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TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


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TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Josevando de Sousa Silva


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Neste módulo, serão analisados os principais conceitos re-
ferentes à Topografia, bem como sua relação com a Cartografia e a
Geodésia, além da utilização dos dados topográficos no geoproces-
samento. A Topografia é uma ciência que tem por objetivo descrever
um lugar, ou seja, caracterizá-lo conforme as suas características pla-
nimétricas e altimétricas, de forma que possa fornecer os subsídios
necessários para embasar as modificações e intervenções necessá-
rias no terreno para as diversas aplicações. A cartografia e a geodésia
são essenciais para a Topografia, já que são responsáveis por todo o
embasamento teórico que é utilizado por essa ciência, de maneira que
seus conceitos essenciais para os levantamentos topográficos estão
explicitados neste módulo. Ainda, será abordada a aplicação da topo-
grafia no geoprocessamento, onde é possível perceber a importância
dos levantamentos topográficos para uma infinidade de projetos.
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Topografia. Cartografia. Geodésia. Geoprocessamento. Levantamento


Topográfico.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA

Histórico da Topografia ________________________________________ 13

Divisão da Topografia ___________________________________________ 15

Objetivos e Conceitos Fundamentais em Topografia ____________ 17

Equipamentos e Aplicações em Topografia _____________________ 20

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
TOPOGRAFIA E SUAS RELAÇÕES COM A CARTOGRAFIA

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Topografia e Cartografia _______________________________________ 30

Recapitulando _________________________________________________ 45

CAPÍTULO 03
TOPOGRAFIA, GEODÉSIA E GEOPROCESSAMENTO

Topografia e Geodésia ________________________________________ 49

Topografia e Geoprocessamento _______________________________ 56

Recapitulando ________________________________________________ 63

Fechando a Unidade ___________________________________________ 68

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Referências _____________________________________________________ 71
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O homem e a sociedade como um todo, a partir do avanço das
tecnologias e do uso do espaço geográfico, perceberam a necessidade
de estudá-lo e caracterizá-lo, cada vez mais, para que seu uso fosse
otimizado. Além disso, há também a necessidade de controle do espaço
ocupado, de modo que as propriedades e outras porções do espaço pu-
dessem ser organizadas e controladas com relação ao registro, a posse
e ao pagamento de impostos.
A topografia é uma área do conhecimento que tem por objetivo
principal a descrição de um lugar. Nesse sentido, a topografia contribui
também no entendimento, na descrição e na representação gráfica so-
bre uma superfície plana, partes da superfície terrestre, mas desconsi-
derando a curvatura do planeta Terra.
Ainda, a Topografia pode ser definida como a ciência que utili-
za instrumentos e métodos para obter a representação gráfica de uma
porção do terreno sobre uma superfície plana. Além disso, também
pode determinar o contorno, a dimensão e a posição relativa de uma
porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura
resultante da esfericidade terrestre.
Através dos levantamentos planimétricos, onde a caracteriza-
ção das áreas é feita considerando as grandezas associadas ao plano
horizontal, como também dos levantamentos altimétricos, onde as gran-
dezas se referem ao plano vertical, é possível conhecer a porção da
superfície terrestre, de modo que seus elementos possam ser represen-
tados e interpretados. Essa interpretação é de grande importância, por

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exemplo, em estudos relacionados a obras de engenharia civil, como
estradas, pontes e outras construções, pois cada terreno apresenta ele-
mentos importantes na perspectiva horizontal e vertical, de modo que,
muitas vezes, torna-se necessária a adoção de medidas para a execu-
ção das obras, como cortes, aterramentos etc.
A topografia, juntamente com a cartografia, trabalha com os
aspectos relacionados à planimetria e altimetria, de modo a contribuir
na caracterização do espaço geográfico de modo que ele possa ser
utilizado e monitorado sob diversos aspectos.
Além disso, outro papel importante da topografia é a marcação
de pontos que possibilitam a localização precisa deles no espaço. A as-
sociação entre a geodésia a e topografia permitem que os pontos de um
terreno, por exemplo, sejam inseridos em sistemas de coordenadas, de
forma que essas áreas possam ser localizadas de acordo com interes-
ses públicos ou privados. A possibilidade de georreferenciamento dos
pontos e das marcações realizadas pelos levantamentos topográficos
permitem o estabelecimento de limites de propriedades, além da verifi-
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cação das divisas e a regulamentação de propriedades.
Além dessas aplicações já bem conhecidas, graças ao avanço
e a disseminação das tecnologias, especialmente dos Sistemas de In-
formação Geográfica, os levantamentos topográficos podem contribuir
para uma série de aplicações, como o cadastramento urbano e rural,
estudos relacionados à paisagem e ao relevo, delimitação de bacias
hidrográficas e outros fenômenos, como processos erosivos etc.
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INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA

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HISTÓRICO DA TOPOGRAFIA

Desde o surgimento dos nossos primeiros ancestrais, os homi-


nídeos, entre 100.000 e 300.000 anos, nossos antepassados passaram
por diversos processos de evolução.
Os primeiros povos eram nômades, modo de vida em que o
homem era um mero coletor e caçador, extraindo somente o que era
oferecido pela natureza. À medida em que a demanda por alimentos foi
aumentando, foi preciso encontrar mecanismos que pudessem suprir as
necessidades dos grupos. O homem, ao descobrir e dominar as primei-
ras técnicas agrícolas, pode fixar moradia em um local passando a não
ser totalmente dependente da natureza. Dessa forma, ele abandonou o
modo de vida nômade e adotou o modo de vida sedentário.
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O cultivo de alimentos e a criação de animais foi se expandin-
do, surgindo a agricultura e a pecuária. Além disso, os resultados dessa
evolução resultaram na formação de grupos sociais mais complexos,
além das primeiras vilas e cidades. Após o aparecimento das socie-
dades mais organizadas e a expansão da agropecuária, os indivíduos
perceberam a necessidade de demarcar seus domínios, tanto para o
uso agrícola como também para a sua moradia.
A demarcação de terras foi uma das primeiras manifestações
da topografia e era realizada através de instrumentos rudimentares,
mesmo sem os indivíduos saberem que ela, muito tempo depois, tor-
nar-se-ia uma ciência.
Os primeiros povos a criarem e a utilizarem os instrumentos to-
pográficos foram os egípcios e os mesopotâmicos, sendo atribuído aos
egípcios os primeiros registros da utilização da topografia já na época
imperial, por volta de 3200 a.C. Após os egípcios e os mesopotâmicos,
os chineses, hebreus, gregos e romanos também utilizaram a topografia
para a definição dos limites territoriais.

Os instrumentos topográficos construídos pelos egípcios,


nessa época, eram bastante rudimentares, com baixa exatidão e
precisão quando comparados aos instrumentos atuais. Entretanto,
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para a época, os resultados obtidos foram extraordinários, sendo


a pirâmide de Quéops um dos exemplos mais marcantes. Os egíp-
cios demoraram 30 anos para erguerem a pirâmide de Quéops, e
esta foi construída com as medidas de 230,25m, 230,45m, 230,39m
e 230,35m, respectivamente, paras as suas bases norte, sul, leste
e oeste, errando apenas 20 centímetros entres as bases. No caso
dos ângulos, o erro correspondente aos quatro ângulos da base da
pirâmide é de apenas 6´35’’. Ainda, as quatro arestas da pirâmide
de Quéops apontam para os pontos colaterais NE, SE, SO, e NO,
incluindo também as outras pirâmides de Gizé.

No decorrer do tempo, por questões de sobrevivência, orienta-


ção, segurança, guerras, navegação, construção, entre outras necessi-
dades, sempre foi imprescindível para o homem conhecer o meio em que
vive e desenvolver suas atividades. Neste sentido, a representação do
espaço era baseada na observação e na descrição do espaço. Podemos
afirmar, de acordo com a própria história da Cartografia, antes mesmo do
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homem desenvolver a escrita, ele já desenhava seus mapas para fins de
localização e orientação. À medida que ele foi descobrindo novas manei-
ras de representação, surgiram técnicas e equipamentos de medição que
facilitaram a obtenção de dados para posterior representação.
Com o passar dos séculos, os instrumentos e métodos, tanto
nos requisitos técnicos quanto eletrônicos, tornando as interfaces e a
sua operação mais amigável, com uma maior oferta de recursos para o
operador, melhor controle dos erros e, consequentemente, a apresenta-
ção de resultados mais precisos e exatos.
Nesse sentido, é de grande importância a representação grá-
fica de uma porção da superfície da Terra para a sociedade, especial-
mente, em proporções reduzidas, com todas as formas de relevo pre-
sentes, como montanhas, vales, serras, além de elementos naturais,
como rios e lagos, e construídos, como estradas, divisas, cidades, entre
outros. Se a porção da superfície da Terra a ser representada for de
tal extensão que não seja necessário considerar a forma da Terra, ela
constitui o objeto da topografia.
A palavra topografia é originada do idioma grego, em que TO-
POS significa lugar ou região, enquanto GRAPHEN significa descrição,
ou seja, descrição de um lugar. Existem diversos conceitos relacionados
à topografia: ela pode ser definida como a ciência que tem por objetivo
conhecer, descrever e representar graficamente sobre uma superfície
plana, partes da superfície terrestre, desconsiderando a curvatura do
planeta Terra; ainda, pode representar o estudo dos instrumentos e mé-
todos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do

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terreno sobre uma superfície plana; ainda, consiste na determinação do
contorno, da dimensão e da posição relativa de uma porção limitada da
superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante da esfe-
ricidade terrestre (Coelho Neto et. al. 2014).
A partir dessas definições, podemos compreender que a topo-
grafia é uma ciência que estuda, projeta, representa, mensura e execu-
ta uma parte limitada da superfície terrestre sem considerar a curvatura
da Terra, até onde o erro de esfericidade poderá ser desprezível, e con-
siderando os perímetros, dimensões, localização geográfica e posição
(orientação) e objetos de interesse que estejam dentro desta porção
(Coelho Neto et. al. 2014).

DIVISÃO DA TOPOGRAFIA

A topografia é dividida em quatro subáreas: a topologia, a topo-


metria, a taqueometria e a fotogrametria.
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A fotogrametria consiste em uma técnica que permite o estudo
e a definição das formas, das dimensões e das posições de objetos
no espaço, utilizando-se de medições obtidas a partir de fotografias ou
imagens digitais.
A taqueometria refere-se a um processo para a obtenção rá-
pida da distância e da diferença de cota entre dois pontos. Ela permite
obter as coordenadas espaciais de um ponto a partir do outro, ou seja,
de modo indireto.
A topologia consiste no levantamento topográfico onde as for-
mas exteriores da superfície da Terra são representadas, bem como as
leis que regem o seu modelado.
Já a topometria pode ser definida como um levantamento topo-
gráfico que tem por objetivo medir os elementos característicos de uma
determinada área. A topometria é subdividida em planimetria, altimetria
e planialtimetria (Figura 1).

Figura 1: Divisões da Topografia.


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Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

A planimetria é a parte da topografia que estuda o terreno, consi-


derando somente as dimensões e as coordenadas planimétricas. Nesse
caso, o relevo do terreno não é importante, mas, sim, as suas distâncias e
os ângulos horizontais, a localização geográfica e a posição (orientação).
A altimetria é a parte da topografia que estuda o terreno, consi-
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derando somente as dimensões e as coordenadas altimétricas. Nesse
caso, o relevo do terreno é importante e se avalia somente suas distân-
cias e os ângulos verticais.
A planialtimetria é a parte da topografia que estuda o terreno con-
siderando as dimensões e as coordenadas planimétricas e altimétricas.
Nessa situação, tanto o relevo do terreno como as suas distâncias horizon-
tais e verticais, os ângulos horizontais e verticais, a localização geográfica
e a posição (orientação) são relevantes para o levantamento topográfico.

OBJETIVOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM TOPOGRAFIA

O objetivo principal da topografia é a realização de um levan-


tamento, através da medição de ângulos, distâncias e desníveis que
permitam representar uma porção da superfície terrestre em uma es-
cala adequada. Esse levantamento envolve operações efetuadas em
campo, com coleta de dados para a sua posterior representação. Além
disso, o objetivo principal do levantamento topográfico deve estar ali-
nhado com as normas locais, regionais ou nacionais.
Se a superfície terrestre fosse plana e horizontal, a representa-
ção dos elementos topográficos seria fácil, bastando referenciá-los com
um sistema de eixos, medir as coordenadas e representá-los em esca-
la. No entanto, sabemos que a superfície terrestre não é um plano per-
feito, apresentando muitas irregularidades, além da sua curvatura geral.
Para que a representação de uma porção do espaço seja feita,

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todos os acidentes geográficos importantes são projetados verticalmen-
te, de acordo com a direção vertical do lugar, em um plano horizontal
de referência.
Ao representar os acidentes do terreno desta maneira, as suas
projeções conservarão entre si as mesmas distâncias horizontais existen-
tes no terreno. Dessa forma, o produto obtido é como uma imagem do ter-
reno em um espelho grande e plano. Mas, para que a representação seja
fiel, é necessária a determinação da distância vertical de cada acidente
no plano horizontal fixo, que é chamado, portanto, de plano topográfico.
Nesse contexto, a representação completa do terreno compre-
ende, portanto, duas partes: a representação plana do terreno, que é
feita pela planimetria, e a representação vertical do terreno, ou seja,
das formas de relevo, que é feita pela altimetria. Assim, a operação
completa consiste no chamado levantamento topográfico ou levanta-
mento planialtimétrico, que significa o conjunto de operações realizadas
no terreno com o objetivo de se determinar as distâncias horizontais e
verticais entre os pontos que caracterizam o modelado do terreno.
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O levantamento planimétrico pode ser feito de maneira in-
dividual, entretanto o mesmo não se aplica ao levantamento alti-
métrico, não sendo possível a realização de um levantamento so-
mente altimétrico do terreno.

