Você está na página 1de 87

1

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

2
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Águyda Beatriz Teles

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

4
5
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Josevando de Sousa Silva


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

6
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

7
Nesta unidade, serão abordados os princípios e os conceitos
essenciais da Cartografia, com o objetivo de analisar a importância de
alguns referenciais para a compreensão da origem das representa-
ções cartográficas. A Cartografia é uma ciência que tem por finalidade
ilustrar fatos e fenômenos da paisagem natural e cultural por meio
de mapas e cartas referenciados. E para a elaboração desses produ-
tos cartográficos, é necessário esclarecer os conceitos que interferem
no tipo de produto a ser elaborado, como a escala, as coordenadas
geográficas, a orientação e as projeções cartográficas. Além disso,
tratar-se-á sobre os tipos de mapas e cartas, com as suas principais
características e finalidades, consistindo em um conhecimento im-
prescindível para a aplicação em outras áreas do Geoprocessamento
e Georreferenciamento.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Cartografia. Mapas. Cartas. Projeções Cartográficas.

8
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À CARTOGRAFIA

História da Cartografia _________________________________________ 13

Conceitos Básicos em Cartografia _______________________________ 17

Recapitulando ________________________________________________ 32

CAPÍTULO 02
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS, CARTAS E MAPAS

Introdução ____________________________________________________ 36

Classificação das Projeções Cartográficas _______________________ 38

Mapas e Cartas ________________________________________________ 44

Simbologia das Representações Cartográficas __________________ 54

Recapitulando _________________________________________________ 58
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

CAPÍTULO 03
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Conceitos Iniciais _____________________________________________ 64

Características de um Sistema de Informação Geográfica _______ 66

Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica _____________ 72

9
Recapitulando __________________________________________________ 77

Fechando a Unidade ____________________________________________ 82

Referências _____________________________________________________ 85
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

10
Talvez você não tenha percebido no seu dia a dia a facilidade
que temos atualmente de procurar um endereço qualquer na internet
ou até mesmo na rua, com a utilização de aplicativos. Mas, a precisão
de uma localização já foi uma grande dificuldade há séculos! Será que
você conseguiria se localizar usando o Sol, as estrelas ou somente com
uma carta topográfica nas mãos?
Desde que o homem passou a observar a paisagem e a se
locomover entre as diversas regiões em busca de alimentação, prote-
ção e novos territórios, ele percebeu a necessidade de se orientar, de
alguma forma, durante o seu deslocamento. Assim, podemos dizer que
desde suas origens mais remotas, o raciocínio cartográfico (e, por que
não, a Cartografia?) vem acompanhando a evolução da ciência geográ-
fica e da humanidade.
Graças à curiosidade humana e à necessidade de se deslocar,
de buscar e de conquistar novos territórios, os homens e os pesquisa-
dores da Pré-História e da Idade Média sempre buscaram maneiras de
se orientar no espaço geográfico de forma mais precisa, sem depender
de atributos da paisagem. Desta maneira, foram surgindo as primeiras
formas de orientação com mais precisão, como os pontos cardeais e a
bússola. Nesse sentido, a compreensão da forma da Terra foi essencial
para o estabelecimento de uma rede de coordenadas.
A Cartografia é uma ciência muito relevante e complementar
para várias áreas do conhecimento, além de apresentar um elevado
potencial interdisciplinar. Com os avanços tecnológicos vivenciados nos
últimos dois séculos, o desenvolvimento da Cartografia possibilitou a lo-
calização precisa dos fatos e dos fenômenos observados na superfície
terrestre. Além disso, o avanço tecnológico também permitiu sua aplica-
ção a diversas demandas das sociedades contemporâneas.
Portanto, a Cartografia é uma representação da realidade que
permite uma representação proporcional dos aspectos observados na
superfície terrestre, através de um conjunto de métodos e técnicas de
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

mapeamento e de projeção que garante a localização correta de cada


objeto cartografado.
Existem diversos conceitos relacionados à ciência cartográfica,
mas existe um consenso de que a cartografia é a ciência e a arte que se
propõe a representar os diversos ramos do conhecimento que tratam do
ambiente terrestre, tanto natural quanto antrópico, através de mapas, car-
tas e formas gráficas. Também constitui-se em uma área do conhecimen-
to que utiliza os conceitos da astronomia, física, matemática, estatística,
ciências agrárias e da terra, entre outros, para garantir a sua exatidão.
Todo documento cartográfico, seja em papel ou em meio digi-
11
tal, deve se preocupar com a exatidão, ou seja, com a escala de repre-
sentação. Isso porque a partir da análise de um material cartográfico
pode-se obter informações sobre a posição geográfica, a relação do
homem com o meio ambiente, entre outras informações.
O profissional especializado em Geoprocessamento e Georrefe-
renciamento deve dominar os conceitos principais de Cartografia, pois eles
interferem tanto na escolha da escala de representação como na projeção
mais adequada e sua articulação junto às séries cartográficas já existentes.
A Cartografia e seu referencial teórico essencial são a base
para as demais aplicações relacionadas ao Geoprocessamento e ao
Georreferenciamento, especialmente os Sistemas de Informação Ge-
ográfica, que utilizam as representações cartográficas como base para
a elaboração de mapas temáticos. Esses mapas possuem grande im-
portância em assuntos como o planejamento do uso e da ocupação do
solo, estudos ambientais, mobilidade urbana, entre outros.
Desta forma, o módulo Cartografia tem por objetivo debater os
conceitos imprescindíveis para o entendimento da ciência cartográfica,
além de servir de base para a compreensão e elaboração de outros
produtos relacionados às representações, como o Geoprocessamento
e o Georreferenciamento, entre outros.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

12
INTRODUÇÃO À CARTOGRAFIA

HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

O homem é uma espécie muito observadora. Desde os primór-


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

dios da civilização, ele percebeu a necessidade da criação de meca-


nismos de localização e da utilização de pontos de referência para se
orientar em um determinado lugar ou para ir para alguma direção, com o
intuito de fazer o mesmo caminho ou até mesmo ensiná-lo para alguém.
A partir do momento em que homem Pré-Histórico começou a
registrar os seus caminhos percorridos e os seus territórios nas paredes
das cavernas, teve início a Cartografia, ou o ato de cartografar. Desta
forma, ele começou a representar o espaço geográfico, ou seja, repre-
sentar a paisagem de forma gráfica (Figura 1).

13
Figura 1 – As pinturas rupestres foram as primeiras expressões de localização
e direção.

Fonte: Pixabay, 2019.

O mapa mais antigo que se tem registro foi produzido pelos babi-
lônios sob uma placa de argila cozida, no ano de aproximadamente 2500
a.C. Este mapa ficou conhecido como o mapa mesopotâmico de Ga-Sur, e
sua representação está associada, provavelmente, ao vale do rio Eufrates
(Seabra e Leão, 2012). A partir de registros históricos, foi possível com-
provar também que outras civilizações, como os astecas, os chineses, os
esquimós, os egípcios e os gregos também deixaram registrados em forma
de mapas e desenhos em rochas, em couro de animais e em outros mate-
riais que se referiam à representação de seus domínios territoriais.
Os gregos, por volta do ano 500 a.C. (antes de Cristo), foram os
primeiros a se preocuparem com a Terra e com a sua representação, inau-
gurando a chamada Era dos Discários, que foi um momento na história em
que a Terra era representada como um disco rodeado por águas. Somente
no século IV a.C. surgiu a teoria da Terra esférica, com Pitágoras. No sé-
culo II, Ptolomeu dedicou-se à construção de globos, projeções e mapas.
Na Idade Média, passou a ser utilizado, na Europa, um ma-
pa-múndi circular criado pelos romanos, chamado de Orbis Terrarum,
que possuía pouca precisão geográfica. Na Era Medieval, por volta do
século XIII, a bússola foi introduzida pelos viajantes chineses, e promo-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

veu um importante avanço na cartografia. A partir disso, surgiram as


chamadas cartas Portulanas (Tuller e Saraiva, 2016).
No século XIV, devido à busca por novas rotas marítimas comer-
ciais de especiarias, a cartografia sofreu uma grande transformação. O co-
mércio foi o grande impulsionador para o início da Era dos Descobrimen-
tos. Mas, foi somente a partir do ano de 1700 que a cartografia perdeu o
caráter artístico e de pouca exatidão geográfica para ser um instrumento
de orientação, graças aos pequenos avanços tecnológicos da época.
Com o aparecimento da bússola, sextantes e cronômetros, as
medições necessárias para determinar uma localização mais exata pas-
14
saram a ser mais aprimoradas com a triangulação e a determinação
de latitudes e longitudes. Desta forma, foi possível a correção de erros
acumulados durante séculos, muitos deles tidos como verdades geo-
gráficas (Tuler e Saraiva, 2016). (Figura 2).

Figura 2: Os avanços tecnológicos promoveram o surgimento de uma carto-


grafia mais precisa.

Fonte: Pixabay, 2019.

Os séculos XV e XVI são considerados como o período mais


importante para Cartografia. Devido ao interesse em intensificar o co-
mércio entre o Oriente e o Ocidente, foi necessário um maior desenvol-
vimento da navegação que, por sua vez, também incentivou avanços na
área de cartografia, sobretudo nas ferramentas de orientação.
Nesse mesmo período surgiu a imprensa, que facilitou a repro-
dução de mapas, barateando seu custo unitário e permitindo sua maior
difusão. O fato de produzir mapas por impressão também contribuiu para a
redução do erro dos copistas, alterando toda a forma de reprodução. Neste
momento, a cartografia passa a ser um novo ofício e o mapa deixa de ser
somente um registro e torna-se uma mercadoria (Seabra e Leão, 2012).
O termo cartografia, no sentido de descrição de cartas, foi in-
troduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém (Manoel Fran-
cisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão (1791-1856). A
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

concepção inicial da cartografia trazia a ideia do traçado de mapas. À


medida que esta ciência evoluía, o termo passou a representar a ciên-
cia, a técnica e a arte de representar a superfície terrestre.
No final do século XVIII, com a sistematização das diversas áreas
do conhecimento, houve a necessidade de propor outras utilizações para a
cartografia, favorecendo a criação da Cartografia Temática. Neste momen-
to, os mapas deixam de ser somente topográficos, passando a apresentar
outras informações importantes como o uso do solo, entre outras.

15
A Cartografia Temática é uma subdivisão da Cartografia,
que trata da elaboração de mapas temáticos. Os mapas temáticos
são mapas que apresentam convenções, símbolos e cores, para
que as informações expressadas sejam compreendidas.

Em meados do século XIX, com a invenção do avião e, ao mes-


mo tempo, o aperfeiçoamento e a criação de novas formas de aquisição
de imagens, os estudos cartográficos sofreram uma grande revolução.
Neste mesmo período, surgiram as primeiras tecnologias de obtenção
de fotografias aéreas, com o objetivo de geração de bases cartográficas
e também de mapas temáticos para facilitar a navegação.
No período entre guerras, por volta de 1930, surgiram as pri-
meiras fotografias aéreas coloridas. Neste mesmo período, os primeiros
filmes fotográficos sensíveis à luz infravermelha foram desenvolvidos,
com o objetivo de identificar os alvos camuflados no território inimigo.
No ano de 1949, a Cartografia e a sua importância para as
diversas áreas do conhecimento passaram a ser reconhecidas pela Or-
ganização das Nações Unidas:

“a Cartografia, no sentido lato da palavra, não é apenas uma das ferramentas


básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser
usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho" (IBGE,
1988, p. 9).

As recentes inovações na cartografia estão diretamente rela-


cionadas aos importantes avanços ocorridos no campo da informática e
das geotecnologias. Dentre os avanços geotecnológicos, podemos des-
tacar a aquisição de imagens da superfície terrestre por sensoriamento
remoto em base orbital, a produção de modernos softwares voltados
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

para análise espacial, os avanços tecnológicos dos sistemas de posi-


cionamento global (GPS) e a incorporação de avançadas técnicas de
modelagem tridimensional do terreno (Seabra e Leão, 2012). (Figura 3).

16
Figura 3 – As novas tecnologias, como os satélites, contribuíram de forma
decisiva para a precisão cartográfica.

Fonte: Pixabay, 2019.

Ainda no caminho da evolução, as geotecnologias permitiram


um grande salto na análise dos produtos cartográficos, já que associam
a cartografia, as coordenadas geográficas e diversos tipos de dados
relacionados ao terreno, como geologia, geomorfologia, uso do solo,
taxas de urbanização, entre outros elementos, fornecendo uma forma
de visualização mais natural e de interpretação mais intuitiva para a
informação espacial apresentada nos mapas.

CONCEITOS BÁSICOS EM CARTOGRAFIA

Para compreender as informações que estão representadas


em mapas e cartas, além de refletir sobre os rigores necessários para a
elaboração das mesmas, é necessário conhecer alguns conceitos, além
de aprender a diferenciar cartas e mapas e seus respectivos métodos
de elaboração.

Escala
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Os mapas e as cartas são uma representação convencional ou


digital de um determinado espaço geográfico ou superfície topográfica.
O objetivo dos mapas e das cartas é a projeção de uma superfície com
todos os detalhes possíveis e desejados, sob um plano horizontal ou em
arquivos digitais.
Nos mapas e cartas podem ser representados diversos tipos
de detalhes, como os:
• Naturais, que são os elementos existentes na natureza, como
as formas de relevo (montanhas, serras, planícies), corpos d’água (rios,
17
lagos, mares), entre outros.
• Artificiais, que consistem nos elementos criados pelo homem,
como as estradas, pontes, edificações urbanas e rurais, entre outros.
A representação dos objetos naturais e artificiais e seus detalhes
não é operação fácil, pois há a necessidade de se reduzir as proporções
dos objetos a fim de que os mesmos sejam representados em um determi-
nado espaço. A proporção de redução dos objetos é chamada de escala.

Há objetos que, dependendo da escala de utilização, se


tornam imperceptíveis dependendo da redução. Entretanto, são
objetos importantes e devem ser representados em cartas e ma-
pas, para o entendimento de um contexto local ou regional. Para
isso, utilizam-se os símbolos cartográficos.

A escala pode ser definida como uma relação entre a medida


de um objeto ou de um lugar representado no papel e sua medida real.
Para que este conceito seja compreendido, imagine duas fi-
guras semelhantes, que apresentem ângulos iguais dois a dois e lados
homólogos proporcionais. É possível, através do desenho geométrico,
a obtenção de figuras semelhantes às do terreno. Mas como podemos
chegar a esta relação?
Se:
• O comprimento natural do terreno for denominado D.
• O comprimento reduzido no desenho for denominado d.
Como as linhas do terreno e as do desenho são homólogas, o de-
senho que representa o terreno é uma figura semelhante a dele, logo, a ra-
zão ou relação de semelhança é: d/D. Esta relação é denominada escala.
Desta forma, a escala é definida como a relação existente en-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

tre as dimensões das linhas de um desenho e as suas homólogas. A


relação d/D pode ser maior, igual ou menor que a unidade, originando
uma classificação das escalas de acordo com sua natureza, dividida em
três categorias:
• A 1ª categoria, onde d > D;
• A 2ª categoria, em que d = D;
• A 3ª categoria, que é a mais utilizada em Cartografia, em que
a distância gráfica é menor que a distância real, ou seja, d < D.
Com outra abordagem, Tuler e Saraiva (2016) classificaram
as escalas como naturais, de ampliação ou de redução. A escala na-
18
tural refere-se à representação gráfica dos objetos em tamanho real;
enquanto que a escala de ampliação representa o objeto em tamanho
maior que o natural; e por fim, a escala de redução é quando o objeto é
representado em tamanho menor que o natural.
Podemos dizer, portanto, que a dimensão real é a medida to-
mada na superfície terrestre, e a escala utilizada sempre será a de redu-
ção, pois as dimensões terrestres serão sempre muito maiores do que a
representação gráfica (Tuler e Saraiva, 2016).
As escalas podem ser representadas por números, sendo de-
nominadas de escalas numéricas, ou de forma gráfica, chamadas de
escalas gráficas.

