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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2
5.2 As DCNEB e suas articulações com o currículo e as propostas pedagógicas nas
escolas ...................................................................................................................... 31
7.1 O pedagogo social deve ser sensível e ter uma escuta ativa.............................. 44
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
4
1 SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
5
1.2 Período Monárquico
O nascimento do Brasil como país independente foi marcado por dois fatos que
previram significativamente a futura "democracia": a declaração de independência do
herdeiro português do trono e o encerramento da Assembleia Constituinte pelo
monarca. O que apresentou a democracia que seria dada para o país, um verdadeiro
"cavalo de Tróia" para o povo brasileiro (PILETTI, 2003).
Aqueles que, talvez embalados por nossa história ingênua ou idealista com o
nascimento e desenvolvimento de um novo regime, acalentavam sonhos
republicanos, federalistas e democráticos, enfrentando uma dura realidade, uma
grande decepção:
6
Tabela 1 - Principais reformas do ensino médio no período republicano
AUTORIZAÇÕES
DOCUMENTOS LEGAIS
LEGISLATIVAS
REFORMAS DE
Por terem sido introduzidas antes
BENJAMIN CONSTANT
da aprovação da Constituição e da
Decretos nº 981 de
instalação do Congresso, estas reformas
8/11/1890, e nº 1075 de
não dependem de autorização legislativa.
22/11/1890
CÓDIGO EPITÁCIO
PESSOA Autorizado pela Lei Orçamentária
Decreto nº 3.890, de nº 746, de 31/12/1900.
1/1/1901
REFORMA RIVADAVIA
CORREA Autorizado pela Lei Orçamentária
Decreto nº 8 659, de nº 2 356, de 31/12/1910.
5/4/1911
REFORMA CARLOS
MAXIMILIANO Autorizada pela Lei Orçamentária
Decreto n º 11 530, de n º 2 924, de 5/1/1915.
18/3/1915
REFORMA FRANCISCO
Independente de autorização
CAMPOS
legislativa: imposta pelo governo
Decreto n º 19 890, de
provisório, na inexistência de
18/4/1931: dispõe sobre a
Cosntituição.
organização do ensino
secundário
7
REFORMA GUSTAVO
CAPANEMA Promulgada sob o Estado Novo,
Decreto-lei nº 4 244, de em que o Poder Executivo, na prática,
9/4/1942: Lei Orgânica do Ensino exercia também as funções legislativas.
Secundário
LEI DE DIRETRIZES E
BASES DA EDUCAÇÃO
Discutida e aprovada pelo
NACIONAL
Congresso Nacional.
Lei nº 4 024, de
20/12/1961
DIETRIZES E BASES
DO ENSINO DE 1º E 2º GRAUS Aprovada pelo Congresso
Lei nº 5 692, de Nacional em regime de decurso de prazo.
11/8/1971
LEI Nº 7 044, DE 18 DE
OUTUBRO DE 1982:
Aprovada pelo Congresso
REVOGADA A
Nacional
PROFISSIONALIZAÇÃO
COMPULSÓRIA
DIRETRIZES E BASES
DA EDUCAÇÃO NACIONAL Discutida e aprovada pelo
Lei nº 9 394, de 20 de Congresso Nacional.
dezembro de 1996
8
1) O autoritarismo que orientou a formulação da maior parte das reformas:
as seis primeiras foram decretadas e a sétima por decreto-lei;
2) A personalidade das reformas, pelo menos verificáveis nominalmente,
no caso das sete primeiras, que levam o nome do ministro que as
inspirou (PILETTI, 2003).
9
O primeiro nível refere-se às políticas públicas - as ações do poder público em
nível federal, estadual ou municipal direcionadas aos acervos das escolas e
instituições que compõem os sistemas e redes educacionais. O segundo nível diz
respeito ao desenho das instituições educativas e educativas e inclui o seu projeto
político-pedagógico, regimento interno, organização curricular, horários de
funcionamento e espaços com informação e atividades que assegurem a
aprendizagem dos alunos do ensino superior (BRUEL, 2012).
Também inclui os processos administrativos da escola, a formação e atividades
do Conselho e todas as atividades necessárias para atingir os objetivos da educação
escolar. O terceiro nível de planejamento refere-se ao trabalho didático-pedagógico
realizado em várias salas, que é organizado para aprender saberes de aprendizagem,
saberes escolares. Aqui você encontra todas as formas de organizar o planejamento
anual, mensal e diário das disciplinas, lições e atividades incluídas no currículo
(BRUEL, 2012).
Em relação a essa perspectiva, Charlot (1983) e Aranha (1989) afirmam que:
10
O primeiro documento que tratou do direito à educação foi a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH) elaborada pelas Nações Unidas em 1948.
Seus 30 artigos estabelecem a educação como um dos ideais que todas as nações
devem alcançar o direito fundamental para a educação. No Brasil, cuja retrospectiva
histórico-legal-educacional foi curta até até 1988, as constituições anteriores não
consideravam a educação como um direito de todos e não estabeleciam normas
adicionais para o funcionamento da educação escolar.3 Muitas iniciativas Desde 1824
Constituição, as medidas legais não se materializaram, o apenas fortaleceu a tradição
nacional de "domesticação" e controle da população pobre porque, segundo Machado
(2011, p. 181), "o debate do era baseado na escola pública e na verdade, havia cerca
de assuntos mais urgentes."
11
Art. 24 A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada
de acordo com as seguintes regras comuns: I — a carga horária mínima anual
será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver (BRASIL,
1996, documento on-line).
Art. 24 [...] § 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput
deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil e
quatrocentas horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo
máximo de cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir
de 2 de março de 2017 (BRASIL, 2017b, documento on-line).
