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Unidade II
5 ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Figura 5
Procurando fazer um resgate histórico da educação profissional no Brasil, este texto se pautou
nas informações e dados descritos no parecer CNE/CBE nº 16/99, que trata das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a educação profissional de nível técnico, e no documento intitulado Centenário da Rede
Federal de Educação Profissional e Tecnológica, do Ministério da Educação.
O processo educacional da formação profissional, em sua trajetória, foi destinado aos desfavorecidos
socialmente, visto que seu objetivo primórdio era formar operários com pouca qualificação, isto até a
década de 1970.
Nessa trajetória histórica, o Parecer CNE/CBE nº 16/99 noticia que o primeiro esforço para que
houvesse a profissionalização tem sua origem em 1809, com a criação do Colégio das Fábricas por D.
João VI. Já no ano de 1816 propõe-se a criação de uma escola que tinha como objetivo a articulação do
ensino das ciências e do desenho para ofícios mecânicos, a denominada Escola de Belas Artes.
Entre 1840 e 1856 foram criadas dez Casas de Educandos e Artífices em capitais de província, sendo a
primeira em Belém do Pará, a fim de viabilizar o atendimento a menores abandonados, prioritariamente.
Ainda nessa perspectiva histórica, na segunda metade do século XIX, mais especificamente em
1861, é organizado o Instituto Comercial do Rio de Janeiro, que formava pessoas principalmente para
preenchimento de cargos públicos em Secretarias de Estado.
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Unidade II
Conforme descrito no Parecer CNE/CEB nº 16/99 (BRASIL, 1999a, p. 7), “a partir de 1942 são baixadas,
por Decretos-Lei, as conhecidas Leis Orgânicas da Educação Nacional”:
Nesse período histórico, foram instituídos o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e
o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); além disso, as chamadas escolas de aprendizes
artífices transformaram-se em escolas técnicas federais.
• 1971 – Em 1971, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 5.692), é instituída e
vem trazendo novidades para a educação profissional, visto que generaliza a profissionalização no
segundo grau, nomenclatura dada ao Ensino Médio. De acordo com Manfredi (2002, p. 105), essa
Lei instituiu “a profissionalização universal e compulsória para o ensino secundário”. Com a Lei
5.692/71, ocorre um novo avanço para a educação profissional, visto que tal legislação generaliza
a profissionalização no segundo grau, como se denominava o Ensino Médio na vigência da
então Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com a profissionalização obrigatória, há a
ampliação significativa do número de vagas e matrículas nas escolas técnicas federais, bem como
a diversificação para implantação de novos cursos técnicos.
• 1978 – De acordo com o documento Centenário da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica, do Ministério da Educação, em 1978, com a Lei nº 6.545, três Escolas Técnicas Federais
(Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro) são transformadas em Centros Federais de Educação
Tecnológica – CEFETs.
• 1996 – Com a instituição da Lei 9.394 neste ano, alterações ocorreram na educação nacional, e o
Ensino Médio passa a ser considerado como etapa final da educação básica.
Saiba mais
Vale a pena ler o texto Uma análise dos antecedentes históricos e
legais do ensino obrigatório no país e de sua ampliação para nove anos,
de Marcelo Luís Ronsoni, disponível em <http://www.histedbr.fae.
unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario8/_files/yWNahLb.doc>.
Nesse texto você poderá aprofundar seu conhecimento sobre as questões
históricas do ensino no Brasil.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Com a necessidade de vagas, criou-se pelo Decreto 2.208/97 o Programa de Expansão da Educação
Profissional – Proep. Nesse Decreto também é estabelecida a organização do currículo para a educação
profissional de nível técnico independente ou articulada com o Ensino Médio, de tal modo que o alunado
teria uma formação técnica e a formação da educação básica como um todo. Para tanto, conforme visto
no artigo 2º do Decreto 2.208/97:
No ano de 2006 foi realizada uma Conferência de Educação Profissional e Tecnológica. Essa foi a
primeira conferência que o Ministério da Educação realizou em toda sua história, e o evento contou
com a participação de 2.761 participantes. Veja a seguir dados do censo escolar desse mesmo ano a
respeito das matrículas no Ensino Médio e na educação profissional técnica de nível médio no Brasil por
dependência administrativa:
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Unidade II
Quadro 3
Observação
Também não se pode deixar de lado as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação
profissional de nível técnico, instituída pela Resolução CEB nº 4, de 8 de dezembro de 1999, que
diz em seu artigo 6º o que se entende por competência profissional. Assim, segundo tal Resolução,
competência profissional é a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores,
conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades
requeridas pela natureza do trabalho.
