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PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS


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Núcleo de Educação a Distância
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes / Bianca Yuredini Santos

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
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ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo


importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Helen Patricia Lima


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.

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Esta unidade apresenta os conceitos sobre projeções cartográfi-
cas, apresentando os fundamentos cartográficos e descrevendo a neces-
sidade de compreensão de seu uso em mapeamentos. Passaremos pela
história da cartografia e sua evolução, onde várias questões analíticas fo-
ram resolvidas nas projeções, mas até hoje ainda não temos um modelo
matemático que não gere algum tipo de distorção. São vários os sistemas
de projeções usados atualmente na correspondência dos pontos na su-
perfície da Terra. A melhora dos equipamentos e da técnica de levanta-
mento de dados e dos processamentos ajudou no arranjo sistêmico sobre
o plano, devido a superfície esférica não ser planificável, minimizando as
distorções. A geração de um mapa se inicia com a decisão de qual sistema
de projeção cartográfica será utilizado, levando em consideração a finali-
dade da representação e as propriedades de deformação. A projeção de
Mercator, por característica, é a projeção mais utilizada em mapeamentos
para planejamentos e projetos de Engenharia. O avanço das tecnologias
no decorrer das décadas levou a uma certa facilidade na geração de infor-
mações, impactando de forma positiva a cartografia. Novos usuários dos
mapas em ambientes WEB ganharam poder e controle sobre os mapea-
mentos, introduzindo informações mais detalhadas em tempo real.
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Cartografia. Projeção Cartográfica. Projeção De Mercator. Sistema UTM.


Teoria De Tissot.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONCEITO DE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Fundamentos da Cartografia __________________________________ 13

Conceitos Cartográficos _______________________________________ 19

Classificação das Projeções Cartográficas _______________________ 28

Ambientes Computacionais ___________________________________ 37

Recapitulando _________________________________________________ 41

CAPÍTULO 02
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Projeções Cartográficas Azimutais _____________________________ 46

Projeções Cartográficas Equivalentes ______________________________ 50


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Projeções Cartográficas Equidistantes __________________________ 54

Projeções Cartográficas Conforme ________________________________ 56

Recapitulando _________________________________________________ 59

CAPÍTULO 03
PROPRIEDADES DAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS

Teoria das Distorções ___________________________________________ 63

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Elipse Indicatriz de Tissot _______________________________________ 68

Projeção Transversa de Mercator – Sistema UTM _________________ 72

Recapitulando _________________________________________________ 83

Fechando a Unidade ____________________________________________ 87

Referências _____________________________________________________ 90
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Todas as áreas do conhecimento vêm ao longo de décadas em
constante desenvolvimento, levando a mudanças e adequações em seus
processos. A Cartografia também se desenvolveu, não sendo diferente
das demais áreas. Assim, órgãos como IBGE (Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatista), o DSG (Divisão de Serviço Geográfico do Exército) e
o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vem me-
lhorando suas normas e diretrizes para os levantamentos cartográficos.
Essa evolução na cartografia trouxe novos equipamentos de
levantamento de dados que foram incorporados às técnicas já padroni-
zadas de levantamento de dados para a geração de mapas, facilitando
e agilizando a coleta e o processamento desses dados.
Desta forma, os órgãos do governo, pela necessidade de obter
mais informações sobre o território nacional, através da lei 12.6521/2012
que dispõe do Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambien-
te (SINIMA), tornaram obrigação dos proprietários de imóveis rurais o
cadastro de seus imóveis através do Cadastro Ambiental Rural (CAR)
e, nesse mesmo viés, o INCRA também elaborou a Norma técnica de
georreferenciamento de imóveis rurais.
Assim, conhecer os conceitos cartográficos é base para a ela-
boração de um mapeamento cartográfico, a fim de atender às necessi-
dades exigidas pelo governo federal brasileiro.
Este módulo traz informações dos fundamentos cartográficos
e geodésicos, onde apresenta a necessidade de compreensão desses
dados e são indispensáveis para quem trabalha com informações da
superfície da terra, mostrando uma visão histórica de mapas cartográfi-
cos e alguns conceitos cartográficos.
Apresenta também a evolução dos conceitos cartográficos ao
longo das últimas décadas, onde neste período foram definidos vários PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
modelos matemáticos para permitir os cálculos de distância sobre a su-
perfície da terra, com o mínimo de distorção. Esses modelos, chamados
Datum, apresentam o elipsoide de revolução que melhor se encaixa
numa porção da superfície terrestre. Neste item também serão apresen-
tados alguns aspectos necessários para a apresentação de um mapa.
Será apresentada a classificação das projeções cartográficas
neste módulo, divididas em classes, sistemas, superfície, e as proprie-
dades de medidas, além do processo de geração de um mapa.
Uma visão dos ambientes computacionais na evolução da re-
presentação cartográfica ao longo do tempo é apresentada e a incorpo-
ração dos SIGs (Sistemas de informações geográficas) na cartografia.
Mapas nos tipos de projeções cartográficas azimutais, confor-
me, equidistantes e equivalentes são mostrados como exemplo das for-
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mas de projeções utilizadas ao redor do mundo para apresentar seus
mapas das mais diversas finalidades de uso.
Além de mostrar as distorções e formas de apresentação das dis-
torções de mapas nas suas diversas formas de projeções. Finalizando com
a projeção Universal transversal de Mercator, que é o sistema de projeção
mais utilizado no Brasil devido sua representação em sistemas cartesiano,
o que facilita a representação e as medições sobre a superfície terrestre.
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CONCEITOS DE PROJEÇÕES
CARTOGRÁFICAS

FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

A necessidade de compreensão dos fundamentos cartográficos


e geodésicos são indispensáveis para quem trabalha com informações
da superfície da terra. Jolly (1997) comenta que conhecer e represen-
tar o globo terrestre marcaram os primeiros objetivos da cartografia no
passado e permanece até hoje, em que os homens buscam preservar a
memória dos lugares utilizando mapas.
Cartografia é um termo com origem na língua portuguesa, que
significa a representação geométrica plana. Com a cartografia é possí-
vel retratar a dimensão territorial em forma de mapas. Para representar
cartograficamente a superfície terrestre é necessário conhecer primei-
ramente as formas e dimensões da Terra.
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Os mapas vêm antes da escrita, com muitos registros que demos-
tram a história e cultura de um povo, além disso, os mapas também têm a
função de informar. Os homens utilizam destas informações para conhecer,
informar, administrar e fundamentar sobre os diversos temas da superfície
terrestre. Na atualidade com técnicas, equipamentos e métodos mais evo-
luídos e precisos, as formas de mapear são mais eficientes. De forma ágil,
a cartografia ajuda os usuários do espaço físico nas tomadas de decisões.
DUARTE (2002) descreve em seu livro um pouco da história
dos mapas, onde coloca que a história da humanidade se confunde um
pouco com a história da cartografia. No passado, as técnicas de desen-
volvimento dos mapas eram limitadas, sendo confeccionados de forma
grosseira e concisa, mas ainda assim os mapas são os registros do
nosso passado, mostrando a evolução dos processos de mapeamento.
Segundo o dicionário de cartografia do IBGE (Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística), “mapa” é definido como:

Representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos


geográficos, naturais, culturais e artificiais de toda a superfície (Planisfério ou
Mapa-múndi), de uma parte (Mapas dos Continentes) ou de uma superfície
definida por uma dada divisão político-administrativa (Mapa do Brasil, dos
Estados, dos Municípios) ou por uma dada divisão operacional ou setorial
(bacias hidrográficas, áreas de proteção ambiental, setores censitários).

No passado, o cartógrafo representava em forma de mapas as


informações recebidas dos viajantes, conhecidos como caixeiros via-
jantes, mascates, entre outros, que descreviam as localidades em que
passavam para os cartógrafos que desenhavam os mapas, e também
usavam informações próprias e algumas vezes até ilusórias para repre-
sentar e ilustrar com seus conhecimentos artísticos essas informações
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em vários tipos de materiais. Oliveira (1993) descreve que os mapas


eram embelezados pelo cartógrafo.
Ainda Oliveira (1993) descreve o significado do termo “carto-
grafia”, segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa,
como sendo: “Arte de traçar ou gravar cartas geográficas ou topográfi-
cas” e pelo Novo Dicionário da Língua Portuguesa, sendo: “Arte e ciên-
cia de compor cartas geográficas; tratado como mapas”.
Outra definição descrita no Dicionário Cartográfico (OLIVEIRA,
1993a), apresenta o termo cartografia como:

Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, basea-


do nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação,
visando à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras formas de
expressão, bem como a sua utilização.

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E o mesmo dicionário traz mais 33 significados de termos asso-
ciados à palavra “cartografia”. Na história da cartografia é apontado como
o mapa mais antigo o Mapa-múndi da Babilônia, datado de 2500 a 4500
a.C. Babilônia é um local berço das grandes civilizações da antiguidade,
região entre os países da Irã e Iraque. O mapa é feito em placa de argila e
apresenta descrições e desenhos. Trata-se de um mapa concêntrico que
a partir do centro para a borda apresenta regiões de montanhas ao norte
do mapa e as cidades conhecidas à época pelos Babilônios. Os triângu-
los, em volta, representam os povos mais distantes conhecidos.

Figura 1 - Mapa-múndi da Babilônia.

Fonte: (MDIG, 2021).

Além do Mapa Babilônico, outros mapas antigos contam nossa


história, como o mapa da Ga-Sur, uma placa de aproximadamente 7 cm
feita de barro, datado de 3.800 a 2.500 a.C., onde apresenta ao centro
a região da Mesopotâmia e nas extremidades os acidentes geográficos
do entorno. Uma curiosidade do mapa é a descrição dos pontos car-
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deais, Norte, Leste e Oeste, descritos na placa.
O mapa das Ilhas Marshall feito de tiras de fibra vegetal, re-
presenta a área do arquipélago no Pacífico, as linhas representam a
direção das ondas e as ilhas são representadas com conchas. E o mapa
Jainista ao centro apresenta a região do Monte Meru e no entorno os
elementos da natureza. Outros mapas históricos também contam a me-
mória dos povos, como os mapas religiosos e chineses.

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Figura 2 – Mapas históricos.

Fonte: (SERVIMAP, 2021).

A cartografia sempre teve propósito de retratar e apontar a Ter-


ra, de maneira a preservar a história. Militares, comerciantes, dirigentes,
navegadores e muitos outros usavam e usam as informações contidas
nos mapas. Até o século XVII, os mapas apresentavam as alterações,
devido a descoberta de novos mundos. A partir do século XVII, os ma-
pas foram elaborados principalmente para fins militares, assim necessi-
tando de mais precisão e detalhes, o que iniciou a chamada Cartografia
Topográfica. No século XIX, essa cartografia se torna de precisão, sen-
do utilizada como base para diversos trabalhos (JOLY, 1997).
A cartografia europeia influenciou no mundo com Ptolomeu
em 1405, e mais tarde com Geraldo Kremer, conhecido como Mercator
(1512-1594), desenvolvendo diversos estudos matemáticos e geográ-
ficos, instituindo uma nova cartografia, base até hoje para os levanta-
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mentos cartográficos. Mercator estabelece a projeção cartográfica com


os meridianos retos e equidistantes, e os paralelos retos e com espaça-
mentos maiores quando se aproximam dos polos, elaborado em 1569.
Para seu projeto de mapear o mundo, utilizou para tal finalidade a pro-
jeção cilíndrica, que se popularizou a partir desta época.
A cartografia brasileira teve muita influência dos portugueses e se
desenvolveu com a chegada do Rei de Portugal Dom João VI, no século
XIX. Mas, ainda em 1500, o Brasil foi representado no mapa-múndi (Figura
3) e em 1519 já se tem o registro do primeiro mapa temático do Brasil, apre-
sentando o desmatamento do litoral com a retirado do Pau-brasil (Figura 4).
Em 1808, iniciou a elaboração do mapa da cidade de São Se-
bastião do Rio de Janeiro, elaborado por militares da corte real que
tinham atribuições cartográficas e, em 1810, foi criada a Escola de For-
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mação de Engenheiros Geógrafos Militares, logo após em 1812 foi cria-
da a imprensa real brasileira que executaram os trabalhos de edição
dos mapas para impressão, não só do mapa da cidade do Rio de Ja-
neiro, mas de todo o Brasil, ficando o Real Arquivo Militar responsável
pela preservação do acervo (DUARTE, 2002). E em 1876 foi criada a
Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo.

Figura 3 – Mapa-múndi Mundus Novus (Brasil, 1500).

Fonte: (MAPAS HISTÓRICOS, 2021).

Figura 4 – Mapa Terra Brasilis, 1519.

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Fonte: (MAPAS-HISTORICOS, 2021).