Conceitos Fundamentais

Após o levantamento dos dados, para a representação gráfica,


é feita a transferência do plano de projeção para o papel, preservando
uma relação constante entre todas as distâncias medidas. O desenho
resultante do terreno, a partir do levantamento planialtimétrico, é cha-
mado de planta topográfica, e a relação constante entre as distâncias
medidas no terreno e na planta é a escala da planta.
Ainda, há também o conceito de alinhamento. Em topografia,
o alinhamento de dois pontos, A e B, no terreno, representa a direção
AB determinada por suas respectivas projeções a e b em um plano ho-
rizontal. Sendo um alinhamento em uma direção na horizontal, pode-se
ter o mesmo alinhamento tirado a partir de A paralelo a AB resultando a
horizontal AB’. Desta forma, a distância horizontal ou a distância redu-
zida entre dois pontos é medida segundo o alinhamento estabelecido
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por eles. Assim, as distâncias horizontais podem ser medidas direta ou


indiretamente, conforme o operador necessite ou não de percorrê-las,
comparando-as com a unidade.

A determinação das posições de pontos projetados em um


plano horizontal refere-se aos pontos que definem a forma ou o
contorno de acidentes do terreno, que são considerados importan-
tes ou representáveis.

Existe também o conceito relacionado ao limite de aplicação


do plano topográfico. Quando projetamos verticalmente uma parte da
superfície da Terra em um plano horizontal, consideramos que todas as
verticais ou projetantes são paralelas.
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No entanto, isso não é exato, pois as verticais, na realidade,
são convergentes ao centro da Terra. Desta forma, se a superfície a ser
projetada for muito extensa, a sua projeção não deve ser representada
em um plano horizontal, mas, sim, em uma superfície que, partindo do
nível médio do mar, apresentasse-se normal a qualquer vertical V medi-
da em um ponto P qualquer da superfície da Terra.
Esta superfície ideal se chama geoide ou superfície de nível
e consiste em um dos modelos de representação da Terra. O modelo
permite que a superfície terrestre seja representada por uma superfície
fictícia, definida pelo prolongamento do nível médio dos mares (NMM)
sobre os continentes. A representação por geoide gera um modelo com
a superfície deformada em relação a sua forma e posição reais.

No estudo da forma e da dimensão da Terra, existem quatro


tipos de superfície ou modelo para a sua representação: o modelo
real, o modelo geoidal, o modelo elipsoidal e o modelo esférico.

Os principais produtos da topografia são o levantamento to-


pográfico e a locação topográfica. O levantamento topográfico, de uma
forma geral, consiste na coleta de todos os dados e características im-
portantes presentes em um terreno em uma determinada área, para

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posterior representação fidedigna, através de desenho em papel ou
ambiente gráfico, em escala adequada e com orientação, de todos os
elementos naturais e artificiais que foram observados.
De acordo com a NBR 13133/1994, que é a norma brasileira que
regulamenta a execução do levantamento topográfico, ele é definido como:

Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos


horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com
instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e
materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas to-
pográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à
sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua
representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistân-
cia também predeterminada e/ou pontos cotados (NBR 13133/1994, p. 3).

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Todo e qualquer planejamento de levantamento topográfi-
co deve ser baseado na NBR13133, pois, nessa norma está descri-
ta, além da metodologia de trabalho, orientações como a escala de
trabalho, a quantidade mínima de pontos que devem ser coletados,
de acordo com a área a ser levantada, entre outros elementos. A
NBR13133 está disponível para download na internet.

A locação topográfica consiste na materialização, no terreno,


dos pontos do projeto de uma obra para que ela possa ser executada
exatamente no local planejado. É um processo posterior ao levanta-
mento topográfico, já que é através deste último que as características
do terreno são avaliadas, e, somente a partir delas, é que se torna pos-
sível a definição do local da construção, as modificações necessárias
no terreno para comportar o projeto, entre outros.
A locação topográfica deve ser feita através das seguintes eta-
pas: (1) levantamento topográfico do terreno onde a obra será realizada;
(2) elaboração da planta topográfica do terreno; (3) criação do projeto
da obra sobre a planta; e (4) locação do projeto em campo.
Após a realização do levantamento topográfico e da locação
topográfica, deve-se elaborar um memorial descritivo. O memorial des-
critivo consiste em um documento anexo ao trabalho de levantamento e
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locação topográficas que informa todas as características de uma pro-


priedade ou área.
No memorial, devem estar discriminados os principais marcos,
as coordenadas, as estradas que limitam a propriedade, etc. Ainda, é
no memorial que é descrito, de maneira textual, a poligonal que limita a
propriedade, de forma que se compreenda suas características e todo
o levantamento que foi realizado, sem a necessidade de se verificar
graficamente ou em tabelas.

EQUIPAMENTOS E APLICAÇÕES EM TOPOGRAFIA

Para que os levantamentos topográficos bem como as outras apli-


cações da topografia sejam utilizadas, é necessária uma série de equipa-
mentos que são indispensáveis para os levantamentos e as locações.

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Equipamentos e Topografia

Os equipamentos de topografia são indispensáveis para os le-


vantamentos e locações e podem ser divididos em instrumentos utiliza-
dos nas medições e acessórios que auxiliam na medição.

Instrumentos

As trenas são instrumentos muito utilizados para mensurar


diferenças de nível e, principalmente, as distâncias horizontais e, se
usadas de forma correta, podem oferecer dados exatos e rápidos. Na
utilização da trena, deve-se evitar os seguintes erros:
• O erro de catenária, que é provocado pelo peso da trena.
Devido ao peso do instrumento, ele tende a formar uma curva convexa
voltada para baixo. O erro ocorre, pois, ao invés de se medir uma dis-
tância no plano, ou seja, a distância horizontal, mede-se um arco. Para
evitá-lo, devem-se aplicar maiores forças nas extremidades das trenas.
• A falta de horizontalidade da trena, de modo que, em áreas
não planas, a tendência é segurar a trena mais próxima ao chão, au-
mentando as distâncias medidas em comparação à distância real. Para
que o erro seja minimizado, deve-se usar balizas para ajudar na hori-
zontalidade da trena.
• A falta de verticalidade da baliza onde o técnico pode inclinar
a baliza durante a medida, subestimando ou superestimando os valo-

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res, dependendo de como for a falta de verticalização. Para evitar o erro
e verticalizar a baliza, o técnico pode usar um nível de cantoneira; ou
verticalizar utilizando um fio vertical ou também chamado de colimador;
ou usar a gravidade. Nesse caso, o balizeiro segura a baliza deixando a
gravidade atuar; neste momento, soltar a baliza aos poucos até atingir
o ponto e de maneira verticalizada.
• A dilatação do material das trenas provocado por tensões ex-
cessivas no material de modo que também interfere nas medidas obtidas.
Para minimizar o problema, deve-se escolher trenas de boa qualidade.
Os goniômetros são instrumentos destinados apenas para me-
dições de ângulos verticais e horizontais, pois não possuem os fios es-
tadimétricos.
Já os teodolitos são instrumentos destinados à medição de ân-
gulos verticais e horizontais, e, com auxílio das balizas e das miras falan-
tes, fazem a medição de distâncias horizontais, utilizando-se da taqueo-
metria planimétrica, e verticais, por meio do nivelamento taqueométrico e
nivelamento trigonométrico, pois possuem os fios estadimétricos.
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Os teodolitos são classificados de acordo com sua finalidade e
podem ser topográficos, astronômicos ou geodésicos. Além disso, tam-
bém podem ser classificados de acordo com a exatidão, podendo ser
baixa exatidão (abaixo de 30’’), média exatidão (entre 07’’ e 29’’) e alta
exatidão (igual ou abaixo de 02’’).
Os níveis de luneta, níveis de engenheiro ou simplesmente
níveis são instrumentos que podem ser utilizados para medir as dis-
tâncias verticais entre dois ou mais pontos. Ainda, também podem ser
utilizados para medir distâncias horizontais com auxílio da mira falante,
aplicando-se a taqueometria planimétrica.
Os níveis são instrumentos compostos por uma luneta associa-
da a um nível esférico de média precisão e a um sistema de pêndulos
que fica no interior do aparelho, possuem como função corrigir a ca-
lagem nos níveis ópticos automáticos, deixando-os bastante próximos
do plano topográfico. Além disso, também medem ângulos horizontais,
principalmente, quando são feitos levantamentos em seções transver-
sais. No entanto, a precisão para esses ângulos é de 1º.
A estação total é um instrumento eletrônico utilizado na ob-
tenção de ângulos, distâncias e coordenadas usados para representar
graficamente uma área do terreno.
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A estação total é considerada a evolução do teodolito, já


que a estação total comporta um distanciômetro eletrônico, uma
memória temporária, que atua como processador, uma memória
fixa e uma conexão com um computador, formando um único con-
junto. A estação total tem autonomia para coletar e executar os
dados ainda em campo, através de dispositivos móveis.

Através da estação total, é possível realizar os levantamentos


e as locações topográficas, determinar os ângulos horizontais e verti-
cais, as distâncias verticais e horizontais, a localização e o posiciona-
mento da área a ser trabalhada.
Para as medições, são utilizados o bastão e o prisma, que são
colocados nos pontos a serem levantados e/ou locados. O bastão é um
acessório de material metálico, onde o prisma é encaixado na parte su-
perior para o auxílio nas medições com estação total.
Em um levantamento por coordenadas, é necessário digitar na
estação total o ponto em que ela se encontra, em sistema de coordena-
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das, podendo ser utilizadas as coordenadas UTM (verdadeiras) ou lo-
cais (atribuídas). A atribuição ou informação do ponto onde se encontra
a estação total no sistema de coordenadas se chama estação ocupada
(Coelho Neto et. al. 2014).

Convém destacar que estação, estação total e estação


ocupada apresentam significados diferentes. Estação total é o ins-
trumento, enquanto estação é o local onde se encontra o instru-
mento; e estação ocupada são os valores de coordenadas para o
local onde se encontra o instrumento. Tanto estação quanto esta-
ção ocupada são pontos topográficos.

Com a definição da estação ocupada, faz-se necessária uma


orientação para a estação total no sistema de coordenadas através da
RÉ (referencial) onde se coloca o bastão + o prisma em um ponto com
coordenadas conhecidas (X, Y e Z) ou atribui-se valor de azimute 0º, ou
ainda se informa o valor verdadeiro de azimute naquele lugar, sendo um
desses valores inseridos na estação total, no espaço destinado para se
inserir a RÉ (Coelho Neto et. al. 2014).

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É importante observar que o uso do azimute, seja verda-
deiro, magnético ou atribuído, só poderá ser realizado para efeito
de orientação da estação total na primeira estação (ponto ocupa-
do). Nas demais, devem ser utilizados os valores já obtidos e inse-
ridos em suas respectivas coordenadas.

Após esses procedimentos, a medição dos pontos de interesse


pode ser iniciada, pressionando a teclar medir ou seu correspondente,
de acordo com a marca do instrumento. No momento da troca de esta-
ção ou do ponto ocupado, é necessária a utilização de dois pontos já
medidos, sendo um com a estação total onde é informada as coordena-
das daquele ponto na estação ocupada, e o outro com o prisma, infor-
mando as coordenadas daquele ponto na RÉ. Após este procedimento,
mede-se todos os pontos de interesse.
23
O Sistema Global de Navegação por Satélite (Global Naviga-
tion Satellite System – GNSS) é um conjunto de sistemas que possi-
bilita a localização tridimensional de um objeto em qualquer ponto da
superfície terrestre através de aparelhos que receptam ondas de rádio
emitidas por seus respectivos satélites.
O GNSS inclui diversos sistemas, dentre eles GPS, GLONASS,
GALILEO e COMPASS.

Além desses sistemas que compõem o conjunto GNSS,


também existem os sistemas regionais de navegação (Regional
Navigation System – RNS) que operam em porções distintas da
superfície terrestre, como o IRNSS (Indian Regional Navigational
Satellite System), QZSS (Quase-Zenith Satellite System) e o BEI-
DOU (Beidou Navigation System), estando este último em expan-
são para possibilitar o funcionamento do COMPASS.

O Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning Sys-


tem – GPS), de origem americana, é um dos sistemas mais conhecidos
e populares e apresenta 24 satélites em 6 planos orbitais onde cada
plano orbital apresenta 4 satélites. O Globalnaya Navigatsionnaya Sput-
nikovaya Sistema (GLONASS) é um sistema russo e possui 24 satélites
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em três planos orbitais onde em cada plano orbital há 8 satélites. Os


demais sistemas globais, o GALILEU, que é um sistema europeu, e o
COMPASS, que é um sistema chinês, estão em fase final de implanta-
ção com previsão para funcionamento de até o final de 2020.
Independente do sistema ou da origem do conjunto de saté-
lites, eles operam basicamente do mesmo modo, emitindo sinais ana-
lógicos em forma de ondas de rádio, chamadas de portadoras, que se
comunicam com antenas instaladas na superfície terrestre. As ondas
emitidas, geralmente, são de dois tipos, L1 e L2, com variados compri-
mentos de onda. Para que o objeto seja localizado na superfície da Ter-
ra, são necessários, no mínimo, 4 satélites, no entanto, quanto maior a
quantidade de satélites disponíveis ao receptor, melhor será a exatidão
da localização geográfica da antena do receptor na superfície terrestre.

24
Acessórios

Existem uma diversidade de acessórios que são utilizados nos


levantamentos e nas locações topográficas que complementam as fun-
ções dos instrumentos. Os piquetes são utilizados para materializar os
pontos topográficos, podendo ser de origem artesanal, feitos de madei-
ra ou de plástico. Eles são enterrados no solo com uma parte exposta
entre 2 e 3 cm para serem visualizados.
As estacas testemunhas têm por objetivo auxiliar na localiza-
ção dos piquetes, pois, em áreas maiores e com vegetação, torna-se
difícil visualizá-los. Elas devem ter entre 40 e 50 cm de altura e um corte
na parte superior, devendo ser afixadas entre 40 e 50 cm afastada dos
piquetes e com o corte da parte superior virado para o lado inverso onde
se encontra o piquete.
As estacas têm como função auxiliar nos trabalhos de estaque-
amento, que é uma técnica onde se colocam todas as estacas alinha-
das visando o levantamento topográfico. As estacas devem medir entre
40 e 50 cm e serem de madeira. Após o levantamento e a realização do
projeto, escrevem-se nas estacas os valores correspondentes de cortes
e aterros na locação altimétrica.
Nos levantamentos e locações topográficas, também são utili-
zados tinta, prego e parafuso que servem para materializar os pontos
topográficos em locais onde haja resistência do material a ser pene-
trado, por exemplo, concreto em geral, estradas, ruas, pisos de casa,

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calçadas, prédios, entre outros.
A baliza é um acessório utilizado para facilitar a visualização
dos pontos topográficos, materializados por piquetes, no momento da
medição dos ângulos horizontais. Além disso, também é usada para
ajudar no alinhamento de uma poligonal, perfil, seção transversal e na
medição da distância horizontal através de trena, além de medir ângu-
los de 90º. A baliza possui 2 metros de comprimento e é dividida em 4
segmentos de 0,5m cada, apresenta uma coloração vermelha e branca
para contrastar com a vegetação e o céu claro.
As miras falantes, também chamadas de miras estadimétricas
ou estádia, tem por objetivo ajudar as medições de distâncias horizon-
tais, através da taqueometria, utilizando os fios superior, médio e inferior
e distâncias verticais com o uso do fio médio. Sua leitura é realizada em
milímetros onde cada barrinha centimetrada equivale a 10 mm.
O nível de cantoneira é um acessório que possui um nível de
bolha que pode ser acoplado às balizas, miras falantes e bastões ob-
jetivando a verticalização desses acessórios (Coelho Neto et. al 2014).
25
Os tripés são acessórios que servem para apoiar instrumentos
como os teodolitos, os níveis de luneta, as estações totais e antenas
GNSS´s.

Aplicações da Topografia

A topografia baseia-se em geometria aplicada, onde se imaginam


figuras geométricas regulares ou irregulares geoespacializadas. Quando
um levantamento topográfico é realizado, coletam-se todos os dados e ca-
racterísticas do terreno em forma de figuras geométricas com suas dimen-
sões, perímetros e posições (orientações) e localizações geográficas.
Nesse sentido, a topografia pode ser aplicada em diversas áre-
as, como a agronomia, a cartografia, às diversas áreas de engenharia.
Por exemplo, na construção civil, a topografia é utilizada no levantamen-
to planialtimétrico do terreno para verificar a sua situação no contexto
da paisagem, como os declives, imperfeições e outras necessidades re-
lacionadas a intervenções no terreno. Com o levantamento, o engenhei-
ro poderá avaliar a viabilidade da obra e dos investimentos necessários
para a realização das intervenções e, assim, analisar a relação entre o
custo e o benefício da obra.
A topografia também é de grande importância na fase de exe-
cução da obra, pois é utilizada na demarcação dos limites e no nive-
lamento do terreno, na locação de furos de sondagem, entre outros,
minimizando os erros.
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Outro exemplo de uso da topografia em obras de engenharia é


a construção de estradas, onde são levantados os obstáculos topográfi-
cos, geológicos e hidrológicos. Dessa forma, é possível adequar o pro-
jeto de forma que respeite os obstáculos, além da busca por soluções
para minimizá-los com procedimentos de baixo custo.
Ainda, os trabalhos topográficos também são utilizados na lo-
cação, com a instalação de piquetes para marcar o traçado escolhido de
acordo com as informações obtidos pelo levantamento.
Outra área em que a topografia pode ser utilizada são nos es-
tudos hidrológicos. Os levantamentos topográficos, nesse caso, são
realizados com o objetivo de obtenção de pontos nos leitos dos rios,
lagos, lagoas e ambientes oceânicos para determinar a morfologia do
fundo desses ambientes e, assim, elaborar as cartas náuticas. Essas
cartas são usadas para a orientação da construção de pontes, túneis,
barragens, portos, etc. Além disso, é possível, com o levantamento to-
pográfico, a aferição do nível da água, informação também de grande
importância para o planejamento e a locação das construções.
26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: Instituto Avança São Paulo - Avanca SP Órgão:
Prefeitura de Itapecerica da Serra Prova: Avança SP - Prefeitura de
Itapecerica da Serra - Topógrafo – 2023 Nível: Médio
Quais Corresponde ao método que é realizado por meio do fio mé-
dio do retículo da luneta taqueométrica, onde são retiradas as dife-
renças de níveis e distâncias.
a) Método Geométrico.
b) Método Geodésico.
c) Método Taqueométrico.
d) Método Trigonométrico.
e) Método Barométrico.

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Es-
tadual Paulista – VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba
Prova: VUNESP - Prefeitura de Pindamonhangaba - Topógrafo –
2023 Nível: Médio
A partir da planta topográfica de uma região, pôde-se medir a área
de uma fazenda, resultando em 52,5 cm2. Se essa planta está re-
presentada na escala 1:3000, a área real dessa fazenda, em alquei-
res paulistas, é de aproximadamente,
a) 0,98.

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b) 1,95.
c) 3,25.
d) 4,73.
e) 6,51.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Es-
tadual Paulista – VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba
Prova: VUNESP - Prefeitura de Pindamonhangaba - Topógrafo –
2023 Nível: Médio
O correto estacionamento da estação total influencia diretamente
na exatidão das medidas obtidas em campo. Os erros que causam
maiores problemas na medição angular são os relacionados à
a) centragem.
b) nivelamento fino.
c) ajuste do foco.
d) regulagem dos retículos.
27
e) calagem.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: Instituto Avança São Paulo - Avanca SP Órgão:
Prefeitura de Americana Prova: Avança SP - Prefeitura de America-
na - Topógrafo – 2023 Nível: Médio
A NBR 13133 classifica os teodolitos segundo o desvio padrão de
uma direção observada em duas posições da luneta em três clas-
ses, sendo elas:
a) Angulação padrão e angulação ideal.
b) Angulação padrão e angulação desviada.
c) Desvio padrão e desvio médio.
d) Precisão baixa e precisão ideal.
e) Precisão baixa, precisão média e precisão alta.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: Instituto Avança São Paulo - Avanca SP Órgão:
Prefeitura de Americana Prova: Avança SP - Prefeitura de America-
na - Topógrafo – 2023 Nível: Médio
A parte da topografia que estuda os ângulos é conhecida como:
a) Angulogia.
b) Gonologia.
c) Goniologia.
d) Goniometria.
e) Metriologia.
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A topografia é uma área do conhecimento que tem por objetivo descre-
ver um lugar de forma que suas características planimétricas e altimétri-
cas sejam levantadas e, posteriormente, aplicadas em diversos setores.
Comente sobre as aplicações da topografia utilizando uma situação real
como exemplo.

TREINO INÉDITO
A topografia é uma ciência baseada na ______ e na ______ plana
que se utiliza de
_____ e _____ com o fim de obter a representação em projeção
ortogonal sobre um plano de referência dos pontos capazes de
representar a forma, dimensão e acidentes naturais e artificiais de
uma porção limitada do terreno.
A alternativa que preenche, corretamente, as lacunas do texto é:
a) altimetria, planimetria, medidas horizontais, medidas verticais.
28
b) geometria, trigonometria, medidas horizontais, medidas verticais.
c) descrição, representação, levantamentos topográficos, nivelamentos.
d) altimetria, planimetria, levantamentos topográficos, nivelamentos.
e) altimetria, trigonometria, medidas horizontais, medidas verticais.

NA MÍDIA
DRONES SÃO CAPAZES DE REALIZAR A TOPOGRAFIA DE OBRAS
EM MINUTOS
Os drones estão continuamente provando ser ferramentas comerciais
poderosas, proporcionando aos usuários eficiência e segurança. E não é
exceção para a indústria de topografia e mapeamento. Com a capacidade
de capturar dados de uma perspectiva aérea, os drones foram integrados
com sucesso aos fluxos de trabalho para realizar levantamentos de terra,
fotogrametria, mapeamento 3D, levantamento topográfico e muito mais.
Fonte: IT Forum 365
Data: 16 nov. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.itforum365.com.br/drones-sao-ca-
pazes-de-realizar-a-topografia-de-obras-em-minutos/

NA PRÁTICA
Os levantamentos topográficos são muito importantes para a caracteri-
zação dos terrenos, além de também contribuir em outras áreas como a
delimitação de limites de imóveis rurais e urbanos.
Com o avanço das tecnologias, percebemos que os levantamentos es-
tão cada vez mais precisos e rápidos, permitindo que os dados sejam

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coletados e até mesmo processados em campo. A etapa de escritório,
nesse caso, tem por objetivo o alinhamento final dos dados e a elabo-
ração do memorial descritivo, imprescindível para a tomada de decisão
relativa às características altimétricas e planimétricas do terreno.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: GUIA DE MAPEAMENTO COM DRONES: PAS-
SO A PASSO PARA COMEÇAR A SUA OPERAÇÃO (2023)
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=A9brd0oVq4Q&ab_
channel=SoftwareMappa

29
TOPOGRAFIA E SUAS RELAÇÕES
COM A CARTOGRAFIA
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TOPOGRAFIA E CARTOGRAFIA

A topografia tem por finalidade a determinação das dimensões


e contornos da superfície terrestre, desconsiderando a curvatura resul-
tante de sua esfericidade, através da medição de distâncias, direções
e altitudes. Essas informações são fundamentais para entender a mor-
fologia do terreno, seus impactos nas diferentes aplicações e de que
forma esses impactos podem ser minimizados.
Nesse sentido, a cartografia assume uma grande importância,
pois é ela que permite a associação das informações coletadas em es-
cala menores e sua articulação com as coordenadas geográficas.
Para que essas dimensões e contornos sejam levantadas, a topo-
grafia baseia-se na geometria aplicada baseada na imaginação de figuras
30
geométricas regulares ou irregulares geoespacializadas. Ou seja, quando
um levantamento topográfico é realizado, os dados e as características do
terreno são coletadas em forma de figuras geométricas, com suas dimen-
sões, perímetros e orientações (posições) e localizações geográficas. As
figuras geométricas básicas são compostas de ponto, linha e polígono.
O ponto é a menor unidade em uma figura geométrica, sendo
representada na topografia pelos pontos topográficos. Os pontos topo-
gráficos em um levantamento topográfico locação topográfica são mate-
rializados pelos piquetes, estacas, pregos, parafusos ou tinta de acordo
com a superfície.
A linha, que também pode ser chamada de alinhamento, é uma
figura geométrica formada pela união de vários pontos em uma mesma
reta. Em topografia, essa linha forma os lados de uma poligonal e é cha-
mada de alinhamento topográfico. O alinhamento topográfico é formado
por dois pontos topográficos.
Por exemplo, se imaginarmos um triângulo com vértices A, B e
C, teremos três alinhamentos em uma mesma direção (AB, BC, e CA) e
podemos ter mais três em outra direção (AC, CB e BA). Em um retângu-
lo, temos quatro alinhamentos em cada direção e, assim, por diante. A
união de dois ou mais alinhamentos formam as poligonais. Dois alinha-
mentos poderão formar uma poligonal aberta. Três em diante, poderão
formar poligonais abertas ou fechadas (planos).
Os polígonos são usados para definir tanto as poligonais topo-
gráficas quanto as do terreno ou da propriedade. As poligonais topográfi-
cas são construídas para auxiliar na obtenção das poligonais do terreno.