Lembrete
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Figura 6
Agregando ao todo 185 possibilidades, o catálogo apresenta 12 eixos estabelecidos para agrupar os
cursos:
• Infraestrutura;
• Militar;
• Produção Alimentícia;
• Produção Cultural e Design;
• Produção Industrial;
• Recursos Naturais.
Assim, nas instituições de ensino da educação básica são encontrados profissionais não docentes
que carecem de formação profissional adequada nas variadas funções. Outro aspecto relevante a se
considerar, nesse contexto, é que grande parte desses funcionários não passaram por processos seletivos,
gerando, portanto, prejuízos em sua formação e escolarização .
Nesse sentido, justifica-se que a Secretaria de Educação Básica do MEC inclua no rol das áreas
profissionais a criação de uma nova área técnica de profissionalização: o Apoio Educacional. Essa área
Portanto, ainda de acordo com o Parecer CNE/CEB nº16/2005, pode-se caracterizar a área e dizer as
competências na seguinte conformidade:
• Caracterização da área:
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Estas competências serão definidas pelas unidades de ensino, tendo como delineamento as Diretrizes
Curriculares Nacionais para os cursos técnicos de nível médio definidas pelo Conselho Nacional de
Educação, bem como as normas específicas dos sistemas de ensino. Suas estruturas serão definidas nos
planos de curso de acordo com o perfil profissional esperado.
Descreveremos a seguir o Eixo Tecnológico: Apoio Educacional, que compõe um dos cursos técnicos
de nível médio proposto pelo Catálogo Nacional1:
1
Disponível em: <http://catalogonct.mec.gov.br/et_apoio_educacional/et_apoio_educacional.php>. Acesso em:
15 out. 2012.
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Unidade II
Figura 7
Os serviços de apoio educacional são realizados em espaços como secretaria escolar, bibliotecas,
manutenção de infraestrutura, cantinas, recreios, portarias, laboratórios, oficinas, instalações esportivas,
almoxarifados, jardins, hortas, brinquedotecas e outros espaços requeridos pela educação formal e não
formal.
Observação
A seguir estão descritos os seis cursos técnicos que compõem o Eixo Tecnológico: Apoio Educacional,
contidos no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do Ministério da Educação.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Quadro 4
Quadro 5
2
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_alimentacao_escolar.php>. Acesso
em: 15 out. 2012.
3
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_biblioteca.php>. Acesso em: 15 out.
2012.
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Quadro 6
4
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_infraestrutura_escolar.php>. Acesso
em: 15 out. 2012.
5
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_multimeios_didaticos.php>. Acesso
em: 15 out. 2012.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Quadro 7
Quadro 8
6
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_orientacao_comunitaria.php>. Acesso
em: 15 out. 2012.
7
Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/et_apoio_educacional/t_secrectaria_escolar.php>. Acesso em:
15 out. 2012.
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Quadro 9
Figura 8
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Também é necessário citar que é oferecido neste catálogo como os cursos devem ser organizados,
seguindo a seguinte conformidade:
Segundo a Resolução CNE/CEB nº 04/99 (BRASIL, 1999c), que institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a educação profissional de nível técnico, no artigo 6º, parágrafo único, incisos I, II e III,
são estabelecidas as competências requeridas pela educação profissional, considerada a natureza do
trabalho:
Diante do exposto, em nosso cotidiano torna-se necessária a transformação do mundo por meio do
homem, como bem pontuou Freire (1987, p. 78):
[...] a existência humana não pode ser muda, silenciosa, tampouco pode
nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens
transformam o mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é
modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado
aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles como pronunciar. Não é no silêncio
que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
Sem dúvida, a descoberta de competências a serem estabelecidas nos currículos dos cursos de
educação profissional, que atendam às necessidades, é um tema complexo, tanto por conta da sociedade
do conhecimento em que vivemos como pelo mundo globalizado que se estabeleceu.
