Você está na página 1de 78

1

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

2
Núcleo de Educação a Distância

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver


um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa
jornada!
Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção
de novos conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor Guilherme Prado Salles


O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.
A ética e a moral são de suma importância para um convívio social agra-
dável. Além disso, no que tange as empresas, a responsabilidade so-
cial busca incorporar diversos fatores com o mesmo intuído. Podemos
afirmar que a Ética é um campo de estudo dentro da ciência filosófica,
buscando assim entender as condutas éticas e morais. A ética é um
campo de estudo da filosofia que busca estudar assuntos morais. A éti-
ca pode ser dividida em cinco grupos, sendo eles: metaética, ética nor-
mativa, ética aplicada, ética descritiva e ética moral. A Ética Profissional
é a ética aplicada à atuação dos profissionais, geralmente por meio de
códigos de éticas, os conselhos de classes profissionais normatizam a
atuação da profissão. Entende-se por responsabilidade social as expec-
tativas depositas sobre as organizações, sendo as expectativas econô-
micas, legais, éticas e discricionárias.

Ética e Moral. Ética Profissional. Responsabilidade Social.


Apresentação do módulo ______________________________________ 10

CAPÍTULO 01
FUNDAMENTOS DA ÉTICA E MORAL

Conceito_________________________________________________ 11
Definição e Objeto de Estudo_______________________________ 14
Ética e Moral_____________________________________________ 14
Ética Empresarial_________________________________________ 19

Ética e Responsabilidade Social_____________________________ 19

Teorias Éticas_____________________________________________ 20
Recapitulando____________________________________________ 28

CAPÍTULO 02
ÉTICA PROFISSIONAL & CÓDIGO DE ÉTICA

Código de Ética do Psicólogo (2005)__________________________ 33


Ética Profissional___________________________________________ 41
Processos éticos____________________________________________ 43

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Recapitulando_____________________________________________ 48

CAPÍTULO 03
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Modelo dos três domínios___________________________________ 54
ABNT - NBR - ISO 26000:2010_______________________________ 57
Desenvolvimento Sustentável________________________________ 60
Exemplos_________________________________________________ 64
Recapitulando_____________________________________________ 68
Considerações Finais_______________________________________ 72
Fechando a Unidade_______________________________________ 73
Referências_______________________________________________ 76

9
Hodiernamente, é muito comum utilizarmos a palavra ética
e moral. Quem nunca deparou com a seguinte frase: “Essa atitude é
antiética?” Mas, porque agimos assim? Simples, baseado em nossa
crença, cultura, convívio social, passamos a julgar ações como certas
ou erradas, morais ou imorais. Nesse cenário, temos a filosofia como
ciência que busca estudar a Ética. Já por outro lado, a ética busca es-
tudar condutas morais. Ela divide-se em diversos ramos de estudos,
inclusive, um desses ramos é a Ética Aplicada, ou seja, a ética aplicada
a um determinado assunto, a uma determinada área. Neste módulo, es-
tudaremos a aplicação da ética no exercício profissional, principalmente
no que tange à conduta do psicólogo.
Além disso, estudaremos sobre a Responsabilidade Social Em-
presarial – RSE, a SER, que são condutas éticas, morais, sustentáveis
que buscam proporcionar bem-estar à sociedade, ao meio ambiente, às
partes interessadas, entre outros.
No capítulo 1, estuaremos o Fundamento da Ética e da Moral,
apresentado seu conceito. Posteriormente, apresentaremos os objetos
de estudo da ética, além de realizar um estudo conjunto da ética e da
moral. Em seguida, estudaremos a ética empresarial, a ética e respon-
sabilidade social. Por fim, estudaremos a teorias éticas. Já no capítulo 2,
estudaremos a ética profissional, o código de ética e os processos éticos.
No capítulo 3, estudaremos a responsabilidade social empre-
sarial – RSE, inicialmente abordaremos a pirâmide da responsabilidade
social e, posteriormente, a evolução dessa pirâmide para o modelo dos
três domínios: ABNT; NBR; ISO 26000:2010 e, por último, estudaremos
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

o desenvolvimento sustentável.
Com este módulo esperamos que o aluno consiga ter uma
visão ampla sobre a Ética e a Moral, principalmente suas aplicações
profissionais e empresarias, bem como um entendimento sobre a res-
ponsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.

Dediquemo-nos ao estudo!

Bons estudos!

10
FUNDAMENTOS DA ÉTICA
E DA MORAL

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


CONCEITO

A ética é um campo de estudo da filosofia que busca estudar


assuntos morais. A palavra ética tem sua origem no grego que se deriva
do termo “ethos” que está relacionado às ações do homem, aos seus
costumes. Segundo estudos a palavra ética seria traduzida do latim por
mos ou mores (plural), sendo esse termo a origem da palavra moral.
Sendo assim, a palavra “ética” vem do grego “ήθικóς” (ethikos), que
traduzido significa aquilo que pertence ao ethos (ἦθος), que pode ser
traduzido como “bom costume”, “portador de caráter”.
Nessa perspectiva, uma das possíveis definições de ética se-
ria um ramo da filosofia que busca estudar e compreender as ações,
princípios e noções que estão relacionados com a moralidade social e
11
com o indivíduo, de forma individual e pessoal, ou seja, seria o impacto
das ações e seu valor no âmbito social coletivo e individual. A ética dife-
rencia-se da moral, tendo em vista que a ética é a fundamentação das
ações morais baseada na razão, por outro lado, a moral é a obediência
aos hábitos e costumes recebidos.

Figura 1 - Ética vs. Moral

Fonte: Bernardes, 2019.


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Sob a ótica da filosofia clássica, a ética não estava resumida em


moral. Contudo, acreditava-se que a ética fundamentava-se na moral bus-
cando identificar o melhor modo de convivência ou de viver. Dessa forma,
podemos afirmar que estava inserida na maior parte das áreas do conheci-
mento, exceto nas áreas da física, estética, metafísica, entre outras. Nessa
perspectiva, pode-se afirmar que a ética estava inerida em áreas de conhe-
cimento como a antropologia, a psicologia, a economia, entre outras.
Com a revolução industrial a especialização e o conhecimento
aumentaram, tornando-se alvo de estudo da filosofia, de modo geral, da
ética e seu campo de atuação, tornando-a, assim, uma disciplina cien-
tifica. Dessa forma, é recorrente que a ética seja vista como o campo
da filosofia que busca estudar, de forma moral, as normas da sociedade
humana, onde busca justificar determinados costumes de certos agru-
pamentos, apresentando argumentos para solucionar dilemas comuns.
Baseando-nos no exposto, podemos definir a ética como uma ciência
12
que busca estudar a conduta humana, bem como a moral, levando em
consideração o ponto de vista do bem e do mal.
Vale ressaltar, que não podemos confundir a lei e seu exercício
com a ética, mesmo que a ética e seus princípios sejam bases nortea-
doras da lei. A lei é um ofício obrigatório e imposto pelo Estado, seu
cumprimento é obrigatório. Já, por outro lado, a ética e seus princípios
não são impostos pelo Estado, caso as normas éticas não sejam cum-
pridas o indivíduo transgressor não sofre sanção.
Na Antiguidade Clássica, na cultura ocidental, originou-se o
pensamento crítico e reflexivo sobre os costumes e valores, onde os
grandes filósofos levantaram tais pensamentos, como Platão, Aristóte-
les e Sócrates. Indagadores natos, aconselhavam um estudo que bus-
cava compreender o que seriam os valores éticos universais.
Nessa perspectiva, podemos definir a ética como uma medita-
ção sobre código moral e sua influência sobre a subjetividade humana,
além de como aceitamos e trabalhamos com essas recomendações de
conduta, ou seja, como nos importamos com tais condutas, agimos de
forma integral ou parcial perante elas.
Alguns filósofos afirmaram que nossas vontades e desejos são
como uma embarcação à deriva no mar, ou seja, têm um caráter de
inconsistência. Além disso, defendiam que essa inconstância deixaria
o convívio social impossível se não existe alguns valores universais.
Sendo assim, devemos nos educar, buscando basear-nos nesses va-
lores, para que possamos tomar decisões racionais entre a justiça e a
injustiça, o certo e o errado.
Assim, podemos dizer que a ética vem da educação da vontade,

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


ou seja, da educação do nosso querer dentro dos valores morais e éticos
universais. Sendo assim, podemos afirmar que a ética vem dos pensa-
mentos críticos e reflexivos, como “o que são os costumes?”, “onde está
a sua origem?”, “qual é o seu valor?”. Ademais, esses pensamentos sur-
gem quando buscamos levantar o senso moral, ou seja, julgar o indivíduo
de forma individual, buscando identificar e entender seu caráter.
Portanto, entende-se que o senso moral contribui no processo
de educação do indivíduo, no que tange à vontade e aos desejos. O
senso moral baseia-se em um agente moral, esse agente é assumido
por nós. Logo, podemos concluir que a consciência e a responsabilida-
de são fundamentais para o convívio ético e moral.
De tal modo, o agente moral tem que colocar em ação a sua
autonomia como indivíduo, buscando ser mais ativo, tendo em vista
que a passividade acaba influenciando e o indivíduo acaba por aceitar
quaisquer influências. Podemos concluir, ainda, que a ética aplica-se às
diversas áreas, inclusive pode ser aplicada no meio profissional. Além
13
disso, a ética e a cidadania fazem parte de uma sociedade próspera.

DEFINIÇÃO E OBJETO DE ESTUDO

O estudo da ética dentro da filosofia, está dividida em subá-


reas, sendo elas:

Metaética: busca apresentar significado e referências aos ter-


mos, ou seja, é uma subárea que busca estudar a natureza das proprie-
dades.
Ética Normativa: entende-se por ética normativa os meios
práticos para as condutas éticas.
Ética Aplicada: entende-se por ética aplicada, a aplicação da
moral em situações específicas.
Ética Descritiva: essa subárea busca estudar as visões, cultu-
ras, crenças a respeito da moral.
Ética Moral: entende-se por ética moral o estudo dos valores
das atividades sociai, seja coletivo ou individual.

