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Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Democracia Moçambicana

Sandra Araújo: 31230436

Xai-xai, Novembro 2023


Universidade Aberta ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Democracia Moçambicana

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação
do Curso de Licenciatura em
Ensino de história da
UnISCED.

Tutor: Msc, Aurelio Feniasse


Creva

Sandra Araújo: 31230436

Xai-xai, Novembro 2023


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ......................................................................................................................... 4

2. Democracia .......................................................................................................................... 5

3. Democracia Moçambicana................................................................................................... 5

3.1. Fases da Democracia Moçambicana ................................................................................ 6

3.1.1. Primeira fase ................................................................................................................. 6

3.1.2. Segunda fase ................................................................................................................. 7

3.1.3. Terceira fase ................................................................................................................. 7

4. Considerações finais ......................................................................................................... 8

5. Bibliografia....................................................................................................................... 9
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1. Introdução

A democracia moderna, entendida em seu significado jurídico -institucional, vista como “regras
do jogo iv, tem sua vinculação com o liberalismo, neste sentido o Estado se apresenta: O Estado,
no melhor estilo do liberalismo, é essencialmente um organismo de carácter jurídico, laico,
neutro, mínimo, em condições de garantir as regras do jogo, de proteger as liberdades das partes e
de favorecer a igualdade de oportunidades SEMERARO (1999). Deste modo, no presente
trabalho, iremos versar sobre a democracia moçambicana.

1.1. Objectivos

Geral

 Conhecer a democracia moçambicana

Específicos

 Definir democracia
 Identificar as fases da democracia moçambicana
 Caracterizar as fases da democracia moçambicana

1.2. Metodologia

Na elaboração do presente trabalho recorreu-se a consultas bibliográficas que versam sobre o


tema bem como consultas de módulos na internet tendo nos auxiliados no debate, analise e
síntese. O fruto deste, é resultado de uma investigação bibliográfica na qual pretende-se fazer luz
sobre o tema em destaque.
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2. Democracia

A Democracia pode-se definir como “um sistema político que fornece oportunidades
constitucionais regulares para a mudança dos funcionários governantes, é um mecanismo social
que permite a uma parte - a maior possível - da população influir nas principais decisões
mediante a sua escolha entre os contendores para cargos políticos, Lipset (1967)

Segundo Lipset (1967), esta definição implica duas condições específicas a saber: primeira, uma
“fórmula política” ou seja a aceitação de instituições legítimas (aceite por todos), por exemplo:
partidos políticos, imprensa livre, etc. segunda, um conjunto de líderes políticos no exercício dos
cargos numa competição de um ou mais conjuntos de líderes reconhecidos tentando alcançar
esses cargos.

Rousseau (2002) defende que a democracia significa participação de todos na formação do poder,
a principal desigualdade deriva da propriedade privada e da divisão do trabalho, não havendo
democracia efectiva onde existe excessiva desigualdade material entre os cidadãos.

Para Schumpeter (1984), a democracia se caracteriza muito mais pela concorrência organizada
pelo voto do que pela soberania do povo, ou o sufrágio universal, como afirma a teoria clássica.
Eis algumas definições formuladas por Schumpeter: a democracia é um método político, ou seja,
um certo tipo de arranjo institucional para se alcançarem decisões políticas - legislativas e
administrativas - e portanto não pode ser um fim em si mesma, não importando as decisões que
produza sob condições históricas dadas.

3. Democracia Moçambicana

Após a independência colonial em 1975 e uma experiência socialista fracassada, a era


democrática moçambicana é inaugurada com a realização das eleições gerais em 1994, ganhas
pela Frelimo que, desde então, continua dominando o cenário político local, mantendo requintes
totalitários para aparelhar e dominar a administração pública, recorrendo a sucessivos governos
para alargar sua esfera de influência social. O empresariado, as oportunidades de negócios e de
empregos, as artes e a cultura, o desporto, o lazer e até os casamentos estão de certa forma sob
influência e controle da Frelimo. Neste contexto, diferentes partidos da oposição são sufocados e
privados de financiamento e/ou de alianças com o empresariado e demais organizações locais, o
que impacta severamente a sua capacidade de actuação. A oposição continua severamente
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perseguida, punida economicamente, ameaçada fisicamente e até aniquilada, como acontece com
jornalistas e activistas políticos. Enquanto sufoca a oposição política internamente, a Frelimo
envia uma mensagem de tolerância e de convívio democrático à comunidade internacional
responsável pelo financiamento dos principais programas e projectos de desenvolvimento no
país. Apesar de largas denúncias dos diferentes movimentos políticos e cívicos, a comunidade
internacional contínua negligente, contemplativa e conivente com o autoritarismo da Frelimo,
motivada, de acordo com esses movimentos, pelos seus interesses nos recursos naturais do país.