Essa carga horária, que determina 1.000 horas-aula por ano no ensino médio,
é confirmada na atual BNCC do ensino médio, o que valida essa proposta de
ampliação. Para cumprir esta regra sobre o ônus da educação primária e secundária,
alunos devem assistir pelo menos 75% das aulas para serem considerados alunos
frequentes e serem admitidos (HEIN, 2020).
Em relação à educação infantil, a Lei nº. 12.796, de 4 de abril de 2013, alterou
a LDB de 1996, trazendo a seguinte menção:
12
Assim, os estudos das crianças devem ter pelo menos 800 horas-aula e 200
dias letivos no calendário escolar hoje. O que muda em relação a esta etapa do ensino
básico, é a particularidade do currículo e essas aulas constituem atividades em
jardins-de-infância e pré-escolas a frequência dos alunos é obrigatória, que neste caso
constitui 60% das horas (HEIN, 2020).
Nesta primeira fase temos dois períodos distintos: o primeiro período, 1500-1759,
desde a conquista e colonização até a expulsão dos jesuítas do Brasil; e o segundo
13
período, 1759-1827, compreendeu a crise do Antigo Sistema em Portugal e suas
consequências no Brasil (LOMBARDI, 2008).
O primeiro período divide-se em duas fases: a pedagogia do padre jesuíta Manuel
da Nóbrega, também conhecido como o período heroico (1549-1570); e a
institucionalização da pedagogia jesuítica, ou ratio studiorum (1570-1759)
(LOMBARDI, 2008). A chegada dos jesuítas à colônia marcou o início da educação
formal no Brasil.
Em retrospecto, pode-se dizer que a história era apenas um problema humano, ou
seja, apareceu apenas desde a era moderna como algo que tinha que ser entendido
e explicado. O motivo é relativamente simples, as pessoas garantiram sua existência
principalmente no quadro de condições naturais que se relacionam com a natureza,
por meio de uma categoria de "cuidado", o que significava a compreensão de que o
ambiente natural lhes fornece os elementos básicos de enfrentamento, que foram
introduzidos como processos de mudança brutos, exigentes, os mais primitivos que
precisamente por isso levou a formas estabelecidas de vida social, de acordo com a
abordagem cíclica do tempo, não foi necessário entender o significado e o propósito
da causa das mudanças processadas no tempo, ou seja, o problema da história não
foi apresentado (SAVIANI, 2013). Nas palavras do autor:
14
2.2 Capitalismo concorrencial e economia mercantil-escravista
Nessa segunda fase, de 1822 a 1889, temos as primeiras tentativas, fruto do
processo de emancipação política e da formação do Império brasileiro, de organizar
algo que poderíamos chamar de educação nacional. Nesse momento, foram feitas as
primeiras tentativas de organizar a educação sob a responsabilidade do Estado, e no
nível do governo imperial e dos governos provinciais (LOMBARDI, 2008).
A constituição de 1824 estipulou que todo cidadão brasileiro tinha acesso a
escolas primárias públicas. Segundo a historiadora Cynthia Veiga (2008, p. 502), era
“a necessidade de educar e civilizar o povo”. Como invenção imperial, na maioria dos
discursos aprender a ler, escrever e fazer matemática, assim como ir à escola, foram
condicionantes na construção de uma nova sociedade (VEIGA, 2008).
É importante sublinhar quem era considerado cidadão e assim tinha acesso à
escola primária. Pessoas escravizadas foram legalmente impedidas de frequentar
escolas públicas em várias províncias do império. Esse ordenamento jurídico não
impedia que negros livres frequentassem escolas públicas, pois mesmo em uma
sociedade escravista havia negros que sabiam ler, escrever e/ou ler.
Mesmo que uma escola pública seja aberta a pessoas livres, isso não significa
que seu maior grupo de brancos seja maciçamente alfabetizados. Segundo Lilia
Schwarcz (2008, p. 503), citado em Veiga, "o censo de 1872 mostrou que 84% da
população brasileira era analfabeta; portanto, é possível supor que muitos brancos,
inclusive os ricos, não tinham leitura". Pergunte-se o que entendia por educação
durante o Império e qual era o lugar da leitura e da alfabetização naquela sociedade.
Isso pode ser feito com base em três observações: “a presença frequente de elites
governamentais sobre a missão educacional da escola; precárias condições de
trabalho das escolas públicas em geral; e finalmente o grande analfabetismo do século
XIX" (VEIGA, 2008).
A educação pública era muito incerta durante o período imperial. Seu objetivo
era educar e civilizar, promover a coesão social, os valores da civilização (como
percebido pela elite imperial) e a homogeneização cultural da população. Segundo
Veiga (2008, p. 50), “a difusão da compreensão da importância da escola na ordem
social é uma invenção imperial, associada à difusão da constituição”. A escola pública,
considerada um fracasso do período imperial, em parte devido às limitadas condições
15
de vida do povo, foi criada no início da república como uma escola para alunos
brancos de "boa origem" (VEIGA, 2008).
16
a pedagogia tradicional e a nova pedagogia; a fase de 1947 a 1964 (LOMBARDI,
2008).
O terceiro período (1964 -1984) correspondeu ao golpe de 1964 a uma
ditadura civil-militar, quando houve uma reorganização da cultura, economia, política
e sociedade devido à gestão dos militares no poder.
O quarto período, iniciado em 1984 e que se estende até o presente,
corresponde à transição para a democracia, à reorganização do estado com a
vigência da Constituição de 1988 e à incorporação do Brasil aos quadros de
globalização e neoliberalismo também conhecido como a Nova Ordem Mundial. Esse
período foi caracterizado por uma série de reformas educacionais, que deram
continuidade ao confronto entre as perspectivas crítica e neoliberal de educação, bem
como a nova LDB (Lei nº 9.394, de 1996) (LOMBARDI, 2008).
