SARSBY, 2007).

Buscou-se investigar tipos de geossintéticos que poderiam au-


xiliar na solução de problemas técnicos e ambientais, como a contami-
nação hídrica de águas superficiais e subterrâneas, bem como a conta-
minação do solo. A figura 19 apresenta tipos geossintéticos.

Figura 19. Tipos de geossintéticos: a) geomembranas; b) geotubos; c) geo-


grelhas.
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Fonte: (MGB, 2004).

As geomembranas são muito utilizadas em estruturas hidros-


sanitárias. Em aterro sanitário, por exemplo, funcionam como uma
barreira impermeabilizante do chorume produzido pela decomposição
dos resíduos depositados no aterro, impedindo que esse contaminan-
te entre em contato com o solo e o lençol freático. Normalmente, utili-
za-se a geomembrana de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) para
impermeabilização de aterros, devido à sua durabilidade, estaqueida-
de e resistência mecânica, química e física aos resíduos sólidos. São
colocadas na base do aterro para sua impermeabilização, substituindo
a impermeabilização feita por argilas compactadas e aumentando a ca-
pacidade de resíduos nas células do aterro, uma vez que a manta de
PEAD não é tão robusta e não ocupa tanto espaço como a camada de
argila compactada, além de não haver a extração de jazidas de argila.
Essa geomembrana também pode ser utilizada lagoas biológicas de
tratamento de efluente de aterros, que recebem o chorume, e efluentes
de estações de tratamento doméstico e industrial.
78
A figura 20 apresenta a disposição de geomembranas utilizan-
do também uma proteção geotêxtil para uma estabilidade ainda maior
da tecnologia para efluentes e resíduos sólidos.

Figura 20. Aplicação de geomembranas em: a) lagoas de tratamento e b)


aterro sanitário

Fonte: (MGB, 2004).

Para sistemas de drenagem e filtração de chorume e na detec-


ção de vazamento, o geotêxtil, servindo como um filtro para o sistema,
além de poderem ser utilizados na cobertura final de cada célula do
aterro, reforçando a superfície da barreira e permitindo o controle da

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erosão superficial.
Outro material bastante utilizado nos tipos de empreendimen-
tos supracitados são os geotubos ou tubos geotêxteis, são empregados
como drenos, o que facilita na coleta e na drenagem do chorume até
sua estação de tratamento em aterros sanitários. Ademais, podem servir
como dissipadores de energia das ondas do mar na proteção costeira,
impedindo sua erosão. Os geotêxtis são muito aplicados em obras de
reforço de solo em taludes íngremes e aterros sobre solos moles, dre-
nagem subterrânea, separação de camadas de solos com propriedades
diferentes, revestimentos de reservatórios e no controle de erosão em
encostas, canais e margens de rios.
As geogrelhas, por sua vez, podem ser aplicadas juntamente a
geomembrana em obras de aterro sanitário devido à sua estrutura apre-
sentar como o componente principal esse tipo de argila, o material hi-
dratado atua como barreira impermeabilizante, impedindo a passagem
de gases ou líquidos. Além disso, podem ser utilizadas como reforço
nos solos de cobertura que ficam sobre a geomembrana.

79
O Manual Brasileiro de Geossintéticos apresenta os princi-
pais geossintéticos e suas funções, sendo ainda uma área nova no
Brasil. Os geossintéticos apresentam inúmeras funções, além de
apresentarem boas propriedades físicas, mecânicas, hidráulicas e de
durabilidade, podendo ter vastas aplicações nos mais diversos tipos
de obras, dado destaque nesse trabalho às voltadas para a prevenção
e resolução dos impactos ambientais causados por ação antrópica.