Escala Numérica

A escala numérica pode ser definida como a relação entre os


comprimentos de uma linha na carta e o comprimento correspondente
no terreno, em forma de fração:

Geralmente, as escalas apresentam uma unidade para o nu-


merador e um múltiplo de 10 para o denominador. Por exemplo, se em
uma carta aparece a escala de 1:50.000 ou 1/50.000, significa que 1cm
na carta corresponde a 50.000 cm ou 500m no terreno. CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Quanto menor o denominador, maior é a escala, ou seja, o


nível de detalhe da representação. Desta forma, 1:25.000 é maior
que 1:50.000.

Escala Gráfica

A escala gráfica é a representação gráfica de várias distâncias


19
do terreno sobre uma linha reta graduada, e é constituída de um seg-
mento à direita da referência zero, conhecida como escala primária.
Apresenta um segmento à esquerda da origem, denominado de talão
ou escala de fracionamento, que é dividido em submúltiplos da unidade
escolhida e graduadas da direita para a esquerda.

A escala gráfica possui a mesma função da escala numérica.


Entretanto, a escala gráfica garante a mesma proporção das dimen-
sões quando a carta ou o mapa é ampliado ou, reduzido por meio de
uma cópia, pois a escala gráfica acompanhará a variação do desenho.

A escala gráfica permite que as transformações das dimensões


gráficas para as dimensões reais sejam realizadas sem a necessidade
de nenhum cálculo. Mas, para que a mesma seja elaborada, é necessá-
ria a obtenção da escala numérica.
Para utilizar a escala gráfica, é necessária a realização das
seguintes etapas:
• Marque na carta a distância que você deseja medir, utilizando
uma régua ou compasso;
• A distância medida é levada para a escala gráfica;
• Após colocar o instrumento de medição na escala gráfica,
tem-se o resultado. Tomamos na carta a distância que pretendemos
medir (pode-se usar um compasso).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Explore, em páginas de pesquisa, o termo “escala gráfica”


e você encontrará diversos exemplos de escala.

A Forma da Terra

A preocupação com a forma da Terra vem antes mesmo do


nascimento de Cristo, já que importantes filósofos e matemáticos, tais
como: Pitágoras (580 a.C.), Aristóteles (384 a.C.) e Eratóstenes (22
a.C.) dedicaram boa parte de suas vidas tentando compreender e ex-
20
plicar a verdadeira forma do nosso planeta (Seabra e Leão, 2012). Mas
por que isto era tão importante?
Na Antiguidade, entender a verdadeira forma da Terra significa-
va compreender o funcionamento de muitos fenômenos terrestres e até
mesmo a existência da vida. Por isso, pensar sobre a forma da Terra foi
uma preocupação nascida em um período em que questionar e refletir
sobre a existência e funcionamento das coisas era algo muito relevante
para sociedade (Seabra e Leão, 2012).
Desta forma, os pensadores da época buscavam elementos
que pudessem comprovar as teorias que eram baseadas na hipótese de
que a Terra era esférica. Neste sentido, um passo importante foi dado
por Pitágoras, que em 528 a.C. classificou a forma do nosso planeta
como esférica. Entretanto, a comprovação de que a Terra realmente era
esférica se deu por volta do ano 200 a.C., com um experimento reali-
zado por Erastóstenes, envolvendo o solstício. A partir deste momento,
muitas teorias foram desenvolvidas até que o conceito fosse plenamen-
te aceito. Mas em quê consistiu o experimento de Erastóstenes?
O experimento de Erastóstenes envolvia, como dito, o fenôme-
no do solstício. Ele descobriu que no dia do solstício de verão, para o
hemisfério Norte, justamente ao meio-dia, na cidade de Siena (nas proxi-
midades do rio Nilo), os raios do Sol iluminavam todo o fundo de um poço
vertical. No entanto, no mesmo dia em Alexandria, que estava localizada
mais ao norte, ele observou que os raios solares estavam inclinados, não
iluminando diretamente o fundo do poço, como ocorrera em Siena.

O planeta Terra possui uma inclinação de aproximadamen-


te 23° 27’, em relação ao seu próprio eixo de rotação. Esta inclina-
ção faz com que ocorra uma distribuição desigual dos raios sola-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

res entre os hemisférios Norte e Sul do planeta, o que inclusive faz


com que, enquanto no hemisfério Norte é verão, no Sul estamos no
inverno e vice-versa. Os solstícios ocorrem entre os dias 21 e 22 de
dezembro, sendo verão no hemisfério Sul e inverno no hemisfério
Norte, e ainda entre 21 e 22 de junho, resultando em inverno no
hemisfério Sul e verão no hemisfério Norte (Seabra e Leão, 2012).

Desta forma, Erastóstenes realizou um experimento que con-


sistia na instalação de uma estaca vertical em Siena e outra em Alexan-
dria. Ele observou que ao meio-dia de 21 de junho, enquanto a estaca
21
colocada em Siena não apresentava sombra, a de Alexandria apresen-
tava sombra no terreno. Além disso, ele observou que em Alexandria a
sombra da estaca projetada no terreno comprovava que os raios solares
estavam inclinados cerca de 7°12’ em relação à superfície do terreno.
Assim, Erastóstenes pode estimar a distância entre as duas
cidades em 5.000 estádios, uma medida da época, que equivale a apro-
ximadamente 925 km. Com base nesta informação, ele fez mais alguns
cálculos para inferir a circunferência da Terra, da seguinte forma (Sea-
bra e Leão, 2012):
• se a distância entre as duas cidades é de 5.000 estádios (925
km);
• e se entre elas a diferença de inclinação entre os raios solares
é de 7°12’, então:

7°12’ - 5.000 estádios


360° - x, sendo x= 250.000 estádios ou 46.250 km.
Apesar das dificuldades encontradas para se obter as distân-
cias corretas, como, por exemplo que a distância real entre as duas ci-
dades era de cerca de 4.500 estádios, além da localização entre as duas
cidades, pois Siena não estava no mesmo meridiano que Alexandria,
ocasionaram pequenos erros nos cálculos de Erastóstenes, pois o valor
encontrado por ele foi de aproximadamente 46.250km, enquanto que a
distância de circunferência aceita nos dias atuais é de 41.761.478,94
metros (Seabra e Leão, 2012).
A idade Média, entretanto, representou um grande retrocesso
para a cartografia. Nesta época, passou-se a acreditar que a Terra tinha o
formato de um disco plano, com abismos e monstros marinhos que habita-
vam a borda. Entretanto, com as grandes navegações, viu-se que a teoria
da Terra plana não era plausível, e a Terra esférica voltou a ser discutida.
E foi no século XVII que foi descoberto que a Terra não era uma
esfera perfeita, apresentando um pequeno achatamento nos polos. O
achatamento dos polos ocorre em decorrência da combinação da força
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

da gravidade e do movimento de rotação da Terra (força centrífuga).


Desde então, passou-se a considerar a Terra não mais como uma es-
fera perfeita, mas pela representação de um elipsoide. Entretanto, no
século XIX, o matemático alemão Carl Friedrich Gauss apresentou a
Terra representada como geoide. Desta maneira, ela não seria definida
como uma esfera ou como um elipsoide, e sim como um geoide.
O geoide compreende uma superfície irregular, definida pelo
prolongamento da superfície do nível médio dos mares sobre os conti-
nentes. O estudo do geoide e de suas características é destinado à uma
área específica da Cartografia, chamada de Geodésia.
22
A Forma da Terra e a Cartografia

Como sabemos, a superfície terrestre é muito dinâmica, e é


alterada por processos que ocorrem em uma dinâmica interna, como os
movimentos tectônicos, vulcanismos, entre outros, e também pela dinâ-
mica externa, que envolve o intemperismo, os processos erosivos etc.
Além da interferência natural, também há as alterações antrópi-
cas que modificam a superfície da Terra. Diante dessas constatações, po-
demos dizer, então, que a superfície é irregular, dinâmica, visível e material,
sendo conhecida como superfície topográfica. Devido a estas característi-
cas, a superfície topográfica não pode ser utilizada como referência para as
representações cartográficas, e por isso é utilizado o conceito de geoide.
Desta maneira, a fim de simplificar o cálculo de coordenadas
da superfície terrestre, foram adotadas algumas superfícies para o cál-
culo das coordenadas, por meio de matemática simples. A primeira
aproximação é a esfera achatada nos polos, o geoide.
O geoide, portanto, representa a superfície do nível médio do
mar homogêneo, ou seja, com ausência de correntezas, ventos, varia-
ção de densidade da água, entre outros, supostamente prolongado por
sob continentes. Essa superfície se deve, principalmente, às forças de
atração realizadas pela gravidade e a força centrífuga, em decorrência
da rotação da Terra (IBGE, 1998).
A superfície terrestre é composta por materiais de origem e
composição diversas, e que apresentam diferentes densidades, fazen-
do com que a força gravitacional atue com maior ou menor intensidade
em locais diferentes. As águas do oceano procuram uma situação de
equilíbrio, ajustando-se às forças que atuam sobre elas, inclusive no
seu suposto prolongamento. A interação (compensação gravitacional)
de forças buscando equilíbrio faz com que o geoide tenha o mesmo po-
tencial gravimétrico em todos os pontos de sua superfície (IBGE, 1998).
Entretanto, como podemos notar, o geoide é um modelo com-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

plexo, e por isso, viu-se a necessidade de adotar um modelo mais sim-


ples para representar o nosso planeta. Para contornar este problema,
passou a ser utilizada a figura geométrica elipse que, ao girar em torno
do seu eixo menor, forma um volume chamado de elipsoide de revolu-
ção, que é achatado nos polos. Assim, o elipsoide passou a ser a super-
fície de referência utilizada nos cálculos que fornecem subsídios para a
elaboração de uma representação cartográfica.
Cada país ou grupo de países possui um elipsoide de referência
para os trabalhos geodésicos e topográficos. O elipsoide procura se apro-
ximar ao máximo da forma do geoide na região considerada. A forma e o
23
tamanho de um elipsoide, bem como sua posição relativa ao geoide, defi-
nem um sistema geodésico, também chamado de datum (do latim, dado ou
detalhe) geodésico, para o cálculo de posições e coordenadas geográficas.

O Brasil passou a adotar, a partir de 25 de fevereiro de


2015, o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas) como o único sistema geodésico de referência. Entre 25
de fevereiro de 2005 e 25 de fevereiro de 2015, admitia-se o uso,
além do SIRGAS2000, dos referenciais SAD 69 (South American
Datum 1969) e Córrego Alegre.

Coordenadas Geográficas

Uma das principais funções dos sistemas de coordenadas geo-


gráficas e de orientação é a possibilidade de localização de objetos e a sua
precisão, que torna possível o deslocamento entre os diferentes pontos da
superfície terrestre. É por esta razão que os mapas ou cartas precisam ser
elaborados e ajustados de acordo com um sistema de coordenadas bem
definido, que pode ser representado a partir de grades de coordenadas.
A criação da rede de coordenadas significa que linhas imagi-
nárias foram traçadas tanto na vertical quanto na horizontal, e assim
formou-se uma rede. E o encontro dessas linhas imaginárias demarca
um ponto, ou seja, uma localização determinada no espaço (Figura 4).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Além da localização, as coordenadas geográficas também


são muito úteis para a navegação, pois é através da leitura das coor-
denadas que aviões, navios e outros meios de transporte, por exem-
plo, podem se deslocar, com precisão, de um local para o outro.

Figura 4: as grades de coordenadas do sistema de coordena-


das, que são utilizadas para a localização precisam de uma região em
um mapa.

24
Figura 4: as grades de coordenadas do sistema de coordenadas, que são
utilizadas para a localização precisam de uma região em um mapa.

Fonte: Pixabay, 2019.

Mas como funciona o sistema de coordenadas geográficas?


Podemos dizer que a localização de qualquer elemento presente na
superfície terrestre é dada a partir de um ponto, que pode ser definido
a partir do cruzamento de duas linhas (Seabra e Leão, 2012) (Figura
4). As linhas verticais são chamadas de meridianos ou longitude, e as
linhas horizontais são conhecidas como paralelos ou latitude.

Latitude e Longitude

As linhas verticais da rede de coordenadas são os meridianos,


que vão de um polo a outro e servem para medir a longitude, ou seja,
a direção Leste-Oeste. Já as linhas horizontais chamam-se paralelos,
pois são paralelas à linha do Equador e servem para medir a latitude, ou
seja, a direção norte-sul (Seabra e Leão, 2012).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

As medidas de longitude e de latitude são angulares, ou seja,


são representadas por ângulos. Por isso, as coordenadas são apresen-
tadas em graus, dentro de um sistema sexagesimal. Neste sistema de
medida, 1 grau (1º) corresponde a 60 minutos (60’), enquanto um minu-
to equivale a 60 segundos (60”).
A longitude de um ponto é representada pelo ângulo formado
pelo meridiano, interceptado por este ponto e o meridiano de Greenwich,
que é o meridiano de origem (0°), sendo representada pela letra grega
lambda (λ). Por exemplo, se dissermos que uma casa está localizada a
45° de longitude oeste, significa dizer que esta casa está situada sobre o
25
meridiano que forma um ângulo de 45° com o meridiano de Greenwich.

Devemos saber que um grau (1°) de longitude não repre-


senta a mesma distância em quilômetros em todos os pontos da
Terra. Na linha do Equador, por exemplo, um grau (1°) de longitu-
de equivale a aproximadamente 111 km. Nos círculos polares, esta
distância chega a aproximadamente 44 km.

A latitude é representada pelo ângulo formado entre o plano do


Equador e a normal superfície de referência, ou seja, em um plano que
divide o planeta Terra ao meio, separando o globo em dois hemisférios:
o Norte (HN) e o Sul (HS). Em seguida, é traçada uma série de outros
planos horizontais, que, quando “cortam” o globo terrestre, formam os
pequenos círculos, paralelos ao do Equador. Estes círculos, chamados
paralelos, vão diminuindo a partir do Equador, que é o círculo máximo,
até os polos, devido à curvatura da Terra.
Para que possamos obter a posição de qualquer ponto na dire-
ção norte-sul, são dados valores a estes círculos. A linha do Equador re-
cebe o valor zero, ou seja, possui latitude igual a 0º, sendo considerada
a origem da contagem da latitude. Cada círculo ou paralelo recebe um
valor em graus, que cresce para norte ou para sul, a partir do Equador
até os polos. Essa variação de valores é medida em graus de latitude e
vai de 0º a 90º N (no hemisfério Norte), e igualmente de 0º a 90º S (no
hemisfério Sul) (Seabra e Leão, 2012).