17
Ambos defenderam a importância e o reconhecimento de sua cultura e história na
compreensão da formação do Brasil.
Segundo Anísio Teixeira, a lei e o governo, tanto na educação quanto na vida
nacional em geral, não foram formados pelo esforço da sociedade em disciplinar uma
realidade concreta que aos poucos se transformaria. A lei era algo mágico que poderia
mudar repentinamente a face das coisas. Na verdade, todas as nossas leis
representavam um nível ideal de perfeição, como uma utopia platônica (PILETTI,
2003).
Já chegamos a extremos incríveis. Leis perfeitas, definições ideais de
instituições e realidades, às vezes como um ponto entre o trivial e o abominável, e
essas definições ideais de lei emitem atos oficiais, cheios de poder mágico para
transformar aquela realidade particular em uma realidade oficial semelhante de acordo
com a lei (PILETTI, 2003).
Juntamente com outros fatores como a exclusão da maioria e a tomada de
decisões de cima para baixo e do centro para a periferia, esse formalismo jurídico
acrescentou à nossa história o que pode ser caracterizado justamente como uma série
de metamorfoses conflituosas à democracia. À medida que as grandes exigências de
mudança e participação cidadã na vida nacional se tornavam quase insuportáveis, os
governantes promoviam reformas pseudodemocráticas cujo verdadeiro objetivo
sempre foi esconder a desigualdade e a injustiça social para fortalecer o status a seu
favor (PILETTI, 2003).
18
Em 2017, de acordo com dados do IBGE, um relatório do Plano Nacional de
Educação (PNE) concluiu que 1,95 milhão de crianças e adolescentes brasileiros
entre 4 e 17 anos estão fora da escola. Além disso, não basta que as crianças e os
jovens frequentem a escola, mas que esta ofereça um ensino
de qualidade (SOARES, 2014).
3.2 Índice Nacional da Educação Básica para 2017
A média nacional do Índice Nacional da Educação Básica para 2017 foi de 5,8
para os anos iniciais do Ensino Fundamental, 4,7 para os anos finais do Ensino
Fundamental e 3,8 para o Ensino Médio. Mas de quem é a responsabilidade por isso?
A Constituição Brasileira de 1988 é clara em seu art. 205 ao atribuir esse papel ao
Estado, em primeiro lugar, e à família, em segundo: "a educação, direito de todos e
dever do Estado e da família" (BRASIL, 1988). Porém, apenas 12 anos depois, a
ordem dessas atribuições sofre uma inversão, como aponta o professor Marco Aurélio
Soares (2014), no art. 2º da LDB de 1996,
a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996 ).
19
"II – universalização
Ensino "II – progressiva
do ensino médio gratuito
universalização do ensino
médio (modificado pela Lei n°
médio gratuito.
12.061, de 2009).
"III – atendimento "III – atendimento
educacional especializado educacional especializado
Atendimento aos portadores de gratuito aos educandos com
especializado deficiência, necessidades especiais,
preferencialmente na rede preferencialmente na rede
regular de ensino. regular de ensino.
"IV – educação "IV – atendimento
Educação infantil, em creche e pré- gratuito em creches e pré-
Infantil escola, às crianças até 5 escolas às crianças de zero a
(cinco) anos de idade." cinco anos de idade.
"V – acesso aos "V – acesso aos
Niveis mais níveis mais elevados do níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da ensino, da pesquisa e da
elevados de ensino
criação artística, segundo a criação artística, segundo a
capacidade de cada um." capacidade de cada um."
"VI – oferta de "VI – oferta de
Ensino ensino noturno regular, ensino noturno regular,
Noturno adequado às condições do adequado às condições do
educando." educando."
“VII – oferta de
educação escolar regular
para jovens e adultos, com
características e modalidades
Educação de adequadas às suas
- necessidades e
jovens e adultos
disponibilidades, garantindo-
se aos que forem
trabalhadores as condições
de acesso e permanência na
escola.
“VII – atendimento “VIII – atendimento
ao educando, em todas as ao educando, no ensino
etapas da educação básica, fundamental público, por
Programas por meio de programas meio de programas
suplementares suplementares de material suplementares de material
didático escolar, transporte, didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à alimentação e assistência à
saúde. saúde.
“IX – padrões
mínimos de qualidade de
ensino, definidos como a
Padrão de variedade e quantidade
-
qualidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao
desenvolvimento do processo
de ensino-aprendizagem.”
20
"X – vaga na escola
pública de educação infantil
ou de ensino fundamental
Vaga na mais próxima de sua
- residência a toda criança a
educação infantil
partir do dia em que
completar 4 (quatro) anos de
idade (incluído pela Lei nº
11.700, de 2008).
Fonte: Adaptado de Brasil (1988; 1996)
3.3 O dever da família e do Estado.
De acordo com o artigo 2º, a finalidade da educação, responsabilidade familiar
e estatal, inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais da solidariedade humana,
é o desenvolvimento integral do aluno, sua preparação para o exercício da cidadania
e competência para o trabalho (PILETTI, 2003).
É uma verdadeira extensão do conceito de escolaridade obrigatória, que
passou a incluir três ciclos do ensino básico, mas não na totalidade, porque a definição
do escalão etário limita a obrigatoriedade a crianças e jovens dos aos 17 anos. Assim,
a obrigatoriedade inicia-se desde a fase pré-escolar da educação infantil e estende-
se até o ensino médio, caso o aluno tenha a idade exigida por lei (BRUEL, 2012).
Quando considero que um dos objetivos da educação, de acordo com a
Constituição de 1988, é a preparação para o exercício da cidadania e, ao mesmo
tempo, penso que a maioria dos jovens nem sabem quem é o prefeito de sua cidade,
é para se preocupar em relação ao futuro da juventude de nosso país (PILETTI, 2003).
