Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TÉCNICO
1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................. 2
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 28
1
NOSSA HISTÓRIA
2
1. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL: CONTEXTO
HISTÓRICO.
Entre 1840 e 1856 foram criadas dez Casas de Educandos e Artífices em capitais de
província, sendo a primeira em Belém do Pará, a fim de viabilizar o atendimento a menores
abandonados, prioritariamente.
3
formava pessoas principalmente para preenchimento de cargos públicos em Secretarias de
Estado. No decorrer do tempo, muitas escolas técnicas foram instituídas:
• 1934 – com a Constituição desse ano, um novo formato para a educação nacional
foi traçado pelo plano nacional de educação.
4
• 1943 – Lei Orgânica do Ensino Comercial (Decreto-Lei nº 6.141/43).
• 1971 – Em 1971, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 5.692),
é instituída e vem trazendo novidades para a educação profissional, visto que generaliza a
profissionalização no segundo grau, nomenclatura dada ao Ensino Médio.
5
• 1996 – Com a instituição da Lei 9.394 neste ano, alterações ocorreram na educação
nacional, e o Ensino Médio passa a ser considerado como etapa final da educação básica.
Um capítulo especifico passou a tratar a educação profissional.
A composição dos níveis escolares, nos termos do artigo 21 da LDB, não deixa
margem para diferentes interpretações: são dois os níveis de educação escolar no Brasil -
a educação básica e a educação superior. Essa educação, de acordo com o § 1º do artigo
1o da Lei, "deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social". A educação básica,
nos termos do artigo 22, "tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o desenvolvimento da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores", tanto no nível superior quanto na
educação profissional e em termos de educação permanente.
6
A educação básica tem como sua etapa final e de consolidação o ensino médio, que
objetiva a "preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores".
A educação profissional, na LDB, não substitui a educação básica e nem com ela
concorre. A valorização de uma não representa a negação da importância da outra.
7
O momento, portanto, é o de se investir prioritariamente na educação básica e, ao
mesmo tempo, diversificar e ampliar a oferta de educação profissional.
8
restringindo a uma habilitação vinculada especificamente a um posto de trabalho. Dessa
forma, as habilitações profissionais, atualmente pulverizadas, deverão ser reorganizadas
por áreas profissionais.
9
Figura: 1
Por outro lado, com tanta didática hoje em voga, enriquecida pela psicologia, pela
análise de sistemas e por toda a tecnologia do ensino, como explicar que o ensino continue
piorando sempre, como a querer comprovar a inutilidade desses recursos?
Aliás, estarão eles sendo utilizados? E se realmente estão, haverá em seu emprego
uma dose mínima de consciência, de adequação, de espírito de busca e pesquisa? Ou tudo
10
acontece na simples cópia ou transplante de modelos inadequados à realidade brasileira e,
por isso, devidamente rejeitada?
Como saber também se o caos do ensino seria bem maior, sem as tentativas de
reformulação, sem o esforço das Faculdades de Educação com licenciaturas, sem os
cursos de reciclagem, sem as pós-graduações em Educação?
Não há verbas, não há material, mas o recurso humano, o mais válido, existe, e aí
está a exigir um aceitamento interior, capaz de acioná-lo.
A Didática tem como objeto de estudo o processo de ensino na sua globalidade, isto
é, suas finalidades sociopedagógicas, princípios, condições e meios de direção e
organização do ensino e da aprendizagem pelos quais se assegura a mediação
docente de objetivos, conteúdos, métodos, em vista da efetivação da assimilação
consciente de conhecimentos (LIBÂNEO, 2010).
11
Por certo, praticando a criatividade, professores e alunos não se tornarão melhores,
mas é possível que se prepare um pouco mais para o futuro, que transfiram mais facilmente
as aprendizagens de hoje para o contexto de amanhã e que possam tornar-se menos
temerosos e mais felizes na superação de situações diversas e adversas.
E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados. E
de ensinar rapidamente, sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os
professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar
solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os
alunos para uma verdadeira, instrução, para os bons costumes e para a piedade
sincera (...) como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de novo,
reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método universal de fundar escolas
universais (COMENIUS, 2001, p.3).
12
produz qualidade. Existe hoje reconhecimento crescente sobre isso, inclusive no sistema
produtivo, cuja qualidade é expressão da competência humana, muito mais que dos
insumos, da matéria-prima, dos métodos, etc. A pedra de toque da qualidade educativa é
o professor.
Pimenta (2005, p. 16) afirma que: as pesquisas em relação à formação inicial têm
demonstrado que os cursos de formação, ao desenvolverem um currículo formal com
conteúdos e atividades de estágios distanciados da realidade das escolas, numa
perspectiva burocrática e cartorial que não dão conta de captar as contradições presentes
na prática social de educar, pouco têm contribuído para gestar uma nova identidade
profissional docente.