Fusos Horários
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Uma das funções das coordenadas são os fusos horários, que


compreendem as zonas delimitadas por dois meridianos consecutivos
da superfície terrestre, cuja hora legal de toda superfície contida dentro
destes meridianos é a mesma, por convenção.
Mas por que surgiu a ideia de fusos horários?
Por volta do século XVIII, as horas eram marcadas com base
no movimento aparente do Sol. Entretanto, os dias e as noites não são
iguais, devido ao movimento de rotação da Terra. Desta forma, adotou-
-se um tempo solar, em que o dia e a noite teriam a mesma duração.
No século XIX, a utilização do tempo solar para a marcação
26
das horas começou a apresentar problemas. Com o aumento do deslo-
camento de pessoas de um lugar para outro, e para lugares cada vez
mais distantes, foi observado que existiam diferenças de horas dentro
de mesmo país, o que ocasionava grandes transtornos.
Portanto, era necessário padronizar as horas de outra manei-
ra. Para criar uma hora internacional e resolver o problema, em 1884
foi realizada a Conferência Internacional do Meridiano, em Washington,
nos Estados Unidos. Nesta conferência, foi definido um meridiano que
seria o ponto zero, e que serviria de padrão para todos os países, crian-
do assim o sistema de fusos horários. Foi escolhido, por votação, que
o Meridiano Zero passaria no Observatório Astronômico de Greenwich,
na Inglaterra. Ou seja, o Meridiano de Greenwich passa a ser a refe-
rência da hora oficial mundial, a chamada hora GMT (Greenwich Mean
Time ou Tempo Médio de Greenwich).
Para a delimitação dos fusos horários, foram realizados os se-
guintes cálculos (Seabra e Leão, 2012):
• A esfera terrestre tem 360° e o movimento de rotação da Terra
tem duração de 24 horas. Desta forma, temos: 360° ÷ 24h = 15°/h, ou
seja, cada um dos 24 fusos horários tem 15° de amplitude.
• Se a Terra possui 360° e o dia é composto por 24 horas, e se
dividirmos 360° por 24, totalizamos 15°, podemos dizer que 15° corres-
pondem a 60 minutos, ou seja, 1 hora.
• Como cada um dos fusos possui uma amplitude de 15° e com
o meridiano de Greenwich é a origem do sistema, teremos o primeiro
fuso horário entre o meridiano de 7°30’ a leste de Greenwich e o meri-
diano de 7°30’ a oeste de Greenwich.
• Quando temos a GMT+1, significa dizer que estamos uma
hora adiantados em relação ao horário de Greenwich. Quando estamos
em GMT-3, significa que estamos três horas atrasados em relação ao
horário de Greenwich.
As linhas imaginárias que representam os fusos horários po-
dem atravessar um país, mas são feitas adaptações buscando conside-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

rar, ao máximo, os limites territoriais, para que um determinado Estado


tenha o mesmo horário (Figura 5). A própria Linha Internacional de Mu-
dança de Data não coincide, em todos os pontos, exatamente com o
meridiano de 180°.

27
Figura 5: exemplo de mapa com os fusos horários nos Estados Unidos,
mostrando que as linhas imaginárias dos fusos nem sempre acompanham as
linhas imaginárias dos meridianos.

Fonte: Pixabay, 2019.

Pontos Cardeais

À medida que a necessidade dos indivíduos em se deslocarem


foi aumentando, começaram a surgir os primeiros problemas de orienta-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

ção. Graças ao senso observador dos seres humanos, eles começaram


a distinguir e reconhecer os principais pontos de referência na terra e no
mar, através da percepção da paisagem ao se redor, como montanhas,
rios, vales, entre outros elementos.
No entanto, isso não era suficiente para garantir uma orienta-
ção segura, o que era indispensável para a sua sobrevivência. Desta
maneira, surgiu a necessidade de encontrar outros meios de orienta-
ção, mais seguros e que pudessem ser aplicados em qualquer lugar.
Uma das primeiras ideias foi o estudo do Sol e das estrelas, e
a partir da curiosidade dos astrônomos e de muita pesquisa, foi possível
28
identificar os pontos cardeais. Mas como eles chegaram até aqui?
Os astrônomos observaram que o movimento aparente do Sol
desenha no céu uma parábola, que atinge seu ponto mais elevado por
volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse mo-
mento, a posição do Sol indica precisamente a direção norte; no hemis-
fério Norte, a posição do Sol ao meio-dia indica exatamente a direção
contrária, ou seja, o sul.
Durante a noite, no hemisfério Sul, que corresponde à metade
da Terra que fica entre o Equador e o Polo Sul, identifica-se facilmen-
te uma constelação em forma de cruz, conhecida como Cruzeiro do
Sul, que indica aproximadamente a direção Sul. Já no hemisfério Norte,
existe a constelação Ursa Menor, que apresenta uma estrela chamada
“estrela Polar”, que indica a direção Norte.
Ainda usando o Sol, os astrônomos perceberam que o astro
surge sempre mais ou menos no mesmo ponto, que foi chamado de
oriente (oriri em latim, que significa surgir), correspondendo à direção
Leste. Da mesma forma, onde o Sol se põe foi chamado de ocidente
(occidere, em latim, significa cair), definindo assim a direção Oeste.
Para efeitos de orientação, os pontos cardeais foram reunidos
em um desenho que lembra uma estrela, chamada de “rosa dos ven-
tos”. A necessidade de plotar os pontos cardeais em um desenho surgiu
da necessidade de indicar exatamente um sentido, que nem mesmo os
pontos intermediários determinariam, com o objetivo de maior precisão
na localização e na navegação.
A “rosa dos ventos”, portanto, é uma imagem que represen-
ta os quatro pontos cardeais fundamentais (norte, sul, leste e oeste) e
seus intermediários. A “rosa dos ventos” corresponde à volta completa
do horizonte, e desta maneira todos os pontos na linha do horizonte
podem ser localizados com exatidão. Cada quadrante da “rosa dos ven-
tos” corresponde a 90°: considera-se o Norte a 0°; o Leste a 90°; o Sul a
180°, o Oeste a 270°, e novamente o Norte a 360°. Além disso, tem-se
os pontos colaterais e subcolaterais (Figura 6 e Tabela 1).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Figura 6: “Rosa dos ventos” e os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.

29
Fonte: Pixabay, 2019.

Tabela 1 – Pontos Cardeais, colaterais e subcolaterais e sua localização em


graus.

Fonte: Autora, 2019.

Bússola e Orientação Norte

A bússola é um instrumento de navegação que foi inventada e


disseminada pelos chineses na época das navegações e dos descobri-
mentos, a partir do século XIV. Entretanto, a sua invenção ocorreu por
volta do século I, graças à descoberta feita Tales de Mileto, no século VII
a. C., de que determinados minerais poderiam atrair metais.
As primeiras bússolas chinesas foram construídas com uma
colher de metal, que apontava para o Sul. Depois, passaram a utilizar
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

uma folha de ferro magnetizada por aquecimento e resfriamento, e em


seguida colocada em um recipiente com água, que apontava a direção
Norte. No século XI, substituíram a folha de ferro por uma agulha, que
era suspensa por um fio de seda.
Em 1302, o marinheiro e inventor Flávio Gioia aperfeiçoou a
bússola, colocando a agulha sobre um cartão com o desenho da rosa
dos ventos, o que facilitou a orientação. Mas foi somente em 1417 que
intelectuais pertencentes à Escola de Sagres, pioneira na tecnologia
marítima, desenvolveram o modelo de bússola atualmente conhecido.
A bússola indica o norte magnético, mas existem outros dois
30
“nortes”, ou seja, temos três “nortes”: o Norte Magnético, o Norte Geo-
gráfico e o Norte da Quadrícula.
O Norte Magnético representa a direção do polo magnético, a
qual é indicada pela agulha imantada de uma bússola.

Você sabia que as bússolas funcionam em função do cam-


po magnético da Terra? Para entender melhor, assista a este vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=uiKx8McfO0w e amplie o seu
conhecimento!

O Norte Geográfico, também conhecido como o Norte verda-


deiro, é a direção indicada por qualquer meridiano geográfico, ou seja,
na direção da rotação da Terra. O Norte da Quadrícula é a direção re-
presentada nas cartas topográficas, no sentido Norte-Sul.

A bússola, portanto, não aponta para o Norte verdadeiro,


aponta em direção a um ponto a Leste ou Oeste do Norte verdadei-
ro, também conhecido como Norte Geográfico.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

31
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: IBFC Órgão SEE-AC Prova: IBFC - 2023 - SEE-AC
- EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA/PRISIONAL/SOCIOE-
DUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – CIÊNCIAS HUMANAS Nível:
Superior.
O Acre é um dos 27 estados brasileiros. Ele é o 15º em extensão
territorial, com uma superfície de 164.221,36 quilômetros (km) [...].
O Estado está situado num planalto com altitude média de 200 me-
tros (m), [...] entre as latitudes de - 7°06´56 N e longitude – 73º 48′
05″N, latitude de – 11º 08′ 41″S e longitude – 68º 42′ 59″S. Os limites
do Estado são formados por fronteiras internacionais com Peru
(Oeste) e Bolívia (Sul) e por divisas estaduais com os estados do
Amazonas (Norte) e Rondônia (Leste). As cidades mais populosas
são: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Sena Madureira
(adaptado de GOVERNO DO ACRE, 2023).
No que se refere as categorias conceituais da Geografia, assinale
a alternativa que indica corretamente aquela presente no excerto.
a) Região
b) Paisagem
c) Lugar
d) Território

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: UFU-MG - 2023
- UFU-MG - Técnico de Laboratório - Preparação de Amostras Geo-
lógicas Nível: Médio.
Considerando a localização espacial e orientação como uma fun-
ção essencial em um mapeamento geológico, marque a alternativa
correta sobre o Sistema de Posicionamento Global (GPS).
a) O aparelho receptor GPS precisa de pelo menos quatro satélites para
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

conseguir realizar uma leitura da posição, expressa pelas coordenadas


x, y e altitude.
b) Os GPS são um sistema de navegação via ondas de rádio, que for-
nece informações precisas de posicionamento terrestre.
c) O GPS permite que uma pessoa com um aparelho receptor terrestre
descubra sua localização em qualquer lugar em três dimensões – Lati-
tude; Longitude e altura abaixo do Datum Global WGS 84.
d) Para o mapeamento geológico, os GPS são de extrema ajuda e utili-
dade. Além de melhorarem a eficiência do mapeamento, podem, inclu-
sive, substituir o uso dos mapas base e bússolas.
32
QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: FURB Órgão: Prefeitura de Timbó - SC Prova:
FURB - 2023 - Prefeitura de Timbó - SC - Engenheiro Florestal Ní-
vel: Superior
Com base nas características básicas do sistema UTM, é correto
afirmar:
a) O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano
retangulares, tal que um eixo coincide com a projeção do Meridiano Central
do fuso (eixo N apontando para Norte) e o outro eixo, com o do Equador.
b) Avaliando-se a deformação de escala em um fuso UTM (tangente),
pode-se verificar que o fator de escala é igual a 2(dois) no meridiano
central e aproximadamente igual a 1.0015 (1/666) nos extremos do fuso.
c) O mundo é dividido em 60 fusos, sendo que cada um se estende por
5º de longitude.
d) Cada fuso deve ser prolongado até 30' sobre os fusos adjacentes crian-
do-se, assim, uma área de superposição de 5º de largura. Essa área de
superposição serve para facilitar o trabalho de campo em certas atividades.
e) O sistema UTM é usado entre as latitudes 64º N e 60º S.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: SME-SP Prova: FGV - 2023 - SME -
SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio - Geografia Nível:
Superior.
As representações espaciais incluem diversas variedades de pro-
dutos visuais, tais como mapas, fotografias aéreas, imagens de
satélite, blocos-diagramas, gráficos, cartas topográficas e croquis.
Considerando a indissociabilidade entre o raciocínio geográfico e
as representações espaciais, analise as afirmativas a seguir e assi-
nale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) As representações espaciais são meios de acesso a informa-
ções visualizáveis do mundo.
( ) As representações espaciais apresentam o mundo, suas infor-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

mações e seus ordenamentos.


( ) As representações espaciais, em geral, e os mapas, em particu-
lar, são fundamentais no desenvolvimento da cognição e do racio-
cínio espaciais.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
a) F – V – F.
b) V – V – V.
c) V – F – F.
d) V – V – F.
e) F – F – V.
33
QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de Itapecerica da Ser-
ra - SP Prova: Avança SP - 2023 - Prefeitura de Itapecerica da Serra
- SP - Professor (P3) – Ensino Fundamental (1º ao 5º) Nível: Superior.
Sobre o estudo dos pontos cardeais, é incorreto afirmar:
a) Este (E) ou leste/nascente/oriente – horizonte onde o Sol nasce e o
ponto cardeal oeste (O) ou poente/ocidente – horizonte onde o Sol se põe.
b) No plano horizontal, o fator “altura” é bastante utilizado como referên-
cia, no plano vertical ele é ocultado.
c) Norte (N) é também conhecido como meridional/austral e o ponto
cardeal sul (S) como setentrional / boreal.
d) Os hemisférios leste e oeste são determinados pelo meridiano que
fica localizado na cidade de Londres.
e) A linha do Equador é um paralelo que apresenta um plano perpendi-
cular ao eixo da Terra.

QUESTÃO DISSERTATIVA
Para realizar um levantamento sobre uma determinada localidade, Pedro
foi buscar nos mapas as informações das quais precisava. Na mapoteca,
Pedro encontrou três mapas com diferentes escalas: 1:25.000, 1:50.000,
1:100.000. Qual dos mapas tem a escala maior? Qual dos mapas Pedro
deve escolher para trabalhar de forma mais detalhada possível?

TREINO INÉDITO
Sobre a forma da Terra, assinale a alternativa correta:
a) No século XVII foi descoberto que a Terra era uma esfera perfeita, sem
achatamentos e sem interferência da gravidade em sua forma esférica.
b) O achatamento dos polos ocorre em decorrência da combinação da
força da gravidade com o movimento de translação da Terra.
c) A partir do século XIX, a Terra passou a ser oficialmente representada
por um globo terrestre, de forma bem arredondada.
d) Como o geoide é um modelo complexo, passou-se a adotar a elipse
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

como o modelo de representação da Terra.


e) A forma e o tamanho do elipsoide definem um sistema ou datum geo-
désico, o datum adotado no Brasil chama-se SAD 69.