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As poligonais topográficas podem ser abertas ou fechadas,
podendo aparecer conjuntamente em um mesmo levantamento topo-
gráfico. As fechadas sempre possibilitam os cálculos dos erros angular
e linear, enquanto que as lineares também permitem calcular os erros,
porém são necessários os valores das coordenadas dos pontos inicial e
final deste tipo de poligonal.

A topografia utiliza muitos conceitos relacionados à ma-


temática básica aplicada, como a geometria plana, a geometria
analítica e a trigonometria para as transformações de leituras de
ângulos e distâncias realizadas em campo em coordenadas planas
e cálculo de áreas. Por isso, busque revisar estes conceitos por
meio de pesquisas na internet.
31
Os conceitos relacionados às poligonais, às linhas e aos pon-
tos são muito importantes para a realização dos levantamentos plani-
métricos e altimétricos, como veremos a seguir.

Planimetria

A planimetria é a parte da topografia que estuda o terreno a partir


de suas dimensões e coordenadas planimétricas sem observar o relevo
do terreno, já que ele é avaliado a partir de suas distâncias e dos ângulos
horizontais, da localização geográfica e da posição (orientação).
Dessa forma, para se obter um levantamento planimétrico, é
necessário levantar os ângulos e as distâncias topográficas.

Ângulos

A topografia é uma ciência que se fundamenta na trigonometria


e na geometria e, por isso, usa, de forma constante, os elementos geo-
métricos, ângulos e distâncias.
Com relação aos ângulos, eles podem ser classificados em (fi-
gura 2):

Figura 2: Os ângulos em topografia


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Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


32
A área da topografia que estuda o uso dos ângulos é cha-
mada de Goniologia. A abertura do ângulo é uma propriedade inva-
riante e é medida em radianos ou graus, e o instrumento utilizado
para a sua leitura é o goniômetro e, se possuir os fios estadimétri-
cos, chama-se teodolito. Esses instrumentos cumprem a mesma
função quando vamos medir um ângulo de uma figura impressa
por meio do transferidor.

Os ângulos horizontais topográficos são medidos no plano ho-


rizontal que está perpendicular ao eixo zênite-nadir a partir de um ponto
topográfico de uma determinada poligonal de acordo com o método a ser
empregado. O objetivo da medição é obter o ângulo entre dois alinhamen-
tos considerados e, portanto, ele é medido entre as projeções de dois ali-
nhamentos do local a ser levantado/locado, projetado no plano topográfico.
Dependendo da origem e das direções utilizadas para leitura,
os ângulos horizontais topográficos podem ser:
• diretos, que por sua vez são divididos em interno e externo;
• deflexões, que se subdivide em esquerda e direita; e
• de orientação que se subdivide em azimute e rumo.
Os ângulos verticais são medidos no plano vertical que está
paralelo ao eixo zênite-nadir a partir de uma origem escolhida pelo

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topógrafo para medição deste ângulo em um determinado lugar. De
acordo com o início de sua contagem, eles podem ser denominados de
ângulos zenitais, de inclinação e nadiral.
Os ângulos verticais zenitais são aqueles em que a contagem se
inicia no Zênite 0º, acima do instrumento e seguindo a direção da gravida-
de, até o nadir 180º, passando pelo centro do instrumento em direção ao
centro da Terra, seguindo a linha da gravidade (Coelho Neto et. al. 2014)

A maioria dos teodolitos utilizam o ângulo zenital como


seu ângulo vertical para evitar a mesma medida em direções dife-
rentes. Por exemplo: podemos ter 46º para o aclive e 46º para o de-
clive em ângulo vertical de inclinação, enquanto no ângulo vertical
zenital a mesma situação com as medidas serão 46º e 136º.
33
Os ângulos verticais de inclinação são aqueles que iniciam a sua
contagem no plano horizontal 0º e vão até o Zênite (90º) e em seguida até
o Nadir (90º), assumindo valores positivos no primeiro caso e negativos
no segundo. Já os ângulos verticais nadirais são aqueles que têm sua
origem no Nadir 0º e vão até o Zênite 180º (Coelho Neto et. al. 2014).
Para que os ângulos sejam utilizados de maneira correta nos le-
vantamentos topográficos, é preciso saber se orientar no espaço geográfi-
co e, consequentemente, essa orientação se reflete na planta topográfica.
Nesse sentido, podemos dizer que a orientação de plantas é
um ramo da topografia que permite determinar a posição exata de uma
poligonal ou de um alinhamento topográfico sobre a superfície terrestre
a partir do norte magnético ou verdadeiro (Coelho Neto et. al. 2014).

A origem da palavra orientação, ou seja, orientar-se, é deri-


vada da busca da direção do Oriente (Japão), local onde o sol nasce.
Os povos do Oriente eram bastante desenvolvidos e eram conside-
rados uma referência para os demais povos e, por isso, a parte Leste
do Globo representa o ponto primordial, a orientação mais confiável.

Para compreendermos os ângulos de orientação, é importante


que tenhamos alguns conceitos consolidados. O norte verdadeiro (NV),
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que também é denominado como o norte geográfico (NG), é um plano


que passa por um determinado ponto, na superfície terrestre, perpendi-
cular ao plano do Equador. Já o norte magnético (NM) refere-se ao pla-
no que passa por um ponto da superfície terrestre seguindo a direção
da agulha da bússola em um dado instante.
A declinação magnética é o ângulo horizontal formado entre os
planos do norte magnético e do norte geográfico. Dependendo da lo-
calização do ponto na Terra e da época de sua leitura, essa declinação
poderá ser ocidental, quando o NM estiver à esquerda do norte geográ-
fico; ou poderá ser oriental, quando o NM estiver à direita do geográfico;
ou ainda, poderá ser nula ou coincidente, quando o norte magnético
coincidir com o geográfico.

34
O norte verdadeiro é estável ao longo do tempo, ou seja,
não muda. Contudo, o norte magnético é dinâmico. O norte magné-
tico varia de época para época, aumentando seu ângulo em relação
ao norte verdadeiro em 10’ por ano, chegando até 25º em relação
ao norte verdadeiro, depois, ele começa a voltar no sentido inver-
so até chegar a 25º para outra direção. Essa dinâmica é provocada
pela grande quantidade de ferro fundido que se encontra no interior
da Terra, onde esse ferro está sempre em movimento, gerando um
campo magnético que provoca a alteração na declinação magnética.

A dinâmica do norte magnético é responsável pela formação


das linhas isogônicas e isopóricas.
As linhas isogônicas são linhas imaginárias que unem os pon-
tos da superfície terrestre que em um mesmo instante apresentam a
mesma declinação magnética. Já as linhas isopóricas são linhas ima-
ginárias que unem os pontos da superfície terrestre que possuem a
mesma variação anual de declinação magnética. Esses conceitos são
importantes para a compreensão e a manipulação dos ângulos de orien-
tação, que são o azimute e o rumo.
O azimute é o ângulo horizontal de orientação que tem sua ori-
gem no norte verdadeiro ou magnético até o alinhamento da poligonal

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


em questão, variando de 0º a 360º. Se o norte utilizado for o geográfico,
o resultado será um azimute geográfico; caso seja o norte magnético o
resultado será um azimute magnético.
O rumo é o menor ângulo horizontal de orientação, e é forma-
do pela orientação norte magnética, norte geográfica, sul magnética ou
sul geográfica até o alinhamento da poligonal em questão. Se o norte
e sul for geográfico, o resultado será um rumo geográfico; se o norte e
sul for magnético, o resultado será um rumo magnético. Esse ângulo de
orientação tem sua origem no norte ou sul, ou seja, onde estiver mais
próximo do alinhamento em questão até o alinhamento no sentido horá-
rio ou anti-horário, onde estiver mais próximo do alinhamento, variando
de 0º a 90º. A conversão de azimute para rumo e vice-versa é permitida.

35
Por variar de 0º a 90º, podem existir, por exemplo, 4 rumos
com 45º partindo de várias direções e, dessa forma, eles devem
informar os pontos colaterais: NE, SE, SO e NO. Assim, teremos:
45º NE, 45º SE, 45º SO e 45º NO, onde os rumos poderão variar de
0º a 90º (NE), 0º a 90º (SE), 0º a 90º (SO), 0º a 90º (NO). Além disso, é
importante observar que pode haver a necessidade de atualização
dos azimutes e dos rumos magnéticos de uma determinada poli-
gonal em função das mudanças que eles podem apresentar, sendo
esse processo chamado de aviventação.

Distâncias

As distâncias topográficas são elementos lineares fundamen-


tais, pois, para se caracterizar um terreno, é necessária a formação
de figuras geométricas através dos ângulos e das distâncias. As princi-
pais distâncias na topografia são a distância horizontal (DH), a distância
vertical (DV), a distância inclinada (DI) e a distância natural do terreno
(Dnatural) (Coelho Neto et. al. 2014).
A distância horizontal (DH) ou distância reduzida ou útil é uma
distância entre dois pontos situados em um plano horizontal e perpendi-
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cular ao eixo zênite-nadir.

A distância horizontal é considerada útil, pois é a partir


dela que pode ser desenvolvida a maioria dos usos e interesses
relacionados aos levantamentos de propriedade e terrenos, por
exemplo, para a construção de casas.
Imagine um terreno com uma declividade acentuada para
a construção de uma casa. Obviamente que a casa não será cons-
truída no plano inclinado, e, para isso, é importante a realização de
um corte no terreno para a construção da casa. Dessa forma, a dis-
tância inclinada não será utilizada, mas, sim, a distância reduzida
ou horizontal. O mesmo se aplica para outros usos, como o plantio
de árvores, criação de animais, entre outros.
36
A distância vertical (DV) refere-se a distância perpendicular à dis-
tância horizontal, ou ainda, paralela ao eixo zênite-nadir. Como distâncias
verticais, temos a diferença de nível, cota e altitude de pontos no terreno. A
distância inclinada (DI) é a distância em linha reta que une dois pontos em
que a DH e a DV sejam diferentes de zero. A distância natural do terreno
(Dnatural) é a distância que percorre naturalmente a superfície do terreno.
A obtenção das distâncias topográficas é de grande importân-
cia para os levantamentos topográficos e, por isso, a precisão e a exa-
tidão são essenciais. Ao longo do tempo, com a melhoria dos equipa-
mentos e dos métodos de medição, os erros passaram de métricos para
milimétricos e de minutos para segundos, nas medidas dos ângulos.
A precisão é obtida quando são realizadas diversas medidas,
cujos resultados demonstram valores próximos entre si, e quanto mais
próximos, mais precisão. A exatidão refere-se à proximidade dos valores
obtidos de uma medida com relação ao valor real dessa medida. Nesse
sentido, quanto mais próximos os valores obtidos estiverem do valor real
de uma medida, maior será a acurácia (Coelho Neto et. al. 2014).
As medições das distâncias podem ser divididas em medidas
estimativas, medidas diretas e medidas indiretas.
A medida por estimativa é feita por estimativa visual e apresenta
pouca exatidão, pois depende da acuidade visual e da experiência do to-
pógrafo ou mensurador. Este tipo de medida é interessante para um levan-
tamento inicial para se ter noção, por exemplo, do tamanho de uma área.
As medições diretas são aquelas em que não é necessária
a utilização de funções matemáticas para obtenção de determinada

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medida, podendo esta ser feita com instrumentos e métodos como o
passo médio, a trena, o hodômetro, entre outros. As medições indiretas
consistem nas medidas que requerem o uso de funções matemáticas
para a obtenção das distâncias. Elas podem ser divididas em medições
eletrônica e taqueométrica ou estadimétrica.
As medições indiretas eletrônicas são realizadas por instru-
mentos usam o laser para fazer as medições. A distância é calculada
através do tempo em que o laser leva para sair do equipamento e atingir
o prisma ou objeto. Os instrumentos mais comuns para obtenção das
distâncias de maneira indireta são a trena eletrônica e a Estação Total.
Já as medições por taqueometria ou estadimetria consistem na
determinação da distância horizontal entre um ponto e outro através de
um instrumento, que pode ser o teodolito e/ou nível de luneta, associa-
do ao acessório mira falante, através da relação entre as leituras dos
fios estadimétricos e os valores de constantes do instrumento.

37
Levantamento Planimétrico

Nesse sentido, o levantamento topográfico planimétrico pode


ser definido como o conjunto de vários procedimentos que buscam a
representação gráfica de um terreno através da obtenção de elementos
necessários, como ângulos, distâncias, localização geográfica e posi-
ção ou orientação, sem considerar o relevo.
O levantamento topográfico planimétrico pode ser dividido em
poligonação ou caminhamento; irradiação; ordenadas; interseção; e co-
ordenadas (Coelho Neto et. al 2014).

Antes de iniciar o levantamento, o técnico deve realizar o


reconhecimento do terreno e escolher a localização dos vértices
da poligonal. Após essa etapa, preparar um esboço do local e, as-
sim, decidir qual ou quais levantamentos topográficos planimétri-
cos poderão ser empregados, de modo a alcançar os objetivos que
foram determinados previamente.