3.1. Fases da Democracia Moçambicana


3.1.1. Primeira fase

Do período colonial à Proclamação da Independência política

A partir de 1885, ano em que terminou a conferência de Berlim, seguida de ocupação efectiva do
território, até 7 de Setembro de 1974, data da realização dos acordos de Lusaka, Moçambique
esteve sob dominação colonial portuguesa. Relativamente ao contexto sociopolítico desse
período, é necessário referir que, na condição de uma colónia, o território que hoje se constituiu,
pelo menos do ponto de vista político, como um país independente, permaneceu sob domínio do
regime fascista colonial, Lala; Ostheimer (2004). Quanto à estrutura social, os moçambicanos se
encontravam divididos em dois principais estratos: assimilados7 e indígenas8 Mondlane, (1969).

Em Moçambique, do ponto de vista da evolução económica do período colonial, distinguem-se


dois principais momentos Brito et al. (2015): a) desde finais do século XIX ao fim da Segunda
Guerra Mundial; b) segunda metade dos anos de 1940 até a independência política, em 1975.
Enquanto o primeiro momento foi caracterizado pela integração de Moçambique na economia
capitalista regional e no fornecimento de matérias-primas para as indústrias europeias, o segundo
momento teve como característica principal o incremento das indústrias de transformação das
matérias-primas em produtos directamente consumíveis, de forma a reduzir as suas importações,
Brito et al., (2015). No entanto, tanto no primeiro momento quanto no segundo, foi notória a
presença em número cada vez mais crescente da população de origem europeia (principalmente
de origem portuguesa) e asiática (em especial de origem indiana). Era essa população que,
juntamente com os assimilados, constituía o estrato social elitista da população na então colónia
portuguesa de Moçambique.
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3.1.2. Segunda fase

Do regime pós-independência ao conflito armado

O novo governo de Moçambique estabelecido após a independência herdou o território


formado na base das ambições coloniais que em nada correspondia a uma nação constituída
sob os aspectos culturais (língua e princípios psicológicos) que justificassem a unicidade
territorial. Nisso, inversamente, o Estado envidou esforços no sentido de criar uma nação
moçambicana, baseando-se, unicamente, nos valores históricos do território. Portanto, a nação
moçambicana a ser criada deveria carregar os valores de um movimento revolucionário que
se afirmava como “socialista” e que, ao mesmo tempo, mesclava-se aos valores do
colonialismo (língua, exclusão, repressão etc.), contudo estranhos aos moçambicanos.

3.1.3. Terceira fase

Do nascimento do Estado de Direito Democrático aos desafios da democratização em


Moçambique

Em Moçambique, o processo de transição democrática começa com as mudanças internacionais


de correlação de forças a partir de 1990. Para Lalá e Ostheimer (2004), os acordos de paz
firmados em 1992 entre o governo de Moçambique e a RENAMO alavancaram o início do
processo de transição democrática. Assim, depois de muitos anos de guerras intestinas, de
domínio de partido único na cena política nacional e de ausência de liberdades democráticas
fundamentais para o exercício pleno da cidadania, as primeiras eleições multipartidárias
realizadas em 1994 não só marcaram formalmente o fim da guerra civil, como constituíram,
igualmente, o passo inicial no caminho tortuoso rumo à estabilidade política e à implementação
de estruturas democráticas. Moçambique encontra-se numa fase de amadurecimento da
Democracia. A democratização teve início a mais de duas décadas, com este regime o país
procura diminuir as assimetrias sociais (como rege o programa governamental - combater a
pobreza), expansão da rede escolar e sanitária, melhoramento das vias de acesso, acessibilidade
dos serviços públicos mas em contrapartida os índices de corrupção são elevados, o desemprego,
a criminalidade nas grandes cidades é crescente contribuindo para um clima de insegurança aos
cidadãos.
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4. Considerações finais

Após o término do trabalho, pudemos constatar que a democracia como um sistema que favorece
melhores condições de liberdades individuais, participação na vida política e a isenção na
arbitragem da justiça, por isso, para um país estar democraticamente consolidado é necessário
que haja um desenvolvimento económico e as instituições edificadas democraticamente têm de
ser aceites pelo seu bom desempenho. No caso de Moçambique que segue o sistema democrático
a mais de vinte anos, ainda tem a sua economia muito dependente, daí lhe está reservado o
desafio de escolha de políticas para uma sustentabilidade económica, pois, os cidadãos querem
ver mais segurança na sua cidade, no seu bairro, promoção de serviços sociais ou seja, o cidadão
anseia o bem-estar cuja responsabilidade é a atribuída ao Estado.
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5. Bibliografia

SEMERARO, G. Gramsci e a Sociedade Civil: cultura e educação para a democracia. 1. ed.


Petrópolis: Vozes, 1999. 279 p.

LIPSET, Seymour Martin, O Homem Político, Zaha, Rio de Janeiro, 1967

ROUSSEAU, Jean Jacques. O contrato social: princípios de direito político. Ed Ridendo Castigat
Mores, 2002

SCHUMPETER, J.A. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Tradução de Sérgio Góes de Paula.


Rio de Janeiro: Zahar, 1984. 534 p

BRITO, Luís de et al. Revoltas de fome: protestos populares em Moçambique (2008-2012).


Maputo: IESE, 2015

LALÁ, Anícia; OSTHEIMER, Andrea. Como limpar as nódoas do processo democrático? Os


desafios da transição e democratização em Moçambique (1990-2003). Maputo: Konrad-
Adenauer-Stiftung, 2004.

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