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INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS


INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

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INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes / Bianca Yureidini Santos

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
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ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo


importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Marcos Rodolfo da Silva


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A hematologia humana deve ser estudada geneticamente e
isto pode acontecer antes mesmo do nascimento. A coleta de amostras
sanguíneas deve acontecer de forma segura e adequada, respeitando
a técnica correta de acordo com o que se quer extrair. O hemograma é
a contagem de eritrócitos, leucócitos e plaquetas, sendo completo em
análise de todas as suas células e índices, além de certificar número,
variedade, porcentagem, concentração e qualidade celulares, sendo
possível estabelecer possíveis diagnósticos. Os exames complemen-
tares são solicitados pelos profissionais de saúde para avaliar índices
como glicemia, potássio, ureia e colesterol, quanto ao quadro de saú-
de do paciente e complementação de diagnósticos, além de possibili-
tar análise do método terapêutico empregado e a sua eficiência.
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Hematologia. Hemograma. Exames.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
APLICAÇÃO DA BIOLOGIA MOLECULAR, COLETA E PREPARO DE
AMOSTRAS

Biologia Molecular e Hematologia ______________________________ 12

Coleta de Materiais ______________________________________________ 16

Preparo de Amostras __________________________________________ 23

Recapitulando ________________________________________________ 26

CAPÍTULO 02
HEMOGRAMA COMPLETO

Contagens no Hemograma ____________________________________ 31

Hemograma nas Idades Extremas _____________________________ 40

Hemograma na Gestação ______________________________________ 43


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Recapitulando _________________________________________________ 46

CAPÍTULO 03
EXAMES COMPLEMENTARES AO HEMOGRAMA

Eletroforese da Hemoglobina _________________________________ 50

Glicemia _______________________________________________________ 51

Lipoproteínas __________________________________________________ 53

Ureia __________________________________________________________ 55
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Creatinina ______________________________________________________ 56

Ácido Úrico _____________________________________________________ 56

Bilirrubina ______________________________________________________ 57

Albumina _______________________________________________________ 58

Cálcio ___________________________________________________________ 59

Potássio ________________________________________________________ 59

Sódio ___________________________________________________________ 60

Hormônio Tireoestimulante _____________________________________ 61

Tiroxina (T4) Livre ________________________________________________ 61

Tri-Iodotironina (T3) Livre ________________________________________ 62

Tempo de Sangria ______________________________________________ 63

Tempo de Coagulação Ativada __________________________________ 63

Tempo de Protrombina _________________________________________ 64


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Mielograma _____________________________________________________ 64

Recapitulando __________________________________________________ 66

Considerações Finais ____________________________________________ 69

Fechando a Unidade ____________________________________________ 70

Referências _____________________________________________________ 73

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Os princípios básicos da área laboratorial e hematológica são
certificar e confirmar, ou ainda, determinar ou acrescentar diagnóstico
a respeito de quadro clínico apresentado. Ademais, os desfechos for-
necidos por laboratórios podem proporcionar subsídios para implemen-
tação terapêutica e prognóstico de determinadas patologias, no mais,
determinar fatores normais e delimitar fatores de risco crescentes para
o quadro de saúde (BARROS et al., 2016).
As inovações científicas instigam novas modalidades para aná-
lise de pacientes e tratamentos clínicos. Assim, o profissional é capaz de
aprender e compreender as reações do diagnóstico e resultados. Profis-
sionais distintos do segmento da saúde podem colaborar com as análises
laboratoriais e sua leitura, sejam biomédicos, bioquímicos, farmacêuticos,
enfermeiros, biologistas e técnicos. A equipe multidisciplinar deve atuar
com harmonia (FISCHBACH, 2016; BARROS et al., 2016).
O emprego de boas condutas na realização e desenvolvimento
dos procedimentos de coleta de material para análise são de fundamen-
tal significância, a utilização de tubos ideais, substâncias e métodos de
conservação devem ser postos em prática de acordo com sua indica-
ção, a depender das condutas que antecedem a análise das amostras
(BARROS et al., 2016).
As dificuldades encontradas na realização dos procedimentos
e/ou no manuseio dos equipamentos não se assemelham com nenhu-
ma relação de significância a respeito das informações extraídas da
amostra. A clara e criteriosa análise de soro pode proporcionar, possi-
velmente, diagnóstico para quadro de dislipidemia, quadro que associa-
-se à elevação de risco para desenvolver ou agravar doenças coroná-
rias ateroscleróticas e/ou cerebral (BARROS et al., 2016).
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A biologia molecular atrelada à genética molecular vem trazendo
novas informações que podem implicar diretamente no diagnóstico e tera-
pia de pacientes hematológicos. Ressalta-se que fundamentados em co-
nhecimentos de histologia, bioquímica e fisiologia permitem que os exames
hemato-laboratoriais sejam realizados para obter informações minuciosas
atreladas a trabalho minucioso em unidade de ensaio (RAGAZZO, 2018).
Os ensaios hematológicos podem ser objetivos ou abrangen-
tes, podem buscar diretamente por uma determinada patologia ou al-
teração, ou ainda pesquisar se há presença/traços para tal doença ou
anomalia. Desse modo, a partir dos achados e implementação de diag-
nósticos, são traçados planos de terapêutica de acordo com os resulta-
dos das análises laboratoriais (BARROS et al., 2016).

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APLICAÇÃO DA BIOLOGIA
MOLECULAR, COLETA E PREPARO
DE AMOSTRAS
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BIOLOGIA MOLECULAR NA HEMATOLOGIA

A biologia molecular é o âmbito da biotecnologia que manifes-


tou-se através da inferência da organização tridimensional da molécula
de ácido desoxirribonucléico (DNA) e engloba vários conceitos, elemen-
tos e técnicas, possibilitando avaliar o conteúdo genético presente no
organismo (RAGAZZO, 2018).
A biologia molecular acompanha durante o passar do tempo
descobertas, por meio de estudos, que envolvem diagnóstico e formas
terapêuticas para pessoas doentes, acometidas por diversas patolo-
gias. Para a hematologia não é diferente, doenças genéticas hematoló-
gicas, doenças linfoproliferativas e doenças víricas são estudadas por
meio da biologia molecular. As patologias genéticas por intermédio do
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estudo na biologia celular são as melhores beneficiadas quando se trata
de estudos familiares (RAGAZZO, 2018).
A biologia molecular avalia os genes sanguíneos, ou seja, os
disseca para alcançar seu nível molecular e analisá-los. Essa análise
é realizada por meio da reação de cadeia da polimerase (PCR), atual
técnica utilizada na maioria das unidades laboratoriais em sua rotina de
análises para a patologia clínica. Através dessa técnica é possível am-
plificar os segmentos dos genes relevantes para a pesquisa, e verificar
a composição das células obtidas (FAILACE, 2015).
Para que seja realizada à amplificação do material genético, é ne-
cessário que a técnica seja processada por meio de vários ciclos e tempera-
turas distintas durante o processamento, onde ocorre a deturpação do DNA
tornando-o molde, mesclagem de iniciadores sendo eles oligonucleotídeos
ou primers, dividindo dessa maneira a porção de interesse, para que, por fim,
o aumento por Taq polimerase, incrementado por fita complementar seja o
novo molde para criação de nova fita de DNA (FAILACE, 2015).
O PCR é o atual método requerido para diagnosticar, realizar
estimativa prognóstica, estudar e pesquisar patologias residuais peque-
nas, na maioria dos elementos das entidades da onco-hematologia e
unidades hematológicas (FAILACE, 2015).
Para a realização de exames por meio da biologia molecular,
necessita-se que exista quantidade mínima e básica de material porta-
dor de concentração de matéria genética adequada, possuindo conteú-
do biológico ou tecido. Quando o paciente é portador de linfomas e leu-
cemias, o conteúdo coletado para análise deve ser preferencialmente
coletado da medula óssea (FAILACE, 2015).
Os testes de biologia molecular quando realizados em células on-
co-hematológicas têm a capacidade de identificar alterações em 36 genes,
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comumente atrelados a quadros de neoplasias mielóides agudas, síndro-
me mielodisplásica e neoplasias mielóides crônica, incluindo mielofibrose
primária, policitemia vera e trombocitemia essencial (RAGAZZO, 2018).

Quadro 1: Genes que apresentam alterações para onco-hematologia.

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Fonte: Adaptado do (RAGAZZO, 2018).

Os exames de biologia molecular, quando realizados em qua-


dros de patologias hematológicos não pertencentes ou que não estão li-
gados doenças oncologicas, são relacionados ao hemograma, na busca
de diagnóstico fidedigno para alterações no déficit de glicose-6-fosfato
desidrogenase, modificações genéticas nas talassemias e/ou diagnose
pré-natal da drepanocitose (FAILACE, 2015).
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Na hematologia, excluindo as alterações do hemograma, faz-se a


realização de testes de biologia molecular para verificar e revelar genes que
desencadeiam hemocromatose (patologia decorrente de metabolismo de
ferro inadequado), insuficiências genéticas trombofílicas, reconhecimento
de portadores de hemofilias, e, diagnose no pré-natal (FAILACE, 2015).

Talassemias e a Biologia Molecular

O diagnóstico das talassemias através da técnica de biologia


molecular é dificultoso, pois a presença de talassemias desenvolve vá-
rias mutações distintas nas células envolvidas (heterozigose), impossi-
bilitando a detecção de várias mutações prováveis, demandando maior
amplificação, segregação e sequenciamento dos genes, elevando o
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custo e tempo de trabalho empregado (FAILACE, 2015).
Quando o quadro de β-talassemia necessita de esclarecimento,
o material é avaliado de acordo com um quadro classificado por grupos
étnicos: nativos asiáticos, africanos, chineses e mediterrâneos. Cada grupo
étnico possui somente um grupo de mutações ao qual se enquadra, evi-
denciando um percentual <90% dos casos analisados (FAILACE, 2015).
Portadores de células heterozigóticas são diagnosticados histolo-
gicamente com facilidade, exceto raros portadores com quadros silencio-
sos. No pré-natal o exame de biologia molecular para diagnostico de homo-
zigose é realizado somente em países que o aborto incitado é permitido e
aceito como método preventivo para tratamento (FAILACE, 2015).
Para a investigação das α-talassemias através da biologia mo-
lecular, há relevância clínica, a confirmação do diagnóstico desse tipo de
talassemia implica em quadros de minianemias microcíticas não ferropê-
nicas. A alteração mais corriqueira dessa anomalia genética está presen-
te na deleção de 3,7 kb (-a3,7), diagnosticadas com maior frequência nos
mediterrâneos, africanos e asiáticos, enquanto a deleção de maior fração
(4,2 kb) é identificada no pacífico e sudoeste da ásia (FAILACE, 2015).
As deleções analisadas pela biologia molecular são detectadas
por reações desenvolvidas na cadeia da polimerase, o emprego de pri-
mers facilita o reconhecimento de partes próximas ao local de deleção,
e ainda, através de técnicas moleculares diferentes, como é o caso da
southern blot. Existem ainda proporções de α-talassemia oriundas de
modificações pontuais, que para ocorrer a constatação seria necessário
sequenciamento do DNA presente (FAILACE, 2015).

Hibridização Fluorescente In Situ

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A hibridação fluorescente in situ (FISH) é uma técnica que envolve
microscopia de fluorescência e biologia molecular, que possibilita identificar
e descobrir a existência ou não de sequências típicas de DNA situados em
um cromossomo. O emprego dessa aplicação é indicado para diagnosticar
diversas anomalias genéticas e moleculares para a hematologia, principal-
mente em quadros de leucemia mielóide aguda, leucemia mielóide crônica,
leucemia linfoblástica aguda-B, leucemia linfoblástica aguda-T, leucemia
linfoide crônica/linfoma de células pequenas, mieloma múltiplo, leucemia
eosinofílica e elucidação de cariótipos complexos (FAILACE, 2015).
Por meio da biologia molecular sondas de DNA são delinea-
das e encurtadas para identificação e hibridizam especialmente com os
segmentos específicos a serem estudados e avaliados. As sondas são
combinadas com corpúsculo fluorescente, fazendo possível a observa-
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ção da sua localização através da microscopia imunofluorescência. O
método pode ser desenvolvido em células que não estejam produzindo
divisão celular, e ainda, quando a anomalia não for evidente no método
tradicional (FAILACE, 2015).

