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Ano: 2016
1
Marcus Quintanilha da Silva
2016
Curitiba, PR
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FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
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Apresentação da disciplina
Apresentação Aula 1
Nesta aula será efetuada uma análise da Organização do Sistema
Educacional Brasileiro, usando como base de estudos as legislações em vigor
em âmbito nacional, Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/06, Constituição Federal,
alguns aspectos do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização do Magistério), Lei n. 11494/07 e as
características principais do federalismo brasileiro.
5
O regime de colaboração não descarta que os entes federados tenham
suas responsabilidades educacionais. Sobre as responsabilidades dos
municípios, os mesmos atuarão prioritariamente na educação infantil e no ensino
fundamental.
6
ministrado nos princípios da “Gestão democrática do ensino público, na forma
da lei” (BRASIL, 1988).
Importante
A história do direito à educação no país tem avanços e
retrocessos. Em determinado momento o Estado tinha o dever
de provê-la, em outro ele se absteve. Atualmente a Constituição
Federal do país estabelece que a educação obrigatória é um
Direito Público subjetivo, ou seja, o não fornecimento desse
serviço imputa criminalmente a autoridade competente.
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mínimo para o Ensino Fundamental, assim como o ensino religioso é facultativo
e a língua portuguesa deve aplicar-se para ministrar as aulas, exceto às
comunidades indígenas que optarem em ministrar as aulas na sua língua
materna.
Saiba Mais
Carta Magna – expressão latina que significa “grande carta”.
Foi o primeiro documento a enumerar direitos do povo inglês,
por isso não se trata de uma lei, e sim um conjunto de normas
referentes a direitos e deveres de um povo. Por isso é usada
como sinônimo de Constituição.
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Magna. Uma delas é sobre os níveis e modalidade de ensino, os quais são
compostos pela educação básica, se compondo em dois níveis, conforme Art.
21 em:
Educação superior.
[...]
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais,
quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental,
pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola,
que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na
série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento
escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a sequência do
currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
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c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de
ensino em seus regimentos;
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu
regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de
setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de
conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações
cabíveis
[...]
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei,
a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(BRASIL, 1996. S/p).
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Ainda que a LDB tenha sofrido uma série de modificações em seus 19
anos de implementação, vale ressaltar a sua importância em termos de
esclarecimento e delineamento das políticas educacionais brasileiras.
O Fundo em questão é uma conta contábil para cada estado onde 20%
da carga de impostos dos entes é recolhida para composição do mesmo. A
exceção se dá a alguns impostos que não estão na conta, como o IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano) e o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens
Intervivos), ambos municipais. Na tentativa de promover qualidade com
equidade na educação em um território historicamente desigual, a Constituição
obriga a União a gastar através da vinculação de percentual nas receitas de
impostos, estabelece-se o investimento mínimo em educação pelos entes
federados, percentuais definidos em não menos que 18% das receitas de
impostos da União e 25% dos estados e municípios.
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aluno, atualizados anualmente pelo governo federal, a União complementa via
FUNDEB.
Saiba Mais
O art. 36 da lei do Fundeb (n. 11494/07) explicita os fatores
de ponderação para cada modalidade de ensino. Esses
fatores indicam quanto cada ente federado receberá a mais
ou a menos por cada aluno, isso vai depender da modalidade
de ensino na qual o aluno está matriculado
Ainda que nosso estudo sobre o FUNDEB seja raso, é necessário para
entendermos um pouco as tensões do federalismo brasileiro, nosso próximo
assunto.
Ainda que não se tenha uma definição única na Ciência Política quanto
ao federalismo, no caso brasileiro ela pode ser entendida como “a união de
estados para a formação de um único, em que as unidades originais conservam
sua autonomia política, enquanto a soberania é transferida para a federação”
(TAVARES & ZANDER, 2011).
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coronelismo e a oligarquia, presentes até hoje em algumas localidades desse
país de extensão continental (SOUZA, 2012).
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públicos de ensino”. A evolução do direito à educação no Brasil ressalta que tal
responsabilidade sofreu avanços e retrocessos ao longo da história.
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haja visto que a diferença de arrecadação e redistribuição de recursos, que
apesar dos esforços do Governo Federal, tem uma diminuição da desigualdade
ínfima perto da necessidade imposta historicamente. Disputa desigual se
considerados os aspectos de evolução tardia e diferenciada nos aspectos
financeiros e de prioridade nacional e o desenvolvimento regional com tamanhas
disparidades.
