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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
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Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas


pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!


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Professora: Riane Lopes de Oliveira

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Nesta unidade abordar-se-á a história e a conceituação do traba-
lho e a sua relação com as necessidades dos seres humanos. Será contex-
tualizada também a história da segurança e saúde do trabalho nos contex-
tos mundial e nacional. Através da Introdução à Engenharia de Segurança
do Trabalhado serão reforçados conceitos básicos a serem utilizados ao
longo de todo o curso, como: Acidente do Trabalho, Acidente de trajeto,
Incidente, Higiene ocupacional, Saúde Ocupacional, Segurança do Traba-
lho, Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT e Riscos Ocupacionais.
Outrossim, serão explorados os conteúdos das NR: NR 1 – Disposições
gerais, NR 3 – Embargo ou Interdição. NR 4 – Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, NR 5 - Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes e NR 28 - Fiscalização e Penalidades.
Justifica-se por causa da relevância da aplicação desses conceitos e le-
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gislações no contexto laboral, de forma a prevenir acidentes e doenças


ocupacionais. Através da revisão bibliográfica dos conteúdos supracitados,
fica evidente a importância do fomento de estudos acerca da saúde e se-
gurança do trabalho, para aplicação eficiente e em harmonia com as atua-
lizações e tecnologias do mercado.

Segurança do Trabalho; Engenharia; Saúde; Normas Regulamentadoras;


Riscos; Acidentes.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

O Trabalho e a Humanidade: Breve Histórico, Contextualização


da Atualidade e Definição ______________________________________ 13

A História da Segurança do Trabalho _____________________________ 17

A Segurança do Trabalho na Contemporaneidade ______________ 25

Conceitos básicos na Engenharia de Segurança do Trabalho:


Segurança do Trabalho, Higiene Ocupacional e Medicina do
Trabalho _______________________________________________________ 26

Recapitulando _________________________________________________ 29

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CAPÍTULO 02
AS NORMAS REGULAMENTADORAS DA ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

As Normas Regulamentadoras - NR ____________________________ 34

NR 1 - Disposições gerais ________________________________________ 39

NR 3 - Embargo ou Interdição __________________________________ 43

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho ______________________________________ 43

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ____________ 48

NR 28 - Fiscalização e Penalidades ______________________________ 61

Recapitulando _________________________________________________ 64

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CAPÍTULO 03
RISCOS E ACIDENTES DO TRABALHO

Os Riscos Ocupacionais ________________________________________ 69

Os Acidentes do Trabalho ______________________________________ 74

Recapitulando _________________________________________________ 93

Fechando a Unidade ___________________________________________ 98

Referências ____________________________________________________ 104


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O trabalho sofreu, desde os primórdios, alterações na sua for-
ma de concepção e objetivo. Passando pela época pré-histórica, em
que através das atividades comuns se conquistava alimentos e outras
necessidades básicas. Num segundo momento, passando pela era da
escravidão, posteriormente, pela servidão (ambos sem liberdade), e so-
frendo transformações, a passos lentos, em todo o mundo (e de forma
desigual), até as conquistas dos direitos dos trabalhadores, posterior-
mente, as legislações (internacionais e nacionais) específicas de segu-
rança do trabalho, dentre outras.
No contexto atual, o trabalho é muito mais do que uma habitual
forma de garantir as necessidades básicas, ele influi em alguns outros
fatores de segurança, social, pessoal, motivacional, e até mesmo au-
toestima e autorrealização. Ou seja, não basta apenas ser bem remu-
nerado, são envolvidos valores, sinergia, cultura e satisfação.
Diante da relevância atribuída ao trabalho no cenário contem-
porâneo, é inevitável o desenvolvimento de maiores estudos relaciona-
dos ao tema. O trabalho deve ser visto de forma multidisciplinar, pois,
envolve história, direito, saúde, engenharia, segurança, ergonomia, es-
tatística e etc.
No primeiro momento, será explanada a história do trabalho e
da segurança do trabalho, bem como sua contextualização no tempo
presente. Além de destacar algumas dicas do conteúdo, que serão da-

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das ao longo da unidade.
Durante toda a unidade, também serão conceituados alguns
termos técnicos comumente utilizados, no tocante ao enredo dos con-
teúdos apresentados.
O governo, as empresas, trabalhadores e demais envolvidos
devem contribuir para uma sociedade em que o trabalho possa trazer
aos envoltos condições de integridade física e mental. Para isso, é im-
portante que cada um desempenhe seu papel, onde o governo deve
criar, atualizar e aperfeiçoar a cada momento as políticas de segurança,
além de fiscalizar e garantir que as normas sejam cumpridas, aplican-
do as respectivas penalidades, em caso de inobservância destas. As
empresas têm o papel de preparar um ambiente de trabalho seguro e
saudável para o desempenho das atividades laborais, ademais, devem
viabilizar e aplicar as legislações vigentes, nas esferas federal, esta-
dual, municipal e etc., e aquela que se demonstrar mais prevencionista.
O trabalhador deve usufruir das ferramentas, equipamentos, treinamen-
tos disponíveis de forma adequada, trabalhando de maneira segura e
saudável.
Ante tais considerações, também se destacam os papeis da
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Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, Serviços Espe-
cializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
– SESMT, mercado, familiares e comunidade em geral, que serão vis-
tos ao longo do curso, e que devem estar engajados no propósito de
constante melhoria.
A susceptibilidade1 é um termo fundamental na Segurança do
Trabalho, e que deve ser sempre levada em consideração ao longo de
toda a leitura das apostilas do curso, pois, cada indivíduo possui carac-
terísticas individuais, e através delas deve-se adaptar a composição e a
implementação das medidas de controle e prevenção.
Acidente do trabalho é aquela situação ocorrida no ambiente
laboral, que venha a gerar danos, perdas ou morte. Deve ser estudado
pelos profissionais da área de forma minuciosa, e será tratado no 3º
capítulo desta unidade.
Para ocorrer o acidente de trabalho é necessário haver risco.
Esses riscos podem ser classificados: físico, químico, biológico, mecâ-
nico ou ergonômico. Nesta unidade será feita uma introdução geral aos
conceitos relacionados aos riscos, bem com os fatores que os envol-
vem.
Ao ocorrer um acidente ou no momento da identificação de
uma doença ocupacional, deverá ser feita, obrigatoriamente, a abertura
da Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, online, no aplicativo
ou nas agências do Instituto Nacional do Segurança Social – INSS (que
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será explicada com mais detalhes no capítulo 3).


Contudo, serão expostas também formas de prevenção e con-
trole de acidentes e doenças de formas gerais.

1 Ação, particularidade ou condição de susceptível. Disposição particular do organismo para


adquirir doenças e/ou para sentir as influências sobre ele exercidas: susceptibilidade a (ou para)
gripes; susceptibilidade ao (ou para) sereno; susceptibilidade a vacinas (AURELIO, 2019).

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A EVOLUÇÃO DA
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

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O TRABALHO E A HUMANIDADE: BREVE HISTÓRICO, CONTEX-
TUALIAÇÃO DA ATUALIDADE E DEFINIÇÃO

O trabalho, regulamentado ou não, pode ser descrito desde


os primórdios, onde o homem, para conquistar suas necessidades fi-
siológicas (comer, beber, dormir) precisou ir em busca destas, ou seja,
precisou realizar uma atividade (caça, pesca, busca de novos rios ou
novas cavernas) obtendo alimento, comida e/ou local para dormir. Afi-
nal, era preciso esforço (e ainda é), para garantir as condições básicas
de sobrevivência.
Destaca-se também, ao longo da história, o trabalho escravo
(abolido em 1888, no Brasil, através da Lei Áurea), em que se trabalha-
va sem limites e mal tinha acesso às necessidades básicas, por não ser
“livre”, ou seja, não se tinha poder de escolha.
Na época do feudalismo, houve a época da servidão, onde es-
tas pessoas atendiam a um senhor feudal, como forma de prestação de
serviço, e não eram livres (MARTINS, S. 2000).
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O trabalho sofreu inúmeras transformações ao longo dos sé-
culos, no mundo todo, sendo relatado em cada país, de forma ou em
épocas diferentes, porém, com resquícios de influências de tendências
mundiais.

O trabalho é uma das características que distinguem o homem do resto das


criaturas, cuja atividade, relacionada com a manutenção da própria vida, não
se pode chamar trabalho; somente o homem tem capacidade para o trabalho
e somente o homem o realiza preenchendo ao mesmo tempo com ele a sua
existência sobre a terra. Assim, o trabalho comporta em si uma marca parti-
cular do homem e da humanidade, a marca de uma pessoa que opera numa
comunidade de pessoas; e uma tal marca determina a qualificação interior do
mesmo trabalho e, em certo sentido, constitui a sua própria natureza (JOÃO
PAULO II, 1981).

Com o passar dos anos, além das necessidades fisiológicas,


têm alcançado desta que também, as necessidades de satisfação e rea-
lização pessoal, sendo estas mais difíceis de atingir, porém, buscadas
pelo indivíduo com maior intensidade nas últimas décadas.
Segundo Schemann (2018), essas necessidades dos seres
humanos podem ser sintetizadas através da chamada “Teoria das ne-
cessidades humanas”, conhecida mundialmente, por ser uma forma de
representar resumida e hierarquicamente, por Abraham Maslow (psicó-
logo norte-americano). Sendo cinco níveis: fisiologia, segurança, social,
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estima e realizações pessoais, conforme imagem a seguir:

Figura 1 – Pirâmide de Maslow

Fonte: Schermann, 2018.

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É de grande relevância compreender essa pirâmide, pois, é
possível analisar qual é a motivação que leva determinada pessoa a
ir em busca de um trabalho. Salienta-se também, o segundo item da
pirâmide que trata da “Segurança”, seja ela da família, do corpo ou
da propriedade, que confirma a importância desta, não somente para
atendimento as legislações, mas por ser uma busca constante do indi-
víduo, consciente ou inconscientemente. Sendo assim, essa pirâmide
não é usada somente na administração e psicologia, mas também em
diversas outras áreas, como na segurança do trabalho.

A definição do trabalho adquire importância cada vez maior para


compreensão da vida humana, pois implica em diversos aspectos da
vida, desde sua concepção como transformação de energia – para
os físicos o trabalho pode ser realizado enquanto se consome certa
quantidade de energia (térmica, química, elétrica) – até sua compre-
ensão como fator de produção (segundo os economistas) ou seja,
como uma atividade para produzir bens econômicos (MONTEIRO,
2011, p. 23).

A origem da palavra trabalho vem:

Do latim tripalium, que é um termo formado pela união de dois elementos, tri
(três) e palium (madeira). Tripalium nada mais era do que um instrumento de
tortura construído com três estacas afiadas, dessa forma, evidenciando uma

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estreita relação entre trabalho e tortura. Essa relação aconteceu pelo fato
de as atividades que envolviam trabalho serem relacionadas às atividades
físicas produtivas realizadas em geral por agricultores, artesãos, pedreiros
etc. Esse equipamento era destinado a ser utilizado em pessoas pobres sem
condições nem possibilidades de pagamento de impostos. Posteriormente, o
termo passou a ser utilizado pelos franceses sob a denominação travailler e
significava atividade exaustiva ou atividade difícil.

Em todo caso, de acordo com o dicionário MICHAELIS (2019),


o trabalho pode ser descrito como: “Conjunto de atividades produtivas
ou intelectuais exercidas pelo homem para gerar uma utilidade e alcan-
çar determinado fim. (...) Atividade profissional, regular, remunerada ou
assalariada, objeto de um contrato trabalhista.”

Destarte, o homem, liberto do jugo do Poder Público, reclama uma


nova forma de proteção da sua dignidade, como seja a satisfação das
carências mínimas, imprescindíveis, o que outorgará sentido à sua
vida (ALARCÓN, 2004, p. 79).

Conforme dados do IBGE, BRASIL (2018), a população brasi-


leira passa dos 208 milhões de habitantes. Porém, parte desta popula-
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ção é considerada “ocupada”, ou seja, possui algum tipo de trabalho.
Entretanto, verifica-se na atualidade um grande aumento nos
postos de trabalho informal e/ou não regulamentado. Traduzindo no
contexto da Saúde e Segurança do Trabalho – SST: locais que em sua
maioria não possuem acompanhamento de um profissional qualificado,
que vise garantir a aplicação das legislações de SST.

Filme: Tempos modernos (1936)


Filme marcante na história do cinema, estrelado por Charles
Chaplin (onde ele é o autor, diretor e ator), que retrata de forma diver-
tida os problemas sociais, que principalmente os cidadãos americanos
enfrentavam naquela época. Trata-se de uma crítica sobre o que ocorria
durante a Revolução Industrial. Segundo Martins:

Tempos Modernos  conta a história do Vagabundo nesse período da crise


americana, inicialmente já trabalhando em uma indústria de produção de pe-
ças em série. Com suas chaves de fendas, ele divide as tarefas com seus de-
mais companheiros, enroscando parafusos em uma grande esteira de placas
metálicas. Claro que ele se atrapalha diversas vezes nesse árduo trabalho
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repetitivo, provocando diversas confusões com seus colegas de trabalho. En-


quanto isso, o presidente da empresa recebe uma proposta de uma empresa
sobre uma Máquina Revolucionária, que reduziria o horário de almoço de
seus empregados, já que ela desempenharia todo o trabalho de alimentar os
mesmos. Para testar a novidade, o presidente convoca o Vagabundo para
testar a máquina. No início ela funciona muito bem, mas depois de alguns
problemas técnicos, a engenhoca se mostra bem perigosa, fazendo com que
o Vagabundo se alimentasse rápido demais e, somada às atividades repeti-
tivas de seu trabalho, ele enlouquece de vez: começa a parafusar tudo e a
todos ao seu redor, gerando grandes confusões até que ele vai parar em uma
clínica psiquiátrica para tratar sua crise nervosa (MARTINS, M. 2014).

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Figura 2 – Cena do filme Tempos Modernos

Fonte: MARTINS, M. 2014.

A HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

A segurança do trabalho não tem uma “data” ou “ano” que de-


signa ou informa seu começo. Foram alguns fatos ocorridos, ao redor
do mundo, que ao longo da história representaram e se consolidaram,

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para chegar onde se está hoje.
“Até o início da Revolução Industrial existem poucos relatos
sobre acidentes e doenças provenientes do trabalho, pois, nesse perío-
do, predominava o trabalho escravo e manual” (Saliba, 2016). Durante
a revolução industrial2 (iniciada no século XVIII, na Inglaterra, através
do processo de substituição do trabalho artesanal pelas máquinas), que
foi um fato percussor em relação ao aumento do número de acidentes
e problemas de saúde, por conta desse ambiente de trabalho agressivo
2 A Revolução Industrial foi o principal acontecimento histórico que contribuiu para o aumento dos
problemas de saúde relacionados com as atividades laborais ou atividades de trabalho.
Os riscos inerentes a atividades de trabalho, que até então estavam restritas ao artesanato, am-
pliaram-se com a utilização das máquinas a vapor, gerando como consequência a produção em
larga escala e o aumento da jornada de trabalho que chegava até 16 horas.
As fábricas eram localizadas em ambientes impróprios e as condições de trabalho eram muito
ruins. Além disso, a utilização de mão de obra infantil e de mulheres era rotina. O resultado desse
cenário foi o enorme número de doenças, acidentes de trabalho, mutilações e mortes. O processo
evolutivo nas operações de manufatura ocorreu entre 1760 e 1840. Essa etapa de transformação
culminou na utilização de máquinas, na fabricação de produtos químicos, nos processos de pro-
dução do ferro, na maior eficiência da utilização da água como recurso de energia a vapor e no
aperfeiçoamento de ferramentas, além da substituição da madeira pelo carvão mineral.
A Revolução Industrial começou na Inglaterra e, posteriormente, espalhou-se pelos Estados Uni-
dos e pela Europa Ocidental. (SENAC, 2019).

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e da forma desordenada como o labor humano estava sendo tratado.
Nesta época não existiam regras ou fiscalização que atuasse diante
destes ocorridos. Apesar desta situação, começou-se a perceber que o
ser humano ainda faz parte do processo produtivo, e que este deve es-
tar saudável para desempenhar suas atividades. Caso contrário, ocor-
rerão danos e perdas materiais e humanas, atrapalhando os processos,
aumentando os prazos de entrega etc. Ainda que seja um pensamento
retrógado, nesta época não havia valorização do trabalhador em si, mas
do lucro que ele poderia gerar através de uma gestão de produtividade,
como será visto nas ilustrações a seguir.

Figura 3 - Pessoas trabalhando até 18 horas por dia durante a Revolução


Industrial
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Fonte: História de Tudo, 2018.

Figura 4 – Crianças trabalhando

Fonte: História Liberta, 2018.

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Figura 5 - Produções em série

Fonte: Estudo Prático, 2018.

Segundo Saliba:

As condições de trabalho precárias somadas às jornadas de trabalho exces-


sivas (15 a 16 horas diárias) provocaram reações por parte do proletariado,
desencadeando vários movimentos sociais que influenciaram os políticos e

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legisladores a introduzir medidas legais. Assim, em 1833, o parlamento in-
glês decretou a “lei das fábricas”, que proibia o trabalho noturno aos menores
de 18 anos e limitava a jornada de trabalho a 12 horas por dia e 69 semanais.
(Saliba, 2016, p. 21).

Algumas lutas iniciaram-se em buscas de salário, que eviden-


cia a saída da postura de aceitação, muito comum naquela época, onde
somente a burguesia possuía voz.

O chamado Ludismo foi uma das primeiras formas de luta dos trabalhadores.