Se você pensar no fato de que esses jovens têm que prestar vestibular em
algum momento da vida, o desinteresse em buscar informações em geral cria uma
grande desvantagem para eles. Claro, a escola não poderia ensinar a ele o que seu
prefeito poderia ter em comum com seus estudos ou com o fato de que ele deveria
aprender a dirigir o futuro dele e de seu país. Obviamente, preparar-se para o exercício
informado da cidadania não se limita a apenas conhecer o nome do prefeito e do
partido político. Mas se essa coisa básica não acontecer, o que os outros dirão?
(PILETTI, 2003).
3.4 Objetivos Gerais da Educação
Parece que os grandes objetivos da educação foram escritos nas constituições,
mas nem sempre foi assim. Somente depois de 1934 foi acrescentado à nossa
constituição um capítulo sobre educação e cultura. Antes disso, a educação continha
algumas parcas disposições, como a educação básica gratuita e a criação de colégios
21
e universidades na Constituição de 1824, e os que determinam as competências do
Congresso Nacional (art. 34, item 30, e art. 35) e a laicidade do ensino ministrado nos
estabelecimentos públicos (art. 72, parágrafo 6º) na de 1891 (PILETTI, 2003).
E mesmo depois de 1934 estaríamos errados se pensássemos que os objetivos
gerais da educação foram constitucionalmente definidos de forma clara e precisa com
o capítulo sobre educação e cultura. De acordo com a Constituição de 1934, "a
educação é direito de todos e deve ser garantida pela família e pelas autoridades
encarregadas de fornecê-la aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, de
forma que possibilite a efetivação de fatores morais e econômicos na vida do povo
brasileiro e possa desenvolver no espírito do Brasil a consciência da solidariedade
humana" (Art. 1 9) (PILETTI, 2003).
3.5 Práticas pedagógicas entre o ensino fundamental e o ensino médio
A educação básica no Brasil é dividida em três etapas distintas, das quais são
muito importantes na vida como aluno da educação básica brasileira. Essa ordem,
porém, é apenas uma forma de organização, e a formação plena do indivíduo ocorre
por meio da construção simultânea, que ocorre em todas as etapas da educação.
Portanto, essas etapas devem ser pensadas e construídas de forma que haja
integração entre todas elas e, portanto, entre todas elas as competências e
habilidades que se formam nesse ciclo de continuidade do ensino fundamental ao
superior. Educação de qualidade na escola, é o que visa ao final desse processo
alcançar os principais objetivos da educação brasileira (BRASIL, 2017).
3.6 A preparação para o trabalho
O ensino secundário desempenha um papel importante na preparação para o
trabalho, tendo em conta que muitos alunos não continuam a sua vida académica,
saem da escola diretamente para o mercado de trabalho. Isso não significa
profissionalização precoce e/ou formação incerta para atender às demandas
imediatas do mercado de trabalho. Ao contrário, é o desenvolvimento de
competências que dá ao aluno a oportunidade de participar de forma ativa, crítica,
criativa e responsável das mais diversas organizações da vida profissional (BRASIL,
2017).
3.7 A formação ética e o pensamento crítico
A educação ética e o pensamento crítico demonstram que não é apenas sobre
a aquisição de conteúdo e domínio de técnicas, mas também sobre o desenvolvimento
22
humano, valores morais e pensamento crítico dos alunos. A educação e a atitude
éticas são tão importantes quanto a aquisição de habilidades e competências para a
construção de uma sociedade mais justa, ética, democrática, inclusiva, sustentável e
sólida (BRASIL, 2017).
Existe a possibilidade, porém de o professor após apresentar diversas maneira
corretas de comportamento para o aluno, questionar sobre quais práticas eles
costumam ver com destaque no seu dia a dia.
Por fim, tratar dos fundamentos científico-tecnológicos é uma forma de conectar
a teoria com a prática. Com isso, pode proporcionar aos alunos uma compreensão
mais ampla sobre objetos e processos, permitindo que eles utilizem as tecnologias
existentes, adquiram as linguagens da tecnologia digital e tenham consciência de seu
uso, desenvolvendo uma mente crítica (BRASIL, 2017).
4 HUMANIDADES X CIÊNCIAS
Examinando os currículos do ensino médio aprovados durante a República,
duas características principais emergem: a enciclopédia, que aparece isolada em
grande parte das disciplinas cursadas, e a redução gradativa da carga horária voltada
para a disciplina de humanidades, inversamente proporcional ao tempo destinado à
matemática e às ciências naturais (PILETTI, 2003).
O plano de 1890 previa o estudo de vinte disciplinas 24 horas por semana,
incluindo revisões naquelas disciplinas em que o curso regular era gasto. Tal sistema
fazia com que, por exemplo, no 7º ano, fossem estudadas quinze disciplinas entre
aulas e repetições. Em 1901 as revisões deixaram de existir, o número de disciplinas
foi reduzido para dezesseis anos, e o número de horas de aulas semanais variou de
dezessete no 1º ano para 26 no 6º ano.
A situação mudou parcialmente em 1911, quando o número total de disciplinas
foi reduzido para quatorze e um máximo de sete para o ano. Em 1915, o número total
de disciplinas permaneceu inalterado. Em 1925, foram introduzidas seis novas
disciplinas - educação moral e cívica, filosofia, história da filosofia, literatura brasileira,
literatura de línguas latinas e sociologia - ou um total de 21 disciplinas (PILETTI, 2003).
Desde 1931, o ensino secundário - que segundo o plano de 1890 durava sete
anos e depois seis anos - foi dividido em básico, de cinco anos e adicional, de dois
anos. A primeira fase continha treze disciplinas obrigatórias, enquanto a segunda
oferecia três opções de acordo com a carreira universitária pretendida: 1º) Direito; 2º)
23
cursos médicos, farmacêuticos e odontológicos; 3º) curso de engenharia e arquitetura
(PILETTI, 2003).
