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Universidade Estadual do Maranhão – CESB

Islândia Josefa Ferreira de Sousa


Curso de Pedagogia

Base Nacional Comum Curricular: Uma Análise Crítica

Análise crítica entregue com o intuito de


cumprir as exigências da disciplina de
Organização do Trabalho Pedagógico, do
curso de Pedagogia.

Prof.ª: Regiane Rodrigues

Bacabal – MA
2022
Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e
redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas
pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. Ela estabelece
conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os
estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos
princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que
direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Entretanto, ainda
há deslizes acerca da implementação desse documento, documento esse
norteador da educação brasileira.

É de conhecimento geral que, tem se discutido bastante sobre a


necessidade de mudanças no currículo escolar, buscando resolver problemas
de aprendizagem, principalmente no que diz respeito a fragmentação dos
conteúdos dentro de suas respectivas disciplinas, o que denota uma separação
das áreas, como se não dependessem umas das outras e que o conhecimento
fosse único de cada disciplina. Por isso, quando se pensou na Base Nacional
Comum Curricular, a ideia foi deixar de lado essa fragmentação e tornar o
currículo escolar algo transdisciplinar e interdisciplinar, favorecendo assim a
aquisição do aprendizado pelos estudantes. Porém, apesar da participação
intensa da população na criação desse documento, o que se nota ainda é que
se trata de um ideal imaginário, principalmente quando se compara com o
cenário real em que estamos inserido, quando, assim como em muitos outros
documentos educacionais, como a Lei de Diretrizes e Bases- LDB, a BNCC
fala, logo em suas primeiras linhas em princípios norteadores, como éticos,
políticos e estéticos, além de tratar de formação humana integral e construção
de uma sociedade justa e solidária, além de continuar favorecendo a
homogeneização dos conteúdos, o que desrespeita o multiculturalismo e as
diversidades existentes nas escolas.
A BNCC de fato tem pensamentos nos quais são importantes e
demonstram o desejo da grande massa da população, porém na prática, seja
educacional, política ou social tem demonstrado o contrário, visto que ainda
existem situações de desrespeito e injustiça e, principalmente, quando esses
atos partem daqueles que deveriam garantir os nossos direitos. Mesmo assim,
ainda há situações que afirmam que isso faz parte de uma educação futura,
uma vez que a BNCC ainda não se tornou realidade, mas faz parte de um
projeto para os próximos anos e, nesse caso, a única coisa que nos resta é
torcer para que não seja apenas mais uma política educacional fracassada e
relâmpago. Ademais, outro ponto a ser mencionado é, assim como a
Constituição Federal, a LDB também orienta para a criação de uma Base
Comum que possa integrar as três esferas, ou seja, federal, estadual e
municipal. É importante mencionar que já se passaram 20 anos que isso está
no papel, contudo, somente agora está começando a se concretizar, o que
demonstra a vagarosidade das leis em nosso país e a importância que é dada
a educação.

Assim como tantos outros documentos que regeram e regem a


educação a BNCC tem como elementos norteadores documentos maiores do
país como as Diretrizes Curriculares, a LDB e a Constituição Federal, a maior
lei da nossa nação. A teoria dessas leis é extremamente importante e
satisfatória, entretanto há distorções quando levadas a prática. Como forma de
compreender o fato do descumprimento dessas leis basta lembrar que a
Constituição Federal cita que a educação é direito de todos e dever do Estado
e da família, fato esse que já merece análise visto que, muitas vezes o Estado
se omite de sua responsabilidade.

Isso ocorre quando há superlotação em salas de aula, quando não há


estrutura de trabalho aos professores, quando não há valorização do trabalho
docente, já a família por sua vez tem se eximido quase que em sua totalidade
de suas obrigações com a educação das crianças e adolescentes, transferindo
à escola o que seria de sua incumbência. Além do mais, torna-se
imprescindível esclarecer que, durante a pandemia da COVID-19, 70 milhões
de brasileiros não tiveram acesso à internet e com isso as esferas mais
prejudicadas ainda não tiveram o prejuízo solucionado. Com tudo isso, o que
se tem como consequência é a baixa qualidade do ensino e os diversos
problemas que enfrentamos no interior das instituições, o que distancia ainda
mais do que a Constituição chama de desenvolvimento pleno da pessoa.

Por fim, vale ressaltar que, a BNCC além da influência de cunho


pedagógico, ela também menciona a parte administrativa e financeira da
educação. Diante disso, faz-se necessário uma reflexão acerca de como essa
oferta financeira está sendo aplicada, posto que, a realidade na qual o Brasil
vive é uma educação pública sofrida e com pouquíssimos investimentos, que
ainda por cima, sofre com a desvalorização profissional e a falta de
credibilidade pelos resultados das avaliações externas.

           

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