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Núcleo de Educação a Distância
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.
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Esta unidade analisará os principais conceitos que são utilizados
na Psicanálise. São apresentados fundamentos relacionados à metapsi-
cologia a partir das obras de Sigmund Freud. Objetivou-se, neste estudo,
investigar o contexto que materializa a origem da formação do aparelho
psíquico, suas transformações e repercussões teóricas diante da constru-
ção de um modelo teórico capaz de compreender o fenômeno onírico en-
quanto um fenômeno do inconsciente. A pesquisa realizada possui um ca-
ráter bibliográfico com revisão sistemática da literatura, principalmente das
obras de Freud. Os resultados visam elucidar o entendimento do aparelho
psíquico, o sofrimento do sujeito e de que maneira ocorre a construção da
psicose, da neurose e da perversão.
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 10
CAPÍTULO 01
CONCEITOS E ORIGEM DA PSICANÁLISE
Recapitulando _________________________________________________ 27
CAPÍTULO 02
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS E MECANISMO DE DEFESA
Recapitulando _________________________________________________ 49
CAPÍTULO 03
A CULTURA – PSICOSE, NEUROSE E PERVERSÃO
Recapitulando __________________________________________________ 69
Referências _____________________________________________________ 76
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Freud desenvolveu a teoria do inconsciente que é constituída
por desejos e pulsões, ou seja, são conteúdos reprimidos pelo sujeito. É
possível afirmar que um dos momentos mais marcantes da Psicanálise,
é a elaboração das teorias do aparelho psíquico. São elas que fornecem
a possibilidade de entendimento dos modos de manifestação do conflito
e também desempenham uma associação de representações. Trata-se
da tentativa de situar, na discussão da teoria psicanalítica, o fato de que
não se trata apenas de interpretar o funcionamento psíquico do sujeito,
mas, sim, aquilo que é reprimido, recordado, elaborado e repetido.
Diante das relações estabelecidas entre os processos de or-
dem primária e secundária, Freud desenvolve em sua obra sobre os
sonhos a ideia de que, durante a atividade onírica, as excitações circu-
lam pelo aparelho psíquico em sentido “regressivo”, ou seja, ela seria
responsável pelo registro dos traços da memória no interior do aparelho
psíquico.
Nessa lógica, num primeiro momento, será falado sobre o fun-
cionamento do inconsciente, cujos conteúdos só podem ser alcançados
pela consciência, por ser submetido às censuras e transformações im-
postas pelos sistemas pré-consciente e consciente.
A concepção de inconsciente adquire sentido no que escapa e
falha aos humanos, seres de linguagem, isso porque o inconsciente é
um conceito forjado e se apresenta naquilo que invalida a sequência ló-
gica dos pensamentos cotidianos como mensagens cifradas contrárias
à intenção do indivíduo.
É importante refletir que a Psicanálise, apesar de derivar da
ciência, propõe uma ruptura com as determinações científicas e es-
tabelece sua especificidade, uma epistemologia particular, própria da
experiência analítica, que é tão válida e importante quanto a ciência
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
empírica.
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CONCEITO & ORIGEM
DA PSICANÁLISE
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paciente, era possível alcançar algum equilíbrio. Nesse contexto, Freud
revolucionou a ciência e criou uma teoria que impactou a sociedade.
A partir das descobertas sobre o psiquismo humano, ele inaugura um
campo epistêmico para possibilitar o entendimento dos sintomas no su-
jeito.
Freud iniciou sua prática na clínica atendendo pessoas que so-
friam de histeria, investigou o psiquismo e descobriu que a maioria dos
problemas acontecia através de situações reprimidas do inconsciente.
A partir de suas pesquisas surge a Psicanálise, uma teoria desenvolvida
através da dimensão de tornar consciente o inconsciente que é regido
pela simbolização. A Psicanálise caracteriza-se pela interpretação, bus-
cando o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações,
palavras ou situações imaginárias.
A história da Psicanálise está relacionada ao surgimento da
nova ciência, dotada de recursos próprios para analisar a mente hu-
mana. Naquela época, as pessoas com transtornos psicológicos, eram
classificadas como loucas, um modo rápido de relegar ou repensar um
tratamento. Contudo, a história da psicanálise traz como evidência o
quanto a cultura da medicina estava totalmente equivocada.
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cionavam com nosso tema. Experiências como essas me fizeram pensar que
seria de fato possível trazer à luz, por mera insistência, os grupos patogêni-
cos, de representações que, afinal de contas, por certo estavam presentes.
(FREUD,1996 (1900), p. 282).
Assim como o paciente deve relatar tudo o que sua auto-observação possa
detectar, e impedir todas as objeções lógicas e afetivas que procuram indu-
zi-lo a fazer uma seleção dentre elas, também o médico deve colocar-se em
posição de fazer uso de tudo o que lhe o que lhe é dito para fins de interpre-
tação e identificar o material inconsciente oculto, sem substituir sua própria
censura pela seleção de que o paciente abriu mão. Para melhor formulá-lo:
ele deve voltar seu próprio inconsciente, como um órgão receptor, na direção
do inconsciente transmissor do paciente (1996 (1900), p. 129).
