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José António
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
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José António
ii
Índic
e
1. Corrente Marxista...................................................................................................................4
3. Antropologia Interpretativismo.............................................................................................12
Conclusão..................................................................................................................................20
Referências Bibliográficas........................................................................................................21
Introdução
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1. Corrente Marxista
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da
doutrina comunista moderna, actuou como economista, filósofo, historiador, teórico político
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Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade humana,
alcançada somente a partir de uma revolução proletária, acreditando assim na ideia utópica de
uma sociedade igualitária ou socialista. Na década de 1960, o estruturalismo marxista tentará
explicar o pensamento selvagem a partir da dialéctica e da luta pelos meios de produção,
destacando a importância da infra-estrutura económica para a compreensão das super-
estruturas sociais, materiais e simbólicas. Assim, os tópicos mais frequentes dos trabalhos de
Godelier foram a economia, o fetichismo e a religião. (Martinez, 2000).
O Marxismo Estrutural postula que o estado funciona para servir aos interesses de
longo prazo da classe capitalista. Com base nas obras de Engels e Lenin, os marxistas
estruturais postulam a ideia de que o Estado é um mecanismo de regulação do conflito de
classes, a tensão irreconciliável entre o proletariado e a burguesia. Ao regulamentar esses
antagonismos em vez de eliminá-los - o que Lenin julgava impossível sem uma revolução
violenta o Estado serve para estabilizar o sistema capitalista como um todo e preservar sua
existência ( Vasconcellos, 2002).
Estruturalistas diferenciam entre os interesses de longo prazo e de curto prazo da
classe capitalista, a fim de descrever a necessidade do Estado para o sistema capitalista. Os
interesses de curto prazo da burguesia incluem políticas que afectam a acumulação de capital
no futuro imediato, como isenções fiscais, salários mínimos reduzidos, subsídios do governo.
Eles sustentam que quando o Estado não está beneficiando os interesses de curto prazo da
classe burguesa, está agindo em nome de seus interesses futuros.
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Dewey argumenta que toda aprendizagem de ser integrada a vida, isto é, adquirida em
experiencia real de vida. O conhecimento so tem sentido se ele é capaz de dar sentido do
sujeito. Por isso, a aprendizagem não pode ser desvinculada da vida e das relações humanas
(Dewes apud Westbrook, 2010).
Etnografia
Racionalista
Estrutural-funcionalista
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Culturalista
Hermenêutico
A interpretação realizada pelos pós-modernos, está baseada sobre uma outra cultura
entendida como diferente e estranha a do antropólogo, mas com possibilidades de
compreensão e tradução recíprocas, através da conversação respeitosa e não etnocêntrica, do
diálogo que se caracteriza como uma actividade, não somente científica, mas de
confraternização e solidariedade humana, ou seja, pesquisador e sujeitos pesquisados
vivenciam, durante o trabalho de campo, uma espécie de jogos de interacções e de negociação
de interesses, onde informações são trocadas assim como afectividades, angústias, tensões,
frustrações entre outras subjectividades.
seu texto: ´´...o diálogo adequado de conceitos analíticos (onde se privilegiam autobiografias,
que melhor permitem avaliar as experiências históricas "carregadas na memória e que
determinam a forma de movimentos sociais contemporâneos"), a bifocalidade e a justaposição
crítica das possibilidades``(Mello, 2005).
3. Antropologia Interpretativismo
A Antropologia Hermaneutica ou Interpretativa dos anos 60 irá estabelecer a cultura
como uma hierarquia de significados, a partir de leitura que os nativos fazem de uma própria
cultura. Seu maior representante é Clifford Geertz e seu livro “ Interpretador das Culturas”,
publicado em 1973.Abordagem interpretativa mediante a descrição densa (thick description)
– consideração do contexto e das interpretações sociais – em um processo hermenêutico.