Para tanto, é necessário partir do conhecimento da realidade de que o cidadão deverá estar preparado
para atuar atendendo às diversidades encontradas no mundo profissional, não se atendo apenas às
especificidades de uma habilitação específica e sim à abrangência das competências dispostas para cada
área do conhecimento. Para um melhor entendimento, verificaremos o significado de alguns termos e
conceitos básicos:
É preciso pensar nos verbetes emprego e trabalho. São sinônimos? Vejamos: emprego, segundo
definição de Mattos (1996, p. 201), é o “ato de contratar para um serviço, para um trabalho”; ainda
de acordo com o mesmo autor, trabalho significa “lugar em que se trabalha, obra realizada” (Mattos,
1996, p. 523). Diante do exposto, pode-se pensar que o cidadão que não tem emprego não trabalha;
entretanto, ele pode trabalhar por conta própria, sendo autônomo, prestador de serviços ou empresário,
entre outros formatos.
• Área profissional: campo de ação ou exercício de determinada profissão que reúne ocupações e
atividades para as quais se supõe um determinado preparo (SERT/SP, 2003).
Saiba mais
Para conhecer melhor esse assunto, leia a obra Emprego não cai do
céu: como planejar sua vida para garantir empregabilidade, de FLORY (et
al 2004).
É indispensável conhecer esses conceitos antes de se escolher uma profissão, pois muitos
indivíduos os confundem e acabam desperdiçando seus talentos, habilidades e competências.
O processo de escolha de uma profissão não é fácil e demanda conhecimento das necessidades
contemporâneas do mercado de trabalho, bem como a verificação das variadas possibilidades
abertas ao cidadão.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação profissional de nível técnico estão
expostas as premissas básicas para a definição de currículos a partir de competências profissionais.
Mas o que é considerado competência profissional? À luz da legislação vigente, é a capacidade de
articulação e mobilização dos conhecimentos e habilidades adquiridos e necessários para o bom
desenvolvimento das atividades realizadas, de acordo com a natureza do trabalho.
Assim, resta ao pedagogo verificar se a prática pedagógica desenvolvida pela escola está
atendendo única e exclusivamente aos preceitos mercadológicos ou se ela também está voltada
para uma formação que seja capaz de ser, ao mesmo tempo, inclusiva e transformadora da realidade,
além de contribuidora do desenvolvimento do país – e não apenas formadora de mão de obra
qualificada.
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Unidade II
Para tal, se faz necessário discutir um conceito já conhecido do aluno de Pedagogia da UNIP
Interativa, pois foi trabalhado em outras disciplinas: a Didática. Vamos retomá-lo brevemente?
Observe:
De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra didática é o feminino substantivado de didático e vem
do grego didaktikós, sendo relativa ao ensino ou à instrução.
Didática vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que significa arte ou técnica
de ensinar (técnica de dirigir e orientar a aprendizagem).
Lembrete
E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons
resultados.
que produz eternos arroios que vão, de novo, reunir-se num único rio;
assim estabelecemos um método universal de fundar escolas universais
(COMENIUS, 2001, p. 3).
São muitas as perguntas e variadas as respostas. Antes de respondê-las, porém, é necessário discutir
a questão das diferentes abordagens sobre o tema. O modo pelo qual escolhemos lidar com o ensino e
promovê-lo de modo consciente (e que leve o aluno ao sucesso em sua aprendizagem) nos faz optar
por elas.
Um planejamento efetivo e benfeito nos abre caminhos para pensar uma ação docente que dê conta
de atingir objetivos e desenvolver conteúdos por meio de metodologias e procedimentos que, quando
avaliados, apresentem resultados positivos em relação à aprendizagem.
Vale destacar alguns conceitos básicos para pensarmos em “como ensinar”. Vejamos:
• Estratégia: descrição dos meios disponíveis para que se atinja objetivos específicos, ou seja,
procedimentos e recursos didáticos a serem utilizados para alcançar os objetivos propostos
(HAYDT, 2008).
• Método: a palavra método vem do grego methodos e significa “caminho para chegar a um fim”.
A metodologia é o estudo dos métodos, mas não é só isso. Ela se refere aos fundamentos e
pressupostos filosóficos que fundamentam um estudo particular (HAYDT, 2008; PILETTI, 2004).
