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ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

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ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Ana Carolina de S. Assis

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
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Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são


outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Iana Andrade Sampaio


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A unidade presente abordará de forma breve os princípios
que regem a Análise Comportamental Aplicada ao Autismo – ABA,
apresentando a sua história, técnicas e aspetos que podem fazer par-
te das intervenções e terapias. Durante o percurso textual falaremos
acerca da história e das teorias que regem o Behaviorismo e segui-
remos a discussão sobre a análise comportamental e seus conceitos,
que são usados desde a sua fundação. A terapia comportamental é
baseada em algumas teorias elaboradas e estudadas por autores que
foram desenvolvendo, do passado até hoje, ideias sobre o compor-
tamento. O objetivo da análise comportamental é possibilitar mudan-
ças de comportamentos e instalações de outros necessários que não
são apresentados pelo sujeito. Para compreendê-la é importante ter
o conhecimento de que é constituída por uma análise experimental e
funcional, pois, no momento da terapia, a intervenção é baseada no
Behaviorismo Radical e na Análise Experimental do Comportamento,
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cujo conceito é complementar a análise funcional. Nesse sentido, as


técnicas de intervenção são primordiais para que os resultados sejam
alcançados, podendo ser usadas: encadeamento, modelagem e ensi-
no por tentativas discretas. Para melhorar e organizar o planejamento
de treino, terão os currículos, as análises de tarefas e folhas de regis-
tros, que serão feitos para cada habilidade a ser trabalhada.

Análise Comportamental. Autismo. Behaviorismo.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
BASES TEÓRICAS, HISTÓRICAS E EPISTEMOLÓGICAS DA TERAPIA
COMPORTAMENTAL

Fundamentos Históricos da Terapia Comportamental ___________ 13

Teorias da Terapia Comportamental ______________________________ 18

Autismo e Análise Comportamental ____________________________ 23

Recapitulando ________________________________________________ 28

CAPÍTULO 02
ASPECTOS METODOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES

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Encadeamento ________________________________________________

Modelagem ___________________________________________________ 38

Ensino por Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching - DTT) -


PROMPT (Incitação) ___________________________________________ 41

Recapitulando _________________________________________________ 45

CAPÍTULO 03
ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO E ANÁLISE FUN-
CIONAL DO COMPORTAMENTO

Análise Experimental _________________________________________ 51

Análise Funcional _____________________________________________ 52

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Dicas para Elaborar uma Terapia Comportamental - ABA _________ 54

Recapitulando __________________________________________________ 62

Considerações Finais ____________________________________________ 66

Fechando a Unidade ____________________________________________ 67

Referências _____________________________________________________ 70
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Pronto (a) para iniciar essa unidade? Nesse material você terá
acesso a uma imensidão de informações que ajudará a sua vida profissio-
nal e, consequentemente, a sua atuação diante da análise comportamen-
tal. Falaremos aqui sobre Análise Comportamental aplicada ao Transtor-
no do Espectro Autista – TEA, que se trata de um método utilizado em
terapias e no dia a dia da pessoa que se encontra no espectro autista.
Uma pessoa com autismo apresenta limitações que a difere
daquelas pessoas com desenvolvimento típico, como aspectos de di-
ficuldade na socialização, movimentos estereotipados, dificuldade na
fala (em alguns casos até mesmo a ausência dela), dentre outras ca-
racterísticas que iremos identificar no decorrer da disciplina. Todas as
limitações do transtorno levam-nos a desenvolver ferramentas, técnicas
e métodos que objetivam auxiliar o desenvolvimento desse público e
também das pessoas que convivem com ele.
A análise comportamental é baseada no Behaviorismo, uma
teoria regida por reforço e punição, que objetiva extinguir ou inserir um
comportamento na criança autista. Tais comportamentos servirão para
desenvolver as atividades de vida diária (AVD), ou seja, o seu cotidiano
na interação com seus familiares e amigos. Ressaltamos aqui que essa
forma de análise pode ser aplicada em qualquer pessoa, mas nesse caso
usaremos como uma das ferramentas que podem ajudar a lidar com as
especificidades de autistas. Outro ponto importante é que, por não ser um
método, tal análise pode ser utilizada em conjunto com técnicas como,

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por exemplo, Método Teacch, Sistema de Comunicação por Troca de Fi-
guras (PECS), dentre outros métodos utilizados em terapias com autistas.
Esperamos que a disciplina consiga compartilhar conhecimen-
tos valiosos e suficientes para você aprender mais sobre o mundo do
TEA e lhe ajudar a compreender como a análise comportamental é im-
portante para o processo de inclusão dessas pessoas. É importante
também que você busque outras fontes de estudos para conseguir po-
tencializar os conhecimentos sobre a temática e possa construir novas
ideias e opiniões a respeito.
Por fim, desejamos que aproveite os estudos e leia com aten-
ção cada conteúdo da disciplina, pois, precisará entender bem para re-
solver as questões que serão apresentadas. Lembre-se que responder
os exercícios será uma forma de testar os seus conhecimentos após o
contato com esse material.

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BASES TEÓRICAS, HISTÓRICAS E
EPISTEMIOLÓGICAS DA TERAPIA
COMPORTAMENTAL
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

A terapia comportamental é baseada em algumas teorias cons-


truídas e estudadas por autores que foram desenvolvendo ideias do
passado até hoje. Como já dito, a análise comportamental é regida por
ideias behavioristas, que apresentam reforços e punições como aspec-
tos principais, possibilitando mudanças de comportamentos e instala-
ções de outros necessários que não são apresentados pelo sujeito.
Nesse capítulo conheceremos um pouco da história, teorias
e sua relação com pessoas autistas, tentando elaborar uma linha de
pensamento que lhe ajude a entender melhor a terapia comportamental
e suas bases teóricas.

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL

Para iniciar, é importante saber que o comportamento é o objeto


de estudo da Psicologia e vem sendo estudado desde o século XIX por
diversos autores que vêm se destacando desde então. Sobre alguns clás-
sicos, podemos destacar – Watson, Pavlov e Skinner. Os estudos, muitas
vezes, eram realizados com animais, que eram observados nas pesquisas
com o intuito de compreender melhor seus comportamentos na interação
com o meio e entender como funcionava. Observemos a figura 1:

Figura 1: caixa de skinner.

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Fonte: Psicoativo, 2020.

Para entender a FIG.1 assista ao vídeo e entenda melhor


como se dava o processo: https://www.youtube.com/watch?v=L-
6jUd8uCTCc

Para entender a história da terapia comportamental, se faz ne-


cessário conhecer um pouco dos autores que ajudaram no crescimento
da análise comportamental - Behaviorismo - mediante estudos que até
hoje são fundamentos para a Psicologia.
Com isso, iniciaremos uma breve apresentação de Watson, um
dos principais estudiosos da temática. Porém, é importante que saiba-
mos que, apesar de ser considerado um dos primeiros teóricos, Touri-
nho (2011) ressalta que a investigação sobre o comportamento é pro-
13
veniente de estudos de autores que antecederam Watson. Dessa feita,
os estudos sobre o comportamento são mais antigos do que pensamos.

Watson não deu início à investigação do comportamento em Psicologia. Mais


de uma década antes de seu manifesto (Watson, 1913/1994), o comportamento
animal já era estudado experimentalmente por pesquisadores que se ocupavam
de questões então consideradas afeitas ao campo psicológico. O mais notório
exemplo da psicologia comportamental do século XIX foi Edward Lee Thorndike
(1874-1949), que estudou a aprendizagem em humanos e não humanos e for-
mulou a lei do efeito. Se alguma dúvida houver sobre a pertinência da pesquisa
de Thorndike aos assuntos da Psicologia, basta considerar o título da mono-
grafia de 1898 na qual já estava implícita (cf. Catania, 1999) a Lei do Efeito: A
Inteligência Animal (Thorndike, 1898/1998) (TOURINHO, 2011, p. 187).

Dessa forma, a lei do efeito, entendida como comportamento,


se justificava pelo fato de que existia um ato em alguma situação que
apresentaria um resultado, isto é, um comportamento. Para indentifi-
car isso, Tourinho (2011) afirma que os pesquisadores usaram animais
como teste para observação. Thorndike, citado acima, realizou seus
estudos com gatos, registrando mudanças no tempo em que o animal
levava para sair da caixa e observava a variação das respostas obtidas.
Em resumo, Viegas e Vandenberghe (2001) afirmam que:

O percurso de Watson foi influenciado pelo pressuposto de Loeb de que a organi-


zação do comportamento segue uma ordem necessária. A partir de associações
múltiplas entre as relações de estímulo e resposta, poderia se entender compor-
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tamentos mais complexos. Assim, uma das cosmovisões que contribuíram para
o behaviorismo foi o mecanicismo, que ao fazer implicitamente uma analogia do
comportamento à máquina, propunha que, por combinações de relações cau-
sais simples, o funcionamento da pessoa poderia ser estabelecido (p.s/p).

Percebemos então que o comportamento como curiosidade foi


alvo de muitos estudos, e que Watson pode ser considerado o primeiro
teórico capaz de se aprofundar no Behaviorismo, e também de ser usa-
do como base para muitos estudiosos, pois, “Watson é frequentemente
referenciado como o fundador do movimento behaviorista, grande de-
fensor da psicologia como ciência natural e da necessidade de a psico-
logia se tornar uma disciplina aplicada” (STRAPASSON, 2012, p. 83).
De acordo com Strapasson (2008), Watson é um autor mui-
to importante na história do comportamentalismo, conhecido em 1913
pelo "manifesto behaviorista": um conjunto de palestras publicadas em
forma de artigo. Nessa obra ele defende o uso da observação direta
do comportamento como o único método possível para uma psicologia
científica, se tornando um marco histórico na Psicologia.
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Além disso, segundo Bisaccioni (2010) Watson após seus es-
tudos com aprendizagem animal, “começou a se dedicar ao estudo dos
reflexos em geral (com especial atenção aos aprendidos) e das reações
emocionais básicas (incondicionadas) e complexas (condicionadas) dos
bebês em particular” (p. 492), dos estudos com bebês, o experimento
com o “Pequeno Albert” feito por ele e Rayner em 1920 foi um dos mais
famosos casos, as reações emocionais eram testadas, com os testes
e observações começou-se a perceber que poderiam ser adquiridas e
condicionadas na experiência ao se ter medo.

Nos trabalhos de Watson (e.g., 1930/1970), a referência ao reflexo constituía


o núcleo da explicação do comportamento em geral, inclusive do compor-
tamento humano complexo. Este último se explicava não pela referência a
processos adicionais ao reflexo, mas pela sucessão de processos de condi-
cionamento respondente. Essa perspectiva representava uma extensão de
princípios e procedimentos da investigação pavloviana, isto é, o condiciona-
mento respondente, do campo fisiológico para o fenômeno do comportamen-
to. (TOURINHO, 2011, p. 188)

Figura 2: experimento do bebê Albert.

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Fonte: Mente maravilhosa, 2020.

Para entender a FIG. 2 assista ao experimento realizado


com o pequeno Albert: https://www.youtube.com/watch?v=kIZB-
QgMCEyk&t=47s

Para entender melhor a ideia de Watson, Pavlov (figura 3) tam-


bém em estudos com animais, conseguiu se tornar uma grande influ-
ência, Vichi, Nascimento e Sousa (2012) relatam que ele foi um fisiolo-
gista que deu uma grande contribuição à Psicologia na área da Análise
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do Comportamento, pois, ao fazer experimentos sobre reflexo salivar,
identificou que fenômenos psíquicos poderiam ser estudados a partir de
bases fisiológicas.

Figura 3: Experimento de Pavlov: salivação.

Fonte: Psicoativo, 2020.

Entenda melhor como funcionou o condicionamento do cão:


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“Com o intuito de controlar todos os estímulos que cheguem ao cachorro, Pa-


vlov o colocava em uma sala especial onde todos os estímulos podiam ser con-
trolados. Ele então tocava uma campainha inúmeras vezes, até que deixasse
de causar qualquer reação ao animal. A campainha era um estímulo neutro,
pois não elicia a salivação. Na sequência ele dava ao cão pó de carne, que
imediatamente eliciava a salivação. Como a salivação é um processo natural,
ela é uma resposta incondicionada. O pó de carne é o estímulo incondicionado
por eliciar a salivação sem haver um processo de aprendizagem anterior. Em
seguida, o som da campainha (estímulo neutro) era apresentado simultane-
amente ou logo antes a apresentação da comida (estímulo incondicionado).
Os dois estímulos (neutro e incondicionado) eram associados juntos. Após al-
gumas tentativas, ao apresentar o som, mesmo que sem a apresentação da
comida, era eliciada a salivação. O som já não era mais um estímulo neutro,
mas sim um estímulo incondicionado. Neste reflexo condicionado, a salivação
é a resposta condicionada. E o som, o estímulo condicionado.”
Fonte: Championdog, 2020.

