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DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
Núcleo de Educação a Distância
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profissional.
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Esta unidade tem por finalidade estabelecer critérios sobre o com-
portamento humano, sua personalidade e sua psicologia a fim de com-
preender a origem de atos criminosos e delitos que são cometidos o tempo
todo. A psicologia busca compreender não apenas o delito em si, mas as
suas causas e todos os motivos que levam esse ato a acontecer. No âmbi-
to da interseção entre a Psicologia e o Direito, aborda-se, ainda, a investi-
gação policial, seu funcionamento e desenvolvimento, assim como o laudo
da perícia e o papel da vítima dentro do crime abordado. Posteriormente,
aborda-se, mais especificamente, a violência de que são vítimas tantas
mulheres em seus próprios lares por parte de companheiros ou da própria
família que as submetem a atos violentos baseados em um discurso de
hierarquia de gêneros, pelo qual a mulher não possui poder ou autonomia e
deve ser controlada pelo patriarca. Nesse contexto, tem-se que a lei Maria
da Penha foi um avanço para as leis que concedem às mulheres vítimas
de violência acesso a uma legislação capaz de protegê-las e proporcio-
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
COMPORTAMENTOS E INVESTIGAÇÕES
Vitimologia ____________________________________________________ 23
Recapitulando _________________________________________________ 27
Recapitulando _______________________________________________ 49
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CAPÍTULO 03
LEGISLAÇÕES E SUAS ESPECIFICIDADES
Recapitulando _________________________________________________ 70
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A Psicologia Jurídica possui uma relação intrínseca com o Di-
reito, pela qual constitui um objetivo comum a ambas a observação,
análise e compreensão do comportamento humano. Assim sendo, a
Psicologia tem como interesse peculiar os relacionamentos e as intera-
ções dos seres humanos, enquanto o Direito prioriza o estudo da rela-
ção do ser humano com a sociedade, notadamente, com relação às leis
que são estabelecidas, visando assegurar o bem-estar da sociedade
em sua totalidade.
Em paralelo à Psicologia Jurídica existe a Criminologia, que
considera que um crime não deve ser julgado apenas pelo delito em si,
mas buscar compreender as motivações que levaram o sujeito a prati-
car o ato delituoso. Em vista disso, esta abordagem tem o objetivo de
focalizar as seguintes questões: como são apresentados os comporta-
mentos dos indivíduos e como as investigações policiais acontecem e
são desenvolvidas.
Em um segundo momento, é trabalhado como acontecem e
porque acontecem as violências doméstica e familiar e, nessa interse-
ção, como se configura a violência de gênero. Em um terceiro e último
momento, é abordado o questionamento sobre a Lei Maria da Penha e
o atendimento que é dispensado à mulher que foi vítima de violência e
também ao seu agressor.
O primeiro capítulo, que se intitula como “Comportamentos e
Investigações” trata de seis temas que são de suma importância para a
compreensão do comportamento criminoso e de como é desenvolvida a
investigação e ação policial.
PROMINAS
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
COMPORTAMENTO CRIMINOSO
racteriza por ser uma ocorrência que atrai a atenção social, revelando
JURÍDICA
se refere a uma ação proibida por lei, que possui uma determinada pena
DA PSICOLOGIA
caso seja realizada. Desde sua terminologia até sua base e entendi-
mentos culturais, o fato de o crime existir é uma condição da existência
DIREITO DE FAMÍLIA
de existir.
Os estudos que buscam compreender o sentido da psicopatia
e qual seu vínculo com o comportamento criminoso teve, por muito tem-
po, seu foco na comunidade presidiária. Porém, essa linha de estudo
foi alterada a partir da pesquisa da psicóloga Cathy Widom, em 1976. A
partir de seus estudos, ela começou a examinar os traços de psicopatia
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além do presídio, desenhando potenciais perfis dentro da comunidade
de Boston.
Com base nestes estudos de traços de psicopatia, percebe-
-se que alguns são capazes de viver em sociedade, não violando as
leis penais, mesmo que possuam comportamentos que possam ferir as
demais pessoas (econômica, psicológica ou emocionalmente), sejam
elas familiares, amigos, colegas de trabalho, não atraindo a atenção
para sua forma de agir. Estes traços marcam a diferença entre aqueles
que se personalizam em homicidas, praticando atos que envolvem ex-
trema violência.
Sigmund Freud destaca em seus estudos que o comportamen-
to criminoso decorre de um desequilíbrio entre o Ego, o Superego e o
ID: as três divisões que são constituintes da personalidade do indivíduo.