Em 1901, foi criada a Comissão da Carta Geral do Brasil, que


teve o objetivo de elaborar cartas topográficas em escala de 1:100.000
e a Carta Geográfica ao milionésimo. As cartas foram elaboradas com
operações geodésicas, topográficas e astronômicas. Em 1936, é cria-
do o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que além da
responsabilidade de recensear o Brasil em 1940, fica responsável pelo
treinamento e coordenação dos cartógrafos para o mapeamento do Brasil
nos anos de 1942 e 1943. E em 1945, com a criação do Conselho a Cam-
panha das Coordenadas Geográficas, foram estabelecidos milhares de
pontos de coordenadas em todos os estados do Brasil (OLIVEIRA, 1993).
A partir dos anos de 1970 com a inserção da informática na
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cartografia, depois conhecida como geotecnologia, os processos se
transformam, desde a forma de coleta dos dados até o processamento
desses dados e a geração dos mapas. Atualmente, os processos são
derivados de técnicas e equipamentos do passado, mas agora em alto
nível, democratizando o acesso às informações geradas com mais agili-
dade. Na modernidade, a cartografia faz parte das mais variadas áreas
de estudos, sendo base para diversos trabalhos e pesquisas.
A cartografia evoluiu em seus métodos e instrumentos, passou a
ser entendida como forma de comunicação a partir das décadas de 1970
e 1980. Os mapas antes feitos diretamente em papel com processos mais
artísticos, hoje são feitos em formatos digitais e trazem mais detalhes nas
informações, diversidade nas cores e facilidade com alterações das esca-
las, pois agora os mapas são desenhados na escala 1: 1 (um para um) e
na impressão que se define a escala desejada. Isso tudo facilita também a
definição do formato de impressão e a geração de cópias a serem produzi-
das. A compreensão de conceitos envolvidos com a cartografia é importan-
te para se manter familiarizado com as atividades desenvolvidas.
A técnica conhecida como sensoriamento remoto, devido o uso
de informações derivadas de satélites, marcou a história com o surgimento
dos satélites da série SPOT, lançados em 1986, facilitando a aquisição de
dados para a geração de mapas de áreas maiores e com mais agilidade.
Atualmente, o cartógrafo e o agrimensor trabalham juntos e
utilizam do crescente desenvolvimento tecnológico, no uso das técni-
cas avançadas de topográficas, aerofotogramétricas, sensoriamento
remoto para incrementar e facilitar o processo de elaboração dos ma-
pas, cartas, gráficos, perfis topográficos, croquis e outros, para as mais
diversas finalidades e usos. A linguagem cartográfica tem a finalidade
de representar as características da superfície da Terra, com intuito de
transmitir informações acerca do espaço geográfico ao usuário, sendo
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indispensável que esta informação seja precisa e atualizada, por ser um


importante recurso para a gestão de qualquer tipo de negócio ou projeto
de natureza privada ou pública.
Uma das maneiras de gerir informações cartográficas é o uso
do Geoprocessamento, que dispõe de diversas ferramentas para lidar
com recursos geograficamente distribuídos. A cartografia com a gera-
ção de mapas facilita o uso das técnicas de geoprocessamento para
o uso de mapas como forma de apresentar resultados. Timbó (2001)
descreve que todo documento cartográfico deve apresentar responsa-
bilidade com a exatidão da informação.
A representação da superfície terrestre vem evoluindo há muitos
séculos, até a forma que conhecemos hoje. Os mapas podem ser divididos
em três tipos, de acordo com seus objetivos ou finalidades. Mapas gerais
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que apresentam informações genéricas não permitem consultas detalha-
das, os principais elementos representados nesses mapas são: divisão po-
lítica, capitais, rodovias, ferrovias e algumas informações da parte física.
Mapas especiais atendem a um grupo específico de técnicos que utilizam
mapas, exemplo: os geógrafos, meteorologistas, geólogos, engenheiros e
outros, estes mapas apresentam estudos específicos e técnicos, sendo
pouco utilizados por pessoas fora da especialidade a qual se destina as
informações. Mapas temáticos são construídos a partir de um mapa base,
onde serão cartografados novos dados e gerados um novo mapa.

Quadro 1 - Classificação dos mapas.


DIVISÃO BÁSICA SUBDIVISÃO OBJETIVO EXEMPLOS
Cadastral, Conhecimento da Plantas de cidades,
Topográfica e superfície topográ- cartas de mapea-
Geográfica. fica, nos seus fatos mento sistemático,
GERAL concretos, os aci- mapas de países,
dentes geográficos continentes, ma-
naturais e as obras pas-múndi.
do homem.
Aeronáutica, Servir exclusiva- Cartas aeronáuti-
Náutica, mente a um deter- cas, voo, de apro-
Meteorologia, minado fim, a uma ximação de aero-
Turístico, técnica ou ciência. portos, navegação
Geotécnica, marítima, mapas
ESPECIAL
Astronomia, etc. do tempo, previsão,
mapa da qualidade
do subsolo para
construção, prote-
ção de encostas.
Estatística e Expressar deter- Mapa geológico, PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Síntese. minados conheci- pedológico, precipi-


TEMÁTICO
mentos particulares tação, população,
para uso geral. econômicos, etc.
Fonte: (DECAR,1998).

CONCEITOS CARTOGRÁFICOS

Os conceitos básicos relacionados à cartografia estão evoluin-


do com as novas realidades e os usuários das informações vêm se
adaptando a essas alterações. Um mapa, segundo Joly (1997), é uma
reprodução em simetria geométrica plana, simplificada e convencional
de uma porção ou de toda a superfície da Terra.
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Todos as representações cartográficas geram distorções da
Terra, essas distorções podem ser escolhidas de maneira a minimizar o
propósito do mapa.
Para representarmos a superfície terrestre em forma de ma-
pas, precisamos tratar a Terra como uma figura geométrica, para ser
tratada matematicamente. O simples deslocamento de um ponto a outro
já demostra esta necessidade. Seu formato vem sendo estudado há
séculos em todo o mundo, desde 528 a.C.
E vários são os cientistas que ao longo dos anos vêm pesqui-
sando qual a melhor forma da Terra para representar a superfície ma-
tematicamente. Nomes como de Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.),
Pitágoras de Samos (582-495 a.C.), Erastóstenes de Citene (276-196
a.C.), Claudio Ptolomeu (90-186 D.C.) e Gerhard Mercator (1512-1594)
participaram destes estudos no passado.
Várias foram as questões a serem resolvidas. Talvez, por isso
até hoje não temos a melhor forma de mapear o mundo sem ter distor-
ções em suas medidas angulares ou lineares, adotando assim para fins
de exatidão mapas de regiões menores, já que as distorções podem ser
consideradas nulas, somente no contato da superfície terrestre com a
superfície planificável.
Então, qual a figura geométrica que melhor representa a Ter-
ra, já que hoje sabemos que ela não é uma circunferência e nem uma
superfície plana? E como mapear a superfície terrestre que está sem-
pre modificando devido às ações da natureza e do homem? Quais os
efeitos da gravidade na Terra e o que influência na geração dos mapas?
Estas são algumas perguntas que precisamos responder para conse-
guirmos uma melhor representação da superfície da Terra.
Durante muito tempo foi adotada a superfície da Terra como
uma esfera achatada nos polos para simplificar os cálculos e, segundo
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o IBGE (1998), a forma do planeta é o Geoide, que corresponde a linha


imaginária do nível médio dos mares prolongada por toda a superfície
terrestre, já considerando as forças de atração gravitacional e a rotação
da Terra, que se assemelha a uma elipse. E essa elipse, ao girar em
torno do seu próprio eixo menor, forma uma figura volumétrica chamada
de Elipsoide de Revolução, sendo usada como base para os cálculos na
elaboração dos mapas cartográficos.

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Figura 5 – Elipsoide de Revolução.

Fonte: (WIKIPÉDIA, 2021).

O elipsoide de revolução proporciona uma superfície matemáti-


ca definida que permite calcular distâncias. De maneira geral, cada país
ou grupo de países adotam seus valores (raio maior “a” e raio menor
“b”) para calcular os referenciais cartográficos da região para executar
levantamentos topográficos e geodésicos.
As dimensões do elipsoide terrestre foram calculadas por ma-
temáticos através do tempo, utilizando a informação disponível em cada
época.

Quadro 2 – Elipsoides de Revolução.

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Fonte: (MIRETTI, 2020).


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Para representarmos cartograficamente a superfície terrestre é
necessário obter dados levantados em campo a partir do uso de equipa-
mentos e o uso de diversas técnicas e ciências como a geodésia, o sen-
soriamento remoto, a topografia, a fotogrametria, o geoprocessamento,
como comenta Silva e Brito (2019).
Para entendermos melhor os conceitos cartográficos seguem
alguns termos compilados com suas descrições, segundo TIMBÓ (2001):

- Cartografia: é a ciência e a arte que se propõe a representar através de


mapas, cartas e outras formas gráficas.
- Astronomia: é a mais antiga ciência de suporte à cartografia, utilizada para
determinar a posição geográfica de pontos e feições da superfície terrestre.
- Topografia e Agrimensura: são técnicas utilizadas para determinar a posi-
ção tridimensional relativa de pontos terrestres. Atuam em pequenas exten-
sões por isso consideram a Terra plana.
- Geodésia: é a ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra e esta-
belece o apoio geodésico básico para dar suporte a elaboração de mapas.
A Geodésia calcula posições utilizando cálculos complexos, e considera a
Terra como um elipsoide de revolução.
- Posicionamento global por satélite: o sistema de posicionamento global
“GPS” foi projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer
instante existam pelo menos quatro satélites GPS acima da linha do horizonte.
- Fotogrametria: é a técnica utilizada para obtenção de medidas terrestres
precisas através de fotografias especiais, obtidas com câmaras métricas e
com recobrimento estereoscópico.
- Sensoriamento Remoto: é a ciência e técnica que se utiliza de modernos sen-
sores, equipamentos e programas de processamento e transmissão de dados,
aeronaves e espaçonaves para fins de estudo do ambiente terrestre por meio
do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as
substâncias componentes do planeta em suas mais diversas manifestações.
- Superfície topográfica: forma verdadeira da Terra com suas montanhas, vales,
oceanos e outras incontáveis saliências e reentrâncias geográficas, é a super-
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fície física real onde são executadas as medições e observações cartográficas.


- Esfera: é a forma da Terra definida matematicamente como sendo uma
simplificação do Geoide.
- Geoide: forma da Terra subtraída das montanhas e vales, considerando
que estes elementos são muito pequenos em relação ao diâmetro da Terra.
A superfície do Geoide não tem definição matemática, é aproximadamente
esférica com suaves ondulações e achatamento nos polos.
- Elipsoide de Revolução: é definido como sendo o sólido geométrico gerado
por uma elipse que gira em torno do seu eixo menor. Constitui a forma defini-
da matematicamente que mais se aproxima da forma verdadeira da Terra. Os
mapas e cartas topográficas, o sistema GPS e a grande maioria dos sistemas
e processos envolvidos em cartografia e navegação, trabalham sobre o mo-
delo elipsóidico terrestre. Esta é a forma padrão considerada pela Geodésia
para trabalhos de precisão.

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Podemos relacionar outros conceitos analisando os sistemas
de coordenadas, que podem ser geográficas, geocêntricas terrestres,
planas ou cartesianas, polares, de coordenadas de imagem, para repre-
sentar a superfície terrestre.
O Sistema de Coordenadas Geográficas é o sistema mais an-
tigo, pois utiliza da correspondência das linhas imaginárias de paralelos
e meridianos, onde há o cruzamento destas linhas e forma um ponto.
Os meridianos têm origem na linha que passa pelo observatório bri-
tânico de Greenwich, definindo esta linha como a origem de 0° (zero
grau). Levando em consideração uma circunferência de 360°, a partir
da origem no sentido a Leste de Greenwich, os meridianos são medidos
por valores positivos até +180°, e a partir da origem no sentido Oeste
de Greenwich, os meridianos são negativos até o valor de -180°. E os
paralelos são círculos perpendiculares ao eixo dos polos, o Equador é
a origem das linhas cujos tamanhos dos círculos vão diminuindo até os
polos, no sentido Norte os valores vão até +90° e no sentido Sul vão até
o valor de -90°. Neste sistema de representação, as linhas de meridia-
nos são chamadas de longitude e as linhas de paralelos são chamadas
de latitude. As coordenadas são apresentadas em graus.

Figura 6 – Coordenadas Geográficas.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (GIOVANINI, 2021).

O Sistema Geocêntrico Terrestre é um sistema com origem no


centro da Terra, os eixos coincidem com o eixo de rotação e a linha do
Equador. Sistema de coordenadas cartesianas espaciais: os eixos X e
Y estão no plano equatorial, o eixo Z coincide com o eixo de rotação e
o eixo X passa no meridiano de Greenwich. As coordenadas são apre-
sentadas em metro.

23
Figura 7 – Coordenadas Geocêntricas.

Fonte: (GEODESIA, 2021).

O Sistema de Coordenadas Planas ou Cartesianas é basea-


do na escolha dos dois eixos perpendiculares. A origem é estabelecida
como base a qualquer ponto do plano. São representados valores mé-
tricos, um para o eixo X e outro para o eixo Y.
O Sistema de Coordenadas Polares utilizado em projeções côni-
cas é um sistema simples com relação ao par de coordenadas (X, Y).
O Sistema de Coordenadas de imagem é um sistema levógiro,
com origem no canto superior esquerdo da imagem e eixos orientados
nas direções das colunas e das linhas da imagem.

Figura 8 – Sistema de Coordenadas.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (EDUCAMAISBRASIL; WIKIPÉDIA; DOCPLAYER, 2021).