As aplicações são muitas, sejam em drenagens profundas e


subsuperficiais, canalizações, aterros sobre solos moles, pavimenta-
ções, muros de contenção, barragens, controle de erosão, áreas ver-
des, áreas de esporte, reforços de fundações e muitas outras funções
que protegem os recursos naturais das atividades antrópicas e seus
respectivos passivos ambientais, de poder poluidor.
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O Programa Setorial da Qualidade que possui relação com


a Associação Brasileira de Geossintéticos (IGS Brasil), fundada em
1997, orienta quanto a garantia do controle de qualidade dos geos-
sintéticos.

80
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019. Banca: IBADE. Órgão: DEPASA - AC. Prova: Laboratorista.
As tecnologias ambientais trabalham a favor do ecossistema, bus-
cando soluções criativas e sustentáveis que amenizem o impacto
ambiental causado por nós humanos ao mundo como um todo.
Hoje, já pleiteamos o uso quase cíclico de nossa principal matéria
prima: a água.
Analise as afirmativas e assinale a opção correta.
I. Com as ETE’s (Estação de Tratamento de Esgoto) é possível tra-
tar a água advinda do esgoto e, em alguns casos, eliminar acima de
95% de suas impurezas.
II. O objetivo principal da ETE é que o esgoto volte para a natureza
de modo que sua decomposição final não contamine o solo ou os
lençóis freáticos.
III. Enquanto a ETE trata do esgoto, a ETA (Estação de Tratamento
de Água) trata a água advinda de poços artesianos, rios, dentre ou-
tras fontes naturais, porém ambas estações podem ser utilizadas
para o tratamento de esgoto, se, assim, for requerido.
a) Somente a afirmativa II está correta.
b) Somente a afirmativa III está correta.

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c) Somente a afirmativa I está correta.
d) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
e) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

QUESTÃO 2
Ano: 2014. Banca: CESGRANRIO. Órgão: Petrobras. Prova: Técni-
co(a) Ambiental Júnior
A contaminação do solo é a principal causa da deterioração das
águas subterrâneas. Os depósitos de resíduos industriais ou do-
mésticos e de rejeitos ou estéreis de mineração estão entre as
principais fontes de poluição do solo e das águas subterrâneas.
Os sistemas de impermeabilização compostos são considerados a
melhor solução para a proteção do subsolo e das águas subterrâ-
neas, pois:
a) Eliminam os recalques de aterros sanitários.
b) Aceleram o contato entre o percolado e o solo.
c) Reduzem a condutividade hidráulica do sistema.
d) Dificultam o fluxo em direção ao sistema de coleta de percolado.
a) Promovem a separação do percolado e do solo, embora não previ-
nam contra as trincas.
81
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FUNDEP. Órgão: COPASA. Prova: Agente de Sa-
neamento - Técnico em Química
As águas subterrâneas são imprescindíveis para a vida e integri-
dade do ecossistema, mas o mau aproveitamento desse bem pode
levar a sua contaminação.
São fontes causadoras de poluição nas águas subterrâneas, EX-
CETO:
a) O uso de adubos e pesticidas em atividades agrícolas.
b) A deposição de lixo urbano em aterros.
c) A construção incorreta de fossas sépticas.
d) A deposição de rejeitos de cerâmicas em solos.

QUESTÃO 4
Ano: 2019. Banca: FEPESE. Órgão: Prefeitura de Bombinhas - SC.
Prova: Engenheiro Sanitarista Ambiental
Considere as afirmativas abaixo em relação a um Sistema Conven-
cional de Abastecimento.
1. A captação de água pode ser superficial ou subterrânea. A su-
perficial é feita nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou bom-
beamento. A captação subterrânea é efetuada por meio de poços
artesianos com perfurações de 100 a 500 metros, feitas no terreno
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para captar a água dos lençóis subterrâneos.


