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POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
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ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo


importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Rinnara Lopes de Oliveira


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.

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Esta unidade analisará a trajetória de condução nacional da Po-
lítica de Saúde no Brasil a partir da primeira metade do século XX. Es-
pecificamente, foram enfocadas: a) a analise da linha do tempo de cons-
trução do SUS, dos princípios e diretrizes, os Programas de Saúde e as
Normas Operacionais e b) a compreensão da Organização do Sistema
de Saúde do Brasil e suas melhorias através da Estratégia da Saúde da
Família. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida pelo método de revisão
de literaturas, cuja análise dos condicionantes da política mostrou que o
marco constitucional, os arranjos institucionais e a ação de atores seto-
riais foram fundamentais à expansão de programas e serviços públicos,
que conferiram materialidade e ampliaram a base de apoio ao Sistema
Único de Saúde no âmbito setorial. Conclui-se apontando a Saúde da
Família como estratégia de mudanças, bem como apresentando as di-
ficuldades enfrentadas pelos profissionais e implantação da estratégia.
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Sistema Único de Saúde. Sistemas de Saúde. Política de Saúde.


Política Pública.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E NO
CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

História da Saúde no Brasil – Linha do Tempo ___________________ 13

O Sistema Único de Saúde – SUS ______________________________ 22

Recapitulando _________________________________________________ 34

CAPÍTULO 02
NORMAS OPERACIONAIS DO SUS (NOB/NOAS), PACTO PELA SAÚDE

Normas Operacionais do SUS __________________________________ 46

Pacto pela Saúde _________________________________________________ 55

Recapitulando _________________________________________________ 62

CAPÍTULO 03
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ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Política Nacional de Humanização (PNH) _______________________ 69

Política Nacional da Atenção Básica(PNAB) ______________________ 74

Programa de Melhoria do Acesso e de Qualidade (PMAQ) _______ 98

Saúde da Família como Estratégia da Mudança __________________ 100

Recapitulando __________________________________________________ 105

Fechando a Unidade ____________________________________________ 113


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Referências _____________________________________________________ 117
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Este módulo aborda assuntos fundamentais sobre as Políticas
Públicas de Saúde, com intuito de ampliar o seu conhecimento enquan-
to profissional da Estratégia Saúde da Família (ESF). Com uma con-
cepção mais ampla da sua área de atuação, você poderá aplicar, direta
ou indiretamente, o seu conhecimento na transformação da realidade
social e de saúde da população, com respeito às singularidades e às
particularidades que envolvem as necessidades e os problemas apre-
sentados pelo(s) indivíduo(s) e comunidade(s).
Convidamos você, durante todo estudo, à reflexão sobre suas
atividades do dia a dia procurando, por um lado, a expressão de dinâ-
micas sociais mais amplas e, por outro, possibilidades de melhoria da
sua organização para aumentar seus efeitos na saúde dos coletivos,
famílias e indivíduos.
Os capítulos do módulo agregam temas relacionados às Políticas
Públicas de Saúde, com ênfase na Estratégia da Saúde da Família, levan-
do em consideração o Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto ordenador
da Políticas Públicas de Saúde, e a Atenção Primária em Saúde (APS)
enquanto base para a construção das Redes de Atenção à Saúde (RAS).
O capítulo 1 traz uma linha do tempo, mostrando a constru-
ção histórica de décadas do Sistema Único de Saúde (SUS), com seus
avanços e recuos, mas que, afinal, resultou no atual Sistema de Saúde
Brasileiro. Além de abordarmos especificamente as características do
Sistema Único de Saúde, princípios e diretrizes, forma de financiamen-
to, controle social e a organização do SUS, bem como seu compromis-
so, enquanto política social, em garantir o direito à saúde.
Já o capítulo 2 explanará as Normas Operacionais do Sistema

CARACTERIZAÇÃO E PROCESSO DO PETRÓLEO E GÁS - GRUPO PROMINAS


Único de Saúde, sendo elas: Normas Operacionais Básicas, Normas
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Operacionais de Assistência à Saúde, que foram instrumentos utilizados
para a definição de estratégias que orientam a operacionalização do sis-
tema de saúde. Faremos também um estudo sobre o Pacto da Saúde,
que foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Saúde,
na perspectiva de superar problemas políticos, técnicos e administrativos
que dificultam a participação mais efetiva e autônoma dos municípios na
gestão do SUS, com o objetivo de atender as necessidades de saúde da
população. E logo, criou em seu conteúdo, três componentes que promo-
vem transformações e fortalecem o Sistema Único de Saúde- SUS. São
eles: Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e o Pacto em Defesa do SUS.
Para finalizar esse modulo, no capítulo 3, sugerimos a aproxima-
ção com as políticas de saúde nacionais, que organizam a assistência,
com foco na Atenção Primária à Saúde/Atenção Básica à Saúde (APS/
ABS), destacando os princípios, atributos e diretrizes da APS. Aprofunda-
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remos o estudo com a Política Nacional de Humanização, que efetivou
os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qua-
lificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre
gestores, trabalhadores e usuários. Assim como a Política Nacional da
Atenção Básica, que estabelece a relativização da cobertura universal,
a segmentação do acesso, a recomposição das equipes, a reorganiza-
ção do processo de trabalho e a fragilização da coordenação nacional
da política. E atrelado às políticas, analisaremos o Programa Nacional
de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, impulsiona
a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da Atenção Básica,
com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional
e localmente, de maneira a permitir maior transparência e efetividade das
ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde. E por
fim, estudaremos o potencial, os avanços e as dificuldades da Saúde da
Família como estratégia de mudança do modelo de atenção no Brasil, e
os desafios a serem enfrentados nesse processo de mudança.
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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NUMA
PERSPECTIVA HISTÓRICA E NO CON-
TEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL – LINHA DO TEMPO POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Neste capítulo, apresentamos a você uma breve descrição sobre o


longo caminho da construção do SUS como a principal Política de Saúde no
Brasil. Um período marcado por expressivas discussões e debates políticos
sobre as condições de saúde da população brasileira. A seguir destacamos
as datas que marcaram os momentos que determinaram as políticas gover-
namentais, que de alguma forma “pavimentaram” o caminho para o SUS.
Vale ressaltar que, deixamos de lado outros importantes marcos na história
do SUS, por preferir listar os fatos que mais se relacionam com nosso estudo.

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Em 1923 – Criação das Caixas de aposentadorias e Pensões (CAP)

Através da Lei Eloy Chaves é criado as CAP. Garantiu pensão em


caso de algum acidente ou afastamento do trabalho por doença, e uma fu-
tura aposentadoria. Em um âmbito de rápido processo de industrialização
e acelerada urbanização. Com as CAP, surgem as primeiras negociações
sobre a necessidade de se atender à demanda dos trabalhadores. Nesse
momento, surgem complexas relações entre os setores público e privado
que persistirão no futuro Sistema Único de Saúde (REIS, 2012).

Em 1932 - Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs)

Os IAPs foram criados no Estado Novo de Getúlio Vargas. Os


institutos surgiram como resposta, por parte do Estado, às lutas e reivindi-
cações dos trabalhadores no contexto de consolidação dos processos de
industrialização e urbanização brasileiros. Acentua-se o componente de
assistência médica, em parte por meio de serviços próprios mas, princi-
palmente, por meio da compra de serviços do setor privado (REIS, 2012).

Em 1965 - Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)

Resultou da unificação dos IAPs, no contexto do regime au-


toritário de 1964, vencendo as resistências a tal unificação por parte
das categorias profissionais que tinham institutos mais ricos. O INPS
consolida o componente assistencial, com marcada opção de compra
de serviços assistenciais do setor privado, concretizando o modelo as-
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sistencial hospitalocêntrico, curativista e médico-centrado, que terá uma


forte presença no futuro SUS (REIS, 2012).

Em 1977 - Criação do Sistema Nacional de Assistência e Previdên-


cia Social (SINPAS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS)

Foi criado o SINPAS, e, dentro dele, o INAMPS (órgão governa-


mental prestador da assistência médica), que passa a ser o grande órgão
governamental prestador da assistência médica – basicamente à custa
de compra de serviços médico-hospitalares e especializados do setor pri-
vado. É possível dizer que tal lógica do INAMPS, que sobreviveu como
órgão até a criação do SUS, ainda se reproduz no interior do sistema
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único, mesmo passados 20 anos desde sua criação. (REIS, 2012).

Em 1982 - Implantação do Programa de Ações Integradas de Saúde


– (PAIS)

Com ênfase na Atenção Primaria, sendo a rede ambulatorial pen-


sada como a “porta de entrada” do sistema. Visava à integração das insti-
tuições públicas da saúde mantidas pelas diferentes esferas de governo,
em rede regionalizada e hierarquizada. Estabelecia a criação de sistemas
de referência e contra referência e a atribuição de prioridade para a rede
pública de serviços de saúde, com complementação pela rede privada,
após sua plena utilização; previa a descentralização da administração
dos recursos; simplificação dos mecanismos de pagamento dos serviços
prestados por terceiros e seu efetivo controle; racionalização do uso de
procedimentos de custo elevado; e estabelecimento de critérios racionais
para todos os procedimentos. Viabilizou a realização de convênios trilate-
rais entre o Ministério da Saúde, Ministério da Previdência e Assistência
Social e Secretarias de Estado de Saúde, com o objetivo de racionalizar
recursos utilizando capacidade pública ociosa.(REIS, 2012).

Em 1986 – 8ª Conferência Nacional de Saúde

Proposta de criação do SUS (Sistema Único de Saúde). A reali-


zação da VIII Conferência Nacional de Saúde, com intensa participação
social, deu-se logo após o fim da ditadura militar iniciada em 1964, e
consagrou uma concepção ampliada de saúde e o princípio da saúde
como direito universal e como dever do Estado; princípios estes que
seriam plenamente incorporados na Constituição de 1988 (REIS, 2012). POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Em 1987 - Criação dos Sistemas Unificados e Decentralizados de


Saúde (SUDS)

Principais diretrizes: universalização e equidade no acesso aos


serviços de saúde; integralidade dos cuidados assistenciais; descentra-
lização das ações de saúde; implementação de distritos sanitários. Um
fato marcante ocorreu, pois, pela primeira vez, o Governo Federal come-
çou a repassar recursos para os estados e municípios ampliarem suas
redes de serviços, prenunciando a municipalização que viria com o SUS.
As secretarias estaduais de saúde foram importantes neste movimento
de descentralização e aproximação com os municípios, que recebiam re-
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cursos financeiros federais de acordo com uma programação de aprovei-
tamento máximo de capacidade física instalada (REIS, 2012).

Em 1988 - Constituição Federal

Foi aprovada a “Constituição Cidadã”, os artigos 196 a 200 pre-


vê uma seção especifica para tratar das políticas de Saúde. Estabelece
a saúde como “Direito de todos e dever do Estado” e apresenta, na sua
Seção II, como pontos básicos: “as necessidades individuais e coleti-
vas são consideradas de interesse público e o atendimento um dever
do Estado; a assistência médica-sanitária integral passa a ter caráter
universal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços; estes
serviços devem ser hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a
sua gestão deve ser descentralizada.” Estabelece, ainda, que o custeio
do Sistema deverá ser essencialmente de recursos governamentais da
União, estados e municípios, e as ações governamentais submetidas a
órgãos colegiados oficiais, os Conselhos de Saúde, com representação
paritária entre usuários e prestadores de serviços (BRASIL, 1988).

Em 1990 - Criação do Sistema Único de Saúde (SUS)

Lei Orgânica do SUS, nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 –


dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
dentes. Detalha os objetivos e atribuições; os princípios e diretrizes; a
organização, direção e gestão, a competência e atribuições de cada
nível (federal, estadual e municipal); a participação complementar do
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sistema privado; recursos humanos; financiamento e gestão financeira


e planejamento e orçamento (REIS, 2012).
E logo, a Lei Complementar do SUS, Lei nº 8.142 / 90 – dis-
põe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único
de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de re-
cursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Institui
os Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos de re-
presentação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de
Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde). Finalmente estava cria-
do o arcabouço jurídico do Sistema Único de Saúde, mas novas lutas e
aprimoramentos ainda seriam necessários (BRASIL, 1990).

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Em 1991 - Criação da Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) e
Comissão de Intergestores Bipartite (CIB)

Criada a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) com repre-


sentação do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais de saúde
e das secretarias municipais de saúde e da primeira norma operacional
básica do SUS, além da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), para
o acompanhamento da implantação e operacionalização da implanta-
ção do recém-criado SUS. As duas comissões, ainda atuantes, tiveram
um papel importante para o fortalecimento da ideia de gestão colegiada
do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo (REIS, 2012).
Nesse mesmo ano, foi criado o Programa de Agentes Comuni-
tários de Saúde (PACS) pelo Ministério da Saúde.

Em 1993 - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde


- NOB-SUS/93

Estabeleceu normas e procedimentos reguladores com foco


no avançado processo de descentralização. Procura restaurar o com-
promisso da implantação do SUS e estabelecer o princípio da munici-
palização, tal como havia sido desenhada. Institui níveis progressivos
de gestão local do SUS e estabelece um conjunto de estratégias, que
consagram a descentralização político-administrativa na saúde. Tam-
bém define diferentes níveis de responsabilidade e competência para
a gestão do novo sistema de saúde (incipiente, parcial e semiplena, a
depender das competências de cada gestor) e consagra ou ratifica os
organismos colegiados com grau elevado de autonomia: as Comissões
Intergestoras (Tripartite e Bipartite) (BRASIL, 1993). POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Em 1994 – Criação do Programa Saúde da Família ou PSF no Brasil

A operacionalização deixa de ser apenas um programa e ga-


nha a autoridade de estratégia de reorganização do modelo de atenção.
A"Estratégia Saúde da Família", teve início em 1994 como um dos pro-
gramas propostos pelo governo federal aos municípios para implemen-
tar a Atenção Primária. A Estratégia Saúde da Família visa à reversão
do modelo assistencial vigente, em que predomina o atendimento emer-
gencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais. A família
passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo
uma compreensão ampliada do processo saúde-doença. Inclui ações
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de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doen-
ças e agravos mais frequentes (REIS, 2012).
No Brasil, a origem do PSF remonta à criação do Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em 1991 como parte do pro-
cesso de reforma do setor da saúde, desde a Constituição, com inten-
ção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde e incrementar as
ações de prevenção e promoção da saúde (REIS, 2012).

Em 1996 - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde


- NOB-SUS/96

A edição da NOB/96 representou a aproximação mais explícita


com a proposta de um novo modelo de Atenção. Para isso, ela acelera
a descentralização dos recursos federais em direção aos estados e mu-
nicípios, consolidando a tendência à autonomia de gestão das esferas
descentralizadas, criando incentivo explícito às mudanças, na lógica as-
sistencial, rompendo com o produtivismo (pagamento por produção de
serviços, como o INAMPS usava para comprar serviços do setor priva-
do) e implementando incentivos aos programas dirigidos às populações
mais carentes, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS), e às práticas fundadas numa nova lógica assistencial, como o
Programa de Saúde da Família (BRASIL, 1996).
Na gestão plena da Atenção Básica, os recursos são transferi-
dos de acordo com os procedimentos correspondentes ao PAB – Piso
da Atenção Básica. A atenção ambulatorial especializada e a atenção
hospitalar continuam financiadas pelo Sistema de Informações Ambu-
latoriais (SIA-SUS) e pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH-
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-SUS). No caso dos municípios em gestão plena do sistema, a totalida-


de dos recursos é transferida automaticamente (REIS, 2012).

Em 1997 - Criação do Piso da Atenção Básica (PAB)

Lançamento dos Reforços, um projeto de financiamento para


impulsionar a implantação dos Polos de Capacitação, Formação e Edu-
cação Permanente de Recursos Humanos para Saúde da Família; publi-
cação de um segundo documento oficial “PSF: uma estratégia para a reo-
rientação do modelo assistencial”, dirigido aos gestores e trabalhadores
do SUS e instituições de ensino; PACS e PSF são incluídos na agenda de
prioridade da Política de Saúde; publicação da Portaria MS/GM nº. 1882,
criando o Piso de Atenção Básica (PAB), e da portaria MS/GM nº. 1886,
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com as normais de funcionamento do PSF e do PACS (REIS, 2012).
Em 1998 - O PSF por não se tratar mais apenas de um "progra-
ma", passa a ser considerado "Estratégia de Saúde da Família"
Início da transferência dos incentivos financeiros fundo a fundo
destinados ao PSF e ao PACS, do Fundo Nacional de Saúde para os Fun-
dos Municipais de Saúde; primeiro grande evento: “I Seminário de Expe-
riências Internacionais em Saúde da Família”; edição do “Manual para a
Organização da Atenção Básica”, que ser serviu como importante respaldo
organizacional para o PSF; definição, pela primeira vez, de orçamento pró-
prio para o PSF, estabelecido no Plano Plurianual. (REIS, 2012).

Em 1999 - Realização do 1º Pacto da Atenção Básica

Marcado também pelo segundo grande evento, “I Mostra Na-


cional de Produção em Saúde da Família, construindo um novo mode-
lo”; realização do estudo “Avaliação da implantação e funcionamento do
Programa Saúde da Família”; edição da Portaria nº. 1.329, que estabe-
lece as faixas de incentivo ao PSF por cobertura populacional.

Em 2000 - Criação do Departamento de Atenção Básica

Como forma de consolidação da Estratégia de Saúde da Fa-


mília; publicação dos Indicadores 1999 do Sistema de Informação da
Atenção Básica; a população atendida alcança o percentual de 20% da
população brasileira.

Em 2001 - Edição da “Norma Operacional da Assistência à Saúde


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
- NOAS/01

Ênfase na qualificação da atenção básica; realização de um


terceiro evento, “II Seminário Internacional de Experiências em Atenção
Básica/Saúde da Família”; apoio à entrega de medicamentos básicos à
Equipe de Saúde da Família (ESF); incorporação das ações de saúde
bucal ao PSF; realização da primeira fase do estudo “Monitoramento
das equipes de Saúde da Família no Brasil”.
Em 2002 - Norma Operacional de Assistência à Saúde - NOAS-
-SUS/2002
Cuja ênfase maior é no processo de regionalização do SUS, a
partir de uma avaliação de que a municipalização da gestão do sistema
de saúde, regulamentada e consolidada pelas normas operacionais es-
19
tava sendo insuficiente para a configuração do sistema de saúde, por
não permitir uma definição mais clara dos mecanismos regionais de
organização da prestação de serviços. Como veremos adiante, o Pacto
pela Vida tem sua grande força, exatamente em um novo ordenamento
dos processos de regionalização do SUS (BRASIL, 2002).
Ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção
Básica. Criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade
de gestão do SUS. Políticas Nacionais de Saúde da Pessoa Portadora
de Deficiência, de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e de Redução
da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.

Em 2003 - Criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência


(SAMU)

O programa “De Volta para Casa” contribui com o processo de


reinserção social de pessoas com história de internação psiquiátrica;
Início da execução do Programa de Expansão e Consolidação da Es-
tratégia de Saúde da Família (Proesf), cuja proposta inicial era a amplia-
ção do programa em municípios de grande porte, ou seja, com mais de
100 mil habitantes, e publicação dos Indicadores 2000, 2001 e 2002 do
Sistema de Informação da Atenção Básica.