• Método de ensino: é o caminho escolhido pelo professor para organizar as situações ensino-
aprendizagem.
Conhecer esses conceitos é fundamental para que o futuro professor prepare-se de maneira mais
adequada ao seu trabalho na sala de aula e em outros ambientes escolares e não escolares também.
Deste modo, que tal pensar sobre como tudo isso funciona na prática?
Todo processo educacional precisa ser pensado com muita responsabilidade e criatividade.
Independente do nível, grau ou modalidade de ensino, é muito importante que o planejamento seja
feito tendo em vista todas as possibilidades de aprendizagem – de alunos e professores.
Analise o quadro a seguir, de Bordenave e Pereira (2008), sobre o que estamos falando:
Fatores que afetam a escolha de
atividades de ensino e aprendizagem
Objetos educacionais
Estrutura do assunto e
Experiência didática do tipo de aprendizagem
professor envolvido
Contribuição e limitações
ESCOLHA DE das atividades de ensino
Etapa no processo de ATIVIDADES
ensino DIDÁTICAS Tipos de alunos
Aceitação e experiências
Tempo disponível dos alunos
Facilidades físicas
Figura 9
Para escolher qual percurso seguir, o professor precisa optar por um ou mais métodos.
Quadro 10
Método/Tendências Características
• Centralizado na figura do professor.
• Os conhecimentos são transmitidos por meio da aula, numa sequência predeterminada
Tradicional e expositiva.
• Enfatiza a repetição de exercícios para memorização.
• Centrado na discussão de temas sociais e políticos.
Libertador • O professor é o coordenador das atividades.
• Há participação ativa dos alunos.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
• Escolanovismo.
• Valoriza o indivíduo como ser livre, ativo e social.
Renovado • O centro da atividade escolar é o aluno, ávido por aprender.
• O mais importante é o processo de aprendizagem.
• O professor é um facilitador.
• O centro da atividade escolar é a tecnologia empregada.
• O professor é um especialista na aplicação de manuais, e sua criatividade fica
Tecnicista subordinada aos limites da técnica utilizada.
• Prática pedagógica altamente controlada e dirigida pelo professor.
• Defende que não basta discutir questões sociais da atualidade, é necessário enfatizar o
conhecimento histórico.
Crítico social
• O trabalho docente deve partir da relação direta entre a experiência do aluno e o saber
trazido de fora.
Para tanto, Piaget (apud HAYDT, 2008, pp. 146-147) classifica os métodos de ensino em:
Carvalho (apud HAYDT, 2008, pp. 147-148), por sua vez, classifica os métodos de ensino do seguinte
modo:
Entretanto, deve-se sempre considerar alguns pontos antes de fazer essa opção:
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Unidade II
Sobre os recursos, cabe ressaltar que, com o surgimento e avanço da informática e da internet (e
das novas tecnologias da informação e comunicação), os recursos na área do ensino tomaram um rumo
diferente. Assim, o trabalho do professor e, consequentemente, do aluno sofreu uma reviravolta: há a
possibilidade de continuidade das atividades inclusive sem a proximidade física, ou seja, a sala de aula
não está somente dentro das paredes da escola, mas em qualquer lugar conectado à rede mundial de
computadores.
Além disso, a pesquisa pode ser feita não somente nas bibliotecas espalhadas pela cidade, nas
universidades ou nas próprias escolas. Atualmente, pesquisa-se em frente à tela do computador em
muitas bibliotecas do mundo todo.
O professor precisa levar em conta essa nova possibilidade e aproveitar esses recursos nas suas
aulas, até porque grande parte dos alunos os conhecem bem e não se inserir nesse contexto pode ser
desmotivante.
Contudo, para aproveitar as técnicas e os recursos de ensino, não se pode deixar de lado o
conhecimento sobre quem são seus alunos, quais são suas reais condições e qual é a qualidade dos
recursos disponíveis por eles e na instituição, para que haja uma organização das situações didáticas em
que seja possível utilizar estas novas tecnologias, como o data show, os slides construídos em softwares
de apresentação, hipertextos, bibliotecas virtuais, a própria internet, correio eletrônico, páginas na web,
sites diversos, vídeo e teleconferências, ambientes de socialização e compartilhamento de informações,
Twitter e uma série de outros recursos mais avançados.