Em resumo, o estímulo incondicionado ocorre sem a neces-


sidade de um aprendizado anterior para ocorrer um comportamento,
pois, trata-se de algo natural. O estímulo neutro não causa mudanças
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no comportamento se for utilizado isoladamente e, para se tornar con-
dicionado, é necessário haver um processo de aprendizagem anterior.
O condicionamento estudado por Pavlov é hoje um ponto pri-
mordial na teoria do behaviorismo e ela é utilizada por diversos autores
e teóricos subsequentes, principalmente na análise comportamental:

O experimento de Pavlov com cães tornou se o exemplo clássico de reflexo


condicionado. É fato que cães na presença de comida salivam. Em termos es-
pecíficos, a comida (estímulo incondicionado) elicia a salivação (resposta incon-
dicionada). Suponha se, então, que ao apresentarmos a comida ao cão também
soemos uma campainha. A relação reflexa “comida → salivação” é incondiciona-
da, o que significa que sua ocorrência independe da história de condicionamento
do cão. Não se pode dizer o mesmo da relação “campainha → salivação”. Só
após várias apresentações da comida acompanhada pelo estímulo sonoro é que
o último também passará a eliciar a resposta de salivação (ZILIO, 2010. p. 88)

Com a ideia desses dois autores e de seus experimentos, sur-


ge outro autor, o teórico Skinner, que utilizou-se dessas bases téoricas
para fundamentar os seus estudos em 1931, tornando-se um dos prin-
cipais teóricos sobre análise comportamental e terapia comportamental.

Skinner é frequentemente indicado como o fundador do Behaviorismo Radi-


cal e da ciência que se baseia nessa filosofia, a Análise do Comportamento.
Ainda que seja discutível atribuir a uma única pessoa a formação de toda
uma ciência do comportamento, pode-se dizer, sem receio de cometer erros,
que Skinner é o autor mais influente no movimento behaviorista contemporâ-

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neo, especialmente no Brasil. (STRAPASSON, 2012, p. 86)

Skinner constatou em seus estudos, com base nas ideias de


Watson, que não basta utilizar a análise experimental, mas precisa ser
realizada uma série de observações consideradas de suma importância
para a análise comporatmental atualmente. Todorov e Hanna (2010)
relatam que para Skinner:

(...) o material a ser analisado provém de muitas fontes, das quais a análi-
se experimental do comportamento é apenas uma delas. Skinner aponta a
utilidade de observações casuais, observações de campo controladas, ob-
servações clínicas, observações controladas do comportamento em institui-
ções, estudos em laboratório do comportamento humano e, por fim, estudos
de laboratório do comportamento de animais não humanos. Não há sentido,
pois, em discutir análise experimental do comportamento sem primeiro discu-
tir análise do comportamento (TODOROV e HANNA, 2010, p. 145).

Para iniciarmos o próximo tópico, é importante que saibamos


que a análise compotamental parte de observações e resgistros do
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compotamentnto, com base nas experiências realizadas em sujeitos, a
fim de conseguir entender o motivo de tão ação. Entenderemos que, de
acrodo com os mesmos autores

A análise do comportamento origina-se de uma posição behaviorista assumi-


da por Skinner (e.g., 1961, 1953/1967, 1974, 1957/1978, 1969/1980) por mo-
tivos mais históricos que puramente lógicos. Skinner parte da constatação de
que há ordem e regularidade no comportamento. Um vago senso de ordem
emerge da simples observação mais cuidadosa do comportamento huma-
no. Estamos todos continuamente analisando circunstâncias e predizendo
o que os outros farão nessas circunstâncias, e nos comportamos de acordo
com nossas previsões. Se as interações entre os indivíduos fossem caóticas,
simplesmente não estaríamos aqui. O estudo científico do comportamento
aperfeiçoa e completa essa experiência comum quando demonstra mais e
mais relações entre circunstâncias e comportamentos e quando demonstra
as relações de forma mais precisa. (TODORO e HANNA, 2010, p. 144)

O comportamento é um objeto de estudo que precisa ser ob-


servado e analisado para ser entendido, nesse caso, a terapia compor-
tamental segue com a ideia do behaviorismo em conjunto com outras
técnicas psicológicas, que podem ajudar o sujeito de uma forma mais
objetiva. O estudo do comportamento não usa o sujeito como um todo,
mas em partes comportamentais. A linha histórica que a análise com-
portamental apresenta consegue deixar rastros que nos ajudam a en-
tender o comportamento humano de uma forma mais precisa.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

São apontadas críticas ao Behaviorismo por meio Freud e


Carl Rogers, trazendo pensamentos, sentimentos e livre-arbítrio. No
que diz respeito as vantagens do Behaviorismo, pode-se citar: abor-
dagem científica; técnicas de terapia eficazes; treinamento animal.

TEORIAS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL

Como já dito, o Behaviorismo é a principal teoria que rege a


análise comportamental realizada na terapia. O Behaviorismo apresen-
ta características próprias que conseguem explicar um comportamento
e condicionar o sujeito a uma determinada ação. O que já foi citado no
tópico anterior possibilitou entender a ideia central trazida pelos teóricos
e perceber que o objeto de estudo do Behaviorismo é o comportamento.
18
Para podermos entender mais sobre comportamento, nos apropriare-
mos do conceito de Skinner, relatado por Zilio (2010), que afirma:

(...) comportamento é a parte do funcionamento do organismo responsável


pela sua ação sobre, ou em interação com, o mundo externo, e, ao concluir
sua definição, apresenta mais algumas características: o comportamento se-
ria o movimento do organismo como um todo ou de suas partes num quadro
de referência (ZILIO, 2010, p. 64).

Além disso, é importante que saibamos que o Behaviorismo vai


além de uma simples ciência, pois, por diversos autores ele é considerado
uma filosofia da ciência. Seu conceito é estruturado por algumas configu-
rações que possibilitam compreender a filosofia que existe nessa teoria.
O Behaviorismo é visto em algumas configurações como metafí-
sico, metodológicas e analíticas. Todas as configurações citadas apresen-
tam especificidades, que Todorov e Hanna (2010) resumiram dizendo que:

O behaviorismo metafísico afirma que mentes ou eventos mentais não exis-


tem; o behaviorismo metodológico afirma que se mente ou eventos mentais
existem, não são objetos apropriados para o estudo científico; e o behavioris-
mo analítico afirma que os enunciados feitos com o propósito de se referir à
mente ou eventos mentais tornam-se, quando analisados, enunciados acer-
ca do comportamento. (TODOROV e HANNA, 2010, p. 143)

Das configurações que o Behaviorismo apresenta, o analítico


é o mais utilizado pelos pesquisadores e autores, pois, foca na análise

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real do comportamento, utilizando experimentos e observações para
uma análise comportamental de sucesso. Os mesmos autores, Torodov
e Hanna (2010) relatam em seus estudos que Behaviorismo analítico é:

(...) uma reflexão a respeito dos enunciados da psicologia: não é uma teoria
sobre o que deve ser estudado, nem é um conjunto de instruções sobre como
se deve fazer pesquisa. A análise do comportamento é uma linguagem da
psicologia que tem como seu objeto o estudo de interações comportamen-
to-ambiente. Interessa-se, especialmente, pelo homem, mas estuda também
interações envolvendo outros animais sempre que houver algum motivo para
supor que tais estudos possam ajudar no esclarecimento de interações ho-
mem-ambiente. A análise experimental do comportamento busca relações
funcionais entre variáveis, controlando condições experimentais (variáveis
de contexto, segundo Staddon, 1973), manipulando variáveis independentes
(mudanças no ambiente) e observando os efeitos em variáveis dependentes
(mudanças no comportamento). (TORODOV e HANNA, 2010, p. 145)

Behaviorismo também pode ser entendido por duas vertentes:


o Radical e o Lógico. “O behaviorismo lógico sustenta que o significado
19
de uma sentença é dado pelas suas condições de verificação. Essas
condições, por sua vez, seriam os comportamentos físicos observáveis
dos sujeitos” (ZILIO, 2010, p. 182).

O behaviorismo radical é uma filosofia da ciência cujo foco de análise é o ob-


jeto de estudo e os métodos da psicologia e, para Skinner, o objeto de análise
da psicologia é o comportamento e os métodos adequados para o seu estudo
são os apresentados pelo behaviorismo radical. (ZILIO, 2010, p.60)

Skinner se respalda com Behaviorismo Radical, que até hoje


é utilizado nas análises comportamentais em terapias. O que difere o
Behaviorismo Lógico do Radical é que no primeiro o comportamento
é considerado respostas físicas do organismo, que podem ser obser-
váveis, e apenas isso. Já no Radical, o comportamento é entendido
como uma relação que o ambiente tem com as ações provocadas pelo
organismo, assim como a ideia de causa e efeito citada anteriormente.
Viegas e Vandenberghe (2001) conseguem explicar isso dizendo que:

A relação de causa e efeito, o esquema "se...então..." constituiu-se na base


fundamental deste paradigma. Até o pensamento é considerado como sendo
uma organização hierárquica de cadeias de estímulo-resposta. Os elemen-
tos que constituem o raciocínio mais elevado são semelhantes àqueles pre-
sentes no balbuciar de uma criança, assim como as rodinhas numa máquina
muito complexa podem ser iguais às de um brinquedo simplíssimo e o fun-
cionamento de ambos pode ser compreendido a partir da interação entre as
funções das suas partes (VIEGAS E VANDENBERGHE, 2001, s/p).
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Dessa forma, entenderemos a análise comportamental com


a utilização do Behaviorismo Radical, compreendendo comportamen-
to como algo observável, relacionando o organismo e o ambiente. Tal
comportamento discutido, para ser modificado em terapia com o uso da
análise comportamental, é por sua vez trabalhado em cima de reforços
positivos/negativos ou punições positivas/negativas, conceitos trazidos
pelo behaviorismo dentro da perspectiva de Skinner.
Nesse caso, “o reforçamento positivo é geralmente definido
como o fortalecimento de uma resposta devido à apresentação de de-
terminado estímulo a ela contingente” (SANTOS e LEITE, 2013, p. 11).
Em outras palavras, é quando é dado a alguém algo que goste após
algum comportamento (uma recompensa), que deve ser o comporta-
mento esperado. “Já o reforçamento negativo consiste no aumento na
frequência de uma resposta devido à remoção contingente de um estí-
mulo” (SANTOS e LEITE, 2013, p. 11). Em outras palavras, é quando
retira algo do gosto de alguém (um castigo) e, com isso, consegue-se
obter algum comportamento, que também deve ser um comportamento
20
esperado na terapia. Observemos a figura 4:

Figura 4: Condicionamento: reforços positivos/negativos.

Fonte: Psicoedu, 2017.

Entendendo melhor a figura 4:


Tudo dependerá do que você deseja!
Se você deseja remover um comportamento inadequado: invis-
ta na punição para diminuir a ocorrência de tal comportamento.
Se você deseja inserir um comportamento adequado: invista
no reforço para aumentar a ocorrência de tal comportamento.

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Nesse caso, corresponde a algo, ou seja, uma situação, por
exemplo, que determinará a frequência de um comportamento espe-
cífico, assim como as punições também determinarão isso. Importante
ressaltar que punição não se trata de um castigo, mas de algo que favo-
recerá comportamentos adequados diante da análise comportamental.
Sobre Punição Positiva, Guilhardi (2001, p. 01) ressalta que o
termo “positivo” tem o sentido de acréscimo, soma, dizendo que é:

(...) quando um determinado comportamento é emitido segue-se a ele a apre-


sentação contingente de um evento (coloquialmente chamado de “aversivo”)
e como decorrência dessa relação funcional o comportamento se enfraque-
ce. Exemplos: a pessoa emite um comportamento e é criticada pelo que fez;
ou sofre um tapa; ou ouve um grito etc. (desde que o comportamento alvo se
enfraqueça...).

Já a Punição negativa, tem o sentido de remoção, ou seja, re-


tirar algo. O mesmo autor vai dizer que é:

(...) quando um determinado comportamento é emitido segue-se a ele a retirada

21
contingente de um evento (coloquialmente chamado de “gratificante”) e como
decorrência dessa relação funcional o comportamento se enfraquece. Por exem-
plo: a pessoa emite um comportamento e o outro se afasta dela retirando a aten-
ção que lhe estava dando; ou desliga a televisão em que passava um programa
favorito da pessoa; ou é mandada para o quarto para “pensar no que fez” etc.
(desde que o comportamento alvo se enfraqueça...). (GUILHARDI, 2001, p. 01)

Esses são conceitos básicos que fazem parte do behaviorismo


radical, que proporcionam o controle de um comportamento, usando
reforços ou punições em uma análise comportamental, ou experimen-
tal. Antecedente a isso, é preciso vir um estímulo e após isso, é preciso
existir uma resposta para, assim, acontecer um comportamento.
Existem palavras usadas na teoria comportamental, que são
consideradas chaves para se compreender os procedimentos usados em
uma terapia. Criamos uma tabela explicativa, seguindo os estudos de
Texeira Junior et. al. (2005) que pontua algumas palavras que podem nos
ajudar na atuação e compreender melhor os conceitos que regem a aná-
lise comportamental. Em resumo, selecionamos algumas que julgamos
importantes para o momento, como podemos ver na tabela 1 a seguir:

Tabela 1: Vocabulário.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado Texeira Junior et. al. (2005).