COLETA DE MATERIAIS

A coleta de materiais é imprescindível para auxiliar no diagnóstico


de doenças e agravos na saúde dos indivíduos. A partir dos resultados é
possível obter dados sobre o decurso e estágio da doença, bem como, ava-
liar resultados do tratamento empregado para uma patologia já detectada. A
destreza na coleta dos materiais é capaz de reduzir desconfortos e fornecer
segurança para o procedimento (PERRY, POTTER e ELKIN, 2013).
O profissional encarregado da coleta do material, é responsá-
vel também por avaliar o paciente, e sobretudo, certificar que a coleta
seja feita em momento oportuno e adequado. Cada laboratório tem seus
parâmetros de referência pré-estabelecidos para cada análise, dispõem
desses parâmetros impressos, unido aos formulários próprios para me-
lhor assimilação. É de suma importância que seja feita correlação entre
os exames e a sintomatologia dos pacientes, para que o profissional
seja capaz de identificar achados fora do padrão e faça assimilação
com o estado de saúde apresentado (PERRY, POTTER e ELKIN, 2013).
Os exames atrelados ao diagnóstico são imprescindíveis para a
contenção da evolução das patologias. Sobretudo, é possível que ocor-
ra fornecimento de informações importantes, as quais são congruentes
ao quadro de saúde do paciente (GOMES et al., 2018).
Os laboratórios de análise valorizam e exercem a política de
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confidencialidade, preservando o sistema de cuidado descrito em políti-


cas com clareza. As coletas devem preservar a privacidade do pacien-
te, descartando quaisquer motivos de desconforto ou constrangimento
(PERRY, POTTER e ELKIN, 2013).
A solicitação de exames é primordialmente baseada na avalia-
ção clínica do paciente, respeitando a subjetividade do quadro clínico atu-
al ou na simultaneidade do risco-benefício, levando em consideração os
riscos inerentes aos índices de morbimortalidade (GOMES et al., 2018).
Diversos fatores de risco e/ou complicações podem influenciar no
resultado e diagnóstico de testes coletados. De acordo com Gomes e seus
colaboradores (2018), os fatores são: maiores de 70 anos de idade; históri-
co de quedas; doença renal crônica grave; infecções; alergias; parestesia;
uso de diuréticos, analgésicos, sedativos e outros sem prescrição médica;
dor sem controle; distúrbio convulsivo e distúrbios neuromusculares;
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Para que não aconteça inviabilização da coleta e o material
precise ser descartado, o laboratório e equipe devem fornecer expli-
cações e soluções apropriadas, no intuito de que todo o procedimento
de coleta obedeça às instruções preestabelecidas. A substância mais
indicada para realizar assepsia da superfície da pele é a clorexidina
alcoólica (BARROS et al., 2016).
O material colhido deve ser identificado pelo profissional que
desenvolve a coleta. No mais, deve haver dois identificadores do pa-
ciente (nome e número de registro hospitalar; nome e data de nasci-
mento), a identificação deve ser feita no invólucro do tubo ou reservató-
rio, livrando a tampa. A identificação deve conter ainda, data e hora da
coleta, origem da amostra, e, número de série das amostras (se houver
mais de uma), bem como a anotação do local anatômico onde ocorreu
a coleta (PERRY, POTTER e ELKIN, 2013).
A coleta de amostras engloba diversos materiais, e, pode haver
culturas diferentes. Amostras para fins de investigação diagnóstica po-
dem ser: sangue, fezes e escarro, e ainda, esfregaço orgânico e celular
de inúmeras partes do corpo humano (GOMES et al., 2018).

Coleta de Sangue Venoso

Para realizar a coleta de materiais para análise laboratorial, o


profissional responsável pelo procedimento deve atentar-se ao uso ade-
quado do equipamento de proteção individual (EPI). O EPI tem como
objetivo preservar os profissional de possíveis agravos relacionados a
sua saúde e segurança. Esta proteção é empregada no manuseio de
parasitas, toxinas, microrganismos, cultura de células, agentes bioló-
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gicos, bem como no contato direto do paciente (GOMES et al., 2018).
Gomes e seus Colaboradores (2018), listam os seguintes EPIs
como ferramentas de proteção:
- Luvas;
- Máscara de cirurgia e proteção respiratória;
- Protetor facial;
- Capote;
- Touca;
- Jaleco;
- Sapatos fechados.
Além de manter o processo de organização e segurança
própria e do paciente, o profissional é responsável pela separação e
identificação adequada do material. Para a coleta é necessário que o
profissional faça emprego dos seguintes materiais: bandeja para aco-
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modar os materiais, seringa, luvas, dispositivo intravenoso ou agulha
hipodérmica, garrote, fita adesiva hipoalergênica, álcool a 70%, tubo
para material coletado e etiquetas. Quando a coleta é de material de
hemocultura, o material deve ser armazenado em frasco apropriado e
clorexidina alcoólica (BARROS et al., 2016).
Para Gomes e seus Colaboradores (2018), a técnica que deve
ser empregada para a coleta de material sanguíneo venoso é a seguinte:
- Selecionar e separar o material que será utilizado pelo pro-
fissional para desenvolver a coleta, e verificar a solicitação do exame;
- Explicar ao paciente o procedimento e como acontece sua
execução;
- Identificar frasco coletor com nome, data da coleta, se é pa-
ciente interno na unidade, identificar número do leito e registro hospitalar;
- O profissional deve realizar higienização adequada das mãos,
selecionar o local ao qual será realizado a punção, evidenciar o local e
observar condições da rede venosa do paciente;
- Garrotear a área da punção, com uma média de distância de
5 a 10cm da área ser puncionada, selecionar a veia e soltar o garrote;
- Calçar luvas e instruir o paciente a manter o membro imóvel;
- O local deve ser garroteado novamente, realizar antissepsia
no local com algodão impregnado com álcool a 70%;
- Puncionar a veia com dispositivo indicado ou agulha, soltar o
garrote como demonstrado na figura 1, e colher quantidade suficiente e
necessária de sangue;

Figura 1 - O garrote deve ser liberado antes da remoção da agulha


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Fonte: (POTTER, PERRY & ELKIN, 2013)

- Retirar a agulha e empregar pressão discreta no local que foi


realizada a punção com algodão limpo e seco;
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- Retirar a tampa do tubo, possibilitando o escoamento do san-
gue nas suas paredes, o volume máximo indicado no rótulo deve ser
considerado;
- Ao término, o local onde foi realizada a punção deve ser obser-
vado, verificar o aparecimento sangramento e/ou hematomas é importante.
O garroteamento deve ser realizado por cerca de 1 a 2 minutos no
máximo, o garroteamento provoca a elevação da pressão intravascular na
corrente venosa, favorecendo a retirada de líquidos, ocasionando a hemo-
concentração. Se o garroteamento ultrapassar o tempo estimado, a esta-
se venosa acarretará mudanças metabólicas, como a elevação de lactato,
glicólise anaeróbia e a diminuição do nível de pH (BARROS et al., 2016).

Coleta de Sangue Arterial

A coleta de sangue arterial é feita quando há indicação para


avaliar gasometria, permitindo realizar dosagem de pH, gases presen-
tes no sangue, verificação de presença de desequilíbrio ácido-básico e
eletrólitos. Os insumos para este tipo de coleta são: bandeja para dispor
material, heparina (5.00 UI/ml), agulha para punção, seringa de 3ml,
álcool a 70%, algodão, gaze estéril, etiqueta identificadora, fita e luvas
(CARMAGNANI et al., 2017).
- Na coleta deste material o profissional deve informar ao pa-
ciente como se dá o procedimento de coleta;
- Reservar o material que será utilizado e identificar a etiqueta
e o paciente;
- Realizar higienização adequada das mãos e calçar as luvas;
- Aspirar 1ml de heparina, embebendo toda a seringa em seu
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interior, em seguida, descartar o conteúdo de heparina da seringa;
- Escolher melhor artéria para realizar punção (radial, femoral
ou pediosa);
- Instruir que o paciente mantenha o membro imóvel, tatear a
artéria na busca em determinar seu trajeto;
- Realizar antissepsia do local escolhido com algodão embebi-
do com álcool a 70%;
- Introduzir a agulha lentamente, respeitando a angulação ade-
quada para a via escolhida (45-60° se artéria radial; 90° artéria femoral
e 30° artéria pediosa);
- Coletar de 1 a 3 ml de sangue e remover a agulha do local e
em seguida comprimir com algodão seco e limpo;
- Retirar lentamente e cuidadosamente o ar contido no interior
da seringa, desacoplar a agulha e desprezá-la no perfurocortante;
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- Fechar o bico da seringa com dispositivo não perfurocortante
e encaminhar de imediato a seringa para o laboratório de análise (CAR-
MAGNANI et al., 2017).
O profissional deve estar ciente e saber que ao escolher a arte-
rial radial deverá realizar o teste de Allen, esse teste consiste em com-
primir a artéria radial, fechando o pulso. O profissional deve observar
o empalidecimento da mão, e logo após liberar a artéria e aguardar o
retorno do pulso. O teste quando positivo há o retorno sanguíneo ime-
diato, indicando que a circulação sanguínea é adequada para a punção.
Quando negativo, demonstra retorno sanguíneo lento, sugerindo esco-
lha de outra artéria. A realização do teste deve ser feita em ambas as
artérias radiais (FISCHBACH, 2016).

Coleta de Sangue Capilar

A coleta de amostra capilar é preferível a partir de sangue pe-


riférico. Amostras capilares em adultos necessitam punção percutânea,
geralmente na ponta do dedo. Enquanto nas crianças, utiliza-se amos-
tra da polpa digital. Em menores de 1 ano de vida e recém-nascidos
a indicação é coletar material do hálux ou lateral do calcanhar. A face
lateral do calcanhar deve ser evitada pois é o local onde está localizada
a artéria plantar (FISCHBACH, 2016).
Para desenvolver a técnica, o profissional deve dispor dos
seguintes materiais: bandeja, lancetas (escolhendo entre os modelos
disponíveis como demonstra a figura 2), algodão, gaze, microtubo ou
esfregaço direto, álcool a 70% e luvas.
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Figura 2: Diferentes tipos de lancetas descartáveis, ao serem utilizadas


devem ser descartadas de maneira correta e em local adequado para perfuro-
cortante.

Fonte: (POTTER, PERRY & ELKIN, 2013)


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Segundo Fishbach (2016) para a realização desta coleta o pro-
fissional necessita:
- Informar ao paciente o procedimento e como se dá o desen-
volvimento deste;
- Realizado antissepsia no local da punção, secar e calçar luvas;
- Puncionar o local com lanceta descartável e estéril, em uma
profundidade de 2mm no máximo;
- Higienizar o local onde saiu a primeira gota de sangue e cole-
tar as seguintes em esfregaço direto com gota de sangue ou microtubo;
- Ao término da coleta, deve-se pressionar o local da punção
suavemente com algodão seco e limpo.

Coleta de Mancha de Sangue Seco

Esta coleta é realizada com lanceta onde coleta-se sangue


em gotículas secando essas gotículas em papel filtro imediatamente.
Observar a constância do equipamento e a integridade do material co-
letado no dedo da mão. Quando disponível, é indicado a avaliação do
indicador de umidade disposto na embalagem do papel filtro. Se o cír-
culo do indicador de umidade estiver em coloração rosa, não deve ser
utilizado o papel filtro. O indicador precisa reagir com a cor azul para
garantir que a amostra está íntegra (FISCHBACH, 2016).
De acordo com Fischbach (2016) para realizar este procedi-
mento o profissional deve dispor de lanceta, papel filtro indicado para
o teste, gaze, algodão, álcool a 70% e luvas. O desenvolvimento da
técnica deve acontecer da seguinte maneira:
- Informar ao paciente o procedimento e como se dá o desen-

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volvimento desta;
- Realizado antissepsia no local da punção, secar e calçar luvas;
- Puncionar o local com lanceta descartável e estéril, em uma
profundidade de 2mm no máximo;
- Higienizar a primeira gota de sangue com a gaze, completar
e preencher cada círculo na ordem numérica disposta;
- Em seguida secar a gotícula de sangue com o papel fita como
demonstrado na fira 4;

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Figura 3: Somente o sangue deve entrar em contato com o papel fita, evitan-
do que a pele entre em contato com a fita

Fonte: (POTTER, PERRY & ELKIN, 2013)

- Dispor a gotícula de sangue saturando-a até o sangue passar


visivelmente para o outro lado do papel;
- Ao término da coleta, deve-se pressionar o local da punção
suavemente com algodão seco e limpo.
Se o indivíduo apresentar extremidades frias, lavar o local com
água morna por cerca de 3 minutos. Para o melhor fluxo da corrente
de sangue, o braço deve ser posicionado voltado para baixo e a mão
em nível abaixo da altura do coração. Se não houver fluxo de sangue
corrente adequado, deverá ser realizado ordenha no dedo, como de-
monstrado na figura 4, exercendo pressão leve, estimulando o fluxo ou
o profissional deve preferir outro dedo para punção, cada local não deve
exceder mais que duas tentativas de punção (FISCHBACH, 2016).
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Figura 4: A ordenha realizada no local da perfuração estimula o fluxo de san-


gue no local, sendo possível coletar o material para análise.

