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ANÁLISE DOS MOVIMENTOS HISTÓRICOS NO ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE ATUAL E LEGISLAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Unidade III

Prof. Dr. Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira

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Conteúdo da aula
 UNIVERSIDADE ATUAL E LEGISLAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

3.1 – A Universidade do Brasil – Contexto atual.

3.2 – Organização Interna e seu funcionamento (ensino, pesquisa e extensão).

3.3 – Políticas públicas e legislação do Ensino Superior no Brasil.

3.4 – Competências a serem desenvolvidas no Ensino Superior.


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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 Com o advento da atual Constituição Federal de 1988, como a Carta Magna mais democrática
e tornando a educação um saber necessário e de direito a todo brasileiro(a), tornando assim a
Constituição mais cidadã. Promulgada em 5 de outubro de 1988, estabeleceu o Estado
Democrático de Direito, ampliando o rol dos direitos sociais, entre os quais se insere o direito à
educação, e as atribuições do poder público.

 Foram dedicados à educação os artigos 202 a 214 da seção I do capítulo III – Da Educação,
Da Cultura e Do Desporto, do título VIII – Da Ordem Social, além do artigo 60 das Disposições
Constitucionais Transitórias. Percebe-se portanto a relevância dada pelo legislador à matéria.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 O direito à educação aparece na Carta Magna já no art. 6º, onde se elencam,


pela primeira vez de forma explícita num texto constitucional brasileiro, os
direitos sociais:

 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o


trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 O artigo 205 dispõe que a educação é direito de todos e um dever do Estado.


Sua promoção tem como fins o desenvolvimento tanto da pessoa quanto da
própria sociedade. O ensino começa a ser especificado no artigo 206 que
expõe como seus princípios norteadores:

I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola.

IV – Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

Art. 208 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria;
II – Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;
IV – Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI – Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – Atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 O art. 211 dispõe sobre a organização dos sistemas de ensino:


Art. 211
§ 1º – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 2º – Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil.
§ 3º – Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental
e médio.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

O artigo 214 da Constituição determina que a lei estabelecerá o plano


nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao
desenvolvimento do ensino, em seus diversos níveis, e à integração das ações
do poder público que conduzam à:

 I – Erradicação do analfabetismo;
 II – Universalização do atendimento escolar;
III – Melhoria da qualidade do ensino;
IV – Formação para o trabalho;
V – Promoção humanística, científica e tecnológica do País.
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A Universidade do Brasil – Contexto atual

Neste cenário, o MEC formulou uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
de nº 9.394/1996. Ela encerra à legislação que determinava o modelo único,
assumindo e estimulando a diversidade institucional (especialização de serviços). O
critério a definir a Universidade passou a ser ‘qualidade’ dos serviços prestados e, em
decorrência deste, autonomia para abrir e fechar cursos.

Deixaram de ser necessárias: (a) a universalidade conhecimento – podem surgir


Universidades para áreas específicas do saber; (b) a indissociabilidade – pode haver
Universidades só de pesquisa ou só de ensino, interessando apenas a ‘competência’
com que desempenham suas atividades.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 Entre as finalidades da educação superior, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


de 1996 (Lei n.º 9.394/96) destacou o trabalho de pesquisa e investigação científica,
a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos, bem como a
promoção de extensão, aberta à participação da população, visando à divulgação
dos benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica.

 Foram previstos cursos sequenciais por campo de saber, de graduação, de pós-


graduação, compreendendo cursos de mestrado e doutorado, de especialização e
aperfeiçoamento, entre outros, de acordo com as características da instituição de
ensino, bem como cursos de extensão.

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A Universidade do Brasil – Contexto atual

 A LDB 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal.


Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em relação à
educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de
colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

 Segundo a LDB 9394/96, a educação brasileira é dividida em dois níveis:


a) A Educação básica
b) O Ensino superior

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A Universidade do Brasil – Contexto atual
 A educação brasileira conta ainda com algumas modalidades de educação, que perpassam
todos os níveis da educação nacional. São elas:
  Educação Especial - Atende aos educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino.
 Educação a Distância (EaD) – Atende aos estudantes em tempos e espaços diversos, com
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação.
 Educação Profissional e Tecnológica – Visa preparar os estudantes a exercerem
atividades produtivas, atualizar e aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos e científicos.
 Educação de Jovens e Adultos – Atende às pessoas que não tiveram acesso a educação
na idade apropriada.
 Educação Indígena – Atende às comunidades indígenas, de forma a respeitar a cultura e
língua materna de cada tribo.
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INTERATIVIDADE

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Dentre as modalidades da Educação no Brasil conforme nossa legislação, não
podemos enquadrar a modalidade:

a) Educação Indígena.
b) Educação Jovens e Adultos.
c) Educação Mobral.
d) Educação especial.
e) Educação a Distância.