O movimento ludista era formado por grupos de trabalhadores que invadiam
as fábricas e quebravam as máquinas. Os ludistas conseguiram algumas
vitórias, por exemplo, alguns patrões não reduziram os salários com medo de
uma rebelião (GOMES, 2017).

“As primeiras leis de acidente do trabalho surgiram na Alema-


nha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até che-
gar ao Brasil por meio do Decreto Legislativo n. 3.724, de 15.1.1919”
(Saliba, 2016).
A seguir estão descritos alguns marcos concernentes a Segu-
rança do Trabalho no mundo (em destaque, estão os ocorridos no Brasil):
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Quadro 1 – Marcos históricos da segurança do trabalho

Ano Histórico da Segurança do Trabalho no mundo


Identificação de envenenamento por chumbo em mineiros e
metalúrgicos.
400 a.C
Utilização de bexigas de animais como barreira de retenção
para fumos e poeiras.
Identificação de perigos nos vapores metálicos e descrição
de envenenamento por mercúrio e chumbo.
Em 1556, Georgius Agrigola descreve o processo de mi-
neração e refino de metais, relatando doenças e acidentes
ocorridos, sugerindo aspectos preventivos e utilização de
ventilação durante as atividades. É o primeiro livro que abor-
da o assunto referente à segurança e que se chama “De Re
Metallica” ou “Da Natureza dos Metais”.
Em 1557, houve a primeira descrição de doenças respira-
tórias relacionadas com a mineração principalmente pela
utilização de mercúrio.
Paracelso é considerado o pai da Toxicologia. É autor da
1400 a 1500
frase “Todas as substâncias são venenos. É a dose que dife-
rencia os venenos dos remédios”.
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Em 1700, acontece a publicação do livro “De Morbis


Artificium Diatriba” ou “Doença dos Artífices”, escrito por
Bernardino Ramazzini, considerado o pai da Medicina
Ocupacional. Ele apresenta um estudo abordando doenças
relacionadas com o trabalho e que inclui cerca de 50 profis-
sões exercidas na época.
Em 1775, Percival Lott caracteriza o câncer de escroto como
doença de trabalhadores que limpavam chaminés e que a
causa identificada estava na fuligem e na ausência de higie-
ne presentes na atividade.

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Em 1802, a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes” foi criada
na Inglaterra, limitando a jornada máxima de trabalho a 12
horas, bem como a obrigatoriedade de ventilação ambiental
e a proibição do trabalho noturno.
A lei das fábricas foi criada em 1833 na Inglaterra e fixava
em 13 anos a idade mínima para exercer as atividades de
trabalho, proibindo também o trabalho noturno para menores
de 18 anos. Além disso, exigia exame médico para todas as
crianças trabalhadoras.
Em 1869, na Alemanha, foram criadas leis responsabilizan-
do empregadores por lesões ocupacionais.
Em 1907, Frederick Winslow Taylor publica “Princípios de
Administração Científica”, em que o autor apresenta técni-
cas que estudam tempo e movimento, padronização das
ferramentas e instrumentos, utilização de procedimentos
formais e mecanismo de pagamento considerando o rendi-
mento e custos.
1800 a 1920
Nos Estados Unidos, Em 1910, Henry Ford aplica “Concei-
tos de Produção em Massa” nas suas linhas de montagem e
fabricação, objetivando a redução do tempo dos processos
e estoques, buscando o aumento da capacidade produtiva
pela capacitação da força de trabalho.

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Em 1910, no Brasil, Oswaldo Cruz, considerado “o pai das
campanhas”, estudou doenças infecciosas no trabalho como
o amarelão e a malária. Esse estudo aconteceu durante a
construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Depois do término da Primeira Guerra Mundial em 1919,
foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ,
formalizada pela parte XIII do Tratado de Versalhes.
Em 1919, a Organização Internacional do Trabalho adota
seis importantes convenções: proteção à maternidade, idade
mínima para admissão de crianças, trabalho noturno para
menores, limitação da jornada de trabalho, trabalho noturno
para mulheres e luta contra o desemprego.

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Em 1922, em Harvard, tem início o curso de Higiene Indus-
trial.
Em 1930, no Brasil, é criado o Ministério do Trabalho, Indús-
tria e Comércio pelo Presidente Getúlio Vargas.
Em 1938, nos Estados Unidos, ocorre a fundação da ACGIH
(National Conference Governamental Industrial Hygienists).
No dia 28 de setembro de 1940, ocorre a fundação da ABNT
– Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Entre 1939 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial,
ocorre o desenvolvimento de programas para manutenção
da capacidade produtiva na indústria que tinha foco ape-
nas na indústria bélica e era operada em sua maioria por
mulheres.
Em 1943, no Brasil, entra em vigor a Consolidação das Leis
1921 a 1950 do Trabalho - CLT, inclusive com capítulo referente à Higiene
e Segurança do Trabalho.
Em 1943, a ACGIH publica os Limites Máximos Permissíveis
que em 1948 foram chamados de Limites de Tolerância (TLV
– Threshold Limit Value).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi declara-
da em dezembro de 1948, assegurando ao trabalhador a
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manutenção e a segurança na aplicação de direitos como


liberdade de escolha de emprego, garantia de condições fa-
voráveis de trabalho e proteção contra o desemprego, direito
ao trabalho, direito ao repouso e lazer, limitação de horas
trabalhadas, padrão de vida que assegure o bem-estar do
trabalhador e sua família e férias periódicas remuneradas.
Criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que inclui
políticas direcionadas à saúde de trabalhadores.
Em 1953, acontece a regulamentação da CIPA pela Portaria
155.
A criação da FUNDACENTRO – Fundação Centro Nacional
de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho acontece
em 1966 e em 1978 tem seu nome alterado para Funda-
1950 a 2000
ção Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do
Trabalho. A fundação realiza análises, pesquisas e estudos
relativos à higiene e à saúde ocupacional.
Publicação da obra “Neuroses das Telefonistas”, em 1956,
por Le Guillant – Síndrome Geral de Fadiga Nervosa.

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Em 1970, no Brasil ocorria o maior número de acidentes de
trabalho no mundo.
Em 1970, Nos Estados Unidos, ocorre a criação da OSHA
(Ocupation Safetyand Health Administration) e o NIOSH
(National Institute for Ocupational Safetyand Health).
As Normas Regulamentadoras do Capítulo V da CLT – Con-
solidação das Leis do Trabalho são aprovadas em junho de
1978 através da Portaria n° 3.214 (Segurança e Medicina do
Trabalho).
Em 1988, ocorre no Brasil a promulgação da Constituição
Federal do Brasil.
No Brasil, em 1989, é aprovada a Convenção n° 162 –
Asbesto, aplicada nas atividades onde ocorra exposição ao
asbesto.
A atualização do quadro componente do SESMT (NR-4)
acontece em 1990, sendo então constituído por Engenheiro
de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro
1950 a 2000 do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e Técnico
em Segurança do Trabalho.
O conceito legal de acidente de trabalho e trajeto é definido
em 1991, pela lei 8.213, que determina também que é obri-

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


gatório às empresas comunicarem os acidentes de trabalho
(CAT).
Para saber mais: Na época, a legislação de segurança,
higiene e medicina do trabalho estava distribuída em uma
enorme quantidade de textos, dificultando o entendimento
comum, o controle de qualquer estatística e, consequen-
temente, a aplicação correta das leis. Toda essa proble-
mática resultou na Portaria 3.214, facilitando a aplicação
das normas de caráter preventivo em todos os locais de
trabalho. Esse movimento assegurou a manutenção de três
vertentes que eram a consolidação e o reconhecimento das
profissões, a redução dos acidentes e doenças do trabalho
e principalmente a certeza do cumprimento pelas empresas
das normas de segurança e saúde do trabalho.

23
A proibição do trabalho infantil finalmente acontece em 4 de
outubro de 2001, pela Portaria n° 458.
A campanha “Amianto Mata” é lançada em 2006 e tem como
objetivo a comunicação do risco do amianto para a popula-
ção leiga e usuária dos parques municipais de São Paulo,
cumprindo a exigência legal sustentada em três eixos: proi-
bição de novas construções contendo amianto, manutenção
2000 criteriosa do que já foi instalado evitando o desprendimento
das fibras cancerígenas e demolição, remoção e disposição
final de estruturas que contêm amianto.
Devido aos efeitos ao meio ambiente e à saúde, diversos
países do mundo desenvolveram ações com o objetivo de
minimizar os riscos provenientes da utilização de mercúrio,
culminando na assinatura da Convenção de Minamata sobre
Mercúrio em 2013.

Fonte: Adaptado de SENAC, 2019.

A FUNDACENTRO, instituição voltada a estudos e pesquisas


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

no âmbito da Saúde e Segurança do trabalho, tem por objetivo:


“Produzir e difundir conhecimento sobre Segurança e Saúde
no Trabalho e Meio Ambiente, para fomentar, entre os parceiros sociais,
a incorporação do tema na elaboração e gestão de políticas que visem
o desenvolvimento sustentável com crescimento econômico, promoção
da eqüidade social e proteção do meio ambiente.” (FUNDACENTRO,
2018).
Criada em 1966, possui 13 estabelecimentos espalhados no
Brasil (a localização de cada uma dessas centrais pode ser encontrada
em seu site).
A FUNDACENTRO possui materiais ricos que devem ser ex-
plorados pelo estudante e profissional da área.
Para saber mais sobre esse assunto, acesse:
<http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/inicio>.
Além disso, acesse o canal da fundação no Youtube:
<https://www.youtube.com/user/fundacentrooficial> e confira
diversos vídeos nacionais relacionados ao tema, eles dispõem de con-
teúdos sempre atualizados

24
A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE

Atualmente, observa-se que as empresas evoluíram em rela-


ção à SST, onde passaram daquela visão de “procurar cumprir somente
a legislação e não pagar multas”, para a constatação de que as conse-
quências das aplicações de SST no ambiente laboral, além de salvar vi-
das, trazem inúmeros benefícios: agrega valor ao produto, reduz perda
de tempo, melhora a produtividade, traz motivação, além de trazer uma
imagem positiva à marca da empresa, entre outros.
Através dos tópicos a seguir expõem-se, a fim de compreender
as atuais características da Segurança do Trabalho, que ocorreram por
meio da evolução que tem por objetivo se ter práticas e atividades labo-
rais seguras nos diversos ambientes de trabalho:

A dignidade do trabalho passou a ser fator fundamental na prática das ativi-


dades, bem como as medidas de gratificação que promovem a qualificação
profissional e crescimento como cidadão.
Tornou-se comum a adaptação do trabalho ao homem, priorizando as ques-
tões de ergonomia aplicadas na legislação de SST, sendo evidenciada na
adaptação e ajuste de máquinas, equipamentos e mobiliário, mudança dos
processos produtivos, jornadas de trabalho e intervalos.
O novo conceito de saúde foi consolidado, não relacionado apenas à inexis-
tência das doenças, e sim enfatizando a plena saúde física, mental e social.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


As normas legais buscam hoje em dia um ambiente de trabalho saudável,
sem a única preocupação com existência de agentes insalubres, e sim com
a preocupação com a prevenção de qualquer fator negativo do ambiente.
Os trabalhadores passam a ter acesso às informações relativas à segurança
e à saúde no ambiente de trabalho, bem como a garantia de participação nos
processos de elaboração das normas por meio de representantes.
Os fatores e agentes de risco no ambiente de trabalho não são mais consi-
derados problemas isolados e passam a ter uma importância geral. A poten-
cialização dos agentes torna-se comum pelo contato entre eles. A jornada
de trabalho excessiva, as condições ambientais e processos passam a ter
relação direta com a geração e o agravo das doenças ocupacionais.
Extinção de fatores de risco, por meio da priorização das medidas de controle
de eliminação e que tenham alcance coletivo.
Priorização das medidas coletivas de controle em detrimento das medidas de
proteção individual.
A limitação do tempo de exposição do trabalhador a atividades insalubres
passa a contar com a possibilidade de redução da carga horária de trabalho.
Proibição de prêmios por produtividade e limitação da jornada são ações que
tem o objetivo de evitar a repetição e a monotonia no trabalho, consequên-
cias geralmente das tarefas de trabalho mecânico, onde não haja necessida-
de da utilização de criatividade ou raciocínio constante.
O empregador passa a ter responsabilidade pela aplicação das normas, sen-

25
do que assume a geração dos riscos no ambiente de trabalho. No caso de
terceirização de serviços, aplica-se o princípio da responsabilidade solidária.
O empregador ou tomador de serviço atualmente passa a ser responsável
pela aplicação das normas de segurança e saúde do trabalho, adotando o
princípio de que quem gera o risco é responsável por ele. Na presença de
serviços terceirizados, já é frequente o estabelecimento de responsabilida-
de solidária entre tomadores de serviços e empregadores formais (SENAC,
2019).

Baixe aplicativos de SST


Baixe aplicativos de Segurança no Trabalho em seu celular,
para realizar consultas e qualquer lugar que estiver, são ótimas ferra-
mentas para a vida acadêmica e profissional.
Pesquise pelos assuntos abaixo, e baixe os de sua preferência:
Normas Regulamentadoras – NR
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
Medidor de ruídos – decibéis
*Os aplicativos podem variar conforme o sistema operacional
do celular. Como por exemplo: Android ou IOS.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

CONCEITOS BÁSICOS NA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO


TRABALHO: SEGURANÇA DO TRABALHO, HIGIENE OCUPACIO-
NAL E MEDICINA DO TRABALHO

Para iniciar o estudo desta e das próximas unidades, é essen-


cial entender os conceitos principais que dividem e complementam a
SST.
A seguir serão analisadas as diferenças entre os estudos de
grandes áreas que dividem a SST:

26
Quadro 2 - Diferença entre termos comuns da SST
É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho
decorrentes dos fatores de riscos operacionais. (...) Entre os fatores
Segurança do que provocam acidentes do trabalho, destacam-se: Eletricidade,
Trabalho máquinas e equipamentos, incêndios, armazenamento e transporte
de materiais, manuseio de produtos perigoso, ferramentas manuais
etc. (p. 23)

É a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, por meio da


antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle dos
Higiene riscos físicos, químicos e biológicos originados nos locais de traba-
Ocupacional lho e passíveis de produzir danos à saúde originados nos locais de
trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores,
observando-se também seu impacto no meio ambiente. (p. 24)

É fundamental no campo da saúde ocupacional e complementa todos


os meios prevencionistas, especialmente a higiene ocupacional. A
eficiência do reconhecimento, a avaliação e controle dos agentes
Medicina do físicos, químicos e biológicos somente serão alcançados com a
participação da medicina do trabalho, por intermédio dos profissionais
Trabalho da saúde (médico, enfermeiro, auxiliar do trabalho, entre outros). As
medidas preventivas de medicina do trabalho estão previstas nos
arts. 168 e 169 da CLT 3e regulamentadas pela NR 7(Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional da Portaria n. 3214/78.

Cuida da adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o má-

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


ximo de conforto, segurança e eficiência no desempenho. Entre as
Ergonomia
condições de trabalho, destacam-se: levantamento, transporte e
descarga de materiais, condições ambientais de conforto e a organi-
zação do trabalho (subitem 17.1.2 da NR-17).
Fonte: Saliba, 2016.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

JUNIOR, Francisco Milton Araújo. Doença Ocupacional e Acidente de


Trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2013.

BARBOSA, Adriano Aurélio Ribeiro. Segurança do Trabalho. 1. ed.


Curitiba: Editora LT, 2011.
3 Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude
de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas
neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho:
(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
I - a admissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989).
II - na demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
III - periodicamente. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) (JUSBRASIL, 2018).

27
CAMPOS, Armando. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes: uma nova abordagem. 21. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2013.