As palavras estudadas serão utilizadas com frequência nas ses-


sões a seguir. Dessa forma, quando falarmos dos aspectos que envolvem
22
a análise comportamental é importante que saibamos os seus significados
para conseguirmos compreender com propriedade a temática em estudo.

A tabela de vocabulário elaborada apresenta diversos con-


ceitos que podem ajudá-lo(a) em sua atuação profissional, em di-
versos contextos relacionados à análise comportamental. Ela foi
elaborada conforme o autor Teixeira Junior et. al. (2005), que con-
seguiu juntar em um material as palavras-chave mais utilizadas.
Importante que você se aproprie desses conceitos disponíveis
aqui: http://www.fafich.ufmg.br/~vocabularioac/vocabularioac.pdf

A seguir, entraremos em uma discussão sobre o Transtorno do


Espectro Autista - TEA e a análise comportamental, compreendendo o
TEA e suas limitações, de forma que possa visualizar a aplicabilidade
das ferramentas do Behaviorismo na terapia comportamental.

AUTISMO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Diante do conteúdo já absorvido, podemos identificar e compre-

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


ender que a análise comportamental pode ser utilizada com qualquer pes-
soa, seja considerada típica ou não. O comportamento como objeto de
estudo pode ser modificado à medida que são apresentados estímulos e
as respostas podem ser condicionadas para se obter uma ação esperada.
O Autismo passou por configurações, que definiam seu grau
por: leve, moderado e grave. Hoje pode ser chamado de Transtorno de
Espectro Autista (TEA), definido como um transtorno neurológico que
afeta o desenvolvimento em diversos aspectos. Silva e Mulick (2009)
relatam também que:

O transtorno autista (ou autismo infantil) faz parte de um grupo de transtornos do


neurodesenvolvimento denominados Transtornos Globais do Desenvolvimento
(TGDs ), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs) ou Transtornos do
Espectro do Autismo (TEAs). Esse grupo de transtornos compartilha sintomas
centrais no comprometimento em três áreas específicas do desenvolvimento, a
saber: (a) déficits de habilidades sociais, (b) déficits de habilidades comunicati-
vas (verbais e não-verbais) e (c) presença de comportamentos, interesses e/ou
atividades restritos, repetitivos e estereotipados (SILVA e MULICK, 2009, p. 119).

23
O Autismo é um transtorno do Neurodesenvolvimento, pois, como
já visto, afeta diversas áreas cognitivas e motoras do sujeito, resultando
muitas vezes em dificuldades que precisam ser trabalhadas de forma inter-
ventiva, para alcançar resultados positivos em seu desenvolvimento.

Filme sobre o assunto: MEU NOME É KAHN


Kahn é um jovem muçulmano com Autismo, que apesar de
suas limitações, consegue casar e viver momentos como se não
possuísse esse transtorno. O filme relata as dificuldades relacio-
nadas ao transtorno e sua etnia, conseguindo ilustrar por meio de
um filme os desafios que uma pessoa com autismo pode se depa-
rar ao longo da vida.
Vídeo: O que é Behaviorismo? Psicologia profunda.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2sWHkqznj94
Acesse o link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1414-98931989000200012

Tais comprometimentos podem ser elencados na tríade: comu-


nicação, interação social e comportamento. Podemos usar novamente os
estudos de Silva e Mulick (2009) que também disponibilizam uma tabela
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

oferecida pela DSM-IV-TR (APA, 2003), apresentando a seguinte estrutura:

Tabela 2: Lista de sintomas do transtorno do espectro autista, por área, de


acordo com os critérios oferecidos pelo DSM-IV-TR (APA, 2003).

24
Fonte: Silva e Mulick (2009, p. 119).

Para um diagnóstico precoce, os autores ressaltam que é neces-


sária até a idade de três anos a existência de indícios de atrasos na: “(1)
interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social ou (3) brin-
cadeiras ou jogos simbólicos, ou imaginários” (SILVA; MULICK, p. 119).
Nesse caso, o diagnóstico contribui muito para que a interven-
ção seja realizada o mais rápido possível, pois, é nela que podemos
ajudar e moldar os comportamentos por meio da análise comportamen-
tal. Como já dito nos tópicos anteriores, a análise comportamental é
uma filosofia que existe desde muito antes de 1968, constatamos isso
segundo Kerbaury (2007) que afirma:

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Em análise do comportamento, mostrar as relações entre os conhecimentos
experimentais básicos e a área de aplicação ou a prestação de serviços e
importante por ajudar a selecionar os conteúdos para aplicação e ainda por
ter uma metodologia de pesquisa que permite trabalhar com o sujeito único.
Desde o artigo clássico de 1968 de Baer, Wolf e Risley sabem da legitimidade
da pesquisa aplicada. Outros artigos posteriores salientaram outros pontos e,
o importante, e que em aplicação e necessário verificar os resultados, como
eles são atingidos e, a o que se deve sua eficácia (KERBAUY, 2007, p. 13).

A análise comportamental é realizada em terapia e como um


estilo de vida que precisa ter aplicabilidade no cotidiano do sujeito (prin-
cipalmente nas atividades de vida diária – AVD). A Terapia Comporta-
mental segundo Lattner (1989) tem:

(...) como objetivo bem claramente definido o de resolver (ou pelo menos ten-
tar resolver) qualquer problemática psicológica que um indivíduo possa estar
experimentando e de (re) instituir um funcionamento psicologicamente ade-
quado e, portanto, satisfatório para este indivíduo (LETTNER, 1989, p. 35).

25
A tentativa dessa resolução dependerá do terapeuta e das téc-
nicas utilizadas por ele. O mesmo autor diz que o período que o resul-
tado aparece é a curto prazo e os seus benefícios a longo prazo. Vale
ressaltar que o papel do terapeuta é baseado em hipóteses, conforme
as com as investigações colhidas e as verificações testadas. Ainda na
perspectiva dos autores:

Durante esse processo terapêutico, o cliente aprende gradualmente a do-


minar e modificar o seu funcionamento, se tornando cada vez mais inde-
pendente do terapeuta e das suas orientações. Com esta forma de atuação,
alcançam as porcentagens de sucesso terapêutico mais altas (em torno de
85 — 95%), em relativamente pouco tempo (entre poucas semanas e mais
ou menos um ano e meio), sem "substituição de sintomas" e com uma dura-
ção dos efeitos terapêuticos a longo prazo (já existem trabalhos de acompa-
nhamento durante quase 20 anos). (LATTNER, 1989, p. 36)

Precisamos entender também que a análise comportamental


é trabalhada com base em experimentos e testes, que possibilitam o
terapeuta analisar a existência de uma mudança comportamental de-
corrente disso, “a prática experimental consiste basicamente em fazer
coisas para ver o que acontece em seguida; especificamente, dizemos
que o cientista manipula certos eventos para analisar as consequências
resultantes” (ZILIO, 2010, p. 79).
Goulart e Assis (2002) dizem que Análise Aplicada do Com-
portamento objetiva desenvolver habilidades sociais importantes para o
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

sujeito autista e tentar reduzir comportamentos considerados inadequa-


dos, dizendo também que:

(...) muitos dos comportamentos característicos do repertório autista podem


ter origem em problemas no desenvolvimento do controle ambiental do qual
o comportamento operante é função. Nesse caso, a pesquisa comportamen-
tal tem um importante papel a cumprir, seja no sentido de elucidar que even-
tuais variações ambientais podem vir a produzir um repertório autista, ou
no de desenvolver e avaliar procedimentos voltados para essa população
(GOULART e ASSIS, 2002 s/p).

Nesse sentido, sabemos que, devido às habilidades sociais


não instaladas em boa parte das pessoas com autismo, a análise com-
portamental consegue ser uma intervenção que traz resultados satisfa-
tórios para o sujeito, como também para a extinção de comportamentos
inapropriados, que por vezes, podem pôr em risco a vida do sujeito.
Podemos citar algumas comorbidades e alterações que podem
ser características das pessoas com TEA pontuadas através dos estu-
dos de Silva e Mulick (2009):
26
Tabela 3: Algumas comorbidades e alterações presentes no TEA.

Fonte: Adaptado: Silva e Mulick (2009).

Por meio da tabela 3 é possível conhecer algumas caracterís-


ticas presentes no TEA, que devem ser trabalhadas em busca de uma
modificação para melhorar a qualidade de vida do sujeito e de seus
familiares e responsáveis em torno de sua vida pessoal.

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Nos capítulos seguintes conheceremos mais alguns aspectos
da análise comportamental, que poderemos usar em terapia. Vale lem-
brar que todas as investigações de registros podem nos fornecer infor-
mações importantes para o processo de intervenção.

27
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: CONTEMAX - 2020 - Prefeitura de Alagoa Nova - PB - Psicólogo
Assinale a alternativa correta sobre o que falam as teorias cogniti-
vistas acerca do desenvolvimento e de aprendizagem:
a) Aprendizagem é possível considerando-se as relações entre as pes-
soas e sua interação com os contextos em que vivem produzem signifi-
cados, desde que as mediações aconteçam pelos adultos
b) Os seres humanos são capazes de se desenvolverem a partir do
conhecimento que adquirem (sobre si e sobre o mundo) e a aprendiza-
gem é o processo de organização das informações e de integração do
material à estrutura cognitiva
c) Em variados contextos os seres humanos são capazes de utilizar os
conhecimentos adquiridos, mas sua capacidade de aprendizagem dimi-
nui com o distanciamento do âmbito escolar
d) A escola é a principal espaço para desenvolvimento das aprendiza-
gens humanas.
e) A aprendizagem, realizada de forma mecânica, não conscientizada,
aconteceria por meio de ensaio e erro até chegar ao resultado positivo,
tornando o treinamento de habilidades uma das principais funções da
educação escolar

QUESTÃO 2
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Provas: OMNI - 2021 - Prefeitura de Lençóis Paulista - SP - Profes-


sor de Educação Infantil II
A aprendizagem operacional apresenta duas teorias de aprendiza-
gem a behaviorista e a cognitivista, assinale alternativa que corres-
ponde a behaviorista:
a) Visa explicar a aprendizagem de conceitos.
b) Visa estimular comportamentos para garantir sucesso na resolução
de problema.
c) Visa enfatizar métodos e técnicas.
d) Visa basear nos paradigmas reducionistas.

QUESTÃO 3
Prova: Quadrix - 2019 - Prefeitura de Jataí - GO - Psicólogo
Ao diferenciar a abordagem cognitiva da psicanalítica, Aaron Beck
pontuou duas divergências de foco entre as abordagens que são
essenciais para estabelecer uma atuação em terapia cognitiva. O
psicólogo que optar pela abordagem cognitiva deve focar
a) no tratamento de problemas atuais e na análise de sonhos.
28
b) no tratamento de problemas conscientes e inconscientes.
c) nas experiências comportamentais e inconscientes.
d) no tratamento de traumas infantis e nos problemas atuais.
e) no tratamento de problemas atuais e na análise de experiências psi-
cológicas acessíveis.

QUESTÃO 4
Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Itapevi - SP - Psicólogo
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem se destacado como
uma abordagem terapêutica focalizada na mudança. Nesse tipo de
abordagem, o
a) cliente deve adotar uma postura passiva.
b) processo terapêutico ocorre a longo prazo.
c) terapeuta tem uma atitude diretiva.
d) cliente fica alheio em relação aos procedimentos terapêuticos ado-
tados.
e) cliente é responsável pelas crenças irracionais nas quais acredita.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Fraiburgo - SC Pro-
va: Terapeuta Ocupacional
Assinale a alternativa correta sobre o Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA).
a) É uma síndrome genética autossômica recessiva com prejuízos com-

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


portamentais envolvendo dificuldade de interação social, déficit de co-
municação social, padrões repetidos e interesses restritos.
b) O TEA engloba diferentes condições como autismo, transtorno de
Asperger, transtorno desintegrativo da infância, transtorno global ou in-
vasivo do desenvolvimento e esquizofrenia infantil.
c) Estimativas apontam que 40% das pessoas com TEA apresentam
deficiência intelectual, de moderada a severa, enquanto os outros 60%
apresentam quociente de inteligência acima do esperado para idade.
d) Atualmente a gravidade do TEA é classificada ao nível 1, 2 ou 3, con-
forme a quantidade de suporte requerido pelo sujeito; quanto maior o
número, maior o suporte necessário.
e) Atualmente se reconhece que os sintomas do TEA podem iniciar em
qualquer momento da vida, seja na infância, adolescência ou mesmo na
idade adulta e sempre causam prejuízo significativo nas áreas afetiva,
social, da linguagem, profissional, entre outras.

QUESTÃO DISSERTATIVA– DISSERTANDO A UNIDADE


Percebemos que a análise comportamental contribui com as modificações
29
de comportamentos atípicos característicos do autista. Seus benefícios são
estudados e comprovados por inúmeros autores e teóricos desde o século
XIX, e ainda se faz presente na contemporaneidade. Diante disso, apre-
sente a importância da análise comportamental no cotidiano da pessoa
com autismo de forma crítica, utilizando as bases teóricas já estudadas.

