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HISTORIAL DA PCR
NAMPULA 2023
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Arlete Ernestina José Lima
Historial da PCR
Nampula 2023
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Índice
Introdução..................................................................................................................... 4
1. Histórico da PCR. ................................................................................................... 5
2. O que é PCR? ......................................................................................................... 6
2.1 Importância da PCR .......................................................................................... 6
2.2 Componentes da PCR e suas funções na reacção: ................................................. 7
2.2.1 DNA molde: .............................................................................................. 7
2.2.2 DNA polimerase: ....................................................................................... 8
2.2.3 Tampão e sais: ........................................................................................... 8
2.2.4 Cátion metal divalente: ............................................................................... 9
2.2.5 Desoxinucleotídeos: ................................................................................... 9
2.2.6 Primers sintéticos: ...................................................................................... 9
2.2.7 Gel de agarose/poliacrilamida: ..................................................................... 9
2.2.8 Termociclador:......................................................................................... 10
2.2.9 Reagentes de alta densidade e corantes: ...................................................... 10
2.2.10 Marcador de massa molecular (ladder): ................................................... 10
2.3 Como se faz? .................................................................................................. 10
2.4 Tipos de PCR ................................................................................................. 12
2.4.1 RT-PCR (Reverse Transcriptase Chain Reaction): ....................................... 12
2.4.2 Multiplex PCR: ........................................................................................ 13
2.4.3 Nested PCR: ............................................................................................ 13
2.4.4 PCR Competitiva: .................................................................................... 13
2.4.5 AFLP: ..................................................................................................... 13
2.4.6 Hot Start:................................................................................................. 14
2.4.7 PCR–colony: ........................................................................................... 14
2.4.8 Real-Time PCR: ....................................................................................... 14
2.4.9 Long: ...................................................................................................... 15
2.4.10 Inverse: ................................................................................................ 15
2.4.11 RFLP(Restriction Fragment Length Polymorfism): ................................... 15
2.5 Análise do produto da PCR : ............................................................................ 15
Conclusão ................................................................................................................... 17
Referencias Bibliográficas ............................................................................................ 18
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Introdução
Reacção em cadeia da polimerase (PCR) é um método in vitro rápido, sensível e versátil para
amplificação selectiva de sequencias definidas de DNA (ou RNA) a partir de amostras
complexas de ácidos nucleicos.
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1. Histórico da PCR.
A Cetus Corporation pagou a Mullis para desenvolver a patente PCR 10.000 dólares, que a
corporação venderia mais tarde por 300.000.000 de dólares. Frustrado tanto pelo tamanho do
prêmio e como as restrições a sua pesquisa, Mullis deixou a Cetus em 1986, tornando –se um
consultor de pesquisa privado. Em 1989, a revista Science escolheu a molécula usada na PCR,
a Taq polimerase, como a primeira molécula do ano.
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2. O que é PCR?
PCR ou Reacção de Cadeia Polimerase é uma técnica de Biologia Molecular que tem como
função amplificar uma porção específica do material genético por meio de uma enzima
termostátil in vitro. Ela faz uma amplificação exponencial selectiva de uma quantidade reduzida
de material genético de uma única célula, que pode variar de poucos pares de bases a muitos
pares de bases.
Através desse processo o DNA molde sofre uma amplificação controlada por enzimas
obtendo-se milhões de cópias do fragmento de DNA de interesse. Essa técnica explora a função
natural da enzima chamada de taq- polimerase extraída da bactéria Thermus aquaticus que é
capaz de sintetizar DNA a partir de seus precursores no sentido 5’ – 3’. Essa Bactéria além de
ser capaz de sintetizar o DNA teve grande importância neste processo, pois antes da sua
utilização o grande problema para a execução da técnica era o aumento da temperatura, o que
foi controlado por esta.
O molde utilizado pode ser qualquer forma de DNA de cadeia dupla como o DNA genómico,
podendo se utilizar uma gota de sangue, um fio de cabelo, fragmentos de pele e órgãos ou até
uma célula do epitélio bucal. Esse método tem como princípios básicos a utilização de
oligonucleotídeos (primers) e regiões específicas da molécula de DNA e a acção da DNA
polimerase. Esses primers são utilizados para direccionar a síntese do DNA em ciclos repetidos.
A cada ciclo as fitas servem de molde para a geração de novas fitas e o número de ciclos é
determinado pelos objectivos e condições utilizadas.
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Medicina Forense: A PCR é uma ferramenta essencial na identificação de suspeitos em
investigações criminais, na análise de amostras de DNA em cenas de crime e na
confirmação da identidade de indivíduos em testes de paternidade.