15
crescimento econômico desigual as arrecadações também seguem esse
patamar.
Resumo da Aula 1
Atividade de Aprendizagem
Leia os artigos 205 ao 214 da Constituição, os quais são
normativas importantes para a compreensão dos princípios
educativos que permeiam nosso Estado. Após a leitura dos
artigos da Constituição, separe pontos que são generalistas, ou
seja, sem explicação sobre a sua execução, e pesquise na LDB
se há alguma explicação mais minuciosa sobre como os entes
federados executam tal ação e discorra sobre o assunto.
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complexidade do sistema educacional em nosso país. Faz-se necessário definir
as etapas de ensino e suas características, elencar o que cada ente federado
tem como obrigação prioritária na efetividade do direito à educação. Outro
aspecto fundamental na compreensão da organização nacional no que se refere
à educação é o regime de colaboração entre os entes. Aos poucos
entenderemos a complexidade de tal organização.
Nesse contexto o:
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Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem
democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada
estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas
não-formais. (BRASIL, 1996. S/p).
A educação infantil tem uma história que envolve vários avanços nos
últimos anos, ainda que sejam insuficientes temporariamente para o atendimento
da demanda e oferta com qualidade. Sobre a idade que compreende os alunos
da etapa e a obrigatoriedade de matrícula por parte dos responsáveis afirma-se
que a faixa etária da etapa de ensino compreende de 0 aos 5 anos e a matrícula
obrigatória se dá a partir dos quatro anos.
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atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o
turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral, controle de
frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas e
expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança (redação do art. 31 da
LDB).
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entanto, algumas adequações curriculares são permitidas, como o ensino na
língua materna indígena, assim como ensino a distância em determinadas
situações.
Saiba Mais
De acordo com a LDB, o currículo do ensino fundamental
deve incluir obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos
das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no
8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da
Criança e do Adolescente, com produção e distribuição de
material didático adequado.
Carga horária mínima de 800 horas, 200 dias letivos e 4 horas diárias,
com mínimo de 75% de frequência das horas letivas do aluno;
20
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
[...]
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de
duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais,
quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode
ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior,
na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que
defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na
série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar
pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a sequência do currículo,
observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os
de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo,
para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de
ensino em seus regimentos;
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O controle de frequência por parte da instituição de ensino é
regulamentado pela LDB. A lei obriga as escolas a zelarem pela
mesma e acionarem o Conselho Tutelar caso as crianças não
estejam com regularidade frequentando a escola. Sobre carga
horária de frequência na educação básica é obrigatório o mínimo
de 60% de frequência para a pré-escola e 75% para ensino
fundamental e médio no total da carga horária.
Saiba Mais
De acordo com a LDB, no texto da lei n 11645/08 é obrigatório
nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
médio, públicos e privados o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena.
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Vocabulário
Lato Sensu: em sentido amplo.
Stricto Sensu: em sentido restrito.
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2.2.1 Responsabilização dos entes após 1988
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 14
DE 12 DE SETEMBRO DE 1996
[...]
Art. 211 […]
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as
instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e
padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil.
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e
médio.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc14.htm
24
para esse fim, e explicita que a União, estados e municípios organizarão em
regime de colaboração seus sistemas de ensino.
Art. 9º […]
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória,
exercendo sua função redistributiva e supletiva;
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IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica
comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar
no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria
da qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-
graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
responsabilidade sobre este nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino. (LDB, 1996. S/p).
26
2.2.3 Responsabilidades dos estados e Distrito Federal
[...]
Art. 10 […]
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de
ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as
quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a
população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do
Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes
e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus
Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos
das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que
o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados
e aos Municípios.
[...]
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
27
O inciso VI, que referencia o art. 38, Trata da Educação de
Jovens e Adultos, uma oferta que ainda mantém um status
marginal no país e tão importante para boa parte da população
que não teve oportunidade de se escolarizar na idade certa; e o
art. 69 da referida lei estabelece o investimento mínimo de vinte
e cinco por cento da receita de impostos e transferências
constitucionais, em particular do FUNDEB, para manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Importante
A LDB descreve em seus artigos n°. 70 e 71 o que são (ou não)
considerados gastos com manutenção e desenvolvimento do
ensino.