TREINO INÉDITO
A análise comportamental é uma técnica que contribui bastante para
as modificações de comportamento do sujeito, principalmente nos
sujeitos com autismo. Após a leitura do material, assinale a alterna-
tiva correspondente à definição de análise do comportamento.
a) Mostrar as relações entre os conhecimentos experimentais básicos
e a área de aplicação ou a prestação de serviços é importante para se-
lecionar os conteúdos para aplicação, e ainda por ter uma metodologia
de pesquisa que permite trabalhar com o sujeito único.
b) É o fortalecimento de uma resposta devido à apresentação de deter-
minado estímulo a ela contingente.
c) É uma filosofia da ciência cujo foco de análise é o objeto de estudo e
os métodos da Psicologia.
d) A análise de comportamento é uma técnica usada para amenizar
sintomas patológicos de doenças crônicas.
e) A análise de comportamento não é uma técnica usada para amenizar
sintomas patológicos de doenças crônicas.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

NA MÍDIA
MEU FILHO TEM AUTISMO: POR ONDE COMEÇAR A BUSCAR
AJUDA?
"O mundo do TEA é muito amplo e, após receber o diagnóstico, é comum
que os pais passem pelo "luto do(a) filho(a) perfeito (a)". Entram em jogo a
negação do diagnóstico, tristeza, raiva, culpa. É importante fugir um pouco
da internet e deixar de lado saber tudo sobre o quadro através do Google.
Existe muita informação de péssima qualidade, que mais confunde do que
ajuda", ressalta o psiquiatra Jonathan Dionizio, professor da UMC.
Em linhas gerais, o primeiro profissional de saúde que poderia ficar
atento a sinais como pouco contato visual, estereotipias, ausência de
comunicação ou ausência de interação social seria o pediatra, que faz
um acompanhamento desde os primeiros anos de vida da criança, com
a observação dos pais. Porém, isso nem sempre ocorre.
Fonte: TERRA
Data: 25/04/2022
Leia a notícia na íntegra: https://www.terra.com.br/nos/meu-filho-tem-
-autismo-por-onde-comecar-a-buscar-ajuda,8289d28a1b0c0683ca7c-
30
447fd9c5cf3dfb35uqo5.html

NA PRÁTICA
COMO REALIZAR UMA INTERVENÇÃO BASEADA EM ABA?
O texto ajudará você a entender como acontece uma terapia Análise do
Comportamento Aplicada (ABA) na prática, e relacionar com o que já foi
estudado até aqui.
Fonte: https://genialcare.com.br/blog/aba/
A ABA não é um método, isto é, um roteiro de coisas a se fazer com o
sujeito, e sim uma ciência, assim como a química, a física e a biologia,
um campo enorme de estudos, o qual permite que se conheça profun-
damente o comportamento humano, a ponto de poder mudá-lo para
melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas não sendo um método,
e sim uma ciência, é necessário que ela seja conhecida com profundi-
dade para a criação de uma intervenção individualizada, talhada para
cada um dos sujeitos que se servem dela.

PARA SABER MAIS


Saiba mais sobre Análise do Comportamento:
Acesse os links:
Você sabe o que é Análise do Comportamento?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f0aZ0BB1yJo aces-
so dia 27 de fevereiro
Palestra de Análise Comportamental com o Prof. João Oliveira

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=44uJV36yB-I acesso
dia 27 de fevereiro

31
ASPECTOS METODOLÓGICOS DAS
INTERVENÇÕES
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Devido às comorbidades que uma pessoa TEA apresenta, ten-


tar colocá-la no ambiente social é de extrema importância para o seu
desenvolvimento. A análise comportamental dispõe de aspectos meto-
dológicos que conseguem auxiliar o terapeuta a obter determinados re-
sultados. Para iniciar o capítulo citaremos Lovaas et al. (2003, p. 42-45)
que utilizando os conhecimentos de alguns autores como: SIMEONN-
SON, OLLEY e ROSENTHAL, 1987; R. L. KOEGEL e KOEGEL, 1988;
BARTAK, 1978; conseguiu constatar que para ocorrer um tratamento de
qualidade é necessário percorrer nove elementos:
1. Uma ênfase comportamental: Que envolve as intervenções
técnicas. Nessas intervenções podemos usar a produção de alterna-
ções no controle e estabelecimento de estímulo, utilização de testes,
usar o ensino de imitação e modelações por aproximações sucessivas.
2. Participação da família: Pessoas com atraso no desenvol-
3232
vimento precisam de uma ajuda mútua, que conta com a ajuda tera-
pêutica e familiar. Dessa feita, pais e responsáveis precisam participar
ativamente dando continuidade ao tratamento terapêutico.
3. Instrução individual: É ideal que as instruções dadas na te-
rapia comportamental sejam individualmente seguidas nos primeiros 12
meses, devido à facilidade de responder em situações individuais pró-
prias dos autistas.
4. Integração: Essa integração precisa ser realizada no mo-
mento em que o autista já apresenta comportamentos sociais adequa-
dos e o grupo dessa integração precisa ser típico, pois, assim ele se
desenvolverá melhor.
5. Abrangência: É preciso ensinar ao autista diversos compor-
tamentos sociais, pois, um leva ao ensinamento de outro.
6. Intensidade: A intervenção é muito importante, pois, quanto
mais efetiva ela for, mais resultados desejados serão obtidos. É reco-
mendada que a intensidade do tratamento de 40 horas por semana.
7. Diferenças individuais: Considerar as particularidades é fun-
damental, pois, é preciso entender que existem aqueles que irão res-
ponder o tratamento e manter as habilidades e aqueles que precisarão
do tratamento individual pelo resto da vida.
8. Duração: O tratamento deve ser feito por toda vida, pois, se
finalizado, existem grandes chances de perder habilidades já adquiridas.
9. Controle de qualidade: É preciso fiquem claras as dimensões
usadas no tratamento, para que outras pessoas consigam dar continui-

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


dade da mesma forma. Nesse caso, é importante o registro de dados,
pois, assim qualquer outra pessoa conseguirá ser um qualificador.
Nesse sentido, entender esses aspectos ajudará na realização
de um tratamento eficaz e na continuidade, que deve ocorrer em todos
os ambientes que o autista estiver inserido. Família, escola, terapêuta e
demais ambientes que sejam frequentados pelo autista devem atuar de
forma conjunta e compartilhada, utilizando as mesmas técnicas.
As técnicas precisam ser bem entendidas, pois, são peças fun-
damentais para a realização de uma intervenção eficaz. Nelas o tera-
peuta saberá como agir e o que deve usar na a análise comportamental
(ABA). Vale lembrar que pode-se integrar diversas técnicas que tenham
o Behaviorismo como base, contanto que o terapeuta conheça o sujeito
que irá treinar e quais são as suas limitações, habilidades já adquiridas
e quais precisam ser estimuladas para que ele consiga viver em socie-
dade da melhor forma possível.

33
Existe um manual de treinamento ABA “Ajude-nos a apren-
der” de Kathy Lear, que apresenta diversas técnicas para uma te-
rapia comportamental. Esse manual você pode encontrar disponí-
vel em: http://www.autismo.psicologiaeciencia.com.br/wp-content/
uploads/2012/07/Autismo-ajude-nos-a-aprender.pdf

As técnicas e métodos para trabalhar a análise comportamen-


tal em pessoas autistas são de grandes variedades e, de acordo com
Bossa (2006, p. 548), devem focar em quatros dimensões: 1) estimular
o desenvolvimento social e comunicativo; 2) aprimorar o aprendizado
e a capacidade de solucionar problemas; 3) diminuir comportamentos
que interferem no aprendizado e no acesso às oportunidades de expe-
riências do cotidiano; e 4) ajudar as famílias a lidarem com o autismo.
Dessa forma vale lembrar que, além de ser um tratamento a
logo prazo, os resultados não são imediatos e não existe uma técnica
eficaz para determinada pessoa, com isso, na mesma linha de pensa-
mento de Bosa (2006) corrobora dizendo que:

Aparentemente, não existe uma única abordagem que seja totalmente eficaz
para todas as crianças, em todas as diferentes etapas da vida. Ou seja, uma
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

intervenção específica que pode ter um bom resultado em certo período de


tempo (e.g. anos pré-escolares) pode apresentar eficácia diferente nos anos
seguintes (e.g. adolescência). Isso ocorre, em parte, porque as famílias alte-
ram suas expectativas e valores com relação ao tratamento das crianças de
acordo com o desenvolvimento delas e do contexto familiar. Por outro lado,
um ponto de consenso na literatura é a importância da identificação e inter-
venção precoce do autismo e seu relacionamento com o desenvolvimento
subseqüente. (BOSA, 2006, p. 552)

Nesse sentindo, percebe-se que a família tem uma porcentagem


de influência nos resultados das intervenções, devido ao seu comprome-
timento. Vale lembrar que a intervenção precoce também é fundamental
nos resultados do treinamento, pois, quando mais cedo forem o diagnós-
tico e a intervenção, o indivíduo tem seu comportamento condicionado.

ENCADEAMENTO

As técnicas que podem ser utilizadas em uma análise com-


34
portamental são fundamentais para obter os resultados esperados. O
encadeamento é uma técnica que possibilita o terapeuta dividir uma
tarefa por partes menores, colocando-as de formas simples e simplifi-
cando o seu passo a passo. Sendo assim, só é ensinado o próximo pas-
so quando a atividade anterior é aprendida e internalizada. Podemos
fundamentar esse conceito ressaltando que o encadeamento é quando
“os estímulos são adicionados de forma gradual até que todos os ele-
mentos de um conjunto previamente estabelecido sejam apresentados
simultaneamente (SOUZA; ASSIS, 2005, p. 528)”.
Podemos dizer também, segundo os estudos de Lovaas et al.
(2003, p. 162) que encadeamento é:

O encadeamento é a criação de um comportamento mais complexo através


da combinação de comportamentos simples em uma sequência que forme um
único comportamento mais complexo. Esta sequência de comportamentos é
chamada de cadeia. O termo cadeia é usado porque as unidades iniciais de
comportamento proporcionam os sinais para as unidades de comportamento
posteriores. Em termos técnicos pode ser dito que o retorno gerado por uma
resposta (tecnicamente conhecida como estímulo produzido por resposta) pro-
porciona o estímulo para a próxima resposta (LOVAAS et al. 2003, p. 162).

Dessa forma, encadear significa dividir as atividades por etapas


para facilitar a aprendizagem do indivíduo. Na perspectiva dos mesmos
autores, pode-se colocar esse encadeamento sob duas configurações:
o progressivo e o regressivo, definidos da seguinte forma:

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


O encadeamento progressivo transfere o ensino e combinação de compor-
tamentos em uma ordem cronológica progressiva. O ensino começa com o
primeiro passo na cadeia e termina com o último passo. O encadeamento
regressivo envolve o ensino e combinação de comportamentos em uma or-
dem cronológica invertida. O último comportamento na cadeia é ensinado
primeiro e os comportamentos restantes são incluídos em ordem descenden-
te. O encadeamento regressivo requer que nos estágios iniciais, o estudante
somente complete os últimos passos em uma cadeia antes que seja reforça-
do, enquanto que o encadeamento progressivo funciona na direção oposta
(LOVAAS et al. 2003, p. 162 - 163).

Alguns autores, como Lear (2004) explicam o encadeamento


progressivo como “de frente para trás” que inicia com o primeiro passo da
atividade, e o encadeamento regressivo como “de trás para frente” que
ensina a atividade iniciando a partir do último passo, ressaltando que:

Encadeamento de frente para trás ensina cada passo individualmente na ordem


em que irá ocorrer. Não é necessário começar do começo. O encadeamento de
trás para frente ensina os passos em ordem inversa e trabalha do final para o

35
começo da sequência. Aprender primeiro o último passo significa que a criança
estará próxima da finalização da tarefa e será naturalmente reforçada por termi-
ná-la. A apresentação da tarefa completa significa que você faz todos os passos
do começo ao fim, todas às vezes. Você pode também querer ensinar alguns
passos mais difíceis (ex. apertar a pasta de dentes ou encher o copo de água),
antes de ensiná-los em sequência (LEAR, 2004, c. 7 p. 7).

Encadear um comportamento ajuda o autista a compreender


melhor os passos de determinadas atividades, ir ao banheiro urinar, por
exemplo, é uma atividade que precisamos realizar ao sentir a vontade:
abrir a porta, se posicionar ao sanitário, baixar as calças, sentar, urinar,
levantar, dar descarga, apagar a luz e fechar a porta. Esse exemplo de
atividade é comum para nós, mas em autista precisamos ensinar com
calma e passo a passo. Guimarães e Carmo (2018), diz que:

Procedimentos que envolvam o ensino de respostas encadeadas podem


ser usados para o ensino de habilidades cotidianas, das quais, talvez, as
que exigem maior cuidado e controle sejam aquelas que envolvem reações
fisiológicas, como defecar ou urinar no lugar apropriado. Para isso, é ne-
cessário discriminar estimulações fisiológicas específicas, ter autocontrole,
permanecer na posição e lugar apropriado até a finalização da excreção de
fezes e urina, realizar a limpeza do local utilizado e realizar a higiene pessoal
necessária. Assim, o treino de toalete envolve o ensino dessas diferentes
respostas encadeadas. No caso de indivíduos autistas, em função de suas
características marcantes relacionadas à linguagem e à interação social, o
treino de toalete precisa ser programado detalhadamente, seguindo passos
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

que devem ser cumpridos (GUIMARÃES e CARMO, 2018, p.71).

