Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Editora Chefe
Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
Assistentes Editoriais
Natalia Oliveira
Bruno Oliveira
Flávia Barão
Bibliotecário
Maurício Amormino Júnior
Projeto Gráfico e Diagramação
Natália Sandrini de Azevedo
Camila Alves de Cremo
Karine de Lima
Luiza Batista 2020 by Atena Editora
Maria Alice Pinheiro Copyright © Atena Editora
Edição de Arte Copyright do Texto © 2020 Os autores
Luiza Batista Copyright da Edição © 2020 Atena Editora
Revisão Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora
Os Autores pelos autores.
Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative
Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora.
Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores,
mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
A Atena Editora não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais
ou eletrônicos citados nesta obra.
Conselho Editorial
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Prof. Dr. Álvaro Augusto de Borba Barreto – Universidade Federal de Pelotas
Prof. Dr. Alexandre Jose Schumacher – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso
Prof. Dr. Américo Junior Nunes da Silva – Universidade do Estado da Bahia
Prof. Dr. Antonio Carlos Frasson – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof. Dr. Antonio Gasparetto Júnior – Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
Prof. Dr. Antonio Isidro-Filho – Universidade de Brasília
Prof. Dr. Carlos Antonio de Souza Moraes – Universidade Federal Fluminense
Profª Drª Cristina Gaio – Universidade de Lisboa
Prof. Dr. Deyvison de Lima Oliveira – Universidade Federal de Rondônia
Prof. Dr. Edvaldo Antunes de Farias – Universidade Estácio de Sá
Prof. Dr. Elson Ferreira Costa – Universidade do Estado do Pará
Prof. Dr. Eloi Martins Senhora – Universidade Federal de Roraima
Prof. Dr. Gustavo Henrique Cepolini Ferreira – Universidade Estadual de Montes Claros
Profª Drª Ivone Goulart Lopes – Istituto Internazionele delle Figlie de Maria Ausiliatrice
Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior – Universidade Federal Fluminense
Profª Drª Lina Maria Gonçalves – Universidade Federal do Tocantins
Prof. Dr. Luis Ricardo Fernandes da Costa – Universidade Estadual de Montes Claros
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Marcelo Pereira da Silva – Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Profª Drª Maria Luzia da Silva Santana – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Profª Drª Paola Andressa Scortegagna – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Rita de Cássia da Silva Oliveira – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. Rui Maia Diamantino – Universidade Salvador
Prof. Dr. Urandi João Rodrigues Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande
Prof. Dr. William Cleber Domingues Silva – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins
Prof. Dr. Fernando José Guedes da Silva Júnior – Universidade Federal do Piauí
Profª Drª Gabriela Vieira do Amaral – Universidade de Vassouras
Prof. Dr. Gianfábio Pimentel Franco – Universidade Federal de Santa Maria
Prof. Dr. Helio Franklin Rodrigues de Almeida – Universidade Federal de Rondônia
Profª Drª Iara Lúcia Tescarollo – Universidade São Francisco
Prof. Dr. Igor Luiz Vieira de Lima Santos – Universidade Federal de Campina Grande
Prof. Dr. Jesus Rodrigues Lemos – Universidade Federal do Piauí
Prof. Dr. Jônatas de França Barros – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. José Max Barbosa de Oliveira Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará
Prof. Dr. Luís Paulo Souza e Souza – Universidade Federal do Amazonas
Profª Drª Magnólia de Araújo Campos – Universidade Federal de Campina Grande
Prof. Dr. Marcus Fernando da Silva Praxedes – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Profª Drª Mylena Andréa Oliveira Torres – Universidade Ceuma
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federacl do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Paulo Inada – Universidade Estadual de Maringá
Profª Drª Regiane Luz Carvalho – Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino
Profª Drª Renata Mendes de Freitas – Universidade Federal de Juiz de Fora
Profª Drª Vanessa Lima Gonçalves – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande
Prof. Me. José Luiz Leonardo de Araujo Pimenta – Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria
Uruguay
Prof. Me. José Messias Ribeiro Júnior – Instituto Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco
Profª Drª Juliana Santana de Curcio – Universidade Federal de Goiás
Profª Ma. Juliana Thaisa Rodrigues Pacheco – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Kamilly Souza do Vale – Núcleo de Pesquisas Fenomenológicas/UFPA
Prof. Dr. Kárpio Márcio de Siqueira – Universidade do Estado da Bahia
Profª Drª Karina de Araújo Dias – Prefeitura Municipal de Florianópolis
Prof. Dr. Lázaro Castro Silva Nascimento – Laboratório de Fenomenologia & Subjetividade/UFPR
Prof. Me. Leonardo Tullio – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Ma. Lilian Coelho de Freitas – Instituto Federal do Pará
Profª Ma. Liliani Aparecida Sereno Fontes de Medeiros – Consórcio CEDERJ
Profª Drª Lívia do Carmo Silva – Universidade Federal de Goiás
Prof. Me. Lucio Marques Vieira Souza – Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura de
Sergipe
Prof. Me. Luis Henrique Almeida Castro – Universidade Federal da Grande Dourados
Prof. Dr. Luan Vinicius Bernardelli – Universidade Estadual do Paraná
Prof. Dr. Michel da Costa – Universidade Metropolitana de Santos
Prof. Dr. Marcelo Máximo Purificação – Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior
Prof. Me. Marcos Aurelio Alves e Silva – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
Profª Ma. Maria Elanny Damasceno Silva – Universidade Federal do Ceará
Profª Ma. Marileila Marques Toledo – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Prof. Me. Ricardo Sérgio da Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Prof. Me. Rafael Henrique Silva – Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados
Profª Ma. Renata Luciane Polsaque Young Blood – UniSecal
Prof. Me. Sebastião André Barbosa Junior – Universidade Federal Rural de Pernambuco
Profª Ma. Silene Ribeiro Miranda Barbosa – Consultoria Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão
Profª Ma. Solange Aparecida de Souza Monteiro – Instituto Federal de São Paulo
Prof. Me. Tallys Newton Fernandes de Matos – Faculdade Regional Jaguaribana
Profª Ma. Thatianny Jasmine Castro Martins de Carvalho – Universidade Federal do Piauí
Prof. Me. Tiago Silvio Dedoné – Colégio ECEL Positivo
Prof. Dr. Welleson Feitosa Gazel – Universidade Paulista
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5706-195-4
DOI 10.22533/at.ed.954202407
Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná – Brasil
Telefone: +55 (42) 3323-5493
www.atenaeditora.com.br
contato@atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO
Ao estudar e escrever sobre arquitetura nos deparamos com um universo que vai
além da ciência, essa realidade abrange acima de tudo o social, uma vez que a arquitetura
é feita para o homem exercer seu direito ao espaço, da maneira mais confortável possível.
O conceito do que é exatamente esse conforto muda significativamente com o passar
dos tempos. Novas realidades, novos contextos, novas tecnologias, enfim, uma nova
sociedade que exige transformações no seu espaço de viver.
Algumas dessas transformações acontecem pela necessidade humana, outras, cada
vez mais evidentes, pela necessidade ambiental. Um planeta que precisa ser habitado
com consciência, de que nossas ações sobre o espaço possuem consequências diretas
sobre nosso dia a dia. Esta discussão é necessária e urgente, nossos modos de construir,
de ocupar devem estar em consonância com o que o meio tem a nos oferecer, sem
prejuízo para as futuras gerações.
As discussões sobre essa sustentabilidade vão desde o destino e uso das edificações
mais antigas, que são parte de nosso patrimônio e são também produto que pode gerar
impactos ambientais negativos se não bem utilizados; do desaparecimento ou a luta pela
manutenção da arquitetura vernacular, que respeita o meio ambiente, à aplicação de
novas tecnologias em prol de construções social e ecologicamente corretas.
Não ficam de fora as abordagens urbanas: da cidade viva, democrática, sustentável,
mais preocupada com o bem estar do cidadão, dos seus espaços de vivência, de
permanência e a forma como essas relações se instalam e se concretizam, com novas
visões do urbano.
Para tratar dessas e outras tantas questões este livro foi dividido em dois volumes,
tendo o primeiro o foco na arquitetura, no espaço construído e o segundo no urbano, nos
grandes espaços de viver, na malha que recebe a arquitetura.
No primeiro volume um percurso que se inicia na história, nos espaços já vividos.
Na sequência abordam as questões tão pertinentes da sustentabilidade, para finalizar
apresentando novas formas de produzir esse espaço e seus elementos, com qualidade e
atendendo a nova realidade que vivemos.
No segundo volume os espaços verdes, áreas públicas, iniciam o livro, que passa
por discussões acerca de espaços já consolidados e suas transformações, pela discussão
sobre a morfologia urbana e de estratégias possíveis de intervenção nesses espaços,
também em busca da sustentabilidade ambiental e social.
Todas as discussões acabam por abordar, na sua essência o fazer com qualidade,
com respeito, com consciência, essa deve ser a premissa de qualquer estudo que envolva
a arquitetura e os espaços do viver.
Jeanine Mafra Migliorini
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1........................................................................................................................... 1
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO E URBANIZAÇÃO: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO LITORAL
PAULISTA
Isabella Silva de Serro Azul
Gabriela Sayuri Durante
Samuel Bertrand Melo Nazareth
DOI 10.22533/at.ed.9542024071
CAPÍTULO 2......................................................................................................................... 13
ANÁLISE MORFOLÓGICA DE PADRÕES ESPACIAIS DA VEGETAÇÃO NATIVA REMANESCENTE DO
MUNICÍPIO DE POÇOS DE CALDAS, MG, COMO SUBSÍDIO PARA CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURA
VERDE
Leandro Letti da Silva Araújo
Evandro Ziggiatti Monteiro
DOI 10.22533/at.ed.9542024072
CAPÍTULO 3......................................................................................................................... 30
EVOLUCIÓN DE LAS TIPOLOGÍAS DE ESPACIOS VERDES PÚBLICOS EN EL PAISAJE URBANO.
RESCATE DE LA MEMORIA VEGETAL EN VALPARAÍSO
Cristóbal Cox Bordalí
Constanza Jara Herrera
DOI 10.22533/at.ed.9542024073
CAPÍTULO 4......................................................................................................................... 63
ARBORIZAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS EM IRUPI-ES: UMA ANÁLISE DA MORFOLOGIA URBANA DOS
BAIRROS CAROLINO BARBOSA E JOÃO BUTICA
Eduardo Machado da Silva
Wagner de Azêvedo Dornellas
DOI 10.22533/at.ed.9542024074
CAPÍTULO 5......................................................................................................................... 88
PERCEPÇÃO AMBIENTAL E ANÁLISE MORFO-ESPACIAL DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS: UM
ESTUDO EM CIDADES DE MÉDIO PORTE NO RIO GRANDE DO NORTE/RN
trícia Caroline da Silva Santana
DOI 10.22533/at.ed.9542024075
SUMÁRIO
CAPÍTULO 8....................................................................................................................... 129
A EVOLUÇÃO URBANA DA CIDADE DE SANTOS E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO
DE 1532 A 1930
Hilmar Diniz Paiva Filho
Roberto Righi
DOI 10.22533/at.ed.9542024078
SUMÁRIO
CAPÍTULO 16..................................................................................................................... 267
MOBILIDADE ATIVA E CAMINHABILIDADE: ENSAIO PROJETUAL NA AV. JAIR DE ANDRADE
Mateus Marcarini Zon
Larissa Leticia Andara Ramos
Laura Lopes Akel
Natália Brisa do Nascimento Santos
DOI 10.22533/at.ed.95420240716
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
doi
ABSTRACT: Since the beginning of 1970 there are discussions about sustainable development
as the one in which social and environmental dimensions are not less important than the
economical one. This concept is applied in multiple areas, including the urbanism. Several
urbanism programs considered sustainable have been created, as in this case of the São
Paulo state coast. One of the counties of this region is São Sebastião, where 25.000 families
live in risk areas and within the most significant continued reserve of Atlantic forest in the
country, the Serra do Mar Estate Park. The objective of this paper is the establishment of
relationships between the public politics guidelines in São Sebastião and the sustainable
urbanism. This study was initiated in 2015, in the first stage, the secondary datas were found
and a field survey was performed. Posteriorly, the theoretical reference of the survey were
structured in order to be used as foundations for critical analysis. The recent practices that
were put in place in São Sebatião point to significant advances for the vulnerable population
and the environment preservation questions. However, sustainable urbanism is broad and
some others aspect discussed were not taken in place on the proposed guideline, such as
the prioritization of non-motorized modes of transport .
KEYWORDS: Sustainable development, urbanization, Serra do Mar State Park.
1 | INTRODUÇÃO
A Serra do Mar está presente no norte de Santa Catarina, no Estado de São Paulo e
no do Rio de Janeiro, totalizando aproximadamente 1500 km de extensão. O Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) a tombou em 1985 devido à sua formação
geológica e à abundância de fauna e flora típicas da Mata Atlântica. Essa região configura
uma área de preservação ambiental chamada Parque Estadual da Serra do Mar (PESM)
(SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA DE SÃO PAULO, 2013).
Em São Paulo, a escarpa da Serra do Mar encontra-se próxima à praia e os municípios
estão localizados em uma estreita faixa de planície entre elas. Esse é o caso de São
Sebastião (Fig. 1), pertencente à microrregião de Caraguatatuba.
2 | MÉTODOS
Esta pesquisa foi iniciada em 2015 1, na etapa inicial da pesquisa foram levantados
dados sobre a legislação, população, economia e contexto histórico da região. Em seguida,
foram realizados levantamentos em campo e o tema foi discutido e analisado. Como
houve o interesse em prosseguir a pesquisa, foram realizadas outros procedimentos
metodológicos em 2019, organizados sequencialmente.
Nas etapas seguintes foram feitos outros levantamentos de dados secundários em
livros, e artigos científicos para estruturar o referencial teórico da pesquisa. Esse conteúdo
e o material obtido sobre São Sebastião foram utilizados como embasamento para as
análises críticas realizadas sobre os projeto de urbanização vigentes na região.
1 Durante o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação (TFG) realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Presbiteriana Mackenzie em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)
e com a École d’architecture de la ville et des territoires de Marne-la-Vallée, com a orientação do Prof. Dr. Valter Luis Cal-
dana Jr. e da Prof.ª Dr.ª Maria Augusta Justi Pisani.
5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABIKO, Alex; Moraes, O Desenvolvimento urbano sustentável. TTP/PCC/26. São Paulo: EPUSP, 2009.
COHEN, Simone Cynamon. Habitação saudável como caminho para a promoção da saúde. Tese
(Doutorado em Ciências nas área de Saúde Pública). Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Escola
Nacional de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2004
FARR, Douglas. Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza. Porto Alegre: Bookman Editora
LTDA, 2013.
GEHL, Jan. Cidade para pessoas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2010.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE). Censo de 2010 [acesso online] Disponível em: http://
censo2010.ibge.gov.br/ Acesso em: 28 ago. 2019.
Leite, Carlos. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta
urbano. Porto Alegre: Bookman Editora LTDA, 2012.
RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz; CARDOSO, Adauto Lucio. Reforma urbana e gestão democrática:
promessas e desafios do Estatuto da Cidade. Rio de Janeiro: Revan/FASE, 2003.
ROLNIK, Raquel; NAKANO, Kazuo. As armadilhas do pacote habitacional. Le Monde Diplomatique Brasil,
Ano 2, n. 20. São Paulo: Instituto Polis, 2009.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamonde, 2002.
SÃO PAULO, Governo do Estado. Projeto desenvolvimento sustentável do litoral paulista – programa
recuperação socioambiental da serra do mar e mosaicos da mata atlântica. [acesso online]. São Paulo, 2004.
Disponível em: http://serradomar.sp.gov.br/pdslp/ Acesso em: 21 out. 2016
SILVA, Geovany Jessé Alexandre da. ROMERO, Marta Adriana Bustos. O urbanismo sustentável no Brasil:
a revisão de conceitos urbanos para o século XXI. Arquitextos, Ano 11, n. 128.3. São Paulo: Portal Vitruvius,
2011.
ABSTRACT: As the beginning of studies for the development of a green infrastructure for
the city of Poços de Caldas, in the southeastern region of Brazil, this work proposes the
analysis of the distribution and fragmentation of the remaining native forest by identifying
the morphological patterns of the elements that structure the regional landscape mosaic.
Using remote sensing, the morphological analysis of spatial patterns (MSPA) was performed,
providing the quantification and distribution of the structure and identifying elements
categorized as core area, edge, bridges and islets. Subsequently, a fragmentation analysis
was performed, indicating regions of greater ecological vulnerability, conservation priority and
use conflict. The mapping results provided a complete overview of the landscape structure,
indicating potential areas for conducting green infrastructure in municipal territory composed
of native forest vegetation, indicating that the complexity of the shape and the shredding of
the fragment influences fragmentation levels more than area and distance.
KEYWORDS: Green infrastructure; Landscape Ecology; Forest Fragmentation; Morphological
Analysis; Spatial analysis.
1 | INTRODUÇÃO
2 | MATERIAIS E MÉTODOS
2.4 Material
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2 – Áreas e taxas dos elementos paisagísticos para as duas simulações de largura de borda.
Para a simulação com o valor de pixel de borda em 45m, a classe núcleo obteve
20,97%, havendo uma redução de 11,33% em relação a simulação com pixel de 30m.
Também houve redução na classe borda, pouco significativa, de apenas 1,46%, totalizando
31,55%. A classe corredor correspondeu a 33,65% da área, com aumento de 8,44% e a
classe ilha correspondeu a 13,82%, um aumento de 4,35%. Foram encontrados 2038
polígonos para a classe núcleo, com intervalo de área de 0,02ha (225m²) a 699,64, com
um média de 1,57ha. Para a classe ilha, foram encontrados 8613 polígonos, com intervalo
Figura 5. Acima à esquerda: MSPA; acima à direita: Análise de fragmentação por entropia; embaixo:
exemplos da simulação com 30m e 45m de borda e gradiente dos valores de fragmentação.
Sobre os resultados da simulação com os dois valores de pixel para a classe borda,
foi possível constatar que, apesar da ampliação em 50%, a redução das áreas nucleares
foi de apenas 11,33%. No entanto, esperava-se o aumento do valor da borda, o que
não ocorreu pelo fato do aumento da classe ilha. Com a extinção de áreas nucleares,
também houve a extinção de bordas, fazendo com que os polígonos fossem identificados
como ilhas. A análise sobre a classe ilha demonstrou que existem polígonos dispostos
em sequência, similar a um corredor, porém, a ausência de conectividade foi relevante na
classificação. Também foram constatadas ilhas com grande área, mas alongadas demais,
não havendo largura suficiente para existência de núcleo ou borda.
Em relação à fragmentação da categoria espaços de vegetação, a análise da entropia
confirmou a importância da cadeia de serras em termos de conservação e continuidade
(Figura 5). Os valores são distribuídos em um gradiente azul-verde-laranja-amarelo-
vermelho, sendo azul menores valores de fragmentação e vermelho, maiores valores. Na
região da Serra de São Domingos, foram encontrados os menores valores, em tons de
4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAUJO, L. L. S.; MONTEIRO, E. Z. Análise da vitalidade urbana em Poços de Caldas, MG: uma
abordagem pela sintaxe espacial. VI Conferência da Rede Lusófona de Morfologia Urbana, 2017, Vitória.
Anais. Vítória: UFES. p. 185-194. 2017.
BORGES, L. F. R.; SCOLFORO, J. R.; OLIVEIRA, A. D.; MELLO, J. M.; JÚNIOR, F. W. A; FREITAS, G. D.
Inventário de fragmentos florestais nativos e propostas para o seu manejo e o da paisagem. Cerne,
Lavras, v. 10, p. 22-38, jan./jun. 2004.
BRASIL. Lei n° 12651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Diário Oficial
da União: seção 1, Brasília, DF, 25 mai. 2012.
FORMAN, R. T. T. Patches and structural componentes for a landscape ecology. BioScience, vol 31, 10,
p. 733-740. 1981.
FORMAN, R. T. T. Landscape Mosaics. New York: John Wiley & Sons, Inc.,1995.
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape Ecology. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1986.
HERZOG, C.; ROSA, L. Infraestrutura verde: sustentabilidade e resiliência para a paisagem urbana.
