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Grupo ZAYN Educacional
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Ana Lúcia Moreira de Jesus
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Diana Pacheco Laia
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Boas-vindas
Olá!
Sigmund Freud
INTRODUÇÃO À GRUPO ZAYN
PSICANÁLISE EDUCACIONAL
5. O tratamento psicanalítico
Curiosidades
Referências
Organização do conteúdo:
Prof.ª Diana Pacheco Laia
CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Disciplina: INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE
EMENTA
OBJETIVOS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução
2. A história da psicanálise
5. O tratamento psicanalítico
Curiosidades
Referências
Sumário
1. Introdução ..................................................................................................... 7
Curiosidades................................................................................................... 22
Referências ..................................................................................................... 31
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INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE
1. Introdução
2. A história da psicanálise
Sigmund Freud
Consciente:
O consciente é tudo aquilo que estamos conscientes no momento, no agora.
Ele corresponde à menor parte da mente humana. Nele está tudo o que podemos
perceber e acessar de forma intencional.
O consciente funciona de acordo com as regras sociais, respeitando tempo e
espaço, ou seja, por meio dele que se dá a nossa relação com o mundo externo. O
consciente é a nossa capacidade de perceber e controlar o nosso conteúdo mental
presente que pode ser percebida e controlada por nós.
Em resumo, o Consciente responde pelo aspecto racional, por aquilo que
estamos pensando, pela nossa mente atenta e por nossa relação com o mundo
exterior a nós. É uma pequena parte da nossa mente, embora acreditemos que seja
a maior.
Pré-consciente:
Inconsciente:
Inconsciente se refere a todo aquele conteúdo mental que não está disponível
para a pessoa em todo momento. Ele é a maior fatia de nossa mente e, para Freud,
a mais importante. Quase todas as memórias que acreditamos estarem perdidas
para sempre, como os sentimentos que ignoramos, estão em nosso inconsciente.
Esse acesso ao inconsciente acontece, muitas vezes, através dos sonhos, dos atos
falhos e da terapia psicanalítica.
Para Freud, a reflexão que mais interessa quanto ao inconsciente é vê-lo com
uma porção de nossa mente que não está acessível de forma clara. O inconsciente
tem uma linguagem própria. É possível dizer que o inconsciente é baseado na
pulsão e, em certo sentido, na agressividade e na realização imediata do desejo.
No nível individual a mente pode criar barreiras e interdições, chamadas
de recalques ou recalcamentos, para evitar que o desejo se realize ou, no nível
social, criar leis e regras morais, bem como converter esta energia para atividades
“úteis” à sociedade, como o trabalho e a arte, processo que Freud chamará
de sublimação.
A escuta, assim como a fala, tem um lugar central na psicanálise. Assim como
a fala se baseia na associação livre, a escuta do psicanalista precisa sempre estar
atenta para realizar conexões. Essas conexões podem trazer insights para o
paciente compreender a sua condição.
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5. O tratamento psicanalítico
“aparelho psíquico” de modo geral, como um aparelho regulado por forças dos
desejos e as oposições que se lhes fazem. É a interpretação dos sonhos a primeira
formulação desse aparelho em seus sentidos tópico, econômico e dinâmico (CELES,
2005).
Interpretar sonhos tem como propósito revelar a fala do paciente no sentido
que lhe é próprio. Freud opõe a especificidade do trabalho da psicanálise de
interpretar sonhos à sua interpretação popular. Essa oposição se baseia no
fundamento de que a psicanálise tem como objetivo revelar o sentido do sonho do
paciente e não lhe emprestar um sentido que lhe seja externo, ou seja, a psicanálise
inscreve a própria pessoa que sonha na interpretação do sentido de seu sonho
(CELES, 2005).
O sentido do sonho é sempre a figuração da realização de um desejo, ou
seja, o desejo de um sujeito singular é que constitui o termo da interpretação de um
sonho. A interpretação tem a finalidade precisa de revelar o desejo individual do
sujeito, o qual é realizado em cada sonho. O sentido do sonho está na própria
história daquele que sonha, não fora dela. É pelo fato do sonho revelar as
intimidades do sonhador que Freud, expondo e interpretando seus próprios sonhos,
reserva-se o direito de não contar todo o sentido de seus sonhos, de não revelar seu
termo (CELES, 2005).