A partir desta premissa, caso o Superego (que representa o código mo-
ral da sociedade internamente) seja fraco, o sujeito não tem capacidade
para reprimir seu ID (seus desejos e instintos naturais), acontecendo a
violação das normas sociais e acarretando o cometimento de um crime.
A psicopatia é tratada, assim, como um condicionamento psíquico que
está ligada ao comportamento criminoso.
A “fórmula” que norteia a definição de um psicopata leva em
consideração os seguintes aspectos: o egocentrismo, o narcisismo, a
grandiloquência, a impulsividade, a auto justificação, a falta de inibições
comportamentais e a urgência de deter o poder e o controle.
Não se deve confundir, entretanto, um comportamento crimino-
so com um comportamento antissocial, sendo que o primeiro se distin-
gue como uma parcela do antissocial.
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INVESTIGAÇÃO POLICIAL
PSICOLOGIA DO DELITO
“Para a polícia é útil saber quais são os tipos psicológicos mais suscetíveis
ao cometimento de determinado tipo de delito. Também é importante que os
promotores e juízes conheçam o grau de perigo para a segurança pública
que é inerente a certos tipos de delinquentes, a fim de fixarem as penas e
demais medidas corretivas.” (BONGER, p. 174, 2008)
aponta que o delito foi feito por um ato generoso com a sociedade ou
cumprimento de dever.
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
VITIMOLOGIA
vítima, pois é quando a vítima precisa reviver o caso para prestar seus
depoimentos.
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: Técnico Superior Espe-
cializado - Psicologia
A psicanálise oferece importantes contribuições à psicologia jurídica,
a começar pelo conhecido texto de Freud, A psicanálise e a determi-
nação dos fatos nos processos jurídicos (1906), em que ele aponta
as diferenças entre o neurótico e o criminoso. De acordo com Freud,
assinale V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( ) No neurótico, o segredo está oculto de sua própria consciência; o
criminoso simula conscientemente ignorar o segredo.
( ) No tratamento analítico, o neurótico ajuda a combater sua resistên-
cia através de esforços conscientes; o criminoso, ao contrário, não
cooperará com a investigação criminal.
( ) No neurótico, a resistência está localizada na fronteira entre o
consciente e o inconsciente; já no caso do criminoso, a resistência
origina-se totalmente na consciência.
A sequência correta é:
A) V-F-F;
B) V-V-F;
C) F-F-V;
D) F-V-V;
E) V-V-V.
QUESTÃO 2
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-RO Prova: TJ-RO - Psicólogo
Em relação ao grave problema da violência intrafamiliar, é possível
identificar a existência de condições particulares individuais, fami-
liares e coletivas que aumentam o risco de ocorrência de situações
de violência. Analise os fatores a seguir, considerando o risco para
a ocorrência de violência na família:
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova:
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BA - Psicólogo
Em termos de estratégia para o enfrentamento da violência do-
méstica contra mulheres, o sistema de saúde é fundamental para
identificar e referir tais vítimas. Para tanto, é essencial que os
profissionais de saúde se sirvam dos estudos de gênero que, por
questionarem a ideia de determinismo biológico, demonstram que
os estereótipos de masculinidade e de feminilidade são construí-
dos socialmente, denotando as relações de poder entre homens e
mulheres.
A partir desses estudos, é correto afirmar que:
A) a violência de gênero ocorre nos grupos socioeconômicos mais baixos.
B) a violência no ambiente doméstico é menos séria que a agressão de
desconhecidos.
C) embora as mulheres também possam ser violentas, a maioria das
lesões físicas é de homens contra mulheres.
D) dentro de relações estabelecidas no lar doméstico, a violência tende
a refrear com o tempo.
E) o abuso emocional e psicológico causa menos dano que o abuso
físico, na experiência das mulheres.
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NA MÍDIA
NA PRÁTICA
Modelo 1
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
1. Identificação
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
2. Descrição da Demanda
Em decorrência de dificuldade de adaptação às regras e normas es-
colares de déficit de atenção, falta de estímulo, reprovações subse-
quentes, falta de socialização, atitudes suicidas impulsivas, excessiva
agressividade, acusações de furtos e danos materiais a patrimônio da
escola e de professores, bem como experiência de expulsão em várias
escolas, o adolescente (Nome do adolescente) foi submetido à avalia-
ção psicológica como condição necessária à sua permanência na atual
escola onde estuda.
A família tem total conhecimento do comportamento do adolescente,
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afirmando que desde pequeno o mesmo apresentava dificuldade no
seu desenvolvimento social. Gostava de ficar isolado, de quebrar seus
brinquedos e atear fogo em objetos. Não conseguia se envolver emo-
cionalmente com os membros da família, parecendo distante de todos.
