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Núcleo de Educação a Distância
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.
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Esta unidade se dedica ao estudo das Psicopatologias. A Psico-
patologia é uma importante área de estudo e conhecimentos referentes
ao adoecimento mental do ser humano. Esse ramo da ciência tem grande
parte de suas raízes vindas da tradição médica, mas também se nutre e
é embasada nas tradições humanísticas, como a filosofia, a psicanálise, a
literatura e a arte. É um campo de estudo norteador nas diferentes áreas
de atuação da Psicologia e Psiquiatria, embasando teoricamente a clínica
e os diagnósticos que sustentam a direção de um tratamento psicológico
e/ou psiquiátrico. Diante de tantas informações e fácil acesso, atualmente,
cabe ao profissional e aos transmissores do conhecimento, não somente
fornecer informações, mas a transmissão de como fazer: observar, ouvir,
interpretar, saber pensar e desenvolver pensamento crítico. Em suma,
aprender a fazer a clínica.
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
ASPECTOS GERAIS SOBRE A PSICOPATOLOGIA
Recapitulando _________________________________________________ 29
CAPÍTULO 02
A AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA
Recapitulando _________________________________________________ 51
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CAPÍTULO 03
A PSICOPATOLOGIA NAS NEUROSES E NAS PSICOSES
Recapitulando __________________________________________________ 72
Referências _____________________________________________________ 80
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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O módulo “Psicopatologias” apresenta, de uma forma didática,
o estudo dos principais transtornos mentais. Para isso, é necessário
compreender tantas outras questões em conjunto. Dessa forma, o ca-
pítulo 1 trata de conceitos iniciais importantes, como a compreensão do
que é normal/patológico e o conceito de saúde/doença em psicopato-
logia.
A compreensão da evolução histórica ao longo dos anos sobre
esse tema é fundamental para se entender e estudar o que é hoje e o
tratamento atual dos transtornos mentais. Ainda no primeiro capítulo,
aborda-se sobre a ética em psicopatologia, essencial aos profissionais
da saúde mental. É importante ressaltar desde já que, apesar da divi-
são didática, para fins de estudo, cada tema abordado não é separado,
dividido. Na prática clínica, cada conceito ou tema que didaticamente
dividimos aqui, se conectam entre si para compreensão global do sujei-
to. Isso mostra a complexidade do tema que trataremos neste módulo.
Dedicar-se à avaliação psicopatológica é essencial para um
diagnóstico cuidadoso e para a direção do tratamento mais eficaz e
condizente com o transtorno mental, para que se possa oferecer aos
pacientes melhor qualidade de vida e diminuição do sofrimento psíqui-
co. Existem vias de avaliação que se complementam, sendo importante
o profissional levar em consideração todas elas. O posicionamento crí-
tico, o saber pensar e a discussão do caso com os pares, por exemplo,
serão aspectos abordados neste módulo.
Ao longo do capítulo 2 ver-se-á a importância e complexidade
de realizar a avaliação em psicopatologia. Outro ponto importante e tra-
balhado ao longo de cada capítulo é a singularidade, a necessidade de
o profissional avaliar e tratar cada caso como único, observando a sin-
gularidade e particularidade de cada paciente. Dessa forma, é preciso
escutar e compreender os signos e sintomas de cada um, considerando
o sofrimento intenso e individual do sujeito.
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
Por fim, após percorrer sobre várias questões como citado aci-
ma, é possível chegar às principais doenças e transtornos psiquiátricos
e suas possíveis abordagens de tratamento, causas e definições. O úl-
timo capítulo irá apresentar não somente as doenças, mas seus prin-
cipais sintomas e as diferenças entre as estruturas clínicas (psicose e
neurose), aspectos essenciais para a direção do tratamento.
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ASPECTOS GERAIS SOBRE
A PSICOPATOLOGIA
Critérios de Normalidade
É de comum acordo entre diferentes autores de que há mui-
tos critérios para se pensar sobre normalidade e anormalidade em
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psicopatologia.
O primeiro, e muito comum, é se pensar em normalidade como
ausência de doença. No caso da psicopatologia, pensar em saúde
como ausência de doença é pensar que a saúde mental é definida pela
ausência da doença mental. Se tivermos somente essa definição como
base, a qual parece bastante falha, termos uma percepção precária e
simplista.
Outro critério é o de normalidade ideal. Nesse caso, a norma-
lidade é tida como uma “utopia”, uma idealização de um normal. Uma
norma ideal, aquilo que supostamente é sadio ou mais evoluído. São
trazidas aqui algumas questões para se pensar sobre esse critério de
normalidade: O que é ideal? O que é considerado evoluído ou ideal em
saúde mental? Seria uma construção social, cultural ou ideológica que
nos daria a definição daquilo que é ideal ou normal em saúde?
Outro critério de normalidade que também nos parece falho,
especialmente por estarmos discutindo sobre saúde mental, é a norma-
lidade estatística. É uma normalidade que costuma ser aplicada em fe-
nômenos quantitativos. Nesse caso, o normal é aquilo que é observado
com mais frequência. Será que a utilização somente desse critério com
seres humanos é viável?