NA MÍDIA
ARTE DOS MAPAS MOSTRA TRANSFORMAÇÕES DO BRASIL CO-
LONIAL AOS DIAS DE HOJE
Muito além da representação, mapas do período do Brasil colonial tra-
zem informações sobre imaginário e disputas de território. Doutor em
artes visuais e professor de história da arte, André Dorigo realizou uma
34
extensa pesquisa de mestrado sobre as diferenças entre a cartografia
portuguesa e as cartografias holandesa, espanhola e francesa, durante
o período colonial.
Segundo André, havia uma disputa política de informação: por um lado, os
mapas portugueses eram manuscritos e totalmente sigilosos, para afastar
a cobiça dos estrangeiros sobre nosso território. Já os holandeses, subor-
nando cartógrafos de Portugal, imprimiam e disseminavam os mapas com
as informações obtidas. “A cartografia portuguesa tem a ver com o modo
de colonização: comercial, pragmática e econômica”, explica André.
Da necessidade dos portugueses de conhecer e proteger o litoral, o
comum à época era que justamente essa parte do território fosse pro-
duzida com mais acurácia.
Fonte: Agência IBGE de notícias
Data: 12 ago. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agen-
cia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/25188-arte-dos-mapas-
-mostra-transformacoes-do-brasil-colonial-aos-dias-de-hoje

NA PRÁTICA
Os conceitos básicos de Cartografia são bastante úteis tanto para a
elaboração de mapas e cartas, bem como para sua leitura. O conhe-
cimento sobre a forma da Terra nos ajuda a compreender sobre a sua
representação e como ela reflete nos mapas e cartas que utilizamos em
nosso dia a dia. Através da escala, é possível determinar o tamanho
da representação cartográfica que será elaborada, de acordo com os
objetivos de cada projeto.
Além disso, as coordenadas geográficas apresentam grande importân-
cia não somente para a localização dos diversos objetos, naturais ou
artificiais, na superfície terrestre. O georreferenciamento das cartas e
mapas permite conferir exatidão e confiabilidade às informações.

PARA SABER MAIS


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

No site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) você


poderá encontrar diversos manuais que podem auxiliá-lo no estudo da
Cartografia.
Link: www.ibge.gov.br

35
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS,
CARTAS E MAPAS

INTRODUÇÃO

A confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabeleci-


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

mento de um método para que o ponto da superfície da Terra que será


representado corresponda a um ponto da carta e vice-versa. A metodo-
logia e o rigor são de grande importância para a elaboração das cartas
e mapas, que por sua vez são essenciais para o uso dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG).
A correspondência dos pontos é chamada de sistema de pro-
jeções e existem diversos métodos para que as representações sejam
mais próximas possíveis da realidade.
A teoria das projeções compreende o estudo dos diferentes
sistemas em uso, incluindo a exposição das leis segundo as quais se
36
obtêm as interligações dos pontos da superfície terrestre com a repre-
sentação utilizada.
Um dos principais problemas das projeções cartográficas é a
representação de uma superfície curva em um plano, ou seja, a represen-
tação da Terra em um plano. A Terra é representada, para fins de mape-
amento, por um elipsoide, que é considerada a superfície de referência à
qual estão relacionados todos os elementos que desejamos representar.

Não existe nenhuma solução para o problema da represen-


tação da Terra, e podemos compreender o porquê se utilizarmos
como exemplo a adaptação de uma casca de laranja em uma super-
fície plana. Para que haja o total contato entre as duas superfícies,
a casca de laranja teria que ser distorcida. Da mesma maneira, a
representação da Terra em um plano não é livre de deformações.

Mas se é possível construir representações tridimensionais


do globo, seja de forma física ou até mesmo de forma interativa, em
aplicativos, por que ainda usamos os modelos planos, com distorções?
Simplesmente, porque o mapa plano é mais fácil de ser produzido e
manuseado em diversas situações, ou seja, uma mera convenção.
Desta maneira, todas as superfícies curvas representadas em
um plano irão apresentar extensões ou contrações, que resultarão em
distorções. Para que estas distorções sejam minimizadas, diversas téc-
nicas podem ser aplicadas no sentido de se alcançar resultados, ao
mesmo tempo em que apresente as propriedades favoráveis e neces-
sárias para um objetivo específico. Ou seja, a elaboração de um sis-
tema de projeções implica na escolha de um sistema que atenda às
finalidades impostas pela sua utilização.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Para que uma carta reúna todas as propriedades, de forma que


a representação seja a mais próxima possível da superfície de Terra, ela
deve apresentar as seguintes propriedades (IBGE, 1998):
• A conformidade de representação, ou seja, a manutenção da
verdadeira forma das áreas a serem representadas.
• A equivalência da representação, que se refere à inalterabili-
dade das áreas.
• A equidistância, que compreende a constância das relações
entre as distâncias dos pontos representados e as distâncias dos seus
correspondentes.
37
Para que estas propriedades sejam atingidas com êxito, a Terra
deveria ser plana. Como isso não acontece, é impossível construir uma
carta ideal. Desta maneira, as cartas são construídas com o objetivo de
se atender a um determinado objetivo específico. Portanto, o intuito da
elaboração de uma carta deve estar bem claro.

A clareza com relação aos objetivos da elaboração de uma


carta refere-se à finalidade da elaboração, para que o que se deseja
representar seja entendido pelo leitor.

As projeções cartográficas podem ser classificadas de acordo


com o método, com a superfície de projeção, com as propriedades e
com o tipo de contato entre as superfícies de projeção e referências. A
classificação das projeções também pode auxiliar na escolha da repre-
sentação, de acordo com a finalidade da carta a ser construída.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

A classificação das projeções cartográficas pode ser feita da


seguinte maneira (IBGE, 1998):

a) Quanto ao método, as projeções podem ser:

• Geométricas, que são baseadas em princípios geométricos


projetivos e podem ser obtidas pela interseção, sobre a superfície de
projeção, do feixe de retas que passa por pontos da superfície de refe-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

rência partindo de um centro perspectivo (ponto de vista) (IBGE, 1998).


• Analíticas, que se baseiam em fórmulas matemáticas que são
obtidas com o objetivo de atendimento das condições ou características
previamente estabelecidas para atendimento dos objetivos. As proje-
ções analíticas representam a maioria das projeções existentes.
• Convencionais, que consistem em representações elabora-
das por princípios arbitrários, não seguindo a geometria ou uma formu-
lação matemática (Tuler e Saraiva, 2016).
O ponto de vista nas representações geométricas refere-se ao
lugar geométrico de que parte um feixe de retas, que passa pela super-
38
fície do globo terrestre que se deseja projetar e atinge uma superfície de
projeção (Tuler e Saraiva, 2016).
Desta forma, o ponto de vista também é responsável por di-
ferenciações na representação geométrica, podendo ser gnomônico,
estereográfico ou ortográfico. As projeções gnomônicas apresentam o
ponto de vista localizado no centro do globo; já nas projeções estereo-
gráficas, o ponto de vista está no lado oposto à superfície de projeção;
e, nas projeções ortográficas, o ponto de vista está no infinito, oposto à
superfície de projeção (Tuler e Saraiva, 2016).

b) Quanto à superfície de projeção, podem ser:

• Planas, que podem apresentar três posições básicas em rela-


ção à superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal).
• Cônicas, que utilizam um cone como superfície de projeção, po-
dendo ser desenvolvida no plano sem distorções. Em relação à superfície
de referência, ela pode ser normal, transversal e oblíqua (ou horizontal).
• Cilíndricas, nas quais são utilizadas como superfície de pro-
jeção o cilindro, e suas posições em relação à superfície de referência
podem ser a equatorial, a transversal e a oblíqua.
• Poli-superficiais, nas quais são utilizadas mais de uma super-
fície de projeção, mas do mesmo tipo, com o objetivo de aumentar o
contato com a superfície de referência e, desta forma, diminuir as defor-
mações. As projeções podem ser poliédricas e policônicas.

Para visualizar as projeções cartográficas quanto à super-


fície de projeção, assista ao vídeo: https://www.youtube.com/wat-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

ch?v=JkLRpDT7k6M.

c) Quanto às propriedades, as projeções podem ser:

• Equidistantes, que consistem nas projeções que não apre-


sentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é,
os comprimentos são representados em escala uniforme (IBGE, 1998).
• Conformes, que compreendem as projeções sem deforma-
ção, ou seja, todos os ângulos em torno de um ponto qualquer não
39
deformam as pequenas regiões.
• Equivalentes, que são as projeções em que as áreas não são
alteradas, mantendo uma relação constante com as suas correspon-
dentes na superfície da Terra. Independente da região representada em
um mapa, a projeção equivalente mantém a mesma relação com a área
de todo o mapa.
• Afiláticas, que não apresentam nenhuma das propriedades
dos outros tipos, isto é, não são equivalentes, conformes ou equidistan-
tes, e consistem em projeções em que os ângulos e os comprimentos
não são conservados.

d) Quanto ao tipo de contato entre as superfícies de projeção e


referência, as projeções podem ser classificadas em:

• Tangentes, em que a superfície de projeção é tangente à de refe-


rência. No plano, consiste em um ponto, e no cone e no cilindro, uma linha.
• Secantes, em que a superfície de projeção secciona a super-
fície de referência. No plano, em uma linha; no cone, em duas linhas
desiguais; e no cilindro, duas linhas iguais.

Para compreender melhor as projeções cartográficas, suas


generalidades e sua classificação, acesse o vídeo https://www.
youtube.com/watch?v=tR_rXa4BdpE e conheça as projeções.

Principais Projeções Cartográficas e suas Características

Baseado nas características das projeções cartográficas, exis-


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

tem algumas que são as mais utilizadas e atendem a diversas finalida-


des, sendo também as que apresentam menos deformações. As princi-
pais projeções são a policônica, a projeção cônica normal de Lambert
e a projeção cilíndrica transversa de Mercator (secante e tangente). As
principais características destas projeções estão abaixo:

40
a) Projeção Policônica

• Sua superfície de representação é composta por diversos cones.


• Não é conforme nem equivalente, mas apresenta estas ca-
racterísticas próximo ao Meridiano Central.
• Os meridianos são curvas que cortam os paralelos em partes
iguais. O Meridiano Central e o Equador são as únicas retas de proje-
ção. O meridiano central é dividido em partes iguais pelos paralelos e
não apresenta deformações.
• Os paralelos são círculos não concêntricos, em que cada
cone tem seu próprio ápice, e também não apresentam deformações.
• Aplicações: a projeção polifônica é mais adequada para ser utili-
zada em regiões ou países que apresentam maiores extensões Norte-Sul
em detrimento da extensão Leste-Oeste. No Brasil, elas são utilizadas em
mapas da série Brasil, regionais, estaduais e temáticos (IBGE, 1998).

b) Projeção Cônica Normal de Lambert (com dois paralelos pa-


drões)

• São projeções cônicas, com propriedade conforme, são ana-


líticas e secantes.
• Neste tipo de projeção, os meridianos são linhas retas con-
vergentes e os paralelos são círculos concêntricos com centro no ponto
de interseção dos meridianos.
• Aplicações: são projeções interessantes para regiões que se es-
tendem na direção leste-oeste, podendo ser usada em qualquer latitude.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

A partir de 1962, a projeção cônica normal de Lambert (com


dois paralelos padrões) foi adotada para a Carta Internacional do
Mundo ao Milionésimo (Figura 7). A Carta Internacional do Mundo ao
Milionésimo surgiu através de uma proposta de Albrecht Penck, no
Congresso Internacional de Londres, em 1909, para um Plano de Ma-
peamento Mundial. No início do século XX, quase toda a superfície
terrestre já estava mapeada; entretanto, as metodologias e os refe-
renciais eram distintos, de acordo com a região. Penck então propôs
a uniformização da produção cartográfica mundial, por meio de carta
de uso geral, que permitia a confecção de outras séries cartográficas.
41
Figura 7: Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo.

Fonte: SEED – PR, 2019.

c) Projeção cilíndrica transversa de Mercator (Tangente)

• São projeções cilíndricas, com propriedade conforme, são


analíticas e tangentes a um meridiano.
• Neste tipo de projeção, os meridianos e paralelos não são
linhas retas, com exceção do meridiano de tangência e do Equador.
• Aplicações: a projeção cilíndrica transversa de Mercator é re-
comendada para as regiões onde há predominância na extensão Norte-
-Sul, sendo muito usada em cartas para navegação.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

d) Projeção cilíndrica transversa de Mercator (Secante)

• São projeções cilíndricas, com propriedade conforme e se-


cantes.
• Nesta projeção, só o meridiano central e o Equador são linhas
retas.
• É a projeção utilizada no Sistema UTM - Universal Transversa
de Mercator.
42
• Aplicações: é o sistema de projeção utilizado na produção das
cartas topográficas do Sistema Cartográfico Nacional produzidas pelo
IBGE.

e) Universal Transversa de Mercator

O Universal Transversa de Mercator (UTM) é um sistema de


coordenadas baseado no plano cartesiano, com eixos x e y, e o metro
(m) como unidade para medir distâncias e determinar a posição de um
objeto. Diferentemente das coordenadas geográficas, o sistema UTM,
não acompanha a curvatura da Terra, e por isso seus pares de coorde-
nadas são denominados de coordenadas planas.
O sistema UTM funciona da seguinte forma (IBGE, 1998):
• O mundo é dividido em 60 fusos, e cada um se estende por 6º de
longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta, começando no fuso
180º a 174º W Greenwich, e seguindo na direção leste. Cada um destes
fusos é gerado a partir de uma rotação do cilindro, de forma que o meridia-
no de tangência divide o fuso em duas partes iguais de 3º de amplitude.
• O quadriculado UTM está associado ao sistema de coorde-
nadas plano retangulares, no qual um eixo coincide com a projeção do
Meridiano Central do fuso, na qual o eixo N aponta para Norte e o outro
eixo, (eixo E) com o do Equador. Assim, cada ponto do elipsoide de refe-
rência (descrito pela latitude e pela longitude) estará associado à tríade
de valores do Meridiano Central, da coordenada E e da coordenada N.
• Quando a deformação de escala em um fuso UTM (tangente)
é avaliada, é observado que o fator de escala é igual a 1(um) no meridia-
no central e de aproximadamente 1.0015 (1/666) nos extremos do fuso.
Desta forma, se atribuirmos um de escala k = 0,9996 ao meridiano central
do sistema UTM (o que faz com que o cilindro tangente se torne secante),
torna-se possível assegurar um padrão mais favorável de deformação
em escala ao longo do fuso. Desta forma, o erro de escala fica limitado a
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

1/2.500 no meridiano central, e a 1/1030 nos extremos do fuso.


• A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de
referência, atribuindo à origem do sistema. Para a contagem de coorde-
nadas ao longo do Equador, inicia-se na intersecção da linha do Equa-
dor com o Meridiano central, e para a contagem de coordenadas ao
longo do Meridiano central, inicia-se nas coordenadas 10.000.000 m ou
0 (zero) m, tanto para o hemisfério norte quanto para o hemisfério sul.
Desta maneira, é eliminada a possibilidade de ocorrência de valores
negativos de coordenadas.
• Cada fuso deve ser prolongado até 30' sobre os fusos adja-
43
centes, criando-se uma área de superposição de 1º de largura. Esta
área de superposição facilita a localização e o trabalho de campo em
certas atividades.

O sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S.


Além desses paralelos, a projeção adotada mundialmente é a Este-
reográfica Polar Universal.

O sistema UTM é indicado para regiões com predominância de


extensão Norte-Sul, mas também pode ser usado na representação de
áreas de grande longitude. É a projeção mais indicada para o mapea-
mento topográfico em grande escala, e é o sistema de projeção adotado
para o Mapeamento Sistemático Brasileiro (IBGE, 1998).

MAPAS E CARTAS

Os mapas e as cartas são as representações elaboradas a par-


tir de uma finalidade definida, de modo que os sistemas de projeção
utilizados sejam compatíveis com o que se quer demonstrar, sendo con-
feccionadas de acordo com os objetivos.
Os mapas e as cartas são classificados de acordo com a es-
cala de levantamento e de sua representação, sendo assim categoriza-
das: os mapas são utilizados em representações em escalas menores;
as cartas são usadas em escalas médias; e as plantas são utilizadas
em escalas locais.
Todas as atividades que envolvem planejamento, acompanha-
mento ou execução de alguma obra, evolução do meio natural, entre
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

outras, deve estar baseada em um produto cartográfico, seja em um


mapa, uma carta ou uma planta.