Fonte: (POTTER, PERRY & ELKIN, 2013)


22
PREPARO DE AMOSTRAS

A preparação de amostras começa no preparo correto do pa-


ciente, nas horas antes de acontecer o exame e vai até depois. O pro-
fissional que realiza a coleta é responsável por oferecer conforto emo-
cional, tranquilizar o paciente, realizar monitorização de sinais vitais e
demais parâmetros. Bem como deve oferecer práticas seguras, minimi-
zar atrasos e coletar adequadamente as amostras (FISCHBACH, 2016).
O controle de infecções é um importante passo a ser seguido na
preparação das amostras, dessa maneira é possível que se evite formas
de contaminação das amostras, bem como, infecções posteriores. O uso
de equipamento de proteção individual (EPI) deve ser empregado em todo
o manejo com o paciente e as amostras. Assim como as normas instituídas
para cada procedimento devem ser seguidas (FISCHBACH, 2016).
A preparação das amostras envolve o preparo adequado do
local, disposição do material necessário e emprego da técnica asséptica
correta. Algumas instituições possuem kits pré-estabelecidos para cole-
tar material de determinadas composições, seja material hematológico,
saliva ou urina, e determinam o descarte caso o material apresente bo-
lhas, umidade e/ou rasgos em sua embalagem (FISCHBACH, 2016).
As amostras de sangue coletadas para fins diagnósticos de-
vem ser preparadas adequadamente para a análise, estas, após a co-
leta devem ser acopladas em reservatórios que especificam o tipo de
exame que será realizado (BARROS et al., 2016).

Figura 5: A cor da tampa do tubo identifica o tipo de exame que será analisa-
do com a amostra coletada.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (GOMES et al., 2018)


23
Quadro 2: Identificação do tipo de exame a ser investigado, de acordo com a
cor da tampa do tubo no qual o sangue coletado está inserido.

Fonte: Adaptado do (BARROS et al., 2016).

Após ser identificado qual tipo de exame será realizado, sepa-


ra-se o tubo adequado, antes da coleta de sangue o profissional deve
assegurar que o tubo está, em seu interior, preenchido de material ne-
cessário para o preparo correto e propício para a leitura do exame, sen-
do esse material anticoagulante, gel separador ou algum conservante
específico para o tipo de exame (BARROS et al., 2016).
O gel separador é utilizado com frequência nas análises labora-
toriais, os tubos que são dispostos às amostras contêm substâncias em
forma gelatinosa que tem por objetivo formar uma camada separatória
entre os eritrócitos e o plasma depois da centrifugação. O gel é uma subs-
tância que aumenta a coagulação, e, é capaz de disponibilizar partículas
que atuam juntamente com os eletrodos seletivos e películas de diálise,
provocando alterações de volume das amostras (BARRAOS et al., 2016).
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Quadro 3: Material contido dentro do tubo coletor de amostra, de acordo com


o exame que será analisado.

24
Fonte: Adaptado do (BARROS et al., 2016).

O material ao ser coletado e disposto em tubo adequado com


material interno do tubo correto, deve ser homogeneizado por inversão,
de modo algum o conteúdo deve ser agitado, somente invertido lenta-
mente em sequência de repetidas vezes de acordo com a indicação.

Quadro 4: Material de amostra contido dentro frasco e o número de inversões


para homogeneização, de acordo com o tipo material no frasco.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS


Fonte: Adaptado do (BARROS et al., 2016).

O quantitativo de vezes que deve ser invertido é variável, a


depender do tubo utilizado para a coleta. O material coletado deve ser
encaminhado ao laboratório de análises dentro do intervalo de tempo
determinado (BARROS et al., 2016).

25
QUESTÕES INÉDITAS
QUESTÃO 01
(SEAP/GO — TÉCNICO DE SAÚDE — SEGPLAN/GO — 2016) Consi-
dera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho. São equipamentos de proteção individual utilizados
pelas equipes de enfermagem:
a) mangotes de proteção, luvas, perneiras e óculos.
b) óculos, capotes, bolsas de lona, luvas e máscaras.
c) capacete, botina de segurança, protetor auditivo tipo concha e luvas.
d) capotes, toucas, luvas e máscaras.
e) nenhuma das alternativas está correta.

QUESTÃO 02
(CISPAR/PR — AUXILIAR DE LABORATÓRIO/TÉCNICAS EM LA-
BORATÓRIO — FAFIPA — 2020) Analise as afirmações a seguir:
I. Na coleta de sangue de veias como a cefálica e mediana, o gar-
roteamento deve ser aplicado a uma distância máxima de 3 cm do
local de punção.
II. O tempo de garroteamento não deve ultrapassar 3 minutos.
III. O garrote deve ser liberado no final da coleta de todos os tubos
de sangue necessários.
Com base nestas assertivas, é CORRETO afirmar que:
a) Apenas I é correta.
b) Apenas II é correta.
c) Apenas III é correta.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

d) I e II são incorretas.
e) I, II e III são incorretas.

QUESTÃO 03
(PREF. ANÁPOLIS/GO — BIOMÉDICO — FUNCAB — 2016) O EDTA
é o anticoagulante de escolha para a contagem de células sanguí-
neas e para a morfologia celular. Ele está disponível nos tubos com
tampa:
a) amarela.
b) azul.
c) lavanda.
d) verde.
e) cinza.

26
QUESTÃO 04
(PREFEITURA DE JARU/RO — TÉCNICO EM LABORATÓRIO —
IBADE — 2019) A respeito da conservação do sangue, é importante
que o técnico de laboratório tenha o conhecimento das alterações
que ocorrem após a coleta e sua relação com os diferentes tipos
de anticoagulantes. Para evitar esses tipos de alterações e conse-
quentemente falsos resultados nos exames, é recomendado:
a) tubo com o sangue coletado deve ser agitado com suavidade, pois a
agitação violenta destrói as células.
b) o material depois de colhido deve ser analisado na melhor hora para
a rotina, sem se preocupar com tempo ou preparo do material.
c) o tubo com o sangue coletado deve ser sempre agitado violentamen-
te, pois garante uma melhor homogeneização com o anticoagulante.
d) se congele todas a amostras para evitar a fragilidade osmótica das
células.
e) deixe as amostras sem as tampas para melhor conservação.

QUESTÃO 05
(CESGRANRIO — TÉCNICO DE LABORATÓRIO/ANÁLISES CLÍNI-
CAS — UNIRIO — 2019) Para a realização da técnica de hemogra-
ma e contagem de células, qual anticoagulante deve ser utilizado?
a) Oxalato de potássio ou de lítio.
b) EDTA.
c) Citrato de sódio.
d) Heparina de sódio.
e) Fluoreto de sódio.

QUESTÃO INÉDITA
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
Os benefícios da hibridização in situ com fluorescência (FISH) em
relação à análise convencional dizem respeito ao fato de a FISH,
assinale a alternativa que, a partir se seus conhecimentos, respon-
da a esta questão:
a) Investigar cromossomos na interfase, identificando microdeleções,
microduplicações e anomalias.
b) Ser capaz de proporcionar uma análise geral com maior precisão a
respeito de cada cromossomo.
c) Precisar apenas do agente sincronizador para a multiplicação das
células cultivadas.
d) Eliminar a utilização da tripsina que, no método convencional, leva a
artefatos de cor.
e) Possibilitar identificação polimorfismo de único nucleotídeo em se-
quência geral do DNA.
27
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Sabendo que a biologia molecular estuda e avalia a organização das
moléculas de ácido desoxirribonucléico (DNA), permitindo ser analisado
o conteúdo presente no organismo a partir dos genes. De acordo com a
biologia molecular e a técnica por meio da reação de cadeia polimerase
(PCR), descreve como é desenvolvido o estudo dos genes em busca
de alterações.

NA MÍDIA
Diversas pessoas são diagnosticadas com leucemia anualmente no
Brasil, a leucemia é uma patologia maligna que afeta diretamente os
leucócitos. O diagnóstico é realizado através de biologia molecular e ci-
togenética. A entrevista enfoca leucemia mielóide crônica (LMC). A PCR
é o método ouro para acompanhamento e tratamento de pacientes por-
tadores de LMC.
Título: Entrevista: Diagnóstico molecular auxilia tratamento de pacien-
tes com leucemia
Data de publicação: 05/04/2019
Fonte: < https://bioemfoco.com.br/noticia/diagnostico-molecular-no-tra-
tamento-de-leucemia/ >.

NA PRÁTICA
Paciente chega na unidade com solicitação de exames laboratoriais de ro-
tina, ou seja, hemograma. Em seguida o profissional aloca todos os ma-
teriais necessários para coleta de sangue, luvas, algodão, garrote, agu-
lha hipodérmica ou dispositivo intravenoso, álcool a 70%, tubo coletor, fita
hipoalergênica e etiquetas. O profissional paramenta-se adequadamente
com luvas, capote, touca e máscara, e identifica o paciente realizando con-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

firmação de qual exame ele irá realizar e ele afirma que será hemograma.
O profissional rapidamente etiqueta do frasco coletor com tampa roxa e
contendo em seu interior EDTA. Ao analisar a rede venosa do paciente, o
profissional decide que a melhor via de punção venosa seria a cubital direi-
ta do paciente, garroteando o membro 15 cm acima de onde acontecerá a
punção, e, com o bisel da agulha voltado para cima inicia a punção venosa,
desprendendo o garrote. Quando atingida a quantidade de material sanguí-
neo suficiente para análise, deve ser removido o dispositivo, realizar leve
pressão com algodão no local puncionado, esse tipo de coleta não neces-
sita inversões, o material deve ser encaminhado em seguida para análise.

PARA SABER MAIS


Título: Hemograma: manual de interpretação
Descrição em forma de referência bibliográfica: FAILACE, R. Hemogra-
28
ma: manual de interpretação [recurso eletrônico] / Renato Failace, Flavo
Fernandes. – 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

29
HEMOGRAMA COMPLETO
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

O hemograma é a semântica das partículas sanguíneas. É o exa-


me de maior solicitação das consultas de rotina, possibilitando a revisão
da saúde dos indivíduos. Através dele é possível observar, diagnosticar e
implementar tratamento para as patologias do sangue (FAILACE, 2015).
O hemograma completo equivale ao eritrograma (série ver-
melha) e avaliação diferencial de leucócitos (série branca) e plaqueto-
grama. O hemograma completo é baseado na descrição de hemácias,
leucócitos e plaquetas, dosagem de hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht)
e índices hematológicos, são agregados diversos exames, os quais cer-
tificam número, variedade, porcentagem, concentração e qualidade das
hemácias (FISCHBACH, 2016).

3030
CONTAGENS NO HEMOGRAMA

Essa contagem ocorre de forma mecânica e quantitativa, a par-


tir de medidores eletrônicos. Os glóbulos são analisados um a um, com
excelente precisão. O sistema operacional permanece em atualização
ininterrupta, originando maior sequência de dados, que a princípio são
experimentais e se tornam em dados obtidos de acordo com a clínica
atual do paciente (FAILACE, 2015).
A análise qualitativa permite que aconteça o reconhecimento
celular e sejam identificadas a partir desta, importantes anormalidades
na estrutura celular, principalmente na contagem de células vermelhas,
podendo ocorrer de forma computadorizada ou através do microscópio,
ao olho humano (FAILACE, 2015).

Eritrograma

O eritrograma é também conhecido como contagem de eritróci-


tos, hemácias ou série vermelha. Os eritrócitos são células anucleadas
e complexas, são contidos em sua estrutura membrana plasmática e
citoplasma. São originados na medula óssea através da multiplicação
e maturação dos eritroblastos, por meio da eritropoese (ZAGO, 2013).
Os glóbulos vermelhos têm como função transportar adequa-
damente a hemoglobina, fornecendo oxigênio dos pulmões até os teci-
dos do corpo humano, mantendo perfusão tissular adequada e condu-
zindo CO2 dos tecidos até os pulmões, cada glóbulo tem uma média de
vida de 120 dias (ZAGO, 2013).
Os eritrócitos têm forma homogênea, elas são corpusculares
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
achatadas, as quais são visualizadas através do microscópio em forma
circular, bicôncava e apresentam tamanhos uniformes, com amplitude de
08 micrômetros em média. Indivíduos homens, adultos e saudáveis apre-
sentam em média 5.200.000 eritrócitos por mm³ (milímetros cúbicos), en-
quanto as mulheres apontam uma média de 4.700.000 mm³ (HALL, 2011).
A contagem de eritrócitos pode apresentar-se diminuída quan-
do os indivíduos apresentam quadros de anemia, doença de Hodgkin,
doença de Addison mieloma, leucemia, hemorragia, endocardite, lúpus
eritematoso, febre reumática, entre outras patologias. Enquanto o au-
mento dos eritrócitos (eritrocitose) podem ser classificados em primário,
secundário e relativo (FISCHBACH, 2016).
Quadros de eritrocitose primária são desenvolvidos pela pre-
sença de: distúrbio mieloproliferativo e eritrocitose eritrêmica (produção
elevada de eritrócitos na medula óssea); secundária: doenças renais
31
(incluindo tumores), doenças pulmonares e cardiovasculares, hipoven-
tilação alveolar e hemoglobinopatia; enquanto a relativa está associada
a redução do volume plasmático, ligado à: síndrome de Gaisbock e de-
sidratação atrelada a vômito e diarreia (FISCHBACH, 2016).