Para Geertz a separação das actividades do antropólogo entre etnografia (coletar dados) e
etnologia (interpretar dados) não fazia sentido: ao registar dados em um trabalho de campo,
o antropólogo escolhe quais fatos e como são interpretados (Mello, 2005).
Como em um texto, o ciclo indutivo entre esses diferentes níveis e fontes para interpretação
de símbolos e ritos particulares de uma cultura local.
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A primeira foi suportada pela expansão árabe (trocas mercantis) e pela expansão
imperialista europeia, pela sede da dominação do outro;
Segundo, verifica-se uma grande movimentação de grupos étnicos motivados por
razões diversas. O cristianismo, promovendo valores de humanismo, luta contra a
escravatura.
De acordo com Martinez (2004) a expressão mais alta deste fenómeno se encontra no
Apartheid Sul-africano. Os nativos serão expropriados e desterritorizados. Fomenta- se
racismo, tribalismo de toda a sorte. O projecto colonial pretendia, substituir as culturas
primitivas pela Civilização. Os principais temas de interesse estão virados para as origens. Em
África, por exemplo, os primeiros missionários protestantes suíços eram naturalistas.
Difundindo o Evangelho, os missionários europeus se confrontam com algumas realidades
imorais: o canibalismo, a venda de escravos e o despeito da integridade humana.
Funcionalismo
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Acrescidos a estes temas, podemos mencionar interesse pela magia e pela religião
africana, designada por animista pelos evolucionistas. A escola funcionalista inglesa
desenvolveu estudos científicos sobre a organização sociopolítica dos povos africanos. Para
civilizar os “selvagens”, foi concedida autorização especial às missões católicas como
“instrumento da civilização e influência nacional”. Desde cedo, as missões católicas
cumpriram este dever fielmente, usando as línguas ocidentais como instrumento desta obra.
As missões protestantes, de seu lado, usam igualmente o método de alfabetização para a
consecução deste objectivo. O ler e o escrever foram usados como instrumento para a
transformação da sociedade. Foi usada a língua vernácula. (Harries, 2007).
A Bíblia foi empregue como livro. Com estes, a Bíblia é traduzida em outras línguas
locais. O povo aprende a ler e a escrever em sua língua nativa. Dicionários e gramáticas em
línguas locais são escritos. Mesmo assim, a alfabetização criou em terras africanas duas
classes distintas. Em 1927, funda- se em Londres, o International Institute of African
Languages and Cultures. Este instituto passa a ser chamado em 1947, International African
Institute.
De acordo com estas situações Kabengele apela a recuperação dos africanos e da cultura
africana. Segundo ele, temos que resgatarmo- nos a nós mesmos e nossa autoestima. Práticas
etnográficas em Moçambique no período colonial e pós-colónia A política de assimilação
adoptada pelo colonialismo português, tornou de certa forma desnecessária a utilização
prática da antropologia nas tarefas administrativas. Os objectivos da colonização consistiam
na substituição dos valores culturais, políticos e económicos das populações locais e sua
integração na nação portuguesa. Os esforços feitos para criar uma pesquisa exclusivamente
antropológica em Moçambique tornaram- se inúteis; as investigações que pudessem ser
realizadas destinavam- se a fornecer às autoridades coloniais os meios capazes de reforçar a
ocupação e aumentar a reserva da força de trabalho.
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Rita Ferreira na sua «nota sobre o conceito de tribo» refere: abstraindo das
implicações futuras da política nacional de integração e de assimilação, os agregados
tradicionais indígenas devem considerar-se como formando os alicerces em que assenta o
edifício administrativo moçambicano. Essa organização tribal é não só de carácter altamente
utilitário para a administração, como, nas presentes circunstâncias, não é possível dispensá-la
sem graves consequências (…). A certa altura o reforço da autoridade dos chefes tribais
tornou-se uma necessidade para que os mesmos controlassem o fluxo monetário proveniente
da venda dos produtos agrícolas e do trabalho migratório, bem como a mobilização da força
de trabalho e a recolha de impostos.
