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MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS


MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

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MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Adriana Penna


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 02
DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os Recursos Hídricos e a Gestão das Águas _____________________ 12

Energia e Desenvolvimento Sustentável – Breves Reflexões ______ 19

Meio Ambiente e Sustentabilidade _____________________________ 21

Sistema de Gestão Ambiental _________________________________ 22

Impactos do Setor Energético no Meio Ambiente _______________ 25


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CAPÍTULO 03
MERCADOS DE ENERGIA ELÉTRICA

Contratos de Concessão e Permissão __________________________ 28

Distribuição de Energia ________________________________________ 29

Matriz de Energia Elétrica Brasileira ___________________________ 30

Serviços Ancilares ______________________________________________ 31

Bandeiras Tarifárias __________________________________________ 32

Tarifação do Consumidor Final _________________________________ 34

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CAPÍTULO 04
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AS CERTIFICAÇÕES

Cálculo Econômico para Eficiência Operacional ________________ 44

Ações de Eficiência Energética ________________________________ 46

Referências __________________________________________________ 65

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INTRODUÇÃO
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A busca da construção de um modelo de desenvolvimento que possa ser consi-


derado sustentável para a humanidade é um desafio enfrentado há algumas dé-
cadas. Essa procura, alicerçada numa visão crítica da organização da sociedade
humana e impulsionada por diversos problemas de caráter ambiental e social,
como o aquecimento global, a ocorrência de grandes desastres ecológicos, a
existência de grandes populações vivendo em condições de profunda pobreza e
o caráter altamente consumista da sociedade atual, tem trazido uma crescente
conscientização das significativas interferências dos sistemas humanos sobre
os sistemas naturais, com consequente desequilíbrio e possíveis impactos irre-
versíveis sobre os referidos sistemas (ROMÉRO; REIS, 2012, p. 2).

Tem sido “pauta do dia” nos noticiários, nos debates realizados


pelos diversos meios de comunicação, a polêmica questão que envolve
a geração de energia e uso dos recursos hídricos, não necessariamen-
te nessa sequência ou lógica. E nós também vivenciamos no dia-a-dia
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a falta de água, “apagões”, possibilidades de racionamento de ambos
(água e energia).
O mercado de energia elétrica e a busca pela eficiência ener-
gética que envolvem muito além da redução de custos para os diversos
tipos de organizações, das industriais àquelas que buscam participar do
desenvolvimento sustentável, também serão temas contemplados ao
longo do módulo.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmi-
ca tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões
da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos
de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e
objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, in-
cluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto,
de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não
serão expressas opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-
contram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas,
mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ven-
tura venham a surgir ao longo dos estudos.

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DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
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OS RECURSOS HÍDRICOS E A GESTÃO DAS ÁGUAS

É fato a existência de conflitos pelo uso da água entre o setor


elétrico e demais usuários. Uso racional dos recursos naturais, desen-
volvimento econômico, racionamento de água, direitos da população
que vive no entorno de possíveis lagos que farão uma usina hidrelétrica
“nascer” são alguns deles. Vamos basear a unidade em documentos
oficiais e alguns estudos acadêmicos que buscam elucidar e defender
os interesses coletivos que levam aos conflitos.
Ao longo dos últimos meses os noticiários vieram falando em ra-
cionamento, em reservatórios de água muito aquém do normal, principal-
mente na região sudeste do Brasil, realmente abaixo de sua capacidade
e da necessidade da população. Por outro lado, o sul do país nesse mo-
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mento sofre com as “cheias” e enchentes em vários pontos, a exemplo do
Rio Grande do Sul. As preocupações “pipocam” de todos os lados, seja por
falta ou excesso de chuvas, esse é um fato que convivemos anualmente no
Brasil, que nem precisamos lembrar, é um país de dimensões continentais.
De todo modo, não podemos pensar somente em curto prazo, pelo con-
trário, o uso racional dos recursos hídricos, aliás, não só destes, mas de
todos os recursos que a natureza nos oferece é tema constante com qual
deveríamos, além de nos preocuparmos, agirmos conscientemente.
Alguns pensam que fechar a torneira ao ensaboar o corpo ou
escovar os dentes é uma ação sem nenhum reação... mas se pensar-
mos em termos de Brasil, somos 200 milhões. Faria diferença sim! Re-
duzir, reciclar e reutilizar são realmente ações para promovem o desen-
volvimento sustentável.
Vamos focar por ora nos recursos hídricos e toda a polêmica
que temos cotidianamente em torno do seu uso.
A água é um recurso natural essencial à existência e manuten-
ção da vida, ao bem-estar social e ao desenvolvimento socioeconômi-
co, assim como tem papel fundamental na produção de energia elétrica.
Por definição, recursos hídricos são as águas superficiais ou
subterrâneas disponíveis para qualquer tipo de uso numa determinada
região e que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) não
passa de um por cento das águas totais do planeta.
Vejamos:

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Da água dependem muitas indústrias e as culturas agrícolas,


a vida dos animais e das pessoas, o transporte de pessoas, animais e
produtos a depender da região. Resumindo: sem água não haveria vida
no planeta terra.
Quanto à gestão dos recursos hídricos, 1934 foi o ano que
marcou nossa história com a instituição do Código de Águas que ob-
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jetivava estabelecer regras de controle para o uso e aproveitamento
dos recursos hídricos e definir a base para a gestão pública do setor de
saneamento. Quanto à organização institucional do setor público, vol-
tado, principalmente, para a exploração da água como força hidráulica
para geração de energia elétrica, destaca-se a criação do Departamen-
to Nacional de Produção Mineral – DNPM e, em seguida, do Conselho
Nacional de Águas e Energia Elétrica – CNAEE.
A Constituição de 1946 procurou regulamentar a utilização dos
recursos naturais, visando à exploração econômica dos mesmos, reser-
vando à União a competência para legislar sobre as águas.
Durante a década de 1970, destaca-se a instituição do Plano
Nacional de Saneamento – PLANASA, com a finalidade de implantar
uma política nacional para provimento de serviços de água e esgotos.
Ao longo da década de 1980, houve o retorno da participação
da sociedade nas questões políticas e socioambientais, por intermédio
das entidades civis. A política ambiental passou por reestruturações,
das quais se destaca a Lei nº 6.938, de 31/08/1981, que estabeleceu
o Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e a constituição do
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Tal sistema incluía
o conjunto de instituições governamentais que deveriam se ocupar da
proteção e da gestão da qualidade ambiental, tendo por instância supe-
rior o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para ser o executor da
política ambiental.
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A Constituição Federal, promulgada em 1988, deu destaque


aos recursos hídricos e à outorga, uma vez que o inciso XIX do artigo
21º estabelece que compete à União instituir o sistema nacional de ge-
renciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direi-
tos de seu uso. O inciso VIII do artigo 20º define como bens da União os
potenciais de energia hidráulica.
Complementando a Constituição Federal, em 08/01/1997, foi
publicada a Lei nº 9.433, também denominada de “Lei das Águas”, que
instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Na-
cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. São fundamentos da
Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor eco-
nômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar
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o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implemen-
tação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e
contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comu-
nidades.
Para viabilizar a implementação da Política Nacional de Recur-
sos Hídricos e a coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos, foi promulgada a Lei nº 9.984, de 17/07/2000,
que criou a Agência Nacional de Águas – ANA.
Dentre as suas atribuições, a que permeia o setor elétrico é
aquela descrita no inciso XII e no parágrafo 3º, qual seja: definir e fis-
calizar as condições de operação de reservatórios por agentes públi-
cos e privados, visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos,
conforme estabelecido nos Planos das respectivas bacias hidrográficas.
Para tanto, a definição de condições de operação de reservatórios de
aproveitamentos hidrelétricos será efetuada em articulação com o Ope-
rador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
No artigo 25 está prevista a descentralização das atividades de
operação e manutenção de reservatórios, canais e adutoras de domínio
da União, excetuada a infraestrutura componente do Sistema interliga-
do Brasileiro. No que tange à outorga, os artigos e parágrafos mais
relevantes são:
Art. 6º A ANA poderá emitir outorgas preventivas de uso de

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recursos hídricos, com a finalidade de declarar a disponibilidade de
água para os usos requeridos, observado o disposto no art. 13 da Lei
nº 9.433, de 1997.
§ 1º A outorga preventiva não confere direito de uso de recur-
sos hídricos e se destina a reservar a vazão passível de outorga, pos-
sibilitando, aos investidores, o planejamento de empreendimentos que
necessitem desses recursos.
Art. 7º Para licitar a concessão ou autorizar o uso de potencial
de energia hidráulica em corpo de água de domínio da União, a Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – deverá promover, junto à ANA,
a prévia obtenção de declaração de reserva de disponibilidade hídrica.
§ 2º A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será
transformada automaticamente, pelo respectivo poder outorgante, em
outorga de direito de uso de recursos hídricos à instituição ou empresa
que receber da ANEEL a concessão ou a autorização de uso do poten-
cial de energia hidráulica.
Criada em 1996, pela Lei nº 9.427, a Agência Nacional de
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Energia Elétrica – ANEEL – tem por finalidade regular e fiscalizar a pro-
dução, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica,
em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal.
A Lei nº 10.848, de 15/03/2004 que dispõe sobre a comercia-
lização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e
autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como
destes com seus consumidores, no Sistema Interligado Nacional (SIN),
dar-se-á mediante contratação regulada ou livre, nos termos desta Lei e
do seu regulamento, o qual, observadas as diretrizes estabelecidas nos
parágrafos deste artigo, deverá dispor sobre:
[...]
VIII - mecanismo de realocação de energia para mitigação do
risco hidrológico.
Segundo Souza (2004), o ONS gerencia o novo sistema de
maneira centralizada, objetivando o custo mínimo global; as empresas
têm pouca influência nesse processo, não havendo oferta de preços, só
esforços para diminuição de custos.
No que tange a base legal, não está claro que o setor elétrico
é mais um usuário no contexto dos usos múltiplos de recursos hídricos.
Um fato que revela esta questão é a revogação do parágrafo único do
artigo 2º da Lei nº 9.427, que definiu a ANEEL como responsável pela
promoção da articulação com os Estados e o Distrito Federal, para o
aproveitamento energético dos cursos de água e a compatibilização
com a política nacional de recursos hídricos. Outro exemplo que pode
ser citado é o exposto no parágrafo 3º do artigo 31:
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Os órgãos responsáveis pelo gerenciamento dos recursos hídricos e a ANE-


EL devem se articular para a outorga de concessão de uso de águas em
bacias hidrográficas, de que possa resultar a redução da potência firme de
potenciais hidráulicos, especialmente os que se encontrem em operação,
com obras iniciadas ou por iniciar, mas já concedidas.

Uma possível interpretação conduz ao entendimento de que os


aproveitamentos hidráulicos são prioritários nas bacias hidrográficas,
sendo os demais usos definidos a partir da articulação entre os órgãos
gestores de recursos hídricos e a ANEEL, no controle da quantidade de
água que será disponibilizada, desde que não haja prejuízo da geração.
Isso vai contra os fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídri-
cos da Lei nº 9.433, que estabelece como usos prioritários o consumo
humano e a dessedentação de animais. Além disso, a outorga visa as-
segurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água, sendo
principalmente condicionada a preservação do uso múltiplo.
Por outro lado, o artigo 3º da Lei nº 9.648 dá nova redação ao
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artigo 28º da Lei nº 9.074, que em seu parágrafo 3º estabelece:

É vedado (...) estipular, em benefício da produção de energia elétrica, qual-


quer forma de garantia ou prioridade sobre o uso da água da bacia hidrográ-
fica, salvo nas condições definidas em ato conjunto dos Ministros de Estado
de Minas e Energia e do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ama-
zônia Legal, em articulação com os Governos dos Estados onde se localiza
cada bacia hidrográfica.

