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WINNICOTT
(Deus, 2004)
SINTOMAS
Passou a aborrecer-se e deprimir com facilidade.
Tornou se inesperadamente consciente de seus
relacionamentos especialmente de sua identidade.
Passou a ter angustias intensas.
Ciúmes da irmã.
Apesar de passar a demonstrar mais afeto com a mãe,
passou a mostrar ressentimento também.
Começou a ficar reservada com o pai.
Criou uma fantasia que se manifestava durante a noite na
qual uma mamãe preta que puxava seus seios mora dentro
de sua barriga e com quem se pode falar pelo telefone.
Junto a essa fantasia há também a fantasia bebe-car, uma
mamãe preta e um papai preto estão sempre juntos do
bebe-car ou algum homem sozinho.
Passou a arranhar violentamente o rosto todas as noites.
Perdeu a concentração nos brinquedos.
Não admite ser ela mesma, ela é o bebe-car ou a mamãe. “
A piga preta” como ela diz.
(Guizzo, 2011)
DESENVOLVIMENTO
(Guizzo, 2011)
PSICOSE PONTO DE
VISTA
INFANTIL PSICANALITICO
Conceito: Segundo Ajuriaguerra e Ao contrário de Freud e Melanie Klein, que
Marcelli (1991), a psicose infantil é um tinham como categorias conceituais a suposta
transtorno de personalidade dependente constituição da identidade e a relação com a
do transtorno da organização do eu e da realidade externa, Winnicott (1983) interessou-se
relação da criança com o meio ambiente e estudou profundamente as etapas de
Tendo como características do psicótico desenvolvimento do sujeito em relação ao
infantil: (1) dificuldade para se afastar da ambiente. Para ele, quando o ambiente em que
mãe; (2) dificuldade de compreensão do vive o lactente é suficientemente bom, e isso
que vê, de gestos e linguagem; (3) significa que há uma mãe totalmente devotada
alterações significativas na forma ou aos cuidados do lactente, e que gradativamente
conteúdo do discurso, repetindo se reafirma como uma pessoa independente, o
imediatamente palavras e/ou frases lactente torna-se capaz de relacionar-se com
ouvidas (fala ecolálica), (4) alterações
objetos, inserindo-se no seu próprio corpo e no
marcantes quanto a altura, ritmo e
modulação da fala nas habilidades seu funcionamento, experimentando um
especiais, e conduta social embaraçosa. sentimento de "eu sou", tor-nando-se apto para o
que lhe pode devir.
O objeto real (seio ou mamadeira) trazido
pela mãe, no seu desejo de amamentar Winnicott: "de acordo com suas experiências e
essa criança, faz com que o que era capacidade de armazená-las, o indivíduo
necessidade (a fome) transforme-se em desenvolve uma capacidade de acreditar... ou
demanda, demanda de amor. confiar" (1983, p. 49)
A criança psicótica não consegue Lacan (1998) de Nome-do-Pai. Para Lacan, a
simbolizar, não faz metáfora, forma como o significante Nome-do-Pai opera
permanecendo numa posição de
alienação, prisioneira de uma palavra para cada sujeito, ou seja, a forma como este se
que é lei. defende do trauma, é o que determinará a sua
estrutura psíquica: a neurose resultante do
recalque; a psicose, se houver foraclusão; e a
perversão, se a castração for renegada.
TRATAMENTO
O diagnóstico psiquiátrico é feito pela observação de sintomas que possam
indicar alguma patologia para posterior classificação e conseqüente
orientação quanto à prescrição da medicação adequada, o diagnóstico em
psicanálise é norteado por hipóteses que se constroem durante o processo
psicanalítico que privilegia a escuta e compreensão do sujeito, num
contexto transferencial.
A psicanalise não descarta a importância do diagnóstico psiquiátrico e
muito menos a prescrição medicamentosa quando necessária.
Criança problema – maneira que a criança encontra para poder expressar a
sua verdade e de sua família.
A direção de cura na clínica com crianças tem características específicas,
uma vez que a transferência, motor do tratamento analítico, constitui-se
em um campo múltiplo, que envolve a criança e seus pais.
Pode-se perguntar que tipo de transferência se estabeleceria e qual o papel
do terapeuta na direção de cura quando se trata de crianças que, durante o
seu desenvolvimento, sofreram falhas na sua constituição subjetiva; falhas
que resultaram numa impossibilidade de simbolização. Ficaram, portanto,
fora do laço social.
Não podemos considerar as crianças psicóticas como doentes que devem ser
curados por medicamentos ou medidas educativas, mas sim como sujeitos
que merecem ser escutados na sua singularidade. Assim, o terapeuta
precisa encarregar-se de forma real da criança psicótica, respondendo na
transferência a partir dessa posição em que é colocado por ela, exercendo
muitas vezes uma "potência tutelar do amor". Nas palavras de
Jerusalinsky (2002, p. 15), instalando "pequenos curativos" que funcionem
como bordas, abrindo possibilidades de subjetivação do corpo.
REFERENCIAS