Classificação de Cartas e Mapas

As cartas e mapas podem ser classificados quanto à natureza


da representação em: geral, temática e especial.

44
Cartas e Mapas Gerais

As cartas e mapas classificados como gerais podem ser concei-


tuados como os documentos cartográficos que são elaborados sem um
fim específico. O objetivo dos mapas e cartas gerais é fornecer ao usuá-
rio uma base cartográfica com diversas possibilidades de aplicação, de
acordo com a precisão geométrica e tolerância permitidas pela escala. As
cartas e mapas gerais podem ser cadastrais, topográficas e geográficas.
As cartas e mapas cadastrais são representações que apre-
sentam grande escala, geralmente de forma planimétrica e com maior
nível de detalhamento, com grande precisão geométrica. Este tipo de
representação é utilizado, por exemplo, para cidades e regiões metro-
politanas, onde há grande densidade de vias e construções.
Nestas cartas e mapas, as escalas mais utilizadas na repre-
sentação cadastral são: 1:1.000, 1:2.000, 1:5.000,1:10.000 e 1:15.000
(IBGE, 1998).

Você pode consultar, na internet, o termo “cartas ou ma-


pas cadastrais” e verá diversos exemplos e aplicações deste tipo
de representação.

As cartas topográficas são representações elaboradas a partir


de levantamentos aerofotogramétricos e geodésicos originais ou compi-
lados de outras cartas topográficas em escalas maiores.
Nestas representações, é possível incluir feições geomorfológi-
cas (relevo) e também elementos artificiais ou construídos. Desta forma,
tanto os elementos planimétricos (como o sistema viário, obras, entre ou-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

tros), quanto os elementos altimétricos (como o relevo e suas curvas de


nível, pontos colados etc.), são geometricamente bem representados.

A altimetria ou o levantamento altimétrico refere-se ao re-


gistro do relevo, no que concerne ao grau de declividade do terre-
no. As curvas de nível são linhas imaginárias que unem todos os
45
pontos de igual altitude de uma região representada.
A planimetria ou o levantamento planimétrico compreen-
de os levantamentos que têm por objetivo indicar a declividade
e altimetria de um dado terreno, com o objetivo de se obter o seu
perímetro total.

As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com


sua escala, como podemos exemplificar abaixo (IBGE, 1998):
As representações na escala 1:25.000 são adequadas para
áreas em regiões metropolitanas ou para atendimento a projetos es-
pecíficos. Nesta escala, é possível representar áreas específicas, com
forte densidade demográfica, contribuindo para a tomada de decisão
no planejamento socioeconômico, projetos de engenharia, entre outros.

No site do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-


tística, você poderá acessar alguns exemplos de representações
na escala 1:25.000. Acesse o link ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_
mapas/folhas_topograficas/editoradas/escala_25mil/, escolha a
cidade de Teresópolis, e aguarde para carregar o mapa. Nele, ob-
serve a escala, o nível de detalhe, as informações planimétricas e
altimétricas, entre outros elementos.

As representações na escala 1:50.000, assim como as cartas


e mapas em escala 1:25.000, também podem ser utilizadas para carto-
grafar zonas densamente povoadas, além de serem usadas para o pla-
nejamento socioeconômico e à formulação de projetos de engenharia.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

No site do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-


tística, você poderá acessar alguns exemplos de representações
na escala 1:50.000. Acesse o link ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_
mapas/folhas_topograficas/editoradas/escala_50mil/ e escolha a
cidade de Teresópolis. Nele, observe a escala, o nível de detalhe e
compare com as representações na escala 1:25.000.

46
As representações na escala 1:100.000 têm por objetivo repre-
sentar as áreas com notável ocupação e contribuem para auxiliar nos
estudos governamentais, para que investimentos possam ser prioriza-
dos de acordo com a finalidade.

No site do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-


tística, você poderá acessar alguns exemplos de representações
na escala 1:100.000. Acesse o link ftp://geoftp.ibge.gov.br/car-
tas_e_mapas/folhas_topograficas/editoradas/escala_100mil/proje-
to_ba100/ e escolha a cidade de Feira de Santana. Nele, observe a
escala, o nível de detalhe, e compare com as representações nas
escalas 1:25.000 e 1.50.000.

As representações na escala 1:250.000 têm por finalidade o au-


xílio, por meio das informações cartografadas, para o planejamento regio-
nal. Além disso, são materiais cartográficos muito utilizados na elabora-
ção de estudos e projetos que envolvam ou modifiquem o meio ambiente.

Neste link, você poderá acessar um exemplo de represen-


tação na escala 1:250.000. Acesse o link https://www.researchgate.
net/figure/Figura-5-Carta-Especial-Aeronautica-de-Pilotagem-CEA-
PA-Original-com-fidelidade_fig2_239544087 e observe a escala, o
nível de detalhe, e compare com as representações nas escalas de
1:25.000, 1.50.000 e 1.100.000.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

As cartas e mapas geográficos consistem em representações


cujos detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados, oferecen-
do precisão de acordo com a escala de publicação.
A representação planimétrica é feita por meio de símbolos que
ampliam muito os objetos correspondentes, havendo deslocamento de-
les. Já a representação altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja
equidistância simula como seria uma determinada forma de relevo na pai-
sagem, e para esta representação são empregadas cores hipsométricas.

47
A hipsometria é uma técnica de representação da elevação
de um terreno, utilizando-se as cores para diferenciação dos níveis
altimétricos. É usado um sistema de graduação de cores, que já é
pré-estabelecido, começando com a cor verde escuro para baixas
altitudes, progredindo para amarelo e vermelho, até as cores cinza
e branco para grandes elevações.

As cartas e mapas geográficos geralmente são elaborados na


escala de 1:500.000 e menores, como por exemplo a Carta Internacional
do Mundo ao Milionésimo (CIM). Além disso, o mapeamento das Unida-
des Territoriais também é realizado por meio desta representação, com
mapas elaborados especificamente para cada unidade territorial do país.

Cartas e Mapas Temáticos

As cartas e os mapas temáticos são as representações que


são elaboradas em qualquer escala, mas que apresentam um objetivo
específico, como estudos socioeconômicos, ambientais, mapeamentos
de recursos naturais, solos, geologia, entre outros. O objetivo da repre-
sentação temática é cartografar conhecimentos particulares e específi-
cos para uso geral.
Os mapas e cartas temáticos são elaborados a partir das ba-
ses cartográficas, e devem associar tanto os elementos relacionados
às estruturas territoriais quanto as características socioeconômicas e
ambientais, à estatística e aos recursos naturais e estudos ambientais.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Neste link, você terá acesso a diversas cartas temáticas pro-


duzidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Acesse o link https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/cartas-
-tematicas, escolha entre os diversos temas e escalas e compare!

48
Cartas e Mapas Especiais

As cartas e os mapas especiais são as representações que são


elaboradas para grandes grupos de usuários, muito distintos entre si, em
que os produtos cartográficos são elaborados para um determinado gru-
po de usuários. São representações muito específicas, com a finalidade
de representar fatos, dados ou fenômenos típicos, entre outros.
Desta forma, esses mapas e cartas devem estar bem alinha-
dos aos métodos e objetivos da área do conhecimento ao qual estão
relacionados. Como exemplo de cartas e mapas especiais, temos as
cartas náuticas, aeronáuticas, cartas e mapas para fins militares, mapa
magnético, mapas astronômicos, meteorológicos, entre outros. Alguns
destes exemplos estão detalhados abaixo:
a) as cartas náuticas são elaboradas com o objetivo de repre-
sentar as profundidades, a natureza do fundo do mar, como o relevo,
as curvas batimétricas, bancos de areia, recifes, faróis, boias, as marés
e as correntes de um determinado mar ou áreas terrestres e marítimas
(IBGE, 1998). Essas cartas são de grande importância pois são exigên-
cias de órgãos internacionais para a navegação.
b) as cartas aeronáuticas consistem em representações espe-
ciais que abordam os aspectos cartográficos do terreno, tanto naturais
quanto culturais, que podem influenciar na navegação aérea, na pilota-
gem e no planejamento de operações aéreas.

Cartas e Mapas sem Categorização

Existem alguns tipos de representações que podem ser con-


sideradas representações guia, ou seja, são aquelas que orientam em
determinados aspectos para que os produtos cartográficos possam ser
compreendidos por qualquer usuário, de qualquer lugar.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo

A Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM) é a respon-


sável por fornecer as orientações necessárias para a execução de estudos
e de análises de aspectos gerais e estratégicos, a nível continental (IBGE,
1998). A CIM é uma carta de abrangência nacional e reúne um conjunto de
46 cartas, representando toda a superfície terrestre (Figura 7).
A CIM foi elaborada na projeção cônica conforme Lambert, com
2 paralelos padrões, e na escala de 1:1.000.000. De acordo com o IBGE
49
(1998), a distribuição geográfica das folhas ao Milionésimo foi obtida
através da divisão do planeta, representado por um modelo esférico,
em 60 fusos de amplitude 6º, numerados a partir do fuso 180º W – 174º
W no sentido Oeste-Leste (Figura 7). A partir da linha do Equador, estes
fusos são divididos em 21 zonas de 4º de amplitude para o Norte e com
o mesmo número para o Sul.

A divisão em fusos apresentada pela CIM (Carta Interna-


cional do Mundo ao Milionésimo) é a mesma adotada pelo sistema
UTM (Universal Transversa de Mercator).

Na Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo, cada uma


das folhas pode ser acessada da seguinte forma (IBGE, 1998):
• As letras N ou S indicam a localização da folha, se está ao
Norte ou ao Sul do Equador.
• Cada uma das letras, de A até U, se associa a um intervalo de
4º de latitude, se desenvolvendo ao Norte e ao Sul do Equador, e são
indicativas da latitude limite da folha.
• Os números de 1 a 60 indicam o número de cada fuso contido
na folha.

Com relação à Carta Internacional do Mundo ao Milionési-


mo (CIM), o Brasil é coberto por oito fusos.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

A Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM) é utiliza-


da para organizar as folhas de todo o mapeamento sistemático, entre as
escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000 em todo o país (Figura 8).

50
Figura 8: Articulação do Brasil na Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo
(CIM), mostrando a representação do país e os oito fusos referentes à CIM.

Fonte: IBGE, 1998.

A articulação junto à Carta Internacional do Mundo ao Milio-


nésimo (CIM) tem por objetivo a uniformização das representações
cartográficas mundiais até uma determinada escala. O objetivo desta
articulação é facilitar a compreensão, por parte de qualquer pessoa, das
representações cartográficas elaboradas no país.
No Brasil, existem dois sistemas de articulação de folhas que
são responsáveis pela produção de documentos cartográficos em escalas
grandes, sendo o primeiro proposto e adotado pela Diretoria de Eletrônica
e Proteção ao Voo, que desenvolve os produtos cartográficos a partir de
uma folha na escala 1:100.000 até uma folha na escala 1:500 (IBGE, 1998).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

O segundo sistema foi elaborado pela Comissão Nacional de Re-


gião Metropolitana e Política Urbana, e tem sido utilizado por vários órgãos
responsáveis pela cartografia regional e urbana de seus estados. Os do-
cumentos cartográficos desenvolvidos por este sistema são elaborados a
partir de uma folha na escala 1:25.000 até uma folha na escala 1:1.000.
Além da articulação com a Carta Internacional do Mundo ao
Milionésimo, este sistema também foi utilizado para a elaboração de um
índice da produção cartográfica, facilitando a localização e a articulação
com outros mapas e regiões do país.
A articulação das cartas no Brasil era realizada conforme pode
51
ser observado na Figura 9.

Figura 9: Articulação das folhas do território brasileiro e sua nomenclatura.


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: IBGE, 1998 (modificado).

A articulação e as nomenclaturas das folhas que cobrem o terri-


tório brasileiro estão relacionadas com seus oito fusos (de 18 a 25). Como
pode ser observado na Figura 9, no sentido das latitudes, elas variam de
NA e NB para Norte e SA, SB, SC, SD, SE, SF, SG, SH e SI para Sul.
Desta maneira, o Brasil é representado por uma série cartográ-
52
fica composta por 46 cartas, na escala de 1:1.000.000 e no formato 4° ×
6°, as quais estão integradas à Carta Internacional do Mundo (CIM) ao
Milionésimo. Por se tratar de uma série mundial, ela deve seguir alguns
padrões de especificação, de modo que os países participantes desta sé-
rie se orientem pelos mesmos conceitos técnicos (Tuler e Saraiva, 2016).
As nomenclaturas são aplicadas de acordo com a subdivisão
das cartas. Desta forma, as cartas de escalas maiores passam a possuir
uma nomenclatura própria, subdivididas na carta ao milionésimo (4° × 6°).
A primeira divisão da carta de escala 1:1.000.000 resulta em
quatro cartas na escala de 1:500.000, que recebem uma das letras (V,
X, Y ou Z) à sua nomenclatura original, de acordo com sua articulação
(Figura 9 – 1).
Por sua vez, as cartas na escala 1:500.000 podem ser nova-
mente subdivididas em quatro outras cartas, com as letras A, B, C ou
D, na escala de 1:250.000 (Figura 9 – 2). Estas serão subdivididas em
outras seis cartas na escala de 1:100.000, acrescentando os algarismos
romanos I, II, III, IV, V ou VI à nomenclatura (Figura 9 – 3).
As cartas na escala 1:100.000 podem ser novamente subdivi-
didas em mais quatro cartas, obtendo-se produtos na escala 1:50.000,
e acrescentando os números 1, 2, 3 ou 4 em sua nomenclatura (Figura
9 – 4). As cartas na escala 1:50.000 podem ser divididas em quatro car-
tas, e acrescidas dos quadrantes NO, NE, SO ou SE, tem-se cartas na
escala de 1:25.000 (Figura 9 – 5).
As cartas elaboradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística) também podem ser consultadas por outro sistema de
localização, no qual as folhas são numeradas conforme a escala.
Neste sistema, portanto, as folhas foram numeradas com um
simples número, de acordo com as escalas. Desta maneira:
• Nas folhas de 1:1.000.000 utiliza-se uma numeração de 1 a 46;
• Nas folhas de 1:250.000 utiliza-se uma numeração de 1 a 550;
• Nas folhas de 1:100.000 utiliza-se uma numeração de 1 a 3036;
Estes números são conhecidos como "MI", que significa o nú-
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

mero correspondente no Mapa Índice. O número MI substituiu a con-


figuração do índice de nomenclatura para escalas de 1:100.000. Por
exemplo, onde se lia a referência à folha SD-23-Y-C-IV, passou a cor-
responder ao número MI 2215.

A utilização do número MI no canto superior direito das


53
folhas topográficas sistemáticas nas escalas 1:100.000, 1:50.000
e 1:25.000 é uma norma cartográfica em vigor, de acordo com as
normas e presentes nas folhas-modelo publicadas pela Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército, órgão responsável pelo estabe-
lecimento de Normas Técnicas para as séries de cartas gerais, das
escalas 1:250.000 e maiores (IBGE, 1998).

