Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CCSO - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

IRENE LUNARA SOUSA SILVA

POLÍTICA E PLANEJAMENTO EDUCACIONAL


SÍNTESES: A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DA
LDB N° 9.394/1996

SÍNTESES referente à
nota da disciplina POLÍTICA
E PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL, pela
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO MARANHÃO - UFMA.
Prof. CACILDA
O direito à educação e as responsabilidades dos entes federados na sua
garantia a partir da LDB nº 9.394/1996

A LDB é a sigla para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Trata-se de um conjunto de leis que estabelecem as diretrizes e normas para a
educação brasileira, desde o ensino fundamental até a pós-graduação. A LDB
foi aprovada em 1996 e é considerada o principal documento regulador da
educação no país. Ela define, por exemplo, as bases curriculares que norteiam
o ensino, a organização do sistema educacional, as competências e atribuições
dos órgãos educacionais, a formação dos professores, entre outros aspectos
que envolvem a educação brasileira.
A LDB possui 90 artigos e dois artigos, disposto em 9 capítulos, cada um
desses capítulos define diferentes aspectos da educação brasileira, como a
organização do sistema educacional, a gestão das escolas, as atribuições e
competências dos órgãos de ensino, os currículos escolares, a formação dos
profissionais da educação, entre outros temas relevantes para a educação no
país.
A LDB define que o direito à educação é um dever do Estado e uma
responsabilidade compartilhada pelos entes federados: União, estados, Distrito
Federal e municípios. Cada ente possui papéis e responsabilidades específicas
na organização e gestão do sistema educacional. A União tem como
responsabilidade a definição das diretrizes educacionais nacionais, elaboração
de planos e políticas de educação, coordenação e assistência técnica aos
estados e municípios, responsável por repassar as verbas, avaliação da
qualidade do ensino, dentre outras atribuições no sistema educacional
brasileiro. Compete aos estados e Distrito Federal a organização e gestão dos
sistemas de ensino estadual, o que engloba diversas responsabilidades, tais
como a oferta de educação básica e profissional, a fiscalização das escolas,
bem como o fornecimento de suporte técnico e financeiro para os municípios.
Entre as atribuições dos municípios, destaca-se a responsabilidade pela oferta
de educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos, além
da administração das escolas municipais e do fornecimento de suporte técnico
e financeiro para os demais entes federativos.
. Assim, a LDB estabelece uma divisão clara de atribuições, visando a
garantia do direito à educação de forma colaborativa, entre União, estados,
Distrito Federal e municípios. Os entes federados possuem características
distintas e usufruem de um grau de autonomia específico em relação às suas
responsabilidades na área da educação, que é garantido pela Constituição
Federal.
O direito à educação possui implicações importantes para a educação
brasileira, pois trata-se de um direito fundamental que tem relação com
diversas questões sociais, culturais, políticas e econômicas. O direito à
educação é um importante direito fundamental que deve ser garantido a todos
os brasileiros. Porém, para efetivá-lo, é necessário superar as contradições e
desafios que a educação brasileira enfrenta, como as desigualdades
socioeconômicas, os problemas estruturais, os desafios pedagógicos e as
dificuldades específicas de alguns grupos.
Em suma, a LDB nº 9.394/1996 define o direito à educação como um
dever do Estado, estabelece as responsabilidades dos entes federados na
garantia desse direito e aponta para a necessidade de participação da
sociedade civil na formulação e implementação de políticas educacionais,
buscando assegurar a igualdade de acesso e a qualidade da educação em
todo o país.
A educação Infantil e o Ensino Fundamental a partir da LDB nº 9.394/1996

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996


determina a obrigatoriedade da educação básica, que é composta pela
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