Os treinos precisam ocorrer conforme o tipo de encadeamen-


to, e esse tipo será escolhido segundo a necessidade identificada pelo
terapeuta. Vale lembrar a importância dos reforçadores, quando obter a
resposta de comportamento desejada, pois são deles que surgirá a von-
tade de repetir os comportamentos adequados que o terapeuta almeja
desenvolver na criança.

Como a intervenção ABA deve ser realizada?


Deve seguir quatro etapas:
1. Avaliar a criança;
2. Traçar objetivos de tratamento;
3. Fazer programas de ensino;
36
4. Registrar dados de resultados do tratamento.

O objetivo principal que essa intervenção tem é de realizar a


observação, a análise e a explicação a relação que existe entre o com-
portamento do indivíduo, o ambiente e a aprendizagem.
Em exemplo, podemos dizer que quando encadeamos um
comportamento, ele pode ser divido em passo a passo, de forma que
facilite a compreensão. Escovar os dentes (figura 5), por exemplo, ao
ser encadeado poderia ser ensinado da seguinte forma:

Figura 5: Escovar os dentes.

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Escola Salto, 2018.

Percebe-se que a atividade foi dividida em etapas sequenciais.


No treinamento de um autista para essa atividade, serão apresenta-
dos primeiramente: pegar a escova e colocar a pasta. Sendo assim, o
sujeito só passará para as próximas atividades quando as primeiras já
tiverem sido concluídas.
Podemos exemplificar também outra atividade simples, como
por exemplo, lavas as mãos (figura 6) e perceber que a sequência de
etapas consegue simplicar a atividade:
37
Figura 6: Lavar as mãos.

Fonte: Escola Salto, 2018.

Dessa forma, compreenderemos que mapeamento é um en-


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

cadeamento importante para a implantação de habilidades que serão


usadas para a vida toda no cotidiano das pessoas com o Transtorno do
Espectro Autista – TEA. Os dois exemplos das figuras 5 e 6 são ações
de necessidade para a vida do sujeito.

MODELAGEM

Outra técnica utilizada na intervenção é a modelagem, que tem


a função de modelar o comportamento aos poucos. Na modelagem a
recompensa é feita quando existem comportamentos aproximados ao
comportamento esperado, fazendo assim uma modelagem e sempre
tentando tirar do sujeito os comportamentos ideais.
Em síntese, podemos explicar a modelagem como uma “modi-
ficação gradual de alguma propriedade do responder através do reforço
diferencial por aproximações sucessivas” (TEXEIRA JUNIOR, 2005, p.
12). Nesse sentido, relacionaremos o conceito de modelagem com o
conceito de condicionamento operante, pois, trata-se do mesmo proce-
38
dimento, uma vez que, consegue de alguma forma modelar um compor-
tamento existente. Zilio (2010) afirma que:

(...) através do condicionamento operante, estímulos consequentes são res-


ponsáveis por aumentar ou diminuir a frequência de respostas pertencentes à
mesma classe. Nesse caso, os estímulos que constituem a ocasião em que
uma dada classe operante é reforçada passam a exercer certo controle sobre a
probabilidade de resposta: em ocasiões semelhantes, a probabilidade de ocor-
rência de respostas pertencentes a essa classe é maior (ZILLIO, 2010, p. 101).

Na ideia voltada à modelagem e ao condicionamento operante,


o modificar do comportamento do sujeito deve ocorrer aos poucos e ser
reforçado quando alcança o mínimo de aproximação com o comporta-
mento alvo, visando que na tentativa ele consiga se aproximar sempre
mais. Essa modelagem, segundo Lear (2004) pode ser entendida como:

(...) um procedimento de reforçar diferencialmente sucessivas aproximações


ao comportamento desejado. Isto significa simplesmente que, quando tiver-
mos uma meta – sentar-se em uma roda por 15 minutos, por exemplo –
estejamos preparados para esperar e recompensar por menos, no começo
(LEAR, 2004, c. 8 p. 7).

Antes de usar a modelagem de comportamento, é importante


que o terapeuta entenda e conheça quais habilidades o autista apresen-
ta antes de iniciar o treinamento, pois, para adquirir algumas habilida-
des precisamos de outras, uma vez que:

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


A modelagem ajuda a ocasionar a resposta correta pelo fornecimento de uma
demonstração visual da resposta. Para usar a modelagem como um estímu-
lo, o estudante primeiro precisa ser ensinado a imitar os comportamentos de
adultos e vocalizações (LOVAAS, 2003, p. 153).

O autor usa “bater palmas” como exemplo, pois, antes do au-


tista aprender a bater palmas, ele precisa saber imitar a ação de um
adulto, para então poder reproduzir. Outro exemplo seria pegar algum
objeto, pois, antes dele pegar qualquer coisa, precisa aprender a res-
ponder o comando “pegue isso” ou “pegue aquilo” e assim por diante.
O papel do terapeuta nesse sentido é fundamental para que o autista
consiga se desenvolver bem no treinamento.
Podemos exemplificar uma forma de modelagem usando uma ati-
vidade escolar, que nesse caso, consideraremos que o autista apresenta a
linguagem comprometida e iniciaremos o processo de nomeação de letras.
Para a modelagem iniciaremos com a nomeação de no mínimo
duas palavras, em que o sujeito será reforçado a cada duas acertadas.
39
Posto isso, aumentaremos, à medida que ele conseguir nomear mais,
até que consiga nomear o alfabeto por completo. Poderemos usar isso
também para nomeação de imagens, trazendo fichas de figuras habitu-
ais na rotina da criança. Podemos usar como exemplo a FIG. 7 a seguir:

Figura 7: Ficha de figuras.


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Filho leitor, 2019.

As ilustrações presentes na Figura 7 podem nos apresentar uma


lógica seguindo a ideia da nomeação de figuras e pode ser substituída ou
adaptada conforme a realidade da criança. Nesse caso, pode-se começar
com a nomeação da primeira figura e reforçá-la quando houver o acerto
e, assim, continuar na sequência até que ela consiga finalizar a atividade.
Lembrando que, consoante o que já foi dito, é preciso que a crian-
ça veja o mediador realizando a atividade, para entender como se dá o pro-
40
cedimento, por exemplo: o adulto fala “árvore” e espera a criança repetir.
Além da nomeação, a modelagem pode ser usada para ou-
tros comportamentos que dela necessite, como por exemplo: aprender
a sentar-se na cadeira, aprender a fechar uma porta, entre outros com-
portamentos. Perceberemos que a modelagem está inclusa em outras
técnicas de intervenções, pois a modelagem é uma das bases da aná-
lise comportamental.

ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS (DISCRETE TRIAL TEA-


CHING – DTT) - PROMPT (INCITAÇÃO)

O Prompt é uma forma de ensino em que existem avisos vi-


sando ajudar a desencadear as respostas, sejam verbais ou gestos que
sinalizem as respostas, podemos dizer que é uma ajuda Prompt, poden-
do ser entendida como uma “dica verbal na qual o falante discrimina a
resposta final” (TEXEIRA JUNIOR et al. 2005, p. 14).
Bacelar (2013, p. 46) diz que o Prompt “é considerada uma
abordagem dinâmica e sensitiva utilizada, então, em crianças que te-
nham dificuldade na execução, no planejamento, na fluência e/ou na
prosódia devido a uma alteração da produção do seu discurso e/ou da
articulação.” Nesse caso, a criança autista, por conta de suas dificulda-
des, precisa de “ajuda” para executar determinadas tarefas. Dessa feita,
o Prompt passa a ser uma ferramenta de apoio para o terapeuta.
O Prompt é usado em outras técnicas como complemento para

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


as terapias comportamentais, uma delas é o ensino por tentativas discre-
tas – DTT. Nessa técnica, temos autores, como Lear (2004), que dirá que
é uma forma de separar a atividade e ajudar o autista a responder con-
forme o esperado, reforça-se isso afirmando que essa forma de ensino:

Tem um formato estruturado, comandado pelo professor, e caracteriza-se por


dividir sequências complicadas de aprendizado em passos muito pequenos
ou “discretos” (separados) ensinados um de cada vez durante uma série de
“tentativas” (trials), com o reforçamento positivo (prêmios) e o grau de “ajuda”
(prompting) que for necessário para que o objetivo seja alcançado (LEAR,
2004, C.1. p. 6).

Podemos usar a definição trazida por Varella e Souza (2018,


p. 75) que diz que a DTT é um procedimento em que o terapeuta tem o
controle do ensino a ser aplicado, manipulando as variáveis que podem
contribuir com a aprendizagem de um novo comportamento.

41
Para entender mais leia “Sobre ABA e DTT: Considerações
IMPORTANTES”
Disponível em: https://nadjafavero.wordpress.
com/2014/04/12/sobre-aba-e-dtt-consideracoes-importantes/

A estruturação da atividade a ser realizada possibilita uma divisão


que a simplifique o máximo possível, para que o sujeito consiga aprender
com mais facilidade nas tentativas por meio de ajudas, e sempre reforçan-
do quando o sujeito alcançar pequenos passos. Nesse sentido, podemos
destacar também o procedimento que pode ser feito no momento do uso
do ensino por tentativas discretas, que segundo os mesmos autores:

O procedimento consiste em apresentações repetidas de um número pré-


-determinado de tentativas, com cada tentativa definida com base em uma
contingência de três termos. Normalmente, uma tentativa inicia-se quando o
terapeuta/aplicador disponibiliza os materiais necessários, obtém a atenção
do aprendiz e apresenta uma instrução ou uma pergunta (antecedente). São
dados ao aprendiz alguns segundos para emitir o comportamento-alvo (res-
posta), e, finalmente, o terapeuta/aplicado r reforça ou corrige a resposta/
ausência de resposta do aprendiz (consequência) a depender de como este
responde à instrução. Após manejar as consequências, um intervalo entre
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

tentativas de alguns segundos sinaliza o encerramento da tentativa até o


terapeuta/aplicador reiniciar o procedimento ao manejar os antecedentes,
iniciando uma próxima tentativa (VARELLA e SOUZA, 2018, p. 75).

Importante que saibamos que as tentativas devem ser prati-


cadas até que a criança consiga obter êxito, atingindo assim a respos-
ta alvo esperada sem precisar mais da ajuda dada pelo terapeuta. No
ensino por tentativas discretas o professor precisa saber mediar muito
bem o ambiente e os estímulos que serão expostos pelos alunos, nes-
se caso, existem características no ensino por tentativas discretas que
também precisamos ressaltar, para isso, Guerra (2015, p. 23) usando
os autores Mcgee; Krantz; Mcclannahan (1985), dirá que:
1. O professor é quem controla o ensino, apresenta as instru-
ções e determina intervalos entres as tentativas.
2. O ambiente não pode apresentar distrações.
3. Os estímulos são selecionados pelo professor.
4. As dicas são usadas até o momento em que a criança alcan-
ça o critério de respostas corretas.
42
Podemos considerar essa técnica uma das mais completas e ba-
seadas na mediação do terapeuta, pois, os resultados dependerão do tra-
balho do mediador, sendo ele o único que conseguirá passar as instruções
de forma que a aprendizagem de determinada atividade seja significativa.
Ao ler esse tópico tivemos algumas lembranças dos tópicos
anteriores, pois, a DTT consegue encadear o comportamento usando
ajudas, normalmente verbais, para modelar um comportamento. Nos
exemplos das técnicas anteriores poderíamos simplesmente ajustar as
técnicas da DTT, ajudando nas nomeações das figuras (figura 7).

Filme sobre o assunto: Uma das ferramentas mais utiliza-


das na intervenção em ABA é o Ensino por Tentativas Discretas
(DTT- Discrete Trial Training). As tarefas são comumente realizadas
em ambientes controlados, muitas vezes em mesinhas (as famo-
sas tarefas de mesinha). O DTT possui três componentes princi-
pais: (1) o estímulo discriminativo (SD); (2) a resposta e/ou dica; e
(3) o reforço ou procedimento de correção.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=zGhInyNaLTI
Acesse os links:
O trabalho a seguir apresenta técnicas de intervenções

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


que podem ajudar você na prática profissional. Leia com atenção
e, caso precise, busque outras fontes para complementar o texto:
http://www.autismo.psicologiaeciencia.com.br/wp-content/uplo-
ads/2012/07/Autismo-Lovaas.pdf

Por fim, diante dessas técnicas apresentadas, fixaremos que


todas fazem parte da base da análise comportamental, e que indepen-
dente de qual delas utilizar, deveremos seguir uma estrutura para orga-
nizar a terapia estilo passo a passo, isto é, passos a serem seguidos.
Nesse caso, pode-se mencionar Windholz (1995) e sua ideia de como
deve ser uma estruturação para ser realizada uma intervenção usando
análise comportamental.
Para o autor, deve-se iniciar, em primeiro momento, com a
avaliação comportamental, que identifica as variáveis que controlam
determinado comportamento. Em segundo momento, devem ser deter-
minados os objetivos que precisam ser alcançados de imediato, como
por exemplo, qual comportamento deve-se instalar ou extinguir para
adequar o sujeito aos ambientes sociais.
43
Em terceiro momento, deve-se determinar qual técnica será
utilizada para a intervenção e qual programa será realizado, conside-
rando o que já sabe e o que precisa aprender e, por fim, o quarto mo-
mento é a própria intervenção em si.
Observe a tabela a seguir e use-a como uma das bases.