A poligonação ou caminhamento baseia-se na utilização da ca-


minhada entre um vértice e outro, medindo-se os ângulos e as distân-
cias. No primeiro vértice, deve ser feita a leitura do azimute, pois o valor
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

obtido será utilizado no cálculo dos demais vértices. Por questão de


convenção, devido ao fato dos teodolitos antigos medirem somente no
sentido horário, convencionou-se ler os ângulos dos vértices no sentido
horário, visando o vértice anterior, zerando o ângulo horizontal e visan-
do-se o vértice posterior fazendo-se a leitura do ângulo no vértice em
que se encontra o teodolito.
A irradiação é um método de levantamento topográfico planimétri-
co que é recomendado para áreas menores e relativamente planas. O le-
vantamento é iniciado a partir de um vértice medindo-se a posição exata de
diversos objetos no levantamento através de ângulos e distâncias (coorde-
nadas polares) a partir de um ponto referencial. Para que o levantamento
seja preciso e representativo do terreno, pode-se combinar o caminhamen-
to ou poligonação e o método de irradiação, para se obter, respectivamen-
te, uma poligonal básica e o detalhamento dos objetos de interesse.

38
Você pode acompanhar na prática como são feitos os le-
vantamentos topográficos planimétricos de caminhamento e de
irradiação e a sua combinação através deste vídeo https://www.
youtube.com/watch?v=YPlFn6S-JyE .

As ordenadas consistem em um método de levantamento onde


são levantados os alinhamentos curvos, atuando também como auxiliar
ao método do caminhamento ou poligonação. O método baseia-se em
traçar um alinhamento auxiliar e, a partir dele, levantar tantas ordena-
das quantas forem necessárias para a representação do alinhamento
de interesse (Coelho Neto et al. 2014).
A interseção ou também denominada de método de coordenadas
bipolares consiste na determinação de uma linha base com comprimento
conhecido a partir de 2 pontos, distantes no mínimo 50 metros um do outro,
com a instalação do instrumento em cada um deles para a obtenção dos
valores de dois dos ângulos, sendo o último calculado pela Lei dos senos.
Esse método, portanto, deve ser utilizado em áreas reduzidas, com a pre-
sença de vértices em áreas inacessíveis, íngremes, alagadas, entre outros.

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


Para saber como os cálculos referentes ao levantamento pla-
nimétrico por interseção são realizados, veja neste vídeo e amplie o
seu conhecimento https://www.youtube.com/watch?v=b-ZxshiNQ7U.

O levantamento planimétrico feito por coordenadas consiste na


criação de um plano cartesiano e a atribuição de pelo menos dois pontos
de apoio de coordenadas conhecidas. Em um dos pontos é instalado o
instrumento e determina-se a distância horizontal pela lei dos senos, e,
no outro ponto, coloca-se o bastão para que seja feita uma amarração
que servirá de referência para o instrumento. Esse tipo de levantamento é
muito usado quando se utiliza a Estação Total (Coelho Neto et. al. 2014).

39
O processo inverso do levantamento topográfico planimé-
trico é a locação planimétrica, cujo procedimento é mais demorado
e caro, já que primeiro é necessário ter os dados referentes ao le-
vantamento topográfico. Além disso, também deve ter a represen-
tação gráfica do terreno em escala adequada para que as informa-
ções coletadas possam ser modificadas para que suas alterações
sejam projetadas nas plantas e, assim, fazer a locação topográfica.

Após o levantamento topográfico, é necessária a realização de


dois procedimentos. O primeiro está relacionado à verificação dos erros
que podem ocorrer durante o levantamento. Apesar dos erros, é possí-
vel corrigi-los se eles estiverem dentro de um nível de tolerância, isto é,
os dados medidos em campo podem ser ajustados, corrigindo primeiro
os erros angulares e em seguida os lineares (Coelho Neto et. al 2014).
Outro procedimento refere-se ao cálculo da área da poligonal.
Em áreas onde as poligonais apresentam formatos irregulares, como é
o caso da maioria dos terrenos, devem ser usados os processos analí-
ticos, gráficos, computacionais e mecânicos. Quando a poligonal apre-
senta um formato mais regular ou de uma figura geométrica conhecida,
utiliza-se o processo direto para a medição de área.
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

Altimetria

A altimetria é a área da topografia que estuda uma porção qual-


quer de terreno sobre uma superfície plana, mas que considera o relevo
em sua análise. Ou seja, refere-se às distâncias verticais, às diferenças
de nível, às cotas e altitudes e às distâncias verticais que formam o
relevo de um determinado local. Nesse sentido, o levantamento topo-
gráfico altimétrico trata da obtenção de plantas, cartas ou mapas tridi-
mensionais, pois o relevo é considerado, diferentemente do que ocorre
no levantamento planimétrico, que é bidimensional.
Antes da realização do levantamento topográfico, é importante
compreender sobre as distâncias verticais, que são utilizadas para a
obtenção dos valores altimétricos e para a representação do relevo, que
são a cota, a altitude e a diferença de nível.
A cota ou a cota relativa consiste na distância vertical compre-
endida entre um ponto qualquer da superfície terrestre e um plano de
40
referência qualquer, que consiste em um plano arbitrado com cota inicial
atribuída pelo topógrafo.
A altitude ou a cota absoluta refere-se a distância vertical com-
preendida entre um ponto qualquer da superfície terrestre e o nível mé-
dio dos mares em repouso que se prolonga sob os continentes (Coelho
Neto et. al. 2014). Ainda, a altitude é chamada de cota absoluta devido
à localização de dois pontos em lugares distintos, mas apresentam os
mesmos valores de altitude e de altura já que a superfície de compara-
ção é a mesma, que é o nível do mar.

O nível das marés é registrado de forma contínua pelo


marégrafo ou mareógrafo, que registra os níveis máximo, médio
e mínimo em um determinado ponto da costa, cujo produto final
que pode ser diário, mensal ou anual é apresentado na forma de
gráfico, chamado de maregrama. Através dos resultados do ma-
regrama, define-se o marco altimétrico, ou seja, onde a altitude é
igual a zero de uma determinada região da superfície terrestre. No
Brasil, o datum vertical ou origem das altitudes está localizado na
cidade portuária de Imbituba – SC.

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


Em topografia, a representação do relevo ocorre por meio dos
pontos cotados, das curvas de nível, da representação em perfil, da se-
ção transversal, da modelagem numérica do terreno, da vetorização, da
graduação colorimétrica, entre outras (Coelho Neto et. al. 2014).

Pontos Cotados

Os pontos cotados consistem nos pontos que são espacialmente


distribuídos em um plano, representados de forma gráfica e que exprimem
as altitudes e as cotas que foram levantadas de determinado terreno.

Curvas de Nível

As curvas de nível são linhas imaginárias que representam a


mesma cota ou altitude sendo equidistantes entre si e simbolizando o
relevo um determinado local. É denominada de curva, pois, normalmen-
41
te, os terrenos naturais tendem a ter uma certa curvatura devido ao
desgaste natural promovido pelos processos erosivos e pela ação da
dinâmica supeficial não apresentando arestas e cuja projeção ortomé-
trica resulta em uma curva.

Para visualizar como as curvas de nível são representadas,


de forma a retratarem o relevo de um determinado terreno, bem
como as operações relacionadas a elas para que você possa exe-
cutar o levantamento planimétrico, assista a este vídeo https://www.
youtube.com/watch?v=wN_hju1IMZ0 e amplie o seu conhecimento.

Perfis Topográficos

Os perfis topográficos consistem em uma representação gráfica


do relevo de um lugar para que possa ser visualizado de maneira lateral
em escala horizontal e em escala vertical, sendo resultantes da interse-
ção de linhas dos planos verticais com a superfície do terreno. Em topo-
grafia, os perfis podem ser logitudinais e transversais (seção transversal).
O perfil longitudinal é caracterizado por um corte efetuado de
modo longitudinal no eixo principal do projeto no mesmo sentido e com a
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

mesma referência (distância) de estaqueamento (Coelho Neto et. al 2014).

Seção Transversal

A seção transversal também constitui uma forma de representa-


ção do relevo através da visualização frontal e/ou perpendicular ao perfil
longitudinal de um determinado local. Ou seja, a seção transversal cor-
responde a um corte efetuado paralelamente ao eixo principal do projeto.

Para visualizar como são feitos os perfis longitudinais e


as seções transversais para um levantamento topográfico altimé-
trico, assista a este vídeo https://www.youtube.com/watch?v=sYs-
42
6cXiHnWE e amplie o seu conhecimento.

Outros Métodos

A modelagem numérica do terreno consiste em um modelo ma-


temático do terreno, onde a partir de uma determinada origem e para
cada ponto do terreno uma coordenada x, y e z que resulta em uma
visualização tridimensional do terreno.
A vetorização consiste no uso de setas (vetores) que apontam
para os locais mais baixos do terreno onde o escoamento de água é dire-
cionado e, dessa maneira, separa-se os setores mais elevados do terreno.
A graduação colorimétrica altimétrica refere-se à representa-
ção do relevo a partir de programas topográficos onde são indicadas as
áreas mais altas, intermediárias e baixas através das cores.

Nivelamento Topográfico

O nivelamento topográfico refere-se a um conjunto de opera-


ções que devem ser realizadas para a obtenção das diferenças de nível
no terreno com o intuito de determinar ou calcular as altitudes e as cotas
do terreno.
Para a obtenção do nivelamento, podem ser utilizados diversos
instrumentos e metodologias, possibilitando a representação do rele-

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


vo de uma determinada área. Com relação aos instrumentos, entre os
principais podemos citar o nível de luneta; o teodolito; o nível de man-
gueira; o jogo de réguas; a estação total; o GNSS e o barômetro. É im-
portante observar que cada instrumento apresenta um grau de exatidão
que pode interferir no resultado final do levantamento. Nesse sentido, é
relevante escolher o instrumento de acordo com a exatidão exigida por
cada projeto, tamanho da área a ser levantada, entre outros.
Com relação aos métodos para a realização de nivelamentos
topográficos, eles podem ser barométrico; por satélites; trigonométrico
e geométrico (Coelho Neto et. al. 2014).
As medições de altitude através do barômetro consistem no
princípio baseado no peso do ar aplicando uma determinada pressão
no instrumento, que é calculada multiplicando-se a altura da coluna de
mercúrio pela densidade do mercúrio e pela aceleração da gravidade.
Nesse sentido, quanto mais alto é o terreno menor será a pressão e
maior será a altitude; e quanto mais baixo for o terreno, maior será a
pressão e, consequentemente, menor a altitude.
43
De acordo com a experiência de Torricelli e considerando
que no nível do mar a atmosfera exerce pressão de 1 atm e que cor-
responde a 760 mmHg (milímetros de mercúrio), ficou comprovado
que para cada 1 mm deslocado no tubo de um barômetro ocorre uma
variação de cerca de 10 m de altura no terreno com relação ao nível
do mar. Portanto, quando há subida no terreno, a coluna de mercúrio
desce, e, quando se desce no terreno, a coluna de mercúrio sobe.

As medições de altitude por satélites, especialmente as me-


dições realizadas pelos Sistemas Globais de Navegação por Satélite
(em inglês GNSS - Global Navigation Satellite System), são baseadas
na utilização de tecnologias que permitem a localização espacial do re-
ceptor em qualquer parte da superfície terrestre. Nesse sentido, através
do GNSS, é possível obter os valores de altitude para um determinado
local onde o receptor esteja localizado.
O nivelamento trigonométrico consiste na obtenção das dis-
tâncias verticais por meio da trigonometria, através de medição com
equipamentos como teodolitos e estações totais.
O nivelamento também consiste na obtenção das distâncias ver-
ticais, entretanto utiliza-se o instrumento chamado nível de luneta, que
é muito preciso, cujo funcionamento baseia-se em visadas horizontais
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sucessivas nas miras verticalizadas, obtendo-se as distâncias verticais.