Ainda em relação à família, particularmente em relação aos genitores,
detectou-se na figura paterna dificuldades de se impor, tendo o mes-
mo história de dependência alcóolica. Na figura materna, observou-se
uma excessiva autoridade, bem como comportamentos ambivalentes
nos métodos disciplinares utilizados com o filho, ora se mostrando indi-
ferente, negligenciando as condições essenciais de desenvolvimento,
ora abusando do seu poder, com castigos físicos exagerados, ficando
evidenciado o caráter conflituoso na interação familiar.
3. Procedimento
Foram realizadas entrevistas e aplicação de testes psicológicos em 4
encontros de 1 (uma) hora de duração em dias alternados.
4. Análise
Nas primeiras sessões de avaliação, o examinado demonstrou exces-
siva tensão, irritabilidade, agitação, ansiedade, autoestima negativa,
pensamento autodestrutivo e revolta em relação à sua mãe. Passado o
período de comprometimento emocional, procedeu-se à aplicação dos
testes buscando a investigação dos campos de percepção familiar, per-
sonalidade, inteligência e memória.
No teste de percepção familiar, demonstrou desarmonia familiar, insegu-
rança, introversão e sentimento de inferioridade. Foi observado distan-
5. Conclusão
Através dos dados analisados no psicodiagnóstico não foram verifica-
dos indícios de Deficiência Mental, porém, verificaram-se dificuldades
de ordem social e afetiva, piromania, fixação por objetos, obsessão,
pensamento autodestrutivo e oscilação de humor.
Diagnóstico: o paciente apresenta transtorno de personalidade antisso-
cial, CID-10: F60.2 + F91.3.
Encaminhamentos: encaminhado para tratamento psicoterápico e
acompanhamento psiquiátrico.
Fonte: Resolução CFP 007/2003
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DAS QUESTÕES QUE ENVOLVEM
A VIOLÊNCIA DE GÊNERO E A
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
PROMINAS
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
- GRUPODO
VIOLÊNCIA DE GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
NO ÂMBITO
DE GÊNERO
nistrativos. A sociedade não está livre dessa mácula e, assim como foi
mencionado no capítulo anterior, o ser humano nasce com uma predis-
posição para cometer ações delituosas, caso não passe pelo devido
DIREITO DE FAMÍLIA
tamentos transgressivos.
Dentre os tipos de violência que podem ocorrer em sociedade
estão a violência de gênero e a violência doméstica. O primeiro caso re-
presenta aquela violência praticada contra pessoas de um sexo ou gê-
nero e é enquadrada como violência física e psicológica. É comumente
tratada como uma questão de ordem cultural, sendo que a maior parte
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das vítimas é composta por mulheres que sofrem abusos de homens e
é relacionada intrinsecamente a abusos emocionais.
Já a violência doméstica se caracteriza por ser praticada de
forma física, emocional ou psicológica com pessoas que se encontram
no âmbito do lar e pode atingir a todos que se enquadram no contexto
doméstico, sejam homens, mulheres, crianças ou idosos. Porém, nesse
caso também a maior parte das pessoas que são atingidas por esse tipo
de violência é composta por mulheres. Uma de suas peculiaridades é
que ela se configura entre pessoas conhecidas, que convivem no mes-
mo espaço. O rosto da violência doméstica é, assim, conhecido, dada a
convivência em uma mesma casa e o compartilhamento de uma mesma
vida, o que leva a vítima a viver com o medo dentro de sua própria casa,
o lugar que teoricamente deveria ser o seio da segurança e do amparo.
Desse modo, serão destacadas as características que se en-
quadram em cada um desses tipos de violência, assim como dados
que apontam esses índices de violência na sociedade e o impacto que
causam.
Violência de Gênero
O gênero pode ter sua definição como uma concepção históri-
ca e social de características relacionais, que se configura por meio de
simbolização e significações culturais das diferenças na anatomia entre
mulheres e homens. Por meio dele, é imposta a estipulação de papéis,
relações e identidades que são efetivamente elaboradas por indivíduos
no decorrer de suas vidas, nas sociedades, historicamente criando e
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
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Figura 1: Evolução das taxas de homicídio de mulheres brancas e negras
(por 100 mil). Brasil. 2003/2013.