As representações da superfície terrestre são formas aproxi-


madas da realidade, devido a superfície curva não poder ser represen-
tada em uma superfície plana sem apresentar deformações. Os mapas
e cartas mostram um plano 2D com a representação de relevos, vales,
24
planícies, rios, lagos, estradas e outros. A topografia fornece informa-
ções para determinar a posição espacial dos elementos característicos
da superfície terrestre.
Diversos equipamentos são utilizados para o levantamento das
informações terrestres e para cada característica de relevo podem ser
utilizados equipamentos adequados. Com o avanço tecnológico, vários
são os métodos de medição utilizados para o levantamento dos dados,
divididos em levantamento cadastral, técnico ou geral, com etapas de
campo e escritório.
Considerações devem ser levadas em relação ao uso de cores
nos mapas, pois as cores exercem influência sobre as pessoas, ao mes-
mo tempo que o uso de símbolos, traços e letras ajudam na composição
harmoniosa da representação dos elementos da superfície terrestre. Co-
res frias criam sensação de tranquilidade, cores quentes são atraentes.
As dimensões no mapa dos elementos da superfície da Terra
são apresentadas de forma reduzida. Essa redução não ocorre de for-
ma aleatória, pois essa relação é chamada de escala. A escala é uma
informação que deve estar em todos os mapas, escala numérica e gráfi-
ca. As escalas mais utilizadas nas plantas são: 1:50, 1:75, 1:100, 1:200,
até a 1:1.000 para a representação de áreas pequenas e escalas até
1:5.000. As representações são classificadas como cadastral: mapas
topográficos são apresentados em escalas de 1:25.000 a 1:250.000 e
mapas geográficos, pequenos e menores, 1:500.000. Não existe regras
rígidas para a classificação das escalas.
Quanto maior o valor da escala, menor a área que representa
e mais detalhes são apresentados. Para determinar a escala, devemos
calcular a relação entre a área do mapa (d) pela área real (D).

Figura 9 – Escalas.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (AUTOR, 2021).

Figura 10 – Utilização de escala de redução.

25
Fonte: (FLITZ, 2008).

Outro aspecto importante que deve ser apresentado no mapa é


a indicação do Norte. A orientação deve estar indicando o sentido norte
da área representada, tomando como base as orientações dos pontos
cardeais. De modo geral, essa orientação é estabelecida com o Norte
no sentido superior e o Sul no sentido inferior do mapa, mas, em situa-
ções, é uma simples convenção, podendo estar a indicação do Norte
para qualquer posição do mapa.

Figura 11 – Pontos Cardeais.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FITZ, 2008).

26
Figura 12 – Mapa da divisão regional do Brasil – invertido.

Fonte: (FITZ, 2008).

Algumas definições do dicionário cartográfico, de acordo com


Oliveira (1980):
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
MAPA – Representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa de-
terminada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da
superfície da Terra.
PLANTA – Representação gráfica em escala grande, destinada a fornecer
informações detalhadas de uma determinada área suficientemente pequena
para a curvatura da Terra.
ESCALA – Relação entre as dimensões dos elementos representados em
um mapa e as correspondentes dimensões na natureza.
RUMO – Linha que cruza sucessivos meridianos em um ângulo constante.
AZIMUTE – Direção horizontal de uma linha medida no sentido dos ponteiros
do relógio, a partir de um plano de referência, em geral o meridiano.
NORTE VERDADEIRO – Direção da posição do observador para o polo norte
geográfico. Direção norte de qualquer meridiano geográfico.
NORTE – A direção de referência fundamental da Terra. A direção indicada
por 0° em qualquer sistema.

27
EXATIDÃO – Grau de conformidade com uma norma. Tem analogia com a
qualidade de um resultado.
PRECISÃO – Grau de aperfeiçoamento no desempenho duma operação ou
na exposição de um resultado. Tem analogia com a qualidade da execução.
GEODÉSIA – Ciência que se ocupa da determinação do tamanho e da figura da
Terra (geoide), por meio de medições como triangulação, nivelamento e obser-
vações gravimétricas, e que determina o campo gravitacional externo da Terra.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Vemos que a importância da representação do espaço físico


é considerada há muito tempo. Utilizando de técnicas rústicas, as mais
atuais dependendo da época do levantamento das informações, as preo-
cupações com a qualidade de informação levam às formas da representa-
ção do espaço. Utilizamos as referências dos eixos polares e equatoriais,
que denominamos de linhas de meridiano e paralelo, respectivamente.
Para representar a superfície da terra com a utilização de ma-
pas é necessário o uso de representações aproximadas, pois representar
uma superfície esférica em uma superfície plana gera distorções e podem
afetam as medidas angulares, os comprimentos de distâncias e áreas
das regiões mapeadas. A forma de projetarmos a superfície terrestre de
referência em uma superfície plana é usando os sistemas de projeções.

Figura 13 – Projeção Cartográfica.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (MIRETTI, 2020).

A classificação de projeções cartográficas é subdividida em


classes, que consideram determinados fatores de forma que qualquer
projeção possa descrever um conjunto de critérios e esses critérios pos-
sam definir uma projeção. As classes levam em conta diferentes pontos
28
de vista, sendo: a) o objeto projetado ou o sistema de referência do
local; b) a superfície de projeção, na qual a superfície de referência é
projetada; e c) a projeção ou a representação por si.
A superfície de projeção é considerada como um problema ex-
trínseco que considera as propriedades das superfícies relativamente à
superfície de referência que dá origem a 3 classes:
- Natureza: natureza da superfície de projeção definida com a fi-
gura geométrica. Sendo as figuras geométricas: o plano, o cone e o cilindro.
- Coincidência: contato da superfície de projeção com a super-
fície de referência. Podendo ser tangente, secante ou poli superficial.
- Posição: alinhamento da superfície de projeção em relação
com a superfície de referência. Podendo ser classificada como normal,
transversa e oblíqua.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

29
Figura 14: Classificação das Projeções.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FERREIRA, 2016/2017).

A superfície também pode ser considerada um problema intrín-


seco, que considera a projeção do ponto de vista das propriedades car-
tográficas e com seu modo de construção, incluindo mais duas classes
de projeções cartográficas.
- Propriedades cartográficas, sendo equidistância, conformida-
de e equivalência;
- Modo de construção, sendo geométrica, semi-geométrica e
convencional.
Podemos organizar as informações das classes e variedades
30
das projeções cartográficas, conforme se vê na tabela 1.

Tabela 1 – Classes e Variedades das Projeções Cartográficas.

Fonte: (FERREIRA, 2016/2017).

Os sistemas de projeções servem como referência para o posicio-


namento de elementos ou pontos sobre a superfície terrestre de referência,
que pode ser uma esfera, um elipsoide ou até mesmo o plano, podendo ser
utilizado os sistemas de coordenadas geográficas, quando utilizamos a es-
fera como referência, ou os sistemas de coordenadas geodésicos, quando
usamos o elipsoide como referência da origem da informação, e ainda os
sistemas de coordenadas cartesianas ou planas, para representações de
elementos da superfície terrestre baseadas em áreas planas.
Todo mapeamento deve estar fundamentalmente referenciado
de acordo com os sistemas de projeções geodésicas e cartográficas
oficiais para cada país.

Figura 15 - Representação da superfície da Terra. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (ESCOLA EDUCAÇÃO, 2021).

A construção dos mapas é baseada em projeções cartográ-


ficas, chamada de sistema de projeção, que são capazes de impedir
algumas distorções, sendo classificadas conforme as propriedades que
31
são conservadas, desta forma, a construção de um mapa requer a de-
terminação de um método em que cada ponto no terreno corresponda
a um ponto no mapa.
As distorções são geradas a partir de tentarmos representar no
plano as linhas de meridianos e paralelos com ângulos de 90°. Represen-
tar o globo esférico em forma de geoide nunca teria suas linhas de me-
ridianos unidas nos polos, gerando distorção na representação de áreas
afastadas da linha do Equador no sentido Leste-Oeste. Outra distorção
está na tentativa de representar as linhas de meridianos e paralelos com
linhas curvas para tentar manter o ângulo reto, que também gerará distor-
ção quando são representadas áreas afastadas dos paralelos.
São vários os sistemas de projeções usados atualmente na
correspondência dos pontos na superfície terrestre, cada um tem uma
finalidade diferente, pois podem representar melhor as áreas com exten-
sões maiores na horizontal, outras na vertical, áreas pequenas, áreas
grandes, assim cada país usa seu “sistemas de projeções”, aquele que
mais se adeque a sua região, com as cidades, estados ou até mesmo o
responsável por uma unidade imobiliária.

Figura 16 - Processo de Geração de um Mapa.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (ICACI, 2021).


32
A cartografia tem a função de resolver estes problemas com
base nos sistemas de projeções, que podem ser planos, esféricos ou
cônicos. A definição do sistema escolhido dependerá da finalidade do
uso da informação gerada através do mapa, onde as linhas de meridia-
nos e paralelos serão representadas na parte interna de um cilindro ou
cone, ou ainda diretamente na superfície plana.

Figura 17 - Sistemas de Projeções.

Fonte: (ADENILSON GIOVANINI, 2021).

Os sistemas de projeções podem ser classificados quanto à


superfície de projeção, onde:
- O sistema de projeção Cilíndrica utiliza-se do cilindro tangen-
te, poli superficial ou secante à superfície terrestre na área de represen-
tação. Desta forma, os meridianos e paralelos são representados com
linhas paralelas entre si. O sistema resulta em linhas paralelas e meridia-
nas com a mesma dimensão na linha do Equador e com ângulos retos na
sua intersecção, mas as linhas de meridianos nunca se unem nos polos, PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
mantendo assim as dimensões aproximadas verdadeiramente próximas
às linhas do Equador, sendo que quanto mais próximos aos polos, as
distâncias longitudinais são alongadas, aumentando as medidas reais.
- O sistema de projeção Cônica utiliza-se do cone tangente,
poli superficial ou secante à superfície terrestre em 45° no local de re-
presentação. Assim, os meridianos representam linhas que se encon-
tram num dos polos e as linhas de paralelos são representadas como
círculos concêntricos com diferentes dimensões, geralmente utilizadas
para representação de áreas continentais.
- O sistema de projeção plana utiliza-se do plano tangente,
poli superficial ou secante à superfície terrestre no local de represen-
tação. Onde as linhas de meridiano são retas, que irradiam do polo
e as linhas de paralelos representam círculos concêntricos, como se
33
estivesse abrindo o cone, utilizada em áreas próximas aos polos, onde
este sistema mostra menor deformação nas áreas próximas dos polos.
A deformação é maior quando em áreas mais distantes dos polos.
As superfícies de projeção podem ocupar diferentes posições
em relação à superfície de referência.

Figura 18: Superfícies de Projeção.

Fonte: (ZANETTI, 2017).

Figura 19: Projeção da superfície da Terra.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (ATLASESCOLAR, 2021).


34
Também é importante para as representações em mapas levar
em consideração a classificação quanto às propriedades que podem
minimizar as distorções geradas pela planificação do geoide, já que al-
gumas representações alteram muito a área representada.
Quanto ao grau de deformação, outra forma de analisar as repre-
sentações cartográficas é em função das áreas, dos ângulos e/ou distân-
cias. Em algumas representações não conseguimos corrigir as três proprie-
dades em uma mesma representação. Desta forma, é necessário analisar
qual a melhor característica que atenda aos requisitos de uso do mapa.

Figura 20: Representação quanto às propriedades de medidas.

Fonte: (ATLAS ESCOLAR, 2021).

A projeção conforme ou isogonal mantêm as medidas angula-


res e as formas de pequenas áreas, mas não os tamanhos. A projeção
de Mercartor e UTM é uma projeção Cilíndrica Conforme, tocando ao
geoide da linha do equador e admite-se que não toca mais em nenhuma
parte da superfície do modelo geométrico. Preservando, então, somen-
te a linha do equador as medidas e formas, e nas demais áreas quanto PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
mais próximas dos polos as representações são mais distorcidas, como
por exemplo a Groenlândia parecer maior nesta representação do que
toda a América do Sul.
A projeção equivalente mantém as áreas, mas distorce as for-
mas e distâncias. A projeção Equivalente de Peters e de Lambert apre-
senta as características de equivalência de áreas, mas distorce as dis-
tâncias entre dois pontos.
A projeção equidistante mantém as áreas, mas distorce as for-
mas. A projeção Azimutal Equidistante com representação paralela e
meridianos é representada com distâncias iguais entre si. Mantendo fiel
as medidas no centro da projeção e a medida que se afasta do centro
do mapa, a distorção aumenta.
E ainda tem a projeção afiláticas que não conserva nenhuma
35
das propriedades, para usá-la basta reduzir as distorções de maneira
geral. A projeção de Robinson e a Cilíndrica de Miller apresenta as ca-
racterísticas afiláticas.
Podemos classificar as projeções cartográficas seguindo vá-
rios critérios, como apresentado no quadro 4.

Quadro 4: Classificação das projeções cartográficas.

Fonte: (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021).

Para o uso dos sistemas de projeções é necessário que o mo-


delo escolhido seja o que mais se assemelhe ao geoide no local da
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

representação. Conhecer e entendê-los é necessário.


Os sistemas de referência utilizados no Brasil, segundo o Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, foram o Córrego Alegre,
SAD-69 e atualmente o SIRGAS-2000. Conhecidos como Datum, são
os modelos matemáticos que buscam a melhor combinação entre a li-
nha do geoide e do elipsoide global. Cada região do planeta define o
elipsoide que melhor se adapta a um elipsoide local.