Revista LABVERDE, 1, p. 92-115, 2010.
LANG, S.; BLASCHKE, T. Análise da Paisagem com SIG. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.
MCGARIGAL, K.; MARKS, B. Fragstats: spatial pattern analysis program for quantifying landscape
structure. Portland: U.S. Department of Agriculture, 1995.
MCGARIGAL, K.; CUSHMAN, S.; ENE, E. FRAGSTAS v4: Spatial Pattern Analysis Program for
Categorical and Continuous Maps. Disponível em http://www.umass.edu/landeco/research/fragstats/
fragstats.html. Acesso em:18 abr. 2019.
OSTAPOWICZ, K.; VOGT, P.; RIITERS, K. H.; KOZAK; J.; ESTREGUIL, C. Impact of scale on morphogical
spatial pattern of forest. Landscape Ecology, 23, p. 1107-1117, 2008.
POÇOS DE CALDAS. Lei Complementar nº 74, de 29 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a revisão do
Plano Diretor Municipal. Poços de Caldas, p. 1-47, 29 dez. 2006.
SILVA, J. M. C.; WHEELER, E. Ecosystems as infrastructure. Perspectives in ecology and conservation, 15,
p. 101-110, 2019
SOILLE, P.; VOGT, P. Morphological segmentation of binary patterns. Pattern Recognition Letter, 30, p.
456-459, 2008.
TANNIER, C.; FOLTÊTE, J.; GIRARDET, X. Assessing the capacity of different urban forms to preserve
the connectivity of ecological habitats. Landscape and Urban Planning, 105, 128-139, 2008.
VOGT, P.; RIITTERS, K. H.; ESTREGUIL, C.; KOZAZ, J.; WADE, T. G.; WICKAM, J. D. Mapping spatial
patterns with morphogical imagem processing. Landscape Ecology, 22, 171-177, 2007.
VOGT, P. Quantifying landscape fragmentation. In: XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,
2015, João Pessoa. Anais. João Pessoa: INPE, 2015. p. 1239 – 1246.
VOGT, P. GUIDOS Toolbox – Graphical User Interface for the Description of Image Objects and their
Shapes. Disponível em: http://forest.jrc.ec.europa.eu/download/software/guidos. Acesso em: 22 mar. 2016.
WICKHAM, J.; RIITTERS, K.; WADE, T. G.; VOGT, P. A national assessment of green infrastructure and
change for the conterminous. United States using morphological image processing. Urban Forestry &
Urban Greening, 12, p. 36–43, 2013.
ZHANG, Z.; MEEROW, S.; NEWELL, J. P.; LINDQUIST, M. Enhancing landscape connectivity through
multifunctional green infrastructure corridor modeling and design. Urban Forestry & Urban Greening, 39,
p. 305-317, 2019.
ZONNEVELD, I.S. The land unit: a fundamental concept in landscape ecology, and its application.
Landscape Ecology, 5, p. 67-86, 1989.
URBANO
El paisaje es memoria del territorio, es decir Historia, porque puede entenderse como el
orden simbólico y visual, accesible a la experiencia actual y cotidiana, que expresa las
claves biográficas de los individuos y las sociedades (Ojeda, 2001)
Se vuelve una necesidad el aumentar el área portuaria en tierra que estaba acotada
por la cercanía de los cerros al mar. De esta manera, es modificada la geografía con la
sustracción de material de los cerros para la conformación de rellenos, que dieron lugar
a nuevas superficies tanto para nuevas zonas de la ciudad (el barrio El Almendral) como
para las bodegas y almacenes del puerto, malecones y espacios públicos como la actual
Plaza Echaurren, el Muelle de desembarco de pasajeros Arturo Prat, la Plaza Sotomayor
y el Sector de la Aduana.
Desde su nombramiento como puerto principal y a medida que se va desarrollando
la actividad portuaria, Valparaíso incrementa su población cuya habitación toma posesión
de las quebradas, ejes donde los arroyos que surten de agua para sustentarse explican la
presencia de abundante vegetación.
Figura 3. Valparaíso, Quebrada Elías. Oleo sobre tela, Conrad Martens, 1834
Cabe destacar también la importancia que tienen los ataques por parte de corsarios
europeos (s. XVII) y los continuos desastres naturales en la conformación de la ciudad:
terremotos, marejadas, tempestades e incendios que inciden tanto en la conformación
Donde se puede inferir que un área verde puede constituirse sin poseer vegetación
alguna. Situación que empobrece el espacio público mediante la desregulación de uno de
sus parámetros básicos como lo es la vegetación, es decir, áreas verdes, sin verde: áreas
café. Éstas áreas verdes no consolidadas van en serio detrimento de la calidad de vida
de sus habitantes, afectando el sentimiento de seguridad al prestarse como lugar eriazo
y potencial para conductas antisociales. Actualmente en Valparaíso, éstas áreas cafés
suman 85 hectáreas al año 2010. (Consejo Municipal, 2010).
Por lo anterior, surge la necesidad de llegar a una definición más íntegra de "áreas
verdes", que incluya aspectos socioculturales que le son propios, reconociéndose como
un lugar de encuentro por excelencia, donde ocurre la relación social, espacios para ver
gente y dejarse ver (Mullauer, 2001).
Asimismo, esta nueva definición deberá incluir aspectos ecológicos que respondan a
funciones vitales para la ciudad, concibiendo el binomio ciudad-entorno, como una unidad
con relaciones simbióticas establecidas territorialmente, padeciendo en la mayoría de los
casos, gran fragilidad ante el crecimiento desmedido e informal de las actuales ciudades.
Comprendemos esta relación sistémica, tal como lo definen Benedict y McMahon (2002)
bajo el nombre de Infraestructura Verde
Una red interconectada de espacios verdes que conservan las funciones y valores de los
ecosistemas naturales y provee beneficios asociados a la población humana. (Benedict y
McMahon, 2002)
5 | RESULTADOS
“Recordándole a su tierra natal bautiza este hermoso valle junto al mar, lleno de árboles y
arroyos, con el nombre de Valparaíso” (Harrison, Morales & Swain, 2007)
“El mar no contenido penetraba con las mareas hasta besar el pie de los quillayes y los
boldos, árboles que todavía predominaban a lo largo del litoral" (Olivares, 2015)
"Subiendo por los bordes de las quebradas se hallaban canelos, maitenes, bellotos y
peumos, y, de cuando en cuando, algún litre" (Le Dantec, 2003)
"mientras que en las desnudas y rojizas colinas, como un ejército de gigantes puestos en
atalaya, mecían las Palmas Reales...emblemas legítimos de un clima sin igual” (Olivares,
2015).
internacionales.
Entre los cerros del Puerto dos merecen nuestra detención. Los dos están cubiertos de
flores y moradas silenciosas. (Olivares, 2015).
El gusto por las plantas exóticas introducido por franceses, y el deseo de vivir mejor
explican el nacimiento casi explosivo de estas áreas verdes asociadas a la idea de
recreación y descanso (Urbina, 1999).
La iglesia estaba emplazada frente a una plazuela, la cual con el tiempo fue adornada con
jardines, escaños y una fuente (Harrison, 2007).
La modernización comenzó a verse también allí en 1865 al construirse una nueva recova
y en 1866 al remodelarse con árboles y sofaes para el descanso (Urbina, 1999)
Se establecen tres Unidades de Paisaje para la ciudad, que poseen potencial para
conformar un Sistema de Infraestructura Verde:
1. Altas cimas
Unidad asociada al elemento núcleo en un Sistema de Infraestructura Verde.
Contempla desde las altas cimas de Valparaíso hacia el sur lo que implica menor exposición
solar respecto a la bahía. Su forma obedece a la geografía de Valparaíso donde las
crestas de los múltiples cerros bajan al mar ordenando los asentamientos urbanos a lo
largo de ellas.
Las Altas cimas, además corresponden al límite urbano establecido por la presencia
de vegetación densa contigua a la urbe.
2. Cuenca
Unidad asociada a conector. Se comprende su concavidad alargada como elemento
lineal vinculante transporte de aguas.
3. Borde-mar
Unidad asociada al elemento nodo, que comprende la zona plana de la ciudad y la
serie de plazas que podrían estructurar el sistema verde urbano.
5.3 Tipologías
Figura 30. El recorrido es de paso por el borde, con un muro por la diferencia de nivel. Este paso es a
lo largo del cerro entre su vegetación de suelo: cubre la superficie y sube como muro entre cerro. Lo
que cubre aquí, cubre allá también, cerros verdes.
Figura 32. Plaza Waddington, Playa Ancha. Frondosidad marcada entre encinas desde vértices de la
plaza. Transparencia por ausencia de arbustos y algunos árboles caducos. Apertura hacia el lado norte.
b. Laderas: Planos inclinados del cerro que dan forma a la concavidad de la quebrada
o cuenca. Son afectadas distintamente por el viento predominante (sur oeste) y el sol
según su orientación. Esto caracteriza una ladera de otra pudiendo hacer distinciones
en su vegetación, temperatura y humedad según hora del día. Están definidas por la
pendiente o inclinación del terreno, factor del cual depende su uso y ocupación en cuanto
intervención antrópica; baja y media pendiente alberga habitación y mayor ocupación,
alta pendiente permite un lugar de paso y baja ocupación mientras que una máxima
pendiente la vuelve inhabitable y nula en ocupación o presencia de construcciones. Sobre
las laderas tienen lugar espacios que son inmediatos o próximos a la superficie natural, en
otras palabras la pendiente del terreno establece que el límite de las intervenciones sea el
cerro mismo. Se habita un espacio junto al cerro, próximo a la naturaleza del lugar dada
por su manto vegetal o suelo.
Figura 35.Lo único liso es lo artificial, queda trazado por su medida que permite solamente pasar. Es
inmediato al cerro entresuelos más altos: capa de vegetación en la que se está inmerso, es menor
respecto al cerro, más cerro que paseo, a lo largo.
Figura 38. Mirador Camogli, cerro San Juan de Dios. Fondo denso y voluminoso. No hay suelo
aparente, sino la frondosidad que sostiene la mirada hacia la lejanía.
Figura 42. Plaza de mar orientada al mar. Sus espacios principales para estar y contemplar están en
la línea más cercana al mar. Los árboles principales, pinos cipreses están junto a esta zona: un eje,
entrada con vista y un borde de estar también con vista.
6 | CONCLUSIONES
REFERÊNCIAS
Bascuñan, F., Walker, P., & Mastrantonio, J. (2007). Modelo de cálculo de áreas verdes en planificación
urbana desde la densidad habitacional. Revista Urbano 15, 97-101.
Benedict, M., & McMahon, E. (2006). Green Infraestructure. USA: Island Press.
CEA (Centro de estudios ambientales). (2014). La infraestructura verde urbana de Vitoria-Gasteiz. Vitoria-
Gasteiz. Centro de Estudios Ambientales.
CONAF. (2015). Estadistica: Resumen Regional Ocurrencia y daño por incendios Forestales 1977-2015.
Titulo recuperado de: Consejo Municipal. (2010). Plan de desarrollo comunal. Valparaíso, Chile: Ilustre
Municipalidad de Valparaíso.
Garreaud, R. (2011). Cambio climático: Bases físicas e impactos en Chile. Revista Tierra Adentro. No. 93.
Harrison, F., Morales, M. & Swain, B. (2007). Cronología Gráfica: del lugar de origen de Valparaíso. Chile:
Ediciones Universitarias de Valparaíso.
Le Dantec, F. (2003). Crónicas del Viejo Valparaíso. Valparaíso, Chile: Ediciones Universitarias de Valparaíso.
León, S. (1998). Conceptos sobre espacio público, gestión de proyectos y lógica social: reflexiones sobre la
experiencia chilena. EURE Revista Latinoamericana de Estudios Urbanos Regionales, vol.24, n.71.
MINVU. (2008). Informe Final Proyecto "Recupera y protege los espacios Públicos de Rodelillo a través de
nuevas prácticas Medioambientales". Valparaíso: Ministerio de vivienda y urbanismo. Ilustre municipalidad
de Valparaíso.
Mullauer, W. (2001). El uso del espacio verde urbano: entre lo privado y lo público, estética y rendimiento
económico. La Casa de Campo, parque de Madrid. Revista de dialectología y tradiciones populares. Tomo 56,
cuaderno 1.
Myers, N. & Mittermeier, R. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature International
weekly journal 403, 853-858.
Novoa, P. (2013). Flora de la región de Valparaíso, patrimonio y estado de conservación. Valparaíso, Chile:
Fundación Jardín Botánico Nacional Ediciones.
Ojeda, C. (2001). Estado del arte en las conceptualizaciones del paisaje y el paisaje urbano. Una revisión
bibliográfica. Concepción, Chile.
Urbina, R. (1999). Valparaíso, Auge y Ocaso del Viejo "Pancho" 1830-1930. Valparaíso, Chile: Universidad de
Playa Ancha.
Vásquez, A. (2015). Infraestructura verde, servicios ecosistémicos y sus aportes para enfrentar el cambio
climático en ciudades: El caso del corredor ribereño del Río Mapocho en Santiago de Chile. Revista de
geografía Norte Grande, No 63.
vias tem despertado maior atenção pelos e incipientes além da contínua e adequada
urbana por seus diversos benefícios, dentre Vegetação; Árvore; Irupi; Áreas verdes.
ABSTRACT: Currently, the afforestation of roads has attracted greater attention by city
planners, valuing this element as a component of the urban structure for its various benefits,
among which we highlight: the reduction of air pollution, improvement in the microclimate,
acoustic barrier, shading, distribution ventilation, aesthetic beautification of cities and
quality of life. Present research aimed to carry out a qualitative and applied analysis of the
afforestation of Carolino Barbosa and João Butica neighborhoods in Irupi-ES. For this purpose,
bibliographic research, analysis of case studies, field survey, iconographic research, analysis
of spatial perception and map making were carried out. It was found that the Carolino Barbosa
neighborhood has 78 shrub and tree plants belonging to 14 identified species, where only five
species have not been identified. In the João Butica neighborhood, 38 shrub and tree plants
were found in 13 identified species and only three without identification. It was concluded that
afforestation in the two neighborhoods is scarce, with few examples in isolated areas in the
neighborhoods, without maintenance and due maintenance of species not recommended
for urban afforestation, and the appropriate correction of inadequate and incipient species
should be proposed in addition to maintenance. permanent maintenance.
KEYWORDS: Urban afforestation; Vegetation; Tree; Irupi; Green areas.
1 | INTRODUÇÃO
Atualmente, grande parte da população vive nas cidades. No Brasil, esse número
chega a 80% da população (IBGE, 2010) onde, nas últimas décadas, o país passou por
um acelerado processo de urbanização. Em tal processo, muitas vezes apenas requisitos
básicos de infraestrutura urbana, até então precários nas cidades, tais como pavimentação
de ruas, estradas, saneamento básico entre outros, foram priorizados. Nesse cenário, a
vegetação urbana ocupou um lugar de esquecimento no planejamento urbano pelo poder
público. Em Irupi, cidade do estado do Espírito Santo (ES), a situação foi bem parecida. A
cidade, situada na região do Caparaó capixaba, conta hoje com cerca de 13.380 habitantes
(IBGE, 2017), e sua economia gira em torno do café, sua principal atividade econômica.
Nos últimos anos, a cidade passou por um rápido processo de urbanização que
priorizou os bairros mais periféricos, dentre eles, os bairros Carolino Barbosa e João
Butica. Ambos os bairros possuem características semelhantes, são predominantemente
residenciais, havendo poucos pontos de comércio. Ambos surgiram há cerca de 20 anos e
passaram por um rápido processo de urbanização que acabou ignorando as áreas verdes,
originando um espaço urbano excessivamente pavimentado e escasso de vegetação.
Com o recente crescimento desordenado e falta de planejamento urbano nas cidades
brasileiras, despertaram atenção de planejadores no sentido da vegetação urbana, como
componente necessário na estrutura da cidade. (RIBEIRO, 2009).
2 | DESENVOLVIMENTO
Na Idade Média destacam-se as novas formas de jardinaria, ênfase aos jardins Árabes
com funções específicas, de pequena escala, tratando-se de jardins internos constituídos
basicamente de plantas frutíferas e aromáticas. A desagregação do império Romano,
consequência das invasões bárbaras, instalou na Europa uma involução no mundo da
cultura, proporcionando a estagnação, por determinado período das manifestações
artísticas. (LOBODA; DE ANGELIS, 2005, p.127, 128).
Um fator importante da atuação das árvores nas cidades, é que elas podem funcionar
como direcionamento e distribuição de ventos, e como barreira acústica. Para MASCARÓ
(2010), a ventilação é de suma importância na ambiência dos espações arquitetônicos
e urbanos e consequentemente, na sensação térmica de seus usuários, além também
de ser responsável pela renovação do ar destes espaços assegurando a qualidade
necessária à respiração humana. Ele também cita quatro efeitos básicos da ventilação
em relação ao vento, dentre eles a canalização do vento, quando formado o corredor de
vegetação isso pode reforçar ou amenizar a ação do vento (figura 02).A filtragem ocorre
pela presença de vários tipos de vegetação e de variados tamanhos distribuindo assim
a ventilação, funcionando também como barreira sonora (figura 03). A deflexão, ocorre
quando a vegetação presente torna a ventilação defletora e diminui sua velocidade e
altera suas direções, de modo também que distribua o vento (figura 04). E a obstrução,
é quando a vegetação presente atenua a velocidade do vento, alterando sua direção e
diminuindo a temperatura do ar (figura 05).
Seguindo o ponto de vista de Mascaró (2010), as árvores também podem servir como
barreira sonora, reduzindo e absorvendo os ruídos através de cinco maneiras diferentes,
são elas: absorção, desviação, reflexão e refração do som, exemplo ilustrado na figura 06.
[...] pela absolvição do som (elimina-se o som), pela desviação (altera-se a direção do
som), pela reflexão (o som refletido volta a sua fonte de origem), pela refração (as ondas
sonoras mudam de direção através de um objeto, por ocultamento, cobra-se o som
indesejado por outro mais agradável) (MASCARÓ, 2010.p. 52).
As árvores também são responsáveis por capturar o gás carbônico “por meio da
fotossíntese, as árvores capturam o gás da atmosfera e o utilizam na formação de suas
estruturas vegetativas. Sendo este, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, as
árvores auxiliam no combate ao aquecimento global” (SÃO PAULO, 2015).
Além do mais, a arborização urbana proporciona a conexão da fauna e flora, pois as
árvores atuam como corredores ecológicos (figura 08), servindo como abrigo e caminho
para vários seres vivos, como insetos, líquens e aves, enriquecendo a biodiversidade local.
Além disso, essas árvores servem de atrativo e refúgio, principalmente para a avifauna
urbana, pois suas flores e frutos garantem as condições de sobrevivência desses animais
(SÃO PAULO, 2015).
Na pequena cidade de Colorado, RS, foi realizada uma análise qualitativa e quantitativa
de sua arborização. A pesquisa se baseava em avaliar as árvores existentes na cidade,
catalogando espécies, observando suas atuais condições, conflitos com o ambiente
urbano e entre outros (RABER; RABELATO 2010). A cidade de Colorado possui uma
população de cerca de 3.550 habitantes e sua economia na base agrícola (PREFEITURA
MUNICIPAL DE COLORADO, 2010). Por ser uma cidade de pequeno porte e por possuir
características semelhantes à cidade de Irupi, este estudo de caso foi utilizado como
referência para o objeto de estudo deste trabalho.
Os autores realizaram um levantamento, no município, por meio de método quali-
quantitativo “em forma de amostragem, averiguando desta forma, a situação atual da
arborização urbana.” (RABER; RABELATO, 2014, p. 187). Foram escolhidas as ruas de
maior movimento na cidade. Todos os dados foram minuciosamente anotados em planilhas
referentes a cada quarteirão das ruas analisadas “O levantamento quali-quantitativo foi
realizado através de caminhadas pelas ruas e avenidas, sendo que os indivíduos foram
facilmente reconhecíveis como árvores, ervas ou plântulas.” (RABER; RABELATO, 2014,
p. 188).