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O aparelho psíquico se define como uma organização psíquica
dividida em instâncias. Essas instâncias ou sistemas estão interligadas
entre si, mas possuem funções distintas. A partir desse conceito, Freud
apresentou dois modelos: a divisão topográfica e a divisão estrutural da
mente. Segundo Laplanche & Pontalis (2001), a hipótese de aparelho
psíquico seria uma expressão que ressalta as características da teoria
freudiana atribuída à psique.
A partir da conjunção desses fatores, Freud realizou uma di-
visão do aparelho psíquico em três aspectos: o tópico, o dinâmico e o
econômico. Freud define especificamente metapsicologia como a defi-
nição do psiquismo sob estas três dimensões, que levam em considera-
ção as diferentes forças que nele circulam.
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Mas o truque é que o subconsciente não consegue distinguir
entre o que a mente consciente imagina e aquilo que é real, então tudo
o que é trazido pela imaginação consciente e focado intensamente tam-
bém traz à tona todas as emoções e os sentimentos que estão associa-
dos às imagens já construídas na nossa mente.
Já no pré-consciente, é exercida uma espécie de filtragem das
informações, isso caracteriza que os dados que chegam ali não perma-
necem nesse lugar. Podemos compreender que há uma função rela-
cionada ao controle que fica retido no inconsciente, funcionando como
uma espécie de filtro que transita de um nível para outro (do consciente
para o inconsciente e do inconsciente para o consciente).
Também chamado de “subconsciente” (mas, é importante des-
tacar que Freud não utilizava esse termo), o pré-consciente se refere
àqueles conteúdos que podem facilmente chegar ao consciente, mas
que lá não permanecem. São, principalmente, informações sobre as
quais não pensamos constantemente, mas que são necessárias para
que o consciente realize suas funções.
Uma característica é que as informações que chegam ali não
permanecem nesse lugar. Os processos pré-conscientes, nesse senti-
do, não fazem parte da consciência, mas estão ligados ao inconscien-
te, ou seja, estamos diante de algo que também é caracterizado pelo
controle do movimento voluntário e governado pelos processos secun-
dários. Freud afirmava que o inconsciente possuía uma centralidade
na vida das pessoas e que, embora não pudesse ser diretamente reco-
nhecido, guia não apenas o mundo dos sonhos, mas também a vida no
presente.
Freud refere que o pré-consciente possui acesso direto e ime-
diato à consciência, desde que dotado de intensidade suficiente e bene-
ficiado com certa cota de atenção. Ele funciona como uma espécie de
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
“filtro/peneira” que seleciona o que pode e o que não pode atravessar
no sentido do inconsciente para o consciente. Além do mais, o sistema
pré-consciente também funciona como um pequeno arquivo de regis-
tros, cabendo-lhe sediar a função de conter as representações de pala-
vra (1996/1900).
Além disso, apresenta que entre a lógica própria do sistema in-
consciente e a do sistema pré-consciente/consciente existe um conflito
permanente e constante, pois elas nunca estão de acordo. Se a reali-
zação de um desejo inconsciente e recalcado produz prazer, por outro
lado, também produz ansiedade ao ego do sonhador. O mesmo evento
que é prazeroso em nível do inconsciente produz desprazer e angústia
ao nível pré-consciente. Por isso mesmo, ele chama a atenção para
os sonhos desagradáveis, também compreendidos como realização do
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desejo. Algo escapa à ação da censura, deixando aflorar um desejo
inconsciente que, por ser incompatível com o ego, produz ansiedade.
Com base nos relatos de pacientes em relação a fantasias, sin-
tomas, lembranças e sonhos, Freud reformulou a teoria sobre a estrutu-
ra da personalidade humana. A primeira tópica foi inspirada pela análise
do sonho e da histeria, mas Freud estava insatisfeito com o “modelo
topográfico”, pois ele não compreendia os fenômenos psíquicos.
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somático, acolhendo dentro de si as necessidades pulsionais que nele acham
sua expressão psíquica (FREUD, 1996 (1900), p.68).
Pode-se dizer que essa transformação de uma escolha objetal erótica numa
alteração do ego constitui também um método pelo qual o ego pode obter
controle sobre o id, e aprofundar suas relações com ele – à custa, é verdade,
de sujeitar-se em grande parte às exigências do id. Quando o ego assume as
características do objeto, ele está se forçando, por assim dizer, ao id como
um objeto de amor e tentando compensar a perda do id, dizendo “Olhe, você
também pode me amar; sou semelhante ao objeto” (FREUD, 1996 (1900),
p.42-43).
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Dessa forma, Id, Ego e Superego caracterizam-se como prin-
cípios de impulsividade, de racionalidade e de moralidade, respectiva-
mente. Cada um desses três pode ser compreendido de forma simplifi-
cada por uma típica representação cinematográfica: uma pessoa (Ego)
escuta conselhos de dois seres que ficam em seus ombros: um diabo
(Id) e um anjo (Superego).