36
Figura 21: Sistema de Referência.

Fonte: (WIKIPEDIA, 2021).

No Brasil, o referencial planimétrico, conhecido como Datum, é


considerado como a área que coincide o elipsoide de revolução com o
geoide, e a superfície da terra é o SIRGAS-2000 (Sistema de Referên-
cia Geocêntrico para as Américas). Foi desenvolvido para atender às
necessidades de adoção de um sistema compatível com os sistemas
de navegação GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélites), em
vigor desde 01 de janeiro de 2016, considera os parâmetros:
1. Sistema de referência: ITRS – Sistema Internacional de Re-
ferência Terrestre;
2. Elipsoide de Referência: GRS-80 – Geodetic Refence Sys-
tem 1980, com os seguintes parâmetros:
a. Raio equatorial da Terra = a = 6.378.137 m
b. Semieixo menor (raio polar) = b = 6.356.752,3141 m
c. Achatamento = α = 1/298,257222101

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS


AMBIENTES COMPUTACIONAIS

Mapas podem ser permanentes ou virtuais, visíveis ou invisíveis,


tangíveis ou intangíveis, podem existir de diversas formas, como: em pa-
pel, na tela do computador, no disco rígido de um computador ou ainda
em um banco de dados virtuais. Também podemos considerar a funcio-
nalidade dos mapas, sendo dinâmicos, interativos e sonoros, e podem
ser usados como imagens únicas ou coleções (MENEGUETTI, 2012).
Os mapas em papel apresentam um mundo estático e inal-
terável, segundo MENEZES (2005), aos quais dificulta a interação do
usuário com a realidade. E os mapas interativos apresentam as carac-
terísticas do mundo real mais perceptíveis.
Independentemente de seu uso, formato, armazenamento ou
37
funcionalidade, o mapa é uma forma de comunicação, de transmitir uma
informação. Um mapa atende a seus propósitos quando seu contexto
atende à finalidade do usuário da informação. Os ambientes computa-
cionais trouxeram novos usuários de mapas, diferentes dos tradicionais
mapas em papel, e a internet facilitou o uso, tornando possível a gera-
ção de novas maneiras de produzir os mapas.
Ao longo dos últimos 60 anos, várias foram as tentativas de au-
tomatizar os processamentos de dados cartográficos, mas somente na
década de oitenta, no século XX, que a tecnologia acelerou o crescimen-
to de integração das informações com o uso dos Sistemas de Informa-
ções Geográficas. As novas tecnologias vêm revolucionando as formas
de produção dos mapas, conceitos clássicos vão evoluindo, a partir do
surgimento de novas tecnologias, sem perder os conceitos antigos.
Segundo Menezes (2005), em 1991, uma nova definição da
cartografia foi apresentada pelo ICA (International Cartographic Asso-
ciation), devido as novas metodologias utilizadas para a geração e uso
dos mapas, sendo ela: “ciência que trata da organização, apresentação,
comunicação e utilização da geoinformação, sob uma forma que pode
ser visual, numérico ou tátil, incluindo todos os processos de elabora-
ção, após a preparação dos dados, bem como o estudo e utilização dos
mapas ou meios de representação em todas as suas forma”.
Este novo conceito da cartografia apresenta termos como
geoinformação, que associa a Cartografia a uma ciência que trata as in-
formações da superfície terrestre como informação gráfica. Outros con-
ceitos também foram incorporados à cartografia automatizada, como:
CAD/CAM (Computer aided design / Computer assisted manufacturing),
que é o projeto (desenho) assistido por computador e fabricação assis-
tida por computador, respectivamente, usados na projeção e fabricação
não só de mapas, mas também de peças e objetos.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Figura 22: Evolução dos Mapas.

Fonte: (LINK ESCOLAR, 2021).


38
O avanço das tecnologias no decorrer das décadas até a atua-
lidade levou a uma certa facilidade na geração de informações, impac-
tando de forma positiva a cartografia. E com esta nova visão da carto-
grafia não só o cartógrafo e o agrimensor podem trabalhar na confecção
de mapas, outros profissionais com conhecimentos técnicos, software e
hardwares adequados puderam trabalhar com cartografia, o que popu-
larizou a ciência cartográfica.
Os novos usuários dos mapas em ambientes WEB (World Wibe
Web) ganharam poder e controle sobre os mapeamentos, introduzindo
informações muito mais detalhada. Meneguetti (2012 apud CRAMP-
TON, 1999) comenta que o mapeamento online é um conjunto de ferra-
mentas e técnicas que afetam o comportamento de uso, a produção e a
análise dos mapas via internet.
Equipamentos mais precisos em medições tornam a informa-
ção transmitida pelo mapa mais clara. Os satélites, a comunicação e a
informática aumentaram as possibilidades de coletas, armazenamento
e transmissão da informação, facilitando o processamento dos dados e,
quando espacializadas geograficamente, essas informações fazem par-
te de um mapa, mesmo não estando aparentes em um dado momento,
por exemplo no uso de banco de dados.

Figura 23: Evolução da representação cartográfica da cidade do Rio de Janeiro.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (PINTEREST, 2021).

O geoprocessamento vem incorporando técnicas e métodos


de coletar, organizar e interpretar de forma síncrona o conjunto de da-
dos, tratando as informações geográficas, contribuindo para a populari-
zação da cartografia. O geoprocessamento representa um conjunto de
tecnologias capazes de coletar e tratar informações georreferenciadas,
que permitam o desenvolvimento constante de novas aplicações.
As ferramentas utilizadas no geoprocessamento são chama-
das de SIG (Sistema de informação geográfica), que permitem efetuar
39
pesquisas complexas, integrando dados de variadas fontes e criar ban-
co de dados espacializados geograficamente, tornando possível auto-
matizar a produção de um mapa. As tecnologias que envolvem esta
concepção e que fazem parte cada vez mais do nosso dia a dia são: o
sensoriamento remoto (SR), os drones, a topografia, os sistemas glo-
bais de navegação por satélite (GNSS) e outras.
Os SIGs (Sistemas de Informações Geográficas) têm capaci-
dade de armazenar, gerenciar e recuperar informações a partir de um
banco de dados com informações cartográficas, que podem relacionar
dados geográficos a dados não geográficos através de um identifica-
dor. Esta não é uma tarefa fácil, mesmo com o uso de equipamentos
avançados, pois precisa de uma modelagem de dados para que esta
integração de informações aconteça.
O SIG e AED (análise espacial de dados) hoje trazem a infor-
mação de forma mais abrangente e integrada, estudos e análises espa-
ciais de dados podem ser realizados para diversas finalidades. Órgãos
de saúde podem realizar pesquisas de disseminação de doenças em
uma área delimitada, analisando por exemplo a evolução, tempo e dis-
persão de uma doença. Podem também analisar o perfil das pessoas
enfermas e a distribuição geográfica destas pessoas, a fim de identificar
o vetor gerador da doença.
Podemos destacar outras análises espaciais, como: o cresci-
mento urbano, auxilio à gerência de manutenção de estradas, uso de in-
formações nas tomadas de decisões, no mercado e pesquisas de marke-
ting e na área ambiental, sendo essas algumas possibilidades de uso das
técnicas avançadas de informações geográficas associadas a mapas.
As análises espaciais são geradas através da reunião de ferra-
mentas e métodos que buscam analisar, avaliar, explorar e descrever pa-
drões, e as tecnologias permitem maior aproximação com a informação.
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40
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 1
(URCA — 2017/1) Sobre Cartografia, é incorreto afirmar:
a) As Representações Cartográficas são utilizadas para diversos fins e
por diferentes profissionais, mas para compreender o conteúdo de um
mapa é necessário considerar o título; os símbolos; a legenda; as cores
ou hachuras; as escalas, entre outros.
b) A Escala possibilita identificar a “relação precisa de proporcionalidade”
nos mapas que representam o espaço. Podem ser: numérica e/ou gráfica.
c) Os Meridianos e Paralelos são linhas imaginárias que cobrem todo o
globo terrestre e sua criação objetiva localizar, com exatidão, um ponto
na superfície terrestre, bem como orientar a localização.
d) Paralelos correspondem às semicircunferências em que as extremi-
dades são os polos geográficos de Norte a Sul, e a diferença entre
eles é de 180°; e Meridianos são círculos concêntricos entre os quais o
Equador é o mais extenso, sendo possível destacar o Trópico de Cân-
cer e o Trópico de Capricórnio.
e) Paralelos (latitude) e Meridianos (longitude) definem as coordenadas
geográficas que estabelecem a localização de um ponto qualquer da
superfície terrestre.

QUESTÃO 2
(UNESPAR — 2015)

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Ao analisar a sequência das representações na pesquisa geográfi-


ca, é correto inferir que:
a) quanto menor for a escala, maior é o tamanho do mapa e consequen-
temente maior é a riqueza de detalhes.
b) permite o georreferenciamento preciso das imagens, pela presença
das coordenadas geográficas.
41
c) na microrregião de Campo Mourão, Roncador está na posição mais se-
tentrional, a uma distância superior a vinte quilômetros de Campo Mourão.
d) evidencia uma preocupação com o detalhamento do espaço analisa-
do a partir da redução da escala numérica.
e) facilita a localização no mapa, por meio da estratégia de encartes
recortados em escala crescente.

QUESTÃO 3
(CETESB — GEÓGRAFO — VUNESP — 2013) Em um mapa, a dis-
tância entre dois pontos é de 4 cm (quatro centímetros) e a distân-
cia real é de 4 km (quatro quilômetros). Esse mapa está represen-
tado na seguinte escala numérica:
a) 1:100.
b) 1:1.000.
c) 1:10.000.
d) 1:100.000.
e) 1:1.000.000.

QUESTÃO 4
(UERJ — 2018)
Naquele Império, a arte da cartografia alcançou tal perfeição que o
mapa de uma única província ocupava uma cidade inteira, e o mapa
do Império uma província inteira. Com o tempo, estes mapas des-
medidos não bastaram e os colégios de cartógrafos levantaram um
mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com
ele ponto por ponto. Menos dedicadas ao estudo da cartografia, as
gerações seguintes decidiram que esse dilatado mapa era inútil e
não sem impiedade entregaram-no às inclemências do sol e dos in-
vernos. Nos desertos do oeste perduram despedaçadas ruínas do
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

mapa habitadas por animais e por mendigos.


BORGES, J. L. Sobre o rigor na ciência. Em: História universal da
infâmia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.
No conto de Jorge Luís Borges, apresenta-se uma reflexão sobre
as funções da linguagem cartográfica para o conhecimento geo-
gráfico. A compreensão do conto leva à conclusão de que um
mapa do tamanho exato do Império se tornava desnecessário pelo
seguinte motivo:
a) extensão da grandeza do território político.
b) equivalência da proporcionalidade da representação espacial.
c) precariedade de instrumentos de orientação tridimensional.
d) imprecisão da localização das regiões administrativas.

42
QUESTÃO 5
(UEA-AM — 2017) Parte constituinte dos fundamentos da cartogra-
fia, as coordenadas geográficas configuram:
a) os procedimentos de manipulação de dados espacialmente referen-
ciados.
b) as linhas imaginárias que permitem localizar qualquer ponto na su-
perfície do planeta.
c) a relação entre o comprimento no mapa e a distância real no planeta.
d) a forma pela qual a superfície do planeta é representada em um plano.
e) a convenção gráfica para explicitar os elementos representados em
um mapa.

QUESTÃO 6
(UFPR — 2018)
Alguns aplicativos instalados em dispositivos móveis permitem
que mapas digitais e imagens de satélite sejam utilizados para en-
contrar caminhos, locais de interesse, desvios e alertas de aciden-
tes, de fiscalização ou até mesmo de trânsito intenso. A informa-
ção georreferenciada é cada vez mais comum também em apps
que oferecem produtos, serviços e relacionamentos sociais. […]
Atualmente encontram-se em funcionamento os sistemas de na-
vegação por satélite norte-americano (GPS) e russo (GLONASS), e
estão parcialmente implantados os projetos de navegação por sa-
télite europeu (GALILEO), chinês (COMPASS ou BeiDou-2) e, mais
recentemente, o japonês (MICHIBIKI).
A respeito da tecnologia de navegação por satélite, considere as
seguintes afirmativas:
1. É a mais importante fonte de dados de navegação terrestre, pois
fornece tanto a posição geográfica quanto a atualização da base PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
de dados geográficos dos aparelhos celulares (arruamento, pon-
tos de interesse, direções de vias, entre outros).
2. A informação enviada pelos satélites até o aparelho receptor
(smartphone ou tablet, por exemplo) se propaga por ondas eletro-
magnéticas e independe da existência de rede de internet.
3. A existência de várias constelações artificiais de sistemas de posi-
cionamento por satélites tende a tornar o sistema impreciso, devido
às interferências entre os sinais emitidos pelos diferentes satélites.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
c) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
d) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
43
QUESTÃO 7
(MARINHA DO BRASIL— TÉCNICO EM GEODÉSIA E CARTOGRA-
FIA — 2013) No que diz respeito à situação da superfície de proje-
ção, pode-se afirmar que as projeções cartográficas cilíndricas são
classificadas em:
a) Normais, transversais e horizontais.
b) Transversais, inclinadas e oblíquas.
c) Inclinadas, meridianas e horizontais.
d) Normais, equatoriais e oblíquas.
e) Transversas, equatoriais e oblíquas.