A LDB define a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação


Básica, que precede o Ensino Fundamental. Ela é oferecida em creches para
as crianças de até 3 anos de idade e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5
anos de idade. As orientações curriculares da Educação Infantil estão
fundamentadas na concepção de aprendizagem como processo de construção
do conhecimento, a partir das experiências concretas das crianças. O currículo
dessa etapa deve contemplar atividades de exploração, de manipulação, de
observação e de experimentação, valorizando a brincadeira e as interações
sociais. A Educação Infantil é uma etapa fundamental na formação das
crianças, de modo que a LDB busca garantir sua oferta de forma qualitativa e
universal.
Alterações foram feitas nessa modalidade de ensino, ampliou a
obrigatoriedade da Educação Infantil e estabeleceu a carga horária mínima
anual de 800 horas para essa etapa. Além disso, a lei definiu critérios de
qualidade para as creches e pré-escolas, estabelecendo, por exemplo, a
necessidade de um número máximo de crianças por sala e de profissionais
com formação superior em educação.
O Ensino Fundamental deve ser oferecido aos alunos com idade entre 6
e 14 anos e tem duração de 9 anos, sendo dividido em anos iniciais e anos
finais. Os primeiros anos (1º ao 5º) são destinados ao ensino das disciplinas
básicas (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia,
Educação Artística e Educação Física), enquanto os anos finais (6º ao 9º) são
dedicados à ampliação do conhecimento nas diferentes disciplinas. A LDB
estabelece critérios para o Ensino Fundamental, como a obrigatoriedade de
frequência de pelo menos 75% das aulas e avaliação contínua ao longo do ano
letivo. Além disso, as escolas devem utilizar um currículo e metodologias, não
sendo apenas um currículo conteudista e com aulas do modo tradicional, que
promovam o desenvolvimento das habilidades e competências dos alunos a
partir de suas necessidades e interesses.
Em relação a modalidade do Ensino Fundamental também passou por
alterações, com a ampliação de sua duração de 8 para 9 anos, a
obrigatoriedade do Ensino Fundamental a partir dos 6 anos de idade. A LDB
também determina a obrigatoriedade de avaliação do processo de ensino-
aprendizagem de forma contínua e cumulativa. Essas mudanças têm
impactado a formação dos alunos visando garantir uma educação adaptada às
demandas da sociedade atual.
Com relação as condições de oferta do Ensino Fundamental e da
Educação Infantil é muito importante para garantir uma educação de qualidade.
No Brasil, a oferta de ambas as etapas da Educação Básica ainda enfrenta
desafios. No que se refere ao Ensino Fundamental, ainda existem regiões do
país com baixo índice de atendimento escolar, além de dificuldades na
infraestrutura das escolas, como a falta de salas de aula, de materiais didáticos
e acesso à tecnologia, também é comum a falta de professores com formação
adequada. Na Educação Infantil a oferta ainda é muito insuficiente. Muitas
crianças ficam fora da escola antes dos 3 anos de idade, idade em que a
educação infantil é oferecida em creches, em pequenas cidades é um
problema a oferta de creches. Outro desafio é a qualidade da educação
oferecida, tanto em termos de estrutura quanto de formação dos professores.
Dessa forma, ambas as etapas devem ser oferecidas a partir de
parâmetros curriculares nacionais, que orientam as escolas sobre quais
conteúdos devem ser ensinados e como eles devem ser trabalhados. Uma vez
que as escolas têm autonomia pedagógica, elas têm a liberdade de adequar os
parâmetros às necessidades e características específicas de seus alunos.
O Ensino Médio e a Educação Profissional a partir da LDB