Para as folhas na escala 1:50.000, o número MI pode vir acom-


panhado dos números 1,2,3 ou 4, de acordo com a situação da folha em
relação à folha 1:100.000 que a contém (IBGE, 1998). Por exemplo, à
folha SD-23-Y-C-IV-3 passou a corresponder o número MI 2215-3.
Para as folhas na escala de 1:25.000, foram acrescentados os
indicadores NO, NE, SO e SE, conforme a situação da folha em relação
à folha 1:50.000 que a contém (IBGE, 1998). Por exemplo, à folha SD-
23-Y-C-IV-3-NO passou a corresponder o número MI 2215-3-NO.

O entendimento das nomenclaturas é de grande importân-


cia para a localização das folhas e de sua articulação, de acordo
com a finalidade do mapeamento a ser realizado. Lembre-se que
as bases cartográficas existentes, e que são utilizadas pelos Sis-
temas de Informação Geográfica, apresentam esta forma de deno-
minação, e para buscá-la em bases como o IBGE, entre outras, é
importante entender sobre a nomenclatura.

SIMBOLOGIA DAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS

Além da origem, das classificações das representações car-


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

tográficas e de sua articulação em relação a outros sistemas cartográ-


ficos, é de grande importância entender o mapa ou a carta, ou seja,
extrair as informações que estão ali representadas.
Para que o usuário possa entender qual é a finalidade de uma
determinada representação cartográfica, é necessário que ele compreen-
da a simbologia a ela associada. A simbologia compreende um conjunto
de símbolos, cores, letras, números, entre outros elementos, que carac-
teriza e diferencia uma determinada informação. Os símbolos podem ser
uma indicação gráfica, numérica, alfabética, ou uma abreviatura repre-
sentada em um mapa, ou ainda, em outras representações gráficas, as
54
quais, por convenção, uso ou referência a uma legenda, representam
uma característica específica ou um acidente (Tuler e Saraiva, 2016).
Como a escala das cartas e mapas sempre representam a re-
dução, os símbolos são denominados convenções cartográficas, e têm
por finalidade (Tuler e Saraiva, 2016):
• Expressar e ressaltar as feições geomorfológicas e geológi-
cas do terreno.
• Identificar objetos ou o tema específico, sob o ponto de vista
da aplicação.
• Conferir homogeneidade e clareza para a leitura de mapas,
cartas e plantas topográficas, definindo sua dimensão, variedade e
quantidade em função da escala.
Para a escolha dos símbolos, parte-se de pontos, círculos, tra-
ços, polígonos, cores, entre outros elementos, buscando sempre rela-
cionar as características naturais e artificiais da superfície a símbolos
que sugerem semelhança com o tema.
As convenções cartográficas que apresentam o mesmo tema,
como por exemplo aspectos naturais (vegetação, relevo, hidrografia,
etc.) são reunidas em uma legenda, que fica localizada dentro da mol-
dura do mapa.
No caso de uma planta topográfica, cuja elaboração envolve
temas muito variados devido à sua especificidade, as convenções car-
tográficas podem ser agrupadas na mesma legenda.
As convenções cartográficas são regidas por órgãos que re-
gulamentam as simbologias, garantindo a sua padronização. No Brasil,
existem três instituições que regulamentam a simbologia cartográfica
(Tuler e Saraiva, 2016):
• O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que
regulamenta a construção de cartas da série CIM por meio de várias
publicações.
• A Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG), através
da publicação do Manual Técnico T 34-700 – Convenções Cartográficas.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

• A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que re-


gulamenta a simbologia para uso em plantas topográficas, por meio da
NBR 13.133.

Pesquise na internet sobre os documentos que regula-


mentam a simbologia das representações cartográficas, e entenda
55
suas regras e formas de utilização.

No caso da cartografia temática, a simbologia das representações


cartográficas pode também apresentar características específicas de acor-
do com o tema tratado. As simbologias específicas podem ser observadas
em cartas geotécnicas, pedológicas, climáticas, populacionais, de uso da
terra, entre outras (Tuler e Saraiva, 2016). A simbologia na cartografia te-
mática é classificada em simbologia de notação, estatística e de síntese.
A simbologia de notação possui a finalidade de registrar os fenô-
menos e sua distribuição espacial através do uso de cores ou de tonalida-
des variadas, por meio de sinais gráficos característicos. Como exemplo,
podemos citar as cartas ou os mapas geológicos, pedológicos e de uso
da terra, fitogeográficos, etnográficos, oceanográfico, entre outros.

Para observar a simbologia de notação em mapas, aces-


se o site da Universidade Federal de Viçosa http://www.dps.ufv.
br/?page_id=742 e acesse os mapas de solos do Estado de Minas
Gerais. Você poderá analisar as cores e as simbologias utilizadas
nesses tipos de mapas.

A simbologia estatística refere-se às formas e cores que simboli-


zam a concentração e a densidade de um determinado fator, que pode ser
de natureza física como também cultural. Como exemplo, podemos citar os
mapas de densidade, distribuição por pontos, pluviométricos, entre outros.
A simbologia de síntese consiste em um conjunto de elementos
que representam diferentes fatos ou fenômenos, apresentando uma fina-
lidade mais explicativa. Como exemplo, temos os mapas econômicos, de
uso de áreas homogêneas, os geomorfológicos, os históricos, entre outros.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Neste exemplo, você poderá observar que, com a ajuda


do SIG, é possível elaborar um mapa com simbologia estatística e
simbologia de síntese, através do uso de dados de densidade po-
pulacional e evolução histórica da população. Acesse o site https://
www.labgis.uerj.br/noticias/mapa-mostra-crescimento-populacio-
56
nal-nas-cidades-desde-1872 e veja a animação.

Com o crescente uso das cartas digitais, as simbologias utili-


zadas na representação cartográfica tridimensional são similares aos
símbolos utilizados nas cartas topográficas. Além disso, também po-
dem adotar uma simbologia mais complexa, que busca imitar o mundo,
usando, para isso, texturas extraídas de objetos reais e imagens de
satélites (Tuler e Saraiva, 2016).

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

57
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: SEDUC-TO Prova: FGV - 2023 - SE-
DUC-TO - Professor da Educação Básica - Professor Regente -
Geografia Nível: Superior.
As projeções cartográficas são classificadas, principalmente, quan-
to à superfície de projeção e às propriedades. Quanto à superfície de
projeção podem ser projeções planas, cônicas ou cilíndricas. Quan-
to às propriedades, podemos minimizar as deformações ocorridas
pela planificação da superfície terrestre no que diz respeito às áreas,
aos ângulos ou às distâncias, mas nunca aos três simultaneamente.
(Atlas Geográfico Escolar / IBGE, 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
p.21 e 22.)
A partir das informações do texto, relacione os tipos de projeção
às respectivas imagens.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Assinale a opção que indica a relação correta, na ordem apresen-


tada.
a) II – III – I.
b) III – I – II.
c) III – II – I.
d) II – I – III.
58
e) I – III – II.

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura de São José
da Coroa Grande - PE Prova: UPENET/IAUPE - 2023 - Prefeitura de
São José da Coroa Grande - PE - Professor do ensino Fundamental
- Anos Finais – Geografia Nível: Superior
Sobre os elementos de um mapa, analise as assertivas abaixo:
I. As escalas são elementos de um mapa que podem ser represen-
tadas de forma numérica e gráfica.
II. A projeção cartográfica é importante elemento de um mapa, por
representar cotas altimétricas.
III. O título é o elemento de um mapa que permite apresentar local,
assunto ou data da representação.
IV. A legenda é o elemento do mapa que informa o Norte Geográfico
e as direções cardeais.
Está CORRETO o que se afirma apenas em:
a) I.
b) I e III.
c) III.
d) II, III e IV.
e) II e IV.

QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: SME-SP Prova: FGV - 2023 - SME -
SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio – Geografia Nível:
Superior
“A cartografia social tem se configurado como uma importante
metodologia participativa para o engajamento político e social de
comunidades tradicionais e grupos sociais fragilizados social e
economicamente.” (GOMES, M. de F. V. B. Cartografia social e Geo-
grafia escolar: aproximações e possibilidades. Revista Brasileira
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

de Educação em Geografia, 2017.)


Sobre o tema geográfico apresentado, analise as afirmativas a seguir.
I. Enquanto a cartografia convencional privilegia o espaço eucli-
diano, o território enquanto estado-nação, a precisão e a pretensa
neutralidade, a cartografia social prioriza o espaço vivido, o ter-
ritório e as questões de territorialidade das comunidades e dos
grupos sociais envolvidos no mapeamento.
II. É na troca horizontal de saberes entre pesquisadores, técnicos
e sujeitos sociais, que se alicerça a produção e o conhecimento
sobre o território. Por isso, utilizam-se metodologias qualitativas
59
em detrimento das quantitativas. Neste aspecto, quanto mais as
comunidades se apropriam das tecnologias e metodologias do ma-
peamento, menor será sua autonomia e fortalecimento.
III. Na Cartografia Social, produzir o mapa é reconhecer-se como
sujeito de direito ao território e uma maneira de apropriá-lo.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

QUESTÃO 4
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de Americana – SP
Prova: Avança SP - 2023 - Prefeitura de Americana - SP - Professor
de Educação Básica 2 – Geografia Nível: Superior
As primeiras produções de mapas deram-se em pedras esculpidas
e argilas sendo o mais antigo datado por volta de 2500 a.C. na Me-
sopotâmia. Ao decorrer da história, os mapas foram aprimorados e,
atualmente, com avanço tecnológico, a aquisição, processamento
e divulgação de informações espaciais tornaram-se mais eficazes.
Com base em seus conhecimentos sobre representações cartográ-
ficas, escalas e projeções, assinale a alternativa incorreta, abaixo.
a) O mapa é uma ferramenta de localização no espaço geográfico e a
partir de suas análises é possível identificar a elementos cartografados
com maior precisão.
b) Mapas topográficos são representações da superfície terrestre. A pre-
cisão dessas informações está, intrinsecamente, ligada à escala utilizada.
c) A representação cartográfica, segundo o IBGE, pode ser classificada
como: Globo, mapa, carta e planta.
d) Dizer que uma carta está na escala de 1 para 50.000 corresponde ao
mesmo que 1 cm cartografado equivale a 50.000 cm da realidade.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

e) Atualmente, a única forma aceita de representar um mapa em escala


global é deixando os países europeus, no centro do mapa.

QUESTÃO 5
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de São Miguel Ar-
canjo Prova: Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo
- SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Geografia Nível:
Superior
Sobre a cartografia e sua linguagem técnica, observe as afirmati-
vas a seguir a assinale a alternativa correta.
60
I - Hipsometria ou altimetria é o registro de imagens a partir de fo-
tografias áreas utilizadas para a produção de mapas.
II - Meridianos são as linhas traçadas horizontalmente sobre o pla-
neta ou paralelas ao eixo de rotação terrestre.
III - Cilíndrica, cônica e plana (azimutal) são tipos de projeções car-
tográficas.
a) Apenas o item I é verdadeiro.
b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.

QUESTÃO DISSERTATIVA
Você recebeu um fragmento de uma carta e é necessário determinar
qual é sua localização, sendo que a única informação presente é a no-
menclatura é SE-22-Z-B-II-2. A partir desta observação, responda:
a) Em que hemisfério está a área estudada?
b) Em que escala está a folha observada?
c) Qual o meridiano central da carta CIM 1:1000.000 em que a folha
está inserida?

TREINO INÉDITO
As projeções cartográficas podem ser classificadas de diversas for-
mas: quanto ao método, quanto à superfície de projeção e quanto às
propriedades. Sobre as classificações, assinale a alternativa correta:
a) Quanto ao método, as projeções podem ser geométricas, analíticas
e vetoriais.
b) Quanto à superfície, as projeções podem ser equidistantes, equiva-
lentes, conformes e anafiláticas.
c) Quando consideramos o ponto de vista nas representações geométri-
cas, elas podem ser gnomônicas, estereográficas ou ortográficas.
d) Quanto às propriedades, as projeções podem ser planas, cônicas,
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

cilíndricas e polisuperficiais.
e) Quando consideramos o ponto de vista nas representações conven-
cionais, elas podem ser gnomônicas, estereográficas ou ortográficas.

NA MÍDIA
SOBREVOO DURANTE MISSÃO CONTRA QUEIMADAS IDENTIFI-
CA 23 FOCOS DE CALOR NO AMAZONAS
Equipes da missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) contra as
queimadas no Amazonas sobrevoaram de helicóptero, nesta quarta-fei-
ra (28), 23 pontos de foco de calor identificados a partir de dados do
61
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Homens do Exérci-
to Brasileiro, técnicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
(IPAAM), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), da Polícia
Militar e dos Bombeiros sobrevoaram seis municípios, entre Manaus e
Maués.
A comitiva aérea foi coordenada pelo 2º Grupamento de Engenharia do
Comando Militar da Amazônia (CMA). Este monitoramento faz parte do
apoio solicitado pelo governador Wilson Lima ao presidente Jair Bolso-
naro para contenção de queimadas no estado.
O reconhecimento aéreo foi feito com o objetivo de subsidiar os tra-
balhos de campo. Durante a viagem, as equipes flagraram focos de
queimadas. As coordenadas geográficas foram levantadas para futuras
notificações e aplicação de multas.
Fonte: Jornal A Crítica
Data: 28 ago. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.acritica.com/channels/governo/
news/exercito-e-equipe-de-missao-contra-queimadas-sobrevoam-a-
reas-com-foco-de-calor-no-am

NA PRÁTICA
As projeções cartográficas são a base essencial para a elaboração de
qualquer representação cartográfica. A partir dessas representações, e
de acordo com o objetivo do mapeamento, é possível obter diferentes
produtos cartográficos, que atendem os mais diversos públicos.
O cadastramento de áreas rurais, por exemplo, é uma das finalidades
em que os conceitos referentes às projeções cartográficas podem ser
aplicados. A demarcação de áreas e limites tem por objetivo a geração
de um produto cartográfico, para fins de demarcação e registro de imó-
veis. Os mapas elaborados servem para ilustrar a organização das pro-
priedades dentro de um contexto maior, como um município, e contribuir
para o planejamento rural e para a definição de políticas públicas.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

PARA SABER MAIS


Neste vídeo, é possível revisar e ampliar os conceitos sobre projeções
cartográficas, com novos exemplos e imagens, além das aplicações.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YwGi31xPYUE

62
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GEOGRAFICA

Nossa sociedade, ao longo da História, evoluiu de forma rápida


em diversos setores, especialmente naqueles relacionados à tecnologia
da informação. O século XXI é reconhecido como a era da informação,
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

e todo o aparato tecnológico está disponível nos mais variados lugares,


contribuindo para o avanço de diversas áreas do conhecimento. Graças a
todo o instrumental disponibilizado, seja em forma de equipamentos (har-
dware) ou sistemas operacionais e programas (software), é notório que
o avanço das tecnologias provocou uma grande revolução e evolução de
todo o conhecimento produzido, especialmente na área da cartografia.
O desenvolvimento de sistemas de informação é constante e
crescente tanto no mercado de tecnologias como também nas institui-
ções de ensino e pesquisa. E os Sistemas de Informação Geográfica
constituem-se em uma das ferramentas do Geoprocessamento, com-
63
pondo o conjunto dos sistemas de informação.