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Figura 2: Taxa de Homicídio por 100 mil mulheres no Brasil
Desde o ano de 2015, foi criada no Brasil uma lei que se es-
pecializa em limitar assassinados praticados contra mulheres que se
baseiam em questões de gênero, a Lei do Feminicídio, que possui pe-
nas entre 12 e 30 anos de cadeia. Como a Lei é recente, ainda não são
todos os casos de violência contra a mulher que estão sendo enquadra-
dos pelas autoridades.
Os dados apontam que quase 40% dos homicídios de mulhe-
res foram cometidos em casa, fazendo com que as chances de se tratar
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
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3. A violência que ocorre dentro do ambiente do lar tem uma
magnitude tão grande quanto a agressão por pessoas desconhecidas;
4. Mesmo que as mulheres também possam ser violentas, a
maior parte das agressões acabam resultando em lesões de caráter fí-
sico de homens contra mulheres, ou seja, a agressão sexual é praticada
pelo sexo masculino;
5. Dentro de relacionamentos estabelecidos, a violência pode
possuir diversas faces e tem a tendência de se tornar pior com o decor-
rer do tempo;
6. Em grande parte, os homens que possuem um caráter vio-
lento não são acometidos por doenças mentais;
7. O abuso psicológico e emocional pode cometer tantos da-
nos quanto um abuso com agressões físicas, sendo em grande parte
apontado como pior por mulheres que passaram por essa experiência;
8. O consumo de álcool intensifica a violência, porém, ele não
pode ser tratado como uma motivação para isso;
9. Existem sociedades em que a violência contra a mulher não
é empregada.
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Figura 3: Denúncias de violência contra LGBTI+ Disque 100
Violência Doméstica
A violência doméstica se caracteriza por fazer uso de certos
comportamentos dentro de um relacionamento, pelo fato de um dos par-
ceiros, acima de tudo, assumir o controle sobre o outro.
Os indivíduos que estão implicados podem ser ou não casa-
dos, podem ser ou não do mesmo sexo, viver juntos, separados ou
apenas namorar. Todos podem ser vítimas de violência doméstica.
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
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Figura 5: Lesão Corporal por Violência Doméstica
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
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- Ataque com violência: o agressor atormenta o psicológico e
o físico da vítima, aumentando sua intensidade e a frequência com que
acontecem;
- Lua de mel: o agressor enche a vítima com amor e afabilida-
de, pedindo desculpas pelos ataques violentos e compondo uma rasa
promessa de mudança, de que não haverá mais agressividade, confor-
me se pode observar na figura 6:
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: Psicólogo
O Brasil é signatário de tratados e documentos internacionais que
definem medidas para a eliminação da violência contra a mulher.
Essas medidas dependem de diferentes atores nos âmbitos do go-
verno e da sociedade, bem como da introdução de conhecimen-
tos específicos e tecnologias diferenciadas para profissionais que
atuam diretamente na atenção à saúde, integrada a outras inicia-
tivas, possibilitando, assim, a formação de redes de atenção para
mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e se-
xual. Tais redes de atenção integrada devem trabalhar em conso-
nância com as redes e o sistema de proteção de direitos de crian-
ças e adolescentes. (Adaptado de: BRASIL, Ministério da Saúde,
2011, p.13).
Tendo em vista o excerto acima, considere:
I. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher −
PNAISM, 2004, tem como base o Programa de Atenção Integral de
Saúde da Mulher − PAISM, 1983, ambos elaborados com participa-
ção dos movimentos sociais, em especial o feminista. O foco de
ação da PNAISM é a saúde integral da mulher, incluindo a promo-
ção da saúde.
II. Os atendimentos da equipe multidisciplinar, nos Centros de
Atendimento Multiprofissionais – CAM, são direcionados às mulhe-
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: Técnico Superior Es-
pecializado - Psicologia
O Núcleo Especial de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) é o
órgão da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro especia-
lizado na promoção e na defesa dos direitos das mulheres no esta-
do. Sandra procurou o Nudem para relatar que a sua companheira
Aline passou a ameaçá-la e a provocar escândalos em seu local de
trabalho, desde que lhe comunicara a decisão de terminar o rela-
cionamento de cinco anos.
Sobre a situação relatada acima, é correto afirmar que:
A) não está tipificada como situação de violência contra a mulher por se
tratar de união homoafetiva.
B) configura conduta de violência psicológica e moral praticada por Ali-
ne, contra Sandra.
C) constitui conduta de violência de gênero contra Aline, praticada por
Sandra.
D) não configura forma de violência prevista na lei, já que se trata de
conduta decorrente de conflito conjugal.
E) poderá ensejar a condenação de Aline ao pagamento de cesta bási-
ca por ofender a integridade psicológica de Sandra.