ÉTICA E MORAL

O termo ética ou moral são termos utilizados de forma frequen-


te em nosso dia-a-dia, a razão do uso frequente desses termos se dá
porque eles fazem parte do cotidiano, ou seja, estão relacionados à
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

conduta humana, aos hábitos, aos costumes e às crenças. Como vimos


anteriormente, a palavra ética origina-se do grego, que quer dizer hábi-
tos e costumes. Já a moral, tem sua origem no latim é quer dizer modo
de vida, habito e costumes.
O termo moral está relacionado ao grupo de normas e valores
que direciona a conduta humana, tais condutas são aceitas pela socie-
dade ou grupos sociais específicos. Já a moralidade está relacionada
à conduta orientada pela moral e suas normas. Sendo assim, a moral
é a conduta com as características que julgamos ser boas, desejáveis,
corretas, etc. Já o termo ética, indica estudo da moral, ou seja, a moral
e a moralidade são objetos de estudo da ética. Por outro lado, a ética é
um campo de estudo da filosofia.
Como se espera de qualquer campo de conhecimento a ética,
possui diversas divisões, vejamos sobre cada uma. A primeira divisão é
a área da ética normativa, tem como intuito proporcionar respostas para
as questões morais. Ou seja, questões práticas que acontecem a todo
14
instante. Exemplo: contribuir ou não com um pedinte.
Nessa perspectiva, podemos afirmar que a ética normativa
busca proporcionar argumentos perante condutas morais, buscando
responder indagações como certo ou errado. Já a aplicação dos pre-
ceitos morais em situações especificadas é o que chamamos de ética
aplicada, por exemplo, bioética. Por fim, temos a metaética, que é o es-
tudo da ética como elaboração de teorias, normas morais, entre outros.

Imoral e Amoral

Os termos imoral e amoral precisam ser explicados. Quando


utilizamos o termo amoral estamos nos referindo à ausência de consi-
derações morais, por exemplo, a escolha de um time para torcer. Já, o
termo imoral é a oposição às normas ou condutas morais, por exemplo,
votar em um candidato corrupto.

Moral e Direito

Figura 2 - Moral & Direito

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Observando a figura 2, vemos a relação entre moral e direito,


inicialmente podemos afirmar que se tratam das normas de conduta.
Observando a figura, temos o lado I, onde constam as normas que es-
tão relacionadas à esfera moral. Já, do lado II, temos as normas que
estão relacionadas à esfera do direito. Por fim, temos o segmento III,
que são as normas que fazem parte de ambas as esferas. Para melhor
entendimento vejamos alguns exemplos.

15
Exemplo Esfera Moral: podemos citar como exemplo a per-
missão realizada por determinadas organizações para o desenvolvi-
mento de atividades voluntárias por parte dos colaboradores sem pre-
juízos no salário.
Exemplo Esfera Direito: podemos citar como exemplo o au-
mento de forma desproporcional do salário dos políticos, tal situação
gera indignação na população, é inconsiderada imoral, contudo, é legal.
Ambas Esferas: Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A moral e o direito se assemelham, pois ambos são eficazes


no que se propõem, sem a moral e o direito não seria possível equilibrar
as relações sociais. Vale ressaltar, que as normas são sociais e que
podem sofrer alterações. Outra diferença, é que as normas legais são
provenientes do Estado. Além disso, as leis são obrigatórias, as normas
morais decorem da convicção de cada um. Ademais, o julgamento mo-
ral se dá pelo confronto entre as normas e os padrões morais, vejamos
a figura abaixo para exemplificação.

Figura 3 - Juízo Moral


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Código de Ética

Observando a relação entre Direito e Moral, quando nos referimos


ao Código de Ética, ele enquadra-se no segmento três, ou seja, em ambas
as esferas. O código de ética trata de um conjunto de normas, técnicas,
princípios e procedimentos, por exemplo, os códigos de ética profissionais
16
regulamentam o exercício profissional daquela categoria. Sendo assim,
eles apresentam as condutas éticas daquela determinada categoria profis-
sional e, ao mesmo tempo, fazem parte do sistema legal brasileiro.
Os códigos de ética profissionais possuem como base a re-
gulamentação da profissão, bem como apresentam as condutas e os
princípios do profissional, sendo assim, esses instrumentos são desen-
volvidos pelos seus respectivos conselhos por meio de resolução ou
decreto, além do Conselho Profissional, deve-se realizar as devidas fis-
calizações do exercício profissional.
Convém ressaltar que o código de ética, busca estabelecer pa-
drões de condutas dos profissionais, dessa maneira, o profissional fica
reduzido em seu poder de liberdade e escolha, baseado em seus pa-
drões e suas normas morais. Contudo, isso não quer dizer que ele não
possa adotar uma prática que ele julgue mais conveniente. Geralmente,
os códigos de ética apresentam uma disposição geral, vejamos sobre
essa disposição abaixo.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

17
Figura 4 - Disposições Códigos de Ética
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado Barbieri e Cajazeira, 2016.

Ética Profissional do Psicólogo

18
No Brasil, a profissão de psicólogo foi criada por meio da legis-
lação, lei n° 4.119/62, tal lei regulamenta a oferta de cursos superiores
de graduação em Psicologia. Posteriormente, foi criado o Conselho Fe-
deral de Psicologia – CFP, por meio da Lei 5.766/71, mais tarde, foram
implantados os Conselhos Regionais de Psicologia – CRP, por meio do
Decreto 79.822/77, visando a orientação, a fiscalização e a disciplina-
ção, no que tange ao exercício profissional.
Após a implantação dos Conselhos, o exercício profissional é
permitido somente para portadores da carteira profissional do conselho,
carteira essa emitida pelo conselho regional.

Relativismo Moral

Podemos afirmar que a moral não é exata, mas sim uma re-
lação humana. Dessa forma, ela se desenvolve de forma diferente de-
pendendo da cultura, das crenças entre influenciadores. Dessa forma,
pode haver uma forma diferenciada entre o ponto de vista de uma moral
para uma determinada população. Por exemplo, um país pode definir
que é correto auxiliar os idosos, outras podem achar desnecessárias e
incorretas, com isso, desamparar os idosos.
Assim, quando se busca razões para justificar o relativismo mo-
ral, temos o relativismo ético, vale lembrar que a ética é a reflexão sobre
a moral. Dessa forma relativista, a ética busca sempre argumentar so-
bre seu posicionamento, além disso, não considera padrões universais
de condutas éticas.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


ÉTICA EMPRESARIAL

A ética empresarial está relacionada ao ambiente empresarial


e busca apresentar para as organizações soluções ou respostas para
os problemas morais apresentados em seu âmbito. Podemos dizer que
é uma ética aplicada, que busca estudar as normas morais do ambiente
interno e externo das organizações, ou seja, é o estudo das condutas
morais e sua aplicação no âmbito organizacional e suas aplicações nas
pessoas envolvidas na organização.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

A responsabilidade social e a ética, em suas relações sempre


foram controversas. Estudos apontam quatros diferenças em posiciona-
19
mentos, sendo elas:
• A primeira diferença é a afirmação que a responsabilidade
social é ética no âmbito organizacional;
• A segunda diferença é que a responsabilidade social busca
focar seus estudos no impacto das atividades empresariais na sociedade,
enquanto a ética busca estudar as condutas dos colaboradores internos;
• Não existe relação entre responsabilidade social e ética;
• Acredita-se que a responsabilidade social envolve diversos
ramos, inclusive a ética é um deles.

Baseando-nos no exposto, temos a figura abaixo. Na parte A


são apresentadas as quatros responsabilidades, no lado B são apre-
sentados os três domínios da responsabilidade.

Figura 5 - Ética e Responsabilidade Social


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

De forma resumida, podemos afirmar que a responsabilidade


social na parte A, é constituída por uma pirâmide com quatros expecta-
tivas, sendo elas: econômica, legal, ética e filantrópica. Já na figura B,
temos a responsabilidade com três domínios, sendo eles: ético, econô-
mico e legal. Além disso, não é possível visualizar a relação entre ética
e responsabilidade sob a ótica do terceiro posicionamento. Além desses
posicionamentos existem outros que serão estudados mais para frente,
quando falarmos sobre a Responsabilidade Social.

TEORIAS ÉTICAS
20
No que se refere às organizações, as pessoas estão sempre
tomando decisões, independente de função ou cargo, porém, tais toma-
das de decisões interferem e agem sobre outros indivíduos, organiza-
ções, grupos, entre outros. Com isso, as teorias éticas desenvolvidas ao
longo dos anos se tornam aliadas da ética empresarial. A teorias éticas
podem ser classificadas de diversas formas, contudo, as mais comuns
são as teorias teleológicas e as teorias deontológicas.
Entende-se por teorias deontológicas aquelas que defendem
que o acerto da conduta está nela mesma ou em sua norma sustenta-
dora, desconsiderando o resultado produzido, ou seja, a conduta ou a
norma podem ser boas, porém seus resultados podem ser “ruins”. Já
as teorias teleológicas acreditam que o resultado de uma condutada
deve ser avaliado e julgado se é certo ou errado, bom ou ruim, ou seja,
baseiam-se no acerto das ações e no seu resultado final.

Ética da Virtude

A ética da virtude é uma das doutrinas mais antigas. Foi formu-


lada por Platão, Aristóteles e Sócrates. Contudo, Aristóteles marcou a
ética da virtude, com isso, sustentado até dias atuais. Em sua principal
obra sobre o tema Ética, Aristóteles afirmou que todas as coisas objeti-
vam algum bem. Além disso, defendia que a felicidade era o bem maior
que poderia se alcançar por meio da moral. Na imagem abaixo são
apresentadas outras virtudes.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Figura 6 - Virtudes Morais

Fonte: Barbieri e Cajazeira (2016) apud Aristóteles (1999).

A ética da virtude passou a fazer parte do cristianismo por meio


21
das obras de Santo Agostinho e Santo Tomás Aquino. Aquino, baseado
em Aristóteles, definiu virtude, como a disposição para afastar o mal.
Dividiu suas virtudes em dois grupos, cardeais e teologais, as virtudes
cardeais eram justiça, temperança, prudência e fortaleza e as teologais
eram fé, esperança e caridade.
No estudo da ética da virtude e sua aplicação no meio empre-
sarial, destaca-se o professor Robert Solomon. Ele relacionou quarenta
e cincos virtudes para o meio empresarial. Convém ressaltar que Solo-
mon inspira-se em Aristóteles e que, de suas quarenta e cinco virtudes,
as que mais se destacam são: honestidade, justiça e credibilidade. Ve-
jamos a relação de Robert Solomon na figura abaixo.

Figura 7 - Virtudes de acordo com Solomon


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Robert Solomon, possui uma abordagem aristotélica, com isso


ele busca apresentar os excessos ou deficiências no contexto de negó-
cios. Veja o exemplo abaixo, sobre a virtude justiça.