CONCEITOS INICIAIS

O Geoprocessamento consiste em um conjunto de técnicas que


envolvem os conhecimentos da informática e da cartografia que são apli-
cados à Geografia. Para que o Geoprocessamento processe as informa-
ções de forma correta, é necessária uma série de requisitos, como os
dados geográficos, os equipamentos, os programas computacionais, os
recursos humanos e os métodos de trabalho. Todas as etapas que envol-
vem o Geoprocessamento, desde a entrada dos dados, o processamento
e a saída do produto final são realizados por sistemas de informação.
Os programas computacionais para geoprocessamento po-
dem integrar várias funções, como por exemplo os programas voltados
para o tratamento de dados gráficos, extração e manipulação de dados
a partir das imagens de satélite (produtos do sensoriamento remoto).
Além disso, há softwares que se comunicam com o GPS, realizando a
transferência de dados do aparelho para o computador.
Contudo, uma das ferramentas de geoprocessamento mais re-
presentativas é o chamado Sistema de Informação Geográfica (SIG). A sua
representatividade está associada ao fato de que esse sistema agrega, em
sua estrutura básica, muitas funções responsáveis pela extração e análise
de informações geográficas. Neste sentido, o SIG pode ser utilizado na
aquisição, no processamento e na saída de informações geográficas. Além
disso, realiza a integração dos mais diversos tipos de dados, gerando de
forma automática mapas temáticos, além de sua função com banco de da-
dos e de processamento de imagens (Conceição e Costa, 2013).
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

A denominação internacional para os Sistemas de Infor-


mação Geográfica é o Geographical Information System (GIS).

Para compreendermos o conceito de sistemas de informação


geográfica, é necessário entendermos a dimensão dos termos sistema e
informação. O sistema refere-se a um conjunto integrado de elementos
interdependentes, estruturados de tal forma que possam se relacionar
para a execução de determinada função (Figura 10). Quando associamos
o termo sistema à informação, o sistema passa a significar um meio para
64
se obter uma informação através do processamento. De forma geral, os
Sistemas de Informação são utilizados para coletar, armazenar, recupe-
rar, transformar e visualizar dados e informações a eles vinculados.

Figura 10: para que o sistema funcione corretamente, é necessário fornecer


uma rede interdependente de dados e informações.

Fonte: Pixabay, 2019.

A partir dessas explanações, o SIG pode ser definido como um


sistema que apresenta uma capacidade para aquisição, armazenamen-
to, tratamento, integração, processamento, recuperação, transformação,
manipulação, modelagem, atualização, análise e exibição de informações
digitais georreferenciadas, topologicamente estruturadas, associadas ou
não a um banco de dados alfanuméricos (Conceição e Costa, 2013).
Os sistemas de informação geográfica consistem, ainda, em
um sistema capaz de operar sobre um conjunto de dados constituídos
de registros de ocorrência de fenômenos identificados, reestruturando-
-os para ganhar conhecimento sobre posições, extensões e relaciona-
mentos taxonômicos, espaciais e temporais contidos em suas bases de
dados (Conceição e Costa, 2013).
Neste sentido, podemos afirmar que os sistemas de informa-
ção geográfica estão vinculados à capacidade de extração da informa-
ção geográfica e a sua interpretação a partir da análise espacial, isto é,
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

o SIG tem por objetivo contribuir para as análises do espaço geográfico.

O espaço geográfico pode ser definido, de forma geral, como


a transformação da paisagem natural pelas atividades humanas. O
espaço geográfico é construído, portanto, a partir da transformação
dos elementos naturais pelas práticas antrópicas. Desta maneira, o
65
espaço geográfico armazena os fatos históricos e as transformações
da paisagem e das sociedades ao longo do tempo, pois ele é constru-
ído e reconstruído a todo o momento, mas de forma desigual.

Os Sistemas de Informação Geográfica surgiram há mais de


trinta anos, sendo o primeiro SIG criado em 1964, pelo prof. Dr. Roger
Tomlinson, no Canadá. Ao passo que Roger Tomlinson foi o responsável
por construir os módulos básicos de software e elaborou uma complexa
base de dados, o que impulsionou o desenvolvimento de hardware, mas
só publicou seus resultados após uma década.
No final da década de 1970, as primeiras indústrias de SIGs
começaram a aparecer, mas foi somente no início dos anos de 1980
que surgiram as primeiras versões comerciais dos sistemas.
Na década de 1990, houve um aumento considerável das apli-
cações de SIGs, que foi potencializado pela popularização dos compu-
tadores pessoais, além da introdução de tecnologia de menor custo e
maior capacidade de performance. Nos anos 2000, houve o desenvolvi-
mento dos principais sistemas atualmente disponíveis, que foram sendo
atualizados no decorrer do tempo, tornando-se cada vez mais robustos,
rápidos e completos.

CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁ-


FICA

Os sistemas de informação geográfica apresentam, como uma


de suas funções, o gerenciamento de um banco de dados geográficos,
que se constitui em um suporte de análise dos fenômenos espaciais,
para a geração de informações para a tomada de decisões em diversas
áreas e para a produção cartográfica.
Essas funções se constituem em componentes que se relacio-
nam de forma organizada, planejada e hierárquica (Portocarrero et al.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

2018). De acordo com essa hierarquia, no nível inicial ou nível de usuá-


rio, é a interface homem-máquina que define como o sistema é operado
e controlado. No nível intermediário, um SIG deve ter mecanismos de
processamento de dados espaciais tais como entrada, edição, análise,
visualização e saída dos dados.
No nível avançado ou interior ao sistema, temos o gerencia-
mento de bancos de dados geográficos, que realiza o armazenamento
e a recuperação dos dados espaciais e seus atributos. Desta forma, em
função de seus objetivos e necessidades, cada sistema utilizado em
geoprocessamento implementa esses componentes de forma distinta.
66
Um sistema de SIG pode ser representando conforme a figura 11:

Figura 11: Funcionamento de um SIG.

Fonte: Portocarrero et al. 2018 (Modificado).

A entrada de dados envolve a aquisição das informações que se-


rão inseridas no sistema, que ocorre por meio da digitação de dados, de
mapas e/ou da transferência eletrônica de bancos de dados preexistentes.
A digitação dos dados ocorre após a sua pesquisa e coleta nos
diversos meios existentes: analógico, como livros, artigos, coletas de
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

campo, resultados de análises laboratoriais, entre outros; e digital, por


meio de tabelas já existentes e incompatíveis com o sistema, necessi-
tando de ajustes.
A digitalização de mapas refere-se ao processo de conversão de
pontos e linhas de um mapa convencional em um formato compatível para
o uso em computador (Conceição e Costa, 2013). No momento em que o
mapa é digitalizado, algumas características devem ser observadas:
• As características cartográficas do mapa, como as escalas, o
sistema de projeção e o sistema geodésico.
• As informações complementares presentes no mapa a ser
67
digitalizado, como códigos diversos, datas, versões, entre outros.
Devemos salientar que a digitalização não é propriamente um
processo de obtenção de bases cartográficas, mas sim de conversão de
dados analógicos em dados digitais (Conceição e Costa, 2013).
As bases cartográficas analógicas, isto é, os mapas impressos,
podem ser convertidos para formatos digitais por dois métodos: a digita-
lização vetorial ou a digitalização automática ou raster.
A digitalização vetorial é o processo em que o mapa analógico,
com seus dados representados em forma de pontos, linhas e polígonos,
são transportados para um computador através de mesas digitalizado-
ras que, auxiliadas por programas computacionais, realizam a operação
de conversão de analógico para digital.

As mesas digitalizadoras são equipamentos que apresen-


tam uma superfície eletrônica plana e sensível, onde se coloca o
mapa ou o gráfico a ser digitalizado, e através do mouse, é realiza-
do o registro das posições ocupadas pelo cursor em relação à área
da mesa. Desta forma, as coordenadas de um ponto na superfície
da mesa são enviadas para o computador.

A digitalização automática ou raster consiste na transformação


do mapa analógico em pixels através do scanner. Após a digitalização,
a imagem raster sofre um processo de edição, que consiste na prepara-
ção da imagem para apresentação ou para a vetorização.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Os pixels são unidades retangulares e homogêneas que


compõem um arquivo digital em formato de figura ou imagem. Ge-
ralmente conseguimos visualizá-los quando aumentamos o zoom
do arquivo digital (Figura 12).

68
Figura 12: Pixels

Fonte: Pixabay, 2019.

No processo de entrada de dados, são realizadas as etapas de


conferência, conversão, correção e edição para remover erros existentes
nos dados originais ou até mesmo para alterar os dados, de forma que se-
jam integrados a um banco de dados específico (Portocarrero et al. 2018).
A interface com o usuário é um requisito fundamental para o
bom funcionamento do SIG, e reflete diretamente nos resultados obti-
dos. A interface com o usuário está relacionada ao uso do software, isto
é, como o usuário trabalha com a parte visível do sistema, através do
qual ele se comunica para a realização de suas tarefas (Figura 13).

Figura 13: A interface com o usuário dos Sistemas de Informação Geográfica


é muito importante para que os produtos obtidos e a análise espacial sejam
realizadas de forma clara e objetiva.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Pixabay, 2019.

Além disso, o usuário é responsável por operações como a


pesquisa de dados e a busca de informações de acordo com algum cri-
tério de seleção, como a localização, a proximidade, o tamanho, o valor,
entre outros, além da análise espacial, que envolve a modelagem e a
análise de padrões espaciais e de relacionamento entre os dados (Por-
tocarrero et al. 2018). A interface com o usuário, dependendo de suas
69
características, pode ser um fator motivacional, tornando-se uma gran-
de ferramenta, ou, se mal projetada, pode ser rejeitada pelo usuário.
As interfaces atuais têm como objetivo oferecer uma interação
amigável entre o usuário e o sistema, através de uma operação fácil,
com sequências simples e consistentes, evidenciando de forma clara as
alternativas disponíveis para cada passo da interação, sem confusão e
geração de dúvidas para o usuário. Um sistema amigável é aquele em
que sua operação passa despercebida pelo usuário, para que este se
concentre somente no problema que deseja resolver utilizando o sistema.
A saída de dados consiste na produção cartográfica propriamente dita. As
operações de saída envolvem o conhecimento da representação carto-
gráfica e de informações básicas sobre o espaço, além da aplicação da
escala de trabalho e a generalização dos elementos cartográficos.
Desta forma, as seguintes operações estão relacionadas à sa-
ída de dados (Portocarrero et al. 2018):
• Representação gráfica dos elementos geográficos, com co-
res, espessuras, tipos de linhas, símbolos, de acordo com as normas de
representação cartográfica.
• Inserção de elementos de um mapa, como a legenda, a orien-
tação geográfica, a escala, a grade de coordenadas, o título, entre ou-
tros elementos.
O banco de dados geográficos consiste no conjunto de infor-
mações que será utilizado pelos Sistemas de Informação Geográfica,
ou seja, é uma biblioteca de dados que é consultada na medida em que
uma determinada informação é solicitada para a composição dos produ-
tos cartográficos. Os sistemas de informações geográficas armazenam
e representam, de forma gráfica, informações de natureza espacial, as-
sociando-as a informações alfanuméricas, a partir da consulta e do pro-
cessamento de bases de dados geográficos (Portocarrero et al. 2018).
A representação de dados gráficos é realizada por meio de es-
truturas vetoriais, como pontos, linhas e polígonos, e/ou imagens di-
gitais. A análise espacial dos dados resulta em novas informações e
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

pontos de vista emitidos a partir da base de dados existente.

No site do IBGE há uma seção de mapas interativos que


foram elaborados por meio de Sistemas de Informações Geográfi-
cas. Acesso o site https://mapas.ibge.gov.br/interativos/ferramen-
tas.html, explore as opções, e perceba a importância da interface
70
do usuário na elaboração do produto final, bem como uma sólida
base de dados geográficos.

Agora que compreendemos o funcionamento básico de um sis-


tema de informação geográfica, quais são as aplicações que podem ser
utilizadas?
Os sistemas de informação geográfica são classificados de acor-
do com suas funções e a forma como os usuários se apropriam de módulos
e extensões para a expansão do sistema (Portocarrero et al. 2018).
Na tabela 2 estão discriminados os principais programas que
trabalham sistemas de informação geográfica, sendo alguns comerciais
e outros de uso livre e gratuito, tendo por principais funções:

Tabela 2 – Principais Sistemas de Informação Geográfica.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

71
Fonte: Portocarrera et. al 2018.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

APLICAÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Os sistemas de informação geográfica são projetados para a


entrada, o gerenciamento (que consiste no armazenamento e na consul-
ta), a análise e a saída de dados geográficos. Neste sentido, os progra-
mas de SIG podem ser utilizados em diversas aplicações e estudos em
diversas áreas do conhecimento que envolvam a necessidade de uma
localização geográfica precisa e/ou uma análise espacial mais detalhada.
O uso dos sistemas de informação geográfica permite o cruza-
72
mento dos dados relacionados ao banco de dados e da análise espa-
cial pretendida para, desta maneira, especializar as informações. Nesse
sentido, as aplicações permitidas são inúmeras, envolvendo desde da-
dos mais simples até análises mais complexas.
O SIG, associado a um banco de dados, é capaz de gerar ma-
pas que apresentam uma base territorial georreferenciada, e através da
qual é trabalhada uma série de combinações. Por exemplo, é possível
gerar um mapa com a rede hoteleira de uma determinada região, e a
partir dos pontos que representam os hotéis, pode-se criar áreas de
proximidade, e cruzá-las com outras informações relevantes, como as
linhas de transporte público.

As áreas de proximidade, também chamadas de buffers,


são polígonos definidos a partir de uma relação de proximidade
com um ponto, linha ou outra área. A abrangência da área de pro-
ximidade é definida em unidades de medida (metros, quilômetros
etc.). O buffer pode ser criado através de um SIG, basta que ele
apresente esta função (Portocarrera et. al 2018).

Os sistemas de informação geográfica são muito utilizados por


órgãos administrativos, seja para o planejamento ou para a gestão do
território (Portocarrera et. al 2018). Além disso, também podem orientar
o desenvolvimento de atividades econômicas públicas e privadas, em
diversos níveis, e ainda são muito usados em investigações científicas.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

No artigo “Técnicas de geoprocessamento na caracteriza-


ção de APPs numa microbacia, em função da legislação ambiental”
– de Sergio Campos, Gabriel Rondina Pupo da Silveira, Yara Manfrin
Garcia e Mariana de Campos – você poderá analisar a aplicação de
sistemas de informação geográfica em estudos de planejamento
ambiental. Acesse o artigo neste link: http://revistas.fca.unesp.br/
index.php/energia/article/view/1605 e amplie o seu conhecimento!

Na tabela 3, é possível visualizar, de forma resumida, as princi-


73
pais aplicações dos sistemas de informação geográfica:

Tabela 3: Principais aplicações do SIG.


CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Portocarrero et al. 2018.

Em estudos de planejamento e controle municipal e estadual,


muitos órgãos públicos utilizam os sistemas de informação geográfica
para o monitoramento do território, como no controle das propriedades
74
e da arrecadação de impostos, ações preventivas e corretivas de plane-
jamento, entre outras. O monitoramento do território pode ser realizado
através de análises espaciais, geração de mapas e relatórios por meio
do banco de dados (Figura 14).

Figura 14: A implantação do SIG em repartições públicas facilita a tomada de


decisão, pois o banco de dados é capaz de gerar diversos documentos de
acordo com a demanda, diferente das análises feitas por sistemas analógicos.

Fonte: Pixabay, 2019.