MORAIS, Carlos Roberto Naves. Perguntas e Respostas Comenta-


das em Segurança e Medicina do Trabalho. 6. ed. São Caetano do
Sul, SP: Editora Yendis, 2012. •

TEIXEIRA, Pedro Luiz Lourenço. Segurança do Trabalho na Cons-


trução Civil: Do Projeto À Execução Final. 1. ed. São Paulo: Editora
Navegar, 2009
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

28
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: Correios Provas: Engenheiro de
Segurança do Trabalho Júnior
Com base nas previsões expostas na Norma Regulamentadora n°
4 (NR-4), assinale a alternativa correta.
a) Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Tra-
balho é permitido o exercício de outras atividades na empresa durante
o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho.
b) Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Me-
dicina do Trabalho devem ser compostos exclusivamente por médico
do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e enfermeiro do tra-
balho.
c) Apenas as empresas privadas manterão, obrigatoriamente, Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Traba-
lho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador no local de trabalho.
d) O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o
enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 4 horas (tempo par-
cial) ou 8 horas (tempo integral) por dia para as atividades dos Serviços

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Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Traba-
lho.
e) O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco
da atividade principal e ao número total de empregados do estabeleci-
mento, observadas as exceções previstas na NR-4.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis -
SC Prova: FEPESE - 2014 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Técni-
co em Segurança do Trabalho
Como é denominada a ocorrência, geralmente não planejada, que
resulta em dano à saúde ou à integridade física de trabalhadores
ou indivíduos do público?
a) Incidente
b) Falha humana
c) Risco do trabalho
d) Acidente de trabalho
e) Circunstância indesejada
29
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: Correios Provas: IADES - 2017 -
Correios - Técnico em Segurança do Trabalho Júnior 
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser registra-
da on-line ou de forma manual no devido órgão competente. Para
tanto, são necessárias quatro vias: a primeira é entregue ao INSS;
a segunda, ao segurando ou dependente; a terceira, ao sindicato
de classe do trabalhador. A quarta via pertence à (ao)
a) Empresa
b) Receita Federal
c) Ministério do Trabalho e Emprego
d) Tribunal Regional do Trabalho
e) Delegacia Regional do Trabalho

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: SELECON Órgão: SECITEC - MT Prova: SELE-
CON - 2018 - SECITEC - MT - Técnico de Apoio Educacional
O conceito legal de acidente de trabalho é aquele que decorre do
exercício da atividade profissional, a serviço da empresa, em que:
a) tal fato é inesperado, não planejado, que interfere ou interrompe todo
o processo normal de trabalho, provocando lesão corporal, dano mate-
rial e/ou perda de tempo
b) não se produz incapacidade laborativa
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

c) as atividades são exercidas em condições especiais sob as quais o


trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente
d) provoca lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho

QUESTÃO 5
Provas: FUNRIO - 2013 - INSS - Analista - Engenharia em Seguran-
ça do Trabalho Disciplina: Segurança e Saúde no Trabalho - Assun-
tos: OIT
Um dos piores desastres industriais de todos os tempos ocorreu
em Bhopal, na Índia em dezembro de 1984, quando um vazamento
de produtos químicos de uma instalação da Union Carbide matou
mais de 7000 pessoas, feriu muitas outras e deixou graves seque-
las e problemas de saúde na população humana e animal da região
até os dias de hoje. Os históricos de acidentes industriais mun-
diais de graves proporções levaram o mundo a pensar em normas
cada vez mais rígidas de controle de riscos e maior segurança no
trabalho. A Organização Internacional do Trabalho trata das nor-
30
mas gerais de prevenção de acidentes industriais maiores na con-
venção de número:
a) 174
b) 144
c) 168
d) 176
e) 178

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A partir do contexto histórico da Segurança do Trabalho no Brasil e no


mundo, evidencia-se que o objetivo da SST é assegurar ao trabalhador
qualidade de vida no trabalho, além de prevenir e controlar doenças e
acidentes do trabalho.Parte do cenário atual é regido por empresas que
buscam lucro e não estão dispostas a adotar as medidas de SST ou
cumprir as legislações vigentes. Sobre o enunciado, comente acerca do
papel do Engenheiro de Segurança do Trabalho diante dos problemas
contemporâneos da área.

TREINO INÉDITO

São marcos históricos da Segurança do trabalho, exceto:


a) criação da OIT – Organização Internacional do Trabalho

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


b) a criação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
c) a publicação das NR – Normas Regulamentadoras
d) o Tratado de Tordesilhas
e) o lançamento do livro “Doença dos Artífices”, escrito por Bernardino
Ramazzini.

NA MÍDIA

45 BARRAGENS PREOCUPAM ORGÃOS FISCALIZADORES, APON-


TA RELATÓRIO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS, ELABORADO
PELA AGENDA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA- 19/11/2018

31
Figura 6 - Barragem da Usina Hidrelétrica Funil (UHE Funil) no rio Gran-
de (MG).

Fonte: ANA, 2018

O Brasil possui um cadastro com 24.092 barragens para diferentes fina-


lidades, como acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais
e para geração de energia (...) O total de barramentos será conhecido
quando todos os órgãos e entidades fiscalizadoras cadastrarem todas
as barragens sob sua jurisdição, conforme estabelece, entre outras
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

obrigações,  a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB),


instituída pela Lei nº 12.334/2010.
Das 24.092 barragens, 3.545 foram classificadas pelos agentes fiscali-
zadores segundo a Categoria de Risco (CRI) e 5.459 quanto ao Dano
Potencial Associado (DPA). Das barragens cadastradas,  723 (ou 3%)
foram classificadas simultaneamente como de CRI e DPA altos. (...) O
número de barragens apontadas como mais vulneráveis subiu de 25
em 2016 para 45 em 2017. No período coberto pelo Relatório, foram
reportados quatro acidentes e 10 incidentes envolvendo barragens. Não
foram registradas vítimas fatais.       
(...) O Brasil possui 43 potenciais agentes fiscalizadores, dos quais qua-
tro são federais e 39, estaduais.

Fonte: Agencia Nacional das Águas - ANA


Data: 19 nov. 2018
Leia a notícia na íntegra:http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/noticias/
45-barragens-preocupam-orgaos-fiscalizadores-aponta-relatorio-de-se-
guranca-de-barragens-elaborado-pela-ana

32
NA PRÁTICA

A Segurança do Trabalho se faz presente no cotidiano de diversas em-


presas e obras. Quando acontecem acidentes com pequenos danos
(material e pessoal), uma imagem negativa relacionada à empresa é
incorporada a sua marca, na região onde encontra-se instalada. Porém,
os acidentes de comoção nacional, devido ao grande número de mortos
e desaparecidos, como os desastres ocorridos nas cidades Mariana,
em 05/11/2015, e Brumadinho, em 25/01/2019, ambas localizadas em
Minas Gerais/MG, geraram grande alerta em todo o Brasil, no tocante
às barragens existentes.
Segundo a ANA (2018) existem 24.092 barragens no Brasil, dentre elas,
9.004 estão cadastradas. Dentre as barragens cadastradas, 3% foram
classificadas como sendo de Categoria de Risco - CRI e Dano Potencial
Associado - DPA altos.
Ainda segundo a reportagem (ANA, 2018), “o Brasil possui 43 poten-
ciais agentes fiscalizadores”. Recursos públicos são destinados para
investimento em segurança, inclusive para “manutenção e recuperação
de barragens”.
A realidade é que grande parte do poder público não cumpre com as
normas de SST, não somente as empresas privadas. Ainda não é habi-
tual que em ambientes públicos (como Prefeituras, por exemplo), se te-
nha uma cultura de segurança do trabalho. Por isso, observa-se que as

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


obrigações são cobradas em sua maioria de empresas privadas (ainda
que de forma eventual nos dias atuais).
É necessária uma cultura de segurança do trabalho forte, dentro
das empresas, para prevenção e eliminação de acidentes, através
do controle das equipes de SESMT e CIPA, com a colaboração dos
funcionários e cobrança da empresa.
Além disso, cabe constante fiscalização de responsabilidade governa-
mental, e criação de legislações mais rígidas, para que assim, possam
se resguardar inúmeras vidas e se evitar desastres como estes.

PARA SABER MAIS

Filme: O operário (Brad Anderson, Universal, 1988)

Acesse o link: https://enit.trabalho.gov.br/portal/

Reportagem:
https://exame.abril.com.br/carreira/o-trecho-mais-polemico-da-nova-clt-
-prejudica-parentes-de-vitimas-da-vale/
33
AS NORMAS REGULAMENTADORAS
DA ENG. DE SEGURANÇA DO TRABALHO
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

AS NORMAS REGULAMENTADORAS - NR

Ainda que de forma tardia, o Brasil passou a criar legislações


no que diz respeito à Engenharia de Segurança do Trabalho, para re-
gulamentar o trabalho de uma maneira mais harmoniosa, com a capa-
cidade humana.
Entretanto, sabe-se que essas normas, por mais que sofreram
alterações ao longo dos anos, estão defasadas e precisam ser aperfei-
çoadas, de acordo com as necessidades atuais.
Atualmente, o conjunto de normas nacionais voltadas especi-
ficamente à Engenharia de Segurança do Trabalho são denominadas
como “Normas Regulamentadoras”, também conhecidas através da si-
gla “NR”. São consideradas o “norte” de todo profissional da área.
Conforme a Secretaria de Inspeção do Trabalho (Escola Nacio-
nal de Inspeção do Trabalho – ENIT):

As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao ca-

34
pitulo V da CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem cum-
pridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho
seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
A elaboração/revisão das NR é realizada pelo Ministério do Trabalho adotan-
do o sistema tripartite paritário por meio de grupos e comissões compostas
por representantes do governo, de empregadores e de empregados (ENIT,
2019).

No Brasil, para a criação ou atualização das NR é necessária a


organização da “comissão tripartite”, onde se reúnem representantes de
todas as categorias que as envolvem, sendo elas: empregados, empre-
gadores e governo. Através dessa comissão, são publicadas portarias
pelo Ministério do Trabalho e Emprego para divulgação dessas NR.
“As NRs foram instituídas pelo MTE, por meio da Portaria nº
3.214, de 8 de junho de 1978, para estabelecer os requisitos técnicos e
legais a respeito da segurança e saúde ocupacional (Junior, p.11, 2018).
No Quadro 3 a seguir, constam as NRs (com seus respectivos
anexos), sendo que duas delas foram revogadas. Estas tratam de diver-
sos segmentos, responsabilidades, órgãos, competências etc.

Quadro 3 – Normas Regulamentadoras - NR


NORMAS REGULAMENTADORAS

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


NR-1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
NR-2 - INSPEÇÃO PRÉVIA - REVOGADA
NR-3 - EMBARGO OU INTERDIÇÃO
NR-4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURAN-
ÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
NR-5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
NR-6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI
NR-7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIO-
NAL
NR-8 - EDIFICAÇÕES
NR-9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
NR-10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICI-
DADE
NR-11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANU-
SEIO DE MATERIAIS

35
NR-11 - ANEXO I - REGULAMENTO TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS
PARA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE CHAPAS DE
ROCHAS ORNAMENTAIS
NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMEN-
TOS
NR-12 - ANEXO I - DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA E REQUISITOS PARA
O USO DE DETECTORES DE PRESENÇA OPTOELETRÔNICOS
NR-12 - ANEXO II - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA CAPACITAÇÃO
NR-12 - ANEXO III - MEIOS DE ACESSO PERMANENTES
NR-12 - ANEXO IV - GLOSSÁRIO
NR-12 - ANEXO V - MOTOSSERRAS
NR-12 - ANEXO VI - MÁQUINAS PARA PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA
NR-12 - ANEXO VII - MÁQUINAS PARA AÇOUGUE, MERCEARIA, BA-
RES E RESTAURANTES
NR-12 - ANEXO VIII - PRENSAS E SIMILARES
NR-12 - ANEXO IX - INJETORA DE MATERIAIS PLÁSTICOS
NR-12 - ANEXO X - MÁQUINAS PARA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS E
AFINS
NR-12 - ANEXO XI - MÁQUINAS E IMPLEMENTOS PARA USO AGRÍCO-
LA E FLORESTAL
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

NR-12 - ANEXO XII - EQUIPAMENTOS DE GUINDAR PARA ELEVAÇÃO


DE PESSOAS E REALIZAÇÃO DE TRABALHO EM ALTURA
NR-13 - CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES E TAN-
QUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO
NR-14 - FORNOS
NR-15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
NR-15 - ANEXO 1 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO
OU INTERMITENTE
NR-15 - ANEXO 2 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDOS DE IMPAC-
TO
NR-15 - ANEXO 3 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO
CALOR
NR-15 - ANEXO 4 - (REVOGADO)
NR-15 - ANEXO 5 - RADIAÇÕES IONIZANTES
NR-15 - ANEXO 6 - TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
NR-15 - ANEXO 7 - RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES

36
NR-15 - ANEXO 8 - VIBRAÇÃO
NR-15 - ANEXO 9 - FRIO
NR-15 - ANEXO 10 - UMIDADE
NR-15 - ANEXO 11 - AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É
CARACTERIZADA POR LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LO-
CAL DE TRABALHO
NR-15 - ANEXO 12 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINE-
RAIS
NR-15 - ANEXO 13 - AGENTES QUÍMICOS
NR-15 - ANEXO 13A - BENZENO
NR-15 - ANEXO 14 - AGENTES BIOLÓGICOS
NR-16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
NR-17 - ERGONOMIA
NR-17 - ANEXO I - TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT
NR-17 - ANEXO II - TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKE-
TING
NR-18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO
NR-19 - EXPLOSIVOS

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


NR-20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E
COMBUSTÍVEIS
NR-21 - TRABALHOS A CÉU ABERTO
NR-22 - SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
NR-23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
NR-24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO
NR-25 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS
NR-26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
NR-27 - REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO - REVOGADA
NR-28 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
NR-29 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO PORTUÁRIO
NR-30 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO
NR-30 - ANEXO I - PESCA COMERCIAL E INDUSTRIAL
NR-30 - ANEXO II - PLATAFORMAS E INSTALAÇÕES DE APOIO

37
NR-31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PE-
CUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
NR-32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
NR-33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CON-
FINADOS
NR-34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL
NR-35 - TRABALHO EM ALTURA
NR-36 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE
ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS
NR-37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
Fonte: ENIT, 2019.

As Normas Regulamentadoras “NR” estão em constante modi-


ficação pela comissão tripartite. Por isso, o acadêmico ou profissional
da área, deve estar atento a essas atualizações, acompanhando atra-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

vés do site https://enit.trabalho.gov.br/portal/ (até o ano de 2018 as NR


eram consultadas no site do Ministério do Trabalho).
No início do texto de toda a NR é possível visualizar todas as
datas das últimas atualizações ocorridas.
Ainda assim, algumas NR se tornaram obsoletas (ainda que
estejam vigentes e devam ser cumpridas), e é nítido que necessitam
sofrer alterações.
Além disso, em determinados momentos pode-se encontrar in-
formações divergentes entre legislações, ou que causam mais de um
entendimento (o que faz com que diferentes juízes, julguem causas de
mesmo conteúdo, dando sentenças diferentes). Nestas situações em
que há mais de um tipo de legislação voltada para determinado con-
teúdo, utilize sempre a legislação mais preventiva, ou seja, que dará
condições mais seguras e dignas ao trabalhador.
Ser Engenheiro de Segurança do Trabalho é cuidar de vidas,
de famílias, e da sociedade, vai muito além de cumprir a legislação!

38
Nesta unidade, analisaremos as seguintes NR:
NR 1 – Disposições gerais
NR 3 – Embargo ou Interdição
NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 28 - Fiscalização e Penalidades

Cada NR possui vários itens que a compõe. Todo item dentro


de uma NR tem uma numeração, sendo que, o primeiro número do item
corresponde ao número da NR, portanto:
- Na NR 23, por exemplo, todos os itens começarão pelo núme-
ro “23”, e todos os itens da NR 1, começarão pelo número “1”.
- O item 1.8 pertence a NR 1, por exemplo, fala das obrigações
do empregado, dentro do item tem as “alíneas” a, b, c e d. Bem como o
item 3.4, pertence a NR 3, e assim por diante.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


NORMA REGULAMENTADORA 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS

A NR 1 com o título “Disposições Gerais”, tem como fundamen-


tação legal os Artigos. 154 a 159 da CLT. “A NR-1 determina a aplica-
bilidade de todas as normas regulamentadoras, assim como os direitos
e deveres do governo, dos empregados e empregadores em relação a
essas normas.” (Junior, p.15, 2018).

A observância das Normas Regulamentadoras – NR não deso-


briga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com re-
lação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos
sanitários dos Estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções
e acordos coletivos.
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a
39
aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle
ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego,
conforme previsto no art. 2º, § 2º da Lei nº 13.467/2017.
Leia mais sobre a NR 1 - Disposições Gerais e seu novo texto
(NR-1 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais),
disponível na página de Normas Regulamentadoras do ENIT <https://
enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/
sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default>.

Segundo o texto do item 1.2.1.1 da NR 1 todas as NR são de


“observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos ór-
gãos dos poderes Legislativo e Judiciário que possuem empregados
regidos pela CLT” (ENIT, 2019).
Conforme item 1.2, a norma ressalta que o cumprimento das
NRs não desobriga o empregador do cumprimento das demais normas
relacionadas à SST, que podem estar previstas em outros códigos, leis
ou regulamentos (sejam eles da esfera federal, municipal, estadual e
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

etc.)
A NR ainda apresenta as atividades que competem a Delega-
cia Regional do Trabalho e a Secretaria de Segurança e Saúde no Tra-
balho – SSST4. Além de trazer as definições de empregador, emprega-
do, empresa, estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente
de trabalho e local de trabalho, apresentados conforme os quadros a
seguir:

4 1.3.  A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito nacional


competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a
segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do
Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho em
todo o território nacional.
1.3.2. Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST conhecer, em
última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados
Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho (ENIT, 2009).

40
Quadro 4 - Competências da Delegacia Regional do Trabalho
a) Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais
e regulamentares sobre segurança e medicina do   trabalho;
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de
obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutra-
lização de insalubridade;

e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre seguran-


ça e medicina do trabalho nas localidades onde não houver médico do tra-
balho ou engenheiro de segurança do trabalho registrado no MTb. 
Fonte: ENIT, 2009.

Quadro 5 - Principais conceitos da NR 1 - “Disposições Gerais”


a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a pres-
tação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador
Empregador
os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lu-

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


crativos, que admitem trabalhadores como empregados;
a pessoa física que presta serviços de natureza não even-
Empregado tual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário
o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, can-
teiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e ou-
Empresa
tras, constituindo a organização de que se utiliza o empre-
gador para atingir seus objetivos;
cada uma das unidades da empresa, funcionando em luga-
Estabeleci-
res diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório,
mento
loja, oficina, depósito, laboratório;
Setor de ser- a menor unidade administrativa ou operacional compreen-
viço dida no mesmo estabelecimento;
a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem
Canteiro de
operações de apoio e execução à construção, demolição
obra
ou reparo de uma obra;

41
a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvol-
Frente de tra-
vem operações de apoio e execução à construção, demoli-
balho
ção ou reparo de uma obra;
Local de tra-
a área onde são executados os trabalhos.
balho
Fonte: ENIT, 2009.