22
Figura 8 - Exemplo: Virtude Justiça

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Os catálogos de virtudes de Solomon, tem como principal ob-


jetivo proporcionar aos negócios um bem viver essencial, buscando de-
senvolver uma mentalidade de respeito, de empatia, entre outros senti-
mentos, que possam se orgulhar.

Ética Kantiana

A ética kantiana, está relacionada à forma que as pessoas


buscam as regras de conduta moral. De forma oposta à ética da vir-
tude, Kant acreditava que as pessoas estabelecem de forma racional

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


sua conduta e gostariam de tornar tais condutas universais. Ademais,
Kant defendia que as virtudes também podem ser más, por exemplo,
coragem, firmeza, entre outras. Defendia ainda, que uma virtude pode
ser definida não pelo seu resultado final ou sua virtude em si, contudo,
pelo que se requer de si mesmo. Sendo assim, podemos dizer que, para
Kant, a boa vontade é início da argumentação. Vejamos um resumo so-
bre a Ética Kantiana no mapa mental apresentado abaixo.

23
Figura 9 - Mapa Mental Ética Kantiana

Fonte: Mruz, 2019.

Utilitarismo
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

O utilitarismo tem sua origem na palavra utilidade, termo muito


utilizado na Economia. O termo útil que provêm a palavra utilidade e
utilitarismo está relacionado a atender alguma necessidade, ou seja, em
ser útil. Além disso, faz uso da utilidade para medir a felicidade, prazer
e satisfação, quando um dado serviço ou produto flui-se. Com o passar
do tempo o utilitarismo evoluiu, colocando no centro a dor e o prazer.
Assim, para os filósofos, a utilidade pode ser constituída como
uma fonte de sentimentos morais não levando em conta somente a
pessoas, mas contribuindo com a sociedade e gerando a alegria para
todos, ou seja, o bem útil é para o próximo. A principal contribuição
do utilitarismo é o princípio do interesse de igualdade apresentado por
Singer. Esse princípio defende que um indivíduo, em suas condutas,
deve dar a mesma importância para todos aqueles afetados pela sua
conduta, ou seja, o princípio funciona como se fosse uma balança equi-
24
librando os interesses das pessoas atingidas pelas ações.
Entre as críticas ao utilitarismo, temos a crítica referente à
minoria, pois os interesses desses podem ser desconsiderados. Além
disso, o processo de avaliação também é criticado, colocando a conse-
quência (resultado) como critério para avaliação. Vejamos o utilitarismo
em resumo na figura 10.

Ética da Responsabilidade

Convém ressaltar, que a responsabilidade está ligada direta-


mente com a ética e a moral. Entendendo melhor sobre a ética, en-
tenderemos melhor sobre seu conceito. Compreende-se por ética de
responsabilidade o processo de responsabilização por algo, ou seja, o
foco passa ser que a pessoa responda pelas suas consequências.
De modo geral, podemos afirmar que a responsabilidade nas
doutrinas éticas sempre está ligada ao presente ou ao futuro próximo, além
de estar presente em uma expectativa humana. Dessa forma, sempre ve-
remos princípios relacionados às condições humanas, de forma presente
e futuro, por exemplo, prática sustentável e proteção do meio ambiente.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

25
Figura 10 - Mapa Mental Utilitarismo

ICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Gomes, 2015.


Ética da Globalização

O termo globalização é o termo mais utilizado nos dias atuais


e o que mais representa a era que estamos vivendo. Quando nos re-
ferimos à globalização, temos vários significados como tecnologia, glo-
balização econômica, etc. Mas, enfim a globalização no sentido empre-
sarial está relacionada ao aumento de volume de fluxos de produtos
e serviços, além de negociações internacionais. Uma característica
da globalização é a constante mudança e seu efeito de massa, dessa
forma são necessárias as implantações de condutas éticas e morais
chamadas universais. Nessa nova era da ética universal temos novas
condutas éticas e morais baseada nas fontes:

• Direitos humanos;
• Democracia;
• Proteção dos desfavorecidos;
• Busca de soluções, contudo de forma pacifica;
• Senso de justiça entre as gerações.

Filme: O Jardineiro Fiel


O filme “O Jardineiro Fiel” busca apresentar uma denúncia contra a mani-
pulação da indústria farmacêutica no Quênia. Além disso, o filme retrata si-

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


tuações de má distribuição, consequências provocadas pela globalização,
entre outros pontos.
Dica do professor: sugiro que você aluno(a), assista à produção acima,
contudo, que seja assistida sob a ótica ética e moral. Buscando observar
as condutas e julgar se elas estão sendo verdadeiramente éticas e morais.

27
QUESTÃO 1
Ano: 2012 Banca: UNEMAT Órgão: CEPROMAT Prova: Analista de
Tecnologia da Informação
Analise as afirmativas abaixo, tendo como parâmetro os seguintes
aspectos imbricados entre si: processo de formação da consciên-
cia moral; diferença entre moral e ética; diferença entre norma mo-
ral e norma jurídica.
I. Nascemos livres para aceitar aquelas regras morais que julga-
mos justificáveis para estabelecer um modo de agir em conformi-
dade com os princípios éticos da justiça, de uma vida boa e feliz;
princípios estes que a nossa consciência moral assimila como tais.
II. A norma jurídica é definida como sendo aquela norma impressa
ou escrita em códigos que regulamentam as relações dos habitan-
tes de um dado território entre si e as relações estabelecidas com
habitantes de outros territórios. No tocante às normas morais, são
assim denominadas aquelas inscritas no consciente coletivo de
uma determinada sociedade, que se manifestam nos seus costu-
mes, nas suas tradições, etc.
III. No Decorrer do processo civilizatório, a constituição da cons-
ciência moral se processa nos humanos a partir de duas dimen-
sões fundantes: a autonomia, que assim se caracteriza por ser a
fase da consciência moral que se impõe ao indivíduo a partir de
fora, ou seja, pela sociedade, em sentido lato sensu, e por seu tur-
no, na fase da heteronomia, a formação da consciência moral no
indivíduo se consolida através de processo que pressupõe uma
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

tomada de decisão de como ele deve agir, tendo como base suas
convicções morais internas.
IV. A ética, que em sua acepção etimológica significa a ciência que
tem como objeto o estudo da conduta humana, pressupõe uma re-
flexão que se estende em duas dimensões: a) a reflexão de caráter
pessoal sobre os princípios morais que regem o comportamento
humano; b) a reflexão de cunho social acerca dos princípios mo-
rais que regem a vida em sociedade.
V. Dada sua natureza prescritiva, cabe à moral determinar os có-
digos, os tratados, as leis, etc. que regulamentam juridicamente
a vida em sociedade. Por seu turno, a ética, por se tratar de uma
ciência que tem por objeto o estudo da dimensão estética da vida
humana em sociedade, se ocupa exclusivamente com questões
que transcedem a moral.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente I é verdadeira.
28
B) Somente I e III são verdadeiras.
C) Somente I, II e III são verdadeiras
D) Somente I, II e IV são verdadeiras.
E) Somente IV, V são verdadeiras.

QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: SAEB-BA Prova: Professor -
Filosofia
Kant desenvolve sua filosofia moral em torno do chamado impe-
rativo categórico, segundo o qual uma ação deve ser considerada
moralmente boa se for possível estendê-la a todas as pessoas sem
que, com isso, a ação torne-se inconcebível ou impraticável. Con-
siderando esse princípio, é correto identificar a moral kantiana a
uma perspectiva
A) formal, em que os elementos contextuais são irrelevantes.
B) segundo a qual os resultados de uma ação determinam a moralidade
dessa ação.
C) formal, em que elementos contextuais devem ser levados em conta.
D) segundo a qual as intenções dos agentes determinam a moralidade
da ação.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Prova: Professor - Fi-
losofia
A ética e a moral são conceitos correlacionados, complementares
e dependentes, restringindo-se a moral à questão ética em um am-

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


biente de ação democrática.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Prova: Professor - Fi-
losofia
A ética possibilita a prosperidade da humanidade sem desrespeitar
a dignidade humana, enquanto a moral consiste em um conjunto
de normas de conduta que se apresentam como corretas.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Prova: Professor - Fi-
losofia
29
A ética é uma preocupação recente da humanidade, tendo surgido
após o avanço da biotecnologia.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Os fundamentos presentes no campo ético são incumbidos a abordar
diversas áreas do saber e a regular estatutos referentes a certas pro-
fissões para que elas sigam pelo caminho eticamente aceito. Dessa
forma, conceitue a ética.

TREINO INÉDITO
Assunto: Ética e moral
I) A ética e a moral podem ser entendidas como sinônimos;
II) A ética e a moral possuem pontos que as diferenciam, sendo que
cada uma delas possui a sua importância;
III) A moral pode ser compreendida como um conjunto de regras
presentes e aplicadas no cotidiano.
Diante das assertivas acima, assinale a alternativa correta:
a) Todas as alternativas estão corretas
b) Todas as alternativas estão erradas
c) Apenas a I está errada
d) Apenas a I e a II estão corretas
e) Apenas a III está errada

NA MÍDIA
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Preceitos éticos universais


Ética é a parte da filosofia que estuda os juízos de apreciação que se
referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de
modo absoluto. O resultado de tal estudo são preceitos balizadores do
comportamento humano saudável. A prática de tais preceitos exige que
se tenha educado o homem para a disciplina consciente, o que é bas-
tante raro, embora desejável.
Fonte: UBQ
Data: Sem data
Leia a notícia na íntegra: https://ubq.org.br/2013/07/15/preceitos-eticos-
-universais/

NA PRÁTICA
Cabo Nelcivan é excluído da PMTO por violar 'preceitos éticos' e
depreciar 'imagem institucional'
30
Ele chegou a ficar preso por quase três meses, deixou a prisão no mês
passado e agora foi excluído da PM.
O pastor e militar Nelcivan Costa Feitosa divulgou um vídeo nas redes
sociais, nesta quinta-feira (26), comunicando que foi excluído dos qua-
dros da Polícia Militar do Tocantins.
Indignado com a decisão, o agora ex-cabo disse que sua demissão é
uma forma de censura em razão de suas críticas que ganharam força e
apoio popular através da internet. “Excluíram para me calar, mas eu não
abro para esses marginais", disse no vídeo.