Ainda segundo Raber e Rabelato (2014), o próximo passo foi realizar a identificação
botânica das árvores catalogadas, as árvores foram analisadas conforme categorias, tais
como: morto – com danos irreversíveis; péssimo – com de doenças doenças ou pragas;
regular – com indícios de doenças, pragas ou defeitos físicos; bom – sem presença de
doenças, pragas e defeitos; ótimo – vigorosas e em perfeitas condições.
Para análise da diversidade, os autores utilizaram o índice de diversidade de
Shannon-Weiner, que é um cálculo mais simples para amostragem de levantamento de
arborização urbana.
H = -Ssi = 1 piLnpi
Onde:
H = índice de Shannon;
s = número de espécies;
pi = proporção da amostra contendo indivíduos da espécie i.
A partir desse cálculo, foi possível chegar ao valor de 43 árvores por quilometro
quadrado nas ruas da cidade, onde foram encontrados no total 483 indivíduos arbóreos
identificados em 45 espécies. O Ingá marginata foi a espécie predominante com 21% da
população arbórea e as espécies nativas representavam 51% da arborização na cidade
2.4 Metodologia
A pesquisa se classifica como qualitativa e aplicada, onde tem como objetivo analisar
a malha urbana dos bairros Carolino Barbosa e João Butica na cidade de Irupi (ES),
bem como catalogar áreas verdes presentes no perímetro urbano dos mesmos e avaliar
sua atual infraestrutura. O primeiro passo da pesquisa ocorreu em nível bibliográfico, a
partir do referencial teórico, buscando conceitos, definições, aspectos históricos e outras
informações fundamentais acerca do assunto proferido. A segunda parte da pesquisa se
deu por meio de estudo de campo, levantamento fotográfico da área, análise de percepção
espacial e elaboração de mapas.
A sede do município atualmente conta com oito bairros, sendo eles, Bom Pastor,
Carolino Barbosa, Centro, Jequitibá, João Butica, João Tomáz, Laurentino Antônio Faria
(Reta) e Wilson Fernandes Pereira, como ilustrado no mapa da figura 12.
Foram analisados os bairros Carolino Barbosa e João Butica, por serem bairros
residenciais, e onde detém a maior quantidade de arborização urbana na cidade. Segundo
dados da Prefeitura Municipal de Irupi, em 2017 os bairros possuíam respectivamente
uma população de 723 e 611 habitantes. De acordo com as análises feitas in loco nos dois
bairros, ambos possuem características urbanísticas semelhantes, com a predominância
de zona residencial e poucos pontos de comércio e serviço. O Bairro João Butica possui
ao todo 13 ruas, enquanto o bairro Carolino Barbosa possui 5 ruas (Figura 13).
A pavimentação em grande parte das ruas foi executada por bloquetes sextavados.
No bairro João Butica, 6 das 13 ruas não estão pavimentadas, sendo elas: João da Camila,
Vereador Flávio Tavares Valério, Antônio Ribeiro Sobrinho, ruas projetadas Um, Dois e
Três. Já nas ruas, Antônio Cláudio da Silva, Milton da Costa Lomar, Joaquim Gomes de
Oliveira, Adílio Butica, Jorge Ferreira da Silva e parte da rua José Pedro Gerado, possuem
pavimentação por bloquetes sextavados.
No bairro Carolino Barbosa, todas as cinco ruas possuem pavimentação. As ruas,
João Ferreira Leite, Adílio Butica, Antônio Graciano Ribeiro e Afonso Borba, possuem
pavimentação por bloquetes sextavados, na Avenida Floriano Soares de Sousa, a
pavimentação é asfáltica. A divisa oficial entre os bairros se faz pelo córrego canalizado
que passa sob a rua Antônio Cláudio da Silva, seguindo pela rua João da Camila. O
gabarito predominante nos bairros é de 1 a 4 pavimentos, sendo mais predominante o
gabarito até dois pavimentos no bairro João Butica e o gabarito de 2 a 3 três pavimentos
no bairro Carolino Barbosa, tornando o último, um bairro mais denso e populoso, apesar
de possuir poucas ruas. O bairro Carolino Barbosa é contemplado com calçadas mais
largas, numa média de 2 a 3 metros de largura, enquanto no bairro João Butica a média
Figura 16: Rua Elzira de Almeida (João Figura 17: Rua Antônio Cláudio da Silva
Butica). (Carolino Barbosa / João Butica).
Fonte: Arquivo do autor, 2018. Fonte: Arquivo do autor, 2018.
Figura 20: Rua João Ferreira Leite Figura 21: Rua João Ferreira Leite
(Carolino Barbosa). (Carolino Barbosa).
Fonte: Arquivo do autor, 2018 Fonte: Arquivo do autor, 2018.
A análise da vegetação presente nos bairros foi feita a partir de visita in loco,
levantamento fotográfico, coleta de material, como folhas e frutos das espécies arbóreas
pesquisadas e, em seguida, por meio de consulta bibliográfica, identificando todos os
pontos de vegetação presentes nos bairros e realizando marcação em mapa para melhor
reconhecimento de área arborizada.
Figura 24: Mapa das vias e da vegetação urbana atual nos bairros em abril de 2018.
Fonte: Prefeitura Municipal de Irupi (2018), adaptado pelo autor.
Mangueira 11 15,86
Sibipiruna Mangífera indica 10 13,51
Areca Caesalpina pluviosa 9 12,16
Hibisco Dypsislutescens 7 9,45
Fícus Hibiscus rosa-sinensis 6 8,10
Pata-de- Fícus Benjamina 5 6,75
vaca 4 5,40
Bauhiniavariegata
Extremosa 3 4,05
Lagerstroemia indica
Cássia 3 4,05
Cassia siameaLam.
siamea
Licania tomentosa 3 4,05
Oiti
Tabebuia chrysotrichia 3 4,05
Ipê Amarelo
Psidiumguajava 2 2,70
Goiabeira
Schinusterebinthifolia 2 2,70
Aroeira
Cupressusmacrocarpa 1 1,35
Tuia
Clitoriafairchildiana 5 6,75
Sombreiro
-
Não
indentificado
Tabela 2 – Espécies arbustivas e arbóreas presentes nas vias do bairro Carolino Barbosa
Fonte: Autor, 2018.
Mangueira 7 18,42
Areca Mangífera indica 4 10,52
Jerivá Dypsislutescens 4 10,52
Hibisco Syagrusromanzoffiana 4 10,52
Fícus Hibiscus rosa-sinensis 3 7,89
Extremosa Fícus Benjamina 3 7,89
Goiabeira Lagerstroemia indica 2 5,26
Palmito-amagoso Psidiumguajava 2 5,26
Aroeira Polyandrococoscaudenses 2 5,26
Tuia Schinusterebinthifolia 1 2,63
Sombreiro Cupressusmacrocarpa 1 2,63
Amendoeira Clitoriafairchildiana 1 2,63
Sibipiruna Terminaliacatappa 1 2,63
Não indentificado Caesalpina pluviosa 3 7,89
Tabela 3 – Espécies arbustivas e arbóreas presentes nas vias do bairro João Butica
Fonte: Autor, 2018.
3 | CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D. N. de; NETO, R. M. R. Análise da arborização urbana de duas cidades da região norte do
estado de Mato Grosso. Revista Árvore. v. 34, nº. 5, p.899-906, 2010.
BONAMETTI, J. Arborização Urbana. Terra e Cultura, v. 19, nº. 36, p. 51 - 55, 2001.
BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2002.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE Cidades. Panorama Irupi. Território e
Ambiente. 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/es/irupi/panorama>. Acesso em Mar.
2018.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Irupi. Território e Ambiente. 2010. Disponível
em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/es/irupi/panorama>. Acesso em Mar. 2018.
CABRAL, P. Arborização urbana: problemas e benefícios. Revista Especialize On-line IPOG, Goiânia, nº 06
6ª ed. nº 006, vol. 1, nº 6, p. 1 - 15, 2013.
CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). Manual de Arborização. Belo Horizonte. Cemig/Fundação
Biodiversitas, 2011.
COUTRO, Eduardo Matheus. MIRANDA, Gabriel de Magalhães. Levantamento da arborização urbana de Irati
– PR e sua influência na qualidade de vida de seus habitantes. In: Revista eletrônica. Lato Sensu, ano 2, nº
1, julho de 2007.
FREITAS, M. L. T. M. A relação das áreas verdes com o microclima das cidades urbanas.
GEHL, jan. Cidades para Pessoas. Ed. Perspectiva. São Paulo, 2013.
GREY, G. W.; DENEKE, F. J. Urban Forestry. 2.ed. New York: John Wiley, 1986. 299p.
JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos usos e funções.
Ambiência. Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais. Guarapuava, v.1, nº 1, p. 125-139. jan./jun.
2005.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.
Volumes I, II e III. Nova Odessa: Plantarum. 368 p. 2002.
MASCARÓ, L; MASCARÓ, J. Vegetação Urbana. 3.ed. Porto Alegre: Mais Quatro editora, 2010. 240p.
MILANO, M.; DALCIN, E. Arborização de vias públicas. Rio de Janeiro: LIGHT, 2000.
PREFEITURA MUNICIPAL DE IRUPI. Mapa Viário de Irupi: Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, Setor
de Engenharia, 2018.
RABER, A. P.; REBELATO, G. S. Arborização Viária do Município de Colorado, RS: Análise Quali-quantitativa.
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. REVSBAU, Piracicaba, v.5, n.1, p.183-199, 2010.
ROCHA, R. T; LELES, P. S. S; NETO, S. N. O. arborização de vias públicas em Nova Iguaçu, RJ: o caso dos
bairros Rancho Novo e Centro. Revista Árvore, Viçosa, v.28, n.4, p.599-607, 2004.
SÃO PAULO. Manual Técnico de Arborização Urbana. São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente, 2015. 126p.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996.
1 | INTRODUÇÃO
Os espaços livres públicos são fundamentais para a interação social das pessoas
nas cidades e embora exista uma demanda efetiva, a construção de novos espaços
nem sempre apresenta projetos que favoreçam ou incentivem a sua utilização. Fala-se
bastante sobre a crise que afeta o uso e valorização dos espaços públicos enquanto
locais de lazer, recreação e circulação (ARENDT, 1991; HABERMAS, 1984; JACOBS,
2001; SENNET, 1988). Em consequência, muitas práticas sociais que eram características
desses espaços foram direcionadas a locais que favorecem maior permanência do usuário
por ofertarem mais conforto e segurança, como condomínios fechados, clubes exclusivos,
shoppings centers e parques temáticos.
Por outro lado, ao invés de se debruçarem sobre a crise, outros autores dedicam-se
a debater sobre a vitalidade dos espaços públicos, voltando-se para os locais onde ela
é encontrada e para o entendimento das condições que favorecem vivências públicas
coletivas harmoniosas. Nesse sentido, Gehl e Gemzøe (2002) argumentam que parte
do não-uso está ligado ao empobrecimento dos projetos dos espaços públicos, que não
acompanham as mudanças sociais. O texto a seguir tem como base uma revisão teórico-
conceitual acerca de elementos projetuais capazes de propiciar a vitalidade urbana em
áreas livres, envolvendo obras de Gehl, Whyte, Jacobs e Alexander e entrevistou usuários
para averiguar que elementos projetuais abordados pelos autores são mais perceptíveis
e incentivam o uso e a vitalidade dos espaços livres públicos.
A respeito do debate sobre o conceito de praça e a noção de espaço público, Alex
(2008) ressalta, que atualmente as influências do paisagismo norte-americano interferem
marcantemente no entendimento e nas formas de conceber o projeto desses espaços
urbanos. Para este autor, a praça é simultaneamente um vazio e uma construção e, mais
do que apenas um espaço físico aberto, revela-se um centro social integrado ao tecido
urbano, sendo também importante pelo seu valor histórico e pela sua participação contínua
na vida da cidade.
Embora parte da literatura discorra sobre a “crise” nos espaços livres públicos,
comentando sua “morte” como um fenômeno contemporâneo (JACOBS, 1961/2001;
SENNET, 1988), outra parte dela discute possibilidades de utilização desses locais, cuja
3 | PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo de caso apresentado neste artigo é um recorte de uma pesquisa que tem por
tema os espaços livres públicos urbanos, e que é norteada pela metodologia consagrada
na área ambiente/comportamento, de abordagem multidisciplinar (por exemplo, MARCUS;
FRANCIS, 1998).
Para sua realização, foram utilizados múltiplos métodos de coleta de dados, tais
como: levantamento de arquivo, levantamento físico e entrevistas com usuários. A
pesquisa bibliográfica buscou embasamento sobre o tema da vitalidade urbana e dos
elementos que possibilitam a vivência saudável e coletiva no ambiente construído, a qual
gerou um quadro de referências baseado em obras e estudos relevantes sobre o tema.
O município de Pau dos Ferros está localizado na Região do Alto Oeste Potiguar,
e possui uma população de cerca de 27.745 habitantes, dos quais mais de 90% está na
área urbana (IBGE, 2012) (Figura 01).
Figura 01: Mapa de Pau dos Ferros no RN e na Região do Alto Oeste Potiguar (IBGE; 2012)
A cidade de Pau dos Ferros tem sua origem atrelada á uma trilha utilizada por
vaqueiros e viajantes a caminho da Província do Ceará em 1973 e que seguia um curso
d’água que no período do inverno estava cheio e que viria ser chamado de Rio Apodi.
A região em que está localizado o município fica entre duas serras e ás margens do
rio Apodi. Foi elevada à condição de vila em 04 de setembro de 1854 quando se desvincula
de Portalegre e se torna um importante entroncamento em função da circulação de
mercadorias e pessoas. Em 1924 Pau dos Ferros foi elevada á categoria de cidade, sendo
Francisco Dantas de Araújo seu primeiro prefeito. Atualmente a cidade conta com 27 733
habitantes (IGBE, 2012) e se divide em 13 bairros que se desenvolvem principalmente
nas proximidades de dois importantes eixos viários, a BR 226 que corta a cidade no
sentido norte-sul e a RN 117, no sentido leste à oeste.
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 5 94
A praça Monsenhor Caminha ou Praça de Matriz, na cidade de Pau dos Ferros
está situada em sua zona central e possui uma área de aproximadamente 988 m2. Foi
inaugurada em 27 de junho de 2009 e na última reforma recebeu uma fonte, bancos,
arborização e paisagismo, lixeiras, além de quiosques de venda de comida e bebidas e
artesanatos. O formato da praça é triangular e cercado por ruas em todas as sua faces, o
que facilita seu acesso por qualquer um dos lados, ampliando sua permeabilidade (Figura
02).
Figura 02: Imagens da Praça Monsenhor Caminha, Pau dos Ferros, Natal/RN/Brasil.
5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALEX, S. Projeto da Praça. Senac, São Paulo, 2008.
ALEXANDER, C., ISHIKAWA, S. e SILVERSTEIN, M. A pattern language: Towns, buildings, construc‑ tion.
Oxford University Press, New York, 1977.
CANTER, D. “The facets of place”. In G. T. Moore & R.W. Marans (Eds). Advances in environment Behavior
and Design. Plenum Press, New York, v.4, 109-147, 1997.
CARMONA, M. Public places, urban places: the dimensions of urban design. Architectural Press, Burlington,
2003.
GEHL, J. La humanización del espacio urbano. La vida social entre los edificios. Editorial Reverté,
Barcelona, 2006.
GEHL, J; GEMZØE L. Novos espaços urbanos. Barcelona: Ed. Gustavo Gilli S.A, 2002.
HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública. Investigações quanto a uma categoria da sociedade
burguesa. Trad. Flavio Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra.
Rio de Janeiro, 2012.
JACOBS, J. Morte e Vida de Grandes Cidades. Martins Fontes, São Paulo, 2001.
MARCUS, C. C. e FRANCIS, C. People places: design guidelines for urban open space. 2nd. John Wiley,
New York, 1998.
SANTANA, Trícia Caroline da Silva. Uma reflexão sobre a vitalidade das praças de Natal/RN. Natal, UFRN,
2015. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa de Pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
________. SANTANA, Trícia Caroline da Silva. Mapeamento e quantificação das áreas verdes livres de Pau
dos Ferros/RN: um estudo de caso. In: Congresso PNUM– A Produção do Território: Formas, Processos e
Desígnio, 2018. Anais...Porto, Portugal.
SENNETT, R. O declínio do homem público. Companhia das Letras, São Paulo, 1988.
SILVA, A. M. Atratividade e Dinâmica de Apropriação de Espaços Públicos para o Lazer e Turismo. Porto
Alegre, UFRGS, 2009. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.
WHYTE, W. H. The social life of small urban spaces. Project for Public Spaces, New York, 2009.
1 | INTRODUÇÃO
[...] aparentemente funciona, como uma espécie de molde da cidade ideal ou desejável.
[…]. Porém, ao estabelecer formas permitidas e proibidas, acaba por definir territórios
dentro e fora da lei, ou seja, configura regiões de plena cidadania e regiões de cidadania
limitada (ROLNIK, 1997, p. 13-14).
2 | METODOLOGIA
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio de imagem de satélites, disponíveis no Google Earth Pró podem ser
observados as mutações do espaço (Figura 3). A Ilha de Deus está localizada em região
de valor imobiliário de Recife, próximo do Shopping Rio Mar, entre o bairro Imbiribeira e o
manguezal do Pina, correspondente uma formação informal autoconstruída e constituída
por uma comunidade de moradores e pescadores locais (1). A imagem (2) revela a
ocupação extensiva em toda área da ilha excedendo os limites por meio de ocupações
em palafitas sobre as áreas de manguezais e reservas naturais. Nota-se na imagem (3)
a remoção das edificações existentes para consolidação de um assentamento em casas
de alvenaria, infraestrutura e acesso por ponte. Na imagem (4) pode ser observado uma
nova ordem territorial com a eliminação das antigas edificações e a consolidação de uma
nova organização espacial (4), (GOMES, 2019).
Trata-se de área ambientalmente sensível, ocupada historicamente por comunidades
tradicionais. Seu processo de crescimento foi marcado pelo adensamento e pelo abandono
de políticas urbanas e sociais. Devido as precárias condições sanitárias, de infraestrutura
e de habitabilidade, com altos índices de violência, chegou a ser conhecida como “Ilha
sem Deus”, relatou moradores em visita de campo (2017). Após vivenciarem a morte de
um filho nas palafitas de acesso a área, e desgastadas com o baixo grau de habitabilidade,
acessibilidade e condições sanitárias, um grupo de mulheres de pescadores locais,
tomaram frente e foram motivadas na luta por, moradia, infraestrutura e equipamentos
[...] a comunidade da Ilha de Deus não surgiu apenas devido ao perverso cruzamento
entre a exclusão social e depredação ambiental, mas também, só pode surgir e crescer
pela ineficiência do poder público em aplicar o conjunto existente de leis de proteção
e controle das áreas de interesse ambiental. A dimensão das ocupações pobres em
áreas de restrição é tamanha, que, de fato, esta irregularidade urbanística foi “aceitada”
pela incapacidade do estado em executar o conteúdo complexo e rigoroso das leis
ambientais sobre áreas urbanas. (MOREIRA,2017, p.6-7).
4 | CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
AGUILERA, Frederico; NAREDO, José Manuel. Economía, poder y megaproyectos. Madrid: Economia &
Naturaleza, 2009.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento
do solo urbano e dá outras providências. Diário Oficial da União, 20 dez. 1979.
______. Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Novo Código Florestal, Lei de Preservação da Vegetação Nativa
(LPVN). Diário Oficial da União, 28 maio 2012.
COSTA, Everaldo Batista da. Cidades da patrimonialização global: simultaneidade totalidade urbana –
totalidade – mundo. São Paulo: Humanitas, Fapesp, 2015.
FERNANDES, Edésio. Direito e gestão na construção da cidade democrática no Brasil. In: Brandão, Carlos
Antônio Leite (Org.). As cidades da cidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 123-139
GOMES, Ramon, Fortunato. Informalidades planejadas: análise em conjuntos urbanos tombados do litoral
brasileiro. Tese, Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de
Brasília. UnB, Brasília p.366, 2019.
IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Conjuntos Urbanos Tombados (Cidades
históricas). IPHAN, Patrimônio Cultural, Brasília DF, 2014. Acessado em 27 mar. de 2020. Online. Disponível
em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/123
MARICATO, Ermínia. Para entender a crise urbana. São Paulo: Expressão Popular, 2015.