É o analista quem interpreta os sonhos do sujeito. A interpretação do sonho é
resultado do trabalho da associação livre do sonhador, de sua fala, revelando o que
essa realmente quer dizer, mas que o analisando não sabia ou não queria saber. O
trabalho de fala do analista, implicado na interpretação, faz com que o analista
ocupe uma posição de “espelho vazio”, ou seja, o analista “devolve” o que o
paciente fala, para que assim o paciente ouça sua própria fala. É o modo de ouvir do
analista que transforma o discurso do paciente em fala, esta que materializa a falha
– nos termos de Freud – do discurso consciente. O acolhimento do discurso do
paciente “como portador de sua singularidade, segundo a regra da associação livre,
tem por fim fazer o paciente ouvir sua fala; o tratamento psicanalítico pode, então,
ser interpretado como trabalho de fazer ouvir o que se fala” (CELES, 2005, p. 37).
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6. Escolas de psicanálise
Winnicott:
Klein
Bion
aparece, sendo está definida como uma “ausência”. Logo, a pessoa se abre para um
universo simbólico construído ao longo de sua existência através de pensamentos e
interpretações do mundo, de seus sentimentos e das pessoas.
Neste contexto, o pensamento precede o conhecimento já que o indivíduo cria
o que não existe ou não conhece (preconcepção).
Bion também desenvolveu a Teoria do Conhecimento a qual afirma que a
formação do conhecimento da criança é proporcional à capacidade do ego de tolerar
a frustração. Desse modo, ela pode criar mecanismos para evitá-la.
Curiosidades
Relato do caso
Apresentação
ter também tido contado com outros familiares, e de algum modo, tendo assim
comprovado os fatos ocorridos.
Freud aponta para as dificuldades da análise, que durante muitos anos
produziu raras mudanças. O paciente demonstrava-se apático, escutava,
compreendia e permanecia inabordável. Numa tentativa de modificar tal situação
Freud (2006, p.23) relata:
Fui obrigado a esperar até que o seu afeiçoamento a mim se tornasse forte o
suficiente para contrabalancear essa retração, e então jogar um fator contra o outro.
Determinei – mas não antes que houvesse indícios dignos de confiança que me
levassem a julgar que chegara o momento certo – que o tratamento seria concluído
numa determinada data fixa, não importando o quanto houvesse progredido. [...] Sob
a pressão inexorável desse limite fixado, sua resistência e sua fixação na doença
cederam e então, num período desproporcionalmente curto, a análise produziu todo
o material que tornou possível esclarecer as suas inibições e eliminar os seus
sintomas.
Histórico familiar
Os pais casaram jovens e mantinham uma vida casada e feliz até iniciarem as
doenças. A mãe começou a sofrer distúrbios abdominais e o pai teve os primeiros
ataques de depressão, que o levaram a se ausentar de casa.
Tinha uma irmã dois anos mais velha, vivaz, dotada, precocemente maliciosa
e que desempenhará um papel importante de despertar o homem dos lobos para a
sexualidade.
Houve várias rupturas na infância, os pais venderam a granja e se mudaram
para a cidade; durante o verão seus pais se ausentavam e o sujeito ficava com a
babá e uma governanta inglesa. Neste período há uma mudança em seu
comportamento, diziam que ele era doce como uma menina, mas tornou-se inquieto,
irritável e violento.
Sua irmã o atormentava muito, sabia que ele tinha medos, e explorava estes
medos.
Durante muito tempo ele foi devoto, e era obrigado a rezar antes de dormir
por um longo período, e fazia uma série interminável de sinal-da-cruz.
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O pai mostrava grande preferência pela irmã, ele se sentia muito desprezado,
e mais tarde surgira um medo muito grande do pai.
A irmã quando criança era parecida com um menino, mas teve uma fase
brilhante intelectualmente, seu pai a admirava bastante. Aos 20 anos começou a
ficar deprimida, queixando de que não era muito bonita e se afasta do convívio
social. Numa de suas viagens envenenou-se e morreu bem longe de casa.
A sedução
Sua irmã era uma grande competidora e ele sentia-se muito oprimido diante
dela. Em uma primavera, quando o pai estava fora de casa, a irmã havia pegando
no seu pênis e brincava com ele: “A babá, dizia ela, costumava fazer o mesmo com
toda a espécie de gente – por exemplo, com o jardineiro: ela mantinha-lhe a cabeça
em pé e então pegava-lhe nos genitais” (Freud, 2006, p. 32).