A atuação de cada uma dessas instâncias acaba se alterando
em momentos e situações específicos. Um exemplo disso é quando
estamos dormindo. Um sonho ou um pesadelo são derivados de de-
sejos do Id, que encontram vazão durante o sono. É possível que você
tenha um sonho muito bom mesmo fazendo uma coisa que nunca fez,
ou que você tenha um pesadelo horrível vivendo uma situação impossí-
vel. Acesse: <https://www.eusemfronteiras.com.br/id-ego-e-superego/>
(Acessado em: 02/10/2020)
primários.
O superego é definido como herdeiro do complexo de Édipo,
constituindo a interiorização das exigências e das interdições parentais.
É visto pela ideia do sentimento de culpa, o qual sempre estará em juízo
que dirá o que deve ou não ser feito, caso algo dê errado, o supere-
go, sempre estará pronto para culpabilizar o ego. Essa situação ocorre
quando ele se depara com um ego coagido por algo que o faz agir como
se estivesse sendo censurado, observado, criticado e, algumas vezes,
mortificado.
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modelo, as instâncias – que se diferenciam a partir do id – serão especifica-
das pelas identificações das quais deveriam (CARDOSO, 2002, p.33).
Por traz dele jaz oculta a primeira e mais importante identificação de um indi-
víduo, a sua identificação com o pai em sua própria pré-história pessoal. Isso
aparentemente não é, em primeira instância, a consequência ou resultado de
uma catexia do objeto; trata-se de uma identificação direta e imediata, e se
efetua mais primitivamente do que qualquer catexia do objeto (FREUD, 1996
(1923), p.44).
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Campos Novos -
SC Prova: Psicólogo
A respeito de desenvolvimento humano, a teoria psicanalítica freu-
diana descreve algumas fases, entre elas, a fase anal. São caracte-
rísticas da fase anal:
a) O prazer oral, que é uma modalidade que se estabelece analitica-
mente ao prazer alimentar.
b) A libido organiza-se em torno da zona oral e há, através da boca, a
mobilização pela preservação do equilíbrio homeostático e também o
início do conhecimento sobre o mundo.
c) A libido organiza-se sobre a zona erógena anal. A fantasia básica
será ligada aos primeiros produtos, notadamente o valor simbólico das
fezes. Ocorre a partir do segundo ano de vida, normalmente.
d) A libido erotiza os genitais, trazendo a fantasia de meninos e meninas
serem possuidores de pênis.
e) Canalização das energias sexuais para o desenvolvimento social
através das sublimações. Período intermediário entre a genitalidade in-
fantil e adulta.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: FUNPAPA Prova: Psicólogo
A respeito da teoria psicanalítica desenvolvida por Sigmund Freud
e sobre as divisões do aparelho psíquico propostas pelo autor,
qual é a dinâmica de forças entre o Ego e as demais instâncias do
aparelho psíquico descrita na segunda tópica freudiana?
a) O Ego restringe os impulsos e desejos advindos do Superego.
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
b) O Ego é mediador dos impulsos do Id e das restrições do Superego.
c) O Id é mediador dos impulsos do Ego e das restrições do Superego.
d) O Consciente é mediador dos impulsos do Inconsciente e do Pré-
-Consciente.
e) O Inconsciente força conteúdos ao Pré-consciente e Consciente.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Campos Novos -
SC Prova:
Psicólogo
Relacione as colunas 1 e 2 abaixo, de acordo com a teoria psicana-
lítica freudiana.
Coluna 1 - Aspectos
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1. ID
2. EGO
3. SUPEREGO
Coluna 2 - Descrição
( ) Reservatório de energia do indivíduo constituído pelo conjunto
dos impulsos instintivos inatos, que motivam as relações do indi-
víduo com o mundo.
( ) Dá o juízo da realidade, sendo o intermediário entre os processos
internos e a relação destes com a realidade. Torna o indivíduo
único e original, permitindo-lhe uma adaptação ativa ao mundo
presente em que vive.
( ) Responsável pela estruturação interna dos valores morais, ou
seja, pela internalização das normas referentes ao que é moral-
mente proibido. Subdivide-se em Ego ideal e Consciência moral.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para
baixo.
a) 1 • 2 • 3
b) 1 • 3 • 2
c) 2 • 3 • 1
d) 3 • 1 • 2
e) 3 • 2 • 1
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: REIS & REIS Órgão: Prefeitura de Cipotânea - MG
Prova: Psicólogo
Marque a alternativa incorreta em relação à teoria psicanalítica:
a) A teoria psicanalítica é um corpo de hipóteses a respeito do funciona-
mento e do desenvolvimento da mente do homem.
b) A teoria psicanalítica apresenta processos mentais conscientes e in-
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: Prefeitura de Fortaleza - CE Órgão: Prefeitura de
Fortaleza - CE Prova: Psicólogo
A singularidade do diagnóstico psicanalítico repousa sobre o en-
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tendimento do sentido do sintoma. Conforme Freud (1917/2007),
a psiquiatria apenas classifica os sintomas, mas muito pouco diz
sobre eles. Pensando sobre a especificidade do diagnóstico para a
psicanálise, a hipótese que melhor traduz esse entendimento seria
a de que:
a) a teoria psicanalítica opera uma torção na compreensão do adoeci-
mento psíquico, entendida pela psiquiatria, por incluir a história de vida
na causação do sintoma.
b) Freud, ao propor três formas de funcionamento psíquico, a saber, a
neurose, a perversão e a psicose, se distanciaria de um diálogo possí-
vel com a psiquiatria de sua época.
c) a constituição sintomática estabelece uma fraca ligação com as de-
mais manifestações do inconsciente e, devido a isso, Freud coloca o
exame sobre o sintoma como um capítulo à parte de sua teoria.
d) Da teoria freudiana não se atualiza diante das classificações trazidas
pelos manuais diagnósticos, o que acarreta uma defasagem da própria
teoria nos dias atuais.
