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TÍTULO:

OS INSTITUTOS FEDERAIS NO BRASIL: DA


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL À FORMAÇÃO
DE PROFESSORES
AUTOR: Priscila Juliana da Silva
Joana Paulin Romanowski
ANO PUBLICAÇÃO:

FICHAMENTO

O surgimento das Escolas de Aprendizes Artífices foi estabelecido pelo Decreto nº


7.566 em 1909, com o objetivo de atender a população desfavorecida. Esse é um marco
importante na construção da rede pública de Educação Profissional no Brasil, pois
define a Educação Profissional marcada pela divisão das classes sociais. (SILVA, p.
15994)

É importante destacar o ano de 1906, pois nesse período ocorreram ações que
estabeleceram o ensino técnico-industrial no Brasil e que possibilitaram a criação das
Escolas de Aprendizes Artífices. (SILVA, p. 15995)

Primeiramente, foi apresentado ao Congresso Nacional um anteprojeto de lei para


promover o ensino prático industrial, agrícola e comercial por meio de parceria entre os
Estados e a União. Esse anteprojeto de lei foi baseado nas recomendações do Congresso
de Instrução, presidido pelo ministro da justiça e negócios interiores Félix Gaspar e
realizado no Rio de Janeiro em dezembro de 1906 (CUNHA, 2005a). Também foi
aprovado no Senado o aumento do orçamento disponibilizado pela União aos Estados
para instituírem escolas técnicas e profissionais. Por fim, um marco político respeitável
foi o discurso de posse do presidente Afonso Pena, em 15 de novembro de 1906, onde a
criação e multiplicação da Educação Profissional foram exaltadas (BRASIL, 2009).

Em 1937, por meio da Lei nº 378, as Escolas de Aprendizes e Artífices se tornaram


Liceus destinados a ofertar Educação Profissional em todo país. (SILVA, p. 15995)

Essa alteração de Escola de Artíficies para Lyceus acorre no governo de Getúlio Vargas
e está em conformidade com a nova constituição. O Brasil, nesta época, passava por
profundas transformações que aos poucos inseria o país no capitalismo industrial com o
fortalecimento da indústria e do emprego. Por isso, tornou-se fundamental o
investimento na formação profissional da população, pois as indústrias necessitavam de
mão de obra qualificada, deixando a Educação Profissional de atender a formação
básica das crianças para iniciar sua atuação com o Ensino Médio. (SILVA, p. 15995)
A partir de 1941 entraram em vigor várias leis conhecidas como a “Reforma
Capanema”
que remodelaram o ensino no Brasil. (SILVA, p. 15996)

Segundo Cunha (2005b) a finalidade do Ensino Médio nessa organização era de:
[...] formar força de trabalho especificada para os setores da produção e da burocracia: o
ensino agrícola, para o setor primário; o ensino industrial, para o setor secundário; o
ensino industrial para o setor terciário; e o ensino normal, para a formação de
professores para o primário. (CUNHA, 2005b, p. 41)

A transformação das escolas industriais foi acelerada a partir de 1959 quando uma
comissão do Ministério da Educação foi formada para discutir diretrizes e medidas para
a formação de mão de obra para a indústria. Participaram dessa comissão educadores
liberais e administradores do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.).
As considerações desse grupo materializaram o Decreto-Lei 50.492 de 1961 que alterou
o primeiro ciclo do Ensino Médio transformando-o em ginasial e promovendo uma
aprendizagem profissional desvinculada do secundo ciclo (CUNHA, 2005b).

A partir de 1968, as escolas técnicas e industriais federais tornaram-se Escolas Técnicas


Federais (EFETs). Neste período, a educação é reestruturada pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira - LDBEN, nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 - que tornou
o ensino técnico obrigatório para todos os currículos de segundo grau. (SILVA, p.
15997)

De acordo, com Manfredi (2002), a profissionalização universal e compulsória,


instaurada pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, tinha como objetivo
colocar o país à frente na economia internacional delegando ao sistema educacional a
atribuição de formar os recursos humanos para o mercado de trabalho. Cunha (2005b)
salienta que a promulgação dessa lei significou a vitória de um grupo minoritário dentro
do MEC, com o argumento do prestígio das escolas industriais, especialmente as
federais, pela qualidade de seu ensino. (SILVA, p. 15997)

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