Estudos de Evolução e Filogenia: A PCR é usada para comparar sequências de DNA
entre espécies diferentes, ajudando na reconstrução de árvores filogenéticas e no estudo
da evolução.
Pesquisa Científica: A PCR é amplamente usada na pesquisa científica para investigar
a função de genes, estudar processos biológicos e realizar experimentos de biologia
molecular.
Medicina Personalizada: A PCR é utilizada na medicina personalizada para identificar
variações genéticas individuais que podem influenciar a resposta de um paciente a
medicamentos específicos. Isso ajuda os médicos a escolher tratamentos mais eficazes
e personalizados.
Engenharia Genética: A PCR desempenha um papel crucial na clonagem de genes, na
criação de bibliotecas genômicas e na produção de DNA recombinante, que são
fundamentais para a engenharia genética e a biotecnologia.
É a informação que se deseja amplificar. Tora reacção de PCR parte de um DNA molde,
extraído da amostra que está sendo utilizada. Pode ser utilizada uma amostra de DNA ou de
RNA. No caso de uma amostra de RNA esta deverá primeiramente ser convertida em uma fita
de cDNA (DNA complementar). O ideal é que o ácido nucleico esteja livre de impurezas como
proteínas, lipídios, outros ácidos nucleicos ou reagentes de extracção, e em uma concentração
mínima de 5µg/mL, porém quantidades menores também podem ser utilizadas (VIEIRA).
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2.2.2 DNA polimerase:
A DNA polimerase mais utilizada é a Taq polimerase, uma polimerase isolada da bactéria
Thermus aquaticus, que habita fontes termais. Existe também a Tth polimerase, isolada em
Thermus thermophilus. A taq é uma enzima chamada non-proofreading, o que quer dizer que
podem haver alguns erros na sequência do fragmento final. Enzimas desta classe percorrem a
fita de DNA apenas uma vez, dando a chance de que algum erro durante a duplicação não seja
reparado. Além disso ela também adiciona uma adenina as extremidades 3’ do DNA, o que
pode dificultar o uso posterior do amplificado (VIEIRA, Aula 2).
Para estes casos existem as enzimas da classe proofreading, que além de percorrerem a fita mãe
pelo menos duas vezes, em geral não adicionam nucleotídeos extras nas bordas das cadeias-
filhas. Deste grupo pode-se destacar a Pfu (de Pyrococcus furiosis) e a Tli (de Thermococcus
litoralis) (VIERIA, Aula 2).
Os tampões têm por função manter o pH da solução ideal para a atividade da enzima e para a
conservação do DNA molde. Os sais proporcionam força iônica para a atividade enzimática e
influenciam a cinética de hibridização do DNA (RABELO).
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2.2.4 Cátion metal divalente:
2.2.5 Desoxinucleotídeos:
Utilizados como matriz de separação dos fragmentos de DNA durante a corrida eletroforética.
A utilização de uma matriz ou outra depende do tamanho dos fragmentos que se procura, devido
à diferença no tamanho dos poros de cada gel. O gel de agarose pode ser utilizado para separar
fragmentos de 0,2 kb a 50 kb (1 kb = 1000 pares de bases), e a poliacrilamida para fragmentos
menores, de até 1 kb (CORRÊA & POSSIK. SILVA, 2001).
Apesar de ser mais efetiva na separação de fragmentos menores, ela apresenta alguns
problemas, como o fato de, em solução, ser neurotóxica (CORRÊA & POSSIK).
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A agarose é um polissacarídeo extraído de uma alga marinha vermelha e formado por resíduos
de D e L galactose unidos por ligações glicosídicas α (1 3) e β (1 4), é um material gelatinoso
e semelhante à gelatina incolor. O gel de agarose pode ser reciclado após o uso e utilizado na
preparação de outros géis (CORRÊA & POSSIK).
2.2.8 Termociclador:
Para a execução da técnica da PCR é preciso que se tenha conhecimento prévio da sequência
do ácido nucléico que se deseja amplificar, dita “sequência alvo.” A partir disto, desenham-se
dois iniciadores (“primers”) para dar partida ao processo de síntese em um local específico. Um
“primer” serve para sintetizar a sequência alvo no sentido 3’- 5’e outro para o sentido inverso
isto é, 5’-3.’ O “primer” é uma pequena sequência de nucleotídeos que hibridiza no início da
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sequência alvo que se quer amplificar e da qual ele é complementar. Ao reconhecer o “primer,”
a polimerase sintetiza uma cópia complementar, obedecendo à informação contida na sequência
de DNA que será replicada (sintetizada). A PCR precisa ainda de deoxinucleosídeos
trifosfatados (dATP; dTTP; dGTP; dCTP) que são quatro componentes químicos diferentes que
atuam como se fossem tijolos na construção da molécula de DNA.