Neste caso, pode-se inferir que o ato conjunto previsto seja a


declaração de reserva de disponibilidade hídrica, tal como definida no
artigo 7º e no parágrafo 2º da Lei nº 9.984, de criação da ANA:
Para licitar a concessão ou autorizar o uso de potencial de
energia hidráulica em corpo de água de domínio da União, a Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL deverá promover, junto à ANA,
a prévia obtenção de declaração de reserva de disponibilidade hídrica.
A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será trans-
formada automaticamente, pelo respectivo poder outorgante, em outor-
ga de direito de uso de recursos hídricos à instituição ou empresa que
receber da ANEEL a concessão ou a autorização de uso do potencial de
energia hidráulica (BRASIL, 2006; HORA, 2011).
Segundo o Ministério de Meio Ambiente, o setor elétrico historica-
mente tem se destacado no processo de exploração dos recursos hídricos
nacionais, em função da implantação e operação de usinas hidrelétricas,
que têm contribuído para o desenvolvimento do país. A Política Nacional de
Recursos Hídricos estabelece uma relação de igualdade entre os usuários

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e critérios para a priorização de usos que trazem rebatimentos para o pla-
nejamento e para a operação desse setor. (BRASIL, 2006).
O aproveitamento dos potenciais hidrelétricos está sujeito à outor-
ga de direitos de uso dos recursos hídricos pelo Poder Público (inciso IV,
Art. 12 da Lei nº 9.433/1997), estando essa outorga subordinada ao Plano
Nacional de Recursos Hídricos (§ 2º, Art. 12 da Lei n. 9.433/1997) aprova-
do em 30 de janeiro de 2006 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos
(Resolução CNRH nº 58). Assim, um dos desafios para a expansão da
oferta de energia elétrica, baseada na hidroeletricidade nos próximos anos,
é a incorporação, no seu processo de planejamento, dos princípios da Po-
lítica das Águas e a articulação com o planejamento dos demais setores
usuários dos recursos hídricos, contribuindo para a gestão equilibrada e
integrada dos recursos naturais na bacia hidrográfica (BRASIL, 2006).
Não há dúvidas de que o desenvolvimento socioeconômico
está cada vez mais baseado no uso intensivo de energia. Constata-
-se uma crescente demanda por energia elétrica no mundo, bem como
a importância dessa expansão para o desenvolvimento das nações e
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para a melhoria dos padrões de vida. De acordo com o Departamento
de Energia – DOE – dos EUA, o consumo de eletricidade praticamente
irá dobrar até o ano de 2025.
A hidroeletricidade e outras fontes renováveis deverão aumen-
tar a uma taxa de 1,9% ao ano até 2025. O crescimento será maior nas
economias emergentes onde é esperado um aumento do consumo em
torno de 4% ao ano. Diversos estudos comprovam o papel essencial da
eletrificação no desenvolvimento econômico social no mundo todo.
Existem evidências estatísticas que comprovam que o consumo
de eletricidade está fortemente correlacionado com a riqueza, ao mesmo
tempo em que a dificuldade de acesso à energia elétrica apresenta forte
correlação com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 2 por
dia. A elasticidade da capacidade de geração elétrica em relação ao PIB
nos países em desenvolvimento está em torno de 1,4 (BRASIL, 2006).
Se por um lado os projetos hidrelétricos contribuem positivamente
para a equidade entre as gerações atuais e futuras, por usarem uma fon-
te renovável e limpa, por outro lado, também contribuem negativamente
para a equidade entre diferentes grupos e indivíduos e entre comunidades
locais e regionais, pois estes são afetados distintamente por tais projetos.
Não se pode ignorar os impactos bastantes significativos cau-
sados por alguns empreendimentos hidrelétricos, tanto em termos da
sustentabilidade dos ecossistemas quanto da sustentabilidade social.
Alguns defendem que a utilização dos recursos hídricos pelo
setor agrícola de irrigação comanda um valor econômico para a socie-
dade bem maior que o valor propiciado pela geração de energia elétrica,
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fazendo valor o princípio dos usos múltiplos, como demonstra estudos


de Carrera-Fernandez (2001).
Outros estudos apoiam que uma hidrelétrica seja aproveitada
de forma diferenciada, atendendo à demanda da sua bacia e não so-
mente pela demanda energética do sistema interligado a ela.
Concordamos com Tundisi (2008), ao inferir que o gerencia-
mento integrado, preditivo com alternativas e otimização de usos múl-
tiplos deve ser implantado no nível de bacias hidrográficas com a fi-
nalidade de descentralizar o gerenciamento e dar oportunidades de
participação de usuários, setor público e privado, bem como educação
da comunidade em todos os níveis e preparação de gestores com no-
vas abordagens, é outro necessário desenvolvimento da gestão de re-
cursos hídricos no século XXI.
Enfim, os interesses e objetivos dos mais variados setores da
sociedade civil são realmente diferentes, mas acreditamos que as dis-
cussões sobre o uso dos recursos hídricos/elétricos são necessárias e
salutares uma vez que não há como fugirmos de sua importância não
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só para o desenvolvimento como para a sobrevivência da população.

ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – BREVES RE-


FLEXÕES

Roméro e Reis (2012) ponderam que um modelo de desenvol-


vimento passível de ser sustentável deve ser capaz não só de contribuir
para superar os atuais problemas, mas, também, de garantir a própria
vida por meio da proteção e manutenção dos sistemas naturais que o
tomam possível. Os objetivos implicam a necessidade de profundas mu-
danças nos atuais sistemas de produção, de organização da sociedade
humana e de utilização de recursos naturais essenciais à vida no planeta.
Na linha do tempo, a discussão global do modelo sustentável
de desenvolvimento iniciou-se na Conferência de Estocolmo (United
Nations Conference on the Human Environment), realizada em 1972,
e continua em nossos dias, num cenário cada vez mais amplo e parti-
cipativo, catalisado pelo processo de globalização que, por si próprio, é
também um desafio ao desenvolvimento sustentável.
Não vamos estender essa linha do tempo, mas é importante,
contudo, citar que, ao longo dessa trajetória, foram propostas diversas
conceituações, com maior ou menor complexidade, sobre o que seria de-
senvolvimento sustentável. Em consequência de sua simplicidade, res-
salta-se aqui o conceito apresentado no relatório Nosso Futuro Comum
(Our Common Future, 1987), como resultado do trabalho da Comissão

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Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (World Commission
on Environment and Development): “Modelo de desenvolvimento que sa-
tisfaz as necessidades das gerações presentes sem afetar a capacidade
de gerações futuras de, também, satisfazer suas próprias necessidades”.
Na busca por um modelo de desenvolvimento que se configure
como sustentável, podem-se distinguir diversas ações em nível global e
local, e em diferentes patamares, que vão desde discussões de caráter
conceitual e teórico até a implantação prática de atividades, de certa
forma, orientadas pelo que se entende por sustentabilidade.
Vários são os motivos dessa grande diversidade de ações, res-
saltando-se dentre eles:
• interesses econômicos e políticos de momento;
• a perversa distribuição da riqueza entre as nações e suas
classes sociais;
• o ceticismo sobre as consequências nefastas da continuidade
do modelo atual de desenvolvimento;
• o grande crescimento populacional;
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• a cultura mundial voltada ao consumo e o crescente individu-
alismo.
Tudo isso em um ambiente cada vez mais participativo e frag-
mentado ao mesmo tempo, fruto da globalização.
As forças opostas que se contrapõem a cada um desses motivos
acabam por criar um cenário nebuloso, no qual se torna difícil distinguir
não somente as tendências de curto e médio prazo, mas principalmente
as de longo prazo, isto é, aquelas que mais teriam a ver com o conceito
de sustentabilidade como algo que pode ser sustentado pela sociedade
humana ao longo de gerações em sua interação com o planeta.
De qualquer forma, é possível distinguir alguns aspectos con-
sensuais nesse cenário, dentre os quais se destaca a grande impor-
tância do setor energético, o qual forma com os setores de águas e sa-
neamento, de transportes e de telecomunicações, assim como com as
edificações e o ambiente construído, a infraestrutura básica para qual-
quer modelo de desenvolvimento que possa ser pensado atualmente
para a humanidade. Importância que é ainda mais ressaltada quando se
verifica a sinergia existente entre a energia e os demais setores da in-
fraestrutura citados, e que se estende para a eficiência energética (que
veremos ao final do módulo).
Um aspecto fundamental da implantação de uma estratégia de
desenvolvimento baseada na sustentabilidade (em um modelo sustentá-
vel de desenvolvimento) é que o novo paradigma deve englobar, de forma
integrada, as dimensões políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e
ambientais, e orientar-se pela procura de soluções de caráter amplo para
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o desenvolvimento das populações mundiais (ROMÉRO; REIS, 2012).


As discussões globais também demonstraram que problemas
ambientais estão diretamente relacionados aos da pobreza e do atendi-
mento às necessidades básicas de alimentação, saúde e moradia, pro-
blemas esses englobados no conceito de equidade, que, atualmente, é
parte inseparável do modelo de desenvolvimento sustentável. Equidade
que, no cenário energético, pode ser ilustrada por dois requisitos bási-
cos ressaltados: a universalização do atendimento energético e o direito
a uma quantidade mínima de energia que garanta o atendimento das
necessidades básicas de cada ser humano.
Nesse cenário, será preciso incorporar o contexto ecológico tan-
to na sociedade moderna global quanto em sociedades periféricas nas
quais formas tradicionais de produção e cultura ainda predominam. Será
preciso considerar as diferenças temporais necessárias para a percepção
e efetiva ocorrência de transformações nas diferentes organizações so-
ciais, uma vez que essa multiplicidade sugere diversas respostas para os
problemas de sustentabilidade de acordo com cada contexto, ressaltando
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a importância da integração entre soluções locais e uma solução global.
Dentro dessa visão, ressaltam os autores, um sistema basea-
do no uso racional de recursos renováveis, na reciclagem de materiais,
na distribuição justa dos recursos naturais e no respeito a todas as for-
mas de vida da terra oferece uma solução com equilíbrio dinâmico e
harmônico entre o ser humano e a natureza.
Essas características gerais são necessárias ao novo paradig-
ma, e deverão orientar a busca de soluções e políticas energéticas para
o desenvolvimento sustentável. Produção, transporte e uso de energia
devem ser repensados e o planejamento energético deve ser reavaliado
de forma a incorporar novas tecnologias e métodos, práticas de geren-
ciamento, hábitos de uso e envolvimento da população. Além disso, as
escolhas que se apresentam devem ser viabilizadas de acordo com a
realidade e o grau de desenvolvimento de cada país e em cada contex-
to, os quais determinam a capacidade de organização institucional e
absorção tecnológica, social e política.
A sustentabilidade se configura como um processo dinâmico
que virá requerer monitoração e reavaliação continuadas. A questão,
portanto, é encontrar os caminhos apropriados dentro de cada contexto
específico e construir uma base sólida para dar continuidade às mudan-
ças que levarão ao desenvolvimento sustentável.

MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

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Quando se fala em meio ambiente, a primeira ideia que vem à
mente é relacionada com a natureza, plantas e animais, contudo, na rea-
lidade, o meio ambiente é mais amplo e complexo, podendo ser rural ou
urbano, incluindo até mesmo conjuntos arquitetônicos, ruas, praças, etc.
De acordo com o art. 3º, I, da Lei nº 6.938/81, o meio ambiente
é “o conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”.
Com base na Constituição Federal de 1988, passou-se a en-
tender também que o meio ambiente divide-se em físico ou natural, cul-
tural, artificial e do trabalho, assim conceituados:
• meio ambiente natural – formado pelo solo, a água, o ar, flora,
fauna e todos os demais elementos naturais responsáveis pelo equi-
líbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem (CF, 1988,
art. 225, caput e § 1º);
• meio ambiente cultural – aquele composto pelo patrimônio
histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, científico e pelas
21
sínteses culturais que integram o universo das práticas sociais das rela-
ções de intercâmbio entre homem e natureza (CF, 1988, art. 215 e 216);
• meio ambiente artificial – é constituído pelo conjunto e edi-
ficações, equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o
espaço urbano construído (CF, 1988, art. 21, XX, 182 e segs., art. 225);
• meio ambiente do trabalho – é integrado pelo conjunto de
bens, meios e
- instrumentos, de natureza material e imaterial, em face dos quais
o ser humano exerce as atividades laborais (CF, 1988, art. 200, VIII).
• preservação ambiental – como o próprio nome já sugestiona, é
o ato de proteção contra algum dano. “É a ação de proteger contra a des-
truição e qualquer forma de dano ou degradação de um ecossistema, uma
área geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçados de extinção”.
• degradação Ambiental, ao contrário, é toda alteração adversa
das características qualitativas do meio ambiente.
De modo geral, as empresas são responsáveis por gerar im-
pactos na natureza em suas principais áreas (água, energia, recursos
naturais variados e geração de resíduos). Independente do seu porte,
toda empresa deve estar focada na prática da responsabilidade social
e ambiental (como já falamos anteriormente), para diminuir e prevenir
efetivamente os impactos que possa causar, dessa forma contribuindo
ativamente para a preservação do planeta.
Voltando a focar a energia, há uma grande discussão sobre
a relação entre energia e desenvolvimento, enfocando, dentre outros
MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

aspectos, a disparidade entre os cenários energéticos nacionais e re-


gionais, a extensão do atendimento energético a cada ser humano (uni-
versalização do atendimento), a oferta de energia necessária ao atendi-
mento das necessidades básicas e a questão da equidade.
Com relação ao meio ambiente, o setor energético produz im-
pactos ambientais em toda sua cadeia de desenvolvimento, desde a
captura de recursos naturais básicos para seus processos de produção
até seus usos finais por diversos tipos de consumidores.
Ao final da unidade listaremos, do ponto de vista global, a par-
ticipação significativa da energia nos principais problemas ambientais
da atualidade.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

No dicionário eletrônico da língua português (Aurélio Buarque


de Holanda Ferreira, 1986), gestão é o ato de gerir, administrar, geren-
ciar. Transportando e relacionando o conceito com as questões do meio
22
ambiente, podemos inferir que Gestão Ambiental é a administração do
exercício de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de ma-
neira racional os recursos naturais, renováveis ou não.
A gestão ambiental deve visar o uso de práticas que garantam
a conservação e preservação da biodiversidade, a reciclagem das ma-
térias-primas e a redução do impacto ambiental das atividades huma-
nas sobre os recursos naturais. Fazem parte também do arcabouço de
conhecimentos associados à gestão ambiental técnicas para a recupe-
ração de áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para
a exploração sustentável de recursos naturais, e o estudo de riscos e
impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou
ampliação de atividades produtivas.
A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no
planejamento empresarial, e quando bem aplicada, permite a redução
de custos diretos – pela diminuição do desperdício de matérias-primas
e de recursos cada vez mais escassos e mais dispendiosos, como água
e energia – e de custos indiretos – representados por sanções e indeni-
zações relacionadas a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcio-
nários e da população de comunidades que tenham proximidade geo-
gráfica com as unidades de produção da empresa.
Uma vez que gestão é o ato de coordenar esforços de pesso-
as para atingir os objetivos da organização, devemos primar por uma
gestão eficiente e eficaz, realizada de modo que as necessidades e os
objetivos das pessoas sejam consistentes e complementares aos obje-
tivos da organização a que estão vinculadas (CARDELLA, 1999).

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Sistema de gestão pode ser definido então como um conjunto
de instrumentos inter-relacionados, interatuantes e interdependentes de
que uma organização faz uso para planejar, operar e controlar suas ati-
vidades com o intuito de alcançar seus objetivos.
Cardella (1999) define como instrumentos do sistema de gestão:
a) Princípio – é a base sobre a qual o sistema de gestão é
construído. Resulta da filosofia, do paradigma dominante.
b) Objetivo – é um estado futuro que se deseja atingir.
c) Estratégia – é um caminho para atingir o objetivo.
d) Política – é uma regra ou conjunto de regras comportamentais.
e) Diretriz – é uma orientação. Pode restringir os caminhos
possíveis ou dar indicações de caráter geral. É mais específica que a
política e serve, inclusive, para explicitá-la.
f) Sistema organizacional – é um sistema no qual as relações
entre pessoas predominam sobre as relações entre equipamentos.
g) Sistema operacional – é um sistema no qual as relações
entre equipamentos predominam sobre as relações entre pessoas. Por
23
extensão, é operacional o sistema que, mesmo apresentando intensa
rede de relações pessoais, apresente características repetitivas e me-
cânicas de trabalho.
h) Programa – é um conjunto de ações desenvolvidas dentro
de determinado campo de ação. Promove a evolução da organização
rumo aos objetivos. São constituídos por objetivos específicos, diretri-
zes, estratégias, metas, projetos, atividades e planos de ação.
i) Meta – é um ponto intermediário na trajetória que leva ao
objetivo.
j) Projeto – é a menor unidade de ação ou atividade que se
pode planejar e avaliar em separado e, administrativamente, implantar.
Tem característica não repetitiva de trabalho.
k) Atividade – é um conjunto de ações com características re-
petitivas, utilizadas para atingir e/ou manter metas e objetivos.
l) Método – é um caminho geral para resolver problemas.
m) Norma – é um conjunto de regras obrigatórias que discipli-
nam uma atividade.
n) Regra – é uma restrição imposta a procedimentos, proces-
sos, operações ou equipamentos.
o) Procedimento – é a descrição detalhada de um processo
que se realiza em bateladas. Pode ser organizacional ou operacional.
Cabe a cada organização adotar um sistema de gestão es-
colhido entre os disponíveis ou criar um próprio, de acordo com suas
necessidades e especificidades.
Para Arantes (1994 apud ARAÚJO, 2002), as empresas têm
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um papel claro a desempenhar perante a sociedade: prover produtos de


valor (utilidades) que irão satisfazer às necessidades de um grupo repre-
sentativo de pessoas (clientes), praticando padrões de comportamento
(conduta) aceitos pela sociedade. Além desse papel, as empresas têm
obrigações internas a cumprir: satisfazer as expectativas de seus em-
preendedores e colaboradores (realizações) e ter um comportamento
(conduta) coerente com suas convicções, crenças e valores, portanto,
Sistema de Gestão é um conjunto, em qualquer nível de complexidade,
de pessoas, recursos, políticas e procedimentos. Esses componentes
interagem de um modo organizado para assegurar que uma dada tarefa
seja realizada, ou para alcançar ou manter um resultado específico.
Um Sistema de Gestão é uma estrutura organizacional com-
posta de responsabilidades, processos e recursos capazes de imple-
mentar tal gestão, de forma que seu objeto seja eficazmente opera-
cionalizado por todos os gestores de pessoas e contratos da empresa,
vindo a fazer parte da cultura e dos valores dessa organização (DE
CICCO; FANTAZZINI, 1991).
24
Enfim, como pondera Araújo (2002), os sistemas de gestão se
mostram como forma eficiente de se implementar ideias, ou seja, novos
valores culturais às empresas, permitindo que ações efetivas venham a
ocorrer, mudanças se operem e o projeto corporativo enunciado se realize.
Uma boa gestão leva à proteção do meio ambiente, dever de
todos e de cada um dos seres que habita este planeta e neste contexto,
vários são os programas que você poderá aplicar no ambiente organi-
zacional, dentro de sua formação que é multidisciplinar.

IMPACTOS DO SETOR ENERGÉTICO NO MEIO AMBIENTE

a) Poluição do ar urbano:

A poluição é um dos problemas atuais mais visíveis. Grande


parte da poluição, amplamente relacionada ao uso de energia, deve-se
ao transporte e à produção industrial. A produção de eletricidade a partir
de combustíveis fósseis é uma fonte de emissão de óxido de enxofre
(SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de carbono (C02), metano
(CH4), monóxido de carbono (CO) e partículas, em quantidades que
dependem de características específicas de cada usina e do tipo de
combustível utilizado (gás natural, carvão, óleo, madeira, energia nucle-
ar etc.). Há também a ocorrência de poluição de interiores (locais fecha-
dos) devida a emissões de CO durante atividades domésticas com uso

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de determinadas fontes energéticas, principalmente em áreas rurais.

b) Chuva ácida:

Resulta do efeito da poluição; é causada por reações ocorridas


na atmosfera com o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio
(NOx), que levam à concentração de ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido
nítrico (HNO3) na chuva. Esses ácidos têm efeitos bastante negativos
na vegetação e nos ecossistemas. A geração de energia elétrica a partir
do carvão mineral, por exemplo, é um dos grandes causadores de chu-
va ácida no mundo.

c) Efeito estufa e mudanças climáticas:

São problemas que estão em grande evidência em todo o


mundo há algumas décadas e, por isso, têm tido maior destaque em
25
discussões sobre os impactos dos padrões energéticos, embora façam
parte de um conjunto maior de problemas. Os problemas relacionados
ao efeito estufa, cerne do aquecimento global, devem-se à modificação
na intensidade da radiação térmica emitida pela superfície da Terra em
razão do aumento da concentração dos gases-estufa na atmosfera.
Acredita-se que esse aumento de concentração tenha origem
principalmente nas ações antropogênicas relacionadas com atividades
industriais e produção de energia. O CO2 é o mais significativo e preocu-
pante entre os gases emitidos por essas ações causadas pelas quantida-
des e pela longa duração de seus efeitos na atmosfera. Suas emissões
estão ligadas principalmente ao uso de combustíveis fósseis. Outros ga-
ses são o CH4 (cujo impacto unitário é maior que o do CO2, mas a pro-
dução é muito menor), o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonetos.

d) Desflorestamento e desertificação:

São fenômenos que se relacionam respectivamente com:


• a destruição de florestas causada pela poluição do ar, urbani-
zação, queima associada à expansão da agricultura e pecuária, explora-
ção de produtos florestais e regeneração inadequada. Nesse contexto,
embora o Brasil apresente uma matriz energética com grande participa-
ção de fontes renováveis, a grande ocorrência de queimadas, principal-
mente nas regiões centro-oeste e norte, faz com que o país se situe em
quarto lugar dentre as nações que contribuem para o aquecimento global;
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• a degradação da terra em áreas áridas, semiáridas e subúmi-


das secas, em virtude do impacto humano adverso relacionado a cultivo
e práticas agrícolas inadequadas, bem como com o desflorestamento,
que tem influência no aquecimento global, visto que as florestas con-
centram grande poder de absorção dos gases-estufa.

e) Degradação marinha e costeira:

Essa degradação, bem como a de lagos e rios, vem principalmen-


te de materiais poluentes descarregados nos cursos de água e na atmos-
fera, os quais são responsáveis por cerca de 75% de todo o problema. O
restante vem da navegação, da mineração e da produção de petróleo.

f) Alagamento:

O alagamento ou a perda de área de terras produtivas ou de


26
valor histórico, cultural e biológico estão relacionados principalmente
com o desenvolvimento de barragens e reservatórios, os quais, muitas
vezes, são criados para a geração de eletricidade. Hidrelétricas inun-
dam áreas de terra e trazem problemas sociais relacionados com reas-
sentamento de populações.

g) Contaminação radioativa:

Está associada à energia nuclear e à disposição de resíduos


dos reatores nucleares (ROMÉRO; REIS, 2012).