MOREIRA, Clara Gomes; SOUZA, Maria Ângela de Almeida, Letras. Ilha de Deus no Recife – Brasil: um
caso emblemático do direito à moradia conquistado em área de risco legalmente preservada. Centro
Cientifico Conhecer, Jandaia GO, 23 mar. 2000. Acessado em 28 mar. 2020. Online. Disponível em: http://
www.conhecer.org.br/download/DIREITO%20AMBIENTAL/leitura%20anexa%203.pdf
MORETTI, Ricardo de Sousa; AMORE, Caio Santo. Direito à legalidade e retomada do controle público
sobre a produção da cidade. BR Cidades, 21 fev. 2019. Acesso em: 28 mar. 2020. Disponível em: http://
observatoriodasmetropoles.net.br/wp/direito-legalidade-e-retomada-do-controle-publico-sobre-producao-da-
cidade/.
MORRIS, A. E. J. História de la forma urbana: desde sus orígenes hasta la Revolución Industrial. 4. ed.
Barcelona: Gustavo Gilli, 1992.
PANERAI, Philippe. Análise urbana; tradução de Francisco Leitão; revisão técnica de Sylvia Ficher. Editora
Universidade de Brasília, 2006.
PMRE. Prefeitura da Cidade do Recife. Secretaria de Planejamento e Gestão. Informativo Ação Ilha de
Deus, n.0, dez. 2009, ano 1. Disponível em: http://www.seplag.pe.gov.br/web/idd/ilha-de-deus-informativos.
Acesso em 29 de jul. de 2017.
ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei: legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. São
Paulo: Studio Nobel; Fapesp, 1997.
ROSA, Marcos L. Microplanejamento práticas urbanas criativas: microplaning urban criative practices.
Brasil, Editora de Cultura, 2011.
SILVA, Fernando Fernandes da. As cidades brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2. ed.
São Paulo: Peirópolis: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
REIS, Tatiana Francischini Brandão dos; ATAÍDE, Ruth Maria da Costa. Reestruturação urbana da franja
litorânea da via costeira, Natal/RN. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades/ National Journal of
Cities Management, Tupã SP, v. 03, n. 19, pp. 70-88, 2015. Acesso em: 29 de mar. 2020. Online Disponível
em: http://www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/gerenciamento_de_cidades/article/
view/1046/1070.
1 | INTRODUÇÃO
2 | RESILIÊNCIA URBANA
As cidade são dependente de grandes áreas – a área estimada para dar o suporte
que uma cidade necessita chega a ser de 500 a 1000 vezes o tamanho dela (FOLKE et al.,
1997) – , distantes dela, que possam provê-la de bens e serviços (comida, água, energia,
etc.) e possam dar conta de seus resíduos – estima-se que em todo o mundo as cidades
gerem 720 bilhões de toneladas de lixo todo ano e, em países em desenvolvimento, apenas
25% a 55% do lixo é coletado (UN HABITAT, 2012). Porém, não apenas do ambiente
externo dependem as cidades, pois estas também são beneficiadas por seu ecossistema
urbano interno (BOLUND; HUNHAMMAR, 1999).
Como resultado, esse processo de urbanização tem afetado profundamente a
biodiversidade, os processos e serviços ecossistêmicos, o clima e a qualidade do ambiente
não apenas em escala local, mas global ( WU et al., 2013), fato que tem gerado um amplo
entendimento do conceito de resiliência e suas implicações para a sustentabilidade urbana
(ALBERTI; MARZLUFF, 2004; AHERN, 2013). Cidades resilientes são mais preparadas e
respondem melhor e mais rápido às mudanças e situações de emergência, tanto internas
quanto externas. Assim, ao ampliar os serviços do ecossistema urbano e garantir maior
resiliência às cidades, estas têm menores perdas econômicas diante de distúrbios (JHA
et al., 2013).
Entende-se por resiliência a capacidade de um sistema em absorver distúrbios –
interações que alterem o comportamento de um sistema (SALAS-ZAPATA et al, 2017)
– antes que um sistema mude sua estrutura – mudando suas variáveis e processos que
controlam o comportamento de seus elementos (HOLLING, 1973) – e reorganizar-se
diante de mudanças de modo que este mantenha essencialmente as suas funções, sua
estrutura, identidade e feedbacks (WALKER et al., 2004).
Salas-Zapata et al. (2017) e Folke (2006) indicam que existem três tipos de
resiliência, com diferentes significados, de acordo com a área da ciência que a aplica,
cujos usos justificam-se pela necessidade de entender o porquê da estabilidade de certos
sistemas. São elas a resiliência técnica, ecológica e socioecológica, que diferenciam-se,
3 | ECOLOGIA URBANA
Surgem daí as discussões a cerca da Ecologia Urbana, cujo foco dos estudos urbanos
passa, então, a ser ecológico e o espaço urbano compreendido como um ecossistema
(BOLUND; HUNHAMMAR, 1999; CADENASSO; PICKETT, 2008), seja a cidade composta
por diversos ecossistemas individuais, ou definida como um único ecossistema (REBELE,
1994).
A Ecologia Urbana permite que façamos uma reflexão de que a realidade das cidades
ou áreas urbanas, assim como elas se desenvolveram ao longo do tempo, não representa
apenas uma importante forma da coexistência humana, mas também as relações entre
homem e natureza. Não conseguimos entendê-las por completo analisando suas partes,
pois as cidades não são a simples combinação do sistema humano com o sistema
ecológico (ALBERTI, 2008). O estudo do ecossistema urbano resulta no estudo de um
sistema híbrido originado pela interação entre os sistemas humano e ecológico.
Para criar uma ligação entre a teoria da ecologia urbana e a prática de planejamentos
e projetos de paisagens com foco ecológico, torna-se necessário o conhecimento de cinco
princípios urbanos básicos (CADENASSO; PICKETT, 2008), os quais apontam para as
funções do ecossistema que originarão serviços na paisagem urbana: 1 – cidades ou
áreas urbanas são ecossistemas; 2 – elas são heterogêneas; 3 – são dinâmicas; 4 – seus
componentes humano e biofísico interagem; 5 – e os processos biofísicos continuam
sendo importantes nelas.
Destes princípios, cabe ressaltar a importância dos processos biofísicos, os quais,
por muito tempo negligenciados, têm sido objeto de estudos, uma vez que se reconhece
a capacidade dos espaços verdes urbanos em dar suporte à biodiversidade, amenizar
condições climáticas extremas e facilitar a infiltração de águas de chuvas como alguns
dos serviços ecológicos prestados pelo ecossistema urbano (CADENASSO; PICKETT,
2008). Ainda, toda paisagem urbana, e não apenas os espaços verdes, podem prover
serviços ecológicos.
7 | CONCLUSÃO
Está clara a importância dos serviços prestados pelo ecossistema urbano para o
bem-estar, qualidade de vida e saúde humanas, uma vez que dependemos deles para
sobreviver. A ecologia da paisagem urbana com foco na sustentabilidade urbana vem
aumentando a ênfase dada aos serviços do ecossistema e suas relações com o bem estar
humano (WU et al.; 2013). Torna-se, então, necessária a garantia e o incremento destes
serviços, os quais contribuem para a estrutura de uma cidade mais resiliente. Uma vez
que as cidades e sua população tendem a crescer nas próximas décadas (UN Habitat,
2012), tanto os serviços quanto os ecossistemas que os provém passam a ter grande
importância para o planejamento e projeto das cidades (BOLUND; HUNHAMMAR, 1999).
Por fim, uma abordagem alternativa para ecologia urbana reside na arquitetura
da paisagem e seu planejamento. Esta prática profissional é motivada pelo desejo
de incorporar princípios ecológicos, de modo a prover ambientes mais agradáveis e
REFERÊNCIAS
AHERN, Jack. Planning and design for sustainable and resilient cities: theories, strategies, and best practices
for green infrastructure. In: NOVOTNY, V.; AHERN, J.; BROWN, P. (ed). Water-centric sustainable
communities. Hoboken: Wiley e Sons, 2010.
AHERN, Jack. Urban landscape sustainability and resilience: the promise and challenges of integrating
acology with urban planning and design. Landscape Ecol, 28: 1203-1212. 2013.
ALBERTI, M.; MARZLUFF, J. Ecological resilience in urban ecosystems: linking urban patterns to human and
ecological functions. Urban ecosystems 7: 241-265. 2004.
ALBERTI, Marina. Advances in urban ecology: Integrating Humans and Ecological Processes in Urban
Ecosystems. Nova York: Springer Science, 2008.
ALVARES, LUCIA C.; VAINER, CARLOS B.; QUEIROGA, E. F. Conflitos Urbanos e espaços livres públicos.
In: TÂNGARI, V. R.; ANDRADE, R.; SCHLEE, M. B. (Org.). Sistema de Espaços Livres: o cotidiano,
apropriações e ausências. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
AQUINO, A.M.; MONTEIRO, D. Agricultura urbana. In: AQUINO, A.M.; ASSIS, R.L. (ed) Agroecologia:
princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica,
2005.
BARTHEL, S.; PARKER, J.; ERNSTSON, H. Food and Green Space in Cities: A Resilience Lens on Gardens
and Urban Environmental Movements. In: Special issue: Governing for urban resilience. Urban Studies 52(7):
1321–1338. 2015.
BOLUND, P.; HUNHAMMAR, S. Ecosystem services in urban areas. Ecological economics 29: 293-301.
1999.
CADENASSO, M.L.; PICKETT, S.T.A. Urban principles for ecological landscape design and management:
scientific fundamentals. Cities and enviroment, 1 (2): 2008.
COHEN, N.; REYNOLDS, K. Urban Agriculture Policy Making in New York’s “New Political Spaces”:
Strategizing for a Participatory and Representative System. Journal of Planning Education and Research
34(2): 221 –234. 2014.
COSTANZA, R.; D’ARGE, R.; GROOT, R.; FARBER, S.; GRASSO, M.; HANNON, B.; LIMBURG, K.; NAEEM,
S.; O’NEIL, S.V.; PARUELO, J.; RASKIN, R.G.; SUTTON, P.; BELT, M. The value of the world’s ecosystem
services and natural capital. Nature 387 (15): 253-260. 1997.
DEL RIO, VICENTE. Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento. São Paulo: Pini,
1990.
DUHME, F.; PAULEIT, S. A landscape ecological masterplan for the city of Munich. In: RILEY, J.O.; PAGE,
S.E. (eds) Habitat Creation and Wildlife Conservation in Urban and Post-industrial Environments.
Chichester: Packard Publishing, 1998.
FERREIRA, A.J.D.; GUILHERME, R.I.M.M.; FERREIRA, C.S.S.; OLIVEIRA, M.F.M.L. Urban agriculture, a tool
towards more resilient urban communities? Current Opinion in Environmental Science & Health 5: 93–97.
2018.
FOLKE, Carl. Resilience: The emergence of a perspective for social–ecological systems analyses. Global
Environmental Change, 16: 253-267. 2006.
GREWAL, S.S.; GREWAL, P.S. Can cities become self-reliant in food? Cities (29):1–11. 2012.
HALLORAN, A.; MAGID, J. Planning the unplanned: incorporating agriculture as an urban land use into the
Dar es Salaam master plan and beyond. Environment & Urbanization 25(2): 541–558. 2013.
HOLLING, C.S. Resilience and Stability of Ecological Systems. Annual Review of Ecology and
Systematics, 4: 1-23. 1973.
HOU, J. Governing urban gardens for resilient cities: Examining the ‘Garden City Initiative’ in Taipei. In:
Special issue: Environmental governance for urban resilience in the Asia-Pacific. Urban Studies: 1–19. 2018.
JHA, A.K.; MINER, T.D.; GEDDES, Z.S. (ed). Building urban resilience: principles, tools and practice.
Washington: World Bank, 2013.
MACEDO, Silvio Soares. Espaços Livres. In: Paisagem Ambiente Ensaios (7): 15-56. 1995.
McCLINTOCK, N. Why farm the city? Theorizing urban agriculture through a lens of metabolic rift. Urban
studies and planning faculty publications and presentations. PDXScholar, Paper 91. 2010.
Millennium Ecosystem Assessment. Ecosystems and human well-being: a framework for assessment.
Washington: Island press, 2005.
MITLIN, D.; SATTERTHWAITE, S. Sustainable Development and Cities. In: PUGH, C. (ed.) Sustainability,
the Environment and Urbanisation. Londres: Earthscan, 1996.
MORGAN, K. Feeding the city: The Challenge of Urban Food Planning. International Planning Studies.
14(4): 341-348. 2009.
MOUGEOT, L. Agropolis: The Social, Political and Environmental Dimensions of Urban Agriculture.
Earthscan: London, 2005.
NIEMELÄ, JARI. Ecology and urban planning. Biodiversity and conservation (8): 119-131. 1999.
NUGENT, R. The Impact of Urban Agriculture on the Household and Local Economies. In: BAKKER, N.;
DUBBELING, M.; GÜNDEL, S.; SABEL-KOSHELLA, U.; DE ZEEUW, H. Growing Cities, Growing Food.
Urban Agriculture on the Policy Agenda. Alemanha, p-67-95. 2000.
PICKETT, S.T.A.; CADENASSO, M.L.; GROVE, J.M.; NILON, C.H.; POUYAT, R.V.; ZIPPERER, W.C.;
CONSTANZA, R. Urban ecological systems: linking terrestrial ecological, physical, and socioeconomic
components of metropolitan areas. Annual review of Ecology and systematics 32: 127-157. 2001.
PICKETT, S.T.A.; CADENASSO, M.L.; GROVE, J.M.; NILON, C.H.; POUYAT, R.V.; ZIPPERER, W.C.;
CONSTANZA, R. Urban ecological systems: linking terrestrial ecological, physical, and socioeconomic
components of metropolitan areas. Annual review of Ecology and systematics 32: 127-157. 2001.
POTHUKUCHI, K; KAUFMAN, J.L. Placing the food system on the urban agenda: The role of municipal
institutions in food systems planning. Agriculture and Human Values. 16: 213-224. 1999.
QURESHI, S.; BREUSTE, J.H.; JIM, C.Y. Differential community and the perception of urban green spaces
and their contents in the megacity of Karachi, Pakistan. Urban Ecosystems 16 (4): 853-870. 2013.
SALAS-ZAPATA, W.A., RIOS-OSORIO, L.A., MELIA-ESCOBAR, J.A. Social-ecological resilience and the
quest for sustainability as object of science. Environ Dev Sustain, 19: 2237-2252. 2017.
SONNINO, R. Feeding the city: Towards a new research and planning agenda. International Planning
Studies 14(4): 425–435. 2009.
SPENCER, L. Farming the city: Urban agriculture, planning law and food consumption choices. Alternative
Law Journal 39:2. 2014.
THIBERT, J. Making Local Planning Work for Urban Agriculture in the North American Context: A View from
the Ground. Journal of Planning Education and Research 32(3): 349 –357. 2012.
TORNAGHI, C. Critical geography of urban agriculture. Progress in Human Geography 38(4): 551–567.
2014.
UN HABITAT. State of the World’s Cities Report 2012/2013: Prosperity of cities. United Nations Human
Settlements Programme, 2012.
UN. World Urbanization Prospects: the 2018 revision. New York: United Nations, 2019.
WALKER, B.; HOLLING, C.S.; CARPENTER, S.R.; KINZIG, A. Resilience, Adaptability and Transformability in
Social–ecological Systems. Ecology and Society, 9 (2): 5. 2004.
WU, J.; HE, C.; HUANG, G.; YU, D. Urban landscape ecology: past, present and future. In: FU, B.; JONES,
K.B. (ed). Landscape Ecology for Sustainable Environment and Culture. Spring Sciences: 2013.
YAO, J.; ZHANG, X.; MURRAY, A.T. Spatial Optimization for Land-use Allocation: Accounting for Sustainability
Concerns. International Regional Science Review 41(6): 579-600. 2018.
1 | INTRODUÇÃO
1 Giovanni Arrighi foi um sociólogo italiano marxista, profundamente influente no estudo das origens e transformações do
sistema capitalista global. Realizou pesquisas nas áreas de mercado e desenvolvimento econômico na África e na Europa.
Atuou como professor do Departamento de Sociologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos.
2 O conceito sistema-mundo se baseia no conceito de economia-mundo, inventado por Fernand Braudel. Foi desenvolvido
por Immanuel Wallerstein, Giovanni Arrighi e Samir Amin. Baseia-se na divisão inter-regional e transacional do trabalho e
resulta na divisão do mundo em países centrais, semiperiféricos e periféricos.
3 Ernest Gellner foi um filósofo e antropólogo social. Desenvolveu importantes teorias sobre a sociedade moderna e das
diferenças que a distinguem das sociedades precursoras.
Figura. 2: Brasilia Pars. Capitania de S. Vicentii cum adjacentibus, 1597. Fonte: Novo Milênio.
Figura 4: O território da Capitania de São Paulo | 1700 – 1853. Fonte: Honório de Sylos, São Paulo e
seus caminhos. São Paulo: McGraw-Hill, 1976, p.7.
A Capitania de São Paulo, durante todo esse tempo, teria desempenhado a função
de fronteira, de fortaleza contra as pretensões castelhanas, função, que, aliás, lhe coube
durante boa parte do período colonial (Ellis, 1972).
A cidade de Santos, por sua vez, pela situação de porto marítimo de entrada das minas,
passou a fazer parte da jurisdição do Rio de Janeiro desde os primórdios do século XVIII,
tal a preocupação do governo português de que por ali se desencaminhassem os tesouros
do sertão. Este fato, Afonso de E. Taunay (1939) denominou de a “extraterritorialidade”
de Santos”.
Entre 1748 e 1765, a capitania de São Paulo perdeu autonomia e subordinou-se a
capitania do Rio de Janeiro. Sua restauração ocorreu em 1765, através de duas Cartas
Instrutivas do Marques de Pombal. Restaurada a Capitania de São Paulo, serviu, sob a
administração do Morgado de Mateus, que também cuidou de reerguê-la economicamente,
aos planos militares do governo lusitano. Parte daí o incremento à lavoura da cana de
açúcar na região, apontada por Afonso de E. Taunay (1939), e estudada por Maria Theresa
Schorer Petrone (1968). Lavoura que antecedeu, promoveu aberturas e marcou rumos
para a cultura do café, fator do enriquecimento da Província de São Paulo, já no século
XIX, de progresso do país e de fundamental importância para a cidade de Santos.
Figura 5: Pianta del Porto di Santos, 1832. Fonte: David Rumsey Map Collection.
6 | ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
ABREU, Capistrano de. Caminhos antigos e povoamento do Brasil. São Paulo: Itatiaia; Editora da
Universidade de São Paulo, 2011.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. As duas fases da história e as fases do capitalismo. Textos para
Discussão da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, Texto para
Discussão 278, mai. 2011.
BRITO, Francisco Saturnino Rodrigues de. A planta de Santos. Obras completas de Saturnino de Brito. v
XXI. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944.
DONATO, Hernani. Sumé e Peabiru: mistérios maiores do século da descoberta. São Paulo: Edições GRD,
1997.N
ELLIS, Myriam. São Paulo, de Capitania a Província. Pontos de partida para uma História político-
administrativa da Capitania de São Paulo. Primeiro Congresso de História de São Paulo, Campinas, jul. 1972.
FARIA, Luiz Henrique Portela; PEREIRA, Maria Apparecida Franco (Org.). Santos na modernidade
capitalista (1870-1930): novas abordagens e releituras de velhas fontes. São Paulo: e-Manuscrito, 2019.
KEATING, Vallandro; MARANHÃO, Ricardo. Caminhos da conquista: a formação do espaço brasileiro. São
Paulo: Editora Terceiro nome, 2008.
LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC, 2008.
PETRONE, Maria Thereza Schorer. A lavoura canavieira em São Paulo. São Paulo: Difusão Européia do
Livro, 1968.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Evolução urbana do Brasil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora: Editora da
Universidade de São Paulo, 1968.