A NR retrata ainda as obrigações do empregado e empregador,


nos itens 1,7e 1.8 respectivamente:
Quadro 6 - Obrigações do empregado e empregador segundo a NR 1
Cabe ao empregador: Cabe ao empregado:
a) cumprir as disposições legais e
a) cumprir e fazer cumprir as dispo- regulamentares sobre segurança
sições legais e regulamentares sobre e saúde do trabalho, inclusive as
segurança e medicina do trabalho; ordens de serviço expedidas pelo
empregador;
b) elaborar ordens de serviço sobre
segurança e saúde no trabalho, dando b) usar o EPI fornecido pelo em-
ciência aos empregados por comuni- pregador;
cados, cartazes ou meios eletrônicos;
c) informar aos trabalhadores: I. os
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

riscos profissionais que possam ori-


ginar-se nos locais de trabalho; II. os
meios para prevenir e limitar tais riscos
e as medidas adotadas pela empresa; c) submeter-se aos exames médi-
III. os resultados dos exames médi- cos previstos nas Normas Regula-
cos e de exames complementares de mentadoras - NR;
diagnóstico aos quais os próprios tra-
balhadores forem submetidos; IV. os
resultados das avaliações ambientais
realizadas nos locais de trabalho.
d) permitir que representantes dos tra-
balhadores acompanhem a fiscaliza- d) colaborar com a empresa na
ção dos preceitos legais e regulamen- aplicação das Normas Regulamen-
tares sobre segurança e medicina do tadoras - NR;
trabalho;
e) determinar procedimentos que de-
vem ser adotados em caso de aciden-  
te ou doença relacionada ao trabalho.
Fonte: ENIT, 2009.

42
Recomenda-se a leitura na íntegra desta, e de todas outras
NR, para melhor entendimento e assimilação dos conteúdos expostos.

NORMA REGULAMENTADORA 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO

A NR 3 denominada “Embargo Interdição”, em seu enxuto tex-


to, traz o significado de embargo e interdição e em quais situações eles
se enquadram. Para ocorrer uma das duas situações, anteriormente
citadas, é necessária uma situação de Risco Grave e Iminente, sendo
que o Embargo está voltado para obras, e a Interdição atinge estabele-
cimentos, setores, máquinas ou equipamentos.

Leia mais sobre a NR 3 - Embargo ou Interdição, disponível


na página de Normas Regulamentadoras do ENIT <https://enit.trabalho.
gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-
-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default>.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


NORMA REGULAMENTADORA 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

A NR 4, de título “Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho” conhecido pela sigla SESMT,
é mais extensa se comparada as demais apresentadas anteriormente.
Ela explica do que se trata, bem como define as regras, além de ensinar
como realizar o dimensionamento da equipe de SESMT.
O SESMT deve ser mantido por empresas privadas e públicas,
além dos órgãos públicos, conforme item 4.1 da NR 4. Para identificar
em quais situações a organização estará obrigada a manter uma equipe
de SESMT, é necessário fazer o dimensionamento, conforme explicado
no item 4.2, que “vincula-se à gradação do risco de atividade principal
e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos
Quadros I e II anexos” da NR 4 (Júnior, 2018).
O Quadro I traz a “Relação da Classificação Nacional de Ati-
vidades Econômicas – CNAE (Versão 2.0)*, com correspondente Grau
43
de Risco – GR para fins de dimensionamento do SESMT” (Júnior, p. 29,
2018).
Já o Quadro II de título “Dimensionamento do SESMT” possui
a relação entre Grau de Risco, Profissionais do SESMT e Número de
empregados no estabelecimento.
Em seus itens, a NR 4 trata de exceções, observações e res-
salta pontos importantes a serem observados, por isso, deve ser lida
com calma antes de realizar o dimensionamento do SESMT para a or-
ganização, uma vez que se trata de uma legislação e deve ser seguida
na íntegra.
Pontos importantes5 trazidos pela NR 4, segundo Junior (2018):

• Deverá considerar o maior grau de risco, empresas com mais de 50% dos
seus empregados alocados em atividades que tem maior grau de risco que a
atividade principal (item 4.2.2);
• Deverão trabalhar 8 horas por dia: o Técnico de Segurança do Trabalho e o
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (item 4.8);
• O Engenheiro de Segurança do Trabalho, o médico do trabalho e o en-
fermeiro do trabalho, no mínimo 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas (tempo
integral) por dia (item 4.9);
• O item 4.12 trata das obrigações dos profissionais integrantes do SESMT;
• O SESMT deverá manter entrosamento com a CIPA de forma a garantir e
integrar as atividades que compete a cada um (item 4.13);
• O ônus referente a instalação e manutenção do SESMT é de responsabili-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

dade do empregador (item 4.11);


• O SESMT deverá ser registrado no MTb (item 4.17);

“A fundamentação desta norma está prevista no art. 162 da


CLT. A NR 4 determina como as empresas devem organizar e manter
em funcionamento os SESMT a fim de cuidar da saúde e integridade do
trabalhador no seu local de trabalho (Junior, p. 55, 2018).”
A quantidade de integrantes do SESMT varia de acordo com o:
- Grau de Risco da corporação, conforme CNAE da empresa;
- Quantidade de trabalhadores.
5' 4.5.3 A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu estabelecimento pode cons-
tituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, desde
que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
4.5.3.3 O SESMT deve ter seu funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão composta
de representantes da empresa contratante, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional
do Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
Trabalho (ENIT, 2016).

44
E pode ser composto de:
- Engenheiro de Segurança do Trabalho;
- Médico do Trabalho;
- Enfermeiro do Trabalho;
- Técnico de Segurança do Trabalho;
- Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (Junior 2018).

Leia mais sobre a NR 4 - Serviços Especializados em Engenha-


ria de Segurança e em Medicina do Trabalho, disponível na página de
Normas Regulamentadoras do ENIT <https://enit.trabalho.gov.br/portal/
index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/
sst-nr-portugues?view=default>.

Dimensionamento do SESMT
O primeiro passo para realizar o dimensionamento do SESMT
é analisar o documento da empresa (Cartão CNPJ – Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica ou Contrato social) para identificação da atividade
primária, através do CNAE.
“A CNAE – Cadastro Nacional de Atividades econômicas é o
instrumento de padronização nacional dos códigos de atividade econô-
mica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


da Administração Tributária do país (IBGE, 2019).”

Figura 7 - Exemplo de CNAE e suas respectivas descrições

Fonte: IBGE, 2019.

45
CNAE
A Receita Federal disponibiliza em seu site, a opção de consul-
ta online do CNAE e dados da empresa.
Através do número do CNPJ da empresa, digitando-o no cam-
po informado, será aberta uma nova tela com o Comprovante de Inscri-
ção e de Situação Cadastral, onde o CNAE da empresa é exibido..
Acesse o link:
<https://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/
cnpjreva/cnpjreva_solicitacao2.asp>.

Figura 8 – Modelo do Cartão CNPJ


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Receita Federal, 2019

De posse do número e atividade da CNAE, e abrindo no Qua-


dro I da NR 4, deverá identificar o Grau de Risco – GR da atividade que
46
pode variar de 1 a 4. Sendo que, quanto maior o número, maior é o grau
de risco da atividade. O quadro I é bem extenso e possui uma gama de
atividades diferentes (como exemplificado na imagem a seguir).

Figura 9 - Recorte do Quadro I da NR 4 - Relação da CNAE com


correspondente GR

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


Fonte: NR - 4. ENIT, 2016.

Por exemplo, se a empresa em questão, possui como ativida-


de primária o item “01.1 Cultivo de Cerais”, então seu GR é número 3,
conforme o Quadro I da NR 4.
Identificado o Grau de Risco, deve-se ter em mãos a quantida-
de de funcionários no estabelecimento de onde se está dimensionando
o SESMT. Logo em seguida, deve-se consultar o Quadro II da NR 4 (a
seguir) e analisar conforme os dados colhidos.

47
Figura 10 - Quadro II da NR 4 – Dimensionamento dos SESMT

Fonte: NR - 4. ENIT, 2016.

Para finalizar o dimensionamento, na imagem do quadro, po-


de-se observar os itens grifados em vermelho para melhor entendimen-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

to e exemplificação, onde uma empresa de Grau de Risco 3, que possui


300 funcionários, deverá ter 2 Técnicos de Segurança do Trabalho em
sua equipe do SESMT.
É importante ao realizar o dimensionamento estar atento às
especificidades e exceções descritas ao longo dos itens da NR 4.

NORMA REGULAMENTADORA 5 – COMISSÃO INTERNA DE PRE-


VENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA

A NR 5 trata das questões relacionadas à implantação da equi-


pe de CIPA que, conforme o item 5.1, “tem como objetivo a preven-
ção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador” (Junior, p. 57, 2018).
Quais empresas devem constituir e manter CIPA? Conforme o
item 5.2, “empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, as-
sociações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores” (Junior, p.57, 2018),
48
A duração de um mandato de um representante da CIPA é
de 1 (um) ano, podendo haver 1 (uma) reeleição, conforme item 5.8
desta NR. Além disso, durante o mandato o membro não poderá ser
dispensado(de forma arbitraria ou sem justa causa), e terá direito a 1
(um) ano de “estabilidade” após a finalização do seu mandato, ou seja,
nesse período de 1 ano após o término do seu mandato não poderá ser
dispensado, segundo o item 5.9 (Junior, 2018).
Ainda segundo a NR (Junior, 2018), entre os membros da CIPA
haverão representantes dos empregados e do empregador (item 5.6).
Os representantes dos empregados serão definidos por meio de vota-
ção (os detalhes desta votação estão descritos nesta NR), já os repre-
sentantes dos empregadores serão por ele definidos (item 5.6.1), sendo
eleitos em escrutínio secreto, onde participarão somente os emprega-
dos interessados (item 5.6.2). A empresa deverá guardar toda a docu-
mentação referente ao processo de eleição da CIPA, estando à disposi-
ção do Mtb (item 5.14), e quando solicitada deverá ser encaminhada ao
sindicato da categoria (item 5.4.1).

Sobre as reuniões da CIPA:

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


-terão reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendá-
rio preestabelecido;
- as reuniões ordinárias serão realizadas durante o expediente
normal da empresa e em local apropriado;
- terão atas assinadas pelos presentes, com encaminhamento
de cópias para todos os membros;
- as atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fis-
calização do MTE;
- o secretário da CIPA deverá redigir as atas, além de acompa-
nhar as reuniões.
As Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
- houver denúncia de situação de risco grave e iminente, que
determine aplicação de medidas corretivas de emergência;
- ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
- houver solicitação expressa de uma das representações (Ju-
nior, p.59, 2018).

49
Para o cálculo da quantidade de membros da CIPA é neces-
sário fazer o dimensionamento conforme quadros I, II e III desta NR,
pois, esta quantidade irá variar, segundo o enquadramento da empresa:
quantidade de funcionários e conforme seu CNAE. Porém, a empresa
deverá designar 1 (um) responsável pela CIPA e por seu cumprimento,
quando a empresa ou estabelecimento não se enquadrarem no Quadro
I (item 5.6.4).
O presidente é estabelecido pelo empregador dentre os mem-
bros titulares. O vice-presidente é escolhido pelos empregados dentre
os membros titulares. Já o secretário e substituto serão definidos de co-
mum acordo dentre os membros da CIPA, porém o empregador deverá
concordar. Sendo que, os membros da CIPA deverão tomar posse no
primeiro dia útil após o término do mandato anterior.
São responsabilidades do empregador:
- Proporcionar os meios necessários par desempenho das ati-
vidades;
- Fornecer cópias das atas de eleição e posse;
- Comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da cate-
goria profissional;
- Promover treinamento aos membros da CIPA;
- Convocar as eleições para escolha dos membros da CIPA;
- “(...) garantir que seus indicados tenham representação ne-
cessária para discussão e encaminhamento das soluções das questões
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

de segurança e saúde no trabalho” (Junior, p. 57, 2018).


Podem-se compreender as atribuições gerais da equipe da
CIPA através do seguinte quadro:

Quadro 7 - Atribuições da CIPA


a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de ris-
cos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assesso-
ria do SESMT, onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução
de problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação
nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos
para a segurança e saúde dos trabalhadores;

50
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identi-
ficadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde
no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e proces-
so de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segu-
rança e saúde dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relati-
vas à segurança e saúde no trabalho;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o emprega-
dor, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões
que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Se-
mana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da AIDS.
Fonte: Junior, p. 58, 2018

Entretanto, cada membro da CIPA possui uma atribuição, sen-


do ela individual ou em conjunto, conforme quadro a seguir:

51
Quadro 8 - Atribuições relacionadas a empregados e/ou membros CIPA

PRESIDENTE E VI-
EMPREGADOS: PRESIDENTE: CE-PRESIDENTE (EM
CONJUNTO):
a) cuidar para que
a) convocar os mem- a CIPA disponha de
a) participar da eleição
bros para as reuniões condições necessárias
de seus representantes;
da CIPA; para o desenvolvimen-
to de seus trabalhos;
b) coordenar as reu- b) coordenar e super-
niões da CIPA, enca- visionar as atividades
b) colaborar com a ges- minhando ao empre- da CIPA, zelando para
tão da CIPA; gador e ao SESMT, que os objetivos pro-
quando houver, as de- postos sejam alcança-
cisões da comissão; dos;
c) indicar à CIPA, ao
SESMT e ao emprega-
c) manter o emprega-
dor situações de riscos c) delegar atribuições
dor informado sobre os
e apresentar sugestões aos membros da CIPA;
trabalhos da CIPA;
para melhoria das con-
dições de trabalho;
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

d) observar e aplicar no
ambiente de trabalho as d) promover o rela-
d) coordenar e supervi-
recomendações quanto cionamento da CIPA
sionar as atividades de
à prevenção de aciden- com o SESMT, quando
secretaria;
tes e doenças decorren- houver;
tes do trabalho.

e) divulgar as decisões
e) delegar atribuições da CIPA a todos os
SECRETÁRIO:
ao Vice-Presidente; trabalhadores do esta-
belecimento;
a) acompanhar as reu-
niões da CIPA e redigir
f) encaminhar os pedi-
as atas apresentando-
VICE- PRESIDENTE: dos de reconsideração
-as para aprovação e
das decisões da CIPA;
assinatura dos membros
presentes;

52
a) executar atribuições
b) preparar as corres- g) constituir a comis-
que lhe forem delega-
pondências; e são eleitoral.
das;
b) substituir o Presi-
dente nos seus impe-
c) outras que lhe forem
dimentos eventuais ou X
conferidas.
nos seus afastamentos
temporários;
Fonte: Junior, pg.59, 2018.

As decisões da CIPA deverão ser definidas através de consen-


so, mas caso não seja possível, deverá haver votação, sendo sempre
registrado na ata de reunião (item 5.28 e 5.28.1). Quando um funcioná-
rio membro titular faltar a quatro reuniões ordinárias sem justificativa,
perderá o mandato, e ser substituído pelo suplente, conforme item 5.30
da NR (ENIT, 2011).

“A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzi-

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


do, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do
término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do nú-
mero de empregados da empresa (Junior, p. 58, 2018)”.
A situação acima citada possui uma exceção: para empresas
que encerraram as suas atividades.
Leia mais sobre a NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, disponível na página de Normas Regulamentadoras do ENIT
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-
-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default>.

Quanto ao processo eleitoral para escolha dos representantes


dos empregados na CIPA, que deverá ser convocada no mínimo de 60
dias antes do mandato que está em curso terminar:

53
Quadro 9 - Processo Eleitoral Dos Representantes Dos Empregados
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do térmi-
no do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsá-
vel pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral


será constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualiza-
ção, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscri-
ção será de quinze dias;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do térmi-
no do mandato da CIPA, quando houver;
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários


de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empre-
gados.
g) voto secreto;
h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanha-
mento de representante do empregador e dos empregados, em número a
ser definido pela comissão eleitoral;
i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição,
por um período mínimo de cinco anos.
5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados
na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deve-
rá organizar outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas
na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse
dos novos membros da CIPA.

54
5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a
sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo
de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anterio-
res.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até
a complementação do processo eleitoral.
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candida-
tos mais votados.
5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de servi-
ço no estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando no-
meação posterior, em caso de vacância de suplentes.
Fonte: Junior, p. 61, 2018.

A empresa deve fornecer treinamento para os membros da


CIPA. Seguem as orientações quanto a esse treinamento:
• Deve ser realizado em até 30 dias após a posse;

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


• Deverá ser promovido anualmente para o designado em em-
presas que não se enquadram no quadro I desta NR;
• Duração de 20 horas (máximo de 8 horas diárias);
• Deverá ser ministrado pelo SESMT, entidade patronal, dos
trabalhadores ou profissional com conhecimentos nos temas ministra-
dos;
• O treinamento deverá contemplar os temas descritos no qua-
dro a seguir:

Quadro 10 - Itens a serem contemplados no treinamento da CIPA


a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do tra-
balho;
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposi-
ção aos riscos existentes na empresa;

55
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e me-
didas de prevenção;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à se-
gurança e saúde no trabalho;
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da Comissão.
Fonte: Junior, p. 60, 2018.

Dimensionamento da CIPA
Para realizar o dimensionamento da CIPA, ou seja, saber
quantos membros representantes dos empregados e empregadores ela
deverá ter é necessário ter em mãos o CNAE da empresa, de acordo
com o ramo de atuação.
De posse do CNAE, deve-se analisar o Quadro II ou III da NR
5, para saber em qual grupo a empresa se encaixa, sendo representa-
dos pelos códigos de C-1 a C-35.
De posse deste código específico (C-1 a C-35), deve-se pro-
curar o enquadramento no Quadro I “Dimensionamento da CIPA”, rela-
cionando o código com o número de funcionários no estabelecimento.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Exemplo de dimensionamento, de uma Faculdade, com 130


funcionários:
O CNAE da Faculdade é o 85.31-7, na tabela III e II encontra-
-se o código C-31 para este ramo, conforme imagens a seguir:

Figura 11 - Quadro III da NR 5

Fonte: NR - 5. ENIT, 2019.