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27
MERCADOS DE ENERGIA ELÉTRICA
MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

CONTRATOS DE CONCESSÃO E PERMISSÃO

Os contratos de concessão assinados entre a Agência Nacional


de Energia Elétrica e as empresas prestadoras dos serviços de trans-
missão e distribuição de energia estabelecem regras claras a respeito
de tarifa, regularidade, continuidade, segurança, atualidade e qualidade
dos serviços e do atendimento prestado aos consumidores. Da mesma
forma, define penalidades para os casos em que a fiscalização da ANE-
EL constatar irregularidades.
Os novos contratos de concessão de distribuição priorizam o
atendimento abrangente do mercado, sem que haja qualquer exclusão
das populações de baixa renda e das áreas de menor densidade popu-
lacional. Prevê ainda o incentivo à implantação de medidas de combate
2828
ao desperdício de energia e de ações relacionadas às pesquisas volta-
das para o setor elétrico.
A concessão para operar o sistema de transmissão é firmada
em contrato com duração de 30 anos. As cláusulas estabelecem que,
quanto mais eficiente as empresas forem na manutenção e na operação
das instalações de transmissão, evitando desligamentos por qualquer
razão, melhor será a sua receita.
As novas concessões de geração, por sua vez, são outorgadas
mediante procedimento licitatório por até 35 anos, não havendo previ-
são de prorrogação conforme estabelece as Leis nº 8.987/95 e 9.074/95
(ANEEL, 2014).

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Segundo a ANEEL (2014), o segmento de distribuição se ca-


racteriza como o segmento do setor elétrico dedicado à entrega de
energia elétrica para um usuário final. Como regra geral, o sistema de
distribuição pode ser considerado como o conjunto de instalações e
equipamentos elétricos que operam, geralmente, em tensões inferiores
a 230 kV, incluindo os sistemas de baixa tensão.
Atualmente, o Brasil possui 63 concessionárias do serviço pú-
blico de distribuição de energia elétrica, além de um conjunto de per-
missionárias (cooperativas de eletrificação rural que passaram pelo
processo de enquadramento como permissionária de serviço público de

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distribuição de energia elétrica).
A geração distribuída de pequeno porte (classificada como micro
ou minigeração distribuída) pode participar do Sistema de Compensação
de Energia regulamentado pela Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012.
Esse sistema é conhecido internacionalmente pelo termo em
inglês “net metering”. Nele, um consumidor de energia elétrica instala
pequenos geradores em sua unidade consumidora (como, por exemplo,
painéis solares fotovoltaicos ou pequenas turbinas eólicas) e a energia
gerada é usada para abater o consumo de energia elétrica da unidade.
Nos meses em que a quantidade de energia gerada for maior que o
consumo, o saldo positivo poderá ser utilizado para abater o consumo
em outro posto tarifário, em outra unidade consumidora (desde que as
duas unidades estejam na mesma área de concessão e sejam do mes-
mo titular) ou ainda na fatura do mês subsequente. Vale lembrar que os
créditos de energia gerados continuam válidos por 36 meses.
As distribuidoras são avaliadas em diversos aspectos no forne-
cimento de energia elétrica. Entre eles, está a qualidade do serviço e do
29
produto oferecidos aos consumidores.
A qualidade dos serviços prestados compreende a avaliação das
interrupções no fornecimento de energia elétrica. Destacam-se no aspec-
to da qualidade do serviço os indicadores de continuidade coletivos, DEC
e FEC , e os indicadores de continuidade individuais DIC, FIC e DMIC .
A qualidade do produto avalia a conformidade de tensão em
regime permanente e as perturbações na forma de onda de tensão.
Destacam-se neste quesito os indicadores coletivos DRPe e DRCe , ob-
tidos a partir da campanha de medição amostral instituída pela ANEEL.

MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA

O Brasil possui um total aproximado de 3.040 empreendimen-


tos em operação, totalizando 126.567.082 kW de potência instalada.
Está prevista para os próximos anos uma adição de 35.948.322
kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 148 empreendi-
mentos, atualmente em construção, e mais 544 outorgadas.

Abaixo temos a matriz de energia elétrica atualizada em 02/02/2014.


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Fonte: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapaci-
dadeBrasil.asp

Tipos de Usinas:
• UHE - Usinas Hidrelétricas (Caracterizada por possuir potên-
cia instalada superior a 30 MW);
• UTE - Usinas Termelétricas;
30
• PCH - Pequenas Centrais Hidrelétricas (Caracterizada por
possuir potência instalada entre 1MW e 30MW);
• EOL - Usinas Eolioelétricas;
• UTN - Usinas Termonucleares;
• SOL - Fontes Alternativas de Energia;
• CGH - Central Geradora Hidrelétrica (unidade geradora de
energia com potencial hidráulico igual ou inferior a 1 MW (um megawatt),
normalmente com barragem somente de desvio, em rio com acidente
natural que impede a subida de peixes).

SERVIÇOS ANCILARES

A expressão “serviço ancilar” foi empregada na Lei nº 9.648/98


(Art. 13, Parágrafo único, “d” e Art. 14, § 1º, “d”) sem uma definição
explícita do seu significado. Tal definição deveria contemplar seu as-
pecto semântico e os aspectos mais gerais do espírito da lei, tais como
diminuir a necessidade de investimentos e melhorar a qualidade dos
serviços, contribuindo para a modicidade tarifária.
No aspecto semântico vale lembrar que o adjetivo está em de-
suso na língua portuguesa há bastante tempo sendo seu significado,
segundo Aurélio:
“Ancilar. [Do lat. ancillare.] Adj. 2 g. 1. Relativo a ou próprio da
ancila 2. Auxiliar, subsidiário”.
Serviços ancilares são aqueles que complementam os serviços

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principais que, na segmentação brasileira, são caracterizados pela gera-
ção, transmissão, distribuição e comercialização. Estes serviços, em um
sistema integrado como o brasileiro, se caracterizam por relações causa-
-efeito que afetam os sistemas como um todo e que ultrapassam as fron-
teiras da área de abrangência das empresas e/ou dos serviços principais.
Para que possam ser definidos como serviços e que sejam es-
tabelecidas formas de remuneração do agente responsável, no entanto,
é preciso que ela seja mensurável (INEE, 2006).
Souza (2006) explica de maneira bem didática o que vem a ser
os serviços ancilares:
As mudanças estruturais nas empresas de energia elétrica, de-
correntes do processo de desverticalização, resultaram na separação
das atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Com o processo de desverticalização surge a necessidade de
repartição dos custos de operação, de maneira que os agentes envolvi-
dos sejam remunerados adequadamente e que as restrições do sistema
sejam atendidas, viabilizando as operações de mercado.
31
Para que o processo de repartição dos custos ocorra com o
máximo de eficiência possível, há a necessidade de definir os diferentes
tipos de serviços prestados com o objetivo de conhecê-los, organizá-los
por função e definir metodologias para identificação dos envolvidos no
fornecimento e recebimento destes serviços.
Definidos os envolvidos no fornecimento e recebimento dos
serviços prestados, o próximo passo é definir métodos de remuneração
destes serviços, sem que haja subsídios cruzados e sem perder de vista
os estímulos necessários à expansão do sistema.
Uma classe de serviços melhor definida após o processo de
reestruturação do setor elétrico é a dos Serviços Ancilares. Os Serviços
Ancilares são definidos como os serviços que contribuem para seguran-
ça confiabilidade e qualidade do suprimento de energia elétrica, tornan-
do-os imprescindíveis à operação eficiente do sistema elétrico em um
ambiente de mercado.
No Brasil, os Serviços Ancilares de geração e transmissão foram
definidos em 10 de junho de 2003, através da Resolução nº 265 publicada
pela Agencia Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Embora tenha ocorri-
do tal definição, regras para remuneração da prestação destes serviços fo-
ram propostas apenas para o Serviço Ancilar prestado pelo gerador quan-
do o mesmo trabalha como compensador síncrono, ou seja, os geradores
que produzem apenas potência reativa (capacitativa ou indutiva).
Outro exemplo de serviço ancilar seria o autorrestabelecimento
(black start).
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BANDEIRAS TARIFÁRIAS

A partir de 2015, as contas de energia terão uma novidade: o


Sistema de Bandeiras Tarifárias. As bandeiras verde, amarela e ver-
melha indicarão se a energia custará mais ou menos, em função das
condições de geração de eletricidade.
• Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia.
A tarifa não sofre nenhum acréscimo.
• Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis.
A tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh)
consumidos.
• Bandeira vermelha: condições mais custosas de geração. A
tarifa sobre acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos.
Para facilitar a compreensão das bandeiras tarifárias, 2013 e
2014 serão Anos Testes. Em caráter educativo, a ANEEL divulga mês
a mês as bandeiras que estariam em funcionamento. Consulte a seguir
32
quais bandeiras estariam valendo agora em cada um dos subsistemas
que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Acionamento das bandeiras tarifárias

Além disso, as distribuidoras de energia divulgarão, na conta


de energia, a simulação da aplicação das bandeiras para o subsistema
de sua região. O consumidor poderá compreender então qual bandeira
estaria valendo no mês atual, se as bandeiras tarifárias já estivessem
em funcionamento.
Abaixo temos os subsistemas e seus estados pertencentes:
- subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) – regiões sudes-
te e centro-oeste, Acre e Rondônia;
- subsistema Sul (S) – região Sul;
- subsistema Nordeste (NE) – região nordeste, exceto o Mara-
nhão;
- subsistema Norte (N) – Pará, Tocantins e Maranhão.

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Importante: Amazonas, Amapá e Roraima não estão no SIN e, portanto, nes-


ses estados não funcionará o sistema de Bandeiras Tarifárias.

Conforme explicações da ANEEL, a energia elétrica no Brasil é


33
gerada, predominantemente, por usinas hidrelétricas. Para estas funcio-
narem, elas dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios.
Quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas po-
dem ser ligadas com a finalidade de poupar água nos reservatórios das
usinas hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois es-
sas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo
combustível e diesel. Por outro lado, quando há muita água armazena-
da, as térmicas não precisam ser ligadas e o custo de geração é menor.
As bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar
um custo que hoje já está na conta de energia, mas geralmente pas-
sa despercebido. Atualmente, os custos com compra de energia pelas
distribuidoras são incluídos no cálculo de reajuste das tarifas dessas
distribuidoras e são repassados aos consumidores um ano depois de
ocorridos, quando a tarifa reajustada passa a valer. Com as bandeiras,
haverá a sinalização mensal do custo de geração da energia elétrica
que será cobrada do consumidor, com acréscimo das bandeiras amare-
la e vermelha. Essa sinalização dá, ao consumidor, a oportunidade de
adaptar seu consumo, se assim desejar (ANEEL, 2014. Disponível em:
http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=758).

