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Comissão Editorial
Carlos Frederico Martins Menck
Universidade de São Paulo
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Introdução às técnicas de PCR convencional, em tempo real e
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-·-·- digital/ Tiago Campos Pereira (organizador). -Ribeirão Preto
Sociedade Brasileira de Genética, 2018.
232 p.
ISBN 978-85-89265-29-4
editora� cubo
soluções poro o universo acadêmico
Sociedade
Brasileira de
Genética
Rua Cap. Adelmio Norberto da Silva, 36
14025-670 - Ribeirão Preto - SP
16 3621-8540 l 16 3621-3552
Aplicações gerais da PCR Capítulo
convencional 3
Estruturação do Capítulo
3.1 Introdução
3.2 Diagnóstico
3.3 Identificação de colônias transformadas
3.4 Identificação de transgenes
3.5 Identificação de espécies
3.6 Sequenciamento genético
3.7 Análises forenses e estudos de DNA antigo
3.8 Inserção de tags (promotores e sítios de restrição)
3.9 Clonagem
3.10 Mutagênese sítio-dirigida
3.2 Diagnóstico
A PCR evoluiu muito desde a sua criação, tornando-se uma ferramenta universalmente
empregada no diagnóstico molecular dos mais variados patógenos virais, bacterianos, fúngicos
e parasitas multicelulares. Esta abordagem é muito mais confiável, rápida e específica do que
técnicas imunológicas rotineiras. Adicionalmente, uma vez que muitas doenças compartilham
sintomas entre si, como as enfermidades causadas pelos vírus da dengue, chikungunya e
zika, o diagnóstico preciso e rápido por meio da PCR pode ser decisivo. A partir da coleta
de fluidos corporais, é realizada extração de RNA, seguida de uma reação de transcrição
reversa gerando cDNA. Este último é então amplificado utilizando primers específicos por
PCR convencional (ou PCR em tempo real, sendo a segunda ainda mais específica, sensível
e mais comum atualmente [1]). O diagnóstico é simples: caso o paciente esteja infectado,
uma região do genoma do vírus será amplificada; caso contrário, não.
Adicionalmente, também é possível a identificação de DNA tumoral circulante (ctDNA
- do inglês, circulating tumoral DNA) em fluidos corporais por meio da PCR. Um teste bem
estabelecido e talvez um dos mais conhecidos é a identificação de mutações no gene EGFR
em câncer de pulmão de células não pequenas [2]. O câncer de bexiga também pode ser
diagnosticado precocemente por meio de PCR de amostras de urina (i.e., identificação de
mutação de nucleotídeo único - PIK3CA p.E545K, um indicador do câncer de bexiga [3]).
Do mesmo modo, os ácidos nucleicos fetais também podem ser identificados por
PCR durante o período pré-natal. Essa análise é possível devido à presença de DNA livre de
células fetais no plasma materno. Isso pode ser extremamente importante para a detecção
precoce de doenças como a �-talassemia [4] ou mesmo para caracterizações simples, como
o sistema Rh de grupos sanguíneos e a verificação do sexo do feto (amplificação da região
SRY). Por fim, o diagnóstico de inúmeras doenças genéticas, em fetos ou adultos, também
pode ser feito por meio da amplificação e do sequenciamento do(s) gene(s) associado(s).
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Pro Proteína
..
::
o
Glifosato Planta sensível Glifosato Planta resistente
·---·---·- -----·-··-·-·-------------··------------1
Eletroforese
PCRs M e T
em gel de
e T Agarose
..
Resultados das PCRs:
C: negativa para transgene
�� T: positiva para transgene
Figura 3.1. Demonstração de amplificação de DNA de plantas convencionais versus transgênicas para resistência ao
herbicida glifosato. A) Planta convencional produz uma proteína sensível ao herbicida. B) Planta transgênica produz
uma proteína resistente ao herbicida. C) Após PCRs com primers específicos para a região promotora CaMV 35S (na
figura, referida como P35S), verifica-se que somente a planta transgênica (T) possui a região amplificada. Imagem: Greice
Lubini, com uso de elementos da Noun Project - Maria Zamchy (planta resistente), Anthony Ledoux (tubo de ensaio),
Gemma Evans (planta sensível) e Symbolon (borrifador).
Sequência de interesse
g2
�
Primer reverso
Tag 1 Tag 2
Sequência de interesse
Figura 3.2. Inserção de tags via PCR. Reações contendo primers quiméricos, constituídos de uma parte que se anela
ao alvo e outra parte adicional (o tag em si), permitem gerar de amplicons portando sequências extras em suas
extremidades. Imagem: Pereira, TC.
3.9 Clonagem
A clonagem por PCR é um método rápido que permite amplificar fragmentos de DNA
de interesse, mesmo que em pequenas concentrações, para posterior inserção em vetores de
clonagem. O método clássico de clonagem requer o uso de endonucleases de restrição para
digestão do vetor e do fragmento de DNA a ser clonado, com posterior ligação empregando
a enzima DNA ligase. Todavia, quando não se dispõe de sítios de restrição compatíveis para
:.
: ......
----
,
------
......,
·----►►----
Gene
l PCR
(mutagênese sítio-dirigida)
◄
11 Gene
Figura 3.3. Mutagênese sítio-dirigida. Reações contendo p1'imers com mismatches (um ou poucos nucleotídeos diferentes
do gene-alvo) permitem gerar de amplicons portando mutações específicas. Neste exemplo, o primer direto contém
um "G" em vez de "C", levando a uma alteração pontual (representada pela barra preta vertical). Imagem: Pereira, TC.
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