Cabe ainda ressaltar que um bom planejamento docente é imprescindível e deve se basear em alguns
elementos essenciais para uma prática pedagógica rica e diversificada. Entre eles estão os objetivos que
precisam ser bem definidos para o desenvolvimento de atividades ricas e variadas, que permitirão a
utilização de técnicas, recursos e metodologias diversas.
A partir desta discussão, podemos pensar sobre quais técnicas utilizar para uma prática docente
mais efetiva e com resultados mais positivos.
As técnicas de ensino podem se voltar para atender individualmente ou de modo socializado; assim,
recebem a nomenclatura de ensino socializado as técnicas que prescindem do trabalho coletivo, em
grupo, e individualizada será toda técnica que permita o trabalho individual do aluno.
Veja algumas técnicas que podem ser utilizadas com alunos de vários níveis de ensino:
Quadro 11
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Unidade II
Estas são apenas algumas das diversas técnicas que podem ser desenvolvidas nas salas de aula da
educação básica. Acrescente outras fazendo uma pesquisa sobre o tema e incorpore-as em sua prática
pedagógica.
Quando um professor diz que não sabe o que fazer com seus alunos, é porque certamente
mantém sempre o mesmo tipo de aula, com as mesmas características – fator que pode gerar
cansaço e desânimo em sua turma. Segue uma sugestão para uma boa aula, conforme apontado
por Lowman (2007):
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
3. Comece cada curso e cada aula despertando o interesse dos alunos, expressando
expectativas positivas e compartilhando os objetivos que você tem com eles.
6. Use uma ampla gama de vozes, expressões faciais, gestos e movimentos físicos. Mas
seja você mesmo.
8. Termine cada aula com uma conclusão que vincule o que aconteceu no dia com o que
será abordado na aula seguinte.
9. Seja guiado por seus estudantes durante as aulas. Observe continuamente suas
emoções, reconheça-as, e modifique sua abordagem quando indicado.
10. Lembre-se, em seus relacionamentos com os estudantes, de que todos são pessoas,
em primeiro lugar, e estudantes e professor, em segundo. Lembre-se de que você, como
professor, “é tanto anfitrião quanto convidado” (EBLE, 1988, p.81).
Agora que você estudou um pouco mais sobre planejamento, técnicas e métodos de ensino, deve
sentir-se mais preparado para assumir suas funções docentes, certo?
Resumo
Exercícios
Questão 1 (Enade 2005, Questão 14). Uma teoria pedagógica é um conjunto de saberes sobre as
questões principais da Pedagogia: para que educar? O que significa ensinar e aprender? Como fazê-lo?
Uma teoria pedagógica crítica se caracteriza pela:
A) Alternativa incorreta.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Justificativa: a reflexão de cunho filosófico e sociopolítico jamais pode ser simplesmente identificada
com uma visão pessimista da escola; ao contrário, é uma poderosa aliada na solução de problemas e
como fundamentação de propostas inovadoras.
B) Alternativa correta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os métodos didáticos são resultados da combinação entre a aplicação e uma proposta
teórica, o que gera a ação dos sujeitos. Nesse sentido, trarão contribuições para a ampliação da
capacidade dos alunos e dos professores.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2 (Enade 2008, Questão 22). Há uma discussão do “ser” professor que envolve a diferenciação entre
a pedagogia do professor e a pedagogia do mestre. A função do professor é ensinar a todos a mesma coisa e a
do mestre, anunciar, a cada um, uma verdade particular, uma resposta singular e uma realização. Nesse sentido,
o mestre é o condutor do discípulo até si mesmo, um agente de seu processo de individuação. O discípulo confia
no mestre para que o instrua e o conduza enquanto ele não for capaz de se conduzir sozinho, entendendo que a
condição de discípulo é provisória. Assim, a experiência do mestre, adquirida através da prática e da sagacidade,
é, na verdade, a capacidade de discernimento dos espíritos que, ao pressentir as possibilidades de cada um,
propõe-lhes fins ao seu alcance, assim como os meios de alcançá-los, através da utilização das suas capacidades.
A) II.
B) IV.
C) I e II.
D) I e III.
E) I, II e III.
62
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
BORDENAVE, J.D.; PEREIRA, A.M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis, RJ, Vozes, 2008.
63
REFERÊNCIAS
Textuais
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Exercícios
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72
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000