O primeiro passo para a realização de um PCR é a coleta da amostra biológica. Para tanto, é
importante levar em consideração o que se deseja pesquisar. Por exemplo: se um paciente
apresenta uma lesão na pele, deve ser recolhida uma amostra da mesma e não do sangue do
paciente.
O segundo passo consiste em extrair o DNA a partir do material coletado. Esta extracção segue
um critério de metodologia básico, que varia dependendo da amostra utilizada. Basicamente
utilizam-se substâncias desproteinizantes como o fenol-clorofórmio, capazes de desnaturar e
retirar as proteínas que estão acopladas ao DNA. A adição posterior de etanol, então, fará com
que o material genético precipite no tubo que posteriormente será solubilizado em tampão
apropriado para o uso na reacção.
1) Solução tampão para manter a mistura de reacção no pH e condições iônicas ideais para a
reacção.
2) Os deoxinucleotídeos já mencionados;
3) Os “primers.”
4) A Taq Polimerase
O quarto passo consiste na reacção em si que é feita em uma máquina especial, chamada de
termociclador, que aquece e resfria o tubo em vários ciclos consecutivos para amplificar o DNA.
Primeiramente, o tubo é aquecido a 90-96 graus para que o DNA seja desnaturado (separação
das fitas). Em seguida, a temperatura do termociclador diminui para permitir a hibridização ou
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anelamento; nesta fase, os “primers” se ligam, especificamente, às suas sequências
complementares no DNA. A próxima etapa é a síntese pela polimerase. Após diversos ciclos
(geralmente em torno de 30 ciclos) o DNA estará amplificado em milhões de cópias.
Outro problema pode ser a presença, na amostra, de substâncias que, conhecidamente, inibem
a reacção (como exemplo a hemoglobina). Para isso a amostra deve ser devidamente tratada
para “limpá-las” destas substâncias.
O passo final é a análise do produto de reacção. Esta pode ser feita através de gel de
poliacrilamida posteriormente corado pela prata ou em gel de agarose, corado por brometo de
etídio. Em qualquer uma delas, o material amplificado é visualizado como uma banda, a ser
analizada de acordo com o seu peso molecular.
Existem vários tipos de reacções de PCR que possuem processos e finalidades singulares. A
descrição dos principais processos de reacção em cadeia da polimerase está descritos a seguir:
O primeiro passo da reacção consiste na síntese de uma fita de DNA utilizando como template
uma fita de RNA numa reação catalisada por uma transcriptase reversa. Geralmente esta enzima
pode ser extraída de dois vírus: AMV (Avian Mieloblastosis Vírus) ou M-MuLV (Moloney
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Murine Laeukemia Vírus). Também são utilizados primers, inespecíficos e que se nunca
apresentam aos pares, compostos de varias timinas consecutivos (6 a 35), que são aneladas às
regiões Poly-A do RNA, ricas em adeninas. Após este ciclo tem-se o cDNA necessário para a
realização da PCR.
Nesta reacção mais de um segmento genómico é amplificado, cada um com seu par de
primeiros específicos. Este processo é útil para a introdução de um controle de reacção e para
simplificar alguns experimentos, como a investigação de paternidade, onde vários marcadores
genómicos devem ser analisados.
É a variação de PCR na qual são utilizados dois pares de primeiros para amplificar um mesmo
fragmento. Para melhorar a especificidade e a eficiência da reacção, o segmento genómico é
amplificado primeiro de forma abrangente, copiando até mesmo sequências localizadas fora
dela, e depois, utilizando este primeiro produto, a amplificação da real sequencia-alvo. Estas
duas etapas podem ser realizadas concomitantemente ou em duas reacções separadamente
(Semi-Nested PCR).
Nesta reacção além do DNA molde, é adicionado à reacção outro trecho de DNA, que possui
sequência, tamanho e concentração conhecidos (controle). As extremidades deste pedaço de
DNA são complementares também aos primeiros que irão amplificar a sequência-alvo. O
resultado é a amplificação de dois trechos de DNA: a de interesse e a controle. A amplificação
de controlo serve de padrão para a quantificação do DNA-alvo.