A implantação de um SIG, independente da instituição (pública,


privada, educacional, entre outras) deve estar baseada em uma série
de análises relacionadas ao custo e benefício da implantação do siste-
ma. As vantagens de se utilizar um sistema de informações geográficas
são inúmeras, dentre elas (Portocarrero et al. 2018):
• melhor armazenamento e maior rapidez na atualização dos
dados;
• possibilidade de recuperação de informações de forma mais
eficiente;
• produção de informações mais precisas;
• rapidez na análise de alternativas.
A escolha de um SIG também envolve a escolha de equipa-
mentos tecnológicos adequados e compatíveis com a linguagem a ser
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

utilizada nos sistemas de informações geográficas. Do ponto de vista


da tecnologia, desenvolver um SIG significa oferecer o conjunto mais
amplo possível de estruturas de dados e algoritmos capazes de repre-
sentar a grande diversidade de concepções do espaço, o que repre-
senta uma grande demanda de equipamentos robustos e atualizados
(Portocarrero et. al. 2018).
Para a adoção de um SIG em um projeto, também devem ser
consideradas algumas variáveis como o tempo de aprendizagem na
operação do SIG, a facilidade de uso, a compatibilidade com os equipa-
mentos disponíveis e as adequações necessárias, características dos
75
equipamentos que serão utilizados para executar os programas, tem-
po na geração de informações geográficas, características do sistema,
dentre outros aspectos.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

76
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de São Lourenço da
Serra - SP Prova: Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Lourenço da
Serra - SP - Fiscal de Meio Ambiente Nível: Médio
Trata-se de um sistema computacional que permite capturar, arma-
zenar, manipular, analisar e apresentar dados georreferenciados,
ou seja, informações que possuem uma localização geográfica. O
sistema processa dados gráficos e alfanuméricos, permitindo que
informações de diferentes fontes sejam integradas em um mesmo
ambiente. Esses dados podem ser provenientes de satélites, le-
vantamentos de campo, mapas impressos, entre outros. O sistema
descrito é amplamente conhecido pela sigla:
a) GEOCOM.
b) SGEO.
c) SIG.
d) SIGE.
e) GECO.

QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba
- SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba - SP
- Analista Ambiental Nível: Superior
No Sistema de Informação Geográfica (SIG) tem-se o plano de in-
formação (PI) rede de drenagem de uma microbacia de segunda
ordem. Sabe-se que esse PI foi extraído digitalmente de uma carta
topográfica, também no formato digital. Ainda, como ele perdeu
seu georreferenciado no momento da extração, é formado apenas
por linhas com identificador 1, estando algumas deslocadas à es-
querda em relação a sua posição real no campo, em cerca de 1,01
centímetros. Visando à localização correta, precisa e real da rede
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

drenagem, é correto afirmar que


a) é suficiente se ter as coordenadas reais e equivalentes aos cantos
do PI, para se proceder com o georreferenciamento e se ter os rios em
locais reais, de acordo com o que se vê no campo.
b) a partir de um PI digital de referência da microbacia contendo seus
rios, com datum e sistema de coordenadas reais, pode-se amostrar
coordenadas reais de pontos definidos no PI rede de drenagem para
proceder com o georreferenciamento, de forma a se ter feição de inte-
resse no seu local correto.
c) o georreferenciamento não permite a correção do deslocamento da rede
77
de drenagem, sendo necessária a realização de uma operação de sobre-
posição de soma entre carta topográfica original e o PI rede de drenagem.
d) a reamostragem do tamanho do pixel da imagem com a rede de
drenagem é necessária para que os rios ocupem sua posição correta,
sendo essa operação realizada previamente ao georreferenciamento.
e) baseando-se em PI com sistema de coordenadas e datum, respecti-
vamente SIRGAS 2000 e SAD69, procede-se ao georreferenciamento e
reamostragem da rede de drenagem por meio de digitalização em tela.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: IADES – 2019 – AL-
-GO – Arquiteto
Os sistemas de informação geográfica permitem a exploração dos
mais diversos dados espaciais, disponibilizando informações que
antes eram muito difíceis de serem obtidas. Acerca da manipula-
ção e análise de dados em sistemas de informação geográfica, as-
sinale a alternativa correta:
a) A análise geográfica, que permite a combinação de informações te-
máticas, inclui funções como realce por modificação de histograma e
classificação estatística por máxima verossimilhança.
b) O processamento digital de imagens, que contempla o tratamento
de imagens de satélite e de “scanners”, tem como uma das respectivas
funções características a geração de mapas de contorno (isolinhas) e o
cálculo de volumes.
c) A Modelagem Numérica do Terreno, fundamental para aplicações de
engenharia, tem como funções essenciais: análise de perfis, geração de
mapas de declividade e aspecto e visualização 3D.
d) A modelagem de redes permite a realização de restituição e ortorretifi-
cação digital de imagens, sendo fundamental na cartografia automatizada.
e) A modelagem de redes é uma funcionalidade de softwares como o
Photoshop.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:
NC-UFPR – 2019 – ITAIPU BINACIONAL – Profissional de Nível Uni-
versitário Jr – Agronomia ou Engenharia Agronômica
Os sistemas de informação geográfica podem ser usados para
combinar várias informações ambientais, através de algoritmos de
manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visua-
lizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados. So-
bre a execução dos sistemas de informação geográfica e geopro-
cessamento, é INCORRETO afirmar que:
78
a) A entrada dos dados num sistema pode ser digitada manualmente ou
a partir da classificação de imagens.
b) Mapas temáticos podem ser produzidos por representação matricial
ou vetorial.
c) A saída de um cruzamento de informações num sistema precisa da
entrada de um arquivo de regras sequenciais.
d) O pesquisador deve ter cuidado para que todos os planos do cruza-
mento tenham a mesma resolução espacial.
e) As coordenadas vetoriais não podem ser utilizadas para geoproces-
samento em rede nem para mapas temáticos.

QUESTÃO 5
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Instituto Consulplan
– PTI Prova: Instituto Consulplan - PTI - Analista Ambiental - Área
Geoprocessamento – 2022 Nível: Superior
“Os dados usados nas análises do geoprocessamento podem ser
obtidos em bases oficiais ou então levantados pelo próprio inte-
ressado.” (Piroli, 2010.)
De acordo com as principais fontes de dados para geoprocessa-
mento oficiais, marque V para as verdadeiras e F para falsas.
( ) IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e INPE (Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
( ) DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército) e CPRM (Com-
panhia de Pesquisa e Recursos Minerais).
( ) EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis).
( ) NASA (National Aeronautics and Space Administration).
A sequência está correta em
a) F, F, F, F.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

d) V, V, V, V.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Os sistemas de informação geográfica podem ser aplicados em uma sé-
rie de atividades e áreas do conhecimento, de diversas maneiras, com
o objetivo tanto de mapeamento e georreferenciamento, como também
de monitoramento e análise.
Dentre as aplicações do SIG (presentes na Tabela 3), escolha um tema
e aborde suas principais características, enfatizando suas proprieda-
des, aplicações e seu desenvolvimento no que se refere ao atendimento
79
de seu objetivo.

TREINO INÉDITO
O sistema de informação geográfica possui um esquema geral de
funcionamento, que envolve a entrada de dados, a interface com o
usuário, a saída de dados e o banco de dados. Sobre os elementos
que permitem o funcionamento do SIG, marque a alternativa correta:
a) A entrada de dados consiste no conjunto de informações que serão
consultadas e utilizadas pelos Sistemas de Informação Geográfica para
a composição dos produtos cartográficos.
b) A interface com o usuário relaciona-se ao uso do software, isto é,
como o usuário trabalha com a parte visível do sistema e a facilidade
com que as etapas são seguidas, até a obtenção do produto.
c) A saída de dados envolve a aquisição das informações que serão
inseridas no sistema, que ocorre por meio da digitação de dados, da
digitalização de mapas e/ou da transferência eletrônica de bancos de
dados preexistentes.
d) O banco de dados geográficos consiste nas operações de saída que
envolvem o conhecimento da representação cartográfica e de informa-
ções básicas sobre o espaço.
e) Os equipamentos tecnológicos são suficientes para que o Sistema
de Informação Geográfica funcione, independente dos seus elementos.

NA MÍDIA
PROJETO AUMENTA PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE DE BAIXA
EMISSÃO NA INDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
O Projeto SUCRE promove, em 8 de agosto, o curso gratuito “Mapas
de Remoção de Palha”, no Laboratório Nacional de Biorrenováveis
(LNBR), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Mate-
riais (CNPEM), em Campinas (SP). Há 15 vagas, e as inscrições podem
ser feitas até 22 de julho pelo site do projeto (clique aqui).
A iniciativa tem como objetivo aumentar a produção de eletricidade com
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

baixa emissão de gases de efeito estufa na indústria de cana-de-açúcar,


por meio da palha gerada durante a colheita da cultura. Para tanto, a equipe
do LNBR trabalha na identificação e solução dos problemas que impedem
as usinas parceiras de gerarem eletricidade de forma plena e sistemática.
Fonte: Nações Unidas Brasil
Data: 16 jul. 2019.
Leia a notícia na íntegra https://nacoesunidas.org/projeto-aumenta-produ-
cao-de-eletricidade-de-baixa-emissao-na-industria-da-cana-de-acucar/

80
NA PRÁTICA
Os sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são sistemas que en-
volvem a informação espacial, procedimentos computacionais e recur-
sos humanos que permitem a análise, gestão ou representação do es-
paço e dos fenômenos que nele ocorrem.
Os SIGs podem ser utilizados para diversas aplicações, como, por
exemplo, na arqueologia. A arqueologia é a ciência que estuda a cultura
e os costumes dos povos antigos através de materiais ou resquícios
como fósseis, artefatos, monumentos, documentos, entre outros, que
são testemunhos de sociedades antigas, utilizando processos como co-
leta e escavação.
Na arqueologia, o SIG pode ser usado para a criação de modelos em
três dimensões de terreno, análises da paisagem e reconstruções pa-
leoambientais, alcançando resultados amplos na interpretação dos ob-
jetos encontrados em sítios arqueológicos.

PARA SABER MAIS


Neste texto complementar, você poderá se aprofundar e entender sobre
os sistemas de informações geográficas e suas aplicações.
Link: ttps://www.researchgate.net/profile/Ronaldo_Mendes/pu-
b l i c ati on/318220 3 5 8 _ S IS TE MA _ DE _INFORMA CA O_ GE OR-
REFENCIADO_APLICADO_AO_PROJETO_PROSAMIM-
-1MANAUS_-_AMAZONAS/links/5aa7dfd7a6fdcc9576d65da6/
SISTEMA-DE-INFORMACAO-GEORREFENCIADO-APLICADO-AO-
-PROJETO-PROSAMIM-1-MANAUS-AMAZONAS.pdf.

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

81
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Como as escalas são representadas por frações, quanto maior o fator


de divisão, ou seja, o denominador, menor será a fração (e a escala
também). Desta maneira, podemos concluir que a escala de 1:25.000 é
maior que a escala de 1:50.000, que por sua vez é maior que a escala
de 1:100.000. Desta maneira, João deverá escolher o mapa em escala
de 1:250.000 para trabalhar de forma mais detalhada possível.
Ao medir o tamanho de sua rua no mapa, Pedro encontrou o valor de
2 cm, ou seja, a distância no mapa (d). Se a escala do mapa (E) é de
1/25.000, o tamanho real da rua (D) será:
E = d/D, portanto
1/25.000 = 2 cm/D
D = 25.000 x 2 cm = 50.000 cm ou 500 m.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

82
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

a) A carta tem o índice de nomenclatura, começando com a letra S, o


que significa que a área estudada pelo geógrafo está no hemisfério Sul.
b) A folha está na escala de 1:50.000, pois pelo índice de nomenclatura
percebemos que ela foi desdobrada 4 vezes.
c) O meridiano central pode ser calculado a partir da seguinte fórmula:
Meridiano central = (6 x fuso) - 183°, portanto:
MC = (6 x 22) - 183° = - 51° ou 51° W. Toda vez que encontrarmos um
valor negativo (-) nesta operação, estaremos nos referindo a um fuso,
localizado no hemisfério Oeste (W). Se encontrarmos um valor positivo
(+), trata-se de um fuso localizado no hemisfério Leste (E). O meridiano
central é o fuso 51°W.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

83
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Dentre as diversas aplicações vistas na Tabela 3, podemos citar, por


exemplo, a delimitação de zoneamentos e estabelecimentos de normas
e diretrizes de uso.
Sendo assim, seu objetivo principal refere-se à elaboração de planos de
manejo de unidades de conservação com destaque para o mapeamento
de uso do solo e cobertura vegetal da unidade de conservação, à elabo-
ração de planos diretores municipais com destaque para a delimitação
territorial e a divisão do município de acordo com suas especificidades
e o planejamento ambiental.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

84
CASTRO, J. F. M. Princípios de cartografia sistemática, cartografia temá-
tica e sistema de informação geográfica. Rio Claro: IGC/UNESP, 1996.

CONCEIÇÃO, R. S. da. COSTA, V. C. Cartografia e geoprocessamen-


to. V. 2. 264p. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.

DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 1994.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Manual Técnico de Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro: Fun-
dação IBGE, 1998.

MARTINELLI, M. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

SEABRA, V. S. LEÃO, O. R. Cartografia. v.1. Rio de Janeiro: Fundação


CECIERJ, 2012.

TULER, M. SARAIVA, S. Fundamentos de geodésia e cartografia. Porto


Alegre: Bookman, 2016.

Figura 1: https://pixabay.com/pt/photos/pintura-rupestre-rock-car-
ving-4919/ Acesso em 29/08/2019

Figura 2: https://pixabay.com/pt/photos/globos-mundo-geografia-cole%-
C3%A7%C3%A3o-918929/ Acesso em 29/08/2019

Figura 3: https://pixabay.com/pt/illustrations/sat%C3%A9lite-lua-terra-
-planeta-1820064/ Acesso em 29/08/2019

Figura 4: https://pixabay.com/pt/vectors/global-terra-grade-am%C3%A-
9rica-do-sul-146441/ Acesso em 29/08/2019
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Figura 5: https://pixabay.com/pt/vectors/fuso-hor%C3%A1rio-tempo-de-
-zona-mapa-145812/ Acesso em 29/08/2019

Figura 6: https://pixabay.com/pt/vectors/b%C3%BAssola-leste-norte-
-sul-oeste-152121/ Acesso em 29/08/2019

Figura 7: disponível em http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/


galeria/detalhe.php?foto=417&evento=5 Acesso em 29/08/2019

85
Figura 8: disponível em https://pixabay.com/pt/illustrations/darknet-dark-
-net-dark-web-3588402/ Acesso em 10/10/2019

Figura 12: disponível em https://pixabay.com/pt/illustrations/textura-


-azul-cor-padr%C3%A3o-modelo-254576/ Acesso em 10/10/2019

Figura 13: disponível em https://pixabay.com/pt/photos/programa%-


C3%A7%C3%A3o-c%C3%B3digo-imac-computador-2115930/ Acesso
em 10/10/2019

Figura 14: disponível em https://pixabay.com/pt/photos/viagens-pinado-


-fixa%C3%A7%C3%A3o-mapas-atlas-2650303/ Acesso em 10/10/2019
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

86
87
CARTOGRAFIA - GRUPO PROMINAS

Você também pode gostar