QUESTÃO 8
(CPRM — CARTOGRAFIA — ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS — 2013)
No Brasil, a partir da década de 1990, os SIGs adquiriram importân-
cia como ferramentas e instrumentos capazes de auxiliar organiza-
ções públicas, prefeituras e municípios em processos de tomada
de decisão e enfrentamento de questões essenciais como direcio-
namento apropriado de investimentos públicos, monitoramento
de impactos de políticas públicas e disponibilização de informa-
ções atualizadas sobre o território, o que possibilita a realização
de análises estratégicas da administração. Julgue os itens que se
seguem, no que concerne a esse assunto.
a) A tendência atual na utilização de SIG pauta-se na busca de opções
que demandem usos e aplicações em ambientes com base em platafor-
mas da rede mundial de computadores.
b) A montagem de um SIG para a área de mineração é uma tarefa trivial,
uma vez que o Brasil já possui um cadastro de informações georeferen-
ciadas nessa área, validado em escala de 1:25.000 para todo o território
nacional.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

c) O gestor público deve estar atento aos pré-requisitos necessários à


montagem de um SIG para a sua área de atuação, já que isso envolve a
contratação de pessoal capacitado em SIG, equipamentos adequados,
programas computacionais específicos e coleta de dados confiáveis.
d) Uma das razões para a baixa utilização de SIG na gestão pública
reside no fato de que os chamados softwares livres geram informações
analíticas conflituosas.

QUESTÃO DISSERTATIVA
Durante muito tempo adotou-se a superfície da Terra como uma esfera
achatada nos polos, a fim de simplificar os cálculos. Segundo o IBGE
(1998), a forma do planeta é o Geoide, que corresponde à linha imagi-
nária do nível médio dos mares prolongada por toda a superfície terres-
44
tre, já considerando as forças de atração gravitacional e a rotação da
Terra, que se assemelha a uma elipse. E essa elipse, ao girar em torno
do seu próprio eixo menor, forma uma figura volumétrica chamada de
Elipsoide de Revolução, sendo este usado como base para os cálculos
na elaboração dos mapas cartográficos.
Sobre o enunciado, comente acerca da evolução dos elipsoides de re-
volução.

TREINO INÉDITO
A afirmativa “O sistema é baseado na escolha dos dois eixos perpendi-
culares, a origem é estabelecida com base a qualquer ponto do plano, é
representada por valores métricos, um para o eixo X e outro para o eixo
Y” se refere ao(s):
a) Sistema de coordenadas planas.
b) Sistema de coordenadas polares.
c) Sistema de coordenadas de imagem.
d) Sistema de coordenadas de superfície.
e) Sistemas de coordenadas geográfica.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

45
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS AZIMUTAIS

Projeções Azimutais ou Planas são obtidas diretamente sobre


um plano tangente da superfície terrestre em um ponto, que é o cen-
tro da projeção, e tem este nome por manter ou preservar os valores
dos azimutes das linhas que iniciam no ponto em que o plano toca a
superfície de referência. São classificados como: projeções azimutais
perspectivas ou não perspectivas (VIEIRA, 2004).

46
Figura 24 - Projeção Azimutal.

Fonte: (UEPB, 2021).

Nas projeções azimutais perspectivas, o plano pode variar as


posições, sendo classificado como normal ou polar, oblíqua e transver-
sa ou equatorial. Com a posição do plano, as projeções cartográficas
azimutais podem ser classificadas ainda como: ortográficas, onde seu
ponto de vista se acha no infinito, estereográfica, que parte de um ponto
de vista nos antípodas do ponto central, e gnomônica, que seu ponto de
vista é o centro da Terra.

Figura 25 - Classificação das Projeções.

Fonte: (UEPB, 2021).


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Teoricamente, cada projeção pode ter qualquer aspecto, mas


muitas projeções são quase sempre usadas de modo a mostrar algu-
ma caracteristica. A navegação marítima e a aviação usam mapas com
projeção azimutal, e outros exemplos mostram a temperatura de uma
região, apresentam contaminação, alterações da biodiversidade, ou
simplesmente apresentam a divisão política de uma região.
Usa-se esse tipo de projeção quando se quer colocar um país
na posição central ou para as regiões polares. As maiores deformações
estão em suas áreas periféricas.

47
Figura 26 - Representação na Projeção Azimutal.

Fonte: (DOCPLAYER, 2021).

Na projeção Azimutal Gnomônica, o ponto de vista está loca-


lizado no centro da superfície de referência e o plano tangente pode
ser normal, transversal ou oblíquo. É uma projeção afilática, então, não
é conforme, equivalente e nem equidistante, sendo que não adimite a
representação da linha polar ao ponto de tangência.

Figura 27 - Projeção Azimutal Gnomônica.

a) normal ou polar; b) transverso ou equatorial; e c) oblíquo.


Fonte: (UFPR, 2021).

Na projeção Azimutal Esteográfica, o ponto de vista localiza-se


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

no ponto oposto ao ponto de tangência. O plano pode ser tangente nos


polos, no equador ou outra posição qualquer na superficie terrestre, sua
propriedade é de conformidade, em que os elementos representados
são preservados.

Figura 28 - Projeção Azimutal Estereográfica.

a) normal ou polar; b) transverso ou equatorial; e c) oblíquo.


Fonte: (UFPR, 2021).
48
Na projeção Azimutal Ortográfica, o ponto de vista está no in-
finito e os pontos são projetados ortogonalmente sobre os planos nor-
mais, transversos e oblíquos. Em qualquer plano ocorre a equidistância
ao longo dos pontos inerentes aos círculos concêntricos ao ponto, onde
o plano é tangente à esfera. No plano normal, é necessário a manuten-
ção do comprimento dos paralelos.

Figura 29 - Projeção Azimutal Estereográfica.

a) normal ou polar; b) transverso ou equatorial; e c) oblíquo


Fonte: (UFPR, 2021).

E as projeções azimutais não perspectivas têm propriedades


de equivalência e equidistância, onde conseguimos observar que as
representações semelhantes não são iguais, devido às propridades de
equivalência ou equidistância.

Figura 30 - Projeção Azimutal não perspectiva.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

a) equivalente; b) equidistante.
Fonte: (UFPR, 2021).

No geral, a projeção azimutal é equidistante, seu aspecto polar


tem meridianos representados por linhas retas igualmente espaçadas que
se unem nos polos, preservando as medidas angulares. Na proximidade da
linha do Equador, as linhas de meridiano são formadas por linhas comple-
xas, e os paralelos são curvas côncavas em direção ao polo mais próximo.
As Nações Unidas popularizou a projeção Azimutal Polar Equi-
distante, ao utilizar da representação na bandeira da sua organização.

49
Figura 31 - Bandeira das Nações Unidas – Projeção Azimutal Equidistante.

Fonte: (ICACI, 2021).

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS EQUIVALENTES

As projeções cartográficas equivalentes mantêm as propor-


ções das áreas e os ângulos sofrem distorções, e determinam uma dis-
tribuição dos paralelos com intervalos descrescentes desde o equador
até os polos, o que gera uma deformação com a realidade.
São projeções em que a distorção de escala atua de forma
inversa em duas direções perpendiculares em cada ponto na superfície
do plano. Em uma direção ocorre ampliação do elemento geométrico
e na outra ocorre uma redução do elemento geométrico, assim garan-
te que o valor numérico da área da região representada seja mantido.
Desse modo, o valor numérico da área obtido no mapa deve ser afetado
apenas na escala nominal de representação, para se obter o valor nu-
mérico da área na superfície de referência.
Exemplos de projeções equivalentes: as projeções de Lambert,
de Gall-Peters, Goode, Aitoff, de Behrmann e outras.

Figura 32 - Projeção de Peters.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (OBJETIVO, 2021).


50
Figura 33 - Projeções de Peters Invertida.

Fonte: (SLIDE SHARE, 2021).

A projeção Peters foi apresentada em 1973, como uma reapre-


sentação da proposta de James Gall, por isso também é conhecida como
Gall-Peters. É cilíndrica equivalente, onde as retas perpendiculares aos
paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, o que leva a um
estreitamento no sentido Leste-Oeste e a uma deformação no sentido
Norte-Sul. Peters destaca os países de baixa latitude, em que as áreas
ficam relativamente diminuídas quando comparadas a outras projeções.
Nesta projeção, o continente africano se destaca no centro do
mapa. A proposta de Peters é valorizar o mundo subdeselvolvido, mos-
trando sua área real, apesar de deformar a forma das regiões e manter
a área proporcional dos continentes mais próxima da realidade.

Figura 34 - Projeções Equivalentes.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (EDUCABRAS, 2021).

A projeção de Aitoff ou de Mollweide têm o formato elíptico e


são muito utilizadas para a apresentação de planisférios. Elas conser-
vam a proporção das áreas representadas, causando dano à forma,
sendo que suas distorções aumentam conforme a representação se
afasta do ponto central. Seu objetivo era corrigir as distorções provoca-
das na projeção de Mercator.
A projeção de Goode é uma projeção cartográfica cilíndrica des-
51
contínua, que apresenta o mundo todo dividido em quatro grandes áreas,
onde cada seção separada elimina partes dos oceânos. Essa projeção
coloca os meridianos centrais correpondendo aos meridianos centrais
dos continentes, para conseguir maior exatidão. Uma desvantagem nes-
ta projeção é a impossibilidade de calcular distâncias intercontinentais.

Figura 35 - Projeções Equivalentes.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (SLIDESERVE, 2021).

As projeções cônicas equivalentes modificam o espaçamento


dos paralelos e mantêm a escala constante, o que acarreta uma peque-
na distorção de distâncias e formas. A projeção de Albers é obtida com
a modificação do espaçamento dos paralelos para obter uma projeção
equivalente, e é muito usado nos Estados Unidos da América para re-
presentar seu território.
As projeções cilíndricas equivalentes ortográficas causam dis-
torções de formas nas regiões polares. Para resolver este problema, ou-
tras projeção foram desenvolvidas como alternativa, como as chamadas
projeções pseudo-cilíndricas, desevolvidas a partir da projeção cilíndrica
perspectiva ajustada simplesmente no espaçamento dos paralelos.
52
A projeção sinusoidal é uma projeção cilíndrica equivalente,
que através da mudança de escala dos paralelos de latitude de forma,
que sejam representados em escala, o meridiano central é uma linha
direta com metade do comprimento do Equador. Sua distorção é minima
na interseção do Equador com o meridiano central, e aumenta à medida
que se distancia desta interseção, e é utilizada em mapas que represen-
tam somente um continente.

Figura 36 - Projeções Sinusoidal e de Mollweide – Equivalente.

Fonte: (UNESP, 2021).

A projeção de Mollweide é uma projeção equivalente conven-


cional, onde a Terra é representada dentro de uma elípse. As latitudes
são paralelas à linha do Equador e o espaçamento dos paralelos é di-
mensionado de forma a manter todas as áreas iguais no esferoide. Tem
uma distorção mínina na interseção do meridiano central com a linha do
Equador e aumenta na direção das extremidades do mapa.
As projeções equivalentes são muito usadas para mapas téma-
ticos que mostram distribuição de cenários, como população, distribui-
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
ção de terras, áreas, etc.

Figura 37- Brasil na projeção Equivalente.

Fonte: (ATLAS ESCOLAR, 2021).


53
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS EQUIDISTANTES

As projeções equidistantes são aquelas projeções cartográficas


em que uma família de linhas não sofre distorção, onde o comprimento
de qualquer parte ou qualquer destas linhas deve apenas ser afeta-
do da escala nominal de representação para se obter o comprimento
correspondente na superfície de referência. São as projeções que não
apresentam deformações em linha reta e são menos empregadas que
as projeções conforme e equidistantes, porque raramente é desejável
um mapa com distâncias corretas apenas em uma direção.
A Projeção Azimutal Ortográfica tem esta propriedade, é mais
comum mapas cartográficos na representação equidistantes centrados
em um dos polos, mas essa representação pode ser centrada em qual-
quer posição do globo terrestre.
As projeções equidistantes conservam a proporção entre as dis-
tâncias, então, não apresentam deformações lineares em determinadas
direções na superfície representada. A equidistância, ao contrário da con-
formidade ou da equivalência, não é uma característica global de toda
a área mapeada. O nome “equidistante” não remete à preservação das
distâncias reais do mapa em qualquer sentido, e sim à distância real em
pontos específicos. Ao colocar artificialmente todos os paralelos em equi-
distância ao longo dos meridianos, haverá distorção na escala, fazendo
com que cada parte do mapa tenha uma escala diferente, gerando assim
mapas com muitas distorções na forma e no tamanho dos continentes.
O exemplo mais comum de projeção equidistante é a proje-
ção Cilíndrica Equidistante. Também conhecida como equiretangular ou
projeção de Plate Carré, ela mantém semelhança com a projeção de
Mercator nas altas latitudes. A projeção cilíndrica equidistante mantém
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

a distância igual entre dois pontos e os paralelos têm distâncias iguais


ao longo dos meridianos.

Figura 38 - Projeção Equidistante Cilíndrica.

Fonte: (INFOESCOLA, 2021).


54
A projeção equidistante Polar é uma projeção que tem os polos
como porção central, sendo que a maioria das deformações estão em
suas regiões periféricas.

Figura 39 - Projeção Equidistante Polar.