TAUNAY, Afonso d’Escragnolle. História do café no Brasil. Rio de Janeiro: Departamento Nacional do Café,
1939. 15 v.
edificaciones destinadas al culto religioso católico for Catholic religious worship in the development
en el desarrollo y crecimiento de la ciudad del and growth of the city of Santiago de Chile
Santiago de Chile entre los años 1850 y 1950. between the years 1850 and 1950 is analyzed.
La revisión considera la perspectiva histórica The review considers the historical perspective
en la evolución de la ciudad y la relación de on the evolution of the city and the relationship
los fieles con el territorio urbano, identificando of the faithful with the urban territory, identifying
los patrones de localización y su efecto sobre the location patterns and their effect on the
el desarrollo de la ciudad, lectura que marcó la development of the city, reading that marked the
1 | INTRODUCCIÓN
2 | OBJETIVOS DE LA INVESTIGACIÓN
3 | METODOLOGÍA DE LA INVESTIGACIÓN
4 | DISCUSIÓN Y RESULTADOS
Reflexionar acerca del lugar que ocupa en el espacio las edificaciones destinadas
al culto católico en la ciudad de Santiago y las razones que llevaron a producirlas fue la
inquietud que se intentó dilucidar, fundamentalmente porque la memoria de las ciudades
son un conjunto de relaciones que se establecen en un espacio que el hombre acondiciona
en el tiempo, siendo factible descubrir desde sus intervenciones, las cuestiones que las
motivaron y la manera como las utilizaron.
Del estudio se desprende que la impronta de la instalación estuvo definida por
acciones asistenciales y por la construcción de edificaciones que dieron identidad al
permitir la individualización zonal, estrategia o casualidad, obviamente son muchas las
respuestas, aunque con una sola evidencia, las edificaciones construidas por la iglesia
católica fueron parte de la instalación fundadora de la ciudad, por lo que han estado
presentes desde entonces, para luego y dependiendo de los tiempos asumir y recoger
los cambios sociales, políticos y culturales, a fin de conservar el nivel de dominio que
siempre han tenido y desde la perspectiva de la concepción espacial e impronta territorial.
Son construcciones objetivas que aportaron significancia, imaginación, imaginarios,
experiencias y utopías (Hidalgo, 2012), en el tiempo las tipologías edilicias variaron
acomodándose a las circunstancias y a las sensibilidades, pero manteniendo presencia,
e intentando abarcar todas las oportunidades de localización, y convocar a todos los
potenciales usuarios.
La cobertura de la ocupación abarcó no sólo el territorio urbano, sino que también se
anticipó instalándose en zonas rurales donde existía presión por cambio de uso, sirviendo
como avanzada de consolidación del proceso de urbanización que se preveía y que
orientaría los ejes de crecimiento de la ciudad.
La variación en la estrategia de sostenimiento del ministerio asociado a la impronta
sobre el territorio estuvo condicionada por los sucesos que vivió la religión católica y que
alteraron su proceso de evangelización. En este contexto la iglesia orientó la detección
de potenciales fieles en la participación que le cupo en el período de independencia y
posterior república, concentrando sus edificaciones en el casco histórico de la ciudad,
para posteriormente en el siglo XIX proyectar su presencia a los espacios ocupados por la
clase dirigente, tendencia modificada desde los albores del siglo XX a partir de la difusión
de la Encíclica Rerum Novarum en 1891, que se conoció como doctrina social de la Iglesia
(Hidalgo, 2012)
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 9 148
Inicialmente los elementos que definieron la trama urbana de la ciudad de Santiago
estuvieron condicionados por la red de comunicación, además de las dimensiones y el
tratamiento del espacio público, la división predial, la modalidad de implantación y la altura
de construcción. La red de comunicación definida por el tejido ortogonal de calles con
orientación norte - sur y oriente - poniente, con patrones geométricos de formas simples
y regulares definieron manzanas cuadradas con un orden lineal riguroso, con la plaza
como centro de poder, útil para la defensa militar y de fácil orientación. A partir de ella
la ciudad creció y se construyó en la medida que las condiciones sociales y económicas
lo permitieron, con un crecimiento urbano concéntrico que albergaba en los anillos más
cercanos a la plaza a las familias nobles, más alejados se localizaban los grupos de
menores recursos y en las afueras los pobres y desposeídos. El orden social se trasladó
a una realidad física mediante un modelo que representó jerarquía división y raciocinio,
que debía convertirse en un foco de irradiación para la región circundante, como las
ondas concéntricas producidas al arrojar una piedra al agua y el beneficio que siente su
alrededor en forma proporcional a la distancia que los separa (Guarda, 1968)
Situación que quedó reflejada en los mapas que marcan límites y definen territorios
indicando pertenencia, e individualizando a su dueño y retratando lo que alguna vez
existió en un determinado lugar de la ciudad, como forma y símbolo de una relación
social integrada, donde la experiencia humana se transforma en signos visibles, símbolos,
normas de conducta y sistemas de orden (Mumford, 1945) En este escenario, el espacio
religioso católico tuvo un lugar preponderante que se manifestó en la cantidad y tamaño
de los territorios que estaban en poder de los eclesiásticos, situación representada en
5 | CONCLUSIONES
El desarrollo del suelo se produjo en función de las necesidades, por lo que las
cesiones de predios que realizaba el Cabildo geográficamente se localizaban desde
el centro fundacional hacia los bordes, por lo que durante varias décadas las nuevas
instalaciones religiosas estuvieron en los límites de crecimiento, incluso superando las
barreras más relevantes del territorio que eran el Río Mapocho por el norte, la Cañada
por el sur, el encuentro de ambos accidentes geográficos por el oriente, mientras que al
poniente la principal barrera era el suelo agrícola. La transferencia de terrenos estuvo
destinada a resolver las necesidades de desarrollo del Arzobispado y de instalación de
las órdenes religiosas, que llegaron al país invitadas por la Iglesia y por los encargados de
gobierno, que vieron en estas organizaciones una importante fuente de recursos para la
evangelización, como también para asumir las tareas formativas, de acogida y de sanidad,
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 9 156
además de otras necesidades de un Estado en desarrollo.
Las características de localización de los templos fueron diversas y aparentemente
estuvieron condicionadas por intenciones, disponibilidad de recursos y oportunidad,
especialmente aquéllas que se relacionaban con la necesidad de instalar presencia
territorial, circunstancia que transversalmente afectó a instancias públicas y privadas,
como también a institucionales y particulares. La mayor concentración de producciones
se observó en la zona comprendida entre el límite del sector fundacional y el camino
de cintura diseñado por Benjamín Vicuña Mackenna en 1872, correspondió a zonas en
desarrollo durante el período de estudio, por lo que resultó evidente que la ocupación fue
por oportunidad y disponibilidad, provocando que desde la frontera pública se produjeran
edificaciones de gran magnitud e importante convocatoria destinadas a albergar
ceremonias de carácter nacional o ciudadano y otras destinadas a acoger a pequeños
grupos, siendo transversal el uso de la localización como medio para el mejoramiento del
sector, asumiendo que la construcción de un recinto de carácter religioso beneficiaría la
vecindad al crear un lugar de uso público y dotar de una impronta edilicia.
En síntesis, la implantación de los edificios de culto de la iglesia católica en el
desarrollo urbano de Santiago delineó la trama urbana, actuando como componente
de la conformación de la ciudad, marcó el inicio de zonas en desarrollo e intervino
como medio de integración en la forma de vida de los habitantes. Las edificaciones
religiosas fueron unidades distintivas en los sectores en que se localizaron, tanto por
emplazamiento estratégico como por morfología definida por torres y campanarios, que
visual y auditivamente establecieron presencia, transformándose en elementos de control
y desarrollo de la periferia y borde de la ciudad.
REFERENCIAS
CLAVAL, Paul. Espacio y poder. Traducción Martínez Hugo, México, 1982.
DE RAMON, Armando. Estudio de una periferia urbana: Santiago de Chile 1850 -1900, en: Historia N°20.
Santiago, 1985.
GAETE, A. Iglesias y ciudades evolucionan juntas, Revista de Geografía Norte Grande, 13: 59-67 (1986)
GUARDA, Gabriel. La ciudad chilena del siglo XVIII, Centro editor de América Latina, Buenos Aires, 1968.
HIDALGO, R. et al. Localización de la infraestructura católica, dinámicas socio territoriales y geografía de las
religiones: el caso del Área Metropolitana de Santiago de Chile. EURE (Santiago), Stgo, v. 38, n. 115, p. 47-
72, sept. 2012.
LEFEBVRE, Henri. La Producción del Espacio. Madrid: Ed. Capitán Swing Libros, 2003.
PALLARES, Mirtha. La arquitectura religiosa católica en Santiago de Chile 1850 - 1950: Razones de las
reminiscencias góticas. Tesis Doctoral - Universidad Politécnica de Madrid. Madrid, 2015.
PALLARES, Mirtha. Templos Católicos Neogóticos. Santiago de Chile 1850 - 1950. Santiago: Editorial
Universitaria, 2018
ABSTRACT: In large Brazilian cities, the urban fabric is composed by a conjunction of fragments
with different morphological patterns that have been conformed at different occupations of
the territory in which it is inserted. The current study object is the Chácara Flora Complex,
enclosed and separated from the urban context in which it is inserted, with an approximate
area of 900.000 square meters, subdivided in 1924. It is located in the southern portion of
the Municipality of São Paulo, close to Largo 13 de Maio. The research goal is to explain the
origin and the permanence of a fragment of the urban fabric, conformed according to certain
Garden City principles elaborated by Ebenezer Howard (Ottoni, 1996). The investigation
uses the cognitive study of urban morphology, and the research methodology presented
uses two approaches that are similar to the English school of urban morphology, namely,
the historical context reconstruction of the conformation period of the urban fragment, and
the analysis of urban form contemplating the issues related to the urban soil implantation,
which are: the layout of roads and blocks, the division of the plots and the building occupation
inside the plots. It is hoped that the obtained results will help recognizing the relevance of
understanding the genesis of urban fragments, with their different morphological patterns,
as a way of contributing to the reading of the current and contemporary scenario of urban
morphology in cities, especially large and medium-sized ones.
KEYWORDS: Garden City; Santo Amaro; urban morphology; Chácara-Flora
1 | INTRODUÇÃO
O tecido urbano das grandes cidades brasileiras é composto por uma conjunção de
fragmentos conformados em diferentes momentos de ocupação do território no qual está
inserido. De acordo com Panerai (2006) o tecido urbano corresponde a escala intermediária
dos elementos constitutivos das cidades e compreende a rede de vias, os parcelamentos
fundiários e as edificações, com suas diferentes tipologias. Reconhecer a formação dos
diferentes fragmentos urbanos, a partir da sua reconstituição histórica e análise de sua
forma urbana tem por objetivo contribuir para a compreensão da morfologia urbana das
cidades, principalmente de grande e médio porte.
A pesquisa utiliza do estudo cognitivo de morfologia urbana para explicar a origem
e a permanência de um fragmento conformado dentro dos princípios de cidade-jardim
(HOWARD, 1996), mas enclausurado e apartado do contexto urbano no qual está inserido.
O objeto de análise é o condomínio Chácara Flora, que tem área aproximada de 900 mil
metros quadrados, foi loteada em 1924, e está localizado na porção sul do município de
São Paulo, próximo ao Largo 13 de Maio, na Prefeitura Regional de Santo Amaro.
Rego e Meneguetti (2011) esclarecem que as pesquisas de morfologia urbana podem
ser dividas em estudos cognitivos e normativos, conforme denominados por Gauthier e
Figura 1. Acima, o primeiro plano idealizado para o Jardim América, de autoria desconhecida e
feito anteriormente ao ano de 1913. Abaixo, o primeiro plano proposto por Parker e Unwin para o
loteamento.
Fonte: WOLFF, 2015, p. 138.
Figura 2. Acima, a implantação desenhada por Barry Parker para o folheto de vendas do Jardim
América, em 1919. Abaixo, o plano do loteamento com a incorporação de novas porções de terras
adquiridas.
Fonte: WOLFF, 2015, p. 139.
[...] considerando, ainda, que o Estado não só se dispõe a incrementar, em Santo Amaro,
a construcção de hoteis e estabelecimentos balneareos que permittam o funccionamento
de casinos, como também já destinou verba para melhorar as estradas de rodagem que
servem aquella localidade, facilitando-lhe todos os meios de communicação, rápida e
efficiente, com o centro urbano. (SÃO PAULO, Estado, 1935, s/p).
No final do século XIX e início do século XX, o estado de São Paulo passou por
grandes transformações econômicas. Inicialmente, destacando-se como um importante
produtor de café e após a queda dos preços de comercialização do produto no mercado
internacional, a região sofreu uma grande crise econômica. Mas a cidade de São Paulo,
capital do estado, continuou prosperando e crescendo em ritmo acelerado, com o
desenvolvimento da indústria, o que atraiu grande afluxo populacional e entre eles, novos
empresários, engenheiros e profissionais estrangeiros que migraram para a cidade para
investir e trabalhar.
Entre os estrangeiros estava Francisco Nemitz, empresário de origem alemã, que
veio para o Brasil para trabalhar e fixar residência na cidade de São Paulo, em 1880. Ele
havia trabalhado na Europa como jardineiro oficial no Palácio de Sanssouci, na cidade
de Potsdam, próximo de Berlim, no período do reinado de Guilherme I (1797-1888) e que
após a unificação alemã, foi o primeiro chefe de estado do Império Alemão. O Palácio
Sanssouci foi construído como residência de verão do Rei da Prússia, Frederico II, o
Grande (1712-1786).
Nemitz comprou duas glebas de terra: uma em Santo Amaro, com o objetivo de
cultivar flores, principalmente cravos e rosas para abastecer os jardins residenciais das
famílias de classe mais abastadas de São Paulo; e outra gleba ficava ao lado do rio
Tamanduateí, no Vale do Anhangabaú, para o plantio de copos-de-leite, aspargos e mudas
de pinheiros para enfeitar na época do Natal (LEFFINGWELL, 2003).
Em 1911, Nemitz adquiriu 968.000 metros quadrados de terra em Santo Amaro, ao
qual nomeou de Chácara Flora, e onde desenvolveu um viveiro de mudas de diferentes
espécies de pinheiros, árvores frutíferas, roseiras, azaleias, camélias, entre outros. Nemitz
também investiu na infraestrutura do local, providenciando a instalação de energia elétrica
e rede de serviço telefônico.
Para comercializar a produção de mudas de espécies diversificadas que empreendeu
em suas terras, Francisco Nemitz abriu uma floricultura, a Loja Flora, na rua São Bento,
no centro de São Paulo, que depois foi transferida para a praça Antônio Prado, número
9. Em seguida abriu uma nova loja no número 100 da Rua Domingos de Morais, na Vila
Mariana (LAEMMERT, 1914).
Conforme já descrito anteriormente, no começo do século XX, Santo Amaro despontava
como um local de lazer para os empresários e moradores da capital, impulsionada pela
inauguração da represa Guarapiranga e da represa Billings, e aproveitando-se deste
momento, surge o empreendimento da Chácara Flora, como uma opção para implantação
de residências para a elite paulistana, e principalmente para a comunidade empresarial
internacional.
Em 1924, a Chácara Flora foi vendida para a empresa Dowe, Goulart & Cia Ltda,
Figura 3. Foto de 1925, com a residência de Drury McMillen, construída ao lado do viveiro de mudas do
antigo proprietário das terras da Chácara Flora, Francisco Nemitz.
Figura 4. Mapa do condomínio Chácara Flora, com indicação do arruamento, da hidrografia da região e
as curvas de nível a cada 5 metros.
Fonte – Elaborado a partir do Sistema Geosampa, 2018.
O bairro Jardim América foi tombado em 1986, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – CONDEPHAAT, órgão responsável pela
preservação dos bens do Estado de São Paulo, e pelo Conselho Municipal de Preservação
do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, CONPRESP, em
1991. O bairro do Pacaembu foi tombado pelo CONDEPHAAT em 1991 e pelo CONPRESP,
em 1992.
Em 1987, a Secretaria Municipal de Habitação abriu um processo de tombamento
da área da Chácara Flora. Na Reunião Ordinária de 18 de novembro de 2014, por
unanimidade de votos dos membros do CONPRESP, a proposta de abertura de processo
de tombamento foi indeferida, uma vez que os conselheiros entenderam que a área já era
protegida pelo Decreto Estadual nº 30.443/89, e que não era pertinente a sobreposição
de legislações de preservação (CONPRESP, Ata, 2014).
REFERÊNCIAS
ALMANAK Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) - Ano 1914 \Edição C00070. Rio de Janeiro.
In: Biblioteca Nacional Digital Brasil. Disponível em: http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx. Acesso em: 20
dez. 2018.
BERARDI, Maria Helena Petrillo. Santo Amaro. História dos bairros de São Paulo. Volume 4. Divisão do
Arquivo Histórico da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo. São Paulo:
Gráfica Municipal, 1981.
BRASIL. Decreto-Lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, que dispõe sobre loteamento e venda de terrenos
para pagamento em prestações. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1930-1939/
decreto-lei-58-10-dezembro-1937-354194-publicacaooriginal-75211-pe.html. Acesso em: 18 jan. 2019.
COSTA, Stael de Alvarenga Costa; NETTO, Maria Manoela Gimmler. Fundamentos de morfologia urbana.
GAUTHIER, P.; GILLILAND, J. Mapping urban morphology: a classification scheme for interpreting
contributions to the study of urban form. Urban Morphology, v. 10, n. 1, 2006.
LEFFINGWELL, Edward. (2003) A Memória do Guardião: a coleção Kim Esteve e uma história da Chácara
Flora. São Paulo: Terceiro Nome, 2003.
REGO, Renato Leão; MENEGUETTI, Karin Schwabe. A respeito de morfologia urbana. Tópicos básicos para
estudos da forma da cidade. In: Acta Scientiarum. Technology, v. 33, n. 2, 2011, p. 123-127. Disponível em:
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/article/view/6196. Acesso em: 05 jan. 2019.
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 6.983, de 22 de fevereiro de 1935, Secretaria dos Negócios da Justiça,
São Paulo. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/ decreto/1935/decreto-6983-22.02.
1935.html. Acesso em: 07 jan. 2019.
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 30.443, de 20 de setembro de 1989, que considera patrimônio ambiental
e declara imunes de corte exemplares arbóreos, situados no Município de São Paulo. Disponível em: https://
www.ambiente.sp. gov.br/legislacao/decretos/decreto-estadual-n-30-443/. Acesso em: 31 jan. 2019.
SÃO PAULO (Município). Mapa Digital da Cidade de São Paulo. Geo Sampa, 2018. Disponível em: http://
geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ PaginasPublicas/_SBC.aspx. Acesso em: 07 jan. 2019.
WOLFF, Silvia Ferreira Santos. Jardim América: o primeiro bairro-jardim de São Paulo e sua arquitetura.
EDUSP, São Paulo: EDUSP, 2015.
ABSTRACT: This research seeks to understand some relevant aspects of the landscape and
the environment, taking as a study area the neighborhood of Alto da Boa Vista, in the city of
Rio de Janeiro, delimiting and evaluating the various stages of the local development process,
since the creation until now. As a general objective, the study of the existing relationships
between the architectural and urban elements and the natural heritage are presented in this
paper. Therefore,it´s considering their contributions to formation of an urban landscape. To
achieve this, the recognition of connections between urban and natural space is one main
intention. Thus it´s configured mainly in a conception of nature linked to the ideas of civilization
and nationality present in Rio de Janeiro in the 19th century. At this moment, the reforestation
of the Tijuca Forest promoted by Major Archer between 1861 and 1874 is an important
memory, which recovers a significant area damaged by the commercial slavery monoculture,
as a fundamental historical event for the evolution of the landscape in this place. Based
on benchmarks of analysis by Augustin Berque (1984), and his view on cultural geography,
acting on the concepts of landscape´s marks and sources and looking for an interpretation of
the meanings of landscape in its constitution, throughout from different historical times, and
the relationship with society and culture to the present day. In the systematization and union
of landscape studies, groups will be characterized from different periods of history that mark
different relations between civilization and nature, in the construction of the urban landscape
of the neighborhood, in the immediate surroundings or inserted in the Tijuca Forest. From
these periods, this work will seek for the meanings of the landscapes characterized by the
marks of the different periods, under socioeconomic, environmental and cultural conditions,
iconized in peculiar buildings, which was historically experienced by planting commercial
monoculture, by reforestation and by spatial organization for its use by society.