TREINO INÉDITO
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
De acordo com a teoria do inconsciente:
a) Os conteúdos do inconsciente são os representantes da pulsão que
estão fixados em fantasias, histórias imaginárias, concebidas como ma-
nifestações do desejo.
b) Os processos inconscientes com frequência não estão ligados às
situações da consciência.
c) É a explicação para o significado subjacente dos sonhos, lapsos de
linguagem e certos tipos de esquecimento, chamados de repressão.
d) Todos os processos inconscientes não se originam da repressão de
eventos da infância, permanecendo inativos ou adormecidos.
e) Somente o processo inconsciente faz parte do aparelho psíquico.
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NA MÍDIA
Fonte: UOL
Data: 26/09/2020
Leia a notícia na íntegra: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biolo-
gia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-freud.htm
NA PRÁTICA
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INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
& MECANISMOS DE DEFESA
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Pouco preciso dizer sobre a interpretação dos sonhos. Surgiu como os pre-
núncios da inovação técnica que eu adotara quando, após um vago pressen-
timento, resolvi substituir a hipnose pela livre associação. Minha busca de
conhecimentos não se dirigira, de início, para a compreensão dos sonhos.
Não sei de nenhuma influência externa que tivesse atraído meu interesse
para esse assunto ou que me tivesse inspirado qualquer expectativa valiosa.
[...]. A interpretação dos sonhos foi para mim um alívio e um apoio naque-
les árduos primeiros anos da análise, quando tive de dominar a técnica, os
fenômenos clínicos e a terapêutica das neuroses, tudo ao mesmo tempo.
Naquele período fiquei completamente isolado e, no emaranhado de proble-
mas e acúmulo de dificuldades, muitas vezes tive medo de me desorientar
e de perder a confiança em mim mesmo. A comprovação de minha hipótese
de que uma neurose tinha de tornar-se inteligível através da análise se ar-
rastava, em muitos pacientes, por um período de tempo desesperador; mas
os sonhos desses pacientes, que poderiam ser considerados análogos aos
seus sintomas, quase sempre confirmavam a hipótese (Freud, 1996/1900,
p. 29-31).
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nhecidos. Para tentar compreender melhor esse quadro, Freud propõe
a existência de um aparelho psíquico, permitindo não apenas uma me-
lhor visão sobre os processos oníricos, mas também um entendimento
mais profundo de como se organizam os processos mentais de maneira
global.
Por completo o fato de que o aparelho anímico em que aqui estamos interes-
sados é-nos também conhecido sob a forma de uma preparação anatômica,
e evitarei cuidadosamente a tentação de determinar essa localização psíqui-
ca como se fosse anatômica (FREUD, 1996/1900, p.567).
Devo afirmar que os sonhos realmente têm um sentido e que é possível ter-
-se um método científico para interpretá-los. [...] Meus pacientes assumiam
o compromisso de me comunicar todas as ideias ou pensamentos que lhes
ocorressem em relação a um assunto específico; entre outras coisas, narra-
vam-me seus sonhos, e assim me ensinaram que o sonho pode ser inserido
na cadeia psíquica a ser retrospectivamente rastreada na memória a partir de
uma ideia patológica. Faltava então apenas um pequeno passo para se tratar
o próprio sonho como um sintoma e aplicar aos sonhos o método de inter-
pretação que fora elaborado para os sintomas (FREUD, 1996/1900, p. 135).
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
Portanto, Freud nos diz o porquê de haver incluído em seu
trabalho o conteúdo onírico que seus pacientes traziam. Esse fato não
acontecia à toa: aqueles conteúdos eram sintomas que serviam ao tra-
tamento ao passo que possibilitavam um caminho de “decifração” de
um desejo inconscientemente latente.
A representação que se fala é o próprio material psíquico. Os
sonhos, os desejos, os traços mnemônicos, todos compreendem mate-
riais psíquicos, ou seja, representações que compõem o psiquismo, que
fazem parte dele. O trabalho do sonho se caracteriza por ser um traba-
lho de representação. Os mecanismos de condensação, deslocamento,
os meios de representação e a elaboração secundária são pontos do
trabalho do sonho construídos com uma função de representação.
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Um pensamento onírico não é utilizável enquanto expresso em forma abs-
trata, mas, uma vez que tenha sido transformado em linguagem pictórica, os
contrastes e identificações do tipo que o trabalho do sonho requer, e que ele
cria quando já não estão presentes, podem ser estabelecidos com mais faci-
lidade do que antes entre a nova forma de expressão e o restante do material
subjacente ao sonho. [...] Podemos supor que boa parte do trabalho interme-
diário executado durante a formação de um sonho, que procura reduzir os
pensamentos oníricos dispersos à expressão mais sucinta e unificada possí-
vel, se processe no sentido de encontrar transformações verbais apropriadas
para os pensamentos isolados (FREUD, 1996/1900, p. 372).