2006 - Pacto pela Saúde

Muda a lógica de implementação do SUS, que deixa de ser


orientada por NOB e passa a ser feita por meio da pactuação entre os
gestores. Pacto pela Vida, Pacto de Gestão, e Pacto em defesa do SUS.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

As transferências dos recursos também foram modificadas, passando


a ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Bá-
sica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde,
Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimento em Saúde).
Política de Saúde da Pessoa Idosa.(REIS, 2012).

Em 2011- Publicação do Decreto 7.508/11

Regulamenta a Lei Orgânica 8.080/90. Traz conceitos impor-


tantes e fortalece a regionalização através da Instituição de regiões de
Saúde – o que garante a integralidade da assistência à saúde. Publi-
cação da Nova Portaria da Atenção Básica – PNAB; Estratégia Rede
Cegonha. Plano Nacional de Enfrentamento de Doenças Crônicas Não
20
Transmissíveis. Regulamentação do Cartão Nacional de Saúde; Pro-
grama Saúde Não Tem Preço.

Em 2012 - Sancionada a Lei Complementar 141/12

Defini os percentuais mínimos a serem investidos pelas esfe-


ras de governo nas ações e serviços de saúde. Estabelecem quais são
as ações e serviços de saúde.

Em 2015 - Emenda Constitucional 86/15

Altera o art. 198 da Constituição Federal, definindo o valor mí-


nimo a ser investido pelas esferas de governo. Sendo, o valor mínimo
de 15% para a União – recursos próprios; Publicação da lei 13.097/15
– altera o art. 23 da Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 passando a ser
permitida a participação direta e indireta de capital estrangeiro na assis-
tência à saúde no Brasil. Inclui o art.53ª na citada LOS.

Em 2017 - Nova Política Nacional de Atenção Básica – PNAB

Através da Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que


estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Bási-
ca, no âmbito do SUS. A nova Pnab considera processos que aumen-
tem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de mi-
crorregulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), tais como gestão
de filas, exames e consultas descentralizadas para cada UBS, possibi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
litando a comunicação intersetorial com as centrais de regulação e os
serviços especializados, com pactuação de fluxos e protocolos, apoio
matricial e apoio a distância (BRASIL, 2017).

Para aprofundar os conhecimentos, recomendamos que


você assista sobre a história das políticas de saúde no Brasil. Po-
líticas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde.

E para finalizar esta primeira parte dos nossos estudos, citare-


mos um balanço feito por Nelson Rodrigues dos Santos, militante histó-
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rico do Movimento Sanitário Brasileiro, em 2008:

Esses avanços foram possíveis graças à profunda descentralização de com-


petências com ênfase na municipalização, com a criação e o funcionamento
das comissões Intergestores (Tripartite nacional e Bipartites estaduais), dos
fundos de saúde com repasses fundo a fundo, com a extinção do INAMPS
unificando a direção em cada esfera de governo, com a criação e o funciona-
mento dos conselhos de saúde, e fundamentalmente, com o belo contágio e
a influência dos valores éticos e sociais da política pública do SUS perante
a população usuária, os trabalhadores de saúde, os gestores públicos e os
conselhos de saúde, levando às grandes expectativas de alcançar os direitos
sociais e decorrente força e pressão social (SANTOS, 2007).

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil,


apenas uma parcela da população podia pagar pelos serviços de saúde e
os trabalhadores contribuintes de previdências sociais (trabalhadores da
economia formal, com “carteira assinada”) e seus dependentes que tinham
acesso à assistência médica. A outra parcela, os não contribuintes de pre-
vidências, tinha acesso limitado, normalmente, aos poucos hospitais públi-
cos e às instituições de caráter filantrópico, como as Santas Casas.
A saúde era sinônimo de assistência médica e as ações de
promoção de saúde e prevenção de doenças, com destaque para as
campanhas de vacinação e controle de endemias, eram desenvolvidas
por órgãos públicos.
A previdência social era financiada com recursos dos trabalhado-
res, das empresas e do governo federal e proporcionava como principais
benefícios: a organização de serviços de saúde, pagamento de aposen-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

tadoria, pagamento de remuneração e ou seguro durante o período em


que o trabalhador estivesse doente, portanto impossibilitado de trabalhar.
Em 1988, através da Constituição Federal foi estabelecida uma
nova ordem social no âmbito da saúde, foi criado o Sistema Único de
saúde (SUS), pautado em princípios doutrinários e princípios organiza-
cionais, a partir da definição de saúde como direito.
Para regulamentar o SUS foi necessária a criação da Lei nº
8080/1990 e Lei nº 8142/1990.

E o que é o SUS?

“É o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos


e instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Administração
22
Direta e Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Público.” E com-
plementarmente... “pela iniciativa privada” (artigo 4º da Lei Federal 8.080).
Prevê os artigos 196 a 200, da Constituição Federal de 1988
(CF88), conhecida como a “Constituição Cidadã”, as principais caracterís-
ticas do SUS, "saúde é direito de todos e dever do Estado", devendo ser
garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação da saúde.
O SUS é uma política de Estado que amplia os direitos sociais e
busca assegurar a cidadania, sendo constituído pelo conjunto das ações
e de serviços de saúde sob gestão pública. Está organizado em redes
regionalizadas e hierarquizadas em todo o território nacional, com direção
única em cada esfera de governo. Entretanto, o SUS, não é uma estrutu-
ra que atua isolada na promoção dos direitos básicos de cidadania.
A gestão das ações e dos serviços deve ser participativa e mu-
nicipalizada. Torna-se necessário entender que Estado não é apenas
como o governo federal, mas como poder público, abrangendo a União,
os estados, o Distrito Federal e os municípios.

Antes X Depois

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Fonte: CCS, 2012

SUS: Princípios e Diretrizes

Paim (2009, p. 56) expõe de forma ampla, a definição de Prin-


23
cípios e Diretrizes, uma vez que quando se fala sobre o SUS gera certa
confusão e sobreposições do que vem a ser um principio e uma diretriz.

[...] Diretrizes são orientações gerais de caráter organizacional e técnico.


“Princípios são aspectos que valorizamos nas relações sociais, a maioria
derivados da moral, da ética, da filosofia, da política e do direito. São valores
que orientam os nossos pensamentos e as nossas ações.(PAIM, 2009, p.56).

Dispõe na Lei nº 8.080, capítulo II, art. 7º, as ações e serviços


públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados
que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos e
acordo com as diretrizes previstas no Art.198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I – Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos
os níveis de assistência;
II – integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, in-
dividuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema;
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie;
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e sua utilização pelo usuário;
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII – participação da comunidade;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

IX – descentralização político-administrativa, com direção úni-


ca em cada esfera de governo;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate-
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis
de assistência; e
XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar du-
plicidade de meios para fins idênticos.
24
A participação e o controle social estão garantidos nas confe-
rências nacionais e com a atuação dos Conselhos de Saúde. A respon-
sabilidade pela gestão da saúde é pactuada nas esferas do governo
federal, estadual e municipal.

Para um aprofundamento sobre o SUS, seus princípios e


diretrizes, recomenda-se a leitura do livro: O que é o SUS?, de Jair-
nilson Silva Paim, de 2009.

Conceituando os princípios do SUS


Universalidade: caracteriza a saúde como um direito de cida-
dania, ao ser definido pela Constituição Federal como um direito de
todos e um dever do Estado. Neste sentido, abrange a cobertura, o
acesso e o atendimento nos serviços do SUS e exprime a ideia de que
os governos Municipal, Estadual e Federal têm o dever de prestar esse
atendimento em todos os níveis de assistência, a todos os indivíduos
em território nacional, independente de cor, raça, religião, local de mo-
radia, situação de emprego ou renda e entre outros.
Integralidade: pressupõe a identificação dos sujeitos como tota-
lidades. As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo
tempo para promoção, prevenção e recuperação. O atendimento integral
extrapola a estrutura organizacional hierarquizada e regionalizada da as-
sistência de saúde, se prolonga pela qualidade real da atenção individual
e coletiva assegurada aos usuários do sistema de saúde, requisita o com-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
promisso com o contínuo aprendizado e com a prática multiprofissional.
Equidade: Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saú-
de e será atendido conforme as suas necessidades. Os serviços de saúde
devem considerar que, em cada população existem grupos, classes sociais
e regiões, que vivem de forma diferente, tendo seus problemas específi-
cos, diferenças no modo de viver, de adoecer, de ter oportunidades, de sa-
tisfazer suas necessidades de vida. Tratando desigualmente os desiguais.
Descentralização: estrutura ao organizar os três entes gover-
namentais federados, a União, os Estados e os Municípios. Este prin-
cípio encontra-se estabelecido no artigo 198 da Constituição Federal.
Estabelece, nesse artigo, que as ações e serviços públicos de saúde
devam formar parte de uma organização regionalizada e hierarquizada,
e que devem constituir um sistema único. A diretriz da descentralização
tornou possível a incorporação de novos atores ao cenário nacional,
25
atingindo uma aproximação da sociedade com o Estado, e possibilitan-
do o aparecimento de ricas experiências locais.

A Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 em sua íntegra encon-


tra-se no link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm

SUS: Financiamento do SUS

Outro ponto a ser destacado na Lei 8.080, refere-se ao finan-


ciamento do SUS, trazendo como fontes de recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios. Nas esferas estaduais e municipais, além dos recursos orçamen-
tários do próprio tesouro, há os recursos que são transferidos pela União.
Os recursos orçamentários, portanto, abrangem além dos que
derivam do orçamento de cada instância, os que derivam de contribui-
ções sociais; que devem ser identifi¬cados nos fundos de saúde para a
execução das ações previstas em vários instru¬mentos de planejamen-
to. Para ampliar os conhecimentos, porém de forma sintética, veja no
quadro a seguir, os instrumentos de planejamento do financiamento e a
periodicidade de sua elaboração.

Quadro 1 - Instrumentos de Planejamento do Financiamento em Saúde


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

26
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Fonte: (CONASS, 2011, p. 99).

Esses instrumentos interligam-se sequencialmente, compondo


um processocíclico de planejamento para operacionalização integrada,
solidária e sistêmica do SUS.
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, o SUS conta,
nessa abrangência/magnitude, com serviços próprios (públicos); além
de serviços contratados ou conveniados de caráter privado complemen-
tar (filantrópicos e lucrativos), (BRASIL, 1990).
A Lei n. 8.080/90 (BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º,
que a direção do SUS deve ser única, de acordo com o inciso I do artigo
27
198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada esfera de gover-
no, pelos seguintes órgãos:
I. No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II. No âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente;
III. No âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente.
Ao estudarmos sobre o financiamento do SUS, vale destacar a
Lei Complementar nº 141/2012, que (BRASIL, 2012a):
Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para
dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públi-
cos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transfe-
rências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle
das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispo-
sitivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27
de julho de 1993; e dá outras providências.

Para compreender melhor a Lei nº 141/12, sugerimos a


leitura do livro “O SUS e a Lei Complementar nº 141 comentada”
(SANTOS, 2012).

No Art. 6º, da referida lei, explicita que os Estados e o Distrito


Federal aplicarão, anualmente, 12% (doze por cento) da arrecadação
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

de impostos em ações e serviços públicos de saúde. E no Art. 7º, que


os municípios aplicarão, anualmente, 15% (quinze por cento) da arreca-
dação de impostos em ações e serviços públicos de saúde. Entretanto,
não define o percentual da arrecadação da União, que será aplicado,
anualmente, em saúde.
Observadas as disposições do art. 200 da Constituição Fede-
ral, do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. 2º
desta Lei Complementar, são considerados como ações e serviços de
saúde, para efeito de financiamento:
I. Vigilância em saúde (epidemiológica e sanitária).
II. Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de
complexidade.
III. Capacitação de pessoal de saúde do SUS.
IV. Desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qua-
28
lidade promovidos pelo SUS.
V. Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos
dos serviços de saúde do SUS.
VI. Saneamento básico de domicílios ou de pequenas comu-
nidades.
VII. Saneamento básico dos distritos especiais indígenas ou
remanescentes de quilombos.
VIII. Manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de
vetores de doenças.
IX. Investimento na rede física do SUS.
X. Remuneração de pessoal ativo da área de saúde.
XI. Ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições
do SUS.
XII. Gestão do sistema público de saúde.
Observação: a respectiva lei também apresenta o que não consti-
tuirá despesas com ações e serviços públicos de saúde (BRASIL, 2012a).

Leia na integra a Portaria nº 3.992 do Ministério da Saúde,


publicada dia 28 de dezembro de 2017, reduziu de seis para dois
blocos de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) – um de
custeio, que concentra a quase totalidade dos recursos federais e
outro de investimentos.

SUS: Controle Social


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a parti-


cipação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e so-
bre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área
de saúde, entre outras providências. Também instituiu as Conferências e
os Conselhos de Saúde em cada esfera de governo (BRASIL, 1990).
O SUS prevê em cada esfera de governo com duas instâncias
colegiadas de participação da sociedade: as Conferências de Saúde e os
Conselhos de Saúde, permitindo que a comunidade, através de seus re-
presentantes, opine, define, acompanhe a execução e fiscalize as ações
de saúde das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal.
Dada a importância da participação da sociedade, para a cria-
ção do SUS, que o relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde
29
de 1986 serviu de base para a elaboração do capítulo sobre saúde da
Constituição Federal de 1988.
As Conferências acontecem de quatro em quatro anos e se
realizam em um processo ascendente, desde Conferências Municipais
de Saúde, passando por uma Conferência Estadual de Saúde em cada
estado, que resulta em uma Conferência Nacional de Saúde, onde são
mostrados os percursos para o aperfeiçoamento do SUS. Reúnem-se
os representantes da sociedade (os usuários do SUS), do governo, dos
profissionais de saúde, dos prestadores de serviços, parlamentares e
outros para “apreciar a situação da saúde e propor as diretrizes à for-
mulação da política de saúde” nos municípios, nos estados e no país.

Saiba mais sobre as conferências na página do Conselho


Nacional de Saúde http://conselho.saude.gov.br

A Lei n. 8.142/90, em seu parágrafo 2º, a define:


O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,
órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores
de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituí-
do em cada esfera de governo.
São os órgãos de controle do SUS pela sociedade nos níveis
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

municipal, estadual e federal. Permite que a população exerça o contro-


le social sobre a gestão da saúde, tendo uma atuação independente do
governo, onde o representante dos cidadãos defende os interesses dos
diferentes segmentos sociais e necessidades da população que mais
precisa e usa os serviços do SUS, exercendo o controle social ao lutar
para garantir, na prática, o direito constitucional à saúde com qualidade
e o respeito à dignidade humana.
E funcionam como colegiados, de caráter permanente e deli-
berativo, isto é, devem funcionar e tomar decisões regularmente, acom-
panhando, controlando e fiscalizando a política de saúde e propondo
correções e aperfeiçoamentos em seu rumo, onde se manifestam os in-
teresses dos diferentes segmentos sociais, possibilitando a negociação
de propostas e o direcionamento de recursos para diferentes prioridades.
São componentes dos Conselhos os representantes do gover-
30
no, dos prestadores de serviços, dos profissionais de saúde e usuários,
de forma paritária:
a) 50% de entidades de usuários;
b) 25% de entidades dos trabalhadores de Saúde;
c) 25% de representação de governo, de prestadores de servi-
ços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
“O Controle Social não deve ser traduzido apenas em meca-
nismos formais e, sim, refletir-se no real poder da população em modi-
ficar planos, políticas, não só no campo da saúde”.Relatório final da 9ª
Conferência Nacional de Saúde de 1992.

Desde 1941 até 2011 foram realizadas 14 Conferências Na-


cionais de Saúde (CNS) em contextos políticos diversos e cujas
características em termos de composição, temário e deliberações
foram muito diferentes entre si.

SUS: Organização

Após estudarmos os princípios, as diretrizes, as formas de finan-


ciamento e o controle social do SUS, torna-se necessário compreender
como serviços de saúde se organizam para a garantia do direito à saúde
com todas as prerrogativas legais que são preconizadas em leis vigentes.
A forma de organização do SUS é simples, porém complexa,
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
pois deve ter o mesmo padrão em todo o país. Podemos entendê-lo da
seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios dou-
trinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos.

O Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011

Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dis-


por sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à
saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Viabiliza o
aprimoramento do Pacto pela Saúde, contribuindo para a garantia do direi-
to à saúde a todos os cidadãos brasileiros. Suas principais vertentes são:
– Mais transparência na Gestão do SUS;
– Mais segurança jurídica nas relações interfederativas;
31
– Maior controle social;
Além de estabelecer a organização do SUS em Regiões de
Saúde, sendo estas instituídas pelo Estado, em articulação com os seus
municípios, e que representam o espaço privilegiado da gestão com-
partilhada da rede de ações e serviços de saúde, tem como objetivos:
garantir o acesso resolutivo e de qualidade à rede de saúde, constituída
por ações e serviços de atenção primária, vigilância à saúde, atenção
psicossocial, urgência e emergência e atenção ambulatorial especiali-
zada e hospitalar; efetivar o processo de descentralização, com respon-
sabilização compartilhada, favorecendo a ação solidária e cooperativa
entre os entes federados, e reduzir as desigualdades loco-regionais, por
meio da conjugação interfederativa de recursos.
Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e or-
denado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes fede-
rativos, nas Comissões Intergestores, garantir a transparência, a inte-
gralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; monito-
rar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e ofertar regionalmente
as ações e os serviços de saúde.
Conceitos importantes são trabalhados no Decreto 7.508/ 2011
que necessitamos conhecer para atuarmos em nossos serviços no âm-
bito do SUS. Abaixo serão detalhados para melhor entendimento.
Região de Saúde: Espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutu-
ra de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organiza-
ção, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde: Acordo de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

colaboração firmada entre os entes federativos, com a finalidade de or-


ganizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada
e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e me-
tas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financei-
ros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua
execução e demais elementos necessários à implementação integrada
das ações e serviços de saúde.
Portas de Entrada: Serviços de atendimento inicial à saúde do
usuário no SUS.
Comissões Intergestores: Instâncias de pactuação consensual
entre os entes federativos para definição das regras da gestão compar-
tilhada do SUS.
Mapa da Saúde: Descrição geográfica da distribuição de re-
cursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e
32
pela iniciativa privada, considerando a capacidade instalada existente,
os investimentos e o desempenho aferido, a partir dos indicadores de
saúde do sistema.
Rede de Atenção à Saúde: Conjunto de ações e serviços de
saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalida-
de de garantir a integralidade da assistência à saúde.
Serviços Especiais de Acesso Aberto: Serviços de saúde espe-
cíficos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de
situação laboral, necessita de atendimento especial.
Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: Documento que esta-
belece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde;
o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os meca-
nismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

33
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro Ní-
vel: Superior.
Situações que condicionavam o acesso do usuário aos serviços
públicos de saúde, como a necessidade de estarem formalmen-
te inseridos no mercado de trabalho, foram legalmente excluídas
com as disposições constitucionais acerca do SUS e com a Lei nº
8.080/1990 por meio do seguinte princípio:
a) Regionalização.
b) Universalidade.
c) Hierarquização.
d) Descentralização.
e) Integralidade.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
De acordo com o art. 2° da Lei n° 8080/1990, é correto afirmar que
a saúde é:
a) Direito do Estado e dever do cidadão.
b) Cultivada no seio familiar e aprimorada quando do convívio com a
sociedade.
c) A responsabilidade maior do Estado, junto com a educação.
d) Um direito fundamental do ser humano.
e) Mais importante que a educação.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
De acordo com o art. 2° da Lei n° 8080/1990, o dever do Estado de
garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem ao (à):
a) Fortalecimento da raça brasileira e à sua qualificação como um de
superiores no mundo moderno.
b) Redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabele-
cimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às
ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
c) Aumento dos riscos de doenças e ao estabelecimento de condições
que assegurem acesso universal aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
34
d) Exposição da população brasileira a endemias e viroses situacionais.
e) Acesso privilegiado às ações e aos serviços de saúde para a sua
promoção, proteção e recuperação.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
De acordo com a Lei 8.080/1990, o Sistema Único de Saúde (SUS)
é constituído:
a) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados apenas por
órgãos e instituições públicas federais da Administração direta e indireta
e das fundações mantidas pelo Poder Público.
b) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde e assistência social,
prestados apenas por órgãos e instituições públicas federais da Admi-
nistração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
c) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde e assistência social,
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e muni-
cipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público.
d) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
e) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
direta e indireta, das instituições privadas e das fundações mantidas
pelo Poder Público.