Normalidade como bem-estar é baseada a partir da definição
de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, a
saúde é definida como o completo bem-estar biopsicossocial do sujeito.
Há críticas por se apresentar como uma definição vasta e imprecisa,
uma vez que o completo bem-estar de um sujeito é tão utópico que
poucas pessoas seriam avaliadas como saudáveis.
A normalidade funcional é baseada em aspectos funcionais.
Nesse caso, é considerado normal ou patológico quando um determina-
do fenômeno é disfuncional, ou seja, que produz sofrimento ao sujeito
ou para um grupo social.
Normalidade como processo apresenta uma visão de norma-
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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Figura1: Normal e patológico
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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Indicação de livro: GREEN, H. Nunca lhe prometi um Jar-
dim de Rosas. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1974.
Uma vez que o “eu” associado à loucura não estava amparado na razão, em
um contexto que sustentava a primazia do pensamento e, logo, da consciên-
cia, os loucos ficavam à margem, excluídos das novas perspectivas que se
vislumbravam na cena social. Foucault (1978) sustenta que a loucura, mais
enfaticamente no século XVIII, foi associada à marginalidade humana, já que
muitas pessoas nessas condições assumiam o comportamento de animais e,
portanto, deveriam ser tratadas como tais. Estas manifestações passam, en-
tão, a ser vistas como uma forma de alienação das regras sociais. Nesse con-
texto, ocorreu o movimento social do denominado “Grande Confinamento”,
no qual os membros da sociedade que eram considerados irracionais foram
encarcerados e institucionalizados em asilos. Destaca-se que esse momento
histórico, marcado por acelerada urbanização e crescente industrialização no
mundo do trabalho, favoreceu o confinamento da loucura, em decorrência da
inadaptação do louco diante das mudanças e de sua incômoda presença na
paisagem social (FOUCAULT, 1978 apud MORAES & MACEDO, 2018, s.p.).
loucura é tida como uma contradição da própria razão, assim, uma par-
cela de razão era mantida nos momentos tidos como alienação. A lou-
cura é vista como uma alienação e doença, como um desequilíbrio entre
razão e afeto. A palavra afeto aparece pela primeira vez no processo de
teorização da loucura.
Não foi só a teorização e visão sobre a loucura que Pinel mo-
dificou radicalmente, mas também o tratamento. É ele quem reinventa
o manicômio como lugar de tratamento. Para ele, “os alienados eram
doentes cujo doloroso estado merecia toda a consideração devida à
humanidade que sofre e para quem se deve buscar, pelos meios mais
simples, restabelecer a razão desviada” (PEREIRA, 2004, p. 114, apud
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MORAES e MACEDO).
Ao longo de todos os anos percorridos na história da humani-
dade, parece ser a primeira vez que o indivíduo considerado como lou-
co é tratado de outra forma e os comportamentos tidos como anormais
foram vistos como um sofrimento a ser tratado e cuidado. O tratamento
médico baseado na observação dos sintomas como proposta foi um
marco radical. Pinel marca, então, a essência da loucura como desar-
ranjo psíquico. É a partir da nova teorização sustentada por ele que
outros médicos puderam se debruçar sobre os estudos mais aprofunda-
dos dos sintomas e manifestações psicopatológicas.
A psicopatologia apareceu como disciplina em 1913, a partir da
publicação do livro A psicopatologia geral de Karl Jaspers. Essa obra é
considerada uma das mais importantes na área.
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A luta antimanicomial é um processo social de transformação
dos serviços psiquiátricos que ocorre como efeito durante todo esse
tempo de evolução dos conhecimentos e tratamento das doenças men-
tais. No Brasil, é comemorada no dia 18 de maio, mas ela se dá em
escala mundial e deriva de uma série de eventos políticos globais. O
Movimento Antimanicomial ou Luta Antimanicomial é baseado no dis-
curso do médico italiano Franco Basaglia.
Esse processo histórico se dá pela defesa dos direitos huma-
nos e pela busca da cidadania das pessoas que se encontram em in-
tenso sofrimento psíquico. Como vimos, ao longo de toda história da
humanidade, a loucura foi, por muito tempo, considerada anormal, e
a exclusão e marginalização do sujeito com transtorno mental foi uma
prática comum. A luta Antimanicomial surge como uma subversão àquilo
que foi feito até então, resgatando o sujeito, trazendo-o para o convívio
social, criticando as internações, oferecendo tratamentos possíveis fora
do contexto hospitalar. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
tão importantes no tratamento, surgem como proposta subversiva ao
tratamento no manicômio e de exclusão. O paciente que necessita de
tratamento o fará em um espaço próprio, com profissionais capacita-
dos, mas viverá cotidianamente em sua casa e inserido na sociedade.
A internação se dará em casos extremos, de muita gravidade, mas será
feita a partir de avaliações multi e interdisciplinares.