2.4.5 AFLP:
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2.4.6 Hot Start:
PCR Hot Start é o processo que permite a inibição da actividade da polimerase durante a
preparação para a reacção de PCR. Através da limitação da actividade da polimerase antes da
celagem do PCR, a Hot Start PCR reduz amplificações não especificas e aumenta o rendimento-
alvo do produto da PCR.
Este tipo de PCR é realizado pelo uso de modificações químicas incluídas, métodos de
barramento com ceras e inibição por anticorpos direccionados à enzima Taq.
2.4.7 PCR–colony:
O PCR em tempo real é caracterizado pelo período de tempo, quando a amplificação do produto
da PCR de interesse é detectada antes mesmo da verificação da quantidade final do produto da
PCR acumulada depois da reacção, que continha um grande número de ciclos. Este tipo de
PCR, através do monitoramento da quantidade de fluorescência emitida durante a reacção de
PCR, funciona como um indicador de quantidade de amplificação de PCR que ocorre durante
cada ciclo de PCR. Portanto, em novas máquinas de PCR é possível acompanhar a reacção em
“tempo real”.
A PCR em tempo real ainda contém uma gama dinâmica muito maior de até 107 vezes, em
comparação a 1000 vezes na RT-PCR convencional, resultando em uma quantificação mais
precisa. A faixa dinâmica de um ensaio determina o quanto a concentração-alvo pode variar e
ainda assim ser codificado.
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2.4.9 Long:
Long PCR é a reacção que é mais extensa ou mais longa que o padrão da PCR, ou seja, mais
de 5 kilo bases. É geralmente útil somente se for de alta precisão, assim, misturas especiais de
polimerases proficiente juntamente com polimerases precisas são muitas vezes misturadas.
Este processo PE frequentemente usado para clonar genes maiores ou grandes segmentos de
DNA que a PCR convencional não consegue realizar.
2.4.10 Inverse:
PCR inversa ou também chamada IPCR, foi descrito pela primeira vez em 1988. A PCR padrão
possui a limitação de que é necessário conhecer as regiões laterais de sentido 5’ e 3’ do
fragmento de DNA de interesse. A PCR inversa permite a condução da reacção de PCR com a
informação apenas de uma sequência interna.
É uma reacção em que os organismos podem ser diferenciados pela análise de padrões derivados
da clivagem do seu DNA, ou seja, os comprimentos dos fragmentos produzidos pela clivagem
de uma endonuclease de restrição de dois organismo diferentes vai diferir quando o DNA for
digerido com uma enzima de restrição.
Para esta técnica é utilizada a metodologia de “Shouthern Blotting”, descrita e 1975, onde após
a restrição enzimática os fragmentos de DNA genómico são sujeitos a electroforese em gel e
posteriormente transferidos para um suporte solido de nitrocelulose através do arrastamento por
capilaridade. Após hibridização com sondas radioactivas este processo possibilita a
identificação, entre milhares de fragmentos de restrição obtidos, de sequências bem
determinadas.
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O objectivo desta técnica é separar os fragmentos por tamanho, já que a reacção gera
fragmentos de mesma extensão. A solução é “peneirar” o resultado da PCR por peneiras
moleculares. As cadeias são “empurradas” através da peneira pela corrente eléctrica, e de
acordo com o tamanho dos furos dela, elas serão retidas ou liberadas. A distância que o
fragmento percorreu a partir do ponto de aplicação é comparada com a distância que outros
fragmentos de tamanhos conhecidos percorreram no mesmo gel. São os marcadores de tamanho
molecular (Ladders = Escadas), que são misturas de trechos de DNA com tamanhos variáveis,
normalmente equidistante entre si. Por exemplo, um Ladder de 50bp quer dizer na prática que
ele mostrará várias bandas, cada uma maior 50 pares de base do que a anterior (50bp,
100bp,150bp, 200bp, 250bp...).
Técnicas precisas de diagnóstico são de suma importância para a prática clínica e pesquisas na
área da saúde, pois se bem desenvolvidas fornecem informações precisas. Com o advento do
teste PCR pode-se estudar o padrão de expressão génica, fazer sequenciamento directo de
produtos amplificados, detecção de mutações em genes, diagnóstico de doenças infecciosas,
detecção de bactérias, vírus, protozoários e parasitos, elucidar relações evolutivas entre espécies
e auxiliar na Medicina Forense.
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Referencias Bibliográficas
eletroforese.
02/10/2023.
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VIEIRA, Daniel Perez. Técnicas de PCR: Aplicação e padronização de reações – aula 2: a
Características das reações e padronização. Protozoologia –
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