PARA SABER MAIS


Acesse os links: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/diferenca-entre-
-etica-moral.htm
https://www.stoodi.com.br/blog/2016/07/08/qual-diferenca-entre-etica-
-e-moral/

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

31
ÉTICA PROFISSIONAL E
CÓDIGO DE ÉTICA
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Entende-se por ética profissional o conjunto de normas morais


e éticas aplicadas ao exercício profissional, formando assim a consciên-
cia desse profissional. Por código de ética entendemos o conjunto de
acordo de direitos e deveres de uma determinada categoria profissional.
Assim, podemos entender que ética profissional é o agrupa-
mento de normas que orienta o profissional em seu comportamen-
to e exercício profissional. Além disso, o Conselho Federal de Psi-
cologia – CFP implantou o Código de Ética Profissional do Psicólogo,
com isso, buscando nortear o exercício profissional, além de atender à
demanda social e aos padrões técnicos. O código padroniza a conduta
do profissional e fortalece o reconhecimento perante a sociedade. Ou-
tro ponto a ser observado pelo profissional relaciona-se às resoluções
32
emitidas pelo Conselho.
Espera-se que o código de ética proporcione uma reflexão no
profissional, com isso, gerando uma autorreflexão sobre o exercício pro-
fissional. Convém ainda ressaltar que o código busca responsabilizar o
profissional de forma individual e coletiva sobre as consequências do
seu exercício profissional.
O objetivo principal do código não é a normatização das
técnicas do trabalho, mas o principal objetivo é assegurar, respeitan-
do os valores morais e éticos relevantes para a sociedade, buscando o
fortalecimento e o reconhecimento social da profissão. Outro ponto que
precisa de atenção é que o código de ética não é imutável, ou seja, pre-
cisa ser avaliado e revisto de forma contínua e, se necessário, devem
ser realizadas mudanças.
O código de ética do Psicólogo tem como objetivo geral tornar-
-se um instrumento de reflexão, apresentado normas para o exercício
profissional do psicólogo, tal código se passou nos princípios abaixo:
• Valorização dos princípios fundamentais;
• Abertura de espaço para discussão;
• Contemplar a diversidade sobre o exercício profissional;
• Estimulação de reflexões de assuntos pertinentes ao exercí-
cio profissional.

CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO (2005)


Princípios fundamentais

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Os princípios fundamentais são os fundamentos para a constru-
ção do código de ética do profissional de psicologia. Abaixo apresenta-
remos o código e marcaremos as partes mais importantes desses prin-
cípios. Segundo código, são 7 princípios fundamentais, sendo eles:

O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberda-


de, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado
nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer
formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.
O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e histo-
ricamente a realidade política, econômica, social e cultural.
O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo apri-
moramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicolo-
gia como campo científico de conhecimento e de prática.

33
O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da po-
pulação às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos
serviços e aos padrões éticos da profissão.
O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com
dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo avil-
tada.
O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua
e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, po-
sicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais prin-
cípios deste Código.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 7)

Responsabilidades do Psicólogo

No artigo 1ª do Código de Ética são apresentadas as obriga-


ções do psicólogo, ou seja, os deveres que deverão ser cumpridos du-
rante o exercício profissional. Abaixo apresentaremos o código e mar-
caremos as partes mais importantes desses deveres. Um ponto a se
destacar nesse primeiro artigo é na letra a, onde apresenta a obrigação
do conhecimento do código de ética, em caso de denuncia e processo
ético, o profissional não poderá alegar falta de conhecimento do código
como justificativa do erro, pois é uma obrigação do profissional conhe-
cer a legislação regulamentadora da sua profissão. Outro ponto a se
observar é a letra b do mesmo artigo, onde defende o exercício profis-
sional somente com os devidos conhecimentos, e na letra C a qualidade
de serviço é relacionada às condições de trabalho.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:

a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código;


b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as
quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dig-
nas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, co-
nhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência
psicológica, na ética e na legislação profissional;
d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de
emergência, sem visar benefício pessoal;
e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos
do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, infor-
mações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo pro-
fissional;
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de
serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a

34
tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário;
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a
partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solici-
tado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;
i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo,
guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam
feitas conforme os princípios deste Código;
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito,
consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes,
salvo impedimento por motivo relevante;
k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos jus-
tificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assu-
miu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias
à continuidade do trabalho;
l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou
irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código
ou da legislação profissional.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 8-9)

O artigo 2º do código, apresenta as proibições referentes ao


exercício profissional do psicólogo. Abaixo apresentaremos o artigo e
marcaremos os pontos que julgamos mais importante.

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:

a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negli-


gência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religio-
sas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


exercício de suas funções profissionais;
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas
psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma
de violência;
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favo-
reçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra
atividade profissional;
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou
contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços
profissionais;
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendi-
mento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam
regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica;
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psi-
cológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;
i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços;
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo

35
com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos
do serviço prestado;
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus víncu-
los pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade
do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação;
l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefí-
cio próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual
mantenha qualquer tipo de vínculo profissional;
m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que
possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de infor-
mações privilegiadas;
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais;
o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens ou-
tras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como in-
termediar transações financeiras;
p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de
serviços;
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados
de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor
pessoas, grupos ou organizações.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 9-11)

O artigo 3º do código, apresenta informações sobre o exercício


profissional e direito de recusa por parte do profissional, em caso de in-
compatibilidade com as normas e legislação vigente. Abaixo apresenta-
remos o artigo e marcaremos os pontos que julgamos mais importantes.

Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas


e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e
regras deste Código.

Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recu-


sar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão
competente.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 11).

O artigo 4º do código, apresenta informações sobre o exercício


profissional e o direito de fixação do valor remuneratório pelo serviço
prestado. Abaixo apresentaremos o artigo e marcaremos os pontos que
julgamos mais importantes.

Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:


a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as con-
dições do usuário ou beneficiário;

36
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o
comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser rea-
lizado;
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente
do valor acordado.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 11)

O artigo 5º do código, apresenta informações sobre o direito de


realização de greve ou paralisação da categoria. Abaixo apresentare-
mos o artigo e marcaremos os pontos que julgamos mais importantes.

Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá


que:

a) As atividades de emergência não sejam interrompidas;


b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos
serviços atingidos pela mesma.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 11)

O artigo 6º do código, apresenta informações sobre o compor-


tamento do psicólogo no que se refere ao comportamento do profissional
no relacionamento com demais profissionais, principalmente no que tan-
ge à prestação de informações referentes ao paciente. Abaixo apresenta-
remos o artigo e marcaremos os pontos que julgamos mais importantes.

Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólo-


gos:

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados de-
mandas que extrapolem seu campo de atuação;
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o ser-
viço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, as-
sinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 12)

O artigo 7º do código, apresenta informações sobre o processo


de intervenção do psicólogo num tratamento em andamento, contudo
existem regras para a realização de intervenção, conforme apresentado
neste artigo. Abaixo apresentaremos o artigo e marcaremos os pontos
que julgamos mais importantes.

Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológi-


cos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes
situações:
a) A pedido do profissional responsável pelo serviço;

37
b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço,
quando dará imediata ciência ao profissional;
c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da
interrupção voluntária e definitiva do serviço;
d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte
da metodologia adotada.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 12)

O artigo 8º do código, apresenta informações sobre a autoriza-


ção necessária para tratamento de menores de idade ou pessoas con-
sideradas incapazes. Abaixo apresentaremos o artigo e marcaremos os
pontos que julgamos mais importantes.

Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente


ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de
seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente:

§1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento


deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes;

§2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se


fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 12-13)

Os artigos 9º, 10º e 11º, 12º, 13° e 14º do código falam sobre a
obrigatoriedade de respeito ao sigilo profissional. Convém ressaltar que
dependendo da situação é permitida a divulgação de algumas informa-
ções, buscando limitar-se somente à necessidade das informações, ou
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

seja, falar somente o necessário.

Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de pro-


teger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.

Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências


decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamen-
tais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo po-
derá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do
menor prejuízo.

Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste ar-


tigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente
necessárias.

Art. 11 – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar


informações, considerando o previsto neste Código.

38
Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofis-
sional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o
cumprimento dos objetivos do trabalho.

Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser


comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promo-
verem medidas em seu benefício.

Art. 14 – A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática


psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional vi-
gente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 13)

O artigo 15º do código fala sobre a destinação correta dos ar-


quivos em caso de interrupção dos serviços prestados, buscando limi-
tar-se somente à necessidade das informações, ou seja, falar somente
o necessário.

Art. 15 – Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer


motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais.

§ 1° – Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar


todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para
posterior utilização pelo psicólogo substituto.

§ 2° – Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo respon-


sável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a
destinação dos arquivos confidenciais.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 14)

Os artigos 16º, 17º e 18º do código fala sobre apresentar infor-


mações sobre a atuação do psicólogo no campo de pesquisa científica
e na docência. Vejamos os principais pontos desses artigos.

Art. 16 – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades vol-


tadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:

a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela


divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos,
organizações e comunidades envolvidas;
b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, me-
diante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas
em legislação específica e respeitando os princípios deste Código;
c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo inte-
resse manifesto destes;
d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resulta-

39
dos das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim
o desejarem.

Art. 17 – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer,


informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e
normas contidas neste Código.

Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou vende-


rá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o
exercício ilegal da profissão.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 14-15)

Os artigos 19º e 20º do código fala sobre o exercício profissio-


nal no que tange à comunicação em massa ou mídias sociais, ou seja,
o desempenho do profissional em televisão, rádio, etc. Vejamos os prin-
cipais pontos desses artigos.

Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comu-


nicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhe-
cimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da
profissão.

Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quais-


quer meios, individual ou coletivamente:

a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;


b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que
possua;
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técni-


cas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profis-
são;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará autopromoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras ca-
tegorias profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 15)

Os artigos 21º,22º, 23º e 24º do código fala sobre o as disposições


gerais e finaliza o código. Vejamos os principais pontos desses artigos.

Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infra-


ção disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos
dispositivos legais ou regimentais:

40
a) Advertência;
b) Multa;
c) Censura pública;
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referen-
dum do Conselho Federal de Psicologia;
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal
de Psicologia.

Art. 22 – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão


resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Con-
selho Federal de Psicologia.

Art. 23 – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência


quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código.