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
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QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: TJ-PE Prova: Analista Judiciário -
Psicólogo
Maria da Penha é o nome de uma lei (Lei Maria da Penha) que traz
uma série de medidas que não só pune, mas também impede que
aconteçam agressões contra mulheres pelos próprios companhei-
ros. Neste sentido, analise as seguintes afirmativas:
I. O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os di-
reitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas
e familiares.
II. Na interpretação desta Lei, não são consideradas as condições
peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e fa-
miliar.
III. Quanto à assistência à mulher em situação de violência domés-
tica e familiar, o juiz assegurará à mulher manutenção do vínculo
trabalhista, quando necessário o afastamento do local do trabalho,
por apenas dois meses.
Assinale a alternativa CORRETA:
A) Apenas a afirmação I está correta.
B) As afirmações I e II estão corretas.
C) As afirmações I e III estão corretas.
D) Apenas a afirmação III está correta.
E) Todas as afirmações estão corretas.
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: PUC-PR Órgão: TJ-MS Prova: Técnico de Nível
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NA MÍDIA
Pela primeira vez, a Rede Nossa São Paulo trouxe dados sobre violên-
cia no Mapa da Desigualdade. No Distrito da Sé, na região central da
cidade, a chance de uma mulher ser assassinada simplesmente porque
é mulher é 56 vezes maior que em outros 20 distritos, entre eles regiões
de classe média alta, como Moema, Centro e Bela Vista.
O mapa considera os dados de 2018, quando foram registrados oito
casos de feminicídio para cada dez mil mulheres com idades entre 20 e
59 anos nas delegacias da Sé. A violência de gênero também é maior
nesse mesmo distrito, com 803 registros. A agente de saúde Simone
Kelly da Silva nunca imaginou que seria brutalmente agredida mesmo
depois da separação.
Fonte: CBN
Data: 05 de novembro de 2019
Leia a notícia na íntegra: http://cbn.globoradio.globo.com/media/au-
dio/280279/violencia-de-genero-e-mortes-no-transito-acontecem.htm
NA PRÁTICA
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LEGISLAÇÕES E
SUAS ESPECIFIDADES
PROMINAS
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
LEI MARIA DA PENHA
res que sofrem pela violência doméstica e familiar. Esta lei trata com
JURÍDICA
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História
Maria da Penha é uma farmacêutica brasileira, nascida no es-
tado do Ceará, que passou por muito sofrimento devido a agressões
constantes praticadas pelo marido. No ano de 1983, seu marido tentou
assassiná-la com tiros de uma espingarda, enquanto estava dormindo.
Por mais que tenha escapado da morte, Maria da Penha ficou
paraplégica. Quando, após tratamento e tempos no hospital, voltou para
sua casa, seu marido tentou matá-la novamente, fazendo-a passar por
novos ataques com choques e tentativa de afogamento.
Sua segunda tentativa de assassinato aconteceu algum tempo
depois, enquanto passava por recuperação médica, Maria da Penha foi
empurrada de sua cadeira de rodas pelo marido, que tentou aplicar-lhe
choques debaixo do chuveiro. Este apenas recebeu uma punição após
19 anos do ocorrido, sendo que passou apenas dois anos em regime
fechado.
Após tomar coragem para abrir denúncia contra o seu agres-
sor, Maria da Penha se encontrou em uma condição que várias mulhe-
res estavam enfrentando com relação a essas mesmas ocorrências: a
desconfiança da Justiça do Brasil.
O caso começou a ser investigado em junho daquele mesmo
ano, entretanto, a denúncia só foi realizada ao Ministério Público Esta-
dual em setembro do ano seguinte. Por parte da defesa do agressor,
havia sempre a alegação de pontos de irregularidade em meio ao pro-
cesso e este tinha seu julgamento aguardado em liberdade.
Do mesmo modo, Maria da Penha decide pedir ajuda para o
57
Implementação
Assim, a Lei Maria da Penha muda o Código Penal e cria a
possibilidade para que os agressores das mulheres, em esferas fami-
liares e domésticas, possam ser presos em flagrante ou recebam o de-
creto de prisão preventiva. Através destas novas formas, os abusadores
não podem mais receber penas alternativas, como a doação de cestas
básicas, como era comum.
A lei ainda estende o tempo completo de detenção de um para
três anos, impondo medidas tais como a saída do agressor do domicílio
e o impedimento de se aproximar da mulher que passou pela agressão
e dos filhos.