Fonte: (OBJETIVO, 2021).

As projeções cônicas equidistantes podem ser construídas usan-


do uma tangente ou duas secantes paralelas de referência, o espaçamen-
to entre os paralelos é igual ao longo do meridiano, e os paralelos estão
distantes entre si igual a distância do arco de paralelo do esferoide. Nesta
projeção, as distâncias medidas ao longo dos meridianos e ao longo dos
paralelos de referência mantêm a escala, mas nas outras distâncias exis-
tem distorções, e a projeção de L’Isles apresenta esta característica.

Figura 40 - Projeção de L’Isles.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (UNESP, 2021).

Suas principais distorções estão nas áreas e nas formas dos


continentes, que aumentam com o afastamento do ponto central, e as
distorções aumentam nas áreas periféricas da representação.

55
Figura 41- Projeções Equidistantes.

Fonte: (SLIDESERVE, 2021).

Figura 42 - Brasil na projeção Equidistante.

Fonte: (ATLAS ESCOLAR, 2021).

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS CONFORME

São as projeções que mantêm os ângulos ou as formas de pe-


quenas feições e a escala de cada ponto é independente da direção, é a
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

mesma em todas as direções sobre o ponto. Mesmo com a variação das


escalas do mapa ponto a ponto, a propriedade de representação correta de
ângulos só se aplica aos ângulos que têm lados pequenos. Seus ângulos
são idênticos aos do globo: no centro da projeção, que é na linha do equa-
dor, a distorção é menor e a manutenção dos ângulos acarreta uma distor-
ção no tamanho dos objetos no mapa, ao se afastar do centro da projeção,
portanto só são reproduzidas as áreas situadas abaixo do paralelo 80°.
A projeção conforme, conhecida como Mercator, é uma das pro-
jeções mais utilizadas, muito usada em navegação, porque representa as
linhas de azimute constante como linhas retas. Entretanto, distorce bas-
tante o tamanho dos objetos situados nas proximidades das regiões po-
lares. Na projeção de Mercator, as formas dos continentes são mantidas,
entretanto, as áreas são alteradas, pois a escala é constante em todas as
56
direções para cada ponto, mas varia de ponto para ponto no mapa.
Em uma projeção Cilindra Conforme e Tangente, somente a linha
do Equador é representado em escala, os demais paralelos são alonga-
dos. Se a escala Leste-Oeste aumenta quando aproximamos dos polos, é
necessário aumentar a escala Norte-Sul para obter a projeção conforme.

Figura 43 - Projeção de Mercator.

Fonte: (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021).

Outra projeção conforme é a de Lambert, onde mostra os meridia-


nos como linhas retas igualmente espaçadas que convergem em um dos
polos. Os paralelos são arcos e os ângulos entre os meridianos são meno-
res. A escala ao longo do paralelo é preservada, o que facilita a representa-
ção de áreas alongados no sentido Leste-Oeste. Já na direção Norte-Sul, a
forma das áreas é distorcida, muito usada em mapas no Canadá.

Figura 44 - Projeção Cônica Conforme de Lambert.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (SLIDESERVE, 2021).

57
Figura 45 - Brasil na projeção Conforme.

Fonte: (ATLAS ESCOLAR, 2021).


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

58
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 1
(UNICAMP) Abaixo é reproduzido um mapa-múndi na projeção de
Mercator.

Mapa com a Projeção de Mercator. É possível afirmar que, nesta


projeção:
a) os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o
que promove um aumento das massas continentais em latitudes elevadas.
b) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o
que distorce mais as porções terrestres próximas aos polos e menos as
porções próximas ao equador.
c) não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma
latitude, possibilitando o uso deste mapa para a navegação marítima
até os dias atuais.
d) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de
90°, o que possibilita a representação da Terra sem deformações.

QUESTÃO 2 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS


(ITESP — ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO FUNDIÁRIO — CAR-
TOGRAFIA E GEORREFERENCIAMENTO — 2013) Pode-se dizer
que uma projeção cartográfica que preserva ângulos é:
a) equivalente.
b) equilátera.
c) equidistante.
d) afilática.
e) conforme.

QUESTÃO 3
(ITESP — ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO FUNDIÁRIO — CAR-
TOGRAFIA E GEORREFERENCIAMENTO — 2013) No sistema de
Projeção UTM, o meridiano de Greenwich é o divisor dos fusos:
59
a) 1 e 60.
b) 1 e 24.
c) 30 e 31.
d) 31 e 32.
e) 32 e 33.

QUESTÃO 4
(CODEVASF — ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL —
CARTOGRAFIA — 2021) Sabendo que, em 250 a.C., com uso de re-
gras matemáticas e geométricas relativamente simples, Eratóstenes
determinou a medida da circunferência da Terra e considerando os
conceitos cartográficos modernos, julgue os seguintes itens.
a) Se a Terra fosse plana, duas hastes verticais de mesmo tamanho, se-
paradas entre si por uma distância de 800 km e iluminadas pelo mesmo
ângulo zenital solar, possuiriam sombras de mesmo comprimento.
b) O cálculo de Eratóstenes considera como representação da forma da
Terra o modelo Real, ou seja, a verdadeira forma da Terra.
c) O valor do raio calculado por Eratóstenes possui a mesma medida do
raio calculado a partir de qualquer ponto de um geoide.

QUESTÃO 5
(CODEVASF — ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL —
CARTOGRAFIA — 2021) Acerca de sistemas de referência e geo-
metria do elipsoide, julgue os próximos itens.
a) Entre os sistemas geodésicos de referência, o topocêntrico é o que
apresenta maior precisão para o cálculo do raio da Terra.
b) São exemplos de sistemas de referência geocêntricos já adotados no
Brasil: Córrego Alegre, SAD-69, WGS-84 e SIRGAS-2000.
c) Quanto maior a diferença entre semieixos do elipsoide, maior o valor
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

de achatamento.
d) A orientação para que todos os usuários no Brasil adotassem exclu-
sivamente o referencial SIRGAS 2000 em suas atividades deveria ser
cumprida a partir de 2001.

QUESTÃO 6
(CODEVASF — ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
— CARTOGRAFIA — 2021) Com relação ao Cadastro Nacional de
Imóveis Rurais, instituído pela Lei n.º 10.267/2001, julgue os itens
seguintes.
a) As coordenadas dos vértices que compõem os limites dos imóveis
rurais devem ter precisão posicional igual ou superior a 10 cm.
b) As coordenadas dos vértices que compõem limites naturais dos imó-
60
veis rurais devem ter precisão posicional igual ou superior a 2 m.

QUESTÃO 7
(CODEVASF — ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL —
CARTOGRAFIA — 2021) As figuras A, B e C a seguir mostram di-
ferentes tipos de elipse de erros em função das variâncias [Var(x),
Var(y)] e da covariância CoVar(x,y). A figura C corresponde a um
círculo perfeito.

Com base nessas figuras, julgue os itens que se seguem.


a) Na figura A, CoVar(x,y) = 0.
b) Na figura B, Var(x) < Var(y).
c) Na figura C, CoVar(x,y) = 0 e Var(x) = Var(y).

QUESTÃO 8
(SEE/SP — FCC — PROFESSOR — GEOGRAFIA — 2010)
Analise o planisfério.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

O planisfério está representado na projeção de


a) Mercator.
b) Bertin.
61
c) Mollweide.
d) Goode.
e) Robinson.

QUESTÃO DISSERTATIVA
As projeções equidistantes conservam a proporção entre as distâncias,
então, não apresentam deformações lineares em determinadas direções,
na superfície representada. A equidistância, ao contrário da conformida-
de ou da equivalência, não é uma característica global de toda a área
mapeada. O nome equidistante não remete à preservação das distâncias
reais do mapa em qualquer sentido, e sim à distância real em pontos es-
pecíficos. Ao colocar artificialmente todos os paralelos em equidistância
ao longo dos meridianos, haverá distorção na escala, fazendo com que
cada parte do mapa tenha uma escala diferente, gerando assim um mapa
com muitas distorções na forma e no tamanho dos continentes.
Sobre o enunciado, comente acerca do mapa com projeção que usa
a característica de equidistância mais conhecida na atualidade e suas
características.

TREINO INÉDITO
“A projeção que mostra os meridianos como linhas retas igualmen-
te espaçadas que convergem em um dos polos. Os paralelos são
arcos e os ângulos entre os meridianos são menores, e a escala ao
longo do paralelo é preservada, o que facilita a representação de
áreas alongadas no sentido Leste-Oeste. Já na direção Norte-Sul, a
forma das áreas é distorcida, muito usada em mapas no Canadá”.
De qual sistema de projeção se refere a afirmativa?
a) Projeção Cônica Conforme de Lambert
b) Projeção Equidistante Azimutal
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

c) Projeção Equidistante Cilíndrica


d) Projeção de L’Isles
e) Projeção Sinusoidal

62
PROPRIEDADE DAS REPRESENTAÇÕES
CARTOGRÁFICAS

TEORIA DAS DISTORÇÕES PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

A projeção cartográfica é um arranjo sistemático sobre o pla-


no, de maneira que implica em deformações dos atributos do modelo
da Terra em relação a sua representação no plano, devido a superfície
esférica ou elipsoidal não serem planificáveis.
Todas as representações cartográficas introduzem deforma-
ções que provocam alterações métricas do objeto representado, já que
a Terra é um objeto tridimensional (altura, largura e comprimento) e o
mapa é bidimensional (altura e largura).
Essas deformações são fato, assim, é preciso aplicar corre-
ções nas medidas originais para a representação no plano, ou então,
63
podem ser ignoradas. A tomada de decisão de qual atitude tomar vai
depender da deformação resultante que afetará na representação do
resultado final, que influência no tamanho da área, na exatidão da me-
dida e no propósito de uso da informação.
As deformações involuntárias são apresentadas segundo
VILLA (2012), na figura 46.

Figura 46 - Deformações das projeções cartográficas.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (VILLA, 2012).

A distorção de escala constitui-se nos aspectos que sofrem


uma projeção cartográfica. O estudo relativo à teoria das distorções
está baseado na geometria diferencial, baseada nas propriedades de
uma superfície e sua generalização.
Podemos observar na figura 47 projeções do mapa-múndi em
escalas idênticas, com valores máximos de deformação angular repre-
sentados por cores.

64
Figura 47- Deformação Angular.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (PROFRICARDOFERREIRA, 2021).

Sendo as deformações inevitáveis, é fundamental aplicar al-


gum tipo de correção para a representação das dimensões da superfí-
cie da terra. Em uma representação, deve-se levar em consideração a
projeção de um mapa que melhor conserve as propriedades de interes-
se do usuário da informação.
65
A teoria das distorções de forma geral quer garantir as con-
dições de unicidade, reversibilidade e correspondência entre curvas
paramétricas. As curvas paramétricas são funções paramétricas, onde
acontece a entrada de dados que chamamos de parâmetro.
Assim, um determinado sistema de curvas paramétricas (u,v)
pode ser apresentado sobre uma superfície curva, onde cada ponto
dessa superfície pode ser dado em coordenadas cartesianas tridimen-
sionais (x, y e z), como função de u e v.

Figura 48 - Correspondência de superfícies.

Fonte: (FERREIRA, 2016/2017).

Para a correspondência das superfícies, duas equações são


formadas, sendo a equação 2, que representa a superfície de referên-
cia, e para representar a superfície de projeção temos a equação 3.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

As curvas paramétricas da superfície de referência estão re-


lacionadas com um sistema de curvas na superfície de projeção, se
existir uma relação matemática entre os parâmetros (u,v) e (u1, v1), o
que gera a equação 4.

E para representarmos a superfície terrestre devemos satisfa-


zer duas condições: (1) a projeção deve ser única (condição de unici-
dade) e (2) a projeção deve ser reversível (condição de reversibilidade).
66
Sendo assim, uma posição na superfície de referência deve
corresponder a um único ponto na superfície de projeção e vice-versa. A
partir da equação 4, podemos matematicamente expressar a resolução
dos parâmetros u e v, conhecendo u1, v1, o que gera a equação 5.

De maneira geral, as curvas paramétricas u e v não correlacio-


nam o sistema u1 e v1, gerando um novo sistema arbitrário e diferente.
Porém, na relação entre os parâmetros, podemos eliminar u1 e v1 das
equações 2 e 3, utilizando a equação 5, de maneira a gerar a fórmula
geral da transformação.

A distorção de escala é obtida pela comparação entre o com-


primento de um arco infinitesimal da superfície plana com o seu corres-
pondente da superfície de referência.

Onde: dS é o comprimento infinitesimal na superfície plana e


ds é o comprimento infinitesimal na superfície de referência.
Quando dS for maior que ds, há uma ampliação do comprimen-
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
to representado, comparando com o original, enquanto dS for menor
que ds, então, o comprimento representado também será menor que o
original, e ainda, quando dS for igual ao ds, então, os dois comprimen-
tos serão iguais, o que significa que não houve distorção.
O conceito da distorção de escala ocorre na prática em deter-
minar o valor da escala correta em qualquer posição do mapa. A dis-
torção é variável e os valores podem ser apresentados na Elipse de
Indicatriz de Tissot, que permite a visualização dos valores de distorção
a partir de um ponto para qualquer direção.

67
Figura 49 - Princípio da Elipse de Tissot.

Fonte: (VIERIA, 2004).