[...]
Art. 11 […]
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de
ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
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IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas
plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.
[...]
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
29
disso ele enfatiza o regime de colaboração para universalização do ensino
obrigatório.
Importante
Com base nas legislações vigentes sobre as responsabilidades
dos entes federados é importante para entender a
complexidade de incumbências, em particular dos estados e
municípios na oferta da escolarização obrigatória é necessário
o entendimento das características, pontos em comum e
diferenças entre as etapas de ensino da educação básica.
Resumo da Aula 2
30
Atividade de Aprendizagem
Os art. 29 ao 36 da LDB n°. 9394/96, tratam das características
das etapas de ensino da educação básica. Discorra sobre
essas características.
31
equidade, se faz necessário que União, Estados, Distrito Federal e Municípios
atuem em conjunto, no que as leis chamam de regime de colaboração.
32
uma base nacional comum, aliás uma discussão bastante atual. O processo de
avaliação nacional de rendimento escolar deve ser assegurado através desse
processo de ajuda mutua entre os entes, conforme preceitua o inciso VI.
Art. 10 […]
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição
proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser
atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas
esferas do Poder Público.
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação,
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
(LDB, 1996. S/p.)
Art. 62 […]
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime
de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e
a capacitação dos profissionais de magistério. (LDB, 1996. S/p.)
33
municípios e estados e com participação complementar da União quase sempre
pouco efetiva. A partir de 1988, o texto constitucional garante vinculação mínima
de recursos, conforme já citamos em nossa disciplina, no entanto a partir de 1996
com o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e Valorização do Magistério) e o seu substituto FUNDEB (Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do
Magistério) uma parte da arrecadação retorna aos cofres da União, sendo
redistribuído de acordo com a quantidade de matrículas via conta contábil
estadual.
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3.2 Sistemas de ensino
35
prestando assistência técnica e financeira e promovendo um sistema de
avaliação nacional em colaboração com os mesmos.
[...]
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
I - as instituições de ensino mantidas pela União;
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III - os órgãos federais de educação.
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo
Distrito Federal;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa
privada;
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas
pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder
Público municipal;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação.
[...]
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
Existe uma ressalva aos municípios que não tem sistema de ensino. No
parágrafo único do art. 11 o texto ressalta que “os Municípios poderão optar,
ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um
sistema único de educação básica”. Assim, municípios menores com poucos
recursos e escolas normalmente se integram aos sistemas estaduais. As
normativas para a criação de sistemas municipais de ensino são deliberadas
pelos estados e tem suas peculiaridades em suas tramitações e como
estabelece a LDB cabe ao município optar por ter seu sistema educacional
próprio.
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atendimento especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais
de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, a valorização dos
profissionais do magistério, estabelecimento de normas para educação à
distância, podendo ocorrer cooperação entre os entes para tal.
Pesquise
Visite o site da CONAE e saiba mais sobre os assuntos em
pauta na agenda brasileira.
Link: http://conae.mec.gov.br/
38
Na agenda educacional brasileira, a qualidade em educação um assunto
que gera controvérsias. Isso se deve ao fato da polissemia que a palavra
qualidade tem, cada pessoa tem sua visão de qualidade. Sobre o assunto, a
Constituição estabelece que o ensino deve ser ministrado com garantia de
padrão de qualidade.
Vocabulario
Polissemia: é um conceito da área da linguística com origem
no termo grego polysemos, o que significa "algo que possui
muitos significados".
Uma das estratégias mais presentes no texto da lei do PNE para atingir
as metas propostas é a atuação em regime de colaboração entre os entes
39
federados. Em todo texto do PNE a palavra colaboração aparece 34 vezes, ou
seja, a articulação do governo federal para que tenha êxito nas metas do plano
passa obrigatoriamente pelo pacto colaborativo entre União, estados e
municípios. A seguir organizamos um quadro, onde estão dispostas as metas da
referida lei que carecem, segundo o texto, de regime de colaboração,
sintetizando a importância da articulação dos entes para o desenvolvimento da
educação brasileira:
ESTRATÉGIAS
QUE CITAM
METAS TEMA PRINCIPAL
REGIME DE
COLABORAÇÃO
41
A partir das descrições e análises das legislações, é perceptível o quão
é fundamental o regime de colaboração entre os entes federados, sendo essa a
realidade de um Estado Federativo complexo. Tal complexidade ganhou corpo
com a municipalização do ensino na maioria do território nacional, com o
surgimento de mais sistemas de ensino e suas peculiaridades. Os redatores do
Plano Nacional de Educação tiveram consciência disso, e no decorrer do texto
entende-se a importância do pacto colaborativo para que as metas propostas
pelo plano sejam atingidas.