Ainda há um desafio constante aos profissionais da saúde
mental para sustentarem esse modelo de tratamento. Mas, não há
como negar o avanço e as conquistas possíveis que essa luta histórica
oferece às pessoas com transtorno mental. Ao reconhecer os aspectos
psíquicos envolvidos na etiologia e sintomatologia de uma psicopatolo-
gia, as possibilidades terapêuticas se transformaram, sendo que a atua-
ção de outros profissionais, em conjunto com o médico, é primordial
para a melhora dos sintomas e do sofrimento do sujeito. Assim, Psicó-
logos, Terapeutas ocupacionais e Assistentes sociais são profissionais
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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Figura 2: Rede de Atenção à Saúde Mental
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ÉTICA EM PSICOPATOLOGIA
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: Psicólogo Clínico
O psicodiagnóstico inspirado na compreensão fenomenológica
propõe uma prática diagnóstica que se afaste de uma patologi-
zação dos modos de existir. Nessa perspectiva, define-se a com-
preensão diagnóstica como:
a) um processo de acompanhar o modo como a pessoa constrói signi-
ficados de existência.
b) um procedimento de descrição de sintomas para categorizá-los.
c) um instrumento para distinguir saúde e doença como condições
opostas.
d) uma prática que deve buscar os aspectos coerentes e estáveis da
personalidade.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Vilhena - RO Prova:
Psicopedagogo
A avaliação psicopedagógica de uma criança ou adolescente com
TDAH pode sugerir:
I- intervenções durante a entrevista.
II- intervenções durante a entrevista, a partir do momento em que
já exista um vínculo entre terapeuta e a criança.
III- uso do método cognitivo.
IV- que profissional pode focalizar dificuldades específicas da
criança, em termos de habilidades sociais. Está (ão) correta(as),
apenas:
a) I.
b) III.
c) I e II.
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d) IV.
e) II, III e IV.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: UFMT Órgão: Prefeitura de Várzea Grande - MT
Prova: Técnico de Desenvolvimento Econômico e Social - Psicólogo
Ao pensar-se a formação de um psicoterapeuta na atualidade, é
preciso considerar os novos paradigmas referentes às psicopato-
logias e às formas de cuidado, às relações terapêuticas e seus ob-
jetivos, entre outras variáveis. Especificamente quanto à formação
de um psicoterapeuta com ênfase nas Terapias Cognitivo-Compor-
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tamentais (TCC), assinale a afirmativa INCORRETA.
a) No contato inicial é necessário estabelecer uma relação positiva de
colaboração, com a identificação de problemas emocionais, cognitivos
e comportamentais apresentados como motivos para a procura da psi-
coterapia.
b) É necessário organizar um procedimento de manutenção e especifi-
cação por meio de programas de manutenção, monitoramento, especi-
ficação e acompanhamento a curto, médio e longo prazo, pelo período
máximo de seis meses.
c) É possível realizar um diagnóstico psicopatológico, utilizando-se para
isso os manuais de classificação (DSM V e CID 10) e as delimitações ali
constantes para a identificação de transtornos mentais.
d) Realiza-se a análise funcional, observando-se os modos sincrônicos
e anacrônicos das inter-relações entre comportamento, emoção e cog-
nição, as relações interpessoais e sociais e sua importância na situação
apresentada.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: TCE-PA Prova: Audi-
tor de Controle Externo - Área Administrativa - Psicologia
No que se refere à avaliação psicológica e ao psicodiagnóstico,
julgue o item que se segue.
O processo psicodiagnóstico é um instrumento eficaz na avaliação
diagnóstica e prognóstica.
( ) Certo
( ) Errado.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de São Luís - MA Prova:
Técnico de Nível Superior - Psicologia
A respeito do objetivo do profissional da psicologia que lida com
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
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NA PRÁTICA
tal, seja pela falta de capacitação, seja pelos resquícios que a história
da loucura tem atualmente. Nesse caso, coube ao psicólogo hospita-
lar oferecer atendimento e escuta ao sofrimento da paciente. Mas não
bastou o atendimento somente à paciente, foi preciso o manejo com a
equipe, que muitas vezes apresenta dificuldades em lidar com situa-
ções e sofrimentos extremos desse tipo, podendo estar carregada de
preconceitos e de uma visão não singular à experiência do sujeito. A
partir desse exemplo clínico é possível pensar nos critérios de normal
e patológico, singularidade, sofrimento intenso, diagnóstico, compreen-
são do caso específico para direção e condução do tratamento.
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PARA SABER MAIS
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A AVALIAÇÃO
PSICOPATOLÓGICA
Funções Psíquicas
Vamos agora nos debruçar sobre quais são as funções psíqui-
cas presentes em todo e qualquer indivíduo.