Em 1942, o ensino secundário foi ainda dividido em dois períodos, cuja
denominação e duração mudaram: ensino médio, com duração de quatro anos, e
ginásio, com duração de três anos e em duas modalidades: curso clássico e curso
científico. A partir de 1961, o ensino secundário, apesar de manter a sua estrutura e
duração, apresentava duas diferenças importantes: por um lado, essa denominação
passou a abranger tanto o ensino secundário como o ensino técnico-profissional, que
se equiparavam em termos de continuação dos estudos (PILETTI, 2003).
25
Com o método ver-julgar-agir, os alunos estavam prontos para entender e mudar o
mundo, além de ler e escrever (CARNEIRO, 2020).
Em relação à educação e cultura popular, a CNBB defendeu uma proposta
ousada para a educação de jovens e adultos. Nesse sentido, de acordo com Favero
(1983):
A expressão “cultura popular” surge como uma denúncia dos
conceitos culturais em voga que buscam esconder o seu caráter de classe.
Quando se fala em cultura popular acentua-se a necessidade de pôr a cultura
a serviço do povo, isto é, dos interesses efetivos do país. Em suma, deixa-se
clara a separação entre uma cultura desligada do povo, não popular, e outra
que se volta para ele e, com isso, coloca-se o problema da responsabilidade
social do intelectual, o que obriga a uma opção. Não se trata de teorizar sobre
cultura em geral, mas de agir sobre a cultura presente, procurando
transformá-la, estendê-la, aprofundá-la (FAVERO, 1983).
Acreditamos que a cultura popular faz parte do cotidiano das pessoas, ou seja,
da vida das pessoas independente de classe social. Como bem adverte Freire, a
26
cultura é a concretização do nosso trabalho: são necessárias a ação e a reflexão sobre
este mundo onde nós vivemos, para concretizarmos de forma consciente (FREIRE,
2003).
4.3 Golpe Militar de 1964.
27
estrutural foi limitada pelo poder do capital. No entanto, restaram legados importantes,
como a redução da desigualdade social (CARNEIRO, 2020).
Espaços de democracia participativa foram criados ou ampliados.
Conferências, conselhos, mediações, mesas de diálogo e outros proporcionaram um
diálogo inédito entre Estado e sociedade civil. As políticas nacionais foram criadas por
meio de um processo de diálogo inédito e com ampla participação popular.
A partir da segunda metade da década de 2010, o Brasil voltou a passar por
um período de instabilidade democrática, quando o governo estava quebrado e o
desenvolvimento econômico e social fracassado. A suspensão do mandato da
presidente Dilma Rousseff e a posse do por Michel Temer em 2016 marcaram o fim
do mais longo contrato social da Nova República (CARNEIRO, 2020).
As várias formas pelas quais a cultura popular pode ser realizada servem ao
mesmo objetivo, que é a educação revolucionária do povo; não é que este ensine o
que deve fazer, mas esta iniciativa deve partir das suas condições concretas de vida
através das necessidades da prática e da realidade, não de interesses intelectuais
(FAVERO, 1983; CARNEIRO, 2020).
Nesse contexto, pode-se observar que naquela época o problema do
intercâmbio entre intelectuais e pessoas foi colocado em níveis cada vez mais baixos
parece que ainda não entendeu que o problema não é apenas em níveis culturais,
mas também sobre diferenças culturais. Com diferentes níveis, não é o nível mais alto
que tem a capacidade de buscar a unidade de ação e a direção do processo. Isso
explica a busca por um lugar de destaque atribuído aos setores da classe média na
ordem política alcançável (FAVERO, 1983; CARNEIRO, 2020).
SISTEMA ORIENT
TIZAR A ESTIM AR A
EDUCAÇÃO ULAR O PPP FORMAÇÃO
BÁSICA INICIAL E
NACIONAL CONTINUADA
Fonte: Elaborado pelo autor.
31
Essas PPPs, por sua vez, são bem elaboradas e seguem as próprias diretrizes,
traduzindo a opinião da comunidade escolar sobre o tipo de aluno e a escola
pretendida para aquele local, otimizando o acesso para que venha a evitar a evasão
escolar.
O projeto nacional de educação, onde todos possam aprender, desenvolver-
se, tornar-se cidadão em igualdade de condições escolares, buscar um padrão de
qualidade, uma forma acessível de solucionar a demanda, é incentivado e continuado
com a implantação da educação nacional guia de Educação Básica (BRASIL, 2013).
Iniciamos analisando os principais ensinamentos que a LDB 1996 traz para o art.
2 quando introduz o conceito de educação (BRASIL, 1996, documento online): "Art. 2.
[...] visa o desenvolvimento integral do aluno, sua preparação para o exercício da
cidadania e competência trabalho. ". A Lei do Tribunal de Contas Europeu nº 8069 de
13 de julho de 1990 destaca que:
32
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e
do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
33
educação básica, a educação básica é sua estrutura e instrumento pedagógico e o
médio a conclusão, e baseia-se na visão do todo como base para obter uma visão
coerente das partes".
Por meio dessa metáfora, o autor mostra a ideia principal de que, nesse caso,
será entendido como a soma dos passos de componentes igualmente importantes
com a ajuda de políticas e programas educacionais, pretendemos garantir o direito à
educação.
Admissão e permanência escolar e estabelecimento de padrões de qualidade
são iniciativas que nem sempre garantem oportunidades iguais para todos. Os
resultados educacionais também são afetados por outros fatores que estão fora do
controle da escola porque pertencem a outras áreas, como economia, apoio à renda
e segurança pública.