KEYWORDS: Landscape; Alto da Boa Vista; Rio de Janeiro; Tijuca Forest; Urban History.
O termo paisagem, segundo o senso comum, se reduz a uma porção do espaço que
pode ser observada com um golpe de vista. A definição simplista não atinge as reflexões
epistemológicas de nosso tempo, que concebem esse conceito como multidimensional,
suscitando aspectos morfológicos, ou seja, um conjunto de formas criadas pela natureza
e pela ação antrópica, além de dimensões funcionais, através das relações entre suas
diversas partes.
Figura 2. Chafariz em cantaria da Praça Afonso Viseu, projeto do arquiteto francês Grandjean de
Montigny.
Fonte: Acervo Pessoal
9 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERQUE, A. Paisagem marca, paisagem matriz: Elementos da problemática para uma Geografia
Cultural. In: CORRÊA, R.L.; ROZENDAHL, Z. (org.) Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro:
EDUERJ, 1984. p. 84-91.
SAUER, C.O.The morphology of landscape. In: LEIGHLY, J. (org.). Land and life - a selection
from the writings of Carl Ortwin Sauer. Berkeley: University of California Press, 1983. p. 315-
350.
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 11 186
CAPÍTULO 12
doi
1 | INTRODUÇÃO
2 | DESENVOLVIMENTO DO ARGUMENTO
Projetos urbanos
A partir da segunda metade do século XX, passaram a ser realizados novos tipos de
projetos urbanísticos que auxiliassem na melhoria e no fortalecimento econômico, social
e cultural de áreas deterioradas e ociosas
No fim da década de 50, com o abandono das áreas centrais e o declínio do porto
de Baltimore, no canto Sudoeste de Manhattan, uma iniciativa privada elaborou um
plano de recuperação do porto com a conservação de alguns edifícios de valor histórico
e a valorização de múltiplos usos como habitação, comércio, serviços, lazer e turismo
cultural (JANUZZI, D. C. R.; RAZENTE, N., 2007). A região havia sido patrocinada pelo
governador Nelson Rockefeller. Com a crise nova-iorquina dos anos 70, a diretriz passou
a ser a abertura ao mercado, visando criar um grande complexo de torres de escritórios e
condomínios residenciais verticais (SOMEKH, N.; CAMPOS NETO, C.M., 2005). O projeto
trouxe uma nova imagem ao público, que na década de 50 era decadente e feia e mudou
para uma cidade conceituada (RIO, 2001).
Nos anos 70, o fechamento das antigas docas londrinas levou à criação de propostas
de renovação urbana, no entanto os comitês criados não dispunham de poderes e recursos.
Como solução, houve o loteamento das glebas do antigo porto de Londres entre diversos
empreendedores, desenvolvendo um projeto, o London Dockland, voltado ao urbanismo
pós-moderno de gentrificação, negando a presença de serviços sociais e habitação
popular. Tornou-se o maior exemplo de planejamento de ideal neoliberal, no entanto sua
imensidão ameaçava a sua própria qualidade urbana (SOMEKH, N.; CAMPOS NETO,
O 13º Distrito, localizado ao leste de Paris, vinha se degradando ao longo do século XX,
em detrimento das transformações tecnológicas e falta de investimento público. Surgiram
diversos terrenos baldios resultantes do processo de desindustrialização e com isso, o
governo francês decide executar uma intervenção na área criando um polo urbano misto,
incluindo empresas terciárias e diversas habitações para a população da região evitando
um processo de gentrificação. Essa operação urbana é conhecida como Paris Rive Gauche
e acabou por gerar novos pequenos bairros que são dedicados aos seres vivos, reunindo
diversas funções e atividades como habitações, serviços, comércios, cultura e ensino
(VIEIRA, 2010). Dessa forma, cada um dos bairros que o compõem gera uma rede de
acessibilidade permitindo maior convivência e interação social, possivelmente reduzindo
a necessidade de deslocamentos. Ademais, o projeto do Paris Rive Gauche busca unir
diversos tipos sociais e econômicos dentro da mesma região, através de habitação social
e de habitação estudantil (PARIS, 2018).
Pode-se verificar, por meio das intervenções urbanas citadas, que existem
diferentes tipos de projetos com novos tipos de produção do espaço urbano. Alguns
desses processos de renovação como a de Pirelli La Bicocca e de Baltimore, estiveram
relacionadas à requalificação da área portuária com a preservação de edifícios de valor
histórico, resultando na valorização dos espaços coletivos. Já as de Paris e Barcelona
tiveram como enfoque a recuperação de áreas deterioradas, a reordenação da cidade com
melhorias na circulação e aumento dos espaços para lazer. Eles buscam dar vitalidade
às áreas de atuação, levando em consideração questões econômicas, sociais, funcionais
e ambientais, além das relações humanas e econômicas que os envolvem. No entanto
vale lembrar que cada situação exige um estudo apropriado próprio (JANUZZI, D. C. R.;
RAZENTE, N., 2007).
Em certos casos, os projetos urbanos se transformaram em instrumentos agravantes
de exclusão, e buscam articular suas ações pontuais com o todo. Isso coloca em questão a
capacidade e as limitações dos atores locais e das esferas governamentais na redução de
desigualdades ampliadas no quadro da globalização (EIGENHEER, D. M.; SOMEKH, N.,
2012). Com isso, nas últimas décadas, têm surgido iniciativas menos ambiciosas, sendo
voltadas aos interesses e às perspectivas de cada localidade (SOMEKH, N.; CAMPOS
NETO, C.M., 2005). Estas intervenções pontuais, são mais controladas na questão de
transformação do ambiente construído, entretanto planejamentos metropolitanos podem
potencializar e dar mais sentido (EIGENHEER, D. M.; SOMEKH, N., 2012).
A região possui duas áreas verdes significativas nas proximidades, o Parque Villa
Lobos mais ao sul e o Parque Leopoldina – Orlando Villas-Bôas mais ao norte. Fora esses
dois parques, as demais áreas livres na região estão atreladas ao sistema viário, o que
dificulta a sua apropriação por parte dos usuários. No entanto, o Parque Leopoldina –
Orlando Villas-Bôas está fechado desde 2015 com suspeita de contaminação do solo, e
no primeiro semestre de 2017 comprovou-se que não há qualquer impedimento para a
Funcionamento do CEAGESP
A região possui uma estrutura de metrópole industrial, no entanto, isso não impediu
que a área passasse por um processo de requalificação e alteração de usos. Isso gera uma
contradição, já que permanece as estruturas físicas e funcionais oriundas da metrópole
industrial em junção da nova estruturação física e social que vem se instalando na região
(PANISI, 2017).
Diante do processo de desindustrialização, atualmente a região vem passando
por um processo de esvaziamento de grandes glebas dos antigos galpões industriais e
construção de empreendimentos imobiliários de médio e alto padrão. Essa verticalização
iniciada na década de noventa, tem um alto investimento na construção de torres isoladas
de padrão de funcionalidade única. Isso forma um desenho urbano degenerado, no qual
estes grandes lotes ocupados por condomínios fechados não se comunicam aos serviços,
atividades e equipamentos nos seus exteriores, que são fundamentais ao desenvolvimento
equilibrado das atividades urbanas (BERNARDINI, 2005).
Atualmente o capital imobiliário na Vila Leopoldina pode ser classificado em dois
eixos: a produção habitacional de condomínios verticais de alto padrão e diversos edifícios
comerciais de alto padrão no trecho mais ao sul do CEAGESP. No entanto não preveem
a implantação de infraestrutura necessária para a população local, como por exemplo,
comércio local, restaurantes, farmácias e praças (PANISI, 2017). De acordo com as
análises feitas por Ana Paula Panisi,
3 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AB’ABER, Aziz Nacib. Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo. Cotia, Ateliê Editorial, 2007.
BASILE, Rafaella. A várzea e a cidade: Uma perspectiva para o Rio Pinheiros, 2013.
BERNARDINI, Marcelo M. Operações Urbanas em São Paulo: crítica, plano e projeto: Parte 6 – Operação
Urbana Vila Leopoldina – Jaguaré, 2005. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/
arquitextos/06.062/443>. Acesso em: 20/09/2018.
CIPOLLETTA, Juliana. CEAGESP questão urbana. Trabalho Final de Graduação FAU USP, 2010.
EIGENHEER, D. M.; SOMEKH, N. Projeto urbano e inclusão social: Milão Pirelli La Bicocca, 2012.
FERRAZ, Adriana; LEITE, Fabio. Estado planeja rebaixar mais o Tietê e o Pinheiros e construir 160 piscinões.
Disponível em: <https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,estado-planeja-rebaixar-mais-o-tiete-e-o-
pinheiros-e-construir-160-piscinoes,10000020938>. Acesso em: 21/04/2019.
GUERRA, A.; MENDES, T.M.D. Intervenções em áreas degradadas: Bicocca, Milão, Itália. Relatório interno
de pesquisa. Campinas: PUC-Campinas, 2005. Apud EIGENHEER, D. M.; SOMEKH, N. Projeto urbano e
inclusão social: Milão Pirelli La Bicocca, 2012.
G1, Globo. Doria promete polo tecnológico na área ocupada pela Ceagesp até 2020. Disponível em: <https://
g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/doria-confirma-mudanca-do-ceagesp-e-polo-tecnologico-na-area-da-zona-
oeste-de-sp-ate-2020.ghtml>. Acesso em: 10/05/2019.
JANUZZI, D. C. R.; RAZENTE, N. Intervenções urbanas em áreas deterioradas. Semina: Ciências Sociais e
Humanas, Londrina, v. 28, n. 2, 2007.
PADUA, Rafael Faleiros de. Refletindo sobre a desindustrialização em São Paulo, 2009.
PANISI, Ana. Entre parques e rios, desenho urbano para a área da CEAGESP. Trabalho Final de Graduação
na FAUUSP, 2017.
RIO, Vicente del. Voltando às origens: A revitalização de áreas portuárias nos centros urbanos, 2001.
Disponivel em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.015/859 >. Acesso em: 04/06/2019.
SOMEKH, N.; CAMPOS NETO, C.M. Desenvolvimento local e projetos urbanos. Vitruvius, 05.059, ano 5,
2005. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br>. Acesso em: 15/02/2019.
URBANISMO, São Paulo. Nota Técnica, CEAGESP. Prefeitura de São Paulo, 2016.
VIEIRA, Elvis José. A construção de Novos Cenários Urbanos na Cidade Contemporânea. Rio de Janeiro,
2010.
LEOPOLDINA, PIU. Vila Leopoldina: Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina Villa-lobos. Disponível
em: <http://piuleopoldina.com.br/o-projeto>. Acesso em: 08/03/2019.
1 | INTRODUÇÃO
Figura 2: Detalhe da Planta Geral da Cidade de São Paulo de 1905, adotada pela Prefeitura Municipal
para uso de suas Repartições.
Fonte: PASSOS; EMÍDIO, 2009, p. 50 e 51.
Nessas plantas (1897 e 1905) já constava a antiga Villa Cerqueira César, do lado
direito da Avenida Rebouças, para quem se dirige ao bairro de Pinheiros a partir do
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 13 206
Centro. Loteada no final do século XIX, a Villa Cerqueira César se situava nos limites do
quadrilátero formado pelas atuais: Rebouças – Doutor Arnaldo – Galeno de Almeida –
Pedroso de Morais. Do outro lado da avenida aparece na planta de 1905, a Villa América,
que, a partir de 1960 passou a se chamar Bairro Cerqueira César, nos limites do atual
quadrilátero: Rebouças – Paulista – Nove de Julho – Estados Unidos.
No mapa de 1905 (Figura 2) a Avenida Doutor Rebouças se iniciava no cruzamento
da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, onde, um pouco mais adiante, formava-
se um triângulo pelas seguintes ruas: Rua da Consolação, que daí continuava para
sudoeste, quase paralela à Avenida Rebouças; Alameda Santos, a sudeste, paralela à
Avenida Paulista e, para noroeste, a Estrada Municipal (antigo Caminho de Emboaçava,
depois Estrada do Araçá, atual Avenida Doutor Arnaldo).
A Avenida Rebouças já constava com esse nome na planta da cidade de 1930 (Sara
Brasil) até cruzar o córrego Rio Verde, uma região de charco e de difícil transposição na
época (hoje Praça Portugal). A partir desse ponto há uma curva onde começa a Rua dos
Pinheiros, e a atual Avenida Rebouças se chamava Rua Itapirussu, conforme a Planta de
São Paulo Sara Brasil (1930). A mesma continuava, em linha reta, na direção sudoeste
com o nome de Rua Boaventura Rosa (aproximadamente a partir da Rua Groenlândia) até
a Rua Iguatemi (atual Avenida Brigadeiro Faria Lima) (BACELLI, 1982).
Nas primeiras décadas do século XX, a Avenida Doutor Rebouças, como muitas
outras ruas da cidade, não tinha calçamento, nem guias, era lamacenta em dias de chuva
e poeirenta em dias secos, segundo relatos de moradores de região. Antônio Barreto do
Amaral (1969) comenta que, quando a empresa canadense São Paulo Tramway Light
& Power instalou os trilhos do bonde elétrico que seguia pela Rua da Consolação com
destino ao bairro de Pinheiros, teve de fazer um desvio para a Estrada do Araçá e depois
para a Rua Teodoro Sampaio. Dessa forma, foi possível alcançar o Largo de Pinheiros em
1909. Entre meados dos anos 1930 e o início dos anos 1940, essas ruas foram alargadas
e asfaltadas para além da Rua Iguatemi, porém a Avenida Rebouças não alcançaria a
ponte sobre o Rio Pinheiros (REALE, 1982).
A Avenida Doutor Rebouças e a Rua da Consolação faziam parte do antigo Caminho
dos Pinheiros, que levava ao bairro de Pinheiros, um dos mais antigos de São Paulo. O
nome do bairro se refere às araucárias, espécie nativa de pinheiro, presentes na região.
A origem do bairro, no século XVI, segundo Antônio Barreto do Amaral (1969), remonta
ao aldeamento estabelecido por índios tupis nas margens do Rio Jeribatiba (antigo nome
do Rio Pinheiros), em 1560, após os portugueses ocuparem suas terras em São Paulo
de Piratininga. Temendo sua dispersão, os jesuítas os reuniram em duas aldeias: de São
Miguel e dos Pinheiros, controladas por eles até serem expulsos da colônia, em 1640.
Com o tempo, os índios escravizados pelos colonos despovoaram o núcleo dos Pinheiros,
que permaneceu estagnado por quase um século, com pouquíssimos moradores. Em
1681 havia lá apenas “19 indivíduos e, em 1767, somente 14 homens e 11 mulheres,
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 13 207
residindo em quatro fogos” (AMARAL, 1969, p.18).
Os habitantes da Vila de São Paulo percorriam o caminho que conduzia ao antigo
núcleo dos Pinheiros, partindo da Sé, pelo Caminho Direito de Santo Antônio (nome que
se dava à atual Rua Direita). Depois desciam o morro para atravessar o vale Anhangabaú,
e então encontravam o Caminho dos Pinheiros, que mais tarde passou a ter o nome de
Rua da Consolação. No início do século XVII, esse era um dos principais caminhos da Vila
de São Paulo. Filhos e netos dos conquistadores foram morar nas suas proximidades e,
assim, povoaram as terras de Pinheiros. Fernão Dias possuía lá uma fazenda de criação
e, depois, seu neto Fernão Dias Pais, o “Caçador de Esmeraldas”, um sítio conhecido
como Sítio do Capão, para onde foi transferida a Sede da Sociedade Hípica Paulista em
1921, e hoje conhecido como Jockey Club de São Paulo.
Os mais antigos monumentos históricos, tais como sedes de fazendas e capelas rurais,
pertenciam aos homens poderosos da época do desbravamento e foram preservados
desde o século XVII. Posteriormente, foram restaurados e conservados pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Esses monumentos encontram-se nos
municípios de São Paulo, São Roque, Cotia, Itapecerica da Serra e Sorocaba. Luís Saia
(1978), apresenta um mapa esquemático da localização desses sítios. A leste de São Paulo
de Piratininga, no caminho para o Vale do Paraíba e Minas Gerais, os sítios de Tatuapé,
São Miguel, Itaquaquecetuba, Mogi e Escada. Na direção oposta, a oeste, partindo de
São Paulo de Piratininga e atravessando o Rio Pinheiros, os sítios de: Caxingui (Butantã),
Calu, Embu (M´Boi), Mandu, Padre Inácio, Cotia, Santo Antônio, São Roque, Parnaíba e
outros, na direção de Sorocaba.
A travessia do Rio Jeribatiba era feita primeiro de barco (no século XVII), depois
por diversas pontes de madeira construídas ao longo do século XVIII pelos moradores
de Parnaíba, Itu e Sorocaba. Estas se deterioravam e eram reconstruídas inúmeras
vezes, até que uma ponte metálica finalmente foi construída em 1865. Os caminhos na
mata, a partir do Litoral Paulista e em direção ao sertão, eram percorridos a pé pelos
primeiros exploradores portugueses que aqui chegaram à procura de riquezas minerais
e aprisionavam os índios. Segundo Sérgio Buarque de Holanda (1957), a locomoção
animal seria muito difícil em lugares acidentados para os homens de São Paulo que
se deslocavam pelas trilhas indígenas. As primeiras cavalgaduras apareceram em rota
para o sertão somente no século XVIII e pelas terras já desbravadas e povoadas. No
século XVII, as cargas e os passageiros eram levados pela Serra de Paranapiacaba pelo
Caminho do Mar, em redes nos ombros de dois índios.
Ainda nos primórdios da colonização no século XVI, as expedições que partiam à
procura de riquezas e aprisionavam índios abriram caminhos que ligavam São Vicente no
Litoral Paulista com o Paraná e o Paraguai, seguindo antigas trilhas indígenas já existentes
desde épocas mais remotas e abrindo outros caminhos na mata. O antigo caminho indígena
era conhecido como Peabiru. Segundo estudiosos, o nome tem diversos significados na
Arquitetura e Urbanismo: Abordagem Abrangente e Polivalente 2 Capítulo 13 208
língua tupi-guarani, tais como: caminho (pe) de grama amassada (abiru), ou caminho
da montanha do sol, segundo Sérgio Buarque de Holanda e Luís Galdino apud Cecília
Prada (2011). Piru também poderia significar Peru, de acordo com a mesma autora. Esse
caminho teria uma extensão total de 3000 km. Partindo do litoral brasileiro (São Vicente,
Cananéia e também de Santa Catarina) e seguindo na direção oeste, o caminho formado
por uma rede de trilhas atravessava o Rio Paranapanema em direção ao Paraná (Campos
Mourão, Peabiru e, mais a sudoeste, Pitanga), atravessava o Paraguai, nas proximidades
de Iguassu e a Bolívia, alcançando Cusco, no Peru, com outras ramificações para o litoral
do Pacífico.
Estudos arqueológicos de diferentes pesquisadores, com base em artefatos
indígenas encontrados ao longo desse caminho e que identificaram técnicas incaicas de
construção das trilhas, levantam hipóteses de ter havido trocas entre culturas de diversas
tribos indígenas e os povos andinos desde tempos mais remotos. Contudo, a hipótese
mais reconhecida é a da competição entre portugueses e espanhóis pelas minas de ouro
e prata dos povos andinos, antes mesmo de Pizarro e da conquista espanhola em 1532.
É conhecida a expedição do português Aleixo Garcia em 1524, que, seguindo para os
Andes, teria chegado nessa data na Bolívia (BOND, 1998).
Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, intensificou-se o comércio de gêneros
alimentícios e outros para o abastecimento dos arraiais que iam se formando em torno
das jazidas e centros urbanos que cresciam no decorrer do século. O deslocamento para
comércio de animais conduzidos, por tropeiros em grupos (tropas), entre São Paulo e
Rio Grande do Sul com finalidade de transporte de muares (do Paraguai), cavalos, bois e
carne salgada para o garimpo. No Sul, os gaúchos criavam, abatiam e salgavam a carne,
que era comercializada em feiras que aconteciam em Sorocaba, a oeste de São Paulo
de Piratininga, onde havia exposições dos animais para venda, assim como de outros
gêneros e utensílios para o garimpo.