Tabela 4: Guia de procedimento


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Ghezzi, 2007.

44
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: IBADE Órgão: ISE-AC Prova: IBADE - 2021 - ISE-
-AC - Psicólogo
A partir de Cardinalli (2020), a alternativa correta em relação aos
processos de psicoterapias breves é:
a) O termo “breve”, em geral, é empregado quando utiliza-se o tempo
subjetivo como critério nomeador dessa prática psicoterápica.
b) A caracterização por meio dos termos “breve” e “de curta duração”
são equivalentes quando se considera o critério tipo de intervenção
para nomear essa forma de psicoterapia.
c) O processo psicoterapia breve não conta com um planejamento pré-
vio em relação ao número de sessões.
d) O único critério definidor desta modalidade terapêutica é o tempo
social.
e) Tal processo de psicoterapia pode ser classificado em termos de tem-
po cronológico e método terapêutico.

QUESTÃO 2
Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - DEPEN - CARGO 5 - Psicologia
Acerca da intervenção psicológica em problemas específicos na
terceira idade em situação de violência, julgue o item a seguir.
O psicólogo deve prometer sigilo quanto ao relato da violência,

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


pois a notificação e o encaminhamento para demais serviços po-
dem trazer medo ou insegurança emocional ao sujeito.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 3
PROVA: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Psicólogo
Muitas das dimensões convencionais de treinamento e desenvol-
vimento foram questionadas e modificadas para atender às novas
demandas das organizações. Uma dessas mudanças refere-se aos
objetivos da aprendizagem que eram voltados à racionalidade e
eficiência e passam a focar
a) as técnicas, os sistemas operacionais e conceitos de administração.
b) o sistema social amplo, desenvolvimento de atitudes e habilidades
relacionais.
c) o desenvolvimento de habilidades intergrupais, desenvolvimento
emocional e competências técnicas.
d) a adaptação, mudança e conscientização.
45
e) as unidades de negócio, sistemas relacionais e emocionais.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: Psicólogo - Clínica
Sobre a discriminação de estímulo, no contexto da Análise do
Comportamento, é correto afirmar que:
a) A discriminação do estímulo é a melhor via para a modelagem do
comportamento.
b) A discriminação de estímulo é uma consequência automática da mo-
delagem do comportamento.
c) O fator determinante para a discriminação de estímulo é o contexto
em que se dá a consequência para a resposta reforçada, e não a res-
posta em si.
d) A discriminação de estímulo é um mecanismo proposto por Watson e
por isso superado pelo conceito de metacontingência na teoria de Skinner.
e) Discriminação de estímulo e extinção são sinônimos na Análise do
Comportamento, uma vez que discriminar significa não apresentar de-
terminado

QUESTÃO 5
Prova: CETREDE - 2021 - Prefeitura de Frecheirinha - CE - Psicólogo
A análise do comportamento é uma abordagem em psicologia, pro-
duto do intercruzamento do Behaviorismo Radical, da Análise Ex-
perimental do Comportamento e da Análise Aplicada do Comporta-
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

mento. Sobre esta teoria, o que é CORRETO afirmar?


a) O termo resposta vem sendo utilizado para destacar um dos com-
ponentes da relação comportamental; diz respeito a uma determinada
ação do organismo num determinado momento. Portanto, é mais abran-
gente que o termo comportamento.
b) O efeito de enfraquecimento implica que uma dada resposta tem a
sua probabilidade futura de ocorrência aumentada. Já o efeito de forta-
lecimento implica que a resposta terá menor probabilidade de ocorrer
novamente no futuro.
c) O comportamento respondente pode ser explicado funcionalmente e
estudado em termos de eventos antecedentes, respostas do indivíduo
e eventos consequentes.
d) Comportamentos apresentados em diferentes momentos podem ser
similares em termos de forma e função, portanto; são iguais.
e) Essa abordagem estuda o comportamento, entendido como relação
entre classes de estímulos (público e privado, histórico e imediato, so-
cial e não social) e classes de respostas de um organismo biologica-
mente constituído, ambas definidas por suas funções.
46
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Após a leitura da unidade, saber sobre Encadeamento, Modelagem e
Prompt é muito importante para a prática profissional de intervenção na
análise do comportamento. Diante disso, descreva as relações e dife-
renças entre as teorias e aplique a um exemplo de comportamento ina-
dequado apresentado por um autista e como tal entendimento descrito
poderia ajudar em sua atuação.

TREINO INÉDITO
Analise a afirmação abaixo:
É a criação de um comportamento mais complexo, através da com-
binação de comportamentos simples em uma sequência que forma
um único comportamento mais complexo. Esta sequência de com-
portamentos é chamada de cadeia.
Essa afirmação está relacionada a:
a) Modelagem
b) Encadeamento
c) Prompt
d) Ensino por tentativa discreta
e) Reforço positivo

NA MÍDIA
ENTENDA COMO O DIAGNÓSTICO DO ESPECTRO DO AUTISMO
SE TORNOU MAIS FÁCIL E FREQUENTE

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Estima-se que em todo o mundo cerca de 1 em cada 100 crianças tenha
autismo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa esti-
mativa representa um valor médio, e a prevalência relatada varia substan-
cialmente entre os estudos. Algumas pesquisas controladas, no entanto,
relataram números substancialmente mais altos. Além disso, a prevalência
do autismo em muitos países de baixa e média renda é desconhecida.
Cerca de 1 em cada 36 crianças foi identificada com transtorno do es-
pectro do autismo, de acordo com estimativas da Rede de Monitora-
mento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento dos Centros de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Fonte: CNN BRASIL
Data: 02/04/2023
Leia a notícia na íntegra: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/entenda-
-como-o-diagnostico-do-espectro-do-autismo-se-tornou-mais-facil-e-
-frequente/

NA PRÁTICA
PROJETO VISA IMPLANTAR NAS ESCOLAS TÉCNICAS ABA PARA
47
ATENDER ESTUDANTES COM TEA
Segundo Miotto, a terapia ABA no autismo é importante, pois visa pro-
mover o ensino de novas habilidades. Também ajuda a lidar com com-
portamentos desafiadores, o que podem ser tanto comportamentos de
crises, quanto aqueles que colocam em risco a integridade física. É um
processo abrangente, estruturado e contínuo de reaprendizagem. A
Análise de Comportamento Aplicada avalia o indivíduo como um todo.
É uma ciência baseada na avaliação do comportamento, definição de
objetivos, programação de metas, planejamento de intervenções e pro-
tocolo de registros dos resultados, um processo claro e preciso.
Fonte: https://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/propos-
ta-visa-implantar-nas-escolas-tecnica-aba-para-atendimento-de-estudan

PARA SABER MAIS


Sobre modelagem, encadeamento e DTT
Acesse os links:
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pMSjsCvy2Zs
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

48
ANÁLISE EXPERIMENTAL DO
COMPORTAMENTO E ANÁLISE FUN-
CIONAL DO COMPORTAMENTO

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Para compreender a Análise do Comportamento é importan-
te saber que esta é constituída por análises experimental e funcional,
pois, no momento da terapia, a intervenção é baseada no Behaviorismo
Radical e na Análise Experimental do Comportamento, cujo conceito é
complementar a análise funcional.

Como cientista natural, o analista de comportamento é um baconiano (referência


ao filósofo e cientista inglês, Francis Bacon). Trabalha por observação, classifi-
cação e indução (gradual!). Evita generalizações apressadas e indevidas, evita
o dogma, evita explicações metafísicas. É basicamente um empirista (estuda
casos concretos) e um experimentalista (submete suas explicações a testes
e demonstrações com manipulação de variáveis), só secundariamente, é um
"interpretacionista". Privilegia uma abordagem histórica aos eventos. Acha que
uma explicação do comportamento humano começa com uma explicação do

4949
comportamento animal. O comportamento é governado e modificado por asso-
ciações adquiridas por experiência, e mantidas por sua utilidade biológica (por
sua função de sobrevivência e valor adaptativo). (MATTOS, 1999, p. 10)

Na análise comportamental é preciso estudar o comportamen-


to mediante experimentos e testes contínuos para poder verificar: o por-
quê que determinado comportamento acontece, quando ele acontece
e o que pode ser feito para que o comportamento seja modificado. Em
alguns casos de comportamentos que não estão instalados, deve ser
estudado como pode instalar e qual a técnica deve ser utilizada.
Precisamos pontuar que no tratamento com uso da análise
comportamental é necessário contar com o apoio de uma equipe mul-
tiprofissional. As Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com
Transtornos do Espectro do Autismo - TEA (BRASIL, 2014) orientam
que a avaliação é feita por uma equipe, afirmando que:

O objetivo da avaliação não é apenas o estabelecimento do diagnóstico por si


só, mas a identificação de potencialidades da pessoa e de sua família. Isso pode
ser alcançado extraindo das equipes o que elas têm de expertise em seus res-
pectivos campos de atuação, ao mesmo tempo em que cada área interage com
a outra. Considerando-se: (a) que o diagnóstico de TEA envolve a identificação
de “desvios qualitativos” do desenvolvimento (sobretudo no terreno da interação
social e da linguagem); (b) a necessidade do diagnóstico diferencial; e (c) a iden-
tificação de potencialidades tanto quanto de comprometimentos, é importante
que se possa contar com uma equipe de, no mínimo, psiquiatra e/ou neurologis-
ta e/ou pediatra, psicólogo e fonoaudiólogo. (BRASIL, 2014, p. 39)
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

A interdisciplinaridade das opiniões dos profissionais de diversas


áreas do conhecimento, além de ajudar no diagnóstico, consegue melho-
rar o processo de intervenção se trabalhada em conjunto e de forma cola-
borativa. A troca de informações entre os profissionais e os debates acer-
ca das interações com o paciente, facilitará a ação de cada profissional e
os levará a conhecê-lo, ajudando a encontrar mecanismos interventivos.

No decorrer do tratamento é muito importante que todos


os profissionais que atendam o autista sigam a mesma técnica de
intervenção.

É necessário focar também no processo de intervenção preco-


ce para ressaltar a importância de um diagnóstico precoce. São Paulo
50
(2013) ao desenvolver um protocolo de Diagnóstico Tratamento e En-
caminhamento de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
relata os estudos do psicólogo Ole Ivar Lovaas, pioneiro na terapia ABA,
que conseguiu desenvolver a Early Intensive Behavioral Intervention
(EIBI) - Intervenção Comportamental Precoce Intensiva.
A EIBI, segundo São Paulo (2013, p 43) é uma intervenção
considerada complexa e intensiva que aborda:

(a) Redução de comportamentos indesejados;


(b) Estimulação de comportamentos desejados por meio, por exemplo, de
imitação;
(c) Integração dos familiares na intervenção visando futuramente que partici-
pem como coterapeutas;
(d) Preparo para inclusão escolar.

Percebe-se que no tocante à análise comportamental a interven-


ção precoce apresenta uma parcela muito importante nos resultados pre-
sentes na vida adulta, principalmente facilitando sua inclusão na sociedade.

ANÁLISE EXPERIMENTAL

Ao caminharmos no sentido da palavra experimental, notamos


que a mesma, por sua vez, está totalmente voltada às experiências que po-
dem ser realizadas com o comportamento humano. Nos capítulos anterio-

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


res foi possível verificar que Skinner fazia usos de experimentos para poder
estudar e analisar o comportamento e, isso também é visto atualmente nos
estudos realizados com a análise do comportamento em pessoas autistas.
Nesse caso, a “Análise Experimental do Comportamento se
caracteriza, primordialmente, por empregar os denominados procedi-
mentos operante-livres” (VELASCO, GARCIA-MIJARES, e TOMANARI,
2010. p. 150). Para entender melhor, os mesmos autores afirmam que
os procedimentos operante-livres são o oposto do ensino por tentativas
discretas (DTT), pois, trata-se de um procedimento totalmente mani-
pulado pelo terapeuta. Nesse caso, o sujeito fica livre nas ações sem
intervenção do terapeuta. Ou seja, na análise experimental do com-
portamento não pode existir interferências e o sujeito precisa reagir de
acordo com a sua vontade para que a experiência seja real.
Na análise experimental existe uma grande relevância na sin-
gularidade e na particularidade do sujeito, ele é visto como um ser úni-
co. Velasco, Garcia-Mijares e Tomanari (2010) afirmam que:

Em Análise Experimental do Comportamento, a questão das diferenças entre

51
sujeitos não compromete a análise de dados. Ao contrário, cada sujeito é tratado
como um indivíduo particular, distinto de qualquer outro. A busca pelos determi-
nantes funcionais do comportamento usando procedimentos operante-livres su-
põe a singularidade do fenômeno estudado e, por isso, o uso de delineamentos
de sujeito-único. (VELASCO, GARCIA-MIJARES e TOMANARI, 2010. p. 152)

A caixa de Skinner apresentada no capítulo 1 é um ótimo exem-


plo para lembrarmos da análise experimental do comportamento. O tes-
te realizado em um rato, que foi deixando 24 horas com sede preso em
uma caixa, que só tinha uma barra disponível para que quando ele a
apertasse saísse água. Nesse experimento a resposta esperada seria
que o rato apertasse, por conta própria, e descobrisse que lá existia
uma forma de saciar a sua sede, a qual foi alcançada.
Podemos discutir também o experimento de Pavlov, que após
expor um pedaço de carne e tocar em seguida um sino, foi percebido
que apenas no toque do sino, o cão já salivava, mesmo com a ausência
da carne.
Nesse experimento foi possível identificar que o estímulo ajuda
a produzir uma resposta nova. Dessa feita, cada pessoa está sujeita a
ser condicionada a um novo comportamento.