Dosagem de Hemoglobina

A hemoglobina é determinada como o elemento fundamental


dos eritrócitos, responsável pelo transporte de O2 e CO2. É constituída
por aminoácidos que desenvolvem uma proteína denominada de globi-
na e um composto designado de heme, composto por átomos de ferro
e o pigmento vermelho porfirina. Este pigmento se atrela facilmente ao
oxigênio, concebendo a coloração vermelha, característica determinan-
te do sangue (FISCHBACH, 2016).
A hemoglobina, em cada grama, é capaz de transportar 1,34
mL de O2 por 100 mL de sangue, essa capacidade de transporte é de-
terminada direta e proporcionalmente ao agrupamento de hemoglobina
e não ao quantitativo de hemácias, pois, as hemácias são capazes de
possuir quantidades de hemoglobinas diferentes de umas para as ou-
tras, dessa maneira não seguem um padrão de concentração de hemo-
globina. (FISCHBACH, 2016).
Os eritrócitos agrupam cerca de 34 gramas em cada 100 mi-
lilitros de células de hemoglobina no líquido celular. Essa agrupação
não excede esse valor, pois trata-se do limite entre o metabolismo e a
formação do mecanismo celular de hemoglobina. Indivíduos saudáveis
a porcentagem de hemoglobina é mensurada sempre próxima ao va-
lor máximo de capacidade de cada célula. Entretanto, se a produção
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

de hemoglobina apresentar deficiência, essa porcentagem apresenta


valores consideravelmente diminuídos abaixo do valor, e o volume dos
eritrócitos apresentam-se diminuídos, pois haverá falta de hemoglobina
para realizar o enchimento celular (HALL, 2011).
A dosagem de hemoglobina é determinada através da absor-
ção e emissão de radiação feita por meio da técnica de espectrofoto-
métrica, no desenvolvimento das técnicas são misturadas as amostras
de sangue, soluções de cianeto de potássio e ferricianeto de potássio,
denominada de reagente de Drabkin (ZAGO, 2013).
O resultado obtido é definido pela agrupação de pigmento he-
moglobínico no sangue total. O resultado é expresso em g/dL e expres-
sa valores que diferenciam-se com determinantes de idade e sexo. Os
parâmetros de referência podem ser variados de acordo com o labora-
tório ao qual examina a contagem, entretanto, constantemente apre-
32
sentam-se em torno de 14 a 17,4 g/dL para homens e 12 a 16 g/dL para
mulheres (FISCHBACH, 2016).

Hematócrito

O hematócrito é a associação do volume aplicado pelos eri-


trócitos em determinado volume total de sangue, é realizado manual-
mente, através de deslocamento de sangue para um tubo graduado
chamado tubo de Wintrobe, e projetado especialmente ou deslocado
para um tubo capilar selado, passando o material por centrifugação em
velocidade alta e em seguida determinando extensão da coluna de eri-
trócitos e plasma (ZAGO, 2013).
No momento da separação entre a coluna de plasma e eritrócitos,
é possível identificar uma clara camada, denominada de buffy coat, a qual
inclui leucócitos e plaquetas. O método de determinação manual é fidedig-
no e de baixo valor, bastante utilizado, especialmente em bancos de san-
gue onde o material é coletado para triagem de doadores (ZAGO, 2013).
A análise dos hematócritos estima indiretamente a massa dos
eritrócitos. Os valores da verificação são representados como porcen-
tagem de eritrócitos por volume no total no sangue (VC). Este passo do
exame laboratorial deve ser realizado de forma correta, pois possibilita
o diagnóstico de patologias como anemia ou policitemia. Os valores es-
tipulados como normais para hematócrito são: 40 a 54% para homens e
38 a 49% para mulheres (MOLIN, 2020).
Alterações na contagem de hematócritos sugere possíveis
diagnósticos. A diminuição deste pode apontar as seguintes patologias:
anemia, insuficiência suprarrenal, linfomas, hemorragia aguda ou crôni-

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ca. Enquanto o aumento destas pode sugerir: choque (há indicativo de
hemoconcentração), eritrocitose, policitemia vera (FISCHBACH, 2016).

Volume Corpuscular Médio

O volume corpuscular médio (VCM) é compreendido através


da média de volume de um agrupamento de eritrócitos. Essa média é
obtida de modo direto por dispersão óptica ou impedância elétrica, ou
ainda, de modo indireto, através de cálculos, como demonstrado na fi-
gura 5 (MOLIN, 2020).

33
Figura 6: Fórmula para desenvolvimento do cálculo para média de VCM.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

As dimensões dos eritrócitos são os melhores indicadores para


a identificação das anemias. Esses indicadores demonstram o volume
preenchido por um único eritrócito, o qual é dimensionado em fentolitros
(fℓ) ou mm³ do volume médio. Através do VCM é possível identificar se o
eritrócito apresenta microcitose (volume menor), normocitose (normal)
ou macrocitose (maior). Os valores referencias para o VCM são iguais
para homens e mulheres, sendo expresso normocitose em 80 a 100 fℓ
(FISCHBACH, 2016).
Os valores mensurados como < 80 fℓ, microcitose, determinam
alteração na maturidade citoplasmática da hemoglobina, decorrente a di-
minuição do ferro (sugestivo de anemia ferropriva), do desenvolvimento
da cadeia globulínica (talassemias) ou do grupo heme. Enquanto, mensu-
rações > 100fℓ, macrocitose, é derivado de modificações no metabolismo
de ácidos nucleicos (presença de anemia megaloblástica), variações na
maturação dos eritrócitos (anemia megaloblástica) e reticulocitose (pre-
sença de hemorragias agudas, anemias hemolíticas) (MOLIN, 2020).

Hemoglobina Corpuscular Média


INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

A hemoglobina corpuscular média (HCM) é a mensuração da


média do conteúdo de hemoglobina (peso) em um agrupamento de
eritrócitos. Obtida por meio automático, por derivação do VCM e con-
centração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) ou pelo cálculo,
como demonstrado na figura 6, determinado em picogramas (pg) de
hemoglobinas por eritrócito (MOLIN, 2020).

Figura 7: Fórmula para cálculo de média do HCM.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).


34
Através do HCM é possível determinar o peso médio de he-
moglobina presente nos eritrócitos. Este indicativo é empregado no
monitoramento de formas graves de anemias. A HCM tem como valor
referência 26 a 34 pg/hemácia, para homens e mulheres. Valores dimi-
nuídos de HCM são atrelados à anemia microcítica, enquanto valores
aumentados estão ligados à anemia macrocítica (FISCHBACH, 2016).

Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

A concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), re-


presenta a média de concentração interna de hemoglobina de um agrupa-
mento de eritrócitos, correspondente à cor deles. Método menos empre-
gado que o HCM, alcançado de modo direto através de laser, ou ainda, de
modo indireto por cálculo, como demonstrado na figura 7 (MOLIN, 2020).

Figura 7 - Fórmula para desenvolvimento do cálculo de CHCM.

Fonte: FISCHBACH (2016).

Através da concentração de hemoglobina corpuscular média


(CHCM) é possível determinar a condensação média de hemoglobina pre-
sente nos eritrócitos. Este indicativo é empregado no monitoramento e for-
mas terapêuticas para anemias, pois, são empregados ao cálculo medidas
hematológicas precisas, hemoglobina e hematócrito (FISCHBACH, 2016).
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A CHCM tem como valor referência < 32 g/dℓ (hipocrômia), 32 a
36 g/dℓ (normocrômia) e > 36 g/dℓ (hipercrômia). A diminuição do CHCM
aponta que há diminuição na quantidade de hemoglobina nos eritróci-
tos, enquanto o aumento, indica presença de esferocitose (condição
hereditária do indivíduo) (FISCHBACH, 2016).

Leucograma

O leucograma é a parte do hemograma que analisa a conta-


gem de leucócitos, também conhecida como série branca, e sua forma
diferencial em dados quantitativos e a análise da estrutura de diversos
tipos. Através dos valores expressados no exame é possível determinar
a gravidade da patologia (FAILACE, 2015).
35
Leucócitos

Os leucócitos são agrupados em dois grupos: granulócitos e


agranulócitos. Os granulócitos são nomeados dessa maneira, pois exis-
tem diversos grânulos no citoplasma de neutrófilos, basófilos e eosinófi-
los. Os agranulócitos, integram linfócitos e monócitos, não se referem a
grânulos distintos e não possuem núcleos lobulados, não sendo absolu-
tamente esféricos (FISCHBACH, 2016).
Os leucócitos constituem as unidades móveis do sistema que
protegem o corpo humano, formando uma parte na medula óssea e a
outra nos tecidos linfócitos. Ao ser concluída sua formação, essas cé-
lulas são conduzidas pelo sangue para partes distintas do corpo, onde
sua ação seja necessária (HALL, 2011).
Os leucócitos, ao serem conduzidos vão especialmente para
locais onde há presença de inflamação e/ou infecção, executando rá-
pida ação de defesa contra esses agentes infecciosos, pois possuem
a capacidade de identificar trabalhar para eliminar células invasoras e
identificadas pelo sistema imunológico como estranhas (HALL, 2011).
O sistema endócrino é responsável pela regulação dos números
de leucócitos presentes no sangue. Os hormônios são capazes de interferir
na produção dos leucócitos pelos órgãos hematopoéticos, sua conserva-
ção e liberação do tecido e a sua fragmentação. O tempo de vida dos leu-
cócitos é de 13 a 20 dias, após esse período as células são destruídas pelo
sistema linfático e excretadas nas fezes do indivíduo (FISCHBACH, 2016).
Os valores referenciais aceitáveis para os leucócitos são de:
4.500 a 10.500 leucócitos/mm³ em adultos, e, 3.200 a 10.000 leucócitos/
mm³ em adultos negros. Valores < 4.000/mm³ indicam leucopenia, ocorre
em situações de infecção viral, hiperesplenismo, distúrbios primários da
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

medula óssea e depressão da medula óssea causada por intoxicação.


Enquanto valores > 11.000/mm³ indicam leucocitose, esse quadro ocorre
em situações de necrose tecidual, hemólise aguda, hemorragia, saram-
po, coqueluche e sepse, entre outras patologias (FISCHBACH, 2016).
Quadros de leucocitose podem apresentar-se com sinais e sin-
tomas como febre, petéquias, hematomas, anemia, fadiga, perda de
peso, sangramento das membranas das mucosas e podem incluir histó-
rico de infecções recentes no indivíduo (FISCHBACH, 2016).

Neutrófilos

Os neutrófilos, são a classe dos leucócitos de maior numero-


sidade e importância na reação do corpo perante a presença de infla-
36
mação, formam ativamente a defesa primária combatendo a invasão
microbiana através da fagocitose. Os neutrófilos são células capazes
de causar lesões teciduais, essas, são decorrentes da liberação de en-
zimas e aspectos piogênicos endógenos. Os neutrófilos em seu estágio
imaturo são nomeados de “bastões”. A expressão bastão origina-se do
aspecto do núcleo, o qual ainda não possui forma lobulada, presente na
célula madura (FISCHBACH, 2016).
Os neutrófilos são produzidos a partir das células-tronco da
medula óssea, são gerados em média 1 bilhão de neutrófilos/kg peso/
dia, ficando alocados na medula cerca de 19 dias, onde ocorre sua ma-
turação, e, onde a mesma é finalizada. Os neutrófilos apresentam valor
referência de 3.000 a 7.000/mm³ (ZAGO, 2013).
Através da contagem de neutrófilos é possível detectar neutró-
filos ou neutropenia. Neutrofilia compreende o aumento ao número de
neutrófilos, > 8.000/mm3, como resposta e combate de microorganis-
mos invasores e células tumorais. Enquanto a neutropenia apresenta
baixa produção de neutrófilos na medula óssea, < 1.800/mm3, quando
existem depósitos de neutrófilos nas imediações dos vasos sanguíneos
ou muitas células foram demandadas para execução do seu papel no
corpo humano e muitas se esgotam, estão associados à reação de in-
fecções do tipo bacteriana (FISCHBACH, 2016).

Eosinófilos

Os eosinófilos compõem cerca de 2% dos leucócitos presentes


no sangue, e são classificados como fagócitos de base fraca, contém
quimiotaxia, contudo, não proporcionam proteção de larga significância
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
contra infecções em comparação aos neutrófilos (HALL, 2013).
Essas células são produzidas em ampla escala em pessoas
com quadro de infecções parasitárias, gravidade de verminoses e re-
ações alérgicas. A maioria dos parasitas são grandes para que ocorra
a fagocitose através dos eosinófilos, entretanto, um se prende ao outro
com o intermédio de moléculas de superfície especial, liberando subs-
tância que desfazem muitos parasitas (HALL, 2013).
Os eosinófilos se tornam mais ativos quando a inflamação está
avançada, fagocitam antígeno-anticorpo e contém histamina, a qual
corresponde a histamina existente no próprio organismo. Possibilitando
dessa maneira o monitoramento das respostas do tratamento aplicado
ao diagnóstico (FISCHBACH, 2016).
Os eosinófilos têm como valor referência aceitável, valores de:
0% a 3% do total de leucócitos, para homens e mulheres. Contagens
37
com valor > 5%, são classificadas como eosinofilias, associados a pa-
tologias como: alergias, febre do feno, asma, distúrbios endócrinos, do-
enças cutâneas crônicas, poliarterite nodosa, colagenoses e distúrbios
do tecido conjuntivo. Enquanto a eosinopenia, ou seja, a diminuição da
contagem de eosinófilos presente no sangue, ocorre comumentemente
decorrente do aumento na produção suprarrenal de corticoides, relacio-
nada a síndrome de Cushing, uso de drogas como epinefrina, tiroxina e
prostaglandinas (FISCHBACH, 2016).