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RESPOSTA CORRETA COMENTADA

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Correta: c

Dentre as modalidades da Educação no Brasil conforme nossa Legislação, não podemos


enquadrar a modalidade:

c) Educação Mobral.

Comentário: De fato, A educação Mobral foi uma modalidade adotada em décadas anteriores ,
substituída pela modalidade de Educação Jovens e Adultos(EJA). Essa última é voltada para
alfabetização e complementação do ensino fundamental e médio para jovens e adultos que não
finalizaram os estudos na idade devida.

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ENEM / VESTIBULAR: O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
 Foram modificadas as regras de acesso ao ensino superior: ao lado do vestibular de
caráter classificatório, que continuou em vigor, a lei abriu a possibilidade de incorporação
de alunos à universidade por meio de avaliações promovidas ao longo do ensino médio,
tais como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
 O Enem foi criado em 1998 (completando agora 20 anos) com o objetivo de avaliar o
desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Progressivamente, as
universidades passaram a utilizar os resultados do exame como critério de seleção para o
ingresso no Ensino Superior, seja complementando, seja substituindo o vestibular.

 Em 2009, o MEC apresentou uma proposta de reformulação do Exame Nacional do Ensino


Médio (Enem) e sua utilização como forma de seleção unificada nos processos seletivos
das universidades públicas federais, apresentando como principais objetivos democratizar
as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade
acadêmica
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ENEM / VESTIBULAR: O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

 Respeitando a autonomia das universidades, estas poderiam optar


entre quatro possibilidades de utilização do novo exame como
processo seletivo, a saber:

1) Como fase única, com o sistema de seleção unificada, informatizado e on-


line;
2) Como primeira fase;
3) Combinado com o vestibular da instituição; ou
4) Como fase única para as vagas remanescentes do vestibular.
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Organização interna e seu funcionamento (ensino, pesquisa e extensão)

 Ao lado da avaliação do rendimento escolar, a lei realçou a avaliação do


desempenho docente e o aperfeiçoamento profissional continuado.
 A Portaria MEC nº 398, de 3 de fevereiro de 2005, atribuiu ao Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) a função de
operacionalizar as ações e procedimentos referentes ao Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (Sinaes), ao Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade), à Avaliação Institucional (AI) e à Avaliação dos Cursos de
Graduação (ACG).

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ENADE

 O Enade foi organizado para avaliar o rendimento dos alunos dos cursos de
graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos
dos cursos em que estavam matriculados.
 Obrigatório para os alunos selecionados, o exame tornou-se condição indispensável
para a emissão do histórico escolar.
 A primeira aplicação ocorreu em 2004, e a periodicidade máxima com que cada
área do conhecimento é avaliada é trienal.
 Por fim, as avaliações in loco dos cursos e instituições públicas e privadas,
realizadas pro comissões delegadas pelo MEC, tinham como objetivo verificar as
condições de ensino, em especial aquelas relativas ao perfil do corpo docente, as
instalações físicas e a organização didático-pedagógica.

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ENADE

 O Enade foi organizado para avaliar o rendimento dos alunos dos cursos de
graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos
cursos em que estavam matriculados.
 Obrigatório para os alunos selecionados, o exame tornou-se condição indispensável
para a emissão do histórico escolar.
 A primeira aplicação ocorreu em 2004, e a periodicidade máxima com que cada área
do conhecimento é avaliada é trienal.
 Por fim, as avaliações in loco dos cursos e instituições públicas e privadas,
realizadas pro comissões delegadas pelo MEC, tinham como objetivo verificar as
condições de ensino, em especial aquelas relativas ao perfil do corpo docente, as
instalações físicas e a organização didático-pedagógica.

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LDB – Contribuições

 A Lei de Diretrizes e Bases criou, ainda, a possibilidade de o estudante se diplomar


em cursos regulares via ensino a distância (por meio de TV, rádio ou internet, por
exemplo), o que até aquele momento não era previsto na legislação.
 Outra novidade foi a oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos
indígenas com o objetivo de “promover a recuperação de suas memórias históricas; a
reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas e ciências e
garantir-lhes o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-indígenas” (artigo 78).

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LDB – Contribuições

 A defesa da educação integral permeia vários artigos da Lei de Diretrizes e


Bases, como, por exemplo, o artigo 87, parágrafo 5º, no qual reaparece “o
compromisso de conjugar todos os esforços objetivando a progressão das
redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de
escolas de tempo integral”.