QUESTÃO 5
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro Ní-
vel: Superior.
As instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos
para definição das regras da gestão compartilhada do SUS são de-
nominadas:
a) Colegiados de gestão.
b) Comissões intersetoriais.
c) Conselhos de saúde.
d) Conferências de saúde.
e) Comissões intergestores.

QUESTÃO 6
Ano: 2014 Banca: BIORIO Órgão: Prefeitura de Três Rios- RJ Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
35
Avalie se são objetivos do Sistema Único de Saúde - SUS:
I - A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e deter-
minantes da saúde;
II - A formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social, o dever do Estado de garantir a saú-
de consiste na formulação e execução de políticas econômicas
e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem aces-
so universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua pro-
moção, proteção e recuperação.
III - A assistência às pessoas por intermédio de ações de promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada
das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: CONSCAM Órgão: Prefeitura de Fernão-SP Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
Considerando a Lei 8.142/90, marque a alternativa incorreta.
a) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferên-
cias não será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.
b) Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.


c) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re-
presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordi-
nariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
d) O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, ór-
gão colegiado composto por representantes do governo, prestadores
de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituí-
do em cada esfera do governo.
e) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Con-
36
selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão
representação no Conselho Nacional de Saúde.

QUESTÃO 8
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de João Pessoa - PB
Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Assinale a alternativa correta acerca da evolução histórica da orga-
nização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema
Único de Saúde (SUS).
a) Antes da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela
Constituição Federal de 1988, existia a chamada assistência médico-
-hospitalar, prestada pelos Estados e Municípios, a qual também pauta-
va-se pelo princípio da universalidade.
b) O Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS) prestava serviço a toda população, em caráter universal, com
recursos provenientes do recolhimento de taxas sociais.
c) Em meados da década de 80, começaram a ser implementadas as
Ações Integradas de Saúde, cujas principais diretrizes eram a universa-
lização, a acessibilidade, a descentralização, a integralidade e a partici-
pação comunitária.
d) A Instituição do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde - SUDS
- se deu por meio de celebração de convênio entre o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o governo federal.

QUESTÃO 9
Ano: 2013 Banca: Cetro Órgão: Anvisa Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
Conforme dispõe o artigo 7° da Lei n° 8.080/1990, as ações e serviços
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
públicos de saúde e os serviços privados contratados ou convenia-
dos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvi-
dos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constitui-
ção Federal, obedecendo a diversos princípios. Assinale a alternativa
que apresenta alguns desses princípios trazidos no referido artigo.
a) A preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri-
dade física e moral; o direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
sua saúde; a participação das instituições privadas na elaboração
das políticas de saúde em nível municipal; a utilização da epide-
miologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recur-
sos e a orientação programática.
b) A preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integrida-
de física e moral; a igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos
ou privilégios de qualquer espécie; a participação da comunidade; a or-
37
ganização dos serviços privados de modo a evitar duplicidade de meios
para fins idênticos.
c) A universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis
de assistência; o direito à informação sobre o estado de saúde de qual-
quer usuário; a divulgação de informações quanto ao potencial dos ser-
viços de saúde e sua utilização pelo usuário; a capacidade de resolução
dos serviços nos níveis de assistência estadual e municipal.
d) A integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado
e contínuo de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade
do sistema; a divulgação de informação quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e sua utilização pelo usuário; a igualdade de assistência
à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; a capaci-
dade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência.
e) A integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado
e contínuo de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexida-
de do sistema; a preservação da autonomia das pessoas na defesa
de sua integridade física e moral; a utilização da epidemiologia para o
estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
programática; a organização dos serviços públicos e privados, de modo
a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

QUESTÃO 10
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
A universalidade, a integralidade, a equidade, a hierarquização, a
regionalização e a participação popular estão no contexto dialé-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

tico e legal da conformação do Sistema Único de Saúde. Com re-


lação ao princípio da equidade, é correto afirmar que consiste em:
a) Oferecer atendimento indistinto a todos os usuários, quanto às ques-
tões curativas.
b) Tratar desiguais de maneira desigual, para que todas as necessida-
des de saúde sejam atendidas da melhora forma e de acordo com as
diferenças e vulnerabilidades específicas.
c) Atender todos os indivíduos igualmente, privilegiando as questões
curativas e de acordo com as prioridades definidas pelo controle social.
d) Realizar atendimento crescente de níveis de atenção primária para
os de maior complexidade.
e) Garantir acesso integral às ações e aos serviços de saúde.

38
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Um senhor, atualmente com 65 anos de idade, lembra-se do tempo em
que o atendimento médico era restrito aos trabalhadores com carteira de
trabalho assinada, destacando que ainda havia restrições de acesso para
eles a algumas necessidades de atendimento. Com base nessa situação
hipotética, cite e comente sobre os princípios do Sistema Único de Saúde
que procuram resolver os problemas apontados por esse senhor.

TREINO INÉDITO
No campo de atuação do SUS, é incorreto afirmar que está (ão)
incluída (s) a:
a) O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de
interesse para a saúde.
b) A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobio-
lógicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na
sua produção.
c) Capacitação de professores do ensino fundamental e o médio.
d) Vigilância nutricional e a orientação alimentar.
e) Participação na formulação da política e na execução de ações de
saneamento básico.

NA MIDIA
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE – É PRECISO MUDAR?
A Conferência Nacional de Saúde se fortaleceu ao longo dos anos como
espaço efetivo para a participação e o controle social no SUS, mas refle-
xões sobre a necessidade de mudança no seu formato começam a surgir
Estabelecidas pela Lei n. 378/1937, que reorganizou os ministérios da
Educação e da Saúde como forma de manter o governo a par das ações
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
desenvolvidas pelos estados nessas áreas, as Conferências Nacionais
de Educação e de Saúde foram instituídas com o objetivo de serem
órgãos destinados a promover o permanente entendimento desses mi-
nistérios com os governos estaduais no terreno da administração dos
negócios de sua competência.
Quatro anos após a sua instituição por lei, o Brasil deu o primeiro passo
na busca pela participação e pelo controle social nas políticas públicas
de saúde com a realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde.
Hoje, 73 anos depois, apesar de já estarem consolidadas como espaço
onde a sociedade se articula para garantir os interesses e as necessida-
des da população na área da Saúde e assegurar as diversas formas de
pensar o Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Nacional de Saúde
(CNS) entende que esses espaços precisam mudar em vários aspectos.
É o que afirma a presidente do CNS, Maria do Socorro de Souza, quando
39
questionada pela revista Consensus sobre a necessidade de se mudar
o formato desses fóruns. “As conferências têm por atribuição fazer uma
avaliação da situação de saúde e apontar ajustes e deliberar acerca das
diretrizes das políticas de saúde. No setor saúde, aprendemos muito a
fazer conferências, contudo há o consenso de que precisamos ampliar
os seus propósitos, melhorar o seu formato e o modo de fazê-las”, diz.
Para promover essas mudanças, Maria do Socorro explica que o CNS
tem promovido uma série de debates e discussões, a fim de construir
novo formato para a realização da 15ª Conferência Nacional de Saúde
a ser realizada em 2015, em Brasília/DF.
Segundo ela, o Conselho propõe inovações, com diferentes temporali-
dades, na forma de mobilizar, promovendo a ampliação da participação
social, articulando segmentos menos representados, a exemplo da po-
pulação em situação de rua, juventude, população ribeirinha, do campo
e da floresta, comunidades tradicionais e indígenas, mulheres, negros,
pessoas com deficiências, LGBT, imigrantes, ciganos, entre outros. No
formato, a proposta, segundo ela, é incluir novas etapas.
Socorro esclarece que o Plenário do CNS aprovou, por unanimidade, na
reunião ordinária do conselho ocorrida no mês de agosto, o tema da 15ª
Conferência: “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas.
Direito do povo brasileiro”. Além disso, foi aprovada, também, a metodo-
logia da conferência, estruturada em quatro etapas. A primeira consiste
na avaliação da Saúde no Brasil, com contribuições e diretrizes para a
elaboração dos instrumentos federais de planejamento e orçamento em
saúde; na segunda etapa, serão realizadas as etapas municipais e es-
taduais com indicação de diretrizes e eleição de delegados; na terceira,
será realizada a Etapa Nacional da 15ª; e, por último, a quarta etapa, a
ser realizada após a 15ª Conferência Nacional com a elaboração do Pla-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

no Nacional de Saúde (PNS/2015) e o monitoramento das deliberações.


Esse monitoramento, será, segundo a presidente, o maior desafio após
a conferência, pois o relatório final com as deliberação não pode ser tra-
tado pela gestão como mera carta de intenções. “A agenda dos gover-
nos – em todas as esferas – só terá legitimidade se incorporar a agenda
da sociedade. Este é nosso maior desafio”, destacou.
Para o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério
da Saúde (SGEP/MS), André Bonifácio, são inegáveis os avanços em
termos de espaços de participação e controle social em saúde, sendo
possível destacar a existência de conselhos de saúde em 100% dos
municípios brasileiros e a ampliação da participação direta dos cida-
dãos, inclusive por meio de outros mecanismos, como as Ouvidorias em
Saúde, audiências públicas, dos comitês de políticas de promoção da
equidade em saúde, entre outras.
40
Bonifácio observa que a participação social já está consolidada na Saú-
de, mas é recente em outras políticas, e observa que, nos últimos 12
anos, ela tem-se tornado mais efetiva em outras políticas públicas. De
acordo com o secretário da SGEP, a Saúde tem-se debruçado para
ampliar e fortalecer esse espaço, criando mecanismos de maior escuta
da sociedade brasileira, dos diferentes movimentos sociais que ainda
não estão representados nos conselhos de saúde, mas que fazem uso
dos serviços de saúde pública, e que precisam apresentar a sua pauta
e ocupar legitimamente o seu lugar nas discussões sobre o SUS. “Um
marco recente disso é a inovação trazida pela representação da Popu-
lação em Situação de Rua em alguns conselhos estaduais, e também
no Conselho Nacional de Saúde, que tem incorporado, de modo cada
vez mais forte, também as demandas das populações negra, LGBT e do
Campo, Floresta e Águas, para citar alguns exemplos”.
As Conferências precisam, na visão do secretário, “ser, na verdade, es-
paço que aponte as diretrizes para o Plano Nacional de Saúde e o Plano
Plurianual, o PPA, que é feito a cada quatro anos. Esse é o desafio que
o Conselho Nacional de Saúde está debatendo para a realização da 15ª
Conferência Nacional de Saúde no próximo ano”, destacou.
Na opinião do gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança e
conselheiro de saúde representante da Confederação Nacional dos Bis-
pos do Brasil (CNBB), Clóvis Boufleur, nos mais de 70 anos de realização
de conferências, os formatos foram se ajustando ao longo da história.
Para Boufleur é preciso ousar e pensar em etapas regionalizadas. “Pre-
cisamos ousar nesse aspecto, mas precisamos, acima de tudo, pensar
sobre a forma de abordar a questão da regionalização e como viabilizar
isso. Precisamos conhecer o que já existe de organização local e regio-
nal e ampliar o leque de participação e também das formas de organi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
zação da sociedade nas regiões”, reforçou.
Existe distanciamento dos gestores em relação às conferências e aos
conselhos de saúde?
“Em algumas situações sim; além de distanciamento, há também des-
conhecimento por parte de gestores acerca do papel do controle social”,
acredita a presidente do CNS, Maria do Socorro.
Para ela, isso acontece por diferentes fatores e destaca a cultura política
democrática ainda em construção no país e que concorre com práticas
conservadoras; o desconhecimento de alguns gestores e conselheiros
de que a participação social é um dos princípios constitucionais; a au-
sência de representação da gestão em muitos conselhos e conferências
e a concorrência entre os espaços de decisão no SUS.
“Não há solução para o SUS sem participação social autônoma e efeti-
va. Cada gestor precisa assumir sua cota de responsabilidade em prol
41
do fortalecimento do controle social no SUS. É uma conquista da demo-
cracia brasileira de que não podemos abrir mão”.
Já na visão do conselheiro Clóvis Bloufleur realmente é baixa a partici-
pação dos gestores nesses espaços, com participações mais frequen-
tes apenas em solenidades. “Dificilmente vemos gestores nos grupos
de trabalho, por exemplo. O que percebo é que eles se restringem aos
processos mais solenes. Acredito que todos devam se sentar à mesa
com espírito de igualdade de direitos e deveres, porque, mesmo exer-
cendo diferentes funções, do ponto de vista do Estado, todos temos os
mesmos direito e deveres”.
Opinião diferente tem o secretário da SGEP, André Bonifácio. Segundo
ele, o que ocorre são atores com posicionamentos e interesses diversos
sobre os mesmos objetos, o que, “muitas vezes, pode provocar estra-
nhamentos e divergências que fazem parte do processo de participa-
ção, o que é saudável para a democracia”, definiu.
Bonifácio ressalta que o próprio processo de composição dos conselhos
garante o assento dos gestores nas discussões e que são eles, inclusi-
ve, que convocam as conferências. “Nós precisamos aprimorar o papel
do gestor como conselheiro da gestão dentro daquele espaço de par-
ticipação social e, como gestor da política, como executor das ações.
Precisamos aprimorar essa relação, fortalecendo esse espaço de diálo-
go, compreendendo que o gestor, dentro de um conselho, deve também
dar visibilidade à gestão, enfrentando o desafio de fazer, de fato, a ges-
tão participativa”, destacou.
Expectativas e Desafios
Para André Bonifácio, o principal desafio é retomar o papel da Confe-
rência. Ele cita a 8ª Conferência Nacional de Saúde como marco, por
ter, naquele momento de redemocratização do Brasil, reconhecido a
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

saúde como um direito de todos e um dever do Estado, além der ter


avançado para a necessidade de se apontarem as diretrizes e os princí-
pios que consolidariam, futuramente, o SUS. “Mais do que pensar o for-
mato, temos de pensar qual o papel político da Conferência, e é esse o
desafio que estamos nos colocando para a 15ª edição. Precisamos que
a Conferência aponte para a defesa do SUS, reafirme os princípios da
universalidade, da integralidade, da equidade e da participação e possa
incidir, de fato, nos rumos da saúde pública no país, contribuindo com
diretrizes reais para o Plano Nacional de Saúde e o PPA 2015-2018”.
Para se alcançar esse objetivo, no entanto, Bonifácio diz ser fundamen-
tal levar para dentro da conferência debates como o reconhecimento
das iniquidades territoriais e das diferentes populações nessa dimen-
são continental que tem o país, discutindo a problemática da saúde no
âmbito da sua condição humana, reconhecendo a diversidade especial-
42
mente no acesso à saúde, que se dá de modos particulares para o ne-
gro, para o cidadão do campo, para os que vivem nos grandes centros
urbanos, entre outros. “A 15ª CNS traz como desafio máximo possibilitar
que a população usuária de nosso sistema influencie diretamente os
rumos da saúde no Brasil a partir de sua contribuição nesse grandioso
e democrático processo”, esclareceu.
Clóvis Boufleur destacou que a escolha do tema da 15ª edição “Saú-
de pública de qualidade para cuidar bem das pessoas. Direito do povo
brasileiro” foi grande acerto. “A qualidade dos serviços, na minha visão,
é o que existe de consenso no Brasil e no mundo em relação à saúde.
Porque a qualidade significa que houve acertos na área de preparação
dos profissionais, no pagamento adequado dos salários, na parte de
recursos humanos, na parte de acesso etc.”, disse.
Segundo ele, a expectativa é que o debate avance em relação a esses
dois aspectos de maneira que as pessoas tenham mais conhecimento
sobre os seus direitos e deveres. “O objetivo da 15ª deve ser debater a
necessidade que a população sente em relação a esses dois grandes
focos: saúde pública de qualidade para poder cuidar bem das pessoas e
as pessoas saberem também dos seus direitos e deveres para poderem
exigir qualidade nos serviços”.
Assim como o secretário da SGEP, Maria do Socorro também citou a 8ª
Conferência quando questionada sobre os desafios e expectativas para
o futuro. “A expectativa do Conselho Nacional de Saúde é que a 15ª
Conferência Nacional de Saúde seja tão relevante quanto foi a 8ª. Que-
remos fazer uma Conferência diferente com que todos nós possamos
contribuir. No entanto, repensar a Conferência é repensar os Conselhos
também”, acrescentou.
Socorro explicou que a proposta do CNS é fazer uma avaliação partici-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
pativa, de massa, em uma escuta respeitosa e consequente. De acordo
com ela, esse exercício propiciará maior conhecimento do SUS pela
população e pela consciência crítica, dará visibilidade aos conselhos,
ampliará e animará a participação social para os processos de tomada
de decisão. “Nosso foco será o Plano Nacional de Saúde. Quanto à in-
tersetorialidade, temos feito esforços de dialogar com outros conselhos
de políticas públicas e de defesa de direitos das pessoas, entretanto
esse desafio exige mudanças na forma de conceber, planejar e execu-
tar políticas de saúde”.
A presidente do CNS finalizou ao afirmar ser necessário ousar e pensar
as políticas de saúde articuladas com os processos de desenvolvimento
social e econômico. “Precisamos pensar saúde para além do setor saú-
de, para além da agenda dos 4 anos da gestão”.
Fonte: REVISTA CONSENSUS
43
Data: 13 jan. 2018.