56
Figura 12 - Quadro II da NR 5

Fonte: NR - 5. ENIT, 2019.

No Quadro I “Dimensionamento da CIPA” deve-se cruzar as in-


formações do código x quantidade de empregados no estabelecimento,
encontrando assim o número de membros suplentes e efetivos.

Figura 13 - Quadro I “Dimensionamento da CIPA”

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: NR - 5. ENIT, 2019.

57
Sendo assim, serão dois membros efetivos e dois membros
suplentes que representem os empregados. Ou seja, esta CIPA terá oito
pessoas, quatro representantes dos empregados mais quatro represen-
tantes dos empregadores.

A fundamentação legal desta norma está prevista nos arts. 163


a 165 da CLT.
Em resumo:
- A CIPA deve conter membros efetivos e suplentes;
- Os membros representantes dos empregados são escolhidos
por eles através de votação, e os membros representantes dos empre-
gadores são designados por eles mesmos;
- Haverá titulares e suplentes, sendo os titulares substituídos
por seus respectivos suplentes (se necessário), conforme a ordem de
colocação decrescente;
- A quantidade de membros da CIPA obedecerá ao dimensio-
namento conforme os quadros desta NR que varia de acordo com o
número de funcionários e o CNAE da empresa;
- A CIPA pode conter presidente, vice-presidente e secretário,
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

que devem estar em sintonia com os empregados e empregadores.

O mapa de riscos
O mapa de riscos é uma das atividades a serem realizadas
pela CIPA, conforme a descrição de atribuições previstas no item 5.16
da NR 5: “A CIPA terá por atribuição: a) identificar os riscos do processo
de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver”
(Junior, p.58, 2018).
Segundo a Fundacentro, o mapa de riscos:

Tem por objetivo indicar os riscos de um ambiente de trabalho. Constitui-se


uma planta do ambiente de trabalho na qual se indicam, através de círculos
coloridos, os diversos tipos de riscos. Os círculos variam de tamanho, sendo
maior quanto maior a gravidade do risco indicado. No mapa de riscos usam-
-se as seguintes cores: o verde representa o risco físico, o vermelho, risco
químico, o marrom, o risco biológico; o amarelo, risco ergonômico; e o azul,
risco mecânico (Oliveira, p. 139, 2013).

58
Pontos importantes para elaboração de um mapa de risco é
necessário:
- O mapa de risco pode ser do ambiente geral de trabalho, ou
pode ser feito de forma segmentada, ou seja, para cada seção, setor,
área e etc., será feito um mapa de riscos;
- Para iniciar o mapa de riscos é importante ter a planta baixa
das seções do ambiente de trabalho;
- Deve-se levantar todos os riscos existentes em cada seção
de trabalho (com a participação da CIPA, SESMT e trabalhadores);
- Os riscos devem ser classificados em três tipos: pequeno,
médio e grande. Pois serão representados por círculos, e o tamanho
desses círculos será representado conforme o seu grau de risco;
- As cores dos círculos mostrarão o tipo de risco existente (fí-
sico, químico, biológico, ergonômico e mecânico), e o tamanho o grau
do risco existente;
- O ideal é que o círculo que representa o risco seja colocado e
representado no mapa no local onde ele existe. Por exemplo: se o risco
for em uma máquina, representar no mapa no local onde a máquina se
encontra;
- Sendo identificadas situações que ainda podem ser melho-
radas, a empresa deverá realizar as devidas modificações, negociando
com a CIPA. Caso sejam descumpridas, a CIPA deverá comunicar a

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


DRT.
- O mapa deve ser colocado em local visível e de fácil acesso
a trabalhadores, visitantes, órgãos fiscalizadores e etc.
Na situação do exemplo a seguir, temos os círculos do risco
de acidente ou mecânico, representado pela cor azul. O círculo maior
representa um local com maior risco, o médio um local intermediário
de risco, e o círculo menor representa um risco mecânico mais leve. A
avaliação é qualitativa, ou seja, os responsáveis pela elaboração devem
avaliar e informar se é baixo, médio ou alto o risco para cada situação.

A seguir tem-se um modelo de legenda a ser utilizado no Mapa de


Riscos, ele pode variar conforme o local, aplicabilidade, espaço, riscos etc.
59
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Grau de risco Tipo de risco Exemplos Principais recomendações

Ruído, calor, frio, pressões


anormais, radiação ionizante,
Físico
radiação não ionizante,
umidade, vibração.
Grande
Poeiras, fumos metálicos,
gases, vapores, névoa, neblina, Neste espaço deverão ser
Químico
produtos e substâncias colocadas as ações a serem
químicas. realizadas ou que não podem
ser realizadas, de forma a
reduzir ou neutralizar a ação e
Fungos, parasitas, vírus, intensidade dos riscos. Seja
Biológico

60
protozoários, insetos, bactérias. uma instrução, cobrança da
utilização do EPI, realização
de algum procedimento (por
Médio
Arranjo físico inadequado, exemplo ginástica laboral),
Incêndio e explosão, limitação de tempo de
Mecânico/
Eletricidade, Máquinas e utilização ou exposição ao
Acidente risco e etc.
equipamentos sem proteção,
Quedas.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


Iluminação inadequada, ritmo
excessivo, postura incorreta,
Pequeno Ergonômico levantamento e transporte
manual de peso, monotonia,
Quadro 11 - Exemplo de legenda de um mapa de risco

tensões emocionais.
NORMA REGULAMENTADORA 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

A NR 28 trata em um primeiro momento, da fiscalização e, pos-


teriormente, das penalidades. “A fundamentação legal desta norma está
prevista no art. 201 da CLT. A NR 28 discorre sobre as fiscalizações tra-
balhistas de segurança e medicina do trabalho. (...) o fiscal pode dar um
prazo para a empresa fiscalizada corrigir as irregularidades.” (Junior, p.
614, 2018). Além disso, prevê as respectivas punições. Por isso, as or-
ganizações devem cumprir as legislações vigentes, estando em dia com
suas obrigações, pois, a fiscalização pode ocorrer a qualquer momento,
sem uma comunicação prévia.

“Além das empresas terem a obrigação de agir com os ditames


legais (...) Recomenda-se que criem o saudável hábito de registrarem
suas ações, haja vista que, sem os registros, elas mesmas não conse-
guem comprovar o que fazem.” (Junior, p. 614, 2018).
Leia mais sobre a NR 28 - Fiscalização e Penalidades, disponí-
vel na página de Normas Regulamentadoras do ENIT

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


<https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-sau-
de-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=de-
fault>.

A NR estabelece os prazos6 para o cumprimento dos itens no-


tificados, para recorrer, negociar etc. Por isso é importante sua leitura
6' 28.1.4 O agente da inspeção do trabalho, com base em critérios técnicos, poderá notificar os
empregadores concedendo prazos para a correção das irregularidades encontradas.
28.1.4.1 O prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado a, no máximo, 60
(sessenta) dias.
28.1.4.2 A autoridade regional competente, diante de solicitação escrita do notificado, acompanha-
da de exposição de motivos relevantes, apresentada no prazo de 10 dias do recebimento da noti-
ficação, poderá prorrogar por 120 (cento e vinte) dias, contados da data do Termo de Notificação,
o prazo para seu cumprimento.
28.1.4.3 A concessão de prazos superiores a 120 (cento e vinte) dias fica condicionada à prévia
negociação entre o notificado e o sindicato representante da categoria dos empregados, com a
presença da autoridade regional competente.
28.1.4.4 A empresa poderá recorrer ou solicitar prorrogação de prazo de cada item notificado até
no máximo 10 (dez) dias a contar da data de emissão da notificação.
28.1.5 Poderão ainda os agentes da inspeção do trabalho lavrar auto de infração pelo descumpri-
mento dos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, à vista
de laudo técnico emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devida-
mente habilitado (Junior, p. 537, 2018).

61
completa para entendimento. Lembrando que esta NR sofreu inúmeras
alterações ao longo dos anos e, por isso, é necessária a leitura atualiza-
da, sempre no site oficial da ENIT. Além disso, a NR traz alguns pontos
a respeito do embargo e interdição nos itens respectivos ao 28.2.
Em relação às penalidades, também descritas nesta NR, elas
são calculadas segundo o número de empregados e o código da infra-
ção, conforme o item da NR que foi descumprido.
Exemplo de cálculo de penalidade:
Uma empresa de 500 funcionários descumpriu o item 5.2 da
NR 5, que dispõe da constituição de uma CIPA.
No Anexo II, da NR 28, deve-se buscar pelo item 5.2 para aná-
lise das informações previstas na tabela.

Figura 14 - Anexo II da NR 28
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: NR - 28. ENIT, 2020.

Sendo assim, o código da infração é 4, ou seja, I4. E o tipo é


“S” ou seja, Segurança do Trabalho. Direcionando estes dados para o
Anexo I da NR 28, pode-se encontrar o valor mínimo e máximo da multa
(conforme grifado em vermelho na imagem a seguir).

62
Figura 15 - Gradação das multas (em UFIR)

Fonte: ENIT, 2017.

Sendo assim, como observado na imagem, o valor da multa


em UFIR é de no mínimo 5491 a no máximo 6033.
A Unidade Fiscal de Referência (UFIR) foi extinta (em decor-
rência do § 3º do art. 29 da Medida Provisória 2095-76-01)7, e tendo
último valor R$1,0641.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


O quadro abaixo, extraído da própria NR, informa que as infra-
ções relacionadas à Segurança do Trabalho terão o valor máximo de
6.30 UFIR, já as de Medicina do Trabalho chegarão até a 3.782 UFIR.

Figura 16 - Valor máximo de multa em moeda UFIR

Fonte: ENIT, 2017.


7 Art. 29.  Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional e os decorrentes de con-
tribuições arrecadadas pela União, constituídos ou não, cujos fatos geradores tenham ocorrido até
31 de dezembro de 1994, que não hajam sido objeto de parcelamento requerido até 31 de agosto
de 1995, expressos em quantidade de UFIR, serão reconvertidos para Real, com base no valor
daquela fixado para 1o de janeiro de 1997.
(...) § 3o  Observado o disposto neste artigo, bem assim a atualização efetuada para o ano de 2000,
nos termos do art. 75 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, fica extinta a Unidade Fiscal de
Referência - UFIR, instituída pelo art. 1o da Lei no 8.383, de 30 de dezembro de 1991.Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/Antigas_2001/2095-76.HTM

63
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC) Prova: FCC
- 2011 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Médico do trabalho
Segundo a NR-1:
a) Empregado é a pessoa física que presta serviços de natureza even-
tual ou não, a empregador, sob a dependência deste e mediante remu-
neração.
b) Empresa é o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos,
canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, cons-
tituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus
objetivos.
c) Estabelecimento é a menor unidade administrativa ou operacional
compreendida na mesma empresa.
d) Canteiro de obra é a área do trabalho móvel e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição
ou reparo de uma obra.
e) Frente de trabalho é a área de trabalho fixa e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição
ou reparo de uma obra.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 2
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: FCC - 2012
- TRF - 5ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte
É uma garantia concedida aos membros da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA: 
a) A vedação da dispensa arbitrária de todos os empregados eleitos
como membros da CIPA, a partir do registro de suas candidaturas até 1
ano após o final de seus mandatos. 
b) A vedação da dispensa, sem justa causa, de um empregado eleito
para o cargo de direção da CIPA, a partir do registro de sua candidatura
até 1 ano após o final do seu mandato. 
c) Em função de uma avaliação de seu desempenho como membro elei-
to da CIPA, o empregado poderá concorrer a vários mandatos seguidos. 
d) A vedação da dispensa arbitrária de todos os empregados eleitos
como membros da CIPA, até 3 anos após o final de seus mandatos. 
e) Somente aos membros da CIPA eleitos para cargo de direção serão
garantidas as condições que não descaracterizem suas atividades nor-
mais na empresa.

64
QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: FCC - 2012
- TRF - 5ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte
Uma das atribuições legais relacionadas ao trabalho da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e de seus representantes
é a de 
a) Participar na escolha de seus membros.
b) Proporcionar aos seus membros os meios necessários ao desempe-
nho de suas atribuições.
c) Identificar os riscos do processo de trabalho.
d) Determinar a paralisação de máquina onde considere haver risco
grave e eminente à saúde dos trabalhadores.
e) participar, anualmente, em conjunto com a empresa e órgão governa-
mentais, de Campanhas de Prevenção da Gripe.

QUESTÃO 4
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: FCC - 2012
- TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte
Em relação à CIPA, está correto afirmar: 
a) Em função de seu caráter preventivo, disciplinas como metodologia
de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho são facul-
tativas durante os treinamentos da CIPA.
b) Não poderá ser desativada pelo empregador antes do término do

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


mandato de seus membros, exceto em caso de encerramento das ativi-
dades da empresa, porém, pode ter o número de representantes redu-
zidos, desde que haja redução de empregados da empresa.
c) As reuniões ordinárias deverão ser realizadas mensalmente, confor-
me calendário preestabelecido, após o expediente normal da empresa
e em local apropriado para tal.
d) Em caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indi-
cará o substituto no prazo de dois dias úteis, obrigatoriamente dentre os
membros da comissão.
e) O secretário e seu substituto serão indicados de comum acordo com
os membros, dentre os componentes ou não componentes da comis-
são, porém, em não sendo oriundos dos componentes, faz-se necessá-
ria a concordância do empregador.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FADESP Órgão: BANPARÁ Prova: FADESP - 2018
- BANPARÁ - Médico do Trabalho
Quanto ao SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Se-
gurança e em Medicina do Trabalho), é incorreto afirmar que
65
a) O SESMT das empresas, de que trata a NR-4 das Normas Regula-
mentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, deverão ser regis-
trados no órgão regional do Mtb.
b) Empresas com grau de risco IV, com 1500 empregados, têm obriga-
toriedade em seu quadro do SESMT de dois médicos do trabalho em
horário integral.
c) É vedado, ao profissional especializado em Segurança e em Medici-
na do Trabalho, o exercício de outras atividades na empresa durante o
horário de sua atuação no SESMT.
d) É competência dos profissionais integrantes do SESMT esclarecer
e conscientizar os empregados sobre acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção.
e) Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da
instalação e manutenção do SESMT.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

“Todo o Homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e


satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existên-
cia compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social” (Declaração Universal dos
Direitos do Homem).
A CIPA tem um papel importante na garantia dos direitos do trabalhado-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

res. Os membros da CIPA, segundo a NR 5 tem estabilidade garantida


(ou seja, não podem ser mandados embora). Porém, a estabilidade dos
colaboradores integrantes da CIPA não foi criada para ser um benefício
pessoal ao cipeiro. Mas então para que serve a estabilidade do membro
da CIPA?
Sobre o trecho e a pergunta acima, comente dentro do contexto con-
temporâneo relacionando-o com a NR.

TREINO INÉDITO

Sobre as Normas Regulamentadoras:


a) São realizadas pelo Ministério do Trabalho adotando o sistema tripar-
tite paritário.
b) Abrangem obrigações das empresas, empregados e governo.
c) Precisam e podem ser atualizadas sempre que houver necessidade.
d) Foram aprovadas pela primeira vez, através da portaria N.° 3.214, em
08 de junho de 1978.
e) Todas as letras estão corretas.

66
NA MÍDIA

AUDIÊNCIA SOBRE PONTE ESTAIADA TERMINA SEM ACORDO E


OBRA SEGUE EMBARGADA EM SÃO JOSÉ

(...) O MP apresentou algumas propostas como alternativa à construção


da ponte estaiada. Na terça (19) o Tribunal de Justiça (TJ-SP) negou o
recurso da prefeitura para derrubar a liminar que impede o andamento
das obras. A construção foi paralisada no dia 15 de fevereiro depois de
uma decisão da Vara da Fazenda, com base em um pedido do MP.
A Procuradoria quer que a administração municipal analise outras op-
ções de obras de mobilidade para o trânsito no trecho da região oeste.
O MP pede também que a prefeitura disponibilize as informações sobre
os investimentos em transporte público e em transporte individual na
cidade, para mostrar que está priorizando o transporte coletivo.
A prefeitura aceitou as condições, mas propôs que, enquanto providen-
cia a documentação, pudesse dar andamento nas obras. A proposta
não foi aceita e devido a esta exigência, não houve acordo. (...) Com
custo de R$ 48 milhões, a previsão da prefeitura é que a obra seja en-
tregue em agosto deste ano. (...)

Fonte: G1
Data: 22 fev. 2019

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-re-
giao/noticia/2019/02/22/audiencia-sobre-ponte-estaiada-termina-sem-
-acordo-e-obra-segue-embargada-em-sao-jose.ghtml

NA PRÁTICA

As obras particulares, mas principalmente, as públicas, trazem progres-


so à população, seja para levar acessibilidade, seja para ser um local
de prestação de serviços à população, enfim, em sua maioria trazem
benefícios aos moradores que as cercam.
A NR 3 traz as normas vigentes no que se refere a Embargo e Interdi-
ção, que demonstra que, quando uma obra estiver irregular ou oferecer
risco grave e iminente, deverá ser embargada.
Em obras de licitação, onde empresas privadas ganham um edital para
realização de determinadas obras, há a fiscalização (ainda que não seja
assídua ou frequente), bem como em diversas outras situações (indús-
trias, instalações e etc.).
Vale ressaltar que todos estão sujeitos a serem fiscalizados ou auditados
pelo governo em diversas áreas. Ocorre um desperdício muito grande
67
de dinheiro público nos embargos e interdições, além de desvantagens,
as quais podem-se citar: material desperdiçado, mão de obra ociosa,
falta de entrega de um bem de utilidade pública, desempregos e etc.
Por isso, é importante estar em conformidade com a NR 3 “Embargo e
Interdição” e demais legislações vigentes, evitando-se assim inúmeros
transtornos, perdas de dinheiro e tempo.