44
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconô-
micos – FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Camboriú Prova:
FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - Fiscal de Obras –
2023 Nível: Superior
Em Locação de obra é o processo de transferência dos elementos
do projeto de uma edificação para o terreno em que será realizada
a obra. A realização da transferência é iniciada tendo um ponto
referencial conhecido, que normalmente é obtido a partir de levan-
tamentos topográficos.
Assinale a alternativa que indica corretamente a denominação dada
ao conjunto de pontos materializados no terreno, com suas alturas
referidas a uma superfície de nível arbitrária ou ao nível médio do
mar que serve de base altimétrica para o levantamento topográfico.
a) Apoio topográfico altimétrico
b) Apoio topográfico planimétrico
c) Apoio geodésico planialtimétrico
d) Apoio geodésico planimétrico
e) Apoio geodésico altimétrico

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: Fundação de Apoio à Educação e ao desenvol-
vimento Tecnológico do RN – FUNCERN Órgão: Prefeitura de Bom

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Jesus Prova: FUNCERN - Prefeitura de Bom Jesus - Técnico Agrí-
cola – 2023 Nível: Médio
Sabendo que a topografia pode ser dividida em planimetria, altime-
tria e planialtimetria, é correto afirmar:
a) a altimetria atua no plano horizontal, consiste em obter os ângulos e
as distâncias horizontais para a determinação das projeções dos pontos
do terreno para representação no plano topográfico.
b) a planimetria consiste na obtenção das diferenças de níveis em rela-
ção ao terreno, no plano vertical.
c) a altimetria compreende o conjunto de operações necessárias para a
determinação de pontos e feições do terreno que serão projetados sobre
um plano horizontal de referência através de suas coordenadas x e y.
d) a planimetria consiste na obtenção de ângulos e das distâncias hori-
zontais para determinar a projeção do ponto no plano topográfico.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecno-
45
logia do Tocantins – IFTO Órgão: IFTO Prova: IFTO - IFTO - Profes-
sor EBTT - Área Agropecuária / Agronomia com ênfase em Agricul-
tura – 2023 Nível: Superior
No desenho topográfico são realizados estudos dos processos de
medição de distâncias, ângulos e desníveis e que representam:
a) o rumo e a altimetria (medidas verticais).
b) a planimetria (medidas verticais) e a altimetria (medidas horizontais).
c) a planimetria (medidas verticais) e as curvas de nível.
d) a planimetria (medidas horizontais) e a altimetria (medidas verticais).
e) a planimetria (medidas horizontais) e o relevo.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: Instituto Access - Instituto de Acesso à Educa-
ção, Capacitação Profissional e Desenvolvimento Humano Órgão:
Instituto Access - Instituto de Acesso à Educação, Capacitação
Profissional e Desenvolvimento Humano Prova: Técnico - Área:
Agropecuária – 2023 Nível: Superior
Curvas de nível são isolinhas de altitude, ou seja, linhas que repre-
sentam todos os pontos do terreno de mesma altitude e constituem
a forma mais utilizada para representação do relevo nas cartas to-
pográficas. Nesse contexto, em relação às principais característi-
cas das curvas de nível, assinale a afirmativa incorreta.
a) As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si.
b) Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma
elevação.
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

c) Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d'água em forma


de "V", com o vértice apontando para a foz.
d) Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma.
e) As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos
d'água ou despenhadeiros.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: Universidade de Blumenau – FURB Órgão: Pre-
feitura de Timbó Prova: FURB - Prefeitura de Timbó - Engenheiro
Civil – 2023 Nível: Superior
Sobre curva de nível, assinale a alternativa correta:
a) Equidistância da curva de nível é o nome dado à distância horizontal
constante entre as linhas imaginárias formadoras das curvas de nível.
b) Quanto maior for a equidistância, melhor será representado o relevo.
c) As curvas de nível, em terrenos naturais, são compostas de curvas
bruscas e ângulos vivos.
d) As curvas de nível jamais se encontram, pois, essas linhas imaginá-
46
rias possuem altitudes diferentes.
e) Quanto mais próximas umas das outras, isso significa que o relevo é
mais plano.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A topografia basicamente trabalha com os levantamentos topográficos,
que são divididos em levantamentos planimétricos e levantamentos al-
timétricos. Defina cada um desses levantamentos e cite um exemplo
prático de sua aplicação.

TREINO INÉDITO
O ângulo formado entre o alinhamento e a direção norte-sul tendo
como origem a direção norte ou sul e com grandeza variável entre
0° e 90, é um:
a) Rumo.
b) Azimute.
c) Deflexão.
d) Ângulo horário.
e) Ângulo anti-horário.

NA MÍDIA
PONTO DE PARTIDA PARA UM NOVO PAÍS, BRASÍLIA COMPLETA
60 ANOS
Embora a capital do Brasil tenha sido inaugurada há 60 anos, em 21 de
abril de 1960, a ideia de Brasília, como também o seu nome, nasceu

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


em 1823, pouco após a independência do Brasil. Já naquela época, um
conselheiro imperial propôs a mudança da capital para a então provín-
cia de Goiás, no centro do país.
O projeto, porém, teve que esperar mais de um século para se tornar
realidade. Em meados dos anos 1950, uma comissão determinou com
precisão a localização de Brasília e um novo presidente, Juscelino Ku-
bitschek, cujo lema da campanha eleitoral foi fazer o Brasil avançar "50
anos em cinco", iniciou sua construção.
Fonte: DW
Data: 21 abril. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://www.dw.com/pt-br/ponto-de-parti-
da-para-um-novo-pa%C3%ADs-bras%C3%ADlia-completa-60-a-
nos/a-53191539

NA PRÁTICA
Os levantamentos topográficos são de grande importância para a maio-
ria dos projetos de engenharia. Por exemplo, em obras para a cons-
47
trução de rodovias, a topografia é extremamente útil para delimitar os
limites e as divisas. Nesse sentido, os levantamentos oferecem informa-
ções sobre os limites do domínio municipal, estadual ou federal ou ainda
de ordem particular para que as providências relacionadas a desapro-
priação e outras autorizações que sejam necessárias sejam solicitadas.
Além disso, a definição dos pontos e poligonais também tem por função
georreferenciar aquela porção do espaço geográfico, de forma que as
obras ou qualquer outra intervenção possa ser acompanhada através
de imagens de satélites e outros recursos a distância.

PARA SABER MAIS


Vídeo sobre o assunto: Como converter de azimute para rumo
Acesse os links https://www.youtube.com/watch?v=uAv8ODtwU7U
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48
TOPOGRAFIA, GEODÉSIA E
GEOPROCESSAMENTO

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


TOPOGRAFIA E GEODÉSIA

A topografia tem por objetivo a representação da superfície ter-


restre em um plano horizontal de referência. Mas, sabemos que, ao
tratar a superfície da Terra como algo plano, pode acarretar em erros
relacionados à precisão e à veracidade do modelo de superfície gerado
em um levantamento topográfico.
Como a topografia busca representar uma porção da superfície
terrestre de forma plana, ela desconsidera, teoricamente, a curvatura
da superfície terrestre no momento do levantamento. Quando são tra-
balhadas pequenas distâncias de até 30km, os erros observados são
muito pequenos e podem ser desconsiderados. Entretanto, a partir de
30km a deformação torna-se mais sensível e passa a influenciar nas
49
medidas necessárias ao levantamento.
Nesse sentido, a Geodésia, através dos recursos de trigono-
metria e geometria esféricas e dos processos e equipamentos, pode
determinar com precisão as coordenadas dos vértices dos triângulos
presentes nas malhas triangulares que se justapõem ao elipsoide de
revolução. A atuação da topografia é no detalhamento das malhas trian-
gulares, onde a abstração da curvatura terrestre se apresentaria em um
erro admissível e administrável.

A Geodésia é a ciência que estuda a forma e as dimensões


da Terra, a posição de pontos sobre sua superfície e a modelagem
do campo de gravidade.

Dessa forma, a Geodésia objetiva o estudo da forma e das


dimensões da Terra por meio de representações da superfície terrestre
através de mapas e cartas geográficas. Para que essas representações
sejam feitas, a Geodésia considera a superfície da Terra como um elip-
soide de revolução ou mesmo uma esfera, de forma que a posição dos
pontos é determinada pela trigonometria esférica.
Entretanto, o homem precisa representar de forma mais de-
talhada porções do espaço geográfico, ou seja, superfícies menores,
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

onde não é necessário considerar a forma da Terra e, por isso, as posi-


ções dos pontos são determinadas por geometria e trigonometria plana.
Para alguns autores, a Geodésia está dividida em três ramos:
Geodésia Física, Geodésia Geométrica ou Matemática e Geodésia por
satélites. A Topografia, neste cenário, estaria incluída na Geodésia Geo-
métrica, e utilizaria os mesmos métodos e instrumentos para determinar
as características das porções da superfície terrestre.
Entretanto, a Geodésia também pode ser dividida em:
• Geodésia superior ou Geodésia teórica, que corresponderia a
Geodésia Física e Matemática, que tem por objetivo determinar e repre-
sentar a figura da Terra em termos globais.
• Geodésia inferior ou geodésia prática: que equivaleria a Ge-
odésia por satélite, que agora seria representada pela topografia em
virtude do avanço das tecnologias.
Um dos principais objetivos da topografia é a determinação das
coordenadas relativas de pontos. Para que isso seja possível, é im-
portante que essas coordenadas sejam expressas em um sistema de
50
coordenadas, cujos parâmetros são determinados pelos sistemas de
coordenadas e pela geodésia.

Sistema de Coordenadas Topográficas

A topografia utiliza os sistemas de coordenadas retangulares,


que corresponde ao ponto vertical, no ponto de estação do teodolito,
que é materializado pelo fio de prumo ou pelo prumo óptico do instru-
mento, e que define o eixo Z do sistema ortogonal.
Se corresponder ao plano horizontal, onde se encontram os eixos
X e Y e onde esse plano horizontal é perpendicular a vertical, e estabe-
lecido a uma distância arbitrada, podemos dizer que em uma direção Y,
que coincida com a do meridiano geográfico, significa que o sistema está
referenciado ao norte verdadeiro ou geográfico. Mas, se o eixo Y estiver
alinhado à direção da bússola no instante da observação, então o sistema
estará referenciado com o norte magnético; e, se o eixo Y coincidir com
uma direção arbitrária, o sistema estará referenciado a um norte arbitrário.

Sistemas de Coordenadas Cartesianas

Quando posicionamos um ponto em um espaço qualquer, na


verdade, estamos atribuindo uma localização a ele, o que implica em
dizer que estamos atribuindo uma coordenada. Para que este ponto
seja localizado, a coordenada deve estar referenciada a um sistema de

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


coordenadas que inserem esta localização em contextos bidimensio-
nais e tridimensionais.
No contexto bidimensional, são utilizados os sistemas de coorde-
nadas cartesianas que consistem em um sistema de eixos ortogonais no
plano, constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si,
onde a origem deste sistema é o cruzamento dos eixos X e Y. Nesse sis-
tema, um ponto é definido através de uma coordenada denominada abs-
cissa, ou coordenada X e outra denominada ordenada ou coordenada Y.
No contexto tridimensional, o sistema de coordenadas carte-
sianas retangulares é caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y,
Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares,
as quais se interceptam em um único ponto, denominado de origem. A
posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas
coordenadas cartesianas retangulares (x, y, z) (Figura 3).

51
Figura 3: Coordenadas cartesianas.

Fonte: Veiga et. al., 2012.

De acordo com a posição da direção positiva dos eixos, um


sistema de coordenadas cartesianas pode ser dextrogiro ou levogiro
(Veiga et. al. 2012). O sistema dextrogiro é aquele onde um observador
situado no semieixo OZ vê o semieixo OX coincidir com o semieixo OU,
através de um giro de 90° no sentido anti-horário. Já o sistema levogiro
é aquele em que o semieixo OX coincide com o semieixo OU, através
de um giro de 90°, no sentido horário (Figura 4).

Figura 4: Sistema de coordenadas cartesianas dextrogiro e levogiro.


TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Veiga et. al., 2012.

Sistemas de Coordenadas Esféricas

O sistema de coordenadas esféricas consiste em um ponto do


espaço tridimensional que pode ser determinado pelo afastamento r en-
tre a origem do sistema e o ponto R considerado, pelo ângulo b formado
52
entre o segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy e
pelo ângulo a que a projeção do segmento OR sobre o plano xy forma
com o semieixo OX. Ainda, as coordenadas esféricas de um ponto R
são dadas por (r, a, b). (Figura 5).

Figura 5: Sistema de coordenadas esféricas

Fonte: Veiga et. al. 2012.

O sistema de coordenadas esféricas é sobreposto a um siste-


ma de coordenadas cartesianas, onde o ponto R, determinado pelo ter-
no cartesiano (x, y, z) pode ser expresso pelas coordenadas esféricas
(r, α, β), sendo o relacionamento entre os dois sistemas obtido por um
vetor posicional, calculado através de relações entre seno e cosseno.

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


Superfícies de Referência

A superfície terrestre é muito irregular e, devido a essa carac-


terística, existe uma diversidade de modelos para a sua representação
que apresentam uma natureza mais simples, regular e geométrica, de
forma a se aproximar ao máximo possível do formato real para a reali-
zação dos cálculos. Os modelos são o esférico, o elipsoidal, o geoidal e
o plano, onde cada um possui uma aplicação.
O modelo esférico considera a Terra como um elemento as-
tronômico, onde o sistema de localização, isto é, de coordenadas, são
expressas através da latitude e da longitude astronômicas. A latitude
astronômica refere-se ao arco de meridiano contado desde o equador
até o ponto considerado, sendo, por convenção, positiva no hemisfério
Norte e negativa no hemisfério Sul. Já a longitude astronômica consiste
no arco de equador contado desde o meridiano de origem (Greenwich)
53
até o meridiano do ponto considerado. Por convenção, a longitude varia
de 0º a +180º no sentido leste de Greenwich e de 0º a -180º por oeste
de Greenwich (Veiga et. al 2012).
O modelo elipsoidal é adotado pela Geodésia como o elipsoi-
de de revolução. O elipsoide de revolução ou biaxial pode ser definido
como uma figura geométrica gerada pela rotação de uma semi-elipse
(geratriz) em torno de um de seus eixos (eixo de revolução); se este
eixo for o menor, a elipse resultante é achatada (elipsoide achatado).
As coordenadas geodésicas elipsoidais de um ponto sobre o
elipsoide correspondem a latitude e a longitude geodésicas. A latitude
geodésica refere-se ao ângulo formado com a normal junta a projeção
no plano do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul.
A longitude geodésica consiste no ângulo diedro formado pelo meridia-
no geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P, sendo positivo para
Leste e negativo para Oeste.