Naquela época, "[...] opiniões unânimes levaram a uma luta para atender às
necessidades educacionais básicas de todas as pessoas que pudessem universalizar
a educação básica e ampliar as oportunidades de aprendizagem para crianças, jovens
e adultos" (BRASIL, 1997).
Outro aspecto que merece destaque diz respeito ao processo de avaliação
educacional, pois tanto o ensino básico quanto o superior devem criar avaliações
34
abrangentes que visam medir o desempenho das instituições de ensino com os
alunos, com o objetivo de promover medidas de melhoria da qualidade quando
necessário para atingir este objetivo, temos experimentado em instituições de ensino:
35
direitos de aprendizagem e desenvolvimento e áreas de especialização (BRASIL,
2018).
O direito à educação infantil é uma conquista recente. Antes do nascimento da
BNCC, o entendimento atual sobre a infância e a proteção dos direitos das crianças
foi resultado de mais de 30 anos de luta, pesquisa, legislação e documentos
norteadores. Entre esses documentos, destacam-se os seguintes:
36
No cenário atual, professores e instituições de ensino estão adequando seus
currículos e práticas para atender às normas da BNCC (BRASIL, 2018). Esta alteração
é necessária para implementar várias recomendações para a educação básica em
geral, incluindo a educação infantil.
Após a sua homologação, foi dado um prazo máximo de dois anos para sua
implementação nas escolas. Essa adaptação pode ser considerada turbulenta, visto
que grande parte da implementação ocorreu durante a pandemia da covid-19, um
momento desafiador agravado pela distância física e pela educação on-line
improvisada.
Durante a pandemia de Covid-19, a administração buscando a adaptação de
professores ao planejamento diários de aulas e a incerteza associada à doença,
tiveram como missão avaliar se o currículo da sua escola cumpre os novos
regulamentos em vigor (BRASIL, 2018).
Vale destacar que a BNCC era um documento extenso, que a foi amplamente
consultada pela comunidade escolar, aprovada pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE) e revisada por diversos intelectuais da educação. Portanto, instituições de
ensino devem se organizar para atender às exigências da BNCC, adequando seus
currículos e práticas de ensino (BRASIL, 2018).
O que mudou fundamentalmente no currículo da educação infantil, gerando a
necessidade de sua adequação? Um dos conceitos mais visíveis, que norteia todas
as recomendações do documento, é a obrigatoriedade, que destaca "educar e cuidar"
(BRASIL, 2018, p. 36) como pontos importantes, para ser adequado na rotina de
educação de uma criança. A interação de eixos e jogos também é crucial do ponto de
vista da criança como figura principal em seu aprendizado.
37
oportunidades de proporcionar à criança a auto compreensão e criar vínculos de
respeito e confiança entre professores e alunos (BRASIL, 2018).
A escola precisa trabalhar o acolhimento real das crianças como indivíduos,
valorizando a presença da família e da comunidade e entendendo esses atores como
parceiros complementares para o desenvolvimento da socialização e da autonomia
dos alunos (BRASIL, 2018).
Outro ponto de mudança da BNCC é colocar a criança como protagonista em
todos os contextos que interagem, criam e transformam a cultura e a sociedade. A
BNCC oferece o desenvolvimento do ensino baseado em experiências e exemplos
reais, onde os alunos podem contextualizar o que aprendem e criar significado, sendo
protagonistas na construção de aprendizados.
Isso pode ser estranho para os professores, que costumam ser o centro do
processo educacional e os detentores de todo o conhecimento. Nos últimos anos, a
educação tem como foco o aluno em seu processo de desenvolvimento, tornando-o
figura central no ensino-aprendizagem. Em suas descobertas, o professor é um
mediador, provocador e comparador do aluno (BRASIL, 2018).
Neste novo contexto, as crianças devem ser respeitadas como sujeitos, têm o
direito de escolher, podem expressar os seus interesses sem opressão e julgamento,
fazendo-as pensar e formular hipóteses, além de expressar preferências.
No cotidiano escolar, as decisões sobre as experiências do grupo podem e
devem ser compartilhadas com as crianças, incentivando a alternância do professor e
da criança como protagonista em uma relação de dependência mútua, não de
submissão (BRASIL, 2018).
Segundo Oliveira (2020), se uma criança tem espaço para assumir um papel
de liderança, ela não apenas interage com a sociedade que a cerca, mas também tem
a oportunidade de criar, experimentar e moldar a realidade na qual está inserida. Os
professores devem proporcionar aos alunos estes momentos de experimentação e
criação de conhecimento, de forma autónoma e segura.
A BNCC também lançou os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, que
se referem a pré-requisitos importantes para o desenvolvimento dos entendimentos e
compreensão de valores dos alunos. Por fim, outra mudança importante é a
organização do currículo com base em cinco campos de experiências (BRASIL, 2018).
38
O educar
Nas últimas décadas, debates e pesquisas sobre o cenário educacional do país
têm mostrado que as instituições de educação infantil precisam desenvolver práticas
educativas que integrem as funções de educar e cuidar.
As práticas de treinamento devem sempre incluir padrões de qualidade.
Qualidade da educação infantil:
O papel do professor
40
primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade Normal (BRASIL, 1996).
Um período de dez anos foi fixado para o período de transição, ou seja, pela
união de profissionais cuja formação ainda não era exigida. O Plano Nacional de
Educação estabeleceu metas específicas relacionadas com a formação de
professores em todo o país, assumindo que esta é condição básica para a qualidade
do ensino.
41
Assim, o chamado homem Economicus - nascido em no início do século XX,
pela necessidade e motivação de obter lucro e tudo o mais que antecede o lucro
econômico no ideal típico da modernidade - acaba propondo a desigualdade. Esta
desigualdade manifesta-se tanto a nível organizacional como pessoal, no alargamento
das diferenças de classes sociais, na marginalização de muitos que passam a fazer
parte dos grupos marginalizados desta sociedade em expansão e crescimento.