Histórico: LDB
 Final da década de 1950 – discussões acerca da primeira LDB da Educação
Nacional
 Para quem e para que serve a universidade?
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LDB – Contribuições

1961 – Decretada a primeira LDB


 Educação para todos
 Fins e níveis da educação
 Administração do ensino
Extensão como curso
Atrela ensino superior à pesquisa
Surgem cursos de pós-graduação

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LDB – Contribuições

1964-1985 – Golpe Militar

Modernização do país
Modelo educacional tecnicista
Perseguição a tudo e todos que “ameaçassem” os ideais do governo ditatorial
Repressão ao movimento de contestação
968 – Reforma universitária

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LDB – Contribuições

Fim da ditadura

Dissociação entre ensino e pesquisa

Retomado ideal universitário de autonomia e indissociabilidade

Intensa participação popular: povo nas ruas, reconstituição e criação de


movimentos sociais

Assembleia
LIBRAS Nacional Constituinte
LDB – Contribuições

Constituição Federal de 1988

Autonomia didático-científica, administrativa, e de gestão financeira e patrimonial


Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
 LDB 1996
̶Pluridisciplinar
̶Profissional de nível superior
̶Produção intelectual
̶Estudo sistemático dos temas relevantes
̶Um terçoLIBRAS
titulação de mestrado ou doutorado
̶Um terço regime de tempo integral
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

 Ensino, pesquisa e extensão

 Ensino é o processo de construção do saber, com apropriação do conhecimento


historicamente produzido pela humanidade

 Pesquisa é o processo de materialização do saber a partir da produção de novos


conhecimentos baseado de problemas emergentes da prática social.

 Extensão pode ser entendido como processo educativo, cultural e científico, de


intervenção nos processos sociais e identificação de problemas da sociedade.

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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

 O que é extensão universitária? 

 A Lei n.º 9.394, de 1996, estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional e em seu artigo 43 define que a educação superior deve: 

 VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à


difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

 Destaque-se que em meio a tal situação, surgiu um novo cenário – o início de


negociações para a redemocratização do Brasil. Era o prenúncio do começo de uma
nova década. Por isso, nos anos de 1980, apesar de conviver ainda com a crise de
identidade, principalmente sob o estigma do assistencialismo, a extensão
universitária passou a ser objeto de estudos e debates que anunciavam sua
participação definitiva como prática acadêmica necessária à formação
(complementar) de docentes e discentes e indissociada do ensino e da pesquisa
científica.

 Mas, o que se entende por extensão universitária nos dias atuais?

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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

 A partir da década de 1990, com o advento da globalização (ou mundialização), a


extensão tem sido vista, em linhas gerais, como:

[...] um espaço privilegiado para viabilizar a interação do


social e do institucional, em variadas e amplas dimensões,
a fim de difundir e construir novos conhecimentos, frutos da
intensa reflexão provocada sobre paradigmas atuais. A
extensão, hoje, articula um processo educativo, cultural e
científico, ao lado do ensino e da pesquisa, gerado pelas
possibilidades e pela força articuladora que está na
natureza das ações nascidas das relações sociais e
comunitárias (OLIVEIRA e GARCIA, 2009, p. 112).
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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Estudos desenvolvidos por Frantz e Silva (2002, p.217) nos permitem entender, de
forma mais objetiva, o ensino, a pesquisa e a extensão:

a) Ensino: procura articular as ciências existentes, conhecer seus produtos e formar


profissionais. Legitima-se no espaço social pela quantidade e qualidade dos diplomas
concedidos;

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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

b) Pesquisa: almeja construir novos, confirmar ou contestar conhecimentos


existentes. Legitima-se junto à sociedade pela produção de tecnologias úteis a ela e
pela orientação científica na resolução dos seus problemas;

c) Extensão: tem a função de estabelecer conexões entre os interesses do ensino e


da pesquisa científica com os interesses sociais. Legitima-se pela presença de
agentes universitários nos setores sociais, executando ações de serviços,
assistências, projetos culturais etc.

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INTERATIVIDADE

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Leia a assertiva que segue e assinale a alternativa que aponta o objeto tratado como
umas das áreas necessárias para uma universidade: “Almeja construir novos, confirmar
ou contestar conhecimentos existentes. Legitima-se junto à sociedade pela produção de
tecnologias úteis a ela e pela orientação científica na resolução dos seus problemas”.

a) Extensão.
b) Pesquisa.
c) Ensino.
d) Pós-graduação.
e) Nenhuma das alternativas.
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RESPOSTA CORRETA COMENTADA

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CORRETA: b

Leia a assertiva que segue e assinale a alternativa que aponta o objeto tratado como
umas das áreas necessárias para uma Universidade: “Almeja construir novos, confirmar
ou contestar conhecimentos existentes. Legitima-se junto à sociedade pela produção de
tecnologias úteis a ela e pela orientação científica na resolução dos seus problemas”.

b) Pesquisa.

Comentário: de fato, o campo acadêmico e universitário abrange várias áreas e o campo


que trata de construir novos, confirmar ou contestar conhecimentos existentes é a pesquisa.

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ATÉ A PRÓXIMA!

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