ELIPSE INDICATRIZ DE TISSOT

Para a representação de uma determinada área da superfície


terrestre, devemos definir um sistema de projeção cartográfica. Sabe-se
que as projeções apresentam deformações e elas devem ser levadas
em consideração na sua escolha.
A escolha deve ser baseada na propriedade deformável que
queremos manter, levando em consideração a finalidade da representa-
ção. Para isto, devemos conhecer a teoria das deformações, a Indicatriz
de Tissot, as deformações angulares, lineares e de superfície.
A Teoria de Tissot apresenta as deformações através de efeitos
ilustrativos e pode ser utilizada para vários sistemas de projeções carto-
gráficas, e é utilizada para apresentar as deformações de forma gráfica.
É um instrumento matemático que permite calcular as deformações das
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

projeções em um dado ponto. Tissot apresentou que toda representa-


ção pode ser composta a uma infinidade de projeções ortogonais, cada
uma na sua escala.
Tissot, um pesquisador francês do século XIX, classificou as
deformações de forma coerente: a Elipse Indicatriz de Tissot apresenta
círculos infinitesimais de centro “0” e raio unitário sobre o elipsoide, cor-
respondendo a uma elipse no plano.
O princípio da indicatriz apresenta que para cada ponto na
superfície do elipsoide existem duas linhas geodésicas perpendiculares
(direções principais), de tal forma que sua transformação no plano tam-
bém gera distorção.
O estudo dessas propriedades da elipse se baseia em conhe-
cer a orientação e o comprimento dos alinhamentos que compõem as
68
direções, com a finalidade de determinar as deformações no sistema
projetivo. Na propriedade que cada tipo de projeção apresenta, a elipse
assumirá outra forma.
- Se a projeção for conforme em um dado ponto, a indicatriz irá
permanecer circular, mesmo que a informação de origem seja maior ou
menor;
- Se a projeção for equivalente em um dado ponto, a indicatriz
muito provavelmente não será um círculo; e
- Se a projeção for afilática em um dado ponto, a indicatriz po-
derá variar tanto na forma como no tamanho.

Figura 50 - Representação Gráfica de Elipse de Tissot.

Fonte: (CINTRA, 2003). PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Figura 51 - Indicatriz de Tissot.

Fonte: (PROF. RICARDO FERREIRA, 2021).

Em geral, o plano do círculo está inclinado e é projetado sobre


69
a superfície de projeção como uma elipse.

Figura 52 - A elipse de deformação.

(a) Superfície de referência (b) superfície de projeção.


Fonte: (FERREIRA, 2016/2017).

Ferreira (2016/2017) apresenta os formulários para a designação


da Elipse de Tissot (Figura 52), em que se apresenta um círculo com centro
em P em um sistema de coordenadas retangulares (x,y) e sua projeção em
um sistema correspondente (x1, y1). Os eixos coordenados são, então, as
tangentes aos correspondentes (u,v) em ambas as superfícies.

Onde se considerarmos:

E ao relacionar a equação 8 com a Figura 52, teremos


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Correspondente ao (x1, y1), temos:

Ao substituir com os valores da equação 8, temos:

70
E resolvendo, obtemos:

Elevando ao quadrado e somando os dois termos da equação


13, obtém-se:

A equação 14 expressa a correspondência da equação de uma


elipse com semieixo maior (menor) igual a K2.ds. E considerando que
ds é igual a 1, a expressão 14 fica:

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Está elipse que forma com a equação 15 é a Elipse de Tissot,


que indica as características da projeção na vizinhança de um dado
ponto “P”. E sabendo que a área da superfície terrestre que podemos
considerar como plana é de 10 km, no interior desta região, podemos
considerar a equação 15 em função das coordenadas (1, y1) de um sis-
tema de coordenadas retangulares, excluindo as derivadas e ficando:

71
Figura 53 - Elipses de Distorção com Indicatriz de Tissot.

Fonte: (GONÇALVES E FERNANDES, 2011/2012).

A fórmula pode ser aplicada para todos os tipos de projeções. A


representação, nas projeções cartográficas, destas deformações são os
círculos ou elipses dispostas sobre as interseções dos paralelos com os
meridianos, assim, de forma intuitiva, consegue-se observar as regiões
com as maiores deformações.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

PROJEÇÃO TRANSVERSA DE MERCATOR – SISTEMA UTM

A projeção de Mercator é uma representação equatorial das


projeções cilíndricas, tangente à superfície da Terra no Equador, e man-
têm as formas, mas distorce as medidas. A projeção transversa de Mer-
cator também é conhecida como Gaus-Kruger. O meridiano central e
o equador têm linhas retas, e sua escala é constante ao longo do me-
ridiano central. Os meridianos e paralelos são curvas complexas e os
meridianos têm a concavidade voltada ao meridiano central.
A projeção UTM é uma projeção analítica que tem como obje-
tivo minimizar todas as deformações de um mapa a níveis toleráveis,
72
representando-os em um sistema ortogonal.
O modelo atual da Projeção de Mercator surgiu em 1947, onde
recebeu a denominação atual de Sistema de Projeção Universal Trans-
verso de Mercator (UTM). Se torna transversa pela rotação em 90° do
eixo do cilindro, até que fique horizontal a linha do equador.
UTM é um sistema de coordenadas baseado no plano cartesiano,
eixo x e y, formando quadrantes de 90°, e usa o metro (m) como unidade
para medir distâncias e determinar a posição de um objeto. A sigla UTM
deriva: U – Universal, devido ao elipsoide de Hayford que era universal; T
– Transversa, nome dado à posição do eixo do cilindro em relação ao eixo
elipsoide, e M – Mercator, que foi o pai da cartografia moderna holandesa
no século XVI e idealizador da projeção que apresenta os paralelos como
linhas retas horizontais e os meridianos como linhas retas verticais.
A partir de 1955, o Brasil através do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) e DSG (Divisão de Serviço Geográfica do
Exército) passou a utilizar a projeção no mapeamento sistemático bra-
sileiro. O sistema UTM é adotado oficialmente nos mapeamentos bra-
sileiros, normatizados nas escalas 1:1.000.000, 1:500.000, 1:250.000,
1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000.
Por sua característica, é a projeção mais utilizada em mapea-
mentos em trabalhos científicos, para planejamentos em projetos bási-
cos e executivos de empreendimentos de engenharia.
Mesmo sendo considerada como um dos melhores sistemas
de projeção para a cartografia de médias a grandes escalas, a proje-
ção UTM apresenta algumas limitações para a representação do globo
terrestre, pois mantém precisão dos ângulos, mas possui imprecisões
nas medições de áreas e distâncias; não proporciona continuidade de
representação entre as diferentes zonas; não se pode integrar mapas
de fusos diferentes, considerações que devem ser levadas em conside- PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
ração na escolha da projeção para a elaboração dos mapas.

Figura 54: Cilindro transverso e conforme.

Fonte: (AUTOR, 2021).


73
O elipsoide na projeção UTM é dividido em fusos, consideran-
do a circunferência da terra com 360°, para melhor representar a su-
perfície terrestre com o mínimo de distorção. O sistema é divido em 60
partes iguais, com fusos de 6° de amplitude, que corresponde a 666 km,
numerados a partir do antemeridiano de Greenwich para o leste, sentido
anti-horário. E a extensão latitudinal também varia de 6 em 6 graus até
80° ao Sul e até o 84° ao Norte.
Para indicar a posição de um ponto no planeta, não basta dis-
ponibilizar as coordenadas UTM. É necessário informar qual o fuso UTM
e especificar se está na região Norte ou Sul, pois uma coordenada pode
estar em 120 posições diferentes, sendo 60 fusos e 2 posições por fuso.

Figura 55 - Fusos do Sistema UTM.

Fonte: (ZANETTI APOUD IBGE, 2012).

Figura 56 - Posição dos Fusos UTM.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (UFCF, 2021).


74
A contagem de coordenadas é idêntica em cada fuso e tem sua
origem a partir do cruzamento entre a linha do Equador e o meridiano
do fuso. Cada fuso possui um meridiano central, que divide exatamente
ao meio o fuso.
A projeção é cilíndrica secante, onde conserva os ângulos,
transverso e adota um elipsoide de referência para representar a super-
fície terrestre. As características marcantes deste sistema de projeção
é que o meridiano central da região de interesse, o equador e os meri-
dianos estão situados a 90° do meridiano central do fuso, além de ser
reto, enquanto os outros meridianos e paralelos são curvas complexas.
Cada fuso apresenta seu próprio sistema plano de coordena-
das. Tem seu próprio meridiano central, que corresponde à coordenada
métrica E = 500,000 m no eixo X e varia de 166.000 m no Oeste e até
834.000 m no Leste, com amplitude de 6° corresponde aproximada-
mente a 666.666 m. Para o paralelo, a linha do equador divide o lado
Sul e o lado Norte, e define a coordenada plana N, no eixo Y. Os valores
métricos são divididos no lado Sul, iniciando na linha do equador com
10.000.000 m até 0 m em direção ao polo Sul. No lado Norte, inicia a
contagem em 0 m e vai até 10.000.000 m em direção ao polo Norte.

Figura 57 - FUSO UTM.

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (LIMA, LIMA & ROCHA, 2020).


75
Figura 58 - Divisão dos Fusos UTM.

Fonte: (UFCF, 2021).

Os fusos que sobrepõem o território brasileiro são os numera-


dos de 18 a 25, cada fuso tem seu meridiano central e a linha do equa-
dor como referência.
Para determinar o valor da zona UTM correspondente para
cada região, o valor é definido em função dos valores da longitude do
lugar, aplicando a fórmula:
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

76
Figura 59 - Fusos UTM no Território Nacional.

Fonte: (AGUIRRE & MELHO FILHO, 2009).

As especificações estabelecidas para o sistema de coordena-


das UTM são apresentadas por Lima (2020):

1) Projeção conforme de Mercator, transversa (Gauss).


2) Fusos de 6º de amplitude, limitados por meridianos nas longitudes múl-
tiplas de 6º, coincidindo com os fusos da Carta Internacional ao Milionési-
mo. Cada sistema deve ser prolongado 30' sobre os contíguos, formando-se
assim uma área de superposição, de 1 de largura na junção de dois fusos
adjacentes.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
3) Adoção de um elipsoide de referência.
4) Fator de redução de escala K_0=1- 1/2500 =0,9996.
5) Origem das coordenadas planas, em um fuso, no cruzamento da li-
nha do equador com o Meridiano Central (MC), acrescidas as constantes
+10.000.000,00 de metros (só para o hemisfério Sul) no sentido do Meridiano
e +500.000,00 metros no sentido do Paralelo.
6) Numerados dos fusos segundo o critério adotado pela Carta Internacional
ao Milionésimo, isto é, de 1 a 60, a contar do antemeridiano de Greenwich
para Leste.

77
Figura 60 - Representação Cartográficas por Fusos.

Fonte: (UFPR, 2021).

Cada coluna na figura 60 representa um fuso no sistema de pro-


jeção UTM e mostra um segmento da projeção transversa centrada no
respectivo meridiano. Pode-se observar que há sobreposição de fusos
com o aumento da latitude, por isso vemos duplicidade nas altas latitudes.
A representação da superfície terrestre com a projeção UTM
dentro de cada fuso implica em um erro máximo na ordem de 1:2.500.
Este fator de escala aumenta a partir do centro para o Leste e para o
Oeste, este valor chega a 1 nas linhas de contato do cilindro tangen-
te com seu elipsoide, aproximadamente a 180km para Leste e Oeste,
onde a distorção é nula, k=1.
A consequência da deformação linear é que a representação
de um mapa não possui a mesma escala em toda sua representação.

Figura 61 - Coeficiente de Deformação Linear.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

78
Fonte: (AGUIRRE & MELLO FILHO, 2009).

A partir do meridiano central (MC), o fator de escala (k) é va-


riável, devido ao afastamento do MC, e podemos calcular seu valor a
partir da equação 9.

Onde:
M é o raio de curvatura da seção meridiana

N é o raio de curvatura da seção na 1ª vertical

K0 = 0,9996 (módulo de redução da escala no MC)


Φ = latitude
E’ é a distância do MC ao ponto a ser considerado.

A função do sistema de coordenadas UTM é apontar a posição


de um objeto, baseado no sistema plano cartesiano (x,y). A partir de
uma referência, utiliza-se neste sistema as medidas em metro. Assim, a
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
finalidade é minimizar os erros direcionais, dar continuidade em áreas
cobertas com o mínimo de erro quando utiliza mais de um fuso, diminuir
erros de escala oriundos das projeções.

Quadro 5 – Vantagens x Limitações da projeção de UTM.


Vantagens Limitações
Os meridianos são representados por li- Deformação excessiva nas altas altitudes.
nhas retas, os paralelos e o equador são
representados por um segundo sistema
de linhas retas.
É fácil identificar os pontos cardiais. Impossibilidade de representação dos po-
los.

79
É fácil determinar as coordenadas de Círculos máximos, exceto o equador e os
qualquer ponto representado. meridianos, não são representados por
linhas retas.
Os ângulos medidos na superfície da Ter-
ra são representados por ângulos idênti-
cos na carta, direções e distâncias podem
ser medidas nesta.
Linhas de rumo constante (Loxodromias)
são representadas por linhas retas.
Fonte: (ALHO & SANTOS, 2017).