Por não ter afinidade com a irmã, e não vê-la como um objeto de desejo, ele
passa a se esquivar dela, mas aos três anos, ele tenta ganhar a pessoa de quem
gostava: sua babá Nanya. Ao se masturbar na frente dela, foi recriminado por uma
ameaça de surgir uma ferida no lugar do pênis. Surge então a castração enquanto
uma possibilidade.
Com a supressão da masturbação, sua vida sexual assumiu um caráter anal-
sádico, tornou-se um menino irritável, atormentador e gratificava-se ao fazer isso
com os animais e seres humanos, principalmente a Nanya, como forma de se vingar
da recusa que encontrara. Mostra-se também cruel com os pequenos animais:
moscas, besouros e na imaginação fazia também com os grandes animais.
A partir disso, surgem também algumas fantasias masoquistas que para
Freud teriam uma relação com o sentimento de culpa.
Ocorre então uma inversão, da atitude passiva a partir da sedução da irmã, a
identificação com o pai é substituída pela escolha objetal, o pai era agora seu objeto.
Com suas rebeldias, tentava forçar castigos e espancamentos pelo pai.
“Uma criança que se comporta de forma indócil está fazendo uma confissão e
tentando provocar um castigo. Espera por uma surra como um meio de
simultaneamente pacificar seu sentimento de culpa e de satisfazer sua tendência
sexual masoquista”. (Freud, 2006, p.39)
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Seu quarto aniversário foi marcado por um sonho que gerou um estado
grande de angústia.
O sonho
“Sonhei que era noite e que eu estava deitado na cama. (Meu leito tem o pé
da cama voltado para a janela: em frente da janela havia uma fileira de velhas
nogueiras. Sei que era inverno quando tive o sonho, e de noite.) De repente, a janela
abriu-se sozinha e fiquei aterrorizado ao ver que alguns lobos brancos estavam
sentados na grande nogueira em frente da janela. Havia seis ou sete deles. Os lobos
eram muito brancos e pareciam-se mais com raposas ou cães pastores, pois tinham
caudas grandes, como as raposas, e orelhas empinadas, como cães quando
prestam atenção a algo. Com grande terror, evidentemente de ser comido pelos
lobos, gritei e acordei” (FREUD, 2006, p. 41).
Ele relaciona seu sonho de ansiedade ao medo que sempre teve na infância
da figura de um lobo presente em um livro de contos de fadas o qual a irmã o
perseguia com esta figura.
Tal sonho tem forte ligação com a castração, que aqui aparece como uma
convicção de realidade, não apenas uma possibilidade. Freud conclui que o lobo
pode ser um substituto do pai, e que teria trazido à tona o temor ao pai, que a partir
dessa época domina sua vida. O medo de castração pode ter se tornado a força
motivadora para a transformação do afeto.
O fato do quadro de ansiedade ter ocorrido à noite durante o sonho o remeteu
a uma cena que viu quando tinha aproximadamente um ano, que foi a cópula dos
pais em circunstâncias não habituais, a mãe estava de quatro e o pai sobre ela. Tal
fato teria ocorrido, pois nesta idade ele sofrera de malária e acordava de madrugada
por conta da febre, provavelmente numa das vezes em que acordou deparou-se
com a cena.
A partir dos 10 anos tinha crises de depressão que se iniciavam sempre à
tarde e atingiam um ponto culminante por volta das 5 horas. Tal sintoma persistia na
época do tratamento.
Freud adotou uma convicção provisória da realidade da cena primária, não
conseguia saber se ela realmente aconteceu ou se seria uma fantasia, ou ainda, se
ele viu um coito entre animais e relacionou aos pais. E esta incerteza permanece ao
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longo do caso, sem tirar a importância do fato relatado. Em momento algum Freud
exclui este relato.
Nos últimos anos de sua infância, todos os seus tutores e mestres
desempenharam o papel do pai, com influências tanto para o bem quanto para o
mal. Aos 10 anos teve um professor de latim cujo nome era Wolf (lobo). O medo
paralisante em relação a este professor se estendeu a outros. Era, ainda, um medo
do pai.
Tal sonho tem também relação com uma história que seu avô sempre
contava, na qual o lobo sem rabo pediu aos outros para subir em cima dele. “Foi
esse detalhe que evocou a lembrança do quadro da cena primária” (Freud, 2006, p.
53)
E esta cena não desencadeou uma única corrente sexual, mas toda uma
série, toda a sua vida sexual foi fragmentada por ela.