Resumo da aula 3
42
Atividade de Aprendizagem
Analise as metas propostas do PNE, em particular as 3
primeiras, e discorra sobre elas, analisando e focando na
possibilidade dessas metas serem ou não atingidas.
43
4.1 Conselhos de Educação
Vocabulário
Conselho: etimologia do latim consillium, que significa ouvir e
ser ouvido. No senso comum, a palavra significa opinião,
parecer, opinião amadurecida, assessoramento de alto nível.
44
muito menos atribuem deveres ao Executivo, a não ser que a lei
orgânica do ente federado atribua isso. O Conselho Nacional de
Educação, por exemplo tem atribuição legal para deliberar a
matéria educacional, expedindo a como fundamento de lei. Essas
deliberações são realizadas em formato de resolução.
45
O Governo Federal mantém como capacitação técnica continuada o
Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação
(Pró-Conselho). Segundo o texto do site, o programa tem por objetivo estimular
a criação de novos conselhos, fortalecer os já existentes e incentivar a sociedade
civil a fiscalizar o cumprimento das políticas educacionais locais. Qualificando
gestores, profissionais das secretarias de educação e integrantes da sociedade
civil, além dos conselheiros que já atuam nos Conselhos Municipais de
Educação.
Saiba Mais
Visite o site do Pró-Conselho e saiba mais sobre o assunto.
Link: http://portal.mec.gov.br/pro-conselho
46
funcionamento. Desde então todos os Estados da federação tem seus
Conselhos de Educação.
47
4.2.1 Dados de matrículas e o desafio após municipalização do ensino
Dependência
1980 1989 2002 2012
Administrativa
48
Os dados escolhidos para serem apresentados inicialmente foram do
ensino fundamental. Isso se deve ao fato das políticas nessa série histórica
estarem voltadas para essa etapa de ensino. Ainda que após 1988, 1996 e
principalmente a partir de 2007 as outras etapas da educação básica ganham
notoriedade, o ensino obrigatório desde 1971 é o de 1º grau (ensino
fundamental, atualmente).
Fonte:
https://pedagogiadiversidade.wikispaces.com/file/view/brasil_TIPOGRAF_crv.png/2380
82379/443x377/brasil_TIPOGRAF_crv.png
49
Com base no Censo Escolar de 2012, apresenta-se uma tabela que
analisa o fluxo escolar por regiões do Brasil. A análise efetuou-se com os dados
dos anos iniciais e os anos finais em separado.
50
Tabela 3 – Matrículas no ensino fundamental no Brasil (2007-2012)
Importante
Taxa de Matrícula Líquida: é a divisão entre o número de alunos
matriculados na idade certa na etapa de ensino pela população
existente na faixa etária na localidade analisada. Quanto mais
próximo de 100% mais o atendimento é realizado em fluxo
escolar regular e com efetividade.
51
contexto a análise será de acordo com o Censo Escolar 2013, com os dados de
matrícula e taxa líquida de 2007 e 2012.
MODALIDADE,
2007 2012
POPULAÇÃO E TML
52
4.2.1.3 Ensino médio
Talvez seja a etapa da educação básica como maior desafio, pois a
universalização do ensino para a população de 15 a 17 anos e a elevação da
taxa líquida de matrículas para 85% são metas ousadas.
Taxa de Matrícula
51,6% 59,5%
Líquida
Percentual de alunos de
79,5% 83,3%
15-17 anos na escola
Fonte: Censo Escolar (2013). Observatório do PNE. Dados trabalhados pelo autor
(2016).
53
4.2.2 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Analisar o Ideb é importante pois, a partir do ano de 2005, com a Portaria
n°.935 e 2007 com o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, a qual
formaliza o Decreto n°. 6094/2007, o Ideb passou a ser o principal indicador da
educação básica brasileira, proposto na meta 7 do PNE como meta a ser
alcançada. Isso porque é tratado como um indicador que mensura a qualidade
da educação, aliando melhoria de desempenho com os resultados da Prova
Brasil, aplicada bienalmente em alunos de 5º e 9º ano, e fluxo escolar,
sintetizados no indicador com mensuração que varia de 0 a 10.