13
Afinal, a realidade concreta exige de cada aprendiz, a capacidade de percepção do
todo e não de parcelas do mundo. Para ser um profissional completo, a apreensão do
conhecimento, dos processos e instrumentos, deve ser integral.
Figura: 2
14
Alunos costumam comentar entre si: “gosto desse professor porque ele tem didática”.
Outros dizem: “com essa professora a gente tem mais facilidade de aprender”.
Provavelmente, o que os alunos estão querendo dizer é que esses professores têm um
modo acertado de dar aula, que ensinam bem, que com eles, de fato, aprendem.
Então, o que é ter didática? A didática pode ajudar os alunos a melhorar seu
aproveitamento escolar? O que um professor precisa conhecer de didática para que
possa levar bem o seu trabalho em sala de aula? Considerando as mudanças que estão
ocorrendo nas formas de aprender e ensinar, principalmente pela forte influência dos
meios de informação e comunicação, o que mudar na prática dos professores?
É certo que a maioria do professorado tem como principal objetivo do seu trabalho
conseguir que seus alunos aprendam da melhor forma possível.
Por mais limitações que um professor possa ter (falta de tempo para preparar
aulas, falta de material de consulta, insuficiente domínio da matéria, pouca variação nos
métodos de ensino, desânimo por causa da desvalorização profissional, etc.), quando
entra em classe, ele tem consciência de sua responsabilidade em proporcionar aos
alunos um bom ensino. Apesar disso, saberá ele fazer um bom ensino, de modo que os
alunos aprendam melhor? É possível melhorar seu desempenho como professor? Qual é
o sentido de “mediação docente” nas aulas?
6. OS ESTILOS DE PROFESSOR
15
Figura: 3
Pode até ser que essas práticas de passar a matéria, dar exercícios e depois cobrar
o conteúdo na prova, tenha algum resultado positivo.
16
A aprendizagem que decorre desse tipo ensino (vamos chamá-la de mecânica,
repetitiva) serve para responder questões de uma prova, sair se bem no vestibular ou num
concurso, mas ela não é duradoura, ela não ajuda o aluno a formar esquemas mentais
próprios.
O aluno que aprende mecanicamente, na maior parte dos casos, não desenvolve
raciocínio próprio, não forma generalizações conceituais, não é capaz de fazer relações
entre um conceito e outro, não sabe aplicar uma relação geral para casos particulares.
Figura: 4
17
Mas não é o caso da maioria. O que se vê nas instituições de ensino superior é um
ensino meramente expositivo, empírico, repetitivo, memorístico.
Os alunos desses professores não aprendem solidamente, ou seja, não sabem lidar
de forma independente com os conhecimentos, não “interiorizam” os conceitos o modo de
pensar, raciocinar e atuar, próprios da matéria que está sendo ensinada e, assim, os
conceitos não se transforma em instrumentos mentais para atuar com a realidade.
Essas formas de trabalho didático, sem dúvida, trazem mais vantagens do que
aquelas do ensino tradicional. Entretanto, quase sempre esses professores acabam
voltando às práticas tradicionais, por exemplo, não sabem utilizar a atividade própria do
aluno para eles próprios formando conceitos.
18
só sabe trabalhar o conteúdo fazendo graça, não dando conta de colocar o próprio conteúdo
no campo de interesses e motivos do aluno).
Figura: 5
Sugere-se para quem deseja um ensino eficaz, tendo em vista aprendizagens mais
sólidas dos alunos, a metáfora do professor-mediador.
19
Há uma condução eficaz da aula quando o professor assegura, pelo seu trabalho,
o encontro bem-sucedido entre o aluno e a matéria de estudo. Em outras palavras, o
ensino satisfatório é aquele em que o professor põe em prática e dirige as condições e os
modos que asseguram um processo de conhecimento pelo aluno.
O ensino dirige-se a seres humanos que são ao mesmo tempo seres individuais e
sociais. Segundo Tardif (2002), o objeto do trabalho docente são os seres humanos que
possuem características peculiares. O (A) professor (a) trabalha com sujeitos que são
individuais e heterogêneos, têm diferentes histórias, ritmos, interesses necessidades e
afetividades. Isso torna as situações de ensino complexas, únicas, imprevisíveis e
incabíveis em generalizações ou esquemas pré-definidos de ação. Além de individual o
objeto do trabalho docente é também social. Sua origem de classe e seu gênero o expõem
a diferentes influências e experiências que repercutem em sala da aula provocando
diferentes reações e expectativas no (a) professor (a) e alunos (as).
Neste sentido, Tardif (2002, p. 130) nos alerta que “o objeto do trabalho docente
escapa constantemente ao controle do trabalhador, ou seja, do professor.” Outra
característica destacada pelo autor é a dimensão afetiva presente no ensino que pode
funcionar como elemento facilitador ou bloqueador do processo de ensino aprendizagem.