ANÁLISE FUNCIONAL

A análise funcional faz parte do conceito de análise experimen-


tal. Nesse caso, Fornazari (2019) diz que a análise funcional é parte da
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

análise do comportamento, sendo ela uma metodologia que serve para


estudar e explicar os fenômenos psicológicos. Sendo assim, “fazer uma
análise funcional é identificar a função, isto é, o valor de sobrevivência
de um determinado comportamento (MATOS, 1999, p. 11)”. Para enten-
der melhor o conceito da análise funcional, o mesmo autor diz que:

Uma análise funcional nada mais é do que uma análise das contingências
responsáveis por um comportamento ou por mudanças nesse comportamen-
to (sejam eles comportamentos problemáticos como quebrar vidraças ou
aceitáveis como estudar para o vestibular). (MATOS, 1999, p. 14)

Em outras palavras, podemos dizer que a análise funcional in-


vestiga o que leva determinado comportamento acontecer para tentar
conseguir de alguma forma modelar o comportamento inadequado ou
manter aqueles adequados para o ambiente.

52
Análise Funcional de Tirinhas – Calvin
De uma forma divertida, o vídeo consegue explicar a análi-
se funcional usando tirinhas de quadrinhos.
Acesse os links:
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=P3jEdbW-
fXec acesso em 29 de fevereiro de 2020

Observação: Perceba a situação antecedente, a resposta e a


consequência.
A relação do sujeito com o meio é um foco determinante no
processo de análise, pois, é um processo que avalia o que o ambiente
influencia as ações apresentadas pelo indivíduo, em caso de autistas,
um exemplo que pode ajudar a esclarecer tal entendimento é: o que
leva alguns sujeitos autistas a morder a si? Nesse sentido, a análise
funcional estudará qual motivo antecede esse comportamento. Dessa
forma, Inocente et. al. (2019) afirma que:

A análise funcional revela que o comportamento se trata de relações, ou seja,


da interação entre o organismo e o meio em que vive. Assim, o comportamento
emocional é considerado como a relação entre o evento ambiental externo
antecedente, o comportamento operante, a emoção (ou o comportamento res-

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


pondente) e o evento ambiental consequente. (INOCENTE, et al. 2019. p. 29)

Na análise funcional, Souza, Orti e Bolsoni-Silva (2012) afir-


mam que ela é um instrumento de trabalho que apresenta duas fun-
ções: avaliação e intervenção. Outro ponto importante é que podemos
usar a análise funcional com outras técnicas, os mesmos autores com-
plementam dizendo que:

Além da análise funcional, outras técnicas complementares podem ser utili-


zadas pelo terapeuta analítico-comportamental, de forma que facilite ou am-
plie o alcance da análise de contingências, a aprendizagem de repertórios
relevantes e a programação da generalização (SOUZA, ORTI E BOLSONI-
-SILVA, 2012, p. 105)

Diante disso, é importante atentar a alguns pontos para realizar


análise funcional, Matos (1999) pontua cinco passos:

1. Definir precisamente o comportamento de interesse. 2. Identificar e des-


crever o efeito comportamental. 3. Identificar relações ordenadas entre vari-

53
áveis ambientais e o comportamento de interesse. Identificar relações entre
o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes. 4. For-
mular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e desses
outros comportamentos sobre o comportamento de interesse. 5. Testar essas
predições (MATOS, 1999, p. 13).

Esses passos, segundo Lear (2004, c, 5 p. 4) precisam ser


planejados para que consigam colher:
1. Onde e quando o comportamento ocorre?
2. Com quem ocorre?
3. Com que frequência?
4. E o que acontece antes e depois que o comportamento ocorre?
Essas questões ajudam o terapeuta a refletir e pensar ações
com funcionalidade, seguindo uma linha voltada à análise comporta-
mental, vendo isso, podem usar as ideias de Matos (1999, p. 16) que
após seus estudos pontuou perguntas que devem ser realizadas no mo-
mento de uma análise funcional, que são de acordo com a figura 8:

Figura 8: Perguntas básicas.


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Matos (1999, p. 16).

DICAS PARA ELABORAR UMA TERAPIA COMPORTAMENTAL ABA

No procedimento terapêutico de uma terapia ABA (Análise do


Comportamento Aplicada), existem dicas e instrumentos que podem nos
ajudar na análise comportamental. Após as leituras da temática aborda-
da, percebemos que as técnicas são baseadas em modificação de com-
portamento aos poucos com base em reforços e punições, que podem
fazer determinados comportamentos serem instalados ou extinguidos.
54
Em uma pessoa com autismo precisamos considerar suas limi-
tações e as habilidades que ela já apresenta, para então conseguir fazer
um plano de terapia priorizando àquelas habilidades que em meio ao am-
biente e rotina sejam emergentes para o momento. Sobre as intervenções
com pessoas com TEA, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) diz que:

Intervenções analítico-comportamentais podem ajudar, por exemplo, uma


pessoa com transtorno do espectro do autismo a se comunicar melhor, a pro-
duzir consequências de modos mais efetivos e refinados nas relações sociais
que mantém, de modo que se sentirá mais autônoma para fazer escolhas em
sua vida, seja para realizar trabalhos artísticos, engajar-se em atividades de
lazer e estudo, buscar oportunidades no mercado de trabalho ou fazer qual-
quer outra coisa que venha a escolher. O profissional deve trabalhar para que
a pessoa com TEA venha a se tornar capaz de escolher por si própria, com
vistas a ampliar seu repertório comunicativo, buscando torná-la mais apta a
produzir, em sua história, contextos que contribuirão para a sua autonomia.
(BRASIL, 2015, p. 82)

Nesse sentido, o terapeuta deve buscar, com base na análise


comportamental, habilidades que deixe o autista cada vez mais autônomo
em relação as suas atividades diárias, escolares e pessoais. Os órgãos
governamentais de saúde já têm essa preocupação e buscam orientar os
profissionais a lidar com as dificuldades e auxílio dessas pessoas. Nesse
caso, é muito importante a inclusão e as equipes multidisciplinares.

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Existem documentos elaborados por secretarias e órgãos
públicos que podem nos ajudar a compreender as técnicas para
diagnósticos e tratamentos de pessoas com autismo.
Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Trans-
tornos do Espectro do Autismo (TEA)
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_
atencao_reabilitacao_pessoa_autismo.pdf
Linha de cuidado para a atenção às pessoas com trans-
tornos do espectro do autismo e suas famílias na rede de atenção
psicossocial do Sistema Único de Saúde
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuida-
do_atencao_pessoas_transtorno.pdf
55
Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico, Trata-
mento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espec-
tro Autista (TEA)
Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/
perfil/profissional-da-saude/homepage//protocolo_tea_sp_2014.
pdf acesso em 29 de fevereiro.

Além das técnicas que já conhecemos, podemos usar alguns


instrumentos que são essenciais para que toda terapia seja planejada
e estabelecida de forma organizada e registrada. O planejamento deve
apresentar algumas etapas, em um primeiro momento devemos elaborar
um currículo, nele serão registradas as habilidades em foco para iniciar o
treino, os reforços que serão usados para reforçar os comportamentos e
as punições que podemos usar para extinguir outros. Lear (2004) afirma:

Um currículo é o plano norteador para ensinar as habilidades e os conhe-


cimentos que a criança precisa aprender e para a sequência em que serão
apresentados. Um currículo cuidadosamente pensado acompanha a criança
a partir do ponto em que ela está atualmente, constrói as habilidades de
base para aprendizagem e progride através de várias áreas fundamentais
do desenvolvimento. Um currículo é usualmente desenvolvido ou escolhido
depois que uma avaliação inicial tenha indicado em que nível de habilidade
a criança está funcionando atualmente. Esta avaliação é tipicamente feita
por um Psicólogo ou Consultor da Área Comportamental (LEAR, 2004. p 1).

Seguindo a mesma linha de pensamento da autora, Lear


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

(2004) ressalta a importância de mesclar as atividades – trabalho de


mesa, brincar, motora ampla, motora fina, etc.; uma variedade de lo-
cações: sala de terapia, casa da família, quarto de dormir, carro, etc.
– considerando as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de
cuidados pessoais, motoras e de brincar. A seguir veremos na FIG 9 um
bom exemplo de um currículo, dividido em programas de habilidades:

56
Figura 9: Exemplo de currículo

Fonte: Lear (2004, p. 10).

Nesse caso, a divisão das categorias apresentadas é iniciada


das mais simples até as mais complexas, sendo habituadas através
das técnicas que o terapeuta decidir escolher, após os experimentos e
observações realizados. Lovaas (2003), nesse caso, dirá que:

É importante, portanto, que concomitantemente ao ensino destas habilida-


des, o professor equilibre o currículo do estudante ao praticar um certo nú-
mero de outros programas, tais como Combinação e Ordenação, Imitação

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


não Verbal, Imitação Verbal, Habilidades de Entretenimento Iniciais, Artes
e Trabalhos Manuais e habilidades de Auto Ajuda. (LOVAAS, 2003, p 261)

Esse equilíbrio é uma peça chave no planejamento, pois, mes-


clando as habilidades é possível estimular o desenvolvimento de uma
forma generalista. Vale ressaltar que só passamos para a próxima ha-
bilidade, quando a outra já estiver sido adquirida, e isso vai de acordo
com a que apresenta mais prioridade para o momento e qual é a mais
fácil para o sujeito.
Seguindo a linha do currículo – planejamento – precisamos
analisar as tarefas que podem ser usadas durante o treinamento. “Uma
análise de tarefa é simplesmente o processo de conseguir uma descri-
ção, passo a passo, de todas as etapas que compõem uma tarefa ou
atividade” (LEAR, 2004, c 7, p 6). Nesse caso, ainda pode-se seguir a
linha que é a mais urgente para o momento.
A mesma autora Lear (2004) coloca um exemplo de análise de
tarefas que podemos observar na Figura 10:

57
Figura 10: Análise de tarefa.

Fonte: Lear (2004, p. 7).

Na análise de tarefa exposta acima, que representa a atividade


de escovar os dentes, percebe-se que uma única ação foi fragmentada
em partes pequenas, que de alguma forma facilitará a aprendizagem do
sujeito. Esse seguimento pode ser aplicado em qualquer outra ativida-
de. Dessa forma, é importante ressaltar que não se deve pular nenhuma
etapa, por isso, é recomendado que se coloque em um papel para que
sejam seguidas à risca.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

É preciso conhecer outras técnicas de intervenções para


poder entender a eficácia da terapia ABA. Existe um material de
orientação a terapias para o Transtorno de Espectro Autista pelo
Comitê de Saúde Suplementar Curitiba 2018, que mostra a atuação
e técnicas de diversas áreas de conhecimentos.
Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/docu-
ments/12836924/0/TRANSTORNO+DO+ESPECTRO+AUTISTA.pd-
f/3498b55a-c093-1944-da82-e470524ec973

Fazer um resumo do que ocorre nos treinamentos é um ponto


fundamental na terapia, pois, é preciso ter relatórios diários para registrar
ações e situações a serem analisadas e aperfeiçoadas. O resumo também
é uma forma de ter onde recorrer quando o esquecimento vem à tona.
58
Para ajudar na generalização, também é preciso colher e ano-
tar as ações do autista, focando em sua intensidade e frequência duran-
te o dia, uma técnica que contribui para isso é: a folha de registros ou o
livro de registros.
Sobre a folha de registro, Lear (2004) diz que:

Uma vez que você identificou o programa que deseja ensinar, precisará es-
tabelecer estímulos para o programa. Pode ser uma lista de ações imitativas
(bata palmas, pule, mostre a língua); palavras ecóicas (dá, suco, mamãe,
não); comandos de uma etapa (toque sua orelha, bata palmas, faça “tchau”);
figuras para nomear (irmã, cachorro, carro, cebolinha). Apesar de não haver
regras para estabelecer quanto ensinar de cada categoria, geralmente quan-
to mais iniciante for o aprendiz, menos habilidades devem ser trabalhadas ao
mesmo tempo. Provavelmente será bom começar com aproximadamente 3 a
5 habilidades por tarefa. (LEAR, 2004, c 7, p 10)

Na perspectiva da mesma autora, segue abaixo um exemplo


de folha de registro na FIG. 11:

Figura 11: Folha de registro

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Lear (2004, c 7, p 7)


59
Nessa técnica é possível perceber que é uma execução para tare-
fas, no exemplo da FIG. 11 treino de imitação, percebe-se que as colunas
representam o comando e estímulo que o treinador deve fazer para que o
indivíduo repita, se ele fez ou não, deverá ser registrado de uma forma que
seja possível verificar a quantidade de vezes que ele imitou a ação.
O livro de registro FIG. 12, de acordo com Lovaas (2003, p.
760), serve para organizar o ambiente para a equipe e a família que
acompanha o autista.
Nesse caso, para cada programa deve se ter uma folha, pois,
assim é mantida a organização. As informações registradas no livro pre-
cisam ser diretas e breves, apenas para que seja entendido se o sujeito
conseguiu ou não elaborar a atividade.