TARIFAÇÃO DO CONSUMIDOR FINAL

Os consumidores de energia elétrica pagam por meio da conta


recebida da sua empresa distribuidora de energia elétrica, um valor cor-
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respondente a quantidade de energia elétrica consumida, no mês ante-


rior, estabelecida em kWh (quilowatt-hora) multiplicada por um valor uni-
tário, denominado tarifa, medida em R$ / kWh (reais por quilowatt-hora),
que corresponde ao preço de um quilowatt consumido em uma hora.
As empresas de energia elétrica prestam este serviço por de-
legação da União na sua área de concessão, ou seja, na área em que
lhe foi dado autorização para prestar o serviço público de distribuição
de energia elétrica.
Cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – es-
tabelecer tarifas que assegurem ao consumidor o pagamento de uma
tarifa justa, como também garantir o equilíbrio econômico-financeiro da
concessionária de distribuição para que ela possa oferecer um serviço
com a qualidade, confiabilidade e continuidade necessárias.
A tarifa regulada de energia elétrica aplicada aos consumido-
res finais corresponde a um valor unitário, expresso em reais por qui-
lowatt-hora (R$/kWh). Esse valor, ao ser multiplicado pela quantidade
de energia consumida num determinado período, em quilowatt (kW),
34
representa a receita da concessionária de energia elétrica. A receita da
distribuidora é destinada a cobrir seus custos de operação e manuten-
ção, bem como remunerar de forma justa o capital investido de modo a
manter a continuidade do serviço prestado com a qualidade desejada.
As empresas concessionárias fornecem energia elétrica a seus
consumidores com base em obrigações e direitos estabelecidos em um
Contrato de Concessão, celebrado com a União, para a exploração do ser-
viço público de distribuição de energia elétrica em sua área de concessão.
No momento da assinatura do Contrato, a empresa concessio-
nária reconhece que o nível tarifário vigente, ou seja, as tarifas definidas
na estrutura tarifária da empresa, em conjunto com os mecanismos de
reajuste e revisão das tarifas estabelecidos nesse contrato, são sufi-
cientes para a manutenção do seu equilíbrio econômico-financeiro.
Os contratos de concessão estabelecem que as tarifas de for-
necimento podem ser atualizadas por meio de três mecanismos:
a) Reajuste tarifário anual:
Este mecanismo tem como objetivo restabelecer o poder de com-
pra da receita obtida por meio das tarifas praticadas pela concessionária.
A receita da concessionária de distribuição é composta por
duas parcelas: a “Parcela A”, representada pelos custos não-gerenciá-
veis da empresa (encargos setoriais, encargos de transmissão e compra
de energia para revenda), e a “Parcela B”, que agrega os custos geren-
ciáveis (despesas com operação e manutenção, despesas de capital).
O novo Reajuste Anual é calculado mediante a aplicação do
Índice de Reajuste Tarifário sobre as tarifas homologadas na data de

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referência anterior.
b) Revisão tarifária periódica:
Este processo tem como principal objetivo analisar, após um
período previamente definido no contrato de concessão (geralmente de
4 anos), o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Destaca-se que enquanto nos reajustes tarifários anuais a
“Parcela B” da Receita é atualizada monetariamente pelo IGP-M, no
momento da revisão tarifária periódica são calculadas a receita neces-
sária para cobertura dos custos operacionais eficientes e a remunera-
ção adequada sobre os investimentos realizados, com prudência.
c) Revisão tarifária extraordinária:
É uma revisão a qualquer tempo, a pedido da distribuidora,
quando algum evento provocar significativo desequilíbrio econômico-fi-
nanceiro. Também pode ser solicitada em casos de criação, alteração
ou extinção de tributos ou encargos legais, após a assinatura dos con-
tratos de concessão, e desde que o impacto sobre as atividades das
empresas seja devidamente comprovado.
35
A redução é resultado da Lei nº 12.783/2013, que promoveu a
renovação das concessões de transmissão e geração de energia que
venciam até 2017, e das medidas provisórias 591/2012 e 605/2013. As
principais alterações que permitiram a redução da conta foram:
• alocação de cotas de energia, resultantes das geradoras com
concessão renovadas, a um preço médio de R$ 32,81/ MWh;
• redução dos custos de transmissão;
• redução dos encargos setoriais;
• retirada de subsídios da estrutura da tarifa, com aporte direto
do Tesouro Nacional.
Redução e reajustes: o efeito dessa redução é estrutural, ou
seja, promoverá uma mudança permanente no nível das tarifas, pois
retira definitivamente custos que compunham as tarifas anteriores.
Tarifas diferentes: A ANEEL estabelece uma tarifa diferente para
cada distribuidora – em função das peculiaridades de cada concessão.
A tarifa de energia elétrica deve garantir o fornecimento de energia com
qualidade e assegurar aos prestadores dos serviços receitas suficientes
para cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos
necessários para expandir a capacidade e garantir o atendimento.
As datas de leitura dos relógios são distribuídas ao longo do
mês: por isso, a redução do preço da energia elétrica só deve ser perce-
bida integralmente pelo consumidor após um ciclo completo de cobran-
ça com as novas tarifas, ou seja, no primeiro mês de vigência das novas
tarifas, dependendo da data de vencimento da conta, parte do consumo
utilizará a tarifa antiga e outra parte a nova tarifa, reduzida.
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Como as novas tarifas valem a partir do dia 24 de janeiro, por


exemplo, um consumidor que tem sua leitura feita no dia 10 de feverei-
ro, teria, em fevereiro, metade de sua energia faturada pela tarifa antiga
e a outra metade pela nova tarifa. A partir de 25 de fevereiro todas as
contas já perceberão os benefícios completos da tarifa reduzida.
Classes de consumo: outros fatores que fazem variar a conta
de energia são as características de contratação de fornecimento. Os
consumidores cativos residenciais e os de baixa renda – aqueles que
só podem ser atendidos por uma distribuidora – têm uma tarifa única em
sua concessionária.
As variações também ocorrem de acordo com o nível de ten-
são em que os consumidores são atendidos, que é a tensão disponibi-
lizada no sistema elétrico da concessionária e que varia entre valores
inferiores a 2,3 kV (como as tensões de 110 e 220 volts) e valores su-
periores a 2,3 kV. Essa variação divide os consumidores nos grupos A
(superiores a 2,3 kV, por exemplo as indústrias e grandes comércios) e
B (inferiores a 2,3 kV – no qual se incluem os consumidores residenciais
36
e os de baixa renda).
Os consumidores do grupo A têm tarifas definidas para energia
e uso de rede, para horários de ponta e fora de ponta. Os consumidores
livres possuem características diferentes, pois podem contratar energia
de outros fornecedores, em condições especiais (ANEEL, 2014).

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37
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AS
CERTIFICAÇÕES
MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

A definição mais simples para eficiência energética seria obter


o melhor desempenho na produção de um serviço com o menor gasto
de energia.
Nesta direção, o Programa Nacional de Conservação de Ener-
gia Elétrica (Procel) visa promover o uso eficiente da energia elétrica,
combater o desperdício e reduzir os custos e os investimentos setoriais.
Foi criado pelo governo federal em 1985, é executado pela Eletrobras e
utiliza recursos da empresa, da Reserva Global de reversão (RGR) e de
entidades internacionais.
O selo Procel Eletrobras deverá ser utilizado nas cores espe-
cificadas abaixo e em nenhuma hipótese pode-se alterar as cores ou
fazer uso de fundos que confundam sua visualização, como dégradés
nas cores institucionais e policromias (diversas cores) (PROCEL, 2012).

3838
Selo Procel

Fonte: Procel (2012, p. 9).

No processo de concessão do Selo Procel, a Eletrobras conta


com a parceria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecno-
logia (Inmetro), executor do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE),
cujo principal produto é a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
(ENCE), sendo também a Eletrobras parceira do Inmetro no desenvol-
vimento do PBE. Normalmente, os produtos contemplados com o Selo
Procel são caracterizados pela faixa “A” da ENCE.

Etiqueta Nacional de Conservação de Energia

MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

Fonte: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/etiquetas.asp
39
Mas, voltemos um pouco no tempo, afinal de contas, a história sempre
nos aponta o caminho do futuro!
Quanto ao contexto do surgimento do conceito de eficiência
energética, vejamos o que nos contam Roméro e Reis (2012):
Alguns fatos não possuem uma data certa, outros possuem data
aproximada e alguns têm datas precisas. O surgimento da preocupação
mundial com a questão da eficiência energética possui precisão: dia 17 de
outubro de 1973, data conhecida como a do primeiro choque do petróleo.
Naquele dia, os produtores majoritários da Organização dos Pa-
íses Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziram a extração, elevando o
preço do barril de US$ 2,90 para US$ 11,65 em apenas 90 dias, ou seja,
o valor do barril foi multiplicado por um fator muito próximo de quatro.
A Agence France-Presse (2014) também conta que a OPEP es-
tabeleceu que os preços do petróleo seriam fixados pela própria organi-
zação e não pelas companhias distribuidoras de petróleo, fazendo seu
preço saltar de US$ 4,00 o barril para cerca de US$ 40,00. Em janeiro de
2014, o barril do tipo “light sweet” (WTI) para entrega em março perdeu 74
centavos, a 97,49 dólares, no New York Mercantile Exchange (Nymex).
Declarada a crise, os governos e as sociedades, em geral, fo-
ram se conscientizando de que era necessário conter os desperdícios
de energia e implementar programas para alcançar esse objetivo. No
Brasil, os Ministérios das Minas e Energia e Indústria e Comércio toma-
ram para si essa tarefa em 1985, instituindo o Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica – PROCEL , cuja função básica era
integrar as ações de conservação de energia, na época em andamento
MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

por iniciativa de várias organizações públicas e privadas.


Com o aumento do consumo de energia no mundo, a socieda-
de vem a cada dia se preocupando com as medidas de uso racional das
diversas formas de energia utilizadas, notadamente a energia elétrica. Há
também que considerar que a geração de energia, seja ela hidráulica, a
óleo, a carvão e a gás natural, agride de uma forma ou de outra o meio
ambiente. Logo, é necessário preservar as fontes de energia existentes
comercialmente e aumentar a eficiência dos aparelhos consumidores para
evitar uma maior agressão ao meio ambiente (MAMEDE FILHO, 2012).
Atualmente, o governo brasileiro tem desenvolvido uma polí-
tica moderada de conservação de energia com a finalidade de reduzir
os desperdícios, notadamente da área industrial, comercial e de ilumi-
nação pública, buscando uma melhor utilização da energia consumida.
O PROCEL, órgão vinculado à ELETROBRAS, é o responsável direto
pela execução das políticas de eficientização energética, agindo das
mais diferentes formas, tais como na educação, na promoção, no finan-
ciamento, no incentivo, etc.
40
Se focarmos em uma instalação industrial, por exemplo, o es-
tudo da eficiência energética requer agir nos diferentes tipos de carga
com a finalidade de verificar o seu potencial de desperdício. Além das
mencionadas cargas, devem ser implementadas certas ações que po-
dem resultar na racionalização do uso de energia e consequente eco-
nomia na fatura mensal de energia elétrica. Essas ações devem ser
implementadas nos segmentos de consumo a seguir enumerados:
• iluminação;
• condutores elétricos;
• fator de potência;
• motores elétricos;
• consumo de água;
• climatização;
• ventilação natural;
• refrigeração;
• aquecimento de água;
• elevadores e escadas rolantes;
• ar comprimido;
• carregamento de transformadores;
• instalação elétrica;
• administração do consumo de energia elétrica;
• controle de demanda.
Segundo Mamede Filho (2012), antes de desenvolver quais-
quer ações de eficiência energética que impliquem custos, deve-se ini-
cialmente realizar levantamento dos aparelhos elétricos instalados nos

MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS


diferentes segmentos da indústria, conforme anteriormente indicado.
Após obtidos esses resultados, é necessário realizar medições de parâ-
metros elétricos, tais como energia, demanda ativa e reativa, corrente,
tensão e fator de potência. Para instalações industriais com grande nú-
mero de equipamentos de comutação e chaveamento, tais como retifi-
cadores, nobreaks, inversores, etc., é necessário realizar medições de
componentes harmônicos de tensão e corrente para fins de avaliação
da sua contribuição no desempenho do sistema elétrico.
As medições devem ser realizadas com medidores digitais
com memória de massa que permitam obter graficamente as curvas
dos valores medidos.
A seleção dos pontos de medição depende do objetivo do es-
tudo de eficiência energética. Para um estudo completo da instalação
devem ser realizadas medições nos seguintes pontos:

41
a) Quadros de Luz (QL)

Essa medição pode ser feita através de uma leitura instantâ-


nea. O valor da energia pode ser obtido considerando o tempo médio de
funcionamento de cada setor.

b) Terminais dos motores

No caso de pequenos motores, as medições devem ser feitas


nos seus terminais através de uma leitura instantânea. São considera-
dos motores pequenos aqueles cuja potência nominal é inferior a 5 cv.
Para motores com potência superior a 5 cv, mas que operam de forma
contínua e com carga uniforme, basta obter também uma leitura instan-
tânea ou de pequena duração em torno de quatro horas. Para motores
que operam de forma não contínua e com carga não uniforme, é ne-
cessário realizar uma medição que caracterize pelo menos um ciclo de
operação da máquina. Utilizando esses procedimentos, é possível obter
resultados que indiquem a substituição ou não dos motores.

c) Centros de Controle dos Motores (CCM)

Essa medição tem por objetivo básico obter informações do


consumo de energia, níveis de tensão e de distorção harmônica. Pode-
MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS

-se adotar como satisfatória uma medição por um período de 24 horas.

d) Quadro Geral de Força (QGF)

Essa medição tem por objetivo principal avaliar os ganhos ob-


tidos a partir da implementação das medidas de eficiência energética.
Para isso é necessário que as medições sejam realizadas durante a
fase de levantamento e após a conclusão das ações desenvolvidas. A
diferença entre os valores de energia e demanda das duas medições
mostra os ganhos obtidos com o projeto.
Essa medição deve ser realizada por um período mínimo de
uma semana para que se possam obter resultados satisfatórios. Com
os resultados das demandas ativas horárias, obtidas a cada dia, or-
ganiza-se uma tabela horária média a partir da soma das demandas
respectivas de cada dia em cada horário. Por exemplo, o valor da de-
manda média de 73 kW registrada no horário de 11:45 horas mostrada
42
na Tabela a seguir (parte da medição completa) é o resultado da média
dos valores de demanda dos dias da semana, nesse mesmo horário. Já
o gráfico mostra a formação das curvas registradas no período de me-
dição. Para efeito de avaliação dos resultados, devem ser consideradas
apenas as curvas médias das medições realizadas antes e depois das
ações de eficiência energética.

