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Universidade Federal do Tocantins (Campus Porto Nacional)

Disciplina: Filosofia e História da Educação


Docente: Profa. Dra. Denise de Amorim Ramos
Discente: Larissa Patricio da Silva

ATIVIDADE
1- Caracterize em poucas palavras o período de 1946 a 1964.
O período de 1946 a 1964 é conhecido como "anos dourados" no Brasil, marcado
pelo desenvolvimento econômico, industrialização, urbanização e modernização do país.
Além disso, houve um período de estabilidade política e democracia, com a promulgação
da Constituição de 1946 e a realização de eleições presidenciais regulares. Lembrando que
existem críticas a respeito da situação do país pois vista de vário lugares diferentes a
realidade se configurava de outras formas se levarmos em consideração as diferenças
sociais, regionais e econômicas.

2- Mostre com exemplos como a educação popular avançou nesse período.


Durante esse período, houve um avanço significativo da educação popular no Brasil, com a
criação de diversas iniciativas e programas que buscavam levar a educação para além das
escolas e universidades tradicionais. Esses programas incluíam a Educação de Jovens e
Adultos (EJA), o Movimento de Cultura Popular (MCP) e a Campanha Nacional de
Educação Rural (CNER), entre outros.

3- Faça um comentário sobre a educação na Constituição de 1946.


A Constituição de 1946 foi um marco importante para a educação no Brasil, pois
estabeleceu a educação como um direito de todos e um dever do Estado. O artigo 166 da
Constituição de 1946 determinava que "a educação é direito de todos e será dada no lar e na
escola". Além disso, a Constituição previa a obrigatoriedade do ensino primário e a
gratuidade do ensino público em todos os níveis. Outro aspecto importante da Constituição
de 1946 foi a valorização da autonomia universitária e da liberdade de cátedra. O artigo 151
da Constituição estabelecia que "as universidades gozam de autonomia didático-científica,
administrativa e financeira, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão". Já o artigo 157 garantia a liberdade de cátedra, afirmando que "é livre
a cátedra, sendo vedado ao poder público interferir em seu conteúdo". Assim, a
Constituição de 1946 representou um avanço significativo para a educação no Brasil, ao
estabelecer a educação como um direito universal e um dever do Estado, além de valorizar
a autonomia universitária e a liberdade de cátedra.
4- Narre os passos até a equivalência entre o secundário e o técnico-profissional.
Durante o período de 1946 a 1964, houve uma série de mudanças na educação
brasileira que buscavam aproximar o ensino técnico-profissional do ensino secundário, com
o objetivo de oferecer aos estudantes uma formação mais adequada às necessidades do
mercado de trabalho. Os passos para a equivalência entre o secundário e o técnico-
profissional foram os seguintes:
1. Criação do ensino técnico-profissional: em 1942, foi criado o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI), que tinha como objetivo oferecer formação técnica
para os trabalhadores da indústria. Em 1946, foi criado o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), que tinha como objetivo oferecer formação técnica
para os trabalhadores do comércio. Essas instituições foram responsáveis por criar cursos
técnicos profissionalizantes em diversas áreas, como mecânica, eletrônica, contabilidade,
entre outras.
2. Criação do ensino secundário técnico: em 1959, foi criado o ensino secundário
técnico, que tinha como objetivo oferecer uma formação mais voltada para o mercado de
trabalho. Esse tipo de ensino combinava disciplinas gerais do ensino secundário com
disciplinas técnicas específicas de cada área profissional. Assim, os estudantes podiam
escolher entre uma formação mais acadêmica, voltada para o ensino superior, ou uma
formação mais técnica, voltada para o mercado de trabalho.
3. Equivalência entre o ensino secundário e o técnico-profissional: em 1961, foi
criado o Conselho Federal de Educação, que tinha como objetivo regulamentar a educação
no país. Em 1962, o Conselho Federal de Educação estabeleceu a equivalência entre o
ensino secundário e o técnico-profissional, permitindo que os estudantes que concluíssem o
ensino técnico-profissional pudessem ingressar no ensino superior, desde que fizessem um
exame de seleção. Essa medida foi importante para valorizar a formação técnica-
profissional e aproximar o ensino técnico do ensino superior.
5- Qual a importância da Lei n° 4 024/61 para a educação brasileira?
A Lei nº 4.024/61, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), foi crucial para a educação brasileira. Definiu que a educação é
responsabilidade do Estado e um direito para todos, delineando as responsabilidades dos
diferentes níveis governamentais. Destacou a importância da formação contínua e
específica dos professores, instituiu os Conselhos de Educação para a participação da
sociedade na formulação de políticas educacionais e valorizou a educação técnica e
profissional. Esses pontos foram marcos fundamentais na organização do sistema
educacional do país.
6- Comente os objetivos da educação nacional estabelecidos pela Lei de 1961.
Os objetivos da educação nacional delineados pela Lei de 1961 buscavam sobretudo
o desenvolvimento integral do indivíduo, a preparação para a cidadania e a qualificação
para o trabalho. Entretanto algumas críticas devem ser tecidas a esses objetivos que não
refletiam as necessidades mais urgentes do povo brasileiro no período. Na época da Lei de
1961, as críticas à educação brasileira incluíam acesso limitado à educação, uma vez que a
qualidade da educação variou significativamente entre diferentes regiões e entre escolas
públicas e privadas. Muitos estudantes não tinham acesso a uma educação de qualidade, o
que limitava suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Além da
desigualdade na qualidade, desconexão com realidades locais e foco excessivo no mercado
de trabalho, tudo isso refletia desafios reais e a necessidade de políticas educacionais do
país.