Os mecanismos de defesa
Mecanismos de defesa são estratégias pelas quais as pes-
soas se protegem de pensamentos ou sentimentos. Esses mecanismos
são respostas psicológicas inconscientes que protegem os sujeitos das
ameaças e coisas com as quais não querem pensar ou lidar. O proces-
so geralmente envolve esconder-se de si mesmo os impulsos internos
que ameaçam diminuir a autoestima e provocar ansiedade.
Os mecanismos de defesa são representados por uma cons-
trução de extrema importância para a personalidade, englobando tam-
bém os estados afetivos e a determinação dos padrões comportamen-
tais, sendo uma das maneiras de se medir como o sujeito responde aos
estressores e quais são os comportamentos internos ou externos que
podem ser utilizados como resposta.
O conceito surgiu pela primeira vez em 1894 na obra “As psi-
coneuroses de defesa”, na qual Freud relata a luta do ego contra os
afetos dolorosos e insuportáveis que o sujeito vivencia. De acordo com
seu modelo, a mente tem três forças de duelo: a identidade (impulsos
inconscientes e primitivos por comida, conforto e sexo), o superego (um
impulso parcialmente consciente em direção aos valores morais e so-
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
ciais) e o ego (uma força parcialmente consciente que modera a identi-
dade e o superego).
Os mecanismos de defesa protegem o ego, que é a parte cons-
ciente da pessoa que interage com a realidade, dos conflitos entre a
realidade e suas restrições; a id, que é o aspecto impulsivo da perso-
nalidade que busca o cumprimento dos desejos; e o superego, que é
a parte moral da personalidade. Esses conflitos criam ansiedade, que
Freud caracterizou como um estado interior desagradável que as pes-
soas tentam evitar. Os três tipos de ansiedade são neuróticos, realidade
e moral.
Os trabalhos de Anna Freud descrevem as defesas patológicas
como um desequilíbrio em certas etapas que podem refletir a presença
de mecanismos rígidos, perturbando o desenvolvimento da personali-
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dade, destacam que todos os mecanismos de defesa podem se consti-
tuir de modos de adaptação saudáveis, desde que sejam utilizados de
maneira moderada, também possuem o papel de auxiliar os sujeitos a
lidar com as exigências que estão presentes na realidade.
Para Freud (1893/1992), a concepção da defesa é tratada como
um ato voluntário de afastar algo ajuizado como desprazer do psiquismo,
o qual não pode ser considerado patológico, pois esse ato de esqueci-
mento intencional é bem-sucedido em diversas pessoas, bem como é
tendência normal na vivência de cada sujeito (FREUD,1992/1895).
A defesa primária é considerada, ao lado da atenção, uma tá-
tica desenvolvida pelo ego para a proteção de algo diante da ameaça
de algum objeto. Eles são pensados para proteger a mente contra sen-
timentos e pensamentos que são muito difíceis para lidarmos conscien-
temente. Também tendem a adaptar ou reler a realidade externa assim
como a defender o ego contra impulsos originários do id na “intenção”
de proteção ou defesa do ego. O resultado ou consequência viria na
forma de uma estabilização psíquica do indivíduo.
reação de seu caráter, as quais são repetidas durante toda a vida, sempre
que ocorre uma situação semelhante à original. O ego do adulto, com sua
força aumentada, continua a se defender contra os perigos que não mais
existem na realidade; na verdade, vê-se compelido a buscar na realidade as
situações que possam servir como substituto aproximado ao perigo original,
de modo a poder justificar, em relação àquelas, fato de ele manter suas mo-
dalidades habituais de reação. Assim, podemos facilmente entender como
os mecanismos defensivos, podem ocasionar uma alienação cada vez mais
ampla quanto ao mundo externo e um permanente enfraquecimento do ego
(FREUD, 1917, p.503).
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uma pessoa não adoece por possuir defesas; mas, sim, por sua ineficácia ou
pelo mau uso que faz delas. Dessa forma, a reestruturação da pessoa (em
relação aos mecanismos de defesa) consiste, em parte, em utilizar esses
mecanismos de forma flexível e adequada. (FADIMAN, 1986).
Pulsões Sexuais
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
Por instinto podemos entender, a princípio, apenas o representante psíquico INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
A ética profissional
Ao falarmos de uma ética da Psicanálise, estamos falando, em
primeiro lugar, de uma proteção aos clientes que estão submetidos a
uma intervenção psicanalítica. Esse cuidado com o analisando protege-
-os de eventuais abusos proporcionados pelos analistas ao ocuparem
uma posição privilegiada em função do amor de transferência. Dentro
desse mesmo enunciado ainda teríamos uma ética implicada na forma-
ção institucional, a qual diz respeito às condições da transmissão do
saber psicanalítico.