Medição semanal em kW

MERCADOS DE ENERGIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - GRUPO PROMINAS


Fonte: Mamede Filho (2012, p. 553).

Curva de carga semanal

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 554).


43
Para determinar o consumo médio mensal da instalação a par-
tir dos resultados das medições, pode-se calcular a taxa média de con-
sumo, explicada numericamente:

1) Dados da medição realizada:

- demanda máxima mensal – 990,5 kW (máxima registrada du-


rante o período de medição);
- consumo de energia ativa – 89.050 kWh (energia registrada
no aparelho durante o período de medição);
- data de início da medição – 12/11/2009;
- data do fim da medição – 19/11/2009;
- hora de início da medição – 12:15 horas;
- hora do fim da medição – 12:00 horas;
- tempo de duração da medição – 167,75 horas.

2) Determinação da taxa de consumo médio:

Tcm = 89.050 / 167,75 = 530,84 kWh/h

3) Determinação consumo médio mensal

Tcm = 530,84 kWh/h X 24 h X 30 dias = 382.204 kWh/Mês


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CÁLCULO ECONÔMICO PARA EFICIÊNCIA OPERACIONAL

Todo projeto de uma instalação elétrica deve buscar a eficiên-


cia operacional. No entanto, essa eficiência deve ser medida de forma a
se encontrar justificativas econômicas para a sua implementação. Não
é razoável adotar procedimentos para eficientizar um projeto elétrico a
qualquer custo.
Sempre que for adotada uma ação de eficiência energética
esta deve ser precedida de uma análise econômica. O método de cál-
culo denominado Valor Presente Líquido (VPL) é de fácil execução e
deve ser aplicado em todas as ações de eficiência energética.
O Valor Presente Líquido é a soma algébrica de todo fluxos de
caixa descontados para o instante T = 0. Pode ser determinado através
da Equação:

44
Onde:
Fac - fluxos acumulados, em R$ ou em US$;
Fc - fluxo de caixa descontado que corresponde a diferença
entre as receitas e despesas realizadas a cada período considerado,
em R$ ou US$;
Ir - taxa interna de retorno ou taxa de desconto;
T - tempo, em meses, trimestre ou ano, a que se refere a taxa
interna de retorno;
N - número de períodos.
Através desse método pode-se determinar o tempo de retorno
do investimento, observando-se a Planilha de Cálculo da Tabela abaixo
e o gráfico seguinte. Quando a curva dos fluxos acumulados tocar a
reta representativa do investimento, obtém-se o tempo de retorno do
investimento realizado.

Valor presente líquido

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Fonte: Mamede Filho (2012, p. 555).

45
Tempo de retorno do investimento

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 555).

AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Vimos que são vários os segmentos de consumo industriais


onde podemos implementar ações que busquem a eficiência energéti-
ca. Vejamos alguns deles:

a) Iluminação:

No Brasil, a iluminação representa atualmente cerca de 15% de


toda a energia consumida, o que equivale aproximadamente a 58.000
GWh/ano. No ramo industrial, a energia, em média, representa de 2 a
8% do consumo da instalação.
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No âmbito de uma instalação industrial, a iluminação é uma


das principais fontes de desperdício de energia elétrica, devido à di-
versidade de pontos de consumo, ao uso generalizado do serviço e ao
frequente emprego de aparelhos de baixa eficiência.
Para reduzir o desperdício nesse segmento, vale a pena obser-
var e implementar medidas de curto prazo e promover a manutenção do
sistema de iluminação.
São medidas de curto prazo:
• utilizar lâmpadas adequadas para cada tipo de ambiente;
• utilizar telhas translúcidas nos galpões industriais onde não
há necessidade de forro;
• dar preferência ao uso da iluminação natural;
• evitar o uso de refratores opacos, como globos, que elevam o
índice de absorção dos raios luminosos, em média, de 30%;
• as luminárias de corpo esmaltado usadas por longo tempo
devem ser substituídas por luminárias do tipo espelhado, que possuem
maior eficiência;
46
• a iluminação dos ambientes deve ser desligada, sempre que
não houver a presença de pessoas;
• usar luminárias cuja geometria construtiva facilite a limpeza
de suas partes refletoras;
• os difusores das luminárias devem ser substituídos sempre
que se tornarem opacos, inibindo a passagem do fluxo luminoso;
• nos ambientes bem iluminados deve-se verificar a possibilida-
de de acender alternativamente as lâmpadas neles instaladas;
• sempre que possível, devem-se utilizar lâmpadas de maior po-
tência nominal em vez de várias lâmpadas de menor potência nominal, pois
quanto maior for a capacidade lâmpadas, maior será o seu rendimento;
• evitar o uso de lâmpadas incandescentes; quando usá-las,
não empregar lâmpadas de bulbo fosco. É preferível utilizar lâmpadas
com bulbo transparente;
• em áreas externas, tais como estacionamentos, locais de
carga e descarga etc., utilizar, preferencialmente, lâmpadas a vapor de
sódio de alta pressão, acionadas por fotocélulas;
• utilizar células fotoelétricas ou dispositivos de tempo para ilu-
minação externa;
• os reatores devem ser desligados sempre que forem desati-
vadas as lâmpadas fluorescentes;
• em instalações novas, utilizar lâmpadas fluorescentes T5 de
14 ou 28 W que equivalem às lâmpadas fluorescentes T10 de 20 e 40
W, respectivamente, essas lâmpadas não são adequadas às luminárias
para lâmpadas T8;

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• reduzir a iluminação ornamental utilizada em vitrines e placas
luminosas;
• utilizar reatores de maior eficiência. Os reatores eletrônicos
são aqueles que apresentam uma eficiência energética muito superior
aos reatores convencionais, ou seja, reatores eletromagnéticos;
• utilizar luminárias de maior aproveitamento energético. A
eficiência de uma luminária pode ser medida relacionando-se o fluxo
emitido pelas lâmpadas e o fluxo que deixa a luminária. As luminárias
também devem ser escolhidas em função da curva de distribuição da
intensidade luminosa. Esse é um ponto difícil para o projetista. Assim,
se uma luminária caracterizada por sua curva luminotécnica foca com
maior intensidade o plano de trabalho e com menor intensidade as pa-
redes, apresenta uma maior eficiência energética. No entanto, do ponto
de vista do observador, o ambiente lhe parece escuro, apesar de o nível
de iluminamento estar adequado ao tipo de tarefa do ambiente, pois
a avaliação inicial dá preferência à iluminação das paredes. Isto é a
prática das empresas que trabalham em eficiência energética na subs-
47
tituição de lâmpadas e luminárias comuns por equipamentos eficientes.
Está em ascensão o uso de LEDs nos sistema de iluminação.
São aplicados especialmente em residências, hotéis e motéis. Conso-
mem pouca energia e têm uma vida útil muito elevada.
As duas tabelas a seguir mostram, respectivamente, a eficiên-
cia luminosa de vários tipos de lâmpadas comerciais e a equivalência
de fluxo luminoso entre lâmpadas incandescentes e compactas do tipo
eletrônica, com reator incorporado.

Eficiência luminosa das lâmpadas elétricas (lm/W)

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 557).


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Equivalência de fluxo luminoso entre lâmpadas incandescentes e compactas

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 557).


48
Para que o usuário do sistema de iluminação tenha sempre as
condições de iluminância na forma como foi inicialmente projetado, é ne-
cessário que o profissional de manutenção execute as seguintes tarefas:
- as paredes, o forro e as janelas devem ser limpos com deter-
minada frequência, já que, normalmente, quando é projetado um sis-
tema de iluminação, o projetista determina o número de lâmpadas de
acordo com a cor das paredes, piso e teto, na condição de limpos. Se
as paredes, teto e piso ficam sujos, a iluminância no recinto se torna
menor, prejudicando as pessoas que utilizam o referido ambiente;
- as luminárias devem ser limpas com determinada frequência.
Todas as instalações se tornam sujas com o tempo e reduzem a ilumi-
nância. O intervalo do tempo de limpeza das luminárias e das lâmpadas
depende do grau de sujeira presente no ambiente. Por exemplo, nos
ambientes de cozinha, a gordura das frituras rapidamente recobrem as
superfícies das luminárias e lâmpadas. Nesses locais, é conveniente
proceder à limpeza desses aparelhos a cada dois meses;
- substituir semanal ou mensalmente as lâmpadas queimadas;
- se não for conveniente, sob o ponto de vista de transtorno na
área de produção, substituir as lâmpadas com mau funcionamento ou
queimadas quando acumular um total de 10%.
Para evitar a perda de iluminância quando 10% das lâmpadas
estiverem queimadas, é necessário, no cálculo luminotécnico acrescen-
tar 10% de lâmpadas. Esse acréscimo poderá ser evitado se as lâmpa-
das forem substituídas logo que queimem.

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b) Condutores elétricos

O dimensionamento dos condutores elétricos, incluindo-se aí a


escolha da sua isolação, pode conduzir projetos de baixas perdas elétricas.
As principais ações que devem ser desenvolvidas são:

b.1) Dimensionamento da seção dos condutores


• corrente de carga;
• queda de tensão;
• curto-circuito.
b.2) Medidas para conservação de energia
• implantar transformadores junto aos centros de consumo:
menor comprimento dos circuitos secundários;
• calcular os custos do cabo e a energia de perda;
• potências acima de 500 kVA, adotar, se possível, o local da
subestação próxima à carga;
49
• evitar o uso de cabos XLPE ou EPR, a plena carga, de acordo
com a capacidade dos mesmos. A elevação de temperatura do condutor
faz crescer a resistência elétrica;
• aplicar a melhor maneira de instalar os condutores na forma
permitida para cada particularidade do projeto.
b.3) Temperatura de trabalho dos condutores elétricos em fun-
ção do carregamento.
b.4) Valor econômico da seção do condutor pode ser calculado
de acordo com a equação:
Ct = Cc + Ci + Ce onde,
Cr - custo total durante a vida do cabo;
Cc - custo inicial de compra do cabo;
Ci – custo inicial de instalação do cabo;
Ce – custo de energia desperdiçada ao longo do tempo.
b.5) Cálculo da seção econômica de um condutor, pode ser
calculado de acordo com a equação:

Onde:
Ic - corrente de carga;
Na - número de anos considerados no cálculo que corresponde
ao tempo de operação do cabo;
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Na - número de horas por ano de funcionamento;


G - custo médio do cabo em R$/mm2 X km; esse valor pode ser
obtido através do preço médio de mercado dos cabos de mesmo material
condutor e isolação; assim, se um cabo de cobre de 120 mm2, isolação
EPR, 06/1 kV, tem preço médio de mercado de R$14,80/m, o valor de G
= R$123,33/mm2 x km, ou seja, 14,80 / 120 x 1000. Em geral, o valor de
G vale para os cabos das demais seções e de mesma especificação.

c) Correção do Fator de Potência

Em todo estudo de eficiência energética de uma instalação, é


de fundamental importância o controle do fator de potência.

d) Motores Elétricos

Os motores elétricos numa instalação industrial consomem,


50
em média, 75% da energia demandada. Por isso, devem ser motivo de
avaliações periódicas para determinar se estão operando na faixa de
melhor desempenho.
De forma geral, na indústria, mesmo aquelas instaladas em
períodos recentes onde o tema eficiência energética tem tomado corpo
entre os gerentes de produção e financeiros, existe um considerável
desperdício de energia, notadamente na operação dos motores elétri-
cos, devido a algumas causas que podem ser enumeradas:
1. Substituição de motores defeituosos por motores de potên-
cia superior, pelo simples fato de não haver disponibilidade de um motor
de igual potência e características no setor de manutenção da indústria.
2. Instalação, pelo próprio fabricante da máquina a ser aciona-
da, de um motor de capacidade desnecessariamente superior às neces-
sidades da mesma.
3. Fatores de correção adotados por projetistas e profissionais
de manutenção que elevam a capacidade nominal dos motores em bus-
ca de uma maior segurança e vida útil.
4. Falta de conhecimento real da carga que será acionada e de
suas demais características operacionais.
5. Falta de conhecimento técnico para aplicação dos fatores de
serviço de alguns motores.
6. Previsão quase sempre inatingível de aumento de produção
da máquina.
7. Suposição de que motores subdimensionados têm menores
desgastes mecânicos e maior vida útil.