NA PRÁTICA
A PARTICIPAÇÃO SOCIAL É UM DOS PRINCÍPIOS ESTABELE-
CIDOS NA LEI ORGÂNICA DO SUS.
Importante ferramenta de democratização das organizações, busca-se
adotar uma série de práticas que efetivem a participação da sociedade na
gestão. Através da participação social é que supera a resignação e o medo
e gera condições para o exercício pleno da liberdade e da cidadania.
A Lei nº 8.142 é mais específica quanto à participação popular e estipula
as Conferências de Saúde e o Conselho de Saúde como as instâncias
colegiadas às quais a sociedade civil tem direito (e dever) de comparecer.
Mesmo com todas as garantias legais que possibilitam o controle social
do SUS, nada disso adianta se não houver um real engajamento da popu-
lação. Falar de participação popular ou controle social nas políticas públi-
cas de saúde não significa apenas a implantação de ações que lidem com
desperdícios, desvios e corrupção. O controle social vai além da função de
vigilância e envolve também o dever de cobrar e auxiliar na efetividade e no
comprometimento daqueles que fornecem os serviços de saúde.
Para que isso aconteça, os cidadãos podem contar com outros meios
além dos institucionais aqui mencionados, que seriam formas não ins-
titucionalizadas de participação e de realizar impacto nas atividades da
saúde. Um exemplo de medida não institucionalizada de participação
é o comparecimento a grupos educativos sobre assuntos relacionados
à saúde, que podem ser organizados por cidadãos. Esses grupos são
como aulões ou palestras, que têm o objetivo de explicar determinado
assunto e informar a população, sendo ótimas formas de compreender
a relação entre saúde e cidadania.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Apesar desses serem meios de participação “não institucionalizados”,


isso não significa que eles sejam ilegais. Na realidade, no próprio relató-
rio da 9ª Conferência Nacional de Saúde aponta como “importante que
os movimentos populares criem e mantenham seus foros independen-
tes e autônomos, buscando a discussão dos problemas e as soluções
para as questões de saúde”.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto:
POLÍTICAS de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde.
Livros:
O que é o SUS? de Jairnilson Silva Paim (PAIM, 2009).
“O SUS e a Lei Complementar nº 141 comentada” (SANTOS, 2012).
Acesse os links:
44
http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n7/20.pdf, http://www.scielosp.org/pdf/
csp/v25n7/21.pdf, https://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n2/a09v12n2.
pdf?origin=publication_detail
e http://conselho.saude.gov.br

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

45
NORMAS OPERACIONAIS DO SUS
(NOB/NOAS), PACTO PELA SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

NORMAS OPERACIONAIS DO SUS

Foram fundamentais para orientar as ações necessárias à implan-


tação do SUS, respeitando os princípios legais dispostos na Constituição
Federal de 1988 e nas Leis 8.080/90 e 8.142/90. Definem as competências
de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e
municípios possam assumir as responsabilidades e prerrogativa dentro do
Sistema. Entre os objetivos das Normas Operacionais podemos destacar:
• Induzir e estimular mudanças no SUS;
• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
• Definir objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movi-
mentos tático-operacionais;
• Regular as relações entre seus gestores
4646
• Normatizar o SUS.
O conteúdo das Normas Operacionais do SUS era estabeleci-
do entre o Ministério da Saúde, representantes do Conselho Nacionais
de Secretários de Saúde (CONASS) e representantes do Conselho Na-
cional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), sendo pac-
tuado na CIT, com exceção da NOB-SUS 01/91.

Para aprofundar os conhecimentos, leia na integra a Porta-


ria nº 2.203, de 5 de novembro de 1996, no link http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/1996/prt2203_05_11_1996.html

Normas Operacionais Básicas – NOB

São instrumentos utilizados para a definição de estratégias


que orientam a operacionalização do sistema de saúde, tendo como
finalidade promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder
público Municipal e do Distrito Federal na função de gestor da atenção
a saúde dos seus municípios.
No que aperfeiçoa a gestão do SUS, a NOB aponta a uma
nova reordenação do modelo de atenção à saúde definindo:
• Os papéis de cada esfera de governo e em especial, no to-
cante a direção única.
• Os instrumentos gerenciais para que os Municípios e Estados
superem o papel exclusivo de portadores de serviços, e assumam seus
PROMINAS
PROMINAS
papeis de gestores do SUS.
• Os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo pro-
- GRUPO

gressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços e


- GRUPO

ampliando as transferências de caráter global, fundo a fundo, com base


SAÚDE
SUS

em programações pactuadas.
DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E

Acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superando os


mecanismos tradicionais, centrados no faturamento de serviços produ-
zidos e valorizando os resultados advindos de programações com crité-
rios epidemiológicos e desempenho com qualidade.
Os vínculos dos serviços com os seus usuários privilegiando
os núcleos familiares e comunitários, criando assim condições para
uma efetiva participação e controle social.
Os campos da atuação compreendem três grandes campos:
47
• O da assistência- são atividades prestadas a nível ambulato-
rial, hospitalar e domiciliar ao indivíduo e a coletividade.
• O das intervenções ambientais- incluindo o controle de vetores
e hospedeiros, saneamento ambiental, condições sanitárias e do trabalho.
• O das políticas externas ao setor saúde- que interferem nos
fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença,
incluindo as políticas econômicas-sociais como: emprego, habitação,
educação, lazer, entre outras.
Nos níveis de atenção à saúde estão presentes as ações de
promoção, proteção e recuperação, com prioridade à prevenção.
Esta norma definiu o financiamento da assistência hospitalar e
ambulatorial com transferência regular e automática (Fundo a Fundo),
remuneração por serviços produzidos e as condições de: Gestão Plena
da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal, bem como
nas condições de Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Ple-
na do sistema Estadual.
A Norma Operacional Básica do SUS 01/91 (NOB-SUS 01/91)
foi editada pela Resolução do INAMPS nº 258/91. Tendo como principal
objetivo dificultar o processo de financiamento e descentralização do
SUS, favorecendo as instituições privadas de saúde.
As principais características da NOB-SUS 01/91:
• Equiparou prestadores públicos e privados, no que se refere
à modalidade de financiamento, que passou a ser, em ambos os casos,
por pagamento pela produção de serviços;
• Centralizou a gestão do SUS em nível federal (INAMPS), difi-
cultando o processo de descentralização e municipalização;
• Estabeleceu o instrumento convencional como forma de
transferência de recursos do INAMPS para os estados, Distrito Federal
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

e municípios, com o objetivo de burocratizar e dificultar a transferência


de recursos do FNS para os fundos estaduais e municipais de saúde;
• Implantou o Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
(SAI/SUS).
A Norma Operacional Básica do SUS 01/92 (NOB-SUS 01/92)
manteve o INAMPS como órgão responsável pelo repasse de recursos
financeiros aos municípios e estados, dando continuidade, em linhas
gerais, ao que estava previsto na NOB-SUS 01/91, esclarecendo, con-
tinuou utilizando o instrumento convencional como forma de transferên-
cia dos recursos aos estados e municípios.
A Norma Operacional Básica do SUS 01/93(NOB-SUS 01/93) foi
editada pela Portaria do Ministério da Saúde nº 545/93. Formalizou os prin-
cípios aprovados na 9ª Conferencia Nacional da Saúde – realizada em
1922 com o tema central “a municipalização é o caminho” e proporcionou
48
um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação dos mu-
nicípios nas condições de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena).
As modalidades de gestão NOB-SUS 01/93:
• Municípios
Gestão Incipiente: Cabe ao gestor programar e autorizar a uti-
lização da AIH e dos procedimentos ambulatoriais; controlar e avaliar
os serviços ambulatoriais e hospitalares públicos e privados; incorporar
ações básicas de saúde, nutrição, educação, vigilância epidemiológica
e sanitária e desenvolver ações de vigilância, assistência e reabilitação
de saúde do trabalhador.
Gestão Parcial: Cabe ao gestor, além de realizar o proposto na
forma incipiente, gerenciar as unidades ambulatórias publica do município.
Gestão Semi-Plena: É a forma mais avançada de gestão, ca-
bendo ao município a gestão de toda a rede de saúde municipal.
• Estados
Gestão Parcial: Conferiu menor grau de autonomia gerencial
Gestão Semi-Plena: O Estado passa a assumir totalmente a
gestão dos serviços de saúde presentes no seu território que não este-
jam sob a responsabilidade municipal.
Principais características da NOB-SUS 01/93:
• Criou a transferência financeira regular e automática (fundo
a fundo) do teto global da assistência para municípios em gestão semi-
plena, facilitando o processo de transferência de recursos do SUS da
União para os demais entes federativos.
• Descentralizou a gestão das ações e serviços de saúde para
os municípios, possibilitando a habilitação para o recebimento dos re-
cursos fundo a fundo;
• Criou as Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e as Comis-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
sões Intergestores Tripartite (CIT);
• Definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses, ainda
assim, passaram a assumir o papel de gestores do sistema estadual de
saúde;
• Desencadeou um amplo processo de municipalização da
gestão como habilitação dos municípios nas condições de gestão cria-
das (incipiente, parcial e semiplena).
A Norma Operacional Básica do SUS 01/96 (NOB-SUS 01/96)
foi efetivada pelo fortalecimento das diretrizes e princípios do SUS, com
ênfase à municipalização, financiamento e mecanismos de gestão do
SUS. Definiu o papel e responsabilidade de cada esfera de governo na
construção do SUS.
Dentre seus objetivos estabelecidos, destaca-se a caracteri-
zação da responsabilidade sanitária de cada gestor, diretamente, ou
49
garantindo a referência, explicitando um novo pacto federativo à saúde.
Dessa forma, as ações de saúde deveriam ser oferecidas à popu-
lação, levando-se em consideração as atribuições de cada ente federativo.
Os municípios não eram os únicos entes responsáveis pela
execução dos serviços de saúde à população.
Preconizava a promoção da reorganização do modelo de aten-
ção, adotando-se como estratégia principal a ampliação de cobertura
do PSF e Pacs.
O conceito original do PAB foi modificado em 1997. O Piso As-
sistencial Básico passou a ser chamado de Piso da Atenção Básica,
ampliando sua abrangência.
Atualmente, o PAB é a principal fonte de recursos da Atenção
Básica, sendo transferido aos municípios, via fundo a fundo de forma
regular e automática. É composta pela parte fixa (cálculo per capita) e
a parte variável (destinada ao financiamento da ESF, NASF, ACS etc).
A NOB-SUS 01/96 estabelecia alguns requisitos para que os
municípios pudessem ser habilitados em gestão Plena da Atenção Bá-
sica e Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde
Principais responsabilidades dos municípios que aderiram à
Gestão Plena da atenção Básica:
• Execução e gerenciamento dos serviços de assistência am-
bulatorial básica, relacionados aos procedimentos cobertos pelo PAB;
• Operação do SAI/SUS quanto a serviços cobertos pelo PAB,
conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentação, junto à Secre-
taria Estadual de Saúde, dos bancos de dados de interesse nacional;
• Execução das ações básicas de vigilância sanitária e epide-
miológica e de controle de doenças;
• Elaboração da sua PPI, em conjunto com os outros muni-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

cípios envolvidos na organização da rede de serviços regionalizada e


hierarquizada, sempre em relação gestor/gestor e mediada pelo estado;
• Autorização das internações hospitalares e dos procedimen-
tos de alto custo e alta complexidade (salvo decisão contrária da CIB);
• Realização das atividades de cadastramento, controle, audi-
toria, acompanhamento e avaliação de todos os prestadores da assis-
tência básica;
• Elaboração de programação municipal dos serviços básicos,
inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta de referencia am-
bulatorial especializada e hospitalar para seus munícipes, com incorpo-
ração negociada à programação estadual;
• Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais,
conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastramento
nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação de clientela e à
50
sistematização da oferta dos serviços;
• Manutenção do cadastro atualizado das unidades assisten-
ciais sob sua gestão, segundo norma do Ministério da Saúde;
• Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo
Conselho Municipal de Saúde.
Entretanto, a Gestão Plena da Atenção Básica impôs autonomia
gerencial para os municípios administrarem os serviços básicos de am-
bulatório, vigilância sanitária e epidemiológica, bem como participar do
planejamento, controle, avaliação e programação do sistema municipal
de saúde. As principais responsabilidades dos municípios que aderiram
à Gestão Plena do Sistema Municipal, segundo a NOB-SUS 01/96 eram:
• Execução e gerenciamento de toda a rede de unidades pres-
tadoras de serviços ambulatoriais e hospitalares do município, inclusive
as de referência;
• Execução das ações de vigilância sanitária, de epidemiologia
e controle de doenças;
• Elaboração da sua PPI, em conjunto com os outros municí-
pios envolvidos na organização da rede regionalizada e hierarquizada
de saúde, com as definições das referencias intermunicipais, mediada
pelo estado, garantindo os mecanismos e instrumentos necessários;
• Elaboração de toda a programação municipal, contendo, in-
clusive, a referência ambulatorial especializada e hospitalar, com incor-
poração negociada à programação estadual;
• Realização das atividades de cadastramento, controle, audi-
toria, acompanhamento e avaliação de todos os prestadores localiza-
dos no seu território;
• Operação dos sistemas de informação ambulatorial e hospita-
lar e realização do pagamento de todos os prestadores;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
• Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais,
conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastramento
nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação da clientela e
sistematização da oferta dos serviços;
• Garantia da prestação de serviços em seu território, inclusive os
serviços de referência aos não residentes, no caso de referência interna ou
externa ao município, dos demais serviços prestados aos seus munícipes,
conforme a PPI, mediado pela relação gestor/ gestor com a Secretaria Es-
tadual de Saúde e as demais Secretarias Municipais de Saúde;
• Normalização e operação de centrais de controle de proce-
dimentos ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus
munícipes e à referência intermunicipal;
• Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
res de serviços ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo Teto Finan-
51
ceiro Global do Município (TFGM);
• Administração da oferta de procedimentos ambulatoriais de
alto custo e procedimentos hospitalares de alta complexidade conforme
a PPI e segundo normas federais e estaduais;
• Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do Minis-
tério da Saúde, e alimentação junto às Secretarias Estaduais de Saúde,
dos bancos de dados de interesse nacional;
• Manutenção do cadastro atualizado de unidades assisten-
ciais sob sua gestão, segundo normas do Ministério da Saúde;
• Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema sobre
as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio ambiente;
• Execução das ações básicas, de media e alta complexidade
em vigilância sanitária, bem como, opcionalmente, as ações do Progra-
ma Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária (PDAVS);
• Execução de ações de epidemiologia, de controle de doenças
e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas, como aci-
dentes, violências e outras incluídas no TFECD.

Para um aprofundamento sobre a temática leia o livro Para


entender a gestão do SUS / Conselho Nacional de Secretários de
Saúde. - Brasília: CONASS, 2003.

Norma Operacional da Assistência a Saúde – NOAS


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

A Norma Operacional da Saúde-NOAS viabilizou o processo


de Descentralização e Organização do SUS e fortalecimento da Norma
Operacional Básica do SUS 01/96.
A NOAS tem como objetivo:
• Ampliar as responsabilidades dos Municípios na Atenção Básica.
• Definir o processo de regionalização da assistência.
• Criar mecanismos para fortalecimento da capacidade de ges-
tão do Sistema Único de Saúde.
A referida norma atualiza a regulamentação da assistência,
considerando os avanços já obtidos, enfocando os desafios a serem su-
perados no processo permanente de consolidação e aprimoramento do
SUS, tendo como pilares a regionalização que busca a hierarquização
dos serviços de saúde e de busca da maior equidade: o Plano Diretor
52
de Regionalização (PDR), que é o instrumento de ordenamento do pro-
cesso de regionalização da atenção à saúde. Este deve ser elaborado
dentro de uma lógica de planejamento integrado, compreendendo as
noções de territorialidade de identificação de prioridades de intervenção
e de conformação de sistemas funcionais de saúde, de modo a aperfei-
çoar os recursos disponíveis, e a aplicação do acesso e da qualidade
da atenção básica, definindo as formas de gestão municipal e estadual,
e a qualificação das microrregiões na assistência a saúde.
Visa potencializar os processos de descentralização, fortalecer
estados e municípios para exercerem o papel de gestores do sistema
de atenção à saúde no país, e para que as demandas dos diferentes in-
teresses loco-regionais possam ser organizadas e expressadas a partir
de um poder regional.
O PDI apresenta os investimentos necessários para atender as
prioridades identificadas no PDR, visando ampliar as ações e serviços
de saúde existentes, de modo a conformar um sistema resolutivo e fun-
cional de atenção à saúde.
A NOAS-SUS 01/2001 tinha como principal objetivo fortalecer
o processo de regionalização e hierarquização do Sistema Único de
Saúde, e preconiza que o PDR deve ser elaborado na perspectiva de
garantir aos cidadãos o mais próximo possível de sua residência, a um
conjunto de ações e serviços vinculados:
• À assistência pré-natal, parto e puerpério;
• Ao acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
• À cobertura universal do esquema preconizado pela Política
Nacional de Imunização (PNI) para todas as faixas etárias;
• Às ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;
• Ao tratamento de intercorrências mais comuns na infância;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
• Ao acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de
alta prevalência;
• Ao atendimento de afecções agudas de maior incidência;
• Ao tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas ur-
gências ambulatoriais;
• Ao tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais
frequentes;
• Ao controle de doenças bucais mais comuns;
• Ao suprimento e dispensações dos medicamentos da farmá-
cia básica.
Definiu um conjunto mínimo de procedimentos de média com-
plexidade, como primeiro nível de referência intermunicipal, com acesso
garantido a toda população, no âmbito microrregional (região de saúde),
ofertados em um ou mais módulos assistenciais. Esse conjunto mínimo
53
de serviços de média complexidade compreendia as atividades ambu-
latoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico e de internação hospitalar.
A NOAS-SUS 01/2002 estabelecia as atribuições do Ministério
da Saúde sobre a política de alta complexidade e alto custo:
a) Definição de normas nacionais;
b) controle do cadastro nacional de prestadores de serviços;
c) vistoria de serviços, quando lhe couber, de acordo com as nor-
mas de cadastramento estabelecidas pelo próprio Ministério da Saúde;
d) definição de incorporação dos procedimentos a serem ofer-
tados à população pelo SUS;
e) definição do elenco de procedimentos de alta complexidade;
f) estabelecimento de estratégias que possibilitem o acesso mais
equânime, diminuindo as diferenças regionais na alocação dos serviços;
g) definição de mecanismos de garantia de acesso às refe-
rências interestaduais, através da Central Nacional de Regulação para
Procedimentos de Alta Complexidade;
h) formulação de mecanismos voltados à melhoria da qualida-
de dos serviços prestados;
i) financiamento das ações.
O gestor estadual é o responsável pela gestão da política de
alta complexidade e alto custo, no âmbito do estado, em relação aos
demais níveis de governo.
A regulação dos serviços de alta complexidade será de res-
ponsabilidade do gestor municipal, quando o município encontrar-se na
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

condição de Gestão Plena do Sistema Municipal, e de responsabilidade


do gestor estadual, nas demais situações.
As áreas de atuação estratégicas mínimas da condição de
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada são:
• Controle da tuberculose;
• Eliminação da hanseníase;
• Controle da hipertensão arterial;
• Controle da diabetes mellitus;
• Saúde da criança;
• Saúde da mulher;
• Saúde bucal.