O antigo Caminho de Pinheiros era parte do caminho do Sertão, que também tinha
outros nomes: Caminho de Peabiru, Caminho de Cotia, Caminho de Sorocaba e Caminho
das Tropas. Foi percorrido primeiro pelos bandeirantes e depois pelos tropeiros (até o
final do século XIX). José Antônio Teixeira Cabral, na “Estatística da Imperial Província de
São Paulo” de 1827, aponta a Estrada da Província de São Paulo a Itapetininga com início
na capital, seguindo na direção oeste para Cotia, São Roque, Sorocaba e Itapetininga.
Havia outras ramificações para Ibiúna (Una), Santana de Parnaíba, Paranapanema e
outras. A partir de 1954, o trecho até Itapetininga passou a ser conhecido como Rodovia
Raposo Tavares.
Shpaisman SKR Pinheiros Helbor Wide White 2880 You, Faria Lima JFL
Av. Av.
Rua dos Av. Rebouças, Av. Rebouças, Av. Rebouças,
Endereço Rebouças, Rebouças,
Pinheiros, 423 2636 2880 3026
2100 3084
Projeto de SPBR Marchi Könisberger Aflalo e
Aflalo e Gasperini
Arquitetura Arquitetos Arquitetura Vannucchi Gasperini
Área (m2) 3.014,66 3.493,88 4.685,38 3.072,00 1.605,41 1.886,20
Nº pav. 26 31 32 24 29
Total unid. 339 188 167
Vagas estac. Sim Sim Sim Sim
Quadro 1: Empreendimentos lançados e previstos para a Avenida Rebouças, no trecho entre a Avenida
Brasil e Avenida Brigadeiro Faria Lima
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
SKR Pinheiros Helbor Wide White 2880 YOU, Faria Lima JFL Realty
4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMARAL, Antônio Barreto do. O bairro de Pinheiros. Série história dos bairros de São Paulo II.
Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do município de são Paulo,
1969.
ANELLI, Renato. Redes de mobilidade e urbanismo em São Paulo. Das radiais/perimetrais do Plano
de Avenidas à malha direcional PUB. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 082.00, Vitruvius, mar. 2007.
Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/259. Acesso em: 22 jul. 2019.
ANTONELLI, Diogo. O último dos tropeiros. Jornal Paranaense – Gazeta do Povo, 31/01/2014. Disponível
em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/o-ultimo-dos-tropeiros-efuegy2r4ubr2kge7ivlp8wge/.
Acesso em: 12 de julho de 2019.
ARROWSMITH, John. Londres, 1844. Mapa das tropas. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/5/56/Detalhe_do_mapa_Brazil_%281844%29%2C_de_John_Arrowsmith.jpg. Acesso em:
22 jul. 2019.
BACELLI, Roney. Jardim América. Série História dos bairros de São Paulo. Vol.20. São Paulo:
Departamento de Patrimônio Histórico. Divisão do Arquivo Histórico, Prefeitura do Município de São Paulo,
Secretaria Municipal de Cultura, 1982.
BOND, Rosana. A saga de Aleixo Garcia, o descobridor do Império Inca. Florianópolis. Editora Insular,
CABRAL, José Antônio Teixeira. A estatística da Imperial Província de São Paulo (1827); org., transcr. E
notas paleográficas Cristina Antunes; apr. José de Souza Martins São Paulo: EDUSP, FAPESP, 2009, p.121.
CALTHORPE, Peter. The next american metropolis: ecology, community and the american dream. Nova
York, Princeton Architectural Press, 1993.
HOLANDA, Sérgio Buarque. Caminhos e Fronteiras. Rio de Janeiro: Ed. José Olímpio, 1957.
MEYER, Regina; CUNHA JR., Jaime; FONTENELE, Sabrina. Centro Novo de São Paulo. Um projeto de
chão. Arquitextos, São Paulo, ano 19, n. 221.00, Vitruvius, out. 2018. Disponível em: https://www.vitruvius.
com.br/revistas/read/arquitextos/ 19.221/7146. Acesso em 22 jul. 2019.
PRADA, Cecília. Peabiru, a trilha misteriosa. Revistas – Online – SESC SP, 08/09/2011.
PASSOS, Maria Lúcia Perrone; EMÍDIO, Teresa. Desenhando São Paulo: Mapas e literatura: 1877 – 1954.
São Paulo: SENAC. Imprensa oficial, 2009.
PRONIN, Maria. Interação do edifício com o ambiente urbano: do espaço privado para o espaço
público. Tese de Doutorado, São Paulo, FAUUSP, 2004.
QUINTELLA, Sérgio; FARIAS, Adriana. Nova Rebouças: Após anos de degradação, a avenida ganhará um
“banho de loja” com a chegada de mais de 2000 apartamentos e salas comerciais nos próximos meses. Veja
São Paulo, São Paulo, 31 out. 2018.
ROSA, Sílvia Costa. 1001 Ruas de São Paulo. Guia sobre a História dos Homenageados nas Placas da
Cidade. São Paulo, Panda Books, 2003.
ROSÁRIO, Mariana. Era uma vez uma avenida: com construções vazias e pichadas a Rebouças enfrenta
crise comercial e imobiliária. Veja São Paulo, São Paulo, 18 out 2017.
SÃO PAULO (Município). Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Plano Diretor Estratégico do Município de
São Paulo, Texto da Lei ilustrado. São Paulo: PMSP, 2014.
SÃO PAULO (Município). Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Lei do Zoneamento que disciplina o
parcelamento, o uso e a ocupação do solo do Município de São Paulo. São Paulo: PMSP, 2014.
TOLEDO, Benedito Lima de. Prestes Maia e as origens do Urbanismo em São Paulo. São Paulo: Empresa
das artes, 1996.
YOU Faria Lima. In: You Inc e Tibério, 2019. Disponível em: https://www.youinc.com.br/ empreendimento/
ABSTRACT: Reflecting the success of the capitalist mode of production, the crisis in the
urban world presents numerous socio-environmental problems with direct implications today,
evidenced by the pandemic of the corona virus. Associated with global challenges, the
contemporary way of life is an expression of the forms of production of meaning in dominant
western culture, related to the natural / environmental, socio-cultural and socio-economic
levels. In order to understand the importance of ecovillage’s concept, in an attempt to alleviate
the problems arising from the capitalist mode of production, this article focuses on groups,
organizations and people who explore alternative means of production and consumption in order
to reduce environmental impacts, socioeconomic disparities and more subtle issues related
to cultural aspects. One of these measures is linked to the emergency in creating intentional
groups and communities that, based on different values and
principles, propose other ways
of living and relationships, indicating possible paths in the transition to a regenerative culture.
Initially, ecovillages were intentional rural communities formed by groups of people who share
environmental and social values, which express sustainable behaviors, adopting low-impact
ways of life, and seeking to apply integrated practices to the environment through the rational
use of resources. The literature review showed the expansion of the concept, which now
includes rural and urban initiatives, intentional and traditional communities, and diverse groups
involved with the practice of sustainability. Representing a synthesis between knowledge and
action, tradition and innovation, and sustainable theory and practices, ecovillages and their
projects are possible answers to the questions of the 21st Century Global Agenda.
KEYWORDS: Way of life; Intentional communities; Culture of Sustainability; Sustainable
settlements; Alternative Communities.
1 | INTRODUÇÃO
A Ecovilas falso-positivo
B Ecomércios ou ecocentros
C Ecocasas ou ecosítios
D Econdomínios ou ecobairros
E Ecovilas (institucionais ou funcionais)
F Ecovilas plenas
5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARRUDA, B. M. O FENÔMENO DE ECOVILAS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO. [s.l.] Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, 2018.
CAPELLO, G. Meio ambiente & ecovila. São Paulo: Editora Senac (Série Meio Ambiente, 21), 2013.
CHRISTIAN, D. L. Creating a life Together: Practical Tools to grow Ecovillages and Intentional
Communities. Grabriola Island, Canada: New Society Publishers, 2003.
DAWSON, J. Ecovillages: New Frontiers for Susteainability. Schumacher ed. Bristol: Green Books, 2006.
DAWSON, J. Ecovillages and the transformation of values. State of the world: The World Watch Institute,
2010.
FIC. Fellowship for Intentional Community - Communities Directory. Disponível em: <https://www.
ic.org/>. Acesso em: 13 maio. 2018.
GEN. What is an Ecovillage - Discover Innovative Eco Communities. Disponível em: <https://ecovillage.
org/projects/what-is-an-ecovillage/>. Acesso em: 4 fev. 2019.
GEN - GLOBAL ECOVILLAGE NETWORK. Ecovillages. Disponível em: <https://ecovillage.org/>. Acesso em:
2 maio. 2018.
GILMAN, R. The Eco-village Challenge: The ecovillage challenge: The challenge of developing a community
living in balanced harmony - with itself as well as nature - is tough, but attainable. Context Institute, v. 29, p.
10–14, 1991.
JACKSON, H. Viver a nova visão de mundo: justiça global e salvando 3 bilhões de anos de evolução. In:
HARLAND, M.; KEEPIN, W. (ORGS. . (Eds.). . A canção da terra: uma visão de mundo científica e
espiritual. Rio de Janeiro: Roça Nova, 2016. p. 336.
JOSÉ, F. J. Diretrizes para o desenvolvimento de ecovilas urbanas. [s.l.] Universidade de São PAulo,
2014.
KUNZE, I. Social Innovations for Communal and Ecological Living: Lessons from Sustainability Research and
Observations in Intentional Communities. Journal of the Communal Studies Association, v. 32, n. 1, p.
50–67, 2012.
MATTOS, T. Ecovilas: tecendo a Cultura Regenerativa. In: MAJEROWICZ, I.; VALLE, I.; TOGASHI, R. (Eds.).
. Ecovilas Brasil: caminhando para a sustentabilidade do ser. Rio de Janeiro: Bambual, 2017. p. 240.
MCCAMANT, K.; DURRETT, C. Creating cohousing : building sustainable communities. Canada: New
Society Publishers, 2011.
ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. United
States: 2015Disponível em: <http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/70/1&Lang=E>
ROYSEN, R. Ecovilas e a construção de uma cultura alternativa. [s.l.] Universidade de São Paulo, 2013.
SCOTTHANSON, C.; SCOTTHANSON, K. The Cohousing Handbook: Building a place for community.
SIQUEIRA, G. As ecovilas de sucesso do Brasil. In: MAJEROWICZ, I.; VALLE, I.; TOGASHI, R. (Eds.). .
Ecovilas Brasil: caminhando para a sustentabilidade do ser. Rio de Janeiro: Bambual, 2017. p. 240.
TAVARES, C. O que são comunidades alternativas. Volume 108 ed. São Paulo: Nova Cultura/ Brasiliense,
1985.
TRAINER, F.E. The global sustainability crisis. The implications for community. International Journal of
Social Economics, V. 24, N. 11, pp. 1219-1240, MCB University Press. Sydney, Australia, 1997.
MUROS
O Escola Sem Muros é um programa de imersão de dez dias com estudantes das
áreas de arquitetura, design e engenharia interessados em ter uma vivência prática e
colocar seu conhecimento a serviço da sociedade e das pessoas e saberes da própria
comunidade. A jornada de aprendizagem propõe vivenciar um saber que ultrapassa os
muros da universidade, deixando um legado prático para a transformação da comunidade
local.
A Escola Sem Muros é um escritório colaborativo de arquitetura e permacultura,
focado em projetos de baixo impacto ambiental, com caráter comunitário e pedagógico.
Por meio de projetos de edificações e equipamentos urbanos, busca facilitar o acesso
a tecnologias que promovam autonomia, gerando uma mudança cultural e de olhar:
da escassez para a abundância. Defende uma arquitetura integrada considerando os
aspectos sociais, ambientais e econômicos, para entender todo projeto como oportunidade
de aprendizado e empoderamento daqueles envolvidos. É a síntese da proposta de se
projetar com sabedoria, preservando os sistemas de manutenção da vida, valorizando a
economia dos materiais e os recursos disponíveis no planeta, o conforto térmico, sistemas
de coleta e tratamento de água, a energia renovável e eficiente.
Fonte: Autor
4 | A IMERSÃO
Para acomodar os participantes da imersão fez-se uma parceria com uma organização
não-governamental, CCA arte na rua (Centro da Criança e do Adolescente) , responsável
por um trabalho com crianças e adolescentes na região. Com sede própria instalada
na parte mais alta da comunidade, portanto, inserida no tecido urbano existente, a
organização garante um espaço para atividades extracurriculares no contraturno escolar,
proporcionando aos adolescentes e crianças da comunidade atividades pedagógicas e
alimentação durante o ano letivo. O problema é que, nas férias, esse espaço não funciona
e, assim, o Espaço Cultural do Jardim Damasceno faz esse papel, tornando-se uma
importante referência para a educação das crianças.
Duas salas desse espaço foram transformadas em alojamento coletivo para os
participantes após a fixação de regras de convivência sugeridas de forma participativa
pelo grupo, como limpeza do local, uso das instalações sanitárias, preparo do café da
Depois disso teve início a explicação do projeto em si, a parte prática tão esperada!
Aproveitando a oportunidade do dia, de construir com bambu, foi organizada outra roda
de conversa com as pessoas que mais entendem desse material multifacetado: os
construtores e artesãos educadores Roberto Payacan, Pedro Aquino Burgos e Jair Vieira.
O quinto dia de imersão começou com uma nova rodada de dança circular. Todos,
adultos e crianças, dirigiram-se ao campinho de futebol e formaram uma grande roda. A
prática, dessa vez, foi comandada por um dos participantes Felipe Chammas, sempre
objetivando aguçar a concentração de todos no momento presente, aspecto importante
para preparar mental e fisicamente os participantes para o longo dia pela frente, pois a
dança circular, além de trabalhar, focar e relaxar a mente, alonga os músculos do corpo
para o trabalho braçal que estava por vir.
Depois da dinâmica, tiveram início os trabalhos práticos participativos, sempre
coordenados por pelo menos um facilitador, para que a teoria, a execução e os processos
se fundam em um só pensar e fazer.
Com algumas frentes já definidas na proposta inicial da imersão, ao longo dos
primeiros dias e depois do mapa sensorial conjunto definiu-se continuar a execução da
O trabalho começou cedo e continuou intenso durante toda a manhã, nas três frentes
de construção que seguiam a todo vapor, já que o objetivo era terminar a tesoura da
estrutura do telhado para visualizá-la por inteiro. Finalizar a escada para a criançada ter
Logo depois do almoço, uma nova roda de conversa trouxe o tema “Tecendo Comum-
unidades”. Os facilitadores foram os educadores Ranyely Araujo e Fábio Miranda da
Favela da Paz e a arquiteta Paula Lobato do coletivo Cozinha Comum, de Belo Horizonte.
Cada um deles falou um pouco sobre as iniciativas das quais fazem parte, dos desafios
encontrados no caminho, das surpresas e também dos resultados obtidos.
Nesse meio tempo, o grupo responsável por completar a tesoura da cobertura
conseguiu terminá-la e a peça foi levada até a frente do espaço cultural e erguida como
ato simbólico mostrando que, independentemente dos contratempos que surgissem, a
construção iria acontecer.
O oitavo dia da imersão no Espaço Cultural Damasceno foi atípico. Logo cedo, o
grupo foi até o município vizinho de Perus, para um encontro com a comunidade cultural
Quilombaque. Esta é uma organização sem fins lucrativos que surgiu em 2005, a partir
da iniciativa de um grupo de jovens, moradores de Perus, outro bairro periférico da zona
noroeste de São Paulo e que concentra os piores índices socioeconômicos e culturais,
onde as maiores vítimas são os jovens.
Para finalizar esse ciclo, um novo encontro com o grupo Quilombaque em uma roda
de Jongo.
BIENAL DE VENEZA
Figura 28: Prancha implantação Espaço Cultural Jardim Damasceno, Brasilândia, SP.
Fonte: Escola Sem Muros
Figura 29: Prancha corte terreno Espaço Cultural Jardim Damasceno, Brasilândia, SP.
Fonte: Escola Sem Muros
Figuras 31: Exposição Espaço Cultural Jardim Damasceno na 16ª Bienal de Veneza de 2018.
Fonte: Escola Sem Muros
7 | CONCLUSÃO
Este artigo propõe uma reflexão de como a sociedade civil, pode atuar, de forma
coletiva e participativa, em áreas de vulnerabilidade social, que não dispõem de serviços
públicos básicos e nem tampouco de propostas governamentais de requalificação urbana
que tragam melhorias efetivas para a população .
A ideia de potencializar a relação de pertencimento com o território, construindo
conjuntamente possibilidades de intervenções, lançando mão de instrumentos projetuais
colaborativos e entendendo as conexões entre os espaços fragmentados da periferia e
uma leitura coerente da paisagem circundante, faz com que o espaço projetado não seja
apenas um espaço, mas possa se transformar em lugar, na mais abrangente acepção do
termo.
Além disso, deve-se salientar o papel de todos – homens, mulheres e crianças - na
conformação desses espaços.
Para isso, a importância de reunir profissionais de várias áreas como educadores
e facilitadores desse processo transversal de conhecimento, traduzido em ação prática
de transformação do território, é essencial para se buscar um mundo mais igualitário,
sustentável e mais humano.
A proposta do coletivo de arquitetos e arquitetas Escola Sem Muros sugere um
caminho rico nessa perspectiva, de fortalecer relações colaborativas e atuar de forma
prática na construção de uma nova paisagem, mais humana e coerente com os anseios
da população local.
REFERÊNCIAS
ÁUSTRIA. URBAN DEVELOPMENT VIENNA. Gender Mainstreaming in Urban Planning and Urban
Development. Vienna: Hozhausen Druck Gmbh, 2013. 104
BERTUOL, C.; SPINK, M. J. P. (2008). Crianças no espaço urbano: Um estudo sobre políticas públicas
no contexto das “cidades amigas da criança”. Tese de doutoramento em Psicologia social. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2008.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2003, 160p.
Concept Paper 2016 (DRAFT). Urban 95 Latin América. Bernard van Leer Foundation.
CORTÉS, José Miguel G. Políticas do espaço. Arquitetura, gênero e controle social. São Paulo: Senac, 2008.
DEAN, A.O.; & Hursley, T. RURAL Studio Samuel Mockbee and an Architecture of Decency. New York:
Princeton Architectural Press. 2002.
HART, R. Children cities and Psychological theories. New York: UNICEF. 1997
HOLMGREN, David. Permacultura: princípios e caminhos além da sustentabilidade; tradução Luiza Araújo.
Porto Alegre: Via Sapiens, 2013.
LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade. 1ª ed. São Paulo: Moraes, 1991. (p. 96-109).
LOTUFO, Tomaz A. Um novo ensino para outra prática. Rural Studio e Canteiro Experimental: contribuições
para o ensino de arquitetura no Brasil. 2014. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
LYNCH, K. Growing Up in Cities: Studies of the Spatial Environment of Adolescence in Cracow, Melbourne,
Mexico City, Salta, Toluca and Warsaw. UNESCO: 1977.
MOLLISON, Bill. Permaculture: a designer’s manual. Second edition. Tagari Publications, Austrália, 1988.
MOLLISON, Bill; Slay, R. M. Introdução a Permacultura. Tradução: André Soares. PNFC, MA, Fundação
Daniel Efraim Dazcal, Brasília, 1998.
MONTANER, Josep Maria.; MARTINEZ, Zaida Muxi. A cidade próxima:o urbanismo sem gênero. In:
Arquitetura e Política: Ensaios para mundos alternativos. Barcelona: G. Gili, 2011, p.197-210.
____________. Do diagrama às experiências, rumo a uma arquitetura de ação. Barcelona: G. Gili, 2017.
MONTANER, José M. Do diagrama às experiências, rumo a uma arquitetura de ação. Barcelona: G. Gili,
2017.
MORROW, Rosemary. Permacultura passo a passo. Ecocentro IPEC. PAL/Ecocentro IPEC, IPEP, IPA, OPA,
1993.
MUXI, Zaida. Ateliês Participativos. Construção do conhecimento. Atividades Práticas. Arquitetura e política
com Josep Maria Montaner. Barcelona: G. Gili, 2014.