PARA SABER MAIS

Vídeos: Visite o canal da Fundacentro no Youtube


https://www.youtube.com/user/fundacentrooficial/videos

Livro:Manual de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho(Adalberto


Mohai Szabó Júnior, 2018). Todo ano é lançada uma nova edição, uma
vez que as NR estão em constante atualização.

Acesse o link: https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-


e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?
view=default

Reportagem:
Reportagem especial: Normas de Segurança do Trabalho
21 Mai 2018
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

http://www.tst.jus.br/tv-outras-noticias/-/asset_publisher/0H7n/content/
reportagem-especial-normas-de-seguranca-do-trabalho?inheritRedi-
rect=true

68
AS NORMAS REGULAMENTADORAS
DA ENG. DE SEGURANÇA DO TRABALHO

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
OS RISCOS OCUPACIONAIS

Um ambiente laboral possui inúmeros riscos e perigos. Cada


atividade desenvolvida tem características próprias e devem ser es-
tudadas/analisadas pelos profissionais a fim de encontrar situações e
processos a serem melhorados, retirados, fiscalizados, modificados
etc. Cabe ao profissional de segurança do trabalho encontrar a melhor
forma de extinguir prevenir, controlar acidentes e doenças. Pois, “a se-
gurança do trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes
do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais” (Saliba, p.
23, 2016).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que 2,34 milhões de


pessoas morrem todos os anos em virtude de acidentes e doenças relacio-
nados ao trabalho. Os riscos oriundos de mudanças tecnológicas, sociais
e de organização afetam gravemente a saúde dos trabalhadores (Revista
Brasileira de Médicos do Trabalho – RBMT, 2017).

69
Para iniciar o estudo deste item é importante esclarecer os
conceitos e diferenças entre riscos e perigos:

Quadro 12 - Conceitos e diferenças entre Risco e Perigo


Risco Perigo
“Perigo  é uma condição ou um
“Risco é a probabilidade ou chance conjunto de  circunstâncias que têm
de lesão ou  morte” (Sanders e o potencial de causar ou contribuir
McCormick, 1993, p. 675). para uma lesão ou morte” (Sanders
e McCormick, 1993, p. 675).
Risco  “(...) é uma função da natu-
reza do perigo,  acessibilidade ou “Um  perigo  é um agente químico,
acesso de contato (potencial de ex- biológico ou  físico (incluindo-se a
posição), características da popula- radiação eletromagnética)  ou um
ção exposta (receptores), a probabi- conjunto de condições que apresen-
lidade de ocorrência e a magnitude tam uma fonte de risco mas não o ris-
da exposição e das consequências co em si” (Kolluru, 1996, p. 1.13).
(...)” (Kolluru, 1996, p. 1.10).
Perigo é a situação que contém “uma
fonte de  energia ou de fatores fisio-
“ (…) risco é um resultado medido lógicos e de  comportamento/conduta
do efeito potencial do perigo” (Shi- que, quando não controlados, condu-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

nar, Gurion e Flascher,1991, p. zem a eventos/ocorrências  prejudi-


1095). ciais/nocivas” (Shinar, Gurion e Flas-
cher, 1991, p. 1095, apud. Grimaldi e
Simonds, 1984,p. 236).
Fonte: UNIFAL, 2019.

Risco Perigo Exposição


= +

Através do esquema, observa-se que sem exposição não há


risco. A exposição está baseada na intensidade, duração e frequência
de contato com o agente. A exposição pode estar vinculada a três va-
riáveis:

• Tempo de contato com o perigo: período de tempo durante o qual o traba-


lhador fica em contato com o agente de risco;
• Intensidade que ocorre o contato: concentração do agente agressivo no
ambiente de trabalho;

70
• Natureza do agente: capacidade agressiva sobre determinadas condições
(UNIFAL, 2019).

O perigo ou fonte de risco pode ser identificado em:

• Materiais: substâncias perigos /tóxicas – solventes, ácidos, álcalis, metais,


gases, plásticos, resinas, material particulado sólido, perfurocortantes, etc.
• Equipamentos:  partes móveis sem dispositivo de proteção, condições de
uso (defeituoso, má conservação, impróprio para o serviço, uso incorreto,
guarda local inseguro e inadequado).
• Ambientes de trabalho: áreas de local de trabalho muito quentes, frias, em-
poeiradas, sujas, ruidosas e escuras, com presença de gases, vapores, fu-
mos, etc. Postos de trabalhos inadequados ergonomicamente.
• Trabalhadores:  falta ou insuficiência de capacitação, inexistência de po-
líticas de segurança, fadiga, uso de drogas e álcool, pressão no trabalho,
assédio moral, carga de trabalho excessiva, etc.
• Sistema de trabalho: fatores relacionados aos sistemas de trabalho: conte-
údo e organização do trabalho, gerenciamento, cultura organizacional (UNI-
FAL, 2019).

Quadro 13 – Tipos de exposição


Exposição crônica Exposição aguda
Significa a exposição a doses me-
nores por um período de tempo

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


maior, longa duração. Quando
aplicado a materiais que podem É a exposição “de curta dura-
ser inalados ou absorvidos atra- ção”. Quando aplicado para
vés da pele, refere-se a períodos materiais que podem ser inala-
prolongados ou repetitivos de dos ou absorvidos através da
exposição de duração medida pele, será referido como uma
em dias, meses ou anos. Quan- simples exposição de duração
do aplicado a materiais que são medida em segundos, minutos
ingeridos, será referido como ou horas. Quando aplicado a
doses repetitivas com períodos materiais que são ingeridos,
de dias, meses ou anos. O termo será referida comumente como
“crônico” não se refere ao grau uma considerável quantidade
(mais severo) dos sintomas, mas ou dose.
se importará com a implicação de
exposições ou doses que podem
ser relativamente perigosas.
Fonte: UNIFAL, 2019.

71
Para exemplificar melhor estes conceitos, pode-se observar os
esquemas a seguir:

Diferença entre Risco e Perigo


RISCO PERIGO
Altura → Queda
Superfície Quente → Queimadura
Tanque de combustível → Explosão
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Os riscos são classificados em cinco tipos diferentes: químico,


físico, biológico, ergonômico e mecânico. Cada um deles é representa-
do por uma cor diferente e possui características próprias.

Quadro 14 - Os tipos de riscos


Ergonômi-
Físicos Químicos Biológicos Acidentais
cos
Iluminação Arranjo físico
Ruído Poeiras Fungos
inadequada inadequado
Fumos me- Ritmo exces- Incêndio e ex-
Calor Vírus
tálicos sivo plosão
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Postura in-
Frio Gases Parasitas Eletricidade
correta
Levantamen-
Máquinas e
Pressões to e Trans-
Vapores Bactérias equipamentos
anormais porte manual
sem proteção
de peso
Umidade Névoas Protozoários Monotonia Quedas
Radiação
ionizante  Tensões Animais peço-
Neblinas Insetos
e não ioni- emocionais nhentos
zante
 Produtos e Ferramentas
Vibração substâncias    Desconforto defeituosas ou
químicas inadequadas 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Os riscos físicos, químicos e biológicos serão estudados mais


detalhadamente na disciplina de Higiene do Trabalho (porém, não deixe
72
de ler a NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). Os
riscos ergonômicos na disciplina de Ergonomia (a NR 17 trata exclu-
sivamente do assunto Ergonomia). Os riscos acidentais, também co-
nhecidos como mecânicos, serão estudados ao longo de todo o curso,
estando estes dissolvidos em diversos conteúdos.
Se possível, o ideal é eliminar o risco, pois, assim serão elimi-
nadas as chances de acidentes e doenças ocupacionais. Porém, caso
não seja possível eliminar o risco, é importante encontrar formas de
controlar ou prevenir que eles se tornem um acidente ou doença.

Aprenda o significado de três conceitos de extrema importân-


cia na Segurança do Trabalho, que são as causas de acidente do traba-
lho (ABNT NBR 14280, 2001):
Ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de
segurança, podem causar ou favorecer a ocorrência de acidente.
Exemplos de atos inseguros:
- Colocar a mão em uma máquina ligada na parte de corte;
- Correr em locais derrapantes;
- Não usar o EPI;

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- Desobedecer as sinalizações de segurança.
Condição insegura: Condição do meio que causou o acidente
ou contribuiu para a sua ocorrência. Exemplos de condições inseguras:
- Áreas insuficientes, corredores obstruídos, arranjo físico mal
projetado;
- Pisos fracos e irregulares;
- Excesso de ruído/iluminação inadequada;
- Instalações elétricas impróprias ou com defeitos;
- Falta de organização e limpeza;
- Ventilação ou exaustão inadequada ou defeituosa;
- Localização imprópria das máquinas;
- Falta de proteção em partes móveis e de agarramento;
- Máquinas apresentando defeitos, desvios ou improvisações
de processos;
- Proteção insuficiente ou totalmente ausente;
- EPI impróprio ou com defeito.
Fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa
ao comportamento humano, que pode levar à ocorrência do aciden-
te ou à prática do ato inseguro. São exemplos de fatores pessoais de
73
insegurança:
- Características físicas e psicológicas;
- Social;
- Congênitos ou de formação cultural.

OS ACIDENTES DO TRABALHO

Segundo dados do Ministério Público do Trabalho – MPT, o


“Brasil é o quarto lugar no ranking mundial de acidentes do trabalho”
(MPT, 2018). Para introduzir este assunto é importante abordar o con-
ceito de acidente do trabalho promovido pelo Art. 19, da Lei Nº 8.213,
de 24 de julho de 1991:

é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de


empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados (...), pro-
vocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho
(Planalto, 2015).

Figura 17 - Acidentes no trabalho


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Fonte: UFAL, 2016

74
O dia 27 de julho é o “Dia Nacional de Prevenção de Acidentes
do Trabalho”. É uma data importante para ser trabalhada nas organiza-
ções e instituições em geral, como forma de conscientização. Aprovei-
tando para lembrar os incidentes e acidentes ocorridos, e reforçando as
formas de prevenção e controle.
Essa data foi escolhida porque em 27 de julho de 1972, a Por-
taria nº 3.237 criou o Serviço Especializado em Engenharia de Seguran-
ça e Medicina do Trabalho. 

A seguir poderá ser estudada a continuação do artigo 19, bem


como os art. 20, 21 que tratam do acidente do trabalho:

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de
cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º  É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os
riscos da operação a executar e do produto a manipular.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos
e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do
disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior,
as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respec-
tiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º  Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída
na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente,
a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

75
Art. 21.  Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta
Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou per-
da da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou com-
panheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa rela-
cionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de com-
panheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes
de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exer-
cício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,


independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
§  1º  Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
superponha às consequências do anterior. (...) (Planalto, 2015).

Para planejamento e implantação de medidas de SST é muito


importante a leitura das legislações vigentes. Inclusive a CLT, por exem-
plo, que possui alguns artigos voltados para essa área, aos quais foram
utilizados para criação das NR.

76
Sancionada por Getúlio Vargas, a Consolidação das Leis
do Trabalho foi criada a partir do DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE
MAIO DE 1943 e sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Foi con-
siderado um marco histórico na época e comemorada pela população
brasileira, que possuía precária situação trabalhista.
O documento é bem extenso, e trata de diversas abordagens do
ambiente laboral referentes ao Trabalho, Trabalhador, Empregador e Go-
verno. É de suma importância se conhecer as leis que regem esta área.
Leia mais: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del-
5452compilado.htm

“Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho é


mais abrangente, pois engloba também os quase acidentes e os aci-
dentes que não provocam lesões, mas a perda de tempo ou danos ma-
teriais” (Saliba, p. 23, 2016).
Mas, qual é a diferença de acidente para incidente? Segundo
Junior (p. 6, 2019) incidente é um quase acidente. Trata-se de uma

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


situação anormal e imprevista que não resulta em lesões nem em danos
materiais.

Figura 18 - Exemplo de acidente e de incidente

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Responsabilidades, causas e conceitos de acidente do trabalho


Mas, em caso de acidente, de quem será a responsabilidade
penal ou criminal?
Segundo Saliba:
77
A ocorrência do acidente do trabalho pode gerar responsabilidade penal ou
criminal para o empregador e seus prepostos. Sendo assim, os gerentes, su-
pervisores, encarregados, donos da empresa, profissionais do SESMT, entre
outros, podem ser indiciados e denunciados por homicídio culposo (Saliba,
p. 34, 2016).

Quais as legislações que preveem esse crime?


Quanto à responsabilidade penal, o código penal em seus
artigos 18, 121, 129 e 132 podem ser configurados para a situação de
acidente do trabalho.

O art. 18 do Código Penal considera crime culposo quando o agente deu


causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Já o art. 121
do mesmo diploma legal estabelece para esse tipo de crime a detenção de 1
(um) a 3 (três) anos, podendo ser aumentada 1/3 se o crime resultar de inob-
servância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixar
de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências
do seu ato ou fugir para evitar prisão em flagrante.
O art. 129 prevê o crime de lesão corporal, que também é aplicado ao aciden-
te do trabalho, sendo a pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano(...)
Caso a lesão for seguida de morte, a pena de reclusão pode chegar a 14.
(...) a exposição da vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente (art.
132) (...) a pena para esse crime é a detenção, de três meses a um ano, se o
fato não constituir crime mais grave, podendo (Saliba, p. 34, 2016).
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Quanto à responsabilidade civil, o Código Civil Brasileiro prevê


que “a responsabilidade civil é independente da criminal, não se poden-
do questionar mais sobre a existência do fato ou sobre quem seja o seu
autor, quando essas questões se acharem decidias no juízo criminal
(art. 935 do CCB)”. (Saliba, p. 35, 2016).
“Entre os fatores de risco que provocam acidentes do trabalho,
destacam-se: eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios, arma-
zenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos,
ferramentas manuais e etc”. (Saliba, p.23, 2016).
Além disso, pode-se elencar as 4 (quatro) principais categorias
acerca das causas de acidentes:

Operacionais: falhas de componentes materiais ou equipamentos, reações


aceleradas ou inesperadas, perdas de controle e etc.;
Ambientais: mudanças climáticas, falhas ou deficiências de proteções, inter-
ferência de outro acidente e etc.;
Organizacionais: inadequações no gerenciamento da organização ou de ati-
tudes, falhas em procedimentos, treinamentos, supervisão, suporte, análise
de seus processos, construção de instalações, sistema de isolamento de
equipamentos, manutenção etc.;

78
Pessoais: erros, problemas de saúde, desobediências, intervenção maliciosa
e outras. Recomenda-se que, se for necessário, sejam detalhados aspectos
relativos a treinamento, experiência etc. (Saliba, p. 45, 2016).

A Fundacentro (p. 47, 2002) leva “em consideração as seguin-


tes causas possíveis: falha nos componentes; condições anormais de
operação; erros humanos e organizacionais; interferências externas
acidentais; forças da natureza; atos dolosos e sabotagem”:
• A falha de componentes leva em consideração: projeto ina-
dequado, desgaste mecânico e mau funcionamento de componentes e
dispositivos de controle e segurança.
• Podem-se citar como interferências externas acidentais:
transportes (rodoviário, ferroviário e marítimo); plataformas de carrega-
mentos; tráfego aéreo, instalações vizinhas. Impacto mecânico causado
por queda.
• Os erros humanos podem incluir: os trabalhadores desco-
nhecem os riscos, falta ou inadequação de procedimentos de traba-
lho, trabalhadores mal preparados, condições inadequadas de trabalho,
conflitos entre exigências de segurança e de produção; uso excessivo
de horas extras ou de trabalho por turnos e concepção ou dispositivos
inadequados de trabalho.
• Erros organizacionais: sistemas de segurança desconecta-
dos, mistura de substâncias perigosas, trabalho inadequado de reparo

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


ou manutenção e procedimentos não autorizados.
• São consideradas forças da natureza: vento, inundações, ter-
remotos, afundamento de terreno e geada excessiva (Fundacentro, p.
50, 2002).

NBR nº 14.280/01
A NBR nº 14.280/01 “fixa critérios para o registro, comunica-
ção, estatística, investigação e análise de acidentes do trabalho, suas
causas e consequências, aplicando-se a quaisquer atividades laborati-
vas”. Ademais, traz outros conceitos essenciais para identificação dos
tipos de acidentes e suas particularidades, e que serão importantes
para continuação dos estudos acerca dos acidentes do trabalho.
As consequências de um acidente do trabalho são, segundo a
NBR 14.280:
- Lesão Pessoal;
- Lesão imediata;
- Doença do trabalho;
- Doença profissional;
- Morte;
79
- Lesão com afastamento;
- Lesão sem afastamento;
- Incapacidade permanente parcial;
- Incapacidade temporária total;
- Prejuízo material.