Basófilos

Os basófilos formam uma pequena porcentagem do número


total de leucócitos, denominados de fagócitos. Sua composição contém
histaminas, heparina e serotonina. Os basófilos teciduais são nomeados
como mastócitos, semelhantes aos basófilos sanguíneos. Geralmente,
não são encontrados presença de mastócitos no sangue periférico, são
raramente detectados na medula óssea saudável (FISCHBACH, 2016).
Os basófilos têm atuação em tipos de reações alérgicas, pois
os anticorpos responsáveis pelo processo alérgico, a imunoglobulina E
(IgE), se prendem especialmente aos basófilos. A contagem é utilizada
para quantificar inflamação crônica (HALL, 2013).
A avaliação dos basófilos tem como valor de referência 15 a
50/mm³. A basopenia (diminuição do número de basófilos) < 20/mm³,
associa-se ao hipertireoidismo, após corticoterapia, quimioterapia ou
radioterapia prolongada, e, ausência hereditária de basófilos. A identi-
ficação de basopenia é difícil, necessitando que a contagem seja reali-
zada de 1.000 a 10.000 para alcançar a contagem absoluta. Enquanto
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

a basofilia (aumento do número de basófilos) > 50/mm³, associa-se à


leucemia basofílica aguda, leucemia granulocítica (mielocítica) e distúr-
bios mieloproliferativos (FISCHBACH, 2016).

Linfócitos

Os linfócitos são células de pequeno porte, mononucleares, e


não tem em sua composição grânulos específicos. São células que mi-
gram para o ponto de inflamação em qualquer momento do processo
inflamatório, eles são formados na medula óssea, linfócitos B têm ma-
turação na medula óssea, enquanto, linfócitos T, no timo, já o tipo B, é
responsável por controlar a resposta antígeno-anticorpo combatendo o
38
agente agressor do processo de inflamação, e, o tipo T participa direta-
mente das principais células imunes (FISCHBACH, 2016).
Os linfócitos estão atrelados a infecções virais, tem como valor
referência aceitável como normal 25% a 40% na contagem de leucócitos
total, ou, 1.500 a 4.000/mm³. A linfopenia (diminuição do número de linfó-
citos) é caracterizada por valores < 1.000/mm³ e associa-se à quimiote-
rapia, radioterapia, medicamentos imunossupressores, anemia aplásica,
síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) e tuberculose avançada.
Enquanto linfocitose (aumento do número de linfócitos) é caracterizada por
valores > 4.000/mm³ e comumente associada à linfomas, mononucleose,
citomegalovírus, hepatite infecciosa e toxoplasmose (FISCHBACH, 2016).

Monócitos

Os monócitos são células maiores e normais do sangue, tor-


nando-se a segunda linha de defesa combatente da infecção no corpo
humano. São fagócitos, constituídos por tamanho e mobilidade diferen-
tes, deslocam células mortas e danificadas, além de agentes insolúveis
no sangue em circulação. São células capazes de produzir agente anti-
viral, conhecida como interferona (FISCHBACH, 2016).
Os valores estipulados como aceitáveis ao exame dos monó-
citos é de 3 a 7% da contagem total de leucócitos ou 100 a 500/mm³.
A monocitopenia (diminuição do número de monócitos) é < 100/mm³,
comumente não é identificada em patologias específicas, porém, pode
ser observada em infecções graves, lesões na medula óssea e infecção
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Enquanto a monocitose
(aumento do número de monócitos) é > 500/mm³ ou > 10%, e, asso-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
ciam-se a infecções bacterianas, tuberculose, endocardite bacteriana
subaguda, sífilis, carcinomas do estômago, da mama ou do ovário, trau-
ma cirúrgico, colite ulcerativa crônica e enterite (FISCHBACH, 2016).

Plaquetograma

As são estruturas fragmentadas dos megacariócitos anuclea-


dos, possuem forma de disco e dimensões de 8,0 fl. Plaquetas com
padrões de normalidade estão presentes em média 140 mil a 400 mil/μL
no sangue das extremidades periféricas, seu tempo de vida é estimado
em cerca de 8 a 12 dias, e são eliminados do corpo principalmente atra-
vés da medula óssea, fígado e baço (ZAGO, 2013).
Após sofrer lesão vascular as plaquetas começam rapidamente
39
a agir, são moduladas agonistas que se juntam a receptores desencade-
ando o desbloqueio dos elementos dos grânulos plaquetários, iniciando a
formação de novos agonistas, aumentando a ativação plaquetária. O pla-
quetograma permite que seja feita a contagem e medição sistemática das
plaquetas, em exame anexial ao hemograma. A contagem é feita de ma-
neira automatizada, por meio de contadores eletrônicos (FAILLACE, 2015).
O plaquetograma permite avaliar se há presença de distúrbios
hemorrágicos que são identificados em uremia, neoplasias malignas,
hepatopatia e trombocitopenia, além de ser possível fazer o monitora-
mento, evolução e prognósticos de patologias direcionadas a medula
óssea (FISCHBACH, 2016)
O plaquetograma tem como valor normal estimado para referência
140 a 400 × 103/mm³ ou 140 a 400 × 109/ℓ. A trombocitopenia (diminuição
anormal do número de plaquetas) está associada a situações de anemias
perniciosa, aplásica e hemolítica, púrpura trombocitopênica idiopática, púr-
pura neonatal, deficiência de trombopoetina, infecção pelo HIV, toxemia
da gravidez e eclâmpsia. Enquanto a trombocitemia (aumento anormal do
número de plaquetas) está associada a presença de anemia ferropriva, ar-
trite reumatoide, esplenectomia, infecções agudas, doenças inflamatórias,
tuberculose e doença intestinal inflamatória (FISCHBACH, 2016).

Volume Plaquetário Médio

O volume plaquetário médio (VPM) é solicitado junto ao exa-


me de contagem das plaquetas. O VPM avalia a homogeneidade de
tamanho do agrupamento de plaquetas, e, é empregado no diagnóstico
diferencial de casos de trombocitopenia (FISCHBACH, 2016).
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

O valor mantido como referência de padrão normal para o VPM


é de 7,4 a 10,4 μm³ ou fℓ. A diminuição do valor do VPM acontece quan-
do o indivíduo é portador da síndrome de WiskottAldrich. Enquanto o
aumento do valor do VPM está associado à presença de trombocitope-
nia causada por sepse, hemorragia grave, leucemia mielógena (aguda
e crônica), vasculite, esplenectomia e púrpura trombocitopênica idiopá-
tica (autoimune) (FISCHBACH, 2016).

HEMOGRAMA NAS IDADES EXTREMAS

O hemograma nas idades extremas não demonstra alterações


no método de coleta de materiais para futuras análises laboratoriais, en-
tretanto, necessitam de maior rigor e observação no estudo das amos-
40
tras, bem como na leitura e interpretação dos resultados, evitando pas-
sar despercebido toda e qualquer alteração, pois, ainda que pequena
pode interferir diretamente no quadro de saúde de crianças e idosos.

Crianças

O hemograma realizado em crianças deve ser detido de im-


portância e municiamento para realizar análise e interpretação dos
achados, pois é nesse período da vida que acontece o maior índice de
novos casos diagnosticados de anemia ferropênica e patologias hema-
tológicas. Embora seja um exame importante, deve ser solicitado com
cautela, visto que, quando se tem uma doença diagnosticada os hemo-
gramas devem ser solicitados para avaliar evolução e análise da terapia
instituída, as solicitações devem ter períodos de tempos espaçados a
cada três meses (FAILACE, 2015).
A técnica para coleta de materiais é a mesma em qualquer idade,
respeitando o quadro apresentado por cada paciente, entretanto, os valo-
res referência a serem elencados, são padronizados como normal e distin-
tos de acordo com a idade apresentada pelo indivíduo (FAILACE, 2015).

Tabela 1: Eritrograma em < de 2 anos de idade.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FAILACE, 2015)

41
Tabela 2: Leucograma em < de 2 anos de idade

Fonte: (FAILACE, 2015)

Idosos

O envelhecimento faz parte do ciclo vital e da realidade. O enve-


lhecimento é o retorno sobre as mudanças causadas em alguns indicado-
res de saúde como baixa nos percentuais de mortalidade, diminuição da
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

fecundidade e aumento na taxa de esperança de vida (FAILACE, 2015).


Assim como para as crianças, os idosos são frequentemen-
te acometidos por quadros de anemias, patologia que atualmente já é
considerada um quadro de saúde pública nos idosos, com estimativa de
4 a 6 vezes mais diagnósticos do que em outras faixas etárias. Desse
modo, a leitura do hemograma em pessoas idosas requer atenção, e,
quaisquer alterações por mínimas que sejam merecem ser avaliadas
com maior profundidade (FAILACE, 2015).

42
Tabela 3: Eritrograma em > de 70 anos de idade.

Fonte: (FAILACE, 2015)

Tabela 4: Leucograma em > de 70 anos de idade.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FAILACE, 2015)

HEMOGRAMA NA GESTAÇÃO

O hemograma na gestação é realizado a fim de identificar, pre-


venir e corrigir alterações que possam atingir diretamente o feto e a ges-
tante, bem como, implementar tratamento para patologias que possam
ser desenvolvidas no ciclo gravídico, contribuindo na redução das taxa
de morbimortalidade neonatal e materna (DE PAULA, 2021).
No período da gravidez podem surgir alterações como a eleva-
43
ção de eritrócitos e plasma, bem como, diminuição do número de pla-
quetas. Ainda, pode ocorrer a diminuição do número de hemoglobina e
hematócritos na corrente sanguínea. Essas alterações devem sem ob-
servadas ao hemograma com rigor, pois podem desenvolver patologia
como anemia grave, além de elevar possibilidade de parto prematuro e
aborto espontâneo (DE PAULA, 2021).
A análise dos resultados deve ser feita com excelência, aten-
tando-se às alterações. O hemograma é um exame que independen-
temente de haver ou não alterações, deve ser solicitado no 1º, 2º e 3º
trimestres de gestação para avaliação (DE PAULA, 2021).

Tabela 5: Eritrograma em gestantes.

Fonte: (DE PAULA, 2021)

Tabela 6: Leucograma em gestantes.


INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (DE PAULA, 2021)

A anemia é uma patologia que pode ser identificada no hemo-


grama, é de alta importância que ela não ocorra no período gravídico,
para que a gravidez seja classificada como de boa qualidade. A anemia
é caracterizada no 1º e 3º trimestre de gravidez pelos seguintes valo-
res de hemoglobina: < 11 g/dL e hematócritos < 33%. Enquanto no 2º
trimestre apresenta valores de hemoglobina < 10,5 g/dL e hematócritos
44
< 32 %. Índices de hemoglobina < 8 g/dL é considerado como anemia
grave (DE PAULA, 2021).

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

45
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01
(IABAS — TÉCNICO DE ENFERMAGEM — IBADE — 2019) Foi so-
licitado ao técnico de enfermagem que coletasse 5ml de sangue
venoso para a realização de um exame prescrito pelo médico de
plantão. O técnico preparou o material, higienizou as mãos, orien-
tou o paciente quanto ao procedimento a ser executado e realizou
a coleta da amostra de 5ml de sangue do paciente com toda a téc-
nica asséptica, conforme solicitado, e posteriormente encaminhou
ao laboratório. Essa amostra foi utilizada para realização de um
exame que é muito utilizado para obtenção de todos os elementos
formadores do sangue, que inclui os seguintes componentes: con-
centração de hemoglobina, hematócrito, contagem de hemácias e
leucócitos. O exame realizado foi a(o):
a) creatinina quinase.
b) hemograma parcial.
c) glicemia de jejum.
d) hemoglobina glicada.
e) hemograma completo.

QUESTÃO 02
(AMS DE APUCARANA/PR — FARMACÊUTICO BIOQUÍMICO —
FAU — 2018) A hemoglobina corpuscular média é:
a) o conteúdo médio de hemácias expresso em fentolitros.
b) o conteúdo médio de hemoglobina nas hemácias expresso em pic-
togramas.
c) a percentagem de hemoglobina em 100 ml de hemácias.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

d) a percentagem de retração do coágulo obtido pelo volume de soro


obtido da amostra de sangue.
e) o tempo de sangria correspondente à duração de uma pequena he-
morragia quando uma incisão de dimensões padronizadas é praticada
na pele artificialmente.

QUESTÃO 03
(PREFEITURA DE BELÉM/PA — BIOMÉDICO — AOCP - 2018) Quan-
do realizamos um hemograma completo, executamos um exame
composto por três partes: eritrograma (série vermelha), leucogra-
ma (série branca) e plaquetograma (dosagem de plaquetas). Diante
do exposto, assinale a alternativa que apresenta a unidade de me-
dida do parâmetro CHCM, que faz parte do eritrograma.
a) g/Dl.
46
b) mg/dL.
c) ft.
d) pcg.
e) mg/L.