Beck (2019, p. 133), analisando o crescimento do desemprego em massa e o
aparecimento de novas pobrezas em todo o mundo, refere-se a “[...] uma minoria cada
vez mais pequena, que, na zona cinzenta do desemprego subemprego e desemprego
permanente, devem viver com recursos públicos cada vez mais escassos ou "à custa
do trabalho informal" ou ilegal.
Aqui é possível fazer algumas observações sobre questões sociais: inclui um
grupo de pessoas que não estão na mesma situação de poder que outras, e em muitos
casos, não têm as mesmas condições económicas de participação na vida social,
aspectos fisiológicos, cognitivos, culturais e históricos.
Assim, quando falamos em educação social, logo pensamos naqueles que a
sociedade, através das lógicas dominantes concretizadas em sua cultura, acaba por
excluir por diversos motivos. Esses grupos também são chamados de minorias
sociais nos tempos modernos - não pelo aspecto numérico, mas sim pela assimetria
de poder com que surgiram ao longo do tempo.
Outra forma de olhar o social se baseia nas diferenças que esses “outros”
apresentam em relação a uma norma social historicamente estabelecida. Louro (2011,
documento online) explica o seguinte:
Assim, o pedagogo social deve estar ciente de que desenvolve suas atividades
educativas com esses públicos muitas vezes estigmatizados, rotulados e marcados,
por serem formados de forma diferente da norma mencionada pela autora. Eles foram
chamados de "oprimidos" pelo educador Paulo Freire (um ícone da educação social
brasileira). No entanto, Freire (2003) reconhece que:
42
[...] os chamados marginalizados, que são os oprimidos, jamais
estiveram fora de. Sempre estiveram dentro de. Dentro da estrutura que os
transforma em “seres para outro”. Sua solução, pois, não está em “integrar-
se”, em “incorporar-se” a esta estrutura que os oprime, mas em transformá-
la para que possam fazer-se “seres para si”.
7.1 O pedagogo social deve ser sensível e ter uma escuta ativa
Assim, o pedagogo social tenta usar suas habilidades de comunicação e
comunicação com grupos de pessoas para incentivá-los a continuar lutando por seus
ideais, convidando-os a se opor às situações de marginalização que podem existir na
vida, dando uma chance a si mesmo. Nesse sentido, oferece sempre novas atividades
que aumentam a conscientização cidadã e a participação democrática com o auxílio
de estagiários (GOHN, 2009).
Um pedagogo social deve ser sensível para compreender quais problemas
afligem a comunidade em que trabalha. Informações sobre suas necessidades e neste
diagnóstico inicial ele deve ser capaz de planejar as ações específicas necessárias
(GOHN, 2009).
Esse fato Pedagogo social, além de demonstrar solidariedade e cidadania,
também contribui para a mudança almejada. No entanto, essa mudança ocorre
apenas porque questiona a realidade e o contexto social e cultural em que esses
grupos estão inseridos. Isso permite, por meio da autoconsciência, libertá-los para
buscar novos rumos em suas vidas.
Todas essas interações, sugestões, desafios e problemas do pedagogo social
partem do entendimento de que ele não é o dono da verdade absoluta sobre tudo o
que ali acontece, pois, o pedagogo social é também aquele que aprende e se
desenvolve com o grupo. Além disso, uma ferramenta-chave é um diálogo aberto, e
contínuo, no qual todos têm tempo e voz para participar e comunicar seus
pensamentos. Freire (2003, pp. 78-79) afirma:
44
existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de
seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado [...].
45
O papel do pedagogo social é ser capacitado para realizar atividades
planejadas e bem planejadas nos grupos em que atua, onde o diálogo temático é
sempre o fio condutor das atividades formativas de pessoas. Porem:
• Diagnóstico
• Elaboração
• Implementação
46
Esta etapa também inclui uma análise dos recursos necessários. Dentre eles,
vale destacar as pessoas envolvidas, considerando suas habilidades e informações
necessárias; tempo requerido; materiais concretos utilizados em oficinas ou reuniões
com alunos; métodos que podem ser aplicados na prática. Isso inclui várias técnicas,
desde exposições dialógicas até o uso de metodologias ativas com esses grupos
sociais.
Após a elaboração do diagnóstico e da proposta de trabalho, inicia-se o período
de implementação da proposta, quando o assistente social é responsável pelo alcance
de metas previamente definidas com base nas práticas desenvolvidas nesses grupos.
Essa etapa também exige comprometimento, participação de todos e comunicação
para se tornar eficaz e entregar os resultados esperados. Dessa forma, o pedagogo
social pode alcançar seus resultados a partir de atividades educativas informais, que
são sua luta pela problematização, libertação e mudanças sociais. De fato, como Gohn
(2009, documento online) repete:
47
Assim, entendemos que o papel da pedagogia social é muito importante,
sobretudo na indicação de possíveis atividades educativas informais, incluindo o
fortalecimento/cumprimento das atividades educativas formais realizadas pela escola
por meio dessas atividades alcançando grupos sociais marginalizados ou vulneráveis.
Cabe esclarecer que no Brasil ocorrem atividades educativas informais, das quais são
realizadas por iniciativa de políticas públicas e realizadas em instituições sociais, de
saúde e até mesmo educacionais (RIBEIRO, 2006).
Além disso, iniciativas baseadas nas atividades de responsabilidade social de
grupos empresariais que atuam na educação informal, onde um percentual de lucros
é destinado para a finalidade adotada por esta organização. No entanto, a maioria das
atividades voltadas para a criação de iniciativas educacionais liberais, onde o trabalho
de pedagogia social ocorre em organizações do terceiro setor, que incluem
organizações não governamentais (ONG).