As avaliações de larga escala no Brasil são políticas consolidadas em
termos de avaliação educacional externa. As metas do PNE são exemplo disso,
assim como o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e outras
políticas em voga no cenário educacional brasileiro. Analisando os resultados do
Ideb no país, fica clara a evolução em termos de resultados numéricos é mais
lenta para os anos finais que para os anos iniciais.
Ainda que a literatura especializada questione esse papel do indicador
em questão, não é o objetivo analisar o Ideb por esse prisma, e sim evidenciar
como ficam os seus indicadores a partir de 2007. Para isso apresentam-se dados
à nível Brasil, juntamente com os dados de taxa de rendimento, os quais
influenciam diretamente os resultados do indicador.
54
avaliações internas, estas conduzidas por professores. Essas
avaliações externas, tendo em conta sua abrangência, também são
denominadas de avaliações em larga escala, ressaltando sua
visibilidade e, em decorrência, sua face de política pública em
educação.
As experiências iniciais de avaliações em larga escala, até mesmo fora
do Brasil, foram justificadas como necessárias para monitorar o
funcionamento de redes de ensino e fornecer subsídios para seus
gestores na formulação de políticas educacionais com dados mais bem
definidos em termos dos resultados que, por sua vez, decorreriam das
aprendizagens dos alunos. Não necessariamente essas avaliações
tinham como foco cada escola das redes avaliadas, especialmente nos
casos em que se recorria às avaliações por amostragem.
[...]
Outro exemplo, extremamente relevante, no que tange às avaliações
em larga escala, é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que
vem ocupando lugar privilegiado nas políticas educacionais, com fortes
indícios de suas influências no currículo de escolas do ensino médio,
somado aos possíveis impactos na educação de jovens e adultos (EJA)
pelo fato de que esse exame incorporou funções antes destinadas para
o Exame Nacional de Certificação de Competências da Educação de
Jovens e Adultos (Encceja).
As avaliações em larga escala aprofundaram, também, a discussão de
procedimentos estatísticos e a importância da construção de matrizes
de avaliação, a padronização de provas e a interpretação pedagógica
de resultados, com destaque para a Teoria da Resposta ao Item (TRI)
que permite a comparabilidade de resultados ao longo do tempo e
entre séries diferentes, expressos, geralmente, na Escala Saeb, que
varia de 0 a 500 pontos, tanto para leitura quanto para resolução de
problemas. Adicionalmente, em algumas redes públicas foram
desencadeadas políticas de remuneração diferenciada para
profissionais da educação em função dos resultados dos alunos,
consolidando a denominada accountability, um tipo de política de
responsabilização dos professores e gestores de escolas pelos
resultados nas avaliações externas, incrementando ainda mais o
debate em torno da avaliação educacional. (ALAVARSE, S/d. S/p.).
55
Tabela 7 – Ideb Anos Finais Brasil (2007 – 2013)
56
Tabela 8 – Taxas de Rendimento no Brasil Anos Iniciais (2007- 2013)
DEP
2007 2009 2011 2013
ADMINISTRATIVA
DEP
2007 2009 2011 2013
ADMINISTRATIVA
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qualidade? Será que um Sistema Nacional de Educação em
um país tão diverso regionalmente é interessante?
Saiba Mais
Para saber mais sobre os resultados do Ideb por município e
por escola, acesso o link abaixo:
Link: http://idebescola.inep.gov.br/ideb/consulta-publica
Resumo da Aula 4
58
também estão nas prioridades da agenda nacional e merecem atenção dos entes
federados.
Atividade de Aprendizagem
Faça uma pesquisa em seu Município e descubra se ele tem
Conselho de Educação, sua composição quantitativa e
qualitativa, ou seja, quantos são e quem são. Veja quais foram
as principais ações no ano vigente e discorra sobre o assunto.
59
Resumo da Disciplina
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Referências
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BRASIL. Lei nº 9131 de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei nº
4.024, de 20 de dezembro de 1961, e dá outras providências.1995. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 nov. 1995.
62
OBSERVATÓRIO DO PNE. Disponível em
<http://www.observatoriodopne.org.br/sobre-observatorio> Acesso em:
Dez/2015.
63