54
Leia na integra a portaria nº 373, de 27 de feverei-
ro de 2002 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/
prt0373_27_02_2002.html

PACTO PELA SAÚDE

Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Saúde,


e publicado na Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006. Esse
pacto era anualmente revisado, sendo o resultado do processo de ne-
gociação envolvendo os compromissos da operacionalização do SUS
entre os gestores, das três esferas de governo, na perspectiva de supe-
rar problemas políticos, técnicos e administrativos, que dificultam a par-
ticipação mais efetiva e autônoma dos municípios na gestão do SUS,
com o objetivo de atender as necessidades de saúde da população.
O Pacto pela Saúde tem como princípios:
Reforça a organização das regiões sanitárias instituindo meca-
nismos de cogestão e planejamento regional.
Fortalece os espaços e mecanismos de controle social.
Qualifica o acesso da população à atenção integral à saúde.
Redefine os instrumentos de regulação, programação e ava-
liação.
Valoriza a macro função de cooperação técnica entre os gestores.
Propõe um financiamento tripartite que estimula critérios de
eqüidade nas transferências fundo a fundo.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
E instituiu, em seu conteúdo, três componentes que promovem
transformações e fortalecem o Sistema Único de Saúde- SUS. São eles:

55
A publicação do Decreto nº7.508/11 conferiu maior legiti-
midade e efetividade ao Pacto pela Saúde, mas não modificou al-
gumas de suas prioridades, indicadores e instrumentos de gestão.

O Pacto pela Saúde foi firmado na CIT, entre o Ministério da


Saúde, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CO-
NASS) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CO-
NASEMS). E propõe mudanças na gestão e no processo de pactuação
que envolve os gestores e as instâncias de controle social do SUS.
Aos estados, cabe pactuar anualmente, na Comissão Interges-
tores Bipartite (CIB), as diretrizes, objetivos, metas e indicadores do SUS
correspondentes à esfera estadual. Logo, as Secretarias Estaduais de
Saúde (SES) encaminharão as diretrizes, objetivos, metas e indicado-
res anuais de saúde do seu âmbito administrativo para a aprovação do
Conselho Estadual de Saúde (CES). E por fim, as SES formalizarão as
diretrizes, objetivos, metas e indicadores pactuados, mediante registro
e validação no sistema informalizado do Ministério da Saúde denomina-
do SISPACTO – Sistema de Informação de Pactuação do SUS.
Os municípios devem pactuar anualmente, na Comissão Inter-
gestores Regionais (CIR), as diretrizes, objetivos, metas e indicadores
do SUS correspondentes à esfera municipal, observadas as especifici-
dades locais.
Após Pactuação na CIR, as Secretarias Municipais de Saú-
de encaminharão as diretrizes, objetivos, metas e indicadores anuais
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

de saúde do seu âmbito administrativo para a aprovação do conselho


municipal de saúde e formalizarão as diretrizes, objetivos, metas e indi-
cadores pactuados, mediante registro e validação no SISPACTO, com
posterior homologação pela respectiva SES.
Um instrumento importante para o controle social apresentado
pelo Pacto é o Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que a partir da
data de publicação da Resolução da CIT nº 4/2012, todos os entes fe-
derados que tenham assinado ou não assinado, explicita a situação de
saúde em cada município, estado ou região, os compromissos assumi-
dos e as metas e estratégias a serem implementadas para a construção
do SUS, e passam a assumir as seguintes responsabilidades sanitárias,
detalhadas no respectivo dispositivos legal:
• Gerais da Gestão do SUS;
• Regionalização;
56
• Planejamento e Programação;
• Regulação, controle, avaliação e auditoria;
• Participação e controle social;
• Gestão do trabalho;
• Educação na Saúde.

Pacto pela Vida

Reforça no SUS o movimento da gestão pública por resulta-


dos, estabelece um conjunto de compromissos sanitários considerados
prioritários, pactuada de forma tripartite, a ser implementada pelos en-
tes federados. Esses compromissos deverão ser efetivados pela rede
do SUS, de forma a garantir o alcance das metas pactuadas. Priorida-
des estaduais, regionais ou municipais podem ser agregadas às priori-
dades nacionais, a partir de pactuações locais. Os estados e municípios
devem pactuar as ações que considerem necessárias ao alcance das
metas e objetivos gerais propostos.

Segundo a Portaria GM/MS nº 325/08 art.1, o Pacto pela


Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias:
I. Atenção à saúde do idoso;
II. Controle do câncer de colo do útero e de mama;
III. Redução da mortalidade infantil e materna;
IV. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças
emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tu- POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

berculose, malária, influenza, hepatites e aids;


V. Promoção da Saúde;
VI. Fortalecimento da Atenção Básica;
VII. Saúde do Trabalhador;
VIII. Saúde Mental;
IX. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema
de saúde às pessoas com deficiência;
X. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de
violência;
XI. Saúde do homem.

57
Pacto de Gestão

O Pacto de Gestão define as responsabilidades sanitárias de


cada instância gestora do SUS, municipal, estadual e federal e valoriza
as relações solidárias entre gestores, definindo as diretrizes e respon-
sabilidades, contribuindo para o fortalecimento da gestão, em cada eixo
de ação. Tem como objetivos:
Definir a responsabilidades sanitárias de cada instância gesto-
ra do SUS.
Sendo elas:
• Responsabilidades Gerais;
• Regionalização;
• Planejamento e Programação;
• Regulação, controle, avaliação e auditoria;
• Participação e controle social;
• Gestão do trabalho;
• Educação na saúde.
Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na:
• Descentralização;
• Regionalização;
• Financiamento;
• PPI;
• Regulação das ações e serviços;
• Participação e controle social;
• Planejamento;Gestão do Trabalho;
• Educação na saúde.
A gestão do SUS é construída de forma solidária e cooperada,
com apoio mutuo através de compromissos assumidos nas Comissões
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Intergestores Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT). Sendo que essas comis-


sões foram fortalecidas pelo Decreto nº7.508/2011.

O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP),


atual modalidade de gestão do SUS, incorporou as diretrizes e
princípios do Pacto pela Saúde.

58
Pacto em Defesa do SUS

Estabelece um compromisso claro com a repolitização do SUS,


consolidando a política pública de saúde brasileira com uma política de
Estado, mais do que uma política de governos.
A implantação das políticas públicas é um processo que re-
quer a mobilização da população, no sentido de garantir que os seus
direitos sejam respeitados e efetivados, e no caso específico do Pacto
pela Saúde, alguns momentos não podem prescindir da participação
popular, pois, é por meio dela que o usuário pode ter suas necessida-
des e desejos expressos, além de ser uma forma direta de exercício do
controle social. O Pacto em defesa do SUS:
I. Expressa os compromissos entre os gestores do SUS com a
consolidação do processo da Reforma Sanitarista Brasileira;
II. Articula as ações que visem qualificar e assegurar o SUS
como política pública;
III. Expressa movimento de repolitização da saúde, com uma
clara estratégia de mobilização social.
IV. Busca um financiamento compatível com as necessidades
de saúde por parte dos entes federados.
Ações proposta pelo Pacto em Defesa do SUS são:
• Articulação e apoio à mobilização especial pela promoção e de-
senvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde como um direito;
• Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos
das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma de-
las em ações e serviços de saúde de acordo com a Constituição Federal;
• Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limi-
tes institucionais do SUS;
• Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

do SUS;
• Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos
sociais, em especial os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania;
• Regulamentação da EC nº29 pelo Congresso Nacional, com
aprovação da PL nº 01/03.

59
As Principais Portarias que Regulamentam o Pacto pela Saúde

Após a publicação da Portaria GM/MS n. 399/2006, que apro-


va o Pacto pela Saúde, foram editadas outras Portarias, a maioria
delas pactuada na CIT, que têm viabilizado a implantação do referido
Pacto e permitido o seu acompanhamento e monitoramento.

A seguir as principais Portarias que foram publicadas até julho


de 2010:
a) Portaria GM/MS n. 699, de 30 de março de 2006, que regu-
lamenta as diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão e
seus desdobramentos para o processo de gestão do SUS, bem como a
transição e os monitoramentos dos Pactos, unificando os processos de
pactuação de indicadores (texto n. 18 com as alterações incluídas pelas
Portarias/GM 91, de 10.01.07; 372, de 16.02.07; e 2.690, de 19.10.07).
b) Portaria/GM/MS n. 1.097, de 22 de maio de 2006, que define
o processo de elaboração da Programação Pactuada e Integrada da
Assistência (texto na íntegra n. 19).
c) Portaria GM/MS n. 3.085, de 1º de dezembro de 2006, que
regulamenta o Sistema de Planejamento do SUS (texto na íntegra n. 20).
d) Portaria GM/MS n. 3.332, de 28 de dezembro de 2006, que
aprova orientações gerais relativas aos instrumentos do Sistema de
Planejamento do SUS (texto na íntegra n. 21).
e) Portaria GM/MS n. 204, de 29 de janeiro de 2007 (publicada
no dia 31 de janeiro), que regulamenta o financiamento e a transferência
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma


de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle
(texto na íntegra n. 22, com as alterações das Portarias GM/MS 3.237,
de 24.12.07; 837, de 23/04/09; 2.981, de 26/11/09; e 3.252, de 22/12/09).
f) Portaria GM/MS n. 1.559, de 1º de agosto de 2008, que insti-
tui a Política Nacional de Regulação do SUS (texto na íntegra n. 23). 30
CONASS Para entender a gestão do SUS / 2011
g) Portaria GM/MS n. 3.176, de 24 de dezembro de 2008, que
aprova orientações acerca da elaboração da aplicação e do fluxo do
Relatório Anual de Gestão (texto na íntegra n. 24).
h) Portaria GM/MS n. 837, de 23 de abril de 2009, que altera a
Portaria n. GM/ MSn. 204, de 29 de janeiro de 2007, para inserir o Bloco
de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde na composição dos blo-
60
cos de financiamento relativos à transferência de recursos federais para as
ações e os serviços de saúde no âmbito do SUS (texto na íntegra n. 25).
i) Portaria GM/MS n. 2.046, de 3 de setembro de 2009, que
regulamenta o Termo de Ajuste Sanitário – TAS (texto na íntegra n. 26)
j) Portaria GM/MS n. 2.751, de 11 de novembro de 2009, dis-
põe sobre a integração dos prazos e processos de formulação dos ins-
trumentos do sistema de planejamento do SUS e do Pacto pela Saúde
(texto na íntegra n. 27).
k) Portaria GM/MS n. 3.252, de 22 de dezembro de 2009, que
aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de vi-
gilância em saúde pela União, estados, Distrito Federal e municípios
(texto na íntegra n. 28).
l) Portaria GM/MS n. 161, de 21 de janeiro de 2010, que esta-
belece o Protocolo de Cooperação entre Entes Públicos – PCEP (texto
na íntegra n. 29).

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

61
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
De acordo com o Decreto Federal nº 7.508, de 28 de junho de 2011, o
acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe
a) Não estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS.
b) Ter o medicamento sido prescrito por qualquer pessoa.
c) Estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica comple-
mentar estadual, distrital ou municipal de medicamentos.
d) Não ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção
do SUS.
e) Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde particular.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Apiacá/ES Prova:
Enfermeiro Nível: Superior.
Em relação ao Plano Municipal de Saúde (PMS), assinale a alterna-
tiva INCORRETA.
a) Deve orientar as ações na área, incluindo o orçamento para a sua
execução.
b) Devem ser descritos os principais problemas da saúde pública local,
suas causas, consequências e pontos críticos.
c) É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o processo de
planejamento, programação e avaliação da saúde local.
d) O Plano Nacional de Saúde não é um bom instrumento para nortear
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

a elaboração do PMS, pois não permite a redução das desigualdades


em saúde existentes.
e) Devem ser definidos os objetivos e metas a serem atingidos, as ativi-
dades a serem executadas, os cronogramas, as sistemáticas de acom-
panhamento e de avaliação dos resultados.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Apiacá/ES Prova:
Enfermeiro Nível: Superior.
Sobre a gestão da saúde, marque V para as afirmativas verdadeiras
e F para as falsas.
( ) A Comissão Intergestores Tripartite (CIT) atua na direção nacional do
SUS. A representação de estados e municípios nessa Comissão é regional.
( ) As Comissões Intergestores Bipartites (CIB) é constituída paritaria-
62
mente por representantes do governo estadual e dos secretários muni-
cipais de saúde.
( ) A implementação de espaços regionais de pactuação é uma necessi-
dade para o aperfeiçoamento do SUS. Devem-se organizar a partir das
necessidades e afinidades específicas em saúde existentes nas regiões.
A sequência está correta em
a) V, F, V.
b) V, V, F.
c) V, V, V.
d) F, V, F.
e) F, F, V.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: Prefeitura de Apuiarés/CE Órgão: CONSULPLAN
Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados
como, EXCETO:
a) Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus ór-
gãos e entidades, da administração direta e indireta.
b) Investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder
Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional.
c) Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde.
d) Cobertura das ações e serviços de saúde a serem executados pelos
Municípios.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
A norma operacional da assistência à saúde SUS - NOAS - SUS 01/02
define o processo de controle, regulação e avaliação da assistência,
devendo ser coerente com os processos de planejamento, progra-
mação e alocação de recursos em saúde tendo em vista sua impor-
tância para a revisão de prioridades e contribuindo para o alcance de
melhores resultados em termos de impacto na saúde da população.
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. O
fortalecimento das funções de controle e avaliação dos gestores
do SUS deve se dar principalmente nas seguintes dimensões:
I. Avaliação da organização do sistema e do modelo de gestão.
II. Relação com os prestadores de serviços.
III. Qualidade da assistência e satisfação dos usuários.
IV. Resultados e impacto sobre a saúde da população.
V. Redução monetária nos orçamentos.
63
São corretas as alternativas:
a) II,III e IV apenas.
b) II,III,IV e V apenas.
c) I,II,III e IV apenas.
d) I e II apenas.

QUESTÃO 6
Ano: 2014 Banca: FAPEC Órgão: Prefeitura de Pariconha/AL Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
Os municípios são incentivados a assumir integralmente as ações
e serviços de saúde em seu território. Esse princípio do SUS foi
fortalecido pelo Pacto pela Saúde, acertado pelos três entes fe-
derados em 2006. A partir de então, o município pode assinar um
Termo de Compromisso de Gestão que permite ao gestor munici-
pal ter a gestão de todos os serviços em seu território. O referido
termo deve ser aprovado pelo (a):
a) Comissão Bipartite do estado.
b) Secretário Estadual de Saúde.
c) Comissão intergestora Tripartite.
d) Conselho Nacional de Saúde.

QUESTÃO 7
Ano: 2013 Banca: FAPEC Órgão: Prefeitura de Pariconha/AL Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
Quando ou em quais situações a transferência dos recursos do
PAB pode ser suspensa?
a) No caso da não alimentação, pela SMS junto a SES, dos bancos de
dados de interesse nacional, por mais de dois meses consecutivos.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

b) Quando a secretaria de saúde não prestar contas ao seu respectivo


Conselho Municipal de Saúde.
c) Quando o município implantar uma equipe de Saúde da Família e não
informar ao Ministério da Saúde.
d) Quando o município não comprova a contrapartida de recursos próprios.

QUESTÃO 8
Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Ní-
vel: Superior.
De acordo com o Decreto Presidencial nº 7.508/2011, todas as
ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento
da integralidade da assistência à saúde são compreendidos pela:
a) CIB.
b) CIR.
64
c) CIT.
d) RENAME.
e) RENASES.

QUESTÃO 9
Ano: 2010 Banca: CONSULPLAN Órgão Prefeitura de Resende - RJ
Prova: Médico Nível: Superior.
A Portaria do Ministério da Saúde que divulga o Pacto pela Saúde,
estabelece as prioridades do Pacto pela Vida, a fim de privilegiar
alguns segmentos, tais como, EXCETO:
a) Câncer de colo de útero e de mama.
b) Promoção da saúde com índices hospitalares como meta.
c) Mortalidade infantil e materna.
d) Doenças emergentes e endemias como a Dengue.
e) Atenção Básica à Saúde, qualificando a Saúde da Família.

QUESTÃO 10
Ano: 2013 Banca: CONRIO Órgão: Prefeitura de Cosmorama/SP
Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Segundo a NOAS 01/2002 o fortalecimento das funções de controle,
regulação e avaliação dos gestores do SUS deve se dar, principal-
mente atuando na relação com os prestadores de serviços quanto a:
a) Qualidade da assistência, na aferição do grau de satisfação dos
usuários e ainda na capacidade de obter resultados que traduzam de
forma clara e precisa, o impacto sobre a saúde da população.
b) As funções de controle, regulação e avaliação devem ser coerentes
com os processos de planejamento, programação e alocação de recur-
sos em saúde, tendo em vista sua importância para a revisão de priori-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
dades e diretrizes, contribuindo para o alcance de melhores resultados
em termos de impacto na saúde da população.
c) A Secretaria de Assistência à Saúde está se empenhando na criação
de instrumentos que, de um lado, lhe permitam conhecer a realidade das
atuais estruturas e o funcionamento dos serviços estaduais de controle,
regulação e avaliação para sua melhor organização e implementação.
d) Todas as alternativas estão corretas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O Pacto pela Saúde, instituído por meio da Portaria GM/MS nº 399/2006,
estabeleceu seis prioridades no Pacto pela Vida e a Portaria do MS nº
325/2018 complementou a lista de prioridades, cite-as:

65
TREINO INÉDITO
O Pacto pela Saúde 2006:
a) Reforça a organização das regiões sanitárias, instituindo mecanis-
mos de cogestão e planejamento regional.
b) Qualifica o acesso da população à atenção integral à saúde.
c) Propõe um financiamento bipartite que estimula critérios de universa-
lidade nas transferências fundo a fundo.
d) Valoriza a macro função de cooperação técnica entre os gestores.