Consciência: avaliar o nível de consciência, ou seja, do quanto
desperto e funcionante está o nível de consciência do paciente. É muito
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comum o uso do termo rebaixamento de consciência, quando o paciente
se encontra confuso. Há diferentes graus de consciência, podendo variar
entre alerta, vígil, sonolência (oscila entre estar dormindo ou acorda-
do), torpor (acorda com dificuldade), estupor (paciente acorda frente a
estímulos vigorosos) e coma (não acorda), sendo esse o maior grau de
rebaixamento de consciência. Avaliar essa função psíquica já dá alguns
sinais se as demais funções estarão alteradas. Observar alguma alte-
ração na consciência, muito provavelmente será encontrado alterações
em outras. Além das alterações quantitativas, é necessária a avaliação
de alterações qualitativas da consciência. Dalgalarrondo (2008) apre-
senta diferentes alterações qualitativas da consciência. São elas:
• Estados crepusculares: estado patológico transitório. Ob-
serva-se, nesse caso, um estado de obnubilação (que é um rebaixamen-
to em grau leve) acompanhada de uma certa conservação da atividade
motora coordenada. Esse estado é caracterizado pelo aparecimento e
desaparecimento abrupto do rebaixamento de consciência, com dura-
ção variável. Podem ocorrer atos explosivos, violentos e descontroles
emocionais. Dependendo da área de atuação em saúde mental, pode
haver implicações legais (psicologia/psiquiatria forense, por exemplo).
Primeiramente, esses episódios foram relacionados à epilepsia. São ob-
servados também em situações como intoxicação por álcool ou outras
substâncias, em quadros dissociativos histéricos agudos, após a ocor-
rência de um traumatismo craniano; após choques emocionais intensos
também pode ser observado esse quadro de alteração da consciência.
• Estado segundo: estado patológico também transitório. As-
semelha-se ao estado crepuscular. Essa alteração de consciência é ca-
racterizada por uma atividade psicomotora coordenada, mas que é es-
tranha à personalidade do sujeito. A atividade psicomotora apresentada
não se integra à personalidade do sujeito que está acometido por essa
alteração de consciência. Geralmente, ocorre após choques emocionais
intensos. Os atos que ocorrem no estado segundo são caracterizados
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Atenção: é considerada uma função psíquica que está relacio-
nada à consciência. A atenção dirige a consciência; dá ao ser humano a
capacidade de selecionar, filtrar e organizar as informações.
Existem dois tipos básicos de atenção: 1) Atenção voluntária,
também chamada de atenção ativa, que consiste em concentrar a aten-
ção a determinada situação. Colocar a atenção de forma intencional
sobre um objeto. 2) Atenção involuntária ou espontânea, dirigida a um
foco que não é considerado principal. É um tipo de atenção que susci-
ta o interesse no momento sobre um determinado objeto ou situação.
Normalmente, a atenção involuntária é aumentada nos indivíduos que
têm pouco controle sobre sua atividade mental. A concentração está
muito ligada à atenção, refletindo na capacidade de manter a atenção
voluntária.
Orientação: é a capacidade do sujeito em referir, precisamen-
te, sobre o tempo, o espaço, as pessoas e sobre si mesmo no momento
da avaliação. É importante que se avalie a orientação temporal, que
se dá pela capacidade da pessoa avaliada em responder o dia, a hora
e ano. A orientação espacial é a capacidade de a pessoa responder o
local em que ela está no momento, bem como o local onde mora, como
cidade, país, rua. Por fim, a orientação sobre si, ou autopsíquica, é a
capacidade de dizer sobre si mesma, como nome, profissão, sua iden-
tidade.
Dalgalarrondo (2008) afirma que a pessoa que tem a capaci-
dade de orientação do espaço que está inserida ou sobre si mesma é
um elemento básico sobre a atividade mental. Avaliar a orientação é um
instrumento extremamente importante para verificar as perturbações do
nível de consciência. As alterações dessa função psíquica podem tam-
bém estar relacionadas a problemas de memória.
Mais uma vez, é possível ir se aproximando da complexidade
do tema estudado e do quanto cada uma das funções psíquicas estão
ligadas entre si, não sendo possível funcionarem isoladamente no ser
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humano.
Memória: é a capacidade do sujeito em registrar, manter e evo-
car situações, fatos ou experiências que já ocorreram. Essa capacidade
está relacionada a outras funções, como consciência, atenção e afeto. A
relação com o afeto abre espaço para se pensar sobre a singularidade,
em que as pessoas memorizam (ou não) situações ou vivências que
tenham interesse afetivo. A aprendizagem está intimamente ligada à
capacidade de memorização de uma pessoa. Pode-se falar em diferen-
tes tipos de memórias, como memória cognitiva, genética, imunológica
e coletiva/cultural. Outra forma de avaliação da memória, é a partir da
memória de longa e de curta duração.
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Pensamento: o pensamento é avaliado a partir do discurso do
paciente. É importante a atenção do profissional ao que o paciente está
contando. Deixar o paciente falar, escutando-o, é a principal forma de
avaliar o pensamento. O pensamento deve ser avaliado quanto à sua
forma, o seu curso e o seu conteúdo.
A forma do pensamento é avaliada a partir da maneira como as
ideias são encadeadas. É a estrutura básica do pensamento. O curso é
a maneira como flui o pensamento, sua velocidade e ritmo. Eles podem
ser lentificados ou acelerados, a depender do transtorno mental com o
qual o paciente é diagnosticado.
Entende-se por conteúdo do pensamento aquilo que dá subs-
tância. Não é nada além do tema, o assunto que o sujeito traz em seu
discurso.