A violência de gênero que é praticada contra a mulher é vis-
ta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma perturbação
para a saúde pública. Dados de uma pesquisa elaborada pela institui-
ção consideram taxas de incidência de 20% a 75% desse modo de vio-
lência em várias sociedades. O Brasil foi declarado como 18º país
da América Latina a adquirir um aparato legal que visa a punição de
agressores de mulheres.
A Lei Maria da Penha efetua deliberações que foram determi-
nadas por uma convenção representativa da Organização dos Estados
Americanos (OEA) com o título de Convenção para punir, prevenir e er-
radicar a violência contra a mulher, que aconteceu em Belém, no Pará,
e foi reconhecida pelo Estado brasileiro.
Existe um grande número de mulheres que não recorre à aju-
da de autoridades policiais por haver sentimentos de vergonha, medo
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
59
em hipótese alguma, suas testemunhas e seus familiares mantenham
um contato de forma direta com os suspeitos e pessoas investigadas de
terem sido os agressores, assim como de indivíduos que com eles se
relacionem.
Em 2018, no mês de abril, o presidente vigente, Michel Temer,
homologou a lei 13.641/18, que determina o crime de não cumprimento
das medidas protetivas de caráter urgente. Esta lei estipula que o não
cumprimento da decisão da Justiça que outorga a medida possibilita a
pena de três meses a dois anos, acontecendo que somente a autori-
dade judicial tem o poder de concessão de fiança em casos de prisão
realizadas em flagrante.
De acordo com dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Se-
gurança Pública (FBSP), são registradas 536 ocorrências de violência
contra a mulher por hora em território brasileiro, e quase a mesma taxa
de mulheres que alegam ter sido vítimas de alguma espécie de violên-
cia sexual.
O índice de mulheres que foram acometidas por espancamen-
tos é assombroso: chega a 1,6 milhão. Todas essas informações são
remetidas para a violência doméstica: 76,4% das vítimas conheciam
seus agressores, sendo que a maior parte dos crimes ocorreu dentro do
ambiente domiciliar.
Estudos realizados no Escritório das Nações Unidas para Cri-
me e Drogas aponta que o índice de assassinatos contra mulheres em
aspecto global foi de 2,3 mortes para cada 100 mil mulheres no ano de
2017. De acordo com dados pertinentes ao ano de 2018, no Brasil, o
índice é de 4 mortes para cada conjunto de 100 mil mulheres, isto é, um
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
Para a Mulher
A Lei Maria da Penha determina que todas as mulheres pos-
suem direitos para receber proteção social e estatal até mesmo contra
ações de violência que ocorrem no âmbito intrafamiliar e privado, con-
forme é possível observar na figura 10 a seguir:
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
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Figura 10: Violência Doméstica e Feminicídio
63
- Receber medidas de proteção com urgência que consistem
no impedimento de o agressor se aproximar;
- Ter acesso com prioridade a projetos sociais, de emprego,
renda e habitação;
- Preservações das relações profissionais por um período de
afastamento de até seis meses do emprego;
- Receber escolta da polícia para que haja a retirada de seus
bens do domicílio, caso exista a necessidade;
- Receber um atendimento psicossocial e para a saúde que
seja continuado e especializado, caso exista necessidade;
- Registrar um boletim de ocorrência;
- Registrar de forma detalhada seu relato em qualquer orga-
nização pública (para que se evite, inclusive, que a vítima tenha que
contar a história várias vezes, repetidamente);
- Notificar, de modo formal, a violência ocorrida ao Ministério da
Saúde, para que seja realizada a elaboração de informações de políti-
cas públicas e estatísticas;
- Receber atendimento do judiciário na região de sua residên-
cia, no local onde a agressão foi efetuada, caso tenha sido diferente de
sua residência;
- Receber auxílio judiciário da Defensoria Pública, não depen-
dendo do grau de sua renda;
- Obter acesso a uma casa-abrigo e demais serviços especia-
lizados para seu acolhimento, Defensoria Pública, DEAM e centros de
referência;
- Obter as informações referentes aos seus direitos e todos os
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
Para o agressor
Para a concretização do atendimento para os homens que
praticam ações de violência de gênero, existe uma condição que está
prevista na Lei Maria da Penha, disposta no artigo 45, para que haja a
elaboração de centros para a reabilitação dos agentes agressores. Es-
tes serviços ainda, infelizmente, não fazem parte concreta da realidade
como uma forma de política pública. Entretanto, no Brasil, são variadas
as iniciativas que surgiram de modo espontâneo, que têm como objetivo
atender os homens que são autores de agressões contra as mulheres.