NA MÍDIA
MINISTRO DA SAÚDE PLANEJA IMPLANTAR TERCEIRO TURNO
EM POSTOS
Sua proposta é ampliar o atendimento em unidades de saúde que atual-
mente abrem das 7h às 11h e das 13h às 17h
O médico Luiz Henrique Mandetta assumiu nesta quarta-feira (2) o co-
mando do Ministério da Saúde. Na cerimônia em que recebeu o cargo
de Gilberto Occhi, Mandetta disse que planeja implantar um terceiro
turno de atendimento, com horário estendido, em unidades de saúde
que atualmente abrem das 7h às 11h e das 13h às 17h. De acordo com
o ministro, o objetivo é reestruturar a atenção à saúde básica no país.
A proposta para implantação do terceiro turno ainda está em estudo. De
acordo com o ministro, é necessário observar as peculiaridades de cada
região do país para adotar as medidas adequadas.
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Ele esclareceu que não se deve implementar ações iguais para todos
os locais. “São diferentes ‘Brasis’. Não adianta uma receita de bolo para
esse país inteiro.”
Mandetta disse também que tem um “compromisso muito grande” com
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

a família, a fé e a pátria. Segundo ele, “cada centavo” economizado pela


pasta em sua gestão irá para a assistência à população.
“A mulher trabalhadora e o homem trabalhador, muitas vezes, saem de
casa antes das 7h e voltam depois das 18h. Ou seja, a unidade básica
de saúde, para eles, fica praticamente inalcançável.”
Deputado federal de 2011 a 2018 e ex-secretário de Saúde de Campo
Grande, o médico ortopedista teve o nome confirmado em novembro
pelo presidente Jair Bolsonaro.
Primeiros 100 dias
Além da reestruturação da atenção básica, os primeiros 100 dias da
nova gestão na pasta devem priorizar o atendimento hospitalar, com
foco no Rio de Janeiro, onde há uma rede de responsabilidade da União
– seis hospitais federais e três institutos.
“Devemos fazer um choque de gestão nessas unidades, construindo
66
alguns conceitos coletivos de compra para a redução de custo, dando
transparência ao acesso”, defendeu o ministro.
De acordo com Mandetta, há ainda planos para enviar profissionais es-
pecializados do Ministério da Saúde para Roraima, estado que registra
surto de sarampo há pelo menos 10 meses. A cepa do vírus que circula
na área é a mesma identificada no surto que assola a Venezuela.
“Essa entrada de venezuelanos, desregrada como foi, trouxe à tona um
surto de sarampo em Roraima que se estendeu à região amazônica e que
está se estendendo pelo país porque a nossa vacinação é muito baixa.”
Mais Médicos
Mandetta confirmou que pretende revisar o Programa Mais Médicos e
rebateu a afirmação de que faltam profissionais no Brasil.
Segundo ministro, o país conta com aproximadamente 320 faculdades
de medicina e 26 mil médicos graduados em 2018, com previsão de
aumento desse contingente em 10% ao ano até chegar a 35 mil profis-
sionais formados.
“Quem forma essa quantidade toda de profissionais? Muitos deles endi-
vidados pelo Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] e muitos forma-
dos em escola pública. Não temos uma proposta ou política de indução
para que eles venham para o sistema público de saúde.”
Médicos militares
O ministro ressaltou que a alternativa de usar a mão de obra de médicos
militares já existe – profissionais, quando se formam, precisam se rea-
presentar ao serviço militar para fazer a retirada do diploma. Atualmen-
te, segundo ele, cerca de 4.500 médicos são convocados para atuar no
militarismo brasileiro.
“Se estamos formando 25 mil, podemos, sim, discutir uma maneira de
aumentar, se estiver faltando. Principalmente nesses locais de difícil
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
provimento é, sim, uma possibilidade a utilização desses profissionais
via Exército Brasileiro.”
Saúde indígena
O ministro adiantou planos de mudanças na saúde indígena. Ele lembrou
que a Secretaria Nacional de Saúde Indígena, para operacionalizar o sis-
tema, faz repasses sistemáticos ao terceiro setor para que organizações
não governamentais possam chegar às populações em questão.
“Não nos parece a maneira mais adequada para controle, nem a manei-
ra adequada de estruturar uma política permanente de saúde indígena”,
disse, ao citar indicadores como elevadas taxas de mortalidade infantil,
de obesidade e de diabetes nas aldeias.
Em seguida, Mandetta acrescentou: “Não conseguimos, nesses anos
todos, trazer uma política de saúde pública para a população indíge-
na sempre porque partimos do conceito de que tem que ser tutorado”.
67
“Não temos preconceito algumcom organizações não governamentais
[ONGs]. Mas a maneira como é feito hoje, me parece que há um repas-
se de volumes muito altos para uma prestação de contas muito frágil.”
Fonte: EXAME
Data: 2 jan. 2017.
Leia a notícia na íntegra: https://exame.abril.com.br/brasil/ministro-da-
-saude-planeja-implantar-terceiro-turno-no-sus/

NA PRÁTICA
O Sistema Único de Saúde tem como princípios a universalidade de aces-
so aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, e a saúde é
um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar
este direito; a equidade que parte da premissa de que todo o cidadão é
igual perante o SUS, e que será atendido conforme as suas necessidades;
e a integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti-
vos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexidade.
Todavia, a prática diária, tem permitido observar que os princípios do SUS,
muitas vezes têm assumido um papel “utópico”. Pois, existe uma lacuna,
no que diz respeito à ideologia do sistema e a sua praticidade, visto que
muitos indivíduos, juntamente com suas famílias, muitas vezes vivenciam
situações que ferem seus direitos como cidadãos e que possuem direitos.
Nota-se que o fortalecimento da Atenção básica (uma das prioridades
pactuadas no Pacto pela Saúde e a acessibilidade dos usuários aos
serviços de saúde na Atenção Básica despertou o interesse do Ministé-
rio da Saúde, desse modo, na perspectiva da gestão, visa direcionar ou
redirecionar as prioridades governamentais, permitindo o correto inves-
timento no fortalecimento da Atenção Básica.
É de competência do Ministério da Saúde - MS estabelecer a gestão
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

pública com base na indução, monitoramento e avaliação de proces-


sos e resultados mensuráveis, garantindo acessibilidade e qualidade da
atenção em saúde para toda a população.

PARA SABER MAIS


Livros: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para en-
tender a gestão do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
Acesse os links:http://redehumanizasus.net/92321-pacto-pela-saude/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1996/prt2203_05_11_1996.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html

68
ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
À SAÚDE

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH)

Criada pelo Ministério da Saúde desde 2003 para efetivar os


princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, quali-
ficando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre
gestores, trabalhadores e usuários.

6969
As principais informações sobre a PNH que estão disponíveis
no Portal Humaniza SUS no site eletrônico do Ministério da Saúde
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/projeto-lean-
-nas-emergencias/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus

PNH: Macro-Objetivos

1. Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos


gestores e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/funda-
mental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários;
2. Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do
SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organiza-
ções da sociedade civil;
3. Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os
PROMINAS

processos de formação e produção de conhecimento em articulação


PROMINAS

com movimentos sociais e instituições.


- GRUPO
- GRUPO

PNH: Princípios Norteadores da Política de Humanização


DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E SAÚDE
SUS

Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práti-


cas de atenção e gestão, fortalecendo/estimulando processos integra-
dores e promotores de compromissos/responsabilização.
Estimulo a processos comprometidos com a produção de saú-
de e com a produção de sujeitos.
Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomen-
tando a transversalidade e a grupalidade.

70
Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo
e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS.
Utilização de informação, da comunicação, da educação per-
manente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e prota-
gonismo de sujeitos e coletivos.

Para conhecer melhor a rede de Humanização, acesse o site


da REDEHUMANIZASUS e fique por dentro de tudo que está aconte-
cendo. Clique aqui: http://www.redehumanizasus.net/ e explore o site.

PNH: Marcas Específicas/Prioridades

Com a implementação da Política Nacional de Humanização


(PNH), definiu-se para consolidar, prioritariamente, quatro marcas es-
pecíficas:
• Serão reduzidas as filas e o tempo de espera com ampliação
do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

de risco;
• Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que
cuidam de sua saúde e os serviços de saúde se responsabilizarão por
sua referência territorial;
• As unidades de saúde garantirão as informações ao usuário,
o acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha) e
os direitos do código dos usuários do SUS;
• As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos
seus trabalhadores e usuários assim como educação permanente aos
trabalhadores.

71
PNH: Diretrizes para a Implementação

1. Ampliar o diálogo entre os profissionais, entre profissionais


e população, entre profissionais e administração, promovendo a gestão
participativa;
2. Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho de Hu-
manização com plano de trabalho definido;
3. Estimular práticas resolutivas, racionalizar e adequar o uso
de medicamentos, eliminando ações intervencionistas desnecessárias;
4. Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com
o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e
corresponsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo
de produção de saúde;
5. Sensibilizar as equipes de saúde ao problema da violência in-
trafamiliar (criança, mulher e idoso) e à questão dos preconceitos (sexual,
racial, religioso e outros) na hora da recepção e dos encaminhamentos;
6. Adequar os serviços ao ambiente e à cultura local, respeitan-
do a privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável.
7. Viabilizar participação dos trabalhadores nas unidades de
saúde através de colegiados gestores;
8. Implementar sistema de comunicação e informação que pro-
mova o autodesenvolvimento e amplie o compromisso social dos traba-
lhadores de saúde;
9. Promover ações de incentivo e valorização da jornada integral
ao SUS, do trabalho em equipe e da participação em processos de edu-
cação permanente que qualifiquem sua ação e sua inserção na rede SUS.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

PNH: Parâmetros para Acompanhamento da Implementação

Na Atenção Básica:

Elaborar projetos de saúde individuais e coletivos para usuá-


rios e sua rede social, considerando as políticas intersetoriais e as ne-
cessidades de saúde;
Incentivar às práticas promocionais da saúde;
Estabelecer formas de acolhimento e inclusão do usuário que
promovam a otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização
de riscos e o acesso aos demais níveis do sistema efetivadas.
Na Urgência e Emergência, nos Pronto-Socorros, Pronto-Aten-
72
dimentos, Assistência Pré-Hospitalar e outros:
Garantir a demanda acolhida através de critérios de avaliação de
risco, garantido o acesso referenciado aos demais níveis de assistência;
Garantir a referência e contra-referência, resolução da urgên-
cia e emergência, provendo o acesso à estrutura hospitalar e a transfe-
rência segura conforme a necessidade dos usuários;
Definir de protocolos clínicos, garantindo a eliminação de in-
tervenções desnecessárias e respeitando a individualidade do sujeito.

Na Atenção Especializada:

Garantir a agenda extraordinária em função da análise de risco


e das necessidades do usuário;
Garantir critérios de acesso: identificados de forma pública, in-
cluídos na rede assistencial, com efetivação de protocolos de referência
e contra referência;
Otimizar o atendimento ao usuário, articulando a agenda multi-
profissional em ações diagnósticas, terapêuticas que impliquem diferen-
tes saberes e terapêuticas de reabilitação;
Definir protocolos clínicos, garantindo a eliminação de inter-
venções desnecessárias e respeitando a individualidade do sujeito.

Na Atenção Hospitalar:

Otimizar do atendimento ao usuário, articulando a agenda mul-


tiprofissional em ações diagnósticas, terapêuticas que impliquem dife-
rentes saberes e terapêuticas de reabilitação;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
Definir protocolos clínicos, garantindo a eliminação de inter-
venções desnecessárias e respeitando a individualidade do sujeito.
Criar de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) com pla-
no de trabalho definido;
Garantir visita aberta, através da presença do acompanhante e
de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar
e peculiaridades das necessidades do acompanhante;
Proporcionar mecanismos de recepção com acolhimento aos
usuários;
Proporcionar mecanismos de escuta para a população e tra-
balhadores;
Garantir equipe multiprofissional (minimamente com médico e en-
fermeiro) de atenção à saúde para seguimento dos pacientes internados
73
e com horário pactuado para atendimento à família e/ou sua rede social;
Possibilitar a existência de mecanismos de desospitalização,
visando alternativas às práticas hospitalares como as de cuidados do-
miciliares;
Garantir de continuidade de assistência com sistema de refe-
rência e contra referência.

POLÍTICA NACIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA – PNAB

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é umas das Polí-


ticas mais importantes na assistência à Saúde no Brasil, sobretudo quan-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

do citamos assuntos relacionados à promoção e prevenção à saúde.


No decorrer dos anos, a PNAB, vem sofrendo modificações e
revisões pelo governo federal, no intuito de acompanhar a mutação das
relações sociais, econômicas, financeiras e, consequentemente, das
condições de saúde no Brasil.
Para explanar as modificações na PNAB trouxemos citações
históricas que definia a Atenção Básica:
A Portaria 648, de 03 de março de 2006, conceituava a Aten-
ção Básica como:
“A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de
saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamen-
to, a reabilitação e a manutenção da saúde.” (BRASIL, 2006).
74
Em 21 de Outubro de 2011, a PNAB foi revisada através da
Portaria 2.488, a partir da qual a Atenção Básica passa a ser definida:
“A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de
saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a pro-
teção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento,
a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o ob-
jetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de
saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes
de saúde das coletividades.” (BRASIL, 2011).
Em 2017, aconteceu a mais recente revisão da PNAB, essa
mudança perpassou por dois momentos importantes. O primeiro mo-
mento foi uma consulta pública que esteve disponível até o mês de
agosto do ano de 2017, com a expectativa de poder incorporar suges-
tões dos vários atores envolvidos: movimentos sociais, usuários, traba-
lhadores e gestores das três esferas de governo.
O segundo momento foi aprovação da nova PNAB, que ocor-
reu em 21 de setembro de 2017, através da Portaria 2.436, que traz a
seguinte definição para a Atenção Básica:
“A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais,
familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados pa-
liativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multipro-
fissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as
equipes assumem responsabilidade sanitária.” (BRASIL,2017)

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

O Ministério da Saúde publica a Portaria nº 2.436, de 21 de


setembro de 2017, que estabelece a revisão de diretrizes da Po-
lítica Nacional de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), o novo texto da PNAB foi aprovado pela
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) no final de agosto de 2017.
A revisão trouxe mudanças como em relação ao prazo de
implantação das equipes, à cobertura do Núcleo Ampliado de Saú-
de da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), ao teto populacional e à
incorporação do Registro Eletrônico em Saúde, além da criação do
perfil de gerente de Unidade Básica de Saúde (UBS).

Nota-se que a PNAB foi se apropriando às novas conformações


75
sociais ao longo dos anos. Essa transformação é a tradução perfeita do
princípio da integralidade, que busca assistir ao individuo em toda sua ple-
nitude, analisando todos os vieses que contribuem para o seu processo
saúde-doença. No sentido de desenvolver um modelo de atenção pautado
pela Atenção Primária à Saúde/Atenção Básica á Saúde, utilizando a Saú-
de da Família como estratégia principal e, provavelmente, não única.
Segundo Brasil, 2011, as Redes de Atenção à Saúde (RAS)
são “arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde
com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, ar-
ticulados de forma complementar e com base territorial”. As RAS terão
a ABS “como primeiro eixo de atenção e principal porta de entrada do
sistema [de saúde]” (BRASIL, 2011).

Acesse a página do Departamento de Atenção Básica – DAB


e aprimore seus conhecimentos sobre a Atenção Básica à Saúde.
A seguir estudaremos as informações mais relevantes so-
bre a PNAB, bem como as alterações trazidas pela nova Política Na-
cional de Atenção Básica (Anexo XXII da Portaria de Consolidação
nº 2/2017) em substituição à Portaria 2.488, de 21 de outubro de 2011.

A seguir estudaremos as informações mais relevantes sobre a


PNAB, bem como as alterações trazidas pela nova Política Nacional de
Atenção Básica (Anexo XXII da Portaria de Consolidação nº 2/2017) em
substituição à Portaria 2.488, de 21 de outubro de 2011.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Para aprofundar os conhecimentos sobre a Nova PNAB,


leia na integra a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017,
no link http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/
prt2436_22_09_2017.html

PNAB: Dos Princípios e Diretrizes

A nova PNAB organiza em termos de princípios e diretrizes o

76
que a 2.488/2011 definia como “fundamentos, diretrizes e funções na
rede de atenção”. São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem
operacionalizadas na Atenção Básica:

Conceituando os princípios do SUS, segundo BRASIL, 2017:

Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde


de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e
preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo
a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e
acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do servi-
ço de saúde que parte do princípio de que, as equipes que atuam na Atenção
Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus
serviços, de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excluden-
tes, e a partir daí construir respostas para suas demandas e necessidades.
Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida
e saúde e, de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
direito à saúde passa pelas diferenciações sociais, e deve atender à diversida-
de. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença,
nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde,
condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, funcio-
nal, entre outras, com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar
exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discrimina-
ção; de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde.
Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde,
que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuida-
do, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agra-
vos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos.
Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de aten-
ção à saúde e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas,
psicológicas, ambientais e sociais, causadoras das doenças, e manejo das
diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além

77
da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Fonte: BRASIL, 2017

PNAB: Das Responsabilidades

Na Política Nacional da Atenção Básica estabelece as responsa-


bilidades comuns e especificas a todas as esferas de governo, da União,
dos Estados e Distrito Federal, dos Municípios na Atenção Básica.
A União tem a responsabilidade de elaborar as diretrizes da
Política Nacional de Atenção Básica em seu território.

78
Ao Estado compete a responsabilidade de apoiar técnica e fi-
nanceiramente a gestão da atenção básica.
É importante ressaltar a autonomia do Município em organizar,
executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, dentro do
seu território, a partir das diretrizes nacionais e estaduais.
No quadro abaixo, serão apresentadas as modificações que
ocorreram após a aprovação da Nova Política da Atenção Básica. Para
ampliar os conhecimentos sobre as responsabilidades e competências,
leia a portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a Polí-
tica Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), o capítulo I - artigo 7º das responsabilidades.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

80
Fonte: BRASIL,2017

PNAB: Da Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento da Atenção


Básica

Conjunto de procedimentos com a finalidade de adequar a es-


trutura física, tecnológica e de recursos humanos das UBS às necessi-
dades de saúde da população de cada território. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Infraestrutura e Ambiência
Os parâmetros de estrutura devem levar em consideração a
densidade demográfica, a composição, atuação e os tipos de equipes,
perfil da população, e as ações e serviços de saúde a serem realizados.
As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações
dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras, etc.),
com reconhecimento no SCNES, bem como nos instrumentos de moni-
toramento e avaliação. (BRASIL, 2017)
Tipos de unidades e equipamentos de Saúde
a) Unidade Básica de Saúde
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial

81
c) Unidade Odontológica Móvel

Funcionamento
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Fonte: BRASIL,2017

PNAB: Do Processo de Trabalho na Atenção Básica

A Nova Política da Atenção Básica amplia alguns conceitos das


características do processo de trabalho na Atenção Básica, no caso do

84
território e territorialização, trazendo a vigilância em saúde (sanitária,
ambiental, epidemiológica e do trabalhador) e a promoção da saúde
como referenciais essenciais para a identificação da rede de causalida-
des e para o planejamento das intervenções em saúde (BRASIL, 2017).
No quadro abaixo, conceituaremos as características do pro-
cesso de trabalho, para potencializar os estudos sobre as característi-
cas do processo de trabalho na atenção básica, leia a portaria nº 2.436,
de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política Nacional de Atenção
Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da
Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), Anexo -
5. Do Processo de trabalho da Atenção Básica.

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PNAB: Do Financiamento da Atenção Básica

Com a revisão da Política Nacional de Atenção Básica, o financia-


mento da Atenção Básica sofreu mudanças e ampliação. Segundo Brasil,
2017, o financiamento deve ser tripartite e detalhamento apresentado pelo
Plano Municipal de Saúde, garantido nos instrumentos conforme especifi-
cado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS.
No quadro abaixo, confrontaremos as mudanças estabelecidas
na Política Nacional de Atenção Básica, fazendo um comparativo das
Portarias 2.488/2011 e do Anexo XXII da Portaria de Consolidação nº
2/2017. As informações em apenas uma das colunas, significa que foram
trechos incluídos pela nova portaria ou que eram previstos na PNAB an-
terior e foram retirados. As palavras ou trechos grifados em negrito cha- POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

mam a atenção para as principais mudanças ou redação inédita.

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PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DE QUALIDADE (PMAQ)

O Programa de Melhoria do Acesso e de Qualidade (PMAQ)


é um programa de âmbito nacional, que tem como objetivo de induzir
a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da Atenção Básica,
com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional
e localmente, de maneira a permitir maior transparência e efetividade
das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.
Lançado em 2011, contemplou em seu primeiro ciclo a adesão de
equipes de Saúde da Família e de Atenção Básica parametrizadas, incluin-
do equipes de saúde bucal. Em 2013 aconteceu o segundo ciclo do PMAQ,
nesse ciclo houve a inclusão dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
(NASF) e Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) ao PMAQ.