Sensopercepção: para se compreender o conceito de senso-
percepção, é importante que se entenda o que são sensação e percep-
ção. A sensação é considerada um fenômeno passivo. Ela é gerada a
partir de estímulos físicos, biológicos ou físicos e pode se originar tanto
fora como dentro do organismo. Esses fenômenos irão produzir alguma
alteração nos órgãos receptores. Já a percepção é um fenômeno ativo.
É o momento em que se percebe a sensação recebida do estímulo.
Como se fosse o momento em que o sujeito toma consciência do estí-
mulo sensorial.
Existem alterações quantitativas e qualitativas. Para a psico-
patologia, o mais importante para o diagnóstico é compreender as al-
terações qualitativas. São elas: ilusões, alucinações, alucinose e pseu-
doalucinações.
Inteligência: existe uma grande dificuldade na definição de in-
teligência. Apesar de ser um conceito fundamental, não há um modo
definitivo em conceituá-la. De maneira ampla, é definida como as ha-
bilidades cognitivas do indivíduo, bem como a capacidade em resolver
e identificar novos problemas e encontrar as melhores soluções para si
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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Figura 3: Protocolo de avaliação de primeiro episódio psicótico
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Figura 4: Protocolo de avaliação de primeiro episódio psicótico
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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SEMIOLOGIA E PSICOPATOLOGIA
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Aqui o conflito de ideias não é uma debilidade, mas uma necessidade. Não
se avança em psicopatologia negando e anulando diferenças conceituais e
teóricas; evolui-se, sim, pelo esforço de esclarecimento e aprofundamento
de tais diferenças, em discussão aberta, desmistificante e honesta (DALGA-
LARRONDO, 2008, p. 35)
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IF-AP Prova: Psicólogo
A respeito das psicopatologias e dos transtornos mentais, assinale
a alternativa correta.
a) Os principais sintomas relacionados à depressão são os sentimentos
de inadequação, melancolia e ansiedade.
b) Sem o psicodiagnóstico precoce, o tratamento dos Dorts e da depres-
são vinculada ao trabalho é ineficaz.
c) A entrevista psicológica é um importante instrumento nos processos
de diagnóstico de transtornos mentais. Por essa razão, é importante
o psicólogo conhecer diferentes técnicas e adotar uma abordagem de
teoria de personalidade para interpretação dos dados.
d) O psicólogo deve realizar dinâmicas de grupo com a equipe de saúde
para melhorar as relações interpessoais e o desempenho.
e) A intervenção psicológica é imprescindível para tratamento de doen-
ças como alcoolismo, depressão, estresse e Dorts.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: FUNPAPA Prova: Psicólogo
No campo das psicopatologias, os transtornos da personalidade
recebem atenção crescente. Acerca do Transtorno da Personalida-
de Borderline, identifique, nas seguintes alternativas, um sintoma
característico e muito comum em pacientes que apresentam o qua-
dro Borderline.
a) Obsessões.
b) Repressões.
c) Automutilações.
d) Dissociações.
e) Alucinações.
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QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Marília - SP Prova:
Psicólogo
Uma psicóloga recebe uma mãe aflita com o recente hábito de ar-
rancar os próprios cabelos desenvolvido por seu filho de 10 anos
de idade. A mãe relata que isso vem ocorrendo há cerca de um
mês, e que o garoto tem se mostrado envergonhado com isso.
Considerando esses dados para o diagnóstico, a psicóloga deve
considerar que:
a) o caso atende aos critérios de transtorno de personalidade compulsiva.
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b) essa conduta é um dos primeiros sintomas de autismo.
c) arrancar os cabelos costuma ser um comportamento associado a
desequilíbrio hormonal.
d) sentimentos de despersonalização tendem a provocar esse compor-
tamento.
e) esse comportamento pode ser um hábito temporário na infância.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: Gestão Concurso Órgão: Consurge - MG Prova:
Psicólogo
O psicodiagnóstico é um processo desencadeado, muitas vezes,
através de um encaminhamento, que tem início numa consulta, na
qual se delineiam os passos do exame.
Considerando os cuidados nesse processo, analise as afirmativas
a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O psicólogo deve pesquisar e avaliar as circunstâncias que pre-
cederam a consulta e a possível existência de um problema prévio
para chegar ao diagnóstico.
( ) Quando da consulta de um paciente acompanhado de seu grupo
familiar, cabe ao psicólogo ouvir as queixas desse grupo, sem se
preocupar com quem é o paciente.
( ) Os transtornos psiquiátricos podem ser identificados pelos si-
nais apresentados pelo paciente e pelo histórico relatado por sua
família, sem um exame mais profundo.
( ) Um problema pode ser identificado quando são reconhecidas as
alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum,
que podem ser percebidas, sendo de natureza quantitativa ou qua-
litativa.
( ) A entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação,
de tempo delimitado, com objetivo de descrever e avaliar aspectos
pessoais, relacionais ou sistêmicos de indivíduos, casal, família.
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QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: Gestão Concurso Órgão: Consurge - MG Prova:
Psicólogo
Segundo Dalgalarrondo (2008), os critérios de normalidade e doen-
ça em psicopatologia variam consideravelmente em função dos fe-
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nômenos específicos com os quais se trabalha.