A seguir no quadro, serão apresentados os principais conceitos


e suas diferenças:

Quadro 15 - Definições segundo a NBR 14.280:2001


Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,
relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte
ou possa resultar lesão pessoal.
O acidente inclui tanto ocorrências que podem ser iden-
tificadas em relação a um momento determinado, quanto
ocorrências ou exposições contínuas ou intermitentes,
que só podem ser identificadas em termos de período de
Acidente do tempo provável. A lesão pessoal inclui tanto lesões trau-
trabalho máticas e doenças, quanto efeitos prejudiciais mentais,
neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições
ou circunstâncias verificadas na vigência do exercício do
trabalho.
No período destinado a refeição ou descanso, ou por
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológi-


cas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
Acidente sem lesão Acidente que não causa lesão pessoal.
Acidente sofrido pelo empregado no percurso da resi-
dência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veí-
culo de propriedade do empregado, desde que não haja
interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio
ao trabalho. NOTA - Entende-se como percurso o traje-
to da residência ou do local de refeição para o trabalho
Acidente de trajeto
ou deste para aqueles, independentemente do meio de
locomoção, sem alteração ou interrupção por motivo pes-
soal, do percurso do empregado. Não havendo limite de
prazo estipulado para que o empregado atinja o local de
residência, refeição ou de trabalho, deve ser observado o
tempo necessário compatível com a distância percorrida
e o meio de locomoção utilizado.
Acidente impessoal desencadeador de um ou mais aci-
Acidente inicial
dentes.

80
Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como
Lesão pessoal
conseqüência de acidente do trabalho.
Lesão com afasta- Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao tra-
mento (lesão inca- balho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte
pacitante ou lesão incapacidade permanente. *Esta lesão pode provocar in-
com perda de tem- capacidade permanente total, incapacidade permanente
po) parcial, incapacidade temporária total ou morte.
Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar
ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que
não haja incapacidade permanente. *Esta lesão, não
Lesão sem afasta-
provocando a morte, incapacidade permanente total ou
mento (lesão não
parcial ou incapacidade temporária total, exige, no entan-
incapacitante ou le-
to, primeiros-socorros ou socorros médicos de urgência.
são sem perda de
Devem ser evitadas as expressões “acidente com afas-
tempo)
tamento” e “acidente sem afastamento”, usadas impro-
priamente para significar, respectivamente, “lesão com
afastamento” e “lesão sem afastamento”.
Perda total da capacidade de trabalho, em caráter per-
manente, sem morte. *Causam essa incapacidade as
lesões que, não provocando a morte, impossibilitam o
Incapacidade acidentado, permanentemente, de trabalhar ou da qual
permanente total decorre a perda total do uso ou a perda propriamente
dita, entre outras, as de: a) ambos os olhos; b) um olho e

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


uma das mãos ou um olho e um pé; ou c) ambas as mãos
ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.
Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter
permanente que, não provocando morte ou incapacidade
Incapacidade permanente total, é causa de perda de qualquer membro
permanente parcial ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou
parte do corpo, ou qualquer redução permanente de fun-
ção orgânica.
Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um
ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapaci-
Incapacidade tem- dade permanente parcial e a incapacidade permanente
porária total total. * Permanecendo o acidentado afastado de sua ativi-
dade por mais de um ano, é computado somente o tempo
de 360 dias.
Doença do trabalho causada pelo exercício de atividade
Doença profissional
específica, constante de relação oficial.

81
Doença decorrente do exercício continuado ou intermi-
tente de atividade laborativa capaz de provocar lesão por
ação mediata.

Doença do trabalho *Deve admitir-se, no caso de ser a lesão uma doença do


trabalho, a preexistência de uma ocorrência ou exposição
contínua ou intermitente (ver nota 1 de 2.1), de natureza
acidental, a ser registrada nas estatísticas como aciden-
te.
Fonte: ABNT, 2001.

Existem alguns estudos sobre alguns acidentes que merecem


destaque, e precisam ser conhecidos por todos profissionais e estudio-
sos da área:
1. Estudos de Heinrich:

Em 1931, Heinrich introduziu pela primeira vez a filosofia de acidentes com


danos a propriedade (acidentes sem lesão) em relação aos acidentes com
lesão incapacitante. Sua investigação apresentou como resultado.
Esse estudo mostra que, para cada acidente que provocava uma lesão inca-
pacitante, ocorriam 29 acidentes que provocavam lesões menores (lesão não
incapacitante) e também ocorriam 300 sem lesão, que apenas provocavam
danos à propriedade. Portanto, o número de acidentes sem lesão (quase
acidentes) e acidentes com lesão não incapacitantes sinaliza a probabilidade
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

do acidente mais grave. (Saliba, p. 36, 2016):

Figura 19 - Pirâmide de Heinrich

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

82
2. Estudo de Bird:

Em 1996, o norte-americano Frank Bird Junior, concluiu um estudo que en-


volvia 90 mil acidentes, sendo 75.000 com danos à propriedade e 15 mil
com lesões incapacitantes. Bird baseou sua teoria de “controle de danos”
a partir da análise desses 90 mil acidentes ocorridos numa empresa meta-
lúrgica americana (Lukens Steel Company) durante um período de mais de
sete anos.
A proporção do estudo de Bird mostra que, para cada acidente que provoca-
va lesão incapacitante, ocorriam cem que provocavam lesões não incapaci-
tantes e também ocorriam 500 acidentes com danos à propriedade. Desse
modo, da mesma forma que no estudo de Heinrich, esse estudo demonstra
também a proporcionalidade dos acidentes graves, leves e os acidentes com
danos à propriedade, demonstrando que a prevenção deve atuar em todos
os tipos de acidente, e não apenas naqueles que provocam lesões (Saliba,
p. 36, 2016).

Figura 20 - Pirâmide de Bird

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

3. Estudos Insurance Company of North American (ICNA)

Posteriormente, me 1969, a ICNA analisou 1.753.498 casos informados na-


quele ano por 297 empresas que empregavam 1,75 milhão de trabalhadores,
chegando a uma relação mais precisa que a de Bird. Esses estudos tem sido
considerados importantes por dois aspectos principais:
Os dados são mais precisos e representativos do que os obtidos anterior-
mente pelos outros autores;
Foram produzidos nas estatísticas números relacionados aos quase aciden-
tes (Saliba, p. 37, 2016).

83
Figura 21 - Pirâmide do ICNA

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Esses estudos demonstram que a prevenção de acidentes deve ser mais


ampla, isto é, precisa antecipar ações que permitam evitar os acidentes mais
graves, uma vez que a ocorrência dos quase acidentes e dos acidentes com
danos a propriedade é um prenúncio dos acidentes com lesão. Desse modo,
a implantação de programas de gestão-segurança e saúde do trabalhador
com ferramentas que permitam a antecipação dos riscos deve ser implemen-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

tada pelas empresas com responsabilidade e comprometimento de todos,


especialmente da alta direção (Saliba, p. 38. 2016).

Em resumo, a empresa deve ficar atenta às informações que


os números podem trazer. O acompanhamento das atividades e a rea-
lização de relatórios é de extrema importância para o profissional da
área poder se precaver, evitando-se assim que os acidentes sejam mais
graves ou chegue ao óbito.
São muitas as consequências negativas que podem ser ge-
radas com a ocorrência de um acidente ou doença ocupacional, tanto
para empresa, empregado e governo, desde situações mais simples a
até um óbito.
A seguir serão apresentadas algumas possíveis consequên-
cias gerais (além das apresentadas pela NBR 14280:2001) geradas em
decorrência de um acidente do trabalho:

84
Quadro 16 - Possíveis consequências do acidente do trabalho
- Perda de credibilidade no emprego: Quando o
trabalhador se acidenta, além das dores físicas, o
patrão provavelmente ficará chateado com ele.
A credibilidade desse empregado perante o empre-
gador tende a diminuir, e muito…
- Perda de oportunidade de promoção, ou aumento
de salário: Se surgir na empresa uma oportunidade
de promoção interna ou aumento de salário, pro-
vavelmente ninguém irá se lembrar do empregado
acidentado.
- Sofrimento físico: Dores físicas, emocionais, tudo
isso incomoda o acidentado.
E o pior é que mesmo se ele não for o culpado pelo
acidente, ainda assim, vai demorar a se convencer
disso.
- Incapacidade para o trabalho, temporária ou per-
TRABALHADOR
manente: Tem coisa pior do que se sentir incapaci-
tado?
- Esse é um sentimento que incomoda muito. É mais
um fardo carregado pelo acidentado. Hoje já se

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


sabe que o trabalho tem função social e não apenas
financeira.
- O fato de trabalhar faz a pessoa se sentir sociável
e útil! A falta de trabalho de certa forma isola a pes-
soa e a faz sentir-se inútil e incapaz.
- Menos dinheiro em casa: O benefício pago pelo
INSS em casos de acidente de trabalho não é equi-
vale ao salário de alguém que está na ativa (traba-
lhando).
- A renda do trabalhador tende a cair de 20 a 40%.
Uma redução que pode levar dificuldade financeira a
toda família.

85
– Gastos com primeiros socorros e transporte do
acidentado.
– Tempo perdido: Outros funcionários terão parar
para socorrer o acidentado, e os funcionários gastam
tempo comentando o ocorrido;
Na maioria dos acidentes a cena é parecida, muita
gente pára para ver o ocorrido.
Às vezes a quantidade de curiosos é tão grande que
até causa outros acidentes. E isso gera ainda mais
prejuízo para o empregador.
Vamos pensar em 20 pessoas paradas olhando e
comentando a acidente por 20 minutos e ainda o
prejuízo da produção parada por esse tempo, isso
gera um prejuízo significativo, não é?
– Terá que pagar os primeiros quinze dias após o
afastamento: Irá pagar salário para uma pessoa que
não irá produzir.
Depois dos 15 dias o funcionário passará a receber
EMPRESA o benefício do INSS.
– Gastos com contratação de um substituto para o
funcionário que se acidentou.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

– Prejuízos materiais, e com pagamento de indeni-


zações: Isso é fato, hoje tem muita gente ganhando
dinheiro com indenizações por causa de acidente de
trabalho.
E mesmo quando a culpa não é do empregador, na
maioria das vezes ele acaba pagando.
– Má fama no meio empresarial: Hoje as empresas
que tem muitos acidentes de trabalho ficam mal
vistas no mercado e perdem clientes.
É comum que empresas parceiras se fiscalizem mu-
tuamente para entender até que ponto estão com-
prometidas com gerar lucro sem derramar sangue,
esse processo é conhecido como auditoria externa.
- Perda de certificações internacionais;
-Estragos e perdas materiais (máquinas, equipamen-
tos e etc.);

86
– Dificuldade financeira: Como podemos observar
acima o dinheiro em casa diminui.
– Incomodo geral: Em muitos casos a família terá
que mudar drasticamente de rotina para ajudar o
acidentado que em muitos casos está incapaz de se
cuidar.
– Gastos com compra de remédio, tratamento, loco-
FAMÍLIA moção: Ou seja, diminui o dinheiro, mas aumentam
os gastos.
– Dor emocional em relação ao parente que está in-
válido, ou enfermo: Muitos filhos de acidentados que
ficaram inválidos ou faleceram, acabam entrando no
mundo da prostituição ou do crime para compensar
a falta de dinheiro, do pai ou mãe que sustentava o
lar.
– Perda de mão de obra produtiva, temporária ou
permanentemente: Os trabalhadores de certa forma
são as pessoas que produzem a riqueza do país!
Quanto mais pessoas afastadas do trabalho menos
dinheiro é movimentação no comércio e isso é péssi-
ma para a economia do país.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


– Mais gente dependendo do dinheiro do INSS: Isso
significa que irá gastar mais.
GOVERNO
– Menos dinheiro recebido de contribuinte pelo
INSS: Isso contribui para o aumento saldo vermelho.
A lógica de prevenção deveria ser a seguinte “gastar
menos é melhor do que gastar mais”!
Sabe-se que muitas empresas tiveram que fechar
suas portas por causa de um acidente de trabalho.
Tomara que possamos ser sábios e contagiar nessa
busca pela prevenção.

Fonte: UNISEESMT, 2017.

Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT


“A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um docu-
mento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de
trajeto bem como uma doença ocupacional” (INSS,2018).
87
A NBR 14.280:2001 explica a distinção das nomenclaturas
existentes para comunicação e registro de acidentes, conforme quadro
a seguir:

Quadro 17 - Comunicação de acidentes - NBR 14.280:2001


Comunicação de Informação que se dá aos órgãos interessados, em
acidente formulário próprio, quando da ocorrência de acidente.
Comunicação de Qualquer comunicação de acidente emitida para
acidente para fins atender a exigências da legislação em vigor como,
legais por exemplo, a destinada a órgão de previdência.
Comunicação in-
terna de acidente Comunicação que se faz com a finalidade precípua
para fins de regis- de possibilitar o registro de acidente.
tro
Registro metódico e pormenorizado, em formulário
Registro de aci- próprio, de informações e de dados de um acidente,
dente necessários ao estudo e à análise de suas causas,
circunstâncias e conseqüências.
Registro metódico e pormenorizado, em formulário
Registro de aci- individual, de informações e de dados relativos a um
dentado acidentado, necessários ao estudo e à análise das
causas, circunstâncias e conseqüências do acidente.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: ABNT, 2001.

Existem três tipos de CAT: inicial, de reabertura e de óbito. A


seguir serão conceituadas cada uma delas conforme o site da Previdên-
cia Social as descreve:

Quadro 18 - Os tipos de CAT


irá se referir a acidente de trabalho típico, trajeto, doença
CAT inicial
profissional, do trabalho ou óbito imediato;
será utilizada para casos de afastamento por agravamento
de lesão de acidente do trabalho ou de doença profissional
ou do trabalho;
na CAT de reabertura, deverão constar as mesmas informa-
 CAT de reabertura
ções da época do acidente, exceto quanto ao afastamento,
  último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão,
que serão relativos à data da reabertura. Não será conside-
rada CAT de reabertura a situação de simples assistência
médica ou de afastamento com menos de 15 dias consecu-
tivos.

88
será emitida exclusivamente para casos de falecimento
CAT de comunicação
decorrente de acidente ou doença profissional ou do traba-
de óbito
lho, após o registro da CAT inicial;
Fonte: INSS, 2018.

Para entender melhor sobre o processo de abertura da CAT


quando ocorre um acidente ou doença ocupacional é importante anali-
sar as informações no quadro a seguir:

Quadro 19 - Perguntas frequentes sobre a abertura da CAT.


A empresa é obrigada a informar à Previdência Social to-
dos os acidentes de trabalho ocorridos com seus emprega-
dos, mesmo que não haja afastamento das atividades, até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de
morte, a comunicação deverá ser imediata. A empresa que
não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal
estará sujeita à aplicação de multa, conforme disposto nos
artigos 286 e 336 do Decreto nº 3.048/1999.

Quando fazer? Se a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio traba-


lhador, o dependente, a entidade sindical, o médico ou a
autoridade pública (magistrados, membros do Ministério
Público e dos serviços jurídicos da União e dos Estados ou
do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exér-
cito, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


e da Polícia Militar) poderão efetivar a qualquer tempo o
registro deste instrumento junto à Previdência Social, o
que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à
empresa.
Registro da CAT on-line: Para sua comodidade, o INSS
disponibiliza um aplicativo que permite o Registro da CAT
de forma online, desde que preenchidos todos os campos
obrigatórios.
Através do aplicativo, também será possível gerar o formu-
lário da CAT em branco para, em último caso, ser preen-
Como fazer? chido de forma manual.
Procure uma agência do INSS: Nos casos em que não for
possível o registro da CAT de forma online e para que a
empresa não esteja sujeita a aplicação da multa por des-
cumprimento de prazo, o registro da CAT poderá ser feito
em uma das agências do INSS (consulte a agência mais
próxima).
Para ser atendido nas agências do INSS, no mínimo de-
Documentos neces-
verá ser apresentado um documento de identificação com
sários
foto e o número do CPF.

89
Para qualquer dos casos indicados acima, deverão ser
emitidas quatro vias sendo:
1ª via ao INSS
Vias da CAT
2ª via ao segurado ou dependente
3ª via ao sindicato de classe do trabalhador
4ª via à empresa.
Fonte: INSS, 2018.

Além disso, é importante destacar:


Caso a área de informações referente ao atestado médico do formulário não
esteja preenchida e assinada pelo médico assistente, deverá ser apresenta-
do o atestado médico, desde que nele conste a devida descrição do local/
data/hora de atendimento, bem como o diagnóstico com o CID (Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saú-
de) e o período provável para o tratamento, contendo a assinatura, o número
do Conselho Regional de Medicina (CRM) e o carimbo do médico responsá-
vel pelo atendimento, seja particular, de convênio ou do SUS (INSS, 2018).

Prevenção e controle de riscos e acidentes


Para buscar soluções de prevenção e controle de riscos e aci-
dentes, primeiramente é importante analisar o ambiente de trabalho,
identificando os riscos e fazendo um planejamento de intervenção, as-
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

sim será possível levantar todas as medidas a serem tomadas para


cada tipo de risco.
Para aplicação das medidas de controle há uma hierarquia.
“Há três zonas onde as medidas de controle podem ser aplicadas: Na
origem do contaminante – Fonte; ao longo do percurso entre a origem e
o trabalhador – Ambiente e no receptor – Trabalhador” (UNIFAL, 2019).
Ou seja, é mais eficaz realizar o controle do risco na fonte do que no
trabalhador.
Figura 22 - Zonas de aplicação das medidas de controle

Fonte: UNIFAL, 2019.