Art. 24 – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de


Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Re-
gionais de Psicologia.
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSÍCÓLOGO, 2005, p. 16)

O código de ética do psicólogo entrou em vigor em 2005, con-


forme podemos observar acima, o código busca apresentar os deveres,
direitos e responsabilidades do exercício profissional, para desenvolvi-
mento e implantação de tal código, foi realizado um processo que durou
dois anos. Tal processo foi constituído de 15 fóruns de debate com a
comissão formada por profissionais e professores convidados, além da
participação da APAF – Assembleia das Políticas Administrativas e Fi-
nanceira dos Sistemas dos Conselhos.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


ÉTICA PROFISSIONAL

Entende-se por ética profissional o estudo que busca regulari-


zar a atuação do profissional com as partes interessadas, com o intuito
de garantir a dignidade humana e bem-estar social. A ética profissional
engloba todas as profissões, geralmente ela tem caráter legal e normati-
vo, além de seguir seu embasamento em códigos de ética profissionais.
Para desempenho ético do seu exercício profissional, deve-se observar
as resoluções, estatutos, código de ética do Conselho Responsável,
além disso, o profissional deve observar os princípios abaixo:

• Honestidade, o profissional deve ser honesto enquanto pro-


fissional ou humano;
• Perseverança, o profissional deve ser perseverante durante
41
seu exercício profissional, buscando assim atingir seus objetivos.
• Conhecimento, o profissional deve buscar sempre atualizar
seus conhecimentos e executar técnicas e procedimentos que conheça
e é habilitado.
• Responsabilidade, em toda prática e procedimento realiza-
do pelo profissional, ele deve ser responsável e se preocupar com as
orientações de segurança para a execução do procedimento.
• Iniciativa, o profissional deve ser proativo, ou seja, demostrar
interesse na solução de problemas.
• Imparcialidade, o profissional deve ser imparcial durante o de-
sempenho de suas atividades, bem como na apresentação de resultados.
• Atualização, o profissional deve sempre se atualizar, buscan-
do conhecer o que de mais moderno há em suas atividades, ou seja, o
estudo e atualização devem ser práticas contínuas.
• Trabalho em Equipe, o profissional deve saber trabalhar em
equipe, além disso deve ser empático com seus colegas de trabalho.
Com isso, fortalecendo a equipe interna da organização.
• Eficiência, no desempenho de suas atividades o profissional
deve buscar desempenhar seu papel com qualidade, de forma correta
e buscando eliminar erros.
• Eficácia, o profissional deve desenvolver suas atividades
buscando atingir o resultado esperado do seu exercício;
• Desejo, o profissional deve desejar e lutar para seu cres-
cimento profissional e reconhecimento na organização, contudo, tudo
deve ser pautado na ética e na moral.
• Controle Emocional, o profissional deve controlar suas emo-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

ções, com isso, mantendo um relacionamento agradável e administrar


conflitos quando necessário.
Relacionamento Interpessoal, o profissional deve buscar
manter um clima de trabalho agradável além de manter um espírito de
cooperação e empatia.
• Postura Profissional, o profissional deve ser ético e moral
durante a execução de suas atividades, zelando pela justiça e dignidade
humanas, deve se preocupar com suas condutas, prezando pelas boas
maneiras, de forma educada, de forma cordial, ou seja, o profissional
deve zelar pelo respeito entre as partes envolvidas por meio de seu
comportamento.

Em resumo, ética profissional é a ética aplicada ao exercício


profissional, onde se deve observar os princípios de boa convivência
e as regras e normas legais impostas pelo conselho de classe para o
exercício profissional.
42
PROCESSOS ÉTICOS

Qualquer cidadão que se julgar lesado pela atuação do exer-


cício profissional de um psicólogo, poderá apresentar uma denúncia ao
Conselho Regional de Psicologia (CRP), após o recebimento dessa de-
núncia ocorre a apuração dos fatos e se o Conselho julgar procedente,
ele instaurará um processo ético disciplinar. Vejamos um fluxograma
desse processo.
O primeiro passo para o processo ético é a denúncia, convém
ressaltar que a denúncia não pode ser anônima e a representação deve
ser realizada no conselho regional de psicologia da região de atuação
do profissional. Segundo o Conselho Federal de Psicologia para a apre-
sentação da denúncia o denunciante deverá realizar, por meio de uma
documentação escrita, entregue ao presidente do conselho.
Após, o recebimento da denúncia o conselho irá apurar as infor-
mações e verificar se as informações procedem e chegar a um consenso,
se os dados são suficientes para prosseguir com o processo disciplinar
ético ou se opta pelo arquivamento da denúncia. Caso seja optado em
prosseguir com a denúncia o psicólogo processado será notificado e será
concedido o prazo de 15 dias para a apresentação da defesa por escrito.
Após instaurado o processo junto ao conselho, será levantando
um relator entre os conselheiros, tal relator apresentará um relatório em
reunião, tal reunião constará das partes envolvidas e dos conselheiros.
Após esclarecidas as dúvidas geradas pelo relatório se passa para a
votação e, posteriormente, ao resultado do julgamento. Após o parecer
o prazo para recurso é de 30 dias após a decisão.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Caso o psicólogo processado seja condenado a assembleia
definirá as penalidades aplicadas conforme art. 21º do Código de Con-
duta Ética do Psicólogo.

43
Fluxograma 1 - Processos Éticos

ICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


Figura 11 - Exemplo Decisão Julgamento

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: CRPPE, 2017.

45
Figura 12 - Exemplo de Julgamento
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA
DA 2ª REGIÃO
DECISÃO Nº 1, DE 1º DE JUNHO DE 2018
Vistos, relatados e examinados as Representações abaixo,
ficam cientes as partes da decisão e do prazo de 05 (cinco)
dias para pedido de reconsideração da decisão junto ao
Conselho Regional de Psicologia 2ª Região, conforme § 3º
do Art. 23 da Resolução CFP Nº 06.2007
Representação nº 06.2014
Representante: L. R. de A.
Representado (a): L. C. de M
Decisão: Não identificação de infração ética. Arquivamento
da representação por decisão do XV Plenário do CRP02
Recife,PE 1º junho de 2018.
TATIANA NUNES CAVALCANTI
Conselheira Presidente da Comissão de Ética do CRP02
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA
DA 4ª REGIÃO
AVISO DE PENALIDADE
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

PROCESSO Nº 13/13
O Conselho Regional de Psicologia - 4ª Região (MG), no
exercício de suas atribuições legais e regimentais, vem, com
fulcro no artigo 69 § 2º, do Código de Processamento
Disciplinar, Resolução CFP nº 006/07, CENSURAR
PUBLICAMENTE o psicólogo Sr. Antonio César Torres -
CRP 04/33572, pela infração aos art. 1º, alínea c; art. 2º,
alíneas b e g; artigo 20, alínea c; Princípio Fundamental,
item VII, todos do Código de Ética Profissional do
Psicólogo, conforme decisão do XV Plenário na Sessão de
Julgamento, em 23 de março de 2018".
Belo Horizonte, 8 de junho de 2018.
DALCIRA PEREIRA FERRÃO
Conselheira Presidenta
Fonte: CRPPE, 2019
46
Processo ético: da representação ao julgamento. YouTube: CRPRS,
2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XQusQPkeS-
MQ. Acesso em: 28 out. 2019.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

47
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: UFAL Prova: Psicólogo
Organizacional
O terceiro Código de Ética Profissional do Psicólogo:
A) Pauta-se em um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólo-
go mais do que um instrumento de reflexão.
B) Valoriza os princípios fundamentais como grandes eixos que devem
orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entida-
des profissionais e a ciência.
C) Estimula reflexões que consideram a profissão em suas práticas par-
ticulares, desconsiderando a profissão como um todo.
D) Foi construído ao longo de três anos, com a participação indireta dos
psicólogos.
E) Não contempla a crescente inserção do psicólogo em contextos ins-
titucionais.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: UFAL Prova: Psicólogo
Organizacional
Segundo o Código de Ética Profissional, é responsabilidade do
psicólogo:
A) Divulgar resultados de serviços psicológicos em meios de comunica-
ção, de forma a expor grupos.
B) Compartilhar com profissionais não psicólogos apenas informações
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter


confidencial e sigiloso das comunicações.
C) Ser perito de situações em que seus vínculos pessoais possam afe-
tar a qualidade do trabalho a ser realizado.
D) Receber remuneração por encaminhamento de serviços.
E) Prestar serviços profissionais em situação de calamidade visando
benefício próprio.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: FUB Prova: Psicólogo Organi-
zacional
No que se refere à atuação do psicólogo organizacional em processos
de recrutamento e seleção de pessoas, julgue o item subsequente.
Em uma seleção, caso os candidatos questionem sobre a valida-
de científica e profissional dos testes psicológicos, o psicólogo
deverá responder que essas informações são sigilosas conforme
48
estabelece o código de ética da profissão.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: UFTM Órgão: UFTM Prova: Psicólogo - Organi-
zacional
Na atualidade, o contexto organizacional e de trabalho tem sido
caracterizado pela competitividade e pela intensificação do traba-
lho. Na busca pela e ciência, as organizações podem expor os tra-
balhadores a risco de adoecimento físico e mental. Um psicólogo
organizacional, contratado por uma organização que se encontre
na situação acima descrita, respalda-se no Código de Ética Profis-
sional do psicólogo para
A) Atuar de forma ética, política e estratégica para propor transforma-
ções no modelo de gestão, de modo a promover melhorias nas condi-
ções de trabalho para os trabalhadores.
B) Fazer, com ética, o trabalho para o qual foi contratado, sem questio-
nar as condições de trabalho.
C) Exigir da organização a mudança das suas práticas de gestão e, em
caso de negativa, apresentar imediatamente denúncia no Ministério da
Saúde.
D) Induzir os trabalhadores a interromper suas atividades até a reorga-
nização do modelo de gestão.

QUESTÃO 5

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: Psicólogo Organi-
zacional
Os testes são instrumentos comumente utilizados na avaliação
psicológica, especialmente quando a finalidade é avaliar candida-
tos em um processo seletivo. Nem todos os testes utilizados em
seleção de pessoas são de uso privativo do psicólogo. De acordo
com o Conselho Federal de Psicologia, os “instrumentos não pri-
vativos do psicólogo” são aqueles que não correspondem à defini-
ção de teste psicológico e
A) que podem ser utilizados por psicólogos na própria atividade profis-
sional, como procedimentos e recursos auxiliares, sem a preocupação
de seguir a legislação profissional.
B) que por isso, não podem ser utilizados por psicólogos na própria ativida-
de profissional, pois configura-se como falta ética na atuação profissional.
C) que podem ser utilizados por psicólogos, desde que seja para com-
plementar fonte(s) fundamental(is) de informação e com uso amparado
49
na ética e na legislação profissional.
D) que devem ser evitados por psicólogos na própria atividade profissio-
nal, porque são frágeis recursos auxiliares ainda que o respectivo uso
não seja considerado falta de ética.
E) que podem ser utilizados por psicólogos e outros profissionais como
recursos auxiliares, porque o respectivo uso não precisa ser pautado
em qualquer legislação profissional.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Ao longo do nosso estudo pudemos compreender que a ética engloba
vários preceitos morais e individuais da vida humana, sendo que ela
também poderá se fazer presente no âmbito das pessoas jurídicas. As-
sim, o que pode ser entendido como ética empresarial?