No Brasil, o atual Sistema Geodésico Brasileiro (SIR-


GAS2000 - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas)
adota o elipsoide de revolução GRS80 (Global Reference System
1980), cujos semieixo maior e achatamento são: a = 6.378.137,000m
e f = 1/298,257222101.
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra,


e trata-se de uma superfície irregular e com grande complexidade mate-
mática, sendo definida a partir dos dados referentes ao nível médio dos
mares em repouso, prolongado através dos continentes.
O geoide é uma superfície equipotencial do campo da gravida-
de ou da superfície de nível, utilizado como referência para as altitudes
ortométricas (distância contada sobre a vertical, do geoide até a super-
fície física) no ponto considerado.
As linhas de força ou linhas verticais são perpendiculares a
essas superfícies equipotenciais e materializadas, enquanto que a reta
tangente à linha de força em um ponto representa a direção do vetor
gravidade neste ponto, e também é chamada de vertical.
O modelo plano é o mais simples e o mais utilizado pela topogra-
fia, e que considera a porção da superfície terrestre estudada como sen-
do plana. É importante lembrar que esta simplificação pode ser utilizada
dentro de certos limites, em decorrência dos erros que pode apresentar, e
54
de acordo com as recomendações da NRB 13133, Execução de Levanta-
mento Topográfico, que regulamenta o levantamento topográfico.
De acordo com as normas que regulamentam o levantamento
topográfico, o as características do sistema de projeção utilizado são
(NBR, 1994):
• As projetantes são ortogonais à superfície de projeção, o que
significa que o centro de projeção localizado no infinito.
• A superfície de projeção é um plano normal a vertical do lugar no
ponto da superfície terrestre, considerado como origem do levantamento,
sendo seu referencial altimétrico o referido Datum vertical brasileiro.
• As deformações máximas aproximadas inerentes à desconsi-
deração da curvatura terrestre e à refração atmosférica são:

Dl (mm) = - 0,001 l3 (km)


Dh (mm) = + 78,1 l2 (km)
Dh´(mm) = + 67 l2 (km)

Onde:
Dl = deformação planimétrica devida à curvatura da Terra,
em mm.
Dh = deformação altimétrica devida à curvatura da Terra,
em mm.
Dh´ = deformação altimétrica devida ao efeito conjunto da
curvatura da Terra e da refração atmosférica, em mm.
l = distância considerada no terreno, em km.

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


• O plano de projeção tem a sua dimensão máxima limitada a
80 km, a partir da origem, de maneira que o erro relativo, decorrente da
desconsideração da curvatura terrestre, não ultrapasse 1:35000 nesta
dimensão e 1:15000 nas imediações da extremidade desta dimensão.
• A localização planimétrica dos pontos, medidos no terreno e
projetados no plano de projeção, se dá por intermédio de um sistema de
coordenadas cartesianas, cuja origem coincide com a do levantamento
topográfico;
• O eixo das ordenadas é a referência azimutal, que, depen-
dendo das particularidades do levantamento, pode estar orientado para
o norte geográfico, para o norte magnético ou para uma direção notável
do terreno, julgada como importante.
• Uma vez que a topografia busca representar um conjunto de
pontos no plano, é necessário estabelecer um sistema de coordenada
cartesianas para a representação deles. Este sistema pode ser caracte-
rizado da seguinte forma:
- Eixo Z: materializado pela vertical do lugar (linha materializa-
55
da pelo fio de prumo);
- Eixo Y: definido pela meridiana (linha norte-sul magnética ou
verdadeira); ou ainda, em alguns casos, pode ser definido por uma dire-
ção que seja de destaque no terreno, como uma rua.
- Eixo X: sistema dextrogiro (formando 90º na direção leste).
Ainda, deve-se observar o efeito da curvatura nas distâncias
da altimetria, sendo este feito maior na altimetria que na planimetria.

Para se aprofundar e saber mais sobre os sistemas de re-


ferência terrestre, leia o artigo Conceitos Fundamentais Usados no
Posicionamento Terrestre, disponível no endereço:
https://www.researchgate.net/profile/Mauricio_Veronez/
publication/268361052_Conceitos_Fundamentais_Usados_no_Po-
sicionamento_Terrestre/links/552c14800cf2e089a3acc339/Concei-
tos-Fundamentais-Usados-no-Posicionamento-Terrestre.pdf

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO

Até a década de 70, as dificuldades técnicas para a análise de


dados e de sua representação, através de desenhos manuais, impediam
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

que as relações entre as diversas informações levantadas no campo fos-


sem realizadas. Dessa forma, o resultado de muitos levantamentos não era
aproveitado em sua totalidade, gastando-se tempo e recursos financeiros
para compreender melhor uma determinada porção do espaço geográfico.
A partir da segunda metade do século XX, ocorreram grandes
avanços nas áreas de computação e sistemas de informação, as quais
colaboraram para a representação de elementos geográficos no meio
computacional, criando-se, assim, as expressões Geographic Infor-
mation System (GIS) ou Sistema de Informações Geográficas (SIG) e
Computer Aided Design (CAD) ou Desenho Assistido por Computador.
A topografia tem por objetivo a representação de uma pequena
parte da superfície terrestre em uma escala apropriada, e é realizada
a partir do levantamento topográfico, que se constitui na medição de
ângulos, distâncias, cotas e desníveis a partir de um posicionamento
geográfico em um determinado terreno de interesse (Veiga et. al. 2012).
Os levantamentos topográficos são divididos em levantamen-
tos planimétricos (planimetria) e levantamentos altimétricos (altimetria).
56
A planimetria trata dos levantamentos e grandezas relacionadas ao pla-
no horizontal, enquanto que a altimetria está relacionada as grandezas
que compõem o plano vertical. Entre os principais instrumentos, mais
modernos e utilizados para a aquisição dessas medidas, estão o teodo-
lito, o nível (ótico ou a laser), a Estação Total e o GNSS.
Após a realização dos levantamentos planimétricos e altimétri-
cos em campo, são iniciadas as etapas de processamento e análise dos
dados coletados. O resultado dessa análise são a geração de mapas
altimétricos, curvas de nível, perfil do terreno, modelo tridimensional,
ajuste de curvas (vertical ou horizontal), entre outros, que contribuirão
para a caracterização do terreno, o entendimento de sua dinâmica e as
intervenções necessárias para a sua utilização. Todos esses elementos
podem ser obtidos através dos mapas gerados pelos SIGs, que, por
meio de softwares específicos para processamento de dados topográfi-
cos, os SIGs armazenam os dados geográficos e os tratam através de
análises matemáticas e computacionais, transformando-os em informa-
ções espaciais de forma ágil e com grande precisão.

Os sistemas de informação geográfica podem ser defini-


dos como sistemas computacionais capazes de capturar, arma-
zenar, consultar, manipular, analisar, exibir e imprimir dados refe-

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


renciados espacialmente sobre/sob a superfície terrestre, os quais
podem ser representados através de camadas vetoriais e matri-
ciais sobrepostas umas às outras geograficamente, permitindo a
análise integrada de diversos elementos.

Neste sentido, os sistemas de informação geográfica, a partir de


ferramentas conceituais e bancos de dados, criam um modelo de dados
para representar a realidade geográfica que se deseja materializar. Ou
seja, esse conjunto de operações representa um processo de modelagem.
O processo de modelagem se refere a uma maneira de ma-
terializar o mundo real em outros domínios, ou seja, as camadas que
compõem o mundo real podem ser estudadas de diversas maneiras, de
modo que se possa extrair as informações de diversas naturezas para
infinitas apicações.
No processo de modelagem, os domínios são divididos em uni-
versos, que são (Câmara et. al. 2001) :
• O universo do mundo real, que inclui as entidades da realida-
57
de a serem modeladas no sistema.
• O universo matemático (conceitual), que inclui uma definição
matemática (formal) das entidades a serem incluídas no modelo.
• O universo de representação, onde as diversas entidades for-
mais são mapeadas para representações geométricas.
• O universo de implementação, onde as estruturas de dados
e algoritmos são escolhidas de acordo com a capacidade de processa-
mento, para serem codificados.
Cada um desses domínios, portanto, contribuem na análise de
problemas em diversas áreas do conhecimento, a partir da unificação
e da análise dos dados coletados em sistemas de geoprocessamento
(Câmara et. al. 2001):
• no universo do mundo real, encontram-se os fenômenos a
serem representados, como os tipos de solo, o cadastro urbano e rural,
dados geofísicos e topográficos;
• no universo matemático, pode-se distinguir entre as grandes
classes formais de dados geográficos (dados contínuos e objetos indivi-
dualizáveis) e especializar estas classes nos tipos de dados geográficos
utilizados comumente (dados temáticos e cadastrais, modelos numéri-
cos de terreno, dados de sensoriamento remoto);
• no universo de representação, as entidades formais definidas
no universo conceitual são associadas a diferentes representações geo-
métricas, que podem variar conforme a escala e a projeção cartográfica
escolhida e a época de aquisição do dado. Aqui, distingue-se entre as
representações matricial e vetorial, que podem ainda ser especializadas;
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

• o universo de implementação é onde ocorre a realização do mo-


delo de dados, através de linguagens de programação. Neste universo,
escolhem-se as estruturas de dados (tais como árvores quaternárias e ár-
vores-R) para implementar as geometrias do universo de representação.
Os levantamentos topográficos podem contribuir com muitas
informações para os diversos domínios que compõem um processo de
modelamento, onde são utilizados os sistemas de geoprocessamento.
Através dos dados coletados, é possível materializar as características
do mundo real através de mapas temáticos, mapas cadastrais, redes,
imagens, e modelos numéricos de terreno.
Os mapas temáticos referem-se aos produtos cartográficos onde
há uma distribuição espacial de uma grandeza geográfica, expressa de
forma qualitativa, como os mapas de solos, onde os limites não, necessa-
riamente, precisam ser exatos. Neste caso, a topografia contribui na delimi-
tação geral dos domínios do solo, por exemplo, mas sem a necessidade da
existência de pontos exatos, exceto quando são estudos de detalhe.

58
Para se aprofundar e entender como a topografia pode con-
tribuir na construção de modelos e de mapas temáticos, leia o artigo
“Abordagem sistemática de projeto cartográfico para a análise da
qualidade ambiental de bacia hidrográfica, disponível no endereço:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/234356/30308

Os mapas cadastrais utilizam para a sua representação diver-


sos elementos ou objetos geográficos que possuem atributos e pode
estar associado a várias representações gráficas. Como exemplo, po-
demos pensar que os lotes de uma cidade são elementos do espaço ge-
ográfico, e que possuem atributos como proprietário, localização, valor
venal, IPTU devido, e que podem ter representações gráficas diferentes
em mapas de escalas distintas. Esses atributos precisam de uma loca-
lização mais exata, onde a topografia também pode atuar e gerar diver-
sas informações para a elaboração de mapas cadastrais.

Para compreender como os levantamentos topográficos

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


são aplicados em geoprocessamento e podem contribuir no mape-
amento cadastral, leia o artigo “Geoprocessamento de protocolos:
integração de dados para assistência da fiscalização urbana, dis-
ponível no endereço: http://revista.imap.curitiba.pr.gov.br/index.
php/rapi/article/view/80/104

As redes referem-se às informações associadas a serviços ou


outros objetos que operam em rede, por exemplo, os serviços básicos
de utilidade pública: redes de distribuição de água, energia e telefonia;
as redes de drenagem; as rodovias, entre outros. Nas redes, o obje-
to geográfico (cabo telefônico, transformador de rede elétrica, cano de
água) deve apresentar uma localização geográfica exata e está sempre
associado a atributos descritivos presentes no banco de dados.

59
Para compreender como os levantamentos topográficos po-
dem contribuir nos estudos e no modelamento de redes, leia o artigo
“Técnicas de geoprocessamento aplicadas ao planejamento urbano:
Estudo da interferência da topografia na acessibilidade pedestre dos
espaços verdes da cidade de Faro, em Portugal, disponível no endere-
ço: https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/238945/33846

As imagens são produtos que podem ser obtidos por satélites,


fotografias aéreas ou "scanners" aerotransportados, e representam for-
mas de captura indireta de informação espacial em um dado momento.
As informações das imagens são armazenadas como matrizes, onde
cada elemento de imagem, que é chamado de pixel, tem um valor pro-
porcional à energia eletromagnética refletida ou emitida pela área da
superfície terrestre correspondente (Câmara et. al. 2001).
A aquisição de imagens traz consigo os objetos geográficos
estão contidos na imagem, sendo necessário recorrer a técnicas de fo-
tointerpretação e de classificação para individualizá-los e compreender
as suas relações em um determinado espaço. Neste sentido, existem
uma série de características importantes de imagens de satélite, entre
elas (Câmara et. al. 2001):
• o número e a largura de bandas do espectro eletromagnético
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

imageadas (resolução espectral);


• a menor área da superfície terrestre observada instantanea-
mente por cada sensor (resolução espacial);
• o nível de quantização registrado pelo sistema sensor (reso-
lução radiométrica); e o intervalo entre duas passagens do satélite pelo
mesmo ponto (resolução temporal).
Todos esses parâmetros são importantes para que a individu-
alização dos objetos seja feita de maneira adequada, e, quanto maior a
exatidão exigida, maior será a contribuição da topografia na localização
e na separação desses objetos.