Ao se discutir ética em Psicanálise existem pontos fundamen-
tais que são o norte da discussão, tais como o inconsciente como uma
instância na qual se processam movimentos dos desejos e pulsões, e a
dinâmica desses desejos com a realidade, com o mundo de regras, da
ética, do que pode e do que não pode. No desenvolvimento da psicaná-
lise, Freud aponta que a análise do terapeuta é uma forma de aprender
psicanálise. Assim, Freud indica que a ética e o ensino da psicanálise
não acontecem através do ensino teórico, e sim da experiência de aná-
lise que dará a convicção teórica. É essa convicção que se apresenta
como a ética do analista.
Portanto, é a relação entre analisando e analisado que dá con-
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
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Assim, ele considera:
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova:
Técnico de Nível Superior - Psicólogo
João (35 anos) iniciou psicoterapia por estar apresentando trans-
torno de ansiedade. Após 3 meses de atendimento psicoterápico,
sua esposa (32 anos), com quem encontra-se casado há 10 anos,
telefonou ao psicólogo e lhe disse que desejava saber como es-
tava seu marido e como estava evoluindo o trabalho terapêutico.
Nesse caso, de acordo com o Código de Ética Profissional do Psi-
cólogo, o psicólogo:
a) não pode fornecer informações, pois é dever do psicólogo respeitar o
sigilo profissional, por meio da confidencialidade.
b) pode fornecer informações, por ser solicitação de um cônjuge com
mais de 5 anos de relacionamento.
c) só poderia fornecer informações aos pais do paciente, por normas de
confidencialidade.
d) pode fornecer informações, por ser solicitação de um cônjuge, dado
que o psicólogo precisa dividir a responsabilidade com outro adulto re-
lacionado ao paciente.
e) não pode fornecer informações, a não ser que seja por demanda de
seu médico ou coordenador de curso da instituição na qual o paciente
estuda, no sentido de favorecê-lo.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: MetroCapital Soluções Órgão: Prefeitura de La-
ranjal Paulista - SP Prova: Psicólogo
Se um psicólogo souber que outro profissional da psicologia está
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
atuando de maneira irregular, sem o devido registro no Conselho
Regional, ele deverá:
a) comunicar o fato ao Conselho de Psicologia.
b) manter-se inerte, pois não há nada que possa fazer.
c) comunicar o fato ao Conselho Federal de Psicologia para que se to-
mem os devidos procedimentos.
d) advertir o próprio profissional de sua conduta irregular.
e) comunicar o fato à Delegacia de Polícia, já que a conduta daquele
profissional constitui exercício irregular da profissão.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Seringueiras - RO
Prova: Psicólogo
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O Conselho Federal de Psicologia, ao elaborar e atualizar o Código
de Ética Profissional do Psicólogo, em sua construção, buscou:
I - valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que
devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profis-
são, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atra-
vessam todas as práticas, e estas demandam uma contínua refle-
xão sobre o contexto social e institucional.
II - abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e
interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão
crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os cole-
gas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços.
III - contemplar a garantia da preservação da família mononuclear,
monogâmica, configurada na Constituição Brasileira de 1988, bem
como a crescente inserção do psicólogo em equipes multiprofis-
sionais.
IV - estimular reflexões que considerem a profissão como um todo
e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais di-
lemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em
quaisquer contextos de atuação.
Estão corretas:
a) somente I e II.
b) somente I, II e III.
c) somente I, II e IV.
d) somente II e IV.
e) somente II, III e IV.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRT - 8ª Região (PA
e AP) - Prova: Analista Judiciário - Psicologia
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Data: 02/10/2020
Leia a notícia na íntegra: https://www.fasdapsicanalise.com.br/a-im-
portancia-dos-sonhos/
NA PRÁTICA
53
A CULTURA -
PSICOSE, NEUROSE & PERVERSÃO
54
A inteira soma das realizações e instituições que afastam a nossa vida da-
quela de nossos antepassados animais, e que servem para dois fins: a pro-
teção do homem contra a natureza e a regulamentação dos vínculos dos
homens (Freud, 1930/2015, p.34).
ESTRUTURA CLÍNICAS
Neurose
As neuroses são fenômenos gerados por um conflito psíquico,
envolvendo a frustração de um impulso instintivo. Além disso, podemos
entendê-las como o resultado das nossas experiências, sejam elas vi-
vências, traumas ou recalques, conforme pontua a psicanálise.
Define-se como uma generalização dos achados sobre a histeria. Seus pre-
dicados incluem a divisão (spaltung) da consciência exposta ao conflito, o
recalcamento ou a separação entre afetos e representações ocasionado pelo
desligamento entre representação-coisa e representação-palavra, a perda da
56
capacidade de recordação e rememoração, particularmente de experiências
sexuais de natureza traumática, a fixação ou regressão a certas modalidades
substitutivas de satisfação pulsional pela fantasia e o retorno deformado sim-
bolicamente do desejo como sintoma (DUNKER, 2014, p. 79-80).