No que se refere à prática clínica do psicólogo, é CORRETO afirmar:
a) O profissional deve ter a capacidade de discriminar, no processo de
avaliação psicodiagnóstica, se o fenômeno apresentado pelo paciente
é normal ou patológico, isto é, se é parte de um momento existencial ou
é patológico.
b) O profissional deve se basear no conceito de normalidade apoia-
do em critérios socialmente construídos e referendados, com base na
adaptação do indivíduo às normas e políticas vigentes numa dada so-
ciedade. O que foge a essas normas é considerado patológico.
c) O profissional deve ter a capacidade de fazer um exame clínico utili-
zando testes de personalidade que identifiquem potenciais transtornos
psiquiátricos.
d) O profissional deve observar o que o paciente relata sobre os seus
sintomas. A verificação de ausência de sintomas significa normalidade,
que pode ser concebida como a saúde no silêncio dos órgãos.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
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Indicação de leitura: FREUD, S. Notas psicanalíticas sobre
um relato autobiográfico de um caso de paranóia, 1911.
Disponível em: <http://www.freudonline.com.br/livros/volume-1
2/vol-xii-1-notas-psicanaliticas-sobre-um-relato-autobiografico-de-um-
-caso-de-paranoia-dementia-paranoides-1911/> Acesso em: 04.10.2020
60
o centro e o âmago da criação – ‘Sua Majestade o Bebê, como outrora nós
mesmos nos imaginávamos. A criança concretizará os sonhos dourados que
os pais jamais realizaram – o menino se tornará o grande homem e um herói
em lugar de seu pai, e a menina se casará com um príncipe como compen-
sação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imorta-
lidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio
do refúgio na criança. O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil,
nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em
amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior. (Freud, 1914, p.
97-98).
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Freud propõe dois tipos de resolução edípica. Uma delas é
conhecida como a saída anaclítica, em que as diferenças percebidas
(aquelas colocadas acima, ao discutir sobre o complexo de Castração)
foram sustentadas. A segunda é denominada como saída narcísica, em
que essas diferenças não foram sustentadas e as relações serão mar-
cadas pela busca de si mesmo no outro.
A partir dessa compreensão é que o autor passa a entender
os tipos de funcionamento psíquico de cada indivíduo e sua relação
com o outro. Segundo suas observações clínicas, as saídas edípicas
favoreceram a continuidade de sua teoria, propondo as estruturas de
personalidade: Neurose (Histeria, Neurose-obsessiva e Fobia), Psicose
e Perversão.
Na neurose, o sujeito nega a castração a partir do recalque.
Recalque é definido como um mecanismo de defesa frente ao conflito.
O que este mecanismo faz é empurrar para o lado e não extinguir to-
talmente determinado conteúdo. A frase tão conhecida para entender
a neurose é o retorno do recalcado, ou seja, aquilo que o sujeito recal-
cou, retorna através do sintoma, atos falhos e chistes que o indivíduo
irá apresentar se adoecer. A dúvida é uma característica do neurótico,
denotando a divisão do sujeito.
Na psicose, o sujeito nega rejeitando a castração, a falta do
outro, causando um conflito entre o eu e o mundo externo, sendo a alu-
cinação e delírio os principais sintomas. Esses sintomas (delírio/aluci-
nação) se dão como tentativa de cura. Compreender essas diferenças
clínicas é essencial na psicanálise e na condução de um caso.
63
DSM-5: Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais, 5° Edição, 2013
Acesso pelo link:
http://www.clinicajorgejaber.com.br/2015/estudo_supervisiona-
do/dsm.pdf Acesso em: 08.10.2020
64
Figura 5: Semelhanças entre os critérios CID-10 e DSM-5
Na neurose
Segundo Dalgalarrondo (2008), as principais síndromes neuró-
ticas podem ser classificadas e descritas da seguinte forma:
• Síndromes Fóbicas: são caracterizadas por medos intensos
e consideradas irracionais. Esses medos podem ser de objetos, animais
ou situações que, objetivamente, não oferecem perigo real ou que seja
proporcional ao medo que o sujeito sente.
65
• Síndromes obsessivo-compulsivas: são caracterizadas por
ideias, imagens, fantasias obsessivas ou atos, rituais ou comportamen-
tos obsessivos. Esses atos são vividos pelo sujeito como uma pressão,
como algo que o obriga e o submete. Na prática clínica é importante
ter muito cuidado no diagnóstico, pois é muito comum a proximidade
de sintomas do sujeito neurótico obsessivo com o fóbico ou entre o
obsessivo e o psicótico. Segundo Dalgalarrondo (2008), elas são sub-
divididas em dois tipos básicos: a) Síndromes obsessivas são aquelas
em que predominam as ideias obsessivas e b) Síndromes compulsivas
são aquelas que predominam atos ou comportamentos compulsivos.