90
A seguir vamos citar de maneira generalizada as formas de
prevenção de acidentes e doenças do trabalho, que serão estudadas
ao longo das unidades:
• Medidas administrativas (normas internas, instruções de tra-
balho por escrito, autorizações de trabalho, formação e informação dos
trabalhadores, fator humano);
• Automação das atividades;
• Implantação dos Programas de Segurança, Saúde e Ges-
tão de Riscos: PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais),
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), PCMAT
(Programa de Condição e Meio Ambiente de Trabalho na Construção
Civil), PGR (Programa de Gerenciamento de Risco na Indústria da Mi-
neração), PCA (Programa de Conservação Auditiva) e PPR (Programa
de Proteção Respiratória);
• Realização dos exames médicos admissionais, demissionais,
periódicos e de mudança de função;
• Fornecer e cobrar a utilização de EPI (Equipamento de Prote-
ção Individual), como por exemplo: óculos de segurança, luvas, capace-
tes, máscaras respiratórias, protetores auriculares, cremes protetores,
aventais impermeáveis, botas impermeáveis, protetores faciais, capuz
de segurança, etc.;
• Instalação de EPC (Equipamento de Proteção Coletiva),
como por exemplo: ventilação industrial, exaustores, enclausuramento,

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


proteção em máquinas, piso antiderrapante etc.;
• Luminosidade adequada;
• Climatização dentro dos limites de conforto;
• Ginástica Laboral;
• Rodízio de atividades;
• Fiscalização constante dos trabalhadores, máquinas, equipa-
mentos e outros que podem oferecer riscos;
• Manutenção preventiva;
• Monitoramento e medição dos riscos (principalmente os ris-
cos físicos e químicos);
• Redução do tempo de exposição a agentes perigosos;
• Substituição de produto tóxico ou nocivo;
• Mudanças e/ou alterações nos processos ou operações;
• Formações e Treinamentos: técnicos, de normatizações e de
segurança do trabalho (promovendo atualização constante e periódica);
• Controle do trabalho de terceirizados;
• Elaboração do Mapa de Riscos;

91
• Sinalização de: obrigação, emergência e aviso ou perigo,
adequadas a cada situação;

• Realização de DDS – Diálogo Diário de Segurança;


• Manter as equipes de SESMT e CIPA conforme exigências de
suas respectivas NRs;
• Utilização de máquinas e equipamentos adequados à ativida-
de e ao trabalhador;
• Projeto de Prevenção e Combate a Incêndios e Pânico apro-
vado e em perfeito funcionamento;
• Manter o ambiente de trabalho limpo e organizado;
• Adaptações ergonômicas e de conforto nas condições de tra-
balho.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção criou, em par-


ceira com o SESI DN, um simulador de custos de acidentes e afasta-
mentos de trabalho, chamado Construindo Segurança e Saúde. Atra-
vés dele é possível fazer, de forma fácil e lúdica, cálculos que mostram
quanto pode ser economizado com a prevenção. O simulador também
apresentar informações sobre as normas que regem os acidentes do
trabalho.
Saiba mais em:
www.portaldaindustria.com.br/sesi/canais/seguranca-e-saude-
-no-trabalho-sesi/simulador-de-custos-de-acidentes/

92
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: MS CONCURSOS Órgão: UFAC Prova: MS CON-
CURSOS - 2014 - UFAC - Engenheiro de Segurança do Trabalho
Com respeito a CAT, analise as alternativas e marque aquela em
que se estabelece o significado correto da abreviatura.
a) CAT - Comunicação de Acidente no Trabalho
b) CAT - Comunicação do Ambiente no Trabalho
c) CAT - Comunicação de Agente do Trabalho
d) CAT - Comunicação de Antecedente no Trabalho
e) CAT - Comunicação de Acidente de Trajeto

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CES-
GRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Técnico de Segurança do Trabalho I
A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os
acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo
que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência através da Comunicação de Acidentes
de Trabalho – CAT.
As vias corretas da CAT a serem encaminhadas são, respectiva-

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


mente, a:
a) 1ª via ao INSS e a 2ª via à empresa
b) 1ª via ao segurado ou dependente e a 3ª via ao sindicato de classe
do Trabalhador
c) 1ª via à empresa e a 4ª via ao sindicato de classe do trabalhador
d) 2ª via ao segurado ou dependente e a 4ª via à empresa
e) 2ª via à empresa e a 3ª via ao segurado ou dependente

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV - 2018 - AL-RO -
Analista Legislativo - Engenharia Mecânica
As opções a seguir apresentam situações que são consideradas,
segundo a lei, acidentes de trabalho à exceção de uma. Assinale-a.
a) O acidente ocorrido durante a execução de ordem fora do local da
empresa.
b) O acidente causado durante a prestação espontânea de um serviço
para a empresa.
c) O acidente que provoca apenas danos materiais, não ferindo o tra-
balhador.
93
d) O acidente que foi provocado por caso fortuito.
e) O acidente ocorrido durante a refeição ou descanso durante o horário
de trabalho.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: INSTI-
TUTO AOCP - 2016 - EBSERH - Técnico em Enfermagem - Saúde do
Trabalhador (CH-UFPA)
Assinale a alternativa que apresenta uma das maiores causas de
acidente de trabalho.
a) Condição insegura
b) Ato de sabotagem
c) Ato de imperícia
d) Ato inseguro
e) Ato imprudente

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRE-RJ Prova: CONSUL-
PLAN - 2017 - TRE-RJ - Analista Judiciário - Medicina Clínica Geral
Em quantas vias e por qual(is) profissional(is) a CAT deve ser emi-
tida?
a) 3 vias / apenas o médico
b) 4 vias / qualquer pessoa
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

c) 4 vias / apenas o médico


d) 3 vias / qualquer profissional de saúde

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A vida humana é o que há de mais valor na sociedade. É muito co-


mum se ouvir que “sem saúde não há o que se fazer”. O dinheiro pode
comprar um plano de saúde, pode pagar despesas médicas, mas não
pode trazer de volta a vida (indenizações não trazem de volta um ente
querido), não pode trazer de volta um membro do corpo que foi perdido,
amputado (haverá paliativos, próteses, mas nunca será o mesmo).
Quem presencia um acidente pode ter inúmeros traumas psicológicos,
e quem é a vítima de um acidente, além de traumas psicológicos, pode
ter traumas físicos.
São inúmeros relatos de famílias desestabilizadas após um acidente,
uma sociedade que perde talvez um homem ou mulher que tinha um pa-
pel crucial dentro dela, o governo que precisa arcar com as despesas,
e a empresa que perde um colaborador, ou tem alguns dias perdidos
devido ao acidente ou doença, além da contratação e treinamento de
94
nova mão de obra.
Sobre o trecho acima, comente e relacione sobre as inúmeras conse-
quências de um acidente para a sociedade, familiares, governo, empre-
sa e vítima.

TREINO INÉDITO

Sobre os acidentes do trabalho:


a) Em situações de acidente do trabalho deve ser aberta uma CAT.
b) Em situações de doença do trabalho deve ser aberta uma CAT.
c) Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a ser-
viço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provo-
cando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou
a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.
d) Pode ser ocasionado por um ato, condição insegura, dentre outros.
e) Todas as respostas acima.

NA MÍDIA

FORAM REGISTRADOS 184 MIL ACIDENTES DE TRABALHO NO


BRASIL EM 2018
Nos primeiros quatro meses de 2018, foram registrados no Brasil 184

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


mil acidentes de trabalho. O que chama a atenção é o número de traba-
lhadores mortos, 653. Um óbito a cada quatro horas e meia.

Fonte: R7
Data: 04 jun. 2018
Veja a notícia na íntegra:
https://noticias.r7.com/minas-gerais/mg-no-ar/videos/foram-registra-
dos-184-mil-acidentes-de-trabalho-no-brasil-em-2018-04062018

NA PRÁTICA

Os números de acidentes do trabalho no Brasil são alarmantes. Ainda


no que se refere às legislações nacionais de Saúde e Segurança do
Trabalho, tem muito a evoluir e melhorar, principalmente, em relação
a outros países e normas internacionais, que possuem estudos mais
avançados na área. Se for realizado, por exemplo, um comparativo das
normas nacionais de SST com as internacionais, será possível identifi-
car as discrepâncias de informações (principalmente no que se refere
aos limites de tolerância de agentes químicos – que serão vistos na
95
disciplina de Higiene do Trabalho).
O Poder Legislativo precisa criar leis mais rígidas e preventivas no to-
cante à SST para, assim serem reduzidos os números de acidentes,
ou pelo menos atualizar com mais frequência as leis atuais. Mas, como
somente criar leis não basta, a fiscalização rigorosa deve existir. Sabe-
-se que muitas empresas no Brasil burlam as normas de segurança,
por isso, cabe ao trabalhador e a sociedade denunciarem esses tipos
de irregularidades, bem como cobrar das autoridades competentes o
cumprimento delas.

PARA SABER MAIS

Vídeos: “Os filmes da série Napo são produzidos a partir de grafismos


gerados por computador. São protagonizados por personagens do
mundo do trabalho, que se vêem confrontadas com questões de segu-
rança (Napo, 2017)”
Acesse e confira: https://www.napofilm.net/pt/napos-films/films

Figura 23 – NAPO Filmes


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Napo, 2017.

Acesse o link: Estatísticas de acidentes de trabalho (Fundacentro).


http://www.fundacentro.gov.br/estatisticas-de-acidentes-de-trabalho/inicio

Reportagens:
Homem corta a própria mão após ficar preso em máquina de moer car-
ne nos EUA
27 set. 2018
Disponível em :<https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,hom
96
em-corta-a-propria-mao-apos-ficar-preso-em-maquina-de-moer-carne-
nos-eua,70002521501>.

Brasil é quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho.


09 abr. 2018.
Disponível em :<http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/sala-
-imprensa/mpt-noticias/7441f527-ad53-4a0a-901f-66e40f1a1cae>.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

97
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
E D A D A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

No atual cenário do ambiente laboral, o Engenheiro de Segurança do


Trabalho, passa a ser muito mais do que um colaborador da organiza-
ção, ele se torna um consultor, que deve alertar empresa e empregado
sobre os riscos existentes naquele determinado local.
Por isso, o Engenheiro de Segurança do Trabalho tem um papel fun-
damental (e se não o fizer pode até responder criminalmente pelos aci-
dentes ocorridos) de fiscalizar todos os ambientes e trabalhadores do
qual é responsável, aplicando as devidas advertências, em casos de
descumprimento das normas implantadas.
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Além de fiscalizar, deve planejar anualmente, semestralmente e men-


salmente as ações a serem realizadas para prevenção e controle de
doenças e acidentes. Sendo que, diariamente deve conscientizar a to-
dos sobre a importância da cultura da segurança, que não é somente
cumprir as legislações, mas sim, salvar e preservar vidas.
Vale ressaltar que, o Engenheiro de Segurança do Trabalho é o interme-
diador entre órgãos fiscalizados, empresa e colaborador. Por isso, deve
desempenhar sua função de forma a cumprir as legislações, alertar o
empregador e fazê-lo adequar à empresa, e, por conseguinte cobrar
do colaborador a utilização dos EPI (Equipamentos de Proteção Indivi-
dual), EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva), atenção às sinaliza-
ções, participação nos treinamentos, realização dos exames médicos
legais e etc.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

98
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
B B C E B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Em toda empresa em que tiver empregados admitidos é obrigatória a


CIPA. A diferença se dá que, conforme o grupo de CNAE ao qual a
empresa pertence e a quantidade de trabalhadores, a quantidade de
membros integrantes da CIPA irá variar. E ainda as empresas de menor
porte, que não precisam de equipe de CIPA, devem ter pelo menos um
representante.
O papel da CIPA é de extrema importante para garantir um ambiente
laboral mais justo para todos. O cipeiro deve estar atento a todas as
situações, e deve cobrar do empregador melhorias, por isso, a estabili-
dade, segundo Melo é:

um instrumento para garantir ao membro da CIPA autonomia suficiente para

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


desempenhar a sua função na CIPA. Em outras palavras: poderão existir
momentos em que o trabalhador terá que cobrar do empregador soluções e
ações corretivas (em máquinas e equipamentos, por exemplo) e nessa hora
a estabilidade o protege de ser demitido injustamente.
A Súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Enunciado nº 339, item
II – Nos mostra que: – A estabilidade provisória do cipeiro não constitui
vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA,
que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa.
Logo, como vimos, a garantia de emprego (estabilidade) tem a única função
de proteger o cipeiro de possíveis represálias vindas do empregador (Melo,
2018).

De quanto tempo é a estabilidade da CIPA? Segundo o item


5.8 da NR 5:

é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para


cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
Como vimos no parágrafo acima. A estabilidade (garantia de emprego) come-
ça no ato da candidatura e se estende até um ano após o final do mandato.
Então o tempo de estabilidade é de 2 anos (Melo, 2018).

99
É importante ressaltar que o membro suplente da CIPA também goza do
direito a estabilidade, e que somente os membros eleitos pelos empre-
gados possuem estabilidade. Ou seja, os membros eleitos pelo empre-
gador, não possuem direito a essa estabilidade.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

100
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A D C D B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Em um mundo ideal, seria ideal que não existissem acidentes do tra-


balho. O acidente não traz nenhum tipo de vantagem ou benefício a
nenhum dos envolvidos. Muito pelo contrário, as desvantagens e pontos
negativos gerados podem se estender a muito mais do que a nossa
mente consegue calcular.
Podem-se citar como consequências de um acidente de trabalho:

Para o trabalhador:

– Perda de credibilidade no emprego: Quando o trabalhador se aci-


denta, além das dores físicas, o patrão provavelmente ficará chatea-
do com ele.

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


A credibilidade desse empregado perante o empregador tende a di-
minuir, e muito…
–  Perda de oportunidade de promoção, ou aumento de salário:  Se
surgir na empresa uma oportunidade de promoção interna ou aumen-
to de salário, provavelmente ninguém irá se lembrar do empregado
acidentado.
– Sofrimento físico: Dores físicas, emocionais, tudo isso incomoda o
acidentado.
E o pior é que mesmo se ele não for o culpado pelo acidente, ainda
assim, vai demorar a se convencer disso.
– Incapacidade para o trabalho, temporária ou permanente: Tem coi-
sa pior do que se sentir incapacitado?
Esse é um sentimento que incomoda muito. É mais um fardo carrega-
do pelo acidentado. Hoje já se sabe que o trabalho tem função social
e não apenas financeira.
O fato de trabalhar faz a pessoa se sentir sociável e útil! A falta de tra-
balho de certa forma isola a pessoa e a faz sentir-se inútil e incapaz.
– Menos dinheiro em casa: O benefício pago pelo INSS em casos de
acidente de trabalho não é equivale ao salário de alguém que está na
ativa (trabalhando).
A renda do trabalhador tende a cair de 20 a 40%. Uma redução que pode
levar dificuldade financeira a toda família (UNISEESMT, 2017).  

101
Para a empresa:

– Gastos com primeiros socorros e transporte do acidentado.


– Tempo perdido: Outros funcionários terão parar para socorrer o acidentado,
e os funcionários gastam tempo comentando o ocorrido;
Na maioria dos acidentes a cena é parecida, muita gente pára para ver o
ocorrido.
Às vezes a quantidade de curiosos é tão grande que até causa outros
acidentes. E isso gera ainda mais prejuízo para o empregador.
Vamos pensar em 20 pessoas paradas olhando e comentando a acidente por
20 minutos e ainda o prejuízo da produção parada por esse tempo, isso gera
um prejuízo significativo, não é?
–  Terá que pagar os primeiros quinze dias após o afastamento:  Irá pagar
salário para uma pessoa que não irá produzir.
Depois dos 15 dias o funcionário passará a receber o benefício do INSS.
– Gastos com contratação de um substituto para o funcionário que se aci-
dentou.
– Prejuízos materiais, e com pagamento de indenizações: Isso é fato, hoje
tem muita gente ganhando dinheiro com indenizações por causa de acidente
de trabalho.
E mesmo quando a culpa não é do empregador, na maioria das vezes ele
acaba pagando.
– Má fama no meio empresarial: Hoje as empresas que tem muitos acidentes
de trabalho ficam mal vistas no mercado e perdem clientes.
É comum que empresas parceiras se fiscalizem mutuamente para entender
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

até que ponto estão comprometidas com gerar lucro sem derramar sangue,
esse processo é conhecido como auditoria externa (UNISEESMT, 2017).
 
Para a família:

– Dificuldade financeira: Como podemos observar acima o dinheiro em casa


diminui.
– Incomodo geral: Em muitos casos a família terá que mudar drasticamente
de rotina para ajudar o acidentado que em muitos casos está incapaz de se
cuidar.
– Gastos com compra de remédio, tratamento, locomoção: Ou seja, diminui
o dinheiro, mas aumentam os gastos.
– Dor emocional em relação ao parente que está inválido, ou enfermo: Muitos
filhos de acidentados que ficaram inválidos ou faleceram, acabam entrando
no mundo da prostituição ou do crime para compensar a falta de dinheiro, do
pai ou mãe que sustentava o lar (UNISEESMT, 2017).

Para o governo:

– Perda de mão de obra produtiva, temporária ou permanentemente: Os tra-


balhadores de certa forma são as pessoas que produzem a riqueza do país!
Quanto mais pessoas afastadas do trabalho menos dinheiro é movimentação

102
no comércio e isso é péssima para a economia do país.
– Mais gente dependendo do dinheiro do INSS: Isso significa que irá gastar
mais.
– Menos dinheiro recebido de contribuinte pelo INSS: Isso contribui para o
aumento saldo vermelho. 
A lógica de prevenção deveria ser a seguinte “gastar menos é melhor do que
gastar mais”!
Sabe-se que muitas empresas tiveram que fechar suas portas por causa de
um acidente de trabalho.
Tomara que possamos ser sábios e contagiar nessa busca pela prevenção
(UNISEESMT, 2017).

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

103
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