Perversão
A perversão se constitui em relação com o complexo de cas-
tração, na dialética edipiana. Na passagem pela castração, o sujeito
desenvolve uma defesa que envolve a recusa perceptiva sobre a falta
do falo no outro, representado pelo corpo da mãe. O mecanismo de
62
defesa em relação à castração será nomeado também como negação,
denegação, recusa ou desmentido. Esse mecanismo de defesa age no
sentido de desautorizar a experiência da castração. O sujeito é ciente
da experiência, mas se nega a reconhecê-la. Pode-se pensar que:
[...] a passagem para a plena organização genital supõe, para Freud, que o
complexo de Édipo tenha sido ultrapassado, o complexo de castração assu-
mido, a interdição do incesto aceita. As últimas pesquisas de Freud sobre a
perversão mostram, aliás, como o fetichismo está ligado à “recusa” da cas-
tração (LAPLANCHE E PONTALIS, 2001, p. 343).
É aquele que por si mesmo ou através do qual a pulsão se acha apta a atingir
sua meta. O objeto é o que é mais variável na pulsão e não está originalmen-
te conectado a ela, mas se torna determinado a ela apenas em consequência
do fato de ser particularmente apropriado para possibilitar a satisfação. O
objeto não é necessariamente extrínseco: ele pode igualmente ser uma parte
do próprio corpo do sujeito. Ele pode mudar quantas vezes forem possíveis
no curso das vicissitudes que a pulsão percorre durante a sua existência”
(FREUD, 1915, p.122-123).
66
O que permanece mais importante para o perverso é o fato de que o outro
seja suficientemente engajado, inscrito num balizamento conhecido, sobre-
tudo de respeitabilidade para que cada nova experiência ganhe figura de
devassidão, isto é, para que o Outro se veja extraído do seu sistema, e para
que aceda a um gozo onde o perverso detém em toda instancia, o controle
(DOR, 1997, p 48).
Diagnosticar um sujeito perverso é bem mais sutil do que apenas dizer que
basta um cenário de gozo perverso para que se esteja diante de um perver-
so. Não se deve definir uma estrutura em nível da fenomenologia dos sinto-
mas nem tampouco das condutas, ou seja, daquilo que é observável, haja
vista o fato de que encontramos, por exemplo, manifestações aparentemente
obsessivas na psicose (MARTINHO, 2011, p. 138).
Uma estrutura clínica deve ser definida na relação entre o $ (efeito de lingua-
gem) e o Outro (que inclui o inconsciente), por isso é preciso saber como a
relação fantasmática entre o sujeito e o Outro se apresenta. Deve-se iden-
tificar como o cenário de gozo na fantasia se coloca em relação ao desejo
inconsciente (MARTINHO, 2011, p. 138).
67
O comportamento social do perverso também pareceria de-
pender de seu nível intelectual; seu grau de adaptação social variaria
em função de seu caráter. Uma série de outros componentes patológi-
cos poderiam interferir favoravelmente no sentido das perversões. Seria
tanto o caso das epilepsias que agravariam perigosamente as reações
perversas, quanto a histeria que constituiria um importante catalisador
em razão da anomalia dos instintos e das crises que lhe são específicas.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Teorias e Técnicas Psicoterápicas
Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: STJ Prova: Analista
Judiciário - Psicologia
Com relação a neuroses, psicoses e transtornos de personalidade,
julgue o item a seguir.
Tanto as neuroses quanto as psicoses se distinguem nitidamente
do estado hígido.
( ) Certo ( ) Errado
QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: SEJUDH - MT Prova: Psicólogo
Tradicionalmente na clínica psicanalítica considera-se a diferen-
ciação estrutural entre neurose e psicose para fins diagnósticos. A
psicose caracteriza-se fundamentalmente por:
a) um desvio em relação ao ato sexual “normal”, no qual a satisfação é
obtida por meio de objetos sexuais ou está subordinada de forma impe-
riosa a certas condições extrínsecas.
b) uma perturbação primária da relação libidinal com a realidade cujos
sintomas manifestos representam uma tentativa de restauração do laço
objetal.
c) sintomas que são a expressão simbólica de um conflito psíquico cujas
raízes estão na história infantil do indivíduo e constitui um compromisso
entre a defesa e o desejo.
d) impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais,
em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
e) um conflito defensivo que não se traduz na formação de sintomas niti-
damente isoláveis, mas por traços de caráter, modos de comportamento
ou mesmo uma organização patológica do conjunto da personalidade.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: STJ Prova: Analista
Judiciário - Psicologia
Com relação a neuroses, psicoses e transtornos de personalidade,
julgue o item a seguir.
Neuroses são definidas como os desvios psíquicos que não en-
volvem inteiramente o próprio homem; psicoses são os desvios
psíquicos que acometem o homem em sua totalidade.