• Síndromes Histéricas: são caracterizadas por apresentarem
manifestações clínicas tanto referentes ao corpo como à mente e ao
comportamento. No corpo, são predominantes as alterações das fun-
ções sensoriais e motoras, enquanto na mente, estão relacionadas à
consciência, à memória e às percepções. O comportamento do sujeito
com estrutura neurótica é caracterizado pela teatralidade e dramatici-
dade, sendo infantil e sedutor. Esse comportamento ainda é visto de
forma muito pejorativa e estereotipada, desconsiderando o sofrimento
por detrás deles. São subdivididos em dois grandes grupos: a) Histe-
ria de conversão (ou conversiva): apresenta sintomas e perturbações
corporais variáveis (paralisias histéricas, anestesias e analgesias histé-
ricas, cegueira histérica, perda da fala, perturbações do andar ou ficar
em pé) e b) Histeria dissociativa, marcada por possíveis alterações da
consciência que se assemelham a crises epiléticas. Crises histérico-dis-
sociativas são caracterizadas pelo estado crepuscular de consciência
(apresentado no capítulo 1 deste módulo) e por amnésias (esquecimen-
to seletivo e significativo). Freud deu início à psicanálise a partir da ob-
servação de seu trabalho com mulheres histéricas em Paris.
• Síndromes Ansiosas: encontramos frequentemente (mas
não só) síndromes ansiosas em pessoas que apresentam estrutura psí-
quica neurótica, por essa razão, decide-se incluí-las neste ponto do mó-
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
67
ganhar peso – no caso da anorexia – Tontura, instabilidade –
–, etc.) Dor ou desconforto torácico
– Ansiedade, preocupação ou sinto- – Náusea ou desconforto abdominal
mas físicos causam sofrimento signi- Transtorno de pânico
ficativo ou prejuízo no funcionamento – Ter ataques de pânico de forma re-
social petitiva e inesperada
– Pelo menos um dos ataques foi se-
guido por período mínimo de um mês
com os seguintes critérios:
• Preocupação persistente de ter no-
vos ataques
• Preocupação sobre implicações ou
consequências dos ataques como
perder o controle, enlouquecer ou ter
um infarto
• Ter alterações do comportamento
relacionadas aos ataques
• Presença ou não de agorafobia as-
sociada
10/vol-x-2-notas-sobre-um-caso-de-neurose-obsessiva-1909/> Acesso
em: 07.10.2020
Na psicose
As síndromes psicóticas são caracterizadas, portanto, pelos
sintomas alucinatórios e de delírios, além de pensamentos desorgani-
zados e comportamentos tidos como bizarros. Muito comuns são os sin-
tomas paranoides, que são caracterizados pelos delírios e alucinações
de conteúdos persecutórios. Abaixo seguem as principais doenças e
transtornos mentais psicóticos:
68
• Esquizofrenia: considerada a principal forma de psicose,
tanto pela sua frequência quanto pela sua importância clínica. Alguns
sintomas são considerados muito significativos para o diagnóstico da
esquizofrenia. São eles: percepção delirante, alucinações auditivas (vo-
zes que comentam ou comandam ação), eco do pensamento (paciente
escuta os próprios pensamentos ao pensar), difusão do pensamento
(o paciente acredita que os seus pensamentos são ouvidos ou perce-
bidos pelas outras pessoas), roubo do pensamento (sensação de que
seu pensamento é extraído, de forma inexplicável, como se tivesse sido
roubado), vivências de influência na esfera corporal ou ideativa. Esses
sintomas são denominados sintomas de primeira ordem, segundo Kurt
Schneider, apud Dalgalarrondo (2008). “Os sintomas de primeira ordem
indicam a profunda alteração da relação Eu-mundo, o dano radical das
“membranas” que delimitam o Eu em relação ao mundo, uma perda
marcante da dimensão da intimidade” (DALGALARRONDO, 2008, p.
328).
• Transtorno delirante (Paranoia): é uma forma de psicose
muito conhecida entre os clínicos. É caracterizado pelo surgimento e
desenvolvimento de um delírio com uma certa preservação da persona-
lidade e do resto do psiquismo do sujeito. Ele se caracteriza, portanto,
por um delírio que costuma ser organizado e sistematizado, com con-
teúdos persecutórios. Normalmente, ocorre em sujeitos com mais idade
(a partir de 40 anos).
• Parafrenias: outra forma de psicose esquizofreniforme com
aparecimento tardio, em que ocorrem delírios normalmente acompa-
nhados de alucinação. Muitos autores consideram as parafrenias como
uma esquizofrenia tardia (entre 45-50 anos)
• Síndromes de agitação psicomotora e de estupor e lenti-
ficação psicomotora: esses são os dois tipos de síndromes psicomo-
toras. São bastante comuns em quadros de psicopatologia psicótica,
como na agitação maníaca (ex.: quadros de transtorno bipolar) e na
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
71
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: Psicólogo Clínico
Quanto aos processos defensivos, presentes nas neuroses e psi-
coses, é correto afirmar que:
a) na paranoia, há o predomínio da negação.
b) na melancolia, manifestam-se a identificação e a projeção.
c) na neurose obsessiva e na histeria, manifesta-se o deslocamento.
d) na esquizofrenia, há o predomínio da repressão.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: STJ Prova: Analista
Judiciário - Psicologia
Com relação a neuroses, psicoses e transtornos de personalidade,
julgue o item a seguir.