QUESTÃO 04
(EBSERH — BIOMÉDICO — INSTITUTO AOCP - 2017) O hemogra-
ma é composto de vários parâmetros, dentre eles há os índices
hematimétricos que são:
a) índices que avaliam indiretamente os eritrócitos quanto ao volume e
ao conteúdo da hemoglobina.
b) índices que avaliam as características das plaquetas.
c) índices que avaliam apenas o RDW e a série branca do sangue.
d) índices que avaliam indiretamente os leucócitos quanto a sua carac-
terística e granulação.
e) índices que avaliam a série branca e vermelha, gerando uma propor-
ção entre elas.

QUESTÃO 05
(PREF. CUJUBIM/RO — TÉCNICO DE LABORATÓRIO DE ANÁLI-
SES CLÍNICAS — IBADE — 2018) Na hematologia, que índice he-
matimétrico é obtido pela divisão do valor de hemoglobina (g/dL)
pelo número de hemácias (milhões/mm³)?
a) Hemoglobina globular média.
b) Concentração de hemoglobina globular média.
c) Volume globular médio.
d) Índice de anisocitose.
e) Velocidade de hemossedimentação.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO INÉDITA
Anemia é determinada como a diminuição da concentração de he-
moglobina no sangue, valores expressos ao hemograma abaixo do
normal para o indivíduo. Uma vez que o quadro de anemia é desenvol-
vido, os índices hematimétricos auxiliam na classificação laboratorial
das anemias. Em relação ao HCM, assinale a alternativa correta:
a) Hemoglobina corpuscular média (HCM) é calculada dividindo-se a
hemoglobina pelo número de eritrócitos e, multiplicando-se por 10, sua
unidade é picogramas (pcg ou pg).
b) HCM é calculada dividindo-se o hematócrito pelo número de eritróci-
tos e, multiplicando-se por 10, sua unidade é picogramas (pcg ou pg).
c)HCM é calculada dividindo-se o hematócrito pelo número de eritró-
citos e, multiplicando-se por 10, representando o tamanho médio dos
47
eritrócitos e sua unidade é fentolitros (fL).
d) HCM é calculada pela razão entre hemoglobina e hematócrito deve
ser expressa em %.
e) HCM, calculada pela razão entre hemoglobina e hematócrito, deve
ser expressa em %.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O hemograma inclui o estudo do eritrograma (série vermelha), leuco-
grama (série branca) e plaquetograma. Descreva de forma sucinta, em
texto corrido, células analisadas no leucograma, qual sua atuação e as
principais alterações identificadas na leitura do exame.

NA MÍDIA
Uma pesquisa de doutorado demonstra que monócitos, às células
presentes na série branca do sangue, são importantes componentes
apontados no exame de hemograma para rastrear e detectar câncer de
mama, pois apontou alterações em um estudo de rastreio. O câncer o
qual é denominado ao estudo não é tido somente como um câncer local
(mama), mas sim como sistêmico, pois atinge células extramamárias.
Título: Células do sangue podem servir de ‘termômetro’ para o câncer
de mama
Data de publicação: 20/05/2020
Fonte: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/20/
celulas-do-sangue-podem-servir-de-termometro-para-o-cancer-de-ma-
ma.htm >. Acesso em: 18 de out. 2021.

NA PRÁTICA
Paciente M.A.S.A 26 anos sexo feminino, admitida na unidade queixan-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

do-se de cefaleia, fadiga e náuseas, relata quadro de vômitos e dor no


corpo, apresentando sintomas de hipertermia 38,1ºC, tosse produtiva.
Ao avaliar o quadro apresentado o médico solicita que seja realizado
um hemograma para fins diagnósticos. O resultado do hemograma foi
o seguinte: eritrócitos: 4.200.000mm³; hemoglobina: 13 g/dL; hemató-
crito: 42%; VCM: 88,6 fL; HCM: 27,3 pg; CHCM: 33,8 g/dL; leucóci-
tos: 17.000/mm³; neutrófilos:15.180/mm³; eosinófilos: 2%; basófilos: 32/
mm³; linfócitos: 2.300/mm³; monócitos: 242/mm³: plaquetas: 324/mm³.
Ao ler este exame, o médico constatou presença de quadro infeccioso
diagnosticando como causado por bactéria, implementando conduta te-
rapêutica para que o quadro regrida e evolua para melhora.

PARA SABER MAIS


Título: Tratado de hematologia.
48
Descrição em forma de referência bibliográfica: ZAGO, M. A. Tratado de
hematologia / editores Marco Antonio Zago, Roberto Passetto Falcão,
Ricardo Pasquini; editores associados Nelson Spector, Dimas Tadeu
Covas, Eduardo Magalhães Rego. -- São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
Título: Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem.
Descrição em forma de referência bibliográfica: FISCHBACH, F. T. Exa-
mes laboratoriais e diagnósticos em enfermagem / Frances Talaska Fis-
chbach, Marshall Barnett Dunning III; revisão técnica Maria de Fátima
Azevedo. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

49
EXAMES COMPLEMENTARES AO
HEMOGRAMA
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Os exames complementares ao hemograma são caracteriza-


dos por todo e qualquer exame que seja solicitado juntamente com o
hemograma, permitindo avaliar o prognóstico de saúde do paciente e
confirmar diagnóstico, bem como excluir suspeitas diagnósticas, pos-
sibilitando a implementação de métodos terapêuticos viáveis ao atual
quadro de saúde (FAILACE, 2015).

ELETROFORESE DA HEMOGLOBINA

O exame de eletroforese da hemoglobina permite que seja fei-


ta a análise das hemoglobinas (Hb) presentes na corrente sanguínea e
possibilita a detecção de hemoglobinas anormais, ainda, faz compara-
ção entre as bandas padronizadas das células de hemoglobina conheci-
5050
das, e, as células de eritrócitos hemolisados (FISCHBACH, 2016).
As hemoglobinas do tipo Hb A1, Hb A2 e Hb F (Hb fetal) cons-
tituem os tipos habituais de hemoglobinas normais nos adultos. Quanto
aos tipos anormais de hemoglobina, responsáveis por causar hemo-
globinopatias, os mais comuns são: hemoglobina S, que é o causador
da anemia falciforme, hemoglobina C, causadora da anemia hemolítica
leve e hemoglobina A2. A hemoglobina A2 é a anormalidade diagnos-
ticada com maior recorrência, e, através desta é possível diagnosticar
talassemias, a partir dos traços de β-talassemia (FISCHBACH, 2016).

Tabela 7: Valores referência para eletroforese da hemoglobina.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

GLICEMIA

A glicose é produzida por digestão de carboidratos e a trans-


formação do glicogênio em glicose, por meio do fígado, já a insulina e o
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
glucagon são responsáveis por manter o controle da glicose na corrente
sanguínea. O glucagon desagrega o glicogênio no fígado aumentando a
glicose no sangue e a insulina eleva a permeabilidade celular da mem-
brana à glicose, encaminhando a glicose para o meio interno das células
e exercer metabolismo, promovendo o desenvolvimento do glicogênio e
diminuindo o percentual de glicose no sangue (FISCHBACH, 2016).
Para mensurar o nível de glicose no sangue, 5ml de sangue
devem ser extraídos com paciente em jejum, o material deve ser cole-
tado em tubo contendo em seu interior oxalato de potássio e fluoreto de
sódio, mantendo através da sua composição o material sem coagular
(oxalato) e com as células de glicose em metabolismo (fluoreto) por
horas (BARROS et al., 2016).
Para Barros e seus Colaboradores (2016), os níveis de glicose
em jejum são considerados em normais, pré-diabéticos e diabéticos, os
51
valores de:

Tabela 8: Classificação da glicemia em jejum.

Fonte: (BARROS et al., 2016).

A coleta de glicose pós prandial, é realizada 2 horas após a


ingestão de alimentos, e, busca avaliar como se dá a transformação das
enzimas de glicogênio em glicose através do mecanismo do glucagon
e insulina.

Tabela 9: Classificação da glicemia pós prandial.


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Fonte: (BARROS et al., 2016).

A hemoglobina glicada é composta por concentração média de


níveis glicêmicos, avaliada através do processo lento e não enzimático
nas hemácias circulantes na corrente sanguínea, e, no período de vida
das hemácias, que é de 120 dias (FISCHBACH, 2016).
O teste de hemoglobina glicada (HbG) retrata a média do índice
de glicose disposto na corrente sanguínea no intervalo de tempo de 2 a
3 meses antes da realização deste exame, assim, por meio desse teste,
é possível avaliar a funcionalidade do método terapêutico empregado ao
tratamento da diabetes melito. O valor de referência instituído para este
52
teste como normal ou aceitável é de: 4,0 a 7,0% (FISCHBACH, 2016).

LIPOPROTEÍNAS

Os lipídios são elementos gordurosos compostos por colesterol,


triglicerídeos, ácidos graxos e fosfolipídios. As lipoproteínas englobam as
proteínas especiais plasmáticas, que tem como função transportar lipídios
insolúveis. Os lipídios geram energia para que ocorra o metabolismo, o
lipidograma comumente engloba a análise dos níveis de colesterol, co-
lesterol e suas frações LDL e HDL, e o triglicérides (FISCHBACH, 2016).

Colesterol

O colesterol é a parte gordurosa que constitui a composição


do sangue, por meio dele é possível realizar a mensuração dos riscos
que um indivíduo tem de obter doenças ateroscleróticas, essas doen-
ças promovem o estreitamento e endurecimento de vasos sanguíneos,
incluindo a passagem do sangue, além de gerar oclusões coronárias e
miocárdicas (BARROS et al., 2016).

Tabela 10: Valores referência de colesterol total

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (BARROS et al., 2016)

O colesterol de baixa densidade lipoproteína (LDL) é incumbi-


do de executar a distribuição de colesterol por todo o organismo, possui
meia vida de 3 a 4 dias em média. Esse exame é reproduzido para
determinar com maior especificidade os riscos de desenvolvimento de
doenças na artéria coronária. Conhecido popularmente como “coleste-
rol ruim", pois faz correlação ao surgimento de quadros de cardiopatia
coronária e aterosclerose (FISCHBACH, 2016).
53
Tabela 11: Valores referência de colesterol LDL

Fonte: (BARROS et al., 2016)

O colesterol de alta densidade lipoproteína (HDL) é responsá-


vel em levar o colesterol remanescente até o fígado para que seja elimi-
nado no intestino. Denominado popularmente de “colesterol bom”, seus
valores são proporcionalmente inversos ao risco para desenvolvimento
de doenças coronarianas (BARROS et al., 2016).

Tabela 12: Valores referência de colesterol HDL.


INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (BARROS et al., 2016).

Triglicerídeos

Os triglicerídeos englobam as partículas fundamentais de gordu-


ra que compõem o corpo, correspondem a mais de 90% das gorduras ali-
mentares e fazem parte de 95% da porção de gordura armazenada pelo
organismo nos tecidos. Esse exame permite que seja avaliada a hipótese
diagnóstica de aterosclerose e a mensuração da capacidade que o corpo
desenvolve para metabolizar porções de gordura (FISCHBACH, 2016).
Níveis elevados de triglicerídeos associados a índices de coles-
terol elevados são importantes fatores de risco para o desenvolvimento
54
de doenças ateroscleróticas. São níveis variáveis, que independem um
do outro, entretanto, a associação de ambos é de muita significância,
com sua associação é possível realizar avaliação de amostras de san-
gue e plasma que se apresentam turvas (FISCHBACH, 2016).

Tabela 13: Valores referência de triglicerídeos.

Fonte: (BARROS et al., 2016).

UREIA

O exame de ureia determina a quantidade de ureia (nitrogênio


ureico) presente no sangue, importante indicador da filtração glomeru-
lar. A catabolização protéica elevada e rápida, atrelados a função renal
prejudicada elevam os níveis de uréia presentes na corrente sanguínea
(FISCHBACH, 2016).
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A ureia é produzida no fígado e em conjunto com gás carbôni-
co (CO2), constituindo em matéria final o metabolismo das proteínas. A
quantidade de ureia expelida está diretamente ligada ao consumo pro-
teínas, elevação da excreção na febre, diabetes e elevação da atividade
exercida pelas glândulas suprarrenais (FISCHBACH, 2016).

Tabela 14: Valores referência para ureia.

55
Fonte: (FISCHBACH, 2016).

CREATININA

O exame de creatinina possibilita estimar a taxa de filtração


glomerular do indivíduo. A creatinina é o resultado mediano da dete-
rioração do fosfato da creatina muscular, que, decorre do metabolismo
energético. Sua produção é contínua, de acordo com a massa muscular
do indivíduo, é eliminado através dos rins (FISCHBACH, 2016).
Qualquer distúrbio presente na função renal é apontado através
da redução de creatinina do corpo, elevando, dessa maneira, seus índi-
ces na corrente sanguínea. Este exame é um dos mais fidedignos para
detectar alterações na função glomerular, a avaliação dele atrelado ao de
ureia permite maior confiança de informações para possíveis diagnósti-
cos de acordo com o quadro de saúde do paciente (FISCHBACH, 2016).

Tabela 15: Valores referência para creatinina.


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Fonte: (FISCHBACH, 2016).