O Ensino Médio é uma das etapas da Educação Básica prevista na Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). De acordo com a LDB, o
Ensino Médio é destinado aos estudantes com idade entre 15 e 17 anos e tem
como objetivo complementar a formação básica oferecida no Ensino
Fundamental, permitindo o desenvolvimento da capacidade de aprender. A
LDB apresenta a concepção do Ensino Médio como uma etapa em que os
estudantes devem ter a oportunidade de aprofundar o conhecimento já
adquirido no Ensino Fundamental, desenvolver habilidades e competências, e
consolidar sua formação ética, política e cultural, com vistas à continuidade dos
estudos e ao mundo do trabalho.
A estrutura do Ensino Médio é organizada em ciclo único, consistindo de
3 anos letivos, com carga horária mínima anual de 1000 horas. Nessa etapa,
os estudantes têm a oportunidade de escolher e aprofundar seus estudos em
áreas específicas, como Ciências da Natureza, Matemática, Linguagens e
Códigos, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. A LDB também prevê a
flexibilização curricular, visando a promoção de um currículo que atenda melhor
aos interesses e às necessidades dos estudantes. Além disso, a LDB
estabelece diretrizes para a avaliação do ensino-aprendizagem no Ensino
Médio, bem como para a formação continuada dos professores, a articulação
com a Educação Profissional e Tecnológica, e a integração das tecnologias da
informação e da comunicação no processo de ensino-aprendizagem.
Em 2017, o Ensino Médio passou por uma reforma curricular, aprovada
através da Lei nº 13.415, que objetivou atualizar a estrutura curricular e adaptar
o Ensino Médio às novas demandas do mundo do trabalho. A reforma propõe
novas formas de oferta e organização curricular, incluindo a oferta de itinerários
formativos, visando a promoção de um ensino mais atraente e qualificado, que
proporcione aos alunos escolhas mais significativas e uma educação mais
voltada para a vida.
A LDB também estabelece diretrizes para a Educação Profissional que é
uma modalidade da Educação Básica que tem como objetivo oferecer aos
estudantes formação técnica profissional e prepará-los para o exercício de
profissões nos diversos setores da economia. De acordo com a LDB, a
Educação Profissional pode ser oferecida de forma integrada ao Ensino Médio
ou em cursos técnicos independentes, em instituições de ensino públicas ou
privadas. A educação profissional integrada ao Ensino Médio é oferecida em
escolas de educação profissional que têm parceria com as escolas de Ensino
Médio tradicionais ou em escolas que oferecem a modalidade de educação
profissional integral.
A educação profissional integrada ao Ensino Médio visa à formação
geral e profissional do estudante, possibilitando o desenvolvimento da
capacidade crítica, criativa e empreendedora, da articulação entre teoria e
prática. Através dessa modalidade, o estudante pode obter a certificação do
Ensino Médio e do curso técnico.
Os cursos técnicos independentes, por sua vez, são oferecidos tanto em
instituições públicas quanto em instituições privadas, e têm o objetivo de
proporcionar ao estudante formação técnica em uma área específica, como
Produção Industrial, Informática, por exemplo. A carga horária mínima desses
cursos é de 1.200 horas. A LDB também estabelece a formação e a
valorização dos profissionais de educação profissional como um dos objetivos
dessa modalidade. Para isso, é fundamental o investimento em programas de
formação continuada, atualização profissional e aprimoramento pedagógico.
As interfaces da Educação Profissional na LDB estão relacionadas à
integração dos cursos técnicos com o mundo do trabalho, por meio da oferta de
estágios e programas de aprendizagem profissional. Além disso, a LDB prevê a
articulação da Educação Profissional com a Educação de Jovens e Adultos
(EJA), a Educação do Campo, e outras modalidades de ensino.
Ao longo do tempo ocorreram algumas alterações na LDB, a principal
mudança foi a ampliação da carga horária mínima anual de 800 horas para
1.000 horas e a obrigatoriedade da inclusão dos estudos de Filosofia e
Sociologia no currículo do Ensino Médio, a reforma também prevê a ampliação
da carga horária para 1.400 horas anuais, a inclusão das competências gerais
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no currículo do Ensino Médio, e a
oferta de itinerários formativos, que são conjuntos de disciplinas eletivas que
permitem aos estudantes aprofundarem seus conhecimentos em áreas de seu
interesse, como Linguagens, Ciências da Natureza e Matemática, Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas, e Formação Técnica e Profissional.

No que se refere à Educação Profissional, a LDB sofreu alterações


significativas com a criação da Lei nº 11.892, em 2008, que instituiu a Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e estabeleceu
novas diretrizes para a Educação Profissional e Tecnológica. Essa lei ampliou
as possibilidades de integração entre a Educação Profissional e o Ensino
Médio, criando a modalidade de ensino integrado, que permite aos estudantes
cursarem a formação técnica e o Ensino Médio de forma simultânea. Além
disso, a lei prevê a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) e
de cursos de Qualificação Profissional na modalidade a distância. A LDB
também sofreu alterações em relação ao financiamento da Educação
Profissional, com a criação do PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego), que tem como objetivo expandir e democratizar a
oferta de cursos de formação técnica e profissionalizante, com a oferta de
bolsas de estudo e a ampliação de vagas em cursos gratuitos oferecidos pela
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e por
instituições privadas parceiras.
A oferta do Ensino Médio e da Educação Profissional enfrenta desafios no
Brasil, como infraestrutura precária, falta de professores qualificados, baixa
qualidade de ensino, inclusão social limitada, acesso e financiamento
insuficiente e formação continuada de professores ainda insuficiente. É preciso
investir na melhoria da formação de professores, capacitação de instituições,
melhorias da infraestrutura escolar, revisão curricular, aprimoramento
pedagógico, tecnologia e inovação, políticas públicas inclusivas para incentivar
a permanência dos jovens na escola, promover a igualdade de
oportunidades. Dessa forma, é importante estabelecer políticas públicas
inclusivas para incentivar a permanência dos jovens na escola e promover a
igualdade de oportunidades.
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial na LDB nº 9.394/1996

 Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino


prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que tem
como objetivo proporcionar aos jovens e adultos a oportunidade de concluir os
estudos em atraso. A LDB estabelece que a EJA deve ser oferecida em
horários e locais adequados às condições de vida e de trabalho dos
estudantes. Isso significa que a EJA pode ser realizada em diferentes
modalidades, como presencial, semipresencial ou a distância, sempre levando
em conta as especificidades da vida dos estudantes. Além disso, a LDB prevê
que o currículo da EJA deve ser organizado de forma flexível, valorizando a
experiência dos estudantes e reconhecendo saberes adquiridos fora do
ambiente escolar.
A LDB também estabelece que a EJA deve ser integrada à educação
profissional, possibilitando aos jovens e adultos o acesso ao mercado de
trabalho. Assim, a EJA não se restringe apenas ao ensino médio, mas também
ao ensino técnico e profissionalizante.
A oferta da EJA pode apresentar algumas contradições e implicações
importantes em relação à garantia desse direito. Por um lado, a EJA é uma
modalidade educacional que visa a inclusão social e a redução das
desigualdades educacionais. Por outro lado, a oferta da EJA muitas vezes é
insuficiente para atender à demanda.
Além disso, a EJA enfrenta vários desafios, como a desmotivação dos
estudantes, a carência de recursos financeiros e materiais para o atendimento
adequado, a falta de um currículo específico e adaptado às necessidades dos
jovens e adultos e a falta de políticas públicas que garantam a continuidade do
ensino.
Outra questão importante é a forma como a oferta da EJA é vista
socialmente, sendo que muitas vezes é encarada como sendo para aqueles
que não tiveram sucesso no ensino regular ou como uma segunda chance.
Isso pode levar a estereótipos e desvalorização daqueles que buscam essa
modalidade de ensino.
Portanto, a EJA ainda enfrenta contradições e implicações em relação à
garantia do direito à educação, bem como desafios que precisam ser
superados para que essa modalidade educacional seja efetiva e cumpra seu
papel social.
 Educação Especial

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece, em


seu artigo 58, que a educação especial é uma modalidade de educação escolar
que deve ser oferecida preferencialmente na escola regular, para alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. A LDB também determina que a educação especial
deve ser realizada de forma articulada com o ensino regular e
pedagogicamente adequada às necessidades educacionais dos alunos com
deficiência.
Além disso, a Lei nº 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira de
Inclusão (LBI), reforça o direito à educação inclusiva e determina que todas as
escolas devem assegurar o acesso do aluno com deficiência à educação
escolar regular, promovendo sua participação plena, efetiva e igualitária em
todos os aspectos da vida escolar.
A LDB também garante que a educação especial deve ter como objetivo
o desenvolvimento das potencialidades dos alunos com deficiência e a sua
participação na sociedade. Para isso, é importante que sejam oferecidos
recursos pedagógicos e tecnológicos que possibilitem o acesso ao
conhecimento e à aprendizagem de forma plena e eficaz.
Além disso, a LDB estabelece que a educação especial deve ser
realizada em colaboração com a família do aluno, profissionais da área de
saúde e outros profissionais que atuam na área da educação, a fim de garantir
um atendimento eficaz e de qualidade para os alunos com deficiência.
A oferta da educação especial pode apresentar algumas contradições e
implicações importantes. Por um lado, há a necessidade de se garantir o
acesso de todos os alunos à educação, independentemente de suas
necessidades especiais, o que é uma exigência da legislação atual e um direito
fundamental. Por outro lado, há a necessidade de se garantir que a oferta da
educação especial seja de fato inclusiva e que não leve à exclusão.
Além disso, a oferta da educação especial traz consigo vários desafios
importantes, como a falta de formação adequada para os profissionais que
atuam em escolas inclusivas, a falta de recursos financeiros e materiais para
adaptação de espaços e equipamentos, a falta de articulação entre a educação
especial e a educação regular, entre outros.
Entre os desafios a serem enfrentados estão a formação de professores
e a construção de currículos que atendam às necessidades e expectativas
desses alunos, a adaptação das escolas e dos materiais pedagógicos a esse
público, a construção de metodologias específicas de ensino e a promoção do
acesso a tecnologias assistivas, entre outros.
Assim, a oferta da educação especial é um caminho necessário e
fundamental para a construção de uma educação inclusiva, mas é preciso
enfrentar esses desafios e superar as contradições e implicações para que a
inclusão seja de fato efetivada.
Educação indígena, educação do campo, educação quilombola