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8. Redução, por tempo muito longo, do ritmo de produção de
determinadas máquinas.
Em geral, para motores de potência nominal não superior a
100 cv são válidas as seguintes informações constatadas pelos catálo-
gos dos fabricantes:
• quanto maior a sua potência nominal, mais elevado é o seu
rendimento máximo;
• os motores, em geral, operam com o seu rendimento máximo
quando carregados a 75% da sua potência nominal;
• os motores que operam com uma taxa de carregamento igual
ou inferior a 50% da sua potência nominal apresentam um rendimento
acentuadamente declinante;
• os motores que operam com uma taxa de carregamento igual
ou superior a 65% da sua potência nominal apresentam um rendimento
próximo do seu rendimento máximo (MAMEDE FILHO, 2012).
A especificação, a utilização e os cuidados com os motores
elétricos podem resultar na eliminação ou redução dos desperdícios de
51
energia elétrica, ou seja:
- substituir os motores elétricos que operam com carga inferior
a 60% da sua capacidade nominal (relação entre a potência útil e a po-
tência nominal);
- instalar inversores nos motores elétricos de indução que ope-
ram por um longo período de tempo com carga de potência variável, tais
como ventiladores, compressores, etc.;
- instalar inversores nos motores utilizados nas estações de tra-
tamento de esgoto ou em emissores submarinos e cargas similares, pois
durante o período da madrugada há uma acentuada redução na produ-
ção de esgoto e, consequentemente, menor solicitação dos motores.
Durante a avaliação dos motores elétricos de uma instalação
industrial, é normal encontrar máquinas acionadas por motores cuja for-
ma de operação é muito complexa para determinar se há potencial de
economia a considerar. Como exemplo, podem ser indicadas as pren-
sas hidráulicas utilizadas na fabricação de peças metálicas em alto-re-
levo, em que o comportamento da demanda solicitada da rede é muito
irregular e o tempo de operação dessas máquinas também é incerto. As
paradas da máquina são frequentes e a sua duração é variável, porém
necessária para substituição do molde e ajustes decorrentes.
Já a avaliação de potencial de economia em máquinas cujos
motores operam em regime S1, dada a regularidade de seu funciona-
mento, é muito facilitada e se obtêm resultados muito precisos.
Para determinar o potencial de economia de energia elétrica que
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pode ser obtida na operação dos motores elétricos, segue a orientação:

a) Avaliação de desperdício de energia elétrica:

- baixa qualidade da energia fornecida;


- dimensionamento inadequado do motor;
- tensão elétrica inadequada;
- utilização inadequada do motor;
- condições operativas inadequadas;
- condições de manutenção inadequadas;
- baixo fator de potência do motor;
- transmissão motor-máquina desajustada;
- temperatura ambiente elevada.

b) Dificuldades de avaliação de desperdícios:

52
- dados de catálogos incorretos;
- variação de rendimentos entre fabricantes;
- rebobinamento dos motores.

c) Medidas de combate ao desperdício:

seleção adequada do motor relativamente a:


- potência nominal;
- regime de funcionamento;
- corrente de partida;
- queda de tensão na partida;
- conjugado de partida;
- chave de partida;
- temperatura ambiente.
- Dimensionamento do circuito de alimentação

d) Cuidados com a substituição dos motores:

- substituição sempre por motores de alto rendimento;


- verificação da rotação;
- verificação das tensões de placa comparadas com as de rede;
- verificação do número de partidas por hora;
- regime de funcionamento do motor;

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- torque de partida;
- capacidade da chave de partida;
- capacidade do condutor de alimentação;
- redimensionamento da proteção.

e) Potencial de economia dos motores:

Para determinar o potencial de economia dos motores elétricos


de uma determinada instalação, é preciso implementar as seguintes ações:
- Listar os motores de maior potência nominal:
- potência nominal;
- tensão de operação;
- conjugado de partida;
- regime de operação.
- Medir a corrente nas condições normais de trabalho
- Analisar a curva de desempenho do motor:
- fator de potência;
53
- rendimento para a corrente medida.

e) Consumo de Água

Os vazamentos de água ao longo da tubulação são responsá-


veis por um excessivo consumo desse líquido nas instalações indus-
triais. Como consequência, o motor da bomba d’água necessita traba-
lhar além do normal para compensar o volume d’água desperdiçado no
sistema hidráulico, aumentando o consumo de energia elétrica. Nesse
caso, haverá tanto desperdício de água quanto de energia elétrica, one-
rando consequentemente os custos operacionais da instalação.
Quanto maior for o consumo de água na instalação consumido-
ra, maior será o volume de água nas estações de tratamento de água,
as chamadas ETA's e o uso de material de tratamento.
Assim, é necessário que os responsáveis pela manutenção
monitorem periodicamente toda a tubulação de água para descobrir va-
zamentos e façam os reparos necessários.
Para que os custos operacionais com o consumo de água e
energia elétrica sejam racionalizados, podem ser adotadas as seguintes
instruções:
i) Recomendações aos responsáveis pela manutenção
• As áreas ajardinadas devem receber a quantidade de água
apenas necessária para preservar a vida das plantas. Os excessos e a
falta de água são desaconselhados e prejudicam as plantas.
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• Não usar a mangueira de água para remover a sujeira em


calçadas, pátios, etc.; usar neste caso, a vassoura.
• Não usar a mangueira com água corrente; usar apenas a
quantidade de água necessária à limpeza da área.
• Inspecionar rotineiramente as conexões das tubulações de
água quente e água fria das máquinas da produção.
• Inspecionar rotineiramente os tanques de água bruta e trata-
da, além dos boilers ou aquecedores de água.
• Realizar inspeções rotineiras no sistema de suprimento e de
distribuição de água.
• Regular a válvula de descarga dos vasos sanitários.
ii) Recomendações aos funcionários burocráticos e de chão de
fábrica
• Manter bem fechadas as torneiras, de forma a evitar que pin-
guem continuamente.
• Comunicar aos responsáveis pela manutenção a existência
de vazamentos em torneiras diversas, chuveiros, conexões, vasos sa-
54
nitários, etc.
• As máquinas de lavar roupa, louça, etc., devem ser utilizadas
com sua capacidade máxima.
• Dar atenção aos vazamentos no sistema de água quente para
evitar concomitantemente a perda de água, a perda de gás e finalmente
a perda de energia elétrica.
• Acionar, minimamente, as válvulas dos aparelhos sanitários.
• Não deixar a torneira aberta enquanto escovar os dentes ou
fazer a barba.
• Deve ser mínimo o tempo de banho.
Em qualquer instalação industrial existem dois tipos de vaza-
mentos: vazamentos visíveis e vazamentos não visíveis.
Os vazamentos visíveis ocorrem com maior frequência nas tor-
neiras, conexões com as máquinas, chuveiros, bidês e no extravasor das
caixas d'água cuja boia não funciona adequadamente. Nos sistemas in-
dustriais de maior porte existem controles através de sensores elétricos.
Os vazamentos não visíveis normalmente são de difícil identifica-
ção. Esses vazamentos ocorrem, em geral, nos vasos sanitários (peque-
nos vazamentos) ou nos reservatórios ao nível do solo ou subterrâneos.
Para orientar as equipes de manutenção, seguem algumas re-
comendações, ou seja, testes que podem ser realizados em reservató-
rios construídos no solo:
- abrir o registro do hidrômetro;
- fechar o registro de limpeza e o de saída do reservatório:
- vedar a entrada de água, fechando a boia através de um fio

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ou barbante;
- desligar a bomba de recalque, evitando conduzir água para o
reservatório superior;
- medir o nível da água no reservatório através de uma tira de
madeira ou outro material que possa identificar a marca d'água;
- após cerca de três horas, em média, medir novamente nível
da água no reservatório. Para reservatórios muito grandes, esperar pelo
menos cinco horas para realizar a referida medição;
- comparando os dois níveis medidos, pode-se concluir se hou-
ve ou não vazamento no reservatório;
- caso confirmado, verificar se o vazamento ocorreu por trinca
no reservatório ou nos pontos de saída e entrada de tubulação.
Para que se possa quantificar os desperdícios de água e energia
elétrica numa unidade consumidora sujeita a vazamentos, pode-se utili-
zar as tabelas abaixo. A primeira fornece o desperdício de água em fun-
ção do gotejamento nas torneiras e registros ou aberturas dos mesmos
permitindo a passagem de um fio de água corrente. A segunda fornece
55
o desperdício de água em função dos diferentes níveis de pressão exis-
tentes na tubulação para a condição de vazamento no sistema hidráulico.

Desperdício de água através de orifício à pressão atmosférica

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 578).

Desperdício de água através de orifício em função da pressão


(pressão: 5 kg/cm/)
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Fonte: Mamede Filho (2012, p. 578).

f) Climatização

De forma geral, os sistemas de climatização provocam grandes


desperdícios de energia elétrica nas instalações industriais e comer-
ciais, independentemente se são utilizados aparelhos do tipo janeleiro
56
ou sistemas centralizados.
Atualmente, o PROCEL tem incentivado muito a eficiência
de unidades de climatização. Os aparelhos comercializados com selo
PROCEL apresentam uma taxa média de 0,95 kW/10000 BTU contra
uma taxa média de 1,35 kW/10000 BTU de aparelhos um pouco mais
antigos, permitindo, assim, um ganho de eficiência de cerca de 30%.
Esse ganho já viabiliza economicamente a substituição dos aparelhos
antigos por aparelhos certificados pelo PROCEL, dependendo do tem-
po de utilização diário.
Para melhor compreensão, serão definidos alguns termos bá-
sicos relativamente aos sistemas de climatização, ou seja:
a) Circuito de condensação é constituído pelos equipamentos
empregados no arrefecimento do fluido frigorígeno (por exemplo, amô-
nia) no condensador do sistema, tais como bombas, torres de resfria-
mento, instrumentos, dispositivos, etc.
b) Circuito de água gelada é constituído pelos equipamentos
de circulação de água gelada, tais como bombas, instrumentos, dispo-
sitivos, tubulação e fan-coils.
c) Circuito de distribuição de ar é constituído pelos equipamen-
tos utilizados na circulação do ar tratado, tubulações e os diversos ele-
mentos para insuflamento, tais como o retorno de ar e admissão de ar
do meio exterior.
Para reduzir os desperdícios de energia elétrica, Mamede Filho
(2012) sugere observar as seguintes orientações:

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57
g) Ventilação Industrial

Em muitas indústrias existem grandes ventiladores que são res-


ponsáveis por uma parcela ponderável do consumo de energia elétrica.
Esses ventiladores fazem parte do processo produtivo e devem ser anali-
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sados para identificar o potencial de desperdício de energia elétrica.