66
Deste modo, diversos Juizados fazem uso de uma equipe de múltiplas
disciplinas e de profissionais que são encaminhados pelo Poder Exe-
cutivo.
Antes da criação da Lei Maria da Penha, já se encontravam no
Brasil muitas iniciativas de ONGs que tinham à segurança e a proteção
aos direitos das mulheres como área de atuação, em parceria com o
sistema judiciário e auxílio do Estado, houve a criação de grupos refle-
xivos para HAV (Homens Autores de Violência contra as Mulheres).
O consenso de que o Estado e a sociedade devem ser presen-
tes para promover e desenvolver intervenções que abrangem todos os
indivíduos que estão envoltos no contexto de violência familiar e domés-
tica, é recente.
A elaboração da Lei Maria da Penha estendeu mais ainda a
discussão sobre que medidas devem ser tomadas para com os homens
que praticam a violência doméstica contra a mulher. Entretanto, essa
área de intervenções no Brasil ainda é muito controversa e principiante.
Nos tempos atuais, procura-se a regulamentação de procedi-
mentos e princípios que podem ser adotados em correspondência com
a Lei. Em 2011, o Departamento Penitenciário (DEPEN) colocou crité-
rios para realizar o financiamento de programas que consistem na res-
ponsabilização e educação de HAV. Deste modo, esse órgão se respon-
sabiliza por desenvolver estes programas como uma forma de política
pública.
Um dos programas que são considerados como os primeiros é
o Emerge. Se compreende que a violência praticada contra as mulheres
não pode ser encarada como uma doença. Assim, nesses atendimentos
Art. 8º. A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar con-
tra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governa-
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
69
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: Prefeitura de Sobral - CE Pro-
va: Analista de Políticas Públicas Sociais - Psicologia
De acordo com a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 – Lei Maria
da Penha –, a conduta que configure calúnia, difamação ou injúria
praticada contra a mulher é classificada como violência:
A) emocional.
B) relacional.
C) psicológica.
D) moral.
QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-BA Prova: Analista Judiciário -
Psicologia
A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) configura como violência
doméstica e familiar contra a mulher:
A) qualquer ação que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
ou psicológico e danos morais;
B) qualquer omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual ou
psicológico e danos morais;
C) qualquer ação e omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento
sexual e danos morais;
D) qualquer ação ou omissão, independentemente da relação de gêne-
ro, que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e dano patrimonial ou
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
moral;
E) qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Macapá - AP Prova:
Psicólogo - Saúde
Para algumas mulheres que vivem situação de violência domésti-
ca, a atividade profissional pode ser percebida como um momento
de “escape”. No entanto, seu contexto de vida pode influenciar em
sua produtividade e condições de manutenção do seu emprego. A
Lei Maria da Penha, conforme o parágrafo 2° do artigo 9, garante a
essa mulher:
A) a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afasta-
mento do local de trabalho, por até seis meses.
70
B) assessoria e, quando necessário, o afastamento do local de trabalho,
por até nove meses.
C) apoio psicológico para preservar sua integridade física e psicológica
no local de trabalho.
D) mediação de conflitos para preservar sua integridade física e psico-
lógica e da sua família.
E) o afastamento do local de trabalho, quando necessário, por até um
ano.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova:
Psicólogo
Carlos e Ana são casados há dois anos e não possuem filhos por
opção de Ana, que não deseja ser mãe. Carlos, entretanto, consi-
dera que Ana mudará de ideia após engravidar e está impedindo a
esposa de fazer uso de métodos contraceptivos.
Segundo a Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), a conduta de Car-
los é uma forma de violência:
A) moral.
B) estrutural.
C) sexual.
D) patrimonial.
E) religiosa.
QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-RR Prova: Psicólogo
TREINO INÉDITO
C) Violência sexual.
D) Todas as alternativas anteriores se referem a tipos de violência do-
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
méstica e familiar.
NA MÍDIA
Desde o início de 2019, cinco projetos que alteram a Lei Maria da Penha
foram aprovados pelo Congresso Nacional. Na avaliação de especialis-
tas ouvidos pelo HuffPost Brasil, alterações constantes que são enten-
didas como positivas por parlamentares, por vezes, podem ser contra-
ditórias e enfraquecer a lei, que é considerada pela ONU (Organização
das Nações Unidas) a terceira melhor legislação do mundo no combate
à violência doméstica.