PMAQ: Diretrizes

I. Definir parâmetro de qualidade, considerando-se as diferen-


tes realidades de saúde, de maneira a promover uma maior resolutivi-
dade das equipes de saúde da atenção básica;
II. Estimular processo contínuo e progressivo de melhoramento
dos padrões e indicadores de acesso e de qualidade que envolvam a
gestão, o processo de trabalho e os resultados alcançados pelas equi-
pes de saúde da atenção básica;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

III. Transparência em todas as suas etapas, permitindo-se o


contínuo acompanhamento de suas ações e resultados pela sociedade;
IV. Envolver e mobilizar os gestores federal, estaduais, do Dis-
trito Federal e municipais, as equipes de saúde de atenção básica e os
usuários em um processo de mudança de cultura de gestão e qualifica-
ção da atenção básica;
V. Desenvolver cultura de planejamento, negociação e contra-
tualização, que implique na gestão dos recursos em função dos com-
promissos e resultados pactuados e alcançados;
VI. Estimular o fortalecimento do modelo de atenção previsto
na Política Nacional de Atenção Básica, o desenvolvimento dos traba-
lhadores e a orientação dos serviços em função das necessidades e da
satisfação dos usuários;
VII. Caráter voluntário à adesão, tanto pelas equipes de saúde
98
da atenção básica, quanto pelos gestores municipais, a partir do pres-
suposto de que o seu êxito depende da motivação e proatividade dos
atores envolvidos.

PMAQ: Fases

O PMAQ-AB é composto por 3 (três) fases e um Eixo Estratégi-


co Transversal de Desenvolvimento, que compõem um ciclo. Cada ciclo
do PMAQ-AB ocorrerá a cada 24 (vinte e quatro) meses. São as fases:
Fase 1- Adesão e Contratualização: consiste na etapa formal
de adesão ao Programa, será realizada pelas Equipes que ingressarem
no PMAQ-AB pela primeira vez a cada ciclo. São observadas as seguin-
tes etapas:
I - Formalização da adesão pelo Distrito Federal ou Município,
que será feita por intermédio do preenchimento de formulário eletrônico
específico a ser indicado pelo Ministério da Saúde;
II - contratualização da equipe de saúde da atenção básica e
do gestor do Distrito Federal ou municipal, de acordo com as diretrizes
e critérios definidos do Manual Instrutivo do PMAQ-AB; e
III - informação sobre a adesão do Município ao Conselho Mu-
nicipal de Saúde e à Comissão Intergestores Regional.
Fase 2 - Certificação e será composta pelas seguintes etapas:
I - Avaliação externa de desempenho das equipes de saúde e
gestão da atenção básica, que será coordenada de forma tripartite e rea-
lizada por instituições de ensino e/ou pesquisa, por meio da verificação
de evidências para um conjunto de padrões previamente determinados;
II - avaliação de desempenho dos indicadores contratualizados
na etapa de adesão e contratualização;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
III - verificação da realização de momento autoavaliativo pelos
profissionais das equipes de atenção básica.
As equipes avaliadas receberão as seguintes classificações de
desempenho: Ótimo; Muito Bom; Bom; Regular; e Ruim.
Caso a equipe contratualizada não alcance um conjunto de pa-
drões mínimos de qualidade, considerados essenciais, nos termos do
Manual Instrutivo do PMAQ-AB, ela será automaticamente certificada
com desempenho ruim.
Fase 3 – Recontratualização: caracteriza pela pactuação sin-
gular do Distrito Federal e dos Municípios com incremento de novos
padrões e indicadores de qualidade, estimulando a institucionalização
de um processo cíclico e sistemático a partir dos resultados verificados
na fase 2 do PMAQ-AB.
99
Importante: A Fase 3 será realizada pelas equipes que partici-
param do PMAQ-AB em ciclo anterior.
O Eixo Estratégico Transversal de Desenvolvimento do PMAQ-
-AB deve ser entendido como transversal a todas as fases, de maneira
a assegurar que as ações de promoção da melhoria da qualidade pos-
sam ser desenvolvidas em todas as etapas do ciclo do PMAQ-AB. É
composto pelos seguintes elementos:
I - Autoavaliação, a ser feita pela equipe de saúde da atenção bá-
sica, a partir de instrumentos ofertados pelo PMAQ-AB ou outros definidos
e pactuados pelo Estado, Distrito Federal, Município ou Região de Saúde;
II - monitoramento, a ser realizado pelas equipes de saúde da
atenção básica, pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Secretaria
de Estado da Saúde do Distrito Federal, pela Secretaria de Estado da
Saúde e pelo Ministério da Saúde em parceria com as Comissões Inter-
gestores Regionais (CIR), a partir dos indicadores de saúde contratuali-
zados na Fase 1 do PMAQ-AB;
III - educação permanente, por meio de ações dos gestores
municipais, do Distrito Federal, estaduais e federal, considerando-se as
necessidades de educação permanente das equipes;
IV - apoio institucional, a partir de estratégia de suporte às
equipes de saúde da atenção básica pelos Municípios e à gestão muni-
cipal pelas Secretarias de Estado da Saúde e Conselho de Secretarias
Municipais de Saúde (COSEMS);
V - cooperação horizontal presencial e/ou virtual, que deverá
ocorrer entre equipes de atenção básica e entre gestores, com o intuito
de permitir a troca de experiências e práticas promotoras de melhoria da
qualidade da atenção básica.
A cada ciclo, o Distrito Federal e os Municípios que aderirem ao
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

PMAQ-AB farão jus ao Incentivo Financeiro do PMAQ-AB, denominado


Componente de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável (PAB Va-
riável), que será repassado ao Distrito Federal e aos Municípios em 2 (dois)
momentos: No início de cada ciclo, após a homologação da adesão do
Distrito Federal ou Município ao PMAQ-AB; e após a Fase 2 de cada ciclo.

SAÚDE DA FAMÍLIA COMO ESTRATÉGIA DA MUDANÇA

100
No Brasil, desde os anos 1920 até a atualidade, observamos
a várias tentativas de se organizar a Atenção Primaria à Saúde (APS).
Nesse período, vários modelos de políticas de saúde foram implantados
em diferentes regiões do país, em função de interesses e concepções
bastante distintas. Entretanto, o marco mais importante da APS ocorreu
por meio da implantação do Programa Saúde da Família (PSF), influen-
ciado por abordagens internas e externas de cuidados primários, apre-
sentando-se como uma proposta mais abrangente de APS.
Na década de 1980, foi estabelecido um conjunto de determi-
nações que propiciaram uma ampliação da oferta de ações e serviços
de saúde na atenção básica que, consequentemente, expandiu a co-
bertura para localidades (de regiões, municípios etc.), prioritariamente,
onde existiam vazios assistenciais que se traduziam na inexistência de
recursos de saúde às populações.
A partir da institucionalização das Ações Integradas de Saúde
(AIS), enquanto projeto interministerial (Saúde, Previdência e Educa-
ção), iniciou o esse processo, no período de 1983 a 1987, por meio de
convênios entre a União, estados e municípios, com o estabelecimento
de recursos financeiros (ALBUQUERQUE, 2012).
Por meio das Ações Integradas de Saúde, o conjunto de ações
e serviços de saúde desenvolvido, ia além da assistência médica, pois
se estruturava, em sua maioria, a partir do reconhecimento das neces-
sidades da população, com uma perspectiva de atuação em território
delimitado. Deste modo, era intrínseca à sua concepção a integração
entre o serviço e a comunidade e entre o usuário e os profissionais de
saúde. Um princípio estruturante da organização dos serviços era a in-
tegração (LIMA et al.,2005).
As AIS foram supridas pelo Sistema Unificado e Descentrali-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
zado de Saúde (SUDS) no ano de 1987. O Sistema foi criado por meio
do Decreto Presidencial de nº 94.657 de 20/07/1987, permanecendo
sob a responsabilidade do Ministério da Saúde (MS) e do Ministério da
Previdência e da Assistência Social (MPAS) até a criação e o início da
operacionalização do SUS (1988/1990) (ALBUQUERQUE, 2012).
Albuquerque (2012) afirma que em 1991, com base em ex-
periências internacionais e nacionais, foi instituído o Programa Nacio-
nal de Agentes Comunitários de Saúde (PNACS) pelo MS, por meio
da publicação do Manual do Agente Comunitário de Saúde (ACS) pela
Fundação Nacional de Saúde. O PNACS, em 1992, passou a ser de-
nominado como Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Nesta ocasião, a unidade programática e de cobertura, em saúde, é a
família, e não o indivíduo em sua singularidade. O indicador de cobertu-
ra era o número de famílias cadastradas pelo programa. Desse período
101
a diante, as demandas por ampliação das ações relacionadas à atenção
básica marcavam o cenário da situação de saúde do país.
Diante do exposto, a Portaria nº 692/1994 foi publicada, sob a
justificativa de que havia uma necessidade de ampliar a interiorização
do SUS, na qual dispunha sobre a criação, enquanto metas do MS, do
Programa de Interiorização do Sistema Único de Saúde (PISUS) e do
Programa de Saúde da Família (PSF) (BRASIL, 1994). Prioritariamen-
te, o PISUS foi implantado, nos municípios dos estados da Amazônia
legal. E, o PSF tornaria um modelo de atenção para todo o país, que
daria prioridade não só à assistência médica individual, mas também
às ações de promoção e proteção da saúde. E, sua operacionalização
ocorreria por meio do trabalho em equipe, minimamente composta por:
• 01 médico;
• 01 enfermeiro;
• 01 profissional de nível médio em enfermagem (técnico ou
auxiliar) e;
• Agentes Comunitários de Saúde – ACSs (sem estabelecer o
quantitativo, por equipe).

É importante saber que 12 estados foram os primeiros a


aderir ao PSF. São eles: Alagoas, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Ser-
gipe, Pará, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná
e Santa Catarina, apesar de o PSF ter sido elaborado para ser um
modelo de atenção em todo o país.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

No final de 1994, 55 municípios contavam com USF (Uni-


dades de Saúde da Família), com 328 equipes em atuação (ALBU-
QUERQUE, 2012).

Até 1996, cabe ressaltar que o PSF foi implantado em pou-


cos municípios. Tal situação começou a mudar após a publicação da
NOB/96, que explicitava, entre outros dispositivos, as bases para reor-
denação de um novo modelo de atenção à saúde e estabelecia a forma
de financiamento da ABS (Atenção Básica em Saúde), especificamente
do PACS e do PSF, por meio da criação do PAB (Piso da Atenção Bási-
ca), cujo cálculo seria de base populacional para o montante de recur-
sos financeiros federais que seriam repassados aos municípios, exclu-
sivamente para os procedimentos e ações da ABS (BRASIL, 2001).
Após a publicação da NOB/96, os gestores municipais corro-
102
boram maior interesse pela implantação dos programas, que começou
a proporcionar uma rápida expansão, com tendência crescente, princi-
palmente nos municípios de pequeno porte.
Com isso, a Portaria nº 1.886/97, em suas disposições, reco-
nhece o PACS e o PSF como “importante estratégia” para o aprimo-
ramento e a consolidação do SUS. Assim, resolve aprovar as normas
e diretrizes dos programas, planejando regulamentar a implantação e
operacionalização dos mesmos. Devido à expansão de forma signifi-
cativa do PSF, o PACS passou a apresentar uma redução gradativa da
sua cobertura sem, evidentemente, reduzir a cobertura populacional,
que passava a ser atendida pelo PSF (BRASIL, 1997).
A partir da publicação da Portaria nº 1.886/97, o Programa de
Saúde da Família passou a ser oficialmente uma estratégia de mudança
de modelo de atenção à saúde, a partir da ABS, e recebeu a denomi-
nação de Estratégia Saúde da Família (ESF). No entanto, há quase 20
anos de tal publicação, inúmeros atores que atuam direta ou indireta-
mente na ESF a denominam de PSF; mas o que é relevante é que se
trata de uma importante estratégia (ALBUQUERQUE, 2012).
O MS publicou a Portaria nº 3.925/98, que dispõe sobre a cria-
ção do Manual para a Organização da Atenção Básica no SUS, estabe-
lecendo o conceito de Atenção Básica em Saúde (ABS), definido como
sendo um conjunto de ações de caráter individual e coletivo, sendo o
primeiro nível de atenção do sistema de saúde; e, assumiu que, entre as
estratégias existentes no SUS de reorientação do modelo de atenção, a
Estratégia Saúde da Família seria considerada como “estratégia priori-
tária da saúde”, devido a necessidade de readequar as orientações aos
municípios e instrumentalizá-los quanto à organização do sistema de
saúde devido à ampliação da cobertura da ESF (BRASIL, 1998).
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
A Estratégia Saúde da Família surge com intuito de reverter à
crise do modelo médico-clínico promovendo uma verdadeira mudança
no conceito à saúde, visto que o modelo assistencial predominante no
país ainda não contempla os princípios do SUS, ou seja, a assistência
permanece individualizada, baseada na cura e na medicalização com
baixa resolutividade e baixo impacto social (Campos, 2007).
Para sua consecução, tanto a APS quanto a ESF, necessitam
de diretrizes que apoiem as diferentes atividades a elas relacionadas.
A definição de território adstrito, tão cara à sua organização, coloca-se
como estratégia central, procurando reorganizar o processo de trabalho
em saúde mediante operações intersetoriais e ações de promoção, pre-
venção e atenção à saúde (MONKEN; BARCELLOS, 2005), permitindo
a gestores, profissionais e usuários do SUS compreender a dinâmica
dos lugares e dos sujeitos (individual e coletivo), desvelando as desi-
103
gualdades sociais e as iniquidades em saúde (GONDIM, 2012).
Contudo, concluímos essa etapa de aproximação com as Polí-
ticas de Saúde, em especial a Atenção Básica e a Estratégia Saúde da
Família no SUS. Mas, cabe reforçarmos que no SUS existem inúmeras
Políticas de Saúde além das apresentadas nesse módulo. Uma vez que as
Políticas de Saúde veem sofrendo alterações e atualizações constantes.
E lembre-se: o SUS depende da atuação concreta de milhares
de trabalhadores das equipes da ESF espalhadas por todo o país, para
que suas possibilidades de defesa da vida tornem-se realidade para
milhões de brasileiros e brasileiras!
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

104
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: IBFC Órgão: SSA-HMDCC Prova: Analista Admi-
nistrativo Nível: Superior.
Sobre a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), seus funda-
mentos e diretrizes, analise as sentenças abaixo, classificando-as
como V (verdadeira) ou F (falsa). A seguir, assinale a alternativa,
que contém a sequência correta, de cima para baixo:
( ) Ter território adstrito sobre o mesmo é uma das diretrizes da PNAB.
( ) Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua
autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das
pessoas e coletividades do território, é uma das diretrizes na PNAB.
( ) A PNAB não considera os termos “Atenção Básica” e “Atenção Pri-
mária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes.
a) V – V – V.
b) F – V – F.
c) V – V – F.
d) V – F – V

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: UNC Órgão: Prefeitura de Mafra/SC Prova: Enfer-
meiro Nível: Superior.
A Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, levando em conside-
rando a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão
do SUS, de 2003, do Ministério da Saúde, em seu conteúdo dis-
põe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, onde dei-
xa claro que toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
ordenados e organizados para garantia da promoção, prevenção,
proteção, tratamento e recuperação da saúde. Leia atentamente as
afirmações abaixo e marque com (V) a(s) afirmativa(s) verdadei-
ra(s) e com (F) a(s) afirmativa(s) falsa(s).
( ) O acesso será preferencialmente nos serviços de Atenção Bá-
sica integrados por centros de saúde, postos de saúde, unidades
de saúde da família e unidades básicas de saúde ou similares mais
próximos de sua casa.
( ) Nas situações de urgência/emergência, qualquer serviço de saú-
de deve receber e cuidar da pessoa bem como encaminhá-la para
outro serviço no caso de necessidade.
( ) Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegurada
a remoção do usuário, em tempo hábil e em condições seguras
para um serviço de saúde com capacidade para resolver seu tipo
105
de problema.
( ) O encaminhamento às especialidades e aos hospitais, pela Aten-
ção Básica, será estabelecido em função da necessidade de saúde
e indicação clínica, levando-se em conta a gravidade do problema
a ser analisado pelas centrais de regulação.
( ) Quando houver alguma dificuldade temporária para atender as
pessoas é da responsabilidade da direção e da equipe do serviço,
acolher, dar informações claras e encaminhá-las privilegiando os
mais necessitados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de
cima para baixo.
a) V – F – V – F – V.
b) V – F – V – F – V.
c) V – V – V – V – F.
d) F – F – V – V – F.
e) V – V – V – V – V.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: COPERVE - UFSC Órgão: UFSC Prova: Enfer-
meiro Nível: Superior.
Por meio da Portaria MS nº 2.436/2017, o Ministério da Saúde apro-
vou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) com vistas à revi-
são da regulamentação de implantação e operacionalização vigen-
tes, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo-se
as diretrizes para a organização do componente atenção básica na
Rede de Atenção à Saúde (RAS). De acordo com essa portaria anali-
se as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. A atenção básica é a principal porta de entrada e centro de co-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

municação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das


ações e serviços disponibilizados na rede.
II. A PNAB tem na saúde da família sua estratégia prioritária, con-
siderada a única opção de modelo para expansão e consolidação
da atenção básica.
III. Os Agentes Comunitários da Saúde (ACS) são essenciais na
composição da equipe de atenção básica, sendo recomendadas
até 750 pessoas por ACS em áreas de grande dispersão territorial,
risco e vulnerabilidade social.
IV. São atribuições específicas do(a) enfermeiro(a) na atenção básica
a realização de consultas de enfermagem, procedimentos, solicita-
ção de exames complementares, prescrição de medicações confor-
me protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas ou outras normati-
vas técnicas, observadas as disposições legais da profissão.
106
V. Na organização do processo de trabalho da atenção básica, é
possível, de acordo com a necessidade e conformação do territó-
rio, através de pactuação e negociação entre gestão e equipes, que
o usuário seja atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o
diálogo e a informação com a equipe de referência.
a) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas.
e) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas

QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: IF-PB Órgão: IF-PB Prova: Enfermeiro Nível: Su-
perior.
O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Atenção Básica (PMAQ), instituído pela Portaria de nº 1.654 GM/
MS, de 19 de julho de 2011, foi produto de um importante processo
de negociação e pactuação das três esferas de gestão do SUS, em
que o Ministério da Saúde contou com os gestores municipais e
estaduais, representados pelo Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (CONASEMS) e Conselho Nacional de Secre-
tários de Saúde (CONASS). Com base no enunciado, são conside-
rados objetivos do PMAQ:
a) Fornecer padrões de boas práticas e organização das Unidades Básicas
de Saúde (UBS) que norteiem a melhoria da qualidade da Atenção Básica
(AB), embora os profissionais não estejam aptos para essas ações.
b) Promover maior conformidade das UBS com os princípios da AB,
aumentando a efetividade na melhoria das condições de saúde, mesmo
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
sem garantir a satisfação dos usuários, na qualidade das práticas de
saúde e na eficiência e efetividade do sistema de saúde.
c) Melhorar a qualidade da alimentação e uso dos sistemas de informa-
ção o que pode ser considerado um esforço inadequado.
d) Estimular o foco da AB no usuário, promovendo a transparência dos
processos de gestão, sem haver necessariamente a participação e con-
trole social.
e) Ampliar o impacto da AB sobre as condições de saúde da população
e sobre a satisfação dos seus usuários, por meio de estratégias de faci-
litação do acesso e melhoria da qualidade dos serviços e ações da AB.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: UFPel-CES Órgão: UFPEL Prova: Auxiliar de En-
fermagem Nível: Médio.
107
Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), conside-
re as afirmativas a seguir:
I) A implementação da PNH tem por objetivo reduzir as filas e o
tempo de espera com ampliação do acesso e atendimento acolhe-
dor e resolutivo baseados em critérios de risco.
II) Entende-se por Humanização a valorização dos diferentes su-
jeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores.
III) A PNH existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no
cotidiano das práticas de atenção e gestão.
Está(ão) correta(s)
a) As afirmativas I, II e III, apenas.
b) A afirmativa II, apenas.
c) A afirmativa III, apenas.
d) As afirmativas I e II, apenas.
e) A afirmativa I, apenas.

QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: Prefeitura de Natal - RN Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
Diante do cenário de dificuldades para concretização dos princípios
do SUS e do questionamento sobre a qualidade da assistência à saú-
de oferecida a seus usuários, formulou-se, em 2003, a Política Nacio-
nal de Humanização do SUS. A PNH tem como um dos seus objetivos
a) Permitir aos usuários o acesso às informações gerais sobre saúde,
como o serviço responsável pelo seu atendimento que, independente-
mente do nível complexidade, deve ser no seu território.
b) Garantir, nas unidades de saúde, educação permanente aos traba-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

lhadores do SUS e gestão participativa, que inclui os trabalhadores e os


usuários nas decisões.
c) Reduzir filas e o tempo de espera, com atendimento acolhedor e
resolutivo, considerando a vulnerabilidade social e extinguindo o atendi-
mento por livre demanda.
d) Valorizar a dimensão subjetiva e social em todas as práticas de aten-
ção e gestão do SUS, enfatizando a determinação biológica do proces-
so saúde-doença.

QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO) Órgão:
Petrobras Transporte S.A (TRANSPETRO) (2ª edição) Prova: Enfer-
meiro do Trabalho Júnior Nível: Superior.
O processo de construção de espaços saudáveis, acolhedores e
108
confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças
no processo de trabalho e considerem todas as dimensões huma-
nas implicadas no processo de ocupação dos espaços, para que
estes sejam de fato produtores de saúde caracteriza a seguinte
diretriz do HumanizaSUS:
a) Acolhimento
b) Ambiência
c) Clínica ampliada
d) Defesa dos direitos
e) Valorização do trabalho

QUESTÃO 8
Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: - Secretaria de Estado da Saúde -
DF (SES/DF) (6ª edição) Prova: Enfermeiro Obstetra Nível: Superior.
Rede de cuidados que visa a assegurar à mulher o direito ao plane-
jamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e
ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro
e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.
A definição apresentada refere-se à Rede
a) Cegonha.
b) De Atenção à Saúde (RAS).
c) De Atenção à Mulher e à Criança (RAMC).
d) De Ampliação dos Cuidados Maternoinfantis.
e) De Atenção Primária de Saúde.

QUESTÃO 9
Ano: 2017 Banca: AMEOSC Órgão: Prefeitura de São José do Ce-
dro - SC Prova: Agente Comunitário de Saúde Nível: Médio
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
Entende-se por Atenção Básica à Saúde:
a) Um conjunto de ações estabelecidas no último nível de atenção dos
sistemas de saúde, direcionadas à promoção de doenças, prevenção
de drogas, tratamento e reabilitação
b) Um conjunto de ações estabelecidas no segundo nível de atenção
dos sistemas de ensino, direcionadas à promoção da alfabetização,
prevenção de fracassos, treinamento e habilitação.
c) Um conjunto de ações estabelecidas no primeiro nível de atenção
dos sistemas de saúde, direcionadas à promoção da saúde, prevenção
de agravos, tratamento e reabilitação.
d) Ações estabelecidas em nível internacional de atenção dos sistemas
de saúde, direcionadas à promoção da qualidade de vida, prevenção de
acidentes de trabalho, treinamento e habilitação.

109
QUESTÃO 10
Ano: 2016 Banca: FAUEL Órgão: CISMEPAR-PR Prova: Assistente
Social Nível: Superior.
“A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da expe-
riência acumulada por conjunto de atores envolvidos historicamen-
te com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de
Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e
gestores das três esferas de governo. No Brasil, a Atenção Básica é
desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilarida-
de, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas” (BRASIL.
Política Nacional de Atenção Básica. Ministério da Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde, 2012.). Sobre a PNAB, é correto afirmar que:
a) A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa a implantação da atenção
básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
É tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica.
b) São atribuições exclusivas da equipe de enfermagem: participar do
acolhimento dos usuáriosrealizando a escuta qualificada das necessi-
dades de saúde, procedendo à primeira avaliação e identificação das
necessidades de intervenções de cuidado, proporcionando atendimento
humanizado, responsabilizando-se pela continuidade da atenção e via-
bilizando o estabelecimento do vínculo.
c) São itens necessários à Estratégia Saúde da Família: existência de
equipe multiprofissional(equipe de Saúde da Famíli(A) composta por, no
mínimo, médico, enfermeiro e agentes comunitários de saúde, podendo
acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional
e os profissionais de saúde bucal (cirurgião-dentista, auxiliar e/ ou téc-
nico em saúde bucal).
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

d) É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de


Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a
reorganização inicial da atenção básica, com vistas à implantação gra-
dual da Estratégia Saúde da Família ou como forma de agregar os agen-
tes comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O Programa de Melhoria do Acesso e de Qualidade (PMAQ) é um pro-
grama de âmbito nacional, que tem como objetivo de induzir a ampliação
do acesso e a melhoria da qualidade da Atenção Básica, com garantia
de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente,
de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações go-
vernamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde. O PMAQ-AB
é tem etapas que compõem um ciclo e que ocorrerá a cada 24 meses.
110
Diante do exposto, cite e descreva todas as etapas.

TREINO INÉDITO
De acordo com a Política Nacional da Atenção Básica, assinale V
para afirmativas verdadeiras e F para falsas.
I. O Ministério da Saúde definiu a Saúde da Família como a estraté-
gia prioritária para a organização e fortalecimento da Atenção Pri-
mária no país. Por meio dessa estratégia, a atenção à saúde é feita
por uma equipe composta por profissionais de diferentes catego-
rias (multidisciplinar). A equipe é composta, minimamente por: um
médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem ou técnico de
enfermagem, e de quatro a seis agentes comunitários de saúde;
II. A Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida no Brasil
como Atenção Básica (AB), da qual a Estratégia Saúde da Família
é a expressão que ganha corpo no Brasil, é caracterizada: pelo de-
senvolvimento de um conjunto de ações de promoção e proteção
da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabili-
tação e manutenção da saúde.
III. A Estratégia da Saúde da Família (ESF) é que representa uma
mudança na prática e no paradigma sanitário, porque tem como
principal ação a atenção curativa e individual.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) V – F – V.
d) V – V – F.
e) Nenhuma das alternativas acima.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS


NA MÍDIA
No dia 22 de setembro, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Por-
taria GM/MS n. 2.436, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Aten-
ção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tema central
desta edição da Revista Consensus que traz, em sua matéria de capa, as
principais mudanças em relação à reformulação da PNAB. Nela, apresen-
tamos a opinião dos três Entes da Federação e também do controle social
a respeito do novo texto e de como o processo foi conduzido desde que a
necessidade de reformulação da política entrou em pauta. O financiamento
da saúde, tema oportuno e importante, é tema de matéria da seção Saúde
em Foco que traz a cobertura da 2ª edição Fórum de Debates do SUS,
que discutiu o novo regime fiscal e seus impactos na saúde, realizado em
São Paulo, nos dias 14 e 15 de setembro com a presença de gestores
111
municipais e estaduais de saúde, economistas e autoridades. Na sessão
institucional a cobertura do Encontro de Secretários de Saúde da Amazô-
nia Legal, realizado em Palmas/TO, no dia 29 de agosto, ocasião em que
os gestores dos estados que compõem a região apresentaram experiên-
cias exitosos de gestão e debateram sobre Fundos Estaduais de Saúde e
aquisição de medicamentos por meio de consórcios.
Entrevista:Confira a entrevista com o presidente do Conasems, Mauro
Junqueira. Ele fala sobre o desafio de representar mais de cinco mil
gestores municipais de saúde e também de temas como a reformulação
da PNAB e o financiamento do SUS
Leia na integra a Portaria 2.436/2017 – Incorporada na Portaria de Con-
solidação nº 2/2017, Anexo XXII.
Fonte: Revista Consensus
Data: julho, agosto, setembro de2017.
Leia a notícia na íntegra: https://www.conass.org.br/biblioteca/pdf/revis-
taconsensus_24.pdf

NA PRÁTICA
A Nova Política Nacional da Atenção Básica ainda não está em pleno
vigor. A portaria GM/MS n. 2.436 foi publicada no Diário Oficial da União
em 22 de setembro de 2017. E varias discussões estão sendo realiza-
das pelos representantes da Saúde no Brasil. Fato é que as políticas
necessitam sofrer revisões, uma vez que temos situações distintas de
norte a sul do país, e muitas vezes dentro do próprio município, princi-
palmente nas grandes capitais.
A Atenção Básica é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza
por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manu-


tenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que
impacte positivamente na situação de saúde das coletividades.
A PNPS tem por objetivo geral promover a equidade e a melhoria das con-
dições e modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e
da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes
dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais.
Livros:
“O Sistema Único de Saúde, uma retrospectiva e principais desafios”
(BERMÚDEZ et al., 2009), do livro Direito Achado na Rua: Introdução
crítica ao direito à saúde.
Acesse os links: http://www.redehumanizasus.net/

112
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

UNIVERSALIDADE E INTEGRALIDADE
De acordo com o princípio da universalidade, a saúde deve ser acessí-
vel a todos, sem restrição. Por outro lado, a integralidade está relaciona-
da à garantia de atendimento de todas as necessidades de saúde, em
todos os níveis de complexidade do SUS.
Integralidade - É entendida como um conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigi-
dos para cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema.
Universalidade é a garantia de que todos devem ter acesso aos servi-
ços de saúde, em todos os níveis de assistência.
Um senhor, atualmente com 65 anos de idade, lembra-se do tempo em
que o atendimento médico era restrito aos trabalhadores com carteira
de trabalho assinada (não era universal), destacando que ainda havia
restrições de acesso para eles a algumas necessidades de atendimento
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
(desrespeito à integralidade).

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

113
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

1. Saúde do idoso;
2. Controle do câncer do colo do útero e da mama;
3. Redução da mortalidade infantil e materna;
4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes
e endemias, com ênfase: dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
influenza;
5. Promoção da saúde;
6. Fortalecimento da Atenção Básica.
Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008 (acréscimo de prio-
ridades).
7. Saúde do trabalhador;
8. Saúde mental;
9. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às
pessoas com deficiência;
10. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência;
11. Saúde do homem.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

114
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Fase 1 - Adesão e Contratualização: consiste na etapa formal de adesão


ao Programa, será realizada pelas Equipes que ingressarem no PMAQ-
-AB pela primeira vez a cada ciclo. São observadas as seguintes etapas:
I - Formalização da adesão pelo Distrito Federal ou Município, que será
feita por intermédio do preenchimento de formulário eletrônico específi-
co, a ser indicado pelo Ministério da Saúde;
II - contratualização da equipe de saúde da atenção básica e do gestor
do Distrito Federal ou municipal, de acordo com as diretrizes e critérios
definidos do Manual Instrutivo do PMAQ-AB;
III - informação sobre a adesão do Município ao Conselho Municipal de
Saúde e à Comissão Intergestores Regional.
Fase 2 - Certificação e será composta pelas seguintes etapas:
I - Avaliação externa de desempenho das equipes de saúde e gestão da
atenção básica, que será coordenada de forma tripartite e realizada por
instituições de ensino e/ou pesquisa, por meio da verificação de evidên-
cias para um conjunto de padrões previamente determinados;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
II - avaliação de desempenho dos indicadores contratualizados na eta-
pa de adesão e contratualização;
III - verificação da realização de momento autoavaliativo pelos profissio-
nais das equipes de atenção básica.
As equipes avaliadas receberão as seguintes classificações de desem-
penho: Ótimo; Muito Bom; Bom; Regular; e Ruim.
Caso a equipe contratualizada não alcance um conjunto de padrões
mínimos de qualidade considerados essenciais, nos termos do Manual
Instrutivo do PMAQ-AB, ela será automaticamente certificada com de-
sempenho ruim.
Fase 3 – Recontratualização: caracteriza pela pactuação singular do Distri-
to Federal e dos Municípios com incremento de novos padrões e indicado-
res de qualidade, estimulando a institucionalização de um processo cíclico
e sistemático a partir dos resultados verificados na fase 2 do PMAQ-AB.
115
O Eixo Estratégico Transversal de Desenvolvimento do PMAQ-AB deve
ser entendido como transversal a todas as fases, de maneira a assegu-
rar que as ações de promoção da melhoria da qualidade, possam ser
desenvolvidas em todas as etapas do ciclo do PMAQ-AB.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

116
ALBUQUERQUE, M. I. N. Estratégia de Saúde da Família: um estudo
sobre o processo e as condições de trabalho dos trabalhadores de saú-
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______. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as con-


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______. Ministério da Saúde. Portaria no 545 de 20 de maio de 1993. Es-


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Único de Saúde/ NOB-SUS 96. Gestão plena com responsabilidade
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Disponível em: http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/NOB%2096.
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______. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.886, de 18 de dezembro de


1997.Aprova as Normas e Diretrizes do Programa de Agentes Comuni-
tários de Saúdee do Programa de Saúde da Família. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 22 dez. 1997.

______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.925, de


13de novembro de 1998. Aprova o Manual para Organização da Atenção
Básicano Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
13 nov.1998. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/1998/prt3925_13_11_1998_rep.html>. Acesso em: 5 mar. 2019.
117
______. Ministério da Saúde. Portaria no 373, de 27 de fevereiro de
2002. Norma Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS 01/2002,
Brasília, DF, 2002. Disponível em: http://www.ucg.br/ucg/institutos/
nepss/arq_doc/noas_sus2002.pdf. Acesso em: 06 mar. 2019.

_______. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Políti-


ca Nacional de Atenção Básica, estabelecendo arevisão de diretrizes e
normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saú-
de da Família (ESF) e o Programade Agentes Comunitários de Saú-
de (PACS). Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília,
n.204,p.55, 24 out. 2011. Seção 1, pt1.

______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Bra-


sília: Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde)

______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 256,


de 19 defevereiro de 2014. Altera e acrescenta dispositivos à Porta-
ria nº 1.412/GM/MS, de10 de julho de 2013, em relação ao Programa
Mais Médicos e ao PROVAB. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 19
fev. 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
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VALHO, M.L. Agente comunitário de saúde:perfil adequado a realida-
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pdf/csc/v16s1/a35v16s1.pdf>. Acesso em: 05 março. 2019.

Lei n. 1.920,de 25 de julho de 1953 - Cria o Ministério da Saúde 32

Declaração de Alma Ata – Conferência Internacional sobre Cuidados


Primários de Saúde 35

Constituição Federal de 1988 - Título VIII Da Ordem Social 39

Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 - Dispõe sobre as condições para


a promoção, proteção e recuperação da saúde 42
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS
Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990 - Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergoverna-
mentais de recursos financeiros na área da saúde 61

Decreto 99.060 de 7 de março de 1990 - Vincula o Instituto Nacional de


Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS ao Ministério da
Saúde 64

NOB 91 – Resoluçâo nº. 258, de 07 de janeiro de 1991 - Norma Opera-


cional Básica NOB/1991 65

Portaria n. 234,de 07 de fevereiro de 1992 - NOB/1992 77

119
Lei 8.689 de 27 de julho de 1993 - Dispõe sobre a extinção do INAMPS 96
Portaria n. 545, de 20 de maio de 1993 - NOB/SUS 01/1993 101

Decreto nº. 1.232, de 30 de agosto de 1994 - Regulamenta o repasse


fundo a fundo. 120

Decreto nº 1.651, de 28 de setembro de 1995 - Regulamenta o Sistema


Nacional de Auditoria no âmbito do SUS 123

Portaria n. 2.203, de 03 de novembro de 1996 - NOB/SUS 01/96 128

Emenda Constitucional n. 29, e 13 de setembro de 2000 - Altera os arts. 34,


35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos
mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde 164

Portaria n. 95,de 26 de janeiro 2001 - NOAS/SUS 01/2001 168

Portaria n. 373, de 27 de fevereiro de 2002 - NOAS/SUS 01/2002 227

Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006 - Pacto pela Saúde 2006 322

Portaria n. 699, de 30 de março de 2006 - Regulamenta as Diretrizes


Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão. 378

Portaria n.1097, de 22 de maio de 2006 - Define que o processo da


Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde seja um
processo instituído no âmbito do SUS 431
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

Portaria n. 3.085, de 1° de dezembro de 2006 - Regulamenta o Sistema


de Planejamento do SUS 446

Portaria n. 3.332, de 28 de fevereiro de 2006 - Aprova orientações gerais


relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS 449

Portaria n. 204, de 29 de janeiro de 2007 - Regulamenta o financiamen-


to e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços
de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo mo-
nitoramento e controle 453

Legislação Estruturante do SUS

120
Portaria n. 1.559, de 01 de agosto de 2008 - Institui a Política Nacional
de Regulação do SUS 476

Portaria n. 3.176, de 24 de dezembro de 2008 - Aprova orientações acer-


cada elaboração da aplicação e do fluxo do Relatório Anual de Gestão 484

Portaria n. 837, de 23 de abril de 2009 - Altera a Portaria n. 204/GM, de


29 de janeiro de 2007, para inserir o Bloco de Investimentos na Rede de
Serviços de Saúde na composição dos blocos de financiamento relati-
vos à transferência de recursos federais para as ações e os serviços de
saúde no âmbito do SUS 489

Portaria n. 2.046, de 03 de setembro de 2009 - Regulamenta o Termo de


Ajuste Sanitário – TAS 493

Portaria n. 2.751, de 11 de novembro de 2009 - Dispõe sobre a integra-


ção dos prazos e processos de formulação dos instrumentos do sistema
de planejamento do SUS e do Pacto pela Saúde 497

Portaria n. 3.252, de 22 de dezembro de 2009 - Aprova as diretrizes


para execução e financiamento das ações de vigilância em saúde pela
União, estados, Distrito Federal e municípios - 501

Portaria n. 161, de 21 de janeiro de 2010 - - Estabelece o Protocolo de


Cooperação entre Entes Públicos – PCEP 528

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

121
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE - GRUPO PROMINAS

122

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