ÁCIDO ÚRICO

O ácido úrico é um composto orgânico, produzido através da


decomposição dos ácidos nucleicos, é o resultado do metabolismo das
purinas, ele é levado do fígado para os rins pelo plasma, nos rins passa
pela filtragem e excreta em média 70% do seu total, os 30% restante é
segregado para o sistema digestório, onde acontece sua decomposição.
Quando não há a presença da enzima uricase, o ácido úrico que é uma
56
substância quase insolúvel, faz acúmulo no corpo (FISCHBACH, 2016).
O exame de ácido úrico determina os níveis desse composto
presente no corpo do indivíduo. A superprodução acontece quando ocorre
decomposição excessiva de ácido úrico e catabolismo, além de produção
elevada e destruição, bem como, a insuficiência em excretar o composto
através da função renal. Este exame é frequentemente solicitado para ava-
liar quadros de leucemia, insuficiência renal e gota (FISCHBACH, 2016).

Tabela 16: Valores referência para ácido úrico.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

BILIRRUBINA

A bilirrubina é a substância resultante da decomposição de he-


moglobina nos eritrócitos, ou seja, é o resultado da destruição dos eri-
trócitos. É formada no sistema reticuloendotelial, retirada do corpo por
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
meio do fígado, excretado na bile, a bilirrubina é caracterizada por ser o
principal composto que proporciona pigmento à bile (FISCHBACH, 2016).
Processos de destruição elevados ou incapacidade gerada pelo
fígado em remover a bilirrubina em padrões normais de quantidade, eleva
os níveis de bilirrubina no corpo. A bilirrubina se apresenta no corpo de
duas formas, não conjugada e conjugada, a não conjugada passeia livre-
mente na corrente sanguínea até o fígado, onde é associada à glicuronídeo
transferase, e, em seguida é excretada para a bile. A elevação da bilirru-
bina não conjugada atrela-se a crescente destruição dos eritrócitos, assim
como, a presença de icterícia nos recém-nascidos (FISCHBACH, 2016).
O exame de bilirrubina possibilita avaliar a função hepática do
indivíduo e a presença de anemias hemolíticas. Níveis totais de bilirru-
bina são analisados na rotina, e quando encontrados em padrões nor-
mais de referência para o paciente é excluído possibilidades de que
57
haja comprometimento de maior significância na função do fígado em
excretar bilirrubina, ou ainda, presença de elevação na destruição dos
eritrócitos (FISCHBACH, 2016).

Tabela 17: Valores referência para bilirrubina.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

ALBUMINA

A albumina faz parte de microambiente diversificado, respon-


sável por manter a pressão coloidosmótica (PCO) nas superfícies vas-
culares e extravasculares. A albumina é fonte de sustento nutricional e
compõem o sistema-tampão, quando existem reações inflamatórias e/
ou infecciosas agudas o nível de albumina na corrente sanguínea dimi-
nui (FISCHBACH, 2016).
O exame de albumina permite que seja feita a avaliação de
perda de albumina quando há presença de doenças agudas, nefropatia
com presença de proteinúria, hepatopatia, hemorragia, doenças crôni-
cas e queimaduras, além, de avaliar o estado nutricional do paciente
(FISCHBACH, 2016).
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Tabela 18: Valores referência para albumina.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

58
CÁLCIO

O maior percentual de cálcio no corpo está distribuído nos den-


tes e esqueleto, cerca de 99%, sendo dessa maneira reservatório para
manutenção do cálcio na corrente sanguínea. Em média 50% do cálcio
que percorre a corrente sanguínea é ionizada, sendo os outros 50% agre-
gados a proteína. Somente o cálcio ionizado tem possibilidade de ser
utilizado em contratura muscular, funcionamento cardíaco, comunicação
de impulsos nervosos e coagulação sanguínea (FISCHBACH, 2016).
Os níveis de proteínas circulantes na corrente sanguínea afetam
diretamente os níveis de cálcio, pois 50% de cálcio atrela-se a proteínas.
Este exame é realizado para constatar os níveis de cálcio, e, é utilizado
também para avaliar função renal, hemodiálise, transplante renal, pan-
creatite, hipoparatireoidismo e hiperparatireoidismo (FISCHBACH, 2016).

Tabela 19: Valores referência para cálcio.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS


POTÁSSIO

O potássio é o elemento fundamental do líquido intracelular,


90% dele encontra-se na célula, e a quantidade restante encontra-se
disposta no sangue e ossos, ele é imprescindível no tampão inserido
na própria célula. Quando ocorre lesão celular, o potássio é liberado na
corrente sanguínea. O organismo excreta de 80% a 90% do potássio na
urina, através dos glomérulos dos rins, o total remanescente é elimina-
do pelas fezes e suor (FISCHBACH, 2016).
Os íons de potássio participam ativamente na regulação da
função renal e do equilíbrio ácido-básico. A deficiência nos índices de
potássio causa diminuição significativa na ocorrência da síntese protei-
ca, por meio desse exame é possível realizar avaliação das alterações
dos níveis de potássio presente no corpo humano, além de rastrear e
59
diagnosticar distúrbios hídricos e ácido-básicos (FISCHBACH, 2016).

Tabela 20: Valores referência para potássio.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

SÓDIO

O sódio é um elemento de grande quantidade presente nos


eletrólitos, é a base fundamental do sangue e tem como função pre-
servar o equilíbrio ácido-básico, a pressão osmótica e gerar impulsos
nervosos. O organismo possui propensão em conservar o material base
total do sódio, modificações mínimas são identificadas quando o indiví-
duo encontra-se em quadros patológicos (FISCHBACH, 2016).
Os níveis de sódio detectados no exame não demonstram al-
terações no equilíbrio de sódio, entretanto, apontam e rastreiam modi-
ficações no equilíbrio hídrico. As mensurações do nível de sódio são
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

empregadas para indicar eletrólitos, equilíbrio hídrico, equilíbrio ácido-


-básico, desidratação e intoxicação hídrica (FISCHBACH, 2016).

Tabela 21: Valores referência para sódio.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).


60
HORMÔNIO TIREOESTIMULANTE

A glândula endócrina, tireóide, possui alto estoque de hormônio


e baixa taxa de renovação. Na adenohipófise ocorre a produção do hor-
mônio tireoestimulante (TSH), hormônio responsável por estimular a tire-
óide, gerando liberação e distribuição dos hormônios que são armazena-
dos durante um espaço de tempo. O exame de TSH é solicitado para fins
diagnósticos de hipotireoidismo primário, e, para realizar diferenciação do
hipotireoidismo primário em relação ao secundário, através da avaliação
da dosagem real circulante de TSH (FISCHBACH, 2016).
Resultados constando níveis de TSH aumentado apontam para
o hipotireoidismo primário, enquanto níveis diminuídos sugerem hiper-
tireoidismo. Por proporcionar alta sensibilidade com o TSH na distinção
entre as alterações apresentadas nos níveis de TSH, este exame é o
de maior preferência quando se busca o diagnóstico de hipertireoidismo
(FISCHBACH, 2016).

Tabela 22: Valores referência para TSH.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

TIROXINA (T4) LIVRE

A tiroxina é um hormônio tireoidiano que possui em sua anatomia


quatro átomos de iodo, e, por este motivo recebe o nome de T4. Desvios
nos níveis padrões de T4 sugerem anomalias decorrentes do hormônio ti-
reoidiano. A tiroxina compõe as comprovações da função tireoidiana, men-
surando diretamente a aglutinação sérica de T4 (FISCHBACH, 2016).
A realização deste exame é comumente associada para o des-
61
carte de diagnósticos de hipotireoidismo e hipertireoidismo. Bem como,
referência a manutenção do tratamento e doses empregadas para ma-
nutenção e controle de hipotireoidismo, e possibilita acompanhar os
desfechos atingidos com o controle farmacológico nos quadros de hi-
pertireoidismo (FISCHBACH, 2016).

Tabela 23: Valores referência para T4.

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

TRI-IODOTIRONINA (T3) LIVRE

A tri-iodotixona (T3) é composta por três átomos de iodo, um


átomo a menos, quando comparado a quantidade de átomos existentes
na T4. A ação de metabolismo da T3 é mais elevada do que a ação da
T4, porém, tem mais curto. A concentração de T3 no soro é mais baixa
que a de T4 (FISCHBACH, 2016).
A realização desse exame é realizada para mensurar em nano-
grama (ng) o acúmulo de T3 no sangue, e para diagnosticar tireotoxico-
se por T3. Empregado para realizar o diagnóstico de hipertireoidismo. A
tireotoxicose por T3 é uma variação presente nos casos de hipertireoi-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

dismo, indivíduos tireotóxico possuem níveis de T3 aumentados e de T4


normais. Não é um exame confiável para diagnosticar pacientes com
hipotireoidismo (FISCHBACH, 2016).

Tabela 24: Valores referência para T3.

62
Fonte: (FISCHBACH, 2016).

TEMPO DE SANGRIA

O exame de tempo de sangria permite a avaliação da primeira


etapa de hemostasia, ou seja, avalia a interatividade plaquetária em
relação à parede dos vasos sanguíneos e a construção de tampão he-
mostático. Esse exame faz parte da triagem utilizada para rastrear alte-
rações na função plaquetária.
Por meio desse exame é possível detectar anomalias e/ou defi-
ciência plaquetária e anomalias vasculares. Para desenvolver o exame o
profissional que coleta o material, deve-se realizar uma pequena incisão
no antebraço ou lobo da orelha do paciente, em seguida deve observar e
anotar o tempo que é necessário para que o coágulo seja formado, encer-
rando dessa maneira o tempo de sangramento. O tempo de sangramento
capilar decorre da qualidade e quantidade de plaquetas dispostas, bem
como da habilidade com que o vaso sanguíneo realiza contrações.

Tabela 25: Valores referência para tempo de coagulação.

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (FISCHBACH, 2016).

TEMPO DE COAGULAÇÃO ATIVADA

O exame do tempo de coagulação ativada (ACT) permite que


seja feita a avaliação da coagulação no indivíduo. O ACT emprega res-
posta de modo simples às modificações da quantidade de heparina, e,
atende a melhores alterações em relação aos níveis de heparina do que
a tromboplastina parcial ativada (TTPA) (fischbach, 2016).
O ACT necessita de 0,4 ml de sangue para conseguir reali-
zar a avaliação, pode ser realizado a beira-leito, durante procedimento
de diálise, cirurgias de revascularização miocárdica e arteriografias. O
63
valor estimado normal, como referência é de 70 a 120 segundos para
coagulação (FISCHBACH, 2016).

TEMPO DE PROTROMBINA

A protrombina é gerada pelo fígado e possibilita a coagulação


sanguínea. A produção é dependente da absorção e consumo ideal de
vitamina K, no processamento da coagulação, a protrombina é transfor-
mada em trombina. Em pessoas portadoras de hepatopatias os níveis
de protrombina são diminuídos (FISCHBACH, 2016).
O exame de tempo de protrombina (TP) possibilita mensurar
possíveis insuficiências no estágio II do processo de coagulação, por
meio da habilidade de coagulação dos cinco fatores plasmáticos, esses
fatores são: protrombina, fator V, fator VII, fator X e fibrinogênio. Além dis-
so, permite que sejam realizadas investigações a respeito de deficiência
de protrombina, bem como, avalia a disfibrinogenemia, as consequências
dos cumarínicos e heparina, quadros de insuficiência hepática e possível
deficiência de vitamina K. O tempo mensurado como padrão referência
de normalidade para TP é de 11,0 a 13,0 segundos (FISCHBACH, 2016).

MIELOGRAMA

O exame de coleta de material direto da medula óssea é solici-


tado para maiores resultados para determinado rastreio e/ou confirma-
ção diagnóstica de achados alterados no hemograma, através de aspi-
ração ou biópsia, possibilita verificar e acompanhar o comprometimento
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

medular (FAILACE, 2015).


A realização do mielograma pode ser indicada para casos de
anemia macrocítica, trombocitopenia megacariócitos, leucemias agudas,
metástases tumorais quando há presença de reação leucoeritroblástica e/
ou dor óssea, leucemia linfocítica crônica, leucemia mielóide crônica, mie-
lofibrose com metaplasia mielóide e linfonodomegalias (FAILACE, 2015).
Para coletar material para o mielograma a aspiração geralmen-
te é feita na espinha ilíaca posterior ou no esterno, em crianças a prefe-
rência para a punção é na crista tibial. As células presentes no esterno
são mais concentradas e representativas, entretanto, a punção necessi-
ta de profissionais experientes e agulhas de stop para que, assim, des-
favoreçam riscos e consequências na perfuração. A punção na espinha
ilíaca é profunda, entretanto com menores riscos de consequências,
embora originem punções inapropriadas (FAILACE, 2015).
64
A coleta medular é contraindicada em indivíduos portadores
de hemofilia e coagulopatias severas, sendo indicada sua realização
somente em último caso, quando totalmente indispensável e deve ser
assistida por fatores de coagulação indicados (FAILACE, 2015).

INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

65
QUESTÕES INÉDITAS
QUESTÃO 01
(PREF. JI-PARANÁ/RO — BIOMÉDICO — IBADE — 2018) A dosa-
gem de hemoglobina glicada é amplamente utilizada no acompa-
nhamento de pacientes diabéticos. Este parâmetro permite avaliar
a concentração média da glicose:
a) sanguínea entre 60 e 90 dias anteriores ao exame laboratorial.
b) sanguínea entre 100 e 120 dias anteriores ao exame laboratorial.
c) sanguínea das últimas duas semanas.
d) urinária das últimas três semanas.
e) urinária das últimas duas semanas.