2. No processo de tratamento da água de captação superficial, a
injeção de cloro ou produto similar na água para tornar insolúveis
os metais presentes, principalmente ferro e manganês, é chamada
de oxidação.
3. No processo de tratamento da água de captação subterrânea, a
água captada por meio de poços profundos, na maioria das vezes,
não precisa do mesmo tratamento da água superficial, bastando
apenas a desinfecção com cloro. Isso ocorre porque não apresenta
turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao trata-
mento das águas superficiais.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 2.
b) É correta apenas a afirmativa 3.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

QUESTÃO 5
Ano: 2014. Banca: FCC. Órgão: SABESP. Prova: Biólogo.
82
Um dos maiores desafios da SABESP, quanto ao fornecimento de
água de qualidade, é enfrentar a poluição. Os processos que po-
dem poluir as águas são diversos, entre eles encontra-se a eutrofi-
zação que ocorre quando há excessiva:
a) Fertilização da água causada por nutrientes, como o cloreto férrico, o
que provoca o crescimento de algas e plantas aquáticas.
b) Redução de nutrientes como nitrogênio e fósforo, o que provoca a
morte de grande número de algas e plantas aquáticas.
c) Fertilização da água causada por nutrientes, como o sulfato de alumí-
nio, o que provoca o crescimento de algas e plantas aquáticas.
d) Fertilização da água causada por nutrientes, como o nitrogênio e o
fósforo, o que provoca o crescimento de algas e plantas aquáticas.
e) Fertilização da água causada por nutrientes, como o cloro, o que
provoca o crescimento de algas e plantas aquáticas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Inicia-se a investigação para remediação, para definir as medidas de in-
tervenção que serão aplicadas para contenção dos contaminantes. Apon-
te as etapas do processo para identificação de uma área contaminada.

TREINO INÉDITO
Há diversos tipos de geossintéticos, marque a alternativa que os

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apresenta:
a) Geomembranas, geotêxteis, geotubos, geogrelhas.
b) Geotecnologia, geoprocessamento, biosintéticos, geotira.
c) Drenagem, geomembrana, percolação, filtração.
d) Filtração, geomanta, polímero, biocélula.
e) Geocomposto, impermeabilidade, argila.

NA MÍDIA
NATURATINS MULTA BRK EM R$ 5 MILHÕES AO ENCONTRAR ES-
GOTO EM AFLUENTE DE CÓRREGO QUE ABASTECE PALMAS
No córrego Cipó, que fica antes do ponto onde a água é captada no Ribei-
rão Taquaruçu, manancial responsável por parte do abastecimento urbano
de Palmas, foi encontrado um lançamento irregular de esgoto. A BRK Am-
biental, responsável pelos serviços de água e esgoto da mais nova capital
do país, deverá apresentar um relatório com laudos contendo os parâme-
tros de qualidade da água nos locais indicados pelo órgão fiscalizar e, ob-
viamente pela legislação pertinente quanto ao consumo humano.
Fonte: g1
Data: 06 mar. 2020
Leia a notícia na íntegra:
83
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2020/03/06/naturatins-multa-
-brk-em-r-5-milhoes-ao-encontrar-esgoto-em-afluente-de-corrego-que-
-abastece-palmas.ghtml

NA PRÁTICA
Geossintéticos estão sendo utilizados cada vez mais na área da enge-
nharia e saneamento como em unidades hidrossanitários que controlam
efluentes, e, assim, apresentam funções de proteção aos compartimen-
tos ambientais, pois podem ser aplicadas como impermeabilizantes, fil-
tração, drenagem, controle de erosão e reforço na relação água e solo,
mitigando impactos ambientais como poluição e contaminação.
A impermeabilização e drenagem ocorrem quando o geossintético é di-
recionado ao recolhido do fluido para uma rede de drenagem ou imper-
meabilizando o solo, e faz com que impeça a sua percolação no solo,
que poderia poluir tanto o solo e o lençol freático, ou seja, protege o
ambiente contra agentes contaminantes poluentes ou tóxicos.
Os materiais geossintéticos substituem o uso de matérias-primas que
são formados em escala geológica na natureza e podem, assim, ser
caracterizados como sustentáveis.
Para que os geossintéticos sejam aplicados de forma adequada, de-
ve-se atentar às suas características e propriedades como espessura,
massa superficial, porosidade, transmissividade, da permissividade, da
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resistência e até mesmo deformabilidade.