Depois de 1960 e como consequência das mudanças surgidas nas colónias início das
lutas de libertação o discurso antropológico toma novas formas. Era necessário fazer bons
inquéritos e pesquisas apropriadas, publicar boas monografias para que a administração
dispusesse dos melhores instrumentos para lutar contra as acções políticas dos nacionalistas.
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Exceptuando os trabalhos de Jorge Dias sobre os Macondes (por razões militares) e de Maria
Leonor Correia de Matos mais recentemente, não encontramos em Moçambique, trabalhos
académicos no domínio da antropologia. Em contrapartida, os missionários portugueses para
o bom desempenho das suas funções tiveram de se interessar pelo conhecimento das línguas,
tendências, usos e costumes dos povos, conhecer o mais profundamente a sua psicologia.
Emerge uma visão da luta armada idealizada que a vê como uma experiência que
enfrentou e ultrapassou, sem grandes problemas, todos os conflitos. O estudo das diversas
formas de opressão far-se-ia através do processo de libertação com o objectivo da eliminação
das formas de «opressão do homem pelo homem». Há um esforço constante de estudar a luta
armada porque só através dela se poderá constituir uma tradição de pesquisa e de luta
enraizada nas realidades moçambicanas. A FRELIMO preconiza a defesa da posição de que a
génese da teoria social não se processa apenas nas salas de aula, no estudo dos textos, mas
também numa prática e numa luta social (Assane et al., 2019).
Mas mais marcante é a teorização a partir da prática visando a mudança social onde o
marxismo detém um lugar de eleição. Assim se referia o Presidente Samora Machel a um
jornalista em Março de 1980: «No nosso país, o marxismo é produto da luta de libertação
nacional. Nós não proclamamos o marxismo depois da independência. A própria guerra
transformou-se, no seu processo de desenvolvimento, numa guerra revolucionária popular.
Foi isto que permitiu à Frente de Libertação transformar-se num partido marxista-leninista.»
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Perante uma dinâmica que exige atenção e intervenção permanentes, que nos são
impostas seja premência de realização de projectos de desenvolvimento, surge a necessidade
da continuação da intenção antropológica. Mas como combinar a intenção antropológica com
a recusa da Antropologia clássica? Esta será assinalada por uma ruptura. Ruptura flmpirica:
tomada em consideração a história concreta das populações africanas - da monografia da
aldeia passa-se para o estudo dos grupos sociais nacionais; ruptura teórica: explicação
materialista da história, um estudo contínuo da realidade social nas suas condições
específicas, concretas em termos de tempo e de espaço.
aliança de classe de operários e camponeses definida pela FRELIMO, afectou em duas frentes
a investigação: primeiro, na escolha dos temas e matérias de investigação, segundo, na
unidade da investigação com o ensino e aplicação dessa investigação.
Este enfoque dinâmico significa uma alteração na era dos estudos sabre a mulher -
mulher e educação, mulher e politica, mulher e família -, descortinando novas horizontes. Não
basta indicar o lugar onde estão as mulheres, o que fazem, ou que não fazem. É preciso
apreender o cerne das relações sociais que são também constitutivas das relações de género e
vice-versa.
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Conclusão
Referências Bibliográficas
Assane, U. A., Chame, C., Estevão, G. & Abudo, M. (2019). Escolas do pensamento
antropológico. Universidade Rovuma –Nampula.
Copans, J. et al. (1971). Antropologia. Ciência das Sociedades Primitivas? Lisboa: Edições.
Copans, J., Tornay, S. & Godelier, M. (1974). Antropologia, Ciência das Sociedades
Primitivas? Lisboa, Ed. 70.
Langa, A. (1992). Questões Cristãs à Religião Tradicional Africana. Braga, Ed. Franciscana.
Martínez. Pe. F. L. (2004). Antropologia Cultural. SMS to. Agostinho da Matola: S/Ed.
Matta, R. da. (1981). Relativizando: Uma Introdução à Antropologia. São Paulo: Editora
Vozes..