TREINO INÉDITO
Assunto: Aspectos gerais acerca da ética
A _______________ é compreendida como um conjunto de normas
éticas responsável por formar a consciência do profissional, sendo
esse responsável por representar a conduta de forma imperativa:
a) Ética Geral
b) Moral
c) Ética
d) Ética Profissional
e) Ética Empresarial

NA MÍDIA
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

A DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL E A APLICAÇÃO NO AM-


BIENTE EMPRESARIAL
Os termos “ética” e “moral” podem ser facilmente confundidos, porém
no artigo de hoje vamos mostrar que eles não têm o mesmo significa-
do. Ambos são firmadas em princípios, crenças e valores que direcio-
nam as condutas colocadas em prática em todas as situações dentro
de uma sociedade e, por consequência, da empresa que está inserida
nela. Continue lendo o texto para saber mais!
Fonte: A DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL E A APLICAÇÃO NO
AMBIENTE EMPRESARIAL
Data: 03 de outubro de 2018
Leia a notícia na íntegra: https://www.ibccoaching.com.br/portal/com-
portamento/diferenca-etica-moral-aplicacao-ambiente-empresarial/

NA PRÁTICA
Congresso “Construindo um novo Brasil” parceria Uniapac/Adce e Fiemg
50
O Congresso Nacional da Associação de Dirigentes Cristãos de Empre-
sas (ADCE) e da União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empre-
sa (Uniapac), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado
de Minas Gerais (Fiemg), realizado nos dias 26 e 27, em Belo Horizon-
te, teve como tema “Construindo um novo Brasil”.
O encontro reuniu líderes e influenciadores nos setores empresarial,
acadêmico, governamental, jurídico, social e ambiental do Brasil para
debater os atuais problemas econômicos e sociais do País, que exigem
uma postura ética e o resgate de valores como princípios.
No painel “Ética empresarial: Liderança e cultura de integridade”, a
mensagem que ficou é sobre a responsabilidade dos líderes na criação
de uma cultura que tenha os valores traduzidos na prática
Fonte: https://www.joaocarlosamaral.com/post/congresso-construindo-
-um-novo-brasil-parceria-uniapac-adce-e-fiemg

PARA SABER MAIS


Acesse os links: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/
importancia-conduta-etica-trabalho/

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

51
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Entende-se por responsabilidade social as expectativas depo-


sitadas sobre as organizações, sendo econômicas, legais, éticas e dis-
cricionárias, conforme a pirâmide abaixo.

52
Figura 13 - Pirâmide Responsabilidade Social

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Na base da pirâmide temos a responsabilidade econômica


da organização, que é ser lucrativa. A responsabilidade econômica é
a principal responsabilidade de uma organização, ou seja, a empresa

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


busca desempenhar sua obrigação perante a sociedade desenvolvendo
serviços e produtos para consumo desejados pela sociedade, conse-
quentemente, a venda de tais produtos e serviços possui margem de
lucro, com isso, gera-se lucro para a organização.
Logo em seguida, encontra-se as responsabilidades legais, a
partir do momento em que uma organização é inserida no mercado e
seus produtos e serviços são aceitos pela sociedade, espera-se que a
empresa esteja atuando de acordo com as normas legais brasileiras,
ou seja, espera-se que a empresa cumpra sua missão econômica, mas
espera também a legalidade no processo.
No terceiro patamar da pirâmide, encontram-se as responsa-
bilidades éticas. Sabemos que a ética está presente nos patamares
anteriores, contudo, esse patamar está relacionado às condutas que
não estão relacionadas com aspectos legais ou econômicos, ou seja,
são expectativas da sociedade, porém fora dos patamares anteriores. A
responsabilidade ética está ligada ao fazer o certo e o justo, buscando
53
minimizar danos ou mesmo eliminado esses danos.
Por fim, temos o último patamar dessa responsabilidade, que é
a responsabilidade discricionária, diferente das demais responsabilida-
des aqui apresentadas, ela não apresenta sinalização precisa, ficando
a cargo das escolhas e dos julgamentos de cada indivíduo. Atualmente,
o termo utilizado é “responsabilidade filantrópica”, ou seja, atualizou-se
o termo, mas isso quer dizer que o quarto patamar apresenta uma ideia
de restituição pela sociedade.
Nessa perspectiva, afirmar-se que responsabilidade social é o
cumprimento, de forma simultânea, das responsabilidades econômicas,
legais, éticas e filantrópicas, ou seja, a organização tem que ser lucrati-
va, contudo deve se observar as leis e respeitá-las, além de atender às
expectativas da sociedade de forma ética e por fim, a organização deve
ser uma boa para a sociedade.

MODELO DOS TRÊS DOMÍNIOS

O modelo dos três domínios teve sua origem em críticas à teo-


ria de responsabilidade, apresentado anteriormente, ou seja, pontos
de vistas divergentes dos pontos de vista apresentados na pirâmide de
responsabilidade social. A primeira crítica refere-se ao uso da pirâmide,
que pode ser confuso ou utilizado de forma inadequada. Outra crítica é
sobre a forma inadequada de colocar as responsabilidades de maneira
hierárquica. Outro ponto levantado é que, na pirâmide, não conseguimos
observar as interações entre as responsabilidades. Nesse contexto, de-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

senvolveu-se o novo modelo, buscando corrigir tais pontos levantados.


Buscando sanar os problemas no que se refere à interação
entre as responsabilidades, o novo modelo foi desenvolvido em círcu-
los, dessa forma, facilitando a visualização da interação entre elas. A
apresentação em círculo também quebra a ideia de hierarquia entre as
responsabilidades, vejamos a figura abaixo.

54
Figura 14 - Modelo dos três domínios

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Analisando a figura acima, inicialmente temos a falta da quarta


dimensão, que é a responsabilidade filantrópica, pois no novo modelo

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


essa responsabilidade foi retirada, tendo em vista que se confundem mui-
to as ações éticas e as filantrópicas. Além disso, a filantropia muitas ve-
zes pode ser prática, com intuito de vantagens econômicas. Assim, a res-
ponsabilidade filantrópica foi englobada nas demais responsabilidades.
No novo modelo, entende-se por campo econômico o grupo de
ações voltadas para produções que têm impactos econômicos de forma
positiva, direta e indireta, buscando maximizar os lucros obtidos pela orga-
nização. Exemplo: ações de vendas, ações de marketing buscando melhor
a imagem da empresa. O outro campo, que podemos observar nesse mo-
delo é o campo da legalidade, que se refere à responsabilidade legal, ou
seja, às condutas apresentadas pela empresa perante a lei, esse campo é
dividido em três subáreas, vejamos na imagem abaixo. O terceiro, o campo
do domínio, é o campo ético, esse campo está relacionado à expectativa
depositada pela população geral sobre a empresa no que tange aos assun-
tos éticos e morais. Esse domínio é dividido em três padrões éticos, sendo
eles: relativismo ético, consequencialista e deontológico.
55
O primeiro padrão é o relativismo ético, que pode ser entendido
como as normas e condutas aceitas pela população de onde a empresa
está atuando, ou seja, essas normas são variáveis de acordo com o
grupo social. Já, o segundo padrão, é a ética consequencialista, onde
as condutas são julgadas pelas suas consequências geradas. E por
fim, o último padrão que é o deontológico, que está ligado à noção de
obrigatoriedade e dever ter determinadas condutas.

Figura 15 - Domínio Legal

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

A principal novidade desse modelo foi a interação entre as


responsabilidades e a sobreposição desses domínios, gerando, assim,
sete segmentos que podem ser representantes da responsabilidade so-
cial empresarial. Observando a figura Modelo dos três domínios, no
centro encontramos a sobreposição real, ou seja, o item (vii), julga-se
esse campo ideal tendo em vista que possui os três campos atuando de
forma simultânea. Nos demais campos da imagem, podemos observar
uma segmentação individual (i, ii, iii) e em dupla (iv, v, vi).
Além dos dados apresentados, o modelo ainda permite observar
que alguma responsabilidade está em evidência ou mais importante que
a outra. No exemplo abaixo, conseguimos identificar das letras A, B e C,
algum domínio sobressaindo, já na letra D, existe um equilíbrio. Dessa
forma, podemos concluir que os perfis devem estar de forma equilibrada
como apresentada a letra D, esse é o perfil ideal. Esse modelo também
apresentada críticas e limitação, contudo a tendência é de que o modelo
evolua de acordo com as necessidades impostas pelo mercado.
56
Figura 16 - Perfis

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

ABNT NBR ISO 26000:2010

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é o órgão


brasileiro responsável pela normatização técnica nacional, buscando

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


fornecer ao país elementos para o seu desenvolvimento. A ABNT NBR
ISO 26000:2010 foi a norma criada pela ABNT para apresentar as dire-
trizes sobre responsabilidade social. Segundo ABNT (2010. p.1) o obje-
tivo dessa norma é:

Esta Norma fornece orientações para todos os tipos de organizações, inde-


pendentemente do porte ou localização, sobre conceitos, termos e definições
referentes à responsabilidade social; o histórico, tendências e características
da responsabilidade social; princípios e práticas relativas à responsabilidade
social; os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade so-
cial; integração, implementação e promoção de comportamento socialmente
responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas
dentro de sua esfera de influência; identificação e engajamento de partes
interessadas; e comunicação de compromissos, desempenho e outras infor-
mações referentes à responsabilidade social (ABNT, 2010, p. 1).

Segundo a norma, podemos entender como responsabilidade


57
social as responsabilidades das condutas das empresas pela interferên-
cia ao meio, pela força de suas tomadas de decisões e suas atividades
perante o meio em que ela está inserida, ou seja, sociedade, meio am-
biente, sendo essa conduta ética e transparente. Além disso, tais con-
dutas têm que contribuir para o desenvolvimento sustentável, além de
apresentar um quadro social de saúde e bem-estar. Segundo a norma,
a organização deve observar ainda as expectativas das partes interes-
sadas, além da conformidade legal com as normas vigentes, principal-
mente as normas internacionais relacionadas ao comportamento.