20
de perceber e sentir suas emoções, seus temores, suas alegrias, seus próprios bloqueios
afetivos. (Tardif, 2002, p. 130).
É por esse motivo que Tardif (2002) afirma que a personalidade do (a) professor (a)
é um componente de seu trabalho, o que ele denomina de trabalho investido, ou seja, no
desempenho de seu trabalho o (a) professor (a) empenha e investe o que ele ( a) é como
pessoa.
Aquilo que nos parece ser a característica do trabalho investido ou vivido é a integração ou
absorção da personalidade do trabalhador no processo de trabalho quotidiano enquanto
elemento central que contribui para a realização desse processo. (...) Nesse tipo de atividade,
a personalidade do trabalhador, suas emoções, sua afetividade fazem parte integrante do
processo de trabalho: a própria pessoa, com suas qualidades, seus defeitos, sua
sensibilidade, em suma, tudo o que ela é, torna-se, de certa maneira, um instrumento de
trabalho. Nesse sentido ela é um componente tecnológico das profissões de interação. Essa
tecnologia emocional é representada por posturas físicas, por maneiras de estar com os
alunos. (Tardif, 2002, p. 142).
O autor aponta ainda a dimensão ética do trabalho docente que envolve questões
como relações de poder, juízos de valor, escolhas, interesses, direitos e privilégios. A
primeira questão ética que o autor levanta diz respeito a um aspecto já referido
anteriormente, ao fato que trabalhando com grupos o (a) professor (a) não pode deixar de
atingir os indivíduos.
21
Cada professor (a) adota no seu dia a dia estratégias próprias de atendimento
individualizado, de distribuição da atenção e acompanhamento de seus/suas alunos(as),
estando sempre atento(a) a essa tensão entre o individual e o coletivo. Outra questão ética
apresentada pelo autor refere-se a forma como o(a) professor torna o conhecimento a ser
trabalhado acessível ao(à) aluno(a). O (A) professor(a) tem um domínio de conhecimentos
diferente dos(as) alunos(as), a forma como interage com eles(as) ao trabalhar esse
conhecimento envolve um problema ético para o qual nem sempre dispensamos a devida
atenção.
• O ensino deve ser entendido como um processo, o que pressupõe uma sucessão
(não necessariamente linear) dinâmica de diferentes estados ou fases de um fenômeno ou
de um sistema. Ensinar significa, assim, dominar o processo de ensino e dirigi-lo
inteligentemente, com meios científicos, (KLINBERG, 1972, p. 126).
22
Considerando, então, a formação como processo, é necessária pensar, no nível das
instituições e do Estado, as trajetórias de qualificação do docente de educação profissional
que, como orientador mais direto deste processo, deve ter consciência dos seus meandros
e agir positiva e intencionalmente sobre ele.
8. DESAFIOS DIDÁTICOS
De acordo Içami Tiba (2006), a aula deve ser como uma boa refeição, capaz de
despertar o paladar, tem de ser saborosa, ter um cheiro atraente, que mesmo sem estar
com fome, irá fazer o aluno querer provar, transformando essa degustação em algo
inesquecível e saboroso. Do contrário, uma refeição mal preparada e desagradável ao
olhar, faz com que o indivíduo não sinta vontade de comer, mesmo que esteja com fome,
pode até provar, mas logo deixará de lado por não ser agradável.
23
9. QUAIS AS ESPECIFICIDADES DO DOCENTE DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL?
Figura: 6
Em relação aos saberes técnicos, optamos pela perspectiva da práxis, tal como
proposto por Vásquez (1968).
24
gestão para os dirigentes, a fim de que as práticas profissionais ultrapassem os limites da
educação bancária e assumam um caráter científico-reflexivo.
A definição dos saberes didático exige, insistimos, uma opção em favor de um, entre
vários projetos político-pedagógicos existentes na nossa sociedade. No projeto que
defendemos, o professor precisa tomar atitudes, forjadas a partir de um tipo de formação,
que devem ser críticas, reflexivas e orientadas pela e para a responsabilidade social
(MOURA 2006).
Com relação aos saberes do pesquisador, entendemos que devem ter uma função
não necessariamente para formar o docente que dedique a maior parte de seu tempo de
trabalho ao desenvolvimento de projetos de pesquisa, mas, também, para promover uma
atitude de autonomia intelectual diante dos desafios da sua prática educativa.
• Intelectual;
• Problematizador;
25
Figura: 7
26
A opção que referendamos, necessariamente intencional, envolve domínio de diversos
conhecimentos que a orientem. Aqui pesa, portanto, o tipo de formação dos docentes
voltada, por questões de qualidade e limites, que incidem sobre seu campo de atuação.
27
REFERÊNCIAS
CANDAU, Vera Maria. 2. ed. Didática, currículo e saberes escolares. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002.
TIBA, Içami. Ensinar aprendendo: novos paradigmas na educação. 18. ed. rev. e
atual. São Paulo: Integrare, 2006
28
29