Para analisar como a topografia pode ser utilizada no ma-


peamento envolvendo imagens de satélite, leia o artigo “Mapea-
60
mento do cultivo de café no Sul de Minas Gerais utilizando imagens
LANDSAT-5-TM e variáveis topográficas, disponível no endereço:
https://www.revistas.usp.br/rdg/article/view/103040/115436

O modelo numérico de terreno pode ser definido como um mo-


delo matemático que reproduz uma superfície real a partir de algoritmos
e de um conjunto de pontos (x, y), em um referencial qualquer, com
atributos denotados de z, que descrevem a variação contínua da super-
fície. Este conjunto de pontos cria um modelo matemático de uma su-
perfície em 3D com o agrupamento de amostras (x,y,z) que descrevem
a superfície real, de maneira que todo o conjunto simule de modo ideal
o comportamento da superfície original.
Desta forma, podemos inferir que os modelos numéricos de ter-
reno consistem em uma representação quantitativa de uma grandeza que
varia continuamente no espaço. Esses modelos são elaborados a partir
de softwares, onde os dados coletados são transformados em objetos
3D, de forma que a visualização de suas características, especialmente
do terreno e do relevo possam ser observadas de maneira detalhada.
No caso específico da topografia, os modelos numéricos de
terreno podem ser aplicados em:
• Armazenamento de dados de altimetria para gerar mapas to-
pográficos;
• Análises de corte e aterro para projeto de estradas e barragens;
• Mapas de declividade e exposição para apoio a análises de
geomorfologia e erodibilidade;

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


• Apresentação tridimensional (em combinação com outras va-
riáveis).

Para avaliar como a topografia pode ser empregada em mo-


delos numéricos, leia o artigo “Análise da diferença entre dados al-
timétricos em uma bacia hidrográfica através da comparação entre
modelos digitais de elevação”, disponível no endereço: https://repo-
sitorio.bc.ufg.br/xmlui/bitstream/handle/ri/17278/Artigo%20-%20Adal-
to%20Moreira%20Braz%20-%202018.pdf?sequence=5&isAllowed=y

O universo conceitual modela o espaço geográfico através dos


modelos de campos e dos objetos. O modelo de campos trata o espaço
geográfico como uma superfície contínua, sobre a qual variam os fenô-
61
menos a serem observados de acordo com as diferentes distribuições.
Já o modelo de objetos representa o espaço geográfico como
uma coleção de entidades distintas e identificáveis. Por exemplo, um
cadastro espacial dos lotes de um município identifica cada lote como
um dado individual, com atributos que o distinguem dos demais. Igual-
mente, poder-se-ia pensar como geo-objetos os rios de uma bacia hi-
drográfica ou os aeroportos de um estado.
Os modelos são divididos em classes como o geo-campo; geo-
-objeto; mapa cadastral; objetos não-espaciais; plano de informação e
banco de dados geográfico (Câmara et. al. 2001).
O universo de representação consiste nas possíveis representa-
ções geométricas que podem estar associadas às classes do universo con-
ceitual, sendo categorizadas em duas representações: vetorial e matricial.
Já o universo de implementação trata da análise das estruturas
dos dados que serão utilizados para construir um sistema de Geoproces-
samento. Essas decisões estão associadas à disponibilidade de hardware
e software que suportem de forma adequada o processamento das opera-
ções geográficas, que envolvem, na maioria das vezes, muito algoritmos.
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

62
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: Faculdade de Apoio à Tecnologia – FAT Órgão:
CEETEPS Prova: FAT - CEETEPS - Engenheiro de Segurança do
Trabalho – 2023 Nível: Superior
Assinale a alternativa que apresenta o sistema de coordenadas
normalmente utilizado na topografia e no AutoCad.
a) Coordenadas geodésicas.
b) Coordenadas polares.
c) Coordenadas cartesianas.
d) Coordenadas de localização.
e) Coordenadas geográficas.

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: Instituto Unifil – Unifil Órgão: Prefeitura de Fa-
zenda Rio Grande Prova: Unifil - Prefeitura de Fazenda Rio Grande
- Engenheiro Agrimensor – 2023 Nível: Superior
Os sistemas de coordenadas são necessários para expressar a po-
sição de pontos sobre uma superfície, seja um elipsoide, uma esfera
ou um plano. Para o elipsoide, ou esfera, emprega-se um sistema
de coordenadas cartesiano e curvilíneo (paralelos e meridianos). Os
meridianos são círculos máximos que, em consequência, cortam a
Terra em duas partes iguais de polo a polo. Sendo assim, todos os
meridianos se cruzam entre si, em ambos os polos. Os paralelos

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


são círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é,
em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador com
a) 90º
b) 180º
c) 0º
d) 45º

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: Fundação Universidade Empresa de Tecnologia
e Ciências – FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Dom Pedrito Prova:
FUNDATEC - Prefeitura de Dom Pedrito - Técnico em Topografia –
2023 Nível: Médio.
Referente às superfícies de referência para representação da su-
perfície terrestre, analise as assertivas abaixo:
I. O elipsoide de revolução é definido como a rotação de uma se-
mielipse em torno do seu eixo menor com raio constante.
II. O Plano Topográfico local é um sistema de projeção cônica e
63
afilática com limitação de aplicação de, aproximadamente, 50 km,
a partir de sua origem.
III. A esfera tem aplicações para dados astronômicos para obten-
ção de coordenadas geográficas por meio de latitudes e longitudes
geográficas.
IV. O modelo geoidal se aproxima da superfície terrestre, definido
como uma superfície equipotencial do campo de gravidade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação
– IBFC Órgão: SEMAD-GO Prova: IBFC - SEMAD-GO - Analista Am-
biental - Área Geoprocessamento – 2023 Nível: Superior
A Norma Brasileira de Levantamento Topográfico (NBR 13133) defi-
ne que o levantamento topográfico é um conjunto de métodos e pro-
cessos que, através de medições de ângulos horizontais, verticais
e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, pri-
mordialmente, implanta e materializa ponto de apoio no terreno, de-
terminando suas coordenadas topográficas (adaptado de IBRAHIN,
2014). Assinale a alternativa correspondente a um instrumento utili-
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

zado em levantamentos topográficos, de forma incorreta.


a) Teodolito
b) Estação total
c) Mira
d) Nível óptico
e) Proveta

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: Fundação Universidade Empresa de Tecnologia
e Ciências – FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Farroupilha Prova:
FUNDATEC - Prefeitura de Farroupilha - Engenheiro Cartógrafo –
2023 Nível: Superior
O IBGE lançou, no ano de 2021, um novo modelo de geoidal em
substituição ao MAPGEO2015. O hgeoHNOR2020 promete aos
usuários diminuir as incertezas da conversão das altitudes para
menos da metade em relação ao modelo anterior. Utilizando seu
conhecimento sobre altitudes e a imagem abaixo, analise as asser-
64
tivas a seguir, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, coordenação de Geodésia.


( ) As altitudes geométricas (h) geralmente são obtidas através de
levantamentos pelo método barométrico.
( ) Levantamentos realizados com GNSS geralmente fornecem alti-
tude normal (H).
( ) A sigla RAAP significa Rede Altimétrica de Alta Precisão.
( ) A altitude ortométrica é a distância contada sobre a vertical entre
o ponto e o geoide.
( ) Altura geoidal ou ondulação do geoide é a distância contada so-
bre a normal, entre as superfícies geoidal e elipsoidal.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para
baixo, é:
a) F – V – F – V – F.
b) F – F – V – V – V.

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c) V – V – V – F – V.
d) V – F – V – F – F.
e) V – F – F – V – V.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A estação total é um equipamento eletrônico utilizado para medidas de
ângulos e distâncias nos levantamentos topográficos, sendo também
conhecida como taqueômetro. Neste sentido, explique a relação entre
os dados coletados pela estação total e a Geodésia.

TREINO INÉDITO
Relacione a coluna 1 com a coluna 2, e marque a resposta corres-
pondente:

65
a) 4 – 3 – 2 – 1.
b) 1 – 2 – 3 – 4.
c) 2 – 3 – 1 – 4
d) 3 – 4 – 2 – 1.
e) 1 – 3 – 4 – 2 .

NA MÍDIA
IRATI PRETENDE IMPLANTAR GEORREFERENCIAMENTO PARA
IMÓVEIS URBANOS
Irati quer implantar um sistema de georreferenciamentono município
para os imóveis da área urbana. O sistema utilizará de informações de
satélite e drones para obter atualizações de informações topográficas
dos imóveis. Segundo o secretário municipal de Arquitetura, Engenharia
e Urbanismo Adriano Batista, o sistema atualizará a base cartográfica
da cidade, ajudando na avaliação e execução de projetos. “Vai contri-
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

buir para uma imagem atualizada para os serviços da Secretaria de


Obras, para o pessoal de georreferenciamento, para os nossos projetos
que serão referenciados através de uma topografia de relevo”, conta.
Fonte: Jornal Hoje Centro Sul
Data: 26 abril 2019.
Leia a notícia na íntegra: http://hojecentrosul.com.br/?id=4864

NA PRÁTICA
A associação dos conceitos referentes à Geodésia aos levantamentos
topográficos permite que os pontos levantados possam ser georreferen-
ciados a partir de um sistema de coordenadas, de modo que contribua
na localização precisa de um determinado objeto em uma porção do
espaço geográfico.
A possibilidade de conferir uma localização exata a um objeto é de gran-
de importância, pois facilita, por exemplo, a contagem de árvores em
uma fazenda de silvicultura, além contribuir na localização de cabos,
transformadores de energia, encanamentos, entre outros.
66
PARA SABER MAIS
Vídeo sobre o assunto: Topografia Convencional x Topografia com Dro-
nes (2020)
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=bhfRsBX8dO4

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

67
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A topografia é uma ciência que estuda a descrição do lugar, e, através


de levantamentos topográficos planimétricos e altimétricos, é possível
coletar as informações referentes aos planos horizontais e verticais de
uma dada porção do terreno em um espaço geográfico. Neste sentido,
os elementos que são avaliados, como as distâncias, os ângulos e a
marcação de pontos têm por objetivo a contextualização dessa porção
em um espaço coberto por um sistema de coordenadas.
Por exemplo, a construção de grandes obras de saneamento básico,
onde toda a malha referente à rede de águas pluviais deve ser mapea-
da. Antes da construção, é realizado todo um levantamento topográfico,
de forma que as características terrenas são avaliadas, e, posterior-
mente, a malha pluvial também pode ser georreferenciada e acrescen-
tada no memorial descritivo. Com isso, se há algum problema na rede,
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

é possível localizar e realizar somente as intervenções necessárias, re-


duzindo os custos de operação.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B

68
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O levantamento topográfico planimétrico, também denominado de pla-


nimetria, é caracterizado pela medição das projeções horizontais que
definem uma área, sendo usado para delimitar limites de um terreno, a
realização de medições e marcações de pontos.
O levantamento altimétrico ou altimetria consiste na definição das ca-
racterísticas verticais de um terreno, por exemplo, as curvas de nível,
perfil topográfico e seção transversal de um terreno ou área. A principal
função do levantamento altimétrico é representar o relevo de uma área,
informação fundamental para o entendimento das características de um
terreno. Neste sentido, essas características contribuem para avaliar as
intervenções necessárias para a sua utilização, como cortes de taludes.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

69
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A estação total é um instrumento eletrônico utilizado na obtenção de ângu-


los, distâncias e coordenadas usados para representar graficamente uma
área do terreno. Através da estação total, é possível realizar os levanta-
mentos e as locações topográficas, determinar os ângulos horizontais e
verticais, as distâncias verticais e horizontais, a localização e o posiciona-
mento da área a ser trabalhada. Neste sentido, a Geodésia é indispensável
para o levantamento topográfico e para o funcionamento da estação total,
já que esta precisa determinar as coordenadas para localizar aqueles pon-
tos determinados no terreno em relação a outras propriedades.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

70
CÂMARA, G.; DAVIS.C.; MONTEIRO, A.M.; D'Alge, J.C. Introdução à
Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001.

CASTRO, J. F. M. Princípios de cartografia sistemática, cartografia temá-


tica e sistema de informação geográfica. Rio Claro: IGC/UNESP, 1996.

COELHO JÚNIOR, José Machado. ROLIM NETO, Fernando Cartaxo.


ANDRADE, Júlio da Silva Correa de Oliveira. Topografia geral. Recife:
EDUFRPE, 2014. 156 p.

CONCEIÇÃO, R. S. da. COSTA, V. C. Cartografia e geoprocessamen-


to. V. 2. 264p. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.

DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 1994.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Manual Técnico de Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro: Fun-
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MARTINELLI, M. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

SEABRA, V. S. LEÃO, O. R. Cartografia. v.1. Rio de Janeiro: Fundação


CECIERJ, 2012.

TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS


TULER, M. SARAIVA, S. Fundamentos de geodésia e cartografia. Porto
Alegre: Bookman, 2016.

VEIGA, L.A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P.L. Fundamentos de


Topografia. Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <http://
www.cartografica.ufpr.br/docs/topo2/apos_topo.pdf>. Acesso em: 03
mar. 2020.

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TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS - GRUPO PROMINAS

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