7- Em relação às leis anteriores, que mudanças ocorreram quanto aos objetivos?


As leis educacionais anteriores à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961,
muitas vezes, não conseguem abordar de maneira abrangente as necessidades da massa
popular e as diferenças regionais no país. Antes de 1961, as políticas educacionais tendiam
a ser mais centralizadas e menos adaptadas às realidades locais.

Centralização versus Consideração das Realidades Regionais:


Antes de 1961: As políticas educacionais eram frequentemente centralizadas,
com
diretrizes padronizadas para todo o país. Isso muitas vezes não levava em conta as
diferentes realidades e necessidades de cada região, ignorando particularidades culturais,
sociais e econômicas.
Lei de 1961: Apesar de ainda haver uma diretriz nacional, a Lei de 1961 trouxe um
olhar mais atento às diferenças regionais. Isso permitiu maior flexibilidade na aplicação das
políticas educacionais, considerando as particularidades de cada região e atendendo às
necessidades locais.
Atendimento à Massa Popular:
Antes de 1961: As leis anteriores muitas vezes não priorizavam o atendimento à
massa popular, o que resultava na exclusão educacional de grande parte da população,
principalmente das áreas rurais e de baixa renda.
Lei de 1961: A Lei de 1961 declarou um esforço maior para ampliar o acesso à
educação para a massa popular, evoluindo a universalização do ensino e a busca por uma
educação mais inclusiva.
Ênfase nos Objetivos Educacionais:
Antes de 1961: As leis anteriores muitas vezes tinham objetivos mais limitados,
focando principalmente na transmissão de conhecimento sem considerar integralmente o
desenvolvimento humano.
Lei de 1961: A Lei de 1961 ampliou os objetivos educacionais, buscando um
desenvolvimento mais integral dos indivíduos, englobando aspectos sociais, cívicos e
profissionais, além do aspecto intelectual.

8- Qual a estrutura do ensino que a Lei de 1961 estabeleceu?


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 estabeleceu uma
estrutura organizacional para o sistema educacional brasileiro. Ela definiu os níveis de
ensino e suas respectivas etapas de formação. A estrutura proposta foi dividida em três
níveis principais:
Educação Básica: Compreendia dois ciclos, o primário (antigo curso primário) e o ginasial
(equivalente ao atual ensino fundamental). O ensino primário era obrigatório e destinado a
crianças de 7 a 11 anos. O ginasial, por sua vez, era direcionado para estudantes de 11 a 15
anos.
Educação Média: Corresponde ao ensino secundário, equivalente ao atual ensino médio.
Era destinado a estudantes com idade entre 15 e 18 anos.
Educação Superior: Abrangia o ensino universitário, técnico e de formação profissional.
Essa estruturação estabeleceu a progressão linear entre os níveis de ensino, onde os
estudantes avançavam do primário para o ginasial, depois para o ensino médio e, por fim,
para a educação superior. A Lei de 1961 proporcionou uma base estrutural para a
organização do sistema educacional brasileiro, embora tenha sido posteriormente
modificada por leis posteriores, adaptando-se às mudanças sociais e educacionais do país.