Princípios

A norma apresenta em seu documento alguns princípios refe-


rentes à responsabilidade social Ao todo são sete princípios e é acon-
selhado que as empresas os apliquem.

Accountability

“O princípio é: convém que a organização preste contas e se


responsabilize por seus impactos na sociedade, na economia e no meio
ambiente” (ABNT, 2010, p. 11).''

O princípio Accountability defende que a organização deve


prestar contas dos seus impactos nos âmbitos econômico, ambiental e
social. Outra questão, que o princípio defende é que as empresas este-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

jam abertas para investigação. Esse princípio acredita que a empresa


tem que assumir suas responsabilidades até quando os impactos foram
negativos, além disso, está previsto que a empresa tome as devidas
previdências para solução e eliminação de possíveis repetições desses
impactos negativos.

Transparência

“O princípio é: convém que uma organização seja transparente


em suas decisões e atividades que impactam na sociedade e no meio
ambiente” (ABNT, 2010, p. 11).

Esse princípio defende que a empresa tem que ser transpa-


rente ao que se respeita seus impactos na sociedade e meio ambiente.
Esse princípio prevê a divulgação de dados que envolvem suas ativi-
dades, políticas e decisões, inclusive os impactos conhecidos e os pro-
58
váveis de tais ações na sociedade e no meio ambiente. Tal divulgação,
precisa ser clara e completa, ou seja, que a empresa seja transparente
no que tange aos seus impactos na sociedade e no meio ambiente,
seu propósito, os métodos utilizados para avaliação de impactos, entre
outras condutas.

Comportamento ético

“O princípio é: convém que uma organização comporte-se eti-


camente” (ABNT, 2010, p. 12).''

Esse princípio entende que as empresas devem buscar ter éti-


ca em suas atividades, dessa forma, acredita-se que a empresa deve
fundamentar-se nas virtudes honestidade, equidade e integridade. Es-
ses valores estão relacionados com a parte interessada e com os im-
pactos das ações dessa organização na sociedade e no meio ambiente.
Sendo assim, esse princípio propõe que as organizações pro-
movam ações e atividades éticas por meio de:
Declaração dos valores organizacionais;
O uso de Governança;
Uso de padrões comportamentais éticos;
Entre outras condutas.

Respeito pelos interesses das partes interessadas

“O princípio é: convém que uma organização respeite, consi-

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


dere e responda aos interesses de suas partes interessadas.” (ABNT,
2010, p. 12).

Esse princípio entende que as organizações possuem suas


partes interessadas como sócio, colaboradores; contudo, acredita-se
que existem outros grupos específicos que são partes interessadas
numa organização. Dessa forma, defende-se que tais interesses tam-
bém devam ser levados em consideração.
Assim, tais empresas devem:
Identificar tais partes interessadas;
Levar em consideração tais interesses;
Responder os questionários levantados por essas partes;
Entre outros.

Respeito pelo estado de direito

59
“O princípio é: convém que uma organização aceite que o res-
peito pelo estado de direito é obrigatório” (ABNT, 2010, p. 13).''

Esse princípio está ligado à legalidade, tal princípio defende a


supremacia da lei. Dessa forma, acredita-se que a empresa deve obser-
var as normas legais e cumpri-las.

Respeito pelas normas internacionais de comportamento

“O princípio é: convém que uma organização respeite as nor-


mas internacionais de comportamento, ao mesmo tempo em que adere
ao princípio de respeito pelo estado de direito.” (ABNT, 2010, p. 13).''

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável refere-se à integração de objetivos de alta qua-


lidade de vida, saúde e prosperidade com justiça social e manutenção da
capacidade da Terra de suportar a vida em toda a sua diversidade. Esses
objetivos sociais, econômicos e ambientais são interdependentes e refor-
çam-se mutuamente. Desenvolvimento sustentável pode ser tratado como
uma forma de expressar as expectativas mais amplas da sociedade como
um todo (ABNT, 2010, p.4).

O cuidado do meio ambiente e a preocupação com as gerações


futuras, tem colocado em pauta constantemente a sustentabilidade. Mui-
to se escuta sobre desenvolvimento sustentável nos dias atuais, mas de-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

senvolvimento sustentável vai muito além de ações ecológicas, o desen-


volvimento sustentável pode englobar diversos setores da organização.

• Sustentabilidade social: se refere a um equilíbrio da distri-


buição de renda entre a sociedade.
• Sustentabilidade econômica: se refere à gestão de recur-
sos produtivos.
• Sustentabilidade ecológica: se refere à condutas buscando
prevenir impactos ao meio ambiente, além de aumentar o desempenho
do planeta.
• Sustentabilidade espacial: se refere a um equilíbrio geográ-
fico entre região urbana-rural buscando soluções para assentamentos
humanos.
• Sustentabilidade cultural: se refere ao respeito à pluralida-
de cultural.
O desenvolvimento sustentável propõe que todos integrantes
60
da sociedade contribuam para o equilíbrio e bem-estar social, se preo-
cupando com todas as áreas, sendo elas cultural, econômica, ambien-
tal, social e espacial. No que tange às organizações, o desenvolvimento
sustentável atua em três dimensões, econômica, social e ambiental, ob-
servamos a figura abaixo.

Figura 17 - Desenvolvimento Sustentável no Âmbito Organizacional

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Empresa Sustentável

Entende-se por empresa sustentável, as empresas que têm o


objetivo de colaborar com o desenvolvimento sustentável, além disso,
essa empresa se utilizada da responsabilidade social para uma colabora-
ção eficaz, como apresenta a figura abaixo. Analisando a imagem, pode-
mos observar as responsabilidades econômica, social e ambiental equi-
vales às dimensões de sustentabilidade econômica, social e ambiental.
61
Figura 18 - Responsabilidade Social e Sustentabilidade Orga-
nizacional
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Baseado nesses dois movimentos, responsabilidade social e


desenvolvimento sustentável, origina-se o conceito de empresa susten-
tável, a gestão empresarial, com passar dos anos, foi assumindo alguns
compromissos com a sociedade, conforme apresenta a figura 17.

62
Figura 19 -Evolução Expectativas Sociais

Agir de acordo com

... os limites da natureza


Sustentabilidade

... as necessidades da comunidade


Responsabilidade Social
.... a proteção do meio ambiente
Gestão do Meio Ambiente

Qualidade .... as expectativas dos consumidores

Saúde, Segurança no trabalho e qualidade de vida ..... as necessidades dos empregados


no trabalho

Práticas de Negócios Corretas, Conformidade


.... as leis, regulamentos e contratos

hoje

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.

Como podemos perceber na figura, com o passar dos anos, as


expectativas sociais sofrem alterações, no âmbito da sustentabilidade,
as pessoas preocupam-se mais com o ambiente, buscando respeitar
os limites da natureza. No âmbito social, já buscam preocupar-se com
a equidade social e com as necessidades da sociedade. Com o aqueci-
mento global e a preocupação com a sustentabilidade, as gerações fu-

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


turas e as proteções para o meio ambiente, busca-se reduzir os impac-
tos negativos sobre o ambiente. No que tange à qualidade, cada dia que
passa consumidores estão cada vez mais exigentes. Saúde no trabalho
e qualidade de vida têm ficado em pauta, tornou-se uma preocupação
constante no séc. XXI, e o senso de ética e de justiça estão cada vez
mais presentes em nossa sociedade.
Assim, buscando adaptar-se a essa nova realidade foram desen-
volvidos vários modelos de gestão empresarial incorporando as dimensões
e as práticas de desenvolvimento sustentável e de sustentabilidade nos
meios coorporativos. Como exemplo, citaremos o modelo triple bottom line.
O modelo triple bottom line buscou disseminar o desenvolvimen-
to sustentável entre as organizações. Ele foi criado por uma empresa bri-
tânica, e um dos conceitos apresentados por esse modelo é o de capital
natural, que se refere à ideia de gerar lucro líquido na esfera ambiental.

O modelo tripie bottom line ganhou popularidade, é citado com muita frequ-

63
ência e inspirou diversas variações. Uma dessas variações é o modelo dos
3Ps, de profit peopie e pianet (lucro, pessoas e planeta), que representam as
três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental, respecti-
vamente. Como mostra a Figura, a responsabilidade social, que se apoia no
desempenho dessas três dimensões, é a viga que suporta a sustentabilidade
empresarial (BARBIERI e CAJAZEIRA, 2016, p. 84).

Figura 20 - Modelo Sustentável (3 P’s)

Fonte: Barbieri e Cajazeira, 2016.


EXEMPLOS
Figura 21 - Exemplo RSE Nestlé
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

64
Fonte: Nestlé, 2019.

Figura 22 - Exemplo RSE BNP


ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: BNP, 2019.

65
Fonte: B3, 2019
Figura 23 - Exemplo RSE B3

ICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


Observando os exemplos anteriores conseguimos perceber
que a Responsabilidade Social Empresarial – SER abrange diversos
setores ou áreas conforme estudadas nesse módulo. No exemplo da
BNP, podemos ver quatros áreas que incorporam a política sustentável,
englobando a responsabilidade econômica, ambiental, civil e cívica. No
exemplo, da B3 são englobadas quatro áreas que são sociais, gover-
nança, ambiental e mercado.
Em resumo, devemos entender que a ética, a moral, a ética
profissional e a responsabilidade social estão sempre atreladas e com
intuído principal de garantir uma equidade na sociedade, condutas sau-
dáveis e bem-estar social. Além disso, tais campos englobam diversas
áreas e estão presentes em todas.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