Tanto as neuroses quanto as psicoses se distinguem nitidamente
do estado hígido.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRE-RS Prova: Analista Judiciário -
Psicologia
José Bleger, autor da obra “Psico-Higiene e Psicologia Institucio-
nal”, afirma que a função do psicólogo não deve ficar reduzida à
terapia das neuroses e psicoses e aponta a necessidade de se:
a) pretender uma atividade racional e frutífera, para uma ação em hi-
giene mental, abrindo-se consultórios para atender os doentes mentais,
garantindo a psico-higiene.
b) abrirem vagas para atendimento psicoterápico para todos os cida-
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
dãos, mesmo que em clínicas particulares, uma vez que todos têm di-
reito ao acesso a tratamentos de saúde mental.
c) confiar e se basear em esforços profissionais totalmente estatais,
para a elaboração de projetos e ações, já que os psicólogos não são
um “poder público”.
d) aplicar planos de vasto alcance social no terreno da higiene mental
e da saúde pública, voltando-se, o psicólogo, para a psicoprofilaxia e
promoção da saúde.
e) esperar que a pessoa doente venha consultar o psicólogo para que
se possa tratar e intervir nos processos psicológicos que gravitam e
afetam a estrutura da personalidade, em geral.
72
QUESTÃO 4
Ano: 2008 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: Ana-
lista Judiciário - Psicologia
Texto associado
A partir de 1952, o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Distúrbios Mentais, em sua quarta revisão) substituiu os conceitos
de psicose, neurose e perversão pela noção de distúrbio.
Na segunda revisão de classificação das doenças (CID-10), a OMS
definiu os distúrbios mentais e do comportamento segundo os
mesmos critérios do DSM-IV. Considerando essas classificações,
dois pacientes, um diagnosticado com distúrbio dissociativo e, o
outro, com diagnóstico de perturbação do curso do pensamento,
podem apresentar, respectivamente neurose e psicose.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: STJ Prova: Analista
Judiciário - Psicologia
Com relação a neuroses, psicoses e transtornos de personalidade,
julgue o item a seguir.
Neuroses são definidas como os desvios psíquicos que não en-
volvem inteiramente o próprio homem; psicoses são os desvios
psíquicos que acometem o homem em sua totalidade.
( ) Certo
( ) Errado
na clínica?
TREINO INÉDITO
NA PRÁTICA
75
GABARITOS
CAPÍTULO 01
1 2 3 4 5
A E B CERTO A
vida em sociedade.
Descartes surge apresentando outra concepção da loucura, de forma
muito racionalizada, ainda não considerando aspectos psíquicos e men-
tais. Dessa forma, se mantém a exclusão, pois se o sujeito considerado
louco não tinha capacidade de pensar racionalmente, este não tinha
condições de seguir vivendo em sociedade. Pinel, em outro momento
da história, apresenta sua concepção revolucionando a visão sobre o
sujeito doente mental e o seu tratamento, levando em conta, então, as-
pectos psíquicos e mentais. A Psicanálise surge com Freud, no final do
século XVIII e começo do século XIX, subvertendo toda a concepção até
então na história da humanidade, sustentando o sujeito do inconsciente
76
e a singularidade no diagnóstico e tratamento da pessoa com doença
mental. O intenso sofrimento psíquico presente na pessoa considerada
louca e a importância de tratar tal sofrimento, o que gera os sintomas,
como consequência da experiência individual.
Todo esse processo na evolução do conhecimento em psicopatologia
tem efeitos na luta antimanicomial atualmente, que busca pelos direitos
humanos e pela cidadania do sujeito com intenso sofrimento psíquico. A
luta antimanicomial vai ao encontro da psicanálise e proposta freudiana
de resgatar o sujeito com transtorno mental.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
77
CAPÍTULO 02
1 2 3 4 5
C C E D A
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
78
CAPÍTULO 03
1 2 3 4 5
C C D C C
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
79
BARRETO, E. M. de P. & ELKIS, H. Evidências de eficácia da terapia
cognitiva comportamental na esquizofrenia. Rev. Psiq. Clínica. 34
(2), 204-207, 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?-
pid=S0101-60832007000800011&script=sci_arttext&tlng=en> Acesso
em: 05.10.2020
80
DSM- 5: Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos men-
tais, 5° Edição, 2013. Disponível em: <http://www.clinicajorgejaber.com.
br/2015/estudo_supervisionado/dsm.pdf> Acesso em 08.10.2020
81
FREUD, S. Notas sobre um caso de neurose obsessiva, 1909.
Disponível em: <http://www.freudonline.com.br/livros/volume-10/vol-
-x-2-notas-sobre-um-caso-de-neurose-obsessiva-1909/> Acesso em
07.10.2020
82
MURAT, L. O Homem que se achava Napoleão: Por uma história
política da loucura. São Paulo: Três Estrelas, 2012
83
PSICOPATOLOGIAS - GRUPO PROMINAS
84