RURAL STUDIO at twenty. Designing and building in Hale County, Alabama. Andrew Freear, Elena Barthel,
Andrea Oppenheimer Dean. 2014
SMALL CHILDREN - Big Cities. Child-Friendly 21St -Century India. November 2014. New Delhi, India. Impact
Through Design Intervention. 2014
SPINK, M. J. P.; SPINK, P. K. (org.). Práticas cotidianas e a naturalização da desigualdade. Uma semana de
notícias nos jornais. São Paulo: Cortez, 2006.
TAVARES, Rossana B. Uma análise das desigualdades de gênero em favelas do Rio de Janeiro:
Perspectiva do reconhecimento para o urbanismo: Caderno de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo,
São Paulo, v. 12, n. 2, 2016, p. 48-67. Disponível em: <http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/
article/view/6091/4401>. Semestral. Acesso em: 23 abr. 2016.
TONUCCI, Francesco. La cittá dei bambini: um modo nuovo di pensare la cittá. Milano: Zeroseiup, 2015,
WARD, C. The Child in the City. New York: Pantheon, 1979, p. 128.
WEISMAN, Leslie K. ‘Women’s Environmental Rights: A Manifesto’ from Heresies: A Feminist Publication on
Art and Politics. In: RENDELL, Jane et al. Gender, Space and Architecture: an interdisciplinary introduction.
London: Routledge, 2003. p. 1-5.
WILSON, Elizabeth. Sexuality and Space: Edited by Beatriz Colomina. Harvard Design Magazine,
Cambridge, n.1, 1997, semestral. Disponível em: <http://www.harvarddesignmagazine.org/issues/1/sexuality-
and-spaceedited-by-beatriz-colomina>. Acesso em 15 maio 2018.
ABSTRACT: The Contemporary cities suffer with the process of densification that presses
and ignores the public spaces of the city. The emphasis on the use of individual vehicles
results in smaller spaces for the pedestrian, hampering urban living and walking in cities.
The city of Vila Velha-ES is precarious in terms of active mobility, with routes that, despite the
flow of people, do not value the pedestrian. From this scenario, the present work presents
a design essay for the quality of the public spaces, in particular for the improvement in the
displacements on foot, having as a cut Av. Dr. Jair de Andrade. The development of the
project proposal investigates the application of the concepts of urban vitality, walkability and
pedestrian valorization, based on the theories of Jacobs (2000), Gehl (2013) and Speck
(2016). The research still elucidates the techniques of analysis: photographic survey, flow
count, questionnaires, behavioral observation, field diary and walk test. The proposal was
based on the valorization and protection of the pedestrian, on increasing the social and
environmental quality of the road, on stimulating active facades and on the rescue of the
bicycle path, in order to improve the quality of urban space on urban roads.
KEYWORDS: Walkability, Pedestrian, Active Mobility, Sidewalk, Walking Displacement.
1 | INTRODUÇÃO
Evitar alagamentos inviabilizando o Desgaste da via e risc o a saúde Jardins filtrantes, área de
uso da via dos transeuntes
Escoar água da chuva esc oamento aumentada
Figura 3: Av. Dr. Jair de Andrade. a) Perfil atual da via. b) Perfil da proposta projetual.
Fonte: elaborado pelos autores (2018).
Figura 5: Paginação de piso e realce faixas de transição dos apsseios (realidade x proposta).
Fonte: elaborado pelos autores (2018).
Nas calçadas, o caminho percorrido pelo pedestre envolve também outros espaços
urbanos, como interseções e travessias. Além das interseções elevadas, as conexões
seguras propiciam deslocamentos a pé contínuos e conectados. É importante que as
conexões entre esses elementos sejam acessíveis e seguras para estimular a mobilidade
ativa e criar uma rede de mobilidade a pé (WRI BRASIL, 2017).
As interseções elevadas são elevações da pista de rolamento, no mesmo nível
do pavimento das calçadas, que buscam, além da maior conexão e acessibilidade dos
deslocamentos a pé, reduzir a velocidade dos carros onde os pedestres atravessam. Sendo
assim, foi proposta que as interseções, principalmente nas áreas de maior circulação
de pessoas, fossem elevadas e sinalizadas para melhor segurança, acessibilidade e
visibilidade (Figura 6).
Ainda foram propostas ocupações para dois vazios urbanos situados no cruzamento
da Av. Dr. Jair de Andrade. No primeiro, a implantação de um edifício híbrido com lojas,
salas comerciais e moradias para fomentar a atividade de residentes e, também, de
pessoas de outros lugares. No segundo, a implantação de um centro gastronômico,
conectado também como a orla, tornando-se uma referência para aqueles que transitam
na localidade. Ambos edifícios possuem afastamentos frontais generosos para melhor
interação com o espaços público. A figura 10 ilustra a ocupação desses espaços.
REFERÊNCIAS
GEHL, Jan.; Cidade Para Pessoas. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. 261 p. (Arquitetura e Urbanismo).
GEHL, Jan; SVARRE, Birgitte. A Vida na Cidade – Como Estudar. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2018. 148
p. (Arquitetura e Urbanismo).
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
SPECK, Jeff. Cidade Caminhável. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2016. 272 p.
VILA VELHA. Lei complementar nº 65, de 09 de novembro de 2018. Institui a revisão decenal da lei
municipal nº 4575/2007 que trata dp plano diretor municipal no âmbito do município de Vila Velha e dá
outras providencias. Vila Velha: Câmara Municipal de Vila Velha. 2018.
1 | INTRODUÇÃO
Embora haja uma realidade urbana marcada pelo desinteresse e negação dos
espaços públicos, muitos cidadãos ainda se preocupam em mudar determinada situação,
transformando os não-lugares em lugares repletos de significados e conexões. Estas
“atitudes cidadãs” no meio urbano caracterizam um novo modo de intervir na cidade,
revelando assim formas de repensar a escala urbana e novos agentes de atuação.
Determinado fenômeno tem surgido em diversas partes do mundo e pode ser desenvolvido
por meio de diversos atores, métodos e processos.
De acordo com Gadanho (2015), ocupações temporárias no espaço público, modelos
alternativos e incomuns de infraestrutura, iniciativas criativas de apropriar-se dos espaços
da cidade e os domínios resultantes da informalidade urbana são exemplos de ações
táticas no solo urbano. Porém, estas ações manifestam-se de formas diversificadas e não
se restringem somente a estas definições.
As variadas formas de se viver na cidade, as ativações promovidas por grupos
organizados ou não, as ações individuais e ordinárias do cotidiano, a revitalização
da paisagem urbana através dos anseios da população, iniciativas efêmeras sem um
planejamento prévio, dentre outras, também se comportam como práticas criativas
utilizadas na produção de espaços e de ambiências urbanas.
As práticas urbanas criativas (PUC) são experiências em que as pessoas
desempenham um papel ativo, afetivo e efetivo no espaço público (FARIAS, 2018).
Determinadas ações refletem conflitos presentes na paisagem urbana, sendo eles,
Usos e ocupações temporárias são vistos no atual debate, portanto, como ferramentas
de potencialização, revelando novas possibilidades dos espaços. Atuam na forma de
auto observadores da sociedade, uma vez que, por estarem à margem do planejamento
das cidades, ocupam ou se apropriam de áreas que por alguma razão estão vazias.
Logo, observam as relações sociais e exploram nichos, apresentando-se muitas vezes
como alternativas, como potência e como forma de movimento para a revitalização das
áreas residuais e dos espaços ociosos da cidade, movimento inclusive com potencial
elástico, que permite o contínuo fazer e desfazer. (SANSÃO, 2011, p.27)
Diante destes tipos de relações geradas por meio da amabilidade, retoma-se uma ideia
supramencionada na pesquisa, defendida por Alexander (1968), de que as intervenções
promovem relações entre as partes fixas e as partes móveis do espaço público, sendo
elas respectivamente, o local e as pessoas. Dessa forma, o estimulo gerado por estas
práticas, do qual possibilita a interação social momentânea ou permanente, é um agente
provedor de amabilidade urbana.
3 | CONCEITOS INOVADORES
Mais do que apenas promover um melhor desenho urbano, o placemaking facilita padrões
criativos de uso, com especial atenção para identidades físicas, culturais e sociais que
definem um lugar e apoiam a sua evolução contínua. (PPS, 2014)
Source: Autora.
No ano de 2016 iniciou-se uma discussão com o intuito final de promover um Plano
de Desenvolvimento Territorial para o Município de Cajamar, com apoio da Empresa
Natura e do Sesi. O Movimento Inova Cajamar foi criado por meio das startups Conexão
Cultural e Bela Rua, iniciando suas atividades em junho de 2015 a partir da necessidade
de se promover iniciativas que devolvessem à sociedade valores como desenvolvimento
sustentável e democracia participativa, com o intuito de mitigar o déficit cultural em áreas
periféricas e onde há a diminuta participação do Estado.
O município de Cajamar pertence a Região Metropolitana de São Paulo e é conhecido
por ser um grande polo industrial, possuindo industrias de materiais variados. Entretanto,
o mesmo apresenta baixos índices sociais e contexto político estável, fazendo com que
o cenário urbano apresentasse espaços públicos degradados, situações precárias de
moradia e carência em locais de lazer. Em meio a ausência de um planejamento que
orientasse sua ocupação e desenvolvimento, o projeto Inova Cajamar surgiu como um
vetor de transformação física e social, incentivando o desenvolvimento sustentável e
garantindo qualidade de vida aos cidadãos do município.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, Christopher. La ciudad no es un árbol. Barcelona: ETSAB, 1968. (Ed. original 1965).
ARANTES, Pedro F. Práticas artísticas e o novo ativismo urbano. Palestra proferida no Museu de Arte de São
Paulo em 06 ago. 2016. Disponível em: Acesso em: 06 jan. 2017.
ASCHER, François. Os novos princípios do urbanismo. Tradução à apresentação Nadia Somekh - São Paulo:
Romano. Guerra, 2010.
BERQUE, A. Paisagem-marca, Paisagem-matriz: elementos da problemática para uma geografia cultural. In:
CORRÊA, R.L; ROSENDAHL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998.
BRENNER, Neil. “Seria o “urbanismo tático” uma alternativa ao urbanismo neoliberal?” Revista e-metropolis.
nº 27, 2016.
BORJA, Jordi; MUXÍ, Zaida. El espacio público: ciudad y ciudadanía. Barcelona: Diputació de Barcelona,
2003.
BROADBENT, Geoffrey. Emerging Concepts in urban space design. London: Van Nostrand Reinhold, 1990.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.
COUGO, Felipe. O enfoque das capacidades em Amartya Sen. Universidade Federal de Pelotas - Instituto de
Filosofia, Sociologia e Política. Pelotas, 2016.
CHASE, John; CRAWFORD, Margaret; KALISKI, John. Everyday Urbanism. New York: The Monacelli Press,
1999.
CULLEN, Gordon. The Concise Townspace. London: The Architectural Press, 1961.
FARIAS, Ana Carolina. Taxonomia do Urbanismo Tático: Uma Proposta para Leitura, Compreensão e
Articulação das Táticas Urbanas Emergentes. Universidade Federal de Goiás, 2018.
GADANHO, Pedro (Org.). Uneven Growth – Tactical Urbanisms for Expanding Megacities. New York: The
Museum of Modern Art, 2015.
GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2013
___________. La humanización del espacio urbano: La vida social entre los edificios. Barcelona: Editorial
GEHL, Jan; SVARRE, Birgitte. Vida na Cidade: Como estudar. São Paulo: Perspectiva, 2018.
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993. (Ed. original 1990)
___________. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Ed Brasil: Martins Fontes, 2014.
HOLSTON, James. Cidadania Insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.
HOU, Jeffrey (Ed.). Insurgent Public Space. Guerrila urbanism and the remaking of contemporary cities. New
York: Routledge, 2010.
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
LA VARRA, Giovanni. “Post-it City. El último espacio público de la ciudad contemporánea”. In: Post-it City.
Ciudades Ocasionales. Barcelona: CCCB, 2008.
LEITE, Carlos; AWAD Juliana C. Marques. Cidades Sustentáveis Cidades Inteligentes: desenvolvimento
sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
LYDON, Mike; GARCIA, Anthony. Tactical Urbanism: Short-term Action for Long-term Change. New York:
Island Press, 2015.
LYDON, Mike (org.). Urbanismo Tático 2 – Ação a curto prazo / Mudança a longo prazo. Miami/New York: The
Street Plans Collaborative, 2012.
MONTANER, Josep; MUXÍ, Zaida. Arquitetura e política: ensaios para mundos alternativos. São Paulo:
Gustavo Gili, 2014.
NOGUEIRA, Pedro C. E; PORTINARI, Denise B. Urbanismo tático e a cidade neoliberal. Rio de Janeiro,
2016.
PROJECT for Public Spaces, Inc. How Turn a Place Around: A Handbook for Creating Successful Public
Spaces. New York: Project for Public Space, Inc., 2000.
ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno Planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001
ROSA, Marcos L. Microplanejamento: Práticas Urbanas Criativas. São Paulo: Editora Cultura, 2011.
SANSÃO FONTES, Adriana. Intervenções temporárias, marcas permanentes. A amabilidade nos espaços
coletivos de nossas cidades. Tese de Doutorado em Arquitetura. Rio de Janeiro: PROURBFAU/UFRJ, 2011.
_______. “Intervenções temporárias, marcas permanentes na cidade contemporânea”. In: Arquitetura Revista.
São Leopoldo, v. 8, jan/jun, 2012.
SHAFTOE, Henry. Convivial Urban Spaces: Creating effective public places. London: Sterling VA, 2008.
SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e gestão urbanos. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
WHYTE, William H. The Social Life of Small Urban Spaces. New York: Project for Public Spaces, 2001. (Ed.
original 1980)
PARTICIPATION: REFLECTION IN
No Brasil, a luta pela reforma urbana remonta a década de 1960. Hoje, o Estatuto da
Cidade, Lei Federal no 10257, de 2001, figura como o principal marco da legislação urbana
brasileira. Sua origem está nos debates referentes à lei de Desenvolvimento Urbano,
que começava a ser discutida na Câmara dos Deputados na década de 1980, após
apresentação de anteprojeto de lei pelo CNDU – Conselho Nacional de Desenvolvimento
Urbano. A partir da Constituição Federal, de 1988 (Artigos 182-183), temos um cenário
de avanços nas questões urbanísticas, particularmente em relação aos limites do direito
de propriedade e ao cumprimento da função social das cidades (SOMEKH, 2008). Por
outro lado, Alvim (2019) sublinha que o principal desafio em relação às políticas urbanas
diz respeito à forma de sua implementação e também da “integração entre tais políticas,
de tal modo, que seja possível equacionar conflitos ocorridos em especial em áreas
intensamente urbanizadas” (2019, p.620).
Dos vários instrumentos propostos pelo Estatuto da Cidade, o artigo destaca
aqueles que garantem amplo espaço de participação social na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. “Uma
nova estratégia de gestão é formulada, incorporando a idéia de participação direta do
cidadão em processos de construção dos destinos da cidade” (SOMEKH, 2008). O
Estatuto da Cidade se fundamenta na valorização das questões locais para a solução
de problemas urbanos de crescente complexidade, estabelecendo uma nova forma
de atuação caracterizada pelos princípios da gestão democrática, definida “por meio
da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos
da comunidade” (Art. 2). São instrumentos previstos os orgãos colegiados de política
urbana (em nível nacional, regional e municipal), as consultas, os debates e audiências
públicas, as conferências sobre temas relativos às cidades, e as iniciativas populares de
projetos de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (Art. 43).
A Operação Urbana Consorciada, por sua vez, define um conjunto de intervenções e
medidas coordenadas pela gestão municipal, com a participação de investidores privados,
PAULO
CIDADES
6 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVIM, A. T. B. “Política pública, planejamento e gestão urbano-ambiental: os desafios da integração”. In:
PHILIPPI JUNIOR, A.; BRUNA, G. C. (Ed.). Gestão Urbana e Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2019.
ASCHER, F. Os novos princípios do urbanismo. Tradução e apresentação: Nadia Somekh. São Paulo:
Romano Guerra, 2010.
BOHM, D. Diálogo: comunicação e redes de convivência. São Paulo: Palas Atena, 2005.
BRASIL. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto das Cidades. Brasília: DF, 2001. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70317/000070317.pdf?sequence=6%20Calizaya. Acesso
em: 20-05-2019.
______. Decreto Nº 8.243, De 23 De Maio De 2014. Institui a Política Nacional de Participação Social -
PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências. Brasília, DF, 2014.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm. Acesso em:
______. Decreto Nº 9.759, De 11 De Abril De 2019. Extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações
para colegiados da administração pública federal. Brasília, DF, 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9759.htm. Acesso em: 13/05/19.
CARLOS, E., SILVA, R., ALMEIDA, C. (2018). Participação e política pública: efetividade dos conselhos
de assistência social na gestão da política. In: Revista de Sociologia e Politica, v. 26, n. 67, pp. 67-
90. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v26n67/0104-4478-rsocp-26-67-0067.pdf. Acesso em:
09/06/2019.
GOHN, M.G. Conselhos gestores e participação sociopolítica, São Paulo: Cortez, 2011.
IPEA, Conselhos Nacionais Perfil e atuação dos conselheiros: Relatório de Pesquisa. Brasília, IPEA :
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Disponível em: http://www.ipea.gov.
br/participacao/images/pdfs/relatoriofinal_perfil_conselhosnacionais.pdf. Acesso em: 09/06/2019.
SÃO PAULO (Município). Lei Nº 16.050, De 31 De Julho De 2014. Plano Diretor Estratégico. São Paulo,
SP, 2014. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE-Suplemento-DOC/PDE_
SUPLEMENTO-DOC.pdf. Acesso em: 19-05-2019.
SOMEKH, N. Projetos Urbanos e Estatuto da Cidade: limites e possibilidades. Arquitextos, São Paulo, ano
09, n. 097, Vitruvius, 2008. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.097/131.
Acesso em: 01/06/2019.
Desenvolvimento Sustentável 1, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 86, 177, 224, 225, 231, 288, 294
Ecologia de Paisagens 13
Ecologia Urbana 116, 120, 121, 123, 125
Escola Sem Muros 234, 235, 236, 238, 240, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 251, 258, 260,
261, 262, 263, 264
Espaços Públicos 27, 84, 88, 89, 91, 92, 93, 97, 98, 100, 101, 204, 264, 267, 268, 269, 279, 280,
281, 282, 283, 284, 285, 286, 288, 289, 290, 291, 292
Gestão Urbana 113, 291, 296, 297, 298, 300, 303, 307
Paisagem 13, 14, 15, 16, 18, 19, 21, 22, 23, 27, 28, 61, 65, 71, 112, 117, 119, 120, 121, 125, 127,
137, 162, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 203, 205, 253, 263, 281,
283, 293, 301
Paisaje Cultural 30, 32
Participação Social 90, 93, 296, 297, 298, 299, 300, 301, 302, 303, 306, 307
Patrones de Localización 145, 151
Pedestre 5, 11, 12, 213, 267, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 276, 278
Percepção 63, 71, 75, 87, 88, 91, 93, 98, 99, 100, 123, 124, 177, 178, 248, 253, 255, 259, 264,
270
Planejamento Urbano 5, 6, 64, 101, 102, 103, 104, 105, 110, 113, 116, 124, 125, 199, 240, 279,
282, 288, 291, 300
Urbanismo 1, 3, 4, 5, 6, 9, 11, 12, 13, 16, 28, 36, 61, 63, 101, 114, 129, 139, 142, 145, 159, 163,
167, 171, 175, 188, 190, 194, 195, 196, 197, 199, 201, 202, 203, 212, 213, 216, 217, 219, 221,
229, 230, 231, 234, 265, 267, 278, 284, 286, 287, 288, 291, 293, 294, 296, 307, 309
Urbanização 1, 3, 4, 7, 10, 11, 15, 18, 64, 67, 106, 112, 116, 117, 118, 130, 139, 143, 193, 196, 241
Vegetação 13, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 72, 79, 80,
82, 83, 84, 85, 87, 106, 111, 114, 163, 173, 195, 272, 276, 278