Figura 12: exemplo de livro de registro


ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Lovaas (2003, p. 760)


60
Caso o programa seja de nomeação, por exemplo, e a figura
“janela” for nomeada corretamente, deve ser marcado “C”, caso seja no-
meado incorretamente, deve ser marcado “I”, caso o treinador precisou
ajudar (ex. vocalizando “jane....”) deve ser marcado “E”. Vale frisar que,
a folha de registro pode ser adaptada de uma forma que ajude o treina-
dor a realizar sua intervenção, podendo também incluir outros pontos
que ele julgar como necessários.
Para a elaboração de um plano, também falaremos de reforços
e punições. Termos esses que já trabalhamos nos capítulos anteriores,
mas que abordaremos aqui de uma forma mais técnica, pois, são ex-
pressões que fazem parte de uma terapia ABA do começo ao fim, em
todos os ambientes em que ela é usada.
Silva et. al. (2016) pontuam dois tipos de reforçadores: primá-
rios (incondicionados) e secundários (condicionados). Nesse caso, os
primários estão relacionados aos aspectos biológicos: comer, beber,
dormir, entre outros relacionados às necessidades básicas de sobre-
vivência; já os secundários dependem muito da história do indivíduo,
pode ser um animal de estimação, um brinquedo, entre outros, que fa-
zem parte do cotidiano. Outro reforço importante para ser usado nos
treinamentos é o reforço social, que pode ser caracterizado com um
afeto ou incentivo, como: “Muito bem!” e “Parabéns!”, entre outros.

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: Instituto Excelência - 2019 - CRIS - SP - Psicólogo - Progra-
ma DST - HIV
Abordagem da psicologia amplamente utilizada no atendimento a
pessoas com autismo, pois utiliza técnicas de modificação com-
portamental que têm mostrando-se bastante eficazes no tratamen-
to, principalmente em casos mais graves de autismo:
a) Psicanálise.
b) Terapia Cognitiva-Comportamental.
c) Análise do Comportamento Aplicada.
d) Nenhuma das alternativas.

QUESTÃO 2
Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - UFFS - Psicólogo
Sobre o transtorno do espectro do autismo, assinale a alternativa
correta.
a) A pessoa com transtorno do espectro do autismo é entendida como
pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
b) Um efeito positivo da dimensão valorativa da categoria diagnóstica de
transtorno do espectro autista é agregar um estigma à vida das pessoas.
c) Por ser um transtorno de etiologia biológica, o processo diagnóstico
se limita a testes e a exames realizados por um neurologista.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

d) O CAPS i é um equipamento privilegiado para a atenção psicossocial


à criança e ao adolescente com autismo no âmbito do SUS, pois é ex-
clusivo dessa clientela.
e) Dificilmente se realiza acompanhamento da família da pessoa com
transtorno de espectro autista, justamente por se tratar de um distúrbio
neurológico.

QUESTÃO 3
Prova: IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Arteterapeuta/Re-
creador
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma síndrome do
neurodesenvolvimento heterogênea sem etiologia patológica ou
neurobiológica unificada, caracterizada por dificuldades na intera-
ção social, problemas de comunicação e tendência a se envolver
em comportamentos repetitivos. Analise as afirmativas a seguir.
I. A arteterapia é uma forma de expressão que abre as portas para
a comunicação sem interação verbal.
II. A arteterapia oferece aos terapeutas a oportunidade de intera-
62
gir individualmente com indivíduos com autismo e fazer conexões
amplas de maneira mais confortável e eficaz.
III. Portanto, encorajar crianças com TEA a expressar sua expe-
riência usando expressões não verbais é desnecessário para seu
desenvolvimento.
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas I, II e III estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: Instituto Excelência Órgão: Prefeitura De Rio
Novo - Mg Prova: Psicólogo
Analise As Afirmativas Abaixo Referente A Alguns Passos Para A
Realização De Uma Análise Funcional Do Comportamento E Assi-
nale Verdadeiro (V) E Falso (F):
( ) Definir precisamente o comportamento de interesse.
( ) Identificar e descrever o efeito comportamental.
( ) Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e
comportamento de interesse.
( ) Identificar relações entre o comportamento de interesse e ou-
tros comportamentos existentes.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


a) V- F- V- V.
b) V- V- F- V.
c) V- V- V- V.
d) Nenhuma das alternativas.

QUESTÃO 5
Prova: FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Psicólogo - Área Hospitalar
Nos últimos anos, ocorreu um aumento progressivo na prevalên-
cia do autismo, sendo considerado por alguns autores como uma
epidemia diagnóstica. Dentro de uma perspectiva crítica no campo
da saúde mental, as explicações possíveis para tal aumento são
a) a inclusão de aspectos relacionais familiares, culturais e socio eco-
nômicos.
b) a ampliação dos critérios diagnósticos a partir da criação da categoria
“espectro autista” (DSM/ CID).
c) o alto consumo de glúten e caseína.
d) a substituição diagnóstica de pacientes antes diagnosticados com
retardo mental, psicose infantil e transtorno de humor.
63
e) a inclusão de categorias diagnósticas que excluem alterações senso-
riais, motoras e cognitivas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Percebemos durante a leitura que, para uma terapia de análise compor-
tamental é necessário fazer uma análise de tarefas. Tal tarefa precisa ser
treinada, seguindo uma ordem de prioridade e urgência. A análise de tare-
fas é nada mais nada menos do que fragmentar uma atividade e treiná-la
por partes, sabendo disso, escolha uma tarefa e análise de forma que seja
simplificada ao ponto de facilitar a aprendizagem de uma pessoa autista.

TREINO INÉDITO
Em um treinamento de alimentação é preciso fazer um planejamen-
to de treino para que organize visualmente e uma análise de tarefas
para que seja fragmentada por etapas. Consideraremos o treina-
mento de um almoço (carne, bife, purê...) que nesse caso, a tarefa
precisa ser dividida em: sentar-se na cadeira, pegar o talher, cortar
o bife, pegar arroz, pegar purê, levar à boca (repetir até que acabe)
levantar-se. Trata-se de uma atividade necessária, que se parece
muito com um conceito já trabalhado. Assinale o conceito que se
refere à análise de tarefas.
a) Folha de registro
b) Encadeamento
c) Currículo
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

d) Reforço secundário
e) Nenhuma das alternativas

NA MÍDIA
MÉDICO ORIENTA SOBRE O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO
O transtorno pode ser identificado bem cedo através da observação atenta
do desenvolvimento da criança pelos pais, sob a orientação de um pedia-
tra. "Existem os marcos do desenvolvimento: com dois meses uma criança
sorri para mãe, ou para quem está cuidado dela", exemplifica. "Se a mãe e
o pediatra identificam que isso não está acontecendo é um sinal de alerta".
Fonte: EBC
Data: 03 de abril de 2023
Leia a notícia na íntegra: https://radios.ebc.com.br/tarde-nacio-
nal/2023/04/medica-orienta-sobre-o-diagnostico-de-autismo

NA PRÁTICA
MAIOR ESTUDO GENÔMICO DO AUTISMO REVELA 134 GENES LI-
GADOS AO TEA
64
Pesquisadores do Hospital for Sick Children (SickKids), do Canadá, des-
cobriram novos genes e alterações genéticas associadas ao transtorno do
espectro do autismo (TEA) na maior análise de sequenciamento do geno-
ma do autismo até o momento, fornecendo uma melhor compreensão da
‘arquitetura genômica’ por trás desse transtorno. Ao todo, eles fizeram uma
lista com 134 genes como sendo os principais ligados ao TEA.
Fonte: https://www.canalautismo.com.br/noticia/maior-estudo-genomi-
co-do-autismo-revela-134-genes-ligados-ao-tea/

PARA SABER MAIS


Acesse os links:
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
Disponível: http://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-
-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

65
Finalizamos a unidade ressaltando a importância da Análise
Comportamental em todos os contextos em que o autista está inserido.
Nesse caso, o Behaviorismo apresenta uma grande contribuição na his-
tória da terapia comportamental, sendo presente até os dias atuais. A
terapia ABA traz os traços do behaviorismo radical, em que a ênfase é
baseada no comportamento condicionado, utilizando modelagem e o en-
sino por tentativas discretas como ferramentas para intervenção, além de
alguns instrumentos como: folha de registro e análise de tarefas.
Diante da temática e das discussões levantadas, é interessan-
te que você pesquise em outras fontes e consiga obter mais informa-
ções sobre o assunto. Os links e os arquivos disponibilizados no corpo
textual também ajudarão você a aprender mais, da parte teórica até a
parte da intervenção ABA.
Por fim, tenha a análise comportamental como uma filosofia que
contribui com a ciência do comportamento, que busca entendê-lo e estudá-
-lo de forma que ajude a inibir comportamentos considerados inadequados
e incluir aqueles que podem ajudar a vida humana de alguma forma.
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

66
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A análise comportamental contribui nas mudanças e na introdução de


comportamentos, em especial de pessoas autistas, o objetivo é fazer
com que os comportamentos atípicos da pessoa com autismo sejam
modificados para outro que seja típico, tentando de alguma forma, in-
cluí-lo no meio social. Outro ponto importante é a remoção de compor-
tamento, que muitas vezes não se adéqua ao momento, prejudicando
sua interação com os outros (bater em si próprio é um dos mais comuns
em autista) e a introdução, que ajuda a comportar-se em ações em que
ele não consegue realizar, como o hábito de sentar-se, por exemplo,
em que no processo de análise comportamental, o autista pode adquirir
habilidades que não são feitas por ele.

TREINO INÉDITO

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS


Gabarito: Letra A.
Justificativa: A alternativa A está correta, pois no tema análise do com-
portamento, mostra as relações entre os conhecimentos experimentais
básicos e a área de aplicação ou a prestação de serviços, além de ser
importante por ajudar a selecionar os conteúdos para aplicação e ainda
por ter uma metodologia de pesquisa que permite trabalhar com o sujeito
único. A alternativa B é referente à definição de reforçamento positivo, a
alternativa C é referente à definição do behaveorismo radical e as alter-
nativas D e E não correspondem à definição de análise comportamental.

67
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

No encadeamento, as atividades são divididas em partes menores e


mais simples de serem assimiladas. A modelagem é realizada com o in-
tuito de modificar o comportamento aos poucos, recompensando sem-
pre que o sujeito autista apresenta uma ação aproximada, e o prompt
é quando o sujeito com autismo realiza suas atividades por meio de
ajuda, essas técnicas podem contribuir no comportamento dos sujeitos
quando, por exemplo, no caso do encadeamento, na hora de escovar
os dentes, as atividades ao serem divididas em partes, podem ajudar
o autista a aprender melhor. Nesse caso da modelagem, podemos re-
compensá-lo (com um bombom, por exemplo) sempre que ele chegar
próximo a uma ação esperada, e o prompt quando o autista não estiver
conseguindo, pode ajudá-lo na execução.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

Justificativa: A resposta é a letra B, pois, a modelagem é um processo de


condicionamento operante. O encadeamento é a criação de comporta-
mentos complexos, por meio da combinação de comportamento simples.
Prompt é uma técnica que ajuda o estudante a obter a resposta correta.
DTT é um procedimento em que o terapeuta tem o controle do ensino
a ser aplicado, manipulando as variáveis. Reforço positivo determina a
frequência de um comportamento específico adicionando um estímulo.

68
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Na análise de tarefas, as atividades devem ser fragmentadas e divididas


em partes simples, para que o sujeito autista consiga aprendê-la melhor,
seu treinamento é por pedaços e só pode passar para o próximo passo
quando já aprendeu o anterior. Colocar uma camisa de botão pode ser uma
atividade a ser exemplificada: 1- abrir o guarda-roupa 2- escolher a camisa
3- pegar a camisa 4- fechar o guarda-roupa 5- colocar o braço direito na
manga 6- colocar o braço esquerdo na manga 7- abotoar o primeiro botão
(fazer isso até o último botão) parabenizar por ter finalizado a atividade.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
Justificativa: Apenas a letra B, “o encadeamento” está relacionado à
análise de tarefas, pois, seu conceito trata-se de dividir a atividade para
deixá-la mais simples, de forma que facilite a aprendizagem.

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO - GRUPO PROMINAS

69
BACELAR, Ana Maria Cabral Campelo Huet de. Caracterização das
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