A classificação, definições e siglas dos geossintéticos estão na descritos
nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) referen-
tes a biossintéticos, em destaque a NBR ISO 11058:2013 que se refere à
determinação das características de permeabilidade hidráulica normal.

84
Problemas relacionados com a contaminação de águas super-
ficiais, subterrâneas e dos solos são ainda comuns no cenário nacional,
pois todos os tipos de empreendimentos e seus respectivos processos
produtivos e serviços geram resíduos e efluentes. Estes devem ser des-
tinados a locais adequadas para não impactar principalmente os com-
partimentos ambientais citados, de valor natural imensurável.
É fundamental ressaltar que técnicas de prevenção e manuten-
ção, bem como as tecnologias de tratamento e controle de emissão de
efluentes são fundamentais para que obras possam ser consideradas
de qualidade, pois se preocupam em atrelar a engenharia junto com a
conservação de todo o ecossistema, e, assim, destacar a relevância da
remediação de áreas contaminadas.
As tecnologias utilizadas para tratamento das águas residuá-
rias domésticas e industriais, efluentes líquidos e atmosféricos ainda
não atendem à sociedade e aos empreendimentos de forma expressiva,
principalmente, os que possuem grande potencial poluidor/contamina-
dor como postos de combustíveis, rejeitos de mineração e projetos mal
elaborados de aterros e unidade ou estações de tratamento.
Os geossintéticos têm importante função em obras de enge-
nharia, por agregarem desempenho, rapidez, segurança e tecnologia
industrial às obras e projetos executivos, além de serem soluções que

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possibilitam a redução de extração de recursos naturais, função funda-
mental na engenharia moderna.
O mercado estima profissionais habilitados para solucionar de
forma técnica e científica ou técnico-científica os gargalos e desafios
advindas das necessidades sanitárias e ambientais que o país tanto
demanda, embora ainda haja a busca incansável do incentivo e inves-
timento, as tecnologias estão disponíveis para serem aplicadas, bem
como as tecnologias verdes.

85
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Possui o propósito de redução de emissões de gases poluentes e con-


taminantes na atmosfera, além de incentivar projetos que capturem car-
bono na atmosfera.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS

86
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES


(2015) classificou o reuso de água em duas grandes categorias: potável
e não potável.
- Reuso potável (direto): quando o esgoto recuperado, por meio de tra-
tamento avançado, é diretamente reutilizado no sistema de água potá-
vel (prática pouco difundida no Brasil devido aos grandes investimentos
necessários para a purificação das águas).
- Reuso potável (indireto): caso em que o esgoto, após tratamento, é dis-
posto na coleção de águas superficiais ou subterrâneas para diluição,
purificação natural e subsequente captação, tratamento e finalmente
ser utilizado como água potável (é o caso das cidades onde a coleta
para o abastecimento é realizada no mesmo manancial do lançamento
dos efluentes de estações de tratamento de esgotos).

GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS


- Reuso não-potável: não exige níveis elevados de tratamento, tornando-se
o processo mais viável técnica e economicamente, como fins agrícolas,
industriais, urbanos como irrigação paisagística, lavagem de logradouros
públicos e veículos, desobstrução de tubulações, construção civil, edifica-
ções, combate a incêndio; recarga de aquíferos, aquicultura, e reuso de
águas cinzas proveniente água de banho, máquina de lavar de residências.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

87
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O processo de identificação de áreas contaminadas é constituído por


seis etapas:
• Identificação de áreas com potencial de contaminação.
• Priorização de áreas com potencial de contaminação.
• Avaliação preliminar.
• Investigação confirmatória.
• Investigação detalhada.
• Avaliação de risco.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS

88
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GESTÃO E CONTROLE DE EFLUENTES E ÁREAS CONTAMINADAS - GRUPO PROMINAS


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seu Regulamento, aprovado por meio do Decreto nº 59.263/2013. Dis-
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