Diz Freud (2006, p.56):
A forma assumida pela ansiedade, o medo de ‘ser devorado pelo lobo’, era
apenas a transposição (como saberemos, regressiva) do desejo de copular com o
pai, isto é, de obter satisfação sexual do mesmo modo que sua mãe. Seu último
objetivo sexual, a atitude passiva em relação ao pai, sucumbiu ao recalque, e em
seu lugar apareceu o medo ao pai, sob a forma de uma fobia ao lobo.
Neurose obsessiva
um amparo na história da Paixão de Cristo, que por ordem do Pai e em sua honra
deixou-se maltratar e sacrificar. Nota-se uma atitude homossexual reprimida diante
de sua dúvida se Cristo teria ou não um traseiro. Tais ruminações se relacionavam
ao próprio fato dele poder ser usado pelo pai, assim como a mãe na cena primitiva.
Começou a temer Deus, e a criticá-lo. A resistência a Deus tinha a finalidade
de conseguir agarrar-se ao pai.
Por seu pai ter uma doença que o deixava constantemente internado, o
Homem dos lobos começou a transferir para todos os aleijados, mendigos e gente
miserável um sentimento de dó, e a necessidade de sempre expirar ao passar diante
deles.
Uma de suas obsessões era sempre que visse três montinhos de excremento
juntos na estrada, tinha que pensar na Santíssima Trindade.
Aos 10 anos, teve um tutor alemão que exerceu grande influência sobre ele.
Este tutor não dava nenhum valor às verdades religiosas, o que favoreceu à piedade
desaparecer junto com a dependência do pai.
O tutor o desencorajou a fazer maldades com os animais, e de fato ele pôs
fim a isso. Surgiu assim, uma sublimação do sadismo do paciente.
Com a morte da irmã, sentiu um grande alívio, pois, agora o pai (que sempre
dava dinheiro e atenção à irmã), teria que amar somente a ele.
Havia no Homem dos lobos duas correntes contrárias, uma que abominava a
ideia de castração e outra que estava preparada para aceitá-la e consolar-se com a
feminilidade, como uma compensação.
Aos 5 anos, ele teve uma alucinação a qual seu dedo estava dependurado,
preso apenas pela pele.
“Quando eu tinha cinco anos, estava brincando no jardim perto da babá,
fazendo cortes com meu canivete na casca de uma das nogueiras que aparecem em
meu sonho também. De repente, para meu inexprimível terror, notei ter cortado fora
o dedo mínimo da mão (direita ou esquerda?), de modo que ele se achava
dependurado, preso apenas pela pele. Não senti dor, mas um grande medo. Não me
atrevi a dizer nada à babá, que se encontrava a apenas alguns passos de distância,
mas deixei-me cair sobre o meu assento mais próximo e lá fiquei sentado, incapaz
de dirigir outro olhar ao meu dedo. Por mim, me acalmei, olhei para ele e vi que
estava inteiramente ileso” (FREUD, 2006, p.93). Apesar das ameaças de castração
que recebeu terem vindo das mulheres, foi a castração de seu pai que ele veio a
temer.
linda, mas não falava; o máximo que conseguia era repetir as últimas sílabas das
palavras que ouvia.
Narciso, fingindo-se de desentendido, perguntou:
– Quem está se escondendo aqui perto de mim?
– de mim – repetiu a ninfa assustada.
– Vamos, apareça! – Ordenou. – Quero ver você!
– ver você! – Repetiu a mesma voz em tom alegre.
Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso
brilho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso.
– Dê o fora! – Gritou, de repente. – Por acaso pensa que eu nasci para ser
um da sua espécie? Sua tola!
– Tola! – Repetiu Eco, fugindo de vergonha.
A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma
coisa daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia
feito.
Um dia, quando estava passeando pela floresta, Narciso sentiu sede e quis
tomar água.
Imagem: Reprodução
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Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refletido na água. Foi naquele
momento que Eros atirou uma flecha direto em seu coração. Sem saber que o
reflexo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se apaixonou pela imagem.
Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a
imagem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia ficando cada vez mais
desapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem
comer nem beber, ficando cada vez mais fraco. Assim, acabou morrendo ali mesmo,
com o rosto pálido voltado para as águas serenas do lago.
Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio.
Eco ficou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao
despertar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma
bela flor perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de “narciso”, a flor da noite.
Referências
CELES, Luiz Augusto. Psicanálise é trabalho de fazer falar, e fazer ouvir. São Paulo,
2005.