Veja algumas representações cartográficas com o uso da pro-


jeção de Mercator:

Figura 62 - Mapa-múndi na projeção de Mercator.

Fonte: (PREPARAENEM, 2021).

Figura 63 - Carta Celeste na projeção de Mercator.


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (ALHO & SANTOS, 2017).


80
Figura 64 - Carta Magnética na projeção de Mercator.

Fonte: (ALHO & SANTOS, 2017).

Figura 65 - Carta Náutica na projeção de Mercator.

Fonte: (ALHO & SANTOS, 2017).


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
Figura 66 - Carta de Fuso Horário na Projeção de Mercator.

Fonte: (QUIZLET, 2017).


81
A projeção UTM é uma projeção divida em 3 partes, conheci-
das como Projeção Universal transversa de Mercator (UTM), a Projeção
Regional Transversa de Mercator (RTM) e Projeção Local Transversa
de Mercator (LTM).
O que define cada uma das partes da projeção é a largura do
fuso. Já vimos que a UTM tem amplitude de 6° de comprimento, que
equivale a 666 Km, a projeção RTM tem amplitude de 2° e a projeção
LTM tem amplitude de 1°.
As projeções RTM e LTM são utilizadas em grandes escalas em
áreas urbanas com a finalidade de diminuir as distorções lineares dos ma-
pas causadas pela projeção UTM, principalmente nas bordas dos fusos.

Quadro 6 – Sistemas UTM, RTM e LTM.

A existência do fator K no sistema de projeção UTM significa


que dependendo da informação a ser transmitida pelo mapa, projetar
esses dados pela projeção UTM pode não ser adequado, gerando dis-
torções maiores do que os aceitais.
A Lei 10.267 definiu que em trabalhos de georreferenciamento de
imóveis rurais, a área deve ser projetada no plano topográfico local, e não
no sistema de projeção UTM. A NBR 14.166:1998, que fixa as condições
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

exigíveis para a implantação e manutenção da Rede de Referência Cadas-


tral municipal, já define o uso do sistema RTM, e não o sistema UTM.
Assim, para cada tipo de serviço de representação cartográfi-
ca, é preciso analisar qual o sistema de coordenadas vai utilizar.

82
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
(ITESP — ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO FUNDIÁRIO — CAR-
TOGRAFIA E GEORREFERENCIAMENTO — 2013) Em um fuso do
sistema UTM, a(s) região(ões) onde o coeficiente de escala é igual
a 1 é(são):
a) o meridiano central.
b) o paralelo padrão.
c) as linhas de secância.
d) o paralelo tangente.
e) a linha do equador.

QUESTÃO 2
(IFPE— PROFESSOR DE CARTOGRAFIA — 2010)
O sensoriamento remoto é uma das tecnologias de aquisição de da-
dos da superfície terrestre muito utilizada atualmente, principalmen-
te na área ambiental. Com base nessa afirmação, analise as propo-
sições abaixo.
I. Esta tecnologia permite a obtenção de informações sobre obje-
tos da superfície terrestre sem contato físico com os mesmos.
II. Os sensores podem ser remotos orbitais (a bordo de satélites)
ou remotos não orbitais (câmeras fotográficas a bordo de aviões).
III. Os objetos da superfície terrestre como a vegetação, a água e
o solo refletem, absorvem e transmitem radiação eletromagnética
em diferentes proporções, definindo para cada alvo um tipo de as-
sinatura espectral.
IV. A energia eletromagnética se propaga em forma de ondas ele-
tromagnéticas com a velocidade da luz e é medida em frequência e
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
comprimento de onda.
V. Frequência se refere ao número de vezes que uma onda se repe-
te ao longo do tempo e o Comprimento de onda à distância entre
dois picos de ondas sucessivas.
Desta forma quanto maior a frequência, maior o comprimento de
onda. Está(ão) correta(s), apenas:
a) I e II
b) II
c) I, II e III
d) I, II, III e IV
e) II, III, IV e V

83
QUESTÃO 3
(IFMG — PROFESSOR DE AGRIMENSURA E CARTOGRAFIA I — 2013)

A figura acima mostra as formas de representação da Terra, sendo


incorreto afirmar que
a) de acordo com o Elipsoide Internacional de 1967 o semieixo maior da
Terra é de 6.378.160,00 m.
b) o achatamento da Terra é α=1/298,25 segundo o Elipsoide Interna-
cional de 1967.
c) no SGB (Sistema Geodésico Brasileiro) o referencial de altimetria
está vinculado ao geoide.
d) o Sistema Geodésico Sul-Americano de 1969 estabelece que a figura
representativa da Terra é a esfera.
e) o geoide é uma superfície equipotencial do campo gravimétrico da Terra.

QUESTÃO 4
(IFMG — PROFESSOR DE AGRIMENSURA E CARTOGRAFIA I — 2013)
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

Seja y=f ( x1 ,x2… ,xn) é uma função explicita dos n elementos x1,
x2, ..., xn observados. Pela lei de propagação dos erros, pode defi-
nir que a variância de y, σ2 y , é dada pela seguinte simplificação:

Neste caso assume-se que:


a) os elementos observados x1, x2, ..., xn são independentes, não cor-
relacionados entre si, assim a covariância, σ x1, x2, ..., xn tem valor
igual a -1.
b) os elementos observados x1, x2, ..., xn são independentes, não corre-
lacionados entre si, assim a covariância, σ x1, x2, ..., xn tem valor unitário.
84
c) os elementos observados x1, x2, ..., xn são independentes, não corre-
lacionados entre si, assim a covariância, σ x1, x2, ..., xn tem valor nulo.
d) os elementos observados x1, x2, ..., xn são independentes, não correla-
cionados entre si, assim a covariância, σ x1, x2, ..., xn tem valor igual a 2.

QUESTÃO 5
(IFMG — PROFESSOR DE AGRIMENSURA E CARTOGRAFIA I — 2013)
Com relação às deformações das Projeções Cartográficas, assina-
le a alternativa correta.
a) Quando se projeta a superfície da Terra, admitida como esférica ou
elipsóidica em um plano, todas as deformações são eliminadas.
b) Alguns sistemas projetivos não apresentam distorções de formas, de
áreas, de ângulos ou de distâncias, dentre estes, o sistema UTM.
c) Atualmente, são disponibilizados pelo órgão de cartografia mundial, cor-
reções que podem ser utilizadas tornando os sistemas altamente precisos.
d) O problema da cartografia consiste na tentativa de representar a su-
perfície terrestre, modelada como esfera ou elipsoide, no plano. Esses
modelos são superfícies não-desenvolvíveis, ou seja, não é possível
sua perfeita planificação.

QUESTÃO 6
(CAEAC — TÉCNICO EM CARTOGRAFIA II — 2006)
Um sistema de projeções é dito conforme quando:
a) não apresenta deformações lineares;
b) os comprimentos, as áreas e os ângulos não são conservados;
c) as áreas na carta guardam uma relação constante com as suas cor-
respondentes na superfície terrestre;
d) não há deformações dos ângulos, mantendo a forma de pequenas áreas;
e) é construída com base em leis matemáticas, visando conseguir de- PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS
terminada propriedade.

QUESTÃO 7
(CPRM — ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS — 2013)
Julgue os itens a seguir, relativos à teoria e classificação dos erros.
a) O erro verdadeiro consiste na diferença entre uma grandeza física
observada e o seu valor verdadeiro, enquanto o erro aparente é a dife-
rença entre uma grandeza observada e o seu valor estimado; o resíduo,
por sua vez, corresponde ao valor simétrico do erro aparente.
b) As observações, ainda que repetidas em condições idênticas, implicam
inevitáveis erros de medida, que podem ser atribuídos à falibilidade huma-
na, à imperfeição do equipamento e à influência das condições ambientais.

85
QUESTÃO 8
(UFFS — MAGISTÉRIO SUPERIOR CARTOGRAFIA E GEOTECNO-
LOGIAS — 2010)
Os fusos do sistema RTM possuem como amplitude:
a) 1°
b) 2°
c) 3°
d) 6°
e) 1°30’

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O elipsoide na projeção UTM é dividido em fusos, considerando a cir-
cunferência da terra com 360°. Para melhor representar a superfície
terrestre com o mínimo de distorção, o sistema é divido em 60 partes
iguais, com fusos de 6° de amplitude, que corresponde a 666 km, nu-
merados a partir do antemeridiano de Greenwich para o leste, sentido
anti-horário. Sobre a projeção UTM, comente como ela se comporta da
linha do Equador até as altas latitudes (ao Norte e ao Sul).

TREINO INÉDITO
A função do sistema de coordenadas UTM é apontar a posição de
um objeto baseado no sistema plano cartesiano (x,y). A partir de
uma referência, utiliza-se neste sistema as medidas em metro. As-
sim, a finalidade é minimizar os erros direcionais, dar continuidade
em áreas cobertas com o mínimo de erro quando se utiliza mais de
um fuso e diminuir erros de escala oriundos das projeções.
Sobre as vantagens do sistema de projeção UTM, qual alternativa
está incorreta?
a) Os círculos máximos, exceto o da linha do equador não são repre-
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

sentados por linhas retas.


b) Os meridianos são representados por linhas retas, os paralelos e o
equador são representados por um segundo sistema de linhas retas.
c) É fácil determinar as coordenadas de qualquer ponto representado.
d) Os ângulos medidos na superfície da Terra são representados por ân-
gulos idênticos na carta, direções e distâncias podem ser medidas nesta.
e) Linhas de rumo constante (Loxodromias) são representadas por li-
nhas retas.

86
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

1 2 3 4 5
D E D A B
6 7 8
C D B

QUESTÃO DISSERTATIVA

O elipsoide de revolução proporciona uma superfície matemática de-


finida que permite calcular distâncias. De maneira geral, cada país ou
grupo de países adotam seus valores (raio maior “a” e raio menor “b”)
para calcular os referenciais cartográficos da região para executar le-
vantamentos topográficos e geodésicos.
As dimensões do elipsoide terrestre foram calculadas por matemáticos
através do tempo, utilizando a informação disponível em cada época.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

87
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

1 2 3 4 5
B E A C A
6 7 8
B B A

QUESTÃO DISSERTATIVA

O mapa talvez mais conhecido que utiliza a projeção com característica


equidistante é o mapa que estampa a bandeira da Organização das
Nações Unidas (ONU), que utiliza a representação do mapa-múndi na
projeção azimutal equidistante. O mapa tem como o Polo Norte o ponto
de contato da superfície de projeção e como a superfície de represen-
tação o centro da projeção, mantendo fiel a sua escala nesta posição,
e ao se distanciar do centro da projeção, o mapa vai ficando distorcido.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

88
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

1 2 3 4 5
A D D C D
6 7 8
D A B

QUESTÃO DISSERTATIVA

A projeção UTM é uma projeção plano cartesiana, com medidas métri-


cas. Cada fuso com amplitude de 6° tem seu próprio meridiano central
e a linha do Equador da origem aos paralelos Norte e Sul.
A projeção é adequada para uso em áreas pequenas e médias devido
a sua divisão por fusos, sendo que quanto menor for as áreas, menor
será a distorção das medidas. É um sistema de projeção que mantem a
escala na linha do Equador e quando mais se afasta dessa origem, sua
distorção é maior. Seu erro é bem evidenciado nas altas latitudes.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

89
ALHO, CATARINA e SANTOS, MARIA. Projeção de Mercator. Notas de
Aula. Ciência – Universidade de Lisboa. Maio 2017.

CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução à ciência da


Geoinformação. INPE. São José dos Campos. 2001.

D’ALGE, J. C. L. Introdução à Ciência da Geoinformação. Cap 6 - Car-


tografia para Geoprocessamento. P. 6-1, 6-32. Disponível em: http://
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DAVIS JR. C. A. Cartografia Automatizada e SIG. PRODABEL-BH/MG.


(SEM DATA) https://homepages.dcc.ufmg.br/~clodoveu/files/100.40/
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FERNANDES, MÁRIO GONÇALVES. Cartografia. Universidade do


Porto. 2008

FITZ, PAULO ROBERTO, Cartografia Básica. São Paulo. Oficina de


Textos, 2008.

GONÇALVES, G. e FERNANDES J. Projecções Cartográficas. Notas


de aula 2011/2012.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de


Cartografia. DECAR, Rio de Janeiro, 1998.

LIMA, O. P., LIMA, R. F. P, & ROCHA, R.S., Cartografia Básica. Porto


Alegre, RS. IGEO/UFRGS, 2020.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - GRUPO PROMINAS

MARTINS, ANA BETÂNIA DE SOUZA PIMENTEL. Cartografia do Pa-


trimônio Cultural: uma análise da Cartografia no âmbito dos inventários
nacionais do IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-
nal, 2015. 101 f.; il. Dissertação de Mestrado.

MENEGUETTE, ARLETE APARECIDA CORREIRA, Cartografia no sé-


culo 21: Revisando conceitos e definições. Revista Geografia e Pesqui-
sa, Ourinhos, v.6, n.1, jan./jun-2012.

MENEZES, P. M. L., ÁVILA, A. S. Novas tecnologias cartográficas em


apoio ao ensino e pesquisa em geografia. X Encontro de geógrafos da
América Latina. USP. 2005.
90
MENEZES, P. M. L. DE e FERNANDES, M. C. Roteiro de Cartografia.
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