67
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: STF Prova: Analista Judiciário -
Comunicação Social
A responsabilidade social começa e evolui, passo a passo, com
a responsabilidade legal, pois as ações geradoras de um balanço
social fundamentam-se na sua estrita legalidade
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: CFM Prova: Jornalista
Com relação à responsabilidade social da mídia, assinale a alter-
nativa correta.
A) Abreviação de marketing e ativismo nas redes sociais, o termo Mars
constitui um conjunto de princípios concebidos para auxiliar o combate
a fake news.
B) Quando uma empresa apoia um projeto via Lei Rouanet, está prati-
cando uma das modalidades de responsabilidade social.
C) Accountability é um processo de transparência no qual veículos de
comunicação expõem relatórios das respectivas faturas publicitárias.
D) A chegada das redes sociais praticamente forçou as grandes empre-
sas de comunicação a aderirem ao accountability.
E) Cunhado por Bertrand, o termo Mars é a sigla que corresponde a
“meios para assegurar a responsabilidade social da mídia”.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: MOVENS Órgão: Prefeitura de Manaus - AM Pro-
va: Analista - Administração
Em relação à Responsabilidade Social, assinale a opção correta.
A) A doutrina da Responsabilidade Social baseia-se na premissa de que
as organizações são instituições sociais que existem com autorização
da sociedade, utilizando seus recursos e afetando sua qualidade de
vida. Assim, são responsáveis por devolver à sociedade parte dos lu-
cros obtidos. Um dos principais representantes dessa corrente é An-
drew Carnagie, fundador da US Steel.
B) Milton Friedman, economista da Universidade de Chicago, é franco
adepto da doutrina da Responsabilidade Social e estabeleceu os dois
princípios da Responsabilidade Social corporativa: a Caridade e o Zelo.
C) A Responsabilidade Social refere-se apenas às atividades realizadas
de maneira voluntária pelas organizações. O cumprimento de legisla-
68
ções que obrigam ao comportamento responsável não é enquadrado na
ideia de empresa socialmente responsável.
D) O Princípio do Zelo estabelece que as empresas devem zelar pelas
riquezas de seus sócios, pois eles são o alicerce sobre o qual o seu
desenvolvimento foi proporcionado.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Caixa Provas: Conhecimentos
Básicos
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social restrin-
ge-se a estabelecer, para as empresas associadas, princípios ge-
rais de transparência e ética, não se referindo ao gerenciamento
interno das empresas, como marketing, por exemplo.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 5
Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Provas: Técnico
de Suprimentos de Bens e Serviços Júnior - Elétrica
Sobre as práticas da Responsabilidade Social Empresarial, consi-
dere as afirmativas abaixo.
I - A erradicação efetiva de todas as formas de trabalho forçado e
compulsório é um compromisso de toda a cadeia produtiva.
II - O fornecimento de informações exatas e claras sobre conteúdo,
segurança de utilização, manutenção, armazenagem e descarte,
para que o consumidor/cliente tome quaisquer decisões em rela-

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS


ção aos produtos ou serviços, dá-se mediante a solicitação explí-
cita das informações.
III - A inclusão, na gestão dos impactos ambientais dos passivos
ambientais já existentes, é facultada quando o tempo de formação
do passivo excede 15 anos.
IV - As práticas anticoncorrenciais abusivas são permitidas, desde
que estejam atreladas à sobrevivência da empresa.
Está correto APENAS o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) III e IV.
E) I, II e IV.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A responsabilidade, de maneira geral, pode ser compreendida como a
69
maneira de responder pelas ações que praticar e/ou pelas ações dos
outros, a depender da situação. Apresente um breve conceito do que
pode ser entendido como responsabilidade social.

TREINO INÉDITO
Assunto: Tipos de responsabilidade
A responsabilidade social é um conceito amplo do qual derivam
responsabilidades menores, dessa forma, assinale a alternativa
que contém esses tipos de responsabilidade:
a) Responsabilidade social, empresarial e corporativa, a responsabilida-
de socioambiental e a responsabilidade social individual
b) Responsabilidade cultural, responsabilidade econômica, responsabi-
lidade politica
c) Responsabilidade social, responsabilidade socioambiental e respon-
sabilidade politica
d) Responsabilidade empresarial, responsabilidade corporativa, res-
ponsabilidade cultural
e) Nenhuma das alternativas

NA MÍDIA
6 exemplos de responsabilidade pessoal para as empresas
A sua empresa tem, entre os valores, a responsabilidade social, as você
sabe como colocá-la em prática? Afinal de contas, os valores precisam
sair do papel e serem vividos todos os dias pelos colaboradores.
Nesse contexto, vamos falar agora o que é ter responsabilidade social
e por que ela é tão importante para as empresas.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: ChildFund
Data: Sem data
Leia a notícia na íntegra: https://www.childfundbrasil.org.br/blog/6-exem-
plos-de-responsabilidade-social-para-empresas/

NA PRÁTICA
Empresa com DNA de responsabilidade social faz a diferença para
crianças e adultos
Uma das líderes do setor de água mineral, Bioleve mantém projetos nas
áreas de sustentabilidade, esporte e cultura.
A Bioleve, empresa de Lindóia, SP, uma das líderes do setor de água
mineral e bebidas não alcoólicas no país, acredita nisso e mantém pro-
jetos de sustentabilidade e de responsabilidade social.
Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/dino/empresa-com-dna-de-res-
ponsabilidade-social-faz-a-diferenca-para-criancas-e-adultos,0154c-
29675509c49203dc04fd6a352ea4v7wlh1t.html
70
PARA SABER MAIS
Acesse os links: https://www.bhbit.com.br/terceiro-setor/o-que-e-res-
ponsabilidade-social/

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

71
O mundo está em constante evolução e cada dia que passa
está mais visível a necessidade de mudança, seja nas pessoas ou nas
organizações. Como podemos perceber, a organização vai muito além
de fatores econômicos, ela possui fatores ambientais, sociais, etc. Sen-
do assim, fica evidente a necessidade de condutas éticas e morais,
além disso, com a globalização, busca-se estabelecer padrões éticos e
morais universais, tendo em vista que a ética e a moral são variáveis de
acordo com a crença, cultura, convívio social, entre outros.
Outro aspecto observado é a necessidade de políticas res-
ponsáveis e sustentáveis por parte das empresas. Sendo assim, fica
evidente a necessidade de pensar no “agora” e no futuro, fortalecendo
o ambiente organizacional das políticas de Responsabilidade Social e
Desenvolvimento Sustentável.
Assim, a ética, a moral, a ética profissional, a responsabilidade
social, o desenvolvimento sustentável são interligados e juntos buscam
propor um bem-estar para a sociedade, além de aliados, preocupam-se
com o meio ambiente, com a comunidade, entre outros fatores. Espera-
mos que tenha conseguido adquirir alguns conhecimentos básicos so-
bre a ética e a moral, ética profissional e responsabilidade social.
Por fim, queremos incentivá-lo a permanecer na busca cons-
tante por conhecimento e informação!
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

72
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
D A ERRADO CERTO ERRADO

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A ética pode ser compreendida como a ciência responsável por abor-


dar o comportamento moral dos homens, sendo em regra abordada no
campo da filosofia, nesse sentido a ética é um conjunto de regras mo-
rais incumbida por regular as condutas e as relações humanas.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

Justificativa: A alternativa c é aquela que deve ser assinalada, tendo em


vista que a ética e a moral são diferentes e na verdade não podem ser
confundidas.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

73
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
B B ERRADO A C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A ética empresarial pode ser conceituada como um valor organizacional


que promove a sua sobrevivência, sua reputação e os seus bons resul-
tados, tendo em vista que os princípios morais e as regras aceitas pela
maior parte da sociedade e da coletividade.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D

Justificativa: A letra d é a alternativa correta, tendo em vista que a ética


profissional apresenta uma importância essencial quando a sua atuação
no mercado de trabalho, assim, a referida ética é conhecida pelos padrões
e valores da sociedade e do ambiente de trabalho na qual estão inseridas.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

74
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
ERRADO E A ERRADO E

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A responsabilidade social ocorrerá quando as empresas resolverem


adota, voluntariamente, os comportamentos, posturas e ações relativas
a promoção do bem-estar daqueles que podem estar inseridos em seu
público externo ou no seu público interno, sendo que essa não pode ser
confundida com uma ação compulsória imposta pelo governo ou qual-
quer outra instituição.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

Justificativa: A alternativa a é correta, tendo em vista a importância da


existência de uma sociedade responsável em sua completude e nos
seus vários aspectos e acepções.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

75
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
ISO 26000:2010. ABNT. Rio de Janeiro, p. 110. 2010. (ISBN 978-85-07-
02363-0).

B3. Política de sustentabilidade, 2019. Disponivel em: <http://www.


b3.com.br/pt_br/b3/sustentabilidade/na-b3/politica/>. Acesso em: 26
outubro 2019.

BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social em-


presarial e empresa sustentável: da teoria à prática. 3ª. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2016. 256 p.

BECCALLI, M. Código de Ética Profissional do Psicólogo. [S.l.]. 2018.

BERNARDES, L. Todo Estudo. Ética e Moral, 2019. Disponivel em: <ht-


tps://www.todoestudo.com.br/historia/etica-e-moral>. Acesso em: 2019
outubro 26.

BNP PARIBAS. Responsabilidada Social Corporativa, 2019. Disponi-


vel em: <https://www.bnpparibas.com.br/Paginas/Politica-Socioambien-
tal.aspx>. Acesso em: 26 Outubro 2019.

CFP. Processos éticos, 2019. Disponivel em: <https://site.cfp.org.br/ser-


vicos/orientacao-e-etica/processos-eticos/>. Acesso em: 28 outubro 2019.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CÓDIGO DE ÉTICA PRO-


FISSIONAL DO PSICÓLOGO. CFP. [S.l.]. 2005.

CRPPE. Julgamento do Processo Ético, 2019. Disponivel em: <ht-


tps://www.crppe.org.br/julgamento/>. Acesso em: 26 outubro 2019.

FERRAZ, C. A. Ética: Elementos Básicos. Pelotas: NEPFIL, 2014.

GOMES, P. Ética consequencialista de Stuart Mill, 2015. Disponivel


em: <http://filosofarliberta.blogspot.com/2015/04/ficha-e03-mapa-inter-
pretativo.html>. Acesso em: 27 Outubro 2019.

MRUZ, M. Ética de Kant (Mapa Mental), 2019. Disponivel em: <https://i.


pinimg.com/originals/f8/5d/13/f85d131e470b91e805da8422af9738a8.
jpg>. Acesso em: 27 outubro 2019.

76
NESTLÉ. Responsabilidade Social, 2019. Disponivel em: <https://cor-
porativo.nestle.com.br/aboutus/perguntasfrequentes/responsabilidade-
social#topoatual>. Acesso em: 26 Outubro 2019.

SEBRAE. Responsabilidade Social Empresarial. São Paulo: [s.n.], 2019.

WALKER, M. R. FUNDAMENTOS DA ETICA, 2015. Disponivel em: <ht-


tps://pt.scribd.com/document/336118921/Apostila-FUNDAMENTOS-DA-
-ETICA-Profa-Maristela-2-Semestre-2015>. Acesso em: 26 outubro 2019.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

77
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL - GRUPO PROMINAS

78

Você também pode gostar