9- E quanto aos conteúdos, o que determinou a Lei n° 4 024/61?


A Lei n° 4 024/61 determinou que os conteúdos do ensino secundário deveriam ser
distribuídos em disciplinas obrigatórias, como matemática, português, história, geografia,
entre outras.

10- Qual o objetivo da luta pela escola pública? Quais os resultados?


A luta pela escola pública tem como objetivo garantir o acesso universal à educação
de qualidade, sem distinções de classe social, gênero, raça ou qualquer outra forma de
discriminação. Os resultados dessa luta incluem o aumento do acesso à educação básica e
superior, a melhoria da qualidade do ensino, a valorização dos profissionais da educação e a
promoção da igualdade de oportunidades educacionais para todos os cidadãos. No entanto,
ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir uma educação pública de
qualidade para todos os brasileiros.

11- O que foi feito em benefício da educação de adultos durante o período?


Durante o período de 1946 a 1964, foram implementadas algumas medidas em
benefício da educação de adultos no Brasil. A Criação do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC): Em 1946, foi criado o SENAC, com o objetivo de
oferecer cursos profissionalizantes e de formação para adultos, visando melhorar suas
habilidades e oportunidades de emprego. A Expansão da Educação de Jovens e Adultos
(EJA): Durante esse período, houve uma maior valorização da educação de adultos, com a
ampliação da oferta de programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que permitiam
que pessoas que não haviam concluído seus estudos pudessem voltar à escola e concluir sua
educação básica.
Essas iniciativas buscaram promover a inclusão educacional e social dos adultos,
oferecendo oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal. No entanto, é
importante ressaltar que ainda havia muitos desafios a serem enfrentados nessa área durante
esse período.
12- Quais as características do Método Paulo Freire?
O Método Paulo Freire tem dois princípios fundamentais. O primeiro princípio é a
percepção crítica da realidade, que envolve a observação, reflexão e ação para
transformação da realidade. O segundo princípio é a dialogicidade do ato educativo, que se
baseia na relação dialógica entre educador e educando, e na valorização do conhecimento
prévio dos educandos
Discussão
*O Método Paulo Freire é eficiente para a alfabetização de adultos? Por quê? A ideia
central do método pode ser aplicada à educação em geral, em todos os graus e
modalidades? Como? Por que ainda hoje temos tantos analfabetos no Brasil? Por que a
alfabetização das crianças nas primeiras séries alcança resultados tão baixos?

O Método Paulo Freire é eficiente para a alfabetização de adultos, pois ele parte da
realidade concreta dos educandos, valoriza seus conhecimentos prévios e promove a
reflexão crítica sobre a realidade social em que vivem. Além disso, o método utiliza
materiais audiovisuais e outras formas de linguagem multimídia para tornar o processo de
aprendizagem mais dinâmico e participativo. A ideia central do método pode ser aplicada à
educação em geral, em todos os graus e modalidades, pois ela se baseia na valorização do
diálogo, da reflexão crítica e da participação ativa dos educandos no processo de
aprendizagem. No entanto, é importante adaptar o método às características específicas de
cada contexto educativo, levando em conta as diferenças de idade, cultura, nível de
escolaridade, entre outros fatores. Ainda hoje temos tantos analfabetos no Brasil por
diversos motivos, como a desigualdade social, a falta de investimento em educação, a falta
de políticas públicas efetivas para a alfabetização de adultos, entre outros fatores. A
alfabetização das crianças nas primeiras séries também enfrenta desafios, como a falta de
formação adequada dos professores, a falta de materiais didáticos adequados, a falta de
infraestrutura nas escolas, entre outros fatores.

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