O principal ponto que pode ser analisado é a possibilidade da
redução da velocidade dos ventiladores. Se factível, o meio mais fácil
para reduzir a velocidade dos ventiladores é a substituição das polias do
motor e/ou do próprio ventilador.
Para determinar o potencial de economia com a mudança da
velocidade e, consequentemente, a troca de polias, é necessário adotar
o seguinte procedimento:
a) Determinação da nova velocidade do ventilador, sendo que
a velocidade do motor com o diâmetro da polia reduzida é dada pela
seguinte equação:

Onde:
W2 - velocidade do ventilador com o diâmetro da polia reduzido;
58
W1 - velocidade em que opera o ventilador;
N1 - volume de movimentação do ar realizado pelo ventilador;
N2 - volume de movimentação do ar realizado pelo ventilador
com o diâmetro da polia reduzido.
b) Determinação do diâmetro das polias:
• Polia do motor

Onde:
Dm2 - diâmetro da nova polia do motor;
Dm1 - diâmetro da polia atual do motor.
• Polia do ventilador, onde o diâmetro da polia do ventilador é
dado pela seguinte equação:

Dv2 - diâmetro da nova polia do ventilador;


Dv1 - diâmetro da polia atual do ventilador.
c) Determinação da potência útil do motor que é dada pela se-
guinte equação:

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Onde:
Pum - potência útil do motor na condição de operação rotação N2;
Pnm - potência atual do motor.
d) Redução da energia consumida no mês, dada pela equação:

Onde:
Top - tempo de operação do ventilador durante o mês, em horas.

h) Refrigeração

Os sistemas de refrigeração, se não gerenciados adequada-


mente, constituem uma grande fonte de desperdício de energia elétrica.
59
Para alcançar uma melhor eficiência operacional desses equipamentos,
sugere-se seguir os procedimentos abaixo:
• somente adquirir refrigeradores certificados pelo PROCEL;
• evitar utilizar os refrigeradores com portas ou tampas abertas;
• evitar armazenar produtos quentes;
• evitar armazenar produtos que necessitem apenas de refrige-
ração no mesmo local dos produtos congelados;
• nos balcões frigoríficos, respeitar a linha de carga marcada
pelo fabricante. O armazenamento de produtos acima dessa marca ele-
va a frequência do descongelamento;
• degelar periodicamente os refrigeradores;
• em locais onde existem câmaras frigoríficas funcionando con-
tinuamente, aproveitar as mesmas para realizar o pré-congelamento
dos produtos a serem armazenados nos balcões frigoríficos;
• afastar os produtos armazenados pelo menos 10 cm das pa-
redes dos refrigeradores, para garantir uma melhor circulação do ar de
refrigeração;
• evitar instalar os refrigeradores e freezers próximos de equi-
pamentos que produzem calor, tais como fogões, fornos, etc.;
• usar com moderação os expositores ofertados por fabricantes
ou fornecedores de produtos resfriados ou congelados;
• os termostatos das câmaras frigoríficas devem ser ajustados
para permitir que os produtos armazenados sejam mantidos a uma tem-
peratura de referência;
• no interior das câmaras frigoríficas devem ser instaladas lâm-
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padas fluorescentes compactas tubulares de alta eficiência, com espe-


cificação adequada para baixas temperaturas. A iluminância deve ser
de 200 lux.;
• é conveniente que numa mesma câmara frigorífica sejam ar-
mazenados produtos que requeiram a mesma temperatura e o mesmo
percentual de umidade;
• manter sempre em bom funcionamento e limpos os termosta-
tos que operam com válvulas de três vias e/ou com válvulas de expansão;
• as portas das câmaras frigoríficas devem estar sempre fecha-
das quando fora de operação;
• verificar periodicamente a vedação das portas das antecâmaras;
• verificar e reparar, se for o caso, a vedação das portas e tam-
pas dos refrigeradores, freezers e câmaras;
• automatizar a porta das câmaras frigoríficas, de forma que
a iluminação interna seja desligada quando as portas permanecerem
fechadas;
• abrigar os condensadores dos raios solares;
60
• nas câmaras frigoríficas desprovidas de antecâmaras, utilizar
cortinas de ar;
• realizar estudos técnicos e econômicos visando ao aprovei-
tamento do calor rejeitado nas torres de resfriamento, utilizando-o no
aquecimento de água ou outros produtos

i) Aquecimento de Água

São medidas de implementação imediata:


• os aquecedores de água devem ser ajustados para a tempe-
ratura de trabalho de 55°C;
• utilizar as máquinas de lavar roupa e lavar louça somente
com plena carga;
• utilizar duchas e torneiras com baixa vazão;
• verificar o isolamento térmico da tubulação, reservatórios e
demais elementos do sistema de aquecimento;
• manter em 55°C a temperatura da água quente dos aquece-
dores centrais utilizados para higiene pessoal (MAMEDE FILHO, 2012).
- São medidas de implementação a médio e longo prazos:
• analisar a possibilidade de lavagem a frio de alguns produtos
do processo produtivo;
• realizar estudos técnicos e econômicos visando à recupera-
ção de calor das unidades de refrigeração;
• é conveniente separar a produção de água quente e vapor;

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• instalar redutores de fluxo de água em ramais alimentadores
de grupo de torneiras que operam com elevada vazão;
• analisar a viabilidade e avaliar os custos de substituição de
chuveiros elétricos por sistema de aquecimento de água a gás natural
ou energia solar;
• analisar a viabilidade técnica e avaliar os custos para aprovei-
tamento da água quente de drenagem das cozinhas, lavanderias e unida-
des de refrigeração para pré-aquecimento da água quente de utilização;
• analisar a viabilidade de instalação de coletores solares para
o aquecimento de água, em substituição aos aquecedores elétricos;
• quando utilizar coletores solares e os respectivos reservatórios
térmicos, adquirir equipamentos certificados pelo PROCEL - INMETRO.

j) Ar Comprimido

Uma fonte de desperdício de energia elétrica bastante conhe-


61
cida é a operação do sistema de ar comprimido, cujos pontos básicos
devem ser motivo de cuidados permanentes.
Em relação à qualidade do ar comprimido, vale evitar que o
mesmo seja contaminado pelo óleo ou pela água em alguma parte do
processo e verificar que as tomadas de ar devem ser providas de um
ou dois filtros de abertura adequada ao tamanho das partículas em sus-
pensão no local.
Em relação à rede de distribuição, manter a pressão do sis-
tema de ar comprimido tecnicamente adequada ao bom funcionamen-
to da máquina; nunca introduzir na rede do sistema de ar comprimido
qualquer elemento restritor de pressão para atendimento às exigências
de uma única máquina e, evitar que o ar circulando em alta velocidade
arraste o condensado formado no interior do sistema para os pontos de
uso das máquinas, acarretando mau funcionamento das mesmas.
Sobre a pressão, cada máquina deve receber do sistema a
pressão nominal indicada pelo fabricante, devendo-se dimensionar tan-
tas redes de distribuição de ar comprimido quantas forem as máquinas
com pressões nominais diferentes.
Em se tratando de vazamento nos dutos, válvulas e conexões,
evitar vazamentos nos diversos elementos da rede de ar comprimido,
pois a quantidade de ar desperdiçada é proporcional ao nível de pres-
são da rede.
Os custos com os vazamentos é o principal ponto de desperdí-
cio nos sistemas de ar comprimido. Estudos apontam que entre 20 e 70%
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do ar comprimido produzido num compressor são desperdiçados entre


este equipamento e os pontos de consumo (MAMEDE FILHO, 2012).

k) Carregamento dos Transformadores

A operação dos transformadores de força deve ser estudada


para evitar desperdícios de energia elétrica. Assim, logo no projeto da
indústria deve-se considerar a possibilidade de utilizar transformado-
res de luz e força separadamente, desligando o transformador de força
após cessadas as atividades produtivas.
As principais ações que devem ser implementadas num estudo
de eficiência energética na utilização dos transformadores são:
• utilizar transformador para iluminação em indústrias com bai-
xo fator de carga;
• utilizar subestações unitárias próximas a grandes cargas con-
centradas;
• desligar os transformadores em operação a vazio no período
62
de carga leve (não há deterioração do óleo);
• verificar as perdas de transformadores antigos e comparar
com as perdas dos transformadores novos;
• projetar os Quadros de Comando (QGF – Quadro Geral Força
–, e QGL – Quadro Geral de Luz) de forma a possibilitar a transferência
de carga entre transformadores de força e entre transformadores de ilu-
minação, mantendo o nível de carregamento adequado próximo de 80%;
• adquirir transformadores com baixas perdas no ferro e no cobre;
• em geral, os transformadores possuem rendimento elevado,
não obtendo grandes economias, quando operado níveis de carrega-
mento anteriormente definidos.

l) Instalação Elétrica

A execução, de modo sistemático, de um adequado programa


de manutenção das instalações elétricas está inserida no contexto da
filosofia de conservação de energia elétrica, visto que a sua ausência
implica aumento de perdas térmicas, custos adicionais, imprevistos em
virtude da incidência de defeitos nas instalações, maior consumo, maior
probabilidade de ocorrência de incêndios, etc.
Além das recomendações gerais que envolvem verificar a ins-
talação elétrica periodicamente para localizar defeitos monopolares (fu-
gas de corrente) por deficiência da isolação ou emendas de condutores
mal-executadas e verificar se os condutores elétricos dos circuitos es-

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tão dimensionados adequadamente para a carga instalada, vale focar:
Limpeza e conservação – as tarefas de limpeza, quando bem
planejadas, podem reduzir o consumo de energia elétrica. Para tal,
sempre que possível, realizar as limpezas durante o dia; iniciar pelos
andares superiores, mantendo-se desligada a iluminação dos ambien-
tes dos demais pavimentos.
Segurança – nas instalações elétricas deve ser motivo para
implementação de rotinas, de forma a eliminar a possibilidade de falhas
ou procedimentos perigosos.
Algumas recomendações de segurança podem ser adotadas:
- o uso de conexões do tipo “T” é uma prática muito perigosa
e deve ser evitada, principalmente quando diversos aparelhos elétricos
são ligados numa mesma tomada;
- inspecionar periodicamente as instalações elétricas, substi-
tuindo imediatamente os condutores elétricos desgastados;
- evitar empregar condutores já utilizados e cujo estado de con-
servação esteja a desejar;
63
- substituir os condutores com seção transversal inferior às ne-
cessidades da carga a ser alimentada;
- segurar pelo bulbo as lâmpadas queimadas, evitando tocar o
soquete;
- ao trabalhar com aparelhos elétricos em operação, evitar to-
car em canos d'água ou de gás canalizado;
- antes de realizar qualquer intervenção na instalação elétrica,
desligue a chave correspondente àquele circuito.
Proteção para a instalação – se o disjuntor ou o fusível de pro-
teção de um circuito operar, procure identificar a causa, antes de religar
o mencionado disjuntor ou substituir o fusível; nunca prender a alavanca
do disjuntor, se esse dispositivo realizar disparos contínuos e nunca
usar arames ou fios de qualquer espécie em substituição aos fusíveis.
Muitas das recomendações e orientações acima parecem pri-
márias demais, mas o descuido delas acontece, se por distração ou
imprudência, não importa.
Seguindo as orientações, as chances de combater o desperdício
de energia aumentam muito e, além de contribuírem para reduzir os custos
da empresa, podem ter certeza que o meio ambiente e as futuras gerações
serão muito gratas, pois do nosso uso racional e consciente de hoje depen-
de e muito uma vida com qualidade para os nossos descendentes.
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64
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Artigos diversos. Dis-
ponível em: http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2006225.pdf

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