72
Integrante atual do consórcio que ajudou a elaborar a Lei Maria da Pe-
nha, em vigor desde 2006, Alice Bianchini defende que as mudanças
deveriam ser feitas de forma sistemática. “Tem muitos projetos, a maio-
ria muito bons. O ideal é que pudesse fazer uma sistematização e alterar
a lei de uma vez só e olhando o impacto de uma alteração em relação a
outra”, afirma Bianchini, que é vice-presidente da Comissão Nacional da
Mulher Advogada na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Fonte: Huffpost
Data: 28 de outubro de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.huffpostbrasil.com/entry/lei-ma-
ria-da-penha-mudancas_br_5daf6deae4b0f34e3a7e26c6
NA PRÁTICA
Casas-Abrigo
As Casas-Abrigo são locais seguros que oferecem moradia protegida e
atendimento integral a mulheres em risco de morte iminente em razão
74
O que mais se destaca nesse trabalho é a abordagem acerca
da violência, com enfoque para a violência de gênero e a violência do-
méstica e familiar.
A violência de gênero acontece quando o agressor tenta con-
trolar a vítima e estabelecer com ela uma relação de poder, em que o
homem pode tudo e manda em tudo. Essa violência pode ser expressa
por meio de agressões, xingamentos, humilhação, coação, controle se-
xual e pode ocasionar a morte da vítima.
A violência doméstica é, em grande parte, cometida contra mu-
lheres por seus parceiros, ex ou integrantes da família, pela qual a mu-
lher é coagida e ameaçada a todo o tempo, humilhada, agredida.
Para tentar assegurar a segurança e integridade de tantas mu-
lheres que sofrem com esta situação, foi criada a Lei Maria da Penha, à
qual elas podem recorrer em casos assim.
Entretanto, infelizmente, o quadro de agressões e mortes de
mulheres está aumentando rapidamente. Os números se elevam a cada
dia e, na mesma medida, as mulheres não conseguem se sentir se-
guras nem mesmo em suas próprias casas, que muitas vezes é mais
representada como o inferno do que um lar.
Muitas vítimas têm receio de procurar por ajuda, com medo
e vergonha: medo do sistema penal brasileiro não ser suficiente para
tirá-las do terror que estão vivendo; vergonha por serem tratadas, por
vezes, com desprezo ou até ignoradas, tendo de enfrentar a situação
sozinhas, sendo que muitas dependem financeiramente dos seus mari-
dos e têm vergonha de se abrir para família e amigos sobre o que está
75
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
E E D D C
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
JUSTIFICATIVA
Existem vários tipos de personalidade, sendo que cada uma se encaixa
em uma pessoa diferente, podendo ser que cada um possua mais de
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
ser assinalada.
76
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A B C A D
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
JUSTIFICATIVA
A alternativa correta é a letra B, tendo em vista que a violência psico-
lógica é responsável por provocar danos emocionais e psicológicos na
vítima, na medida em que a física se manifesta por meio de danos pro-
vocados no corpo da vítima, a sexual envolve todos os crimes da esfera
sexual que impliquem no não consentimento da vítima; e a simbólica,
por sua vez, pode ser compreendida como os atos que colaboram para
77
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
D C A C E
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
JUSTIFICATIVA
A alternativa D é a correta, tendo em vista que a Lei Maria da Penha
define cinco formas de violência doméstica e familiar, quais sejam: 1.
violência psicológica; 2. violência física; 3. violência sexual; 4. violência
patrimonial; e 5. violência moral.
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
78
Agressão. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidia-
no/2019/09/brasil-registra-1-caso-de-agressao-a-mulher-a-cada-4-mi-
nutos-mostra-levantamento.shtml> Acesso em: 03/11/2019
br/Quentes/17,MI308113,41046-Em+13+anos+lei+Maria+da+Pe-
nha+passou+por+diversas+alterações> Acesso em: 05/11/2019
81
PENTEADO, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia.
4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
82
Violência de Gênero. Disponível em: <https://g1.globo.com/monitor-
-da-violencia/noticia/2019/03/08/dados-de-violencia-contra-a-mulher-
-sao-a-evidencia-da-desigualdade-de-genero-no-brasil.ghtml> Acesso
em: 04/11/2019
Imagens:
Figura 1: Evolução da taxa de homicídio de mulheres brancas e
negras (por 100 mil). Brasil 2003/2013. Disponível em: < http://www.
cienciaexplica.com.br/artigos/feminicidio-genero-saude-publica/> Aces-
so em: 02/11/2019
nodeoito.com/infografico-violencia-domestica-e-feminicidio/> Acesso
em: 05/11/2019
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
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INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA NO ÂMBITO DO
DIREITO DE FAMÍLIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO - GRUPO PROMINAS