QUESTÃO 02
(PREFEITURA DE SEARA/SC — NUTRICIONISTA — AMAUC —
2018) Assinale a alternativa que cita os valores de normalidade
para o exame de glicemia de jejum adotado pela Sociedade Brasi-
leira de Diabetes (SBD).
a) Normoglicemia < 100; pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥
100 e < 126; diabetes estabelecido ≥ 126.
b) Normoglicemia < 100; pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 99
e < 125; diabetes estabelecido ≥ 126.
c) Normoglicemia < 99; pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 99
e < 130; diabetes estabelecido ≥ 130.
d) Normoglicemia < 100; pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥
126 e < 130; diabetes estabelecido ≥ 130.
e) Normoglicemia < 99; pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 99
e < 126; diabetes estabelecido ≥ 130.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 03
(EBSERH — BIOMÉDICO — VUNESP — 2019) “Gota é uma doença
caracterizada pela elevação ___________ de no sangue, o que leva
a um depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações.
É esse depósito que gera os surtos de artrite aguda secundária,
que tanto incomoda seus portadores”
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna:
a) ureia.
b) creatinina.
c) ácido úrico.
d) albumina.
e) sódio.

66
QUESTÃO 04
(PREF. COREMAS/PB — BIOMÉDICO — CONTEMAX — 2016) O me-
lhor marcador hormonal para avaliar disfunção na glândula tireoide é:
a) T3 total (triiodotireonina).
b) T4 livre (tireoxina).
c) Tireoglobulina.
d) TSH (hormônio tireoestimulante).
e) PCR.

QUESTÃO 05
(PREF. SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA/AM — BIOMÉDICO — INS-
TITUTO ABARE – ETE — 2016) Com relação a composição química
dos líquidos intra e extracelulares, qual destes citados abaixo tem
maior concentração no meio Intracelular:
a) Na (sódio).
b) Ca (calico).
c) K (potássio).
d) Glicose.
e) HCO3 (íon bicarbonato).

QUESTÃO INÉDITA
Ao realizar a leitura de um exame hormonal recém coletado e ana-
lisado, observa-se que o hormônio tiroxina livre encontra-se eleva-
do e o hormônio tireoestimulante apresenta-se indetectável. Esse
padrão indica presença de quadro de saúde denominado como:
a) hipotireoidismo.
b) hipertireoidismo.
c) hiperparatireoidismo.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
d) hipoparatireoidismo.
e) hipocortisolismo.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


As lipoproteínas são componentes gordurosos compostos por colesterol,
triglicerídeos, ácidos graxos e fosfolipídios. Discorra o que são o colesterol,
frações de colesterol (LDL e HDL) e o triglicerídeos, quais doenças suge-
rem as alterações apresentadas nos exames e qual os níveis aceitáveis.

NA MÍDIA
Para que o médico possa elaborar diagnóstico preciso para o quadro
de saúde dos pacientes, exames complementares são solicitados em
vários momentos. A análise do material coleta e os resultados obtidos a
partir do estudo da amostra, necessitam ser de laboratórios confiáveis
67
e com legalização de bom funcionamento, assegurando que os resulta-
dos tenham segurança e qualidade para o diagnóstico e melhor conduta
terapêutica elaborada para o paciente
Título: Acreditação laboratorial: a segurança que você merece.
Data de publicação: 26/04/2021
Fonte: < https://g1.globo.com/se/sergipe/especial-publicitario/grupo-
-cemise/foco-na-saude/noticia/2021/04/26/acreditacao-laboratorial-a-
-seguranca-que-voce-merece.ghtml >. Acesso em: 18 de out. 2021.

NA PRÁTICA
Paciente J.M.L.A, 48 anos, sexo masculino. Chega à unidade laboratorial
com solicitação para realização de exames de glicemia de jejum e hemo-
globina glicada, colesterol, colesterol e suas frações, triglicerídeos, ureia
e creatinina. O profissional realizou coleta e encaminhou o material para
análise. Ao receber o resultado dos exames, o paciente dirigiu-se ao con-
sultório médico para consulta e o médico leu os resultados apresentados.
Na leitura pode-se observar os seguintes valores: glicose de jejum: 178
mg/dL; hemoglobina glicada: 87%; colesterol: 189 mg/dL; colesterol LDL:
112 mg/dL; colesterol HDL: 66 mg/dL; triglicerídeos: 137 mg/dL; ureia:
12 mg/dL e creatinina: 1,0 mg/dL. O profissional diagnosticou o paciente
como sendo diabético, realizando todas as recomendações para o qua-
dro e conduta terapêutica, e pôde constatar que não há alterações no
resultado das lipoproteínas e na função glomerular.

PARA SABER MAIS


Título: Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem.
Descrição em forma de referência bibliográfica: FISCHBACH, F. T. Exa-
mes laboratoriais e diagnósticos em enfermagem / Frances Talaska Fis-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

chbach, Marshall Barnett Dunning III; revisão técnica Maria de Fátima


Azevedo. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

68
O segmento hematológico e seus estudos baseiam-se em
princípios, princípio para que a coleta aconteça de forma adequada
de amostras, bem como o preparo das amostras, a avaliação e estudo
destas e interpretação adequada. A adequação inicia-se desde a para-
mentação adequada do profissional que realizará o procedimento, e se
estende até a análise final da amostra coleta.
A detecção precoce de algumas patologias é primordial no con-
texto saúde dos indivíduos, até mesmo as alterações genéticas. A de-
tecção é a melhor via para implementação de tratamentos e/ou evitar
surgimento e agravamento de quadros que por sua vez são quadros
que podem ser evitados.
A biologia molecular permite que particularidades no DNA do
indivíduo sejam avaliados por dissecção e ampliação, novas tecnolo-
gias estão sempre surgindo para aperfeiçoamento de técnicas laborato-
riais de análise, em busca do melhor para pacientes e índices de saúde.
O hemograma é um exame completo e complexo, analisa e in-
vestiga células sanguíneas, são elas, eritrócitos, leucócitos e plaquetas,
em tamanho, forma, aspecto, cor, agrupamento e densidade. Por meio
dele diversas patologias podem ser diagnosticadas, desde uma simples
inflamação ou infecção, até leucemias com várias distinções e particu-
laridades, de acordo com o segmento que aponta alterações.
Os exames complementares são solicitados em busca de com-
plementar diagnósticos, hipótese diagnóstica ou ainda, para avaliar se a
conduta terapêutica está adequada ao quadro de saúde que o indivíduo
apresenta. Esses exames podem ser de qualquer segmento e analisam
as mais diferentes células e alterações presentes no corpo humano.
Os exames complementares são ligados ou não ao hemogra-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
ma, investiga células de eritrócitos, leucócitos ou plaquetas, ou ainda,
partículas de gordura, de glicose, função glomerular, eletrólitos, equi-
líbrio ácido-básico, dosagem hormonal, material extraído diretamente
da medula óssea, bem como, análise de outros tipos de amostras não
inseridas a este material, como líquido cefalorraquidiano, urina e fezes.
A equipe de profissionais e/ou um único profissional que acom-
panha o paciente deve ser capaz de fazer correlações entre a clínica
sintomática apresentada pelo paciente com achados da leitura das amos-
tras dos exames, proporcionando desse modo, melhorias para o quadro
apresentado pelo paciente e o meio e ciclo ao qual este está inserido.

69
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSO

TREINO INÉDITO
Gabarito: Letra A - Investigar cromossomos na intérfase, identificando
microdeleções, microduplicações e anomalias.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A biologia celular estuda o DNA em busca de alterações genéticas e


anomalias. As células são dissecadas e posteriormente aumentadas,
sendo possível estudar diretamente o nível molecular. Ao atingir o nível
molecular, a estrutura do DNA é recombinada em porções e cria novo
molde para análise detalhada da porção, é necessário que essa amos-
tra esteja fomentada de conteúdo biológico ou tecidual para que seja
obtido resultados confiáveis para o rastreamento.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

70
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSO

TREINO INÉDITO
Gabarito: Letra A - Hemoglobina corpuscular média (HCM) é calculada
dividindo-se a hemoglobina pelo número de eritrócitos e, multiplicando-
-se por 10, sua unidade é picogramas (pcg ou pg).

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O leucograma analisa leucócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfó-


citos e monócitos. Os leucócitos são as células que protegem o corpo e
trabalham para conter infecções ou inflamações, as alterações em seus
resultados são aumento do número de células, denominado de leucoci-
tose, e a diminuição, denominado de leucopenia. Enquanto os neutrófilos
são células que trabalham contra infecções bacterianas, suas alterações
são neutrofilias, ou seja, aumento de neutrófilos e neutropenia, diminui-
ção dos número de neutrófilos. Os eosinófilos são as células que tra-
balham contra infecções parasitárias, seu aumento é caracterizado por
eosinofilia, enquanto a diminuição dos números eosinófilos na corrente
sanguínea recebem o nome de eosinopenia. Os basófilos são as células
que entram em ação em quadros alérgicos, o aumento da quantidade
na corrente sanguínea é chamado de basofia, e a diminuição, ainda que
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
difícil contagem, recebe a nomenclatura de basopenia. Os linfócitos são
as células que trabalham contra as infecções virais, as alterações apre-
sentadas são linfopenia, ou seja, diminuição da quantidade presente na
corrente sanguínea e linfocitose, conhecida como elevação do número de
linfócitos no sangue. Deste modo, os monócitos são células denomina-
das de antígeno, linha de defesa caracterizada como a segunda de todo
o organismo, que defende o corpo contra infecções e inflamações, suas
alterações são monocitose e monocitopenia, aumento e diminuição da
quantidade monócitos na corrente sanguínea, respectivamente.

71
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSO

TREINO INÉDITO
Gabarito: Letra B - Hipertireoidismo.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O colesterol é definido como a parte de gordura que compõe o sangue.


O LDL é a fração de colesterol que distribui colesterol para todo o corpo,
enquanto o HDL leva as partículas restantes de colesterol para o fígado
para que sejam eliminadas pelo intestino, conhecido como colesterol
bom. O triglicerídeo faz parte das gorduras alimentares, ou seja, a prin-
cipal gordura que compõe o corpo. As doenças sugestivas de acordo
com as alterações dos índices dessas lipoproteínas são: estreitamento
e endurecimento de vasos sanguíneos, surgimento ou risco para desen-
volvimento de doenças ateroscleróticas, miocárdica e vasculares. Os
níveis desejáveis deste sumário são: colesterol: < 200mg/dl, LDL: 100 a
129 mg/dL; HDL > 60 mg/dL e triglicerídeos: < 150 mg/dL.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

72
BARROS, A.L.B.L. Anamnese e exame físico: avaliação de enferma-
gem no adulto [recurso eletrônico] / Organizadora, Alba Lucia Bottura
Leite de Barros. - 3. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2016.

CARMAGNANI, M.I.S. Procedimentos de enfermagem: guia prático /


Maria Isabel Sampaio Carmagnani ... [et. al.]. -- 2. ed. -- Rio de Janeiro:
de enfermagem. Tradução de Silvia Mariângela Spada et al. Rio de

DE PAULA, Fabiana Angélica. Exames laboratoriais para acompanha-


mento do pré-natal e a fisiopatologia da gestação: uma revisão narra-
tiva, 2021. Disponível em: <https://downloads.editoracientifica.org/arti-
cles/210303919.pdf>. Acesso em: 4 out. 2021.

FAILACE, R. Hemograma: manual de interpretação [recurso eletrônico] /


Renato Failace, Flavo Fernandes. – 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015.

FISCHBACH, F. T. Exames laboratoriais e diagnósticos em enferma-


gem / Frances Talaska Fischbach, Marshall Barnett Dunning III; revisão
técnica Maria de Fátima Azevedo. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.

GOMES, C.O., et al. Semiotécnica em enfermagem [recurso eletrônico]


– Natal, RN: EDUFRN, 2018.
Guanabara Koogan, 2017.

HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica [recurso eletrônico] / John E.


Hall; [tradução Alcides Marinho Júnior… et al.]. - Rio de Janeiro: Else-
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS
vier, 2011. Janeiro: Elsevier, 2013.

MOLIN G.Z.D. Clínica médica hematologia [recurso eletrônico]. Medcel,


2020

PERRY, A.G; POTTER, P. A; ELKIN, M. K. Procedimentos e intervenções

RAGAZZO J.C.L. A biologia molecular no auxílio à hematologia, 2018.


Disponível em: <https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMA-
GENS/biblioteca-digital/hematologia/padronizacoes_hemato/23.pdf>.
Acesso em: 2 out. 2021.

ZAGO, M. A. Tratado de hematologia / editores Marco Antonio Zago,


Roberto Passetto Falcão, Ricardo Pasquini; editores associados Nelson
73
Spector, Dimas Tadeu Covas, Eduardo Magalhães Rego. -- São Paulo:
Editora Atheneu, 2013.
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

74
75
INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS - GRUPO PROMINAS

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