( ) Certo ( ) Errado
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QUESTÃO 4
Ano: 2012 Banca: Concurso de Psicologia Órgão: Prefeitura Muni-
cipal de Duas Estradas. Prova: Psicólogo
Assinale a alternativa correta em relação aos aspectos psicodinâ-
micos da neurose, da psicose e da perversão.
a) Designa-se por perversão o conjunto de comportamento psicosse-
xual que não acompanha atipias na obtenção do prazer sexual.
b) Pode-se dizer que existe perversão quando o orgasmo é obtido com
outros objetos sexuais ou por outras zonas corporais e quando o orgas-
mo é subordinado de forma imperiosa a certas condições extrínsecas.
c) Chama-se perversão quando o orgasmo é obtido com objetos se-
xuais não usuais, desde que com uma pessoa do sexo oposto.
d) A neurose é uma perversão negativa, é o negativo da pulsão, ou seja,
a perversão é a manifestação lapidada, não recalcada, da sexualidade
infantil.
e) Neurose não é um quadro psiquiátrico caracterizado por dificuldades
de adaptação pelo indivíduo.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFFS Prova: Psicólogo
Assinale a alternativa correta em relação aos aspectos psicodinâ-
micos da neurose, da psicose e da perversão.
a) Na segunda teoria do aparelho psíquico postulado por Freud, em
uma psicose, o ego obedece às exigências da realidade e do superego,
recalcando reivindicações pulsionais.
b) Na psicanálise, postula-se que a neurose se inicia por uma ruptura
entre ego e realidade, deixando o ego sob o domínio do id.
c) Pode-se designar perversão o conjunto de comportamentos psicosse-
xuais atípicos na obtenção de prazer sexual, em que há presença de um
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
70
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Dossiê – Perversão
Fonte: UOL
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
Data: 11/10/2020
Leia a notícia na íntegra:
https://revistacult.uol.com.br/home/dossie-perversao/ e
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-
-segundo-a-teoria-de-sigmund-freud.htm
NA PRÁTICA
Neurose e Psicose
A diferenciação entre a psicose e a neurose não é unânime entre os
terapeutas. Para alguns, trata-se apenas de diferenças de intensidade
dos sintomas, para outro tanto, há diferenças fundamentais ente as psi-
coses e as neuroses.
71
Nos últimos anos, uma grande quantidade de estudos busca identificar
relações entre a ocorrência da psicose e outros fatores, como idade,
sexo e ocupação. A princípio, ficou demonstrado que há uma grande
variação de idade em relação à manifestação da psicose.
Além disso, as manifestações psicóticas podem ser verificadas em to-
dos os tipos de ocupações, sem uma ocorrência específica em uma
determinada área. Também é comum encontrar manifestações psicóti-
cas em todos os grupos étnicos e raciais. Sendo que as manifestações
psicóticas ocorrem duas vezes mais em pessoas que vivem em áreas
urbanas que pessoas que vivem em áreas rurais.
72
CAPÍTULO 1
QUESTÕES DE CONCURSO
1 2 3 4 5
C B A B A
QUESTÃO DISSERTATIVA
- Id: é impulsionado pelo princípio do prazer, que se esforça para a gra-
tificação imediata de todos os desejos, vontades e necessidades. Se
essas necessidades não são satisfeitas imediatamente, o resultado é
um estado de ansiedade ou tensão. Por exemplo, um aumento da fome
ou sede deve produzir uma tentativa imediata de comer ou beber. Ele
é muito importante no início da vida, porque assegura que as necessi-
dades de uma criança sejam atendidas. Se a criança está com fome ou
desconfortável, ela vai chorar até que se cumpram as exigências dele.
No entanto, sempre satisfazer essas necessidades imediatamente não é
realista nem mesmo possível. Se estivéssemos completamente guia-
dos pelo princípio do prazer, estaríamos tirando coisas das mãos de outras
pessoas para satisfazer os nossos próprios desejos. Esse tipo de com-
portamento seria perturbador e socialmente inaceitável. De acordo com
Freud, o id tenta resolver a tensão criada pelo princípio do prazer através
do processo primário, que envolve a formação de uma imagem mental do
objeto desejado como uma forma de satisfazer a necessidade.
- Ego: opera com base no princípio da realidade, que se esforça para
satisfazer os desejos do id de maneira realista e adequada. O princípio
de realidade pesa os custos e benefícios de uma ação antes de decidir INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS
agir sobre desistir ou ceder aos impulsos. Em muitos casos, os impulsos
do id podem ser satisfeitos através de um processo de gratificação
atrasada – o ego acabará por permitir o comportamento, mas apenas
no momento e lugar apropriados. O ego também descarrega a tensão
criada por impulsos não satisfeitos através do processo secundário, em
que o ego tenta encontrar um objeto no mundo real que corresponde à
imagem mental criada pelo processo principal do id.
- Superego: atua para aperfeiçoar e civilizar o nosso comportamento.
Ele trabalha para suprimir todos os impulsos inaceitáveis do id e se
esforça para realizar o ato do ego nas normas idealistas em vez de prin-
cípios realistas. O superego na primeira tópica do aparelho psíquico
TREINO INÉDITO
Resposta: A
73
CAPÍTULO 2
QUESTÕES DE CONCURSO
1 2 3 4 5
A A C B C
QUESTÃO DISSERTATIVA
TREINO INÉDITO
Resposta: A
74
CAPÍTULO 3
QUESTÕES DE CONCURSO
1 2 3 4 5
CERTO B CERTO C E
QUESTÃO DISSERTATIVA
TREINO INÉDITO
Resposta: B
75
ALBURQUERQUE, Kátia. Impasses na comunicação com o psicótico.
1995. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). PUC - SP, São
Paulo, 1995.
76
77
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE - GRUPO PROMINAS