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96


reconhece diferentes formas de educação, inclusive as especificidades da
educação indígena, do campo e quilombola. Esta lei reafirma o compromisso
com a construção de uma educação para a diversidade étnica e cultural do
país, com o respeito e valorização das diferentes culturas, tradições e
conhecimentos.

A educação indígena é vista como uma modalidade específica de educação


escolar e é orientada por uma perspectiva intercultural, buscando a valorização
e o fortalecimento da cultura, dos saberes e das práticas tradicionais dos povos
indígenas. O currículo deve respeitar as especificidades culturais e sociais das
diferentes comunidades, valorizando suas línguas e tradições.

A educação do campo é uma modalidade educacional que atende as


necessidades das populações rurais. Busca-se com esta modalidade uma
educação que atenda às particularidades dos estudantes que vivem no meio
rural, valorizando a cultura, as práticas e saberes locais e a relação com a
natureza, além de promover o desenvolvimento das diferentes áreas do
conhecimento, considerando a realidade do campo.

A educação quilombola é voltada para as comunidades remanescentes de


quilombos, possuindo características próprias que devem ser consideradas na
organização das atividades pedagógicas. Esta modalidade de ensino valoriza a
cultura, história e tradições dos quilombos, além de buscar o fortalecimento da
identidade e dos direitos das comunidades quilombolas.

A LDB estabelece que a oferta dessas modalidades de educação deve ser


garantida pelos sistemas de ensino, com recursos específicos para valorização
da diversidade cultural e o desenvolvimento das atividades educacionais. As
instituições de ensino devem estar preparadas com profissionais capacitados
para o atendimento dessas comunidades, que possam compreender suas
necessidades, diferenças culturais e a importância da valorização dos seus
saberes e práticas.
Os Profissionais da Educação: formação, carreira e condições de trabalho
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece as
diretrizes para a organização da educação brasileira, incluindo a formação dos
profissionais da educação, sua carreira e condições de trabalho.

Formação dos Profissionais da Educação: A LDB prevê que a formação dos


profissionais da educação deve ser realizada em cursos de nível superior,
incluindo a Licenciatura Plena, a formação pedagógica para graduados e a
segunda licenciatura para quem já possui formação em outra área. A formação
deve ser realizada em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação
(MEC) e deve contemplar uma base comum de conhecimentos teóricos e
práticos na área da educação, além de áreas específicas de atuação.

Carreira dos Profissionais da Educação: A LDB estabelece que os profissionais


da educação devem ter um plano de carreira que valorize a formação, a
experiência e a produtividade dos profissionais. O plano de carreira deve
prever a progressão salarial e as possibilidades de ascensão profissional,
respeitando a formação e a experiência dos profissionais.

Condições de Trabalho dos Profissionais da Educação: A LDB prevê que os


profissionais da educação devem ter condições adequadas de trabalho,
incluindo infraestrutura física e tecnológica, material didático e pedagógico,
recursos humanos qualificados e remuneração justa e condizente com a
formação e experiência dos profissionais. Além disso, a LDB prevê que os
profissionais da educação devem ter acesso a programas de formação
continuada, que possibilitam o aperfeiçoamento profissional e a atualização dos
conhecimentos.

Em resumo, a LDB estabelece diretrizes para a formação dos profissionais da


educação, sua carreira e condições de trabalho, visando garantir uma
educação de qualidade para todos os alunos brasileiros. Cabe aos governos e
gestores educacionais a implementação dessas diretrizes, por meio de políticas
e programas que valorizem e respeitem os profissionais da educação.

Você também pode gostar