Essas comunidades geralmente estão organizadas em associações,
fundações, institutos, cooperativas sociais e outros, e como movimentos sociais que
historicamente têm apoiado direitos sociais. Em todo o caso, independentemente da
organização, a atividade de pedagogia social nestes departamentos visa fortemente
desenvolver o sentido de cidadania (RIBEIRO, 2006).
Hoje pode-se considerar que as possibilidades de organização de redes e troca
de informações e mobilização dos mais diversos grupos sociais, em alguns casos uma
análise crítica da vida social, são em benefício de objetivos comuns o contexto
aprofundou-se, o que confere efeitos mais positivos aos recursos sociais
implementados.
Segundo Gohn (2009), o campo de atuação da educação informal pode ser
limitado, tendo em vista a busca da cidadania tão almejada pelos pedagogos sociais,
a partir dos seguintes requisitos, usualmente implementados:
Como você pode ver, a cidadania requer uma consciência de quem somos e
como nos constituímos, como as forças que nos cercam na sociedade acabam por
produzir os significados que nos colocam naquele contexto. Assim, por exemplo,
podemos considerar os inúmeros esforços dessas organizações do terceiro setor e a
maneira como muitos educadores sociais se emprenham para estudar atualmente o
sexismo e as atitudes sexistas.
49
O Inep é um instituto cuja principal atividade no sistema educacional brasileiro
é a criação e organização dos mais importantes critérios de avaliação dos sistemas.
Além disso, é responsável por propor e organizar mecanismos para realizar essas
avaliações. Além disso, o Inep é responsável pelo desenho, desenvolvimento,
implementação e organização de sistemas de avaliação, estatísticas, testes de
desempenho, pesquisas quantitativas e qualitativas no campo da educação (BRASIL,
2020).
O Inep também propõe outros métodos que possam ser necessários para gerar
e disseminar informações sobre o sistema de ensino e é responsável pelo censo do
ensino fundamental e superior. A organização do SNE é garantida pela constituição
federal. Nesse sentido, cabe ao Inep avaliar e controlar a SNE. Além disso, a LDB tem
tarefas importantes relacionadas à educação dos governos sindicais, estaduais e
municipais (BRASIL, 2020).
51
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da
lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006);
IX-garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (BRASIL,
1988, p. 26).
O significado deste ponto é fortalecer os princípios básicos da educação de
acordo com os princípios de um país em democratização, como governança
democrática, liberdade de ideias e pluralismo, e a necessidade de garantir a qualidade
da educação.
Além disso, a constituição enfatiza a competência dos municípios na
educação infantil e na educação básica - o que significa que as escolas desses níveis
são responsáveis pelas redes municipais, embora possam contar com apoio técnico
e financeiro dos governos, Estadual e União para o ensino médio. A União é
responsável pelo ensino superior.
O artigo 22 da Constituição (1988) estabelece no artigo 22, que a União é
responsável por legislar de acordo com as diretrizes e princípios da educação
nacional. Assim começou uma série de discussões para confirmar um texto que
corresponda mais definitivamente à legislação que rege esta formação. Assim, em
1996, foi publicado o texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sob a
Lei nº. 9.394.
Para saber qual o nível de educação necessário para cada pessoa e para a
sociedade como um todo em um determinado momento da história e do país, uma
série de perguntas devem ser respondidas. O nível mínimo de educação oferecido à
52
população permite a todos para obter e exercer plenamente a cidadania? O quadro
profissional formado responde às necessidades do país? A educação formal é
suficiente ao longo do tempo, permitindo vislumbrar um futuro mais promissor? A
educação promove o desenvolvimento social do país? A escolaridade média da
população é suficiente para garantir a soberania nacional sobre as demais nações?
(HELENE, 2017).
Vamos começar analisando alguns desses pontos e principalmente como
comparamos com outros países. Não entraremos em uma análise muito detalhada.
Vejamos apenas alguns indicadores que mostram o desempenho recente do sistema
educacional e seu desenvolvimento nas últimas décadas.
O desempenho atual pode ser descrito pelo analfabetismo na faixa etária de 15
a 24 anos - indicador que reflete a educação básica nos últimos anos - e pela taxa de
participação no ensino superior e pelo número médio de anos estudados no mesmo
nível - demonstram sua capacidade de formar trabalhadores qualificados no país. O
desenvolvimento das últimas décadas pode ser analisado comparando, por exemplo,
o analfabetismo em várias faixas etárias.
Esses indicadores são suficientes para uma avaliação abrangente, embora não
detalhada, do nosso sistema educacional. Limitamo-nos a comparações
internacionais com países sul-americanos que participam da mesma realidade
geopolítica e possuem características culturais, econômicas e sociais semelhantes às
nossas (HELENE, 2017).
53
formar no chamado ensino normal. O art. 59 descreve as exigências necessárias a
essa formação:
54
subsidiar o ensino médio. Por outro lado, também é possível aprender com os
resultados dos alunos dos estados que tiveram melhor resultado.
Nesse sentido, o professor Demerval Saviani (2012, p. 298) aponta que o papel
do Inep, desde sua criação, sempre foi especificamente o de “apoiar a formação de
políticas educacionais” no país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. 2. ed. São Paulo:
Editora 34, 2019.
55
BRASIL, Constituição Federal; SEB, DICEI. Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
FÁVERO, Osmar (Org.). Cultura popular e educação popular: memória dos anos
60. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1ª edição, 1983.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
56
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 28.
ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 45.
ed. São Paulo: Cortez / Autores Associados, 2003.
57
SOARES, M. Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas.
Revista Brasileira de Educação. N. O. set/out/nov/dez, 1995, p. 5-16.
58