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Universidade Federal do Tocantins (Campus Porto Nacional)

Disciplina: Técnicas de Pesquisa


Docente: Profª. Drª. Marina Haizenreder Ertzogue
Discente: Larissa Patricio da Silva

FICHAMENTO DE CONTEÚDO

Referência: SANTOS, S. M. A. O método da autoetnografia na pesquisa sociológica: atores,


perspectivas e desafios. Plural, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 214-241, 2017. DOI: 10.11606/issn.2176-
8099.pcso.2017.113972.Disponívelem:https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/113972.
Acesso em: 26 set. 2023.
A autoetnografia é um método de pesquisa que combina elementos da autobiografia e
da etnografia para descrever e analisar sistematicamente a experiência pessoal com o objetivo
de compreender a experiência cultural. Neste método, o pesquisador utiliza sua própria
experiência como fonte de dados e reflexão. A autoetnografia é tanto um processo quanto um
produto de pesquisa, e tem sido adotada por muitos estudiosos como uma forma de responder
às críticas das abordagens tradicionais de pesquisa.
A autoetnografia busca produzir pesquisas que sejam seguras, acessíveis e evocativas,
ancoradas na experiência pessoal, e que sensibilizem os leitores para questões de identidade,
questões silenciadas na academia e formas de representação que promovam empatia com
pessoas diferentes. Os autoetnógrafos confirmam que a experiência pessoal pode influenciar o
processo de pesquisa de várias maneiras, desde a escolha dos métodos até a representação dos
resultados.
No entanto, ainda há investigadores que defendem a ideia de que a pesquisa deve ser
neutra, impessoal e objetiva, enquanto outros argumentam que essa suposição não é mais
sustentável. A autoetonografia confirma a interconexão entre a experiência pessoal do
pesquisador e o objeto de pesquisa, e busca uma autorreflexão profunda para explorar as
interseções entre o pessoal e o político, o sujeito e o contexto social, o micro e o macro.
A autoetnografia tem raízes na tradição interacionista da Escola de Chicago e foi
introduzida nas Ciências Sociais por David M. Hayano em 1979. Ela tem sido usada para
estudar uma variedade de tópicos e questões, e os pesquisadores que utilizam podem abordar
diferentes perspectivas, incluindo a insider (quando o pesquisador faz parte do grupo que está
sendo treinado) e a outsider (quando o pesquisador é um observador externo).
Durante a década de 1980, houve um aumento no interesse por narrativas pessoais,
subjetividade e reflexividade na pesquisa, embora o termo "autoetnografia" nem sempre tenha
sido utilizado. Pesquisadores de diversas disciplinas, como sociologia, antropologia,
comunicação e estudos de gênero, resultaram na exploração da incorporação da experiência
pessoal na pesquisa acadêmica.
Em resumo, a autoetnografia é um método de pesquisa que utiliza a experiência pessoal
do pesquisador como ponto de partida para explorar questões culturais, sociais e identitárias,
promovendo uma abordagem mais reflexiva e sensível às complexidades da pesquisa social.
Palavras-chave: Autoetnografia, Reflexividade, Pesquisa Qualitativa, Pesquisa Sociológica.

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